Contexto Histrico da Cruzada rumo a Jerusalm
At antes de 1071 o domnio dos rabes islmicos a Palestina, no havia
gerado nenhum grande problema aos cristos que podiam professar sua f e
peregrinarem aos locais sagrados. Porm a partir de 1071 com a tomada da
Terra Santa pelos turcos otomanos, a situao teve uma reviravolta , pois estes
eram intolerantes com os cristos e no mais permitiam cultos, o peregrinaes
cidade ou qualquer outra forma de manifestao religiosa crist.
Apenas uma instituio poderia ser influente o suficiente para dar um basta e
atravs de Urbano II,o papa vigente, resolveu reagir para incluir novamente a
igreja no mapa poltico, atravs da cruzada. A primeira cruzada nasceu pela
busca da conquista de poucas centenas de terras, com um valor de f
incomparvel: Jerusalm.
Atravs de um discurso eloqente e persuasivo feito no Conclio de Clemont
em 1095, os fiis aderiram a campanha e se prontificaram. Segue o discurso
feito pelo papa Urbano II:
Francos, de quantas maneiras Nosso Senhor os abenoou? Vejam quo
frteis so suas terras. Quo verdadeira sua f. Quo indisputvel sua
coragem. A vocs, abenoados homens de Deus, dirijo essas palavras. E que
no sejam levadas levianamente, pois so expressas pela Santa Igreja, que,
pelo sagrado pacto com Nosso Senhor, Sua santssima voz na terra. Vs que
sois justos e bons, vs que brilhais em santa f escutai. Que saibam de justa e
grave causa que nos rene hoje aqui, sob o mesmo teto, na piedade de Nosso
Senhor. Relataremos fatos horrveis. Ouvimos sobre uma raa de homens
sados de presena profana e falta de f. Turcos, Persas, rabes,
amaldioados, estranhos a nosso Deus, que devastam por fogo ou espada as
muralhas de Constantinopla, o Brao de So Jorge. At hoje, por misericrdia
do Supremo, Constantinopla foi nossa pedra, nosso bastio de f em 3
territrio infiel. Agora essa sagrada cidade encontra-se desfigurada, ameaada.
Quantas igrejas esses inimigos de Deus poluram e destruram? Ouvimos de
altares e relquias sendo dessecrados por sujeira produzida por corpos Turcos.
Ouvimos sobre verdadeiros crentes sendo circuncidados e o sangue desse ato
sendo vertido em pias batismais. O que podemos dizer a vocs? Turcos
transformam solo sagrado em estbulo e chiqueiro, expelem o contedo de
seus ftidos e putrefatos corpos em vestimentas dos emissrios da palavra de
Nosso Senhor. Os descrentes foram Cristos a ajoelhar sobre essas roupas
imundas, curvar as cabeas e esperar o golpe da espada. Essas vestes, que
atravs da imundcie e sangue so testemunhas de aberraes na falta da
verdadeira f, so exibidas junto com corpos dos mrtires. O que mais
devemos lhes dizer, fieis? Turcos abusam de mulheres Crists. Turcos
abusam de crianas Crists. Pensem nos peregrinos da f que cruzam o mar,
obrigados a pagar passagem em todos os portes e igrejas de todas as
cidades. Quo freqente esses irmos no sangue do Cristo passam por
humilhaes e falsas acusaes? Aqueles que crem em pobreza, como so
recebidos nesses lugares de nenhuma f? So vasculhados em busca de
moedas escondidas. As calosidades em seus joelhos, causadas pelo ato de f
ao Nosso Senhor, so abertas por lminas. Aos fiis so dadas bebidas de
natureza vomitria para que sejam vasculhadas suas emisses estomacais.
