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06 - Romanos - J. N. Darby

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J. N. DARBY

ESTEDOS SOBRE
A PALAVRA DE DEUS
ROMANOS

.palavrasdoevangelho.com

~* Vídeos

. * Áudios MP3

* Livros em Português e Espanhol

- * Novo Testamento Com Notas

_* Comentários do Novo Testamento

LISBOA
198 7
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Tradução
de
DR. MARTINS DO VALE

DEPÓSITO DE LITERATURA CRISTÃ:

R. INFANTARIA 16, N.~ 77, R/C • ESQ.


1300 LISBOA PORTUGAL
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AS EPÍSTOLAS

N as ,e,pístodas enoontra.nros 0. ex.posição do 11e9Ul:tado


dessa o'bra ,g].orrosa da ,gra,ça, pela qu:al. o lhúmléml, i!J011i-
cipando ,da vida <lfoia:ra, é '00l000!do num terreno 'llD!l-eira-
mente novo com Deus, estaDJdo 1~ d o com J:!.le. AJi
encontramios, ,ao meSIIIlo rteanpo, o d'e!SlerlJVlolvim.lffilito dos
p'lfanos de iDeus em Cristo, segundo os ,qua!is o m1.l!Dido novo,
de que ,Crns't:o é o centro ie o ,cheife, é ·es,tabie1ecido e wde-
nado. Dando a eJqpOSição dios oaminhos ,de iDeus rellll rela-
çã'<> COIJll a obra que fu.z a base d-esses ClaiJil.ioiho.s, :a efi:ci,.
eia perfcita da ,própria ohra. e ,a or<lem. :das ill.100SaS :reliações
com 'Deus são cboomen>te ~ s tem evidência; rle miodo
q u:e es.tâio :p.reseo:tes iOd.o o ,s.iste:rna, rfloido o plaino de [),eus,
e ,a manrei.,ra como esse !pkmo foi posto em exiecução. E,
fuze.ndo essa e,cposição, ~ ,eipíst-Ollas den'l:oDJStllalD. .clafra-
.men,te o que é o homiem, o que é Deus, o q'Ue é ,a ·vim
eterna.
A mor!Je e a Tesismtrei,ção ide Cristo, assim ,como a Sua
ascensão à Direita de Deus, fumraan o remoo de 'to.do es,te
ensmo, .ande encontramos três grandes cli'VisÕe5, li'glazodo.<Se
em geral carlia uma ,d,elas ao instrumen.!óo que é eroip,reg,ado
,por rc>ellls piara .comunicar caida uma ;dais panres. Ean µrime.iro
;l ugar os pl~os ide Deus LSão <lesenvoJ:viic:Los ~or Paclo em
:relação com a .revd}ação ida verdad,cira justiça pe11a.n<t.e
Deu:s, quer dizer, do ,Ew:mmen'tlo sobre o qu-al. rum :homem
,p ode ·ser verdad'eliramente j,u:s'to di.a!llte de Det.l'Si- i ~ é, a
justiça <le Deus, sieindo o homem um (Pecador. Em segttndo
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112 J. N. DARBY

lugar é-no s apresentada a vitda .ele 1Deu1S, a vida .eJbern.a


manifesta:óa e ooonunicada; é o assu.ruto da epiS<tola de
João(l). Em tercairo krgar vem.os a -vida ,c ri&tã sobre a
Terra, segui.ndo a 10risito ressusai.tatlio e de.scri'lio ua:s epÍIS·
tol'31s de P.etdro em relação com o go,vem'O ,divino rlo, mu 'l11C1i0.
O ·C1istão é .ali a:prese:ntaoo <Como p,ereg:d1110.
Há, por outr.o lado, as .episrt:olas de Tiia,go ,e à Judias.
Tiago a presenta •a vida !Il10ral - :a viida ,de fé sôbre a Terra
- 001110 verora:deira demonstr.a.çã'O rd a sua :fé :aios homens,
e ,em par.ticll'l.rur da fé p ,rá'ti.oa em ·Cristo, do me'Siillb> modo
que em Deus, que r esipon:de às nos·sas súipli.icas ·e às mossas
neoessiidades. 'É ;por isso q ue, rec:Olllhecendo clara e di-mio'l/a-
menfle ,a fé <em Crisro e o facto de ,sermos ,geirados pela
p oder-0sa graça dle Deus, a,•el.a ip,alavra ,da verrdald:e -(Togo
1

1:18), Tfago não se cleva, de fraar.o, mn.1iitio acima da 'Vi<la,


t al como ela se tem1 'Podido 1manifestar e .desen:vollver a1:u:m.
fiel, seja em que ~ fur . Souneme o Oristão, :n:ascirlo
de Deus, é agora, :para ele, o e,remp•1o dessa <Vida, 1que é ,
assim, •a lei ,d:a lib-etI1diatclie, <porqu,e ia n ova a:i.aitureza e a von-
tade de ,Deus estão 'p'erfeiittl'mente em ,cOJ:JOOr.dân.da e ·a mb~
for-..:m pl~na.11ru:,nte rovetadru; em Cristo. Assim, :a epíS't.Ola
de T~go ltig:a-se à 6ina~a e a:os Cristãos ain'-d:a em !rcla-
ção 'C'OlD o J udaísmo, 'tlall •CQ!UO os ,ri..-nos historicao:nen11Je, e
T.i-aigio à ,su:a frente, em J:erusal~n. A :sua eipísif!oJ:a não un..·ura-
p ~sa esta p·osição; e é, iao mesmo ·tiempo, o último 'tesite-

(1) A6 cpístolM de Paulo apr"-'C0!am o homem a D eus, em Cri!ilo e por


Cristo. O Evan1;e!ho de Joíio apresenta Deus em Cristo ao homem. An epís,.
colas d ute mesmo ap&tolo mO&tram-nos a vida divina em Cristo, comunicada
ao cnntc - embora Pa ulo, sem d6vtdn, Ce ie também da vida, e J oiio Cale
do homem como estando cm Cristo díaote de Dc.us. Acrcscc.nt:mos a.i nda,
como tema elo Bvul!llolb.o icsundo S. Joíio, a vínaa do Consolador - o Espi-
rlto Saulo. O le.itor notará também que o Evangell,o segundo S. Jolc> nos
ap.resenra o facto novo. <;ue substitui o Judaísmo. sob,..,ludo no capítulo 4.
A verdade de eleição, m uito fo,rtementc c..xpressa aqui , corre atr:iv~s de todo
o Evansctbo. Os Bva!lllell 'los sinópticos IIJ)rcscnmm Cristo eoo Jud eu,, po
lto,nem, p11ra ser rc=bklo. Mas no Ev:mgelho segundo S. João. o wuodo e
os Judeus Slo Julgados desde o prin.c{J)io (c:i.p. 1: 10, 11). A partir doli. o
l!.emnnescc:o tc eleito pela uaça - somente as ovelhas - é reconl:tecido, e °"
Judeu., .Uo trntooos como reprovados .
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AS 'EP1STOLAS 113
munho ,prestado a Isrnel, cori..&iidera:do oom,o povo ,de Deus.
Tooavia , põe em evi.<lênci,a o Rieana.nescentie regener edô,
que cria ,em Cristo, embora ,aquelles que .dcle '.tiaziam tp'arte
não estivess em 'ainda s,e,paraldos do povo.
Nos hálbi'IX)S de ~ r , ,ft1.m:lad,oo, :oã:o por uma lei
:imr.,osta , mas, ooon ~ão, sobre u m de.seawolv.irn.euto mi.tito
mais comp1er o ,do Crisüam smo (sob-re U1111 <le9eu--vo<lvimento
que er.a a ·m'allúfes,tação ,d,o,s rdesígnioo u.nutto ;:rniaiis antigos
que ;a exietênc ia do ~Ov'O Judeu, ,porque 'errum os desígmo s
ete-mos de •Del.16), encontr amos a toom,a .da verdade, a,presem-
too.a por Tã:ago, diffoi'l ,de ra,p-reendex - forma qu,e põe, IP()r
caus,a das pr<i~s as !eitas :a IS1rael, esta verdade em re-
laçã,o .cem aquilo tiue iera o seu berço ru.stórico nieste
mUilld'O. No emaintto, se compree ndemos hern a história
dos Aotos dos Apóstdl os, tornm:,s e-á mui-to mais ilDlteli-
gível a p o:sição dos fiéis, tail. como a enCOO/t-I1amos 1t1ia erpís-
tola ,die Tiago. Bsita .epístola, que reprova •U ll'lla ·fé 'S001 obiras,
é, sob este as,poot.o, td'o :mais 'ai<to vallor.
Judas tem um c,miote r inteiraimente 1diforent e: Não é o
berço ,do Cr.istiaalilsn:n-o, ou da I!,'Teja ,sobre a Tenra, .que
enicontramc-s nesta epistola ; é a sua decadên cia e a sua
morte aqui, neste mt.1111do. A C'I'istao.diam: :a:ão guardou ,a
sua ;pureza pnimitiv a. A e.pfs:tola de Judas ra.proXlim a~
d uma partlC da segoorla apisltola de ·P edro. Tooovia , esna
fala ido jul.gam.ento ·tra:tido pel:o governo geral tde Deus; ao
p.asso ,que Judas falia da queàa do que existe iactnallmeute,
desde o Penteco stes, sob os olhos ,de D.eus, .oomo •resp'CITTISávcl
pela manute nção dia glória rd a Sua ,gi,aç,a. oobr.e a Terra.
Estia -queda, tSegtmdD Q testemu nho <profétioo de Judas,
conduz, a ,respeitto do es·t3!do actual de coisas, ao jwga-
men()O de que •P edro fa:la e de que oon'Uiinua a his-tór.i:a até
à :dissorução da Terra e idos .seus eleanfflt os. O mal 4ue
já, no seu primeir o germen , começa va a rei.espantar, dava
[ugar a esse de:,--.envoJ:v:imoobO tlc J,udas e 1à rdiisitmção da
verdade i;ra Igreja, ou, pelo manos. ,dos 9eUlS membro s, qt..-e
estarão presente s em glória, <.ii.aárte do Senhor, mo Céu.
A ey.í&tola aos Helbreus .cOIIl!S'Ílde!la os tS/a!n1l0s sobre a
Tenra, tomado s cperfieirtos quanto à sua a c e ~ :pela obra
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114 J. •N. DJ...RBY

de Cristo, rten:<lo assim ;plena libeJ1Ciacte ~ai-a -entr.arem no


lugar Saa1Jtíssi:mo-un.as o 1ca:ente é-nos ,~.ip11esiellltaldio 001110
:andando e..rn .sof.ni!nren:to sob11e a Teroa, ie não 100mo rLli!1ido
a Cristo ll1.0 Oé.u. 'É !l)O-r isso que ~stll. epístolla il.100 mosftr,a
o s:acüfício de Cristo, para nos 'O!bt:er a ,gr,aç-..a ie o socorro
cLivinos no momento :oipoo:t:u\o:o, .e ,como :ru,parecendo ,s,emp-re
!l'la presença ,de Deus tpw.a nós. Não ê a 'ilolteP:::eSsão ,de
Cristo ;ac..,~..ca ,dos TIOSISOS ipeoado.s, iporq,ue IDJe$ltia epis.bol:a
já não memos «n'enh'l.lllU 10omihlecimon'llo» deles, ana;s é ia ,g raça
e o .socotTO d:e que tennos ma--essida'<ie, n:o, ieista!dio de fra-
q_1U1eza em •que nos encont:r.aimos m,este roum,dJo.• A iPle'ssoa ,die
Cristo, 1con.1<0 Deus e Homem, é também posta ein 'e'lri.d:ên.cia
de maneira rnl',táviel 1I1Je.<Jl1a epístola. O ra;,t,i,oclo ;dJas propr.ias
epístolas nos dará mn i&esem.'V01lv.ín1.entio :m.ai•s COIIll,Pleto e
:miais preciso de tio.dos estes :asS'UJltos.
!De i!nicio, OCU!P'al.r-«l'OIS-e:mos idas epistolas ,de J>aulo, TeDJdo
cm atenção o -carácter ll!ilstó11ico da ISUJa d:01rnnI'i1I1a, isto é,
o progresso ,da manilfie$11ação dios ,desígr.rrios ide 1Deus em
toda ,a sua exlóe'IllSão, as epí.s.t-ofa.s die ·T iago e de Ped1"0
dli:rv.e:r.iam rpreoedê-Las; mas as eyístlO\l:ais 1d!e :Panilo, ie..~fa-
rumdio ,os nmdame,n.tos ,oo .verdadie e 1ex,p0111.d.o os 1Jemas
como fo,:mnando um 1COJ1junto, '1:êm, evident:eanenlbe, t> pri.-
mcir.o lugar e fuzü'll •COl).111preren,der '.a!que1e q,ue ipe1tten-0e là•s
outras.
A epfotola ia'Os Ron:JJa11os, em pa.ntioulru.-, ~ o v a os
grantcles ft.mdamem,tios ld:a. verdialde divina e ,dais :t1etlações
iroilivtdiuiais ,oom !Doos ida maneira mais d:ai•a te a:naâ.s rom-
;i;,.Lt.-ta, de modo que 01ão tt:emoo nenhum motivo para !110S
afastanmos da ordeo:n por que ais e!JICJClll.>tr.am'OS n-0 Novo
Test amento. Aliás, iI1ão ib:á nada, nessa m-diem, ,que se fi.gue,
qua!nrt:o aos seus ipormec:rories, a w:na razão m·o1ra.l 'OU cro-
n.o,Jógica, {por i ss:o iela &fiere segtlillido os <proses e ias '\,"el'\Sões;
mas será rnui•to conveniente, coono acabo d'e dizer, esitu-
daiimos as epístoJ'3!S segundo ,a ordem re ro 'que ais ietnron-
tramos na-s v:ersões ~ s d-i.funJ.<lr1das. No e,"\'.arrne de oada
.uma d,elas poderemos oo:oo,r IO q:ue .será mafis intieres.siatrute
0 resipe-no do 15,e,u carácter es,p~ial, sob o ponto ide 'VllS,ta do
desenvoh-im<eoto <la ooutrma.
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AS EPfSTOLAS 115

É pmváv,01 -que, 'Cle entre as epistolas de Paulo, ia dmgidia


aos Tessatlonioen.ses 1lein!b:a s.ído a ,primeira 0. ser es.orita.
A .que foi .dirigida aos GáJtams tem uma data menos certa,
ma1s foi esr-..rita .pelo a.pósttolo depois .de -vários .aro.os ~
t raba'l:hos. A primeh-a e a segu.n1da ia.os Ocxrmtios, e a din-
gilda •aos Rema.nos fumm escrltas em Éfuso, .na Maoedó:nâa
e em CoT.into, r-especti'Vaü:D181I:llre, duir~ a 'Viagem que Pwufu
fez em ivnlta .do ~u.iipél~o, a,pós um.a >lon,_,ç,,a estadia em
Éfe90. •E'llfinn, :a:s epís;tofas aos Bfésli.os, aas Filipen:ses e raos
Coloos.enses for.ann e.s,cnitas <l;u,ran!1Je o cati'vciro d.o ,apootolo.
R-eservo as outras, iinduic.do a -e>,)fstola a'OS Hebreus, pa,ra o
seu própnio ,estw:lo, 'irndfücamdo s,omem;e aqui o qiue pode
5er útil saber-se já, sooreturlo no ,que rosipcita àquelas
cujas datas são mais ou menos certas. Acres.oe:rutwios
some:nre ·adnda que ia .eip:b""!;oiia ,d/e João ,nãio se diga muito
a uma época <letem:ui.na,d:a, salvo que ,(verifiO'a:Jld:o a natu-
reza e o oaráoter da 'Vidia ide Deus, queir 1como pedra-de-toque
d~ •tloda a profü:ssão .de ifé, •quer ,como garantiia oootra todos
os errois qu.e t11ão ü-azean 10 sol ldes(sa vida, e coillt ra todas
as ,pretensões que, se ndo ,dieire despro11,idas, ,p10ir esse i:m.esiroo
•facro se re-v.ela6sean) swpõe que ros erros aos quais ela faz
<aJ1usão estã:Q já mtrodtcidos 'll.'O me1o dos Cristãos e per-
tencem, fPO'I' isso, aos ú'!Jtimos 1ain:os ido século a'!)OStólico.
Com e.fieiro, é mais ou o.n.<enos o oaiso ,de todas as epístollas
chamadas católicas, 1s:t,o é: universais, 'P'Qr,que inão são diri-
§i,cLas ia nienh'l.lma igreja em part:i'Cll.11a:r, ocmo, s:ão ,as epís-
tolas do <~sábio arquiteovo» •Paulo. Nes.tas eo.ioontrnmos, sem
dúv.ida, desde o pdncípio, profecia,s iacerca oo mal e da
verifirnç.ã10 de que o IDDliliJSttémo de irnirqutiidade oipemva já
na,quele ,tempo; mas as epís1okls uiniiv,e,nsaÍlS oolocaun-nos
1110 mesmo campo. Ju.das :f.ailia-nos da cormt.tpção qu,e ,se faziia
sentir e.n:b:e os <Ctristãos; Jioão fa4a~os ,dtoo apóS.t!:i1as, que
sairam Ido meio delies!
,Comsidie.nemo's agora um rpoOC'O as epí-s-tolas de •P aulo:
Tôm :mais de ,um carácter, onas rto:das elas (OOS fuz.em.
ooniheoor n,o apóstolo um esipínito dotado <l:o Alto, oapaz
,de percorrer oo mesano 'tlempo o rvasto ,don.únio ,dos pe1n-
sa:m-entos <le Deus e enrtmaT a11:é, coan ana.ravill!h.osa eniergia,
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tl 6 J. N.DARBY
em oada pormenor ,d!a v1dia .individ.uaà, sabein<lo oolocair-6e
exa.ctamente, paria Jtfaini'festar a graçia, n:ars Te!liações ,de um
esicravo 'fugíti-vo oom o &eu senhor, ,e ;pôr em e,":irlência, oom
divina iclatidade, ,todos os desigllli.os :pelos quads o ~ai gloI1i-
fica o Filho, fazendo d!Ele o ,centro de todos oo Seus !P6Jl-
samentos, Ido sistema que resulta do exercício ,dle rtodo o
Seu Jrod>e1.r.
A soldcitude q,elas igrejias, o desffil'V•Ohdmooto dos pl.a!Oos
de De1.llS, o exercício de ~ição fra't>ernal têm, ,cada 'UIIIl., o
seu hl~r nos seus peo:is3.illre'l1tos e nos •SleU.S ,tr,a,ba.Lhos. Por
ourt:ro bdo, ele vê-se, mwbas veres, forçado ia expl:anlfl.T a
veictade, coanbatendo o erro que difa-oera ,o seu coração,
quer ele pens·e em Cristo, qU'e .essais gentes desonran:n, quer
na v.er<la<le, iio,strumento dre sai1"1açã:o, 'll:JlÍllada poT reles, quer,
e.nfun, se Te-..'"'011de idos queridos resga'!ado.s do Ser:l'hor que
estão ·perturbados ou mesmo <liesvia:dos do Bom Caminho
por ,esses :fuloos doutores.
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EPÍSTOLA AOS ROMANOS


INTRODUÇAO

A Epismfa aos Romanois ;tem !llRtit.o -natur.al.memte o seu


lugar à ,cabeça de todas •a:s outras, oomo ipoooo sisitema.tica-
men'ile os !fumdametl!tos <las rzl0.ções do !ham.enn com tDeus,
e con,ciliando a'O mesmo temllp'O a venda,de lllllE.ver:s:al da
:pos·ição do homem,, :ptii.mcioo-menlte sob ia relação d:a res-
pon.s,a•Wi-da.d-e, ,depo.is sob ,o 1pcm1JO de visua da graça, com
as promessas especiraáis :feitas aos Judeus. 1Põe :também os
g:r.andes pri,ndpios da prática .cristã: :a anocalidade, .não
,a, do drom:em, '.lll1alS ~1.11ela onocalidaid.e que é o lfruroo tl:a 1luz
que dá o Crisrum-Í'Slmo -e ,&ais relações iposàtr:i'Vas ,que ele
tta.z. iÉ ômport.ante ver 4ue e.srua epístola co.nsiidie(ra !SeDllptre
o Cl'istão como estando neis·t e mundo. É just:iífücado ie -tiem
a vida em Cr:isito, :mas é 1I1es:tie moodio-·e :nãio co-ns:kl~rado
coono res.su&cit-ad-0 oom Cais.to.
Eis -penso eu-a 011dieim. do CôDireúdo ,da -epístola:
Após a lgum; •versos de Íllll.'roo-ução em que ex1põe 10 seu
assuntto, ve:rso:s dos q_uais ail!guns têm wna importância
caipital., ,daindo a chave de todo o ienfil.00/Jllento d-esta eipís--
tcla e o estado 11eal. do oomem -peraID,úe Den.16 (capítu!o
l :1-17), o iapós,tol:o, a té ao lf1m do ~tt1u}o 3, verso 20 (1),

(l) Logo após a Ílltrodução, encontra-se, alé ao fim do terceiro capítulo,


o mal e o remédio que Deus concedeu no sangue de Cristo. Em sesu ida vem,
nos capítulos 4 e S, a ressu:rreiç§o de CriJto, po.ra nossa Jus1i!ícação (depois
de Ele ter sido ent,egne pelas nossas faltas) e assim n paz com Deus, :nossa
posição actual por Seu favor, o a esperança da glória, cem todas as suas
preciosas ce>nse(tnêncías _oo amor de Deus. Abraão e David, os dois grandes
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118 J . N.DlllliBY

mostro .o homem :tobaw:Ult".nte ,oor.ruip.t o ,e ,perdilldo, sejam


quais for.em as cfrCUl['.stâncias am .que se •e ncontre. Sem
lei, ele •acltava--se :ruw:n esnado de ,pecado d:esen:freado; ,coem
a fi1o,sclfia, elte julgav,a o mal, mesmo oooneten,diO-O; sob e.
lei, de \i'o1a1v:a ess:a 1J~.i. :mesmo ,varng!!orianoo".se ide a pos•
suir, e desoo.r.ava o No.me d'A,quele de cuja ,glória tele era,
pcT ;assim <dizer, o -so~idáxio -p'Orique fui ,como um •p ú\'O
pert<::inccrrrdo ;a •Dws que d'-Ele recebeu e.':>"'Sla leii. De:s,de o
verso 2í relo ca,pitu1o 3 até 1ao fim ,do .oopttuto 8, o rellllooào
para io esit:aldo do h omem é cla,::amente 1eJ<;po1StlO em duas par•
tes: D:es:de o :vm'SJo, 21 ido oopitufl'o 3 .até ;ao 'f.iJm. 1diesite capítul10,
o p,rmcípio ger<lJl é que o sangue de Cris<to é a resposta - de
que nós gozamOIS 'Pela d:é--a ltodo o ~ de que 10 iapós-
tolo acaba de fa:1..er Q qU'aidro; em seguida, illO oopitl.1110 4,
enicon tr:a..'ThOs a ressurreição, seiJ:o da obra ,de Crisbo e tes-
temunha da eficácia :die5sa oora pare J.Lossa j.u:st:ifii,ração.
Tudo li.sto responde à lreSIJlOilsabilid:ade 1die wn if.i!lho de
Adão (respoo53lbiMdaiêlie que a lei agra.vava ainda mais)
pela graça :hnt•.eh-.a e piliema .d.e.c;crita no ·cap,írtuilo 5, iveir.sos 1-11.
Mas no caipttiulo 8 iesses fuatos encon,tram-se ,em Criisto
r.es1S1USCitado no Cétl e ,colocarnb -aquel,e ,que rali <tem parte,
,quo:r di:zJea-, todo o <:ren:te, numa nova ')JOOiçã:o diante de
Deus ,em Cristo ,q1.11e il:he <dá a·ss,im a liberdade •e a vida:- a
h'ber.diade :nJa qual ,estarv,a o ;próprio Cci•!.1to, e a iv,1d<a que Ele
mesmo vive u. É ,esta ir1'()1\/.a posição em Gri1Sto quie u:n.e
mseparav'e'l:mente ,a jusmlficaç,w ie a san.t1dlrude de •vi.da.
Mas o que a,caibam10s de -.d izer lfO!mleceillOIS ia ,ocasião d'e
.n otrumos uma .div-1são iamdla m,aú:s iiroport1am;1Je dos .assu.n.tos
t-ratados n~ta ,e!l)ísroJia: Do IC'.3lJ?ÍMllO 3, '\aeri.so 21, ;ao 1caipí-
tu1o 5, iverso 11, e.ncontra!Ul!Os o dos pecados; a nossa cui_pa-
bili:cliade indi'Vi;dual en'OOIIl,tra a sua resposta (110 Sl3lll.gu,e ,de
C1isro (ca:p . 4), entregu-e petllas nossas faltas ie ressuscitado
pa,ra nossa justifi.t---a.ção. Mas, depois Ido capit,1.üo 5, verso

troncos da promessa, confirnlaram o principio da j1mlflcnçõ.o sem as obras.


Esta parte termina no verso 11 do capitulo 5, que divide a Epístola em du,u;
partes diltintas: De um lado a doutrina priDcipJl da ju.stifil::ação; do outro
a nossa posição perao.te Deus. Volt~remos a este a.'5Unto.
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EP1STOLA AOS ROMAi'-JOS 119

12, o apóstolo t•m ta ,dia questão ,do pecado, inão oda Jibenta-
ção do jul~mento fulturo, rma:s ·da. ,do 11osoo estaido actual (2).
A primeira ques-tã:o ,tel1ll1ima cpel;as bênçoos do capítulo 5,
versos 1-11; a s e ~ lt'ermiala :pelas bful.çã:os ,ao capítulo 8.
, Nos capítulos 9 :a 11, Pau1o .OQ[lcilia estas verd.aicles da
salvação, comi der.adas como pertencendo ,a todo ro .c rente,
indistinta.mente, com ia:s vromessas feitas aois J ud:eus, fa-
zenidio ISO!bressaii.r a maravil!hosa sabedoria de Deus e a
maneira con10 esses factos eram prnv.i:st:os e revel:a:dos na
Pulavra de -Deus.
Bm seguida mostra (o~. 12 ,e seguintes) o ,espírito
prático cristão. Scme<.nlte nesta ú ltima ipal'lte o apóstolo
:faz alus..-'i'o à lgi::eja com:o cwpo. 'A parte li:sto, ell.ie tta'ta
em gernl rd o ho1IIJ.rem, do drucli'Viduo pera,n,te l1Ji:m IDeus de
justiç,a, e d:a obra de cristo, que oolioca o homem, inmvidnxa:l-
men1:e, 'IJ!a p.rcse-nça ,de Deus em paz. .P ela meisania razão,
excCl_pto numa única pass~, no capítulo 8, .t,en,d,o -~
v:ils!ta !introduzir a tinl!er.ressãio, ruío se fala ma -Bpfatol:a aos
Romanos <la ascensão de Cristo. Bs-óa Epfstolia trata da
mortte ,e oon:s'iid,era a ·ressurreição de Cristo- como o ,fu:nda-
men;bo, para IO homem:, ,de iuon novo ,estado peranite Deus.
Examinemos -aigona ia c·ont inu,açfro dos pen:s.amentos <lD
Espmto Sia.nto ,nesta epístola. Enoontriamos in:ela a r-es-
posna à solene que,stão de Joh, imtado rpor causa daquilo
,q ue ·se encontrava sem l'eimédio .em ,presença .do Juízo
,de Deu.'>: «Na ,ve:t1Clade, sei que é >3Jssim; ipor.q,ue, romo se
ju:stiifü:iaria o hmnem perante Deus?» (Jdb 9:2) . .No ei.ntanto
,a questão de se saber onde •se pode enCOJ1tmr :a Justiça
.não :é o ,priJmeirn 'l)í;'ll1.Siamem.to q ue se nos ,apresentta; é a
neoessidade d-0 homülll; mais o Eva:n:g,efüo v:em em pri-
meiro luga1·, r-ev-elmdo,n-o:s e trazendo-nos o Cristo. É a
gr-aça e Jesus, ,d,e ,qu,e o Hvam,gelho está ohcio! Bl-e fala-nos
de Deus coano soodo AMOR. Isto revela o sentian-ein.to das

Ç!) Esta set:\lnda qu.mtão, que tem por assunto o pecado na ·c arne e e
morte ao pt.-cado, implica o tema da lei, meio de descobrir o pecado., q_uondo
a espiritualidade da lei é conhecida.
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120 J. N. DARBY

nossas necessidarles ·(l), trazend o rt.a.m:bén.1 o que a isso


respar.td:c e dele dá ia medida ina graça que nos raipTeSe:nta
toda a plenitud e <lo MnOT de D.eus em Cruto. Ernx>ntranros
·n o Evangel ho uma revelação tde [)eus ;na Pes.so:a de Cristo.
O Evangel ho Q?õe ,assim o •h o ~ no iseu dev.i,ck> lugar
dronte de !Deus, o homem :tal camo ele é em si ~rqprio,
e •tal como ele é em graça, em Cristo. Atlérn ,di:sso, ina pre-
.sença d'Aquele qu:e •nos é revelado, 'todas :as 7Jr aroessas
encontr am o seu ·c umprimento, mas é ~ .r.otar
que o Evange,Hro ,oom•eç,a ~ Pessoa ,de Cr.ils:t,o, e não rom
o perdão e a Justiça, eitibor.a esve !P'OO)!óo seja 1em S'eguida
pl:ename nte desanvo lvido (a começar !!'lo capíluao 1:17).

CAPfTULO 1

Não há ;nenhum a ~ístola em que o e,p6stolo coloque


o seu apoSltolado num pé m:a:is ,p osit.i!vo e mrais formal do
que nesta, porque, em 'VÍr.bude ,dos seu.s rt.naba.1hos, 1Paulo
não tmha il.-en1llium -direito oobre os Cristãos re RO'Illla-. E.le
nunca •li•nha visto os Rcanam.os, .m~s nam ;po.r isso era
menos ,o seu apóstolo , porque el:e era o 13q)ósrolo dos Gen-
tios. E.1e era udevedor aos Gern:tros». 1Escreve :aos Cristão s
de Roma, Porque lti.nha :r.eoebi:do uma ;missão da !Parte
do própri,o Sernhor ,piam .todos eles. Os .,Cris,tãios de Roma
erom, :por assim dizer, aa su:a -a1çada, enquarnto Gentios .
Tinha-lh e sirlo confiM:a a tarefa de os apresan ,tar oo:m.o
uma ,01ferta !Slantifioodia ,peJ.io Es,píri-í'O .Sant10 (caip. 15:16). Ble
tinha Teoobido esiSa missão. iIL""lIS era ,poderoso e ' m Pedro
:p-a...--a ,com os Judeus,; Paulo era enviado para os Gentios. Os
d<>ze '<> tinha:rn, de 1x:sito, ,r econhec ido (Gwart.as 2:7-9). Se
Deus q_uis que Pmdo cUJL.-,,risse ,a sua llllissã'o em •relação
di'I'OCta com o Céu e fora da :mfluênc ia secuJru: da caipital

(3) O coraç!o e a consciéncia entram aJ juntos. A lei pode mostru


à
consciência a culpabilida de do horncnr. e mesmo, quo.ado ela 6 conbeclcla
,cu
cspirltualm ente, o estado de rulnu. Uma .oeccssidade supõe sempre que o
coroção também esU'I em ~ttv!dade.
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EPiST OLA AO.S ROMA NOS 121


do mundo ; e se Roma ide11ia ser perseg wdora ·d o Bv.angelho,
esta cidade imperi al mio 1er.i. 1menos C-en'tia '.P'()I[" caRllSa
<li'S'Sú.
Pelo ,que diz ,r es,pci1 o ao Ewnge Tho, cla rperten cia, •segt.ulid
o
O .Espín to, a ,:Paiulo, !PedTO, 'D.O e.'l:ercício
do iSet.1 a,pasroliadio,
dirige- se aos Judeus - Piatvl:o ,aos Gent!io-s.
Tal ·era, segund o IDeus, -a ordem da 0dm:in istraçã o do
Evangelho. Ocupemo,nos iagom rdo que con1stiitma ,a po:s,i
-
ção ido apóstoro. iPaulo e:r:a servo óo Cristo . &re e:ra o.. seu
caTá'Cter, a sua 'V'idla. Mas ih'31Via outros homen s que eram
t,ambé.m. ·mais ou menos serv:os oo Senho r. Mas Paulo
'era
mais do que isso: .Era a,pósto lo pelo olxarola'JDAD.to do Senho
r,
«apóst ofo clwnu:u!.o», e não raipeina s ~rol o ohaim
ado de
Deus, e ia~..o so .segun do a ocasiã o que sie '3!Presen-tava.,
mas nmfa m,aís do que isso na vldia .deste mundo . Ele era
«9eiparado» p-ara a Boa Nova de •Dais.
& ,t es dois último s oaracte r.es, o de ser «chaimado•», e
o de ser «<sep-aradon, 11egitimam-se de uma ll'.IllMleira muito
definid a: O ;primeiro pela rev,el'ação ido Se!nlror a Paw.o,
na <estrada de Dam.:alSOQ, {o chama mento do ·a,póstolo e
a
missão de que ele era ~caxirog-ado par.a os Gen'ti.os datam
des.sa típoca) ; o 5egun,d10 quand o <0 Espíri to Sa-nt o o $C_pa.r
ou
em Antioq uia, 'd e 011.de (Pal"te ipara a.impn ir -a sua missão
.
O apósta lo .ah:am,a o Evang elho, para o qual ele ,f oi
separa do, o :E'V'<illlgelh
: o ou ia:S Boas N()IVla;s «de Deus»; o
Elslpíri-to Santo aq:,resienita-o -aqui Da s.ua ,crr:i-geun. Este
Bvan-
g-elib.o não tra.ta do que o U1C!mem <deveria ser pa,m Deus,
nem som~ te do -m eio pelo qual o homem pode ap,rox imar-se
,de Tu,us oo Seu -tro.u:o; 'l'e\l'ela-m.os os p.enSlallltmróoS de
Deus
e os Seus ~tos para com o homem , 06 Seus pe-wSwnenJl:O
s
e m bo:n<lade, a Swa própri a re\ne-lação em Je.sius Cristo
, Seu
Ucigén ito :Filho. Deus aproxi ma-Se <do halilíean segund o
o
que teile é e segund o aqwiio que -Ele ,quer ~ g;raç,a. Deus
ve.rn para o hom em. !É ,o IB:vangeliho 1de [)eus. Ta!l
é o ver-
dade.iro ponto de vista sob o qtra!l é preois o ,consid erar
o
Evangelho. ESite não será j,amais compr oomlitd o 'l!llltciramen'IX:
:
enqua nto não fur, paTa nós, o veroad ei.ro 1E-vangelho
de
Deu!s, a .activi<lJaicle e a revie.lação <la Sua .na'17Lweza e da Sua
vaatad-e em .graça ipara com o ·hem.em.
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122 J. N. DARBY

Tendo indka:do a origem e o AU'tor .do Evangelho, Aquele


que -o 1;e,'V'e:la c1Jmo send.io o ,Deus de graça, o la;J)Ó&tdlo iapre-
sru1ta a·s r.efações deste Bvarogellio CQtU os caminhos de
Déus .que -t êm, histc>ricamenite, p.reoedido .:a sua promulga-
ção neste mundo, e 10 seu .assu!D.to iPTÓ,P'rilo. Blie distingue
assi,m o a:swnto pr:opriamen:te ,dito ,do Evange:l!ho e o [ugar
qu:e 'Ünha.m. ia 1resipei't:o dele a!S revel:ações que o .tinham
pret:-edic1o. Coan efeito ttnha ;existido, :a;ntes do Bvalo:gellio,
uma ondem .d:e coi•sais .q,ue :aqueles aias .guaris cle se dirli.gia
queriam. manter -como si,s,tema pos.i,tiv.o e JJD.depeo.1id,eo.'t e,
rejeitanici.o ass1m o Evan,gelh'o iem graça. Ora o iaíl)ósltOlo 5::n,tro-
duz aiquâ o que o ipr,ecedieu, não como ,tema :de contt:rovérsi:a,
mas sim no ,seu v-ei.'!Cl!~i ro oaracter, para r.eforç-.a:r :o res-
teimunho <lo Ev:arrigellio, antecipando assiiJill objecções que
são logo a.,esol'vidas.
P,a.<ra o Ge.n'tli.o, o 1F..J1,,,[email protected]!o ere a revelação •da Ver.d'clíde
e (de Deus em •gr.aça; ipara o Jud-eu era precisamente a
mesma ,coisa, mas ,pood:o simuJ.tâ:n.:eamenlle no seu ver.da,
deim lugaT tu<lo o que dizia respeito oo IS~Sltema judaico. A
relação d:e que falamos ,eo.lJtre o Antigo Tesbarrniento e o
Evangehlto é es1Ja: Este .E-vangelho -de -Deus tiitilia s1dJO
an.1.llllciado primeiramente ;peJl.05 profetas 111a;s Sagradas
E9crth.l.ro.s ,(verso 2) . Not~se ,que ,o ,Evangeillio de Deus não
'tinha v.mdo., nem tinha sido d irigido a'Os homens nas ·Es-
crituras rlio Anm,go Test'31Il:leD,to; mas ,i;imJha sido !prometi®
ou 1aJ1U!IlJC..'i.iado :a'l i, como dervie1tdo s-er enviado :ma-is ta11d:e. A
Ig.r.eja ne,m sequer era ·ali ,an.um.~ia:da. Só !O ~;,angelho era
l'mWJ:Ci:ado, mas como es'tlalldo amd.a [Pa:r.a -vfr.
AJ:iás., o 1objeoto d&-te ·Evange:'lho é, antes de tudo, o
FHho de Deus. J-esius cumpriu uma obra, mas é Ele mesmo
que é o ve11daid:ei.ro obj~ do Evan.géliho. Ê .aipresen1Jadn
sob um d!J!Plo ponioo rele víis1ta: PrimeiiX>, ,camo obj:ecto das
.promessa-s, filho de Davi,d segundo a ,oame; segi.mdo, O'.lll.110
Filho -de Deus em poder, como Aquele que, no meio do
;pe.ca,do, .an,dou ipclo E:spíri.oo, !Ilium1a santidiade divima e
abS'Oluta, sendo 1a ressurreição a pr.ova incontestável e vi;to-
riosa do que lera a Pessoa que ·assían ia.ndoa,ra. Tal é a 1força
do ,v.crso 4. A r.ess1.11rreiçã0i de Jesus é urr:na rrnanífes,tação
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EPISTOLA AOS ROMANOS 123

públ,ilca desse poder tpe]o qual EJ;e amou em s8filtmrude


afo,~fata dwriante a Sua l\"Ílda, a ma:niliestaçfu:> die quie :E;Le é
o Filho de Deus em !POOler. lDt".s.ta .maneira Ele ié ,cl0iralllffi.Lte
re~lado corno Filho ,de :Deus em pod+er. Na ressun'eição,
nã,o ~e tr.atava apem.as Ide promessa, mas iSün de poder;
tra-tava-se d'.AqUé1e ;que q;odia wa'Var o oombate IOCm :a
mci.rre, em .q_ue !O lhoimem j.a:ziia, e ·all~ar ,sobre cla uma
itória completa. E fato ,e,m relaçiw .ooon ia sa:rumidiarlc que
, 0

pr'eistaiva testern.11mho, tdu1rM1te ,a sua vida, oo poder do


fa:1pírito pelo qual Ble ood2lv,a ,e lllO quia:l :Se gm-antia a
Si íPróprio, ,preservan<i:o-Se ,de itlOàa a 1lentação. .file foi
ressuscitado de entre os mortos ·no ~mo 'P'Oder ,pelo quaJ
era .absolutamfflte sa!rrt>o em vida.
Cc1nsideTIU1d•o 'º Senhor em relação IOO<lll 'OS iaam<inh.,os ,de
Deus sobr,e a Terra, vemo,.,Lo o ~bj-ecto e ,o 10UIDprimento ,dias
pPomessa:s; conside.rando-0 'em relação ,co.1I1 o ·es4Ja.dx:> do
homem s.wjeito ao ·p eaado e .à mlOrte, ,o. Se:nlhor era, q,uer
en.quimto ,viveu, ,quer em 1--essurreí:ção, já oo:mip½evamente
vi-tori.oso ide tudo o que se Lhe opllmla. Ressuooi.truorlo,
zipr.esenta-Se camo Fill-.x:> ,de tDeus, revela,do pela ressur-
reição segundo o ipoder qu,e e:9ta:v.a -nlE!e 1e se ~ v a
ipe1o Es,pír»to na ,sa.n.fü:liade ,em que 'Vivia ,neste o.nnmdo.
Que :m.a.ravHbosa ,graça 'Pod.emnos ve:r a..TJ.iquIT:aidio tcdo o
poder ido mail; ve1mos :es.sa [)"c:l.Vorosa n_Jorta •dia m.orre, que
se .fochia sobre a v.i,da ,pie,cla!dora .do h'Omieo.n, ipam deixar
cs~e iao inevitável julgarrnento que rele merev--e, quebra.da,
destnúida por Aquele que qui.is entrar ,na S>O:UJ:br-ia. morada
S.'Obre a qual eloa se :feiClha! Que maraNiillhosia e wrdardleára
libertação ipa.xia o icoração 'll'er o Fiilho de Deus 'tom.ar sobre
Si it,oda ia 'frnqueza ido hoonem m o.norte, !e isentar assim
comp1eita e ab!solut-amen:te todos 1a:que-les de quem B1e tinha
levado o castigo, sL1Jbmeterndo-Se Ele mesmo a esse castigo!
Es~a vitória !SObTC a mo•rt~, esta libertação do hc.mem ,do
poder ,da mc,rte ipelo poà·er ,oo Filho de J)oo;s feito homem,
é a úruoo. base ,da e$pe:riarnça war.a o homem m:ortal e pe-
cado-.r. Ela põe de lado 'tudo o quie o ipecaoo e a motrte têm
par.a dizer; does,trói, par<a aquele cuja 'P'orção está em
Cristo, a morte, que em o :Selo do julgamento pronWlciado
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124 J. N. DARBY

contra o pecado. E um novo homem, uma nova viida começa


para -0 homem, 001.Tora sujcito à morte, e agora colocald.o
for.a de toda a cena ,e de tod-o o ereiillo da sua misérú.a
precedente - un1'a vida fu:ndia<la so-bre todo 'O -valor ,da.quilo
que o Filho de !Deus ifez, ql.13a:ldo !S,Qfreu ;a 'll10r.te e ro jul-
gamento ipor nó.s.
Em ,resumo, iestia ipa.ssa:gem i3.'Pr.esenta-nl0s, ,como 'Objecto
do Eva1I1gelho, o filho <lie Deus, nascido <la desicenrlência
die Da'V':íd, regundo a ctarne, e, l!lJO sieilO da humao:l!iid1ad!e e da
mo-rte, tdetenmuado Fi)ho de Deus eim pod'er peJJa resisu-r-
rcição (1), Je-SUs Cri,sto, nosso Senhor.
O ·Evangelho é ,o !Bvange1bo do próp;rio ,Deus; 'IIl0S
for.a p-0ir fos.us Cristo, o Se:nhor q'll>e -0 1aipóstolo ;reoe'bera
a missão. Jesus era o Ohefe des~ obr.a, e enlViava os obrei-
r.os :para a ceifa em :que cles 1deiVfom <trabaJhiro:- oo m'l!Oldo.
O a1vo <la missão ,do apóstolo era a obediência !de !fé (não
a obediência à ·Lei) :entre todas as 'Ilações -eX;p:ressão ,esta
que mostra bem ia ~x1Jensão deSISQ missão. Paulo fura
encal'.':l'-eigado ;d,e esta:belec.er 1a oo.tor>idaide ,e o ,valor oo Nome
de Or1sro neste mimdo. Era .esse !Nome que ,dlevia preva-
lecer ie ser r.eco,nheci:do.
O aipós.tiolo 111ão consider.ava o cumprianento da sua
missão apenas como ~..mn •serviço; a ipróp1'1ila missã~ :era,
,p ara ·ele, urna graç,a e :rnm favar ipessoais ,d:a ip'311!.e do Semh-or,
de •Qil.Lmn de prestava tes:tienrunho. Não ·:!ialo aquí de sa1va-
ção, em:bom •Il!O oaso ide :Raulo a sa!J.rvação :e a mi'SSão :a,p,o,s-
.tóli.ca, q,ue l>he era CO'.Il'.6ad:a, fossem id:e.rrt.ifiicaida:s - f.a:c't<:>
que 1dava 'l1Jll ·carácter ~ umG 1€l11ergia notáveis .à sua missão;
fulo ,d a graça -e <lo [-a'Vor ,de que o próprio envio d'O após-
tolo em a ;pro1l'a.. É il'l!IP'ootatn.ue lembranroo-nos disto, por-
que ó.mpria.ne mn ca;rá,cte:r lespiecial à mi-ssã:o id e Pau'io e ao
seu i:ruimprimento. Um anjo cumpre uma 11nà!ssão iprovklen-
'Ci~l; um Moisés .especi!fica •wna lei ..no espírito ,da Qei; um

