Reinterveno Endodntica Associada a Blindagem Coronria Imediata com Pinos Anatmicos de Fibra de Vidro Tratamento multidisciplinar parte 1
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Clnica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianpolis, v.7, n.4, p. 446-459, out./dez. 2011
Clavijo EMA, Clavijo VGR, Itikawa GN, Soares AJ, Zaia AA.
Reinterveno Endodntica Associada
a Blindagem Coronria Imediata com
Pinos Anatmicos de Fibra de Vidro Tratamento Multidisciplinar Parte 1
Immediate restoration with anatomic fiberglass after endodontic retreatment - Multidisciplinary treatment part 1
Erika Manuela Astria Clavijo *
Victor Grover Rene Clavijo **
Guilherme Noriaki Itikawa ***
Adriana de Jesus Soares ****
Alexandre Augusto Zaia *****
* Especialista e Mestranda em Endodontia pela FOP-Unicamp
** Especialista, Mestre e Doutor em Dentstica pela FOAr-Unesp
*** Mestrando em Endodontia pela So Leopoldo Mandic
**** Pesquisadora Colaboradora, rea de Endodontia, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba da FOP-Unicamp
***** Professor Associado do Departamento de Odontologia Restauradora, rea de Endodontia, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba da FOP-Unicamp
Erika Manuela Astria Clavijo
Rua Cerqueira Csar, 1078, 13330-000, Centro,
Indaiatuba/SP
[email protected]Data de recebimento: 13/06/2011
Data de aprovao: 25/07/2011
RESUMO
ABSTRACT
Reinterveno endodntica um procedimento reali-
Endodontic retreatment is a procedure performed
zado em dentes que j receberam tentativas anteriores de tra-
on teeth that have received previous attempts and definitive
tamentos definitivos, e no obtiveram xito. Duas alternativas
treatments have failed. Two alternatives can be recommended
podem ser recomendadas para resolver falhas dos tratamentos
to resolve failures of endodontic treatment: endodontic
endodnticos: retratamentos endodnticos e cirurgias perirra-
retreatment/ or periradicular surgery. Usually non-surgical is
diculares. Normalmente, o retratamento endodntico o trata-
the first choice for patients motivated to keep the teeth in the
mento de escolha para pacientes motivados a manter os dentes
oral cavity. Restorations in teeth with prior loss of tooth structure
na cavidade oral. Restauraes em dentes com perda prvia
coronal and root still a challenge. Seals intracanal glass fiber
de estrutura dental coronal e radicular ainda so um desafio.
can be indicated as they may be made directly with absolute
Retentores intrarradiculares de fibra de vidro podem ser indica-
isolation after endodontic treatment without another clinic
dos, uma vez que podem ser confeccionados de forma direta,
appointment, minimizing the risk of possible contamination,
com isolamento absoluto, logo aps o tratamento endodntico,
as well as having excellent mechanical properties. Thus the
sem necessidade de haver outra consulta clnica, o que minimi-
objective of this report is to demonstrate a clinical treatment
za riscos de possveis contaminaes, alm de esses retentores
where there endodontic reintervention in one session coronal
terem excelentes qualidades mecnicas. Este relato de caso
sealing immediately through the making of fiberglass post and
clnico demonstra um tratamento no qual houve reinterveno
composite resin provisional restoration.
endodntica em sesso nica, selamento coronrio imediato,
por meio da confeco de pinos de fibra de vidro e restaurao
provisria em resina composta.
KEYWORDS
Retreatment. Endodontics. Dental pins.
PALAVRAS-CHAVE
Retratamento. Endodontia. Pinos dentrios.