Aps isso so ainda obrigados a sorver excremento liquefeito de bodes e
cabras de forma a esvaziar suas entranhas. Se nada for encontrado que
satisfaa essas crias infernais, fieis, escutem. Turcos abrem com lmina da
espada as barrigas dos verdadeiros seguidores, em busca de peas de ouro
ingeridas e assim escondidas. Espalham e retalham entranhas mostrando
assim o que a natureza manteria secreto. Tudo a procura de riquezas ou por
prazer insano. Turcos perfuram os umbigos dos fiis, amarram suas tripas a
estacas e afastam os Cristos, prendendo-os com cordas a outro poste, de
forma a que vejam suas prprias entranhas endurecendo ao sol, apodrecendo
e sendo consumidas por corvos e vermes. Os Turcos perfuram irmos na f
com setas, fazem dos mais velhos alvos mveis para seus malditos arcos.
Queimam os braos e pernas dos mrtires at o negro e soltam ces famintos
para os devorar, ainda vivos.
E ento a conclamao:
Francos, o que dizer? O que mais deve ser dito? A quem, pois, deve ser
dirigida a tarefa de vingana to santa quanto a espada de So Miguel? A
quem Nosso Senhor poderia confiar tal tarefa seno aos seus mais
abenoados e fiis filhos? Francos, vocs no so habilidosos cavaleiros?
Poderosos guerreiros na palavra de Deus? Prximos a So Miguel na
habilidade de expurgar o mal pela espada? Dem um passo a frente! No mais
levantaro as espadas entre si, ceifando vidas e pecando contra A palavra.
Aproximem-se guerreiros abenoados. Os que dentre vocs roubaram tornem-
se agora soldados, pois a causa suprema. Aqueles que cultivam mgoas
juntem-se aos seus causadores, pois a irmandade essencial ao objetivo.
Aproximem-se os que desejam vida eterna, aproximem-se os que desejam
absolvio no sagrado. Saibam que Nosso Senhor espera seus filhos em lugar
abenoado. Na palavra do Santssimo seguiro e combatero, no deixem que
obstculos os parem, creiam Na palavra e nada os deter. Deixem todas as
controvrsias para trs! Unam-se e acreditem! No permitam que posses ou
famlia os detenham. Lembrem-se das palavras de Nosso Salvador, Aquele
que abandonar sua morada, famlia, riqueza, ttulos, pai ou me pelo meu
nome, receber mil vezes mais e herdar a vida eterna. Se os Macabeus dos
tempos de outrora conquistaram glria pela sua luta de f, da mesma forma a
chance ofertada a vocs. Resgatem a Cruz, o Sangue e a Tumba. Resgatem
o Glgota e santifiquem o local. No passado vocs no lutaram em perdio?
No levantaram ao contra iguais? Orgulho, avareza e ganncia no foram
suas diretivas? Por isso vocs merecem a danao, o fogo e a morte perptua.
Nosso Senhor em sua infinita sabedoria e bondade oferece aos seus bravos,
porm desvirtuados filhos, a chance de redeno. A recompensa do sagrado
martrio. Francos,ouam! Deixem a chama sagrada queimar em seus
coraes! Levem justia em nome do Supremo! Francos! A Palestina lugar de
leite e mel fluindo, territrio precioso aos olhos de Deus. Um lugar a ser
conquistado e mantido apenas pela f. Pois chamamos por suas espadas!
Lutem contra a amaldioada raa que avilta a terra sagrada, Jerusalm, frtil
acima de todas outras. Glorifiquem suas peregrinaes para o centro do
mundo, consagrem-se em Sua paixo! Alcancem a redeno pela Sua morte!
Glorificado pelo Seu tmulo! O caminho ser longo, a f no Onipotente tornar-
lhe- possvel e frutfera. No temam Francos! No temam tortura, pois nela
reside a glria do martrio! No temam a morte, pois nela reside a vida eterna!
No temam dor, pois sero resignados! Os anjos apresentaro suas almas a
Deus, o Santssimo ser glorificado pelos atos de seus filhos! Vejam a sua
frente aquele que voz de Nosso Senhor! Sigam Sua presena e palavras
eternas! Marchem certos da expiao de seus pecados, na certeza da glria
imortal. Deixem as hordas do Cristo Rei se atracar com o inimigo! Os anjos
cantaro suas vitrias! Que os conhecedores Da palavra entrem em Jerusalm
portando o estandarte de Nosso Senhor e salvador! Que o smbolo da f seja
mostrado em vermelho sobre o imaculado branco, pureza e sofrimento
expressados! E que Sua palavra se faa ouvida como retumbante trovo,
trazendo medo e luz para os infiis! Que agora o exrcito do Deus nico grite
em glria sobre os Seus inimigos!