(1) Não nos é dHo: «pi:la sua ressurreição.>•, mas sim, de uma m..aneira
abstracta, pela «ressurreição». A ressurreição do Jesus era a prova tlláxirua
dessa grande verdade que Jesus era o Filho de D eus..Mas todo o homem
reuus.citado é talllbém msso uma segura pro·,a.
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EPfSTOLA AOO ROMANOS 125


JOllla,; !OOCua diante ,dia graça q.ue t-bha o a!I' 1die '3!1.tei,ar as
ameaças que ele tinha dirigildo :aos o:na.lvrul.os Gel!1tios; um
João Baptista prega o 1arrepenid,innen:to no <hesierto e l<li_Pliica
o :machado à T.aiz ,da.s á1•vures estrér,e,is ido jardim idie ~us;
mQS ;para Jesus, Pra.ulo, ll,'.)Ortarlor das Boas N0'1/la8 de Deus,
recabe «graça ,e iaposrto1ado». E1e traz a,or ,graça, e com
~aça, a mensagem da ,graça ,a:os home;ns, onrle <iuer que
eles estrejaan; a m:rensagem 1dia graça que v~m em to.da a
extensão dos direi.tos que iDoo:s •tem sobre ·o s !homens, por-
que 1:lessa gnaçia Deus ~'\'.erce ois Seus direitos ,s:0beram.os.
De entre os Gentios, os Romanos e.rentes eram. ;também
1

os chamados d:e J,e.s,u.s Cri-srtJo. O apóstolo <Clirige-'Se, pois.


a :todot> os ;crentes que iestiavam nessa ·gra.."1.rde ddadie. ·E les
eriam ,b~o.n..amaidos de iDous e santos (POT ichamamianto {\\!'e!"So
7) (<). Paulo, como faz 'eJ.11 ,todas as <siuas eipístolas, desieja-
.Jfu,es a graça e a paz <lia parte de ,Deu;s, o ·Pai, e ,do Senihor
Je:;ius Cristo, ,da ;parte <los quais .ele t:razi.a a s,ua men,sagem.
Tr:azia, ,no ,E ,v-:mgelho e :11iO -000-ação, a ,p e1;feita graça de Deus
pOT Cristo, a ,p e.rfeita tPaz •do 'homem com Deus. São as
v,eroa,deÍl!."a•S condições <la rdação de \Deus com -0 !homem e
do homem oom. JJeu:s, pelo ,&t.:m;gelho, o ,pé em que o ho-
mem se encontra cokx:ald:o pe.rant'e 'Deus, pelo :Cristi..aroisu:oo.
Quando nos ,dirigimos ,ao indivl1druo, uma outra ·coiJSa deve
ser tomada iem comsideraç.ão, a saiber, :rus fraique.2:!as e -as
enre:ro:r:.'idades que ise aaham oo Cristão, .mdiv:iooi!mentie
com:siderado. ~ ipor isso q.ue os escrit-ores .sag:r.aidos, .qu:a:ndo
se !trata de indí'Viduus, ra:ore.soenta:m ao ,seu desejo «:a 1m~se-
ricó11dfa» (v.er :ais e!pÍstolas 'ª Timóteo e a Tiitio, e a segi.mda
epístola d.e João. v,ei1s0 3) ( 3) . Quando o iamor rle íDeus está

(2) O leitor deve notar que nos versos 1 e 7 n ão se devo ler: {(Chamado
para ser apóstolo». nem «chamado$ para serem santos», mas sim <<a.póstolo
por cbaQl•inento,., «santos por chamamento>>. O apé6tolo e os santos eram-no,
•im, r.nas por ch.arnamaito de Deus. Um Judeu não era sanro por chama-
mento; ele nascia santo, relativamente aos Gentios. Aqueles de que o apóstolo
faln aqui enim os chamados de Jesus Cristo, mas não eram SÍ.lllJJlesmeote
chan,ados para o serem: Eles eram-no por chamamento.
(3} A l:.p,Mola a Filemom poderia parecer, à primeira vlna, uma excepção;
mas ela apenas confirma a nossa observação, porque ali .so verlíicará. que ,1
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126 J . N. DARBY

nos n,c.ss.os corações, é ,perante ·D eus que nus -o•cupa;mo-s doo


objectos da g,raça; e, neste ,oaiso, 1a obra d e Deus .n;eles, e -a
g,raça, ·que foi o.na'll'1fostada, ap11esentamsse q:n:imewamente
ao :espírito, ,quer íeOCll amoir, quer .eo:n reconhecimento. A fé
dos R:om8!11Jos vem ;a ser, paxa o -cor.ação do ,apóstolo, ftlllll.0.
ocasião Ide ~ões de rgragas.
Em .seguida ;pa,ulJo e~1,ime o S6U de!S!ejo de ,v.e:r e;ses
mnão!S de Riama, desejo ,que ro preocU!p!ava muiitas vezes.
Paulo faz .sobressair iaqllli ia sua posição .apos,tólica ia res-
l)'eito deles coem tod!a ia :tem,ura, •toda a d-eil:rc:a'Clieza que
pertence à graça e oo amor quie •tilnhiam furma!do esta
relação e q~ de.lia f.aziaJIIl .a tforça.. 1P aulo é de direi.to aipós-
:to1o ,de ·no.das os Getn1t-ios., iafrn dla .que 1os mã'O ;tivesse vlisro;
ro;a;s ele é, .do romção, seu 1ser.vo. Coou ,o ,aifeoto fraternal
mais verdadeiro e mais :aTdeirtre, afoc to tl:ecorre/l11e ,d:a graç,a
q.ue o 'tinha estab'eliecido no .apostci1ado, ,Paulo cdese'ja vHos
para ilibes comooicar mgum dom espiritu al (,verso ll). O
poder <le o fazer em ill!lll ;precioso pr1viliégio ido .aipos,ro~d.o.
Quer gozar .desse m odo ida ifé que l:h:es era oomwm ~ieinquainto
que a fé ,deles ser.ia fortitf.i:ca.dia 1,ela corruuniJcação desses
dons), em vista tlo ,s eu, ,goro mútuo. Mui.tas veres io 131pós-
ro1o se tmha p;1."0posto ir a RClllla .p ara oonsegmr .a!lgum
fruto nessa parte do :cacnpo, ,que Deus lhe tinha confiado,
mas, alté à,quiele momento, <td!nha si&:> im,ped.iido d:e o ifaz.er.
Em segui:d!a. Piaulo ded!Jarrasse dev.edor •de lllOdos os Gen-
tios oe, .pelo que depen;desse dele, pronto a 18!1lu.naia:r-'1hes
o Evangelho :em Roma ,também. A maneira {;Om,o o ~ós,.
·rolo reerama :todo o oarrnpo idos Gentios 100«ItO seu, e a
:ma.nei'!'a como Deus o in\pediu de ir a Roma iantes .dJe cheg:ar
a.o fim da sua <:a:,."Xe'Íta 1(e indo então somente ,como prisio-
neirn) é digna de toda a n.os,sa. ra.tenção.
Mas, ainda ,que assim ifossie, :Paulo estaV!a p.I'OObo a Ü'
lá, por c:ausia do -va.J.or ido Evamigellio. Bsite piensaitnei!l:to
leva o aipóstolo ;a roroprov.aa.· qual era ~'5$e valor, ia.s:sim

iKreja, que estava na casa d~ Filemom, • compreendida na saudaçio. E. isto


torna multo mais a.otável a mensagem da Epístola <le Judas. O texto de
Tito 1:4 tem uma lição contesUKia.
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EPíSTOLA AOS ROMANOS 127

como o carácter ;dJest,e Evau~llio. lPor,que, ,diz iele, «não


me e:nwrgOilÜlo do Evangelho de Grlsto». O E'Vlall'ge-llio é
«o poder de Der;.1s ipaira salvação de ·t,odo aq,UJeilie que orê»
(-111erso 16). Note-ise a:qu.i a manfeira oonno o apóstolo a-pre-
santa tudo coo:no virudlo de ID:eus,. O -E vangelho 1é o ,E-vangelho
de •Deus, o poder .de J)eus ,em salvação; .a justiça q'll!e ,é re-
velada, é 'ª justiça Ide [)e,ws; e mesmo a ira, é •a ira dle :Oell'S,
e -por i<SS'O té rev.el.aida do Céu- e esf:a lra ré ialgo diferen'te
de um •casti:go terr.estre. O lugar que Deus ocupa aqui
ooo.stitu:i a ,chave ,de tudo. O .aip6sto.lo insiste nisto e :põe-'D.-O
à :frenre, fogo :desde o inroio .da ,epistola; lpOIICJ.-Ue o homiem
tende s·e mpr.e ,a •ter alguma -ocxa:fianç:a tem sai iprápri:O, a
viangloriair.;se, :a :pmoura.r :algum mériro, alimuiroa justiça
em si .meismo-l O hcxmem tJend.e sempre a jiu.d:atlz..~r <e a
ocupar.s·e de si própri.'o, aomo ise ;pudesse 1a1lgrnna cols.a!
Ora, a alegria do ~stolo oonsistiia 1apem.a.s iem exaltar o
seu iDeus.
'--Assim, no Evangelho, Deus intei,v1ntha, oumprmdo ;uma
sa1wção que ~. toda ela, a 1Sua obra; urna saLvação rle
que !Deus era a fonte ,e o ,poder, e -que :sIJe próprio ,t'.i'll!ba
operado. O bom.em err..rav.a ta li pela fé. Era o crente
q:u:em :a:l.i partiici(pavia. <E participar •n essa sal'Vação ipela
fé era precisamente o a:neiio de [l'Olia ter :parte, sem füe
acrescentar 'O ,que quer que !fosse; 10 meio ,de ia ,deixa:r ,ser
mlleir-Mnente a salivação ,de Deus. E !Deus seja iberu:lito
por esta salivação a-ssírrn 1ser, quer paira j!l.l'.Stiça, quer ipara
o ipooer, i.q,uer ;para todo o resul1!atlo, iporque .aSS'im :tudo !é
1,erfoiro, tudo -é 1divtlno. Oeus .interveio em t.O'do ,o <Seu
poder e em tiodo o 1Seu &"llor, rp-ara liv.rar os JP0bres peca·
-dores, •segun'do a morça ,q1Ue iL.he per,flenoe. E o E<V&llgelho é a
ex-piressão dessa moorvenção. E nó:s cremos nele, tPOr dsiro
.nele ~ci,pamos.
Afus ihá JU!ll)Ja razão !Poo:iti.001lar ,pm'.a a ,qua!l este Evan-
gelho é o poder .dle •Deus em &alvação. O ihomem tmha-se
ia:fasta,do ~ [)eus ipelo ipec.a,do. Só 'ª jus-tiça poilia 'l.'e(>,o,n.
duzia}o ~ p resie.nça de Deus ie ;uomá-lo tal oomo ele pod,eria
enoontrar-SJe ali em 'P'az, Como pooa,dor, o hoanem. :não
ti1Jlh:a Jtn, tiça nenihu.ma; be.m 1pelo contrário. E se o homem
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128 J. N. DtARBY

~ a apresentar--se como <pecador diante rle Deus, 111eces-


sariame ote o ju4gaanento o esiparava -e então ia Justiça
seria re<Velia.da dlessa !II.lo'aiDJcira. Ma-s Deus, no -Seu Bvange li)o,
revela um-a justiça tpOSi-tiva .da ,Sua parte. Se o homem !lláo
tem just,i9a Ul.ea:líhuma, fuis tem a Sua ;própria justi.ça, !I)er-
[dJ.ta :como Ete, ,e JS:egumrdo o Seu coração. .É uma tal jus-
,tiça que IIlOS é r evelada no Evangel ho. Não havia justiça
humana ; a justiça de Deus é revelad·a. -E esta j.USitiça é
totalman te pe.nficita em si anoeisma, divim.a e campl-et:a. :Para
ser revelada era (Preciso que assim fosse. O E1,,angeJ:ho
IlOilo 'MIIUn!Oia.
O priincf})io em qu.e esta justiça é anuncia da é a fé,
porque ela ex:is-t e-e é divdm,a. Se o homem ali wabaTh asse
ou -dela 1reaiimlsse uma parte, ou ,se ,o seu ,coraçi\;o ali
mtervi.esse p ara a Jievar :a bnm fim, não seria :a j119tiça
de Deus; mas esta j;u:.st-iça é perleita merute, :absoluta.rn:e.rute
a j,ustiça de Deus. !Cr:eimos ,no B v.anig.eMto, ,q ue a revel,a.
Porém, se é o crente que particip a nesta justiça. aquele
que tem a !fé, ,quad,4ue:r que ela seja, :nela tem !Pal'te. .E llo
princi'l)i o ,da ifé iq.ue a •possuímos e, :POr com,se,gu.i.nte, ela
revela-s e à fé, onde ·quer que .esta ,fé se enoorrtr e.
O que :acabam os de ,dizer é a forma do que é muitas
vezes ,traduzido [p()r: «de té em !fé», mas ,que deve ser tra-
duzido 'Por: «sobre .o ,prindpi o ,da 'fé, ,para ia fé», p .orque
este pri.ncÍlpio é de uma ..ismporiãncia evident e. Tem por
efeito 1a!dmitir ·aos pdvilég ios ,que 'Doos -conc-ede todo o
Gentio ·cre.nre, mo mesmo ;pé de igualdat le {}:ue o Judeu
coovect.ido. Ambos, J,udeu e Centk>, têm .a mesma lfé; e o
,Evan,gielho n ã:o reoonhe ce .senão a .fié co.mo meio ,de n ele
pa:riidp ar. A justiça é a ju:;tiça de Deus. O Judeu não entra
iadi para ser 1mais do ique o Gentio, pois está ,etsc"óto: «O
jus.to vi'Verá da fé». ,As lEtSorituras dos Judeus t.estemw llha•
vam da ver.dade do prio,cipi o do ,a:pós•tolo.
Porta1D.to , 'O !Evaruge lho amm ciava esta ,salvaçã o e esita
j:ustli.ça ,da parte de Deus ia.os ~ome:n-s. O .objecto m.icial
do Evangel ho era, pois, a Posisoa de Cri.s,to, lfi.Hlo de David
segundo a cau:ne 1~cumpri mento ,da p.r omessa) , e Filho de
Deus ,em ipo~ segunido o Espírito ,de santidad e. Mas a
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EP1STOL. \ AOS ROMANOS 129


justiça d:e Deus {não a 100 •ltcmi,e,rn) a-}i era revelada. Tal. é
o grande tema de tudo o -que vai oogun--se. O apóstolo
tinha raz.ões ide sobejo para não ter 'Ver@;Oll~1a tlo EVWl.-
gelho, '1)ôiI' mmrtlo d1asprezado que ellie fosse pekis lh:om.]e!Ds!
Ora, est.a doutrhlia ia v>,,speito da ·salrv.ação que 'Vinha
.de Deus estava confirmad a ,por uma :outra consi'<iera.ção
1e baseava-se na
granrde verdade que se enoontra n-a pró-
priia doutdnia. De us, aip,iiesenta.IJldo-Se .a Si mesmo, :11ão
podia consider.air as rorsas segu'!lldo comunicaçô<'....s ;parciais,
:adaptadas à ígno.rânc:ia dos homens e às diispem-saçõcs
passageirn s pe1as quais Ele os go,vema'W!. A Suia ira era
somie:nte a Sua -in,tervençã o ·em g,o,v,eroação, como no Oâl&O
da Assíria ·o u do caitiveiro em Baibilónia. ·Era uma «:ira
revelada d:o Céu». A oposição essen.cia! quz ex:is.te entre a
rrat'Ulre:i'!a de Deus e o i1118.l, e 'a •s ua retr.ibu,íção (l'.)leo:tal onde
quer que ele se en~nt:re, ,cl!e!V'ia IDW}ÍfestRr-s·e quando D ieus
Se revelava ital como füe é. Ore, íDeus IDlAIJ.il'esta'W:1.-Se no
E·vangelho. Assim, embora a ira drvin.a !llão remanifes tasse
aü.nda na execução do j~g.amento '(,porqu:(} a graça. ,a;mmciava
ia justiça de Deus em sll!lvação paira os ,pecadores que
cressem), ·embora essa ira não se revelasse iexactmu:ente no
E,1ange1ho, que é a .revelação da jll.l.Sotiça, e la '.reveJa-se,
oonitudo, do Céu (em ,re!açãD -com esta graça que li'Vra
dessa 11.uesm.a ini.) ro[ltra rtod:a a impiedtaclle, contra .tUJd,o
o que nà'o r~ei.t.a a presença .de Deus., cootra tudo o
que esm :presença não comp,or.ta,, e contra l!lo'Clia a injutiça
ou ini.qruiodaàe .daquele'S que posruem a vermdc e que, não
obsrt:ant-c, tleoo1M·am a Deus. Numa :palavra, a ira de !Deus
revelava-se ,cont-ra •todo o homem, Gentio ou :não, e ~
p:a:rticufa.-r centra os Judeus, que possuíam o coooecime:rut)o
de Deus segundo a rei, e mncl!a.-p orque o :px·mcipio é uL1i-
ver.sa:l e <lecorr-e dto que Deus é, quando Se .reveiro. - or.m;tra
,t odo o :homem que, ;professan do o Crisitiauismo, a.n.da no
mal, que Deus wbcmrere.
·Esta i:ra contra o houn.mi pecador, a i1::a 1d:ivma segundo
a natureza ,de Deus :no ,Céu, torna a ;ustiça de Deus :neces-
sária. O homem <tem agora de reen.-00ntr ar -Deus, plenamen te
revelado, tal rorno Ele é. O homem .fica assim IJ?l-enamente
9
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130 J.N.DARBY

manMie,stado como ;p.,"'Cad,or, nla.s isto aibre o ca:m:i!'.!ho à


graça, em vista de ,cta.r :ao •h omem um :lugar lll>OIVIO, uma
posição mcito mais ;excelente, basea:dia na justiça de '.Deus.
O E~ngelho revela eSiúa justiça; :a sua OJ)OT1:<l.mldade e a
s,ua lllleOessidade são diemcmstraoos <pelo estmlio ,de :pecado
cm ,q ue todos ,os homens se iencontra:m, es.ta<lo ia.cerca do
qual a ira é revela'Cl.a do Céu. •Para o homem, já não se .trata
sD-meinte de t.er die se haiver ,com ,o goveTno ,ele Deus ie a Sua
ira govemammtal, mas tem de .comq,arecer rua.nte de Deus.
Como poderá ·ele suster-se ,ro,i? O Evangelho l'eS.poaide a e-sita
.questão pela revelação da justiça de Deus pam. o homea:n.
E-s:te deve Tre11con:trar Deus tal como Ele é. A revefação do
próprio Deus, na Sua natureza santa, ,ultr,apas.sia m~saria-
mente os limites ,do cam!)?O j1Uc!aioo. Em qualquer h.1,gar
que o pecado se enoonitre, .a justiça de :Deus é irev,e!laida
·em fa<Vor do p,..."Cador. Esta revclação manifesta o q_rue Deus
é. Verdade gl.oTiosa ! Que bênção 1)?..112. nós a justiça <l.ir,ina
poder ser revelalda em graça .soberana !. .. Deus, sendo Amor,
não p-o:de ser ,de outra m aineim, mais quão glorioso é que
Deus Se revele ·assim! A tese desta epísr!io1a está, iPOÍ'S, no
verso 17, e o que ,p,rova ia !SU:a rrecess-idadie ino •vie,rso 18.
Desde •o verso 19 a,t é ao fim do v.erso 20 do capítulo 3,
o esta·do dos homens, ,doo J.wdeus .e ,dos Ge1ntios, aos quais
o julgamento moJ.1.tl, q,u·e -decorre ,d:a presença d.e iDeus.,
se apHca, é aipresani!ia.d:o ·em pormeruor, ,para mostimr de
que mancira essa ira era merecida e ,com,o todo· o mundo
estava mergulhado lXO pecado. Os vemos 19 a 21 deste
capítulo di'io-nos os princípios ~"tores do m:aJ., ru:> que
r espeita 1l'()S Gentios. Nos versos 21-31 do ca'Pítulo 3, o que
.responde em graça, pela justiça de Deus, por meio do
sangue ,de Cr isto, a -ess,e t.riste estado do ih001€llll, ié d~la-
rado em rpoucas Hnhas, mas com grond:e poder; .porque,
em :pl:'imeiro lugar, pe1o sangue ,d:e Cristo•, rt.emos a res-
po.sta -ao n~sso antig.o estado, depois, :pela morte e ~ela
,ida ,com Cristo, a introdução num estado -inteir21rne.nte
TIO'VO,
Faze.ndo o quadro do ,esta-::io d.os homens -sobre .a Terra,
o a:pósto>Io começa peles Gentios. A sua his.tóri,a. es-tá contida
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EPISTOLA AOS ROMAJ."\JOS 131

nas palavras, «Toda a :imquk!adie dos ihome.o.s». Digo que


o apóstolo começa pelos Oemios, mas é eviiidiente que, .se
•u m Judieu <:ai nesse estado de iniqui:d.ade, ,a mesma cu1pa-
bilida:de :lhe é atribufdla. ·Porém, ·o ~sta,do descrito ;pelo
3t]?Ósto~o ,até ao iverso 17 do ica:pírulo 2 é ,o dos Gen.tios.
Vêm em ,seguida os Judeus, a.'té ao ,verso 20 -do •capfü!!lo 3.
O verso 18 ido capítulo 1 é a <tese de ,tndo ,o ,que se
segue, ,c!,esd;e o vienso 19 ode9te mesmo capítulD :a:l:é ao ~r.so
20 <lo .capít'll.lo 3, mostrando -es,ta parte da Epistola ,a ,c,,a,usa
da ira <livma.
Os Gentios são mdesoudipâvcis -por tdiois mofivos: Pri-
meiro potqu:e o que rpo:de iser couh.ecido ,d,e Deus ifo.i mani-
festa!do pela criação, a saber «o Seu a.ro.d.er ererno e a
Sua divindade». A prova rda existênoia, de !Deus, odlada pela
cri.ação do m,un,do,, 1:enn esta!do sempre 1d!ia!nore dos o'llhos
do,s homens. Segundo ,porque, tendo o conihec.Í11:ne.nto da
ex.i&tênda ·de Deus, como .Noé teve, não .g.JJorificaxam a
Deus ooono Deus, ,e, noa 'V.aiidiade oda :sua funiagitn:ação, arra-
zoando sobre os seus próprios pensamentos ,a ta,1 resspeHo
e ·sobre as .í:deias que se ·poc10ctu ziam iem. seus .corações, tor-
o::arem-1se fo.m::os oo .prete.niderem possuir a sab.edorfa. e
cai'ram noa ma:is ,g rosseira idiolatria. Ora, 'Deus julgou este
estado oàe 's eus ,cor.ações: S'e cl€S não querialm reter um
justo -pe!ll:Same.nto ,da glória de Deus, sofrerilaan o julg1a-
men1ro qu~ os condena oa não podie...,un guiardla.r uma ideia
jus.ta d.e honra l?l!arturail d.o homem -e ,a .se deso.nffil1elDl a
si própil"ios, como •tinham ,desonrado J)eus. Eoi:s, po;is, em
algum-as pode.ros,as e enérgicas palavras, a ,ex:acóa descrição
de .toda a mii.tol-ogia pagã. Os Gentios não -tiveram -0 <lisoer-
nimen:to, o se<nso mo:ral suficien:be para cocr1:se.r,.,.arem [)eus
no -seu cO'.l'lhecimento. Por iS"->o Deus os e.rrt.r.egou a :um
espírito des.pmvido ode disoemÍIIllento, e elies atoharam-se
cada vez mais ean roa<us p1,oce,d:im(;ID1Jcs que eram o fruto de
gús.tos depravados e moonvementes ,pa1:1a :a -própria roia~ureza.
A consciência natural saibia que Deus julgav;a tais coisas
coo10 sendo dignas àe morte, segundo as justas exigências
da n1<1Jtur.cza c:hvina; mo em.tanto os !h-omero.s não só [Pratica-
v,a,m esses cr.im.es oomo .se oongratu}av.am oom -a,quek'S
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132 J.N.DARBY
que os :faziam, q_uamtdo :as .suas 1)róp,.-:iias ,cobiças e desejos
a -tal os IJlão ar11asta'V21lll. E is-to é o ,que deixa"'ª sem desoulipa
aque<J.es que j~'Vlam o maJ.-e não cfa:NJ..waa:n pessoas desse
carácter entre os '.Pa:gãos - porque essas crnesmas pe&<loas
praticavam ,o mal mesmo :aJté a:o julgá-lo. Portanro o homem,
Julgando, condiemia-se dupliaanenre; porque, j1-1l~do, mostra
que ·tem o ,coO!heician<ento do imal ,e no entJam.ro ,também o
faz. Ora o julgamoo'to de ·D eus / s;gun:do :a V~dlade., sobre
aquetes que pratdcaViam semeThantes 1aotos. Aq~<es que se
atribuem uma repiutação .de ,sail:Yedoria, jul~ndo a.s outros,
não 1escap;arãlo 1ao Julgamento.

CAP1TULO 2

-Dllas roisas são ap:r-e-..seint.a!das iaiqui ace1ui. .de Deus: Pri-


me-ira, o Seu j<U.1:gamenco contra o mal-.aiqu:ele qiuie pratica
o iDNU !ll.âo escapará. A diferença real entre ,o be<m e o, m:al
será mantida ,pelo julgaman.<1:0 . S-agtmda, a Sua miseri-
córdia, -a :Sua :IYc:Uciênci<a e .a Sua loD1ga espera a .respe<i1to
do fremem que :fiaz o n>.i3ll, ,a Sua <bondade, <COn;11wam,cbo este
ao arreP':::n:dii•m(;'",nto. Aquele qu;e continua a puatk:a.r o mal,
engrui:a-se a si próprio, pr.oo1rnando es4uecert· o juil:game,nrto
cerco de Dous, e ,desprezando a S1ia bOJJ1da:de. J,,.s conse-
quências c!Je <uma vida opcrsta 1a -Detts e à Sua ,verd ade, iJOr
um lado; e .p or O'Lttro as ,dia proonra do ,qu:e é agna;dáve1 ia
Deus, :e p,a.r:t-indo da '\ri.da elleTna, estão seguras: Agocia e
tl'ibu!liação pare o p:rimei/J:!o caso, glóri<a e honra para o
segundo. E is'.to sem 1CJ:Ue •die forma ialgwn;a o Judeu seja
tido em ,me,Jhor conta oo que o Gentio.
Deus julga .as co'Í:sas segundo o seu ver.dadeiro carácter
moral, :e segundo :as vanta,ge-ns ,de ,q1.1:c o ,cuJ;p,a,do tem. go-
m:do (1). Aqueles que ,sem lei tiver.em i'eca:do, sem lei

(J) Jsr.o faz realçar uma verdade que transparece por toda a pa,te na
douirina desta Epístola. Na realidade. todas as coisas se encontram perante
Deus - revelado por Cristo e p ela obra da L'ruz. Elas tô.ll'I o seu verdadeiro
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EPtSTOLA AOS ROMANOS 133

perecer ão; e aqueles q_ue tiv.erem pecado sob a lei, -se:rão


jtrlgaidos segun;do la •.Iiei., IIllo <lia em 'CJ.Ue -Deus Ju1$\T :os sie-
gr.edo.s dos homens seguooo o E'V'angelho :que rpr~oava il'arulo.
O çaciJdter a bribuido a,qui ao julgamenroo é muiito in:npor-
tan-te: Não se t-riaita do gover1I10 ido m'UIIldo !!)O'r um julga-
mento tierrestre ,e exterior, ,como o JUidieu ,o COl!Dl.Preen.tlia,
mas sim ,do juigaunei.nto oo -indivíduo, se,g,i.l!Ddo o ccmlheci-
me:nto ique 1Deus ,t<m1 ,dJO .coração ,do rhomem. IDeu,s it,aunfr:>ém
quer :realiitd:aldes. O Gootilo oumpri:dor ,d>a àied era mais ~eitá-
vel do que o Jud.eu 'que a rviomva. Se .a.lguém 'Se óntiitulaJVa
Judeu, e ,a_gIB mal (verso 17), oo:tra coisa mão faria senão
dieson'l.·ar a Deu:s e en'f>r.egar o Seu Nome -~ blasf émiias -dos
Gentios, vru1gdori!8ITTicJ:o-isie seimlJ?r.e dos seus próprios :privi-
légios ,(,verso 24).
E:m seg1UJi:da o lapósoo,]o õm;siste .s:o~n'e '{) ,que Deus quer - a
r.e>alidade mor.a!: Um Genitio que oumpre a .tei vale mais
do que um Judeu que !Toe <lesOibedece. O v,er,da:deiro Ju,deu
é -aquel-e ~ue tem a Jei gra,,a.da ;no seu ooração, que mão
-soun,ente uma ciooooci5ã'O iex-teri'O-r, mias é cir-C'l.mChsio esph'l-
tualmente. 'Ê um esta,do de Qllma que ,Deus pode 1'ouvar-e
não ,somente o tlromem.

GAPíTULO 3

Ten:do v,e1ifictaoo ·es~a gralllde "Verdade, que Deus :exngia


urna bondarde moral verdadeira, !Paulo oonsi1d,e11a o escado
moral dos Judeus. Não hav.eria nenhuma 'Va~"nl no
Judais:mo"? Oertammtie que .havia, e 1 ,em ,partiw1ar esta: Eles
possuíam. os oráiculos ide Deus (rverso 2). Os camill.'lilms de iDeus
são em si miesmo.s p~e:ruo.s de ,bênção, ·em.boca não alterem
as ã.mutáv-eis verdades da Sua natureza. !E se muitos de
entre os Judeus tinham 1~d:o mcrédufos, ii.sso não ll11-0idtificava
em nadla ;a fideloodaide d:e ,Deus. :Por orntr,o 1J;ado, o fucto de a
i,ncreduli<lad!e ,de muitos demc'Il.str.ar :m:ars claramooúe aindia

car~cter e os 5eus resultados se.undo o que Deus é. Note-se, além disso,. que
os termos: <(J)rocurar a i;lória, a honra e a io~orrupul:,ilid:>dc» supõem. o
conhecimento do Evangelho. Essas coisas slo conhecidas pelo Cristia!lismo.
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134 J. N. DARBY

a fid,elidado •dic Deus, ,que ,permanece eternamente, não tir.a


naida aos direitos da justàça divma: Os movédulos serão
pu,.'"li-dos segum:l:o :o que eles ,biverem •sido, embora sejam
um meio .de fazer so,bres1sair a força ,da inaJ.terável fideli-
d,a;de ode lDeti.s. E esta .f:idlfllidalde nunca falhará, qualquer
que sieja a sua inuti.:l.klade em relação ao !p<l'VO. Se o esplen-
d•r que ,a fideliiclade de Deus 1irn ,d.a .mfiideld&a:de do r...omem
imperliss~ Deus de execllitar 'O julgamento, Ele não poderia
julgar :n.i:nguém, n1e:m mesmo ,o mundo (que o Judeu gooto-
s:ament~ reccm!recfa dever .ser ju'1ga<lo), iporque ,o. estado
esr,-iritual 'do mundo :na.mbéro realçava e pUJJ!bia :em evidência
a fideli:d,ade de Deus para :OO\Ill. o Seu -p:cw:o. No ,eutanro,
se o Judeu llinih1a vanragcns, era ele m-eThm· '.Pºr isso? De
modo 1I1enhurn: Tcdos esta-vam so,b o pecado, J•~us ou
Gentios, oomo o ~upósto•lo rti:ruha j á declarado ,(-verso 9) (l),
Paulo cita agom. o Antigo T:esta:m~to pa:ro demonstrar
que os J uàeus estavam sob o ipeca:do., eJ;es quie não nega-
vam es,se facto acer.ca ,dos Gentios. A 1ei -<liz •o :após,tolo
- pertence-vos, e vós rvm.gloria:i-SJVOS de que ela se dirija
exch1sivamenitc G. vós. Pcis bem, eis o .que ela :diz ,d,o pov,o,
de vós mesmos; cla ddcige,.se a vós, eio.rno vós mesmos o
reconheceis: Deus, do .alto do céu, não ,consegue diescobrir
nem um único justo. E-1e diz: «Não há um justo, nem um
sequer», O apóstolo cita o Salmo 14:2-3, ,e I·s afas 59:7-8 ,para
demonsrrar o julgamento que traziam sobre os Judreus es&eS
oráculo!S de qu'e el-es tanto se vangloriavam..4ssim, toda a
boca está tfeohada e todo o mundo é condenável ,di,anme de
Deus {,verso 19). É por isso que nenl:nJm'a <..-ame s:e1i:a ju.s-
tifica:da diainte <le Deus pela lei, ,porque sie, por um lado,
o mundo -se atola ·n o mal, no meio .dias trevas, !POr ,outro,
por Tu:e,j_o ,da k::i, ,o ~e,,-...a.do é ,conhecido.
Ora, agora sem ~eí, à .parte de 11:oda a Irei, uma justiça,
que é <le Deus, foi manl'fesiJaoda, prcstan<lD-lhe ,testemunho
a rei ,e •os ;p,rnfotas {verso 21).

(!) Note-se aqui um principio multo importante; É que pode haver


grande$ e rcaJs vantagens de. posiçio, sem haver ne.nhuma mudança interior.
(Comparar 11:17 com u Cor. 10).
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EP1STOLA AOS ROMANOS 135

Aqui achamos .comprov~dos não só o es,ta.d:o dos Gentios


e dos Judeus, ass,im corno O,S 1grain.cles princípfros imutá-
veis do bem e rd o .mal, qua:i:sq,uer ,que sejam os c.amiD.hos
de Deus, ma:s a'inidia o efuito ,dia iprópria 1}ei,, ·e a j11.1Stiça •que
era introduzida pelo Cristiams.mo, inlteõ:ramente fora da lei,
·e mbora a lei e cs profetas piie&tassem testemooho a essa
justi.ça. Nu.mo. pailavra, .enco:n:tram:os ,tratados :n esta ;pas-
sagem ia eterna •v erdade quiant,o a'O pecado e à resiponsabáli,.
dade do homem, o cleilto -da Ici, ias relações do Antigo T.e.s-
tamenro com o Cmslianfamo, e o verdadeiro ,cra:rácter deSlte
:p,él].o qu.e diz resipeito à justiça, a saber: que ,a justiça que
se e.il'COntra ino Cri:sti:aarismo é uma ooisa inteiramente nova
e tndependlente - a justiça do próprio Deus. Quanto aos
seus pnincípios fundamentais, é esgma!íla, IIJieSSas pou<::as
p'érlavr<l!s, toda ra questão en:tre o homem ie D6US re1a:tií:lra-
mente ao peca:dio e à justiça. Agm:a 'Va.i ser tratado o «como»
do seu cump-riroorrto (2).
A únioa jus1:iiça ,que !faz .a base da:s nossas reloações ,rom
Deus. é a justiça de Deus ipelia ,fé 'ffill Jesus Clis1ro. O \hoanem
inão ,cum•priu ·e ssa justiça, o :homem não a 1:xrocurou. Ela
é rde Deus, ela é ca Sua justiça. Crendo em Jesu:s Cristo, nós
participru.Y11cs dc¾a . .Se a justiça, pel;a qua,1 o homem é jus-
tificado, fosse uma justiça de homem, ela seria, pela lei,
regra da justiça humana perante iDeus ,(essa ,Jci :fuma sido
dalda somenre aos Judeus); mas, sendo a justiça do '.!)róprio
Deus, ,ela ,d·iz :respeito ,a 'tlddos- ·e não mais a uns do que
a outros. No tSetI pl0IJJ0 alcance, ela é «<a Justiça de Deu:s
para todos». Um Judeu jã 1D.ão era, em relação com a
justiça de Deus, :seoo,o um Gentio. Estia justiça é, de facto,
uni-versal no seu a'Specto e na sua a,pm:ca:bili.dadie, uma jus·
tiça de Deus !Pa-ra o hom.em, ,porque nenhum homem é
justo di:antt <le Deus. ·Depoüs, es.ta justiça iclivi:na é ap.lkada
a «todos :os 1quc crêem»: 0.n:de houver fé, el-a s~rá aplicada.

(2) O verso 21 do capítulo 3 liga-se, de facto, no verso 17 do capítulo L


Tudo o que se encontra enlre e.sses dois versos 6 a demo11stração da verdade
c.stat,elecitla no Cllpítulo 1:18, verdade que tomava ;i justiça de Deus, inno•
á112ida no verso 17, imperati•amente necessária.
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136 J. N. DARBY

O icrent~ possui.a. Bla é para todos e sobre todos os


que crêem em Jesus, ,porque não há di.f.e:rença: T10dos peca-
ram, por isso não ating-,ean a ,glória ,de IDeu!s, .e .ccela estão
pTivaidos. 1.1)as são jus,tifii.ca:d'O!S gra1tuirtlaimenre :peil.a Sua
graça, pela ,r,ede:nção que está em Jesus Cri.:sito. Judeu ou
Gentio,, todJO ,o h<onrem é (POC8!dor. A ju:stiga ~eh qu:al um
e ,outro podem :ser j'U.S,üfioodos, é a Justiça de :Deus. A ibon-
daide ,d.~ Deus é o que dá esta justiça; a ,r,edieri.ção em Jesus
Cri'St:o é o meio ldil\'illO 1c!Je -neh tomarmos :part.ei(~).
Att11tes do cump,rimren.'to desta redenção1 •D eus, iem vfota
do que Ele ia Clll!W,?1ii.r, 1Wn:11a suportado 0s freis na Sura
pa'Ciêm.<:ia, ·mas ag,ora a próprilia ju:stiça fura m.a-ni!Eestada:
Aproximamo-nos de Jesus Cr!is,to cerno de um ip.ropkia-
tório que Deus colocou ,cHan.te .dos homens, e sob:r,e esse
pro:pfoi.atóri:o re ~ncoortra o sangue que illOS d.á 1rvre ~
junto de Deus em ju.s-tiça, junto de Deus ouja gilórua é
satisfeita na obra que Jesus realizou - Seu precioso sa.nogue
sobr-e o pxop.iid.atório, ida!D!do ;paua semp11e testernu.,,zho a,o
cumprime.n:to dtessa ·obra. Estas relaç.õe-..s com Det.tS já nãio
são fu:o!dadas na Sua paciência; 1a justiça é '.lll!31lli.fustada,
de sorte que iDeus -é jus.1;0, ,e justo justi.fioando aiquele que
tem fé ,em Jesus ,Cl'isro (ver:SOs 23-26). «Onde w tá, pois, a
jactãincia?» (v.erso Tl). 1Po,rque os Judeus -vaThg1c,r iavam-se
muito 'Lia isua ;SUJperiori<laide face ,aos Gentfos: a justiça 'Pró-
pria v-a:rl'gloria-se •sem;pre! Mas ,não é u:m'a lei ide obrais que
exclui essa vanglória, é «a lei da fé», esse iprmcí,p,:i:o divino
sobre 10 qual estamos ro,lOC2Jdos --p011qu,e a Olbua de Outro,
serm a5 :obras da 'lei, nos Jaz ;particirpar, cpor graça, da
justiça rlivína.

