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Heidegger e Platao

Artigo Filosofia - Chris Sturzenekerr

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POSSÍVEIS IMPLICAÇÕES DO FEDRO DE PLATÃO NOS PRIMEIROS

ESCRITOS DE HEIDEGGER

Viana, Christianne S. P. Thomes1

RESUMO

A proposta deste presente trabalho será demonstrar alguns pontos semelhantes entre o
pensamento do primeiro Heidegger e suas pesquisas remontada aos pré-socraticos, com ênfase no
Diálogo do Fedro. Platão, dentre os demais filósofos da antiguidade, parece ter certa prelazia, pois
dele temos uma Obra completa. No primeiro século de nossa era, Trásilo distribuiu os escritos de
Platão em nove tetralogias, todas elas já acessíveis ao jovem Heidegger em seus estudos na
Alemanha contemporânea. A base de pesquisa de minha dissertação a qual aloco a este trabalho,
está respaldada nos seminários Heideggerianos no semestre do inverno de 1920-21, em Freiburg,
Fenomenologia da Vida Religiosa.

PALAVRAS-CHAVE: Platão, Fedro, Heidegger, Fenomenologia.

1. INTRODUÇÃO

Para alguns estudiosos, Heidegger continua sendo o pensador existencialista mais


importante da era pós-Kantiana. Sua importância é relevante pelo complexo histórico em que ele se
situa. Como conhecedor dos gregos e da escolástica, dada à sua iniciação como jesuíta; foi ainda
discípulo de Husserl - fundador da fenomenologia; versado no kantismo e no hegelianismo. Graças
a seu ensino nas cátedras universitárias da Alemanha; inspirado em Kierkegaard e Dilthey,
destacou-se ante a poucos filósofos modernos através de um lastro de informação, devido a essa
diferenciação e abertura acadêmica.
Como filósofo, Heidegger não teve uma história consonante. Logo no início de sua atuação
como professor e discípulo de Hurssel, ele foi desautorado pelo mestre da fenomenologia. Mais
tarde exaltado, mas logo malquisto pelos nazistas; depois, ignorado de propósito pela filosofia
oficial e acadêmica. Neste anacronismo, Heidegger exercerá inevitavelmente uma influência
decisiva no rumo futuro da filosofia ocidental.

1
-Mestranda em Filosofia da Religião - FAJE - 2019/2. E-mail: [email protected]

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Sua influência platonista será demonstrada com mais clareza nos estudos posteriores ao
nosso, em especial, pois base de minha dissertação remonta aos cursos do inverno de 1920-21.
Contudo, é possível perceber em toda sua Obra, as influências dos pré-socráticos, ainda de que
forma obscura. Em sua conferência intitulada "A Doutrina de Platão sobre a Verdade" (1942),
Heidegger reproduz e interpreta a célebre alegoria da caverna, para mostrar que Platão transformou
a determinação da essência da verdade.
A interpretação da alegoria parece ser simples para quem conhece o sistema platônico.
Segundo MATTOS (1954), a caverna é nossa habitação terrestre. Entretanto, para o homem vulgar,
não é possível o acesso a esta mesma realidade, pois as coisas que o cercam, são percebidas pelos
sentidos, e não pela razão. Todo o exterior da caverna simbolizam a realidade propriamente dita,
i.e., a "aparência" das coisas, sua representação, que em grego se chama eidos ou ideia. São essas
coisas do além, as "aparências" ou "ideias", cuja posse nos torna capazes de conhecer toda e
qualquer coisa, mesmo as sombras da realidade, ou seja, os objetos sensíveis.
Heidegger observa, e tem plena razão, quando desmonstra que a alegoria não se esgota com
essa correspondência entre os elementos que a compõem e o significado alegórico a ela atribuído.
Ele explica que existe uma passagem de uma situação à outra: o prisioneiro que sai da caverna
para o mundo superior ou volta para a caverna.2
Ainda na compreensão heideggeriana, a alegoria platônica, significa que a passagem do
homem da ignorância para o conhecimento da realidade, ou vice-versa, exige esforço e tempo, pois
implica em uma transformação de toda a alma, da tendência fundamental do ser humano. Essa
atitude parece delinear o surgimento de uma virtualidade já presente no homem, o que sugere, um
posterior estado permanência. Em Platão, esse processo humano de passagem, recebe o nome
de paidéia, educação, ou antes, formação. O sentido duplo parece imprimir um resultado
transformador após uma experiência.. A verdadeira paidéia é uma periagogé (reviravolta,
transformação) de toda a alma, transpondo-a a um novo ambiente essencial e acostumando-se a ele,
base da compreensão heideggeriana do des-velar no tempo para uma vida autêncica como sujeito
inacabado. Insistimo nessa des-velação.
A partir de Platão, Heidegger expõe o que é a paideía, evoluindo-a ao conceito da alétheia.
Como compreendemos Alétheia, por verdade, e etimologicamente, desocultação (de "a" primitivo
e "letho", eu oculto). Heidegger exprime que em cada um dos estádios alegóricos a que se refere,
Platão alude a uma espécie de verdadeiro. Para ele, no primeiro estádio, há uma revelação da
realidade pelo reflexo da luz da fogueira. No segundo, as coisas revelam-se, ainda à luz do mesmo
fogo. No terceiro, as realidades se manifestam em si à claridade da luz natural, o que seria a verdade
desse sujeito em questão. A visibilidade seria a des-ocultação da verdade (MATTOS , 1954).
2
- A Doutrina da Verdade em Platão, traduzida por Antonio Jardim de “Platons Lehre der Wahrheit” em Heidegger,
Martin. Wegmarken. Frankfurt: Vittorio Klostermann, 1976, pp. 203-238. (Obras completas de Martin Heidegger v. 9).