Pela viso espiritual de todas as promessas feitas pelo Papa, os bravos
homens ento prontificaram-se e foram a guerra.
Mas no apoiados apenas nisso, pois havia um propsito econmico envolvido,
alm da necessidade de conquista de terras. Segundo James Bure
(pesquisador de Histria Medieval da Universidade de Ohio EUA), eles
tinham como objetivo tambm, escoar o excesso de mo-deobra ociosa na
Europa. Haja vista que havia uma baixa na produo e escassez de recursos
naturais , aparecendo junto ao crescimento excessivo da populao.
Denominaram ento Cruzada , no porque cruzariam uma extenso de terras
em busca da libertao de Jerusalm e dos cristos a sua expresso, mas
porque escolheram ali a cruz para representar sua guerra. Logo, ela estava
estampada em suas armas e vestes.
Ao passo que os nobres se organizavam para sarem rumo a conquista, a
mensagem do Papa foi levada aos pobres tambm, que resolveram aderir a
esse movimento. Um pregador, Pedro, o eremita, levou com tanto entusiasmo
que as pessoas passaram a segu-lo e em abril de 1906 reuniram-se em
Colnia (atual cidade na Alemanha) . Seu exercito era totalmente sem preparo
militar mas partiam no vero cheios de f, porm sem nenhuma proviso.
Assim, atacavam cidades e mendigavam , saqueando cidades e levando medo
e terror as pessoas, at se encontrarem com o exrcito turco (bem treinado a
propsito) que os massacrou, vendendo os sobreviventes como escravos, e
poucos conseguiram fugir para contar a histria.
Os Nobres se organizaram e saram durante o ano de 1096, em 1097 j
estavam em Constantinopla e conseguem o apoio de Aleixo. No caminho de
Antioquia , tomam a cidade de Nicia que estava nas mos dos turcos,
continuam sua jornada , e se deparam com o execito turco onde em uma
sangrenta batalha, tm a vitoria porm com muitas percas. Caminharam rumo
a Antioquia e vieram a conquist-la mediante uma traio por parte de Firouz.
Um tempo aps a tomada de Antioquia, chegaram turcos para retom-la e
mediante um milagre no houve necessiade de uma guerra. Balduno se auto
intitulou prncipe , e o exrcito resolveu voltar ao caminho de Jerusalm. Em 15
de junho de 1099 com a direo de Godofredo de Bulho invadem atravs dos
grandes muros a cidade, abrem seus portes e com muita violncia contra
judeus e mulumanos conquistam novamente a cidade e caem de joelhos
diante do santo sepulcro , agradecendo a Deus pela vitria, menosprezando o
estrago feito no decorrer do caminho. Aps a conquista, houve a diviso em
quatro estados cristos: Condado de Edis, o Principado de Antioquia, o
Condado de Trpoli e o Reino de Jerusalm.
Diante desses fatos, ficaram conseqncia em diversos mbitos. No aspecto
Militar, foi um fracasso devido o sacrifcio da vida de tantas pessoas, porm
houve a criao de Ordens militares entre as quais esto a dos Hospitalrios e
a dos Templrios ( esta ordem era um brao da Maonaria Medieval, que
naqueles tempos era intimamente ligada Igreja Catlica), em aspecto
econmico e social, houve a morte de muitos senhores feudais,e o
empobrecimento da populao sobrevivente, o que aumentou a autoridade da
monarquia na Europa , resultante no estado moderno europeu, alm de
aprendizados e a limitao da intolerncia religiosa um pouco mais explicita.
REFERENCIA BIBLIOGRFICA
CRUZADAS (artigo)
Autores: Texto e argumento Onas Sales Pesquisa, Editorao e Fotografia
Fbio Silveira Consultoria e Apoio Joaldo Moraes
Disponvel em:
http://linux.alfamaweb.com.br/sgw/downloads/142_082706_CRUZADAS.pdf ,
na data : 30/11/2016.