(3) Para fazer sobressair o quanto este eru;inaroen to de Paulo é completo,


a·,;rcs.;.~uta.rei aqui os elementos que o compõem; Em si mesma, a justiça
justiíican1c é a jusllça de Deus, sem a lei. A lei e os profetas llle prestam
o devido tcstem1Jnho. Quanto à sua .lplicação, ela é a justiça d e Deus pela
fó ct11 Jesus Crista. para com todos e sobre todos os que creem. Cristo ê
propooto como prop.içlatório pela !é .110 Scn sangue, para mostrar essa ju.,tiçn
para a xemissão do.s peco.doo passa.dos, segundo a paciência de Deus, mas para
a mostrar no tempo presente, a fim de que Deus seja justo, e justificar
aquele gue crê em Jcsu.s.
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EP1STOLA AOS ROMANOS 137

E será que DEUS é um deus limi.ta,do (4), um deus ique


não é senão o deus ,d,os JUJdieus? {'V'erso 29). Não, de 'D'.lOdo
nenhum. ELE é DEUS, lta!nrt:o, dos Judeus ,ccmo dos Gao,tros!
Ooirno? - Em gr.açal Em ,que é um ,só •D EUS que jrustilfica
os Judeus ~que proCI.U".av.aan a justiça) ,s obre ,o pri!11cipio da
fé, ,e -visto que a justrufü.-cação é ,sobre ,o princrpio da lfé -
;pela fé também, o GeTIJLio lqwe crê. :e.~e jwüffoaidlo ,pela fé.
Porvan:to, o Gentio que ccma, era j•US'tific-.a-do. Qtr;a,n~ aos
Judeus, o principio ·s obre o qual !se é justifi:oaoo é iveri!f..i-Oado,
porque -o Judeu :p:rócur.ava a Justiça; ,quanto a,c,s GentJi.os,
o J:i.oairem em quem e:,oiste <a lfé -é Jus:tiffcatlo, (PO:,:,que se
participa da jl\.l.Stificaçã,o oobre o p1wcípl...o da fé.
A fé anula, po'.l:'Vent,uva, o princípio segundo o qual
uma lei posis.-u'.i au,toridaide? De mCldo 1IJ1em.h1.11ID! :Ela esta•
belece ,p lenamente essia auroridade, mas :iiaz parti.cir9aa- o
homem na jusHça diMina, -rec::cmhecendo o estado ide :per•
d<ição em ,que o .hio,mem :se renoon tr.a, e .a -su:a j 'll'Slta e itotaJ
ocr..:i.d:euação ,p ela 1,ci - co'l'l!denação -que -toma IJlleOessária uma
outra justiça, porque, ,segund,o ,a leí, ele não a •tem, não
rem j'Ustiça q ue füe ·seja iprópria. A J·ei reclama .:a justiça,
mas descobre também o :p,ecado. Se a jus.tiça. ·que ela ~rige
não ,tives.se sã.do necessái>i,a ipe;r,ante Deus, não teria ha~o
necessidade rde 'Uffia ,outra j.ustii9a, quam;do aquela 111ão podia
ser prodUZÂ!da IlJO homem. Ora a tfé atfi.nn:m -~ ,oocessidarle
e a jus.tiça da condieona,ção do homem sob 1a iei., Ola2Jellído
partici-pan:- o cr,e;rut,e nessa ot1tra ju:stiça, que é a jusrtiça de
Deus. O -que a 1ei rooLamia, a lei não o dá; e mesmo ,PO'I1que
e1'a .o reclama, -o homem falta às suas 1exri.gê.nd.as. Se a
lei desse o q~ ela própria e.--rige, •apagaria a obrigação que
im(põe ao ·h omem rle sa:rrs'fa2Jer essas iexigêlllcias. [)eus oipera
em ,graça, qU:aJJido ,o principio da o:brigação fogal é plena-
mente IIJlalltido em oondenação. Ble dá a juistiça, porque
é rpreciso que o ham.em a possua para tparc:ler permanecer
na Sua :presença. Deus não enu."r.a:quece o tl)r:i.ndipio da
obrigação llega;l segundo .o 1qual o homem está mteiramente

(4) Note-se de J1ovo aqui o que Deus é em Si mesmo. Compnrar MA·


teus IS:21•28.
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138 J . N. DARBY

condooado (5); :mas, reccrurecenido e afi·rro.ando ,a justiça


dessa <.,"OIJ!dOO!ação, Deus glorifica-Se l]')Or graça, coocedemdo
ao homem uma j,ustiça, quando este não tinha j1ustiça
humana -a apresentar-l ;J:,..e cm :relação {l()TO. a ob1i g-ação
que era da m,esma !Oil.tlllreza de uma iliei •a impor-lliie. Ntm.::a
houve uma ·S'anção 1<livina ,sobTe a foi, seroelih.aJll<te à ([11Ql'te
,de Cristo .que trouxe ,a mB!l'd:ição, mas •SLtbtl13!tO.do-mlOs à sua
au,tori'Cl:ade. A fé não :anula, pois, o principio dia iaiutoridade
de uma l'e'i. Estabelece{l. em pl1eno. A lfé (PTOVa que o homem
é Justamente ccnd!enaido ·sdb a [ci. Mantém a autoridade
da lei (!:Uan:to .a essa condenação, iporque ,cons-ildem :todos os
que es.tão sob a lei como estando, sob a maldição (6).

CA.PtTULO 4

Mas estas -coinsiderações a respeito da lci não eram


suficientes para convencer os J.ud:eus. Havia uma O'llt ra.
cmtsideração !de grande :peso para esse po.vo, nos <::aminhos
de Deus. Quem era Abr.aão, chamado ,die [)eus para ser o
pai e o tronco ou. ger-ação <dos fiéis? O a,-póstOilo, dq,ois -de
ter ex-posto ias 1·e.Iaçõcs que existiam entre a fé e a lci,
em s-eguída à introdução da justiça de -D eus, aborda esta

(S) A lei é, cm oi mó$ma, a regra per!elta do bem e do mal para todo


o filho de Adão, embora não tenh~ sido diida senão aos Judeus, Mas ela não
é arbitrária: compreende todas as relações em que os homens se encontram
e dá u= l'l'll!'a perfeita quanto a essas relações, 1!0m a sanção da au.toridade
de Deus a seu respeito, e umu ,anção penat quando elas são in.frio.sidas. .t.Ias
-is ora temos also de muito mais elevado: N ão o que: o J1omem deve da ser.
mas slm a glorlllcDção úo próprio Deus .
(6) É por .isso que aqueles que colocam os Cristãos sob a lei não man-
têm de modo nenhum a sua autoridade, porque consideram os Cr.istãos como
bentos da stta maldição - ainda ciue eles lhe desobedeçam!
O leitor no tará que o q\le ó d.islintllmente estabele<:ido até no fim do
capítulo 3 é : por um l ado, o sangue de Cristo aplicando-se ao pecado do velbo
bo1nem e fazendo do perdão uma coisa juita; e, por outro lado. o crente
puro de pecado, porque foi purificado pelo sangue de C.,'rlsto, o qual responde11
a toda a culpabilid;i.de do velho homem.
Al>otdnmos ag<:>ra um o~tco aspe<:!t> ua just.ificação, mas não se traia ainda
de nos colocarmos numa poslção neva de r essarrelção em seaulda à da jw;ti•
fka çiio.
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EP1STOLA AOS ROwlA..'l"OS 139

questão-: Em que pé se eIJ1CO!l1tnwa Abraão como sendo


a-gra:dávcl .n. Deus em Justiça? Porqtre o Judeu teria podido
admitir a sua ifa:lt a pessoai sob a lei, embora linvocando o
gozo <los seus •pri'V'ilég:ros como filho !ele Abraão. Conside-
rando este ponto segu.ndo a came {quer dizer em ,,ist,a
<los p,rivii~os ,qu-e se ,J jgam a Ab-raão e dos quais se pre-
tendiu gozar conro ,ct,e uma herança perrencenrclo 1aos seus
filhcs, àqueles que se enr--ontra'Vaun ,n a li'llha de suoessão
p·ara deles gozar~m), -s:cibre q1re .prilr.dpio nos coloca a
c::m:~Jirlemção <l.-o caso de Aboraão? S2:Illpre sobre este pr:in-
cípi:o .dia fé. Abraão teria tido de ,que se V'allg!oriar, se
fosse jus.ti!ficado r,-ela:s obras, mas diante ide Deus não era
assim. As EscrinJX.as cfu:em: ccA!braão creu em Deus, e isso
l•he foi imputado como justi93-». Ora, à,q1.tcle qnie faz as
obras, o salário não fue é contado a tftulo de griaça, mas
sim a título <lie coisu ide\•i:dia; ma:s àqu:el:e que não faz obras
e .qi]e crê n'Aquele ·que justifica o ímpio, «a .sua fé 'lhe é
imputada cem-o j~1Stiça», pxi-rque, de facto, ele glo1ifioa ,a
D$US como Deus quer ser .g1orll'i.c..a<l'O e segundo a re1.,el;ação
que Deus de-.l de si mesmo em Cr isto.
\.__ Portanto, ,o <p·riindpi:o quie estabe}a:;e o ,exemplo ide Abraão
é ,o principio .da justi!fica~-:ão .pela lfé. Dav1d aipoia e.site tes-
temunho e fala ,c:ta beaititude daquele a q,uwi a justiça é
atribuídD, indepen,denterne.nte Idas suas obras ('VelrSOS 6-8).
Aquele cujas i'lliquidarles são iper.doa,das e os pecados -c:aber-
t-os, •aquele a quem o Eterno nãoim:PUta os •s eus pecooos, esse
é o 'h-omem ahençaado, segundo David. Om, uma se.rnelha:nre
bênção su.põe o mmem pecador - e não· justo em sd. mesmo.
Trata-se, -pois, daquilo que ,Deus é em -graç..a ,par.a u m -tal
homem, e não do que este é va.ra Deus. A :fielicidade de um
tal hom:em consi:st,e em que Deus ·lhe nã,o m1,p u,ta os ,pecados
qu~ ol-c cometeu, e não em que ele .seja j:usito em ,si anesmo
,diante de Deus. A justiça íl)ara o homem tem a sua origem
m graça de :Deus. Aqui, essa justiça é iden tifica.dia com :a
nã0-imput•ação d.os ,~ dos aio oomern cu1pa;do ,de ,os ter
c<Ym~tid.o. O s-cu p0eado não lhe é contado.
Porim, ·essa justiça seria sa..m-ent,e !)>ara a cir.cuncisão?
(w,r.so 9). Ora, a .nossa tese é ique Deus teve Abraã,o poc
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140 J. N. DAJIBY

justo pela d:ié. Mas era kbr.aão circunciso quando Deus o


rteve IP°'r justo? Nãot Ele era. im.circund.so. tPru.tanto, 0.
justiça é pela fé; e par-a os 1!llCÍTCU'11.cisos ,pel:a d.'é! Tes,temu-
niho humilh-ante (Pa<ra ,o Juida:i., p.orqiu,e .A!braão ie:tia 'O belo
ideal 1.?.o quail se repo11ta'Vam, 1I110 Juid.eu, todas ias klei~ ele
exoelência e de pri.v:hlégri.o. A circimc.i:são era simplesmente
um selo da justiça pe],a f.é, ,fé ;que Abraão .tiirnl:a 11i<lo,, esta:Il!do
ainda :oo. incirctmeiisão, ia fun d,e que ~le .!:asse ,pai de todos
aqueles que crêem,e,ncxia:1:tramno-se no mesmo e....,1:aldo, :piara
que a j,ustiça 1Jbes fosse <XJIJlJtada 1ta.mbém. E que iele fosse
pai ide ,cu,cuncisão, quer ddz,er, primeiro modielio de 'LLIIla
verdadeira seiparação ,c!Je IU!lll povo para Deus, não só ,acerca
dos da cillOUU]C.isão, mas também .de ttidlos qUJal]t'Os andas-
nos t raços da fé que ele tevie, senJdo a:i!nd!a mOÍ/r,cunciso.
S..'"lll
·Porque, mo !fim id~ corn'1lres., a 1p•romessa ide iseT :Jlerr.reiro d:o
mundo não era feita a Abraão, .nem à sua des'Oe'Ildêincia,
em relação com a lei, mas iem relação •oom a justiça ,p el1a
fé. Se aqueles q1Ue se fWlidam sobre o ~ri:nc.úpio da ibe.i são
hercreiros, a fé (Pela .qual .Abraão recebeu a pO\Siçáo <lle her-
deiro é vã e a ipromessa arntlaida. PO'rque (1), a>elo <eO'lltrário,
a 1:ei IJ.)'I1(Xiuz ia ,i rn. Ora, sujei:m à ira rru.~ lé tflazer gozai- de
uma :pr-01messa, por.que, Q'.ltde não houver ~ei, não haverá
transgres$ãO. O a:póstoJ:o mão diz (e que o le~tor ,:pres,te
atenção a isto): Não há pecado nenhum, n:iras sim que:
onde não há mandamento, não há mandamento a trans-
gredir ou a olvuiar. 0..ra. ·a lei, S>eOdo da,dia a um pe:caoo:r,
produz nt"...cessarieme'l'.llte a ira.
E sms consi:der:ações são o lado -negatiJvo da questão.
O ,a,pós,tolo mootra qtre, a !reS!l)eito <los próprios Ju.tleus, o
direito à herança não :podia ser fun!d1ad:o stibre o prin-
cípio ,dia lei, sem excluir Al:xraão; :po•rque a her.a:n:ça tinha

(l) O leitor alento deve ter e01 consideração o uso da palavra <<Porque»
nas Epístolas de Paulo. Num gra.ude nlimero de casos esta palavra não
cxpricne u.ma con:lusão, abordando antes um ,nsunto coleteral que, no pen-
sam~nlo do apóstolo, conduzida li ,nesma conclusiio; ou e.nt!lo um pTincl:pio
gcrnl m~is profundo, que forma a b::se do nrgumenlo e nlargu a esfera da
Dessa visão.
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EP1ST.OLA AOS ROMANOS 141

sido dada a Abllaão, ,por '.PI'.Omessa, re isso- implicava que ele


Nnha illleua wart,.e pela fé; por.que se crê m.1.lll-»a promessa, e
aquele .a quem uma l)l'QD1esi9a for ifeit:a não é o quie l:l.
ctllillpre. De igual modo a justiça de lib11aão se etnic0ntraiva,
segundo as ·Escri.w.ms, por ie.ssia. mesma Jié. Ele. ~ foi
impuN1-da oo,mo ju:stiça.
O pri.n,cípio <lie ,que a harança per.tienice à fé ra dmitia os
Gentios 'ao goro dessa herança; mas a:qui o r.aci,o;cÍJIJ.io vci
mais lon.ge, e o 1prkndpão, é verificado a :respeito idos pró-
prios J:udreus ou 1a:n.res, a respeito d.os daminhos de Deus,
de mal.leira ~ <excluir a J'e.i ,camo m eio ,de chega;r à (POSSe
da :herança de Deus. A ieonseCJ:uência desse primcíipdo a ires-
peito dos Gentios .que criam no ·.Evangelho ;é -tiradta do
ver.so 16: «Po:vque é p.ela d:é, para que seja segundio a giraça,
a fim tle que ia ,promessa seja firme a to,d,a :a :pos,teridade»
de Abraão a quem 1a promess•a foi ,feita, ·n ão ·só aceirca da
sufa descen.dêncin, qUJe se enoootraiva .soib :a lei, mas também
ace:r:ca •daq•ueles quie tôm ,a f.é rd!e Abraão, que é 'O p,ai ,de
todos nós iperan,re Deus - com'O está esCl'íto: ~Por pai de
muitas nações 1le co.,stituí!».
Eis o grande princ~pi:o! É, ,pois, pel!a fé, 3:0,t es e sie.m ,a
kí, e 'l1aida lloodo a ver com ,ela, que a promessa é fci1:.a
a um homem não circw.1.cis·o, ,e ele é justifics:do, ,a:-enrlo nra
:promessa.
Um outro elemento é agor,a introduzido. Humanamente
falfarndo, o c'Uflllpr.iane:nito da p1x.messa era impossível, por-
que Abraão, ,do ·mesmo IIIlJQldlQ que Sara, erna:n, a es.be res-
;peüo, oomo mortos. Trata,va-se, ipofüs de ,crer na promessa,
oontre toda a esperança, ,aipoilando-:se •apenas no rpoder de
Aquele que ressuscita os mortos e -chama as ooisas ·que
não sáo como se iexistissem. Tal foi a :fé de Abt:aão! Ele
creu ,na promessa, que seria pai ,de mui1!ais ;o:ações, porque
Deus o t h:i;J:,.a 'Clito - e ,ele coa1toa"Va com o ,pod:er de Deus,
glori:ficandu-O desse mo'C!o, sem pôr em causa, oilihamdo
às dT-cunstânciw, o que i>el.1s lhe tinha dLto. E esta fé
lhe foi imputada ,como jusitiça {versos 20-22). Abr.aão gJooi.-
fioou a Deus, segu,n<lo o que Dv~•s era. Oi:,a, se õ.sto fui
escrito, é porque não foi ipara ele somente; mas ra mesma
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142 J. N. DARBY

fé .nos será ,t ambém imputada como justúça, a fé em neus,


no ,Deus que a.,essu:sdtou a Jesus id:e erJJUle os mortos.
Eu disse a fé em Deus, porqi.re o após-tolo :não fola •a qui
de C11er em Jesus, :mas -de crer em Aquele que limroervcio, em
poder do ,domínio da morte, no qU'al J.esus estaMa., ,por causa
1

dos nossos pec::1dos, que dcli O retirou pelo Seu poder. A


r.:::ssunreição, seja de Cffito, seja das fiéis, é o !firu'to da
poderosa activid&le do amor ,de D.e~, que t.e:z :sair de
debaáxo das consequências do ;pecado Aque!le que já tiJl!ha
suportado .todo o castigo ,qtre nós merecíamos; d:e modo
que, crendo em -Dcrcl.S, 411.1~ O ressusci'tiOu, :o.ós iabarcaunos
tod:a a extensão da ,ob:ça à qual ia r-essurrnição pôs o s:elo,
assim coono a ,graça e o JpOd:er que aJli ,se m;anife.starom. •2
desta ma:ncii:ra que nós toinlhiecemo.s a 1Deus. O II!OSSO •D eus
é o Deus ;que a:ssám :agki a resipe.i,to d,e J,es,us e em ,graça.
para coru1asco. Ele .p róprio ressuscitou idle ernre os mortos
a Jesus, qu-e tiallh:a sido entregue peliaJS l]),Ossais fiallla!s, e que
fui ,também .r essuscitado para nossa jusllificação,
As consequênciias ,do p,ecaido ,t inham sido já ;p.os.tas em
evidência: Jesus itiJruh+a.,a:s so!f.r:ido e estava morno. ~s a
intervenção .activa de :Deus livra dessas co,ns,equêndas
Aquele que ,a ~las tinha .sido .submetido, piai.-a il.e1Aa.r sobre
Si :os nosso,s :pe.oa,dos. A ressurreição, tal como ,é oonbecída
em Cristo, [Ião é somffilte uma .r essuirreição die mortos, mas
uma ressurreição de e11tre os mortos, o 1n.ilro da irutervenção
directa de ,Deus., ,para fiarer sru.r em justiça, de sob as
últimas consequências ,do q:,eoado, Aiquere que ,tmha glori-
fica1do ,a Deus. C:rendio em Veus, :facilme.n1Je compreendemos
qUJe ·é Ele mesmo que, 'l"essuooi.tmdo a .Cr.i.S'l.o ,dle .entre os
mcrtos, ru:Js libertou de ,tudo aiqui-lo ,a q:u~ o ipeoado nos
t11".ha suje1tado-ipor.que EJ:e ressuscitou <le entre os mor-
tos, pelo Seu poder lfüer.tador, Aquele .q ue tinha en'trado
11a morte, para nos sal<var.
Assim, tendo sido justificados q,e1a fé, 1lettnos p-ai: com
Deus. Note-se aqui a difol'ença enitre a d'é .de Abraão e a
:nossa: Ble cria qu:e 'Deus podia CU'.IIl,'Jl'riir o que tinha iIJ'ro:m&
tido; nós somos chamados ,a crer aquilo que Ele já cumpriu.
A ;fé ,na Paila-v1-a de Deus, ia fé .em Deus, a fé que apreende
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EP!STOLA AOS ROMANOS 143

o Seu ipo:der em ressura-eição, é a fi ;naquilo que aros tirou


de sob todas :as ron:requêndas dos lllOSSOs p,.."Oados, excep.t:o,
evi'dente.mente, a ~rmaçã,o ;actual (los :DOSSO'S cor;pos.
Esta fé ~ mo poder de Deus, que realizou para nós
uma ta.1 libertação, ,e nos purificou. Cristo foi entregue
pelas nossas faltas e re.<;susci'tlado paira nossa jusmi!fiiicação{2).

CAPlTULO 5, VERSOS 1-11

O 0:póstoJo tiarlla asse.me os gra.n.deis lPrl!nicípios da ver•


dade a respei{o rda justificação e da v:id!a; -vol:úa-se agora
para .a ,sua aipliaação ao honwm, ·quer -dizer, (Para o estlado
da afana ;q_uantto a'OS !SfeUS próprios sen'tfilrl'entios. "l'aulo
apresmta-nos ;a;qui o ci'clto 1éflas "11-er.druies q_ue acaba d-e
anun.ciiar, quando elzs forem recebro.as pela ifé, ~o ~oder
do Espfrito Sanito. A ob11a dia redenção está concLufoo; o
crente -tQOla !Parte no beniefído -dessa obra, e é j"1.U,tmcado.
Ten:do sido ju-stificaidioo, 'temos paz com íDel.llS, esmnoos na
Sua graça e ralegramo-m>s íll!a :esperança -dia Sua glória.
Cremos num •Deus que interveio •em ,poder para I"esswsci'tar
Àquele -que td!nha. levado sobre Si os nossos pecados e que,
ressuscita.do, é ia testemrtJllha eterna ,de :que os nossos pe-
cados sã:o tiria<l'OS e que o i'...'tliico -vierdladciro :Deus é Aquele
que assim inoo l<Lbertoo em iamor. Teolho ipoi.s, ,coo.no crente,
a paz oom d-e. Tod'Os os meus !Pecados isão oouil-adlOS, :a~
lidos pela o:bra -de Cristo. O meu -ooração-, alhri,aido, ron:hiece
o -D.eus Salvador. Já não tenho :nen:lmm. 1pieo.iis.amento q1ue
susci-te vingança no Seu coriação a meu T.e-5,-peiito. A sun
preciosa g1aça -re,pousa ,sobre mim - graça que é melhor
do que ,a 1,•i:da (Salmo 63). ,Entran:do p.or !Oristo na Sua
pre6ença, encontro-me a.gora no gozo da su:a benigrnidiad-e,
numa graça presente. Tudo o que se relacioin.a"VU -c()(!ll o
velho homem é aniula.oo pela morte ,de Cris,to. Já não pode
haver n-enhuma questão entre mim e Deus, qua.-o:to aos

{2) Rejeito absolutamente u interpretação: «Ressuscitado porque nós


fomos justificados». Isto não é. a for~~ do Gre,so e contradiz. o principio do
cap!tulo 5, e.wlu.indo a fé da noss:l j~üficação.
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144 J . N. DARBY

meus peca:dos. ·Deus já não tem nadia ia impu'..ar-me. Tudo


se ,ro,nsumou na mort>e e 'll'a ressurreição de Crislêo. •Par.a o
tempo ,p resie.n;te, ,entrei já !llfl. presença de Deus, no gow da
Su.0. gna,ça. ·É :a gr.aga :que ,caracteriza 3S ~ relações
ac'llu!ais oom iDeus. -Depois, todos os meus peoaicros foram
niradlos, segun.'CIJO '<tS ex.ilgênci.as da glória ,de iDeus, sem:lo
Cristo ressuscitado de 1entre os mortos, depo-i:s tle ·ter res-
pomHdo perfciitiamen:re a 'tlolda. essa ,glória. Qmg11a'tulo,.m,e
M esperança dia glória de Deus. Te:n!ho ,uma iplena e bem
lfu.m:dada raspe.rança de -ali me ienoontrar, sem \DO!l:hum receio
die dela ser ialgun:ia vez !Prirvado. Tudo se velfere a Deus,: 'A
~ té -acan Deus e segundo as Suais per.feições; o !favor de
que eu gozo é o favor de Deus e alegro-me ma Sua glória
em ·e sperança. Tu:do :aSISe!Ilita no Seu ,poder, an'allliles,ta.do
em ressurreição; :a paz: com Deu~ como ,uma ,c oisa intewa-
merute re<a:lizaid.a, -0 fa.'VIOT presente de Deus, e ra ,espeJ:a:o.ça
<da Sua glória.
Note<se 0:qui que ,a j.us,tiiirícação é disti'llta :da waz: «Tendo
sido j,u stificados, temos a paz». A ju:stíficaç&o é o 1noss:o
esta:do real ,perante 1Deus em vwtud-e da obra de Cristo,
em virtude da Su:a morte ,e rda Sua ,ress1.1r.reição. Ora a
fé, conheoon,do ,assiro a Deus, está em paz C'O!lll Ele; mas
esta r,az é uma conseq,uêm.cia da justi,fi,o-ação, como o é
tam:b-~m o gozo pr~te ,dia gr.aça ,em ,que nós estamos.
A :fé crê em :Deus que tez a obra :pela iqua!l [lÓS somos
justifica1ckis; mas este Deus é um <Deus q_ue (!}'OS a.mou e que,
ei-,ercando o :Seu ,poder -em amor e em justiíça, 1resSJUSCi,rou
A,quele que 1evava SOlbre Si os nos.so;s pecadm;, tt'I'Cd1uzindro-
-O :rua Sua prese,nça camo sentdo Aquele que ;aboliu in,t'eira-
m.ien:t,e iesses rp,..~a,dos e que, lfazenrlo-o, glorificou !Prefeiba-
miente ao piróprio Deus. Peba mesma razão, oos estamos,
de fuct:o, p0r Jesus, na ipil:.eina graça 'Cle 'Deus, peran<tie Qiiem
nos ençontramos. O Deus pei•anre Quem nos enco.o.tr-amos
é o Deus d,e Amor que, w.nrlo-;n;os a.ma,c1o, n,os W 'VOIU. E
,qual é o resultaldo desse 011ll:or? Sermos i!n<trod'tlZdrlos !J?Or
Jesus ali, aonde Ele mesrmo foi. Ora, ,entriar lá, onde Ele
está, é eintr.ar na glóda; e nós j.á oos .~ riamos na es,perança
da glórfa •de Deus. iO 'P,ró,p:do >Deu:s é :a origem 1die !tud~, E1e
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EPtSTOLA AOS ROMANOS 145


é Aquo1~ que tudo ?:ealizou. A Boca Nova, :na qua.4 nos é
annmciada a salvação que B!e e..fe.,"'"tlrou, é o IFN~~ de
Deus; e o poder que -aiotua. ainda pelo ·Ev.i111gel.ho é o poder
de :Oeus em :SaLvaçã,o, A justiça que é r.ewellarla é a justiça
de •Deus. A gl6ria ean que ISOl!llOO introduzi.od as em esperança
é a glórta de DeU:S. Tal é, quanto ia inás, a e{,i,cácia des-na
graça: é a paz, o fuvor, a ,glória!
O espírito do h omem tlirá, rtlalivez, que, ipos.sttlnido ess-as
três coisas, p:os5uímos tudo, :por.que [)eus tem iprovido no
passado, !DO presêlllte, e :proverá mo fururo. Mas não; restam
a inda rtov.a.s bênçãos. -Em (Prime:iro J.:uigar há :a exiperiê:nci:a
prática. Attravessa.mos, de ·f acto, algumras ,tr.i,b'UJ:ações, por-
que -elas submetem e no5Sa vontade, a ~oo'Vidalde ruatuml
dos nosSOIS corações; (POr4ue elas purificam ôs nossos
cor.a~õeis <laquilo que obsourece a ;o.01.ssa esiperança, <la;quHo
que os enohe, não .deixando •lugar ,par.a o Senhor. As tri-
buia~ões tornam•no s assim -ca;pazes de con.fia!.r.mo s em Deus,
-de antregarm os em Suas sari•tas mãos ,toda:s ;as coisas; e ,
de fact-o, est-as são imcirame:11.te td.irlgidas ,por Aquele cuja
graça fiei as ordenou ;para oos.
Asisim, sabemos mel!hor que a cena em rque illOS move-
mos .Passa e muda e que não é senão uma oena de exer-
eítoio- e nãJO ia eStfera P'.rÓíP'r:Ía da 'Vida. Deste 1moldo -a: e!Y
;p-e:mnça f unclialda sobre a ,obre de Crisoo t'Orna-+Se maiis
clara e mais liberta da mistura Ide 'tudo .tquilo que é hu-
mano. Discernim os m a'ÍS clarament e o que é li'Ilvi:sível e
eterno, ,e os ,la,ços da .a:Jana oom ,as coisas que estão, rpeira:nte
nós 1são :roais perfeitos, m..<m completos. tA. experiênci a
produz a esp-erança , í!)Orque, através fde ttudo, o .amor de
Deus, que JJios de1.1 esta ~ enm.ça, é matnifestat lo, n,oo nossos
oorações. Sem ia comsciêncl"ra deste ,amor ipoidoríamos S'elº
desenoo.raja.dos pelas tribu!l!açõe s e supor.mns que Deus é
ccntra nós; mas este amor -é demonstra do 'Dão só .pela obra
e pela ressurreiç ão de Cr.rsr(J(), ma.s :também pela presença
do Espwito Santo, q,ue o deniama !11,()S nossos ·e.orações, <lo
Espíri1o Samto que é o Deus doe Amor em ID.ÓS .
Não obstante, embora d-aro:dio este fun.d-ameo,t o intterror
de alegria, o Espírito S®to tem o cuiidia-do de o !referir
lO
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146 J. N. :DARBY

s-empre a 1Deus, e ao qi»e Ele fez fure de nós, 1,tein.00 ,em


vista a ,p.11ova que ,desse agir llliOS é da:diá, ia tfi.-rn ide que ,a
n,o,ss.a alma !I)ICXSsa estar .funldtaida sobre o .que iestá nIBle,
e não ,srotrre o qU'e está~ !I!ÓS próprios. O :amor •de iDeus
está beun em nós, Ov"US seja ibemdito, :roais o lalmor q:u:e ;está
em nós, jpela ;presença do .&pír.rt'O Sam:to, é o amor de
Deus,· e a prova de que i!ll6s o possuímos treSllde em que,
qu;ando es·távamos dtes•pTOVidios de roda ia ,força, Ciii,sto
mon-.eu a seu tem1po q::,elos Í1lllPioS r(venso 6). O «tempo con-
veniem.ue» ou ~a seu tiempo» de que se d.ia'J.a .a:qt.ri em o ,tempo
em ique o horruem thfua sildo demcxnsrtra'lfo ím,pio, e ,es,tava
sem forças :para sair dessa conldiçãiO, me:snro quaotlo ,Deus,
sob a lei, lhe mostrava o caminho. O homem pode rdedicar-
..se, ,quam:do ,tem um .motitvo tbas:tante ,f orte; íDeUls ,miainifustou
o Seu .aimor, o ame>r que Lhe é próprio, não h131Ve:ndio, par.a
Blie, nenhtlfID mc.tivo em lllÓs que o jusúificasse. Quando
éramos simples e miseráveis pecaidm-es, Cristo mo:r.reu
por 01ós (vel.'ISos 7-8). ,A origem :àest,e OODor esitá 'DO ,próprio
Deus, O'llanrre.s: OEUS 'É AMOR! Que fulic.iid.a,de •saiberroos
que ,é n'Ele ,e id',EJe q,u:e n6s temos todas as 1COisas!
Se D ffiIB nos recarroi!ltl:o,u consi.,go mesmn, segn.mdo a
inclil11ação ,do Seu .p<róp,rio reoração, ,q,Ulaaldo nós iertumos
Seus ini.migos, com muito u:o.,a•1s razão a,gora, •bea:J!do-i:nos
recOIJJciilia,do, 1E1e irá at.é ao fim! E nós .se=os sa;lvos da
ira peta vida de Cristo. E ac11escenta, !f.alao:ido idJc> meio dia
bênçã:o: «Sie nós lfQIUOS :reoonciliia.dos com <Deus tpela mwte
de Set1 Fil'ho?>, cpor ,aquiilo ,4ue, por ,aisshn dizer, era a Sua
:fraique2:a, «muito m<ais seremos sa:lvos ipel,a :Sua 'V'idia», :pàa
pcdíerooa ;energia de Aquele ,que ,vive enemameD!te. O ·a mor
de Deus faz e paz a re&peito ,do que nós ér-amos, e cassegu-
ra-;J1os a mesma paz 1aoer.ca ,do DJ0SSI0 porvir, to·rinia!J:Jido-nos
felizes IJJ.O ,p-resenrte. 'É o que Deus é •41J!e tOliü);a seguras
parn nós todas essa:.s bênçã,os. DEUS É -AivlOR, e está cheio
de consi.der,ação por :nós, e pleno de isabe,dom.
Vem agora um :segundo «não somente isto» (confrontar
collll o capítulo 3:3), qmmdo o nosso estaido: a paz, o favor
e a glória {uma sa:hração ,qu,e parecia .cümp:letia e o é, com
efeito) foi estabeleddo. Não .só :nos glor1amos ;na.is tribula-
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EPíSTOL.\ AOS ROMANOS 147

ções, mas também \!los ruegr.amos em Deus, itambém .nos


glorJiamos IJlO ;próprio Deus. ~ a segunda :p arte da preciosa
experiência !Produzkla 'DO ;{)ris,tão \Pelo OCYlllhecimentto <lo
amor •de Deus em Cri.s,to e da nosisia reco.niciliiação >OOJil Ele.
A primeira pat'te consis<tia em 111os gtlor.i:a-r.rn.os 'llaJS tribuLa-
ções por causa do '5eu resultado, sendo OOlllb.eci:do o amor
iliv.iim:>; :a seg1.m.1d a é o 1am:o!r ,do ipróprio Deus ,n,o hom<e.m.
Sendo isto ccmhecido, g]Driamo-nos a'llão só da noosa tpró-
pria ,salvação, e mesmo oas nos-sas tribulações., mla!s -ta-mbém,
conhecendo um ta,! !Deus Sa:l:via:dor {um Deus ,que ressus-
citou a Jesn.1Js e que nos rolvou 'II.o Seu .aJIIIOr), n'Elie :lliOS
gloriwmos. Este é o 1111a:ior prazer q_ue podemoo ter.
Turmin.a ,aqui a primcira 1!)0.T•te ide.:.ta BpístO'La, !Ilia qual,
eu1 virtude da [Pf,apiciação feita :por Cristo, a a:bolição dos
niossois ,pecados foi pi!,eITT:ao:nieiD1L'e cuo:n:prid:a, e o e!lil.()(l" de
Deus pl-enaanente revela!do. Agara temos 1a (Paz, a posse
actual da gr.aça e .a glória em -espel'ança - e tudio h:110 pelia
puro ,gi,aç,a de (Dell!S e IJ?'Or Seu -a mor, crmhecid.o l!la 11.11,orte
<le Cri,s,to pelos ;pooadoo:es. É ex•oLustv-a.nnenrt:e obra dle ·D eus,
por isso ala é divmamen.re ;perfeioa. QualqUJer que seja a
alegria que ,d:aí decorra, não é Ulllla q:u-estão de e:,operiênciia;
é a obra tle !Deus, a:oruando por Si .próprio ie re~el0llldo-Se
a.ssim Jja Sua iprópria. nat:urezJa.
Até ,aqui o apóst!olio tratou oda questão dos pecad;os ,e da
culpabiili'dade pessoad; '111ai :paissar agora à questã-0 do pecado,
e oo estado respilituial. ida il.13.ça de A,dã.o. Estes iprimeiros
capítulos são ,u ma exposição mara;vilhooa do l!'llI'O favor
d.e Deus ,p ara comosco, malllilliestoodX'l-Se quaro:do nós éramos
ipecaà'ores, e conduzmd:o-noo a uma perfeita ·édegll"ia n'•.i\,q:uele
que foi, que é e 4ue :será senlld)!t1e, 'PaJla ,nós, ,o DEUS DE
AMOR.

CAiPITULO 5, VERSOS 12-21

Tendu a.presentado o fll:O,C),amento -da .s alvação e ,a coo-


fiainça e ,o goro ,que ,de:l a ,eiru,a;1l!am, tendo fumiad:o -tudo
sobre Deus, q,uie teve de actuar ooon peoadoreis ,dresproviidos
de :fiorça e ,estabelecer as Suas relações ,oom ,eles sobr,e o
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148 J. N.DARBY
fuindwnento ,da mo1,te ,die Cri,S't:o, a ques,tão dos nossos
peca:dos é ~iquàidaida, isto é, a razã'O ipo-rq'Ule cada íbco:nem
deveria iter ,sido ju!lgaldlo segundo o ·q ue ele tivesse feito.
Sem lei ou .rob a rk<i, tQdio,s .oeram cu,,lpatdos. Um pmpiciató-
rio fora ·e stabelecido, e ~iresen-tiado pelo ,preci~--o sangue
de Cd.sto. A paz ias-ta,~ '.6ciloa para o euilt,rya:do. Deuis era
revefado em .amor. Mas 4.S\1:o tinho,m:os <:OIC'Jdiuzido a ,aJgo
muito mais elevado...
Agocra ~emos de tratar oom 1De.us e com o ,homem, em.cta-
mente :como é, como roisa ,p,resen1Je. Trata~se dlo homem
pecador. O Judeu não tem aqui 1wn.humia superiJori:dade, n ão
tem de que se van•g1lor.ilar. Não iP,oder-ia dizJer que o pec31do
t:iinha en.tra:dio ;pioo: ele e pela rei. É o hom-em, o pecarlo e
a graça que es,tão em qutistãio. O apóstolo aborrla., !P'OÍS,
este :assun:to ft.mdiannental e essencial: Não os ,pecados e a
culpabilid01de, que serão julga/dos miais 1'a1'Cie, se ni>.JO se
an·epende:rem, m.ras o esta:do presente <.lo homem.
~ O homem não ,tem ,d!e que se vooglorim-, ,do mres:mo o:ntrlo
que o Judeu. O [)eus rde g.raça es,tá diante ililrs :nossos olhos,
agindo ra rres.peiro do :pooado, q:tl'alllldo só lhá pecardo, a:roni
a foi que a-gravou •o !!)ecail-O rpel!a:s tra:ns.gre.5.sÓ!"vS. Ora, o
ipecadi0 er.lltirou por um só homem, e u,elo rpecad'O a morte.
Isto lev.a-n-o.s -a oonsideroo: não só 'OS ootos dos mdtvíduos,
mas ,também a oonrlição ,da ;raça humana. Ma:s esróa C04.1-
idição admite tda.ms .ooiseis: Ser ieX:oluítlo rd a presença de
Deus, e possuir 1u·ma niaitureza má. Nisw todos isão iguais,
embora cada ·q ual füe •lleniha juntaido iailnrla os seus pr~
iprios pecados e 'ª ~ cul.piahilirlade pesoo:rul. iPor mn só
horne.m -entr-0,u o pooaido DJO mundo, e pelo ~carlo a morte;
e rassi.m. ,a morte paiSSou ra todos os ihom,enis, porque rtodo.s
,p ecaram {verso 12). O (Pecado estav.a 'lJ.iO mundo ,antes <lia
lei; e •a lei não acres.cemou n'lld.'a que !Pudesse ter via1111ta-
·gem para o homem, no estado d:e pecado em que e~e •se
em:x:mrt:ra'l-a. A lci ipUDlhia rdefirui.tivamiente em ,conta a:o h<>-
mem o seu !])eca:dio, rdanido-Toe <XJll1Jwcimento :dele e inrter-
dil1Ja.rudo-o. Ao ,mesmo teanJpo, ,embOll."a não houvesse ali
imputação, segundo 'O gove...'1!ll0 de Deus ,e em virbUJde rde
uma regra imposta e conhecida, a morte, prova oo.nistante
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EP1STOLA AOS ROMANOS 149

do pecado, rcinou s·e m 0 J.ei sobre a:quelies que inão 'VioJ.>ar.am


uma aliança oosea,dia rn.un -man:<lam:Jieo.to - COIO:J.O o fez
Adão,(1); ~ os Ju:deus ,também o têm reitto, ;dle:poíjs da lci.
A história de Génesis torna tudo ii:sto 'Íull:::OO'tA'lstáv.el ,pai-a
o próprio Judeu. O pecado rcinava no (OJ.'l.l[l)Õ:o, e esitão igual-
mente mortos os que 'Viv~ onitre Adão e Mn•isés, tempo
em :qu:e ·n ão h:avfu Iei. Quer d:irer: .A,ntes, !hour.-e dJei p,ara
Aidão, recebiida direotaanente tie -~us; depoils, houve 1ei
para os fod'ell.S, receb'Í!da :por int.er.médio de Moisés. :t.La.s
no :per.tíodo ,cre ,telll/PO de---.,oondo, entre Adão :e Mo,isés não
h01Uv.e lei.
Convém notar ;aiqui que desde o firm ,d,o v,erao 12 a'té ao
fim do verso 17 temos um parêDll:esis. Simpliesm'ellre, como
aoon,t,eoe em casos semelli9.TI!tes, (a ideia prinripal é Mi ,clmen-
voil;vi:doa. Neste pa:rêm:tetsis o apó-.s,tolio, depois :die ,t er :aip11esetn-
tado Adão ,o omo sendo a irmaigem d'Atquele que rdeV'Íla vir,
·o u s.eja, de Cristo, insi:s~e ie:i.n qu-e o ooo:á!cter od:o dom nã'o
poderia ser inferior ao ,oao:-ácter ·d o an-wl. Se o pecado do
primei110 homeun se não 1ím.í,tou, nos sous clcitos, àquele
que o cometeu, e se ,estend<er..i a ~dios ,c,s que, como mç.a,
esta,vam li:g:aJdos a esse pr;ime,im homem, com mais forte
razão a graça, '\,mel.a <tamb6:n por um -só, Je.sus Cristo, ia:bm-
çará a muitos ,ooan Ble. O mesmo princip1o, que foi proclar
ma,do ia. res.pcibo :da pessoa, se apliica à coisa: Uma 'SÓ ifuJJta
cond'llZiu à morte, mais a graça /Per.doa 1JllDa mUJltidão
de ofensas. A:sisxm, iasta gI1aça 'I)od'e ,bas!Jarr jplar.a o perxl.ão
que ~s •numerosas v±o¼ações ,dia lei tmham tornado n'OOelS-
sárin. Qua..nto ,ao res:u:lta.do, este mesmo !Pliincípio encontora
igualmem.te a .sua apliooaçãoo: A morte tem reinalcro, mas,
;i-relà graça, não ,só a Vida reinará, mas t ambém nós rci-
naremos .em vida pnr um só, Jesus Cristo, ,segundo a :a:bun-
dânciia da ,graça (verso 17).
No cver s,o 18, a pass,age.m r etoma o .argumento geral
de wn,a marrair.a anais abstracta. «:Por wna ,só .ofensa», ,diz