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Reinterveno Endodntica Associada a Blindagem Coronria Imediata com Pinos Anatmicos de Fibra de Vidro Tratamento multidisciplinar parte 1
INTRODUO
Reinterveno endodntica um procedimento realizado sobre dentes que j receberam tentativas anteriores de tratamentos definitivos, mas no obtiveram xito, assim, necessitam
de nova interveno, para a obteno de um resultado bem-sucedido e previsvel.1 Dessa forma, duas alternativas podem ser
recomendadas para resolver falhas dos tratamentos endodnticos: retratamentos endodnticos e cirurgias perirradiculares.
elasticidade semelhante ao do remanescente dentrio (fibra de
vidro e carbono) e melhor distribuio do estresse pela estrutura
dental, que protege a raiz de fraturas dentrias.11
A partir disso, este relato de caso clnico tem como objetivo demonstrar um tratamento no qual houve reinterveno
endodntica, selamento coronrio imediato, via confeco de
pinos de fibra de vidro e restaurao provisria, com acompanhamento de um ano do caso.
Normalmente, o retratamento endodntico o tratamento de escolha inicial e a primeira opo para pacientes motivados a manter os dentes na cavidade oral.2-3 Tal tcnica consiste
em promover eficaz desinfeco dos canais radiculares, por
meio de novo tratamento, obturao hermtica tridimensional, e
impedir a reinfeco, mediante restaurao coronria imediata.4
Dentes com canais tratados sem evidncia de inflamao tecidual e com espao do ligamento periodontal ntegro,
geralmente tratados h muitos anos, no so indicados para
reinterveno. Porm, quando a troca da restaurao estiver indicada, existe a recomendao de retratamento endodntico,
uma vez que os procedimentos restauradores so realizados
com riscos.5
A correta restaurao do elemento dental aps retratamento endodntico essencial na cura dos tecidos perirradiculares. Esse procedimento consiste na devoluo da funo e
da esttica, proteo do remanescente dental e preveno de
possvel contaminao bacteriana.6-7
Dessa forma, a restaurao de um dente tratado endodonticamente deve respeitar trs premissas bsicas: imediato
selamento, proteo da estrutura dental remanescente e restabelecimento da esttica e funo. Resinas compostas fotopolimerizveis e cermicas representam os materiais mais utilizados
na odontologia restauradora, pois oferecem diversas vantagens
em relao aos materiais precedentes, tais como elevada adeso s estruturas dentais, fcil manipulao, controle do produto durante as fases clnicas, alm de propriedades mecnicas
adequadas, algumas similares s da estrutura dentria.8
Realizar restauraes em dentes com perda prvia de
estrutura dental coronal e radicular ainda um desafio. importante buscar alternativas aos sistemas de ncleos metlicos
fundidos, nos quais a necessidade de uma etapa de laboratorial
pode gerar contaminao bacteriana pelos procedimentos de
moldagem e restaurao provisria, alm da possibilidade de
gerar efeito de cunha, que ocasiona fraturas radiculares irreversveis e condena o dente extrao aps a cimentao.9-10
Retentores intrarradicuares de fibra de vidro podem ser
indicados, por serem confeccionados de forma direta com isolamento absoluto, logo aps o tratamento endodntico. Dessa
forma, no h necessidade de outra consulta clnica, o que minimiza riscos de possveis contaminaes. Os pinos de fibra de
vidro tm excelentes qualidades mecnicas, como: mdulo de
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REVISO DA LITERATURA
Estudos in vitro comprovaram que a obturao endodntica, se exposta saliva, sofre contaminao, independentemente
da tcnica endodntica e dos materiais utilizados na terapia.12-13
O selamento coronrio de dentes tratados endodonticamente
pr-requisito para evitar-se a microinfiltrao coronria.14
Foram analisadas as causas de insucesso de 116 dentes tratados endodonticamente e que foram extrados.15 Os 116
dentes foram classificados em trs categorias: origens prottica, periodontal e endodntica. Concluiu-se que 59,4% dos fracassos foram de origem prottica, 32%, de origem periodontal e
somente 8,6%, de origem endodntica.
Avaliou-se a relao da qualidade da restaurao coronria e da obturao do canal radicular, em 1010 dentes tratados endodonticamente e com restaurao definitiva.16 Para isso,
utilizou-se o critrio radiogrfico. Os autores concluram que a
qualidade da restaurao coronria foi estatisticamente significante e mais importante do que a qualidade do tratamento endodntico para a sade periodontal apical.
