A prometida
Um romance da Máfia
Jacque Dark
Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com fatos reais é mera
coinscidência.
Atenção
Esse livro contém cenas de sexo e violência que podem ser considerados
possíveis gatilhos. Não leia caso sinta-se desconfortável.
A autora não concorda com a conduta de algumas das personagens.
Copyright © 2019 por Jacque Dark
Revisão: Jacque Dark
Capa: Jacque Dark
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
CAPÍTULO 33
CAPÍTULO 34
CAPÍTULO 35
CAPÍTULO 36
CAPÍTULO 37
CAPÍTULO 38
CAPÍTULO 39
CAPÍTULO 40
CAPÍTULO 41
CAPÍTULO 42
CAPÍTULO 1
H oje é o aniversário de 18 anos de Geovanna, finalmente a
maioridade.
na boca de verdade. – Pensou animada. Geovanna saiu do quarto
—
Agora meu pai não pode me proibir de fazer as coisas, enfim beijarei
correndo e desceu as escadas, logo encontrou Olívia, a empregada da casa.
— Olívia, hoje é a minha liberdade, estou fazendo 18 anos! – Ela lhe deu um
abraço forte.
— Menina Geovanna, já não tenho idade para tanto. – Olívia falou rindo.
— O que temos para o café da manhã? Tem que ser algo especial, hoje é meu
aniversário!
— Estou vendo que alguém acordou de bom humor. – O pai de Geovanna
falou.
— Papai, hoje é a minha liberdade. Lembra que você disse que eu seria livre
aos 18 anos?
— Sim, lembro. E o dia que você mais queria chegou, finalmente.– O pai
parecia triste.
— Sim, você vai me deixar sair hoje à noite, não é papai? Quero comemorar,
ligarei para Katy e combinaremos de sair, ir à uma boate talvez.
— Espera um minuto, mocinha. Você não vai sair à noite! Fez 18 anos, mas
ainda está sob minha responsabilidade até se casar.
— Papai, eu não pretendo me casar tão cedo e além do mais se eu não sair
para conhecer rapazes como vou me casar?
O pai a encarou desolado e tentou lhe falar, mas não conseguiu.
A mãe de Geovanna apareceu e olhou para o marido, também com
o semblante preocupado.
— Mamãe, hoje é meu aniversário!
— Eu sei, filha.
— Gente, o que há com vocês? Não estão alegres?
Os pais dela a observavam com cara de tristeza e nada falaram. Logo seu
irmão apareceu.
— Melhor contar tudo para ela. – Ele disse também demostrando que algo
não estava correto.
— Sobre o que estão falando?
— Sobre nada, filha, curta seu dia. – O pai falou, e lhe deu um beijo.
— Vamos tomar nosso café da manhã. – A mãe disse.
Todos se dirigiram à mesa, e Olívia começou a servi-los. A
família de Geovanna sempre teve boas condições, viviam em uma casa
confortável estilo brownstone em um bairro nobre de Nova York. Ela não
sabia exatamente do que o pai trabalhava, mas tinha noção que ele trabalhava
para alguém poderoso, o irmão também trabalha para a mesma pessoa. Nunca
lhes faltou nada. Geovanna estudou em ótimas escolas, e desde os três anos
de idade dança balé, sua paixão. Ela estuda em uma das mais conceituadas
escolas de dança de Nova York, a Bolshoi Ballet Academy. Seu sonho é
tornar-se uma grande bailarina, no entanto nunca se apresentou, o pai nunca
permitiu que ela fizesse apresentações, apesar de ser regularmente requisitada
pelos seus professores.
Mas agora que fez 18 anos, ela tomará suas próprias decisões, seu
pai terá que entender isso. Geovanna é muito agradecida à família, seu pai,
que apesar de ser rígido, sempre foi amoroso. A mãe, uma mulher miúda e
delicada, sempre pronta a servir a família e educar os filhos da melhor
maneira possível, principalmente ela. O irmão de Geovanna, mais velho que
ela 7 anos, sempre a protegeu de tudo. Age como um guarda-costas, aonde
vai, ele a acompanha a mando do pai.
Geovanna sente-se uma bonequinha de cristal que a qualquer
baque pode quebrar-se, e isso a estava incomodando, ela queria ter a própria
vida, ter suas aventuras, conquistas, paixões e medos. Ela é muito agradecida
à família, porém, a partir de agora tomará as rédeas de sua vida.
O café da manhã terminou, e Geovanna foi para seu quarto, seus
pais seguiram para o escritório para discutirem sobre o destino da filha.
— Não podemos mais esconder, Robert! Ela precisa saber.
— Vamos segurar mais alguns dias, Luke não entrou em contato, nem falou
mais sobre isso, talvez ele tenha desistido.
— Acredita realmente nisso? Você sabe como ele é, com certeza irá cobrar.
— Eu sei, eu sei. Irei falar com ele, darei um jeito nisso. Também não
suporto pensar que nossa filha casará com ele.
— Faça isso o quanto antes, é nossa última esperança. Venho convivendo
com esse tormento há três anos, eu não suporto mais.
Nesse momento, o celular de Robert tocou, ele olha a tela, é o Luke, então
fixa o olhar na esposa e logo atende.
Robert: Senhor.
Luke: Quero você no meu escritório agora.
Robert: É sobre o casamento?
Luke: E o que mais seria?
Robert: Sim senhor.
Robert desligou a chamada e a esposa perguntou:
— E então?
— Ele me convocou para falar sobre o casamento.
— Você tem que aproveitar essa oportunidade e falar com ele.
— Eu vou tentar.
Geovanna estava em seu quarto e conversava com sua melhor
amiga pelo FaceTime.
— Já pedi para o meu pai me deixar sair hoje à noite, mas ele disse que não.
— Ele disse que você podia ser livre quando completasse 18 anos.
— Sim, mas ele veio com um papo de que tem que cuidar de mim até casar,
como se eu fosse casar tão cedo. Eu não aguento mais essa superproteção.
Alguém bateu na porta.
— Só um minuto, amiga, alguém está batendo.
Então ela disse em voz alta:
— Entra!
O irmão de Geovanna abre a porta sem entrar, mostra a cabeça no batende da
porta e olha para dentro do quarto.
— Posso entrar?
— É o meu irmão, Katy, vou desligar, depois nos falamos.
Ela desligou a chamada e disse para o irmão:
— Entra, Fabrício.
— Estava falando com a Katy? – Ele perguntou adentrando o quarto.
— Sim.
— Vim convidá-la para almoçarmos juntos, vou te levar no Ellen's
restaurante.
— Eu adoro esse restaurante. Não vai trabalhar hoje?
— Não, tirei o dia de folga para ficar com você no seu aniversário.
— Obrigada, você é o melhor irmão do mundo!
Fabrício a observou com um olhar triste, ele fez menção de falar alguma
coisa, porém não conseguiu, Geovanna percebeu sua aflição.
— O que foi, Fabrício? Até você com essa expressão de enterro, hoje é meu
aniversário, e vocês estão agindo de forma estranha.
— Não é nada, só que você já não é mais a minha garotinha das tranças
ruivas, agora é uma mulher linda e talentosa.
— Ah seu bobo! Vou continuar enchendo o seu saco por muito tempo ainda.
– Ela riu.
O Irmão a olhou e a abraçou. Logo desfez do abraço e disse:
— Vamos?
— Sim!
Geovanna pegou a bolsa, deu uma ajeitada no cabelo e desceu a escada junto
com o irmão.
— Cadê o papai?
— O chefe mandou chamá-lo.
— E a mamãe?
— Está no quarto descansando.
Eles seguiram até o carro, e antes de entrarem Fabrício a segurou
pelos braços, e a fez olhar para ele.
— Você nunca teve curiosidade de saber quem é o chefe do papai, e agora
meu chefe?
— Não, por quê? Deveria?
— Sim, deveria. Ele é um homem muito poderoso e perigoso.
— Perigoso? Como assim?
Fabrício ficou olhando para ela avaliando seu rosto inocente.
— Você realmente não sabe de nada, e eu me sinto culpado por isso, acho
que você deveria ser avisada.
— Avisada sobre o que? Hoje vocês estão muito estranhos, falando em
enigmas.
— Deixa para lá, não quero estragar seu aniversário com essas coisas
desagradáveis.
— Fabrício, se você tem algo para me falar, diga, já estou ficando nervosa
com todo esse mistério.
— Eu não vou te falar nada ainda, nosso pai terá uma conversa com você em
breve, então esteja preparada.
Geovanna sentiu um calafrio, alguma coisa estava acontecendo e eles
estavam escondendo dela. — Será que o papai vai perder o emprego? Será
que é isso que Fabrício queria dizer? — Ela se perguntava, contudo resolveu
esquecer aquilo no momento, se for isso que está pensando, logo o pai irá lhe
falar.
Eles seguiram para o restaurante.
CAPÍTULO 2
L uke estava sentado em sua mesa, recostado na cadeira, com um
charuto entre os lábios, e de olhos fechados. Alguém bateu na porta.
— Entra! — Exigiu secamente.
Marco, chefe dos soldados e amigo de Luke, entrou no cômodo.
— O trabalho foi feito como ordenou, Luke.
— Ótimo!
— O desgraçado implorou pela vida.
— Todos imploram.
Luke continuou fumando seu charuto ainda com os olhos fechados. Marco
suspirou e resolveu perguntar:
— Você lembra que a Geovanna está completando 18 anos hoje?
Luke ainda com os olhos fechados, disse:
— Lembro perfeitamente, já mandei o idiota do pai dela vir até aqui.
— Você vai continuar com isso, Luke? A menina acabou de completar 18
anos, não sabe nada da vida, e vai ser obrigada a casar com você, como acha
que ela irá reagir?
Luke abriu os olhos, apagou o charuto no cinzeiro, e virou-se para Marco,
com o olhar frio como blocos de gelo.
— Você acha que estou me importando qual será a reação dela? Eu quero que
se foda, eu irei casar com ela e isso já está decidido há muito tempo.
— Luke, por que casar com ela? Não é por falta de mulher que queira casar
com você, acho que Suzette seria mais apropriada. Ela é bonita, sabe
perfeitamente quem você é, inocência está longe de seu vocabulário, e é louca
por você. Daria uma ótima primeira dama da máfia.
Luke bateu com os punhos na mesa, o que fez Marco se assustar.
— Porra! Qual é o seu problema, caralho? Você acha que eu vou me casar
com aquela puta? Ela só serve para uma coisa: foder, nada mais. No entanto,
ela não precisa se preocupar, eu continuarei comendo ela, mesmo depois de
casado, ela e quem eu quiser.
— É isso que não entendo, Luke. Você vai continuar sua vida como sempre,
mesmo depois de casado. Para que submeter a menina a isso?
Luke olhou para Marco, e com um sorriso de escárnio, disse:
— Está muito preocupado com o destino da minha noiva, Marco, por acaso
você a quer para você?
— É claro que não. Somos amigos, e você sabe que jamais poria os olhos em
uma mulher sua. Apenas estou tentando fazer você ter um pouco de
compaixão, se você a ama...
Luke cortou Marco com uma gargalhada.
— Amor? Você acha que estou casando com ela porque a amo? Não me
confunda com idiota, Marco. Eu não amo, mulher para mim só serve para
uma coisa: Sexo. A Geovanna foi escolhida para ser a minha esposa, e ela foi
guardada para mim, e somente eu terei acesso a ela. Será a mãe do meu
herdeiro. Claro que vou foder com ela, porém, será apenas uma esposinha
troféu. Linda, inocente, intocável, e completamente submissa a mim.
— Tudo bem, já entendi! — Marco disse levantando as mãos para cima em
sinal de rendição.
Nesse momento alguém bateu na porta, logo o pai de Geovanna entrou ao
ouvir a ordem de Luke para que o fizesse, seu semblante demonstrava
preocupação.
— Dom Luke, estou aqui como solicitou.
— Marco, está dispensado, tenho assuntos para tratar com Robert.
Marco levantou-se e saiu, Robert continuou de pé.
— Sente-se, Robert.
Robert sentou, estava suando de nervoso. Luke ficou olhando para ele e
perguntou:
— Já falou com a Geovanna?
— Ainda não, ela completa ano hoje, pensei em contar em alguns dias.
— Já deveria ter feito isso hoje, logo pela manhã, não vou esperar mais
nenhum minuto, já esperei três anos. O casamento está marcado para a
próxima semana.
— Para a próxima semana? Senhor, eu acho muito cedo, me dê um tempo
para prepará-la, ela não vai aceitar tão facilmente, a menina não sabe nem o
que faço, muito menos que casará com o chefe da
Máfia. — Foda-se! Eu vou
amanhã para oficializar o noivado, e no próximo sábado eu irei me casar com
sua filha, esse foi o nosso trato em troca da sua vida, e da sua família.
Robert engoliu em seco, como ele iria pedir para Luke adiar o
casamento, ou pelo menos esperar mais alguns meses para a Geovanna
acostumar-se com a ideia? Ele não sabia, mas precisava tentar. Então muito
nervoso começou a falar:
— Senhor, sei que fizemos um trato e eu vou cumprir, só...só... peço mais um
tempo. Geovanna quer muito ser bailarina profissional, deixe-a pelo menos
ter uma carreira, ela adora dançar. O senhor nunca me permitiu deixá-la
apresentar-se.
— Eu sei muito bem que a Geovanna adora dançar, e eu não pago aquela
escola de balé para ela à toa, ela vai continuar dançando, somente para mim,
não quero a minha esposa se apresentando por aí, agarrando-se a homens.
— Mas senhor, ela ainda é jovem, deixa ela pelo menos completar 21 anos...
Robert não conseguiu completar o raciocínio. Luke em um ato de
fúria abriu a gaveta, pegou uma faca, agarrou com força o pulso dele,
espalmou sua mão na mesa e com um golpe cortou os dedos da mão dele.
Ele segurou o grito. Luke enfurecido continuou segurando o pulso dele, o
encarou com os olhos flamejantes e disse:
— Eu vou casar com a Geovanna no sábado, com você a levando no altar, ou
não. Quando você fez o acordo comigo Robert, não o fez somente com um
mafioso, mas com o próprio demônio.
Luke soltou a mão de Robert, e esse esvaindo em sangue, segurou o
local, trêmulo de dor. Luke então, jogou uma toalha para ele e disse:
— Estanca esse sangue, vou chamar o Marco.
Ele pegou o celular, e fez a chamada:
— Marco, vem aqui.
Logo Marco entrou no escritório, e quando viu a cena arregalou os olhos.
— Merda! O que aconteceu aqui?
— Isso que você está vendo. Mande um dos soldados levar Robert para o
hospital, coloque os dedos dele no gelo, quem sabe assim consigam salvar
algum.
Robert disse com voz de dor:
— Seja bom para a minha filha, Luke, ela é só uma menina inocente.
— Ela será a minha esposa, e eu a tratarei do jeito que quiser. Agora vai, se
você não morrer, te vejo amanhã.
Marco segurou Robert e o ajudou levantar. Ele chamou um dos soldados,
pediu para pegar os dedos e colocar em um saco com gelo.
Quando Robert se foi com os soldados, Marco voltou para o escritório e
confrontou Luke.
— O que deu em você, Luke? Como quer ter um casamento no sábado se
quase mata o pai da noiva?
— Deveria tê-lo matado há três anos, mas para não morrer aceitou a proposta,
e agora quer voltar atrás. Ele deveria agradecer por eu ter visto a Geovanna e
ter feito a proposta. Agora é um inútil, espero que ele se lembre com quem se
meteu toda vez que olhar para a mão.
Marco apenas o olhou e pensou no destino da Geovanna. A menina não sabe
o que a espera.
CAPÍTULO 3
G eovanna e Fabrício encontravam-se no restaurante. Eles estavam
animados, pois os garçons faziam um show à parte. Eles cantavam
subindo em um palco no centro do restaurante, todos batiam palmas e
cantavam junto com eles. Geovanna também cantava, acompanhando-os, ela
adorava aquela música.
O celular de Fabrício começa a tocar, ele olha a tela, vê que é o Marco, não
pode deixar de atender. Então pede licença para Geovanna e se afasta para
um local onde tem menos barulho.
— Alô.
— Fabrício, venha até o hospital, seu pai se feriu.
— O que aconteceu?
— Luke o machucou. Robert foi falar com ele sobre a Geovanna...
— Merda! Eu já estou indo para aí. A Geovanna está comigo, irei deixá-la
em casa, e sigo para o hospital.
Fabrício desligou a chamada e foi falar com Geovanna.
— Geovanna, precisamos ir.
— O que aconteceu?
— Papai sofreu um acidente de trabalho, estou indo para o hospital agora,
vou levá-la para casa.
— Não! Eu irei com você, quero ver meu pai, por favor, Fabrício.
— Não acho que seria bom você ir agora, pois não sei a situação exata do
papai.
— Eu quero ir, Fabrício, você não vai me impedir.
Fabrício a focou. Ela era teimosa, e por isso resolveu levá-la, ele sabe que ela
não desistirá.
— Okay! Vamos.
Os dois saíram do restaurante, e seguiram para o carro. Geovanna
estava nervosa — O que será que aconteceu com o papai? — Perguntou-se.
Fabrício dirigia rápido, aparentava estar muito nervoso. Logo que chegaram
ao hospital, um homem alto, vestido todo de preto veio falar com Fabrício:
— Fabrício.
— Marco, como está meu pai?
Marco olhou para Geovanna antes de responder e Fabrício a apresentou:
— Geovanna, esse é o Marco. Ele trabalha com o papai. — Virando-se para
Marco, continuou:
— Tive que trazê-la, Geovanna é muito teimosa às vezes.
— Muito prazer, senhor Marco. — Geovanna estendeu a mão para o homem,
e esse não retribuiu, apenas ficou olhando para ela como com olhar frio.
Geovanna ficou sem graça por ele não a cumprimentar, e abaixou a mão. —
Que homem estranho — Pensou.
Fabrício pigarreou e disse virando-se para Geovanna:
— Irmãzinha, espera na recepção que vou ver como o papai está, depois te
chamo para que você possa vê-lo. Tudo bem?
— Eu quero vê-lo agora, Fabrício. Não me deixa angustiada assim.
— Geovanna, por favor, faça o que estou pedindo.
Ela fixou os olhos cor de safiras para ele e resolveu assentir.
Marco fez um gesto com a cabeça para que dois dos soldados que
estavam ali a vigiassem enquanto ele e Fabrício estivessem na ala dos
pacientes. Assim que entraram no corredor, Marco segurou Fabrício e
perguntou:
— Por que a trouxe?
— Ela não quis ir para casa.
— Ela não tem querer, deveria tê-la mandado para casa. Se Luke souber que
ela está aqui, o próximo a perder os dedos será você.
— Foi isso que ele fez com o meu pai?
— Exatamente.
— Desgraçado!
Marco empurrou Fabrício na parede, e disse com o dedo apontado em sua
cara:
— Cala a boca! Você não sabe com quem está mexendo, moleque. Não é
porque você vai ser cunhado dele que ele não te mata. Estou tentando fazer
com que ele não mate seu pai antes do casamento. Porra! Agora vou ter que
instruir os soldados a não falarem que Geovanna veio aqui. Seu pai sabia
muito bem com quem estava mexendo, agora o resultado é esse, e eu tenho
que limpar a merda.
— Tudo bem, Marco. Tudo bem, já entendi!
— Vamos logo ver seu pai e depois chamar a Geovanna.
Eles entraram no quarto onde o pai se encontrava, ele estava com a mão
enfaixada, e com soro nos braços.
— Pai?
— Filho.
— Como você está?
— Mal, muito mal. Eu tentei, filho e olha o resultado.
— Pai, a Geovanna está aí fora.
— Você contou para ela? O que ela sabe, filho? — Robert ficou muito
agitado.
— Calma, ela não sabe de nada ainda, pensa que você sofreu um acidente de
trabalho.
— Filho, eu não posso mais esconder, tenho que contar para ela. Amanhã o
Luke vai oficializar o noivado, e no sábado será o casamento.
— Merda!
Alguém bateu na porta e logo o médico entrou.
— Doutor, preciso ir embora. Não posso ficar aqui. — Robert fala.
— Não posso te dar alta, precisa ficar pelo menos um dia em observação,
você perdeu muito sangue.
— Não interessa, doutor. O senhor sabe como funcionam as coisas com a
Máfia.
O médico suspira e diz:
— Tudo bem, vou liberá-lo. Porém terá que tomar analgésicos para a dor, e
antibióticos para evitar uma infecção. Vai ter que continuar com o soro pelo
menos até amanhã. Não foi possível salvar os dedos para implante, mas
quando os ferimentos estiverem sarados, podemos falar sobre uma prótese.
— Tudo bem, eu vou tomar os remédios, e pensarei sobre o assunto.
***
Geovanna estava sentada na recepção, muito nervosa. Haviam dois
homens estranhos ali, parados como estátuas, nenhum músculo se movia. Ela
os lançava um olhar meio desconfiada, não se sentia confortável, e queria que
o irmão voltasse logo para que ela pudesse ver o pai.
Passaram-se alguns minutos e Fabrício apareceu.
— Vamos, Geovanna. Papai quer vê-la.
Geovanna levantou-se em um salto e seguiu o irmão. Fabrício bateu na porta
e logo entrou.
— Papai! — Geovanna logo correu para perto dele e continuou: — O que
aconteceu? Foi sua mão? Como machucou? — Ela perguntava afobada.
— Calma filha, eu estou bem. Irei sair daqui hoje, não foi nada de mais.
— Pai, fala logo para ela que você perdeu os dedos.
— Perdeu os dedos? Como assim? — Geovanna perguntava com a testa
franzida. — O que aconteceu, pai? Não me esconda nada.
O pai de Geovanna olhou duro para Fabrício, o recriminando por ter
contado daquela maneira, depois desviou para Geovanna, abrandando o
olhar.
— Filha, eu vou te contar em casa o que está acontecendo. Por favor, eu
preciso que confie em mim.
— Pai, você está me assustando, desde manhã que todos vocês estão agindo
de forma estranha.
Ele olhou para Fabrício e Marco, que estava encostado em um canto
do quarto. Ninguém falou nada por alguns minutos, logo Marco resolveu
quebrar o silêncio:
— Fabrício, leva a sua irmã para casa, eu vou com Robert em meu carro.
Fabrício assentiu e disse:
— Vamos, Geovanna. Não podemos fazer muito por agora, papai já vai para
casa, e ainda temos que avisar à mamãe.
Geovanna despediu-se do pai com um beijo e logo saiu com o irmão. Ela
reparou que os homens que estavam na recepção os acompanharam e
entraram em outro carro. Ela ficou observando pelo retrovisor, e reparou que
eles estavam os seguindo.
— Quem são esses homens, Fabrício?
— Que homens?
— Eles estão nos seguindo desde o hospital.
— Não reparei. — Fabrício desconversou.
Ela olhou para o irmão, alguma coisa muito séria estava acontecendo,
Geovanna ficou muito preocupada.
Logo que chegaram em casa, a mãe de Geovanna já estava na sala, muito
nervosa.
— O que aconteceu? — Ela perguntou assim que eles entraram na sala.
— Papai sofreu um acidente. — Geovanna falou.
— Não foi exatamente um acidente, mãe. — Fabrício falou, e olhou para
Geovanna, que estava com uma expressão de surpresa. Voltando seu olhar
para a mãe, continuou: — Ele vai explicar tudo o que aconteceu assim que
chegar, Marco está o trazendo.
