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ARTIGO REQUISITOS FUNCIONAIS PARA REGISTROS BIBLIOGRFICOS FRBR: UMA APRESENTAO

Fernanda Passini Moreno Miguel ngel Mrdero Arellano


Resumo A rea de estudos da Biblioteconomia, denominada representao descritiva, ou catalogao, tem um histrico de encontros de peritos para estabelecimento de padres de descrio de documentos, no que tange s regras e formatos. Passados quarenta anos da Declarao dos Princpios de Paris, em 1961, teve incio um re-exame de prticas e normas de catalogao, sob a responsabilidade de um grupo de estudos da Seo de Catalogao, Classificao e Indexao da IFLA-Internacional Federation Library Associations and Institutions Federao Internacional de Associaes e Instituies Bibliotecrias, materializado no relatrio final: FRBR Functional requirements for bibliographic records: final report, FRBR - Requisitos Funcionais para Registros Bibliogrficos. Representando um avano significativo na rea de representao bibliogrfica, publicado em 1998, apresenta conceitos e definies de entidades, relacionamentos e atributos, lanando um novo olhar sobre o objeto bibliogrfico, centrado no usurio e suas aes. O modelo tornou-se objeto de teses, dissertaes, grupos de estudos permanentes, tema de seminrios e projetos de pesquisa, em nvel internacional. Ao propor relacionamentos de diversas naturezas, os FRBR propem o agrupamento de entidades com semelhanas, oferecendo um maior nmero de opes ao usurio que busca informaes nos registros bibliogrficos. Apesar de ser amplamente discutido, possuindo projetos de pesquisa para implementao do modelo em softwares bibliogrficos, no exterior, no Brasil no existem registros de discusso a respeito. Este trabalho apresenta o modelo e algumas consideraes como o incio de um debate sobre o tema, que revela o futuro da descrio bibliogrfica no cenrio mundial e a criao do Cdigo de Catalogao Internacional. Palavras-chave Registro bibliogrfico; Descrio bibliogrfica; Catalogao; FRBR; IFLA.

FUNCTIONAL REQUIREMENTS FOR BIBLIOGRAPHIC RECORDS FRBR: AN INTRODUCTION


Abstract Librarianship studies related with descriptive representation or cataloguing has an historic record of specialists meetings trying to establish standards of documents description, related to rules and formats. After 40 years of the Paris Declaration of Principles, in 1961, it started a re-examination of the cataloguing practices and rules, under the responsibility of a study group from the Cataloguing, Classification and Indexing Section of IFLA International Federation Library Associations and Institutions. The result was the final report: FRBR - Functional requirements for bibliographic records. The FRBR represents a significant improvement in the bibliographic representation area. It was publish in 1982, presenting concepts and definitions of entities, relationships and attributes, giving a new look of the bibliographic object, focalizing users and their actions. The model became the object of theses, dissertations, permanent study groups, seminary issue and a research subject internationally. Proposing different kind of relationships, the FRBR proposed a gathering of similar entities, offering a larger number of options to the user who search for information into the bibliographic records. With all that international discussion and uses as a model for bibliographic software, in Brazil there is not a single record of FRBR been treated as an important issue. This paper presents the FRBR model and some considerations about it, as a proposition for discussion of the bibliographic description future worldwide and the creation of the International Cataloguing Code. Key-words Bibliographic record; Bibliographic description, Cataloguing; FRBR; IFLA.

