INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 1
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO 4
VIDEO ASSIST 5
A PESSOA 5
CONCEITOS BÁSICOS 7
Sinal SDI e frequências 7
S U M Á R I O
Sinal, cabo e conector 7
APRESENTAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS 9
Monitor 9
Gravador externo 10
Video link 11
Distribuidor de sinal 12
LINHA DE SINAL 13
MAQUINÁRIA 13
CAPÍTULO 2
ENTRANDO EM UM PROJETO 16
CHECAGEM 16
SET 17
Montagem 17
Posicionamento 17
Rotina 18
Boletim de vídeo e boletim de câmera 19
RELAÇÃO COM OUTROS DEPARTAMENTOS 20
Direção 20
Assistência de direção 21
Continuidade 21
Platô 22
Som 23
Maquinária 23
DESPRODUÇÃO 23
CAPÍTULO 3
ESTRUTURA DA EQUIPE DE CÂMERA 24
POSTURA EM SET 25
ARMADILHAS 27
SEGURANÇA 27
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 2
CAPÍTULO 4
PESSOA JURÍDICA E PESSOA FÍSICA 28
Empresa 29
CNAE 29
DRT 30
Técnico iniciante / Estágio 31
S U M Á R I O
CONVENÇÃO COLETIVA 32
ACASP 32
Como se associar 33
CAPÍTULO 5
MONITOR 34
Ferramentas 34
Brilho / Contraste / Chroma / Phase 34
Waveform, vectorscope e false color 35
Marker 36
Focus Assist (peaking) 36
Som 37
Entrada / Saída 37
Alimentação 37
Calibragem 38
VIDEO LINK 39
Funcionamento 40
Alimentação 40
Spectrum Analizer 41
Link X Video 42
Pareamento 43
Normas básicas para um bom funcionamento 44
GRAVADOR EXTERNO 45
Por que usar gravador externo? 45
Funcionamento 46
Codec 46
Nomeação de clips 46
REC Start / Stop (Flag) 46
Áudio 47
Ferramentas 47
Alimentação 47
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 3
CAPÍTULO 1
Int ro duçã o a o v i d e o a ssi st
INTRODUÇÃO
Todos os dias novos equipamentos são lançados e novas tecnologias
surgem no mercado audiovisual. Com essas mudanças, a própria
estrutura da equipe de câmera se reorganiza de acordo com as novas
demandas a fim de aproveitar ao máximo o potencial desses adventos.
Nesse contexto, video assist é uma profissão que se transforma
incessantemente.
Ao mesmo tempo, a equipe de câmera mantém uma tradição de
disciplina e postura entre assistentes que vêm da época da película e
ainda hoje é aplicada à nossa forma de trabalho visando a máxima
eficiência. Se existem procedimentos que são passados de assistente
para assistente há anos, que transcenderam do período analógico para o
digital, significa que esses procedimentos funcionam.
Essas relações entre o tradicional e a inovação geram situações
diversas e, a cada demanda, uma solução. Cada trabalho é único, com
diferentes equipamentos, personalidades, cronogramas, orçamentos e
problemas a serem resolvidos.
Pensando nisso, operadores de video assist da ACASP (Assistentes
de Câmera Associades de São Paulo) desenvolveram esta apostila e,
através dela, pretendem compartilhar suas metodologias de trabalho,
conhecimentos e experiências com aqueles que têm interesse em
começar a trabalhar no mercado audiovisual dentro da equipe de
câmera. Esperamos ajudar a encontrar soluções fundamentadas para os
desafios que surgirem.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 4
VIDEO ASSIST
O termo “video assist” é usado para designar tanto a pessoa quanto o
equipamento utilizado nessa função.
Operadores de video assist têm como principal função transmitir a imagem
das câmeras para todos os departamentos que as necessitem no set - para que a
direção e todos os outros departamentos, como a arte, figurino, maquiagem e som
possam acompanhar a cena.
A PESSOA
No Brasil, a função de video assist é uma das primeiras que se ocupa quando
se inicia a carreira na assistência de câmera. É uma profissão que tem mudado
constantemente dentro dos departamentos no audiovisual, em paralelo com as
novas tecnologias de câmera e acessórios.
No set, video assist é considerado(a) um(a) terceiro(a) assistente de câmera,
mas também trabalha ao lado da equipe de direção. Uma boa relação e
conhecimento no método de trabalho desses dois departamentos é essencial.
Essa função surgiu ainda no cinema em película, com monitores muitas vezes
adaptados, pesados ou limitados em termos de visualização e revisão da cena.
A chegada do digital fez o video assist tornar-se um trabalho à parte, com o
surgimento de novos equipamentos - como monitores leves e de fácil transporte,
gravadores de vídeo digitais, novos sistemas de transmissão de vídeo sem fio,
conversores e distribuidores de sinal.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 5
Às vezes, devido ao baixo orçamento de alguns projetos, esse trabalho é
frequentemente atribuído (erroneamente) a um(a) estagiário(a). Essa função não é
um estágio de câmera! Estagiar é uma etapa importante para observar e aprender
sobre o trabalho com video assists experientes, tanto em relação ao equipamento
quanto à dinâmica de equipe.
Inclusive, em alguns países, dada a importância dessa função, video assist
tornou-se um departamento contratado à parte, que trabalha em conjunto com a
equipe de câmera.
Dentro do processo de transmissão das imagens,
video assist exerce uma série de funções:
• É responsável pela checagem, funcionamento,
manutenção, limpeza, conexão à câmera,
posicionamento, alimentação elétrica e guarda do
equipamento de video assist.
• Grava, organiza e reproduz as imagens captadas
pelas câmeras através de um gravador externo.
Sem manipular o material oficial do projeto.
• Garante que as imagens sejam transmitidas de
forma fidedigna ao que foi captado e/ou à intenção
estética da direção de fotografia (configuração de
monitores, seja por calibração ou LUT (Look Up
Table) - um preset de cor).
• Preencher o boletim de vídeo e/ou de câmera: esse
documento auxilia a organizar o material gravado
para playback.
• Ajudar a segunda assistência de câmera nas suas
obrigações: como parte da equipe de câmera,
deve-se ter atenção a todos os processos junto à
primeira e segunda assistência de câmera, prever
problemas, antecipar soluções e estar presente
para o que puder ajudar.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 6
CONCEITOS BÁSICOS
SINAL SDI
SDI (Serial Digital Interface) é um padrão de interface de vídeo e áudio digitais
da indústria, e está em expansão. Para vídeo FullHD (1080), temos os SDI 3G, que
manda até 2.97 gigabytes de informação por segundo, daí a nomenclatura 3G. Já
existem 6G e 12G, para o caso de monitoração em 4K.
Outras conexões (por exemplo: componente e HDMI) são interfaces que
permitem que o monitor seja utilizado em outras situações, mas o SDI ainda é a
mais veloz, confiável e robusta por vários fatores, que vão dos conectores até a
blindagem dos cabos.
SINAL, CABO E CONECTOR
Os três conceitos costumam confundir-se, pois na prática do nosso trabalho
estão inevitavelmente interligados. Entretanto, diferenciá-los pode ajudar a
identificar com precisão o motivo de um problema de transmissão.
Sinal é o resultado dos processos eletrônicos realizados pela câmera; trata-se
de um impulso elétrico que, digital ou analógico, tenta reproduzir de maneira fiel a
luminância e cor captadas pelo sensor da câmera.
