SEL 329 – CONVERSÃO
ELETROMECÂNICA DE ENERGIA
Aula 05
Revisão da Aula 04
Excitação em corrente alternada:
E max 2πfN
E rms = = φ max = 4,44 fNφ max = 4,44 fNAn Bmax
2 2
e
φ E
Φ
Revisão da Aula 04
Indutância:
N2 N2
L= =
l ℜ
µA
Indutância na presença de entreferro:
µ0 N 2 A N2 N2
L= = =
g g ℜg
µ0 A
Revisão da Aula 04
Indutância mútua:
λ1 L11 L12 i1
=
λ2 L21 L22 i2
Energia armazenada:
WB 1 1
= µH 2 = µ r µ 0 H 2 [J/m 3 ]
volume 2 2
Revisão da Aula 04 - Exercício
No circuito magnético da figura abaixo, a relutância magnética total referente aos dois polos é Rp e a
relutância do entreferro é Rg. O comprimento total médio das trajetórias do fluxo nos dois polos é lp e
no entreferro é lg. Em cada uma das circunferências, o comprimento médio, partes superior e inferior, é
lc e cada relutância é representada por Rc. Determinar a indutância própria e as indutâncias mútuas dos
enrolamentos de N1 e 2N2 espiras, admitindo a dispersão de fluxo desprezível, material magnético
homogêneo e operação com permeabilidade magnética constante. Considerar que as correntes entram
pelos terminais a1 e c1.
Tópicos da Aula de Hoje
• Perdas em circuitos magnéticos:
perdas por histerese
perdas por correntes parasitas (correntes de Foucault)
Perdas no núcleo
Quando um núcleo de material ferromagnético é sujeito a uma densidade de fluxo
magnético variável no tempo, existem duas causas de perdas de potência na forma
de calor no núcleo.
• Perdas por correntes parasitas (correntes de Foucault)
• Perdas por histerese
Perdas por correntes parasitas (correntes de Foucault)
Correntes parasitas: são correntes induzidas no material ferromagnético (núcleo)
devido à ação do campo magnético variável que atravessa o núcleo (Lei de indução
de Faraday).
Perdas por correntes parasitas (correntes de Foucault)
Como minimizá-las?
(a) Os núcleos de material ferromagnético são montados com chapas finas (folhas)
com uma camada isolante entre as laminações sucessivas (núcleo laminado), de
forma a aumentar a resistência às correntes parasitas.
Perdas por correntes parasitas (correntes de Foucault)
Como minimizá-las?
(b) Pode-se também utilizar materiais com alta resistência elétrica para a construção
do núcleo. Adicionando uma pequena porcentagem de silício (por exemplo 4%) ao
material ferromagnético, o aumento da resistência é significativo.
Perdas por correntes parasitas (correntes de Foucault)
As perdas por correntes parasitas em um circuito magnético sujeito a um fluxo
variável podem ser estimadas por:
2
Pe = K e Bmax f2
Ke é uma constante cujo valor depende do material e da espessura das lâminas que
compõem o núcleo.
Com a laminação do núcleo, o seu volume efetivo é menor do que o bruto, uma vez
que existe um espaço entre as lâminas empilhadas. Assim, define-se o fator de
empilhamento do núcleo:
Volefetivo
kc =
Volbruto
Os valores típicos de kc são aproximadamente iguais a 0,95.
Perdas por histerese
Quando o material magnético é submetido a um campo magnético alternado, os
dipolos magnéticos se atritam para inverter sua polaridade norte-sul em cada ciclo.
Este atrito constante aquece o material ferromagnético, gerando perdas por calor.
Essas perdas são denominadas perdas por histerese.
