A utilização de RED no domínio Movimentos e forças
Guia de utilização do software Tracker
O Tracker [1] é um software de utilização livre que permite a aquisição e a análise de dados vídeo em
diversos formatos. Este software permite ainda a sobreposição de modelos baseados em equações, um proce-
dimento que se designa vulgarmente por modelação. Trata-se de um projeto da rede Open Source Physics
(OSP) [2], que providencia recursos curriculares para envolver os alunos na Física, na computação e na mode-
lação computacional.
O Tracker apresenta algumas vantagens em relação aos sistemas baseados em sensores ou em marcadores
eletromagnéticos, na medida em que:
– é gratuito;
– analisa diferentes formatos de vídeo, que podem ser captados por qualquer câmara digital vulgar, verifica-
das as condições mínimas de qualidade de imagem;
– não exige qualquer logística material para além de uma vulgar câmara de computador ou de telemóvel;
– permite a análise de movimentos em duas dimensões que são muito difíceis de captar com sensores, como,
por exemplo, os movimentos oblíquos, circulares ou oscilatórios;
– é motivante para os alunos porque lhes permite analisar a Física do quotidiano com recurso a ferramentas
facilmente disponíveis.
O Tracker pode ser descarregado online no URL: http://bit.ly/1qWLHem.
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Fig. 1 O Tracker é um projeto da OSP.
Existem versões do Tracker para diversos sistemas operativos, entre os quais o Windows e o MacOS.
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Depois de descarregar o programa de instalação, deverá executá-lo como administrador. Para usufruir de uma
melhor experiência com o Tracker, por exemplo, através do acesso offline a alguns vídeos e experiências, é
aconselhável selecionar todos os componentes de instalação.
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Fig. 2 Instalação de todos os
componentes do software Tracker.
É aconselhável reiniciar o computador entre a instalação e a primeira utilização do Tracker.
A partir deste momento deverá dispor de um ícone de acesso ao Tracker no menu Iniciar (no caso do Windows).
Instruções gerais do Tracker
1. Abrir um vídeo
– Clique em Arquivo/Abrir ou no botão Abrir e selecione a localização de um vídeo digital (.mov, .avi,
.mp4, .flv, .wmv entre outras) ou um ficheiro de dados Tracker (.trk), ou um ficheiro Tracker em formato .zip.
Pode também abrir imagens estáticas ou animadas (.jpg, .gif, .png), sequências numeradas de imagens ou
até imagens copiadas da área de transferência.
– Outra opção é clicar em Arquivo/Abrir navegador da biblioteca ou no botão Abrir navegador da
biblioteca digital da OSP . A biblioteca permite-lhe pesquisar e aceder a coleções de recursos
digitais, incluindo vídeos e ficheiros Tracker.
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Fig. 3 Acesso a um ficheiro da
biblioteca digital da OSP (exige
ligação à Internet).
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2. Identificação da sequência de imagens que se pretende analisar
– Podem-se visualizar as definições do vídeo clicando no botão Clip Settings . Na caixa de diálogo, pode
definir-se a imagem de início (start frame) e de final (end frame) para determinar o conjunto de imagens a
analisar. Se o vídeo contiver demasiadas imagens (analisar mais do que 20 pode tornar-se aborrecido),
pode-se aumentar o intervalo entre elas.
– Também se podem definir estas propriedades diretamente no vídeo movendo os marcadores que se
localizam na barra de tempo por baixo da janela do vídeo.
Imagem inicial
Passo
Imagem final
Instante inicial
Imagens por segundo
Tempo por quadro
Fig. 4 Definição da sequência a
analisar e suas características.
3. Calibração da escala
O Tracker tem de ser informado da escala e do referencial que devem ser tidos em conta nos vídeos.
Para definir a escala, clique no botão calibração e escolha novo " bastão de calibração.
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Arraste as extremidades do bastão de calibração para um objeto do vídeo que tenha comprimento bem co-
nhecido (por exemplo, uma régua de medição previamente colocada). Clique então na leitura para a selecio-
nar e introduza o valor conhecido do comprimento (sem unidades). Por exemplo, nas figuras abaixo, a escala
é definida em metros utilizando uma régua marcada de 10 em 10 cm.
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Fig. 5 Definição da escala com um bastão de calibração.
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4. Definição da origem do sistema de eixos e respetivo ângulo
Clique no botão eixos para ver os eixos coordenados. Arraste a origem e/ou o eixo x para definir a ori-
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gem e o ângulo em relação à imagem. Uma escolha comum para a origem é a posição inicial do objeto em
movimento.
