AO JUÍZO DA VARA CÍVEL DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DO
GUARÁ – DF
Prioridade na tramitação (Idosa), vide art. 71, da Lei nº 10.741/2003
MARIA, por intermédio de seus advogados que subscrevem ao
final, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no
art. 319 e seguintes do CPC/2015, propor a presente
AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE E INEXISTÊNCIA DE DÉBITO
c/c INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS e MORAIS
c/c TUTELA DE URGÊNCIA
em desfavor do BANCO DO BRASIL S/A, pessoa jurídica de Direito Privado,
inscrita no CNPJ sob o nº. 00.000.000/0001-91, com sede no SAUN, Quadra 05,
Lote B, Torres I, II, III, Andar 1 a 16, salas 101 a 1601, Brasília - DF, CEP 70.040-
912, aduzindo para tanto, os fundamentos fáticos e jurídicos expostos a seguir
expostos.
I – DOS FATOS
A autora, pessoa idosa, é cliente Estilo da instituição financeira ré
e possuidora de conta corrente, poupança, além de cartões de crédito e débito.
Ao receber sua fatura do mês de maio de 2020, referente ao cartão Mastercard
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Black, a autora foi surpreendida com uma compra junto à SKY, realizada em São
Paulo - SP, no dia 08 de maio de 2020, no valor de R$ 199,95.
Em razão de não ter realizado a compra, a autora a contestou
junto ao banco réu, às 12h32, do dia 02 de junho de 2020 (logo após receber a
fatura), tendo sido gerado o protocolo nº , cujo áudio deixa de colacionar aos
autos em razão de não terem sido fornecidos administrativamente pelo réu. No
entanto, a contestação da compra pode ser verificada na seguinte imagem:
A pedido da autora, o referido Cartão Mastercard Black foi
bloqueado para compras online, tendo o mesmo sido restringido para compras
exclusivamente presenciais. Em razão desse bloqueio, a autora passou a utilizar o
cartão Elo em compras online.
Em ato reiterado, no dia 22 de julho de 2020, por volta das 15h, a
autora recebeu uma ligação em seu telefone fixo (nº 61 3381-5759) cadastrado
junto ao réu, oportunidade em que uma suposta funcionária do banco indagou
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junto a autora a veracidade de uma nova compra efetuada em seu Cartão
Mastercard Black.
Em razão do não reconhecimento da referida compra, a autora foi
recomendada a ligar IMEDIATAMENTE para o número exposto no verso do
cartão de crédito (4004-0001), para então bloqueá-lo, sob o argumento de que o
mesmo havia sido clonado.
Então, a autora ligou no referido número e forneceu as
informações solicitadas, tais como RG, CPF, últimos três números dos cartões de
crédito (sabiam que havia mais de um). Em seguida, disseram ter realizado os
procedimentos remotos e que para concluir o bloqueio uma funcionária do banco
iria ao endereço da requerente (sabiam o endereço) recolher os cartões para
perícia. Um ponto importante, nessa ligação a pessoa apresentou dados da autora
que então eram sigilosos, por exemplo, citando que a requerente é cliente Estilo,
bem como dados relacionados ao monitoramento de suas contas.
Prosseguindo, a Sra. Maria compareceu ao domicílio da autora e
recolheu os cartões da autora. A pessoa do telefone informou que a requerente
poderia ficar tranquila, pois aquela pessoa era especialista em segurança do
Banco e que o bloqueio já havia sido concluído.
Esse cenário ocasionado pela primeira fraude discutida na ligação
cujo protocolo é o nº , somado à ligação fraudulenta do dia 22 de julho e as
informações privilegiadas que os estelionatários possuem confundiram
totalmente a autora e passaram uma posição de segurança que não existiria fora
desse contexto.
Perpassados esses passos, a parte autora somente veio a notar que
havia sido vítima de um novo golpe às 21h do mesmo dia, 22 de julho de 2020,
pois a ligação do “Banco” não terminava e esta começou a suspeitar,
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oportunidade que acessou seu extrato bancário através do Aplicativo
disponibilizado pelo réu e verificou a existência de 03 (três) compras com seu
cartão de débito, no importe de R$ 8.148,99.