O sinal pode ser transmitido a diferentes frequências e bitrates (quantidade
de bits que trafegam por segundo em um sinal digital), como indica a tabela abaixo:
Fonte: Dados extraídos do site da Society of Motion Picture and Television Engineers (SMPTE)
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 7
Cabos são condutores de
corrente elétrica; através deles, o sinal
é transmitido de um aparelho emissor
para um receptor.
Conectores são a parte de um
cabo que se conecta a uma porta ou
interface para ligar um dispositivo a
outro. Todo conector é classificado
como macho (contendo um ou mais Cabo SDI Macho - Macho
pinos expostos) ou fêmea (contendo
orifícios nos quais o conector macho
pode ser inserido).
Conector BNC-SDI Macho Conector BNC-SDI- Femêa
Fazendo uma analogia com um sistema de abastecimento de
água, é possível dizer que o sinal seria a água, os cabos seriam os dutos e
os conectores, os pontos de entrada e saída do encanamento.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 8
APRESENTAÇÃO DOS
EQUIPAMENTOS
A seguir, segue uma explicação breve dos equipamentos normalmente
utilizados no video assist. Para mais informações sobre cada equipamento, consulte
o quinto capítulo da Apostila de Video Assist - ACASP.
Monitor
Tela através da qual é transmitida a imagem. A principal diferença
entre um monitor e uma televisão é que o monitor é construído para
ser uma ferramenta técnica de interface, com padrões de entrada e
saída de vídeo profissionais, precisão em reprodução de cor e
movimento, além de diversos controle de configurações da imagem.
Parte frontal do monitor Panasonic BT-LH1850
Parte traseira do monitor Panasonic BT-LH1850
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 9
Gravador Externo
Gravador de imagens independente da câmera, cuja função
principal é a reprodução da imagem gravada (playback).
Partes frontal e inferior do gravador externo Sound Devices Pix 240
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 10
Video link
Conjunto de transmissor e receptor de imagens
sem fio, executam a mesma função dos cabos.
Transmissor e receptor de vídeo Teradek Bolt LT 1000, respectivamente.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 11
Distribuidor de sinal SDI
A maioria dos equipamentos de video assist tem apenas uma saída de
imagem, para cada entrada. Os distribuidores permitem ter mais
saídas SDI de um mesmo sinal, a partir do mesmo ponto.
Os modelos mais comuns tem 2, 4, 6 e até 8 saídas SDI. Além da
distribuição, esse equipamento amplifica a potência do sinal,
permitindo que uma linha de cabo se estenda por até 120 metros,
mesmo com emendas. Esse número pode variar de acordo com a
qualidade dos cabos e conectores.
Distribuidor de sinal AJA-3GDA
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 12
LINHA DE SINAL
Esses equipamentos conectam-se em uma linha para transmissão /
visualização da imagem gerada pela câmera, seja por cabo ou wireless.
Linha de transmissão via cabos: a imagem gerada pela câmera é transmitida
para o gravador externo através de um cabo; saindo do gravador, o sinal é passado
para o(s) monitor(es) através de um segundo cabo.
Linha de transmissão via video link: a imagem gerada pela câmera é passada
para um transmissor de video link por um cabo curto. Por radiofrequência, o
transmissor de video link envia um sinal para um receptor que, por sua vez, é
conectado ao gravador externo por um cabo. Saindo do gravador, o sinal é passado
para o(s) monitor(es) através de um terceiro cabo.
MAQUINÁRIA
Acessórios de maquinária são utilizados para a montagem segura da
monitoração em tripés e carrinhos, visando o seu melhor manuseio e transporte de
acordo com o peso, dimensões e situações de uso de cada equipamento.
Video assists devem solicitar os itens que julgarem necessários para essa
estrutura à equipe de maquinária do filme, zelar por esses acessórios do início ao
final do trabalho e devolvê-los à maquinária após sua utilização.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 13
Tripé baby luva (à esquerda); detalhe da conexão luva (à direita).
Tripé century baby (à esquerda); detalhe da conexão pino (à direita).
Cabeça de efeito (acima) Algema pino (acima)
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 14
Garras local (acima) Conexão em L (acima)
Sapata volante (acima) Espiga - pino (acima)
Garras local (acima) Sapata J (acima)
Vareta (acima)
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 15
CAPÍTULO 2
M e to do lo g i a d e t ra ba l h o
ENTRANDO EM UM PROJETO
O trabalho de video assist começa com um convite para trabalhar em um
projeto - normalmente, esse primeiro contato é estabelecido pela primeira
assistência de câmera; mas a indicação de video assist pode vir da segunda
assistência de câmera, produção, direção de fotografia, entre outros.
Ainda na fase de pré-produção, a primeira assistência de câmera fornece
algumas informações importantes sobre o trabalho, como duração da filmagem,
cachê, produtora, lista de equipamentos e equipe.
CHECAGEM
A checagem do equipamento é essencial, indispensável e ajuda muito na
dinâmica no set de filmagem. Nesse momento, é feita a testagem do funcionamento
do equipamento e a organização de todos os acessórios e ferramentas.
O tema checagem é bastante amplo e o método varia entre assistentes de
câmera e tipos de projetos. Porém, resumidamente é possível dizer que existem
dois tempos diferentes de checagem: para publicidade e para ficção (séries e longa-
metragens).
Nos filmes de ficção, as equipes de câmera têm cerca de uma semana para
checagem e organização do equipamento. Já na publicidade, essa checagem tem
um tempo reduzido, geralmente de até meia diária.
Na publicidade, devido ao tempo reduzido, é preciso entender as prioridades
do projeto para não sair da locadora sem testar algum equipamento. Preocupe-se
em verificar se todo o equipamento listado foi separado pela locadora, e, se com os
itens disponíveis, é possível ter imagem no monitor.
O bom desempenho na checagem vai depender da sua agilidade e da
quantidade de problemas que você vai encontrar; ao mesmo tempo, é importante
não negligenciar nenhuma etapa - o bom funcionamento do equipamento evita
dores de cabeça desnecessárias no set de filmagem.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 16
SET
Além do conhecimento técnico que pode ser
adquirido nos manuais, nos cursos e videoaulas, é
preciso ter experiência no set de filmagem. O
audiovisual é um mercado no qual é preciso ter
técnica, vivência, boa relação e comunicação com o
restante da equipe, pois se trata de uma indústria
que trabalha coletivamente, 12 horas por dia.
O set de filmagem é uma escola complexa, a
qual deve ser vivida para aprender como a dinâmica
funciona antes de assumir a responsabilidade de
uma função dentro dele. Por isso, acreditamos na
importância de começar nas equipes como
estagiários(as) / aprendizes antes de partir para a
operação de video assist.
MONTAGEM
No set de filmagem, a primeira tarefa do(a) video assist é conhecer a equipe
de maquinária e solicitar os acessórios necessários para a montagem do suporte e
sustentação dos monitores. É importante ter uma boa comunicação, sempre
solicitar com educação e aguardar a disponibilidade de um assistente que possa te
auxiliar. Uma boa dica é fotografar e listar todos os itens emprestados, para não
haver confusão na devolução.
Muitas vezes, usa-se diferentes tipos e tamanhos de monitores; ter em mente
os acessórios necessários para a montagem das estruturas de cada setup adianta a
preparação e facilita a separação dos acessórios pelo(a) assistente de maquinária.