— Marco? Por quê?
— Ele estava lá no hospital, mãe.
A conversa foi interrompida pelo som do carro de Marco chegando
com Robert, todos foram para a porta recebê-los. A mãe de Geovanna logo
viu a mão enfaixada, e colocou a mão na boca com uma expressão de horror.
Robert entrou na casa e Marco disse:
— Já está entregue. — Ele fez uma leve mesura para todos, e foi embora.
Geovanna ficou olhando para ele. Quando o carro sumiu ela entrou em casa.
O pai já estava sentado no sofá. A mãe também sentada em outro sofá com a
cabeça baixa, e o irmão de pé perto da lareira, também de cabeça baixa. Ela
olhou para todos e disse:
— Me falem o que está acontecendo, eu não sou de cristal, e não vou me
quebrar, só quero saber a verdade.
O pai suspirou forte, e a olhando no fundo dos olhos disse:
— Eu trabalho para a Máfia, seu irmão trabalha para a Máfia, e você foi
prometida em casamento para o capo, chefe da Máfia Salvatore. Ele virá
amanhã para oficializar o noivado, e você vai casar com ele no próximo
Sábado.
Geovanna ficou olhando para o pai, ela não estava conseguindo
processar todas aquelas informações. — Meu pai e meu irmão
trabalham para a Máfia? Vou ter que me casar com um chefe da Máfia? Não,
não vou mesmo! — Geovanna pensou e verbalizou:
— Eu não vou me casar com nenhum chefe da Máfia.
Todos a olharam com os olhos arregalados.
CAPÍTULO 4
O clima estava pesado, o pai de Geovanna respirou profundamente,
fechou os olhos e ao abri-los, disse:
— Geovanna, sente-se aqui por favor, eu vou te contar toda a história para
que você entenda tudo que está acontecendo.
Geovanna sentou-se de frente para o pai, ela precisava sentar pois suas pernas
estavam bambas.
— Trabalho para a Máfia Salvatore desde jovem. Comecei trabalhando para o
pai do Luke, o chefe atual, e fui crescendo na organização. Nunca pensei em
sair da Máfia, porém, desde que Luke assumiu no lugar do pai, comecei a
pensar nessa possiblidade. Ele assumiu há 10 anos. O pai dele era visto como
um homem cruel, mas o filho é muito pior, ele simplesmente não tem
sentimentos, e piedade é uma palavra que não existe na sua vida. — O pai
suspirou resignado e continuou:
— Ninguém sai da Máfia vivo, então eu tinha que enganar a Máfia de alguma
forma. Precisava de muito dinheiro, meu plano era roubá-lo e desparecer com
a minha família. Nós iríamos trocar de nome, mudar de país, enfim, iriamos
sumir do mapa. Já estava tudo preparado, mas Luke descobriu antes mesmo
de eu executar o plano.
Geovanna escutava tudo aquilo sem acreditar, não parecia real, lembrava um
filme de terror. O pai continuou:
— Então ele veio pessoalmente matar todos nós, toda a nossa família. — Os
pensamentos dele voltaram-se àquele dia, há três anos.
***
— Clarice, está tudo pronto, vamos partir amanhã. Fabrício e Geovanna não
precisam saber o que está acontecendo até estarmos seguros.
— Eu estou com medo, Robert. E se ele nos achar? Estaremos todos mortos.
— Eu planejei isso durante anos, ele não vai nos achar.
A campainha tocou, Robert olhou para a esposa com os olhos arregalados.
— Está esperando alguém?
— Não!
Robert levantou, foi até a porta e olhou no olho mágico, empalideceu ao ver
quem era, ele voltou-se para a esposa e disse em um sussurro:
— É ele.
Clarice colocou as mãos na boca, apreensiva.
— Eu tenho que abrir.
A Esposa fez não com a cabeça. A campainha tocou de novo. Robert então,
pegou na maçaneta e olhando para a esposa fez um sinal para ela ficar quieta.
Ele abriu a porta. Luke estava parado com dois soldados.
— Senhor, o que o trouxe aqui?
— Posso entrar, Robert? — Luke perguntou de maneira sarcástica.
— Claro, senhor. — Robert respondeu gaguejando.
Luke e os soldados entraram na sala, Clarice olhava para eles alarmada, Luke
a olhou, e logo Robert os apresentou:
— Essa é minha esposa, Dom Luke.
Ele a olhou friamente, e logo voltou-se para Robert.
— Sabe por que estou aqui, Robert?
— Não senhor.
— Você pensa que eu sou otário ou burro?
— Não senhor.
— Você pensa que iria me roubar, e eu não descobriria, Robert?
Nesse momento, Clarice começou a chorar, e Robert suplicante pediu:
— Dom Luke, por favor, poupe a minha família, a culpa é minha, eu planejei
tudo.
Nessa hora Fabrício chegou na casa, logo os soldados apontam as armas para
ele.
— Por favor, Dom Luke. A minha família não, eu sou o culpado.
— Ajoelhem todos.
Fabrício, Clarice e Robert ajoelharam-se.
— Tem mais alguém na casa?
A mãe de Geovanna automaticamente olhou para a janela, e Luke
acompanhou seu olhar. Ele foi caminhando até a janela e parou. Geovanna
estava dançando no quintal, ela executava os passos de balé com precisão, a
menina estava com um fone de ouvido e com os olhos fechados. Seus cabelos
ruivos estavam soltos e cada giro que ela dava no ar, seus cabelos
esvoaçavam como labaredas de fogo. Luke ficou fascinado olhando para
aquela figura pequena, e linda. Ele virou-se para Robert e perguntou:
— Quem é ela, e quantos anos tem?
— É minha filha, e só tem 15 anos, senhor. Por favor, não faça mal a ela, é
tão jovem.
Luke olhou de volta para Geovanna e decidiu.
— Levanta, Robert. Vamos fazer um trato. Eu poupo a sua vida e da sua
família, em troca eu quero me casar com a sua filha.
Robert olhou para ele, alarmado.
— Não, eu não vou me casar com ela agora. Irei esperar ela completar 18
anos, até lá você e sua família irão depender completamente de mim, não
darão um passo sem que eu não saiba. Você vai continuar trabalhando na
Máfia, porém, não receberá um tostão, tudo que vocês têm agora passa a me
pertencer. A sua filha será guardada exclusivamente para mim.
Robert concordou, não havia nada que ele pudesse fazer, ou aceitava, ou
todos morreriam. E assim foi feito o acordo. A partir daquele dia a vida deles
foi toda manipulada por Luke. Ele nunca mais voltou na casa deles, porém,
sabia tudo sobre Geovanna, cada passo dela era monitorado pelos seus
homens. Ele passava as instruções para Robert do que tinha que fazer, caso
alguma coisa não o agradasse com relação a ela.
Voltando ao presente, Robert olhou para Geovanna.
— E foi assim, eu não tive escolha. E agora ele está reivindicando você, a
noiva dele. Estamos vivos graças a você!
Geovanna focava o nada, seus olhos começaram a marejar. O líquido quente
e salgado deslizou pelo seu rosto. Ela olhou para a mão do pai e perguntou:
— Foi ele que fez isso?
— Sim.
— Por quê?
— Eu tentei argumentar com ele, pedir mais tempo, mas ele foi irredutível,
não tem negociação.
Geovanna enxugou as lágrimas com o dorso da mão, olhou para a mãe que
estava chorando, o irmão que estava sem expressão e o pai com olhar de
derrotado. Então ela levantou-se e disse:
— Com licença, vou para meu quarto.
Ela foi em direção à escada, a mãe fez menção de segui-la, mas o pai a
impediu.
— Deixe-a, depois você conversa com ela.
Ao chegar no quarto, Geovanna deitou-se em sua cama e deu vazão as
lágrimas.
Uma hora depois sua mãe bateu na porta, Geovanna ainda estava deitada,
ela não queria falar com ninguém naquele momento, porém a mãe abriu a
porta e entrou.
— Geovanna, posso falar com você?
Ela desanimada sentou na cama, sua mãe aproximou-se e sentou ao seu lado.
— Mãe, como posso me casar com um homem que nunca vi na vida? E além
do mais um assassino e mafioso?
— Filha, essa é a nossa vida, seu pai também é da máfia.
— Você quer dizer que ele já matou pessoas?
— Ele tem que fazer o que o chefe manda, e se for preciso matar, ele fará.
Porém seu pai tem um cargo meio que representativo agora, ele não faz nada
na verdade, Luke não confia mais nele.
— O Fabrício também?
— Seu irmão começou há pouco tempo, Luke achou melhor deixá-lo fazendo
alguma coisa na máfia, pois em breve nós seremos parentes dele. Só temos
alguma ligação com ele por causa de você.
Geovanna ficou pensando sobre tudo aquilo e resolveu perguntar:
— Mãe, por que ele precisa forçar uma moça a casar? Ele é tão repulsivo
assim?
— Não, filha, muito pelo contrário, amanhã você irá vê-lo e tirar suas
próprias conclusões.
— Não me interessa a aparência dele, mãe. Para mim ele já é desprezível,
asqueroso, e todos os adjetivos ruins que eu puder nomeá-lo. Eu sinto nojo,
mãe.
— Eu entendo, filha.
Elas ficaram em silêncio por alguns minutos, Geovanna reatou a conversa:
— Mãe, será que teria alguma coisa que o faria desistir de casar comigo?
A mãe pensou por alguns segundos e olhando para a filha, disse:
— Sei que você vai achar isso uma coisa medieval, mas eu tenho certeza que
se você não fosse virgem, ele não casaria.
O estômago de Geovanna embrulhou na hora com aquela
revelação. — Meu Deus! A minha virgindade é vista como uma moeda de
troca, isso explica a superproteção do papai e o Fabrício que não me deixava
chegar perto de um rapaz. Eu fui guardada como uma donzela do século
passado para ser usada por um homem diabólico.
— Isso é repugnante!
A mãe a olhou com pena e a abraçou forte
Luke estava sentado em seu quarto, aquela era uma das boates de luxo
que pertenciam à máfia Salvatore. A mulher em sua cama dormia
profundamente, eles acabaram de ter uma sessão de muito sexo, como Luke
gosta. Ele pegou o celular, abriu uma foto de Geovanna e a admirou. Linda,
com o sorriso puro e cabelos de fogo.
— Amanhã vou oficializar nosso noivado, bambina. E em breve você será
toda minha, amore mio.
CAPÍTULO 5
N a manhã seguinte, Geovanna acordou cedo, ela estava tão triste que
não encontrava ânimo para nada. Levantou-se, fez sua higiene
matinal, vestiu uma calça de moletom e um blusão largo, ela não fez
questão nenhuma de arrumar-se para encontrar o noivo. Prendeu os cabelos
em um coque alto, não usou nenhum pingo de maquiagem, nem mesmo
acessórios. Logo alguém bateu na porta.
— Entra.
A mãe de Geovanna entrou e ao olhar a filha, disse:
— Vai receber seu noivo vestida assim?
— Sim. — Respondeu prontamente.
— Você acha que ele vai desistir do noivado ao vê-la vestida de forma
casual?
— Não me interessa o que ele vai pensar, não vou me arrumar para receber
esse homem.
— Tudo bem, filha. Eu entendo sua revolta.
— Que horas ele vem?
— Logo após o café da manhã.
Geovanna não disse nada, ficou sentada de cabeça baixa. Clarice aproximou-
se.
— Filha, eu sei que será difícil aceitar, também não suporto a ideia de você se
casar com ele, mas vamos pensar pelo lado positivo! Talvez ele goste de
você, tenha algum sentimento, e a sua vida não será tão ruim assim.
— Você acha, mãe? Sinceramente você acredita nisso? Eu duvido que esse
homem tenha algum sentimento nobre, pra mim isso é só uma maneira de ter
uma noiva bobinha e submissa, mas ele vai se surpreender comigo, eu jamais
serei uma esposa assim, isso eu prometo.
A mãe de Geovanna ficou olhando para ela e temeu pela filha, ela não
sabe como ele é, então tentou avisá-la:
— Geovanna, não o desafie. Você é somente uma menina, ele é um homem
muito cruel, eu não quero que ele faça mal a você.
— Mãe, eu não vou aceitar pacificamente meu destino, ele quer uma esposa
submissa, isso ele não vai ter de mim. Além do mais, ele já está me fazendo
mal.
Geovanna estava irredutível, ela não iria ceder. O pai dela bateu na porta e
entrou.
— Dom Luke está a caminho.
— Quer comer alguma coisa, filha?
— Não, mãe. Nada ficará no meu estômago agora, deixa tudo isso acabar.
— Tudo bem! Você quer esperar lá em baixo, ou prefere esperar aqui e
quando ele chegar te chamo?
— Eu vou esperar aqui, saberei quando ele chegar.
— Okay!
Os pais de Geovanna deixaram o quarto e ela ficou lá de cabeça baixa,
esperando-o.
Um tempo depois, Luke tocou a campainha da casa dos Taylors, ele não
voltou ali desde o dia em que fez o acordo com Robert. A porta é aberta por
Olívia. Todos estavam na sala o esperando, exceto Geovanna.
— Onde está a Geovanna? — Logo perguntou.
— Vou pedir para a Olívia chamá-la, Dom Luke. — Clarice disse
prontamente.
— Não precisa, estou aqui.
Luke olhou para ela, que acabara de entrar na sala vestida de maneira casual,
parecia uma menina. Seu corpo imediatamente teve uma resposta a ela, seu
pênis ficou ereto só de olhar para aquela figura que atormenta seus sonhos
mais eróticos desde que a viu pela primeira vez. A sorte que ele estava com
um sobretudo, que disfarçava seu estado.
Geovanna ficou olhando para ele, seu coração estava acelerado, ela
nunca havia visto um homem tão bonito antes, ele era alto, tinha barba e
cabelo preto. Porém o que chamou sua atenção foram os olhos, azuis como o
oceano, e frios como o gelo. Ele a olhava de uma maneira tão intensa que
Geovanna não conseguiu manter o olhar, logo abaixou a cabeça. Ela escutou
a mãe dizer:
— Senta aqui, filha.
Ela sentou, obedecendo a mãe. Luke fez o mesmo, sentando-se de frente para
ela.
— Seu pai já te falou porque estou aqui, não é? — Foi a pergunta direta.
— Sim, estou ciente.
— Muito bem! — Luke colocou a mão no bolso do sobretudo e tirou de lá
uma caixinha, abriu-a e mostrou para Geovanna.
— Seu anel.
Ela ficou olhando para a joia, completamente hipnotizada. Um anel de aro
cravejado com pequenos diamantes, no centro da peça encontrava-se uma
pedra de Esmeralda tão enorme que ofuscava a visão de Geovanna com seu
brilho. Ela levantou a cabeça, olhou diretamente para os olhos de Luke e
sentenciou:
— Eu não preciso de um anel, eu não vou usar anel nenhum.
Todos da sala arregalaram os olhos, assustados com a ousadia da
garota. Geovanna continuou encarando Luke, que também a olhava com
intensidade. Ele então, ainda com os olhos fixos nela, perguntou:
— Robert, teria uma sala onde possa falar com sua filha a sós?
O coração dela acelerou, o pai disse gaguejando:
— Sim... sim... tenho. Vocês podem conversar no escritório.
Luke levantou-se, fechou a caixa do anel e colocou de volta no bolso.
De maneira autoritária, disse:
— Me acompanhe.
Geovanna levantou-se e o seguiu. Ele abriu a porta do escritório e deu
passagem para que ela entrasse primeiro. Ela estava com medo, mas não
queria demonstrar isso. Ele entrou logo em seguida e fechou a porta.
Geovanna estava no centro do cômodo e o olhava fixamente.
— Geovanna, eu não vim aqui para ser desafiado. Melhor não tentar, você
vai se arrepender profundamente.
— O que você vai fazer? Usar a sua arma contra mim?
Ele a encarou com um olhar fatal e aproximou-se dela como um felino,
pronto para atacar sua presa. Mesmo com medo ela não recuou, nem ao
menos baixou o olhar, ela o encarava. Ele parou centímetros dela, sua altura a
amedrontava, assim como seu porte forte, se fosse entrar em luta corporal
com ele, perderia com certeza.
Luke a encarava com olhos flamejantes de desejo.
— A arma que vou usar contra você é essa aqui. — Ele pegou em seu pênis,
que estava ereto dentro das calças.
Geovanna ficou muito assustada.
— Quer sentir como ele está armado para você, bambina?
Ele pegou o pulso de Geovanna com força, levou a mão dela até o seu
membro e a fez senti-lo. Geovanna estava tão assustada que seu coração batia
descompassado, ela pensou que iria perder os sentidos. Então ele soltou a
mão dela e imediatamente ela esfregou a mão nas roupas. Luke chegou bem
próximo dela e disse:
— Não me desafie, Geovanna, sairá perdendo sempre. Agora estenda a mão
para eu colocar esse anel, vamos terminar logo com isso.
Geovanna fez o que ele mandou, suas mãos estavam trêmulas. Luke
pegou a mão direita delicadamente e deslizou o anel em seu dedo anelar. Ele
segurou a mão dela e repousou seus lábios em um beijo.
— Agora sim, oficialmente noivos, no próximo sábado estarei colocando
uma aliança de casamento e você será toda minha.
Geovanna abaixou a cabeça, ela queria muito chorar, mas segurou as
lágrimas. Luke fez um gesto para que ela o seguisse e saíram do escritório.
Todos na sala estavam ansiosos, e ao vê-los, imediatamente moveram-se de
seus lugares. Luke pegou na mão de Geovanna e disse:
— Podemos comemorar, estamos oficialmente noivos, não é bambina?
— Sim. — Disse concisa.
A mãe aproximou-se, pegou em sua mão, olhou para o anel e disse com
lágrimas nos olhos:
— Parabéns, minha filha!
— Obrigada.
Todos saudaram os noivos, Robert abriu uma garrafa de champanhe.
Geovanna estava enjoada com tudo aquilo. — Quanta hipocrisia, estavam
comemorando como se esse noivado fosse normal. — Ela pensou.
Aquele tormento parecia que não iria ter fim, ela só queria ir para o
quarto e se trancar lá. Finalmente depois de algum tempo Luke resolveu ir
embora, ele a fez acompanhá-lo até a porta e lhe beijou nos lábios. Geovanna
ficou sem reação, ela nunca havia sido beijada daquele jeito sensual. O beijo
foi rápido, terminou antes mesmo dela conseguir entender a resposta
involuntária que seu corpo manifestou. Ele a soltou, e em seus olhos viu
refletido a promessa de prazer. Sem dizer uma palavra, ele virou-se e foi
embora. Ela ficou observando o carro afastar-se até sumir de vista.
Geovanna fechou a porta e seguiu para a sala. Clarice, Robert e
Fabrício tentaram conversar, porém, ela estendeu a mão em um gesto de
defesa e disse:
— Por favor, me deixem em paz.
Correu escada acima até chegar em seu quarto, adentrou e bateu a porta com
força. Ela olhou para a mão com o anel e em um gesto de fúria arrancou a
joia e arremessou longe. Jogou-se na cama e chorou.
Geovanna ficou até à tarde trancada no quarto, ela estava com o rosto
inchado de tanto chorar, então resolveu levantar-se e ir até o banheiro se
lavar. Aproveitou para arrumar os cabelos e as roupas. Voltou para o quarto,
olhou em volta e decidiu procurar o maldito anel, não iria adiantar nada
deixar de usá-lo, terá que casar com ele de qualquer jeito. Geovanna abaixou-
se na direção que havia jogado a joia e procurou. Achou-o rapidamente e o
colocou de volta no dedo. — Pelo
menos é bonito, e parece caro. — Pensou.
Seguiu para a cama e pegou o celular, haviam várias chamadas e
mensagens da sua amiga Katy. Ela resolveu ligar pelo FaceTime, depois de
três toques a amiga atendeu:
Katy: Finalmente.
Geovanna: Estou noiva.
Katy: O quê? como assim?
Geovanna estendeu a mão e mostrou o anel para a amiga.
Katy: Você está brincando? Quem é o noivo?
Geovanna: Um mafioso.
Katy ficou de boca aberta, Geovanna resolveu contar toda a história. Quando
terminou ela disse:
Katy: Meu Deus! Isso é medieval, como pode hoje em dia acontecer isso?
Geovanna: Isso é coisa da máfia, eu também não entendo, pois até ontem
não fazia ideia que meu pai trabalhava para essa gente.
Katy: Então pelo que entendi, ele está casando com você porque ainda é
virgem e se não fosse, talvez não casasse com você
Geovanna: É o que minha mãe acha.
Katy: Então temos que dar um jeito de você perder a virgindade antes do
casamento.
CAPÍTULO 6
G eovanna estava nervosa em seu quarto aguardando a amiga chegar.
Katy tinha um plano louco e ela estava pensando em fazer o que a
amiga sugeriu, porém, elas precisavam planejar tudo pessoalmente. A
campainha tocou, Geovanna saiu do quarto e desceu as escadas correndo.
— Pode deixar, Olívia. Eu atendo. — Disse para a empregada que se dirigia a
porta.
Geovanna abriu a porta afobada, Katy estava lá, com uma pequena mala nas
mãos, pois combinaram dela dormir lá essa noite.
— Entra, amiga. Vamos para meu quarto, quero muito escutar seu plano.
Elas seguiram para a sala e Clarice estava lá.
— Oh! Não sabia que Katy viria hoje.
— Foi de última hora, mãe. Ela vai dormir aqui hoje.
— Que bom, filha. Geovanna está precisando de companhia. Você já deve
saber que ela ficou noiva.
— Sei sim, senhora Taylor.
— Ótimo! Então comportem-se meninas.
— Pode deixar, mãe.
As duas subiram para o quarto e entraram. Geovanna trancou a porta com a
chave.
— Mamãe não gosta que eu tranque a porta com a chave, mas não podemos
ser interrompidas. Então, me fala dos seus planos.
— Pensei em falar com o Kevin, lembra dele?
— Lembro, sempre quis ficar comigo, mas meu irmão nunca me deixou
chegar perto de rapazes, agora sei o motivo.
— Pois é, amiga. Eu tenho o contato dele, nós podemos marcar tipo um
encontro às escuras. Eu vou falar que você quer perder a virgindade, só isso.
Tenho certeza que ele vai topar na hora.
Geovanna ficou pensando sobre aquilo e resolveu indagar:
— Precisa perder a virgindade de verdade? Eu posso falar para Luke que eu
não sou mais virgem e pronto.
— Não exatamente precisa perder a virgindade. Porém pelo o que você me
falou, esse homem é muito esperto, ele vai saber que você está mentindo na
hora. Por isso podemos encenar para que a coisa pareça real e ele veja com os
próprios olhos.
— Como?
— Vamos gravar um pequeno vídeo, quando você estiver com o Kevin e
enviaremos para ele.
— Não, Katy. Eu não vou fazer isso, é obsceno, mesmo que seja somente
uma encenação. Além do mais, o Kevin não vai querer fazer isso se não for
real.
— Ele vai, a gente diz que você quer se livrar de um cara grudento, e que
depois que estiver livre vocês podem tentar alguma coisa.
Geovanna ficou pensando em todas as possibilidades. — Será que
Luke realmente não casaria comigo se eu não fosse virgem? E minha família,
será que ele fará algum mal a eles? — Todas essas dúvidas rondavam a sua
mente.
— Eu...eu não sei, Katy. E se ele fizer alguma coisa com a minha família?
— Ele não vai fazer, se realmente quisesse, já teria feito.