Em seguida, a autora verificou o extrato de compras feitas no
crédito e notou que foram realizadas 11 (onze) compras no seu cartão ELO e
(cinco) compras com o seu cartão Ourocard Mastercard Black , cujo bloqueio para
compras online havia sido informado pelo réu quando da contestação da compra
supracitada.
Todas as compras podem ser resumidas da seguinte forma:
Cartão Mastercard Black nº
LOJA PARCELAS VALOR (R$) Local PROTOCOLO
DE
CONTESTAÇÃO
Paygo*loira P 4 1499,75 São Paulo - SP
Local Bittencourt 1 2000,00 São Paulo - SP
São Paulo/BR
Letícia Figueiredo, 1 50,00 São Paulo - SP
431 São Paulo-BR
MC Donald Brasília 1 20,00 Brasília - DF
MercadoPago João 1 5,00 Diadema - SP
Paulo Diadema Bra
TOTAL GERAL 8.074,00
Cartão Elo nanquim nº
LOJA PARCELA VALOR (R$) Local PROTOCOLO
S DE
CONTESTAÇÃO
MercadoPago Joao 1 2.999,99 Osasco – SP
Paulo Osasco BR
MercadoPago Joao 1 1.989,99 Osasco – SP
Paulo Osasco BR
Michael Figueredo 2 1.465,15 São Paulo – SP
Local Bittencourt 4 500,00 São Paulo – SP
Paygo MK Conf 3 833,59 São Pulo – SP
Shirley Passa 3 1.333,33 São Pulo – SP
Anne Caroliny 6 700,12 São Paulo -SP
Paygo loira P-SP 6 800,04 São Paulo – SP
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Anne Caroliny 6 333,36 São Paulo - SP
Michael Figueredo 5 1.000,11 São Paulo - SP
Leticia Figueiredo 3 333,33 São Paulo - SP
TOTAL GERAL 33.422,70
Débitos em Conta (em 22/07/2020) – Protocolo de Contestação nº
LOJA HORÁRIO VALOR (R$)
Granito*Giovana Kyss 18:20 6.999,99
Pag*FideAcessorios 19:36 150,00
Paygo*MK Conf 20:16 999,99
TOTAL R$ 8.148,99
Um detalhe importante, conforme faturas e extratos anexos, todas
as transações oriundas das fraudes discutidas nessa ação foram feitas de modo
anormal, em valor superior ao habitual e em um curto intervalo de tempo, além
de terem sido contratadas em cidades inéditas às quais a autora nunca
compareceu e estados distintos, isso tudo no mesmo dia, o que deveria ter gerado
estranheza no sistema antifraude do réu, mas que, no entanto, passou
despercebido.
Outro ponto que passou despercebido pelo sistema de inteligência
do réu foi o fato de os estelionatários terem efetuado compras online com o
Cartão Mastercard Black que somente estava liberado para compras presenciais,
pois havia a solicitação de bloqueio anterior.
No entanto, na data do ocorrido, a autora contestou as transações
via telefone e em razão de não ter conseguido registrar a Ocorrência Policial pelo
site da PCDF, compareceu presencialmente no dia seguinte à 4ª Delegacia de
Polícia Civil do Distrito Federal, oportunidade em que narrou os fatos e registrou
a Ocorrência Policial nº .
Ato contínuo e munida da Ocorrência Policial, a autora reiterou as
tratativas junto à ré para reconhecer a fraude bancária e então anular as
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transações dela oriundas, consequentemente obtendo o reembolso do valor de R$
8.148,99 e a declaração de inexistência do débito de R$ 41.496,70.
Essa prévia manifestação administrativa pode ser observada
através dos inúmeros protocolos citados nessa exordial e anexados aos autos
(dentre eles o Protocolo nº ), bem como nas conversas do autor com o gerente da
sua conta, manifestação que foi indeferida pelo requerido sob o argumento de
que a responsabilidade pelo ocorrido é da então requerente.
Com o intuito de ajudar na rápida e eficaz solução desse
imbróglio, a autora também enviou e-mail à ré solicitando todas as gravações e
informações pertinentes às fraudes. Fora também realizada a reclamação ... junto
ao BACEN no dia 07/08/2020, por volta de 15h53, oportunidade que a ré foi
intimada e, até a propositura da ação, somente respondeu que tinha que solicitar
a gravação no atendimento adequado, mas não respondeu as contestações.