Avaliou-se tambm a relao entre a qualidade da restaurao coronria, a qualidade da obturao endodntica e o
estado periodontal de 1001 dentes tratados endodonticamente.
17
Concluiu-se que a qualidade tcnica do tratamento endodn-
tico foi estatisticamente significante, mais importante do que a
qualidade tcnica da restaurao coronria, avaliando- se o estado periapical por meio de radiografias.
Estudos in vivo comprovaram que a sade dos tecidos
periapicais depende da eficcia do selamento promovido pela
restaurao coronria, da mesma forma que depende da qualidade do tratamento endodntico.6,16
A literatura recomenda que, para um bom prognstico e
para prevenir a contaminao do sistema de canais radiculares,
a cavidade de acesso deve ser restaurada corretamente, imediatamente ou o mais cedo possvel, com materiais adesivos, a
fim de se garantir o sucesso e a previsibilidade do tratamento.
Para a restaurao direta com resina composta fotoativada, a
tcnica de eleio deve ser a incremental, que tem por objetivo
minimizar os efeitos deletrios causados pela contrao de polimerizao.5,18
Clavijo EMA, Clavijo VGR, Itikawa GN, Soares AJ, Zaia AA.
Outro estudo in vivo investigou a relao de sucesso e
didos convencionais e ncleos so recomendados para canais
fracasso entre a presena da restaurao coronria e o trata-
radiculares no circulares e para quando h perda da estrutu-
mento endodntico. Foi realizado um estudo com 200 dentes
ra dentria coronria de maneira moderada e severa; 3) pinos
tratados endodonticamente. As proservaes foram realizadas
pr-fabricados paralelos, passivos, serrilhados com sistema de
aps 3,5 e 4,5 anos decorridos do tratamento endodntico. Os
caneletas so recomendados para canais circulares pequenos;
resultados mostraram que dentes com restauraes coronrias
4) pinos com caracterstica antirrotacional deveriam ser usados
definitivas proporcionam ndice de sucesso de 80%, e dentes
em situaes com canais circulares; 5) oscilamento apical ade-
sem restaurao apresentam ndice de sucesso de 60%.
quado deve ser mantido sem comprometer o comprimento do
19
A reabilitao esttica e funcional de dentes tratados en-
pino; 6) pode ser utilizado mais de um pino em dentes curtos
dodonticamente, com perda de grande quantidade de estrutura
multirradiculares; 7) pinos paralelos passivos so indicados
coronria, requer utilizao de retentores intrarradiculares.20-21 O
para remover reteno adequada, mas, quando o remanescen-
uso de sistemas de pinos pr-fabricados tem se tornado alter-
te dentinrio apical for mnimo, um pino de desenho paralelo
nativa vivel aos tradicionais ncleos metlicos fundidos.22 Pi-
com extremidade cnica pode ser preferido; 8) as qualidades
nos de fibra de vidro reforados com resina composta unem-se
retentivas da cabea do pino podem favorecer a reteno do
adesivamente dentina, por meio de sistemas resinosos, for-
ncleo; 9) o pino deveria promover compatibilidade, habilida-
mando um complexo estrutural mecanicamente homogneo.
23
de adesiva, rigidez adequada e compatibilidade esttica com a
Entretanto, a nfase deve ser dada na importncia da completa
restaurao permanente; 10) retratamento, no caso de fracasso,
restaurao coronria, para garantir xito e previsibilidade no
deveria ser facilitado; e 11) o sistema deveria ser de fcil custo
tratamento endodntico.24
e uso acessvel.