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INTRODUO A histria da catalogao remonta s mais antigas bibliotecas que se tem conhecimento, com relatos da representao de documentos. Os catlogos manuais, como conhecemos hoje, s tiveram regras e estruturas definidas no sculo XIX, por Cutter1 apesar de terem sido idealizados, inicialmente, por bibligrafos e livreiros, interessados, apenas, na compilao de seus catlogos e bibliografias (BARBOSA, 1978). Os princpios estabelecidos por Cutter so fundamentais at hoje, como veremos adiante. O presente artigo no pretende enfocar historicamente o catlogo, sua origem, etimologia, entre outros aspectos, posto que outros autores j o fizeram (BARBOSA, 1978; MEY, 1987, 1995, 1999, 2004; TAYLOR, 2004), nem nosso objeto de estudo discutir normas e prticas. Restringimo-nos a comentar os encontros internacionais para estabelecimento de regras/normas de catalogao, que culminaram no desenvolvimento dos FRBR e em um futuro Cdigo Internacional de Catalogao. ANTECEDENTES No sculo passado, a Declarao de Princpios da Catalogao, mais comumente conhecida por Princpios de Paris (1961), apresentou um resumo das regras desenvolvidas na Conferncia Internacional sobre Princpios de Catalogao. Os Princpios marcaram poca por se tratarem de um primeiro esforo de colaborao em nvel internacional. Regem a catalogao at hoje e so usados, sempre que possvel como filosofia para cdigos nacionais. Depois da primeira fase de automao dos catlogos, com a crescente troca de dados entre agncias nacionais, se ps em evidncia a necessidade de um acordo internacional para a redao da descrio bibliogrfica (BUIZZA, 2002). Padres, normalizaes e troca de
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Cutter, Charles A. Rules for a dictionary catalog. 4a. ed., rewritten Washington D.C.: Government Printing office, 1904.

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dados/informaes comeam a ser desenvolvidos, como o formato MARC, desenvolvido nos EUA na dcada de 1960, e, no Brasil, a iniciativa CALCO, mais tarde chamada de rede Bibliodata2. Em 1968, surgem a AACR Anglo-American Cataloging Rules (a AACR2 publicada em 1978), representando o compromisso entre as novas idias de catalogao e o que foi constatado como problemas reais em grandes bibliotecas que dispunham de catlogos extensos (BARBOSA, 1978). O documento ISBD - International Standard Bibliographic Description (Descrio Bibliogrfica Internacional Normalizada), publicado pela IFLA - Internacional Federation Library Associations and Institutions Federao Internacional de Associaes e Instituies Bibliotecrias, em 1971 tem seu incio na Reunio Internacional de Especialistas em Catalogao, realizada em Copenhague (1969). Nesse documento estava sistematizada a ordem das informaes bibliogrficas, identificando elementos, dando ordem a eles e utilizando uma seqncia de pontuaes padronizadas. , at hoje, instrumento de comunicao internacional de informao bibliogrfica. Outros documentos foram surgindo, inclusive para contemplar diferentes tipos de suportes, como a ISBD(G), para oito tipos de materiais. Mey (1999, p. 7) aponta que o estabelecimento da ISBD partiu do estudo de prticas adotadas em oito bibliografias nacionais correntes, comparando-se tais prticas e buscando um elenco comum de elementos, porm no em virtude das necessidades dos usurios. Percebe-se tambm esse fato na descrio que Barbosa, op cit., nos d sobre as AACR. Parece-nos, portanto, que o foco da representao descritiva sempre se deu a partir das necessidades do usurio-meio, quais sejam, o bibliotecrio e, no sob a perspectiva do usurio-fim. A finalidade de um registro bibliogrfico, baseado no formato MARC, tambm apresenta incorrees Hegna e Mutomaa (2002, p. 2) confirmam dizendo que:
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Em 1975, ficou decidido que o formato CALCO seria adotado em nvel nacional para o processamento de dados bibliogrficos referentes produo cientfica brasileira. Para maiores detalhes, ver BARBOSA (1978).

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central information is often recorded in a way more suitable for the human mind and eye, than a computer. A discusso e anlise sobre os enlaces dos FRBR e MARC trata-se de tema j abordado por DELSEY (2002), e pelas autoras acima citadas. A IFLA tem promovido padres bibliogrficos internacionais atravs da UBCIM Programme Universal Bibliographic Control and International MARC, (Programa de Controle Bibliogrfico Universal e MARC Internacional) e programas e atividades da Diviso para Controle Bibliogrfico, que tm resultado em variados re-exames da teoria e prtica da catalogao. Passados quarenta anos dos Princpios de Paris inicia-se uma re-avaliao na teoria e prtica da catalogao, com apreciao internacional mais abrangente do que foi possvel poca. FRBR A intensificao dos custos de catalogao; a contnua necessidade de economizar no processo de catalogao; o crescimento vertiginoso de publicaes e a rpida proliferao de novos formatos e materiais com diversos novos mtodos de acesso. Esses pontos, to conhecidos dos bibliotecrios, motivaram os participantes do seminrio de Estocolmo, Sucia, em 1990, patrocinado pela IFLA UBCIM Programme e Diviso de Controle Bibliogrfico. Dentre as vrias recomendaes do seminrio, duas so a base para um reexame dos registros bibliogrficos: a necessidade de se estabelecer um nvel bsico de funcionalidade para os registros bibliogrficos em relao variedade de usurios e de mdias e que as agncias bibliogrficas nacionais ficassem responsveis por garantir que suas publicaes sassem em diversas mdias, fazendo, em conjunto, um estudo de necessidade dos usurios. Ao longo de oito anos, o grupo de estudos oriundo da Seo de Catalogao e da Seo de Classificao e Indexao da IFLA, com a colaborao de consultores e de voluntrios de vrias nacionalidades, desenvolveu os FRBR, apresentando um relatrio final em 1998, configurando uma recomendao para reestruturar os registros bibliogrficos de maneira a refletir a estrutura conceitual de buscas de informao, levando em conta a diversidade