Corroborando a verdade dos fatos narrados, vale ressaltar que nos
últimos dias, em razão do referido golpe envolvendo a ré e seus correntistas ter
atingido ao menos 18 vítimas, sendo 15 na Asa Norte e 3 no Guará, a negligência
da requerida veio a ser veiculada no Jornal DFTV (em suas duas edições diárias)
do Globo de Brasília, no dia 27 de julho de 2020, tendo sido a matéria veiculada
composta por entrevista de voz realizada junto à autora e que relata
pormenorizadamente o ocorrido.
Diante desse contexto, não restou outra alternativa à autora, senão
a proposição da presente ação, com o objetivo de reconhecer a nulidade das
transações bancárias impugnadas, a inexistência de débitos, obter o valor
debitado da sua conta e cessar as cobranças indevidas, com a consequente
reparação de todos os danos sofridos.
II – DAS PRELIMINARES
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II.I - DA PREFERÊNCIA NA TRAMITAÇÃO
Conforme documentos anexos, a autora é pessoa idosa, portanto,
considerando os termos do art. 71 da Lei N° 10.741/2003, bem como do art. 1048
do Novo CPC, a requerente tem direito a prioridade na tramitação de processo
judicial em qualquer tribunal, razão pela qual a requer no presente caso.
II.II – DA RELAÇÃO DE CONSUMO E A RESPONSABILIDADE OBJETIVA
A despeito da caracterização de relação de consumo entre as
partes, a parte autora informa que é correntista do requerido e que apesar de não
ter realizado as transações contestadas na presente ação, se adequa ao conceito de
consumidora por equiparação, uma vez que se tornou vítima do evento
consumerista em debate, tal como previsto no art. 17 do CDC e consagrado na
jurisprudência do egrégio TJDFT:
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR.
RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO.
CONTRATO DE FINANCIAMENTO PARA AQUISIÇÃO DE
VEÍCULO. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. FRAUDE.
CONSUMIDOR POR EQUIPARAÇÃO. RESPONSABILIDADE
SOLIDÁRIA NA CADEIA DE FORNECIMENTO. DANO MORAL
IN RE IPSA. CONFIGURAÇÃO. QUANTUM INDENIZATÓRIO.
CRITÉRIO PEDAGÓGICO-PUNITIVO. JUROS DE MORA.
TERMO INICIAL. SÚMULA Nº 54/STJ.
(...) enquadra-se na condição de consumidor por equiparação,
mesmo não tendo participado da transação comercial, consoante
o disposto no artigo 17 do Código de Defesa do Consumidor,
ficando as empresas, por conseguinte, responsáveis por todos os
danos por ele sofridos.
(...)
(Acórdão n.1129397, 00273130520168070001, Relator: CARMELITA
BRASIL 2ª Turma Cível, Data de Julgamento: 10/10/2018,
Publicado no DJE: 18/10/2018. Pág.: Sem Página Cadastrada.)
Em complemento, é preciso considerar que o caso em análise por
se tratar de um contexto configurado como fraude bancária, se adequa ao
conceito de fortuito interno, tendo como consequência lógica a apuração da
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responsabilidade do réu de forma objetiva, conforme expressa o entendimento
doutrinário e jurisprudencial sobre o tema:
APELAÇÃO CÍVEL. CIVIL, PROCESSUAL CIVIL E
CONSUMIDOR. TRANSAÇÕES BANCÁRIAS REALIZADAS
MEDIANTE FRAUDE. RESPONSABILIDADE OBJETIVA.
ALEGAÇÃO DE CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA. NÃO
CONFIGURAÇÃO. FORTUITO INTERNO. DANO MATERIAL.
OCORRÊNCIA. DANO MORAL CONFIGURADO. RECURSO
CONHECIDO E PROVIDO.
1. A fraude, ao integrar o risco das operações bancárias,
caracteriza fortuito interno e, nessa ordem, não possui
habilidade técnica para configurar a excludente do art. 14, § 3º, II,
da Lei n. 8.078/90.
(...)
(Acórdão n.1186731, 07325969420188070001, Relator: SANDRA
REVES 2ª Turma Cível, Data de Julgamento: 18/07/2019, Publicado
no DJE: 24/07/2019. Pág.: Sem Página Cadastrada.).