— Ele é um mafioso, e essa gente não tem sentimentos. Eu tenho medo.
— Ele vai ficar com o orgulho ferido e nem aparecerá aqui, amiga. Você
verá.
— E como vamos sair daqui e ir ao encontro com o Kevin? Eu não posso sair
à noite.
— Vamos fugir.
— Fugir? Mas como?
— Quando toda a sua família estiver dormindo a gente sai. Podemos ir no
meu carro. Eu marco o encontro em um hotel desses de beira de estrada. Não
vai demorar muito, precisamos somente de alguns minutos, você grava o
vídeo e volta para casa, sua família não vai nem perceber que saímos.
— Okay! Liga para o Kevin e vamos ver se ele topa.
Katy pegou seu celular e logo que achou o número do rapaz fez a ligação.
— Alô.
— Alô Kevin, lembra de mim? A Katy.
— Claro que lembro, como está?
— Bem! preciso de um pequeno favor seu.
Katy contou todo o plano para Kevin.
— Wow! Isso é muito louco.
— Você topa? A Geovanna vai ficar muito agradecida.
— Ela está aí?
— Sim, quer falar com ela?
Geovanna faz um sinal de negação não com a cabeça, mas Katy estende o
celular para ela, que sem alternativas teve que pegá-lo.
— A...a... alô. — Falou gaguejando.
— Geovanna?
— Sim, sou eu.
— Então quer se livrar de um namorado grudento?
— Não exatamente, mas é um cara chato.
— Hum! E depois que você se livrar dele, a gente pode sair pra conversar?
— Sim, por que não?
— Então eu topo, quando vai ser?
— Katy vai combinar tudo com você.
— Tudo bem, tchau!
— Tchau!
Geovanna passou o celular para Katy e eles combinaram todos os detalhes.
Quando terminaram de falar, Katy virou-se para Geovanna e falou:
—Tudo combinado, será amanhã à noite.
— Eu espero que esse plano realmente dê certo.
— Vai dar, amiga. Não se preocupe.
No dia seguinte, Fabrício levou Geovanna e Katy para a escola de
dança. Ao chegar, elas foram para o vestiário se trocar. As outras meninas
logo repararam no anel dela.
— Geovanna, você está noiva?
Ela olhou para o anel e ficou sem graça. Não sabendo o que responder Katy
veio ao seu socorro.
— Não, esse anel não é da Geovanna, ela colocou apenas por curiosidade, é o
anel da mãe dela, não é Geovanna?
— Sim... sim, vou tirá-lo, eu...eu esqueci. — Ela disse completamente
desconcertada.
Geovanna tirou o anel e colocou na bolsa. Nesse momento a professora
entrou no vestiário e disse para todas:
— Hoje vamos ensaiar no palco da apresentação. Geovanna, você também
vai ensaiar conosco, mesmo que não se apresente.
Geovanna consentiu com um gesto positivo. Katy por curiosidade chegou
perto dela e perguntou:
— Por que você nunca pode se apresentar?
— Até dois dias atrás não saberia te responder, mas agora tenho certeza que é
o Luke que proíbe.
— Que horror, você tem que se livrar logo desse homem.
Geovanna balançou a cabeça positivamente. Elas foram para o palco e a obra
que eles iriam ensaiar era Lago dos cisnes, um clássico do Balé. A bailarina e
o bailarino principal já estavam posicionados, e assim começou o ensaio.
Algumas vezes a professora parava para dar instruções. Geovanna era
bailarina de apoio junto com as outras. Ela girava com tanta leveza, com
passos precisos, Geovanna nunca errava, ela dançava com a alma. A
professora ficava encantada. Quando o ato terminou, ela foi para trás da
cortina e a professora estava lá.
— Você é perfeita, Geovanna. Pena que não posso colocá-la como bailarina
principal.
— Você pensou em me colocar como bailarina principal?
— Sim, você seria perfeita para o papel, mas seu pai proibiu você de fazer as
apresentações.
Geovanna ficou com muita raiva, por culpa daquele homem ela estava
perdendo a oportunidade da sua vida. — Que ódio! eu vou me livrar desse
desgraçado, jamais casarei com ele. — Pensou ela.
Quando o ensaio terminou, todos foram para a plateia e sentaram nas
cadeiras do teatro, a professora começou a falar:
— Hoje o ensaio foi ótimo, pessoal, mais um pouco e logo estarão perfeitos
para a apresentação. Agora temos um convidado muito importante, ele é um
benfeitor da escola Bolshoi de Nova York e veio falar um pouco com vocês.
Os apresento o Senhor Salvatore.
O coração de Geovanna deu um salto, a mesma ficou pálida na hora.
Ela segurou na mão de Katy e essa a olhou assustada.
— O que foi?
— É ele!
Katy olhou na direção de onde vinha Luke Salvatore, alto, imponente em seu
terno bem cortado, feito sob medida. Sapatos italianos brilhantes, e um olhar
de fazer qualquer mulher cair de joelhos. A amiga virou-se para Geovanna e
em sussurro perguntou:
— Esse é seu noivo?
— Sim.
Luke parou em frente ao grupo, Geovanna imediatamente baixou a
cabeça tentando esconder-se e ficou torcendo as mãos no colo, pedindo como
em oração que ele não falasse com ela. Ele começou a falar com o grupo,
Geovanna nem prestava atenção, ela só queria que ele fosse embora. No
entanto, suas preces não foram ouvidas e logo ouviu Luke falando:
— É com muito prazer que apoio essa grande escola onde a minha noiva
Geovanna estuda.
Todos os rostos voltaram-se para ela, Geovanna não sabia o que fazer, ela
estava tão sem graça que corou, sentiu o rosto pegando fogo. Para piorar a
situação ele a chamou:
— Vem aqui, Bambina.
Geovanna estendeu o rosto e olhou em sua direção, ela o encarou e
ele apenas a olhava com seu olhar frio, que dizia para não o desafiar. Então,
ela levantou-se e foi para o lado dele. Geovanna havia tirado o tutu e
substituído por calça de moletom, porém, ela ainda manteve as sapatilhas e o
collant, seus cabelos estavam penteados em um coque alto, típico das
bailarinas.
Ele pegou em sua mão e disse:
— Ficamos noivos ontem, não é amore mio?
Geovanna só balançou a cabeça afirmativamente. Ele olhou para a mão onde
deveria estar o anel e perguntou:
— Esqueceu do seu anel, bambina?
Ela não sabia onde esconder a cara, tinha certeza que todas as meninas
estavam olhando para ela e pensando que era uma grande mentirosa por ter
dito mais cedo que o anel era da mãe. O ódio cresceu em seu peito, aquele
homem a estava fazendo passar vergonha. Ela olhou nos olhos dele e teve
certeza que ele estava fazendo aquilo somente para embaraçá-la.
A professora resolveu interferir:
— Geovanna deve ter tirado o anel para não estragá-lo enquanto dançava,
não é querida?
As coisas só pioravam, agora iria mentir de novo.
— Sim.
Luke então, virou-se para todos e disse:
— Eu espero continuar contribuindo para essa escola de dança mesmo
quando minha noiva não estiver mais dançando aqui, pois depois do
casamento ela não virá mais.
Geovanna levou um choque com aquela revelação. — Não dançarei mais? —
O ódio começou a subir pelo seu rosto, ela soltou-se do aperto dele e andou
pisando duro em direção ao corredor que dava para o vestiário. Ela já estava
chegando quando ele a alcançou, pegou-a pelos braços, a empurrou contra a
parede e com seu corpo a prendeu ali.
— Me solta, seu idiota. Eu não vou casar com você e nunca irei parar de
dançar.
Luke pegou em seu rosto e a fez olhar para ele.
— Você não vai parar, irá dançar só para mim! E no sábado você vai estar
linda, desejável e virgem, entrando naquela igreja para casar-se comigo.
Esperei você por três anos, não vou esperar nem um minuto a mais. Você
será minha, só minha.
Luke a beijou e Geovanna não correspondeu. Ela tentava sair dos
braços dele, porém, ele a forçava a aceitar seu beijo. Então parou de lutar, no
entanto, não participou do beijo, ela não iria ceder. Ele parou de beijá-la e
disse:
— Vou adorar domar minha ruivinha briguenta.
Ele passou a mão no rosto dela e voltou a falar:
— Lute o quanto quiser, Geovanna. No final eu sempre venço, pode acreditar
nisso.
Ele a soltou e Geovanna começou a andar em direção ao vestiário,
suas pernas estavam bambas. Ela entrou e haviam algumas meninas lá, Katy
sem demora aproximou-se e perguntou:
— Onde você estava? Aquele é seu noivo mesmo?
Geovanna olhou para os lados e viu que as outras meninas estavam paradas
querendo saber também, então ela disse em um sussurro:
— Em casa te conto.
Elas trocaram de roupa imediatamente e foram para o estacionamento,
Fabrício as estava esperando.
— Seu noivo estava aqui, acabou de ir embora.
— Quero que ele vá para o inferno!
Fabrício a olhou com os olhos arregalados.
Eles entraram no carro e foram para casa. Ao chegarem, Geovanna e Katy
foram direto para o quarto.
— Aquele homem é seu noivo?
— Sim, é ele mesmo.
— Meu Deus! Desculpa amiga, mas fiquei com a calcinha molhada só de
olhar para ele.
Geovanna a olhou com uma cara indignada.
— Por favor, Katy, me poupe disso, ele pode ser bonito, mas não vale nada e
eu não vou me casar com ele. Vamos prosseguir com o plano, agora mais que
nunca eu quero me livrar dele.
CAPÍTULO 7
T odos estavam na sala de jantar e o silêncio reinava, até que Fabrício o
quebrou:
— Luke foi na escola de dança hoje.
A mãe, surpresa, olhou para Geovanna e falou:
— Foi? E você não me falou nada, Geovanna.
— Falar o quê? Que ele foi lá só para me humilhar?
Todos ficaram olhando para ela. Robert fez uma expressão de dor.
— Você está bem, papai? — Geovanna perguntou preocupada.
— É só essa mão que está doendo, preciso tomar os analgésicos.
— Vou pegar para você, querido.
A mãe de Geovanna levantou-se para pegar os remédios.
— Como se machucou, senhor Taylor? — Katy perguntou.
Todos ficaram em silêncio, Geovanna ficou de cabeça baixa.
— Eu sofri um acidente de trabalho.
— Oh!
Todos voltaram a comer em silêncio. Logo após o jantar Geovanna e Katy
foram para o quarto.
— O que realmente aconteceu com o seu pai? Ele trabalha para a máfia, não
é?
— Sim, foi o Luke que fez aquilo, por isso que temo pela minha família.
— Não se preocupe. Como disse, ele vai ficar com orgulho ferido e nem vai
aparecer aqui.
Geovanna baixou a cabeça e consentiu.
As duas fizeram suas higienes noturna e deitaram-se, Clarice foi desejar-lhes
boa noite.
— Boa noite, meninas. Durmam com os anjos.
— Boa noite, mãe.
Altas horas da noite Katy enviou uma mensagem de texto para Kevin.
Katy: Você já está no hotel?
Kevin: Sim.
Katy: Estamos saindo agora.
Kevin: Okay!
Katy, virou-se para Geovanna e disse:
— Está tudo pronto, o Kevin já está nos aguardando no hotel. Você já sabe o
que fazer. Grava tudo no celular.
— Eu sei, mas estou com medo, ele pode matar a minha família somente por
vingança. — Disse receosa.
— Amiga, não se preocupe com isso, ele pode ser um mafioso, mas tem
orgulho, eu duvido ele aparecer aqui sabendo que você se entregou a outro.
— Okay! Vamos logo com isso.
As duas saíram do quarto tomando todo cuidado para não fazer
barulho. Pé ante pé elas desceram a escada e seguiram para a porta.
Geovanna a abriu bem devagar e as duas saíram. Elas desceram os degraus
correndo e seguiram para o carro da Katy, que estava estacionado a alguns
metros da casa. Elas entraram no veículo e seguiram para o hotel.
Chegaram no hotel e Geovanna disse com cara de nojo:
— Que hotel horrível! Não tinha um lugarzinho melhor não?
— Amiga, o lugar não importa, o importante é o objetivo final dessa
aventura. Agora vamos, o Kevin está no quarto 38, nós vamos alugar um
quarto, mas você irá para o quarto do Kevin. Entra direto, ele deixou a porta
aberta.
— Okay!
Elas entraram na recepção e o recepcionista as recebeu:
— Sejam bem-vindas! Precisando de um quarto, meninas?
— Sim, nós estamos viajando e paramos para descansar.
— Tudo bem, temos um quarto disponível.
Elas fizeram a ficha e logo o homem entregou a chave.
— Quarto 45.
— Obrigada.
Elas entraram no elevador e pararam no andar do quarto do Kevin
— Vai, Geovanna. Boa sorte!
Ela seguiu para o quarto, muito nervosa, as pernas estavam bambas.
Geovanna olhava os números das portas até achar o número 38. Quando
encontrou, parou em frente à porta, respirou fundo e abriu. O quarto estava na
penumbra, foi ela mesmo que exigiu assim, não queria que tudo fosse tão
nítido. Ela chamou por Kevin:
— Kevin, você está aí?
Não obteve resposta, porém, quando olhou para um canto do quarto,
percebeu que havia alguém sentado na poltrona, não dava para ver o rosto,
pois estava na sombra, mas Geovanna deduziu ser o Kevin.
— Ah você está aí, fica no mesmo lugar, eu vou deitar na cama e tirar a
blusa, só vou tirar a blusa okay? Deitarei na cama e posicionarei o celular
para gravar, quando eu estiver pronta você vem e liga a câmera.
Geovanna tirou a blusa e ficou somente de sutiã, colocou o celular no criado
mudo posicionado em direção à cama, deitou, entrou de baixo dos lençóis e
fechou os olhos.
— Pode vir, Kevin.
Kevin levantou-se da poltrona e foi na direção da cama, Geovanna
sentiu quando ele sentou. Sem demora entrou debaixo do lençol e ficou em
cima dela. Geovanna estava com tanta vergonha que não queria abrir os
olhos. Kevin então, começou a beijá-la no pescoço, Geovanna sentiu algo
estranho, ela não lembrava que Kevin tinha barba. As mãos dele deslizavam
pelo seu corpo de modo ousado, deixando Geovanna apreensiva com o rumo
daquilo, ela decidiu adverti-lo:
— É somente para fingir, Kevin, não é de verdade.
— Eu não finjo, Bambina.
O coração de Geovanna parou de bater por alguns segundos. — Meu Deus!
Esse não é o Kevin.
Imediatamente abriu os olhos e deparou-se com ninguém menos que
Luke Salvatore, seu noivo. Em desespero, Geovanna começou a empurrá-lo.
— Sai de cima de mim!
Ele a segurou com força pelos braços e com ódio no olhar, disse:
— Você não queria perder a virgindade? Agora vai!
— Não!
Ela tentava sair de baixo dele, mas não conseguia, ele a segurava com força.
Passeou as mãos por um dos seus seios e o apertou. Geovanna lutava com
todas as forças que podia para sair, no entanto, não conseguia. Ele explorava
seus lábios em beijos ávidos enquanto sua mão encontrou a intimidade dela.
Ele começou a passar a mão em sua vagina por cima da calcinha. Geovanna
não aguentou mais e começou a chorar.
Ele parou e saiu de cima dela, ela sentou rapidamente se encolhendo e cobriu-
se com o lençol. Luke a encarou, seu semblante era de poucos amigos.
— O que você pensa que iria fazer, Geovanna? Se esse seu plano desse certo
eu iria matar você e toda a sua família.
Geovanna ficou paralisada o encarando assustada. Ela ficou
imaginando como ele descobriu, como se lesse seus pensamentos ele disse:
— Você não dá um passo sem que eu saiba desde que tinha 15 anos. Fiquei
sabendo desse seu plano assim que sua amiga falou com você no celular.
Depois ela entrou em contato com esse Kevin, que a essa hora deve estar
conversando com o capeta.
Ela estava tão aterrorizada que não conseguia ter reação nenhuma. — Ele
matou o Kevin? — Se perguntou chocada. Com voz trêmula, disse:
— Não era real.
— Não me interessa se era real ou não, isso seria uma ofensa. Você acha
mesmo que esse seu amiguinho iria ficar só no fingimento? Como você é
inocente, bambina. É claro que ele não iria só fingir.
As lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Geovanna, ela estava
sentindo-se culpada por ter colocado Kevin naquela situação. Lembrou-se da
Katy e seu coração gelou. — Será que ele fez alguma coisa com minha
amiga? — Ela não conseguia raciocinar direito.
Antes dela conseguir sair daquele torpor Luke aproximou-se, ela recuou
institivamente. Ele segurou em seu queixo, a fazendo encará-lo e com uma
voz diabólica, avisou:
— Você não sabe com quem está mexendo, Geovanna. Eu não sou um
moleque que acha que pode manipular, você vai aprender a ser a esposa de
um mafioso. Mas agora eu quero você assim, intocável até o nosso
casamento, depois você vai conhecer realmente com quem se casou. Te
mostrarei quem é Luke Salvatore. Agora vista-se.
Ele levantou-se e foi até o canto do quarto, onde estava sentado
anteriormente. Geovanna pegou a blusa e a vestiu. Pegou o celular e colocou
na bolsa. Levantou-se e seguiu para a porta, Luke antecipou-se e a abriu,
dando-lhe passagem. Quando ela saiu, percebeu dois dos soldados dele no
corredor, sentiu-se constrangida e exposta. Seguiram até o carro e ele a fez
entrar, em seguida entrou e sentou do lado dela. Ela não ousava olhar para
ele, somente uma coisa atormentava seus pensamentos: o paradeiro da Katy.
O carro começou a mover-se e Geovanna só olhava para a frente, ele também
parecia que não queria muito papo.
Depois de minutos que pareceram horas, o carro chegou na casa dela.
A porta foi aberta e ela desceu rapidamente, praticamente correndo, ele vinha
logo atrás dela. Assim que chegou perto da porta, a mesma foi aberta por
Clarice ainda vestida com robe. A senhora recebeu Geovanna com uma
expressão assustada. Ela encarou a filha com um olhar alarmado. Geovanna
sem demora entrou na casa e seguiu para a sala, seu pai e seu irmão também
estavam lá. Geovanna estava morrendo de vergonha, ela não queria ver
ninguém. Sem parar, seguiu para a escada, mas Luke a segurou pelo braço
com força, a machucando, ele olhou para todos e disse:
— Prestem atenção todos vocês, esse casamento acontecerá no sábado, se
houver mais um deslize desses até lá, o acordo será desfeito e o que eu
deveria ter feito há três anos atrás, eu faço agora. Lembrem-se, eu sei cada
passo de todos vocês. — Luke virou-se para Geovanna e disse: —
Principalmente o seu, Geovanna.
Luke ainda segurando com força o braço de Geovanna, a fez subir as
escadas e conduziu a garota até a porta de seu quarto, sem a soltá-la nem um
minuto. Antes que ela pudesse entrar no quarto, Luke a empurrou
violentamente contra a parede, seus olhos faiscavam de ódio.
— Espero que você não apronte mais uma dessas, caso contrário, eu mato a
sua família e faço de você minha amante ao invés de casar com você,
entendeu?
Geovanna balançou a cabeça positivamente com lágrimas nos olhos.
— Amanhã vamos começar os preparativos do casamento, se eu não vir o
anel de noivado no seu dedo, eu cumprirei todas as ameaças amanhã mesmo.
Luke a soltou bruscamente, virou-se e desceu as escadas. Geovanna
ficou no corredor olhando assustada para onde ele havia descido. Depois de
algum tempo entrou em seu quarto e fechou a porta. Deslizou na mesma até
sentar no chão e chorou como ela nunca havia chorado em sua vida.
O dia já estava amanhecendo e Geovanna escutou uma batida na porta
do seu quarto, logo sua mãe entrou. Clarice ficou olhando para a filha, que
estava sentada na cama. Aproximou-se, sentou em uma cadeira próxima a
cama e disse:
— Não vim aqui para te passar um sermão, eu entendo tudo o que você fez e
não te julgo. No seu lugar eu também faria qualquer coisa para me livrar de
um casamento com esse homem.
A mãe de Geovanna fez uma pausa e continuou:
— Geovanna, eu quero que você entenda uma coisa, esse homem é muito
perigoso, ele não tem sentimentos. Se você o desafiar, ele irá te maltratar. E
eu não quero vê-la machucada.
— Mãe, como posso me casar com um homem desses? O que vai ser da
minha vida? Nem dançar eu posso mais. Por que eu, mãe?
— Talvez ele goste de você.
— Por favor, mãe! Ninguém que gosta de alguém faz isso que ele está
fazendo. Eu acho que ele quer se vingar do papai e está me usando para isso,
só pode.
As duas ficaram em silêncio por alguns minutos e Geovanna voltou a falar:
— Tudo bem, se ele quer uma noiva no sábado, ele terá. Porém não
participarei de nada.
Ela levantou-se, pegou a bolsa, procurou o anel e colocou no dedo.
— Pronto, agora vou tomar um banho e ficar esperando essa palhaçada
começar.
A mãe de Geovanna a olhou com tristeza. O futuro da filha estava nas mãos
de um homem cruel e ela não podia fazer nada.
CAPÍTULO 8
G eovanna estava sentada na sala, esperando Luke chegar. Eles
tratariam alguns detalhes do casamento e depois Fabrício iria levar ela
e a mãe para escolher o vestido de noiva. Os pais de Geovanna não
tocaram sobre o assunto da noite passada, eles estavam agindo como se nada
tivesse acontecido. No entanto, Geovanna não parava de pensar naquilo,
estava preocupada com a Katy, não fazia a mínima ideia do que aconteceu
com a amiga. O destino do Kevin ela já sabia. — Será que ele matou a Katy
também? — Se perguntou.
A campainha tocou e Olívia abriu a porta para Luke, ele foi até a sala
onde estava Geovanna, Clarice e Fabrício. Olhou diretamente para a mão
dela, certificando-se que estava usando o anel. Geovanna abaixou a cabeça e
ficou mexendo as mãos. Ele sentou de frente pra ela e disse:
— Vamos à igreja para falarmos com o padre. Você tem alguma amiga que
gostaria de ser a sua dama de honra?
Geovanna levantou os olhos para ele e disse:
— Minha amiga Katy.
— Você não tem uma amiga com esse nome, escolhe outra.
As lágrimas começaram a descer pelo rosto de Geovanna.
— O que você fez com minha amiga? — Ela disse gritando e levantando-se
do sofá.
Clarice a olhou com um olhar assustado e suplicante.
Luke levantou-se e apontou os dedos em sua face:
— Não grita comigo, Geovanna! Você está me desafiando, se continuar com
isso irá se arrepender de ter nascido. Melhor comportar-se como uma boa
noiva. Mais um chilique seu eu não respondo por mim.
Geovanna estava trêmula, ela precisava saber o que aconteceu com Katy.
Então, com voz suplicante pediu:
— Por favor, me diga o que aconteceu com a Katy, eu imploro.
Luke a observava com um semblante sério, os olhos semicerrados, parecia
que não iria lhe responder, contudo, ele disse:
— Sua amiga está bem. Entretanto, a partir de hoje não quero que tenha
nenhum contato com ela, caso tenha, ela morrerá.
Geovanna engoliu em seco, não conseguia olhar para ele. — Meu Deus!
Como vou me casar com esse homem? — Se perguntou alarmada.