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de: usurios - usurios da biblioteca, pesquisadores, bibliotecrios da seo de aquisio, publicadores, editores, vendedores; materiais - textuais, musicais, cartogrficos, audiovisuais, grficos e tridimensionais; suporte fsico - papel, filme, fita magntica, meios ticos de armazenagem, etc. e, formatos - livros, folhas, discos, cassetes, cartuchos, etc. que o registro possa conter.

Os FRBR oferecem-nos uma nova perspectiva da estrutura e nos relacionamentos dos registros bibliogrficos. A proposta dos FRBR :
primeiro, fornecer um quadro estruturado, claramente definido, para relacionar dados registrados em registros bibliogrficos s necessidades dos usurios destes registros. O segundo objetivo recomendar um nvel bsico de funcionalidade para registros criados por entidades bibliogrficas nacionais. (IFLA, 1998, p. 7).

No primeiro objetivo, percebe-se a inteno da proposta inovadora dos FRBR: que catlogos em linha, baseados no modelo, possam mostrar as relaes bibliogrficas mais claramente, de maneira til ao usurio, de maneira que ele possa navegar em "espaos" de informaes complexos, atravs das relaes, de maneira que as informaes nos registros, recuperadas atravs da expresso de busca do usurio, reflitam um apropriado "rol" de registros (BEACOM, 2003). Para responder s necessidades dos usurios, os Requisitos Funcionais para Registros Bibliogrficos so definidos em relao s seguintes tarefas genricas realizadas pelos usurios quando fazem buscas em bibliografias nacionais e catlogos de bibliotecas, ou os

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utilizam, chamadas user tasks: uso dos dados para encontrar materiais que correspondam aos critrios estabelecidos para a busca do usurio; uso dos dados recuperados para identificar uma entidade; uso dos dados para selecionar uma entidade adequada s necessidades do usurio; uso dos dados para encomendar, adquirir, ou obter acesso entidade descrita (IFLA, 1998, p. 8). Nota-se que as tarefas genricas acima descritas so fortemente inspiradas nos trs objetivos do catlogo, propostos por Cutter (MEY, 1987; RILEY, 2004; TAYLOR, 2004), quais sejam: 1) Permitir a uma pessoa encontrar um livro do qual ou: a) o autor; b) o ttulo; c) o assunto seja conhecido; 2) Mostrar o que a biblioteca possui: d) de um autor determinado; e) um assunto determinado; f) em um tipo dado da literatura; 3) Para ajudar na escolha de um livro: g) de acordo com sua edio (bibliograficamente); h) de acordo com seu carter (literrio ou tpico). No segundo objetivo, proposto um nvel bsico de funcionalidade. Este nvel mnimo ou bsico que o Relatrio recomenda se pautou em anlises de entidades relatadas como necessrias para os diversos tipos de usurios que contriburam com o grupo de estudos durante os oito anos que esteve em debate. Alm disso, a descrio dos elementos bsicos do modelo desenvolvido para o estudo entidades, atributos e relaes se derivaram de uma anlise lgica dos dados que se acham tipicamente refletidos nos registros bibliogrficos. As principais fontes utilizadas na anlise incluem: as ISBDs (Descries Bibliogrficas Internacionais Normalizadas), as Guidelines for Authority and Reference Entries (GARE) (Diretrizes para Entradas de Cabealhos Autorizados e Remissivas),

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as Guidelines for Subject Authority and Reference Entries (GSARE) (Diretrizes para Entradas de Cabealhos Autorizados de Assunto e Remissivas) e o UNIMARC Manual.