O referido acórdão do Egrégio TJDFT reproduz o teor da Súmula
479 do Superior Tribunal de justiça, que relata:
Súmula 479: As instituições financeiras respondem
objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo
a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de
operações bancárias.
Tal forma de apuração da responsabilidade implica na inversão
do ônus probatório, bem como possibilita a caracterização da obrigação da ré
reparar os danos ocasionados à autora independentemente daquela ter
contribuído ou não para o evento danoso.
O referido modo de apuração de responsabilização impõe ao réu o
ônus de comprovar a legalidade dos negócios jurídicos discutidos, a
comprovação da adoção de medidas aptas a inibir as transações de índole
fraudulenta, tais como as que ocorreram no caso em tela, cujo a anormalidade foi
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gritante, haja vista terem sido realizadas em valor extremamente superior ao
habitual e em um curto intervalo de tempo, em cidades e estados distintos.
Porém, mesmo a responsabilidade do réu sendo objetiva no caso
em tela, a autora anexa a esta exordial os documentos que comprovam a
irregularidade das transações, tais como a Ocorrência Policial, as conversas que
envolvem o caso, bem como o histórico de compras e débitos em sua conta
bancária, que juntos atestam a fraude bancária (fortuito interno), expressam o
dano oriundo da fraude e o nexo de causalidade entre eles, constituindo assim o
direito de ter reparados os danos sofridos.
III – DO DIREITO
III.I – DA INEXISTÊNCIA DA RELAÇÃO JURÍDICA, NULIDADE DAS
TRANSAÇÕES E O RETORNO AO STATUS QUO ANTE
As fraudes discutidas nos autos dentre outros elementos,
constituíram-se pela usurpação de um dos polos contratuais, já que não houve
manifestação de vontade por parte da requerente, que por sua vez, não assumiu
obrigação alguma, não efetuou compra alguma, não recebeu qualquer produto
comprado, tampouco concordou em honrar com obrigação assumida por terceiro.
Dessa forma, tem-se que as supostas transações realizadas
mediante fraude com os cartões da autora e concomitante imputação de débitos à
requerente não preencheram os requisitos básicos previstos no art. 104 do Código
Civil, ou seja, não foram pactuados entre as partes dos autos (envolveram
terceiros não legitimados), e estão sendo arbitrariamente imputados pela
requerida à requerente.
Portanto, a consequência lógica é a inexistência da relação jurídica
entre autora e ré no tocante às transações descritas nos fatos, bem como a
inexistência de obrigação da autora quanto aos débitos delas decorrentes, o que
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impossibilita a configuração de mora e impede qualquer tipo de cobrança,
conforme preceitua o Egrégio TJDFT:
CIVIL E CONSUMIDOR. AÇÃO DECLARATÓRIA DE
INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM DANO
MORAL. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. EMPRÉSTIMO
CONSIGNADO. FRAUDE. RESPONSABILIDADE OBJETIVA.
SUMULA 479 STJ. DANO MORAL. IN RE PSA.
1. De acordo com a Súmula n. 479 do STJ, "as instituições
financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por
fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros
no âmbito de operações bancárias".
2. (...) Assim, correta a sentença que declarou a nulidade dos
contratos de empréstimos celebrados entre as partes,
determinando a restituição das quantias descontadas da autora,
além de arbitrar danos morais.
(Acórdão n.1119888, 00048970420168070014, Relator: ROMEU
GONZAGA NEIVA 7ª Turma Cível, Data de Julgamento:
29/08/2018, Publicado no PJe: 31/08/2018. Pág.: Sem Página
Cadastrada.)
Além de observadas essas premissas, deve ser considerado ainda
o entendimento firmado pelo Egrégio Superior Tribunal de Justiça no sentido que
a fraude discutida nos presentes autos (denominada “Golpe do Motoboy”), é uma
espécie de golpe que se caracteriza sem culpa exclusiva da vítima mesmo quando
esta entrega dados necessários à realização de transações bancárias, conforme in
verbis:
No caso vertente, cumpre ressaltar que os prejuízos
experimentados decorreram de fraude, fato reconhecido pela
instituição financeira, que confirmou se tratar do denominado
"golpe do que, motoboy" segundo sua descrição, possui o objetivo
de "induzir o cliente a fornecer a senha do cartão e em seguida,
persuadi-lo a entregar o cartão, aparentemente inutilizado, a um
suposto motoboy que estaria prestando serviço ao BRB".