POSICIONAMENTO
O posicionamento do monitor da direção também é um trabalho feito em
conjunto com as demais equipes. A equipe de platô e a assistência de direção
trabalham muito próximas das decisões importantes do set - por exemplo, para que
lado a câmera vai olhar e onde podemos posicionar o restante da equipe. Conversar
com esses(as) profissionais e entender a dinâmica da cena que iremos rodar é
fundamental para posicionar o monitor.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 17
Algumas perguntas importantes de se obter resposta antes de posicionar o
seu video assist são “Para que lado a câmera vai olhar?”, “Qual será a linha de olhar
do elenco?”, “De onde virá a luz principal da cena?”. Tente sempre posicionar a
monitoração atrás da câmera, seguindo o sentido do olhar dela para que a direção
fique de frente para a cena, fora da linha de olhar do elenco e fora do eixo da luz.
Quando há um setup de monitores pequenos e um de monitores grandes, a
idéia é ter os pequenos bem perto da cena e da câmera, para interações rápidas
entre direção, fotografia e elenco; e um setup de monitores maiores, posicionados
mais distantes da cena, para os membros da equipe que precisam ver o quadro,
mas não precisam estar “colados” na cena.
Na publicidade, por exemplo, sempre é solicitado um monitor para a direção
e um monitor para a agência, que também assiste a filmagem. Geralmente, a
produção já tem definido onde será posicionado o monitor da agência - converse
com os(as) assistentes de set para saber o local, esse é um trabalho feito em conjunto.
ROTINA
Durante o dia de filmagem, as funções da operação de video se dividem entre
o funcionamento, posicionamento e a operação do video assist; e a assistência de
câmera. Para isso, um bom posicionamento no set é fundamental - é importante
não atrapalhar o contato visual e a comunicação entre a direção, a câmera e a cena.
Quando o monitor já está posicionado e funcionando plenamente, e o
momento é de definição da lente, dos filtros ou do posicionamento da câmera, o(a)
video assist pode direcionar sua atenção para qualquer ajuda ou assistência que a
equipe de câmera possa precisar.
Quando a câmera estiver rodando, o lugar do(a) operador(a) de video é no
gravador, assistindo a cena, ouvindo e preenchendo o boletim.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 18
Quando a câmera corta, é importante ficar atento(a) às necessidades da
equipe, em especial da direção e da continuidade, para entender se um playback
será solicitado. Além disso, o(a) video assist deve observar tudo que a equipe de
câmera está fazendo, pois a pausa entre takes é um momento de ajustes e
modificações das configurações de câmera.
O set tem uma dinâmica muito rápida e repetitiva. Todas essas ações e
momentos acontecem a toda hora e numa velocidade alta. É preciso estar sempre
de olhos e ouvidos atentos, e ter resoluções e respostas ágeis para os problemas e
situações que surgem.
BOLETIM DE VÍDEO E BOLETIM DE CÂMERA
A organização dos arquivos gravados ajuda muito na agilidade de reprodução
(playback). Para isso, costuma-se preencher o boletim de vídeo, no qual anota-se
take a take tudo que foi ensaiado e rodado no gravador externo.
Cabeçalho modelo de uma página de boletim de vídeo. Este modelo está disponível
para download em http://acasp.org/downloads
Em algumas produções, o(a) video assist também pode ser responsável pelo
preenchimento do boletim de câmera, um documento originalmente atribuído à
segunda assistência de câmera, para controle de negativos e de configurações
de câmera no geral.
Nele, são documentados todos os dados técnicos de cada take: o número da
cena, o plano e o take; o cartão em uso; a lente; filtros; diafragma; etc.
Ao preencher o boletim de câmera, o(a) video assist tem a listagem de todos
os takes rodados, isso permite que o(a) profissional esteja por dentro de tudo que foi
rodado, auxilia na organização do material do gravador e torna o playback mais ágil.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 19
Cabeçalho modelo de uma página de boletim de vídeo. Este modelo está disponível
para download em http://acasp.org/downloads
Por isso, recomenda-se preencher o boletim com atenção, com boa caligrafia
e evitando rasuras, a fim de evitar confusão ou falta de informações. Também
existem aplicativos para preenchimento de boletins de câmera digitais;
independentemente do formato, o cuidado para a elaboração desse documento é
essencial.
O boletim de câmera é um documento de uso recorrente da equipe de
fotografia durante a gravação, mas possui dados valiosos para diversos
departamentos atuantes no projeto.
Ao final de cada diária, é encaminhada para a equipe de finalização com a
remessa de HDs uma cópia de todas as páginas preenchidas do boletim de câmera,
seja ela o papel físico e/ou em relatório digital.
RELAÇÃO COM
OUTROS DEPARTAMENTOS
Video assist é integrante da equipe de câmera, mas se relaciona diretamente
com diversas áreas em um set de filmagem. Vale lembrar, entretanto, que todas
essas relações são de parceria e não obrigações. Muitas pessoas estão envolvidas
para a realização de um filme e, por mais que o filme seja o objetivo máximo dessa
união, é importante lembrar da importância de tratarmos educadamente colegas
de profissão.
DIREÇÃO
Video assists posicionam a direção na melhor posição possível
para estar perto o bastante para se comunicar com o elenco e
operadores de câmera, porém distante o bastante para não atrapalhar a
movimentação em cena; e sempre que possível, ter visão direta da cena.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 20
Além disso, video assists têm uma posição física privilegiada no set,
frequentemente rodeado(a) pelos(as) profissionais de todas as áreas, que discutem
sobre assuntos relevantes à cena em processo ou ao filme. Por causa disso, o(a)
video assist torna-se os “olhos e ouvidos” da equipe de câmera, podendo auxiliar o
restante da equipe na comunicação com a equipe de direção.
ASSISTÊNCIA DE DIREÇÃO
Assistentes de direção são regentes do set - é quem poderá te informar sobre os
próximos planos programados na cena e, a partir disso, é possível saber onde você
poderá posicionar o vídeo.
Os ensaios não são gravados pela câmera, mas é possível gravá-los no gravador
externo de video assist! Isso ajudará a assistência de direção a determinar o
posicionamento de figurantes e fazer correções para os takes válidos.
CONTINUIDADE
Continuístas fazem parte da equipe de direção e estão sempre atentos(as) a
todos os detalhes técnicos da cena. Trabalham e dependem da colaboração de
todas as equipes do set para que nada esteja errado ou fora do lugar.
A continuidade define as informações preenchidas na claquete, auxiliando a
segunda assistência de câmera. A equipe de câmera, por sua vez, fornece
informações para o preenchimento do boletim de continuidade - como, por
exemplo, a lente usada no plano ou o número de clip de um take específico.
É importante que o(a) operador(a) de video assist ajude na comunicação
desses dados.
Dica! Informações como a lente que está em uso em casa plano, a
identificação da câmera e o nome do(a) operador(a) de câmera
podem auxiliar a direção e a continuidade a se comunicarem com a
nossa equipe! É possível fazer etiquetas com esses dados e
colá-las nas bordas do monitor.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 21
Além disso, continuístas muitas vezes precisarão rever algum plano ou cena
gravado anteriormente para checar alguma movimentação / objeto de cena.
Atentar-se à cena te ajudará a encontrar mais rápido o ponto do clip necessário para
o(a) continuísta . Alguns gravadores tem um recurso de cue marker, ou seja, é
possível, durante a gravação ou playback, determinar pontos-chave da cena para
retornar - assim, não é preciso perder tempo vendo momentos indesejados.