Dados adicionais foram coletados de outras fontes, como as AITF Categories for the Description of Works of Art (Categorias AITF para a Descrio de Obras de Arte) (IFLA, 1998, p. 4). A tcnica de anlise de entidades, atributos e relaes, qual seja, o Modelo EntidadeRelacionamento, tem sua autoria na dcada de 70 (CHEN, 1976) e posteriormente desenvolvido e ampliado. Modelos de dados so um conjunto de conceitos utilizados para descrever um banco de dados. O modelo E-R um modelo lgico com base em objetos, e a identificao de entidades e relacionamentos entendida como a captura da semntica dos dados, para projetar um banco de dados. Este modelo no visa implementao e sim modelagem/representao dos dados. A partir desta modelagem, possvel implementar um banco de dados em outros modelos de dados: orientado a objeto, relacional, etc. Entidade aqui entendida como uma coisa ou um objeto no mundo real que pode ser identificada de forma unvoca em relao a todos os outros objetos. Uma entidade pode ser concreta ou abstrata. Por sua vez, atributos so as diversas caractersticas que um tipo de entidade possui, ou propriedades descritivas de cada membro de um conjunto de entidades. Um relacionamento uma associao entre uma ou vrias entidades (CHEN, 1990, p. 21-24). Tendo a inteno de servir como modelo de referncia, os FRBR operam no nvel conceitual, no levando a anlise dos requisitos ao nvel necessrio para um modelo de dados desenvolvidos de forma completa. Os FRBR no so exatamente um modelo de

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dados, por serem [...] demasiado abstratos e genricos para serem um modelo de dados: nenhuma base de dados prtica poderia realmente ser desenvolvida exclusivamente baseados naquelas entidades, atributos, e relacionamentos que so definidos nos FRBR(IFLA, 2003)3. Esses elementos so agora apresentados: Entidades Ao todo, so listadas dez entidades, dividas em trs grupos: As primeiras quatro entidades pertencem ao primeiro grupo, que compreende as entidades que so produto de trabalho intelectual ou artstico: obra, expresso, manifestao e item. Obra uma entidade abstrata, uma criao intelectual ou artstica distinta. A entidade Expresso de uma obra a realizao intelectual ou artstica especfica que assume uma obra ao ser realizada, excluindo-se a aspectos da alterao da forma fsica. Uma Manifestao a materializao de uma expresso de uma obra, ou seja, seu suporte fsico, que podem ser livros, peridicos, kits multimdia, filmes, etc, que representada pelo Item, um nico exemplar de uma manifestao. As duas ltimas entidades refletem a forma fsica, so entidades concretas, enquanto as duas primeiras refletem o contedo intelectual ou artstico. O segundo grupo apresenta mais duas entidades, aqueles responsveis pelo contedo intelectual ou artstico, pela produo fsica e disseminao, ou pela guarda das entidades do primeiro grupo: pessoa ou entidade coletiva (ibidem).

A partir do site: http://www.ifla.org/VII/s13/wgfrbr/faq.htm.

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As quatro ltimas entidades so elencadas no terceiro grupo, um conjunto adicional de entidades que servem como assuntos de obras: conceito, objeto, evento e lugar. Alguns exemplos concretos de entidades, para maior compreenso: os primeiros, a partir de Tillett (2003, p.10), o quadro da figura 1, adaptado de Beacom (2003). Quando nos referimos a um livro, estamos descrevendo um objeto fsico, com folhas de papel e demais caractersticas que lhe so prprias. Para os FRBR, isso um item. Tambm quando nos referimos a um livro, podemos querer dizer uma publicao, conhecendo seu ISBN, inclusive. Para os FRBR, trata-se de uma manifestao. No entanto, se dissermos, um livro, que traduo de..., tendo em mente um texto em particular, em uma lngua especfica, estamos diante de uma expresso. Nota-se, na figura 1, duas obras distintas: um romance literrio e um filme.Um romance, enquanto obra, pode ser realizado de vrias maneiras: o texto original, o texto traduzido para outra(s) lngua(s), uma edio ilustrada. So vrias expresses de uma obra original. Qualquer mudana no contedo intelectual ou artstico constitui mudana na expresso. Assim, se um texto revisto ou modificado, a expresso da resultante considerada como uma nova expresso, no importando quo aparentemente pequena possa ser a modificao. Nesse exemplo, temos a expresso traduo da obra, que est contida em papel. A expresso edio ilustrada est contida nas manifestaes em papel, no formato Adobe Reader (pdf), uma pgina da internet. Um exemplo de item um livro autografado, mas poderia ser uma pgina da internet impressa ou o documento em formato Adobe arquivado em um computador. O item fsico, mesmo que virtual. O item a exemplificao da manifestao.