Nesse palmilhar, considerando-se a própria descrição exarada
pela instituição bancária, forçoso reconhecer que, no caso dos
autos, a entrega dos dados pessoais e do cartão de crédito aos
fraudadores decorreu do referido golpe, não havendo falar que o
apelante concorreu para a fraude, mas que foi vítima desta,
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devendo ser afastada na hipótese a culpa exclusiva da vítima, em
relação aos danos causados pelas operações fraudulentas.
(AREsp 1580247; Relator Ministro João Otávio de Noronha; DJe
18/10/2019).
Cabe mencionar que a anormalidade das operações bancárias
discutidas nos autos, ante a terem sido realizadas em valor extremamente
superior ao habitual (aproximadamente 50 mil reais) e em um curto intervalo de
tempo, em cidades e estados distintos, atestam por si só a essência fraudulenta, o
que deveria ter sido combatido previamente e repressivamente pelo réu, porém,
ao não ter agido de modo hábil para tanto, essa negligência acabou por se portar
como fator determinante para configurar a responsabilização do réu quanto
instituição financeira, conforme se verifica:
Noutro giro, verifica-se dos extratos juntados aos autos a
ocorrência de seques eletrônicos e débitos de cobranças em valor
superior a R$10.000,00 (dez mil reais) na conta bancária do
apelante, todas concretizadas no dia 21/02/2018, situação que
destoa, e muito, do seu padrão de consumo, não havendo nos
autos demonstração de que a instituição financeira tenha se
precavido e se certificado que o cartão estava, de fato, em posse
de seu titular, o que descortina a falha na segurança oferecida
pelo banco recorrido.
Isso posto, ante a demonstração das transações fraudulentas
realizadas com o cartão do apelante (IDs 5090289 e 5090286), o
reconhecimento, pelo próprio banco apelado, da fraude
perpetrada, e a falha na prestação de serviço evidenciada pela
ausência de reconhecimento da nítida alteração do padrão de
consumo do apelante, resta clara a responsabilidade da
instituição financeira pelos danos causados. (AREsp 1580247;
Relator Ministro João Otávio de Noronha; DJe 18/10/2019).
Ademais, é preciso ressaltar que em casos locais análogos, o
Egrégio TJDFT reconheceu a responsabilidade do Banco pelas fraudes bancárias
oriundas do Golpe do Motoboy, conforme se verifica de forma exemplificativa
nos seguinte julgado proferido no corrente ano de 2020:
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CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. CONSUMIDOR. APELAÇÃO
CÍVEL. AÇÃO DE RESTITUIÇÃO DE VALOR C/C DANOS
MORAIS. CARTÃO DE CRÉDITO. RESPONSABILIDADE
OBJETIVA. GOLPE DO MOTOBOY. COMPRAS
FRAUDULENTAS. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA.
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. DANO MORAL. SENTENÇA
MANTIDA.
1. Nos termos do art. 14 do CDC, o fornecedor de serviços
responde objetivamente pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços.
2. A atuação de um terceiro, no caso dos autos de um
estelionatário, não é capaz de afastar a responsabilidade civil do
banco apelante, mormente quando não se desincumbiu do ônus
de demonstrar eventual ocorrência de culpa exclusiva da vítima,
para fins de atenuação ou exclusão da sua responsabilidade, pois
apesar de intimado para especificar as provas que pretendia
produzir, quedou-se inerte.
3. Por se tratar de fortuito interno, inerente aos serviços
disponibilizados no mercado de consumo, as instituições
financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados no
âmbito de operações bancárias, conforme entendimento esposado
na Súmula 479 do STJ.
[...] (Acórdão 1239936, 00030547620178070011, Relator: ALFEU
MACHADO, 6ª Turma Cível, data de julgamento: 25/3/2020,
publicado no PJe: 12/5/2020. Pág.: Sem Página Cadastrada.).