Tendo em vista a existncia de grande variedade de
A reviso acima poderia servir como guia para auxiliar o
sistemas e pinos intrarradiculares e ncleos, realizou-se25 uma
clnico na seleo de um sistema de pino e ncleo. Pesquisas
reviso de literatura, para identificar os vrios fatores que in-
futuras so recomendadas, para avaliar o sucesso clnico de pi-
fluenciam a seleo desses pinos. Por meio do Medline, foram
nos em dentes com grau variado de perda de estrutura dentria.
selecionados artigos cientficos e tambm artigos de reviso de
Em um caso clnico26 em que se utilizou a tcnica do pino
literatura na lngua inglesa, publicados no perodo de 1962 a
anatmico indireto de fibra de vidro foi descrita uma opo para
2002. As palavras chave utilizadas foram: pino, reteno, resis-
reabilitar dentes tratados endodonticamente com canais amplos
tncia fratura, sobrevivncia e esttica. De acordo com essa
ou com extensa destruio coronria, principalmente nos casos
investigao, um sistema de pino ideal deveria ter as seguintes
de razes fragilizadas, devido ao comportamento biomecnico
caractersticas: 1) Propriedades fsicas semelhantes s da den-
desse material ser semelhante ao da dentina. Esse material mi-
tina; 2) Mxima reteno com pequena remoo de dentina; 3)
nimiza o risco haver de fraturas radiculares irreversveis. 27
distribuio de tenses funcionais uniformemente ao longo da
Outro relato de caso clnico28 sugeriu que a utilizao de
superfcie radicular; 4) compatibilidade esttica com a restaura-
pinos anatmicos para canais amplos constitui tcnica racional,
o definitiva e com o tecido circunvizinho; 5) estresse mnimo
uma vez que apresenta praticidade de uso e pode ser realizada
durante a colocao e cimentao; 6) resistncia ao desloca-
imediatamente aps o tratamento ou retratamento endodnti-
mento; 7) boa reteno ao ncleo; 8) fcil retratamento; 9) com-
co, alm de utilizar materiais com mdulo de elasticidade pr-
patibilidade do material com o ncleo; 10) facilidade de uso,
ximo ao da dentina e apresentar esttica favorvel, associada
segurana e confiabilidade; e 11) custo razovel.
a restauraes indiretas sem metal. Por se tratar de uma nova
Os fatores que influenciaram a seleo do pino foram:
comprimento da raiz, anatomia do dente, largura da raiz, con-
tcnica, os autores sugeriram a realizao de estudos clnicos
longitudinais e tambm de mais informaes laboratoriais.
figurao do canal, resistncia toro, estresse, desenvolvi-
A reteno dos pinos de fibra de vidro essencial para
mento de presso hidrosttica, desenho do pino, material do
o adequado comportamento biomecnico da restaurao.29 O
pino, compatibilidade do material, capacidade de adeso, re-
digluconato de clorexidina tem sido utilizado como substncia
teno do ncleo, retratamento, esttica e tipo de coroa. A sele-
qumica auxiliar ao tratamento endodntico, devido a seu amplo
o do pino e do ncleo deveria satisfazer vrios fatores biol-
espectro de ao antimicrobiana, efeito residual (substantivida-
gicos, mecnicos e estticos relacionados para restabelecer de
de), baixa toxicidade e excelentes propriedades de limpeza.30-31
forma satisfatria um dente tratado endodonticamente, e assim
A clorexidina tem demonstrado no influenciar expressivamente
devolver sua forma e funo.
a resistncia de unio imediata.32-33 Alm disso, ela promove ini-
Os autores sugeriram as seguintes recomendaes clni-
bio das metaloproteinases, diminui a atividade colagenoltica
cas: 1) Conservar ao mximo a estrutura dentria remanescente
e sua utilizao pode colaborar para a longevidade adesiva.34-35
durante o preparo do espao para receber o pino; 2) pinos fun-
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RELATO DO CASO
Mediante exame clnico inicial, observou-se que a pa-
Paciente de gnero feminino, 26 anos, procurou trata-
ciente apresentava boa higiene oral e no tinha sinais de gengi-
mento odontolgico com queixa esttica, relatando que gostaria
vite ou doena periodontal. Como plano de tratamento, optou-se
de realizar restauraes cermicas nos incisivos centrais supe-
por retratamento endodntico dos dentes 11 e 21, confeco
riores. Aps anamnese, avaliao clnica e radiogrfica, chegou-
de pinos anatmicos de fibra de vidro imediatamente aps o
se ao seguinte diagnstico: Dente 11 tratamento endodntico
retratamento endodntico, confeco de provisrios e coroas
com pino de fibra de vidro e faceta em resina composta; Dente
ametlicas nos elementos 11 e 21.