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Obra

ROMANCE LITERRIO

O FILME

Expresso

TEXTO
ORIGINAL

TRADUO

EDIO
ILUSTRADA

VERSO
ORIGINAL

Manifestao

PA
LIVRO AUTOGRAFADO

PDF

HTML

Item

FIGURA 1: Exemplos de entidades do grupo1

Fonte: Adaptado de Beacom (2003).

Um filme, o filme, uma obra, entidade abstrata s se realiza atravs da expresso: verso original. Verses dubladas ou legendadas de um filme so considerados apenas como diferentes expresses da mesma obra original. A expresso filme est contida em manifestaes, que poderiam estar no exemplo: em DVD ou em VHS. Quando a modificao da obra envolve um grau significativo de esforo intelectual ou artstico, o resultado visto, nos FRBR, como uma nova obra. Portanto, hipoteticamente, se o romance literrio do exemplo acima teve adaptao para o cinema e tornou-se uma obra cinematogrfica, este filme uma nova obra.

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RELACIONAMENTOS No contexto do modelo, relacionamentos servem com um veculo para descrever ligaes entre uma entidade e outra, e conseqentemente como um meio de ajuda ao usurio para navegar no universo que representado na bibliografia, catlogo, ou [em um] banco de dados bibliogrfico (IFLA, p. 56). H relacionamentos bibliogrficos implcitos, chamados nos FRBR relacionamentos de nvel alto, ou de primeiro nvel: uma obra realizada atravs da expresso, e pode s-lo em mais de uma, como no exemplo do romance literrio. No entanto, uma expresso a realizao de uma e apenas uma obra. Uma expresso pode ser materializada em uma ou mais de uma manifestao; da mesma forma uma manifestao pode materializar uma ou mais de uma expresso. Uma manifestao, por sua vez, pode ser exemplificada por um ou mais de um item; porm um item pode exemplificar uma e apenas uma manifestao. A figura 2 esquematiza essas relaes. A relao de responsabilidade associa as entidades acima descritas (primeiro grupo) s entidades do segundo grupo: pessoa e entidade coletiva. Estas podem criar uma obra, realizar uma expresso, produzir uma manifestao e possuir um item. As relaes de assunto exemplificam as relaes existentes entre uma obra e as entidades do primeiro e segundo grupos. Uma obra pode ter como assunto um(a) ou mais obra, expresso, manifestao, item, pessoa e, ou, entidade coletiva. Definir obra como entidade tambm permite estabelecer relaes indiretas entre expresses da mesma obra, nos casos em que se est incapacitado de desenhar relaes diretas entre expresses individuais; e assim sucessivamente com as demais entidades. Relacionar expresses de uma obra indiretamente, ao relacionar cada expresso obra que realiza,

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com freqncia o meio mais eficiente de agrupar expresses relacionadas (IFLA, p.18).

OBRA
realizada atravs da EXPRESSO Esta contida na
MANIFESTAO

exemplificada pelo

ITEM

FIGURA 2: Entidades do Grupo 1 e Relaes Bibliogrficas Primrias Fonte: FRBR, traduzido por MEY (1999)

Outras relaes esto presentes no modelo. Nos FRBR a importncia dos relacionamentos o foco nas tarefas do usurio. Os relacionamentos todo/parte e parte-para-parte tambm esto nos FRBR. Descrev-los, todos seria invivel no presente artigo, pela sua complexidade e inclusive por haver questes interessantes quanto sua origem e desdobramentos, que sugerem a realizao de um trabalho enfocando apenas esse assunto.