Hl
i=
N
dλ dφ dB
e= =N = NA
dt dt dt
Perdas por histerese – estudo quantitativo
Em um dado intervalo de tempo, a energia no núcleo magnético pode ser calculada
por:
t2 t2 t2 B 2
dB Hl [J]
W= ∫ ∫ ∫
p dt = ei dt = NA
dt N ∫
dt = Al HdB
t1 1t t1 1B
sendo Al o volume do núcleo
B2
∫ HdB é a área acima da curva B-H
B1
A energia total por unidade de volume é:
B2
W= ∫ HdB [J/m3]
B1
Perdas por histerese – estudo quantitativo
Um aumento na densidade de fluxo magnético B de B1 para B2, resulta em um
aumento de energia por unidade de volume expressa por:
B2
W= ∫ HdB
B1
Integral em B = área acima da curva
Perdas por histerese – estudo quantitativo
Um decréscimo na densidade de fluxo magnético B de B2 para B1, resulta em um
decréscimo de energia por unidade de volume expressa por:
B1
W= ∫ HdB
B2
Integral em B = área acima da curva
Perdas por histerese – estudo quantitativo
As perdas podem ser calculadas por: ∆Wperdas = ∆Wfornecida − ∆Wdevolvida
Perdas por histerese – estudo quantitativo
Repetindo a análise para um ciclo elétrico, temos:
Perdas ∝ Área do ciclo de histerese
Perdas por histerese – estudo quantitativo
A integral ∫ HdB para o laço de histerese completo fornece a área interna do
ciclo de histerese e corresponde às perdas de histerese por unidade de volume do
núcleo por ciclo.
Wperdas ciclo ∫
= HdB [J/m3]
ou
Wperdas ciclo ∫
= Al HdB [J]
Perdas por histerese – estudo quantitativo
Em termos de potência, a perda considerando o efeito de histerese é dada por:
Ph = Volume × f × Área do laço de histerese
Ph = Alf ∫ HdB
sendo f a frequência de variação da corrente i.
Embora a fórmula acima seja precisa, a avaliação da área do laço de histerese é uma
tarefa difícil devido à relação não-linear entre B e H.
Perdas por histerese – estudo empírico
A área de laço de histerese para materiais utilizados em máquinas elétricas pode ser
aproximada pela seguinte equação empírica (desenvolvida por Steinmetz - GE):
Área do laço de histerese:
∫
n
HdB = K h Bmax
onde: Bmax é a máxima densidade de fluxo e n varia de 1,5 a 2,5 e Kh é uma
constante. n e Kh podem ser obtidos a partir de testes de laboratório para cada material.
Assim, a potência das perdas é determinada empiricamente por:
n
Ph = K h Bmax f
Perdas no núcleo
A soma das perdas por histerese e por correntes parasitas define a perda total de
energia no núcleo ferromagnético
Pn = Ph + Pe
2
n
Pn = K h Bmax f + K e Bmax f2
• As perdas do núcleo podem ser facilmente determinadas utilizando-se um
wattímetro.
• Contudo, não é fácil determinar quanto das perdas é devido às correntes
parasitas e quanto é devido ao ciclo de histerese.
• Esta decomposição das perdas, usualmente, não é importante.
Exemplo
Considere uma bobina enrolada sobre um núcleo magnético excitado,
separadamente, pelas seguintes fontes de tensão
(a) 100 V, 50 Hz
(b) 110 V, 60 Hz
Compare as perdas por histerese e por correntes de Foucault para os dois casos.
Considere n = 2 para as perdas por histerese.
Solução:
Ph = Kh Bmaxnf
Pe = Ke Bmax2f2
Kh e Kn não dependem da frequência. Para excitação em corrente alternada, temos:
Erms = 4,44 fNABmax → Bmax = Erms/(4,44 fNA)
Exemplo
Portanto, as perdas por histerese são dadas por:
2 2
K h E rms E rms
Ph = 2
= K h'
(4,44 fNA) N 2 . A2 . f
2
E
K h' 2 rms2,b 2 2
Ph ( b ) N .A . f b Erms ,b f 110 50
= 2
= 2 a
= × = 1,21× 0 ,833 = 1,00833
Ph ( a ) ' Erms ,a Erms ,b f b 100 60
Kh 2 2
N .A . f a
A mudança da fonte de (a) para (b) eleva as perdas por histerese em 0,83%.
Exemplo
Perdas por correntes parasitas:
2 2
2 2 E rms 2 E rms
Pe = K e Bmax f = Ke 2
f = K e'
(4,44 fNA) N 2 .A2
2
E
K e' 2rms ,b2 E 2 2
Pe ( b ) N .A = rms ,b = 110
= 2 2 2
= 1,21
Pe ( a ) ' Erms ,a Erms ,a 100
Ke 2 2
N .A
A mudança da fonte de (a) para (b) eleva as perdas por correntes parasitas em 21%.
Próxima Aula
• Corrente de excitação
desprezando histerese
considerando histerese
• Ímãs permanentes