21 tratamento endodntico com fio de ortodontia usado como
retentor intrarradicular e faceta em resina composta (Fig. 1-2).
A paciente relatou que o tratamento endodntico inicial
clnico (ALL3, Alliance Microscopia, Brasil), ultra-som (Jet Sonic
foi feito h 10 anos, devido a trauma por queda. Segundo um
Plus, Gnatus, Brasil) e inserto de endodontia (TRA 11, Dental
os incisivos centrais superiores
Trinks, Brasil); 2. Remoo do material obturador apenas com
trabalho realizado em 2010,
36
so os dentes mais afetados por trauma.
Figura 1: Sorriso inicial.
Figura 3: Retratamento endodntico.
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O retratamento foi dividido em duas etapas: 1. Remoo dos retentores intrarradiculares com auxlio de microscpio
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auxlio de brocas (gattes, Maillefer, Suia) 4, 3 e 2, e limas ma-
Figura 2: Radiografia inicial.
Figura 4: Calibragem do cone de guta-percha.
Clavijo EMA, Clavijo VGR, Itikawa GN, Soares AJ, Zaia AA.
Figura 5: Obturao e corte do cone de guta-percha.
Figura 6: a) Radiografia aps remoo dos retentores; b) Prova do cone de gutapercha; c) Obturao dentes 11 e 21.
Figura 7: Preparo dos condutos radiculares para remoo de retenes do
conduto radicular.
Figura 8: Seleo do pino de fibra de vidro.
Figura 9: Aplicao de H3PO4 no pino por 60s.
Figura 10: Lavagem do pino em gua corrente.
Figura 11: Aplicao de silano por um minuto.
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nuais (Fig. 3). Foi utilizado soro fisiolgico como substncia irri-
Preparo do conduto radicular
gadora, e clorexidina a 2% (Endogel, Essencial Pharma, Brasil)
As paredes internas do remanescente radicular foram re-
como substncia qumica auxiliar para o retratamento endodn-
gularizadas com broca esfrica em baixa rotao (2, 4 Komet,
tico. Aps a desobturao, o canal radicular foi reinstrumentado.
Brasil) e com broca 2 (Fig. 7) do sistema de pinos de fibra de
A camada de smear layer foi removida com EDTA a 17%, irriga-
vidro Exacto Translcido (Angelus, Brasil), para evitar retenes
o com soro fisiolgico (Frmula & Ao, Brasil) e a raiz foi ob-
que impedissem a modelagem do conduto. O pino de fibra de
turada. A obturao foi realizada com cimento base de xido
vidro foi introduzido no conduto (Fig. 8), para avaliao radio-
de zinco e eugenol (Endomethasone, Septodont, Canad) com
grfica e verificao da adaptao do pino extremidade final
cone nico modelado (M[EXL], Koone) (Fig. 4) e termoativao
do preparo radicular.
com onda contnua de condensao (Easy Termo, Easy, Brasil)
(Fig.5). Aps o retratamento endodntico (Fig. 6) dos dentes 11
e 21, sem remoo do isolamento absoluto, iniciou-se a con-
O tratamento da superfcie do pino de fibra de vidro (Fig.
feco dos pinos anatmicos, segundo protocolo relatado.27-28,37
6) foi realizado previamente com cido fosfrico a 37% (Fig. 9)
Figura 12: Aplicao de uma fina camada Bond.
Figura 13: Jato de ar para evaporao dos
excessos.
Figura 15: Isolamento do conduto com glicerina bidestilada
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Reconstruo interna do canal radicular
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Figura 14: Fotoativao por 60s.
Figura 16: Insero da resina composta em torno do pino de fibra de vidro.
Clavijo EMA, Clavijo VGR, Itikawa GN, Soares AJ, Zaia AA.