— Agora vamos continuar, você tem alguma amiga que pode ser a sua dama
de honra?
Geovanna negou, movimentando a cabeça.
Luke virou-se para a mãe de Geovanna e disse:
— Providencie alguém para ser a dama de honra dela e mande-a ir à St.
Patrick's Cathedral.
— Eu tenho uma prima, ela tem uma filha da idade da Geovanna, vou ligar
para ela.
— Ótimo! Agora vamos andando, o padre está nos esperando, faz a ligação
do carro.
— Sim, claro!
— Vamos, Geovanna!
Ela levantou-se e pegou na mão que ele havia estendido para ela. As mãos de
Geovanna estavam frias e as dele estavam quentes. Ele praticamente a
arrastou até o carro, a fez entrar e Clarice entrou logo em seguida. Luke
também entrou e sentou do lado dela. Geovanna mantinha a cabeça baixa o
tempo todo.
O carro prosseguiu no tráfego intenso. Luke falava ao celular, o que
foi bom, pelo menos não ficava um silêncio constrangedor no ambiente.
Geovanna não estava prestando atenção no que ele falava, porém, a última
frase lhe chamou a atenção.
— Você já sabe o que fazer com devedores, Marco. Se não tem como pagar,
mate.
O estômago de Geovanna revirou-se, ela não estava acreditando que ele
estava mandando matar pessoas pelo celular como se fosse a coisa mais
natural do mundo.
— Tem filhos pequenos? O que eu tenho com isso, Marco? Não vou dar mais
tempo nenhum para ele. Faça-o ter uma morte rápida. Me envia uma foto
para eu ver se o serviço foi feito, você está muito bonzinho, não deveria nem
ter me ligado para pedir mais tempo, você sabe que eu não daria.
Marco falou alguma coisa do outro lado e Luke riu.
— Compaixão? Essa palavra não existe no meu vocabulário e não deveria
existir no seu. Agora acabe logo com essa porra e depois vai até a St.
Patrick's Cathedral. Você será o meu padrinho de casamento, esqueceu?
Com isso ele encerrou a ligação e olhou para Geovanna. Ela estava tão
horrorizada que o encarava com os olhos arregalados.
— O que foi, bambina? Está assustada? — Perguntou em tom sarcástico.
Nesse momento ele recebeu uma mensagem no seu celular, olhou para a tela
e disse:
— Serviço feito. — Falou olhando para ela com um sorriso no rosto.
Geovanna queria vomitar, ela não estava acreditando que iria casar com um
monstro desses. Desviou o olhar para a mãe, que estava sem expressão.
Eles chegaram na igreja e o motorista abriu a porta para elas, Luke já
havia descido e as esperava na porta da igreja, impaciente.
— Vamos, o padre já está nos esperando na sacristia.
Eles entraram. O padre era um senhor de cabelos grisalhos, gordo, e estava
vestido com uma batina. Cumprimentou-os feliz, bem típico italiano. Ele
falava um Inglês com sotaque e misturava os dois idiomas.
— Benvenuto, Luke. Como está?
Luke o cumprimentou dando alguns tapas em suas costas.
— Bene, padre.
— Então vai casar, não acreditei que esse dia chegaria.
— Encontrei alguém que roubou meu coração.
Pegando na mão de Geovanna a apresentou para o padre:
— Essa é Geovanna, minha noiva. Não é linda, padre?
— Muito prazer, minha jovem. Realmente és molto bella, com esses cabelos
de fogo você vai ter muitos problemas para domá-la.
— Já estou tendo, padre.
Geovanna estava com ódio, eles a estavam tratando como um animalzinho
para adestrar.
Luke continuou com as apresentações:
— Essa é a mãe da Geovanna, senhora Taylor. Daqui a pouco a prima dela
irá chegar com sua filha, que será a dama de honra da Geovana e Marco que
será o padrinho.
— Perfetto! Já podemos nos sentar e adiantarmos os detalhes.
Todos acomodaram-se. O padre virou-se para Geovanna e perguntou:
— Será um casamento típico italiano, ou você quer algo mais americano?
— Não sou católica. Portanto, um casamento em uma igreja católica não faz
sentido para mim.
— Geovanna! Não é verdade, nós somos católicos e você foi batizada na
igreja católica. — Clarice a repreendeu.
— Não sou mais, mamãe. Posso mudar de religião?
Luke a olhava sério, seus olhos azuis estavam fixos em seu rosto.
Geovanna não queria olhar para ele, mas tinha certeza que ele a estava
observando com aquele olhar ameaçador, ela podia sentir a sua pele queimar.
— Nos desculpe, padre. Geovanna só está brincando, deve estar nervosa. —
Clarice falou.
— Será um casamento típico italiano, padre. — Luke falou — O casamento e
os batizados dos nossos filhos serão feitos na igreja católica, não é amore
mio?
O coração de Geovanna começou a bater forte. — Filhos? Eu jamais
terei um filho desse homem! — Pensou indignada.
Nesse momento a prima de Clarice e a filha dela chegaram. Geovanna não
era íntima da prima, pois as duas eram muito diferentes. A prima era alta,
longos cabelos pretos e um corpo de dar inveja em qualquer mulher, porém
era fútil, usava sua beleza para conseguir homens ricos. Clarice sempre
advertiu a conduta da prima.
— Essa é minha prima Carmen e sua filha Savannah. E esse é Luke
Salvatore, noivo da Geovanna.
— Prazer! — Luke estendeu a mão para a Savannah e essa logo jogou seu
charme para cima dele.
— Muito prazer, senhor Salvatore. Não sabia que minha prima havia
encontrado um deus grego para casar. — Disse com malícia, sem o menor
pudor.
— Não exatamente um deus grego, diria italiano, ou pelo menos
descendente. — Luke disse jogando seu charme.
— Hum! Sortuda, prima. Dizem que os italianos são os melhores amantes.
O padre pigarreou e pediu para que todos sentassem.
Geovanna estava odiando tudo aquilo, ela estava sendo feita de boba, o
brinquedinho do Luke, que ele pode manipular do jeito que quiser.
A reunião iniciou, Luke e o padre conversaram sobre os detalhes.
Algumas vezes o padre perguntava sua opinião, todavia, ela dava uma
resposta atravessada ou então não opinava, deixando Luke resolver.
Savannah dava em cima dele descaradamente e ele não fazia absolutamente
nada para impedi-la, parecia que estava gostando daquilo. Mais tarde Marco
também chegou e os detalhes finais foram resolvidos. Geovanna estava tão
entretida em seus pensamentos que levou um susto quando Luke a pegou pela
mão e a fez levantar.
— Vamos! — Falou bruscamente.
Ela levantou-se e foi praticamente arrastada por ele. Todos seguiram para o
carro, Luke a segurou por alguns instantes e esperou que todos saíssem. Ele
lhe falou em seguida:
— Esse seu joguinho infantil só está fazendo com que eu fique cada vez mais
zangado com você. Não brinque com fogo, Geovanna, você vai se queimar.
Ela tentou soltar-se do seu aperto, porém, quanto mais ela tentava
sair, mais forte ele a segurava.
— Eu só não te dou uma lição hoje porque quero você linda, intocável e sem
nenhum machucado nesse rostinho lindo, mas depois do casamento você vai
me pagar todas essas gracinhas que fez.
— Me solta, eu não quero casar com você, não irei me casar com um
assassino. Me deixa em paz seu... — Ela não conseguiu completar a frase,
Luke a beijou com intensidade, forçando-a a corresponder. Geovanna tentava
impedir, mas não conseguia. Ele a soltou, dizendo:
— Será delicioso ensinar a você quem é seu dono, quem é seu homem. Te
ensinarei tudo, você querendo ou não, e essas suas lágrimas não irão me
impedir. Por agora, recomponha-se e pare de chorar. Poupe as lágrimas,
amore mio, pois precisará delas em breve.
Ele a soltou e Geovanna limpou a boca com o dorso da mão. Luke a
segurou pelo cotovelo e seguiram para o estacionamento, juntando-se aos
outros. Fabrício a aguardava.
— Vai com seu irmão, sua mãe e sua dama de honra para escolher o vestido,
escolha algo branco. Quero que todos saibam o quanto você é pura.
Ele lhe deu um selinho e a ajudou a entrar no carro. Geovanna sentou-
se no banco, com o olhar vago. Ela não queria acreditar que o seu destino era
casar-se com esse homem. Savannah e sua mãe sentaram no banco de trás
com ela. Clarice foi no banco da frente com Fabrício, que assumiu o volante.
O carro entrou no tráfego intenso das ruas de Nova York. Geovanna
estava quieta, não queria assunto, no entanto, sua prima não pensava o
mesmo, logo puxou conversa:
— Como você encontrou o Luke, Geovanna? Quase não sai de casa.
— Não fui eu que o encontrei, ele que me encontrou.
-—Wow! Que sorte a sua, sem fazer esforço irá casar com um milionário, e
eu aqui procurando um.
— Se quiser pode ficar com ele para você.
A prima a olhou surpresa e Clarice interveio.
— Geovanna está nervosa, por isso age assim, ela não queria dizer isso.
Todos ficaram em silêncio por alguns minutos, Fabrício resolveu puxar
conversa com a prima e assim a viagem foi até o final.
Eles chegaram à uma boutique exclusiva na quinta avenida e logo
Geovanna reconheceu a marca de uma estilista italiana chamada Alberta
Ferretti, muito requisitada. Poucas noivas podiam pagar pelos vestidos
desenhados por ela.
— Mãe, sei que não somos pobres, mas papai pode pagar por um vestido
aqui?
— Luke nos mandou para cá, não foi seu pai.
Geovanna ficou arrasada, nem o seu vestido era a família que iria pagar. Ele
estava tomando conta da sua vida em todos os sentidos.
Todos entraram na loja e uma mulher extremamente alinhada em seu
terninho, maquiagem perfeita, cabelos presos em um coque baixo sem
nenhum fio de cabelo solto, veio atendê-los.
— Sejam bem-vindos, em que posso ajudá-los?
— Minha filha, Geovanna Taylor, veio escolher um vestido de noiva.
— Perfeitamente! É a noiva do senhor Salvatore?
— Sim.
— A senhora Ferretti já está aguardando.
Geovanna olhou para a mãe sem acreditar. — A própria estilista iria atendê-
las? — Se perguntou.
A atendente os levou para uma sala luxuosa e ofereceu champanhe,
Geovanna recusou, enquanto sua prima já estava com a taça na mão. Fabrício
não entrou com elas, ficou no carro as esperando.
Algum tempo depois a estilista chegou, uma mulher em torno dos 50
anos, extremamente elegante. — Oh! Essa é a pequena noiva do Luke? — A
mulher a fez levantar avaliando-a com olhos curiosos.
— Luke soube escolher a noiva, lindíssima e com o olhar mais puro que eu já
vi. E esses cabelos? Buon Dio! Agora entendo porque Luke a escondeu por
tanto tempo.
A mulher girou Geovanna por várias vezes admirando-a.
— Tens uma leveza impressionante.
— Sou bailarina, senhora. — Geovanna disse timidamente.
A mulher a olhou curiosa e pediu:
— Por favor, não precisa ser formal, minha querida. Pode me chamar de
Alberta.
— Claro, senhora. Como queira.
— Vamos, tenho modelos exclusivos que combinam com você, uma noiva
virginal.
Geovanna corou, ela odiava o fato de todos falarem da virgindade dela como
se fosse algo anormal.
— Não tem algo preto? — Geovanna perguntou em desfio.
A mulher a olhou, e deu uma gargalhada.
— Minha querida, sei que Luke é um demônio as vezes, porém, tenho certeza
que ele não irá aceitar nada que não seja casto para a noiva.
Elas seguiram para a sala da estilista, em seguida, Alberta olha as
fileiras de vestidos e escolhe um estilo vintage, todo de renda e manga
comprida. As costas fechadas com pequenos botões de pérola e uma calda
enorme bordada com cristais swarovski. A saia do vestido era estilo sereia e o
véu seguindo o mesmo estilo da renda do vestido.
— Experimenta esse, tenho certeza que ficará lindo em você.
Geovanna então, entrou no trocador com Clarice e a atendente para
ajudá-la. Quando terminou, saiu da cabine e posicionou-se em um pequeno
tablado para que todos pudessem vê-la, sua mãe com lágrimas nos olhos,
disse:
— Está lindíssima, filha.
Todos ficaram emocionados, exceto Savannah, que a fitava com um olhar de
desdém.
— Está perfeito, minha querida. Esse é o seu vestido.
O vestido realmente lhe caiu como uma luva, parecia que havia sido
desenhado exclusivamente para ela.
Ao terminarem de fazer algumas marcações para ajustes, despediram-se da
senhora Alberta e foram embora. O vestido ficaria pronto em dois dias e iria
para a casa de Geovanna.
Faltavam dois dias para o casamento e cada dia que passava ela perdia as
esperanças de se ver livre desse casamento.
CAPÍTULO 9
U m dia antes do casamento Geovanna estava sentada em um balanço
que ficava no quintal de sua casa. Ela não via saída para livrar-se
do casamento, já estava tudo pronto. A igreja, a recepção. O
vestido dela já havia chegado com todos os ajustes necessários. O casamento
não seria algo grandioso, somente cerca de 50 convidados. Luke foi
extremamente seletivo. Eles irão casar pela manhã, em uma das capelas da
igreja. Logo depois irão receber os convidados em um restaurante italiano,
que foi reservado exclusivamente para o evento.
Algumas lágrimas desceram pelo rosto de Geovanna. Amanhã sua
vida pertenceria a ele e pela pequena amostra que ele deu durante o curto
tempo em que se conheceram, ela não vê um futuro maravilhoso nesse
casamento.
O irmão dela aproximou-se e sentou ao seu lado, Geovanna tentou disfarçar
as lágrimas, ela não queria que sua família se sentisse culpada por seu
destino.
— Se eu pudesse, não deixaria você casar com ele. — Fabrício falou. —
Você não merece esse fardo.
— Não se preocupe, Fabrício. Eu vou ficar bem, não quero que se sinta
culpado por isso.
— Se ele fizer algum mal a você, Geovanna, eu juro que o mato.
— Não! Por favor, não quero que aconteça mais desgraças, eu vou ser uma
esposa obediente como ele quer.
O irmão a olhou com muita tristeza, e a abraçou forte. Geovanna segurou as
lágrimas.
— Eu vou ficar bem.
Mais tarde, Geovanna estava em seu quarto, ela iria sentir falta da sua
privacidade, das suas coisas. Não fazia ideia de onde iriam morar, se teria um
quarto só para ela, ou teria que dividir algum com Luke. Só de imaginar que
ela iria ter alguma intimidade com ele seu estômago revirava, não por sua
aparência, pelo contrário, ele era muito além de bonito. Tinha uma beleza
desconcertante, másculo, um corpo atlético com músculos bem distribuídos
nos seus 1,90 de altura. Uma barba bem feita, cabelos pretos com um corte
moderno, sua tez morena, contrastando com os olhos profundamente azuis.
Além disso, se mostrava um homem muito experiente, se não fossem as
circunstâncias do casamento, talvez Geovanna até se interessasse por ele.
Mas ele era um assassino frio, um mafioso sem piedade.
Alguém bateu na porta, tirando-a de seus devaneios.
— Entra. — Ordenou.
— Oi filha, posso falar com você?
— Pode sim, mãe.
A mãe de Geovanna sentou na cama e ficou olhando para ela por alguns
segundos antes de iniciar a conversa.
— Sei que o que vou dizer pode ser um pouco embaraçoso, mas como mãe
preciso te aconselhar sobre certas coisas.
Clarice parecia meio constrangida, no entanto, respirou fundo e olhou para
Geovanna, diretamente em seus olhos.
— Amanhã você se casará, irá começar a sua vida de casada e isso traz
algumas obrigações para a mulher... — Geovanna a cortou.
— Mãe, você quer falar sobre sexo?
Clarice ficou corada e pigarreou.
— Sim, é isso. Amanhã você começará a sua vida sexual, e eu quero te falar
que se não estiver protegida, logo engravidará. Eu acredito que Luke não
usará preservativos com você, pois será a esposa dele, por isso eu comprei
anticoncepcional pra você.
Ela estendeu o pacote em sua direção, nele havia várias cartelas de
comprimidos.
— Comprei para alguns meses, eu não sei quando vou te ver de novo depois
do casamento.
Seguiu-se uma pausa constrangedora, Clarice retomou a fala:
— Geovanna, o Luke quer ter filhos logo. Eu acredito que o plano dele é te
engravidar já na lua de mel, por isso é de suma importância que você não fale
para ele que está tomando os comprimidos. Você precisa escondê-los bem,
filha.
Geovanna ficou quieta.
— Ele precisa acreditar que você tem alguma dificuldade para engravidar e
quem sabe te dê o divórcio.
Geovanna ficou olhando para a mãe sem acreditar, aquilo tudo era
surreal para ela.
— Mãe, e se ele descobrir?
— Filha, ele não pode descobrir de jeito nenhum. Se isso acontecer, não sei
qual vai ser a reação dele, mas tenho certeza que não será boa. Nós
precisamos tentar, se ele pensar que você não pode gerar filhos ele pode
divorciar-se de você e te dar a liberdade. Sempre que eu puder irei até sua
casa e levarei mais.
— E se eu realmente não puder ter filhos?
— Você pode, nossa família nunca teve problemas de infertilidade e além do
mais, temos que pensar na possiblidade de você poder ter filhos. Caso você
realmente não possa, aí é outra história.
Ela ficou pensativa, ela era vista por Luke apenas como uma
reprodutora dos filhos dele, nada mais. Não via um futuro promissor nesse
casamento.
— Okay, mãe. Eu irei fazer isso.
— Outra coisa... será a sua primeira vez com um homem e talvez você não
sinta prazer no primeiro momento, mas... — Geovanna a cortou.
— Mãe, para! Eu não vou sentir prazer em momento nenhum com esse
homem, o que mais queria nesse momento era não me casar com ele e muito
menos ter alguma relação íntima, só de pensar nisso me dá náuseas.
A mãe de Geovanna a olhou com tristeza.
— Geovanna, se você resistir de alguma maneira as coisas podem ser muito
piores. Não resista, filha, faça o que ele quer, não quero vê-la machucada. —
Ela disse com voz chorosa.
— Você acha que ele me tomaria a força, mãe? — Perguntou com
resignação.
— Eu não acho, filha. Tenho certeza.
Geovanna baixou a cabeça, a mãe a abraçou forte, as duas ficaram assim por
um longo tempo.
A manhã de primavera estava linda, os pássaros cantavam a
alegria de mais um dia. Geovanna estava no seu quarto em frente ao espelho,
olhando para o reflexo de uma noiva lindíssima. Seus cabelos estavam presos
em uma trança embutida, e nos entrelaces do penteado haviam pequenas
flores feitas com diamantes, que enfeitavam toda a extensão. Alguns fios dos
cabelos cor de cobre estavam soltos, emoldurando seu rosto impecavelmente
maquiado, não era uma maquiagem pesada, a maquiadora procurou deixar
seu rosto o mais natural possível, acentuando o rubro natural e os olhos
verdes escuros. Apesar de Geovanna ser ruiva natural, ela não tinha sardas, e
sua cútis era acetinada.
Alguém bateu na porta e o pai de Geovanna entrou. Ele usava um
smoking preto bem cortado. A mão ainda estava enfaixada, mas isso não o
deixava menos elegante.
— Está linda, filha. Sempre sonhei em vê-la assim, porém, queria entregá-la a
um homem que amasse, mas por culpa minha terá que se casar com ele.
— Não se aflija, pai, não quero que se sinta culpado. Você fez o que achava
melhor para a nossa família. Agora não adianta, se eu tenho que casar com
ele, o farei.
— Como não me preocupar, Geovanna? Esse homem é a personificação do
demônio, por esse motivo queria deixar a máfia. — Ele parou de falar,
tentando segurar a emoção.
Geovanna emocionada, segurou as lágrimas, ela não queria mostrar para os
pais que estava com medo, contudo, estava apavorada pelo que iria acontecer
após o casamento.
A mãe de Geovanna entrou no quarto e trouxe o buquê.
— Aqui está, filha. Trouxe também algo azul para usar, como manda a
tradição.
A mãe de Geovanna lhe mostrou uma pequena presilha de cabelo, com uma
pedra de safira na ponta. A pôs no topo de sua trança, e lhe disse:
— Espero que te traga sorte.
Os pais de Geovanna seguiram para a igreja e Geovanna ficou esperando
Fabrício buscá-la.
Ele bateu na porta e entrou.
— Está pronta?
— Sim.
— Então vamos.
Ela pegou o buquê e seguiu o irmão para a limousine que a esperava.
Chegaram rápido na igreja, pois não tinha tráfego. Savannah estava na porta
os esperando. Ela usava um vestido rosa comprido, de cetim e um arranjo de
flores na cabeça.
— Me deixe ajudá-la, Geovanna. — Ofereceu-se.
Savannah a ajudou a descer, e ajeitou seu vestido. O irmão entrou na capela e
o pai dela ficou a esperando na porta.
Elas seguiram para a entrada, Robert visivelmente emocionado
segurou em suas mãos.
— Está nervosa?
— Um pouco.
Savannah posicionou-se na frente deles e entrou assim que a música
tocou. Em seguida, todos levantaram e a marcha nupcial começou a tocar.
Geovanna deu os primeiros passos vacilantes, seu pai percebendo sua aflição,
apertou suas mãos lhe passando segurança. Ela estava tão nervosa que
parecia flutuar ao invés de caminhar pela capela. Queria muito correr para
longe, só isso que passava em sua cabeça naquele momento. Ela olhou em
direção ao altar e viu Luke, lindo em seu fraque cinza, parecia um príncipe,
porém, ele era príncipe das trevas. Aproximaram-se do altar, seu pai beijou-a
no rosto e a entregou a Luke, ela olhou para seus olhos e eles não estavam
frios como de costume, mas incandescentes.
A cerimônia iniciou com o padre fazendo um pequeno sermão sobre a
importância do amor e fidelidade no casamento. Ele falou coisas lindas que
tocaram o coração de Geovanna. Como gostaria que realmente estivesse
casando por amor.
Sem que percebesse, o celebrante anunciou a troca das alianças e o padre lhe
perguntou:
— Geovanna Wayne Taylor, aceita Luke Eduard Salvatore como seu
legítimo esposo para amá-lo e respeitá-lo até os últimos dias de sua vida?
Sua boca estava seca, ela tinha que responder alguma coisa, seus olhos
arregalados fitaram os de Luke, que a observava atentamente, ele não
demostrava insegurança à resposta dela, seu rosto revelava que ela faria a
coisa certa. O silêncio na capela era tocante, todos estavam na expectativa de
sua resposta, sem mais delongas fez o que esperavam e respondeu:
— Sim... eu aceito.
Um pequeno murmurinho de alívio se ouviu, as pessoas estavam apreensivas
por ela. Savannah lhe entregou a aliança e ela colocou no dedo dele.
A cerimônia chegou ao fim e o padre os deu a bênção final. Logo eles
seguiram para a saída. Vários convidados jogaram arroz nos noivos,
desejando-lhes felicidade e prosperidade. Eles seguiram para a limousine que
os aguardava.
Na intimidade do carro, Geovanna não conseguia olhar para Luke. No
entanto, ela podia sentir seu olhar em sua carne, lhe queimando como brasa.
— Acabou, relaxa. — Luke disse debochado.
Ela não lhe deu atenção, continuou com o corpo inerte, olhando para frente.