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Nesta elaboração, precisamos chegar à "dimensão" da verdade do ser. Essa dimensão não se
limita a uma dimensão espacial, e sim, a de um plano a que devemos alçar, do dimensional que é o
próprio ser, e, que funda toda dimensão espaço-temporal da vida fáctica, base esta, fundamental em
toda obra heideggeriana, desde a Fenomenologia da Vida Religiosa (1920-21).

2. A DIMENSÃO DA VIDA FÁCTICA NO PRIMEIRO HEIDEGGER

2.1. A Fenomenologia da Vida Religiosa

Esta preleção foi intitulada Introdução à Fenomenologia da Religião, onde Heidegger


elaborou uma proposta que consistia na formulação de uma ontologia formal. Esta Obra foi
traduzida em português por Enio Paulo Gianchini, Jairo Ferrandin e Renato Kirchner, foi publicado
pela Editora Vozes, em 2010. O livro está dividido em duas partes: primeira para tratar o método
fenomenológico como objeto e forma de acesso adequado da religião, enquanto experiência da
vida religiosa originária; depois, para abordar fenômenos religiosos concretos, que estão em
conexão com as epístolas paulinas, além de oferecer uma exegese bíblica da experiência religiosa
do cristianismo primitivo.
De acordo com Ucastescu (2006, p.11) apud Alves e Teles (2017, p.08); grandes estudiosos e
repercusores do pensamento de Heidegger nas América Central e Sul, este curso foi motivado por
Edmund Hurssel, mestre de Heidegger na ocasião, quando o propôs elaborar uma fenomenologia da
religião, que serviria de base para uma ontologia formal.
Nesse período de transição do século XIX para os século XX, em meados dos anos vinte,
ocorre uma “virada” na ciência da religião e na filosofia da religião, onde segundo ainda nosso
citado autor, o sagrado é colocado como objeto básico da religião abrindo o diálogo, inclusive entre
muitos filósofos na época.
Influenciado por Lutero e Kierkegaard, Heidegger comporá a estrutura da edição do curso de
1920-21 no que se trata dos fenômenos religiosos concretos que estarão em conexão com as
epístolas paulinas, de onde posteriormente ele partira para o ponto chave de querer chamar atenção
para a estrutura metodológica de seu texto: delimitar metodo fenomenológico. Para Heidegger
existe uma importância fundamental no que se quer abordar e em sua metodologia. A questão do
método será fundamental no seu Pensamento e obra onde ele fará considerações importantes para a
compreensão de seus conceitos.
A introdução metodológia resultará em treze parágrafos e quatro capítulos, organizados
posteriormente pelos seus editores. Nessa introdução, Heidegger irá discorrer sobre os conceitos da
historicidade e facticidade da vida. Eslarecerá o que se compreende por experiência cognitiva,