Figura 17 e 18: Insero do conjunto (resina composta e pino de fibra de vidro) no conduto radicular.
Figura 18.
Figura 19: Fotoativao por 10s.
Figura 20: Remoo do conjunto (resina composta
+ pino de fibra de vidro) de dentro do conduto
radicular.
Figura 22: Remoo de possveis retenes com ponta diamantada.
Figura 21: Fotoativao por 60s.
Figura 23: Pinos reembasados finalizados.
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por 60 segundos, lavagem com jato de ar e gua (Fig. 10) por
Com ponta diamantada em multiplicador de velocidade (T2, Si-
30 segundos, secagem, aplicao de silano (Fig. 11) por um
rona, Alemanha) (Fig. 22), a superfcie de resina composta foi
minuto, aplicao do adesivo (Fig.12), jatos de ar (Fig.13) e fo-
asperizada suavemente, para remoo de possveis distores
topolimerizao (Fig. 14) por 60 segundos.
aps a fotoativao. O conjunto foi reinserido, e verificou-se sua
Realizou-se o isolamento do remanescente radicular com
gel base de glicerina bidestilada, com ajuda de um micropin-
co (Fig. 23).
cel (Vigodent, Brasil) (Fig. 15). Uma poro de resina composta
O tratamento da superfcie do pino anatmico foi rea-
foi modelada ao pino com auxlio dos dedos, e o conjunto resina
lizado com cido fosfrico a 37%, por 60 segundos (Fig. 24),
composta sem fotoativao mais pino de fibra de vidro foi inse-
lavagem com jato de ar e gua (Fig. 25) por 30 segundos, se-
rido (Fig. 16-18). Os excessos foram removidos com auxlio de
cagem, aplicao de silano por um minuto, adesivo (Fig. 26)
uma esptula. O conjunto foi fotoativado por 10 segundos (Fig.
e fotoativao por 60 segundos (Fig. 27 e 28). Na seqncia,
19). O pino anatmico foi removido (Fig. 20) cuidadosamente,
realizou-se assepsia do canal radicular com clorexidina a 2%,
e completou-se a fotoativao por mais 60 segundos (Fig. 21).
por um minuto (Fig. 29), seguida de lavagem e secagem.
Figura 24: Limpeza superficial do pino
reembasado com H3PO4 por 30s e lavagem.
Figura 26: Aplicao de fina camada de adesivo no
pino reembasado finalizado.
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adaptao, finalizando-se assim a confeco do pino anatmi-
Figura 25: Lavagem com gua corrente.
Figura 27: Fotoativao por 60s.
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Figura 28: Pinos reembasados condicionados.
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Figura 29: Irrigao com clorexidina a 2%.
Figura 30: Condicionamento cido dos condutos radiculares por 15s.
Figura 31: Secagem com cone de papel absorvente.
Figura 32: Aplicao do sistema adesivo dentro dos condutos radiculares.
Figura 33: Remoo do excesso de adesivo com jato de ar.
Figura 34: Fotoativao por 60s.
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Figura 35: Insero de fina camada de cimento no pino reembasado.
Figura 37: Fotoativao por 60s.
Figura 38: Aplicao do adesivo.
Figura 39: Insero de resina composta.
Figura 40: Ncleo de preenchimento finalizado.
Figura 41: Preparo para prtese fixa dos elementos
11 e 21.
Figura 42: Molde do preparo.
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Figura 36: Cimentao dos condutos radiculares com pinos reembasados e
cimento Rely X ARC.
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Figura 43: Provisrios ps-tratamento endodntico.
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Figura 46: Radiografia
Proservao 1 ano.
Figura 44 e 45: Provisrios com resina laboratorial TPD Rodrigo Monsano.