— Essa sua atitude não fará efeito algum, agora é minha esposa, aceitou ao
assinar os documentos.
— Porque fui obrigada. — Disse indignada.
— Os fins justificam os meios.
Lágrimas minaram seus olhos, contudo, as segurou. Não iria chorar na frente
dele e demonstrar seus temores.
— Estamos quase chegando no restaurante, coloque um sorriso no rosto e
aceite seu destino. Agora você é minha para fazer o que eu quiser.
Aquela ameaça velada a deixou aflita, o que esperar desse casamento?
A limousine parou em frente ao restaurante, o motorista abriu a porta para
ela. Luke saiu também e entraram juntos. Alguns convidados já haviam
chegado, Clarice aproximou-se assim que os viu. — Quer tirar o véu? Acho
que ficará mais confortável.
— Sim.
Assim, elas pediram licença e seguiram para a sala. Lá elas ajeitaram o
vestido, retocaram a maquiagem e ela também tirou o véu.
Depois de algum tempo elas voltaram e todos os convidados já haviam
chegado. Luke estava conversando com alguém e ela aproximou-se.
— Olha quem está aqui, minha linda esposa. Querida, esse é meu
Consigliere, Eduard Castillo.
— Encantado.
O homem era um senhor muito apessoado, alto e vestia um smoking
impecável. Ele apertou a mão dela e disse a olhando fixamente:
— Você tem muita sorte, Luke, por ter uma esposa tão bonita, agora entendo
porque a escondeu tão bem.
— Sì! Ela é linda, e só minha.
Luke enlaçou os braços em sua cintura e a trouxe junto dele em uma posição
de posse. Ele beijou seu rosto e disse em seu ouvido:
— Só minha, para fazer o que quiser.
Geovanna estremeceu, ela estava com medo do que viria dali para a frente.
Luke estava fazendo ameaças veladas.
O almoço seria servido e todos sentaram em seus lugares. Os noivos
sentaram em uma mesa grande, com os pais de Geovanna, seu irmão,
Savannah e sua mãe e Marco. Tudo estava muito gostoso, porém, Geovanna
não conseguia comer, ela estava nervosa demais.
A uma certa altura alguém disse que eles precisavam dançar a valsa
dos noivos. Luke pegou em suas mãos e a levou para o centro do restaurante,
a banda começou tocar uma canção de amor.
Luke a enlaçou e a puxou para junto de seu corpo. Eles começaram a
dançar. Ele olhava para os olhos dela, Geovanna também o fitava perdida
naquele olhar sedutor. Luke a fez repousar a cabeça em seu peito, Geovanna
fechou os olhos e só sentia seu perfume inebriante. Ele a abraçou mais forte,
fazendo-a moldurar o seu corpo forte. Geovanna podia escutar seu coração
que batia acelerado. Ele abaixou a cabeça e começou a depositar pequenos
beijos pelos seus cabelos, foi descendo até chegar em seu ouvido, então lhe
disse em um sussurro:
— Sempre sonhei com esse momento, amore mio, ter você assim em meus
braços.
Ele levantou a cabeça e a encarando aproximou seu rosto até repousar
os lábios nos dela. De início foi um beijo casto, mas logo Luke intensificou.
Geovanna ficou nas pontas dos pés para alcançá-lo melhor, pois ele era muito
alto. Quem os via de fora, realmente achava que eles se amavam e que aquele
casamento era normal. Muitos estavam emocionados, algumas lágrimas
desciam pelo rosto das mulheres, até sua mãe estava chorando.
Luke ainda a beijando a suspendeu e a girou no ar, ela por ser
bailarina tinha uma leveza impressionante e aquela cena foi uma das mais
lindas. Quando a música terminou, Luke a colocou no chão e todos
aplaudiram os noivos. Geovanna olhava para ele hipnotizada.
Eles voltaram para os convidados, Clarice veio ao encontro dela e a
abraçou.
— Vai dar tudo certo, filha.
Geovanna não disse nada. A festa continuou e a hora de irem embora chegou.
Savannah havia bebido um pouco além da conta e estava no pé de Marco.
— Você sabia que minha prima não fez nenhum esforço para conquistar o
Luke? — Ela falava com uma voz pastosa.
— Eu sei. — Marco a segurava, pois ela estava quase caindo.
— Como pode isso? Eu aqui doida pra fisgar um peixe grande desses, e nada.
E ela que só pensa em dançar, conseguiu.
Marco não disse nada, Luke e Geovanna aproximaram-se deles para se
despedir. Savannah se jogou nos braços de Luke e pronunciou:
— Você sabia, Luke, que a Geovanna disse que eu podia ficar com você para
mim?
Luke olha para Geovanna e diz:
— Quem sabe podemos nos encontrar, vou adorar te conhecer melhor, já que
a minha linda esposa não se importa de eu sair com outras mulheres. Por
agora, fica com Marco, ele vai cuidar de você.
Luke empurrou Savannah para os braços de Marco, que ficou com a cara
emburrada.
— Por que eu tenho que cuidar dela? — Ele falou em um sussurro para Luke.
— Faça o que eu estou mandando, ela não é feia e parece bem gostosa.
Savannah, com um sorriso no rosto olhou para Geovanna e disse:
— Viu? Você não vai conseguir segurar um homem como esse por muito
tempo. — Virando-se para Luke, disse:
— Quando estiver enjoado dela é só me procurar. Estarei pronta pra você, por
enquanto, seu amigo serve.
Ele riu com um sorriso safado. Geovanna estava indignada, eles estavam
praticamente marcando um encontro.
Savannah e Marco se afastaram e Luke olhou para ela.
— Eu não preciso da sua autorização para transar com outras mulheres, se eu
quiser fazê-lo, eu farei. Por agora a única que quero transar é você, portanto
vamos embora, não aguento mais esperar.
O estômago de Geovanna embrulhou, ela estava se sentindo humilhada, então
resolveu desfiá-lo.
— E se eu quiser transar com outros homens, preciso pedir sua autorização?
Luke a segurou nos braços com força e disse:
— Se você ousar sequer chegar perto de outro homem eu mato você,
entendeu?
Geovanna o olhava com olhar assustado.
— Agora vamos, não vejo a hora de começar a vida de casado com você,
minha bambina.
Eles seguiram para a saída, muitas pessoas desejavam boa sorte ao novo
casal. Geovanna estava com o coração apertado. A vida dela a partir de agora
nunca mais será a mesma.
CAPÍTULO 10
G eovanna estava em um quarto extremamente luxuoso, sentada na
cama enorme esperando por Luke. Eles haviam chegado naquele
apartamento no início da noite. Logo após saírem da recepção, eles
foram para a casa da mãe dela trocar o vestido de noiva por algo confortável,
sua mãe a ajudou. Luke ficou na sala esperando. Quando ela terminou foi ao
encontro dele, despediu-se de todos e partiu para um destino incerto com seu
marido.
A limousine seguiu caminho e Geovanna não tinha ideia para onde iriam, até
que resolveu perguntar para Luke:
— Para onde vamos?
— Nós vamos para um dos meus prédios, no Central Park. Não posso viajar
no momento, mas eu prometo que assim que puder, faremos uma viagem
juntos.
Luke carinhosamente, pegou nas mãos dela e as beijou.
— Além do mais, eu não aguentaria fazer uma viagem longa com você agora.
Eu a quero muito para esperar mais tempo.
Geovanna ficou corada, tinha esperança de não precisar fazer aquilo aquela
noite, precisava de um pouco mais de tempo para acostumar-se.
Eles chegaram ao prédio, era uma construção luxuosa que pertencia
ao Luke. Seguiram para a cobertura, o esplendor do lugar a deixou
desconcertada. O apartamento era muito grande e luxuoso, a vista das
imensas janelas de vidro dava de frente para o Central Park. Não havia
ninguém ali, porém, o apartamento
foi preparado para receber os recém-casados. Havia uma mesa posta para os
dois na varanda, mas Geovanna não estava com fome.
— Eu não estou com fome.
— Tudo bem, eu também não estou.
Ele aproximou-se dela e se posicionou em sua frente, Geovanna não
conseguia olhar para ele. Então, segurando em seu rosto, Luke a fez olhá-lo.
— Não precisa ficar nervosa, eu serei muito carinhoso com você.
— Por favor, eu... eu... gostaria de mais um tempo para me acostumar com
essa nova situação.
— Mais tempo? De quanto tempo precisa?
— Algumas semanas.
Ele riu e a puxando para junto de si, disse:
— Eu não quero esperar nem mais um minuto, quanto mais algumas
semanas. — Ele suspirou e continuou:
— Você não entende, Geovanna. Eu quero você demais, a esperei por três
anos e não vejo a hora de ter o que é meu. Agora vai até o quarto se preparar
e espera por mim. Vou te dar um tempo, apenas uma hora pra acostumar-se.
Porém se você resistir, eu não respondo por mim. Terei você essa noite,
querendo ou não.
— Sim.
— Muito bem, agora faça o que estou mandando, vai até o quarto e me espera
lá, linda e virginal.
Ele a soltou e ela foi em direção ao quarto.
Luke a acompanhou com o olhar até perdê-la de vista.
Desviando o olhar aproximou-se do bar, serviu-se de uma bebida,
sentou em uma das poltronas, acendeu seu charuto e fechou os olhos, absorto
em seus pensamentos. — Eu não quero machucá-la, mas se ela me repelir,
hoje mesmo irá conhecer o monstro dentro de mim.
No quarto, Geovanna reparou que haviam separado uma camisola
linda de cetim branco com renda e fitas. Havia também uma calcinha do
mesmo estilo. A cama estava preparada para receber o casal, haviam pétalas
de flores formando um coração na cama. Havia também, uma mesa com
champanhe em um balde de gelo e duas taças. O quarto estava na penumbra e
haviam algumas velas espalhadas pelo ambiente, o aroma era delicioso. O
local era um verdadeiro ninho de amor.
O estômago de Geovanna revirou-se, ela não queria fazer aquilo, não
hoje, não agora. Não estava preparada, mas não tinha escolha, ou fazia ou ele
a tomaria a força, então para que aquela noite não se tornasse algo
traumático, ela resolveu arrumar-se para esperá-lo. Pegou a camisola e a
calcinha e seguiu para o luxuoso banheiro, tomou um banho rápido, tirou
toda a maquiagem, desfez o penteado e vestiu a camisola.
Agora estava muito nervosa, o esperando. Ela olhou em volta com os
olhos vagos, um nó no estômago pela expectativa do que acontecerá naquele
quarto. Uma batida na porta se ouve, Geovanna assustou-se e levantou da
cama com o olhar alarmado. Luke entrou no quarto, ele também havia
tomado um banho e trocado de roupa. Ele a contemplou com intensidade, o
coração dela batia muito forte.
Luke aproximou-se andando em sua direção, tão lentamente e ao
mesmo tempo letal, como uma pantera. Ele estava lindo, com uma camisa
preta e calça da mesma cor, seus cabelos ainda estavam úmidos e seu olhar de
um azul vivo a observava como se quisesse devorá-la.
Seu estado de nervos estava tão tenso, que se caísse uma agulha,
pularia como uma gazela assustada. Aquela situação não é a primeira, nem a
última. Ela tem consciência que muitas moças passam por isso, mas no seu
caso, ela está prestes a se entregar a um homem que não conhece e que agora
é seu marido.
Luke aproximou-se dela e lhe tomou as mãos, beijou uma de cada
vez, os lábios quentes em contato com sua pele a fez arrepiar-se.
— Mãos frias, anjo. Vamos dar um jeito de aquecê-las.
Ele a abraçou e beijou-a nos lábios. A princípio, o beijo foi lento,
quase casto. Porém, à medida que ele se apossava de seus lábios,
intensificava o contato, tomando sua boca em um beijo vigoroso, lhe
roubando a alma. O corpo intocado dela, manifestou-se, Geovanna sentia
sensações até então, desconhecidas por ela. O seu gosto a deixara inebriada,
uma mistura de tabaco e Whiskey. Luke a deitou na cama, seu corpo grande e
musculoso a pressionava sobre o colchão. Eles ainda estavam vestidos, mas
para surpresa de Geovana, ela já podia sentir toda a masculinidade dele.
Luke explorou seu corpo com as mãos enquanto a beijava, ele
percorreu até a barra de sua roupa e a tirou. Sua pele arrepiou imediatamente
em contato com aquelas mãos ásperas em sua tez macia. Geovanna estava
com um sutiã que fazia conjunto com a calcinha, branco de ceda e renda.
Seus cabelos estavam soltos, e emolduravam seu rosto ruborizado de
vergonha.
Entre gemidos, Luke sussurrou em seu ouvido:
— Como você é linda, bambina.
Ele beijou seu rosto e depois seu cabelo. Ela sentiu o seu hálito quente
e calafrios a percorreram por todo corpo. Luke deu pequenas mordidas no
lóbulo de sua orelha e Geovanna suspirou, experimentando coisas que nunca
sentiu antes, seu corpo arrepiava violentamente. Com urgência, Luke abriu o
fecho do sutiã e o tirou, ela imediatamente tentou esconder os seios, porém,
Luke não a deixou cobrir-se, segurou em seus pulsos prendendo-os de
encontro ao colchão.
— Não! Eu quero vê-los.
Ela ainda protestou, mas ele a segurou com firmeza. A respiração acelerada, a
boca seca, o coração palpitando como se quisesse sair pela boca. Luke
admirou com olhos de desejos os pequenos mamilos rosados.
— Lindos! Perfeitos.
Ele abocanhou os seios redondos, os mamilos estavam enrijecidos e
Luke começou explorá-los com a boca. Ela apertou os olhos com força. Logo
sentiu sua intimidade lubrificar e gemidos saiam de sua boca. Luke então,
levanta-se e tira as próprias roupas, Geovanna fica olhando para ele,
hipnotizada, ele era perfeito, braços e peitos fortes, com poucos pelos. Ele
usava uma corrente com uma cruz. Luke tirou também as calças e por último
a cueca, ficando completamente nu em sua frente, Geovanna estava com os
olhos arregalados, ela nunca tinha visto um homem nu de verdade, só na
internet quando ela e a amiga ficavam curiosas, porém nada a preparou para
aquilo, ele era grande e Geovanna estava muito assustada.
Ele aproximou-se e deitou em cima dela, Geovanna fechou os olhos
tensa, ele percebeu e disse:
— Relaxa, vai ser bom.
Ele começou a beijar seu corpo, fazendo uma trilha de beijos até a sua
intimidade. Ele segurou sua calcinha e foi tirando lentamente. Quando
terminou, posicionou-se em cima dela e a fez abrir as penas, ele se instalou
entre elas e Geovanna sentiu sua ereção em contato com sua vagina. Ela
assusta-se, entra em pânico e começa a suplicar:
— Não, eu...eu não quero.
Luke, já apresentado sinais de impaciência, disse:
— Fica quieta, eu vou possuir você agora e nada vai me impedir, então não se
mova. Só sinta, bambina. — Disse com voz jocosa.
Ele começou a beijá-la com ardor, posicionou seu pênis na entrada dela
apenas de leve, Geovanna com muito medo perguntou:
— Vai doer?
— Só um pouquinho... relaxa, bambina. Me deixa te levar ao paraíso junto
comigo.
Luke pressionou seu pênis e começou a forçar a entrada, ela sentiu
quando seus músculos tensos se abriram e ele a penetrou. Geovanna sentiu a
carne potente e dura invadir sua cavidade. Em uma reação desesperada o
empurrou.
— Não! Sai de cima de mim.
Geovanna tentou sair de baixo dele, porém, Luke com violência prendeu os
seus pulsos de encontro ao colchão e a imobilizou.
— Geovanna, fica quieta, porra! Eu não quero te machucar.
Ela começou a debater-se de baixo dele e a chutá-lo.
— Não! Eu não quero você, eu te odeio seu assassino...
Ela não terminou a fala, ele a tomou em um beijo violento a
silenciando, os lábios potentes esmagaram os dela, a machucando. Lágrimas
salgadas desceram pelo seu rosto.
Luke a liberou do beijo e forçou-a a abrir as penas, Geovanna não
resistiu, naquele momento ela só chorava. Ele posicionou o pênis na entrada
dela e antes de penetra-la, disse:
— Relaxa, vai doer um pouco, mas logo passa, vou tentar ser o mais
cuidadoso possível.
Ele a penetrou e Geovanna fechou os olhos com a expressão de dor.
Luke começou a mover-se, a princípio devagar e logo intensificando. Ele a
abraçou e entre gemidos ele falava coisas em Italiano em seu ouvido, que
eram incompreensíveis para ela. A dor era insuportável, ela sentia seu pênis
potente entrar fundo em sua carne, rompendo todas as barreiras. Ele foi
aumentando o ritmo a cada investida, seu corpo suado a possuía, a fazendo
dele. Ele gemia alto regozijando de prazer.
O ato demorou por vários minutos e Geovanna só queria que aquilo
acabasse logo.
Em uma investida firme e profunda Luke chegou ao orgasmo. Ele derramou
seu líquido quente dentro dela, Geovanna sentiu o sêmen a invadindo. Luke
gemeu forte.
— Como você é doce, bambina, que delícia!
Ele deitou sobre ela e Geovanna sentiu sua respiração acelerada de encontro
ao seu rosto. O ritmo foi diminuindo, entre beijos Luke saiu de dentro dela e
rolou na cama a trazendo junto dele. Ele a abraçou, fazendo-a repousar a
cabeça em seu peito.
Luke beijou e inalou o perfume dos seus cabelos.
— Para de chorar, Geovanna. Se você está machucada, a culpa é sua. Eu fui o
mais cuidadoso possível.
Geovanna tentou desvencilhar dos braços dele, porém, Luke com firmeza a
manteve presa.
— Você não vai a lugar nenhum, essa noite está apenas começando, eu quero
muito mais de você, coisinha gostosa.
Então ele voltou a beijá-la com paixão e a possuiu mais uma vez. Eles
passaram a noite toda na cama e quando já estava amanhecendo, finalmente
Luke a deixou dormir. Geovanna cansada, dormiu em um sono profundo.
Na manhã seguinte, ela acordou e sentiu seu corpo dolorido. A vagina
também estava sensível e ela sentia um pouco de dor nessa região. Geovanna
olhou para os lados e o viu dormindo profundamente, seus braços fortes
estavam repousados em sua cintura. Havia um esboço de sorriso em seu
rosto. Para ele aquela noite foi prazerosa, mas para Geovanna foi uma
experiência horrível, ela não queria que ele a tocasse mais, no entanto, ela
sabia que isso seria impossível.
Muito lentamente ela tirou o braço dele da sua cintura, ele moveu-se e
Geovanna parou assustada, porém, ele apenas apertou o abraço e continuou
dormindo. Novamente Geovanna tentou sair de seu abraço, deslizando
lentamente, tomando cuidado para não o acordar. Ela conseguiu sair e
levantou-se. Pé ante pé foi até o banheiro para fazer suas necessidades
fisiológicas, uma pequena ardência se fez sentir em sua intimidade e aquilo a
incomodou. — Será que é normal? — Se perguntou.
Após terminar, limpou-se, e quando olhou para o papel higiênico
havia sangue, seu coração acelerou. Ela lembrou que leu em algum lugar que
algumas mulheres sangram na primeira relação. Levantou-se e foi até a pia.
Havia um espelho enorme e Geovanna se viu refletida. Ela estava horrível,
seu corpo mostrava marcas vermelhas. Os lábios estavam levemente
inchados. Meu Deus! Geovanna passou as mãos nos lábios, ele a havia
machucado.
As lágrimas saíram em gotas grossas, fazendo uma trilha salgada em
sua bochecha. Ela enxugou-as com o dorso da mão. — Não adianta chorar,
tenho que fazer de tudo para me livrar desse casamento. — Geovanna
pensou.
Ela sem muita opção, decidiu tomar um banho de chuveiro
rapidamente. Ao terminar, se envolveu em um roupão felpudo. Ela estava tão
distraída que não percebeu a presença de Luke no banheiro e quando andou
até a pia deu de encontro com o corpo musculoso. Ele a segurou pela cintura
e ela o olhou assustada. Luke estava completamente nu. O coração dela
começou a bater forte, como tambores.
Luke sem dizer nada a suspendeu pela cintura e a fez sentar no tampo
da pia, ele abriu o robe e a fez entrelaçar as pernas na cintura dele. Para não
cair, Geovanna segurou em seus ombros. Luke a penetrou sem preliminares,
empurrando fundo seu membro latente, a possuindo de maneira selvagem.
Seus movimentos frenéticos o levaram a escala de prazer e entrega.
— Que coisinha deliciosa você é, Geovanna, nunca senti tanto prazer em
foder uma mulher. Você com sua inocência me deixa alucinado.
Ele a fez descer da pia e a levou para o chuveiro. Eles tomam banho
juntos. Ao terminarem, ela foi até o closet e escolheu uma roupa leve para
vestir. Logo depois, volta para o quarto e Luke está lá, já vestido com um
terno, ela achou estranho ele estar vestido de maneira formal, mas não disse
nada. Ele parecia ocupado, pois estava sentado em uma mesa olhando alguma
coisa no laptop. Ela resolveu ajeitar a cama, já que não tinha nada para fazer.
Ao levantar a colcha, ela viu uma mancha de sangue no lençol branco, seu
rosto corou violentamente e seus olhos voltam-se na direção de Luke, ele
também olhava para a mancha.
— A prova da sua virgindade. — Ele declarou com ar de orgulho.
Geovanna muito constrangida começou a tirar o lençol da cama.
— Onde tem lençóis limpo? — Ela perguntou.
— Não faço a mínima ideia.
— Mas essa não é a sua casa?
— Sim, é uma delas, mas não sou eu que cuido dessas coisas.
Geovanna o olhou, e ele voltou a sua atenção para o laptop. Ela resolveu
procurar os lençóis nos armários, e logo achou. Pegou um conjunto e
arrumou a cama. Quando terminou, Luke levantou-se e a abraçando por trás,
disse:
— Para que tanto trabalho se vamos desarrumar tudo de novo, em breve?
Ela corou até a raiz dos cabelos, porém rebateu:
— Pensei que você fosse sair.
— E vou, tenho que resolver um assunto. Volto pra você o mais rápido
possível e ficaremos na cama por um longo tempo.
Ele beijou o alto da sua cabeça, a puxou pela mão e a levou até a cozinha.
— Vamos ver o que temos aqui para comer.
Ele abriu a geladeira e estava abastecida. Pegando algumas coisas ele
preparou sanduíches para eles.
— Faz o café, tem uma cafeteira em algum lugar. Eu gosto do meu café forte.
Eles comeram em silêncio, Geovanna mantinha a cabeça baixa. Quando
terminaram, Luke andou em sua direção e a fez levantar.
— Agora tenho que ir, não faça nenhuma gracinha, têm soldados lá fora para
vigiá-la.
Ele deixou a cozinha e logo ouviu-se a porta batendo. Geovanna ficou parada
na cozinha com o olhar vago.
Assim começou a vida de casados de Geovanna e Luke.
CAPÍTULO 11
G eovanna estava sozinha no apartamento, ela não tinha nada para fazer,
então resolveu ligar para a mãe. No primeiro toque ela atendeu.
Clarice: Oi filha, como está?
Geovanna: Oi, mãe.
Clarice: Estou surpresa por ter ligado, Luke está aí com você?
Geovanna: Ele saiu.
Clarice: Como você está? Já que Luke não está aí podemos falar pelo
FaceTime.