(1) Ê uma clração do ci:ip!lulo 6. verso 7, de Oséfos, segundo o seu


verdzd"iro sentido, que acusa Isrnel de te.r feito a mesma ·,coisa que Adão:
«.1\1.'IS ele$ transgredlrnm a aliança, como Acllio».
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150 J. N. DARBY

o após.tolo, {,paro traiduzir a pas,sagem ·litera:lmenre) «'Vcio


o juizo sobre todos os ooa.nens, ipara coQ"'.dernação, -a•ssim
também, por um só a!Cto de justiça, veio a graça, sobre
todos os :holllrens, par.a •j-ustilfidaçãio ,de virla». Uma isó oifer!isia
é, no seu. alcaa1Ce, ,c!:irigi,dia, cpor assim <li21er, ia to:diois - e
um só acto de jJUStiça &o de iiguaJl medo. Tratl'\-5e dia ex-
ten,sã-o do acto em si mesmto. Qurunto à sua ap1iicação eifia:iz,
ets o que iernos: ,<PortqUe, ,oomo, g;,ela ,desobediência rle um
só homem, muitos fol!1a1Il fci,t,o,s pecadores, ,assí,m, tp$
OlbediêlllCia de um, muitos 'Serão feitos ju,st!Ds» 1(1Verso 19).
Exislle siernpre o pensa:mento de qUJe 'O 21cto ,dJO :i'D.di",iduo,
quamto ao seu efeito, não é ,J,imitafü> à !Suia !J:Jel.%00. Ele
a:tmge muitas 'Outras pessoas, colocainl.'.b::r,a;,s ·s ob as -coose-
quê1J1!Ci...'l.S rlesse aotio. Nós vemos ,que a 'Pal!Javna !de Deus
diz «Todos» (verso 18) q,wando se •trata ido al.oam.ct! idb
acto (2), mas ,que ela ·diz «Muitos» ,C.vers-o 19) ,qua:ndo se
trata d'O efeiito definitiv.o ,da apH~ção idiesse aooo aos ho-
mens {isto é «os muitos» que :estal\iam :em relação ,oom
,Aquele ,qire td'll!ha realliza'CllO o acto).
' O que o .a.pós,rolo diz aq:tú a re...~e1to dais colliSlequências
do ipeca:d:o ·de 'lllIIl só, e da j;u:s1tiça d<e m11.1.:iltos, e$.á, ipoi!s,
fora da lei, embora a 'lei 'Possa agr,a'l.•ar o mail. Trat·a-se
do ielfeito dos actos de Adão )e de Clisto, e mão do procedi·
mooto idos irn:livic:l:tros ,ao qual, evidienteane:nte, ,a lei se
re,port<a. Foi ,pela desobeldiiênda de um só homem q1.11e
os muito.s (toriios os homens) fo,ram tfcitos pecadiores, e
não pei'Os seu,.s ,próprios ,pecadioi.S. Cada !homem ,tem os seirs
próprios pecados, mas ia,qui ,ti,a,-tarse de um estado de pe-
cado comum a toldos.
~ra que tem entãlO !S'eiI'Vi'do a ·l ci? A lci entrou IC'OOllO que

(2) & .contra-se a mesma distinção, com a mesma difereac;:a <le prepo-
sição. em relação com a íusliça de Deus, qum<lo o apóstolo fala da eficácia
do sangue. Somente ele indica que s üo «os muitosn, porque. apresenta o
obiecto da fé .ontc& da eficâcia de. obra, emborn esta seja admitida por hipó-
tese: «Justiça de Deus, pela fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todo• os
que crêemr, (capítulo 3:22). Do mesmo modo encontramos aqui: «Por uma
só ofensa para todos em condenação»; depois: «Os muitos» que estão em
rclnçüo com Cristo «11lo feitos justos pela Sua obe<!lincia».
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EPlSTOLA AOS ROMANOS 151


por ~x,ce,pção, e ocmo ,acessório do fucto c:apiiail, piara fazer
ab'U'l'lldar a ofensa (3) {verso 20). Ora ali, ,onde não só a
ofenoo, anas também o pe,oado 'tem ~bundado-porque
sob a lai e siem a lei e'lie tem ,abunoo.oo - «a gra-ça su•
per.abundou paira que, assim a:xtno o ,pecado rcinou rua morte,
mmbém a graça r.emasse q,elJa justiça, TJant a vJ.da eteno.a,
por Jesus Cristo, 1110S1so Serthior» (ver.so 21). Se a jU1Stiça
tivesse 'Vindo remar •alli, 10D1de o pecaido reinawt, ela dieiv.eriia
coodenar o ,m undo inteiro; mas é a gtiaça rque r.eiina, ,o
soiberainlO •amor de Deu:s. Quamick> a jusmiça se ocupa ,do mal,
ela res1á iao nfi,,,el rcLo mal, ~lo fucto ,de ,ser j;us:tiça; mas
Deus está muito iaiai..ma •dio mal. •E l~ 'actu:a e !PC.de actuarr
-füe Item o d:iireito :de actuar-•segunJdo Q Sua ,própria
111a1ure21a: E tDEUS IÉ .J\'.l\110R! Sanciona Deus ia fajustiçia e
o ~ado? Nãol De modo neiili.'llllD! N'O Seu iam,(>r ·E le itraz
o cumprimento dia jus:niça 1div:ina ipor Jres:us Cristo. Elie
cumpriu -em Cristo estía justiça .clii\itl.na elevianidio-0 là Sua
direi-ta. 1\1.as foi ean •virrudie •de uma obra ,que Ele reahzou
~r !Ilós que glorificou ,a •Deu..~ Deste IIDOd:o iEiJJe é a IIlOssa
justiç,a e nós somos a j;ustlça ,de Del.l!s n'.Ele.
•É o iamo:r que, tom.a'Dldo o ~ar.áo~er de graça, 1qu:arado se
tr.a:ta ,dio ,pecado, rema e dá ia vida eteroa, ,didla que está
a.oi.ma e iaiém da morte, vida que vem do :Alto e ipar,a lá
regressa. O amor ,cJ:á a ,wdla por meio da justiça divinla
e -em 1\e,lação ccon -esáa justiça, exailtando-0 ,e manílfes,t,ando.a
pela obra de Jesus Cristo, em Quem 1116s iteroiOJS essa 'Vlida,
vida que nós recebemos rd 'Ble qu:aindo ,e,1Je Oltlll(priu a jus-
tiça ipara que 1116s .p:ossufsserrros a vi.ida eterna e a ,g lória
,que a ela se rerl'e,r,e.
Se a graça ·reina, é :Deus :quem reirna. l'or outro la.do, :a
mtUll.~ de 1De,us exige q,.1:e a ju-s.tiça seja !lll'alrlJtida. Mas
ela é mais que mantida, segi:u1do a 1111edmda dos ,dkeitos que
Deus tem .sobre o hiome.xn, <COIDO tal comisidemdto. Cer.ta-
me'l.1'te Cris;tio er.a a,erteito como homem, ana•s glnrlfüoou o
que 'Deus é em Si :mesmo, e, ,t,en<do sido ressuscitaidio d'e

(3) OU «a falta»; não (\O pecado». O pecado e.ttava lá; a lei !cz de cada
nm dos seus movímentoc uma ofensa positiva.
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152 J. N. DARBY

entre os mortos para glória do Pai, Deus iglori'.fü.oou a Sua


justiça fazendo-O ,assentar,Se à Sua wrei!Ja, comlO ,tinha
glorificaicl!o o Seu :amor, .d~O ;por nós. Mais iagor.a é ra
just1iça em salvação, dada ~]a graQa àque}es que não ti-
nha..-u jus,tiça nenhuma, dada em Jesus ,que, ipe1a Sua ·obra,
lhe pôs o funcla.metn,bo pal'a ,sempre, gl-oriifü,ca9l'do ia !Deus,
mesmo a reSipciito do pecaJdo, solbre a ,Cruz 0111die rtudo o
qu:e Deus é a Seu respeito foi pioiStto .em evidênicia.
O cumprimento ida ,I,ei .t ~ s,i;do :a justiça. dl:) [homem.
O homem teria ,podh:lo gl'O•rifücar,ge des·s e curoprí:mento.
Ccilrto glorificou a !Deus -:ponto d.os mais -~ rtar»tes
em relação com :a justi.ça, e ique ao ·mesu:nJo 'tem!PO, ia liga
à ,glória. A graça lf,az parte dess.~ justiça rao \Pecador, dian-
do--llie en,t rnda. nia gió:r.ia ique Cristo merecta1 !Pela Sua
oh1;a, glória em ,que o m~s.mo .CristJo es~ava como Fá!J,ho
a!lteS :de o numdo -existi:r.

CAP1TUJ...0 6

Mas, ai! .. . A ,perversilcln,de da •carne ~be encontrar nesta


gloriosa redençã~, rea'lizarla. ;p ela graça, •que substitui, pela
j.ustiça e pela ,pessoa do ú1t1mo Adão, 10 ,pooaoo, ·e a ;pessoa
do :primeiro, a carne - ,dizia eu - sabe euoon!irar -ali a
cc:a:sdão dt> pecado, que ,efa ruma, ou, pelo menos, a oaasião
<le acusar a ,d'ou:trm1a de fav.oreoer ,o pecado: «Se é pela
obediência -de Uílll .só ,que eu isou 'iieito j,usto-, .e a .graça supe-
r~bund!a, pequennos, a lffüm. de ·,que a graç,a ia:buru:le, ii,)Ot.rq,u:e
o ,pecado que nós oometer.m1os não atinge ,essa jUJStiça ·e
não faz ,srenão gl1orif.ioar ia iS-'U'.Per.aJbundâ,ncia >da gra~!».
Será eSJta a doutrina ,oo ;;qpóst'Olo, ou uma conseq_uêJ.tda
legítima diessa dou.trina? De modo n·enhu.mt A sua dourf:rina
diz-íl.1,os rque, pela morte, somo 0dmii1!i<los na tPl'eSeal.Ça ,de
Deus, em v:irtud!e da obra q1.1e Cristo o.-ealizou, e ten,do 'Parte
nessa miorte. Poderemos nós viv:er oo rpe:::ooo ,a,o ,qual .esta-
mos mo-r;tos? Ê 'l.llIIla •()!J];tr,ad1ção, n o,s 11rresmos tenro.os. Ora,
sendo 'ha(Ptiza-cl:os pauia Cristo ,(em S'.eu Noan.e, ~ara ,termos
parte com Ele, se:gundo a verdade ·que está contirdla na
reYeliaçã'O qU" temos ,d'El,e), somos ,baiptizaidos para termos
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EP1STOLA AOS ROMA:NOS 153

parte .na \Sua morte ~orque é ali .que é cumprida essa


jus-tiiça, na qual Cristo -comparwe ~ra:ure Deus, ie :nós ipor
Ele). Mas é .a:o pecado que Cristo está morlo. M.10ITe1DJdo,
E,l,e acaibou com o pecado pam .sempre. Saiu (IJa ccmdição
da vida 11a oo.r:ne •e no sangue, vi.da em que oos éram.os
,pecadores, '\icta em qu,e Aquele que era oom ,peoad:o, 'Vindo
em for,ma ide carne rde pec.aJdto e como sacrtfíoi:o !P'OT causa
<lo peoado, foi fci-to pecado ,por mós ·(1). Portanto, nós
fomos ·sepulta<l:os com Criisto 'I!a movre (Pdo b:a,ptismo,
is:tto é, nós '!Jelll()IS •'pa,;rte na rmol'te, e rela entnam.os pellO
'baptis.mo, que a 'rep.res,e,nta (verso 4); «<para oquie, OO'lll.O
Crist:o foi ressusd'taldo doe ,entre os .mortos rpe/lla glória
do Pai, iassi.m t ambém a.nide,mos 'IlÓs em ,I)!ovid,adoe \de vida».
Numa 1PaJlavr.a, nós participamos :r:uesta justiça oelivma ,e
perfei!ta, >tendo parte na morte ao rpeoado. g IPOO.- iÍISSIO que
não 's e arode id~er quie ,o facto ide ote11Ill0s :parte [lesta jus-
tiça COitllduza o homem ·a viver .no peoatcho. Não -se trata
iaqui de ill'ffi odever, •mas reta ma tureza da bênção oa t}trai
nós :r,aort-iciipa.mos. Não ipodeimos morrer a uma ,coisa ,para
nela vivermos. A doutrina ,da justifioaçãlO, olJaj), ,C,'Omo o
apóstolo ·a 'eD:SÍlnia, r.ej:eita, ,oomo 1.un CIQIJl;tra-ser...11So ~1uto,
o raoíocín1o da carne qu,e, .solb o pretexto dre jus.tiiça, não
quer .recorreoer a i!J!ecesmda:de quoe wmos da graça (l).

( l) Não se trata simplesmente do facto de que Ele levou sobre Si o,


nossos pecados. Esse assunto ~ tratado na primeira parte óesta Epístola.
A condição em que no,s ~nconcrá,·runos, enquanto raça, cm a de Adão peca-
dor. após a qu~do. C?i1:to veio, sem p~-ado, e respondeu por ~ós e pata
gl6da <le Deus, como nosso sul:>stüuto; quer dizer que, tomando este lugar
como sacriflclo, Ele fol feito pecado por nós, sofreu o abandono de Deus,
e, s:lorlficando a Deus, acabou, pela morte, com e.ste lugar•- com toda a
condição em que nós estávamos, e na qna t,. eoquauto feito 1,e,,,:ado. substituia-
...Jtos perante Deus. Esta obra, embora cumprida pelo homem e para o
hon,em, tmn um alcance - estou ·c erto - que ultrapassa a no~,,. ,;.1h•ação.
Ele veio para abolir o pecado pelo sacrifício de Si próprio (Hebreus 9:26) ,
O Seu sacri!ício é v. b~e do estabelecimento dos novos Céus e da nova Ten-a,
onde a Justiça habita.
(2) Note-~ que não somos considerados uqui como rcssuscita<:os com
Cristo. Já o temos dito: O crente é sempre considerado como ,estando na
Terra, embora vivendo em Cristo e iWltificado, e e&te facto é cmpreiado
como b~se dn J)rãtica e da conduta neste mundo.
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154 J. N. ·DARBY

O carácter desta 1J1oiva vicüa em ,que a t~surreição oos


introduz é aqui apresen1Jaido de mail1eira impressii:onante.
Cr.isivo :tinha gk:rifioado ;p,erfoi:tamentie a Deus a:o morrer.
Por601, mesmo anorrendo, Ele era .o Filho tdlO óDeus vivo!
Mas a ressurreição .era também uma necesswdaide :cl:a glória
de DeU's Pai. Deus era obrig~'C>, pela Sua própcia glória,
a res!SUSCit:ar a CdSito de entr,e os mo11tos {como Cristo· tma
glorifi.oado tUJdo o que está em 1Dieus, a Sua j\.ISltlça, o Seu
runior, a Sua •v-er.da:de, o Seu poder). A .glória ,d.te iDeus estava
comprometilda Ilia S1.:ia re.ssun-cição, :como mo 'Cleve.ird:o dei-
X'ar a vitór.ila à mOllte, na íPesisoa ,de A<fllcle q_iue iera :frel.
A relação de Deus, como 1Pa1i, •oom Jesus não ip-ermitia que
iDeu:s ,deixasse o Seu FiUro ·escr.aivo do •que era o ifruto ,do
!J_)ecado e do po.d'er ld!e 'S!a'1lan-ás. Num:a palaivra, a ressUJITei.ção
de J esus de entre os :m10:t1tos era devida ra Jesus da !Parte
·d e Deus, era dev:hfu. à 41.rúpria glória 'die iDel.115, OOIIIlO iDt..'US e
Piai; ie iera 'l.reces&á.ri;a :1:1a,robém para the mosfJI'ar o Teiilexo da
Sua glória, para manirestar essa .glória •segu.ndio os Seus
dooígruios - e 'tud!o isto mo homem! CQ.1i.sto fui, ;pois, :tle$S'11S·
cit0100 pela glória do •Pai. TUJdio o :que .o P.ai é ldesioeu em
![:>Oder divino ao •túmulo ,de Jesus, para '1..h!e d.a r o triunfo
da ressurreição, o triun!f-0 da -vitór:ia sobre a morte, e (Para
<lar à resSllll'r.eição o es~len,dor da •própria ,glória clie Deus.
T emldo entrado '111tlma ipooição inteiramente 111,'.J,V'.a, rrut.o ,coo.
operação ,dessa ;g lória, esta ,posição ·é o modelo e t0 ,carácter
(!a Vrc,a da q,ua:l nós 'VÍ:\llfUlJJOS <l:i.anrbe de iDeus 1(l).
Sem esta maini.festação da 'Sua glória em Cnhs'tlo, \Deu:&,
embot'a ,agindo ,e <J:anldo rtestemW1hos dJo &eu (P!Oder e da
Sita ;bondade, perunanoolia acw.to e desconhecido. Em Crism
gl01ificado, cen,tro de todoS. os des~gnios de !Deus, nós
vemos ia glória 'do Sen:b:or die :faoe descoà-..."Tta, e rt<xl.la a lboca
confessará que Jesus Cri<3,f.lO é o ·Sie:oror, par.a ,g1óda de
Deus Pai.

(3) De Ca.cto, o P ~l, o fiilbo e o E.,pírlto Santo cstnvam lodo$ c,ompro-


metidos na ressurreição de Cristo. Ele recoostruiu em tr~ dw o templo de
Seu corpo (João 2:19); Ele íoí vivificado pelo Esplrito (I.! Pedro 3:1.S); E)&
íoí ressuscíta,;lo pela glória do Pai (Romanos 6:4).
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E•PtSTOLA AOS ROMA,NOS 155

A .niossa vida deve iser o reflexo prátiJOO dessa glória


do Se!lilror no Céu. O ,poder que :nos ,associa a Ele, llJJO ·Céu,
e actu.a ainda em -nós, é desenv-0ivido '!1JO fim do ôapíttJJlo 1
da Epístola aO'S Efézios; ,m as, m.esta Bpístola, rt:em como ifina-
lida.doe introduzir a no,ssa ressun-eição <:oon Cr.i&tJo. Aqui
trata-se da res-surreição do próprio Cristo, da doutrma da
ressurreição, dia ressurreição iem \Si mesma, '<ias suas con-
sequêocias e do seu alcance moral ia respeitlO oo J:iomem
vi,•eudo n,e,ste mun,do, OC'llS'ideraido md,i,-vii<luahnen:tie e em
v.i-ritude das sws relações com Deus, como ·s er :responsá'Vel.
A vida dlO Cristão é um.a ,vid:a mteiramente nova: Es~a,mos
vivos para Deus e em Deus vi-v,emos.
Sendo, pois, iideo.lt'ifioadias com Qris.to na semeTh:ahça da
Sua mo.rte, .nós o .SJeremos tamibám ,nia ~ ç a da Sua
!l.'essurreição. Vê,,se q,ue a ressurreição é ,aipresenitaKia aqui
OCllil10 uma COJJ'sequêa:ncia da. nossa participaçãto nJa morte
de Cristo, e nã,o coono uma participação mísiica illesGa
ressurreição. Sabendo isto, ,d1iz -0 a,pós·tolo- o que consti-
tui ,o grande fl.mda.menbo <l:e tudo -qll!::: o 'llOSSO vellio
homem, aiquele :que em •nós iprocuravia dleisculllpar o ipeoadt>
oomo sendo fruto !dia pei-fe:it!a graça de Deus {l\'ffi'SO 1), é
,crucificado cooi J:esu:s, a ,f im de 1que todo o cor,po do ,pe::,ad'o
seja anu1ado, para que nós já !!li:'ÍIO ma.is o :sirvan:ios. O 2.(l?ÓS•
tolo aiprieisenta •t odo o oanjW1ito ,e o sistema do ip,ecado nwn
hoimem, como um coirpo, que, ,pela auorte, é anulado. A
sua vcmoa:de é •ju:}g:ada e já !llão (J)'Ode •suibjuga:r, «porque,
aquele tq~ie está mor.to, e6tá j<ustifi,caido do :p;e,cado» (verso
7) {4). Já se não plQide iançar o pecado à carga do ·homem
morto, como se ~ode fazer a respeitto de um h.omem ,aivo e
:res,ponsável.

(4) «Justifica-00» é a palavra exacta. Vemo5 distintamente aqui a impor-


tante diferença entre o pecado e os pecado$, Niio se pode acusar ,de pecado
um hom.eo, morto. Ele nr.o tem vontade perversa, nem más cobiças. Pode
ter cometido muit03 pecados durante a sua ,·ida e podo ou n5.o estar jusdíi-
caao dele.~. Mas niic> se pode acusá-lo de pecado. Ora, como vimos, o tpós-
tolo, depois do capítulo S: 12, trata do prrcado - do eslado do homem - e
não dos pacados.
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156 J. N. DARBY

Assim pois, sendo m10Ilt:os oom Cristo, JllO ibatl>ti:Smo, ipela


nossa ,profissão de fé, na realidade como •tendo para 11,idla
Aquele que foi morto, n ós ;cram:os :qu,e vi'Vernem.1os 00011
Cristo. -Perre.ncemos 1a esse outro .mU!Ildo on.de Cris-to vJv,e
res.,mscitado, A energia da Vid:a ,d!a q,1.1al •El1e •vi.'ve é a nossa
porção. Nós aissi:m o oareonos, ,sabenido ,que :Cmt10, :res·susci-
tad.o -d:e ,entre os mortos, já mio moue! A Su:a vi.t6rila ;SObr e
a mon e 1.oi compheta e Jdefüritiv.a. A morte já nâlO item
J>Oder ~gum SOlbre Ele. 'É por isso ,que :n.ós conta/mos com
a ressu1rreiçâl0, sabendo que nós próprios !!lela .t,er,emos parte,
por causa ,desta <V.i;tóri,a .p erfeita ,e completa •sobre a :rnor-re
em .q ue, por .graça, Crisro entrou poir amor <dJe 111ós. Pela
fé nós ali entramos com E~e, -te:o.do a mossa ,p orção n:a
morte, segundo a .parl!e iqu:e 'Ele '.P'fÓpri-o ia.li romou. O a?od,er
da Vida, do .Amor, ali O co1oeo<u. Moroend:o, Cristo está
morto ao d)ecaoo. Foi até à morte, ide ip.referênoia a não
:manter a ,glória ide Deus, tendio ,de lidlar com o ,peca.d.o e
co.rn ,a tentação iaté iá, e lá mesrrno, mas aJi itudio- isso
arobou-e ,par.a todo o .sempre! Nós imorramos ao pecado,
tendo _par.te na morte odre .Cri.sto. A c,o.rus.equência <la morte
do Salv.ac1or - pm:•a gloónin do P a:i-é a 'I1esS1.11~reiçã'O•. A.siSli!rn.,
«quanto a -ter mornido, d-e Ulillla ·vez -morreu para o peC'aldo,
mas quanto a v,iv.er, vive l)Jlél'r"ci ;Deus».
D.este modo, Ele já mão item na<l-a :a fazer c-0m ,o ipecadJO.
E le viv.e per feita e :i.miieall.nente para Deus, ,sem que a Sua
vida tenha ,relação cmn o q'llie seja ~ outram. A Sua vida
está -em re1ação somente ,com De,,.lS (5). fur~am,ro, ttambém
nós deverí!aJnO'IS f.a:z,er ,a inos.s,a conta -qx:;t'que gozamos
de ,tUJdo isso ,p ela fé - qu.e estamos :mo.ntos ao l)?'OOaicro e
v i.Y.os ~ a Deus, não tendo outro objecto de 'V'Ítda 1senão
Deus em Cristo Jesus. Devo, pois, com.s.iderar-me -como
morto. Tenho o dfoeito de ,o fa-zer, por.qu~ Cristo aniorreu
poT mim. E, vivendo agora tp1ara sempre pana iDeus, de-vo
con.s-idcirar.JJne como sa(do ICk> 9?eca:do, 'Par.a ,o qual eu mom,

(S) a u ma expressão maravjlhosa. Quall.to à fidelidade, a Sua vida neste


mundo er;a empregsd:i para Deus. Vivia. p::ira Ek; mas ngorl a. Suo. Vi da n ão
conbo~la outra coisa além d" Deus.
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EPISTOLA AOS ROi'vlANOS 157

pela vida que -possuo e quie é a Vid-a com Cristo. :&te ré o


Cristo q,ue eu conbleço; lll'âio é um Cris,to 'VÜ!VelldiO m Tea.Ta,
em hannonia .çom.i,go, segundo a niaitu:reza em quie eu 'VWQ
neste mundo. Nesta natureza. eu sou deu:nonstr>acl.o pecador
e incap~ ,de uma "v-erd01dcira •han:nonia oom IBle. ,E.,le fui
morto por mim, ,quando eu esta'Va vivo dessa vida do
v.elhú homem, e entrou, pela ressurreição, n1um [lOI\IO estado
""Ilte lfoexra da primeira. É oessa no,va vida
de viida, inreia:-am...
que eu CO'.Oheç,o a Crisi!lo. Ooono crente, ieu. írenho ~ na
,nwrte e ~:a vida ,d'Aquele qu,e ressuscitou; ·t enho a juSitiça
ipela .fé, mas tenho esta j,ustiça romo :tendo ~ em >CristJO
morto ,e ,:r.essu.'SlCitado. •Possuo, :pois, esta ju.s-tiça. ,como es-
ta-ndo morto .ao pec:a,do pela lfé.
E, ,esta ,a <liforença. ,essencí;al que ca:rooteriza esta iparte
.desta iBpístola. Já não :se ·trarta do facto de ·que Cristo
verteu o Seu sangue (Pelos meus pecados, mas 5'l!Il1. do
facto ,de que cu estou morto com Ele. O :nosso '691:.adb ie a
nossa }Xl'Sição na ,came ter.111iÍ.1laI1a!lll il,)'ela fé. O Cristo, ,quie
Se tomou a nossa 'Vida, está morto, e, ,eo:iquanto ,eu vivo
por ,BLe, o que Ele ifez ipertein1<:;e-•111e. TielJlho, !fl'OÍS, ,de -dizer:
Estou morto; eu próprio me ,tenho ipo.r morto.(6). O 'aipós-
tolo aira de5tas ve11dades a evidewre ,consequên:cia: «Não
-reine, pcxrtan'f:o, o !!)'ecacho em vosso OOII1PO morltla.ll>•• Não
entr.egueis o,s vcissos mem/br,0,s ccmo mstrum:entos ao pe-
cado, para o -qual vós mesmoo estaiis mo:r-L'OS em Cristo;
mas çamo esNtrndo vivos, romo desperta;d'()ls dJe leo.1.h'e os
mor.lios, entregai os I\Tossos membros oomo instrumentos

(6) Note-se qlle a Epístola aos Romanos :não va i ao ponto de di=r: Nó&
soraos rC$$U&eitade&- com Cristo; o que t raria, ne.CA?Ssariamente, o pensamento
4• unillo com El<> - cam po e.se dll Epi$tOla aos Efésios. Aqui, a morte e a
ressurreição não vão :nunca até ao estado celeste, sendo apenas um estado
subiectivo e experim.ental. A Epistola aos ECés!os mosrra que, quando ~á-
vamos mortos aos nossos pecados, fomos tocnados, vhdffoados e colocados cat
Cristo, cowo '.Ele foi ressuscitado e colocado mais alto que os Céus na glória.
Esta é simplesmente a obra de D eus. Trata-se de um caso fadividual: Vivemos
Nele; teremo; parte na Sua ressurreição; andamos em novidade de vida!
É uaia coisa pessoal e prática, pertencendo, como vimos iá. no homem
vívcttdo sobro a Terra.
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EP!STOLA AOS ROMANOS 159

de Deus é a vida etem.a, por Crisro Jesus, :n.osso Senhor.


Ora, esta <vida ê -v,i.r11ier ,para :Deus, ;e 'Viver :pare Deus :não é
o ,pecado, ·qm dizem dever ser o fui~ ,da doutri!na d:a
justificação pela fü, mas sim a ·graça. Aqui o apósrolo,
cujo assumo principal é a justiça judicial iperaJO:'te Deus.,
aproxima-se de João, e a suia doutirim. a4Proxima~se da doo-
trin:a da: p!l'imei r.a Epísitofa ,deste apóstolo, 'Vliist:o que João,
por seu lado, .abor.da :a :doutl'Í.na da (P1'0piciação e da acei<ta-
ção, ifa:Iando da co.munic:ação d.t vida. ,Bs,te 1a,pe]I() ao ho-
mem, colocado em verdadeira Jiberdade da ,graça- porque
está nu:xrtio ao :pecado - é ,dJe toda -a bedeza. O homem é
,libertado pela morue. ,A ,que :irá, pais, sujeitar-se? Agoca,
que é livre, 'V.ai entregar-se iao pecado?!. ..
:e IU1ll 'OObre ~elo! !Mas não é, ,not~se bem, um aa,e'lio
aos pecadores, oomo, ,por vezes, ·se i])en.sa m'>ta ;pa&sagem,
mas s.im um •apelo aos qu:e estão já libe:r.tos.

CAP:t.TULO 7

Considerámos o ~to d.a m10rtte e da ressu:r.reíçãio de


Cristo ,am relação C01IU a Justiiiicação e <:ioon a 'Vida 'Prá-
tica. Na primeira parne ida epistola, até ,ao capitulo 5, verso
11, Cristo morreu por !!11• <S1Sos pecados. A ,p art-ir do oa[pÍ·
tuiJ.o 5, \~ei-so 12, esrtandio Orisro m.1orto, nós !11IO'S consiJderamos
oomo mortos ao ;PeCado e 'Vivos p.arr-a •Deus, por Cristo,
nosso Senhor. ,O nosso esta,do e9pirituaf sob os oo.is Chef-es,
Adã'O ,e Cristo, foi cliscut,tdo. Mas resta ainda ao apóstolo
um outir-0 ponto a otrabar, a •sa"ber, o efcito .de.,,,;tia d:out!rina
sobr.e -a que~ão da lei: Que lugar tiem a lei em relação
com o ,Cris-tiruús.."llO, visto que Cristo ressusioitou; ou, para
melhor dizer, vi;s,t,o que o ClreJ'lltle tam ipairre em Cristo oomo
num Criisto ,que foi mort~ •e que está de íl10'V'O 'Vivo, qu.a.1
é a força óesta verdade a .r espeito da lei? A lei, diz o
apóstiolo, não tem poder sobre um ,hom.eJm i.-enão durante
o tempo ,em q.ue ierle viive. Portanto, ,quando ele morre, a
ie-i já não tem influência ;alguma ,sobre ele. Tal é •a nossa
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160 J. N. DARBY

posição ellll face da lei: estamos mortos e ,a lei já IIl.ãà


pode atingi.r..r..os. Lsto -enflr;aquece a sua m.rtm:itclade? Não,
porque nós dizen:nos igue Cri,sto está m-0rto e que, por oon-
seguinte, nós ie_.q,tamos mo1itos c om E'le - e a lei 111.âo ·se
a,pl:ica a um mor-to.
Para fazer realçar -0 e.feHo desta v.erdade, o apóstO'lo
:sem,-e-se do e:,,..·emip lo da lei ,do casaim.ento: A mwher é
adú}oem, se .se 'Unir ,com outro hom<ern dt.l!rn\ll'te ia 'Vida. de
seu marido; mas. cSe o marido mm-rer, ela fiica ilivre. A
aiplicação desta regra muda a foram\ tda 'Veroode. Uma
mulher não pode estar, ao mesano tempo, sob a ,au,tori,dad e
de dois mraliidos: um e,oolud -0 outro·. 'Do 1Coosmo :rrrodo a
lci e Cri:&oo .ressuscita do não se associam na aulxxridad e
sobre a a!Jma. Todavia, mo taiSo do <Cristão, :não é .a lei
que perde a sua força, quer .cliz>er, os ,seus .direitos sol>re
nós, .m.orrwdo ,ela mesma; isomos nós que morremos. ·E
a lei só reÍ!l:Ia sobre nós en.quanro vi'l1ermos. O .a:pómolo
começa po.r mostrar que o laço é ,dest:rwdo ,pela morte:
O marido morre. ·Po:réun, na i31pli'~ação, o 0!J?ÓSto0.0 anlO'.Sitra
ql.l!e a ·l igação é anulada p,elo facto de nós im.oa:revmo s.
Esro.mos, porta.n.to, 1DO-rl"os !l)ara ,a lei ~elo oonpo rle Cristn
{q;,or,que 'l1ÓS -temos ,de n-amr COlll uon .Cr.iist,o ressusd!ta,do
a1pós a morte), para perternceirmos À.quel<e ·q.ue ressuscitou,
a .fim de pro,d'U2irm.os fruto !Para ,Deus. Não ipodemos, po:is,
ser de dois maridos ao mesmo 'tempo, isto é, ser 'àa. 1ci e
ser die tC:rist'o.
Além di'S'S,o, q ua.:rudo -estávamos :n·a oarnie - ,ctiz o -apósllolo
- quando, como ·homens, ·caidla t1!ll1 <le nós era co.usi.dJera:do
c-0mo anc!a,rAo rra responisab ilitlade -de um honrem vilvie:o:do
da v-ida da Nattureza, a wi era, ,para ele, a ;re~a e :a mioo.i-cl:a
petteita ,dessa res.pmisarbilidade e a -r epreserrt...d!Dltle ·da iauito-
ridadie de Deus. As paixões, que ia.traíam ao pecado, agiam
n.e.ssa natureza, e, apresentanoo-se .diante dessa ba;rreira
da -lei, ali enC0111tmrvam o que, orerecend o ;r;(;)Srustência à
oairnie, exerc:ú!Ja:va a vootaide e suge.ria, .par-a 1d:e.6eisa 1pr6p1ii.a1
o mal que a rome amaiva e q.UJe a lei prorbfa. Assim, essas
paixões aotuavam nos ,membros pa:ra produziram o fruto
que '1evaw à mo:r,te. Mas agora o Cllellte está fora da a;ut,o-
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EP1STOLA AOS RO:MANOS 161

· ridade da lei. Desa:pareceu :dJe dian.te dela, .estando :rnortot(l)


para essa rrei. a -OUja a'U!tOridalde ele rtmih:a sido su:bmetido.
Ora, morrer sob -a 1ei iteria tsid!o para nós a .condenação; anas
Oristo sofreu em nosso [ugar :essa ccmderração, e :nós esta-
mos fürre s do velho homem, <ii'I.TeS pe!Ja, 11norte! O nosso
velho homem está cntoifica.do com Cdsto, d,e anodo que
é a lllelSSa .libertação o lllllO!'remnOS para a lei. A ~iei isó nos
condenava, mas a s.ua autoriida:de teilllEi:aa oom. a v.i:da
dsa:queJie •que lhe estava sujeito. Deste modo a lei já não
pode oél/tingir aqueles que .sob el:a ti.!nham estatlo, ;porque
estão molJ'.'tos em Oristo. Per.tc:n1cemos ao mlVO (l]'.)al':ÍOO,
Cristo r.essuscilta,do, :pa.ra 1servi."ll10s em m:Nidaide ,d,e es,p,1-
rito, seglk'1!do a boa vonta:de ida graça na :nossa 'D.ova 'Vida,
•e, como o · apóS'to'lo e."""'l)licará noutro lug,ax, pelo Es,píri<to
San.tio .(2), e não 11a •caducidade da •letr.a - sob a caducidade
da 'lieitra.
T•al é a dou-trina! Agora, .qua11.to às eondlusões ,que ,daí
podemos rt:irar: É :a Jiei pieca.do, pois somos st.ib'traírlo,s à

(1) Nltô duvido <le que seja assim que é n ecc:»ário ler o verso 6,
A. expressão «estando moctos para aquilo a quo e.stávitmOS sujeitos» faz alusão
ao verso 4, onde é dito: <<Vó.~ e.<tai~ mortos para a leh•• Cristo, sob a lei,
está morto. &tá morto sob a maldição da lei. Estar na carne é viver na
responsabilidade de urn homem vivo, na sua vida oatural, como filho de
Ãôllo npós a queda. NC$&8 vida (a n ão ser que o homem esteja sem lei),
a lei é , pan ele, a regra ela justiça humana. Não é nccess~rio coofUnllir
a carne no Crlsião com o es10.<10 descrito por estos pnlavras: «Estar no. carne,,.
O princípio da antiga vid,,. ainda está no Cristilo , mas esse principio .ll.llo i, do
modo nenhum. o da sua relação com Deu$. Quando estou D.a carne, a ca!'oe ê o
princípio da minha refação com Deus, Ora, a vontade da carne, seado pecadora,
não permite que eu agrade a Deus. Se penso procurar a justiça na carne, ser1L
na ba$e da lei. Ora, por Cristo, o Cristão está morto a todo esse estado de
coisas, Não viv., da vida que forma a base de.'ISa relação. A sua vida esuí.
era Cristo, e recebeu o Espírito Santo, A caroe já não ê o principio das
suas retoçêe.s eom Deus. Nesse pê, ele rcconbc:ccu-sc perdido. Vimos noutro
lugar que o Cristão está em Czis10, e cm Cristo diante de ~us. O Espir:lro
Santo, corno vamos ver, colocl o Cristão ali, em poder, pela fé, sendo Cristo
a sua vida,
(2) O 4J)Ó$(0lo não diz aqui: «l>elo Espírito», porque alada não falou
do dom do Espírito Santo em virtude da obra de Cristo. Fala apenas da
maneira de actuar, do carácter do serviço prestado: «Em novidade de espíritoo.

ll
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162 J. N. 'DARBY

sua a,uJtoridardre? •De modo m,eo'hum! Porém, a lei dá o


ccmhecirnen1x> d'O pecado e mputa-0. O ap6stol'O ,cliz rque
não 'teriia compreendido ,que o único 1impwso da ,sua :natu-
reza er.a pecado, se a lei não .tiv.esse ,dito: «Não ,coibiçatás»;
mas o mandamento dá wna ocasião ao peoaoo para ~
a .alana, ,e o pecado, esse pr.imcipio mau ,da n~'<Ssa 111.aturezia,
empregan'do 'O man<lam.ento ipara prov.ooar a al!mia, tem
pDCkl'll2Dldo ttod:as ·as espéciieis dte cobiças; ipcxrque o pecado
em:xmtr.a,,a 111a própria proibição <a ooasião de s u g,mir es,sa
cobiça, agindo ao mes'1l.1JO 'lleal'.1/po s,clbne a ivonrtlade de oroodo
a rpo:-OVIOCM" a sua iresistência à 4>roibição. Sem ia rl ei, o pe-
.cado 11.ão ipodi.a mergt.11Tuar •a, oadmia ~ liult:a e ,dair-l!be a
sentença doe monbe, tloI!llianld b o fr.omem reSipon.sãvel, <na.
sua COlllSciênci.a, do :ptiOado iq:ue, sem a lei, iele amo teria
conhecido. Sob a Lei, a cobiça, acompanhada da •.cons-
ciên:ci:a do pecado, a,gia no .c oração, e o resulta.do disso
era a morte -n a corusodiência, oorn que !h.01Uves.se, ipam o
coração, a:1guma fü>ertação •do poder <la oo'biça.
~ Sem :a Joei, o pecado não ~gitaria •assim uma vonita:de
que não queria isuomelter-re à'qu.ilo ,que pretenJdi.a ,opor._se
a de; pior.que -uma •bancira .apres,ent>arla à ,vontaide serre
a:penas para a <tespe:rta-r ,e estimular - ·e a <X>'DSCÍêocia do
;pecad'Cl, em !I)'r.esença da P'roibição ·de Deus •de o cometer,
é uma ,coo-soiêlllcia sob a sentença -de monte. :Oeste modo
o m<anc11amernto, qu1e iera dado ·p ara vkila, é, de facto, paira
morte. A dcclair.açãio: ~Faz is.so e viv.eras,, tonrr.a~ em
mor>te, mosltranido as exigências d-e ,Deus para oom uma
natureza tle pecado qu,e, por ;sua V10ntaiCle, ,se ir.eousa rao
cumprimento ,dessas ~gências, ,e par.a ICOlD. uma cons-
ciência ,que não pode r.eou:s,ar o seu .tJestem1ttrnho !à. justiça
4a comlenação.
Antdávamos numa p:aoss'iva ilndilferença, i:C>a2Jen:dio a r..ossa
própriia vontade, sem con.soiência ,de ,Deus, e, por ronse-
,gui,nte, .sem •sentimien'to d.e peoado ou de 11ehedião. Veio a
wci - e morr-eonoo .sob o seu just,o julgamento, q:u,e proíbe
tudo o ,que se cobiça.
A oobiça era irná, m'cUS não reve1a'Va .o j ,uilgaimenrt.o de
Deus; .pelo contrário, esquocia-0,. Mas o -peoado, ,quain:do
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EP!STOLA AOS RO.MAN0S 163

a lei veio (o aipóstolo aqui -considera o pecado oomo :um


ini.migo que ataoa -qoo!)qu:er in.clivídux:, em ,quailquer l ugar),
sabendo que a v0Il'1laóe a,e.sisti:rá e -que 0. ooosciência
coooenará, aipreen~ a o.ca:.sião dia !l.~i. Gitrai t> Ih.ornem
na direcção contrária a iessia mesma lci, e mata-o jpela
oons:ciênciia ido pec-<1.dJO que a Jei proíbe rla ;parte de ·D eus.
Vem a morte, couro ju1gmnenb0 da (Pazlre de ,Deus, sendo
para .o homem o res.ulrtado da aplic:ação dessa mesmia Jei,
que 1he promete a •vida! ,P,ortaiD.to, a lci é boa e ,santa,
vi~ro que proíbe o peooc1o; •mas :pro:ítbe-0, ro.ndalanrlo o
pecador. &noo ia.ssim, é, a,iors, o ~ue é iJ:xml que traz a
morte?(3} Não; .mais o peciado, a fim ode eparecer nra &ua
verdaid:eim ~uz, emprega o que era bom ,paina dar a ltD.lOrte
à alma, -e a:sstro, pelo maln<laanenrto, ele ~ - ' S e ex-c.-eis,swa -
rne:r:wbeipecador. Note•sie, 'P;or,ém, ql11'e, em ,rodo istto•- :r-e-
!Pi<to- o ipemdo é [>erronilicado e :apresenudo oonro a:1-
guém que quer mat'a:r a alma.
·Eis, pois, vis.t.o que o pecado .ex,ísre 'll:O l.h,omem, qual é
o clieii'to da 1e'i des-~-e primeiro marido. Par.a trea'lçar ma:is
ainda esse l'esul:t.ad:o, o apósrolo apres;enita-aJiOs com grande
cópia de i)OliDlellores a ~riência de uma ailma '5IOb 0. iei.
!Note.se qt11e o t.em.a ttata.dlo aqru:i mo é o fu.cto de haver
um combate emrtre duas ,nature-.ôas, :mas o .efieiJto que p roduz
a :lel sobre :a alma, supondo que ·a 'Vontade é ren.oiv:a,d,a,
q_ue a ;lei ootém a ~pnwação ,da consciênc.t a, e qual é o
objedto d:as -afeições <lo coração, ,de um -00ração -que .salbe o
que é :a es,piri tuahd:ade 'lia lei. O que está descrito nesita
parte ,do Caq)ÍÍtulo ~1á'O é nem o .con!heci!mcn,to da graça,

(3) O pec:tdo e a morte são correl:.livos: A lei t introduzida par.- fu•r


realçar, por ofensas, o que é àe antlX>S - do peçal1o e dJl morre. A primeira
guestlo do apóstolo é estw: crA. leí é pcc;,do•. visto que o resulte.do d~ sua
intervençiio é a morte para o homem? Pe modo nenbwu 11Ssim él Mas .i lei
faz coubecCl· o pecado; e~ por c:sse july:amento, sendo o home m pecod.o r, ela
coloca a alma sob a Jllortc. A. segunda. qucstl!o posta por Paulo é ffln: «A lei~
sendo boa. em si m.esma, l0r11ou...sc cm mo:te para mim?1>. Não; n>.a.s o pecado,
para que se mostr~ em lod& a sua enormidade, deu-m ;o a morte, serv1nd-e
da lei como meio de a apl;car li. minha conscilncia. O pecado encontrava. no
est>do e,plritual do homem a oc8$iilo do transformar eua boa cotsa e.w morte
para ele.
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164 J. N. DARBY