Cimentao da reconstruo intracanal
Aps todo procedimento de tratamento do pino anat-
nados elementos provisrios indiretos com resina laboratorial
Vita (VMVLC, Alemanha) (Fig. 44 e 45).
mico, o conduto radicular foi tratado com cido fosfrico a 37%
Dessa forma, foi finalizada, em nica sesso, a reinter-
(Fig. 30) por 15 segundos, seguiram-se lavagem com gua e
veno endodntica associada a blindagem coronria imediata,
secagem com cones de papel absorvente (Fig. 31), aplicao
com pinos anatmicos de fibra de vidro.
do primer com micropincel, leve jato de ar para remoo dos
A paciente foi chamada para uma consulta de proserva-
excessos e espera de 20 segundos, aplicao de adesivo com
o, aps um ano da reinterveno endodntica. Foram reali-
micropincel (Fig. 32), remoo de excessos com cone de papel
zados testes de percusso e palpao, os quais apresentaram
absorvente, jato de ar (Fig. 33) para evaporao do solvente
resultados negativos. Foi realizada uma radiografia periapical de
e fotoativao por 60 segundos (Fig. 34). O cimento resinoso
acompanhamento (Fig. 46).
Variolink 2 de presa dual foi inserido no interior do conduto ra-
Os passos subseqentes do tratamento sero descritos
dicular, e uma camada foi aplicada ao pino, o qual foi ento
e apresentados na segunda parte do artigo onde foram realiza-
inserido (Fig. 35 e 36) no conduto radicular. Os excessos foram
dos cirurgia plstica periodontal para mascarar o escurecimento
removidos com micropincel e sonda exploradora, e foi realizada
radicular e fazer a converso do bitipo periodontal bem como
fotoativao por 60 segundos (Fig. 37).
estabelecer o posicionamento correto da margem gengival de
acordo com as proporces adequadas para reabilitao final.
Reconstruo da parte coronria
A confeco da poro coronria do pino anatmico
iniciou-se segundo o protocolo: aplicao de cido fosfrico a
37% por 60 segundos, lavagem com jato de gua, secagem,
aplicao do adesivo (Fig. 38) e fotoativao por 40 segundos.
DISCUSSO
A seguir, foi inserida a resina composta para confeco
Neste caso clnico, o retratamento endodntico foi indi-
do preenchimento da parte coronria (Fig. 39 e 40), realizou-se
cado por motivo de substituio da restaurao, devido a mi-
preparo com ponta diamantada 3098 MF (KG Sorensen, Brasil)
croinfiltrao coronria e insatisfao esttica da paciente, no
e executou-se trmino em ombro arredondado, para confeco
havendo sinais ou sintomas de insucesso clnico no tratamen-
da restaurao indireta em cermica ametlica. Para acaba-
to endodntico, porm autores5 recomendam a reinterveno
mento do trmino cervical, foi utilizado o instrumento manual
endodntica em dentes que sero submetidos a novas res-
MA2 (Safident, [pas]) e discos FlexiDisc (Cosmedent, Brasil).
tauraes e colocao de retentores intrarradiculares. A re-
Finalizados os preparos (Fig.41), iniciaram-se os proce-
contaminao de canais j tratados via infiltrao coronria ou
dimentos de moldagem. Utilizou-se silicone de adio FlexTime
exposio ao meio oral por meio de restauraes defeituosas
(Heraeus-Kulzer, Alemanha) e procedeu-se a afastamento gen-
j tem amplo respaldo na literatura, em estudos retrospectivos,
gival, pela tcnica do fio duplo (Fig. 42). As restauraes provi-
laboratoriais e clnicos. Isso justifica importncia da cimentao
srias indiretas foram confeccionadas com auxlio de uma guia
de pinos de fibra de vidro intrarradiculares imediatamente aps
de silicone Zetalabor, obtida de um modelo com enceramento
o tratamento endodntico.
diagnstico inicial (Fig. 43), e posteriormente foram confeccio-
Neste caso clnico, optou-se pela blindagem coronria
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Reinterveno Endodntica Associada a Blindagem Coronria Imediata com Pinos Anatmicos de Fibra de Vidro Tratamento multidisciplinar parte 1
(selamento coronrio), aps o tratamento endodntico, ou seja,
tor intrarradicular, e evita o aumento do volume de cimento no
os pinos de fibra de vidro foram reembasados e cimentados
interior do conduto, a probabilidade de incluso de bolhas37 e
imediatamente aps o retratamento endodntico pelo endodon-
conseqentemente a perda de reteno dos retentores intrar-
tista, com uso de isolamento absoluto. Isso diminuiu o nmero
radiculares, que a principal causa de falha dos retentores de
de sesses operatrias e o risco de contaminao do sistema
fibra de vidro.