Geovanna: Ahn? Acho melhor não, mãe. Eu não sei quando o Luke vai
voltar.
Clarice: O que ele fez com você, Geovanna?
Geovanna: Nada, mãe. Eu estou bem.
Clarice: Não minta, você não sabe fazer isso. Você resistiu, não é?
Geovanna: Mãe, como aceitar esse homem que matou o Kevin e minha
amiga? Eu não consigo. Queria voltar a minha vida.
Clarice: Você tomou o seu comprimido hoje?
Geovanna: Não.
Clarice: Então vai agora. Você tem que tomar todos os dias, se não o fizer,
irá engravidar, entende?
Geovanna: Sim, eles estão na minha bolsa.
Clarice: Pelo amor de Deus, Geovanna, não deixe que Luke veja, ele precisa
pensar que você não pode gerar filhos.
Geovanna: Eu sei, eu sei! Vou desligar, mãe. Eu prometo que tomo o
comprimido.
Clarice: Okay filha, se cuida!
Desligou o celular e foi até o closet pegar a bolsa, de lá tirou a cartela
de anticoncepcional e seguiu para a cozinha, pegou um copo de água e foi
para a sala. Ela colocou o comprimido na boca e tomou a água, nesse
momento escutou a porta abrir, ela ainda estava com a cartela de
comprimidos na mão, seu coração foi à boca. Ela engole rapidamente, o que a
faz engasgar, e esconde a cartela embaixo do estofado do sofá. Luke entrou
na sala e a viu tossindo, pelo fato de ter engasgado com a água.
— O que foi? Você está bem?
Ainda tossindo um pouco ela disse:
— Sim, eu só engasguei com a água.
Ele segurou em suas mãos e essas estavam tremendo, ele ficou olhando para
ela e perguntou:
— Está nervosa?
— Não...não... é que me assustei quando você abriu a porta.
Ele ficou olhando para ela com aqueles olhos intimidadores.
— Já almoçou?
— Não.
— Então vamos a um restaurante
— Eu não quero ir.
— Okay! Então vamos fazer coisas mais interessantes.
Ele disse isso já a arrastando para o quarto.
— Não! Eu quero ir almoçar.
— Agora é tarde, bambina, você ativou a minha fome de outra coisa. Vem!
Luke a arrastou para o quarto, e Geovanna tentou soltar-se das mãos dele que
a seguravam como garras de aço.
— Me solta, eu não quero, você está me machucando.
— E vou machucar muito mais se você não parar de resistir, agora você é
minha mulher, e vou fazer o que quero, na hora que quiser, quando quiser e
quantas vezes quiser. Ontem peguei leve por causa da sua inexperiência, mas
agora acabou.
Ele a empurrou com força na cama e Geovanna tentou sair, porém,
Luke a segurou com violência e arrancou suas roupas. Geovanna muito
assustada lutou com ele, mas ele a imobilizou e puxou sua calcinha a
rasgando.
— Não! Por favor.
— Cala a porra da boca, você é só uma esposinha para fazer o que eu quiser,
só me interessa o meu prazer. E isso, bambina, você me dá e muito.
Luke então a penetrou com violência, a dor que ela sentiu foi muito
pior do que da primeira vez, ela gritou e começou a chorar, tentava tirá-lo de
cima dela, porém aquilo só o irritou ainda mais, fazendo com que ele a
penetrasse com mais intensidade. Luke gemia enquanto investia seu pênis de
forma bruta nela. Geovanna parou de lutar, ela não tinha mais forças. Ele
continuou as investidas e em êxtase teve seu orgasmo, Geovanna sentiu o
pênis latente liberar em jatos fortes todo seu líquido. Entre gemidos de muito
prazer Luke regozija:
— O que você tem que me dá tanto prazer? Acho que não vou enjoar de você
nunca.
Ele saiu de cima dela e levantou, Geovanna ficou na mesma posição, ela não
ousaria se mexer naquele momento. Luke pegou em seu pênis e ordenou:
— Olha pra cá.
Geovanna olhou pra ele.
— A minha arma pra você sempre será essa.
Ele foi até ela, a pegou pelos cabelos e disse:
— Presta bem atenção, Geovanna. Você não tem direito a absolutamente
nada a não ser me dar prazer, é para isso que você serve. A partir de hoje
você é minha escrava sexual. Esteja sempre pronta para mim, tenho certeza
que logo você me dará um filho.
O coração de Geovanna foi até a boca, a mãe tinha razão, ele só quer
engravidá-la. O estômago dela embrulhou.
— Agora vamos aprender mais algumas coisinhas pra me dar prazer. — Luke
disse isso aproximando-se dela. Geovanna começou a respirar acelerado e de
seus lábios trêmulos de pavor saiam as palavras quase inaudíveis.
— Não... não... não me machuque mais, por favor.
Luke sem piedade a pegou pelos cabelos e a sacudiu. Ele a empurrou até a
cabeceira da cama e a prendendo pelos pulsos a penetrou novamente. Luke e
Geovanna passaram horas na cama, ele só parou quando a noite caiu.
Geovanna estava deitada, seu corpo dolorido encolhido na cama,
haviam marcas roxas por ele. Ela olhou para o lado, ele não estava na cama.
Resolveu levantar. — Preciso de um banho. — Pensou.
Ela sentou na cama, esticou o corpo e em seguida levantou-se. Foi até o
banheiro e tomou um banho demorado. Quando terminou, vestiu-se e sentou
na frente do espelho, pegou a escova e escovou os cabelos. Ao terminar,
observou-se no espelho. Ela estava machucada, em seu lábio inferior havia
um pequeno corte e seu rosto estava com marcas roxas. Ela fechou os olhos e
ficou se imaginando dançando. Ela era tão feliz.
Abriu os olhos e viu Luke refletido no espelho, ele estava de pé atrás
dela. Ela ficou olhando para ele através do espelho. Ele estava muito bem,
com uma blusa preta e uma calça de moletom, parecia que tinha saído de uma
academia. Geovanna ficou olhando para ele com os olhos arregalados. Ele se
aproximou dela e estendeu a mão para ajudá-la a levantar. Ela pegou na mão
dele, o mesmo a puxou de encontro ao seu corpo, sem dizer nada ele a pegou
no colo e a levou para a cama.
***
Já havia passado uma semana desde o casamento de Geovanna e Luke,
eles estavam prontos para deixar o apartamento e ir para a casa de Luke em
Hamptons, no estado de Nova York. Geovanna não sabia o que esperar da
nova casa, mas estava animada em sair daquele apartamento onde ela foi
apenas um objeto sexual para o marido.
— Está pronta? — Luke perguntou.
— Sim.
— Então vamos!
Geovanna e Luke desceram, o carro já estava os esperando. Haviam
vários soldados do Luke fazendo a segurança deles. Aquilo a incomodava,
mas agora era a esposa de um chefe da máfia, teria que acostumar-se com
aquilo.
O carro seguiu viagem, eram quase três horas do Central Park até
Hamptons. Luke não estava dando atenção para ela, falava ao celular o tempo
todo. Ela também estava entretida no celular, mandando mensagem para a
sua mãe.
Estava tão distraída que não percebeu que Luke a observava.
— Está falando com quem?
Geovanna se assustou com a pergunta dele e quase deixou o celular cair.
— Com minha mãe. — Falou meio vacilante.
— A partir de hoje você só poderá ligar para sua mãe quando eu autorizar.
— O quê? — Geovanna perguntou indignada.
— Isso que você ouviu, somente quando eu autorizar você pode falar com
sua mãe e com toda a sua família.
— Mas isso é um absurdo, você já está me levando para morar longe da
minha família e agora quer restringir as ligações que faço para eles?
Geovanna estava com a voz bem alterada. Luke com o olhar ameaçador,
disse:
— Abaixa o tom da voz para falar comigo, é assim que as coisas vão
funcionar. Agora despeça-se de sua mãe e diga que entrará em contato em
breve, já estamos chegando em casa.
Geovanna, com lágrimas nos olhos, olhou para a tela do celular.
Quase não conseguia ver direito, a mãe havia mandado várias mensagens. Ela
respondeu e fez o que Luke mandou. Geovanna guardou o celular na bolsa e
ficou de cabeça baixa.
— Já estávamos chegando, olha a sua nova casa.
Geovanna levantou o olhar e o que ela viu a deixou impressionada, não era
propriamente uma casa, mas uma mansão.
— Comprei essa mansão há três anos, quando a conheci. Ela só estava a
esperando para comandá-la. O que você acha?
— Impressionante!
O carro parou em frente, haviam muitos soldados ali. Ela olhou para
fachada imponente da mansão e disse com ironia:
— O crime realmente compensa.
— Compensa, você não acha? Tenho uma mansão e uma esposa linda para
fazer o que eu quiser, até domar uma língua afiada.
Geovanna não disse nada, mas por dentro ela queria gritar e dizer que
não queria morar ali, que não queria aquela vida, queria ser livre e não viver
sob o jugo de um marido prepotente. Mas ela sabe que nada daquilo é
possível no momento. Ela torce para que ele logo enjoe dela e que lhe dê o
divórcio, já que ela não vai lhe dar o filho que ele quer.
A casa era realmente impressionante. Luke e Geovanna entraram e por dentro
a mansão era mais linda ainda.
— Sua casa, amore mio.
Luke pegou em sua mão.
— A casa está reformada na maioria dos cômodos, porém, alguns ainda
precisam de decoração e você pode fazer isso para se distrair, mas o que eu
quero te mostrar eu mesmo mandei fazer e acho que você vai gostar, vem!
Luke a conduziu para um corredor longo e no final ela viu uma porta
dupla, ele parou em frente e em suspense girou a maçaneta.
— Meu presente de casamento para você.
Ele abriu a porta e a fez entrar. Geovanna olhava para o ambiente com os
olhos arregalados, a sala era um Studio de dança. Ela olhou ao redor, havia
tudo que precisava para dançar. O chão brilhoso, as barras de ferro, um
equipamento de som com vários CDs de música clássica. Ela seguiu até o
centro da sala e as lágrimas começaram a descer do seu rosto. Luke foi até ela
e a abraçou por trás, perguntando:
— Por que está chorando? Não gostou?
— Sim eu gostei, é... é que vou dançar aqui sozinha.
— Você terá uma professora que virá uma vez na semana. Eu quero que você
continue dançando especialmente para mim.
Luke inalou o perfume de seus cabelos e disse em seu ouvido:
— Dança para mim.
— Agora?
— Sim, eu sempre sonhei em vê-la aqui, dançando somente para mim.
— Não estou vestida de forma apropriada para dançar.
Ele a pegou pela mão e a conduziu para um cômodo menor onde
havia várias roupas para dança, todas organizadas. Ela entrou e olhou em
volta, haviam vários tipos de collants, saias próprias para balé, tutus,
sapatilhas e tudo mais que ela precisava.
— Eu vou deixá-la se trocar, estarei esperando na sala, deixe os cabelos
soltos, eu quero vê-la como a vi pela primeira vez.
Luke saiu e Geovanna começou a olhar todas aquelas roupas, nem na
escola de dança havia tantas peças lindas. Ela começou a passar as mãos nas
roupas, decidiu usar um collant preto e uma saia da mesma cor. Por fim
colocou as sapatilhas, que lhe serviram perfeitamente. Ela se alongou um
pouco e saiu do closet.
Geovanna andou até o local onde estava o equipamento de som,
escolheu um CD e colocou no compartimento. Foi até o centro da sala,
quando a música iniciou, ela começou executar os primeiros passos, girava
com leveza e os cabelos ruivos esvoaçantes seguiam o ritmo dos passos. Luke
estava sentado em uma poltrona e a olhava fascinado, ele estava muito
excitado, seu pênis estava tão duro que o incomodava. — Porra! Como quero
comer ela agora. — Pensou.
Geovanna executava os passos com os olhos fechados, ela entrava em outra
dimensão quando estava dançando, seu corpo flexível curvava-se com
facilidade.
Quando a música terminou ela parou ofegante, abriu os olhos e focou
na direção dele, Luke a olhava fixamente com um olhar de puro desejo e
luxúria. Ele a chamou com uma voz baixa e rouca:
— Vem aqui!
Ela foi na direção dele e parou em sua frente, Luke curvou-se, pegou na barra
de sua saia e a deslizou, Geovanna percebendo a intenção dele, perguntou:
— O que você está fazendo?
— Tirando roupa da minha mulher.
— Eu não vou fazer isso aqui, se entrar alguém?
Ele suspirou profundo e disse com uma voz grave:
— Ninguém vai entrar aqui, portanto fica quieta, não quero me irritar com
você.
Ele terminou de tirar sua saia e levantando-se começou a descer as alças do
Collant, ele foi deslizando a peça lentamente, liberando seus seios do tecido
apertado. Ele tirou toda a peça, a deixando completamente nua. Luke sentou
de novo no sofá e olhando para ela, disse:
— Agora você vai dançar aqui. — Ele levou a mão ao seu membro e o tirou
das calças. Geovanna olhou para o pênis que estava ereto e seu coração
acelerou, ela não tinha a mínima ideia do que fazer.
— É só subir em cima e dançar, amore mio.
Ela se aproximou com a ajuda dele, subiu e abriu as pernas. Luke
posicionou o membro na entrada da vagina dela e segurando em sua cintura a
penetrou. Ela começou a se mover em cima dele, os movimentos de vai e
vem fluíam naturalmente. Geovanna achou diferente a maneira como estavam
fazendo, seu corpo estava se comportando de uma maneira que ela nunca
havia sentido antes, ela estava arrepiada, os seios sensíveis e sua vagina
rapidamente ficou lubrificada, o que permitia que o pênis deslizasse com
facilidade. Como que por instinto, os movimentos ficavam cada vez mais
intensos, Luke gemia e ela também soltava pequenos gemidos.
— Vai bambina, mais forte.
Ela intensificou os movimentos e não tinha mais controle do seu
corpo. Com os olhos fechado ela só sentia o pênis entrando em sua carne
molhada. O barulho do sexo ecoava por toda a sala. Geovanna sentia-se em
outra dimensão, assim como quando dançava, porém, com mais intensidade.
Ela sentiu o músculo da sua vagina contrair-se, e com um espasmo de prazer
ela teve um orgasmo intenso, aquilo a assustou, ela nunca havia sentido algo
tão prazeroso antes, ela queria morrer naquele momento. Geovanna deu um
grito e deitou em cima dele ainda se movendo, buscando mais prazer. Sua
vagina contraia-se de encontro ao pênis de Luke. Ele também chegou ao
orgasmo logo depois dela. Geovanna foi diminuindo o ritmo, seus batimentos
cardíacos estavam a mil, nem quando ela dançava ficava tão esgotada assim.
Luke a abraçou, mantendo-se dentro dela. Seus corpos suados
recuperavam-se do prazer. Ele a beijou com uma paixão louca. Quando a
soltou do beijo, Geovanna levantou. Ela ficou sem graça por ter se entregado
daquela maneira ao homem que jurou jamais sentir prazer. Ela estava confusa
— Como era possível sentir prazer com ele? O estômago de Geovanna
embrulhou e logo ela começou a recolher as roupas, ele ficou olhando para
ela e levantando ajeitou as próprias roupas. Geovanna, com muita vergonha,
correu para o closet.
Chegando lá com lágrimas descendo pelo rosto, começou a colocar a
roupa que estava usando antes. Luke entrou no cômodo logo atrás dela.
— Por favor, me deixa sozinha.
Ele a ignorou e a abraçando por trás, disse:
— Não precisa ficar assim, foi só um orgasmo.
Ela com raiva o empurrou.
— Sai daqui, não quero sentir orgasmos com você nunca mais, eu te odeio.
Luke com violência a virou para ele.
— Pois não me importo se você vai sentir ou não, só o que me interessa é o
meu prazer e isso eu consigo a hora que eu quiser, começando por agora.
Ele a pegou pelos braços e começou a puxá-la para a saída, ela lutou contra
ele.
— Eu não quero, me deixa em paz seu idiota, tirano e insensível.
— Com você é só assim, Geovanna. Se você gosta com violência então assim
será.
— Não! Me deixa ir.
Luke sem paciência a arrastou para o quarto, e quando chegaram lá ele bateu
nela com violência. Deu uma bofetada em seu rosto e Geovanna caiu no
chão, depois ele abaixou e a pegou pelos cabelos, a jogou na cama e lá ele
bateu sua cabeça na cabeceira da cama. Logo depois a possuiu de maneira
violenta. A última coisa que Geovanna sentiu com aquele gesto foi prazer.
Assim começou a vida dela na nova casa.
CAPÍTULO 12
L uke estava na sede da máfia, que ficava em um complexo de prédios
dentro da propriedade. Ali era onde ele comandava todos os seus
negócios no mundo do crime. Além do seu escritório havia um
complexo de treinamento para seus soldados, com academia, um ginásio com
arenas para luta, treinamento com armas e muito mais. Seus soldados
treinavam como se fossem para a guerra. Era preciso treiná-los para combater
qualquer situação, principalmente com inimigos de outras máfias ou
organizações criminosas. As autoridades não eram problema, já que eles
nunca conseguiam provar absolutamente nada contra ele. Luke tinha
negócios paralelos para fazer lavagem de dinheiro, o que era bom, além de
encobertar o negócio sujo ainda lhe dava lucros.
Ele também proporcionava entretenimento para seus homens com as
prostitutas, porém, o prostíbulo ficava fora da propriedade. Ele não queria
que Geovanna tivesse contato com nenhuma daquelas putas.
Também próximo a propriedade havia um local para tortura, era um galpão
com todo tipo de objeto de tortura. O lugar era conhecido como Dark. Por
isso a máfia Salvatore ficou conhecida assim. Os métodos de tortura
utilizados ali eram temidos por todos.
Luke também tinha escritórios em outros locais fora da propriedade,
mas ali era aonde tudo funcionava.
Alguém bateu na porta do seu escritório.
— Entra.
Seu consigliere Edward entrou.
— Dom Luke, mandou me chamar?
— Sim, quero que resolva um assunto para mim. Restrinja o dinheiro que dou
para os pais da Geovanna, reduza pela metade.
— Mas eles não são seus sogros?
— Sim, mas só dava dinheiro para eles por causa da Geovanna. Eles
deveriam cuidar dela até que completasse a maioridade, agora que ela é
minha esposa não vou mais sustentar eles. Por mim eu matava o Robert com
minhas próprias mãos, aquele desgraçado me roubou e isso não desce na
minha garganta, mas não posso matá-lo por enquanto, a hora dele vai chegar.
— Tudo bem! Mais alguma coisa?
— Sim, aumente o aluguel da casa deles, eu quero ver como eles vão
conseguir pagar sem dinheiro suficiente. E deixa o aviso de que se não
pagarem o aluguel em dia eu vou cobrar pessoalmente.
— Okay! Você não perdoa mesmo, nem a família da sua esposa.
— Perdoar? Não sei nem o que significa essa palavra. Ah! mais uma coisa, o
irmão dela é um dos meus gerentes da zona C, observe ele de perto, eu não
confio nele, sendo filho de quem é. Qualquer vacilo o elimine.
— Tudo bem, tudo anotado. — Edward deu uma pequena pausa e perguntou
em seguida:
— E como está a vida de casado?
— Maravilhosa! tenho uma mulher pra comer 24 horas. — Ele riu alto e
continuou: — Não que eu não tivesse mulheres à minha disposição antes,
mas ter uma mulher deliciosa, que eu posso fazer o que quiser e que não
precisarei arrancar a criança do seu ventre quando ela estiver grávida, como
fiz com algumas que ousaram falar que estavam grávidas de mim, já vale a
pena.
— Pretende ter filhos logo?
— É claro, já tenho 33 anos, preciso providenciar meu herdeiro.
O celular de Luke tocou e ele olhou a tela.
— Está dispensado, Edward.
— Com licença!
Edward saiu e Luke atendeu a chamada.
— Alô.
— Saudades de você, gostosão. Já enjoou da esposinha?
— Suzette, você sabe que não preciso enjoar de uma pra foder outra.
— Então porque não mandou me chamar mais? Não é possível que aquela
minguada da sua mulher te satisfaça mais que eu.
— Vagabunda! Não abre essa sua boca pra falar da minha esposa. Escuta
bem, sua vadia, se eu quiser te procurar eu farei, não é você que decide com
quem vou foder, você não é única, sua piranha!
— Mas Luke... — Ela não conseguiu completar a fala, ele a cortou.
— Sem mais nem menos, vadia! Se você ligar para meu celular de novo, eu
vou mandar um dos meus soldados te fazer uma visitinha, e não vai ser pra te
comer.
Ele desligou a ligação — Essas putas não sabem ter limites, a gente não pode
dar uma corda que elas pensam que já são exclusivas. Porra! Nesse momento
a única que quero foder é a minha ruivinha chamada Geovanna.
***
Geovanna estava no quarto, ela não queria sair dali. Seu rosto estava
horrível, todo machucado e seus braços roxos. Antes de sair aquela manhã,
Luke mais uma vez a possuiu e depois a fez tomar bando junto com ele.
Geovanna ficou quieta e fez tudo que ele quis, não queria apanhar mais. Ela
pegou o celular e ficou olhando para o aparelho, queria tanto ligar para a mãe,
mas não podia, Luke disse que ele tinha que autorizar.
Ela levantou-se e ficou andando pelo quarto. — Será que ele saberia
se eu ligasse? Como ele vai saber? — Ela ficou olhando para a tela e lembrou
do anticoncepcional. — Onde está a minha bolsa? — Seu coração deu um
pulo, ela não lembra aonde a deixou quando chegou no dia anterior. — Só
pode ter sido no Studio de dança. — Pensou.
Geovanna foi até a porta. — Será que tem alguém na casa? Abriu a
porta lentamente e escutou um barulho longe, parecia um aspirador de pó. Ela
fechou a porta de novo. — Não posso encontrar ninguém assim com essa
cara. — Correu até o banheiro e viu que havia uma bancada para maquiagem,
abriu as gavetas e reparou que tinha todo tipo de maquiagem. Ela pegou uma
base, era do tom da sua pele, sentou na frente do grande espelho e tentou
disfarçar o máximo que pôde as marcas em seu rosto. A base era muito boa e
fez seu rosto ficar quase perfeito, só não ficou cem por cento perfeito por
causa dos lábios que estavam machucados. Então ela resolveu terminar a
maquiagem. Passou um batom e uma máscara de cílios. Ficou bom.
Deixou os cabelos soltos para disfarçar as marcas nos braços. Os
cabelos de Geovanna eram compridos e cheios, eles estavam rebeldes aquela
manhã já que não havia penteado após o banho, eles secaram naturalmente.
Ela os deixou do jeito que estavam.
Um pouco mais confiante, Geovanna abriu a porta, o barulho do
aspirador de pó havia cessado. Com passos leves ela saiu do quarto e
caminhou em direção a escada, desceu quase sem fazer barulho, o fato de ser
bailarina a ajudava muito, pois seus passos eram leves como uma pena. Ela
chegou embaixo e olhou para os lados. — Que direção fica o Studio de
dança? — Pensou. Resolveu ir para a direita. Ela andava e parecia que nunca
tinha fim, a casa era muito grande, então lembrou que ficava no final de um
corredor. Foi andando e assustou-se quando viu uma mulher com roupa de
empregada arrastando um aspirador.
— Oh! Desculpa.
