O patrocínio é peça-chave para equilibrar o orçamento dos eventos no Brasil.
Desde a pandemia, a cadeia de valor do setor de eventos no Brasil foi profundamente impactada: empresas fecharam, fornecedores quebraram e muitos profissionais acabaram migrando para outros segmentos. Ao mesmo tempo, o volume de eventos que é realizado hoje superou o patamar pré-2020, criando um contexto de alta demanda na cadeira de valor do setor, com uma oferta que não acompanhou o mesmo ritmo. Isso acabou elevando os custos de se produzir um evento em cerca de 40%, uma pressão que não tem como ser equilibrada integralmente por receitas de bilheteria e venda de alimentos e bebidas.
Nesse cenário, a captação de patrocínios ganha uma importância ainda maior para a saúde financeira de um evento. Ao mesmo tempo, as marcas estão mais seletivas, priorizando performance, dados e estratégia. O desafio para os organizadores é transformar essas experiências presenciais em propostas atraentes para patrocinadores que buscam interação real com públicos engajados.
Hoje, temos plataformas que surgem para facilitar o encontro entre eventos e marcas. O SponsorMyEvent, por exemplo, funciona como um marketplace global para matchmaking e gestão de patrocínios. Já o Covent vem ganhando relevância ao usar IA para apresentar eventos com alto potencial de ROI e agilizar negociações. No Brasil, a Sympla oferece ferramentas para patrocinadores e produtores acessarem dados, criar media kits e estruturar cotas, facilitando a captação local.
Porém não basta termos apenas tecnologia, o patrocínio precisa de estratégia. A escolha da plataforma, dos formatos e dos indicadores depende da definição clara da experiência que se quer criar. Conteúdo, público-alvo, métricas de engajamento e alinhamento de marca são elementos fundamentais. O digital ajuda, mas quem converte é a relevância da proposta e a forma como ela gera conexão real – valor que vai muito além de relatório post-evento.