Em complemento, informa que apesar de a ausência de atos
preventivos e repressivos à fraude discutida ser um fato negativo cujo a ausência
dificulta a comprovação por parte da autora, a negligência do réu pode ser
comprovada no caso em tela, haja vista a autora ter sido vítima desse golpe no
corrente ano de 2020, enquanto o réu já havia o possibilitado inúmeras outras
vezes, isso foi inclusive foi discutido nos autos do processo nº 0739631-
94.2017.8.07.0016 (TJDFT), ou seja, passados três anos do anunciado golpe, o réu
continua permitindo que seus consumidores continuem sendo vítimas dele,
sem no entanto, adotar medidas para tornar a relação mais segura, portanto, a
responsabilidade do réu está mais que comprovada.
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Como consectário lógico da nulidade das transações descritas na
presente ação, torna-se imperativa a aplicação do art. 182 do CC no presente caso,
cujo teor ressalta: “Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao
estado em que antes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão
indenizadas com o equivalente”.
Diante desses termos, deve o réu ser condenado a devolver à
autora o montante de R$ 8.148,99 que foram debitados da conta poupança da
requerente, bem como declarar a inexistência da de débitos entre as partes (nos
termos delineados na planilha descrita nos fatos) pelas referidas compras
realizadas na modalidade crédito (somando R$ 41.496,70), ante as referidas
transações possuírem cunho fraudulento.
III.II - DO DANO MORAL
O art. 186 do Código Civil, que expressa que “aquele que, por
ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”, no mesmo
sentido, o art. 187 do mencionado Diploma Legal relata que também comete
ilícito aquele ao exercer um direito, o faz com abuso.
Partindo dessas premissas, compreende-se que o réu cometeu
vários ilícitos cíveis violadores dos direitos da autora, isso porque, após uma
sequência de falhas na prestação do serviço bancário, somadas à supressão de
verbas da autora que eram destinas ao sustento da sua família, o réu persiste em
cobrar dívida que sabe ser inexistente.
Junto a esse contexto, deve ser considerado que a requerente é
uma pessoa idosa, que sempre arcou com suas dívidas para evitar situações
constrangedoras como esta propiciada pelo réu, que por sua vez, fez a requerente
sentir sua índole psíquica alterada, diminuída, abalada, inferiorizada e denegrida
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pela requerido, sendo óbvio a adequação dessa situação aos relatos de YUSSEF
SAID CAHALI sobre a configuração do dano moral, conforme in verbis:
Tudo aquilo que molesta gravemente a alma humana, ferindo-
lhe gravemente os valores fundamentais inerentes à sua
personalidade ou reconhecidos pela sociedade em que está
integrado, qualifica-se, em linha de princípio, como dano moral;
não há como enumerá-los exaustivamente, evidenciando-se na
dor? na angústia, no sofrimento, na tristeza pela ausência de um
ente querido falecido; no desprestígio, na desconsideração social,
no descrédito à reputação, na humilhação pública, no
devassamento da privacidade, no desequilíbrio da normalidade
psíquica, nos traumatismos emocionais, na depressão ou no
desgaste psicológico, nas situações de constrangimento moral
(CAHALI, 2011, p. 20).
Em que pese a autora ter enfrentado esses efeitos negativos e sido
vítima de todas essas sensações desagradáveis que feriram seus direitos de
personalidade, a jurisprudência tem partido da premissa que o dano moral
oriundo de fraude bancária é da espécie in re ipsa, ou seja, independe da
comprovação de danos, especialmente no “Golpe do Motoboy”, conforme se
depreende a partir da jurisprudência do TJDFT:
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. CONSUMIDOR. APELAÇÃO
CÍVEL. AÇÃO DE RESTITUIÇÃO DE VALOR C/C DANOS
MORAIS. CARTÃO DE CRÉDITO. RESPONSABILIDADE
OBJETIVA. GOLPE DO MOTOBOY. COMPRAS
FRAUDULENTAS. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA.
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. DANO MORAL. SENTENÇA
MANTIDA.
[...]
2. A atuação de um terceiro, no caso dos autos de um
estelionatário, não é capaz de afastar a responsabilidade civil do
banco apelante, mormente quando não se desincumbiu do ônus de
demonstrar eventual ocorrência de culpa exclusiva da vítima, para
fins de atenuação ou exclusão da sua responsabilidade, pois
apesar de intimado para especificar as provas que pretendia
produzir, quedou-se inerte.