A mulher pulou assustada também
— Eu estou procurando o Studio de dança, meu nome é Geovanna — Ela
estendeu mão para mulher, essa não fez nenhum gesto para cumprimentá-la,
porém disse:
— Desculpa, senhora, estava somente limpando as salas. O Studio de dança
fica no final desse corredor, mas eu não entrei lá, não é autorizado.
— Ah! obrigada!
Geovanna seguiu para aquela direção, a mulher ficou olhando para ela
ainda assustada e logo seguiu seu caminho. Ao chegar na porta, ela abriu e
entrou, olhou em volta e não viu a bolsa, foi até o closet e a achou lá. Pegou
rapidamente e verificou se as cartelas estavam dentro e sim, estavam lá. Ela
respirou aliviada e saiu correndo. — Preciso encontrar um lugar seguro para
esconder isso. — Pensou. Ela estava procurando as escadas e uma mulher
bem vestida, com um conjunto de blazer e saia, os cabelos presos em um
coque, veio em sua direção.
— Bom dia, senhora Salvatore, meu nome é Hilary e sou a governanta da
casa. A arrumadeira disse que a viu procurando o Studio de dança.
— Bom dia! Sim e já achei, agradeça ela por mim. — Geovanna ficou sem
graça, ela estava toda desengonçada perto da mulher bem vestida e de porte
altivo.
— A senhora quer tomar o café da manhã agora? Tem alguma preferência?
— Não! Obrigada, não estou com fome. Com licença!
Geovanna praticamente saiu correndo e logo achou a escada, subiu e
entrou no quarto. Foi direto para o closet. Ela começou a abrir as gavetas, na
primeira tinha suas peças íntimas, ela já sabia pois já tinha trocado de roupa,
porém ela não havia olhado todas. Na segunda tinha camisetas, então
resolveu esconder as cartelas ali entre as roupas. Geovanna pegou uma das
camisetas, embrulhou as cartelas nela e colocou no fundo da gaveta. A cartela
em uso ela colocou no fundo da gaveta de peças íntimas, porém, pegou um
comprimido antes, colocou na boca e engoliu.
Ela foi para o quarto e sentou na cama. — Esse plano tem que dar
certo, preciso me livrar logo desse casamento. — Pensou.
Ela pegou o celular e haviam várias chamadas do Luke, o coração dela deu
um salto. — O que esse desgraçado quer? Ela ficou pensando se retornava
para ele ou não. Decidiu não retornar, se ele realmente quisesse falar com ela
iria ligar de novo.
Não demorou muito o celular tocou, ela olhou a tela e era ele.
Geovanna: Alô!
Luke: Onde você estava?
Geovanna: Onde você acha que eu estava? Aqui nesse quarto escondendo
essas manchas roxas que você deixou em mim. — Disse gritando.
Luke: E vou deixar muito mais se você não abaixar o tom da voz.
Geovanna: Desculpa! Eu estava lá embaixo, fui pegar a minha bolsa na sala
de dança.
Luke: Quero que você venha aqui.
Geovanna: Aonde?
Luke: No meu escritório.
Geovanna: Para que?
Luke: Pra te foder, você acha que é para que mais? Depois vamos almoçar
juntos.
O estômago de Geovanna embrulhou. — Ele pensa que sou o que? Uma
boneca inflável?
Geovanna: Luke, por favor me dá um tempo, eu não aguento mais, prometo
que quando voltar estarei pronta pra você, não vou mais resistir, mas agora eu
só queria um tempo pra mim. Ele simplesmente a ignorou e ordenou:
Luke: Você tem 10 minutos para estar pronta, o motorista vai te pegar, venha
sem calcinha e use um vestido, não vou nem tirar a sua roupa, entendeu? Se
você não fizer como estou mandando sofrerá as consequências.
Luke desligou o celular, ela ficou olhando para o aparelho. — Que
ódio! Eu tenho que me livrar desse asqueroso e pervertido. — Pensou.
Geovanna levantou-se da cama e foi até o closet, tirou a roupa, a calcinha e
colocou um vestido apertado. — Se ele quer que eu vá sem calcinha, vou
mostrar para todos os homens dele que não estou usando uma. Ela se olhou
no espelho, o vestido marcava bastante, porém, Geovanna não tinha muita
bunda, o tamanho era normal, mas os seios estavam bem evidentes, os
mamilos marcavam o tecido.
Geovanna ajeitou os cabelos e retocou a maquiagem. Pegou a bolsa e
saiu do quarto, desceu as escadas e ficou esperando o motorista em uma das
poltronas do hall de entrada. Sentindo-se como uma prostituta que esperava
pelo cliente. Logo a campainha tocou, ela não sabia se atendia ou se esperava
algum empregado fazê-lo. Resolveu atender. Assim que abriu a porta viu um
homem de terno preto, o mesmo ao vê-la ficou encarando-a sem piscar, o
homem a olhava assustado.
— Oi, você é o motorista?
O homem apenas balançou a cabeça afirmativamente, ele parecia meio
desconcertado.
— Então vamos!
Geovanna passou por ele, ela estava um pouco constrangida por causa
do vestido, mas não iria desistir, se ele quer uma prostituta, ele terá. O
motorista abriu a porta e ela entrou. Rapidamente o carro deu partida. Ela não
fazia a mínima ideia onde era o escritório dele. Depois de alguns minutos o
carro parou em frente a um complexo de prédios, o local era dentro da
propriedade, ela ficou impressionada ao constatar como a propriedade era
grande, para andar tudo era preciso locomover-se de carro.
Haviam alguns soldados na entrada, e assim que ela desceu os
homens a olharam admirados. Ela queria cruzar os braços para disfarçar o
volume dos seios, mas não o fez. — Que se dane!
O motorista a levou até o escritório de Luke e disse:
— É aqui, senhora, com licença!
O homem se afastou rapidamente, ela ficou olhando para a porta e resolveu
bater.
— Entra! — Luke ordenou.
Ela abriu a porta e entrou na sala. Luke estava sentado em sua cadeira atrás
de uma grande mesa de mogno brilhante. Marco, que também estava na sala,
levantou-se imediatamente quando a viu. Ela adentrou o cômodo e parou,
Luke a olhava com um olhar de assassino e Geovanna engoliu em seco. Ele
desviou o olhar para o Marco e ordenou:
— Está dispensado.
Marco saiu da sala sem olhar para ela. Luke continuou a encarando com o
semblante fechado, ele estava com raiva e ela estava com o coração
acelerado, mas não ia baixar a cabeça
— Que porra deu em você?
— Sobre o que está falando? Só fiz o que você mandou.
— Geovanna, não teste a minha paciência, como você me aparece aqui
assim? Parecendo uma prostituta.
— Pois é isso que sou, uma prostituta.
Luke com raiva bateu os punhos na mesa e levantou, Geovanna assustou-se,
mas não demostrou o medo, apesar de estar com medo.
— Porra! Você gosta de apanhar, não é? Todos os meus homens devem estar
de pau duro só de olhar pra você.
— Então me deixa ir embora, eu não queria vir aqui, só quero que você me
deixe em paz.
Luke andou na direção dela, a pegou pelos braços e com ódio, disse:
— Você não vai a lugar nenhum, veio aqui pra eu te foder e é isso que vou
fazer. Vou te mostrar como uma puta é tratada.
Ele começou a puxá-la pelos braços, o coração dela batia forte, porém não fez
nada para se livrar, somente o acompanhou, ela não queria apanhar. Eles
entraram em um quarto, Geovanna sentiu náuseas. — Ele tem um quarto no
escritório para transar com as mulheres dele.
— Eu não quero ficar aqui no quarto onde você transa com as suas mulheres.
— Cala a boca, Geovanna, eu vou te comer aonde eu quiser. Você quer ser
uma puta, então será tratada como uma.
Ele a empurrou na cama e começou a tirar as próprias roupas, Geovanna
ficou olhando para ele com os olhos arregalados, por mais que ela o odiasse
não podia negar que ele era lindo com todos aqueles músculos perfeitos.
— Tira o vestido.
Ela começou a tirar a peça e logo ficou completamente nua, ele avançou em
cima dela já com o pênis completamente ereto, abriu suas pernas e sem
preliminares a penetrou com força e começou os movimentos com
intensidade. Geovanna arqueou o corpo, a cada estocada ele aumentava o
ritmo. A cama toda balançava pela intensidade do sexo. Quando ele estava
chegando no orgasmo, tirou o pênis de dentro dela e ejaculou na sua barriga.
O líquido quente e pegajoso saiu com jatos fortes. Ele não satisfeito, subiu
em cima dela e segurou em seu rosto fazendo-a encará-lo.
— É assim que uma puta é tratada. Agora vou te mostrar muito mais.
Ele a virou de lado, a fez abrir as pernas e a penetrou de novo, ainda de
maneira firme. Ele transou com ela até o início da tarde, em várias posições
que Geovanna nem em seus sonhos mais eróticos pensou existir.
Quando ele estava satisfeito em humilhá-la, a fez vestir uma das camisas dele
e a levou para uma sala onde havia uma mesa posta. Ele a fez sentar e logo
uma mulher entrou e serviu o almoço. Ela ficou olhando para o prato e não
tocou, Luke começou a comer.
— Melhor começar a comer.
— Por quê? Vai me obrigar a comer também?
— Geovanna, você é culpada por tudo, de que adianta essa rebeldia? Você é
minha mulher e vou fazer o que quiser com você. Espero que você engravide
logo, o que não vai demorar.
Geovanna o olhou com cara de nojo e disse:
— Você casou comigo só para gerar seu filho, estragou a minha vida, não me
deixa seguir a minha carreira e me faz de escrava sexual somente pra gerar
essa criança. Pois saiba que eu não quero filho nenhum, muito menos seu.
Luke a encarava com os olhos frios.
— Terminou o chilique? Pois saiba que você terá um filho meu e acho bom
engravidar logo.
— Faz um filho em uma das suas prostitutas.
— Porra! — Ele gritou — Você quer me tirar a paciência hoje, não é? Come
essa porra logo antes que eu faça algo que me arrependa.
Geovanna começou a comer e as lágrimas desceram pelo seu rosto, Luke
suspirou irritado e exclamou:
— Agora essa porra de lágrima!
Ela enxugou as lágrimas. Eles comeram em silêncio. Geovanna
comeu tudo, ela descobriu que estava com fome. No final da refeição ele
repousou os talheres e foi na direção dela, pegou em suas mãos e a fez
levantar. Ele ficou olhando para o rosto dela e passou a mão pelo machucado
que ele tinha feito na noite anterior.
— Eu não quero te machucar de novo, mas se você me provocar eu não vou
ter misericórdia de você, portanto comporte-se como uma boa esposa, que
saberei ser bem generoso.
— Eu posso ligar pra minha mãe?
Ele a soltou e suspirou.
— Talvez, caso você se comporte eu deixo você falar com a sua mãe sempre
que quiser.
Ela ficou olhando para ele. Luke aproximou-se e pegou em seus
cabelos.
— Adoro seus cabelos, tão lindos, perfumados.
Luke inalou o perfume dos cabelos de Geovanna.
— Está tão sexy com a minha camisa. — Disse com uma voz rouca.
Ele a abraçou e afastou com as mãos algumas louças da mesa, que caíram no
chão, e a fez sentar sobre o tampo.
— Luke, de novo? Aqui na mesa que acabamos de comer?
— Com você em qualquer lugar. Agora fica quieta e sinta.
Eles transaram sobre o tampo da mesa, Luke a fez gozar junto com ele.
Depois que terminaram ele a levou para casa e o próprio Luke dirigiu o carro.
Geovanna estava tão confusa, ela o odiava, mas ao mesmo tempo às
vezes sentia prazer com ele. Ela resolveu não pensar nisso, só tinha um
objetivo: Livrar-se desse casamento.
CAPÍTULO 13
UMA SEMANA DEPOIS
G eovanna estava ansiosa aquela manhã, a professora de dança iria
chegar. Desde o dia que dançou para Luke ela não dançou mais,
estava com saudades. Luke já havia saído e ela deu graças a Deus. Ela
precisava de um tempo, fazer as coisas que gosta. Luke era um maníaco
sexual e não a deixava em paz nenhum dia, ele a procurava todas as noites e
durante o dia ele mandava a buscar para "almoçar" com ele, que na verdade
era só pra transar com ela. As vezes ele estava ordenando mandar matar
alguém pelo celular enquanto ela fazia um boquete nele. Aquilo era nojento e
ela não queria mais passar por aquilo.
Ela estava evitando desafiá-lo para não apanhar, as marcas do rosto já
estavam sumindo e ela não queria que ele a machucasse de novo, então se
submetia ao que ele queria. O plano de não engravidar estava correndo bem,
ela não esquecia os comprimidos de anticoncepcional nenhum dia e logo sua
regra iria chegar.
O celular dela tocou, era sua mãe.
Mãe: Oi Geovanna, como está?
Geovanna: Bem, mãe, vou voltar a dançar hoje.
Mãe: Que notícia maravilhosa, ele deixou você ir para a escola de ballet?
Geovanna: Não, ele fez um Studio de dança pra mim aqui na casa.
Mãe: Isso é bom, filha...
Geovanna: Mãe, está realmente tudo bem? Sua voz está estranha, parece
triste. Como está o papai e o Fabrício? Por que eles nunca me ligaram? Todas
as vezes que liguei para eles, não me atenderam.
Mãe: Você sabe, filha, por causa do Luke, ele proibiu que seu irmão e seu
pai ligassem para você ou respondessem suas chamadas.
Geovanna: Ele também me proibiu, mas depois deixou.
Mãe: Eu sei, mas com você é diferente... Nós não podemos desobedecê-lo...
Geovanna: Mãe, vamos nos encontrar? Podemos marcar no shopping, eu
ligo pro Luke agora e falo com ele.
Mãe: Você acha que ele vai deixar?
Geovanna: Ele vai, se eu pedir direitinho.
Mãe: Okay! Se você conseguir, me liga para dizer qual o shopping e que
horário.
Geovanna: Está bem, mãe, se cuida!
Ela desligou, Geovanna percebeu que havia algo errado e que a mãe não
queria revelar, mas no encontro ela descobrira o que estava acontecendo.
A campainha tocou. — Deve ser a professora. — Pensou.
Saiu correndo do quarto e desceu as escadas. A empregada já havia
aberto a porta e uma senhora por volta dos seus 45 anos, muito magra e de
um porte altivo estava na entrada, quando Geovanna a olhou não acreditou
em seus olhos, em sua frente estava uma das melhores bailarinas de todos os
tempos, a inspiração dela. Martha Graham, Geovanna não acreditava que
estava em frente à sua musa inspiradora
— Senho-o-ra Graham, é uma honra recebê-la aqui. — Ela disse
aproximando-se da mulher, com passos vacilantes.
— Minha querida, vamos começar pela não formalidade, meu nome é Martha
e já sei que o seu é Geovanna. Agora me dê sua mão, vamos ver o que temos
aqui.
Martha a girou, e Geovanna com sua leveza praticamente flutuou, a mulher
ficou encantada.
— Meu Deus! O senhor Salvatore disse que você era perfeita, mas acho que
ele se enganou, você é mais que perfeita, é incrível. Vamos para o Studio,
quero vê-la dançar.
— Muito obrigada, senhora... Oh! Desculpa, você é minha musa inspiradora,
sempre admirei seu trabalho.
— Fico feliz por isso.
As duas seguiram. Ao chegarem, Geovanna colocou uma das roupas
que Luke havia comprado para ela. Martha ficou impressionada com o local,
não perdia nada para um Studio nas melhores escolas de dança. Geovanna já
estava pronta para começar.
Primeiro elas fizeram exercícios na barra e logo depois alguns passos que
Geovanna já conhece de cor e salteado, a professora mandava e ela
executava.
— Plié 1 – 2 - 3, muito bem! Repete.
Geovanna estava muito feliz por voltar a dançar depois de tanto tempo, ela
executava os comandos com prazer e precisão.
— Muito bem, Geovanna, você já é uma bailarina perfeita. Vou falar com o
senhor Salvatore para deixá-la ir a minha escola de dança, estou montando
minha equipe para apresentar-se na Broadway com o repertório O quebra
nozes.
— Você faria isso por mim? Sempre foi meu sonho apresentar em um
espetáculo.
— Nunca se apresentou?
— Não, meu pai nunca permitiu...
— Não podemos deixar que isso aconteça, você precisa apresentar-se, o
mundo precisa conhecê-la. Espero que você e o senhor Salvatore não
pretendam ter filhos agora, você é muito jovem ainda.
O coração de Geovanna deu um pulo, se ela soubesse quais são os planos
egoísta do marido, ficaria chocada.
— Não! Nós não vamos ter filhos.
— Que ótimo! Vou falar com ele. Agora quero que execute um trecho de O
Quebra Nozes.
Ela seguiu até o aparelho de som, pegou o CD e colocou, Geovanna seguiu
para o meio do Studio.
Quando o ato começou a tocar, Geovanna executava os passos, ela já sabia
quase todos os clássicos do ballet de cor e salteado. A professora ficou
encantada. Ao terminar, Martha a aplaudiu de pé.
— Bravo!
— Obrigada!
Geovanna foi trocar de roupa e logo despediu-se da professora muito
animada. Ela correu para o quarto não cabendo em si. Se Luke a deixasse
participar do espetáculo ela irá ficar muito feliz. — Tomara que Martha o
convença.
Ela resolveu ligar para ele. No segundo toque ele atendeu.
— Não acredito que a minha linda esposa está me ligando.
— Liguei para agradecer.
— Pelo que?
— Pela professora, não esperava que fosse alguém tão importante.
— Ela é a melhor, não é? Então sempre o melhor para minha esposinha.
— Quero te pedir uma coisa.
— Sabia que você não ligaria somente para agradecer ou falar que está com
saudades do seu marido.
— Eu quero ir ao shopping com a minha mãe, eu preciso vê-la, desde que
casamos eu não a vejo. — Luke suspirou.
— Para ir a qualquer lugar vai precisar ir com os soldados.
— Tudo bem, eu não me importo.
— Eu vou deixá-la ir, mas antes, você tem que agradecer direitinho. Vem
aqui, o motorista vai te pegar.
Geovanna com nó no estômago, disse:
— Tudo bem!
— Vem sem calcinha.
Ele desligou e Geovanna ficou triste. — Luke só pensa em sexo.
Ela chegou no escritório e seguiu direto para a sala dele, já sabia onde
ficava. Ela passava pelos soldados sem olhar pra nenhum deles, morria de
vergonha, pois tinha certeza que todos sabiam o que ela ia fazer todos os dias
no escritório do chefe. Odiava aquilo. Geovanna bateu na porta, não houve
resposta, porém, ela podia ouvir que ele estava gritando com alguém e ficou
na dúvida se entrava ou não. Alguns soldados passavam por ela e sem graça
resolveu entrar.
Ele estava sentado em sua mesa com a cadeira virada de costas
falando com alguém ao celular, muito alterado.
— Não quero saber, porra! Descubra quem foi, caso contrário você que vai
pagar essa porra!
A outra pessoa falou e ele virou-se e a viu, porém continuou falando no
celular e fez um sinal para ela se aproximar. Ela o fez e ele sem cerimônia a
fez sentar no colo dele, ainda falando ao celular.
— Foda-se, eu quero resultados. Você sabe que não brinco, descubra quem
foi, amanhã já quero um nome, Fabrício.
Geovanna ficou alarmada, ele estava falando com o irmão dela
naquele tom. Na mesma hora ela tenta levantar-se do colo dele, porém, ele a
fez sentar de novo e começou a passar a mão em sua vagina. Geovanna
tentava afastá-lo, no entanto, ele enfiou o dedo em sua cavidade, ela soltou
um gemido.
— Não vou te dar tempo nenhum, se você não me der uma resposta amanhã
diga adeus a esse mundo.
Geovanna tirou a mão dele de sua vagina e levantou-se o empurrando. Ele
desligou o celular e a olhou com raiva.
— Você não vai matar o meu irmão. — Ela disse gritando.
— Geovanna, não se meta em assuntos da Máfia, isso não te interessa, e além
do mais, seu irmão trabalha para mim, se ele vacilar eu o mato sim e você não
pode fazer nada.
— Seu desgraçado! — Geovanna muito alterada, com lágrimas nos olhos,
apontou o dedo para ele e disse:
— Se você fizer alguma coisa com meu irmão, eu vou te denunciar para a
polícia.
Luke segura forte nos pulsos dela e levanta da mesa a apertando com
força, Geovanna tentou sair, mas não conseguiu, ele a estava machucando.
— Vou te falar três coisas e espero que guarde muito bem. Primeiro: nunca
aponte o dedo para mim, da próxima vez eu vou quebrá-lo. Segundo: abaixa
o tom da voz pra falar comigo, já te avisei isso, da próxima vez vai se
arrepender. Terceiro: não me ameace, pois se nem meus inimigos fazem isso,
não vai ser você que o fará.
Ele ainda a segurando empurrou sobre o tampo da mesa com violência.
— Agora cala essa boca e faça o que uma esposa tem que fazer para
satisfazer o marido.
Geovanna lutou contra ele.
— Não, eu não vou fazer, me larga.
— Tudo bem, se você quer com violência é assim que será.
Sem dó, ele abriu as pernas dela e a penetrou com violência,
Geovanna fechou os olhos e fez de tudo pra afastá-lo, mas ele é forte e além
do mais estava com raiva. Aquilo estava a matando, ele parecia um monstro a
penetrando sem parar e a machucando, ela começou a chorar. Quando ele
chegou no orgasmo entre gritos de prazer a beijou com violência ainda dentro
dela. Geovanna não correspondeu a nada. O ritmo foi diminuindo, ele a
soltou e saiu de dentro dela. Geovanna imediatamente desceu da mesa e se
afastou.
— Eu quero ir embora.
— Você que pediu por isso, Geovanna. Agora não adianta ficar com essa
cara, mas foi bom viu, acho que vou fazer mais vezes assim com você.
Geovanna o observava com os olhos embaçados.
— Por favor, me deixa ir embora, você já fez o que quis, agora só quero ir.
— Tudo bem, bambina, pode ir. Porém se fizer alguma gracinha,
conversaremos à noite.
— Eu posso ir ao shopping?
— Se você quiser pode, mas saiba que eu vou saber todos os seus passos.
Ela olhou para ele com toda dignidade que pode manter, pegou a bolsa e saiu
do escritório. Ela foi andando apressada, com a intimidade doendo e trêmula
de ódio. O motorista já estava esperando por ela. Atrás do carro dela mais
dois carros pretos com vários homens dentro os seguiam.
Ela foi para casa e tomou um banho rápido, ele havia a machucado e
seus pulsos estavam doloridos e roxos. Resolveu colocar uma jaqueta de
couro para disfarçar, por sorte, o clima não estava quente. Geovanna
terminou de se arrumar e ligou para a mãe, ela precisava falar com o irmão e
ajudá-lo de alguma maneira. A mãe logo a atendeu e ela disse o nome do
shopping e o horário que iria chegar.
Seguiu para a saída da casa e três carros a aguardavam. Ela entrou no
primeiro da fila, que já estava com as portas abertas e disse para que
shopping queria iria. Os carros começaram a mover-se e logo pegou o
tráfego. Ela só pensava no irmão. — Tenho que fazer alguma coisa para
ajudá-lo. — Pensou.
CAPÍTULO 14
G eovanna chegou no shopping, ela marcou em um shopping próximo à
casa da mãe. Sua mãe já estava sentada na entrada a esperando, elas
foram para um café e pediram alguma coisa para comer. Dois
soldados a acompanharam e sentaram em uma mesa próxima.