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Sumarizando os relacionamentos, temos: relacionamentos entre obra, expresso, manifestao e item, relacionamentos entre pessoas e entidades coletivas, relacionamentos de assunto, acima apresentados. Temos ainda, relacionamentos associados s quatro primeiras entidades (obra, expresso, manifestao e item) que operam mais especificamente entre instncias designadas de entidades, quais sejam:

Quadro 1 Relacionamentos presentes nos FRBR Relacionamento de Obra-para-Obra Relacionamentos Expresso-para-Expresso Relacionamentos de Todo/Parte no nvel da Obra Relacionamentos Todo/Parte no nvel da expresso Relacionamentos Manifestao-paraManifestao Relacionamentos de Item-para-Item Relacionamentos Expresso-para-Obra
Fonte: FRBR. Traduo prpria

Relacionamentos de Todo/Parte no nvel da manifestao Relacionamentos de Todo/Parte no nvel do item Relacionamentos Manifestao-para-Item

Um exemplo concreto seria o tipo de relacionamento classificado como reproduo. Entre duas manifestaes, traado o relacionamento tem uma reproduo e uma reproduo de. O quadro abaixo, retirado dos FRBR esquematiza essa relao.

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Quadro 2 - Relacionamento manifestao-para-manifestao Tipo de relacionamento Reproduo Tem uma reproduo -> <- uma reproduo de
Fonte: FRBR. Traduo prpria

Manifestao Reproduo Microrreproduo Reimpresso Reimpresso em photo-offset Facsimile

Atributos s entidades, so associados atributos, caractersticas, similares a elementos de dados, que podem ser diretamente ligados entidade ou externos entidade. Os atributos inerentes s entidades se referem s caractersticas fsicas, aspecto formal que caracterizam uma manifestao, ou outros identificados atravs do exame do item (por exemplo, informaes na capa, na pgina de rosto, colofo, etc). Os atributos externos, ou imputados a uma entidade, compreendem os identificadores daquela entidade e informaes contextuais, como por exemplo, o nmero no catlogo temtico, ou o contexto em que a obra foi realizada. Geralmente, requerem o uso de outras fontes para estabelec-los (GUERRINI, 2001; BEACOM, 2004). Atributos ou metadados so como os elementos de descrio bibliogrfica propriamente ditos. Nos FRBR, so categorizados de acordo com as entidades, incluindo os mais diferentes tipos de materiais e suas caractersticas. Abrange desde registros sonoros tendo como atributos modalidade de captao, meio fsico, extenso do suporte, velocidade de execuo (no caso de uma manifestao), at objetos cartogrficos, por exemplo, que possuem, na expresso, como atributos: escala, projeo, tcnica de apresentao, entre outros. Um recurso eletrnico de acesso remoto, por exemplo, apresenta como atributos as

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caractersticas do arquivo, forma de acesso, endereo de acesso, e assim por diante. O usurio formula suas buscas atravs dos atributos: autor de determinada obra, ttulo desta, editora e assim sucessivamente. A principal contribuio em definir as entidades poder estabelecer as distines entre uma obra e outra, entre uma obra e sua expresso, entre duas expresses, atravs de atributos, e usar as diferenas nestes atributos para demonstrar as diferenas no contedo intelectual ou artstico (IFLA, 1998, p.18). COMENTRIOS FINAIS Aps a apresentao dos FRBR, temos que: as tarefas de usurio (user tasks) apresentam conceitos expandidos da filosofia que regem a confeco de catlogos. As entidades, como descritas, refletem uma nova percepo sobre o objeto bibliogrfico: ao distinguir o contedo da forma fsica, e relacion-los, agrupam-se entidades com semelhanas, porm, de forma mais abrangente do que as opes de um catlogo comum (mesmo que eletrnico) podem oferecer. Ao propor relacionamentos de diversas naturezas, novamente so agrupadas entidades com semelhanas, oferecendo um maior nmero de opes ao usurio, como vemos os relacionamentos refletidos no registro bibliogrfico proporcionam [uma] informao adicional que ajudam o usurio a fazer novas conexes entre a entidade encontrada e outras entidades que se relacionam com aquela entidade (IFLA, p. 56). Ao detalhar os atributos das entidades, os FRBR propem uma descrio bibliogrfica muito completa e abrangente, usando os dados adicionais, mais uma vez, para relacionar objetos que guardem alguma semelhana. poca da publicao, parte do texto, presente nos FRBR, julgava o estudo ainda possvel de expanso, no se pretendendo completo, e que poderia ser a base para uma reviso de formatos, como o MARC.

