CEULP/ULBRA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
Projeto de Pavimentação
Rodoviária
AULA 4
Fernando Moreno Suarte Júnior
Engenheiro Civil, Arquiteto e Urbanista
Pós Graduação - MBA em Gestão Eficaz de Obras e Projetos
Mestre em Engenharia
Palmas – TO, 7 junho de 2010
PAVIMENTO
PAVIMENTO:
É a estrutura construída sobre a terraplenagem e destinada,
técnica e economicamente, a:
a) Resistir aos esforços verticais oriundos do tráfego e distribuí-
los;
b) Melhorar as condições de rolamento quanto ao conforto e
segurança;
c) Resistir aos esforços horizontais (desgastes), tornando mais
durável a superfície de rolamento;
PAVIMENTO
SISTEMAS DE
CAMADAS:
Camadas de
espessuras finitas
que se assenta sobre
um semi - espaço
infinito e exerce
função de fundação
da estrutura,
chamado de
subleito.
Autor: Senço
PAVIMENTO
SISTEMAS DE CARGAS:
As cargas são transmitida por
meio das rodas pneumáticas dos
veículos.
A área de contato entre os pneus
e o pavimento tem a forma
elítica, e a distribuição (pela
forma do pneu) é parabólica.
A pressão máxima é exercida no
centro da área carregada.
Autor: Senço
PAVIMENTO
SISTEMAS DE CARGAS:
Para efeito de estudo da ação das cargas, visando
dimensionamento do pavimento, pode-se admitir uma carga
aplicada gerando uma pressão de contato uniformemente
distribuída numa área de contatos circular.
A pressão de contato é aproximadamente igual a pressão dos
pneus, sendo a diferença desprezível para efeito do
dimensionamento.
As pressões calculadas são referidas às cargas das rodas – carga
de roda -, muito embora geralmente se faça referência a cargas por
eixo.
PAVIMENTO
SISTEMAS DE CARGAS:
Temos que:
Q/2 = carga de roda do veículo;
q = carga de contato
r = raio da área circular de contato
Q = 2.π.r².q
r = [(Q/2) / π.q] ¹/²
Para os eixos simples a P.C.A (Portland Cement Association) adota
os raios das área de contato efetivas (ver tabela)
r2 = m. [(Q/2) / π.q] ¹/²
PAVIMENTO
Cargas sobre rodas duplas (tf) r2 (cm)
2,7 16,50
3,6 18,30
4,5 20,30
5,4 22,10
6,3 23,40
7,2 24,40
8,1 25,20
9,1 26,20
PAVIMENTO
DISTRIBUIÇÃO DAS PRESSÕES
Para compreender as definição das camadas, é preciso
considerar que a distribuição dos esforços através do mesmo deve
ser tal que as pressões que agem na interface entre o pavimento e
a fundação, ou subleito, sejam compatíveis com a capacidade de
suporte desse subleito.
As pressões de contato (q) são distribuídas de acordo o
ângulo α, de modo que a pressão aplicada deve ser considerada a
profundidade z=0, a partir daí as pressões estão referidas a
profundidades crescentes, chegando a interface entre o pavimento
e o subleito, com a profundidade z, com uma pressão σ2
PAVIMENTO
σ 2 = q . {1/[1+(z/r)*tg α]²}
PAVIMENTO
EXERCÍCIO 1:
Qual a pressão aplicada no subleito de uma carga por eixo
simples Q= 10,0tf, aplicada segundo um círculo de raio de r=15cm,
e um pavimento de espessura z=20cm e α=45° ?
Fórmulas:
Q = 2.π.r².q
σ 2 = q . {1/[1+(z/r)*tg α]²}
Obs.: q é dado em kgf/cm²
PAVIMENTO
CÁLCULO – EXERCÍCIO 1
Q = 2.π.r².q
10.000 = 2 * 3,1416 * 15² * q
q = 7,07kgf/cm²
σ 2 = q . {1/[1+(z/r)*tg α]²}
σ 2 = 7,07 . {1/[1+(20/15)*tg 45]²}
σ 2 = 1,29kgf/cm²
PAVIMENTO
RESULTATO:
q = 7,07kgf/cm²
σ 2 = 1,29kgf/cm²
A pressão aplicada no subleito, nas condições impostas, é na
ordem de um quinto da pressão de contatos no topo do pavimento.
PAVIMENTO
EXERCÍCIO 2:
Qual a pressão aplicada no subleito de uma carga por eixo
simples Q= 15,0tf, aplicada segundo um círculo de raio de r=16cm,
e um pavimento de espessura z=30cm e α=45° ?
Fórmulas:
Q = 2.π.r².q
σ 2 = q . {1/[1+(z/r)*tg α]²}
Obs.: q é dado em kgf/cm²
PAVIMENTO
CÁLCULOS EXERCÍCIO 2:
Q = 2.π.r².q
15.000 = 2 * 3,1416 * 16² * q
q = 9,33kgf/cm²
σ 2 = q . {1/[1+(z/r)*tg α]²}
σ 2 = 9,33 . {1/[1+(30/16)*tg 45]²}
σ 2 = 1,13kgf/cm²
PAVIMENTO
LIMITES ESTABELECIDOS PELA LEGISLAÇÃO BRASILEIRO DE
CARGAS POR EIXO
Eixo simples com rodas simples - ESRS – máximo de 5tf;
Eixo simples com rodas duplas - ESRD – máximo de 10tf;
Eixo em tandem duplo - ETD – máximo de 17tf;
Eixo em tandem triplo - ETT – máximo de 25,5tf;
PAVIMENTO
PAVIMENTO
No estudo das cargas de roda é essencial o estabelecimento da
equivalência, quer entre modelos de contatos diferentes (eixo
simples de rodas simples com eixo simples de roda dupla), com a
equivalência entre cargas diferentes transmitidas com sistemas
semelhantes. A de formação e mesmo a destruição dos pavimentos
dependem dos fatores enumerados.