Nota: Use fones de ouvido plugados ao gravador. Além de
monitorar a entrada de som, isso te ajudará a estabelecer
alguns pontos no seu clip e será mais fácil retornar para esses
momentos no playback, seja para ajudar a primeira
assistência de câmera ou a continuidade. Mas não vale se
distrair / deixar de ouvir o mundo real!
PLATÔ
É a equipe de produção no set de filmagem. É importante ter uma relação
próxima com ajudantes de set, lembrando-se que trata-se de uma parceria e não de
relações de obrigação. Platô coordena a movimentação de todos(as) no set -
normalmente, a posição do video assist será acordada entre vídeo e platô.
Porém, caso você ache que a posição está muito distante ou que haverá
algum problema para cabear, dialogue sobre isso. Platô gerencia o set, mas a
responsabilidade sobre o equipamento de vídeo ainda é do(a) video assist!
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 22
SOM
Cada vez mais equipes de som trabalham com monitores próprios.
Cabe à assistência de som em conjunto com video assist garantir que essa
monitoração funcione.
A equipe de som garante, em associação com o(a) vídeo assist, a recepção de
um sinal satisfatório de áudio nos monitores e gravadores externos, para que a
direção possa acompanhar a imagem ao vivo e o playback com áudio.
MAQUINÁRIA
A equipe de maquinária é responsável pela montagem de estruturas e
suportes para câmera e luz; e pela realização de movimentos de câmera (travelling,
dolly, grua, etc).
Assistentes de maquinária retiram em uma locadora própria os itens que
video assist solicita para a produção para montar a estrutura de vídeo. Devolvemos
o equipamento para a equipe de maquinária de forma limpa e organizada ao
final do projeto.
Video assists também devem prover monitoração para a maquinária quando
necessário (travelling, grua, etc).
DESPRODUÇÃO
Tão importante quanto a etapa de checagem, a desprodução é o momento
ao final de um projeto no qual são feitas a organização, limpeza e conferência de
todos os equipamentos para a devolução à locadora.
Uma boa desprodução permite avaliar se o método de organização adotado
durante o filme foi efetivo ou não, e se houve algum problema ou perda que passou
despercebida (nesse caso, avise imediatamente a primeira assistência de câmera,
para que seja feita a comunicação à locadora e à produtora).
Devolver o equipamento em ordem também garante um bom relacionamento
com a locadora, parceria importante de ser firmada pensando em projetos futuros.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 23
CAPÍTULO 3
Po s t ura p ro f i ssi o n a l
ESTRUTURA DA EQUIPE DE CÂMERA
A organização da equipe de câmera é uma hierarquia, com o intuito de
estabelecer uma divisão clara de funções e um fluxo de informações.
1AC (primeiro(a) assistente de câmera) é foquista e chefe do departamento de
câmera; responsável por encaminhar com direção de fotografia e produção
questões de ordem prática (como horas de trabalho, cachê e direitos trabalhistas).
2AC (segundo(a) assistente
de câmera) é responsável por zelar
pelo equipamento de câmera – da
sua organização, segurança e
limpeza, desde a checagem até a
devolução à locadora. Subordinada
à 1ª assistência de câmera, a 2ª
assistência de câmera tem como
função auxiliar na troca de lentes,
filtros, baterias, suportes e
configurações da câmera.
GMA (gerenciamento de mídia audiovisual) é a função responsável pela cópia,
organização e verificação dos arquivos gerados pela câmera para as mídias de
armazenamento. Trabalha juntamente com ao(à) 2AC na troca de cartões da
câmera.
TID (TID, do inglês DIT (Digital Imaging Technician), é a função que trabalha
em colaboração com a direção de fotografia na configuração eletrônica da câmera,
monitoração da exposição e implementação de perfil de cor. TIDs também fazem
parte da equipe de câmera e, quando participam de um projeto, tornam-se a
primeira estação que recebe a imagem da câmera. Sendo assim, a operação de
video assist passa a trabalhar e colaborar com essa função.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 24
POSTURA EM SET
Videos assist são contratados(as), recontratados(as) e recomendados(as) a
outros(as) profissionais pelo seu conhecimento e pelo seu comportamento em set.
A forma como você se coloca no seu ambiente de trabalho é como lembrarão de
você. Por isso, eficiência e gentileza são fundamentais! Estar sempre alerta e tentar
estar sempre um passo à frente são atributos que definem a assistência de câmera.
Comunicar-se de forma objetiva e respeitosa, e trabalhar silenciosamente não
apenas facilita a comunicação entre profissionais, como deixa a equipe ao redor
mais confiante e permite estar mais atento(a) a qualquer eventualidade.
A seguir, listamos recomendações gerais que acreditamos tornar uma
filmagem mais tranquila para video assists:
• Entenda o filme: Leia o roteiro, preveja
situações, necessidades e esteja atento(a)
à ordem do dia/análise técnica.
• Entenda o que o seu equipamento
oferece como recurso: estude os manuais
dos equipamentos, e trate-os com
respeito - observar antes de mexer, não
forçar as peças, pergunte sempre o que
não souber para outros(as) assistentes;
• Pergunte: observe o momento adequado,
mas aproveite estar em uma posição
iniciante para tirar a maior quantidade
possível de dúvidas.
• Avise se tiver problemas, mas não
seja alarmista.
• Repetir o que foi dito por colegas (double
check / mostrar que a mensagem
foi recebida).
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 25
Uma atitude profissional é muito mais importante do que saber
enrolar um cabo em segundos. Algumas atitudes práticas garantem a
boa convivência no set - porém, lembramos que cada trabalho é único e
vai do bom senso de cada profissional avaliar as circunstâncias
do seu filme:
ظNão deixe seu equipamento sozinho.
ظEvite deixar líquidos e alimentos perto do equipamento de câmera.
ظPosicione-se sem atrapalhar o trabalho das demais pessoas.
ظEvite ficar na linha de visão ou fazer contato visual direto com o
elenco: qualquer movimentação ou ruído durante o momento da
atuação pode desconcentrar os atores e atrizes durante a cena.
ظNão passe na frente da câmera: a partir do momento que a câmera
é posicionada, a composição do quadro está sendo avaliada pela
arte, pela fotografia, pela direção, pelo som.
ظEvite opinar sobre outras áreas.
ظEvite mexer em coisas que não são do seu departamento.
ظÉ recomendado o uso de roupas escuras: é comum assistentes de
câmera usarem roupa preta como um uniforme. Porém, usar essa
cor também tem uma função prática - assistentes de câmera
precisam, via de regra, estar dentro do set de filmagem próximos à
câmera; em ambientes com superfícies reflexivas (vidros, espelhos,
etc.), roupas escuras garantem que a pessoa não apareça em
nenhum reflexo indesejado e não reflita nenhuma luz, caso alguma
fonte luminosa esteja direcionada para si.
ظQualquer dano ou perda de equipamento deve ser notificada à
primeira assistência de câmera assim que percebida. Não é
necessário ter medo ou vergonha de assumir algum erro - essa
atitude demonstra profissionalismo e é parte do trabalho lidar
com esses percalços.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 26
ARMADILHAS
A seguir, também listamos algumas “armadilhas” comuns do início de carreira
na assistência de câmera.
Por se tratar de um trabalho coletivo e intenso, é importante atentar-se a
alguns detalhes na forma de falar e agir em relação à equipe, para evitar atritos
desnecessários.
ظQuando lhe for solicitado algo, não se apresse sem entender o propósito,
correndo o risco de perder tempo e ter que refazer a tarefa. Espere até que a
pessoa termine sua sentença antes de iniciar a tarefa!