111em o CO'ruhecimenit!o. Ide CriL5,to S1aíLv-aidloJ.·, alem o ccxnílre-


cime:nfo do Espírito Sanix:> 4); o ponto ca-pilf:nl que o aipós-
1
(

tolo ·roro am vis1Ja aqui :não é ,a ,condenação taID1boo:a a j,ei


d'eixie a ialma bem soib o ~ do ju!J.g.a:men!tlo), ,mas sim a
falta '1i0ral <lie força para rumprir ia lei, para que era nos
não ootndenie. A Lei é espiritual, me:s eu, oomo hom-em, SOl'.l
oarna.'1, escravo <lo pecado-quatlquer que pudess,e ·s er o
julgamen<tlo ,do meu eu in.rtierior, :porq..re eu não IJ."eoonheço
o que faço . .O que quero, .não ,o rf.ag:>; o ,que ,detiesto, eu o
;pratico. Amando a"SISim, e assim od!i.,a,ndo, eu aprovo a Jei
e .reconheço q uie alia é fb<oa. Não ·sou ·eu qu:em ip:oca, quanto
à intenção mora'! da :vo:nma,de, porque eu não •q,t.!€!1'0 o mal
que pmtic:o. Pello Cúllltrário, de1JeS1too. É, poo;tan.to, o ~
1

cado, que ;peÍ'lllan,eoe iem mirm, que ,.fuz -esse irnal; porque,
efecti'Vammte, em mim ,(;quer dírer, :na minha e.ame, oo
homettn natural, :no reu :todo, 1:al oomo ele é) 1I1ão e.xiste
bem algum. A p,rópria II/IOJlltaidie, .es1.ando :Já !l)'àra o lfazer, não
encontra o mieio de ,o realizar. Falta-me .em -abs.ohlito a força
para ta!l ,em,praendimen,tJo.
Tendo rdado es:t'a ieX'!)J:icaçãio, o ,aipósitolo 1põe, no verso
20, ênfase :sobre o eu e o mim: «Se eu fuço o que não q.u1ero,
já não seu eu 1qu'e'Ill o faz, mas o pecado ,que ll'albHa em
mim». Imagino pois, esta foi ['ara mim, qUJe 'CJ.U',.,"T.O praticar
o ·b em, que o miail está com.i:go; porque, ,quanto ao ~lClffiem
foteri-0r, tenho prazer na rei de Deus, rn:as há uin IQ!U,tro
pr1ndpi:o oonstant!e iem amnn ,que faz gueraia à lei d:o meu
espíri,to e que me fuz p:cisionciro da foi do pecadJO, que
está nos llllJeUS membros, de modo ,que, IP(l(l" mui-1!0 bons

'
que sejwm os meus desejos-e outTa 'COÍSla ·elles .não são-

,,, "' -- - '""""'. "''"'~ ...~ . ,,,,. -·"· ..


que nos mostra o cap11ulo 5 da Epístola ao,; Gálatns: «A c:u-ne cobiça contra
o Espírito. etc.». Ma.~ então nós não esta.mos sob a lei. :e o que o apóstolo
acrescenta: «Se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei». Neste
capítulo, pelo contrário, o homem de que aqu i se trata e&tá sob a lei; tudc>
~gul estâ em bannonia com a lei: A lei ~ espiritual; nós aprovamos a lei;
nós rem0$ prazer na lei. Nem Cristo nem o Espírito Santo são mencionados,
enquanto não aparece a questão da lihertação.
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EP.tSTOLA AOS ROMANOS 165

sou, eu próprio, urrn 1h omem idesivenlt!ur.ado. Seod!o ipo.is


homem, como SQU, 01.l'tl:'a coí$3. não posso ser ailé:m de
um miserável! Mas o fücoo .de ter chegado ia:o cor.diecimento
des•ta v,crdade é já um gr.a!l.l.d>e ;passo.. .
O mal assinal:a:do :!llOS rvensos que estudamos é o mcl
que iestá na nossa natUTeza e a falta de !força ~ a d.ele
nos desembar.açarmos. O perdão dos ipe;cados foi já tmnado
com cuidado. Aqui, o que oairactepl2Ja a :alma é a 0ctiividooe
prese.n,te .d.o pec21do, :de .q ue efa 'l.ÚÍ,ú pô'de .desemba'l'aça.r-se.
Este sentimento é mui.tas vezes mais p,eo,oso que o <los
pecados passados, ,que, como itiodo o crente pode OOIIlJPrren-
der, foram ttlrados pelo san:~e .de Crisro. Aqui, nós <Ilemos
a conroênda de ,que o pe;c;aido e&tá iai,nda em nós, embora
nós o odiemOIS; e -a quest ão da liber~ação ntistuxa...s.e com
a oossa 1ex,periênici:a, ,enqoo.n,-t,o nãJO. tivenrnzy.; :apreendido o
-que nos é ensiniado nesta parte desta ~.ípÍstola, -quer .d:izer,
ju•lga-rmos o •v-elho homem, não 1como s-endo nós 1-nesmos,
mas como &..'ndo o pecardo em nós, 1e co:nsi.deranmo-nos .como
montos. Or.iis1.o, pelo qual nós vivemos agora, e.Stauid.o anorto
e .senido o sacrifício pel10 .p ecado, é im?IO<S6Í'Vcl a noss,a
cond-enação, pois o ;piecado está eo<nden.200 e nós estamos
dele :liiber.tos _pe1a «l'ei do Espwito de Vida em Cristo Jesus».
fato não é o per.dão., 'll1:a:S a ilihertação, '.[)OTqiue o. peca.ido na
carne foi oon-denado •sob-ne ra Cruz.
'-. Sob o 'ell:Smamen:to da 1graça divma, o :homem .reruoiv.ado
tem ,aprendido três .cois,as: :P,r imeiro, ,cl,esc.ol::1J1iu que \111elie,
i:sto é, na sua carne, não existe ,n enhum •bem; segundo,
.aprendeu a dist inguir entre ele próprio, q,u:e quer o bem,
e o :pecado, que al<'Jbina :n,e-le; ,ten.--eiro, -verificou ,qu:e, quando
quer o 1blem, o ,peoaldo é ,demasiado for:te pare rele. T enrdo
apreendido assim o .condiooi:mento de si prÓ!))rio, não p['O-
cura omelhornr-se nia oal.1llli, ll1'.llil!S procura a 'l ibe:ritação re
tem-na em Cristo. O pod-er vem depois. O h-omem1 r.enovado
chega ias.sim à dle.9co:berta e à confissão que não ~m ne-
nhuma força em si mesmo, ma:s que it>em recurso nU!lll
Outro, fora ,dele! Não diz: Como farei eu anelhoc, ou como
serei eu melhor, mas sim Quem é que me liivra:rá? Ora, é
quando estamos ~rivados -de t10da a força,, ·q ue Cristo é
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166 J . N. DARBY

morto ;pelos :funpios: A impieda,dJe é perdooida, a íf.aJ.'ba d1e


força desco'herta, e nós v,erlfiJcamos que temos acabado
enfim com 10 iroisso III.lÍSierável EU, que rtemos a parfeim
graça <ie Deus. Acerca do -qrue inós pirópri.os somos ·e de
todia ,a segurança de iaperreiçoarnento em ,nós, a graça é ro
nosso -úni,oo reourso.
Graças a iDeu:s poo1que, ,quando se r,e,corre a esiSa fonte,
,temos a S'l.l'a graça diante ,de nós. A nossa ;lli,bertaçãio está
já re.alliadia, ;pois já não vive<mo.s na came. Na oarne
est~mos m.oirtos, COllllJO ,esta,mo,s ,morros ip,ara a rlci, que .nos
remnilia so'b a escravidão e a conde.r.raç;io, e ,smrms de ll!lll
outro ,marido, de Cris1to ress,uscit:ado, de ten'tre os mortos.
Logo que 0. alma mfe1iz 'Cliz; «Quem é que me li-vnará?», a
re9poota lá está: «!Dt)u gr.aç.as a Deus, por J,es,us Cristo,
nosso Senhor». Note-se q,ue esta ire&posta não diz: D.etts
livrará,· a 1libertação já .está :r.ea.J:izad.a. E a a,lma ,dá •~.aça,s
a DeU!S.
·Neste .con:fliro com a rei, o homem <é des-v:enrur.aido, sem
o colllhecimento da irediençoo. Mas, n.a mo11te d:e Cristo, ele
é an.ortx> 'Para a natureza, -caus-a ,d:a sua miséria. A mo:r,te
a.cabo;u oomp}etamente ~oro o ,y,efüo homem. A liberdade
de Deus é perfei.ita. O V'CJ.ho home,m e -0 •n'OIVio (homem ficam
sempre opostos mn. ao 'Outro •n,o "',erdad:ei:ro Cristão, m.as
a sua libertação :não é in:nper.wt:h-a. Esta l-iibelitação, -c,perada
por Deus, ie o a.,rog,resoo d;a sua manifes-tação sã'o diesen11,ü!.-
vüd1:>s oo ,ca;pítuoo .seguinte.
Not.e-sc aqui q '\.t e o ·aipóstol:o ;não diz: «Nós sa!bm:nos que
a ile.i é iespiIÚitual, e nós somos .oarnati,sn. Isso reria :rido
fallar dos Cristãos como se:nrlo ca:i.m:a:is na sua CO!Il!dição
p rópria e normal. ELe diz: '«!Mas eu, eu ,sou ca,mal». É a
ex-pe:riência pessoal do rquie é a .caTne soilJ a •:Lei, par.a ll,llla
a:lma v~vificaida, e não o <estado •d o Cristão, como ita:l <JOn•
siderado, perante •D eus. Nor'.;e-se também que a 1m é oon-
swerada soib o !POnto de vista do ccmhecimenrto 10ri,s.t ã'O<:
«Nós sabemos» - quando j-á não estamos sob a lei e srunos
ca:pazes ,de julgar dela todo o seu alcance, segu'Tl<lo ·a aspiri-
tualidiaidoe ,de qtiem :julga, e ,que, sendo espirit'Ua'l, vê :também
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EPfSTOLA AOS ROMANOS 167

o que é ia carne, p.or,que não ,está na carne, mas sim no


E:spírito'(.5).
O fim ido c:arp-ítulo o.ã,o apreseo,10., à iletra., o estado clie
um:a pessoa quail.quer, mas s:i!m. pnncipros oipo3tos e cujo
resultado -é ex:posro supondo um home:m. ()()1IDCaJOO sob a
Jci; a sua vontade -sempre iboa, o bem jamais .reaJ:iza,do, e o
mal sempr.e ;f,eito. No en.itainto, pelo que ooru:er.n:e à 1COI1S-
ciência, :eruconitramos aqui o estado práti.tio d.e todo o
homem r~ova<lo oob a lei.
Pode-se notar :ainda um outro iprinclp.ib mllllÍ1:o i.ml)Or•
tante: O ihconem, no estado diest;riro .no f\im dieste capj)tuJo,
es;tá inreu:amente :p11e0cup0rlo con!Sigo próprio. Ele quer o
bem; ele não o .r ealiza; ele foz o mal que ele ooo qUJer_
Nem Cristo 11.ean o Espíri.ito Santo .são nomea,dos, re nqumto
que -o CTi.s'tão, no seu e:sta<lo 1!1'0IlIIllal, 'e6tá !selIDpre o...,--u:pa,do
de Crtlsto. Or.a, -esta prnocup.ação constmJite do EU é a can-
sequênlcia naturàl e :nieicessária da lei, quando a consciêniciia
é despertada e .a volllt'aide ·rerrova<la, :porque '"°
.querer esitá
com cle», mas ele está ,soo a lei,· rvê-:a esptiri'tua1lm.iente,
co!ns'e1'.l;te nela, nela tem prarer, segu;n,d'o .o ~ tfo'.l:rerior,

(5) Estas palavras dll<>-nos a chave de to&! esta p..sagem, tantas vezes
cilada, infellzmeate, por almas que ainda não estão libertadas. N!!o se trata
aquí de uma experiência presente do que quer que soja, mas sim de uma
pessoa 1/bertada, descrevendo o estado de outra que o n!!o est.S.. Uma pessoa
a.inda n ;io libertada não pode falar ex.a ctamente desta. mane.ira, estando
inquieca, por si própria, do réSullado desse conflito. Um homem caído nlllll
pântano nà'o descreve tranqUilamente como ali se cai, porque tem medo de
submergir definitivamente. Quando tiver sido retirado dali. ele descreverá
entllo como ali se cai! O fim de Romanos 7 mos(r,,-nos um homem j â fora
do lodaçal, demonstt-ando em . paz por que principio e como ali se cal. Toda
esta parte da .Ep!stola é maJ.s complicada .lo que a passagem do capitulo S;l-11,
porque a nossa própria experienciA contradiz o que a fé nos ensinn a dilcr.
Se,. por graça, eu sou perdoado e justificado. a minha experiência n.ão me
contradi:t, porque é. o que Deus tem feito por mim e fora de mim . A minha
divida está paga. Mas quando me é pr<Guo di:ter: «Estou morto ao pecadru>,
a mlnba. experiência me contradiz. É por isso que nlio se enccmtra descanso
sob essa relação enquanto se não tem r enunciado ao E U e à carne como
sendo intej,ramente maus e- sem remédio. e que se não tem apreendido, em
seguida à redenção, que jâ se: não está. de r.nodo nenhum. na carne. Com~
parar os capitulos 7 e 8 .
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168 J. N. DARBY

mas não ;pede fazer o q'U/e é bom. O ,peca,do dom'in.a. seibre


ele. O :s,..,"'l'lJtimento .d-e responsabilidade, ·que se não sa-tisfez,
e a aus&ncia de iPaz :fazem ,c om ,que a ~lima se :r,e,porte
necessa•riamem.1:ie soilnie iela :própr.i.a. O .iinlcii.rví<lu-o ll)'.reioou.p,a.~se
~ohrctu:dlo consigo moesmo; e es-re «eu» e 'Cstie «mim» eo:i-
cclt'l'tmm-s.e mari!s .de <:1;uarenta ivezes 'IlJesrte ca.píitulo, depo.rs
do '\,'lt:lr.SO 14.
B bom que o i.ndhrlduo ,esteja preooupado consigo :Pró-
pr.io, a ntes do que se-r insensiv.el, 'll'18!S isso não é a paz!
A ipaz ienccmtra.se ,ai{gu!res, ie cis como a podemos encontrar:
Qua:ndo redutidos à consciêillcia da nossa •inC31J)acida;de de
faziermos 10 hem para -Deus, adhi&mcis en:füo:n -que Deus fez
por nós 'todo o bean ,de que ·temos necessidade. É então
que temos não só o per-dão, •mas rtaimbé.m a lil:retita,ção.
Estamos em C1iiisto, e já de modo nenfuwn na car.n1e.
A luta conti.ntlla ainda e a .o,p,o•sição •das duas tll3ltu.rezas
está sempre lá, mas nós .damos graças a [)aliS jX)T Jesus
Oristo, nosso ~ r (6). Note-se que ·a l ibertação não é
enicontrada ,quando ,a plena convicção •dia :sua m.captacidade
e da su:a falta de força, do mesmo o:nodio que dos seus
pecados, é enoontrarla ;também. E é .murro mtMS difícil
chegar a .esta CG.t"l:vi.cção ,de :inca;pa:cidad,e ,do que à ,de que
se tem pecado. Ora o ipecado <la nossa natureza (com a
sua perversidade siem remiéclio e a sua resistência, ao bem,
a lei do peca:do nos 'D.OSSOS membras) não é co.nlbeci<lo na
sua g,rarvicLaide legai .s enão ~la experiência da inutilidlade
dos [ll'.)SS,0S es;forços ;pao. a fu.xertmos o 'bem. Sdb a lei, a mutí-
0

Hda,de desses esforços ia'1:01irnent e a c:oinsciênd:a, deixa-a wb


a servádão e produz o .sentimen!to da impossfüili<laidie de
ch:egar até Deus, Sob a graça, ·os esforços não são inúteis,
e .a .n a,iureza má llll-OS.tria.se aos nossos o.Ehos em toda a

(6) O li!timo verno do capítulo 7 fala, de uma maneira abstractn, elo


pensamento e do carácter deMas duas naturezas oposcas. A uma pertence o
d~eio e a resolução de coração no homem renovado; à outra o fa:eto da
pr,:sençn da carne. A primeira natureza é «•u m•&tno», a segunda é «a minha
cv1rne». Assim, o «eu mesmo» é --o na veTda.de; simplesmente, não é considerado
nem como estando sob a lei nem como n~o estando.
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EPfSTOLA AOS RO.Mki.\fOS 169

sua inilignida.de, .seja :na 00'.lllunhâo ioom Deus, sejia '.POl.


quedas, se negligenciarmos esta C011J1U1WJ.ão. Mas :a:qui, aio
capitulo 7, a experiência do peca,do !lla :nat!l.l.r1em ê apresenr
tada como adqumda sob a rei ,para •quie o thO(IIl.em s e ~
por esse meio, ,conheça o que ele é tquau,to à sua icarn.e e
saiba que, de '.facto, n:ada rpode ronseguir pos ~ a.>ró-
p1ios esforços peradte \Deus.
Ocxrwém recordai' que esta experiência ida ialn1a sóib ia
lei é in~,roduzida ao jeito ,de pa!rên~ pa.na ano,s,tiiar o
estado de (l)'e'Cado ao qual ,a ,graça se :ap.Jroa, te o e1ieil1lo ida
lei. O tema tratado pelo :a.póst'olo oonsiSbe ,em que o crente,
!tendo parl:e na IIOOlt'ile, .es1t.á morto, mas etstá ,vivo ·!Por Oilll
Crus.to .ressuscitado; que !Cristo, teDJdo, ip:e1a ,gra"98r, ;pass.aido
pelo wle .da •s-O!lllbra ,da morte, <tendo stdo feitio r.,.ecadc,
aca:boll.l ipa.-a sempre com o .esta<lo em que era !lleCes:sário
<lar aitenção ao ,pecado ;e à morte, em -semelhança relia carne
de '.Pecado; e que lffilJ: seguida, lJt'Jlid.O acalbado, ooon •tudo o
que se relacíona.,iia 'C!Om esse es-t:a<lo, Cr-isto ie-111:rou, pal!a
ressurreição, n1.1iroa 1IJ.Ova or:d!em ,de coisas, numa n01V1a ,coo-
dição .drianrte de Deus., 1totaffi:meme ,fora do a i ~ .de tudo
a;qiuilo <a ,que Cris!to 6e furll,a: i.Sujei'taidlo fPOl' :amor ide nós
e ,doe tudo .aquilo que em :nós se •Nigava à noss.a ,vida ro..0,t-ural,
a:ss'im .corno f-Oll'la do -atLc:a.nice da lei •q ue liga.1,,..a o ,pecado
sobre a .consciência, <la. jpiarte ide Deus. ~ nós, em Cristo,
est?J.1110s ,nesse :DPvo estado· de coi.sias.

" CA-PtTULO S

«Porit:anto, 'agora -JlJOilhuma condenação d1á para os que


estão ienl Cristo Jies.us». O .àipósttolo não if.ala aqui da eificá-
cia do S3.'Il.:;,<>ue (.por muito •es,senci-al que el,e :seja, como
base de tudo o mais), lllmliS 6im desta J1.ova ,poS'<i.ção, que
está inteiramiente :fora ,do ialcance de tudo iaquiio a ,que o
julgamento de De,us .se apl!tcava. Cristo es'teVe sob 10 efei)to
da ,con1denação em DIOSSO il.U\ga:r; imas :quando, ressuscitado,
Se aipr.esenta per.ante Deus, ipoctie Ble ser questão ide pecado
ali, ou de ira, ,ou de con.dernação, ou ,de ímpultaçio? I:mpos-
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170 J . N. DARBY

sível! A questão foi sdt11.1ciona,d.a ,antes ,de Cristo 'SU!bir ipara


jimto d<f Deus. Cristo está :i,unto de !Deus, porque a. questão
foi ooluciona<l,a - e tal é aigura a (POsi:ção ido Cristão em
Cris,to. Ora, uma vez ·g_;uie é pie1,a ressunieição, é uma ver-
d~deir.a libertação; é o [)Oder de um.a nova •v.i,da, na qual
-Cri,stt> está re9Siusci1raido e da qua!I. nós viremos 111~Ele. É,
qru:anto à v.iidia do sam.ito, o poder- eficaz +e cons'tlante pe,lo
qll'ail Cristo foi .re:ssuscitarlo. É por isso que fé cliiamado a
lei do ,E&pírito de 'V'1da em Crisl1:o 1.J<esus; lirvr.ou~e da lei
do ;pecado e da mortte, que !llelb:l!av-=t anties nos meus !IDjf:lII).•
brcs, para -pro,d'UZil· fl::uto ,para ;a morte. :E a n,o,ssa união
oam CI'i'Sto, em ressun:'eíçãio, U!Ilião produzida pelo ,Es,pirito
·&into <~ da-nrlo te:stemumo do poldier de viedia que está n'FJe,
que li~ a .«não .condenação» ida 11>0s.sa posição com a e:ner-
gri,a ide IU!llla. nova vida na qOOJl nós já não estamos ·s.ujeirtJos
à 1ei do q:ieaaoo, ou à foi_, .oujos di,reítos 01ca,baram <tarollYém,
necessariamente, paira :aquele que está mol'to, po11qUe a
lei 't8m poder sobre o homem, enCJ!Ul31)lto este '\-i.ve. Cris",u,
levanido :sobre Si a maklição <la lei, dignilf-ioou...a ao mesmo
tem(po plenamente. No fim ido ,p rimeiro rapítru.l.o ida ,E'Pís•
1.'ola .aos Efésfos ,podemos v.e1· ,q~ é o ipoder do :JlOOl)rio
Deus q'lle livra; e, cerotamentte, o poder quie O!Perou esita
gloriosa mudança em nós, estlía :na.,a triação, fci o ,poder
de Deus.
A libertação <la lei do ipecado e da morte não é :propria-
mente uma experiência, embora ,prodll.l2la exiperiênciaos pre-
ciosa·s; 'é o Jfruto die uma operação idi'Vina, lfruto de que
gozamos :!)0la fé m opex.ação rl'e Alqucle que ress.usciltou
a LTesus. Esta operação é co:rfuec:iJda ieon toda a sua força
pela sua realização ,em JiesUIS-e, peJ,a fé, nós participamos
na eficácia ,des..<ia roo.lização. A dificuJd.a,de que encomra.mo:s
em iaoeitar ,esse .facto 'Provém de a oossa exrperiênci-a se
lhi:e opor. O faCJto ode Cristo •~er ürado os meus ip.ecarlos e
o !fia.'Cto de iDeus me :aimar •são ,questão ,de simples :fé; 'O ifaoto
de que eu esttou nrorto encontra no meu coração a ten-
dênoiia >para o negar.
Para eireontranmos wro:a a,az sólida -é tp!leei:so termos
atravessado as e~periências relatadas !DO capítulo 7; é
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EPfSTOLA AOS ROMANOS 171

preciso iter visto, no saioriffoio d~ Cristo, por ,causa do


, pec.a:do, a •COIJJ:den'ação do «ipecaido Ilia carne»; é ipreciso,
possuindo a vida ipo.r Cr~.to~ ter julga<lo o pecado coroo
uma coisa distinta de mim, um-a coisa q,u,e não é eu mesmo.
mas um inimigo que ,eu te:rfuo de ,combater.
O facto •de C11isto ter -t!iraido os meus .p ecados :não é
tuido: Eu ,<ivo ag,oira Dlllill Cdst-o ressuscitado, &-tou «1ligJa<l'O
ia es:se rma-rido~. Senoo Cri'Sto a minha vida -o meu ver-
d-a1d>e-iro «eu» - posso d!izer 'q.ue !e.Slt>()'l.l ,m.o,rro, visto Ele
es,tar morto. «Tot<:iu "Crudfic:ado rom Crisro; -e vi,vo,, não
mai5 eu, mas Cristo 'Vi'V'e ,e,m mw» (Gálaitas 2:20). Se Crisrto
vive em ,m im, eu restou 'Illorto, porque ~le está morto. Sou
seo:nelihainte a um homem adm:i'tido como ,aissocialdo numa
()0\5Suin<lo todas as IV'antagen:s qUJe :IJertenciam. ,a
ell'lfl.)reSa,
e.ssa ocupação antes ,de al1 rt.er sMo.admiit-ido. 'lst,o é ~i.dente,
seguntlio o verso 3: O q,.re a lei ltláo podfa-,diz 'O a.pós.to1lo
- Deus o lfiez em Cristo. Note-se que cle ,n ão di.z: «O fez
em nós», ma:s sim em Cris:to. O f.nu'to dlesna libartiação em
nós encont:ra,.se no 'V'.erso 4-a ·opepação -e!fioa.z pel.a rq,wal
nos coosideramos [l}iOrtos ~ C:riiisto, como s.acrilfíclo por
causa do pecado, iFoi ali que o peca,dlO 'll:l carnre foi ccmde-
nado. Deus o fez , - dfa o raipós,to1o -iporque é .sempre 1Deus
(e ,Deus <tendo -acttuado) q,Ule ele oolooa à ,fr,e,núe para desen-
volver o Evangelho de Det1s. ;A coisia :a condena.r restá em
nós; a operação que The pô:s tfhn fui CU!lllprida em Oris,to,
que, coo.no vamos 'Vlel', qfllis, e:m graça, -cd1ocar.Se na IJ)OiSÍ-
çáo lllrecessárira ,para o icumpr.iunento ,des!S-a op-eiração. Toda-
wa, qua.nrlo ;participarmos 1dia 'Vida ,que está n '.Ele, esita
operação toma-se uma 1-ealidade ;prática em nós. Sm:llP'les-
m:ente. a Tea.J.i.:zação d:a força da 'Vida do E:"'Pírlto
... -cumpre-se
em nós at.ravés da oposiçã;o da cao:ne, rna:s não iparra que
a.tllCl.ieonos ru;:,s !.'a mesmia car,ne.
Rresta .a.inda notar 1.1m outro ~nto: No :verso 2 ,remos
a noiva vida, !D.O seu poder em Cristo, lib..."'I'tandxMlos «da
>lei do pecado e d 1a morte». No -v;e:r-so 3 ternos a ·v clha lI!.all.u-
reza (o pecado na car.n:e) concleniada, rmas no .saicrifído por
cariJ:sa do pecado, pelo qual Cristo sofreu ·e fuli morto; de
modo q1t1e, pela fé, .esta questão está initeiramen'l>e ultirap.as-
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172 J. N. DAREY

sada. Isto cmnp-leta a libertação e o oonhecimento que dela


~em-OS.
'\. A ohave de ,toda esta d0l1trina <lo :após.tolo e o que
u n.e a ;pk"llla ju-stifu::ação à santidade práltica, a v:iidia cristã
à graça abso:1uta e a uma eterna libeirtação ,da condenação,
é a nova posição que :nos :d:e u ,a Tessurr.eiçã.o, ,absidh:rtam:ente
fura ,do 'l?'ecado, ,estmdio ag<:11m. vivos em Cri..s;to, id~.rnte de
Deus. O ;poder de Deus, a glória c1lo ,Pai, a acção ,do '.Espirito,
aictuaram. na ,r,essu:or.eição de Cristo e oolaca.r.a.m Aquele
que iti'lliha levado os nossos pecados, e tinl:ia si:do feito
,pecado [)Or nós, numa nova poSiçâJo 4)eliante íDeus.,. para
além da morl!Je e 100 ,pecado. ·E eu, (Pela ifé, tenho ;parte na
morte de Crjs,to, :participo desta nova viida. Estou livre
cto pecado e -vivo ,para iDeus.
O qu:;r:. ,o Evangelho nos ;anuncia ,a respeito de Cristo
não é só que Cristo deu uma isa:tisf.a~ão ~os pecados
por :nós 'C-O!lllietidoo 1(0 que fQrJ:rra -a •base ode toda :a -Sua obra),
mas tambóm que úperou a li:bertação daquele :que .se en-
cqntira oob o jugo ido poceldo, ,co.mo quando far.a:el. saiu do
Egipto. Naquela altura o ,sangue deteve a mão de Deus e
d'e.s.vfou ,a Seu j~-1,o jullgaimerut-o; a mes1r.1:a mão de Deus,
em .poder, ii:b:er-to,u para ,sempr.e o Seu :POVO no Mar v.er-
miel.ho. Fosse o ,que .foss,e o que ,d,epo1,s se passou co.qi
!:S'rlaiel, ele ias'tav.a, a ['..ia!rltnr !dali, com Deus, :que o tinib,a
conduzido à nno.rada ·da Suia sarri.ti<la!de.
Míás, os pr.imeiros v.ersos deste capítulo :resumem os
ilive.rsos e.feitos ,da ob-r.a de Deus, tal como 'é ·eXJPosta ruxs
capítulos 5 (rve,rsos 12-21), 6 e 7, quer dizer, não há con-
denação nen.b.uma paira os que estão em Cristo. A lci do
Espíri>to 1cLe 'Vida :n!.EJie, li'v-ria da :lei do pe-,.:.ado e da !ll;l.Orie.
Enifim, o .que •a !lei não ;podia fazer, iDeu.s o foz.
Rep,are-;se ique ,a fi;b.ertação ,d.e que faJ.acrnDS é a que
nos livra 1cl:a lei do peoado e d:a morte. Neste ,sentido, ia
li.beróação é •~bsoluta e ·com'})Leta; o :~<lo :não é, .de modo
nenhum, urna rei. ,Estia li!hertação, IP<lt'a :aquele que ama
a senti.d.ade, pan aquele qu:e ama 1a Deus, é :um proftunid:o
e imenso item.a de alegria. :A passagem q,ue .agora estudamos
não nos QÍZ ,que a n:a,tiwreza do homem sej-a mud:ada po,r
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EPíS1'0LA AOS ROMANOS 173

esta libertação; bem ao contrário, porque não se poderá


d izer q.ue oomos libertados da lei d-e :uma coisa <1.ue já não
existe. Temos de tumr ,coJ!ltra ela, .nras ela já não é uma
lei e já não podJe -co1'ocar-nos sob a morte na n,o55a cons-
ciência.
A 1eí não podfa oper,ar e:slta J.iiber:tação. Poilia condenar
-aiquele que era pecador, mas não .o ~cadio, liw.Ml!do o
.p ecador. Mas o que a 1rei n ão ,podia fuzJer .(n:a; med:idia
em que cla exigi.a força ;ruo ho,ir.Jem, 1quando ele não tinha
em si senão lforga 1Pªra o !_peCaido), Deus o fez! .E pensando
nesita incapacidatl.e do homem, para se liber-tar, que a
vinda de Cristo ao mundo, lb:umilhaniclo-Se ià:té à morite,
é coloc.ada diante dos n oss{)S oHlOS em •todo o seu v.alor-
em tod,a a Sua ht~mil.haçã.o por nós e ,sem ;peoa!d.o, ie até
à mo,rte! Tal é o segr,edo da. nossa liiber.ritação! Dàus, o Deus
de toda a graça, o D'eus de gl.&rila, ·e nviou Aquele ,q1.11e era
o iobj,ecto eterno da Sua esNima, o Seu próprio Filho, Aquele
em q uem estava toda ia ene11gi-a e todo o podier ,divino do
Fil-ho -do próprio Deus, até à posição e m que :nós estávamos,
para pairticiip.ar da -carne e <lo -sa11gue entre O..'> ihorrnens;
sempre em Si m-esàno sem peca.do; mas ,p ara ~ arté ao
fundo d:a '.Posição em que nós eistá1.'am0s, iSlto é, 'Il.>a morf.le;
clespojand-0-Se da Sua própria glória -para Se tomar um
hcmiem «em :forma de carne ide pecaido», e , •cOitnO tail, humi•
Jhando-Se a Si mesmo a:ré ~ morte, par.a que 1t:oda ra questão
do pecaido fosse doo:tdida com Deus na Sua ipessaa, naquilo
que EJ:e era, EiJ..IE, considerado como estando na 2lOSSa
pooição (1) qurun!do, em &emiefua:nça de oarne tle pecado,
Ele fui lf~ito pecado por nós. As -pail>a-vira.s «pelo ~do»
si,gnificam «um sacrifício por causa do pecad(.l-». O Senhor
empre.en.deu gloci!ficar .a Deus, -so!frendo 'Pelo hame~ conr

( J) O 1eitor compreenderá que Jesus pôde tomar esta poolçllo porque


estava aosolntamentc e de toda a maneira livre de pecado. O poder da
ressurreição num Cristo morto era o poder da santidade num Crlsto vivo
neste mundo. Era assim o pode.- do amor que Ele manifestou duronte a Sua
'V ida, amor que n0< é pc,feitamente revetado n l\ Sua morte. Ele era o justo
objcc!o da:, dclfoil!ll ôivíll~S.
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174 J. N. DARBY

sid-erado sob o ponto de ,vis:ta <lo ,pecl<'.do em que ele se


encontraiva.. O Senhor r.eaJ,i;rou essa -0bra; e assim «-O pe-
cado ru:l. carne» ( ~ ã i o esta que desore1,,-e o ootaclio do
homem, o estado do seu .ser; e Crato ,foi trart:.ado como $e
Ble p-róp.rio ~,.stivesse nes,te estaido) fui o::m.d.en!a:do naquillo
que era u:m sacúfício de r,r,opic.iiação ;pero ,peca'C!ior.
O Fi1ho de Oeus, eu:wiado ,~e Deus em annor, veiio, e
noo só qevou os nossos pocaidos, mas 11a1mbém Se cooooou,
OOin'Pre sem pecado (n'.Ebe, est.a ,posição fui o efei:to <l:a
gra:ça e da oibectiência), :nla ipo&.íção em ,q1.11e a •queda colocou
o lhom.em responsáv.el rJJes>te íln1.llldl0. O ,Ffilho de Deus foi
feito à s.emefüança idos homiens par.a gloriooa.r ia iDeus a
t1eSpcito ,do px.aido, ,d,e sortie •que nós somos aliviados, pela
Cruz, do d'~'11dio :que o pieoaido, que biaihl't:a iem !lllÓS, ifiazia
p<"...sar sobre a nossa oo.n.sciência.'Doma ·Sldbre ;E}e, pera:nne
Deus, toda a :carga do ~do, mrus roma esta icrur~ segundo
o poder da vi!dia ieternia ,que está n'Elie. Ofiereae:Se a Si
próprio como vitJi.rna pelo i[)OOado. A:ssim coliOCa<lo, ,.BJ.e é
fui,to pieca<lo; e ;na Sua <mlO•r rte, que Ele sofre iPOr graça, o
pecado na oame é ·t<Ytal!men~e oondenedo pelo j~.olto
·d e Deus, e iestia meSlllla ,con<lienação é, !I)Qa.'a o arem.te, a
abolição rdiesse pecado pelo aicto ,de :S'81Cr.iifício que Crus:to
reruirou, acro q'l.l'e é vá'lklo p,ar.a toido aiq,u~l:e •que orê em
Cris.llo, que o Cl.lJllllpl."i.u. :Nós esitarnos mortos com Ele, e
estamos vivos 111,' Ble e pa.m Ele. Despojámos o corpo ida
came, o velho h<Jo:nem. Es1'am.os ano~s à [e.i, p,eil.o (;l.)(I'lpO
die Ori:sito. O nosso :homem vclho ·es,tá crucifica,do oom
Guis,llo, a fim die que o oo:npo do p.ecaido seja 20:WJa;d:r>. Não
duvido de que o :piLeno resu:1:tado ,desta obra seja a abolição
do pecado nos nQlVIOs Céus e :na 11ov.a T-erra ,oDJ<le ia Justiça
babiti"> -tendo ,desaparecklo itodia a .cei!1ia dos Céus e da
Terra ootuais, mas não falo aqui senão •d o &1lado da c.JO!IloS-
ciêru;ia peiLo ,qw:: ,ries.p eita à glória de Deus.
Que mMavilhosra libertação est;a! •E ,que ,otbra para a
glória de !Deus! O .alcance moral da -Cruz, ipara a ,glória
de Peus, é u.m assw:rto que se toma ca.d,a vez maà.s magní-
fico, quando o estiU'd-amos - eswdo que não .aoaba numca!
A obra que Cristo realizou na Cruz é, peia sua iperfeição
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EP!STOLA AOS ROMANOS 175


moral, um motivo :cio iafucto <lo Pai por Jiesri.IB. «Por ~ o
P.aà me 18d1Ia, ;por.que rliou a mmiba viida, 'l)IM'a oomia:r a
tomá~» {João 10:17).
~ Que obra pel'fci:ta .esta, paxa tirar o pecado ,de dia:n1ie
dos olhos ,die •Deus (S>..1bstrl!Uiooo-o, ia.os Se1.lis oifilios, !POr esta
granid!iosa OOL1a, pei,feiita, iem si mesma, ;peJJa •qual o ;peca,do
foi tirac:IJO), e para iLiv,rar io pecador, oolocandoJO :i,eranite
Deus, -acei•te segunoo a perfeita abOllição ido pecado e o
vailor que item ~"1:a obna aos ollhos de -Deus! IÉ possível que
tellffilll'Il()S conhecioo o !Perdão dos pe,cados anotes. de
entrarmos nas eX:pe.r:iências de R,olIIJ8!ll()6 7, \II1ll5 estes idoirs
assll.lD!t'Os ,são intcil.1am:ente ,distin tos. rNia \J?l'lme:ira ;parte da
Episltol:a ivemos Deus -0cupanrdo.:Se, em ,graça, <lo ~ r ,
paro o justtllfü.car na qualidade 'de OLtlpado, e ieSt:a rpar.re é
oompleta em si ,mesma. Tem1ina por e&tas pa]ia,vr.a.s: «Nós
nos gloriam05 em iD.eius por 'DôSSO Senhor Jesus ,Cr.isito».
A segunda pairtie oou,pia-,se idaquiilo 4ue nós somas e das
ex,periências que 's e rettirem a este est0Jdo. M0is a obre do
capítulo 7 é essenroiailms..••n.te legai!. É o j t.lllgoonentio do ,qrue
nós ,somos, mas :arenca do que e$!á em :nós, p não do ,que
temos lfcito. É a luta, e «l.ãio ia iculpa,bilidadie. .A lf,or,rna desta
exq,eriênci.a poderá moclifü.oar-se; uma tal alma diTá; «•Es-
l)ero n,ã o ,me iter ,e,ngan,ado0>, ou outra ,frase siemel:bante.
lvl:as, mi rera[ird'alde, é semp1"Te a lei! E ,por ri:slso 4ue o iapfu..
1:d1o <dá a esta ,exiperiê:nd.a o CM"ácter !l_)rÓpr-i,o que ,eda possui
em sri. mesma.
O rresulradro prátiioo -destla ohra de Deus por nós é
verifiroado ;no ,-erso 4; ((:Par.a que a j.U!Stiç.a da l.ei (ais suas
justa-s exigências) ,s,e curmprisse em nós, que não a."lJdramos
segW1do a carne, mas segll!l'l.do o res,pír]to». So.nws penrei:tos
diante rde 1Deu..,; eixn Cristo, &em termos r»e'Dlhu:ma jl.l'Sltiç,a
,.51e~o a lei; •:mJalS a •Joai é rcumpt•1dJa .em nós, qwe iaooa-
rn,o,s segundo o Bs.Píir.1to, ·s em !(!ue rsejamos st:fürnetrudus
à lei: .«Aque]e q,ue ~ ao ,próximo, tem ctl!IIl,pr,id:o a lci»
(13:8). O arpóstolo nãro 1eva llmiB longe a descrição dos.
fruitos <la justiça, porque ,a questão ,aqui é a S'l.llbmisisão
à lei, ie o seu camprime:n,t o rpek> homem. A graça produz
mais d,o ,que 1sso, C<}r.m:o se vê reim. ,Elfésio.s, em Coloss.e.nses
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176 J. N. DARBY

e :noutms (P&Ssagens, porque ela reproduz o carácter de


Deus; não só o que ,o homem dev.eo:ia ser para :D eus, mas
tam:bém o que Cri.sito era. Mas aqui .o apósitol:o :ahoJ;da a
queSltão dia !lei, e mOSltro que, aoonndo pelo Espmto, nós
cwnpr.ianos a lei.
Nesta nmra natu11e:aa, na v.i.da de .ressu:ncição e de
fé, .o que a 1eii pede ié 1cumprild'O em nós, jp'orque não :esta-
mos sob a lei; porque anci'a•mos ·segunido o iEspíri•to, e não
seg1.md-0 a oarn.e. As co:i:sa:s rque estão em oposição são a
oanre ie o •B s,pírito. A regra do jrago de que, como sislt«na,
somos dibertados, é iagora, de facto, .c11mprida em nós. Sob
a le1, o pecado ,dominava. Agora que estamos :alilviados
da lei esta é campri'da em nós (2) . Mas é o 1Espír.ito, ,agindo
em nós e conrlUZ:ÍllJdo•nos, que 'CJfil<toteriza a nossa posição.
Ora est!e car-á:ct«, porq~ é assim .que o a.pós-toll.o o 31P·re-
senta, .é o resul.>tiaido ,da presença :e dra :perim:ant"llc.iia rlo
Espírito Santo •t0n1 111ós.. O após.tolo :;.upõe ra.:qui •que · es,ta
grande verdade é c onhecida e :admitida. Bscrevenldo a, Cris-
tãos, ele fala ,c1o fac.to -da presença do -Espíriw Santo,
do Con:so1a.dor, como •de um fae,-to bem conih,ecido. Esta
preren9a do Espírito Santo ,distinguia publroarrnenite o Cris-
tã-O. ,Era o selo e ia maIToo. dlistintiva da sua :profissão de :fé.
O indivíduo sabia ;por si ipróprio qu-e 'J)OSSUÍia o .Bspírito,
e s:abia ,que o· 1E spírito !habitava também :nJa Igreja. Mas
deL"f.etnos .de ,pailte este assunto, por.que n ão se ,t rata raqui
-senão ,de Crisfüoo, incl:h,id,uail1mente -0onsid.eralcl06. Os Cris-
t ãos tinu'larn o ;Bspiri,t o, 1e o :apóstolo iapella :por ,todos os
meios à con sciência que eles tinham desse f.act<>: «Tendo