[...]
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5. A má prestação do serviço ofertado pelo recorrente desborda a
esfera do mero dissabor, sendo capaz de gerar abalo moral, cujo
prejuízo deve ser compensado.
(Acórdão 1239936, 00030547620178070011, Relator: ALFEU
MACHADO, 6ª Turma Cível, data de julgamento: 25/3/2020,
publicado no PJe: 12/5/2020. Pág.: Sem Página Cadastrada.)
No mesmo sentido:
CIVIL E CONSUMIDOR. AÇÃO DECLARATÓRIA DE
INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM DANO
MORAL. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. EMPRÉSTIMO
CONSIGNADO. FRAUDE. RESPONSABILIDADE OBJETIVA.
SUMULA 479 STJ. DANO MORAL. IN RE PSA.
1. De acordo com a Súmula n. 479 do STJ, "as instituições
financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por
fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros
no âmbito de operações bancárias".
(...)
3. O abalo moral no caso de fraude bancária é in re ipsa, isto é,
não depende de comprovação. Precedentes.
(...)
(Acórdão n.1119888, 00048970420168070014, Relator: ROMEU
GONZAGA NEIVA 7ª Turma Cível, Data de Julgamento:
29/08/2018, Publicado no PJe: 31/08/2018. Pág.: Sem Página
Cadastrada.)
Portanto, através da simples observância desses preceitos,
conjuntamente com a consideração que a integridade moral é um direito
fundamental inerente à pessoa humana, considerando que o Constituinte no
inciso V, do art. 5º, estabeleceu que tanto a prevenção da incolumidade moral
como a reparação à sua lesão, se constituem respectivamente um direito
fundamental do lesado e um dever do ofensor, é impositiva a condenação do réu
a indenizar a autora pelos danos morais a ela ocasionados.
Para tanto, ressalta que no procedimento de fixação do dano
moral, além da observância aos artigos 186,187, 927, 944 do Código Civil e demais
disciplinas do CDC, deve também ser observado o procedimento bifásico
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sedimentado pelo STJ, em que se estabelece primeiramente o valor base, que por
sua vez é incrementado na segunda fase pelas circunstâncias agravantes do caso
concreto.
IV – DA TUTELA DE URGÊNCIA
O art. 300 do CPC relata que a concessão de tutela de urgência de
natureza antecipada ocorrerá quando verificados elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.
Com efeito, no presente caso evidenciou-se a verossimilhança das
alegações da requerente, consubstanciada na probabilidade da procedência da
presente ação, haja vista que a autora demonstrou: (i) inexistência de relação
jurídica entre ela o réu (e de negócio jurídico); (ii) bem como a inexistência dos
débitos a ela imputados; (iii) que por sua vez, resulta na impossibilidade de
cobrança por parte do requerido; (iv) ante o não preenchimento dos requisitos do
art. 308 do Código Civil, (v) bem como pelo fato da autora não ter recebido
qualquer valor do réu, tampouco produto ou serviço; (vi) razão pela qual juntou
o Boletim Ocorrência anexo.
Já no tocante ao perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo, informa que a cobrança tal como imputada à autora, caso não seja
cessada em sede de cognição sumária por esse juízo, gerará à requerente: (i) a
obrigação de pagar valores indevidos; (ii) juros moratórios astronômicas de
cartão de crédito; (iii) multas contratuais; (iv) bem como comprometerá a
subsistência da autora durante a tramitação da presente ação, haja vista que as
prestações superam a renda da requerente; (v) e gerará enriquecimento sem causa
à autora, que por sua vez, possui seguradora para indenizar fraudes,
consequentemente tornando inócua a presente ação.
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Ademais, expressa que a tutela pleiteada possui natureza
meramente patrimonial quanto ao réu, cujo eventual cessação dos efeitos permite
o retorno do contexto fático ao status quo ante, tal como previsto no art. 300, §3º,
do CPC, o que reforça a possibilidade de sua concessão.
Por fim, informa que o pleito apresentado pela requerente em
sede de tutela de urgência tem sido deferido em todos os casos análogos, o que
demonstra que o entendimento do Egrégio TJDFT se formou pela possibilidade
de cessação da cobrança quando existir indícios de fraude, conforme se constata:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. TUTELA DE URGÊNCIA.