Interessa saber como as cargas vão ser transmitidas ao pavimento
e nem tanto a carga total do veículo.
PAVIMENTO
Cargas de roda ou de eixos próximos têm seus efeitos sobre os
pavimentos superpostos; para que sejam consideradas isoladas, é
necessário uma distância entre eixos que evite essa superposição de
feitos.
PAVIMENTO
l = Distância entre as
faces internas das rodas
L = distância entre os
centros das rodas
Q = carga por eixo
simples
Q/2 = carga de roda
O triângulo ABC
corresponde à área de
superposição de efeitos.
PAVIMENTO
Zona 1 = do topo até a profundidade l/2, onde
cada roda age isoladamente. A carga de roda
equivalente é Q*/2 = Q/2
Zona 2 = faixa entre a profundidade l/2 e 2.L,
onde o efeito das duas rodas é superpostos e
com intensidade variando em função do
quadrado da profundidade. A carga de roda
equivalente fica: Q*/2, variando de Q/2 a Q.A
razão de variação pode também ser
representada pela condição de log Q*/2
variando com o log z.
Zona 3 = abaixo da profundidade 2.L, as duas
rodas agem em conjunto, como uma roda
apenas. A carga de roda equivalente é
Q*/2=Q
PAVIMENTO
De forma genérica e dependendo das condições do subleito, é possível
admitir que a espessura necessária de um pavimento é proporcional à raiz
quadrada da carga de roda equivalente.
z = C. (Q*/2)¹/²
Sendo C constante
Por vários estudos obteve (lei de Miner) a seguinte expressão:
(n1/N1) = 1
Sendo:
n1 = número de eixos de peso Qi
N1 = número de solicitações admissíveis de um eixo de carga Q1
Chegando a expressão:
N = ni . (Qi /Qp )¹/b
Sendo:
Qp = carga por eixo, do eixo padrão
b = depende do material empregado no pavimento
PAVIMENTO
A consideração de que as pressões sofrem reduções com a profundidade,
devido ao alargamento da base do cone de distribuição, leva a uma parte
importante, do ponto de vista econômico, dos estudos visando fixar a
estrutura definitiva de um pavimento.
CAMADAS DO PAVIMENTO
Camadas do pavimento de uma seção transversal típica de um pavimento –
com todas as camadas possíveis
CAMADAS DO PAVIMENTO
CAMADAS DO PAVIMENTO
CAMADAS DO PAVIMENTO
SUBLEITO = é o terreno de fundação do pavimento.
Se a terraplanagem é recente o subleito apresenta características
geométricas definitivas.
Se a estrada de terra já em uso, o subleito apresenta formação
irregular, devido ao próprio uso e aos serviços de conservação.
É considerado subleito somente a camada próxima a superfície,
pois a medida que se aprofunda no maciço, as pressões exercidas são
reduzidas a ponto de serem consideradas desprezíveis.
Os métodos de dimensionamento de pavimento, a resistência do
subleito é tomada de modo variável de método para método. Por exemplo o
CBR em amostras.
No DNER a resistência é a média aritmética entre o CBR e outro
índice.
CAMADAS DO PAVIMENTO
REGULARIZAÇÃO = é a camada de espessura irregular, construída sobre o
subleito e destinada a conformá-lo, transversal e longitudinalmente, com o
projeto.
Deve ser executada, sempre que possível, em aterro, evitando:
a) que sejam executados cortes difíceis no material da “casca” já
compactada pelo tráfego, a maioria das vezes já por muitos anos;
b) que seja substituída uma camada já compactada naturalmente
por uma camada a ser compactada nem sempre atingindo o grau de
compactação existe;
c) que não se sacrifique o equipamento de escarificação
desnecessariamente, agindo numa camada compactada.
OBSERVAÇÃO: Tendo em vista a dificuldade de medição dos volumes de
regularização, esse serviços são pagos em m² (área).
CAMADAS DO PAVIMENTO
REFORÇO DO SUBLEITO = é uma camada de espessura constante,
construída, se necessário, acima da regularização, com características
técnicas superiores a da regularização.
Tem função de ser complemento da base (sendo confundida com
fundação).
Quantificado em volume (m³)
SUB-BASE = é a camada complementar à base, que por circunstância
técnica e econômicas, não for aconselhável construir a base diretamente
sobre a regularização ou reforço de subleito. Caso comumente visto em
pavimentação urbana.
Os materiais utilizados devem ser superiores as camadas inferiores,
e o material superior (base) deve ter melhor características do que a sub-
base.
CAMADAS DO PAVIMENTO
BASE = é a camada destinada a resistir aos esforços verticais oriundos do
tráfego e distribuí-los.
Na verdade o pavimento pode ser considerado compostos por base
e revestimento, sendo que a base poderá ou não ser complementada pela
sub-base e pelo reforço do subleito.