(2) Abstracção fcila da. carne, do ponto <!e vista moral, llllo há diíe-
rcnça entre: a n003a perkição cm C?i$1o p;,ronte Deus a respeito do cumpri-
mento da lei, e o cumprimento dessa lei em n6s, po.rque o qu& actua em
n6s é a mesma vida de Jesus na qual Ele vive na presença de Deus: Cristo
é a nossa vidal É por isso q<1e Jo[o, após ter mostrado Cristo eomo sendo
e:na vida, diz, falando de Aquele que é n ascido de Deus: «Ele não pode
pec:ar, porq11e é nasc.ido de Deus». :t o mcSmo Cristo que e,-;tâ em nós e qnc
estâ no Céu. Na prática , a. vida dlvln:i em nós desenvolv~e através da
oposição da cAme. A nossa fraqueza - uma culpá.vel fraqueu1 - int«vém,
mfl'9 is~o é outra questão ...
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E-PíST0LA AOS ROMANOS 177

neíl.e ta:mibém crido, fostes seJlad,cs com o Bsipírrito Santo


da promessa» i(lBfésios 1:13); «Rooebes:ites o !Espírito ipela:s
obras da lei, ou pel.a iJ).I'egaÇão l(Í'a fé?» {GâlaitaJS 3:2). !:B o
clcito inidi'Vitdual e mcmaJ. da 'Presem;:a do Espírito &:ln.to
no Cris tão que está em oaitS-a aqu:í - efieitJo que, no e.n.itantJO,
se .esrende .até à r essuz,reição do COilJJO. ·Estes 1diotis tfac!Xl-s
i.nterlig:am-se; ,quer dizer, o fàcto recouheciJdo da presença
do Espírito Santo e o desenvolvimento idia. Sua :erJfil-gi.a. na
vida ,e depois na <r.es1St.1rrciçãJO <lo oren,te. ·: &,ta energi;a já
tii,n:lm isi rJ.o vis.na iem Cristo. A própria :i.essu:rreiçáo era
«segundo o -E~írito dic Santíd!a,cle».
Entramos, pc.is, ..rqcl no <lomín'io dt> efeito prátitco, ru>
Crls.tãio neste mundo, na ,d'Outrina da morte com Cristo e
dia vida por Cristo, 1iealdzaidia ll,)ela mor.a<l:a em nós 'do Es-
pír.ito S-a:n<to, qu:e m!S foi ,d:ado. O BSlPíri ~o ·é ,-dii.stmto •de
nós ,porque é E!S,Pírrirt:.o. o •Espírito rd e Deus. Todavia, -B!e
-eot~ n:a vlioo, tCile modo que esta vida é praticament e nós
mesmos•, peI,o que é da vida ,de Je.<,us em nós.
E;,.aminCJn-os agoria 'Um pouco 1mai.s ,a.tre11Jvamc:nte ro ensino
do ~6sto1o acerca ,des,be ·assn.mto: Pado, ,sem outro p·re-
fá-cio, .:ara'cteriz!a o Cris·tão por estas ,pala'V.J13s: wNós, que
não andamos segua.do -a came, ma'S eeg,undo o espírito»
(verso 4). Aquele5 q ue s ão segundo a oar.rue têm os :seus
pensamento s nas coisas da oame, mas aqueles 1quie sã.o
S!ClgUndo o ,E spi,d.oc,, têm,no1S 7JaS cois9,s ,do ·Espi1'.ll1X> •(verso
5). Não se ,trata a:qui de deve:r, mas ,sim da .segura ~ção
d a n:atm-eza segundo a qual ,se subsiste. /E es:t,n if:enldêw,ia,
esrta a:f.eüção <la na!tu.r:eza, tem o seu resultia,do infail-vel: O
pensamento ,da carne é a morte; o pensíamento do E sp,.írito
é vida e paz - .porique o pensamento ida car.o.e é inimizade
contra ,Deus. A carne tom -a sua iprópria vontade e as :su:as
oobõ.ças, e, pelo fucto de [as ter, .o.ão é su'bmissa à lei de
Deus (que, por seu la.do, .rem ,a IS'l.toa 1autorirla:de $0-hre el1a),
e nem mesmo o pode ser. A ,carne ,cess,aria ode •exi51iT, se
pudesse ser suhn:rissa à ll!ei; 'l'em uma vonta:de ,p-ró.pria, q_ue
procura a íDdependência, e não ia SUJbmissão à aiutJori.Jcfu.de
divina, tmw v.on,úad,e que não en.oonotra o seu ip•11aZer naquilo
q,u,e a lie:i or:dena. Ais·sim, :aquewe,s que estão na camne, aq,ueiles
12
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178 J. N. DARBY

que têm a sua retação .o.om Deus como ;si~mples seres vi•
ventes dessa na-tureia carnal, dessa vi,cta 11iatural, não podem
agradar ,a Deus (versos 6-8). T:ail é o j,ulgiamento pron'Wriado
sobre o horrreim vivendo da sua vi:dia naitu:ra:l, j,U!l,giame.n;to
que .produz o seu efeito sobre !a :o:a,tu:rem <lesta vida. A
lei não razia IS'al.i-r o !homem de.s'lla vioo àa came; esim-a
semp1-e nia caniie, .c:om:o !MtíeciQnniente. •Ela tinha 11.lID.2. regra
para ele, -t al como e:le é, e.nqmnto ilw,mean, perante Deus;
wITa r.egra que ,d;a,va ,a mr.ed.k!a .dia. sua rãSiponsiaibi:lirla'de
nessa pos'ição, 1mas que, ewdenternoote, não o (fuzia sair
da posiçã'() à qual essa regro \Se -aiplkawa; de sorte que,
en:qu:aruto ,o hoanem estava .na carne, os onovinnentos do
pcoarlo aigiam pela mesma lei, para prod~rem a morte.
Ora, o princíipio d:rus oossas r.elações coa:n 'Deus não é
-a cam:e, mas oim o !Espírito, 'Se o Espírito -de Deus halbita
em nós. ~ isto .o que, aos o4has ,dJe :Deus, ~rizia a
nossa posição. ,p,erm-~te rEle nó.s não ,estattnos ID!a 1.oa,rne. O
que füc:a d:ito su:põe bem ql.l.'e a carne e,iste amda; cm,as
pana aquele que .recebeu o ,Espírito Santo e que ,d',Ele
vive, é o Es:pí11iito que forma ,o ipri:ndpi,o da SUJa re1açáo
com Deus. A nosSla exiJstên!Ci:a ,moral [Per.ante •Ik.us está
:no Espírito e não '!la carne ou no ,hoonem na.turaJ..
Note-se que 11ão -se rt.rata :aqui <l-e don:s do Espírito, nam
<lc manifestações ,de poder, aictti!an<lo fora d-e oos sobre os
-outms, ,mas sim rd a energia vital rdo Es:píri<to, •!1:>.!l ,como
foi mandfiestiadia 'Ola ressurreição de Jesus ie na Sua vi:da
de samidade. O nosso velho ih.ornem já está morto. Nós
ago.ra v,Í!viarnos :Plll'a Deus pek> :ESQ:)Írito. Por isso se fala
desta :presença do Esipúito, por mwto real que sej1a, de
uma maneira que se refere mais aio oarácter do ,homem
em que :ela .se reailim, do que a uma presença distinita e
pess'()al do Espírito - eanbo1"a o C:2!rácter ,esph1iitu:al do -Cris-
tã·o não pudesse existir sem qu:e o 1Espiri1to não :estivesse
pesS-Oahneu,,te ,n~le. wnos no "ll~erso 9, J.i't'er.allim:en<t:ie: «Vás
nã:o estais rua oame, ,nrcJS oo Espírito se é que o Espírito
de [)e1.LS habita em vós», e, ne,\tas p:alavr1as, a ênfuse está
na .palavra Deus; e :a palawa Espírito não tem art1go.
No ,e,n:-an:1O t rata0se dar.a:m:ente do rBspi.rito como ,de ,u ma
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EP!STOLA AOS ROMANOS 179


Pessoa, :porque é ,dito: -Ele «habita em vós»; portamo, Ele
é distmito da pessoa em quem •halniia.
Mas eis a verdaide :acert'a rdesta aq-lio ·vii1Ja.l IClo Espírito
Santo no hoonern. Não há nada no ,hoanem qU1e IPOSSa Tesis-
tir à carne ou fazê->lo sair <l,e sob a sua mfluência. A dcmle
é ele mesmo! A ,} ci não pode sair ,cte:ste .mm,tie (isto é, do
limite de, h-0mem oo qual iela se dirige) ie :oiem mesm() o
deve, visto -ter relações com a :res-ponsabil:idla,de do ihOOMm,
Paria qu:e o holllõlil seja li'Vre da carne é ~ s o allgo que
não s~ja o Ih.ornem e que, lllO entanito .act,ue DO homem.
Nenhum ser crirado rui :teria 1Pod.er, (P<)<ÍS todo o ,ser ori,ado
é responsáve l na ,s ua iprópri,a posição.
Deus é um Ser necessário . O E"S:pirito de IDeus, embora
vándo la.O homem, não d:eix:a tele ser Deus; ,e ,também não
faz coon que o 'homem deixe de se:.· J1omem. Mas produz
divinaimen te no lhcnnem uma 'Vi<lia, um cairáorer, wn es~
de ser moral, um homem -novo, e, nieste sentido, um n<>'Vo
s-er, em ,rrrtu:de da p-uritfi1cação pelo sangue de Cri.9to.
Tendo Cris,to CU/tJliP'Tido 1a ,o1b11a da d.iiber,ta.ç.ãio• d!e que o
Esp-íri'to é o ipod,er iem n'ÓS, o .EiS{pírito h'a'bita :no crente, e
assim o crente está em Cristo e Cristo mele. Possuindo
r-ealm.ente ass!im ;uma :rJOIWJ. ·v:iida, 'Vird.~ que ttein o ,s,eu (P'l 'Ó-
prio cará.crter moro.!, o homem está ,perante Deus nesse
carácter. E5>tá, a.os o lhos de Deus, ~ ,OOl\/8 na1ureza,
in9epa!I'ável da sua origem. C,o,mo o regato que decorre
d.a fonte, sem dela se ,apartar, assim o cr.et1llie e.stá no
Esipírlto. iEan conscquêm da ,d:a obra <le Crisito, o -Pspírito
Santo é activo 'll'.a vida que Ele deu e tdela é o podrer. Tal
é o lugar do Cristão perantie •D,eus. J á não estamos n.a carne,
mas no Es.pfrito, se o E..9pir.i:to de :Deus !habita em '.1100. N ãü
há 'OUltTo meio ,de I.íbert>ação; isó 10 BS>píriHo ,de Cristo,, o
Bs.píriito ,pelo pcder ,do 4ual Cristo actu.ou, viveu, Se ofe-
receu, pelo quail. uambám Crisw f~ ressusciul do. Todia :a
Tida ·de C1i sto foi -a exipressoo dia aicção ,d,o Espirita, do
Espírito no homem. Or.a, .se •a1guém não 'ilem o Espírito ,de
Cristio, não 'é d'füe, Ser de 1CIWOO, ter o Seu E'Spírito, é o
verd!adei.ro- e único •b.em, :a 11eali.idade etenna.
Tria:t·a-s·e de r eail.idade. O Cristianism o rea.lli,a--se em nós
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180 J. N. DARBY

numa ,confornúda<l.e de nat ureza com Deus, oonfurmid rade


de ,que DeLts não pode pr.escin<lir e sem <a qmü nós não
saberíamo s e.c;itar ,em com1.truhão -com F.lie. É Deus que •a
dá, E~e próprio. Com ,ereito, oomo podleriam:os 'D.ÓS SCT
n:asoidos de 'Deus, we D~us não opem~ pare nos comwri-
ca. a vida? «'Nós ,SiOOllOS 1a Sua 'Oibra, :teIJ1do sido cria.dos
cm Cristo Jesus p3l'a as boias obras»; 1001a, ré ,o Espírito
que é a foote e ,a força .desta 'Vida. :Se alguém D.ão tea:n o
Espírito rde Ccisto, ,se ia :ener.gj:a de.s.ta vida espirituta3., que~
man.iJfes.tou em .Cri'Sto, e rquoe é ipelo .poder ,do E.srpírito, n ão
está em iO(>S, inão somos Ide Cris<tx:>, não ·teum:>s p-a'l'tle in'IEle,
porque é ,p eio E spírHo que se rom -par.te :e.m Cris:to. Mas, se
Cristo iestá em nós, a rene11gra da nossa ,ida -espiritua:l ~
naquele que é a J11oss1a vicha, e o CO.'I!PO é ,tido por morto;
,po:rq_l\,ie se e1e tem: um:a. vonto.de, como 1CS1(Jarrudo "''.i:vo, ele
não é senão pec:ad0-. O IE.sjpírito é -.."ida. Este ,Esp.ú:iito, pelo
qual Cristo viveu -a:ctivamen'te, é vida. C..--isto, em Esipíiri1o
dentro iCl:e nós, é vida ,~fiome rde ;pen,s0:rue;n,to, ode .a"Cção, de
julgament o, ,de tudo o que co'll6-t,i;tui moro.ahrnl°...túit.e o ih.omem),
«por C!aUSa dra Justiça», its1D é, para que ~ haja Ju.sitiça,
porque na acção dês1a :vJ!da ,é G úmica justiça prática pos-
:sível. A reame -n ão rsa:beria produzi;la 1Só 'Vi'Vler.t10s 1t'endo
Cristo por nossa vi:da, por,qu.e a Justiça ,está :n'Ele e n'Ele
só pera!IJJte Deus. Fora d'Ele não há senão ~ecado. Msim,
«wver é Cnisto». Não há outtta 'Ili.da. Tudo o mais é morte.
Mas o Esipírirto tem ain,da um outro caonícter. É o Es-
pírito de Aquele que ressu,so~t•Ol\l a J\esu.s de entre ·os anoritos.
Foi Deus que .liSsim ,ressuscito u a Cristo. Se esbe iEspírito
9 erman,ece em nós, !Deus -rerui:zará em nós a mesma obra
q\lie -realizou em Cristo.,(3), .por oousa <lesse .mesmo Espírito.
Ble ressuscita ra os nossos conpos mortais. 'É ,a !Jbertiação
final, a ,plen~ resposta à qt~ão: «Quem me iivrará do
corpo .des-La morte?».
(3) Observc-3c aqui que Jesu• ó o nl)rne p ~ssoal. de Ci·lsto. Cristo.
embora este nome se lenha também tornado pessoal, 6 propriamente o Seu
nome de ~!ç!o e de fuoção: Ele f o UNGIDO. E Aquele que ressuscitou
o Seu Cristo, o Seu Ungidr,, vivificará também os corl)Os daqueles que estão
cm união com Ele.
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EPlSTOLA AOS ROMANOS 181

Note-se .que o iEspírito é desigoodlo :ak:J:ui (<Versos 9-11) -:- -


de ,três mainieiras 1dilferenres: É chamado o «Bsipírito de
Deus», em oontras(Je COIIl1 :a oarne de (POOaldo, ou ooja o
homem natural; ·é dhamarlo o wEspMto de Crisro», o carác-
1er formal <l!a 'Vi<la qu;e é :a ~ressão do, Seu podier ( é o
Espírito ,a,atua.ndo ,no •homern, :s.egur~do ·a ipe:rfuição d\QIS
pen.sarnentos divimos); e, fem:i.m, é ichaa:na.do o «Espírito
d~ Aquele ,que :ressusciitou o !homem, ,OPi:sw, de eJ.lltre os
mor.tos». Aqui o a(póswlo ,fiaJia...nos .d,a ipenEcita e :final lib'er-
t,>;ção do pr6.;nio cor:po :peilo pod!er ide iDe.us, agindo pelo
Seu Espírito. Eis. pois, a res-l)Oc$ta d~i.mtiwi. ~ qtreStão,:
«Qu= me livrará'!». VemOIS que a wda icriistã, no seu
verd1aictci:ro cará<:ter, quer ,d:irer, -a vjjda do Espírito, &.-j_Je1:1de
da -redenção. É em 'V'irtuide da red<ençã'O q_u.e o •Bspírito
está ;presentle com110.sco,.
Nos versos 10 e 11 temas a mort e ;prooen.tJe à C'.arne e
ao :J)!eOOdO, e Q iressuIT.eição 1actual. Símp1es,mienitie, co,mo
não J1á se,não q:ieca,dlo se vi1v,ermos da in,ossa :próipria vida
matmial, <estfillldio Or.isto em :nós, sendto ,Euie a niossa '\rida,
s,en)tlo já o nosso ,vi,v,einte, 'llen.nos o nasso 'CO'l1];)!0 para nw-rtle.
A J1ossa pa:rte, eDq\t:a:nto viv:endo pe]Jo &pír~to. ê o que
foi de.monstria:do no própr:iio Crisito (capitulo 1:4): O Ss{pírito
<le sa111tida.de e a resSUtTcição rde enitue os moritos. Note-se
•como (!Segurn:do a força dia e}Opressão •«O Esrpír.itt) é •vida») a
pessoa ,do Espir.í:to estiá ,Jigaid:a :aqui :a:o esrooo da clma, à 'V'i.da
.re3?1 do Cristão. Mais à !fr.ente \'leremos a 'Vida e o -Eapí1ito
sep,>arados, mas estas duas ,caísas, a ,u:rrião ,da 'V'ilda e do
Bspírito e a ·sua separaç"'.w 'COmp:reendem0se s,eun difiicw-
,rfude. O ·Espíri-to é, real1mentie, a Pes<roa Divina; mas esJta
Pessoa Divhl'a .actua em nós aotua :nJa 'Vtda que ,f üa mos
ooonrunicou: «O ·que é •oascidio ·d<> Esipiri<to é Es.píriro». A,ssim,
é be,m o espírito quem produz a ju&tt,ça iprátioa, os hoirus
9:}et'l:S'a!lllentos, mias pcroduz essa:s coisas em mim, ,rie modo
que dais são minhas; porém, sou inueirament,e de.pen,denrte
de Deus e sou-Lhe de,ved:or ·p o•r efas.
A •vida é da mesma ma,turew. que a sua origem, \Siegundo
João 3, TIJ:a'S ,esta vida é dependemre. Todo o ~der está no 1

Espírito . Por Ele nós solllllOtS depend!e,nite.s de iDeus. O pró-


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182 J. N. DARBY

,p11fa:i Cristo virveu ,n a de!Pendência; somente a vida estava


n'EZe, sem ne.rrhU'lll pecado :na •ca.rn>e, :piara Ilhe re&htir,
en,q1.11anto qu-e, ,se tDeli's nos d'e'U a vild.:a, é bem verdlaid.e qre
estta vida está em Seu •Fiilbo: «Quem tem o Fifüo tem a
vida», !e nós saibemos .que 1a oarne ;cobiça co.nitra o .Espírito,
mesmo quando temos o Espírito,
Conitinuemos, iporém, o nosso -estudo. O 31pósitolo 'ter-
mina ia su:a ~ição da vd>Cl:a e-s.pirirual, ,que liberta -a alma,
ia,pr.esenlbando o Cri·st2X.> como sendo devedor (não à carne,
que ·agora já ,não tem ;o)enhum dir.eiito •sobre elie), mas pára
iali, D'® iqueren<lo IC!iz'er, de wma ,maniei.ra <lilreot.a., ,que somoo
devedores oo Espírito. Ê, com :e:fci,to, nosso deve:r vi,vermos
segunido o E&pfrito, m'as, se diisséssemóls q-ire J:.ih;e 50m.OS
<le\"l.>do.res, .iiStSo seria co.llQicair o homem sob uma lei mais
elie.wrl-a que a de Moires, cujo cumprimenio s,cr;;a, ipor
conseguinte, ma.is fumg;lossí'V.el :aind>a de iatingir. O ;Tupmto
é a força !Dlecessária :para ví,ver.mos, e isto ,pehas 21fu:ições
que Ele nos dá; mas mãio é um-<1 ob.nigação imposta ao
homem o ter ess;as alfo.içõe.s. Se v1vermos segwi,do ,a cam~,
cam•h maroos para a miorte; se viverlllOiS pe'Jo iEspíriiho, fa-
zetndo m'O'I'J.1er as aicções do -cor,po, caminlhaanos IJ?ara a Vida.
O mal está ;presente ,em nós, mas em nós es;tá ·sempre o
Poder :para o ,vencermos. ,São :os etfoitt>s, quer ,dia natun..."'23
de Deuis, quer da oame; m~ há um outro aspecto da ques-
tão que ·o apóstoJ.o trata aqui, ou seja ,a relação em qll'e
esta presença e es.tia o.per.ação ido -E spírito Santo nos coloca
com :neus. Por !IS:SO, ,e,m lugar de dizer: «Vós ·sois .~tes
ao Es;pírito», o rapósoolo mos-tirMIDS que o próprio Espírito
é a força ,p ela -qua,1 nós mo1itifioamos -a carne, oerros de
que ,vi.vemos com Deus. Senclo guiados ipel.o Esipítiito dle
Decis, somes também lfühois d:c Deus; 1p.orq_u.e não recebemos
um e'S_p.írito Ide ser:vidão, pru:ia estann10s iainàa lllO ft:mlor
(tal era o estado ,do fiel sob a lei), mais ;um ~íríto que
res!l)Ctt1de à ncssia -adoipção ipara sermos ~lhos de iDeus,
um -Espírito p·e lo qual nós clamamos: A!ba, Pai!
O apóstolo j11-11ta 0JÍni(lJa, :na imais estrieiva união, o Es-
pírito de Deus com o .cairá'ctex do espírito que Sle produz
,em nós, segundo a .relação am .que SOíill-Os colocados peia
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EP:fSTOLA AOS ROMANOS 183

Sua ,graça em Crisito, <la qual nós 1amos a <C<mSciênciia e


a r.ea1izamos, de facto, ,p ela (P'l"ese..TJça do &:p.íT.ilro Sento
em -nós. EI~ é em nós Uflll "Rsp:íri'ro de adopção, porque iIIDS
co]oca na verdade, ~ : o os ;pen6amei;,Jtos ,de Deus. Quan1o
oo pode<r reai id,estia relJação 'JllOs oossos ,corações, quanto à
sua ve:a,lidaJde moral em dlós, é somente :pela ,pr,e.,,-e11Ç1a do
Espírito Santo que ,ele ,se efieotua. Não saímos de sob a
lei -nem die sob ,o ~írito da escrawdã.o, senão nra mied:id:a
em que ,o Espfrioo haibú•ta -em nós, ,e,mbooa a obra e a
posição de Cristo sej:aim a causa <la rossa aioentJação. -Es.ta
po.siç.ão, <qUe é a n<>s5ia, -não é co.ooeicida ou realizadla da
nossa :parte senão pel:o E'9ptrilto que Orisro enviou qoomdo,
como Homem, ·entrou na glóraa, nesta ;posição oo Céu (4).
Ore, ,este ·Espírito !habita em nós, iactoo em oos, e coloca-nos,
d~ facto, nesta relação 'COID -De.us, 'l:'elação que n,o,s foi obit>ida
pela obra que JiesUJS reailizou tp,Or 11.ós, en,tva:n;do Ele me-smo
nesta ,r.el.açã:o ,como Homem resswscitado.
O apóstolo, co.mo notámos, fala do Es,pírito e.."rl. nós
oomo de ,um. certo carácter, de 11.lma Ov"Tta COllidição em que
nós estmnos, lpO'rqule o iESip1rito peneJt:tia em :todo o OOSSIO
ser moral, 'l)ro.d'llZindo nele pensa'lllenitos, -afeições, ipro-
pósiros, acções; ou antes, tlria em nós t:oda1; 0S ooiS'aS,
seoo.o delas a rfonte: A>ci:iua !t':rn nós, iproduzmd.-cH11S. Assim,
füe é :praticameDte um Espírito de aidiopção, ')?o:rqlt.le pit'od'UZ
nas ;nossas ,a1mas -tudo o >que concerne à relação die .filhos.
Se Ele actua, os 11ossos p.ens:ameTI1tas, os 111osos afectos
e·ctuam também. Nós go.taJmos de.s'!la relação de t'illrots
em •virtude dta. acção -do ;Es,pmto. O ,aq,óstolo ~c!ien.tifica,
tp,Ois, o Espírito Sa:n:to e tudo o que E1e !Piroduz em nós. E

(4) Sem dú\>lda Jesus andava semjll'c como Pllho de Deus neste mundo,
e isto não só desde que iniciou publlcamen1e o Seu ministérío, altura em
o.,nc Deus proclam:1 que Ele é o Seu Filho muito amado, mas também, :na
idade de doze anos, Ele proclamava essa relnç!io no templo. Com efeito, nós
somos filhos, mesmo antes de recebermos o Espírito de adopção. É por ser•
mos filhos que Deus envia o Espírito de Seu :F ilho aos nossos corações (Gâla-
t~s 4:6). Mos Cristo, entrando plenamente n a ilória, como homem, segundo
o plano de Deus, pela Sua obra, recebeu o Espízito Santo (Actos 2:33) para
no-Lo conferir e .nos associar com Ele no Céu..
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184 J _ N. DARBY

nem 1.J?Oderia ser <le outro modo, porque é pela pr,as,ença


e a:cção do fü,píúbo Sarrt>o que o Cristão colllheae o E~mro.
O imundo não O recelbe, porque não O -vê arem O oonheoe;
mas nós O conheoomos, po:oqu<e •E le ha'b1t-.a CDnnOSOO ,e está
em nós. Preciosa condição esta, ,pal".a nós, quia:nrlo o qm~
pri:o Bsrp-íri,to Santo é a Jionte do nosso ser ie dios ;nossos
pt-"í1sa,menros, segundo os odesígni:os de -Det.llS em Cristo e a
posição que Cristo adquiTn1 -para nós. Tenidio, ,porem, lfalaldo
do Espí-rho cc,mo ca.ra-cterizanido a ll'JlOSs.a exi:s.têllicia ~ .
o apósitolo tem o cuidado de ,doisti:rnguir o lEspúito como
sendo uma Piessoa, ooono tendo existência :reailirrrente dis-
·J4--. --.--_,
- tirrta: <(O próprio Eis,pírito)) {é o ú.ruco .e venda.diei.ro sentido
das pahw11as, e nã!o «este roes.mo Eispfrito») 1~s:tiffi!ca oom
o nosso ·esipfritJo que soimo:s ,f ilhos ,de Deus. ÁS duas ooisas
de que se tiia;ta aqui "São igualmenre preciosas (5): 'fur um
liado, a ,pairticicpação do E•SiPírito ioomo isendo o ,poder ,dia vida
pela qua,l .n ós :s.cmoo capa.i.es ·de goz.a:r ,da ipresença i!,e Deus
e d,a rel!ação de fillh.oo com Pil~, e, JJ;)'O'r outro ilarlo, a ipre-
sença e a autoriidJade do 'Espírito, <para '!liOS ,assegurar ideEita
relação.
Duas ;p·ailavra,s são empregadas para nos fuzer-em com-
preender os nossos 1Privilégios sob es,s--a relação,~ pa1a'VroS
«filhos» e ~<m.eninos». A no.s.sa '.l)0&ição é 1a de filhos; :a nessa
rel!açi:í!o ,pró.prila é a de meninos. A ,pala1v,:m filhos é emip,re-
ga.d·a em romraste ooon a ~ooição sob a u,ei, o.ntde se era
servo. É a iposição de iprivilégi,o em <tOda a sua ie%ten1são.
Chamar um fil:h'O cco.n c:aiinho implica a 111Jtrlroi,dalde e ia
realoi.da.de ,da ~ria relação. Em seguida ,à, sua ie?!iposiçã:o
do gozo :d.esta •rel'ação de if.ii,Tho, o 'aipósto~o apr.esellita-nos a
posição ide menino e ,as ,suas -conse:quêndas, e a IClOJ.lK:liçã,o
d1a criatura em re'1-açâ'O com -a ci:ual 'O men:iino re encontra.
E i:s.l!o dá Lugar a ,Uil'.Jla d'lllpl,a acção <lo .Espíriitio: Em :pri-
meír:o lugar à comunúoação da -ceirteza Ide que :sumos crian-
ças, com t.o,das ias ·suais gloriosa:s CiOJ'.l.Sequêucias; e ienn se-
gundo tlug:ar à acção do füipímo, em simpatia e em graça,

(5) Verem0& mais tarde qne a Epístola aos Col0$sense& fala somente da
vida; a Epístola aos Efésio• fahl do Espírilo Santo.
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EPtSTOLA AOS ROJ\1ANOS 185

em velação com ·a s ,perras e as fraquezas em que ,a. criança


se lelllCOntra neste !IIlu:rrcto.
'\. Tend,o aoabarlo «>ssim a expasi-çã'o ido ,~t-aoo de «orilaa:içia»,
o aipóstolo tenmma esta descrição da sua 4JOISiçãio em Cristo,
~'t1~do a ,centeza da graça ,de ,que os 1ii.1hinftlos .de Deus
são o o'bjecto, oertez.a i.11Jabalá1v,el, 1pois ,depende de Al1go que
está fora d:eles. ,E~ta gi,aça e.9tá no :próprio >Dais, ,que põe
o llromero W1 segurança IJ.lle.Slta posição re o protege, pelo
Seu poder em ·graça, -de tuJC1o o ,qoo !I)Oderi:a a:rrebaitar-lhe
a sua 'fle'lidid<acte. Ê iDeu:s q1ueun dá essa feli.cloode iao ho:meJ:n
e qtre id:efa é o Au!to:r; é Dous quem 11ev.axá a bom fim os
desígni-os da Sua graça ipara com a(ltreilie que dell!a é o
obj,ooto. Este úLtimo ponfo é tra1!adu =s 'Ve!r\~s 31-38. N~
versos 1-11 remos o iEspínto romo vida; ll'.II01S ~ 12-30
temios ·o Es.pírito como poder actiua:n<lo no cranre; nos
versc,s 31-38 temos Deus agindo por nós .(.não em nós) ,paxa
aissegurar a nos:sa bênção. É por isso q;uie, ineslta ú ltima
pairte, s:e ,não fufa dle santificação.
O pnimeiro -pooit.o de que nos !fala o apóstodio ·em ·relação
com 1a :apresenitação tpeiSooal 1dio ,fa,pír1to é qu,e o ip róprio
Bsipídto ctes,tifica ocm o ~osso espírito 'q1.1Je nós SO'l'.ll'OS os
meninos dia família ,d:e Deus. O Espmt:o Sa:n>ro ( ~
e m rnós, em vild:a, como ,•imos) produziu em n ós os alfec.tos
de um !fillho, e, (por 1esses iafectios ,a .consciência de que nós
somOI.S :filhos ,de Deus. O Espíri:~ Sainto ,não ise sei_O'a!l:a ,da.
quele •em quem p-roduziJu .esta 'VÍ'clia, -e, (P!elia S1J1a poderosa
p11e,se.n9a, EI1e p róprio •t'ambém 'telsti!fiioa. q,ue nós ·s omos
filhos. Temos esse ,1Jes!betmUIJJho nos nossC>s corações, nas
nossas :relações iooon :DeUJS; mas o ,próprio Espírito Santo,
embo:ra d•istim!Do de nós, pres.tJa nos es-se ,~temunho, ,a roós,
0

em quem füe ha.hi:ta. O v.erd!a,dei:r-0 Cr isitãio 'S<albe que o seu


C0111ação reconhece a 'Deus -coono P.a:i,, ;e ISaJbe •tJaanJbém que
o ·Espírito Sai11to :fue dá testemurrho. O que é huseado na
Palavra de ,neus real<iza-se e ve1,jfic<a-se no coNçá'o ,dro cranüe.
Ora, se ·s omos ,fThh.os, oomos ,her,dei;ros; h.endeiros de
Deus •e coJh:erdeiros com Cris:to (v.(')rso 17). -Gloriooa posição
esta, na ,qu-ail esiallnOIS rolooaiiLos COIIl1 Clisto! Mas esta
posição traz as '5Ui3JS oonsequê:nicia-s, tem t0 seu oará-,""ter neste
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186 J . N. D:ARBY

mundo: Se o Bs.pírito de Cns1io está ieaJl nós, •E le será


em nós ia fome dos &e1D:timen:tos de Cristo. Ora Cristo
sofria necessa.r-.!3.men,te ,neste mundo d!e ,peca:do e de milsé-
ria; e sofria iuambém por .ca,usa :d a Justiga e rlo !Seu amor
por 'IlÓS . Seroellbanties sen~rotolS são a consequênd1a, mo-
ra.lmen~ (llecessfuia, do facto .de termos uma inatlll'eza
.lll.Oro.l ibotalmenite oposta a ;roei.o o que se ,euron:tra oo
munfd-o. O aonor, ,a ,sa;n.tkrode, io resipeitú ip.OT iDeus, o a."!lor
pelos homens, tudo se rtorn.a IIl.tllllla fonte iessencial de
sCifri-mento neste mundo. Um •tes1errnunho aotivo faz :sofrer
oexte:ri.orme!nte. Sermt>S co-.herdci't'OS .ooon Crisoto,, .sofr.ermns
com Ble, ser.mos glorificados oom Ele, eis .a ordem ida virla
e da esperança oriistãs. E ,no,te.se •q ue é na ,qt¼l'.lidaide de
possu'irdores d.e rtoda ia Jterança de Deus, em •virtude da :nossa
gloriosa posição e da .nossa panticip•ação ena •vida do p:rop·oo
Cristo que nós wtfiremos. Mas os oofrin:ne.n1-0s não merecem
ser compara.dos à glória iii.l.'tul."<1. que em IJIÓs iliá-de -ser reve-
lada, ipar.que a ariatura :espera e manifestação dos filhos
.de Deus {versos 18-19).
~Virá então a li'b;enação da cr'.i-açã'O; iporque, se inós rof.re-
mos, é ;por wno:r, porque itudo é ,so,fri:mento ern volta de
nós. 1! ,por isso que o -apóstolo desenvohr.e eistre ,p onito de
fonna especial. •É a .nossa 'I'e1ação çom ,a ,cri!ação oq~e nos
amr.ret:a este ,sofrimento, ,poTq:ue a cl'ilação fioou suje:i:ta
à miséria e à ifragí:M!daide... Nós, ~ue ,taJ:n;cx.5 .o E-spirioto,
sabemo.5 que toda a criação SUSij?ira oo ·sieu afustamento de
Deus, ,com-o em itrabailthos, m:a:s 1rornbém em esperança de
nãlO ser COO!dem'Cla :a ali rpermam,erer para lS-em.pr,e. Quando
a glóda puser os ,filhos e,rn ·1-ibei::doa:de, a criatura <também
terá l}>arte nia. lri!ber.dadie ida glória; mas não qX>de iuer ,p a'[lte
na liberdaJde da graça, tP(>l",que esta :liberdade é a:lg,o que
,"Jo..
; ,-
~....
... diz respeito à alma. Nha!s sendo ia iglória o :fruto :do poder
de D...=us r.a:s coisa;$ exteriores, mesmo a criatura será li'ber-
tada da -servidão ,dia O(ITT'Upção, cp.anticipando n,a 1:i.berdaide
da glória-porque não é a vo111'aide ida criartJura ,que a
domina (sob .ie.Ste ponto de wsta, a criattu'a mão item. vo.nrt:ade
nenhuma), mas o :faoto àe a cri01tura estar su:jciita à v,a;id!alde
por icaus•a do que a ,doanma, 4Sfx> é, poc causa ,do lhomem.
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EPISTOLA AOS R011ANOS 187


Ora o Espírito que nos faz :saber que somos filhos e
herodros ,dia glóriia, 1faz-n-0s de igual modo compreenrder
t·o da ~ m?Sétria ida cliaitut1a. Sucede ,que, pelos :n,ossos CO[lJ)OS,
csumios em relação com ,a criatu·ra, ,de sorte que o ~ti-
rnJeil!to Ida sua misiérti.a é em .nós simpa.~..ia. Portamo, nós
mbéun eis.p:e-ramoo a adoipção, isro é, a ,]iiJbenação oo nosso
coripo; porq.~. quanto à ;posse ,d.o p1e:no ;resu,l,t atlo da 1:iber-
,taçã<o, ·é ,cm esperança ,que nós ·somQls •salvos. Assim, espe-
ra.'1ido ,a redt-.m,ç.:'io, uós mesmos sus,pir.a.mos ,e ,sa.beo:nos,
segundo o iEs.pirito e seigu.11do a :nossa ill'O'\'<'l natureza, que
to.da a ,criação suspira. Há, de wn la!t:lo, a inteliigência do
Bspírlro e ois i.i.feictos rla nrart'\.JfreZa <li,wa, e, do outro, pelo
cotT,PO, a ii~zi.o com a cri'ação c-aída (6). Por.tarato aq,ri ra
a:::ção do Espírilto :Santo ,ein.contra o seu Lugax, do m.esmo
modo que llO Seu testen1unJ10, que l!lÓS •somos lfi1hos e
herdeirois let-e ,Deus em Cristto.
N ão é, pois~ só ,a cri.ação qtie suspira, ,como iestan<lo,
oom o nosso :p)eaatlo, escravizad'a à corrupção; ma,s nós
m~smos tarnibém, nós, ,que tem:Ds as ipr.imicias ,do Bsipirito
{que /Deus deu em antooi<p.ação ,do ctunprimeruto das Suais
:promes,s:as nos iúltimos 1dias e que '.!los 1p õe em r-eiação
com o Céu), suspiramos, ie.9per.aJJ1do ,a redenção do oosoo
corpo, \Para tomar rposse :da glória q,u,e JllOS iesitá ;prepara,da.
Mas os nossos suspiros ideoonrem Ido facto de 10 :Ee.pírito
1

Sa'lllto :estar em nós, ,tomar pa:rl'e nas .nrossas peu.as, e \'l!I'


ajudar-110s nas nossas fraquezas. Habitando em oos, '.ime:r-
cedie, no meio ·desta mi.séria, ipor ·suspir-0s q,ue ais ipal,a!Vras
não ,podem ex.pr..mir. O sentimooto do ma.1 que ,nos opr ime
e que n'Os rodeia >está no Jl.:OSSo coração; e ql.l31Il:to mais
tiver.mos a consciênci:a da bênção,, da .Hhendarle ,e ,da glória,
mais s~emos sensíveis oo peso ida miséria que o peca:do

(6) Quão mais perfeitas são as siml)atías de Cristo! Embora Ele fosso
c~poz de -simpatfa cotno sendo verdadciztm1cnte u.ro homem. n!o estava, coruo
noo, ligado, pelo Seu estado, com a criatura caída. Verdadeiro homem, mas
homem nascido do Espírito Santo, Ele sentia os icfrimenlos da criação; en-
quanto nós que, pela fé, nlio estamos na carne, mas sim acima dela, estamos.
não obstante, liaados com ela pelos v~sos de terra que habitamos.
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188 J . N. D.ARBY

introduziu. Não sabemos o que [Pedir como :remédio para


o malJ •mas o nosso ,coração eX'prinJJe o seu afecoo (;pelo
menos 1n a nossa pequenez humana) oomo J eSU!S ~rmüu o
Sieu, junto do túmu1o ,de Lám110. O senrtime:nto q:ue nós
temo,s ão mai não é o egoo'...~ da came, que não :gosta de
OOtfirer; é, sim, a a:reó:çãio rd,o Espíritio.
Vemos aqtú, de m~i,ra in'li!lr.assi olll'M1te, .o q'U:alllto o es-
:pfri:to e a :vm em 1116s se .i,den.1:Ificam na ~rátksa. iDeus
scmid'<i ,os corações- o,s nossos oor.ações; iencou.1rtra oa. afieição
,d,o Espirito, !P()r.gue o p.róprio Es,píritio hnercooe; d:e rorte
que é :o roeu coração, é um:a ·.a.foição ei9.pi.rituaJ, é o JPiLÚJ?'rÍO
ESqJiI•üo que intercelde. Unido como ·e sitou à ic1iatura peilo
conpo e ao Cét.i ,p elo Espírito, o -se'.ll't.iimento que 1Jemho da
in'felicildia,c1e ,d,a criatura não é o ego:í:sano d.a carne, l!IlaS
sim a simpa:tiia do Bspí rúrt:o que é •sem:sível a essa dlesvenit-ura
5egunido iDen:ts.
Que doce e reconfortante ,pensamem.10 este que, q,uiMJJ<lo
Deus -soald-a o coraç~, mesmo quando estamos ca:nrega<los
do semianemo da .miséria ern que o coração '9é move, Deus
encom.1Te -ali, não a oaTne, ma-s sim a afeição do 1fü,pínito,
e que o próprio Esp,f.rito em nós se -ocupe em ,g11aça de
todas 1a:S noss:as fraoque~a!s! ,Que ·a.telll'çã>o, que it-ernu..ra -espe•
ci'al -Deus deve prestar a rtaiis '51.liS:piros!. ..
O Bspírito é, pais, a 1eslle-i.mu'l1110 em nó:s, ,provallldo que
somos filhos ie, portainbo, ,herdei-ros. Ele tcxm.à cpao:ite na
dolorosa e.x:p-~:::&ênciia de ,estai1mos un~dos à CTiação pelos
corpos, e toro:m..iSe em nós a font-e <lcts áf-eotos •q llle ·s e ex-
primem ,p:or suspiros, 1divin,os no s,eu oaráoter, do mesmo
modo que hum!an1,01S,, e que •têm o -valor Ida Sua ,própria
i'fl,ten..--es:são, /Esta ob r a dft graça reaHm-se iem ~a..Tffiooia
com ,a IlOlSJSa ign:o-rância ,e a nossa .fraqueza.. Além •disso,
s.e, depois id e ·t udo,, amda não soubermos o que havemos
de pedir, sabemos, no entaul'to, que tudo oonoort'.e da ,parte
de :Daus pa.Ta 'O n-os:s.o ma'ÍJC>r -bem {verso 28).
Isto admite lll.m ooil:ro ·as!l)eoto da verdiade, ou &eja o
que ([)eus é e o que Deu:s f.a:z por IO.ÓS, fora ide 'IlÓS, ipar,a
nos asseg1.1:11ar toda a bênção. O iEspir.it-o Saa:l!to -é l\lidoa em
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EPlSTOLA AOS ROMAINOS 189