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formalização e anúncio formal; além dos conceitos filosóficos aplicados e, ainda, principais
diferenças entre filosofia e ciência., além de revelar as tendências dominantes da filosofia da
religião nesse início de século.
Após a apresentação desses conceitos, Heidegger explicitará que a questão da vida fáctica é
o tema central da vida concreta e individual de cada homem, e será essa uma grande marca de sua
fenomenologia a posteriori. Contudo, alguns editores da época apontam que Heidegger afastou-se
de sua Introdução Metodológica e passou a explicar fenômenos religiosos concretos, tais quais o
que ele se dedicará com esmero nas cartas paulinas.
A segunda parte do curso, maior e mais explicitada, terá cinco capítulos com dezenove
parágrafos. Neles, Heidegger se dedicará com exclusividade a aplicar seu método em um caso
específico da experiência religiosa do cristianismo primitivo, fixando-se nas epístolas de Gálatas,
Corintios, Atos e I aos Tessalonissenses. A partir desses textos concretos, Heidegger oferecerá uma
exegese esclarecedora da experiência religiosa do cristianismo primitivo. Para ele, Paulo foi o
expoente mais originário do cristianismo primitivo. Contudo, Heidegger não se importava com a
religião concreta na sua aplicação fenomenológica. Para ele, a fenomenologia da vida fáctica
ressaltava elementos fundamentais para a realização da facticidade da vida, e não, a religião
propriamente dita. A experiência religiosa é posta de lado, e validada a experiência de Paulo na
tribulação, angústia, proclamação, ser cristão, negação dos ídolos, parusia, esperança e graça; como
experiências genuínas de uma vivência com D’us.
Nisto, Heidegger se apóia e elabora uma fenomenologia da vida fáctica baseada na
experiência religiosa dos primeiros cristão. O mais importante para ele não é propriamente a
experiência de D’us, mas do ser daquele que possui a experiência religiosa na sua historicidade,
onde é possível reconstruir a vivência originária em que se constitui a religião. Nesse curso,
Heidegger trata de forma exclusiva e se não única, as questões da vida religiosa com extensão e
exegese precisas para compreender sua fenomenologia da vida religiosa, como bases originais e
fundamentais para uma vida do ser autêntico.
Essa breve exposição de nosso trabalho de pesquisa para futura dissertação foi exposto nessa
intrução a fim de demonstrar que na primeira fase de Heidegger a construção de uma filosofia
voltada para os aspectos da linguagem ainda não estava completamente desenvolvida. O que será
reelaborado e aprofundado em publicações e cursos a posteriori.

2.2 - Heidegger e a Via Platônica

Consideramos, entretanto, os passos de sua originalidade na construção de uma metodologia


e fundamentos da facticidade da vida como passos iniciais de sua hermenêutica posterior. Será aqui

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que a idéia do Logos como fio discursivo do pensamento platônico poderá ser compreendida. Ainda
na introdução de nossa obra em questão.
Heidegger explica:

“A via platônica não consiste na justaposição de ideia e realidade, posto que


somente é compreendida em virtude da relação (Beziehung) do ser temporal com o
supratemporal. Essa relação continua sendo expressa ainda em conceitos da tradição
platônica.”
(Heidegger, 2010, p. 43, § 3).

Para Heidegger os atos de consciência, as faculdades e a atividades intelectuais são condicionadas


por um processo psíquico além dos sentidos, retomando as questões do platonismo.

3. DO DES-VELAR FÁCTICO AOS CAMINHOS DA HERMENÊUTICA

3.1 - Possíveis alusões heideggerianas do Fedro

A compreensão de Heidegger em realação a linguagem está para uma abertura fundamental;