ظEvite a tentação de sempre se justificar. Normalmente, não há tempo para
argumentação durante a diária de filmagem. No começo não é fácil assimilar,
mas é melhor responder no afirmativo e entrar em ação. Se queremos nos
justificar, iremos fazê-lo depois, quando todos estiverem dispostos a discutir.
Ouça e confie nos(as) assistentes de câmera, mesmo que os pedidos possam
parecer estranhos - as pessoas sempre têm seus motivos e seus pedidos serão
sempre justificados ao final. Dito isso, o diálogo deve sempre permanecer aberto.
ظCuidado com o uso excessivo de celulares no ambiente de trabalho e
postagem de fotos nas redes sociais;
ظNunca perca de vista o fato de que o objetivo final é ganhar autonomia no set.
Com o tempo, você deve ser capaz de mostrar iniciativa e também de se
tornar uma força motriz na equipe de câmera.
SEGURANÇA
Cuidar da sua própria segurança também é parte de uma postura profissional
responsável. Quando você entra como video assist em um projeto, sua equipe conta
integralmente com você, física e mentalmente. Nenhum trabalho vale a segurança
física, sua ou de outra pessoa!
Algumas dicas de segurança em set são:
ظ Use sempre sapatos fechados;
ظ Recomenda-se não usar acessórios como brincos grandes, correntes, pulseiras,
etc; eles podem enroscar em algum equipamento e causar acidentes sérios!
ظ Nunca corra, esteja você com equipamento na mão ou não;
ظ Carregue apenas uma quantidade de equipamentos segura por vez;
ظ Segurança também envolve saúde: trabalhamos por períodos extensos,
carregando muito peso, em situações nem sempre salubres. Aproveite toda
oportunidade que tiver para beber água, ir ao banheiro e manter-se saudável
para manter a qualidade de seu trabalho por todo o período de filmagem.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 27
CAPÍTULO 4
Que s tõ e s t ra ba l h i st a s
PESSOA JURÍDICA
E PESSOA FÍSICA
O termo “pessoa física” (PF) refere-se a qualquer pessoa desde o
seu nascimento, tendo como principal registro o Cadastro de Pessoas
Físicas (CPF).
Já “pessoa jurídica” (PJ) representa uma entidade formada por
uma ou mais pessoas (por exemplo, uma empresa, partido político,
associação, entre outros 1) e seu principal registro é o Cadastro Nacional
de Pessoa Jurídica (CNPJ).
Apesar da entidade ser formada por uma ou mais pessoas físicas
responsáveis por sua criação, a pessoa jurídica possui uma personalidade
jurídica diferenciada, independente de seus membros.
Como assistentes de câmera, em praticamente todos os trabalhos
nossa contratação ocorre como PJ - ou seja, a produtora não contrata
assistentes de câmera em si, mas nossas empresas, prestadoras de
serviços de assistência de câmera.
Em função disso, a relação de trabalho entre assistentes de câmera
é determinada contratualmente trabalho a trabalho e não é regida pela
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Por isso, na maioria dos trabalhos não temos carteira de trabalho
assinada ou os direitos previstos em lei para a classe trabalhadora.
1
CPJ ou CLT? Conheça as diferenças na hora da contratação. Disponível em: https://www.diferenca.com/
pessoa-fisica-e-pessoa-juridica/. Acessado em: 12 de maio de 2021.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 28
EMPRESA
Profissionais PJ precisam adquirir um CNPJ perante a Receita Federal, obter
alvará de funcionamento perante a prefeitura para emitir notas fiscais, inscrição
estadual, entre outras burocracias necessárias.
Existem várias modalidades de empresa; a opção mais comum feita por
profissionais do audiovisual é a Micro Empresa (ME), mas também podem ser feitas
empresas LTDA ou EIRELI. Micro Empresas Individuais (MEI) não são aceitas, pois
não há código para prestação de serviços em audiovisual nessa categoria.
A abertura de uma empresa traz outras demandas (e custos,
consequentemente) para a pessoa jurídica, como a contratação de uma assessoria
de contabilidade, que organize toda a documentação para o funcionamento do
negócio e ajude a gerenciar as contas da empresa.
CNAE
Ao cadastrar uma empresa é preciso escolher o tipo de atividade econômica
que a pessoa jurídica irá desempenhar. Essas atividades estão catalogadas pelo
IBGE na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) - cada atividade
possui um número, ou código de atividade, que vale em todo o país. Essa classificação
serve para definir como as empresas pagarão impostos.
A CNAE está estruturada em cinco níveis hierárquicos: seção, divisão, grupo,
classe e subclasse. A hierarquia da nossa atividade cinematográfica é a seguinte:
Seção Divisão Grupo Classe Denominação
J 59 59.1 59.11-1 Atividades de produção
cinematográfica, de vídeos
e de programas de televisão.
A subclasse normalmente utilizada para prestação de serviços de operação
de video assist é a 59.11-1/99: Atividades de produção cinematográfica, de vídeos e de
programas de televisão não especificadas anteriormente.
2
CNAE e Produção Audiovisual. Disponível em: https://produtorantenado.com.br/cnae-e-producao-
audiovisual/. Acessado em 12 de maio de 2020.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 29
No site do IBGE, é possível obter mais informações para compreender os tipos
de serviços classificados em cada código, como:
ظNotas Explicativas (que diz quais atividades estão e quais não estão
compreendidas em uma classe ou subclasse), e;
ظListas de Atividades (que descreve melhor as funções que são executadas por
uma classe ou subclasse).
Ao definir a atividade econômica, é possível escolher uma atividade principal
e atividades secundárias.
DRT
DRT (sigla relacionada à Delegacia
Regional do Trabalho) é um registro junto ao
Ministério do Trabalho requerido para exercer
profissões regulamentadas por lei.
Historicamente, o registro foi essencial para a
legitimação da arte como uma carreira e
combate à precarização do ofício.
No caso de trabalhadores do setor de
espetáculos e diversão, o DRT serve como um
atestado de capacidade profissional. Por lei,
para exercer qualquer atividade cinematográfica
e do audiovisual é obrigatório tê-lo.
Através da lei 6533 e decreto 82385, acrescido de suas portarias, somente
pessoas com habilitação em Cinema ou Audiovisual em universidades reconhecidas
pelo MEC têm direito garantido ao DRT.
Caso a pessoa não tenha diploma universitário na área, é possível obter o
atestado de capacitação profissional através da disponibilização de documentos;
comprovação de experiência profissional na função por, no mínimo, 3 anos; e
participação em um curso à distância elaborado em conjunto pelo Ministério do
Trabalho com SINDCINE (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica
e do Audiovisual dos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e Distrito Federal 3) .
3
CSINDCINE - DRT. Disponível em: http://www.sindcine.com.br/site/Pagina/8/DRT .Acessado em: 12 de
maio de 2021.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 30
TÉCNICO INICIANTE
Profissionais iniciantes que pretendem fazer parte da profissão
regulamentada, mas ainda não têm 3 anos de experiência, podem obter
uma autorização especial como Técnicos(as) Iniciantes no SINDCINE.
Para isso, é necessário assistir uma palestra introdutória ministrada
pelo sindicato, além de realizar cursos de segurança exigidos pela função.
Dessa forma, aqueles(as) que estão iniciando a carreira têm a
possibilidade de adquirir conhecimento, praticar a atividade e conseguir
comprovação contratual em trabalhos para dar entrada no pedido de
atestado de capacitação profissional definitivo posteriormente.