Fig. 6 Definição da origem e ângulo do sistema de eixos.
A escala e o sistema de eixos coordenados definem apenas o sistema coordenado utilizado para posições
definidas em píxeis numa escala relacionável com o dia a dia. Em alguns vídeos, as propriedades do sistema
de eixos coordenados varia entre frames, por exemplo, por zoom ou deslocação da câmara. Nestes casos, tem
de se proceder a um tipo diferente de calibração, que não será abordada neste documento.
5. Seguir objetos de interesse com o rato ou fazer a
sua modelação
Clique no botão para criar uma nova trajetória a partir do
menu de opções. A maior parte dos objetos é seguida usando uma
massa pontual ou modelados através de um modelo da dinâmica da
partícula.
Para seguir um objeto, marque a sua posição em todas as imagens
pressionado a tecla SHIFT e clicando no botão do rato (cursor em
cruz), enquanto o vídeo passa automaticamente para a imagem se-
guinte. Não salte imagens. Se o fizer, não poderão ser calculados os
valores das velocidades e das acelerações.
As massas pontuais podem também ser seguidas utilizando a marca-
ção automática. Neste caso, terá de se clicar no botão do rato ao
mesmo tempo que se pressiona SHIFT + CTRL. Clicando em “procurar Fig. 7 Menu “criar nova trajetória”.
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próximo”, o computador buscará automaticamente a localização do
ponto na frame seguinte.
Fig. 8 Marcação manual. Fig. 9 Marcação automática.
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Um ponto marcado pode sempre ser ajustado arrastando-
-o com o rato ou selecionando-o e movendo com as setas.
Clique com o botão direito do rato para obter uma resolu-
ção da ordem dos píxeis.
A realização da modelação de trajetórias de partículas
pode ser feita com recurso ao construtor de modelos.
Neste caso, serão automaticamente esboçadas as posi-
ções do modelo.
Pode mudar o nome e a aparência de uma trajetória cli-
cando no botão correspondente com o botão direito do
rato. Outros botões da barra de tarefas permitem mostrar
ou esconder trajetórias, marcas, etiquetas ou os vetores
velocidade e aceleração.
Fig. 10 Construtor de modelo cinemático de uma
partícula.
6. Marcação e análise de trajetórias
Os diagramas permitem visualizar gráficos relativos aos dados adquiridos. Clique nos eixos x ou y para alterar
as grandezas representadas. Para representar gráficos múltiplos, clique no botão Diagramas e escolha o
número de gráficos desejados. Clique com o botão direito do rato numa representação para aceder a opções
de representação e análise.
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Fig. 11 Menus de marcação e análise de trajetórias.
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Duas das ferramentas de análise mais importantes são
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os menus Definir… e Analisar…
• O item Definir… apresenta um construtor de dados
com o qual pode definir novas variáveis que não este-
jam já predefinidas. Estas variáveis podem ser qual-
quer função de outras variáveis predefinidas.
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Fig. 12 Definição de uma nova função.
• O item Analisar… é uma ferramenta que apresenta estatísticas, ajuste de curvas e outras possibilidades de
análise.
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Fig. 13 Análise de dados.
7. Gravar o trabalho num ficheiro Tracker (.trk)
Clique no botão guardar ou arquivo/guardar como para guardar o seu trabalho num ficheiro com for-
mato XML e extensão .trk. Quando aberto um ficheiro Tracker, o programa abre o vídeo, insere as proprieda-
des do sistema coordenado e reconstrói todas as trajetórias, variáveis e vistas.
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8. Exportar os dados para uma folha de cálculo
O Tracker permite a visualização de dados sob a forma de tabelas. Para alterar as variáveis incluídas na tabela,
clique no botão Dados e selecione as variáveis pretendidas da lista.
Os dados podem facilmente ser exportados copiando-os para uma folha de cálculo ou outra aplicação. Para
copiar, selecione os dados desejados na tabela, clique com o botão direito e escolha “Copiar os dados selecio-
nados” no menu de contexto.
Fig. 14 Exportação de dados.
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Referências
[1] Tracker: video analysis and modeling tool. [Em linha.] [Consult. jul. 2014]
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Disponível na Internet: http://bit.ly/1qWLHem
[2] Open Source Physics. [Em linha.] [Consult. jul. 2014]
Disponível na Internet: http://www.compadre.org/osp/index.cfm
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