uma retomada da noção de verdade grega. Tal como uma espécie de circularidade envolvendo o ato
compreensivo; i.e., a compreensão de si que está presente em toda compreensão filosoficamente
originária sobre algo e a noção de linguagem como a casa do ser. Para ele, a linguagem está para
além de mero instrumento comunicativo (tal como, a escrita ou mero diálogo). Se fora assim, estaria
mais para a razão instrumental, objeto este, que tem conduzido o homem para um modo inautêntico
de ser.
Compreende-se que a linguagem para Heidegger, tomada de modo essencial e originário, é
constituinte do próprio Da-sein - histórico e finito, contraposta a uma teoria proposicional lógico-
científica da linguagem.
No Fedro, mas precisamente na última parte do diálogo onde é dedicado um exame
aparentemente novo, mas presente desde o início nos diálogos, fala-se do discurso (linguagem) e
das qualidades das composições retóricas. Nesse diálogo, Platão revela que a arte de Lísias
(retórica) se restringe em “dirigir vidas”, ou seja, arte da artimanha das palavras que enganam os
homens , causando confusão a estes, chama-os de “logógrafos e rábulas” (Martins Clareth, p. 112-
117). Para Sócrates, personagem de Platão neste Diálogo, ao contrários de Lísias (outro
personagem), a retórica verdadeira, seria apenas a arte do pensamento: a dialética. Esta nada teria
de artificialismos ou habilidades dos espertalhões, como os Trasímacos (266-D).

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Para Platão, a condição da verdadeira retórica é explicitada na personagem Sócrates, como o
saber. Não é condenada a mistificação das palavras, na ficção, mas são consideradas falsas palavras.
Mas somente o sábio teria a palavra da verdade.
Em, “A vida e o Espírito3”, se baseando no Fedro, ARENTZ (1995, p. 88-95), diz:

[...] haveria um contraste da escrita com o diálogo. A escrita seria uma espécie de
versão genérica do diálogo. O diálogo seria superior porque, diferentemente de
como ocorre com a escrita, quem vai dialogar escolhe seus interlocutores, pode
respondê-lo se ele fizer uma questão e questioná-lo. O “diálogo interior”, nesse
sentido, é quando alguém conversa consigo mesmo, mas sem o intermédio das
palavras. Nesse ponto, é perceptível que a noção de pensamento não-discursivo
enquanto uma prioridade se exalta, já que não haveriam palavras nesse diálogo
interior, mas “imagens daquilo sobre o que inicialmente opinamos e falamos”.

Com referência ao Fedro, ARENDT ( 1995, p. 88) explica que a escrita, para Platão, nos
remontaria a uma espécie de esquecimento, (o que poderia ser compreendido como primeiro
empecilho dessa forma de discurso); pois ao passo que nos apoiássemos na escrita, não nos
preocuparíamos com o exercício da memória. Neste Diálogo, Platão revela que há um “silêncio
majestoso” da palavra escrita, o que resultarua no segundo empecilho, que seria o empecilho em
responder perguntas, e, por fim, o terceiro empecilho: a palavra escrita não pode escolher seu leitor.
Ao que se percebe, a conclusão platônica é de que, a palavra escrita é extremamente problemática
para carregar seu sentido próprio dentre os bons leitores – isto é, o sentido que o escritor pensou
quando escreveu – principalmente entre os maus leitores.
Heidegger (2003), ao citar a linguagem como fundamental para ilustrar a relação de sua
filosofia com a questão da subalternação do pensamento discursivo, parece se assimilar ao
platonismo em Fedro. Ele assimila compreender que o sentido da hermenêutica é um tipo de
interpretação tomada como o ato primário da compreensão por meio de uma ontologia
fundamental, tal qual explicitada anteriormente na Fenomenologia da vida Religiosa. Para tanto
requer que se investigue a proposta heideggeriana de uma abordagem contrária à abordagem
científica no intuito de compreender a vida pela experiência da própria vida, em sua facticidade e
historicidade, e de possibilitar o des-velamento do ser supondo, sempre, a estrutura existencial
do ser-lançado e do projeto, do passado e do futuro.
Com efeito, a experiência da dinâmica encontrada no Fedro revela um aspecto notável da
eficácia da hermenêutica filosófica em sua articulação com a dialética: o destronamento da
subjetividade no vir à fala da “coisa” – consigo mesmo ou com um outro. Podemos considerar essa
3
- Arendit, H. A Vida e o Espírito. Trad. Antonio Abranches, et. al.Dumara Ed. Dist. Pub. LTDA. 3ª Ed. UFRJ. RJ.1995.