ESTÁGIO
A Lei 11.788 de 25/09/2008 prevê a possibilidade de participação de 1
estagiário(a), estudantes de cinema em curta-metragens, documentários
ou filme publicitário; ou até 2 estagiários(as) em longa-metragens,
telefilmes, séries e novelas.
Reforça-se que o(a) estagiário(a) não deve substituir um(a)
técnico(a) profissional!
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 31
CONVENÇÃO COLETIVA
A Convenção Coletiva do Trabalho (CCT) é um documento
desenvolvido conjuntamente entre SINDCINE (sindicato trabalhista) e
SIAESP (Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo -
Patronal) para estabelecer regras trabalhistas para o exercício da atividade
cinematográfica e audiovisual - como piso salarial, jornada de trabalho e
seguro de vida.
Para consultar a CCT que rege nossa profissão na íntegra, consulte
o site do SINDCINE.
ACASP
A ACASP (Assistentes de Câmera
Associades de São Paulo) é uma
associação trabalhista filiada ao SINDCINE
formada em 2001, que tem por objetivo
reunir profissionais da assistência e
operação de câmera para conversar sobre
nosso ramo de atuação e lutar junto ao
sindicato por condições mais dignas e
seguras de trabalho.
A operação de video assist é uma das classes contempladas na
associação e acreditamos na importância do diálogo com os(as)
profissionais da categoria para dar suporte e crescermos juntos(as) com
quem está na base da equipe de câmera.
Além de seguir as orientações trabalhistas da CCT, a ACASP
elaborou termos de condições de trabalho específicos para obras
publicitárias e obras de ficção, que podem ser consultados no
site da ACASP.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 32
Como se associar
Atualmente, citando o artigo 4º do Estatuto Social da ACASP, são necessários
3 pré-requisitos para se associar:
1. Possuir DRT ou Autorização Especial de Técnico(a) Iniciante.
2. Filiação ou acerto de débitos anteriores com o SINDCINE.
3. Envio por email de uma carta de apresentação, contendo informações
sobre sua trajetória (como aconteceu a sua formação, como começou no meio
profissional, quais projetos que participou, quais assistentes de câmera e diretores(as)
de fotografia com quem trabalhou e atual função no departamento de câmera).
A admissão ocorre após análise dessa carta pelo Conselho Administrativo
vigente, aprovação de pelo menos três primeiros(as) assistentes de câmera e
entrevista com membros da Associação.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 33
CAPÍTULO 5
Equipam e n to s e fe rra m e n t a s
MONITOR
O monitor é o dispositivo através do qual a imagem é exibida. Ele é composto
basicamente por uma tela, um painel de controle e entradas e saídas de
áudio e vídeo.
Na frente do monitor, há um painel de controle com o botão liga e desliga,
botões de seleção de entrada de vídeo (SDI 1, SDI 2, HDMI), botões de função,
ferramentas e controle de volume.
Para saber se o monitor está ligado, qual entrada está ativada, quais funções
estão ligadas ou desligadas, devemos sempre checar a parte dos botões. A maioria
deles tem algum LED ao lado ou no próprio botão para indicar se estão ativados ou
não. Porém, alguns monitores têm apenas o LED de ligado/desligado e a informação
sobre as funções aparece na tela ao pressionarmos a tecla.
Painel frontal de monitor Panasonic BTLH; através dos LEDs posicionados acima dos
botões, é possível ver que o monitor está ligado (primeiro botão à esquerda) e com o
input de SDI 1 ativado (terceiro botão da esquerda para direita).
FERRAMENTAS
Brilho / Contraste / Chroma / Phase: Ferramentas que costumam
estar bem à mão e permitem ajustes simples da monitoração.
Phase é um ajuste de tint da imagem, com variações entre o magenta e o verde.
Chroma permite o ajuste da saturação de cor geral da tela, “puxando” para
os tons quentes. Se quisermos monitorar em preto e branco, é possível zerar o chroma.
Contraste serve para mexer nos níveis de branco da imagem, enquanto brilho
refere-se aos níveis de preto.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 34
WAVEFORM, VECTORSCOPE E FALSE COLOR
Indica-se que video assists conheçam essas funcionalidades da monitoração,
mas sua interpretação é de responsabilidade da direção de fotografia.
Waveform é uma ferramenta gráfica que auxilia na monitoração da exposição
da imagem, indicando latitudinalmente a variação de luminância (sendo 0, o preto
- ponto mais baixo do gráfico; e 100, o branco - ponto mais alto do gráfico) e,
longitudinalmente, os elementos da imagem em si.
À esquerda, uma imagem de exemplo e, à direita, seu waveform.
O vectorscope também é uma ferramenta gráfica de monitoração, mas ao
invés de indicar luminância, é utilizada para controle de crominância da imagem. O
vectorscope é redondo e em seus 360⁰ representa todo o espectro de cor; a parte
mais próxima ao centro do círculo representa cores menos saturadas, enquanto a
parte periférica do círculo indica cores mais saturadas.
À esquerda, uma imagem de exemplo e, à direita, seu vectorscope.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 35
False Color (ou exposure assist) é uma forma de monitoração de exposição
(luminância) da imagem, assim como o waveform. Supondo que cada pixel possui um
valor entre 0 e 100, sendo 0 preto e 100 branco, o false color transforma o valor de
luminância de cada pixel e o coloca em faixas de diferentes cores. Dessa forma, é
possível identificar pelas cores a diferença de exposição em diferentes áreas da imagem.
À esquerda, uma imagem regular; à direita, a mesma imagem sob false color.
MARKER
O Marker é uma ferramenta para visualização da imagem em uma janela
(aspect ratio) diferente da recebida diretamente da câmera. Hoje, quase todos os
filmes comerciais já pensam em utilizar o mesmo material filmado pela câmera
em plataformas como o Instagram, que têm formatos bem diferentes da TV, de
proporção 9:16 e 1:1. Essa ferramenta pode ser utilizada para colocar essa referência
no monitor quando necessário.
FOCUS ASSIST (PEAKING)
Ferramenta que transforma a imagem colorida em preto e branco e cria um
contorno brilhante nas áreas de maior definição da imagem, facilitando a
identificação da faixa de foco.
Imagem com focus assist (peaking) na cor vermelha.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 36
SOM
Funciona como o som de um monitor
padrão, com regulagem de volume. No
momento da checagem, é importante sempre
testar o alto-falante e saída de fone de ouvido
do monitor.
O som pode ser transmitido para a
monitoração via cabo SDI, via video link, ou até
mesmo via cabo de som (a mais comum é a
Acima, cabo com conexões XLR
conexão XLR). (macho e fêmea).
ENTRADA / SAÍDA
A maioria dos monitores utilizados tem duas entradas (inputs) e apenas uma
saída (output) para cada um deles. Os monitores mais modernos e/ou atualizáveis
via firmware permitem monitorar dois sinais de vídeo, recebidos por duas entradas,
na mesma tela.
Painel traseiro de um monitor, com as entradas e saídas de vídeo à
esquerda e entrada de energia à direita.
ALIMENTAÇÃO
A maioria do equipamento usado para vídeo assist é bivolt (aceita 110V ou
220V). De qualquer forma, é essencial a leitura das informações na parte traseira do
monitor e/ou fonte para checar a voltagem.