;nós, ,d:á testemUiliho à nossa gloriOSQ posição e aictua em


,s,i,mpatila divina em •l"..Ó:S, 1n1a ·nos,sa 01ctula!l ;posição d-e fra-
queza - neste a:iobre cor:po e nesta maçãio ,s,OJfu:leidora. Ele
toma-Se e fuz ·.d,e J1ÓS a voz ,deste •s,ofr.irment,o jun.ro de \Deus.
~odas e9tas 04)erações :do •B5píri1lo têk.'U lugar \eo:n nós, m:a;s
Deus mantém 'todos ois nossoo privilégioo, i)orque ,está em
Si mesmo. É deste :p,an'tio ,qrue 'tl'a't.'i a última {Parte do oawí-
tu:Io que .aigora .estudamos, ,d,esid,e o 'Vet:00 28 até ao fim.
D'euJs diiis.põe de tudo e.TO favor daqueles q,ue •são dilama•
dos segwndio o Seu ,propósito :determiin<aido, ip,orql\le es~e
~opósii1l0 ~ d o é 1a fonw de troo io bem e de
toda a !6e,Jiciciade em n ós e ipor .n.6'6. 'É por tl•sso ,q.u.e !nesta
hela e ,pi~:eciosa ,oo,nicLUJsão de •to1do o caipfü.1~0, ia lSlan'lificaçáo
e a •v'i.d a em nós •são iOO.Uitidas. O B$pfráoto t:inha llllstruí,do
,as 11Jóssas almas sobre esS;"'5 ipontos no iIJr1ndpio ido capí-
tulo: ,Se 1C,:,ilsto es.tá ,em nós, ,o E!S!pírito é viida; o coopo
está morto. Agora o 1Esp:írito rup,resellll:a os ldes.í.gni,os, os
desiejos, os actos, o actua,r ,do p-róprio D eus q:iar.a nos aben-
çoar ie .as.seg,u,rrur a nolSisa tPOIS'ição - mas 'l.1ão ,são a vida
em mós. A reaJida,die ín.terior da , li!da eS1pi ri•t ual tinha sido
ia/
1

já des,einvo~vida, repito; -aqui enoo,ntr.a,mos ia ,cer.tleza,


segurança, ean vJIJ:"tlU!de do que De1.1s é e 'CitOIS S,eu:s ,die&ígnios.·
De mt~ão ·Deus conhece ,os Seus f!ilíhos. Ele os predestinou
para f\.lillla glória cerita, a:iara 'UllUa iroaI1a1ViJihoisa ibêlnção-q,wa
s•e·rem .oonfonn;es •à Íll'll'a!gem ide Seu Filho! ,EJie ,os ,oh;amio,u, os
ju6tifilCC'U, os gl:o.cificou. Deus fez tudo, e ttijdo é ipe:r.fcit0
e estável como Aquete que as,si.m. o quis e a'Ss:im o reatlirou.
Não ful•ta nernhum clo da ,correnrel Má ,se ie.nco!OJtra -tuidio o
que é JJ!ecessár,io :para unir ·a:s nos•s as almas 'à ,glória, seg'Ultldo
os ;p1anos de \Deus.
Que glória, que posição l)ara umas :pobres crilatura.s,
como são os resgatados, o -serem conformes à i1tJJaigem do
:Próprio Fi<Tho !de Deus! ,EtSJtá ali, com ,e.feii:oo, iO pensairuenito
da •g Daça, não !SÓ ,de 1n01S .aibençoar yor Jesus, Ullil.!S também
de nos abençoar com ,E le. Jesus ,desceu iaté nós, sem rpe-
caidro, em armor e em J ustiça, QJ'aJ.'3. n•os ;a,s,socuair ooillSigo na
alegr.ia do fruto da Sola ,obra gloriosa. O Seu aa:nor quí:s
que nós tivéssemos uana o,orção igual com .E14:!, o ,que os
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190 J. N. DA..~Y

àesígnii.o,s ,do Pai-graças Lhe sejam ,dada..5!-1:imharrn <tam-


bém determina.do.
A CC1I1clusão que ro a;pósrtoi}o tira !d;e 1-odos esres camlimos
-d e Doos_, que a.oaban-...os ,de :rever, é qu,e 111ós 19.a,b,emos qoo
Deus é pOr nós! Glorj,oo,a ,e ,doce condusão, ,q1Ue dá ao
cor-ação .uma paz mefál\'el, -e um •repouso- q,ue depelllde do
poder e da iestaibiHcmdie tde Deus; rum a;,eipouso iao abr1go
<l,e .t oda a inqt.ti:etude aceroa ,dias ,coisai, que :poder.iam per-
tu,rbiar;nos -iporque, se /Deus é ;por nós, quem iserá co.ntna
:nós?! Bste rdeooanso exclui rodo ,o ipetnJSoao:n'eD!tO que haja
'lllD ilimit-e quaJ:quer à id!bero;arde de Oeus. PoTque, Aquele
,que d1eu o Seu ,próprio 1Filho, como LDOS não dará também,
com ·Ele, ,todas as coisais? E ique Deus seja por nós tiTa
•t.ambém todo o -recei'O a•oeroa da n:oissa ,j;usciça ipev.a,rnte
Ele, ou ,d!as oa:ousações que poder.iam ~r tl'iaZà:d.als COOlt'I'a
os s3il'l:tos, como ita.mbém a ~ t o ide tudJas as <lificuk!iades
do Ca:minho. É o ~rópri,o Deus quem .i ustilf.i.ioa: Quem 111os
·coooenlall'á?t Oristo moinreu, fui ress,uscirmdo, :esitá à •clilrei'ba
d!e 1Deus, e mter.cede 4)0r nós. Quem :nos S;e;parará :do Seu
iamoir?! Os ,m;i,m.igos? B!,e os '\-'lellceu! A :al,t,ur,a? Ei,e ,esrtá !O.O
m!lüs Alto ,por nós! A proftmclicLa.de? •EJ,e esitev.e cnas ,pr:ofam-
.dezas dia morte: É a pr,ova ma~ cabal do Sw ;;lllnor. P...s dffi-
CUl:dlatdes? .Nós somos mais quie venc..eidrores -e esisaJS di!fi-
culda.dies ,sã,o a ocasião ,im,ediaua da Imlll.1-ifestação do Seu
.amor ,e da Sua fidetidaidie, tfazendo-noLS sentir onode está
a inoissa pa11te e quia.l é ia nossa forc_m. A pro,iação for,talece
o coração que COl]l.hJece o amor de Cooto, wa 1ceroeza <le
q,ue nada :poderá separar o verd:adciro CJ:1ente do annor
de Deus que está ,e,m Jesus. Tudo ·o mais -é simples «criatura»
e não• saberia nem rpodie.r.ia separar-00s do •aimor de Deus
-do 8llll0r ,de Deus ,que entrou na fraque~ da criia.tm.-a e
,alcançou para lllÓS a vitólia sobre tudo o que ,~e opu.cl.i.a
à SU'a .obra em (lllOSSO fuvor. ;TemDS, J:)Ol."llant.o, ,uma e.'Clpb•s.i-
ção CC1.mipJena da Jilbe-rtação, <l'.a 1'-iber.darle e da ~eg;u;rança
-dos sail1ltos, :em virtuide da graça e <lo podie:r ,di:viioos.
O facto ~ Deus ser -por nós é -dem.onsu·a.d.o de três
maneiras: Ble dá; ELe jooaifica; não ;há separação posisí..,ael!
Duas questões tri.Ulllful.1ites -asta:beleoem o segundo e terceiro
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EP1STOLA. AOS ROMANO S 191


pontos, por(tlre os noosos <OOlraÇÕeS podleriam faci'J,mencte
p ÔJIOS em ,q111estão. As :questões são: Quem OOOlldei:ua:rá?
Q~m :s-epanira?
Com cieit.o, quem cpoderá tCOnclenar, qu.mdo o, wróprio
Deus justiJfica? Não nos é ,dito aq,Já que somos ju,s,tifi.carlos
perante Deus, maJ.S ,sim ,que Deus é por nós. ,A resposta. à
questão: ·•Quem nos seipiaraní?» ienOOI1ctra•se no preciaso
facto de que em tAldo 10 tcpue ~areoeri. a dever ~ r - n06
crele, lll.ÓS ,'1imos, ipeiro, iconitrá.do, .a prova: oo !Seu iaàl)!)r. .Ailnrla
mai~: Seria SlOlllent.e «a criatura» que [Poderia 'tenider a
sepa:rar.in'06, enq~ que o mnor é o am01' de Deus!
O estado ex.periaJ:Jie-.o.:t!al, :descniito neste c:a.1>ítulo, é anais
coa:npl~o ,do '(J:uie ro descrito !llO capituil.o 5. O 0ip6s,tiolo cllego-.1
ali e.--raminando em. p ~ iug;ar, :o.os capít ulos 5 e 7, os
e.,cercícios de wna alma qrue a,p11endc o q.ue ela ê em s,i
me.sma, sob a acção dia ~ei, e o q,it~ (SÍJgnlÍ.füca ,ser morto
com Cristo, viver ipoT El'e e ser ~soci8d o Q'.l!D. :BJe. Chega,
enfim, ao capítulo ooano iestaa1Jdo em Crüsrto perante Deu's,
IJJa ,certeza de ,que Deus é JPOr nós. T.o.dav'iJa, o capítulo 5
apresenta -nos mais :porme noriza. d~ ,a >Simples graça
de Deus, o que iEle é oo Sua própt'.i:.a .naw.reza e :nos Seus
penSOlm't mtos acima d.o pecado e ipam com o tp:eoa1do. No
capít:ulo 8 a posição do Orisitão oom Deus é ma:i.s cabaJ.me nte
deronvol vida, mas 1l0 c:a:pitulo 5 eDCOntram.os l!D0Lis porme-
:norizaoome.nire o .q~ tDeuis é 1Slim'.P1le$1D.eD!tie em graça, ra1s.sârm
conheci.d o 4?ela obra d.e Cri.soo. No capfln.tlo, 8 é mafus desen-
volvida a nossa posição em Cristo qi,erarrte q)eug_ E nós
possuímo s ao mesmo :rempo estas <lua'S ;p.11e01osas war.tes!

CAPlTULO 9

Res tava a.o 0:pósto"lo uma questão !importa.n'1le a t-ra~:


Como é que a salvação comum do J.udeu e do Gentio,
trartan,do-os ,a ambos oom:o estando de i,gUJal moo:o a.fasta-
dos ,de Deus, e oomo a doutrilnia .de que não ihá <li:ferença
:o:eDlh.uma entre eles se coniai:l:ia com as promess as especiais
feiitas aos Judeus. & proV"àS que .o apóstolo itima dado
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192 J. N. DARB'i'

da culpa1bfüdade ,clio-s Judeus :não d:iziam res,pcifu às ,p romJe.S-


sias de um Deus aibs-alutamenJ!Je f.ii.el. Iria ia.gora o aipóstolo
declarar que essas promieSS!3!S eram antw.a:das 4Jaira daren.1
lugar à .b ênção dos GeDltios?! Se já não fuLtava quem
atcwsasse o apóstolo de ter .desiprezado a sUJa :nação e os
seus [)civiMigios! Os capítu1os 9 a 11 irespcmdem a es.ta
qu,eistão e mo\Sto::am, com rama .ie a:chniráiv.el ~çã:o, ra
posição d!e Israel íJ:1er.am'lle Deus e o ;Bva:rugellio, 0;bni:JJdo
assi.o:n, iao mesmo tem,po e :liartg81IIIDil1l!e, a ;porta à oom-
preemsã,o dos icaimi:Ilihos de (i)eu,s.
O a!l)Ó'Stc,lo começta por :afuma:r o 100tt ;pro'liul!ld:o .iinreresse
pela bênção d e Is.mel: O es.ta:dío ,dio seu ipovo era, ipar.a ele,
causa die contínua dc.r. Longe ,de d:es:p1-eza:r os Iisraelitais,
tin:ha~()S amado tanto co.mo Moisés os -anna:ra. Como ele,
Paulo tiinha dlesej.ado ser, po,r a'Itátema, -seç,airado de Cr!isro
poa- runor idoeles {',.,-ers-cs 1-3; e ver :Ê.x.odo 32:32). Paulo re-
conhece 'bem ,que '~odos os :privilégios cuncecJ.i<los ,po~ Deus
aiié ,antão Tues pe:r::tenchnm., =iais nãio admite que a Paila-vra
de Deus temna sido iamqui1ada (,versos 4-ó), 1e idle:senvolve
algll!mas :pro'Vlas ,d:a ilhar.e sober.am.a de iDeus, !Siegu,.,do a
quaJ, .sem (Pcr.ieju<li.car as ip:rom.essa•s feitas c.:tos Jooeu:s, Deus
pode a:dmii.tir os Gentios pela eleição da ,graça.
Em (Pr.imeiro lugar 10 iaa)ó:stolo expõe q,uie a rverda.dle da
sobenm1a <loe Deus foi ,dleu:nonst:rnda no .sei.o ida família ,de
Abraão. Os Ju<leus ,ail,eig:avam os :seus ,cliire.itos ~i<vos
como ,desoend.eiutes, S/6guudo a 'Clame, -desse ipatl"iia:rica, ao
qUlal as promessrus tim:ham ,sido fei:tas. Ma'S nem ,todos os
que ,são ,de J:srael são E•,1raeliittas. Nem ,por sereo:n desicen-
dênci.a de Ahraão eram todos seus filhos; iporqu e, ;o:esise
caso, Ismael devia ter sildo reoebid,o. Ora os J~deiuis de
modo nenhum o en11enidiam assim. Mais l])eus é plenarnen.te
sCibe:r.anro! Ter-se-m rpodi<lo aJieg;ar o fu.oto ,de Ag-ar ser 'llfilJ.a
esCJ:1ava, ma,s o caso Ide ,Esaú exdtufa es,t>a escapatória; Umia
mesma mãe, Rebeca, tlofua ti.oo ,dois lfil:hcs ide u.m só pai;
e Deus 1-inllha esoolhliJdo um, Jacob e 11eje-i,tado o outro,
Esa'lÍ. Era, rpofa, sob o !Pr.ial:cipio ~ Sua OO'berama e de
eleição que Deus tinlha ,dleciilirlo ,ohaunaor w:na IS)6ITlellrlle da
fumíliia d.e 1-saqwe; e, oamda antes de Esaú e Jaco!b terem
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EPlSTOl A AOS R()l\1AN-OS 193

na:sci4o, já Deus 'tic.iha doolamdo , ~ela boca do prof:etia,


que o ma·i s ~1'110 ·s.eria ~rv-o <:lo 'lJl.:ais novo. ·E:r.a precilso-,
~oi:s, que os Judeus adan<iltissem, sobre este rponto, a -so~
_var,ia. <le Deus.
Havia injustiça da :parte ide ,Deus? (verso 14). i[).eus anUDr
eia claxamoo:te a Moi-Slés a Sua ,soberani a .como ip.ai:n.cip·~o:
É o primeuro de todos os direitos. Ma:s em •que caso Deus
tinha ex-erórlo esse direito? Num caso em 1que se tratava
do diirerro de Is.nael à b&nçã.o, d.i•re-ito .de que os J<udteu:s pro-
curaV'am tirar par!lido. Todo 'O Israel dever.ia <ter sido supri-
mido, 15e iDeus t:ive9Se iagiido em Justiça. Só ia soberani a
de De.is tinha 1Sido o •meio .de I:sriael escan:rax: !DeU!S retüiara-
-Se da Sua soherani a;parapo upa,rque mEJ;e queria - e assim
tinha §JOUparlo Israel. A Sua Jiutst>iça devia ' t e r ~ . to-
dos jun~LOS, 0:err.eJes que se ienoonta:!a'l.'0!lll w1 voõlta do bezerro
,d;e ou-ro, que clcs tinharm feito ,pa.ra ,o ad:Clr.airff ll. «A:;si.m, [)Ois,
:não rdepende de quem quer, ou de ,quem corre, mas sim de
usar •D eus :a :Sua m~sericór.dia» (v:er:so 16). Eis, ipO'is, aqui
a ,miser.icórdiia! ...
P.elo que coo.cerne ao julgannento, Faraó ~erve iperfe1ta-
moo1le de e~emplo. Inimigo de •Deus e .do Seu ipO".•o, tmha
,tm'ta,do .com desprezo os direitos de Deus e timlha-se s,ob,re-
Imioeira elevado CCU1tra Ele: «Quem é o SB..·1',fflOR ;para
que EU füe ouça a •VO-L: ••• -Não deixarei sair I-sre.el» (E.xodo
5:2). O Sclllhor sel."Vle-'.Se de Fa-r:aó, nestie seu es<ta.dY-> d:e rebe-
lião e ldc orgulho :piara dar iUll1 ~e.m!l)lo da ira e do juJ;ga-
mento div'1'110S; die sorte ,q ue Ele «Tem rni.sericó:rdi,a de
quem que-r, e também enidiurece a quem iLhe ia.pr,az» {verso
18). ;Mas o homem quei.x.a.se deste julgru:nanto d.o mesmo
rnocfu que s.e queixa da gr.aça q ue justifica gra.tn.aitanren.te.
Se qu.iserm.os fal.aa- rd,e ,direíttos, é [le:cessário compara r
os direit,cs de Deus com os da criatura ,que ipecou CO"J.1Jti-a
Ele. Como ousa o homem foito de argila, discutir cem
Deus?! O oleiro tem pleno poder sob-re o barro rp.am fuzer
da mesma massa o que lhe aqY.r.Ouver. Nim.guém pod~.rá
ddrer a Deus: «O qite é isso .que )fazes»? A soberani a de
Deus é o t>rimeiro dos direi:t<JS, -o fundame nto de todos
eles, o lfunid.aro.1ecr:t,t o <!e ~:oda la anor.ahdad~. Se :Deus não
13
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194 J . N. DARBY

fosse DEUS, o que serí.a :Ele?! O !FU!lldame:oto 1dJa queSltão


é: ~ -Deus quí!m julga o homem, ,ou o ihca:nem quem julga
a Deus?! Deus ,pode fuzer o que 'Ele quis:er. Deus nã:o é
obj•eot,o ide jull.gamento - ei:s iO Seu 1d-h:e.i:to! Mas q.uanélio,
de .facvo, o iarpóstoilio [)I~õe os ,dio~s ica&ois - o ,dia lira e Q
da graça- ele os -ap11esent;a 12;00:n:tp•a'!ma,d'Os de uma grande
paâência ![Iara com aquele que já está inteira.marute ip.repa-
11a'do para a -destn.uição, para ,d!ar, ero.f.im, 1aoo homens um
exernp1o ,dia Su:a ü1a TIJa exeioução ,cro Seu jwgameruto.
,E m seguida •Paulo :fuz.itrors ver Deus ,ckmdo a con:heoer
as riquezas da Su:a glóri<a tros ,va:.:;,os de lllrisie:dcórdrlia que
Efo tem d)re.parad:os paro a glória. Est;es três rprincLpios 'São
aqui 1estrabelecido:s oom maravilhosa ,ex.aatidão, a saber:
Que Deus t,em ipilreno pode,r para faz,er 11ludo o ;q_ue Lhe
a:i,r,az e ni:nguém tem ll!a.<i:a a .di2)er; ·em segumrlo i1uia:r, ,que
Deu's irsa ,de uan suporte moo-a,tilhoso ,para ooon os mail-
feitores, dolnt na os rqu.a'i!S, Jfi:uafurnen'te, a Sua titr1a se mani•
fest.,; e cntri.m qu,e Deus 1demoo:str.a 'a Sua ,glória u:ros vasos
que Ele mesmo p1,erparo1U, por rrúsericórrdi:a, para. a ·g lória,
e que :E le ,chamou, quer de •entre os Judeus quei· de entre
os Gcn1ti'Os, -ccarlo1'11lle foi anUlloiado por Osé:i:ais.
A doutnina e.stwbeleoida é, ,pois, a <lia. ·soberania d!e Deus,
doutrina .que ooula ·a s ,pretensões do,s Ji11clie1.1s ·ao gozo ex-
clusi v.o de todas as priomessais. Estas iprellettlsões erram
fundadas ,no ,acto ide eles da.c:ioem,cleIX,'>JJl tlie Abraão; mas dre
entre esses .desceoo.eni~es, 1D1u1tros, :pelo -exercido dia sobe-
rania ,c;l,e Deus, ,.tiililiam sildo excluídos <l!o,s pvw.iITégios J:i,ga-
dr.ts à :Pmmessa. fl,f a,s não iliora soenão o exeixicio desta
soberania qu:e, lp'Or o'Ca!Sião ',d!o bezerr.o de 'Ouro, iPOUQ:>a:ra
aqueles que petencli!am ter ICliireitu,'às ,promessas, ,oomú .sendo
:d>esciend!entes ,de Ab.raãio. Eva pr.ecis.o, ,pois, que o Judeu
reconlheres:se esta s,oibemnia ou que .admiJtiisse ,de rploeno
diTei:to os Ldiumeus do me~mo modo que os Ismaelitas ao
gm,o ,d·as ,promessas e J.1e01Unlciasse ele pl'óprio aos seus
privilégios, à e..-.ceipção, 'tlai!'Vez, <tias lfamí:Jías de Morisé.s e
de Josué. Mas, sen•do tal 1a soberacia de Deus, Ele queria
agora e_'(Crcê-la em favor ,dos Gentios, do ~....Sll'l'.liO ,modo
q ue ,dos fodieus. Por :i.ss,o Ele cllama que.n.1 <Ele quer.
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EPISTOLA AOS RQ.\1ANOS 195


Se exiau1iu1armos cu:i:d-aidos:aimente iaJS citações de O.séas,
q,ue são fuita!s .aqui, veremos que iPedro, que ,só ie.screve
aas J,u d,em, com.lV'ertidlos, dr.a ia,µena-s a 11)13.S:sa-gean que se
lê no fim <dio 1oop:í;tulio 2, oode •Lo-Amm:i e Lo-Riukhannia ivêm
a :ser Acrn:mi e Rukll:iao.na. {Ou seja: Corn.patlex:ei~ da
Des,fiavoreo.ida; e ia Não-Mell,P,cwo dd-reí: Tu és io meu povo ...
N. do 1'.). Ma-s fuulo ref.er.e oo-rnbém o que n:rOJS é ,di>to no
fim tio ca.píítudô primeiro: «No augar em •qu\e ilhes foi dilt.o:
Vós não sois rnw !POV:O, ,a({ elies ·s erão chamaidos» - não
meu povo, mas: «Fhlihos ,oo Deus vl1vo». É ·.esta últi:rna pas-
sagem t]:u:e •Paiulo aplica aos Genti1os, oha..'Iliados ipela graça.
De resto, orntras pasis~oeil!s .dos prolfieuas COOO'!'IDMn a.m-
plaunenf!Je o julga.menm qUle o lalpÕS'tolo, q,elo Bs(Pín:ito, traz
sobre os Judeus. Isaías .declara to:rmialmoote iqu:e, ~ Deus
lthes não tivesse deixado um pe,quiemo Toemam.esoeal!te, ienes
-te:dam sido como Sodloona e Ooouoo::ra. Soiilll':.nJte IUflll pequeno
R!emane;cente ;seri'a isalvo, ipor mui.to mlffiieroso ,que fosse
o [PO'ITO, :porque -Deus fada ium processo abreviado sobre
a Tel'r'a, :para o julgamenro. E reis .o julgamento mOít'al que
o Espírú.to .t raz já sabre ,o ,estado Têlaitrl.,vo do.s J<udeus e dx:is
G.errti.os: Os Gentios t 1.ill!h8Un obtido a füstiça ,que não tlinlham
procurado, T:inham-:n:a obt<ido ,peüa, fé. •E ls1ool, procuran1do
obter ,a Justiça :pelo cumprilmento ,die 'lllI'Jl:a •l ei, :n.ão o <tlin:lla
consegui do. Porquê? Porque ieles ;p:r,oCll'I'.:Wam a Justiça,
não· :pelia tfê, m(2:S ;p;or 10b-ms dia 1foi.. E .fuJlb.'am !tro;peçaido
n:a p:edm dle t ropeço, oomo está escr1ilo: '(ÓEiis que eu ~O'l'il10
em Sião uma pedra :de tropeço, e uma r-0cha de escândalo;
e tod,o aquele que crer oola não será co1l'fiunctido» (ver.s:o 33.)

CAPíTULO 10

Tendo •arbordarlo .este assunto, o apootolo, quie 0lillil'Va


,pr10fun:damente ,a srna nação, OOlllO IPOOO die ,Deus, derrama
o s:eu ,coração, expondo a doutrina qu:e a esoandaLlzava. O
seu desejo, o ·a11,,o dais ialieições ,do sieu 1ooração era a sal-
vação d.e !'Sr1a<el. Objiectos dos seus •a foctos, os J•..1tleus são
vl:s.tos ,por re}e como tendo z<"!Jio :poo:- D,eus, e1mho1:a isern
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196 J . N. DARBY

entendruroento do q,ue é divino. Ignorando a Justiça <le Deus,


,procuravam, no seu zet1'0, 'e.smbeloecer a gu,a ~r~ri:a justiça,
lll.âo :se ~ul>mertenclo à J'lll&tiça ,de Dews; «furque o fim da
1ei é Cristo, ;para Justiça de •t odo aque.lie q_ue .:,-rê» {verso 4).
No ·e ntanto o iapóstolo ,expõe cl:ar.amen:te e com fi.r.rneza
a sua doutrina. E•le oouncia-a, IPOT seu fado, mas o Livro
de Deu-teronómio vi,rá fonn,e,oor-lhe uma pro1Va irrespe.ra.da
do 'Prindpio que cle e~põe. P.mtlo cita uma ipas,siagem deste
Livro, que tra-ta da :questão do estad!o de Is.raie! para o
telIIJJ)'O em que Isrr.a,e,I tivesse 'llioliado .a lei ,e iexn ,que tivesse
soifrido as consequêJ:llcias diessa 1riolação. «As cois:as oo,
oobertas», ,diz o lle.gislador, «são para o Serill:mr !11-0\SOO Deus;
e ,ais co~s;as reveladas» .são para o povo ~Deuteronómio 29:29).
O sentido Ides.ta passia:gem é este: A le'i era dada clM:a e
positivamem te como cooili.ção <lia aílegriia ,das bênçãos; o
que Deus furia em ,graça 1Scibe:rana, qua;ndo I s11a-eJ. es.tivesse
s.ob as CO!ll'Sequências 1dla Vlio1iação <liesisa lei, ficava :no se-
gredo ,da Sua 'V,()i!lltade suprema. No e:n.ta:n.to, a este .respeito
a ,passagem l'e<\lle.Ia distintamente il.1illl o:uttro princípio:
Quando o 'CWltprimento <la lei se tornias-se impossíVlel e,
;pO'r -a -ter violado, Isra.el ti'Vle6:sie sido já ~ulso do ~u
país, ,rentão, •se o >e01,ação ,d,o (P()'l'O IS!e tornasse pru.-a Deus
nesse país ,distar.ite, Deus iaceitá-lc-ia. Em o Hm dia kli carmo
condlçã,o de relação <:Gim Deus : l5raeil, segumido o C31Pítufo
30 ,d,e ·Deuteronómio, que •a:gor.a ,consi,drer.am.os, era expulso
da sua terra, era <:Lo,,;A,mmi», já não e;r:a o povo ,de Deus.
Não obstante, o , t~stemun!ho d~ ,Deus a:l!o,da se lhe dirige:
Podia 'VOhaa--'5e :pa,ra -De-1.1!s em ,oopírito e rpe[a rfé. Nieslle
caso, ,a :sua relação oom Deus já não era m base cisa lci,
mas sim na :base da fé. Ma:s - ,diz o apósitôlo - é Cr.sito
o cbjecto ,desit:a fé, do mesmo modo com:o é o fim .da lei.
Nenhtm.1 J1Udeu ousa-ria negar que o Messi:as fosse o objecto
de 'espea-a.--iça de todo o veJ.idoociro Israelita, qulMl.do, de
outro modo·, toda a .es.piaremça estivesse 1:Je'lldioo :par.a o
poV'O.
A ipassa:gem <le Deuteronómi:o, citadill pelo apósroJ!o,
aplica-se, .pois, .c!irecta-menrt:e a,o estado :de Israel no tempo
em que o apóstolo escr.eveu. Moisés, tendo teiWillado ,tudo
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RPfST.OL A AOS ROMANO S 197


o ,que se refere às relações ·de Israel coon Deus, segun;do a
lei, ainuncia ootms pla.n!os de iDeus e põe 'SObI1e eLes o prin.-
dpio do re~orno do co'I1açã:o do povo a Deus, qu3illdo '111100
üvesse -acabado a respeito da Jei, e 161:'ael estivesse num
lugar onde l he fosse impossível CllIDipiir, í.s.to 'é, iil.O cait'i·
'Vciro, en1re o.s Gentios. Esta 1pa,s·sa;gern ,te.an um ~1cance
notável no racioc:Íiill'O do apóstolo , e a sua dilação é uma
prova e,ctraottdinária de que o ,Espírito SléllllltO .actua DOIS
seus racio.cí1úos. ~ o a.pósto:Jo que aipresentta ,a Criisto; ma•s
a combinação rda:s ,vercta:àes d.as <liversas ipO'Sições de Israel,
1

da lei e do regresso d\:> coração do !POVO a Deus, quando


est1,wa ;p.er<lid:o sob a JJei; iesta ,combina ção tdie ,que Crisl!lo ~
e .só Ele '}J'Od.eria ser a, -pedra angular, mostra, IllG após tolo,
uma vi'Stia :de oonjtm't.O dos cainin'ho s -de •Deuõ, que -só o
Espír.ilt>o S>aiuto p.Oitloe dar e ,que, evildern.1:en1e>o1:e, exprime
os Seus pc[l'samen:tos (ver o fü1m :do capitulo 29 e o capítulo
30 de iDeureron ómio).
:PO'rtrulto, a -palaivra de fé (que ,a ipa.~agem d1e Deute-
ron:iómio tin1ha IDlOStrado rer a esperanç a ,ct,e ·Iisirael) é ,a.g_uela
que o ~póstolo <anuncia, a -sa:ber: «.Se CC1m 0. rua booa con-
fessares ao .Senhor Jesus e em teu coração creres que
Deus o ire.ssusciro'l.1 &is mQl!ltos, :serás salV!o» {viérso 9).
Preciosia ,afirmaçã o :0S11:a! Afi!rmaçã o s.imples e posiltJi.va,
ia:poiada, se .necessárüo, ,pelo testemm lho do Aintigo Testia-
mento: «Todo aiquele que 1t1':Ele crer não r.s>e:rá confunldido».
As pailavras «coração» e 1«1boo.:'\» ,dos Versbs 9 ie 10 estão
em con-traste «>m a lei. ,No ,-caso sllp(}sto q:,ela ~assa.,.aem
de Detureronómi.o, Isra~ não podia oomprir la lei: mas a
P,a!avra do seu 'Deus- diz últf.oisés -podJia iesta1J.· no roriação
e na boca .de Israel. :A,ssi:m agora, ;ta111to paaa o Ju-deu como
para todos os que nã.o 6ão Jurleu:s, a fé cd:o comção é o
único mero <l,e nos ~rox-ima.run()S ide \Deus.
Not-e-se q'Uc o aipóstl61o n ão diz iaqui: ~se .tu amas do
coraçã-o», ou: «Se o teu. coração é aquilo que ®Ver.ra 5er
paxa Oews»., ma'S sim: «Se tu crês no .t eu ooração». Um
homem crê ,de coração :quando ·crê 'f.ea:tmenite de 11.nn cora-
ção que verdadei ramente se ui,re,ressa ipor algo: .&,ta!Jldo
os seus aifectos emp1:mha dos n;a vevdacte, •ele deseja, quando
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198 J. N. DARBY

se trata dia g:mça, que -aq1.rill!o ,qrire lli'e é ,dli.to ISleja :a voodade.
De.seja essa coisa, e, aio mesmo tempo, não dml.i!da que ela
seja ver.da<l.eira. Não é pero ,faicto :d:,e ele ter pair.tie <nel.0. que
crê, nms ·c rê 1110 próprio objecbo, crê IIla 'Ve'Ildia:de tacerca
do .que lhe é 1dito, .dando-lhe particul~r IÍ!Olteressie, ponque
esse ob>j.ecto tem muita importância prura rale.
Não é do estado dos a,fe:cros Ido homem .(questão, aliás,
muãto importante no seu devido lugar) ,que se ma:ta aqui,
mas isim da ·importâo.Jldia e ,da veroaide ,dro que é apreseutruclo
ao !homem peda P.alaivra ide IJ)eus; tr.ata-se dia ,sua, ~ r -
tância para o próprio 'hOllllem, ·,que sente ter lll1~"Mda,d!e
del:a (para a sua s1aJ.rvação - salvação de que ele item cons-
ciência ,de ter !llfeoessidaid1e e da qual aião .poidie,ria ípres-
Lilldir; ·trata-se de uma \\o-erdade ~<e ,que o bOIIllem está
seguro, ,como fwldianido-se sobre -um testernuriho <l:o próp,rio
Deus. !Deus afirma a esit.e homem q_ue a salvação l.Jhe ,p er-
tenre, ,nras l!lão é isto que cle é <:haan-a,do a crer como 01bj.e:CJ1.o
da sua :fé: S o q,ue ,D eus 'afirma a todo ,aquele ,que rerê. De
resto, esita fé de que ,o ~pósttolo fala, nminlill.'estia-'.Sle in,a :prova
que ela dá ,da :sua -sinceridade, •pel'a oon1füc;são do Nome de
Crtsto. Se alguém ,está oonivencitlo d:e que Jesus é o Cristo
e ·recusa coirufessá-Io, a oo:111licção .que ele tJam desta ,v-eirdade
será, eviderutemente, a sua m•mO'l· condenação. 11\ ifé ,d,o ,cor.a-
ção produz a collllfii.tssão or.al-e a cooti:ssão orail é a IOOill!tr.a-
proiva da s.imreridade ,da tfé. Bsta confissão -é o testiemunho
que Deus !Pede em p.rirrnaíro •lugar. Prestá-la, é tocar trom-
beta no país em face <lo inünigo (Números 10) é dizier que
Cristo venceu e que, d.e direi.to, Llie ,pertleo.u:::em todas as
coisas. Esta confissão fuz mtie!'V.i.r '.Deus em res.posita ao
Nome de JeSlltS, Não é <isto ,que dá a justiça, mas é ~
cer puibHcamen.te a Cristo e dar :assô.m uma exip,ressão à fé
pela ,qual temos pane na Justiça de ,Deius, .de sorte que se
poS'sa ,cli.z er de nós: t(A/quele crê em Jesus ,para salvação;
ele tem a fé ;que justifica».
Entrei aqui n.allgum par:rneil!OJ'."es, ,potrque o isentido ;dJa
exp~são «crer de coração» ·é wn iJOntlo soblfe o qrual o
espírilbo do homem se coãlfunide-e oornfunde-se tanto mais
quanto ele for sincero, ieim.bora as suas tdifi.c:ul<latles pro-
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EPISTOLA AOS ROtliL<\lNOS 199

veniham de um resto de increduHdade .e d!e justiça própria.


:e impos,sível que 'Ulllla alma, uma v--ez iciiesperta, não sm.ria
a ;n;ooessiidatcle d'e iter os 6e"i.a5 ia-feooos :regrarlús e volmidos
para Deus; e se não se s11.~bmete à Justiça .de Deus, !Procura
fazer depender o fa'VIO'l' de ,Deus ,do esitado do,s :seus ipróprios
a:fectos, ao passo que Deus nos ama ,quando illÓS :não somos
senão pecadores. O estado das nossos arectos é da maior
importânciJa, mas isro ,supõe uma -r elação que :suib'si>st~ já
e 1segumo :a qual nós amamos. Tamb'ém ama;mos, iporque
so,mCIS am:a:dros .por Deus. ·E este amor -de IDe,trs já ,tiez algo,
e lfê..J.o s,egundo as oossas Il(eoossi!da.d~..s e segt'l!llldo a Sua
glóii:a: Deu Jesus-e Jesus reakizou o qu;e era preciso para
que '1lÓS particilpássemos <la Justiça !div.i:na. As.sim, este rumor
coroe.ou numa oerta realção ide :filho e de ~ j:usti.ãcada
diia.nte de Deus, re~o a pel.t'fuição da obra de Cristo,
,aquele que, ['ecomihecero;do ,que é um ip.ecador (Per<l!iiclo, crê
am. Jesus. A uma ta!! 'ailma ipe.rt:enoe a ,sa1'v.ação, regt.JnOO
a ded.airação ido ;próiPrio Deus. Amadia oom 'l1!ll1 tiai1 8Jm0r,
salva ipor uma tal ,graga, gozando de Q.lllll >tal favor, ela
cuhi,va ·afedt<XS que OOIWêm ao rlom :de Jesus e a.o• conhe-
cimento que ela tem dlEl,e e da Sua bon.dooe. A11ém d'Í!s-so,
é ev1d.ente ·que, se é a «!lodo 1aquele que ,crê)> em Jesus
que pertence a bênção, o Gentio :tem par.te :ruesta b&nçã-0,
.tal ,como o J.ud~u: «Porqual!'lto não há diferenç;a ,entre JiUdeu
e Grego; ,porque um me..<,mo, é io Senhor td,e .todos, rico para
com 'tOidos os que o :invocam» (vers,o 12). ;É •bOiID enoonl!rar-
mos aqui •esta fórmula.: «Não \há idtforen9a alguau;a». O aipós-
t-olo servi,u-se ,dela, ca.'pftulo 3:22, 12:crescentando: <{porque
todos pecaram». ü ;pcca:do (PÔe todo.s ,o,s hoontms 01'0 niesmo
illfvel 4).i?J.'!aillte 1Deus; mas, quanto à bên:çáo, bambóm «não !há
diferença», '.Porque todo aquele que .i.nwcar o nome do
Senih'or :será salvo» (vers-o 13).
O <ap6s.to1'o funda <um outro :raoio:eínLo sob-re esta decla-
ração, justifüoan1do assim, tpor meio dda, os camimos de
Deus, cu.mpridos :no •s eu nti!Jliisté:ri.o. .A:s Escrimras dos J!u,
deus :declaram que todo aquele que inrvocar o nome do
Senhor será :Salvo. Ora os Judeus -reoonheciam e ·sabfa,m
bem ique os Gen.tios •não conheciam o Ncme ,,fo íD.eus vi·vo
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200 J . N. DARBY

e verdade.iro. Em prec-i,so, pars, ia:nundar-lhe.s esse Nome,


:p.ara q,u:e elles O mv.ocassem. Pm isso está •esotl,l::o: «Quão
form.osios .são ·o s pés dos que :anunciam a ;paz» {rerso 15).
Tl".altiain;ci:o destas çcisa,s com os J,ud,eus, ·Paulo apoia-se
nrutura1men;te na !autoridade <lias suais piróipt1a'> Escmuras;
mas .aplfoa, :tanto ao J1.l(}eu roomo ao Gentio, o principio
de evan,geM.zação an'llllCiaJjo ua bela passagem que cita!...
Com efeL-ro, não é ,n,a :lei ,que o Ju,d,eu encoaJ.Jtra a sua
rcafüação, (P@que a lei não fui a pwbl11cação Ide il.ttna Boa
Nova. A f\im '<le mostrar que I~-r-ael ,uia:fu.a ,sidl() ia:ssim e\o'Ml-
ge11izaido, ,e ,dle m-0st:rar a ioorOOJUi1idad.e :desse ,povo, o após-
tolo dita Isa.iiatS que icreclam q:uc fui numa pneigação, numa
ver.dade ,publicamente laJJJunciada, ;que Israel :não ,creu; de
modo ,que era rp11ecis:o ia ;fé muna vevd.ade assim !l)'l'ega.da,
a fé ,na (p.a.1~VJ:la de 1Deus, assim .anund,aid;a.
O verso 18 apresel'tt:a :algum.a ,di,fii.·01.ild,a;de. É cer>to que o
a:póstolo .quer fazer ,compreooider que esta ipub.licação da
verdade da :Parte -de [)eus, 1die que de fula, já tiloiha :ti!do lugar:
Isnael não tinha <lescwpa, iporiq,ue o 0011ih-eoin1Je3:l!to dela se
t.m:la eEpandido por toda a :par:re; e aos ipaílavras que :a,nuin,.
ci.ava.m .a iDeus ctilnham .clhegado aos <C<mi.91tl$ da Ten,a. Os
próprioo Gentios as •tiil:tlhaim ou•vido ·em ~ooo
,o 1ugar. Isto
,é evidente. Mas serve-se o 1a1póstolio -som'€1Il1tle das pa,laivros
{que, aia dtad;a passagem, se ,apll.'ic.am ,ao ttestemunho da
crfação), ou iquererá ele ,fular do :t:~gtemunho da própria
,natureza? .Por mim, creio que ele aipliica, essa ~agem <lio
Salmo 19 para :mostrar que !Deus, !nos Seus tesitennmiblOS,
tmb!a os Gentios em vis.tra; .que quer .s:ugerir a-os Judeus,
;po:r uma dtação das •S<Uas própria,s E-scri'ruras, ,que não
'Somente !êlies, os Jm:laus, iO'll'W.mm, m.as ,q ue o 1teslfelm..1ll.liho
foi d:ado a 1.c onhecer por to,da a ,par.:lte ,e ique <iss.."'> es.1ava nos
,p ensamentos ,de Deus. O ·aa>()soolo não dta ,a passagem como
uma iprof.ecia ·au1undm.1dio o que eswvia a ter :l.;u;gar no
momento em que ele d:allaV1a; !Serve-se das pal,a,vms contidas
no &alo.no apara ,demoin'&trar que esse 1t-es•ten11.mho 'Ulllivers,al
estava :rros desígnios <le !Deus, fosse quaiJ. fosse o llll'.eio
eilllPr,egado par.a o OOllJCretn.zar. E to:rnam.do ·o a-s1S1.IDro mais
p reciso para o Judeu, o aipósitolo aoresoenta: «Po.rveature
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EPIST OLA AOS ROMA:NOS 201 •


I:srael não io !soube?» (verso 19). Não fui ele .adventioo desta
extens ão do te&tem .U!Dho aos Gertti:os. destJa procla mação
d:a
g:r,aça que J,hes fO!i. rei.ta, da .recepç ão ,d:o :teste:m
uroho por
eles, :test.emUll!ho cujo ~rei:to seria 1pô-do.s em relaçã
o com
Deus? Sim, Moiisés tinha já idito que Deus provoo aria
o
Seu pov.o aos ciúme s por uma filação sem con.hec
Ím!eo:lito; e
Isaías itinha lfu.l:ad() ou&aJdam.an-..e, d.'i:X:lara11J1do fu:nma l.mente
que l])eus seria ,encoo trado ipor wna 10ação iqtre O não
procu rava; ~ a !snael que Deus ,linha todo o doi.
a
es:te11tdido as Suas mãos .pana llJ!lll iIJOViO írebe1d'je
e oantra -
dizen.te -n'lllil la pala-..ra: Que os Gea:i.tios enront rariaim Deus
e qu,:e Is:nael Lhe seri:a rebe1d e.
Assim, o teslten:vun.bo \PI"estado à posiçã o rela:tiva dos
Judeu s e dos Gea'tios, ernJbo,ria o iarpós,t,olo o albord c dlO<X
e gl"".t.dua:Lín•e.nte, ,é •diis:tin-to e diorm!éll: Os ve,rrt,ios
:recebi dos
- Israel em !inimizade.
A es<.tJe respcit.o, a :questão s.urge rl:J.Diedoira'm!lllen-te: «Por-
v.entma rejeito u Deus o Seu ipovo?» ,É a esta ,questã o
que
o oapíru lo 11 dá orespos·ta.