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ação como estrutura mesma da nossa linguagem. Na dialética platônica, é possível identificar
melhor a relação do ser à finitude humana, afastando a pretensão de acabamento da experiência do
Absoluto na histórica. Caminho este em que Heidegger percorrerá na elaboração de sua vida fáctica.
No Fedro, Platão realiza uma crítica à palavra escrita, citando-a como coisa da
sensibilidade, morta, incapaz de falar por si. De fato, cremos que no diálogo há uma crítica muito
localizada à escrita, que, em verdade, põe-se muito mais, por meio da dialética, a fazer justiça à sua
natureza do que propriamente desqualificá-la de todo. E nesse aspecto de compreender a
Hermenêutica por traz do sentido, que Heidegger se espelhará no que se refere aos efeitos
relevantes para a própria hermenêutica filosófica.

4. CONCLUSÃO

A hermenêutica existencial, também chamada compreensão existencial ou analítica da


existencialidade, deve levar ao conhecimento do que Heidegger deu o nome de ontologia
fundamental. Ontologia quer dizer estudo do ser. Tal qual, Heidegger promove essa compreensão do
ser em sua autenticidade possível através da linguagem na finitude, o que ele definiu como vida
fática em seus primeiros escritos.
A partir de sua hermenêutica, ele propõe conhecer a verdade passa a ser experienciar a
verdade. A própria experiência do conhecer nos oportuniza ir ao encontro da verdade, que nos
possibilita conhecer e compreender o mundo e a nós mesmo. Essa experiência hermenêutica pode
ser afirmada como autêntica abertura ao outro.
Sendo assim, a experiência com o outro, com nós mesmos e com o mundo, é ontológica por
ser aquela que experimentamos antes de toda atividade racional e reflexiva. É como uma
experiência de arrebatamento na qual nos fogem as palavras para externar o nosso pensamento.
Desta forma, tal qual Platão no Fedro, Heidegger postula que a linguagem lógica e a
linguagem científica passam longe do que é mais originário e primordial: a questão do ser. Ao ser
uma proposição declarativa supõe determinações categóricas e uma postura explicativa,
controladora, redutora do ente. Tal postura é imprópria e inautêntica por ser tomada como o único
modo correto de abordar a linguagem.

5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ARENDT, Hannah. A vida do espírito. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2000. p. 85-95. Texto
Digitalizado.Disponível:<https://abdet.com.br/site/wp-content/uploads/2014/11/A-vida-do-sp
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BARROS, Leander Alfredo. O transcurso da escrita à oralidade em Platão: uma discussão acerca da
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Petrópolis, RJ: Vozes; Bragança Paulista-SP, 2010.

___________. Martin. A caminho da Linguagem.Tradução Marcia Sá Cavalcante


Schuback.Petrópolis, RJ: Vozes; Bragança Paulista-SP, 2003.

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19). Platão: o sofista. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012. (Trad.Marco Antonio Casanova)

__________. A Doutrina de Platão Sobre a Verdade. (Trad. Claudia Drucker e


Silvania Gollnick). Disponível em:< http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/verdade.htm> Acesso em: 19 out.
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MAC DOWELL, João. (2016). A Essência Da Linguagem Segundo Heidegger: Confronto Com A
Filosofia Analítica. Revista Dissertatio de Filosofia. 43. 151. 10.15210/dissertatio.v43i0.9729.
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Acesso em: 20 out. 2019.

MATTOS, Carlos Lopes de. Heidegger e o problema da filosofia: parte I. Rev. abordagem
gestalt., Goiânia, v.25, n.1, p.12-116, abr. 2019. Disponível em <
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-
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Acesso: em 20 out. 2019.

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_______. Fedro. Trad. Manuel Pulquério e Mª Tereza Chiappa de Azevedo. Lisboa: Edições 70.
1997. p. 135.

_______. Fedro. Trad. Carlos Alberto Nunes. Ed. UFPA. Belém, 2011. Disponibilizado em sala via
PDF.

_______. A República. São Paulo: Martin Claret, 2001.

STEFANI, Jaqueline; CRUZ, Natalie Oliveira da. Compreensão e linguagem em Heidegger: ex-
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Paulo, v.14,
n. 2, p. 112-127, Apr. 2019 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?
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