Os monitores grandes podem ser alimentados por AC (fonte conectada à
caixa de energia / tomada) ou por baterias V Mount ou Anton Bauer - Gold Mount,
de acordo com a necessidade. Monitores pequenos tendem a ser alimentados por
baterias NP ou Canon - LP.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 37
Exemplo de bateria V-Mount. Exemplo de bateria Anton Bauer - Gold Mount
Exemplo de bateria NP Exemplo de bateria Canon ou LP.
CALIBRAGEM
Calibragem de monitores pode ser um assunto extenso, mas em relação às
práticas de set, trabalhamos basicamente em cima dos controles de chroma, phase,
brilho e contraste para ajustes, tendo como referência a barra de cores SMPTE.
Barras de cores SMPTE
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 38
O primeiro passo, ainda na checagem, é voltar todos os monitores para suas
configurações de fábrica. Geralmente você encontra essa opção no menu principal
de cada modelo. Quando trabalhamos com mais de um monitor, é ideal e esperado
que as telas estejam balanceadas de forma que a imagem de todas esteja a mais
similar possível.
Para que isso aconteça, devemos considerar os modelos de monitores. São
iguais? Se sim, têm um tempo de uso similar? Se não, provavelmente existirão
diferenças na monitoração. As configurações das câmeras - ISO, temperatura de
cor, filtragem externa também influenciam nessa percepção.
Reforçamos a importância de conhecer os modelos disponíveis no mercado e
sobre o equipamento determinado para um projeto. É essencial estudar a lista de
equipamentos antes de filmar. Se existir algum item ou modelo de equipamento
não familiar, busque o máximo de informação sobre ele por outras fontes
(internet / colegas / locadora).
Analise se há algo discrepante na imagem, como excesso de cor ou excesso
de verde, por exemplo. O tom de pele costuma ser uma boa referência, pois é
possível notar qualquer desvio de cor ou luminância. Na equipe de câmera, GMAs e
TIDs também podem participar e auxiliar nessa avaliação.
VIDEO LINK
O video link é um sistema sem fio de transmissão de imagem e o principal
objetivo do seu uso é deixar a câmera livre.
Originalmente, a monitoração recebia imagem da câmera via cabo e o sistema
de video link era requisitado para situações extraordinárias, em que a câmera
precisasse ficar solta (câmera na mão, Steadicam, etc). Por deixar a rotina da equipe
de câmera muito mais ágil e prática, e aumentar as possibilidades de monitoração,
o video link tornou-se um equipamento indispensável nos sets de filmagem.
ATENÇÃO: Ter um sistema de video link não significa que você não
vá mais precisar de cabos. Cabos ainda são parte essencial da lista
de equipamentos, para levar a imagem de um monitor a outro, para
aproximar o receptor da cena, e como uma rápida solução de
problema, caso o video link apresente algum defeito.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 39
A principal série de video links utilizados hoje em São Paulo é a Teradek Bolt,
que possui diferentes gerações de modelos, com variações de alcance e
funcionalidades. A nomenclatura de cada modelo representa o alcance do seu sinal,
por exemplo o “Teradek Bolt 500” permite até 500 pés de distância (aprox. 150
metros) entre transmissor e receptor.
FUNCIONAMENTO
Um transmissor (TX) é conectado à câmera: ele é montado na câmera e
geralmente alimentado pela bateria da mesma. Um cabo curto sai do SDI out da
câmera e leva sinal para o transmissor, que envia o sinal sem fio para o receptor (RX).
Com um cabo conectado ao SDI out do receptor, mandamos o sinal
para o video assist.
O video link possibilita mais de um ponto simultâneo com imagem ao
mesmo tempo - ou seja, um transmissor pode enviar imagem para
mais de um receptor. Um transmissor de Teradek Bolt, independente
de sua geração, manda sinal para até 4 receptores compatíveis.
ALIMENTAÇÃO
O Teradek Bolt, tanto o transmissor quanto o receptor têm por padrão
conectores LEMO 2 pinos embutidos, e existem algumas opções de acessórios e
cabos para alimentação do equipamento. Nos transmissores, costuma-se usar
cabos DTap/LEMO ou LEMO/LEMO ligados à bateria ou ao corpo da câmera. Nos
receptores, é bastante comum o uso de um plate para bateria NP, que também
serve como base para montagem do receptor. Dessa base sai um cabo curto com
conector LEMO, que é conectado ao aparelho. Cabos DTap também podem ser
usados no receptor.
ATENÇÃO: Alguns cabos de alimentação de outros acessórios de
câmera (por exemplo, Bartech) são iguais ao cabo de alimentação
da Teradek, porém com polaridades invertidas. Cuidado para não
confundir os cabos, isso pode queimar os equipamentos envolvidos.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 40
Conector DTap macho; Lateral de uma bateria Conectores LEMO 2 pinos
observa-se que há uma VMount; o conector superior é fêmea (à esquerda) e
indicação da polaridade de um DTap fêmea, e também macho (à direita); os pontos
conexão, através dos possui os indicadores de vermelhos na parte externa
símbolos de + e -. polaridade + e -. indicam a posição correta
de conexão.
SPECTRUM ANALIZER
Esta ferramenta não é exclusiva da Teradek, embora esteja
embutida em boa parte dos seus produtos. O Spectrum Analyzer
escaneia as frequências disponíveis e mostra quais estão mais
congestionadas, permitindo que sejam escolhidas as melhores opções
para transmissão da imagem. O Spectrum Analyzer é operável via menu
e, para fazê-lo, a transmissão de sinal é interrompida.
A análise e escolha de frequência é feita automaticamente pelo
sistema, durante o uso. Essa função é uma maneira de fazer essa escolha
manualmente, caso exista alguma recorrente instabilidade de sinal.
Tela de um receptor Teradek Bolt ao escannear
bandas de frequência através do Spectrum Analizer.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 41
LINK X VIDEO
O que fazer quando o video link não está transmitindo imagem?
O primeiro passo é verificar se o transmissor ou o receptor
estão sem bateria.
Com os dois aparelhos ligados, é possível constatar se a imagem
não é transmitida por não haver vídeo ou por link. Tanto no transmissor
ظPower: indica se o aparelho está ligado/desligado;
ظVideo: indica se o aparelho está recebendo sinal de vídeo,
seja através da entrada SDI ou HDMI (no caso do
transmissor) ou wireless (no caso do receptor);
ظLink: indica se o aparelho está conectado ao seu par (se o
transmissor e receptor estão devidamente pareados e
enviando sinais entre eles); e
ظWarning: indica se o aparelho está pareando / com algum
problema de funcionamento.
Quando o LED do link está desligado, isso pode significar que há
algo impedindo a comunicação wireless entre o transmissor e o receptor
(obstruções de sinal ou distância, por exemplo) ou que transmissor e
receptor não conseguem identificar o sinal um do outro - no segundo
caso, é necessário pareá-los.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 42
PAREAMENTO
Uma vez compatíveis entre as gerações, os transmissores e receptores são
modulares - ou seja, não precisam ser de um mesmo kit para funcionarem juntos.
Uma situação comum é trocar ou adicionar um outro receptor em um setup
que já está funcionando.
Denominamos de pareamento o processo de primeira conexão entre
um transmissor e receptor, para que se identifiquem e atuem na
mesma banda de frequência. Após o pareamento, o transmissor e o
receptor conectam-se automaticamente, não há a necessidade de
realizar esse processo toda vez que o equipamento é desligado e ligado.
Para fazer um bom pareamento, recomenda-se fazê-lo um receptor por vez e
desligar todos os outros que não estão sendo pareados naquele momento.