DESCONTOS EM CONTA BANCÁRIA E/OU FOLHA DE
PAGAMENTO. EMPRÉSTIMO BANCÁRIO CONTRATADO
MEDIANTE FRAUDE OU SOB COAÇÃO. SUSPENSÃO DOS
DESCONTOS. POSSIBILIDADE.
1 - Agravo de instrumento contra decisão que indeferiu pleito de
antecipação de tutela em que se pretendia a suspensão dos
descontos mensais na conta bancária/folha de pagamento da
agravante, referente a empréstimo bancário contraído junto à
instituição financeira agravada.
(...)
3 - Probabilidade do direito evidenciada pelo boletim de
ocorrência e outros elementos indicativos de que o empréstimo
bancário junto à instituição financeira agravada teria sido
contraído de forma fraudulenta e/ou sob coação. O mesmo se
diga em relação ao perigo de dano, haja vista que desde o
ocorrido vem sendo descontados dos proventos da agravante, em
conta corrente, valores que representam significativo impacto
negativo na administração de sua renda mensal . Por outro lado, a
suspensão dos descontos é medida é reversível, não incidindo na
proibição contida no §3º, do art. 300, do CPC.
4- Agravo de Instrumento conhecido e provido.
(Acórdão n.1098478, 07018002620188070000, Relator: CESAR
LOYOLA 2ª Turma Cível, Data de Julgamento: 23/05/2018,
Publicado no DJE: 30/05/2018. Pág.: Sem Página Cadastrada.)
Diante desses termos, requer a concessão de tutela de urgência
para cessar/suspender toda e qualquer cobrança efetuada pela requerida, cujo a
origem tenha se dado a partir da fraude discutida nos presentes autos, devendo
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para tanto, nos termos do art. 84, § 4º, do CDC, ser fixada multa diária em
desfavor do requerido para compeli-lo a cumprir a determinação judicial.
V – DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, requer:
V.I - Preliminarmente
a) A declaração da relação de consumo discutida nos autos com
a consequente inversão do ônus probatório e a apuração da responsabilidade do
réu de forma objetiva;
b) A preferência na tramitação, haja vista que a autora é pessoa
idosa;
c) A concessão de tutela de urgência para cessar/suspender
toda e qualquer cobrança efetuada pela requerida cuja origem tenha se dado a
partir da fraude discutida nos presentes autos;
d) A determinação que a ré colacione aos autos todos os áudios
referentes às ligações que originaram os protocolos citados pela requerente nos
presentes autos;
V.II - No mérito
e) A não designação de audiência prévia de conciliação, nos
termos do artigo 319, inciso VII, do CPC;
f) A citação do réu para, querendo, se manifestar nos autos, sob
pena das consequências legais;
g) A condenação do réu a indenizar a autora no montante de R$
10.000,00 (dez mil reais), a título de danos morais, ante as fraudes bancárias e
todos os transtornos ocasionados à requerente em razão da cobrança indevida;
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h) Que a presente ação seja julgada totalmente procedente para
confirmar os pleitos preliminares, em especial, a tutela de urgência, para declarar
a inexistência do débito imputado pelo requerido à autora em seus cartões de
créditos, inibir o réu de efetuar qualquer cobrança em face da requerida tendo
como como pressuposto a fraude discutida nos autos, bem como devolver de
forma corrigida, o montante de R$ 8.148,99 (oito mil, cento e quarenta e oito reais
e noventa e nove centavos), debitados ilegalmente da poupança da autora.
Em que pese o presente caso ser regido pela
responsabilidade objetiva, requer ainda o direito de provar o alegado por todos
os meios de provas admitidos em Direito.
Dá-se à causa o valor de R$ 59.645,69 (cinquenta e nove mil,
seiscentos e quarenta e cinco reais e sessenta e nove centavos), que corresponde à
soma de R$ 8.074,00 (compras no crédito), R$ 33.422,70 (compras no crédito), R$
8.148,99 (compras no débito), mais danos morais no importe de R$ 10.000,00, vide
incisos II, V e VI do art. 292, do CPC.
Nestes termos, pede e aguarda deferimento.
Brasília - DF, 14 de agosto de 2020.
Advogado
OAB/
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