CAPtT ULO 11

O :a.póstolo dá 'três ;provas ,de ·que Iasrael ~ão é rejeita do:


1.• -Mos tra, em !PI"in:neiro lugar, que -ele ipróprio é um
Israefü a; que rhá wn Remanes.cente, ,que 'Deus resel"V
O'U,
como n os dialS de Elias, Remanesceo<te cuja eX!LSitência
é
um tprova do -fiavo•r icoosta nte <lo SENH OR, e do interes
se
que Ele item pelo Seu povo, mesm o quand o es:te
é :infiel.
Qua.."lido o mais fiel ,e o m:ais eruérg ko <los ifill:hos tde Israel
não 'ealooo trava nin~é m que r.econ.11feoesse ia Deus, além
dele mesm o, Deus conil:iecia sete ,mil homen s que não tirnfuam
dobr ado o j:oelllo diainte ,dre Ba:ait;
2. 0 - O iapósflo!o estabt lece que o chama mem6 dos Gen-
tios, em sul>stril!uição ,de Israel, :não era uma rejeiçã
o
<lefiniti-va do povo ims :desí~ ios ide Deus, IPOTque D eus
tinha .chama do iOS Gen'ti-os !Para ,provo car ciúme a Is.mel,
e não, 1POr oonseg uinte, com o fim ,de ·o i:ejew ~;
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202 J. N. DARBY

3.• - O :apóstolo •refere se ao facto de que o Senhor sa:iria


0

de Sião e desvia,1i.a de Jarolb as miquid!adoes.

O que tdiz ,o apóstolo, ,ou ain.tes, o ,que <lliz o Espn-ito


Sanito aoerca ,da :ficl!elidade ide .Oeus ,e Seus can:JiiJnhos
para com J.sra-el ex~ge um estudo ma-is ipormen.orizaido:
O apóstolo ci't!an!do -o caoo rd'e iB1iais, IID.Ostra que, quando
Isrruel se '6IJ!CO[l'tTaNa nwn estlado tal que o próprio Elias
pleiteava conmra He, (Deus não trnib:a, a.pe931r rd<isso, rej:e:rtardo
o povo. O Soohor itmha .reservatio para Si :sete mH OOlllli'lllS.
Era a ,e1eição ida graça sob'eran~. iE ,o mesmo aconltece
agora; mas, sendo aSiSim, a sal<Vação e 1a libertação 'do R'ema-
nesoen:te eram ,por graça e inã.o palas obras. Portt:au)jto, a.
eleição 'Oibteve :a bênção-•e oo <n1tros ifica:ra.m .oeigos. tÉ,
aliás, o que a:s .:E.scnituras tinham :anunciaioo: ~.ineus J:hes
deu um es,pír~to (le ,o nto:r:ped.m.ento, etc.» (versos 7-10).
T<in.ham elieis, ipovve:rutuITa, tr.opeçado, ipara cafrem? Não;
mas, p-ela rua queda, veio sal'\íação às 410.Ções, i:pat:a provo-
car [:srae.1 rao ciúme (verso 11); ipro.va que não era ipara
rejeitar I srael defin.iJti:vamemte qt11e :Deus ,tinha pennH:iJdo
que re]e tropeçasse. Ora, 15ie a d!i.minuição ,deles foi 'Uma
bênção rpiara iais nações, qual 1I1ão será o J'.ruto ida sua res-
1.a:llll1ação ?! Além <disoo, s:e as 'l)ll'imícias são 'Sla!Illtlas, 4úamlbéro
a massa o é; se a raiz é san.ta, ·tJaJmbém a á11vore ,o é. Or.a,
ipelo que conoerne à CJOiI1!-ente oontmuta dos que go-zam
-das promessas .neste mtmrlo, ,ais !ItaÇÕe& não iemm, tele ;motiJo
nenhum, a raiz; mas Abraão, wa o •tronoo :nartural, e Israell
os ·ramos-. Mas :eis o q<Ue tma sll!cedido :a es!S:a ,o!llveira
das prom,essas, de qu,e Abraão, co.mo lVlllllOS, ,e.JJa -a ranz
(rendo ,o próprio Oeus .a fonte de 'V'i<la., de verdura e de
fruto) -e Israel o tronco ie ,os ramos: Tinham aparecido, maus
ramos SOlbre essa oliiveíra; m:as ;t inhaJm :siido aortardos e
<-Os ;das nações» :ti>nm.am s;do enxe.r1tados em :seu lugar.
Estes .goza,,am a:ssw ,das i"iqUJCzas naturais •.da árvore das
promessas. Ora, é sobre o ;pri..ndpio da :fé .que ()'S GenJti.os
tinham sido enxerta<lo:s, vendo de sua 1!1atureza (feito parte
anites rle uma ol;iveira ,br.arva. Os ramos i:sraeilitas-os her-
deiros nalturafi.s daas promessas -ti.ruha.m sido •e m parte
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EP1STOLA AOS ROMANOS 203


quebrados ,por causa d a sua incredulidade, a,o:r-.que, quam,do
o cll1Il\P'11Í!mento da:s promessas lhes fü1!ha mdo ofurlecid:o, os
Judeus não o tiin!ham quevi:do: .Des,oa,nsia:vam sobi:ie ,a sua
próipa.·i,a juis,tiça e dlespr.e2Javam a bood01die ide Deu!s. A'SISircn
os Gentios, !feitos p.art:icip<c\Jlllte.s das ipromessa:s, estão de
pé -sobre o princípio :da fé. iÉ assim •q'lre oetl.es têm •s i.dio
e.nx.ertaidos na boa oliive-..ir.a; onaiS, s,e abantlOOJa1rem esse
prindpio, per.derão o seu 1ugar Ilia árvote idas ;1n1amessa,s,
c,c,m() •.OS J,u;deus inci1édu1os per,deram o .de'fes {versos 17-21).
O apósrol-0 anuncia, em ipoucas !p'ala'Vr.as, o principio soib:re
o qual é ,f undado 'º governo ide Deus, ou tSeja a bcxrudad.e
para CO'lll ~queles que r.:i,niham parrtie n10 ,gozo tdas Suas
promessas - se eles con.timlassem nessa bondade. \De ouitro
modo :seria o 'COrte. Ora, o cor.te ,tkfua oheg1aillo, ,pclo que
-di2'i-a resipieito oos Judeus; e 1a'SISim s·eria 1'aiJnbéan com os
Gentios, se es.tes não ,oon mua-ssem na b:oa::lidade ,que •Delis
t em 'tido para e!les.
Tal é o governo ide ,Deus :acerca do ,que ,se aprerem:av.a
ccmo \Slelldo a Sua áI1Vore sobre a Teri·a. Miais há irambéa:n
um pltmo posiltiivo de Deus, reiaH2!81do n'o ,q,u e &1.1cedi:a: A
cegueira parcial ,de Israel õ(po11que lsraieJl 1!1âio fura rejeitado)
até que todos os Genrt:ios, ~ue rlevem •ter pa,r,te IIJia'S bênçãos
<leste terrn<po, 1:eniham en'ta1ado. iJJepoi.s disso fa~e!l ~ saa.'Vo
como um todo. O 1que :suceidrel"á nes.ses tdia:s não dirá respeit o
a:os ind.<i.víduos :poUipiado:s ie junrtos à Igreja, !11:ão 100:nrlo Ls,rn:e:J.
nenhum •lu gar raqui ciomo ,povo -mas Israel será al'Vo como
um !todo, como Israel. Cristo sairá de Sião oom,o, d a ·sede
do Seu ·p oder :e desiVi:aní de Jacob a iniquidade. Deus per-
doara a rl:srael os \Seus :pecados.
Temos .aqui a -terceira p11ova de 'CCmo l:Sl·ael 11'.l.ão é re-
jcitadio; porque, embora .sênõdo inimigos iarerca do Evan:t-
geliho, par.a o re1npo ,l)Teseu:iite, O'S lsrea•l.i:1/as 'São bem-amm:los
pO<T ·causa .dos p alis. O que '.Deus 1nn.a 1,1ez ;esC'olb~-1 ie ohMnou,
'llão mais rejeii:tará. Deus não .se arreyen!de doo Seus planos,
nem do chwna!Il1ento que dá a •esses planos o ~eu efeito.
Mas, se -os ,planos ,de Ueus permarr1eoern. fan1.1táv.eis, a ma-
'.ll!e!i.ra conno eles se r,ea.Iizlam fazem n:Jal çar ia IDalI'a-vilho,sa
sabedo;ria de Deus. 05 Gen~ios são deixados, d'llíl.1.mlte muito
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204 J. N. DARBY

temrpo, na desobediência .da iincredu..lidalde; 0:eu:s ÓlJJ001"lém


em graça; os Judieus opõem-se .a que a •gr,aça aotue; :pendem
todo o -direito às p-rom1essas, pefa sua moredu.Lidade, .de
modo 'que, tal como um ,pobre Gentio, 1dev.em receber o
dei,t,o ,da promessa 111a base <la pur.a m.i:se:ri,córdia e da
soberana graça de Deus (1). Deus tinha enoenrado wdols os
home.ni.s, Judeus ie Gen.ti:os, na .i..ncredtu1iida:d-e, {Para .que a
1túdOiS pUldes·se .~ feilt-a m:iisier1icótidnia. É !p'O!' isso que 'O tatPós-
tolo ~xcfama: «ó r p ~1di~cLade ,da sa1belcl!o1iia te da ciência
de Deus!». iAs 'Promesas ,são cump:rioos, e 1a 1P:t1étensãt0 a
uma justiça humana laciqml-aJd:a. Os Judeu,s, que tt:udlO :per-
deram, tudo recuperaram. sobre ·o verdadeiro Jfuilldiamem,to
da bondade de ())eus. Uma aparem.te perda tde tudo não é
senão o, meio d'e 'l hes fuzer ·receber :tudo Ida gx,aça oobernna.
Tud-o ·é .graça! [>.cus peran'l.m'ece sempre d:i~l, ~ da
,jn;füielitlade Ido honrem: O Gen.ti-0 é abençoa:d!o; o Jutleu.
r.ecehe o c:fieito .da promessa; tIIDllS mnto um oomo o outro
devem atribuia:- à cp,ura mis;ericórma de 1Deus o ,gozo da
bênção. De modo DJenhum sie t:na.t•a aqui tda Igreja-, mas
~m da árvore da promessa dlaqu.e1es que, em virtudle da
su:a a,ooição, !têm '511We5:s1vamen.te pia,rte no ,g ozo rla:s promes-
sa,s sobre ,a Terra. Os Ju!d.eus runcréduJos mão fol:3m arranca-
dos ida Igr,ej:a; eles nooca lá tinham ie9tado. Timham .es.tado
nia ipo.s:ição ,de ihe11defr0:s natuma<is do dírcito às pl'OIDiessatS;
ma:.5 ,a J.greja não é a oli:veira ,à quaà., isegundo a ll'alttlreza,
peróem.cem .algu111s Judeus, de cmodo ,que os Jud'&IIS sejam
a-li ·enxertados de novo, •se~dio :os v-ersos 23-24. N'aldia mais
dwo do qu:e 'X.9i'O: Des:de Ab11aão, a oa.dei,a 1d-Os ip()Sstridores
do direito às wroanes.as era Israel. 1&--n 1s,ogu:»da - <liiz o
0ij)ÓS<'tolo-:alguns dcx. ralllJóls ida olivei;ra 'foraim. cortados,
mas &a. árvore das promessas permanece SO''bre ,a Terra -

(l) O vemo 31 deve ser traduzido a ssim~ «Assi.nt também este• (os Judeu.)
for,c1m desobedientes à vossa m iserk6rdia, p'1ra que igualmente clcs se tor•
nassem objecto de misericórdia». Vossa miser icôrdia é a graça cm Crlsto, que
se estendia aos Gentios. As.sim oo Judeus eram objecto de misqricórdia, te11do
perdido todo o direito a gozarem do efefto da promessa. Deus ndo falta ao
sen cumprimento; Efo lh.e s dará 1>-a:rte nela. mas em m.faeTêçórdia, no f im,
q11nndo tiver admitido II plcnilude dos Gentios.
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EPíS TOLA AOS ROM ANOS 205


e os Genti os s ão alli en:xierta!dos em lugar doo Judeu
s. Mas
se os Genti os lS.e ,toma rem m1fiéis - o caso é supo
sto- serão ,
:po;r sua vez, arranoados., e os J ud,eu s iserão
:reim,tegp.,aid:os 11'.la
8.Illtig;a o11veiit!., 1segun<lo as 1pr-cxmessas, ,e tpaTa
deJ;as gom-
rem, mas ,por ;p-ura mtisrericór.clia. ,:e revicle«rte
:que não é
pelo -Evain gdho ique eles ireoebe:m a bênçã
o, (!)OJX}_Ue , «q-l Xalllto
ao E.v.amgelho, eles isão in1fanigo1S, ip'O'l.' 1causa dos
Genroi.os,
m as, q,uan to ·à elciçã o, eles f>âo ib.eon-arnar
los, por ca'USa
dos .p at·darcais» (vers o 28).
NO't'e-se, além disso um ,pri:ocípio im,por,rame:
O goro
dos prj1viJlégi:os., em vi:J.•tudla & :IliCSSla ,po,siç
oo,, tomla-nos
deles r.eispo.nsá,rei:s, sem que, m1dii:vid'U:álmante,
se seja oa.s-
cido ,de oovo. O s ramo s j.udeu s estaw8!1ll
n:a. -árvor e das :pro-
mess as, e .foram a.'Tallcados - e o :mesmo ru:xm
tecerá ço,m
os Genltios. .Não é ques;tã,o rele viicl.a iou de l!'00:1'ida
,de, ma:s os
Genti os estão no lugar d a bênçã o, ·p aritici ipand o
da ,raiz e da
gordu ra <:!'a oJivc ira, :sendo ;enxe rbado s n ela.
Emas C'Omu nicaç ões dos ipensatL"'1lanros de Deus
a res-
;pei'to ida rejeiç ão ·rem,porá•ria 1e cparo~al de Israe
l e da sua
reinte graçã o no g,ozo das 'Prom essas ;r,ermir.iam
esta parte
da Bpís:tora a os Romrui,os - aquel a em ,qu<e ,o
<11pÕstolo con-
oi:l!i'a ,a graça sober ana, !lieittia aos ,peoadores
~e q_ue oo1ooa
todo•s ao me.s,mo o:rivel na oomw n :rruína), ,oom
os 'Privilé-
gios partic ulare s do ;povo ,de l sr.ael, basea dos
na fi.d:eli<lade
de Deus. Os J,udeu s tinha m ~cnli-.io t odo o cfuell!J
O. Deus
e>.1mp r.irá as Suas p,roaneS1S0s em gmç a e ,p or
m.i<ser lcóxidia.

CAP1TULO 12
O a,póSitolo retom a o ,fio das suas mstru ções
gera.is,
esrabe 1ecoir oo, do oco:esmo -mo.do como o foz
em toda:s as
suas epís-t-olias, as oo.o:.sequências IJtOr:ais -da
'SUa doutr ina.
Coloca o crent e ITT:O t-erreno da m~sericótxlia de Deus,
ponto
este que ele 'tinha já desemrolvx!o q,liem
mente. O princ ípio
tdía graça q.ue salv1a timl:a sioo estab clecid o p or
ele IC(JIO'.lO fun-
dame n•to dia salva ção. A base d-e toda a mo:rali<lad
e crú.stã
é ,agora !POSta no. rprind pio Junda ment al, que
consi,ste em
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206 J. N. DA...IIBY

apresentar os nossos ro'Iipos ~ íSaor:i;ffoio v1vo, .sant-o, agra-


<iávêl a Deus; em ~erecer .a Deus um serviço mteli-gem;te -
não il.Pm serviço d-e iacitivimdle .e.icta-i,or, n:eim rum qtre ,oo;nsisita
em cerim6nri:.a,s que o conpo posisa oumprir. JE:ste prilncíipio
é simples, mas de 1-aa1go ailca.noe e de :a:bsolum ,elfi.cácia. É
o que cO\llceI'iru:! i[)es1S01almen;te •aJo llO.m.em.. Quan'to às sua'.S
velações .exiteriores, o cre:n.te 01ão de\~e ,comorimar-.se collll
o mU'IJido. Esta inoonfur.mi<l!ade ·mmbé.m não deve :ser exite-
ri-0r ou maqU!mlall, llll3.S sim ,o r.esu1:rado Ide :uma ren10Vação
do ,entendimento, <le modo que se procUI1e e >se <liiscirna
qu:al é a vo111taide ,de Deus, ooa, -a.gradável e :peniieiJ\Ja, ie que,
"1ess;e medo, a vid,a do Cristão ,seja 'llI'amJsfurmada.
Eisita ;passagem lrl:ga--se ao fim ido oaipíltuIT.o 6, 'VeiiS.O 22.
Não se tta:ta aqu!i de iestalr -sie,n'tado lrl!OS iiugmes ~estieás,
<le s 1emnos imítradores de Deus, oomo d e fillios berrM1!tn1a<lo.,;
trata-se, sim, ,a,e !homens sobre a Terr.a, J4bettados pdia
poderosa redenção e pela -graça, entT.eg.amidoisle ieles l1llesanos
a Deus, (Pia!ra fa:z:ere:m ,a Sua von!tade. LI\. e:i.ortiação .e stá,
com:> temos 'Visto, leJill relação cOOll. <> caa:-áC:te:r ,de 1rodla esta
epistola.
Portaruto, a dedicaçâJO e .a obecliênd:a 1são :os C8l'a0te1.es
do ,compor.llamenito cristão. A vida ido Cristão ,é IU'ffia 'Vida
su-bmiss-a à vont<';d,e de 1outre.m --à voinrade de Deus - l!.l"llar·
cada. ,portam.to, die numfildade e de deipendênda. Mas J:iá
deidii.cação absoluta <le ,cor.ação 'lllO sacrifício de 'Si mesmo,
polt'que o perigo, decon100ldo .do ipod:er 1que actua nesta
v1da, -é ia can1e se mistul'.M' a!li e se arp.vo,~itar ,desse ,p,o,der.
A .este respeH:u cada iq1.11al deve 1ter um es!I)iríJto de ~bedio:ria
e ,die rooo.e-ração, e agír de.nJtro :do'S limites ido ,d()!J.tl que Deus
lhe ,di,stribui.u, ocupian.do-se do exercício ,dess~ id-om, se-
gu;I11dio a von,tadie <le D eus; p •o rqu,e caida membro t em o
seu iprópri:o lugar :no oorpo e deve Otlllll.P'l'ir all~ fl fumção que
Deus lh:e assinalou. O etp6srofo, IP'assa insenish1e1mente a
todas ias formas qll'e o ldiever •toma no úristão, niais di:versias
posições em que iesite ~ encontra e no espírito· em que ele
de:verâ:a ,Wldm' em todas ,ais d1:CU!ll.Stândas.
A ideia de Igreja, c.ons,i,derada com -0- um oorpo, e:oco:rutTa-
...c;e no capítufo 12. ·E a Úlliç'a rr,asisaigem de~a Epístola
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EP1ST0LA AOS ROMANOS 207


on<lie :a oocor-,tramo s, e ;isto em rel:ação coa:n .os .deveres iindi-
vitlu.ais dos memhros, <deveres q:ue ,decorrem da tSUa !P-OISÍ·
ção, como tal considerados. -Exce,pt.o esta passagem, a Elpís-
tola ,em geral ,trota ,da posição do homem mia sua re:sponsa-
bitlidaodie inidbr.ixl1ua!l ,p arante Oous.

As di.rcctrizes -dada:s pelo iaip6-s.tolo este.nidern-Ge às rela-


ções do Cristão com as aunoritdm:lles sob as qua:i:s ele se
encon,tra oolocado. Paulo -r e c ~ , OOJDO cumprindo
um ise.rv:i.ço de Deu-s e ,como .a:mnad!as ,de aUltoridade da
Sua q,arte, de lllllOd'o quie, r1es,i stiindo-J1bes, I1es-istir.;se.iia ao
que foi eisitab'eileci!do :por !Deus. P.ortaJnitO, a -consciên:ciia, e
não somente a força obrigalIIl o Cristão a obedecer-lhe s.
Fmailme:rute o Cristão deve 1vibúta.r a ,t odos os homens o
que é d~viido a -cada ,um, ·em vi11tu:de tia isu.a. posâ.ção. Con-
vém <n..."\o, dever naid.a a ,ninguém, seja lqUJal for o ,carácter
dessa -divida - exoe,pto o aimor, dívida esta ,q1.11e nunca
poderá ser liq_u:irlada. Ou9nto às ,suas relações m.útuas-, os
Cris.tãoo são exortados a não ~rocurarem ias coisas eleva-
das 1c1es~ mundo, ,e a and:aroenl. •Er.aitenrua:lmcn:te icom QS sj:m-
ples -!})T.ecei'tos :por dernai's 1esqueddios, em seu grande
.detrimemto, ,n .a Igi,eja de DeuLS. Se o Ctfus.tão, eíl-ta:rnentt':
cokx:arlo, exige que J:he seja presm.íla :bOllt'a segundo -a
carne, que iss,o seja fui.to de boa von tade. •Feliz .a:que1c que,
segtrindio o .exemipJ10 •do Rei dos reis e ,os ,prereüos do ,após-
rt:olo, saibe .a'Ilidla·r •com OIS àlumriik!es na si~a maroha iatrnivés
do tdeserto .d esta vida. O a:m<>r é o cumprimen't- 0 dia lei
·(verso 10),. porque o amor não faz mal ao próximo. Arma-ndo,
cump11e-5e a lei.
Um outro :pr.i,ncí.pio actiua tapi,bém sooo,e o esrpfrito do
Cristão: E 'l!empo de 'de.51Pertar; "<tproxóna-se a li!be:rtlação
<leste século de in:iqcirlade, que o Sen.har xeadizairá paQ
nás; e a noite vai aMn e ap:t10xima-se o, dia {verso 12). Deus
001nhecc o momento exacro da noo-sa s.alvação. Os caraotere:s
que assim.aktl\itam a ra proximação :de s,s,e dia, no iemtpo do
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208 J. N. DARBY

após,tolo-, •têm amadwr.eoildo baistante desde erutão, ero:bom


Deu:s, .tendo em vista aqueles que vem ,congregrutl!d!o, te:nha
posto ainda, até ago-r.a. um fr.eío ao ,podea- do ma1. Aln:deo:nos,
pois, como filhos ,do <ln.ta, rejei:tJato..do as ohra:s <lM trevas.
Nós :perterur-.Jemos .ao diia do qual o próprio Cristo será a
luz. An1demos pois, ,de modo qu,e oonrv:e.n.ha ra ,esse dia,
r-evesüdo•s do ':próp-r io O.r'1.91JO, não 1CU.iid:ando do q,ue co.nrvém
à va.n tade ·cloo homem nemt às com:.upi:s,cências ,da .ca.r,ne.

CA:PlTULO 14-15

!Desde o ,c;o.m.e ço ido c.a.píilt1'l.o 14 att.é iao :fii.m. d;0 Vl;::l".S.O


7 do -capítulo 15 é aborda,d,o 1..1llll outro ponto. As .a&ferentes
posições do Judoo e do Genttl.o dão iugar às obsierv,ações
do apóstolo. O J:u<leu ftinh:a idiflculdade em '.OO!l.unciar a
falzeD:' !diferenças e.nitre os <li'éllS e 1en1re OIS ailwe:rrtas; O Genltio,
1

tendo ruba.io.dol))(lJdo todo o seu 'Sist.ero.a religioso colJ'lllO itdófa-


itro., a n.atla mais se sentia l.igaldo. Sob estle :asiprooto, a naitureza
huma,na pode ,peciar ·<le id.Ula,s u:n.ainei'.ras: l-~lta de consciên-
cia, t-endo ,uma 'ViO!ll'ta~ dese:n!fr ooda, roo. 1:-er consciência
oerimollli.al. O verdadeiro Cris,t,ianismo não ·reconhece ;u;em
umia. n!em outra; libewta-nos ,da observa-ção idPS ,dias e da
<listm çãJo entre as carnes, tor.n.ando-nbis celestes cam Cristo.
Ma:s, ·ao mesmo !tempo, ensina-nos a .su,~amnolS ,a fraqueza
oonisd.etII•te e a sernms COP.Bcieilllciosos ccmnosco mesmos.
A ieonsci&nci.a c1e OU:trem não tem o direilro de u.110s (P-rescre-
ver, como dever, uma co:iSia nova; mas :pode, :por sua co.nita
-e 'J'.'isco, con,s~rvar, 'lJO'I' iig,notrâncmi, a:l:go de 1rnid.icioa.ml conno
obrigação. F.m tal oaso, remos, raalmerr.te, plena ,l ibendade;
mas .devemos suportar a fr.aiqueza de ,f é []/OS outros e não
lhes :ilinpol1Inos pedras de ,t.mpeço. A tal respeiiro, Paulo
I
dá três directrizes: , 1
1.º - Ele quer que r.;;cebarnros o ifra:co, mas não paro.
disicutir questões qu:e :esitejam por resolver;
2.º - Não quer que juJw.iem,o:s o nosso irmão, porique
ele é servo .cl,e Cristo - e não noisso 'Sle:l."'V'O• .Cada um dará
ocmt,a,s .d.e si mesmo a !Deus;
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EPISTOLA AOS ROMANOS 209

3.• - EDlSina qU'e devemos :5U!l.)Ol'.tia.r a:s .fraquezas dos


fracos, e não nos icoon,p:riazem:oo a nós próprios; que !deve--
mos andar em espím,to <lie aamor, e ,cJ:Ue, ;se .Il!Os renco:ntra:r-
mos :numa posição •superior à de outros frmãos, devemos
demow;rtrá-lo, recebeJJ:tdn-nos llll1S aos ou.troo C<lOllO Cristo
nos :recebeu, p:a,ra :mai;or giJ.ória de Deus. Ora, ·essa glória
apaga o homem e as suas mesquinhas s,upierioridiades sobre
a1quel1es que o rodeiam; aoende a carida;d;e e ,tonn.a,a ardente,
apressa.da :a procuror o bem de ourtrnrn, (:(}locando a >allma
bastante for.a ,dela pr-ópria e muito acima das ;pequeruas
coi:s:as e.x.teru:oces, para a ttorrnar c2.ipaz d:e !se <a,dJa,ptaT às
u1ecessi<looes e às fraquezas oos owtr.os, miquilo em que -a
vontade de Deus e .a Sua glória i:não esitíiverem. em ,questão.
Várros pr.incipios fun.pot"tantes são colocados adi:a(O;te
desctas exortiações: Carla um p?:es't.M'á conws de \Si mesmo
a Deus: oada um, 1110s :casos de consciênoiia, deve estar
plenattn1mte persuadido no :seu rpróprio :pensannein.to,- e não
julgar os outros; se alguém rtem uma fé que o •lib.er.ta dos
hábitos •tradicionais, e reconhece que esses !hábitos nã-0
Wl<lem ,absoluitamente nia.da, que guarde a sua if.é lll:O seu
coração, perante De:uis, e não esca:n,dali2ie o seu innão.
Ninguém 'V'iva p.a'l·a si mesmo, e ninguém ttn'Oirra para ~'>i
-PTÓ'PriiO: Nós somo,s rl!O Sen-J1or! Portaru!Jo, ,o fraco respci1:a
o dia, iPor ia:mor do Sen!hoi·; 'Ullll outro ruão o r.esipeita, [Por
amor .do Sein!horl Eis, pois, Ul1l!a boa 3:'azão ,pia:ra não juilgro:--
mos -iporque aquele que ,eu Julgar, também é do Senhor.
Devo, ;po:is, ipl'o:cur,ar a ~ ao meu -iI"mão, para ,sua edifi-
cação, l]JOrque el:e é ,do .Seruhor; e d.-""Vo receber o meu imnão
como se fora <eu :próprro, para teir iparte nia !g lória de Deus
,que lhe é conf.erid!a, como o foi ,a mim. ,Servimios a Cdsto,
se ipensar:mos no bem do nosso :i'I'.mão. Quanto à enreir:gia
da nossa fé, dievemcs tê-:1:a en:tre nós mesan:o:s e Deus. ()
amor é a regra pa.m o :uso ~ nossa !liberdade ~iS:e ela é
a libendaide, e não o jugo ,da ifalt-a de resipeílto !Pta'rn ,com os
outros. Ao invm-so 'Clessie VT'Ílle.tpio, quain.do a obs<el"'vação
dessas n{:,,1m1as é ompregac!Ja iparia ,d:es,tl1Uir a liberdade ·qtte
há em Cristo, o apóstolo rmostra-,n,os ,(Gálatas 4) que en.5'Ílnar
14
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210 J. N. D.AiRBY

oomo ~íp:iio ia obseirvâDCi:a das onieu.aa'.lças t:mdioio:.n.Ms


é, na verdade, voltar ao pagaaii:smo.
A E-pí-srola <tJermina ,eo,m estas in&truções. A IP'aoctir do
caipfltu1o 15, v ei.rso 8, eoJOOlltramos a iPffi10r.<1ção e as cwcurns-
tânaias pessoais do '3t?Óstolo, ibom como a:s s311.Ldações. No
verso 8 e se,gumtes, •Ptaulo resume o seu ipensamrento ·q uanto
aos caminhos de lDeuis p:ar,a. coon o J1.i:d:e1.t e ipara 'OOlll o
Gentio, caminlh,os es15es que ise Ol!lll(prinam prnr iooa.s'i.ão dra
vinda de JeSUIS. Jesus era min.ilstro da oirouncisã o, ipoo:,a a
verdade -de Deus p:aa:a oumpr ir as :promesis'alS reila:s aos
P'a.triarcas - \P'()rq~e ·Deus tünl1a fei:to •proIT'.essas ~os Judem,
mas n ão tintba :f.cito nenlhum,a,s a\'..JIS Gealitios. ,furtamito, ~
estle:IS, não era a verdade ,que esbava em oausa; 'llO enta!Il!to,
pela graça, cJ.es ,p odiam, por Jesi.is, glooilficair ia ·Deus ipe1a
Sua mis~r.k:órdi:a. 'Para ,áenX>ns.tr.ar que a ,graça pa1r.a ooon
os Gentios eS1t1ava nos pensamen tos de Deus, Paulo cita
:pa,ssagen:s Ide Deuteronómio (q;uer rlirer, da llei), dos Sal-
m os e dos ,p,rod'etas.
N:o verso 18, v,olit:a--se .a,f:ect1101.'llaD.nellte p.ara os Rcxn1Ja.nos,
pli:ra U1ies CX(tl!l"imir os SeUJS. votos ipm e)es e ra. sua oo\OJ.liiança
:na bênção :que eles tinham -recebido ide !Deus 'C que os
ro.rna:v1a oap~es de se exortarem mutuamen te. Todavia,
o .tlil)ást:o-lo ex'.I)rim e ,de algum unodo ,a .s.u.a o usadia p0tr
oaiu.sa da graça que ,Deus lhe :tinha :con.ce<lirdo idie ser o
minilsliro tl~ Jesus CTjgoo para CCIID os Gentios, iparra ~
uma funçi'í!o ·.públi;ca -a respeito deles, e ,ser, ipor taSS'ian dizer,
um sa,oeroote par.a ofer:eceo: .os Ge:n.ti0$ como ofellta a ·Deus,
uma of-erta «agradáve l», siantifioa:da pelo ] ~spÍ!I'.Ítt.0 Scmro {l).
E:ste JIMIDSJté'Ilio e1a a sua ,glória p e-mnte tDeus. Esua santilfi-
cação pelo Espíribo Smrtio 'V'ilnha suhs,titnl.Íl" 'lllma isantitfica-
ção por :nascimein:to, senido-,Jhie, ~lorem, IIJllllllto s:upedor.
:De resto, ,Pa.tclo ,tinm cumprido a sua obra de sde Jeru-
6além, e em toda a sua cirpunvizín!J1anç.a, a té ao IlÍI'Í-co;
não !l'lOS lugares 'O'l'l!de Criisito já <tia!ha siJdo p;regadlo, mas
sim ,n,aqueies cn<le 1füe não tinlha ·aríinda sido oounciado .

(1) Vejo.mo• om Número• 8:11 a oblaçllo dos, Le~itas. a que o apóstolo


faz aquj ah1,-üio.
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EPíSTOLA AOS ROM..A.t"lOS 211

Fora este faoto que impediTa ,o ~pós,tJo,lo de ir a Rama; ma:s


agora, que já não hfavia Jugar pma ele na.is lt'egiões onde
t rabalhara, ~ a que já não h'avi.a ali mais madia que cfu.zer
parra e1-e, segundo o &pitli'llO Santo, iPawo, que tdes,de fon:go
te.n11Po de:seja,r.-i<a !Ír ver oo Romainos, !PartSaiv,a vis:iJba.r Roma
agora, de ieaiminho ip,air.a ia 1Espia\Illha. i:De mo1mern.to, dia -a Jeru-
salém, levando a colecta rque rtínb:a sid:o tfewa na M-acedónia
em Acaia ,p.a,ra os sa.aros.
Vemos 1aissim ,que o coração de Piaulo se mlta ip.ar.a os
Judeus e que es~á preocupado <pior raU!Sla tle1es. [}e9ejooclo
ar.denrtiememe pôr o se-lo da exiecução robre a ,graça .die que
a cweota e'l1a a pl"01\>a, P.aulo pen~ava nos Judeus CXJ.tnO
terndo direitos. V,emi,os alqui no laipó.stolo o semititncnto, ta.Lwz
mistur.aido, de um coiração rq_,u,e pretendia mosrt1iar ,que tn.ão
,esquecia o s J1Udeus, .pO!rCJ:ue, -etl.lectivarrnenroe, ,ele 3\IIllé3iva a
sua nação. Resta •saber \Se, ex.ecutaaJdo esse 'Seit"Viço (:pro<pm•
mente o de um diácono), .poc muiito amável que fosse, •Paulo
esta.~a à a:J,t ura ;da sua mi-ssãio oomo iapósniolo. •POS'to iqiue
assim :sej•a, a m,ão die Derns ,esitava no que :J:he !aoo-ntece, a
fim ide Se servir die ou.do pa:ra ,o lbem rl:aq1l'eJe que er-d. o
Sei-1 querido .serll'o ie Sl...."11 filho, e ,para a Sua ,p.rópri!a glórm.
Pa ulo roam o ipre5!S'elltimanllo de que a sua viiagero. a Jeru.sa-
liátn ·tia:lvez 111ão 1 : ~ um resultado .feliz, e :p.ede ias orações
dos '$Jal0itos que estralV'alD ,em R'Cml,.,;1., ,a fim de que ele ;pu<lies-se
ver .as ,suas .fra:ces oom alegiia, Ju."we das mãos -dos 'i.ncrédulos
(versos 30-32). Sabemos o que aoo:i.1tee-.."ll.. Já nos o..'"Upámos
deste a-ssunto no estudo idos Actos. Pau.4o viu, ooon. .efeito,
os Riom:anos; ifora libertta.dlo das anãos ,dos Judeus, ma..<;
romo pris.iloncil10 - ,e :n ão !9e :sabe 'ao oerto ise ele obegou .a
vi:.sitar a Espanha. Os oamimhos de iDeus ,são sempre ·.se-
gundo 015 Seus etemos desí,gni!()s e ~ d o a &ra. ,graça e
a Sua 1Perlei"t;a sabedoria.

'
CAPITULO 16

Não tendo jamais OO!l!hecido, oorno Igreja, os ,C ristãos


quie estavam ,em R oma, il?la;ulo icLi.rig,e-Jh:es muiltias saudações
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212 J. N. DARBY

p-eisosoo.is. iEiram e,l\a.s que lfo:rirna,"3i!D. o eb de •ligação entre


ele e ia Igreja que ,esta.va em Jwtm.a. Vemos ·de que CO!mJO-
venre rnainem:-a o reoração .d:o -aip6s'OO'IIO se ,c:Iie.tém em todos os
pormeno.res ,ct,e serviço que o •l igam àqlll'eles e àquel as qiie
o tmh:am 1xrestado. .E1e que,, ;pela graça, •som.d.'avia 'OS pfa'IlnS
de Oeus; ele, que ,ooha sirdo :aidmrí<tido a •v.er aqudilio rque não
podia •ser comunicado la,o homem neste !llllllllld'O, lreC'O•r da-se
de tudo o que esses ~uu:n'ildes Crjsitãios, essa:.,; dedicadas
mu.llie:res, ltin!hiam feiito ,pon- iele e :pe!l:o Seinibor. Tal é o
amor e a verdooeirr.a ipz,o,va do ;podier do ·E ~irito de iDeus
- o 'VÍn.culo .da crur-khlrle!
Temos aqui também uma p·r-eci.osa regra, e da.s ma.is
pemfcitas, para o nooso <00mlP()ITtmner:rto: Se11111os sáibios
qua.n:to ao bem, e isímplices iq'lmnúO ao mal {verso 19). Só
'O Cr'i!sti:anismo ip:c,d-iia dar uma otai .regira, tpOl'q_ue mootra
o prooodimoot:o, que é ;pooitiv.amrente !bom, e dá a sabedo-
ria .necessária <Para o .rea1lizait-mos. Porde-s,e então ser -s:iJnlples
quanto ao ma!I, 'l/ll!Slt o ,cooihecfil'llliOS o ,que ,é bem. Que mar,a.
vilhosa liibertação!. .. Ao passo 1que o hoanea:n do mundo
plleci'Sa de conheioor ibem ,o mal, <p'a!m dele se ipocreir livrM,
D!este ml.lJD'do de arunadruih:ais e ,de astúcias; precisa de oor-
r.omper o espírito e hab.iituax..se 1a pensar no :mal, ;p.ara não
ser enganado por :ele!.. .
Haverá, porém, uma libe11tação ,completta. ie peI1reim:
«Bm breve», ,diz o a.pós:tofo, «o 'Deus ,de paz esmrag1a1:rá SaJta-
rrás debaixo ,dios vog,;os pés» ~verso 20).
Vernos ·ainda .que o 'alpÓStolo 111ão eSCl.1efll'ia 'ele rm:esm.o ais
rsuas ca!l'tas, e que re.carcia a l{JJlU iirmão p;aira o tfa:rer. A<J.ui,
esse irmão é ,chamado Tércio (verso 22). :Profundamente
imp r.ess.ionad.o pelio iestaido es.pirituaJ dos Gál:atas, Paulo
escr.evoo ele próprio :a ,crur-ta que 1llhes diri,gi1u. Mas aqui, como
em ,outL,as e:püitolas, a .sattd:aS'.ão, S01IDMte ao fim., é da
p.rópr'1a mão :de Paulo, 'Pªll- rlesse modo gamrn1lir o 0001-
teúdo da Bpísrrola. &,,a (hábito do apóstolo ·fia:rer assim, :como
se pode ver •a inda em 1.• a:os Coríntios 16:21, e 2.• :aoo
']ess:alooicaoses 3:17, ou na ,pretendida ;e,pis;tola d,e rPiaiulo
(ver capítulo 2:2). paira comprovaa- ,que ti.ma ,epis,~Olla er.a
verdadeiron:nemrte ,sua. Vê-se ,também, por esta pequena
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EP1STOLA AOS ROM:Ai.t~OS 213

cil"OUllls.tância, ,que •Paulo .pr.etond±a ,oor às ·suas e:p,í.st:olas


um carácter solene e de au'toridade, e dem<Ynstrar que ie'.las
inão eram ªP-en-as efusões de um <:Oração iespimJUal, nnas que,
ao ·CS-crevê-las, o ;apósllolo sabia e desejava fa,zer :eompreen-
d-er que ·valia a pena ocrns.i:d.erá..J.a•s e couse:rvá.;J:ais ;COUDJO •l'ra-
zen,do autoridade, oomo ,e~res:são e ,exierdcio da •sua Jllil.SSâo
a,postólica. Blas deviam ser reoebi,das ,como rendlo esse
ca.-rá<:iter. Por orntl'as palavras, elas :l)OS'.&ufaim a -autoridade
<lo Senhor, <l:e que Paulo ic;stavia mimiodo pelo poder do
Es,pí,r~to 'Santo. Eram cartas ies.criréais ,da ;parte do Senhoir,
por intermédio do apóstolo, do rm~snn-o modo coano as
p-alavras <io a'l)óstolo eram 1'a<rnbém as pabvres d:o Sen.l:!or
(1: a:os T essa1oDkens es 2:13, e 1.· aos CorirDti:os 14:37).
Resta obs-ervar qtre os três vers!OoS que ,tJal-;n:rim.am est>a
Eipfatola :são <lestacadtYs ,de .todo o COUJ.;teúdo, como qcxe
irutroduzindo , ·sob a fol'n'lla de 1do,cdlogia, a \Sllgestão de uma
verdade cuja comunicação d isLir.gue o ensi!nam'ellto do
8U)ÓSto1o. Paulo ~ão ,desenrvolve .aqrui ·esta v.er<h.de, :po,rque
a <tarefa ,que o ·,Espíri!to Santo ,cw1pria ille&ta 1Epístola era.
outr.a, ou seja o ,meio de !apresem.rtaor a ialma 1!1l1CÜV'Íid-u:a1me.n:te,
{Perante Deus, ,segundo os g:iensamentos ru-villOS. Todavia,
este assunto •lig:a-se imedi:arta-men.te à pooição dio wr.po de
Cr:is.~o e u doutrinra a re$'J)ei.'tlo desse a.rr.po - a. Igreja - e
não (Poderia -ser ,dcl,e •s ep=aido. O arpósiwlo mfor.ma,nos
,po-si'tiww:nen t.e •que o •milstári'O, 'i.~o é, ,a Igreja, e ,a reunião
.de •tod-as as ceoisz.-s numa .só, sob Oristo, era inteiramente
dcsconheaid o ,IlO'S séculos passadotS. 'Deus tinha-&e calardo
acerca odesre assunto :m:)S ttempois que ·são, indica,d1os !Pela
~x.p,ressão «os séculos». A Igreij;a não taziia :pa:nlle do cu.tiso
dos acon~c-.n tos ,assim ,ck,s·ignadoo, nmn ,dos caminhoo
de iDeus robre .a Terra. Agora o nriSttério estava revela.do
e oomunicado aos Gentios «por escritos proféticos», e ,n:ão
.apelos 'escritos dos 1p-rofetais», corno ·s e lê ,o olglI'mas -ver.sões.
As :e.pístol'as dirigii:das 00s Genrtios tinih:am esse carácter:
Eram es,cr,jrt:05 .proféticos - e encontramo s a:qui uma nova
:prova do ca,rá,crer das epÍIStola-s do Novo Tiestamen.'to.
Aquele que ti<ver aipreend:ildb a idoutr.inla da BpÍISlt'o::la e
dos escrito-s ,ct,e •Pau.lo em g;eral, focili:nent:e iaprcem:derá 1t1a,rn•
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214 J. N. DARBY

bém o ruca!Ilce deste Post-scriptu.m. A Epístola que acaba-


mos de ,esmudar desenvolve, com perfeição .e ,p1e'JJ.iti.idie di-
v.mais, de que manieiiI'a o hroniem ;pode ma1nver-se ,diia;nte de
Deus neste mundo; ::mootra. a graça e a J1.ll&tiça de J)eus
e d!efeITT:de ,ao mesmo tempo ois Se;us pilianos acerca de
lsmel.

FIM DO F.,STUDO DA EPíSTOLA AOS ROMANOS.

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