Deve-se começar o pareamento pelo receptor. No menu existe a opção
Pairing (parear); uma vez acionada, o receptor vai pedir para que você acione o
pareamento no transmissor.
Usa-se a ponta de um
clip de papel pequeno para
ativar o pareamento no
transmissor, parecido com o
que é feito para inserir ou
retirar um cartão SIM da
A flecha amarela indica o acesso de um transmissor
maioria dos celulares. Teradek Bolt para ativar o pareamento.
Quando o pareamento é ativado, as luzes do transmissor piscam indicando
que ele está buscando um receptor novo. Assim que o transmissor e o receptor
identificam um ao outro, aparece uma mensagem no receptor, solicitando a
autorização do pareamento. Clicamos em OK e aguardamos alguns segundos, até
que o receptor mostre a mensagem Paired Successfully (pareado com sucesso).
Após alguns segundos, o sinal deve chegar junto com a mensagem Receiving Video
(recebendo video).
Idealmente, mantemos uma distância de 2 metros entre dispositivos que
estão pareando. Se não for possível, podem ser retiradas as antenas do receptor
APENAS para o pareamento.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 43
NORMAS BÁSICAS PARA UM BOM FUNCIONAMENTO
“ ظContato visual” entre transmissor e receptor deve, sempre que
possível, ser respeitado. Paredes e outras obstruções físicas
atrapalham a recepção.
ظSe a câmera estiver em posição crítica (por exemplo, colada em
alguma parede ou muito próxima de uma outra câmera) vale
sempre tentar aproximar o receptor para que o sistema funcione
perfeitamente.
ظPosicionamento do video link: a posição do transmissor costuma ser
fixa e depende de vários fatores na montagem da câmera, o
importante é posicioná-lo de modo que a antena não seja obstruída.
Já a posição do receptor fica à critério do(a) operador(a) de video
assist. O ideal é posicioná-lo sempre de forma que fique mais alto
que as pessoas no set, para que também não haja obstrução de sinal.
ظAvançar os receptores com o uso de tripés e cabos SDI mais longos
é uma prática comum em situações onde a monitoração esteja
distante da câmera.
ظCaso você esteja com dois receptores no set, é recomendado que se
mantenha uma distância de pelo menos 1,5m entre eles, para que
não haja interferência de sinal.
ظAlimentação: Se o transmissor ou o receptor estiverem com pouca
bateria, é possível que o sinal comece a apresentar problemas.
Preste atenção ao nível de bateria da câmera também.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 44
GRAVADOR EXTERNO
Equipamento chave da operação de video assist, trata-se de um gravador de
áudio e vídeo independente da câmera, cuja função principal é o playback.
Normalmente dotado de uma tela própria, o gravador externo permite que
o(a) video assist monitore a imagem enviada pela câmera, acompanhando a cena
durante a sua execução. Através da tela também é possível operar o gravador para
nomear, organizar, gravar e reproduzir takes em uma mídia própria.
O modelo mais utilizado
de gravador externo para video
assist é o Pix 240 ou 240i da
marca Video Devices. (imagem
ao lado). Existem outros modelos,
como por exemplo: Pix E5 (Video
Devices), Pix E7 (Video Devices),
Shogun (Atomos), Odyssey
(Convergent Design), AJA KiPro.
POR QUE USAR GRAVADOR EXTERNO?
O gravador tornou-se parte essencial do equipamento de video
assist, porque permite mais autonomia para rever o que foi filmado no
momento que a direção, continuidade ou qualquer outro departamento
necessitar, sem precisar da câmera. Isso permite, por exemplo, que a
direção de fotografia possa realizar ajustes e mudanças de
enquadramento enquanto outros departamentos assistem ao material
que já foi gravado.
O material armazenado no gravador externo, a princípio, tem
como único objetivo o playback - ou seja, não costuma ser “loggado” ou
utilizado na finalização da obra.
Além disso, o gravador permite, caso seja necessário, consultar
uma cena filmada em outro dia.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 45
FUNCIONAMENTO
O armazenamento de áudio e vídeo no gravador externo é feito em uma
mídia própria, sendo as mais comuns o SSD (Solid State Drive) ou cartão CF
(Compact Flash).
CODEC
O codec permite compactar sinais de áudio e vídeo visando a maior eficiência
de transmissão e armazenamento. A escolha do codec utilizado deve ser feita filme
a filme, de acordo com a demanda colocada.
Caso a finalidade do material do gravador externo seja apenas de playback, é
possível usar um codec proxy (com perda de qualidade) e de alta compressão para
conseguir armazenar o máximo de takes possível numa mesma mídia.
NOMEAÇÃO DE CLIPS
O gravador externo também permite que
operadores de video assist nomeiem e organizem
os arquivos da forma que desejarem, em uma
estrutura de pastas.
Manter a nomeação e organização dos
clipes é uma forma de facilitar a busca e acesso a
arquivos mais antigos, consultar takes válidos,
identificar ensaios, entre outras funcionalidades.
REC START / STOP (FLAG)
Gravadores externos também costumam
ter o recurso de flag, que habilita / desabilita a
gravação de acordo com os disparos de câmera.
Escolhendo o flag de acordo com a fabricante da câmera (ex. ARRI, RED, Sony,
etc), o gravador identifica o momento que a câmera começa e pára de gravar através
do sinal SDI; e inicia / interrompe a gravação externa automaticamente.
Essa não é uma função automática! Ela deve ser testada na checagem e
habilitada por cada video assist.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 46
ÁUDIO
Video assists devem preocupar-se especialmente com o sinal de áudio
recebido no gravador. Muitas vezes, o gravador é o principal ponto de distribuição
de sinal para os demais monitores. A qualidade de áudio do playback modifica
completamente a percepção que a direção tem da cena; por isso é importante o
diálogo constante com a equipe de som direto.
O áudio pode chegar ao equipamento de video assist diretamente da câmera
via SDI, caso a câmera esteja captando som ou direto do equipamento de som, seja
via cabo (XLR) ou por receptor de áudio sem fio (ex. comtek).
FERRAMENTAS
O gravador externo possui algumas ferramentas que permitem ao(à) video
assist auxiliar o restante da equipe de câmera. As principais ferramentas são:
ZOOM
Ferramenta que aumenta a escala da imagem, para facilitar a observação de detalhes.
CUE MARKER
Ferramenta que permite criar pontos de rápido acesso no clipe durante a sua
gravação e/ou playback. É possível criar quantos markers o(a) operador(a) de vídeo
considerar necessários. Dessa forma, é possível pular para os momentos mais
relevantes de um arquivo.
OUTRAS FERRAMENTAS:
Peaking e false color (consultar seção sobre monitores).
ALIMENTAÇÃO
O Pix240 pode ser alimentado por baterias NP, energia elétrica ou conexão
DTAP. Existem dois slots para bateria NP na parte de trás do equipamento e na
parte de baixo um conector do lado esquerdo para a fonte de alimentação, que
deve ser bivolt.
O gravador permite que mais de uma fonte de alimentação seja usada ao
mesmo tempo, o que permite a troca de baterias sem desligá-lo.
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 47
CRÉDITOS
Desenvolvimento
ACASP - Assistentes de Câmera Associades de São Paulo
Redatores
Gabriela Akashi
Júlia Lacerda
Ricardo Pedro de Gois
Revisão
Operadores de video assist da ACASP
Design gráfico
Gustavo Barske
Ilustração da Capa
Gabriela Akashi
freepik.com
INTRODUÇÃO AO VIDEO ASSIST - ACASP 48