de canais radiculares. Agregou-se ao tratamento endodntico
Pode-se considerar que, neste caso clnico, foi realizado
(nesse caso) a confeco e cimentao do ncleo de preenchi-
o imediato selamento, com proteo da estrutura dental rema-
mento, pois este tambm contribui para a reteno da restaura-
nescente e restabelecimento da esttica e da funo mastigat-
o final e para vedao do espao do canal radicular.
ria,8 conforme s evidncias clnicas e cientficas.
De acordo com relatos na literatura, a restaurao definitiva realizada imediatamente aps a concluso do tratamento
endodntico importante para o sucesso da interveno endodntica, pois impede a microinfiltrao coronria e fratura do
elemento dental.6,16,19 Embora outros autores no concordem
CONCLUSES
com esses relatos,17 a anlise de 1001 radiografias concluiu
De acordo a explanao apresentada, possvel con-
que a qualidade tcnica do tratamento endodntico mais im-
cluir que dentes endodonticamente tratados sem restaurao
portante do que a qualidade tcnica da restaurao coronria.
definitiva ou com restauraes inadequadas podem implicar ne-
Contudo, o objetivo da interveno endodntica manter o ele-
gativamente o sucesso do tratamento endodntico e a necessi-
mento dental na cavidade oral para posterior restaurao e res-
dade de reinterveno endodntica.
tabelecimento da ocluso e esttica. Logo, a restaurao tem
papel importante no prognstico do tratamento endodntico.
A participao do endodontista na reabilitao de dentes
endodonticamente tratados possibilita manuteno de melhor
Como opes de tratamento, o dente pode ser restau-
cadeia assptica aps tratamento endodntico, considerando-
rado diretamente, com resina composta, e indiretamente, com
se que o selamento coronrio fundamental para o sucesso
laminados cermicos, coroas parciais ou totais. A conduta de-
e previsibilidade do tratamento ou retratamento endodntico.
pende do grau de destruio coronria, e pode tambm ser in-
Nessa linha de raciocnio, o pino cimentado favorece melhor
dicado um pino intrarradicular para ajudar a estabilizar a poro
selamento do que qualquer restaurao provisria. A indicao
coronria.
correta dos diferentes materiais e tcnicas utilizados na reabili-
Neste caso clnico, optou-se pela utilizao de retento-
tao de dentes tratados endodonticamente depende de diag-
res intrarradiculares de fibra de vidro e pela formao de uma
nstico integrado endodontista-protesista. Cada caso clnico
restaurao monobloco, com a unio em um nico complexo
deve ser individualizado e contextualizado, de acordo com as
biomecnico entre estrutura dentria e materiais de reconstru-
condies e expectativas do paciente.
o (pino intrarradicular, agente cimentante e material de preenchimento coronrio), dadas suas propriedades mecnicas
similares s da estrutura dentria, especialmente, mdulo de
elasticidade semelhante ao da dentina (18GPa),38 possibilidade de se confeccionar o retentor em uma nica sesso, logo
aps o retratamento endodntico, com a presena de isolamento absoluto. Em ncleos metlicos fundidos, estudos recentes
demonstram que materiais rgidos (metlicos e cermicos) no
protegem o remanescente dentrio, e podem torn-lo mais susceptvel fratura, alm de haver risco de contaminao, devido
necessidade de novas consultas para confeco da fase laboratorial e cimentao.
Optou-se pelo reembasamento do retentor de fibra de
vidro com resina composta, devido ampla abertura do canal
radicular, diminuindo-se assim a espessura de cimento nos canais radiculares, pois esse tipo de tratamento exerce presso de
assentamento sobre o cimento contra as paredes dentinrias,
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