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A IFLA continua monitorando a aplicao e promovendo seu uso e desenvolvimento, mantendo atravs da Seo de Catalogao um grupo permanente de estudos, para expanso do modelo, aplicao na prtica da catalogao, ensino e treinamento, em outras atividades. Como os FRBR se tornaram objetos de pesquisa envolvendo as mais diversas abordagens, resultando em teses, dissertaes, seminrios de alcance internacional, entre outros, possui uma bibliografia constantemente atualizada de textos completos, artigos, livros, em linha ou impressos. A bibliografia4 abrange as tradues para sete lnguas, aspectos tericos, (algumas questes, mesmo aps aprovao do relatrio final, ainda esto em aberto); os impactos nos padres vigentes de catalogao; aspectos relativos implementao, na forma de softwares especficos, entre tantos outros assuntos a eles relacionados. mantida, ainda, uma ativa lista de discusses5 moderada por Patrick LeBuf. Os FRBR esto acima de cdigos e normas, porm baseadas nelas, como as ISBDs, alm de servirem como base para reflexo sobre a estrutura do Cdigo de Catalogao AngloAmericano - AACR2 e das ISBDs. O vocabulrio preciso pode auxiliar designers/fabricantes de sistemas irem ao encontro das necessidades dos usurios. Atualmente (2005), h uma ampla srie de estudos a respeito da aplicao, implementao dos FRBR, envolvendo instituies como OCLC (On Line Computer Library Center), com quatro projetos em andamento; VTLS (Virginia Tech Library System); Indiana University (Digital Music Library Project), entre outros projetos. Um software de gerenciamento de registros bibliogrficos (ou software bibliogrfico), ancorado no modelo, ofereceria aos usurios do catlogo mais opes do que um software

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Disponvel em: http://www.ifla.org/VII/s13/wgfrbr/bibliography.htm . Disponvel em: http://www.ifla.org/VII/s13/wgfrbr/listserv.htm. Inscrio a partir de: http://infoserv.inist.fr/wwsympa.fcgi/info/frbr.

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comum: o exemplo de desenvolvimento deste, pela VTLS6, mostra quo amplas ficam as possibilidades de escolha do usurio, a partir dos relacionamentos. Conclumos, afirmando que o lanamento de diretrizes para um Cdigo Internacional de Catalogao, ICC, no encontro de peritos patrocinado pela IFLA, 2003 (IFLA Meeting of Experts on an International Cataloguing Code IME ICC), e seu documento base7, lanado no segundo encontro em 2004, j incorporando os conceitos dos FRBR, exemplificam o impacto do modelo e configuram o novo cenrio da catalogao mundial. Sugerimos que se inicie um debate nacional a respeito, e que os usos, a prtica e o ensino de catalogao se pautem pelos mais avanados conceitos e aplicaes em desenvolvimento na rea. REFERNCIAS BARBOSA, A. P. Novos rumos da catalogao. Rio de Janeiro: BNG/Brasilart, 1978. BEACOM, Matthew. The once & future catalog: the FRBR model, users and catalogs. Disponvel em: < http://www.library.yale.edu/~mbeacom/talk/Once%20and%20Future%20Catalog2.ppt> Acesso em: 02 nov. 2004. BUIZZA, Pino. Dai Principi di Parigi a FRBR. "Bibliotime", v. 5, n. 1, 2002. Disponvel em: <http://www.spbo.unibo.it/bibliotime/num-v-1/buizza.htm>. Acesso em 13 out. 2004. CHEN, P. Modelagem de dados: a abordagem entidade-relacionamento para projeto lgico. Traduo de Ceclia Camargo Bartalotti. So Paulo: Mcgraw Hill, 1990. DELSEY, Tom. Functional analysis of the MARC 21 bibliographic and holdings formats. Washington:Library of Congress, January 4, 2002 [cited 6 February 2002]. Disponvel em: <http://www.loc.gov/marc/marc-functional-analysis/functional-analysis.html> Acesso em: 10 fev. 2005.

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Miguel ngel Mrdero Arellano Doutorando em Cincia da Informao, CID, UnB e-mail: miguel@ibict Fernanda Passini Moreno Graduada em Biblioteconomia e Cincia da Informao, UFSCar. Mestranda em Cincia da Informao, CID,UNB. Bolsista CAPES. e-mail: [email protected] Artigo aceito para publicao em: 07/ 2005

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