— Eles vão ficar aqui nos observando? — Clarice perguntou sussurrando.
— Sei lá, mãe. Eu só sei que preciso me livrar desse casamento o mais rápido
possível.
— Está tomando o anticoncepcional?
— Sim.
— Eu trouxe mais para você. — Clarice entregou o pacote para a filha e
Geovanna imediatamente colocou na bolsa.
— Mãe, preciso falar com o Fabrício, eu ouvi o Luke discutindo com ele no
celular, ele o ameaçou, mãe.
— Seu pai está tentando resolver o problema dele. Parece que um
carregamento do Luke foi desviado e esse era destinado para o setor que seu
irmão toma conta, ele precisa descobrir quem desviou ainda hoje, caso
contrário, o Luke vai cumprir a ameaça.
— Mãe, como você fala isso com calma? Ele vai matar o Fabrício.
— Nós não podemos fazer nada. — A mãe colocou a mão na cabeça
demonstrando o desespero.
— Geovanna, Luke não perdoou seu pai por tê-lo roubado, ele vai fazer de
tudo para destruir a nossa família, ele só não matou todos nós por causa de
você.
— Mãe, se ele fizer alguma coisa com o Fabrício não fico nem mais um
minuto naquela casa. Se ele matar meu irmão vai ter que me matar também.
— Geovanna, por favor, não o desafie. Ele não lhe dará o divórcio e nem vai
matá-la, mas ele pode machucá-la.
— Ele já faz isso, mãe.
— O que ele fez com você?
— Ele me bateu e hoje ele me tomou a força.
— O meu Deus! Geovanna... eu não sei o que dizer... sinto muito.
— Não quero que se sinta culpada, a culpa foi minha, eu o ameacei dizendo
que chamaria a polícia caso ele fizesse alguma coisa com o Fabrício.
— Filha, mesmo que você chame a polícia nada irá acontecer a ele, a máfia
dele é poderosa, eles sabem como fazer essas coisas.
— Eu não me conformo que estamos à mercê desse homem.
Geovanna e a mãe terminam de comer, o garçom trouxe a conta. Clarice fez o
gesto que iria pegar a carteira, mas Geovanna a interrompeu.
— Eu pago, mãe. Pode deixar.
— O Luke te dá dinheiro?
— Ele me deu esse cartão, mas nunca usei, essa é a primeira vez.
Ela pagou e saíram, os soldados sempre atrás delas e aquilo a incomodava.
— Mãe, vamos para a sua casa? A gente pode conversar à vontade lá e além
do mais preciso falar com o Fabrício.
— Ah... eu não acho uma boa ideia, filha. Podemos ficar por aqui mesmo,
você pode fazer compras.
— Mãe, eu não quero fazer compras. O que está acontecendo? Por que você
não quer que eu vá na sua casa?
— Não está acontecendo nada, Geovanna, nós nos mudamos e a nova casa
ainda não está organizada.
— Se mudaram? Por quê? Compraram uma casa maior?
A mãe de Geovanna suspirou e a fez sentar em um banco.
— Geovanna, eu não queria te contar essas coisas porque sei que você vai
enfrentar o seu marido e ele vai te machucar. Filha, eu vou te contar o que
está acontecendo, mas por favor não faça nada, não fale com o Luke.
— Fala logo, mãe!
— O Luke cortou pela metade o dinheiro que mandava para nós, estamos
praticamente sem dinheiro. Ele não mandava muito, mas era o suficiente para
pagar as despesas básicas, os empregados e pagar o aluguel.
— Mãe, eu não sabia que vocês pagavam aluguel, sempre pensei que a casa
era do papai.
— Era, filha, mas o Luke a tomou do seu pai, ele o fez passar a escritura para
o nome dele e nós tivemos que pagar o aluguel para ele. Seu pai não recebia
mais salário da máfia, porém fazia alguns trabalhos extras como mecânico,
ele era bom nisso. No entanto, agora com a mão daquele jeito, não pode fazer
nenhum trabalho extra e estamos dependendo inteiramente do Luke e do
salário do Fabrício, que não é muito.
— Meu Deus!
— Luke aumentou o aluguel da casa, por isso tivemos que sair, despedir os
empregados e alugar um apartamento pequeno no subúrbio.
Elas ficaram em silêncio por alguns minutos, Geovanna absorvia todas
aquelas informações com um ódio crescente dentro dela. — Como Luke fez
isso com minha família? — Se pergunta com raiva.
— Mãe, eu posso ajudar! Posso dar dinheiro para vocês, o Luke não precisa
saber, eu digo que gastei com coisas para a casa.
— Geovanna, não podemos aceitar, ele vai saber e vai ser pior. Nós estamos
bem, não precisa se preocupar.
— Como não me preocupar? Ele está acabando com a minha família. —
Algumas lágrimas desceram pelo seu rosto.
Geovanna então, pensou em algo que podia ajudar, ela levou as mãos às
orelhas e tirou os brincos.
— Mãe, toma esses brincos, eles devem valer algum dinheiro, Luke me deu
um monte de joias, ele disse que são todas minhas e que poderia fazer o que
quisesse com elas.
— Ele vai perguntar pela joia.
— Ele nem vai lembrar, mãe. Vai na casa de penhor e venda, vou te dar uma
joia a cada mês.
A mãe de Geovanna pegou os brincos e guardou na bolsa.
— Agora vamos para a sua casa, eu quero conhecer o apartamento.
— Você é teimosa né, Geovanna?
— Sou!
Elas seguiram para a saída e logo os carros já estavam na frente com as portas
abertas, elas entraram e seguiram para subúrbio da cidade. Logo chegaram
em um condomínio modesto com prédios de até 4 andares, não era luxuoso,
mas também não era tão ruim. Elas seguiram para o apartamento. Era bem
pequeno, apenas um quarto, banheiro, cozinha e sala, porém, bem equipada.
O pai de Geovanna estava em casa.
— Geovanna? O que está fazendo aqui, filha?
— Estava com saudades também, papai.
— Desculpa, filha, eu só fiquei surpreso. Luke sabe que você está aqui?
— Deve saber, já que esses cães dele ficam atrás de mim.
— Os soldados?
— Sim.
— Geovanna, você é esposa do Chefe da Máfia, jamais sairia sem
seguranças.
— Não dou a mínima, você sabe que não queria esse casamento.
— Eu sei, Geovanna, mas as coisas são assim.
— Cadê o Fabrício? Já conseguiu resolver o assunto do carregamento?
— Como você sabe disso?
— Eu ouvi Luke o ameaçando.
— Não se preocupe, Geovanna, amanhã o Luke vai ter o carregamento dele
ou o valor da carga.
— Como?
— Geovanna, isso não é problema seu, nós vamos ficar bem, não se
preocupe.
— Pai, eu dei uma joia para a mamãe, é um brinco que Luke me deu, ele
deve valer alguma coisa. Mãe, mostra para ele.
Clarice mostrou os brincos para Robert e esse os avaliou.
— Geovanna, essa é uma joia cara, são diamantes rosa, não podemos aceitar.
— É claro que podem, Luke me deu e disse que eu podia fazer o que quiser.
Por favor, papai, aceite.
— Okay! Caso ele pergunte pela joia o que dirá?
— Ele não vai perguntar, ele me deu muitas joias. Caso pergunte, eu falo que
guardei e não lembro aonde foi.
— Eu vou aceitar e espero que realmente ele não sinta falta, porém, essa joia
vai salvar a nossa pele por um tempo, parece ser de valor.
— Sim, o dinheiro vai ajudar por um tempo.
— Você é uma boa filha, eu sinto muito por toda essa confusão.
O celular da Geovanna tocou, ela olhou para a tela e era o Luke.
— É o Luke.
— Atenda logo.
Geovanna: Alô.
Luke: Quando você vai voltar para casa?
Geovanna: Estou visitando meus pais.
Luke: Sei exatamente onde está e o que está fazendo.
Geovanna: Então por que está me ligando? Vou para casa quando achar que
devo.
Os pais de Geovanna a olharam horrorizados. — Como ela tem coragem de
falar assim com o marido?
Luke: Vem pra casa agora. — Falou com voz estrondosa.
Assim ele encerrou a ligação. Geovanna ficou olhando para o
aparelho indignada.
— Idiota!
— Geovanna, você não pode falar assim com seu marido.
— Ele é um idiota e eu o odeio.
Os pais a olharam com ar de tristeza, eles sabem que a filha vai sofrer as
consequências pela sua rebeldia, mas não podiam fazer nada.
— Tenho que ir, ele me mandou voltar para casa.
Os pais de Geovanna a abraçaram e a beijaram na bochecha.
— Se cuida!
Ela seguiu para o carro e logo esse afastou-se. Geovanna ficou triste, ela sabe
que vai demorar para ver os pais de novo.
A viagem foi longa e ela ficou na internet para se distrair. Quando chegou, a
governanta abriu a porta.
— O Luke já está em casa? — Ela perguntou.
— Sim senhora.
— Sabe onde ele está?
— No escritório, senhora.
— Muito obrigada.
Ela seguiu para o quarto, não iria falar com ele. Geovanna subiu as
escadas correndo e foi direto para o banheiro, ela sentiu algo na calcinha
molhado e tinha certeza que era a menstruação. No toalete, desceu a calcinha
e verificou, realmente havia uma pequena mancha de sangue e ficou eufórica,
o anticoncepcional estava funcionando direitinho. Ela fez a higiene e saiu do
banheiro com um sorriso no rosto. Ao chegar no quarto, Luke estava lá, ele a
olhou com seu olhar frio e com cara de poucos amigos, seu sorriso morreu na
hora.
— Está muito feliz? — Perguntou com ar de zombaria.
— Estou, não engravidei de você.
Ele arqueou uma das sobrancelhas.
— Isso significa que você está menstruada?
— Isso.
— Tudo bem, no próximo mês você ficará.
Geovana não disse nada e ele continuou:
— O que você fez na casa dos seus pais?
— Nada, fui conhecer o apartamento novo deles, pois você os expulsou da
casa.
— Eu não expulsei ninguém, apenas aumentei o aluguel.
— Por que você está fazendo isso com a minha família? Eu casei com você,
não casei? O acordo foi cumprido, agora deixa a minha família em paz.
— Sim, foi cumprido. Mas seu pai me roubou e isso eu não perdoo, farei tudo
para vê-lo da pior maneira possível.
— Se você fizer alguma coisa com o meu pai eu vou embora, irei pedir o
divórcio.
Ele riu com escárnio.
— Você não vai se divorciar de mim, porque eu não vou te dar o divórcio, só
acaba quando eu decido, não você. Portanto faz o seu trabalho direitinho, é
para isso que você serve.
Luke sentou-se na cama e a chamou.
— Vem cá.
— Eu não vou fazer nada com você, estou menstruada.
— Eu sei, tem outras maneiras de dar prazer para o seu marido.
Luke abriu as calças e colocou seu membro já ereto para fora.
— Vem cá e faz como te ensinei.
Geovanna com nojo foi até ele, abaixou-se e ficou de joelhos, pegou no pênis
e o levou à boca começando a fazer o movimento de vai e vem. Luke
começou a gemer, ele segurou em uma mecha de seu cabelo a fazendo
intensificar o movimento.
— Mais forte, bambina, vai fundo.
Ela fechou os olhos e o sugava com vigor, Luke continuava puxando seus
cabelos, e gemia alto. Ele chegou ao orgasmo e liberou o sêmen em jato forte
na garganta dela. Geovanna engoliu um pouco e o resto ela cospe, odiando
tudo aquilo.
Luke satisfeito relaxa na cama, ela vai até o banheiro lavar a boca. Quando
terminou, olhou-se no espelho, se sentindo uma prostituta. Ela resolveu tomar
um banho, pois tinha sêmen nas roupas dela e na pele. Ela foi até o closet
pegar uma calcinha. Quando abriu a gaveta percebeu que havia algo errado,
onde estava a cartela de anticoncepcional que havia acabado de tomar? — Se
perguntou assustada.
Luke entrou no closet naquele momento.
— Está procurando por isso?
Geovanna assustada olhou para a mão dele e lá estava a cartela de
anticoncepcional. Ela gelou.
CAPÍTULO 15
G eovanna perdeu a cor, ela ficou sem voz olhando para o
anticoncepcional na mão de Luke. Ele a encarava com o pior olhar
que ela já viu vindo dele, não era frio, estava como labaredas de fogo.
O ódio dele era evidente. Ela engoliu em seco e resolveu falar alguma coisa
para amenizar a situação.
— Luke, eu só tomei essa cartela, eu não iria usar mais.
— Sério, Geovanna?! — Ele então foi até a gaveta, abriu e de lá tirou todos
os anticoncepcionais que ela havia escondido.
— Vamos ver aqui... Oh! Temos anticoncepcionais para vários meses.
Ela baixou a cabeça e ficou pensando em uma saída, mas não tinha nenhuma,
então resolveu atacar
— Tudo bem, quer saber? É isso mesmo, eu pretendia tomar os
anticoncepcionais e fazer você acreditar que eu não podia ter filhos, só assim
você me daria o divórcio.
— Eu já sabia, Geovanna, disse que sei tudo sobre você, só queria ver até
onde você iria. A sua mãe inventou tudo isso e você concordou. Como
sempre a sua família querendo me passar a perna, e você minha linda esposa
faz exatamente o joguinho deles.
Geovanna ficou quieta, ela queria chorar, mas estava fazendo de tudo para
segurar, não iria dar esse gostinho para ele de vê-la humilhada mais uma vez.
Luke então aproximou-se dela e a pegou pelos braços a puxando sem
gentileza.
— Vamos!
— Para onde? — Perguntou em desespero.
— Eu te dei muita mordomia, agora você vai aprender quem eu sou de
verdade.
— Me solta, eu não quero ir à lugar nenhum com você, me deixa em paz, não
quero ter um filho seu, eu quero o divórcio.
Geovanna falava isso tudo sendo arrastada por Luke escada abaixo. Ao
chegarem no andar de baixo ele continuou a puxando enquanto ela relutava.
Ele a fez descer uma outra escada que levava ao subsolo da casa, era um
porão. Geovanna tentava se soltar de todos os jeitos, mas ele era forte e ela
não conseguiu. Ele a levou até uma porta e abriu, a fez entrar no cômodo e
ela ficou assustada com o que viu. O quarto estava na penumbra e havia
somente uma cama com correntes e algemas. Luke a empurrou no leito a
fazendo deitar.
— Aqui será o seu novo quarto.
Ele pegou nos braços dela e prendeu um de cada lado da cama com as
algemas. Geovanna tentava se soltar, contorcendo-se, esperneando, mas não
conseguia. Enquanto ela estava presa, Luke a observava.
— Você vai ficar presa aqui até engravidar. Eu virei todos os dias só pra
foder você e quando tiver certeza que há uma criança na sua barriga talvez eu
tire você daqui. Um dos empregados virá trazer comida e te deixar fazer a
higiene, porém, se você fizer alguma gracinha as consequências serão bem
desagradáveis para você, portanto não tente.
Geovanna escutava tudo aquilo sem acreditar, ele iria mantê-la presa naquele
quarto escuro? — Se perguntou.
Luke virou-se para sair, Geovanna resolveu suplicar
— Não, por favor, não me deixa aqui, eu juro que não vou mais fazer nada
para te enganar.
— Cala a boca, Geovanna. Você vai ficar aqui e é melhor se comportar.
Ele saiu do quarto e ela escutou a porta sendo trancada. Ela não acreditava
que ele estava fazendo aquilo. Tentou soltar-se, mas não conseguia, as
lágrimas corriam soltas pelo rosto.
— Luke, volta aqui, por favor... — Falou com a voz embargada pelo choro.
Geovanna chorou até não ter mais lágrimas, ela estava assustada e
com dor nos braços pela posição que estava. Tentou mais uma vez se libertar
das algemas, mas não conseguiu, então decidiu parar e descansar um pouco.
Depois de algumas horas presa ali, ela escutou a porta sendo aberta e uma
mulher com uniforme de empregada entrou no quarto. Assim que a mulher
entrou, as correntes se abriram e Geovanna imediatamente levantou-se da
cama.
— Sai da minha frente, me deixa sair.
A mulher com olhos arregalados a observava.
— Senhora, eu trouxe seu jantar e roupas limpas para se trocar, há um
banheiro ali, a senhora tem 5 minutos para fazer sua higiene, ao terminar tem
mais 5 minutos para comer e depois voltar para a cama.
— Eu não vou ficar presa aqui, diz para Luke que eu quero falar com ele
agora.
— Geovanna, faça o que a empregada está mandando.
Ela escutou a voz de Luke saindo de algum lugar, parecia um alto falante.
— Luke, não me deixa aqui. — Em desespero olhava em volta do quarto
procurando de onde saiu a voz. Ao olhar para o canto do quarto observou que
haviam câmeras de vigilância. Ela correu para lá e olhou para a lente.
— Por favor, eu prometo que vou fazer o que você quiser, mas me tira daqui.
— Você já perdeu 2 minutos do seu tempo, se não fizer o que a empregada
mandou vai ficar sem sua higiene e sem comida.
Geovanna em um excesso de fúria vai até a bandeja, que estava a comida que
a empregada havia colocado na mesa e joga no chão, depois avança até a
porta e sai do quarto, ela corre para a escada, mas dá de encontro com Luke,
que a segura com força.
— Me solta, você está me machucando, não vou voltar para aquele quarto.
— Você vai, e eu vou te dar uma lição para aprender a fazer o que eu mandar.
Ele a empurrou para dentro do quarto e a empregada saiu imediatamente.
Luke sem piedade, lançou-a na cama e bateu no rosto dela por várias vezes.
Quando ele se deu por satisfeito, voltou a prender nas correntes. Pegando em
seu rosto com violência, disse:
— Presta atenção, amanhã a empregada irá voltar e trazer a sua comida, se
você fizer mais uma gracinha, ficará com fome, entendeu?
Geovanna apenas balançou a cabeça positivamente.
— Muito bem! Voltarei a te monitorar, então é melhor se comportar.
Ele saiu e Geovanna ficou presa na cama, trêmula, o rosto machucado. Ela
chorou até pegar no sono.
No dia seguinte ela acordou e outra empregada entrou com uma bandeja, as
algemas que a prendia abriram.
— A senhora tem 10 minutos para fazer a sua higiene e comer.
A mulher saiu e trancou a porta.
Geovanna seguiu para o banheiro, não era um banheiro luxuoso, mas era bem
limpo e tinha tudo que precisava. Ela tomou um banho rápido e colocou a
camisola limpa. Foi até o quarto e abriu a tampa da comida. Era um café da
manhã completo, comeu algumas coisas e logo ouviu a voz do Luke:
— Volta para a cama.
— Eu não terminei de comer. — Disse em rebeldia.
— 1 - 2 - 3...
Ela levantou correndo e foi até a cama.
— Coloca as algemas.
Ela fez o que ele mandou e logo essas se fecharam.
— Luke, por favor, não me deixa aqui.
— Tenha um bom dia.
Com isso ela não o ouviu mais.
Já haviam se passado 5 dias que Geovanna estava ali. Ele não
apareceu nenhum dia, só dava as ordens pelo alto-falante. Provavelmente ele
estava esperando a menstruação ir embora para cumprir a ameaça de transar
com ela até engravidá-la. A menstruação dela já havia ido embora há dois
dias, mas jamais falaria alguma coisa. As empregadas vinham três vezes ao
dia, traziam comida e a deixavam ir ao banheiro. Geovanna dormia a maior
parte do tempo, ela não sabe se colocavam alguma coisa na comida dela. As
vezes que estava acordada, só chorava e pensava na família.
Geovanna não fazia a mínima ideia das horas, ela só sabia mais ou menos que
era manhã, tarde e noite por causa das refeições. Provavelmente vão trazer o
jantar para ela.
Algum tempo se passou e ela ouviu a porta abrir, precisava ir ao banheiro.
Ela olhou em direção a porta e seu coração bateu forte, não era uma das
empregadas que estava entrando, era Luke, e ele trazia a bandeja com a
comida. Imediatamente ela perdeu a fome e ficou olhando para ele muito
assustada.
Ele com tranquilidade, colocou a bandeja na mesa e aproximou-se da cama, a
algema que a prendia se abriu, ela percebeu que havia algum dispositivo que
ele usava para abrir e fechar as algemas.
— Pode ir ao banheiro.
Ela levantou-se e foi com passos vacilantes até o banheiro, fez as
necessidades e voltou para o quarto. Ela já havia tomado banho a tarde,
então, não achou necessário tomar de novo.
— Coma! — Foi a ordem seca.
— Não estou com fome. — Mentiu.
— Tudo bem! Então vem aqui!
Geovanna paralisou e com olhos suplicantes pediu:
— Por favor, me deixa sair daqui.
— Já mandei você vir aqui, não vou repetir.
Geovanna resolveu obedecê-lo. Com as pernas vacilantes andou até ele.
— Deita na cama.
— Luke...
Ele não a deixou completar a fala, pegou-a com força e jogou na cama, ela
desesperada tentou levantar-se, mas ele a imobilizou com o corpo.
— Não! Me deixa em paz. — Ela pediu em desespero.
— Cala a boca, porra! Melhor você não lutar porque será pior.
Ele então, arrancou as roupas dela e com violência a possuiu. Quando ele
terminou a fez tomar um banho e colocar a camisola. A prendeu nas algemas
de novo e foi embora. Ele fez isso todos os dias, sempre vinha na hora do
jantar, a possuía e ia embora. Geovanna não lutava, só ficava deitada e
deixava ele fazer o que queria. Pela primeira vez ela queria engravidar logo
para acabar com aquele tormento.
Passou-se 1 mês que ela estava naquele quarto, já não chorava mais,
não sentia mais nada e não reagia mais. Ela dormia a maior parte do tempo.
As vezes que estava acordada Luke estava em cima dela a possuindo e
quando ficava sozinha, permanecia olhando para a parede fixamente. Os
empregados vinham todos os dias e cuidavam dela. Estava em um estado
emocional tão abalado que não comia mais sozinha e as vezes as empregadas
tinham que dar banho nela.
Luke aparecia com frequência, se ela estivesse dormindo, ele a
acordava. Se o objetivo dele era engravidá-la, provavelmente já tinha
alcançado, pois ele fazia sexo com ela várias vezes ao dia e à noite muitas
vezes durante horas. Ele também parou de prendê-la nas algemas quando ia
embora, pois estava a machucando.
Estava deitada, quase dormindo, quando a porta abriu, ela nem se
virou para ver quem era, já não se importava mais. Continuou na mesma
posição, os olhos pesados querendo fechar. Ela sentiu a cama afundar,
alguém sentou do lado e ela já sabia quem era, ninguém mais sentava na
cama a não ser ele.
— Eu sei que está acordada, piccola, vire-se para mim.
Ela desanimada, virou-se para ele e sentou na cama.
Ele entregou uma caixa, Geovanna ficou olhando para a ela, era um teste de
gravidez.
— Faça o teste agora.
Geovanna levantou-se e foi até o banheiro, ela estava com frio no estômago,
não tinha certeza se queria estar grávida ou não. Não estava sentindo
absolutamente nada de diferente no corpo.
Fez xixi em um potinho e mergulhou a ponta do teste na urina e fechou a
tampa. Era um teste digital, então o leitor começou a piscar. Ela foi até Luke
e entregou para ele. Luke ficou olhando para o visor e esse mostrou o
resultado depois de alguns minutos. Ele a olhou com seu olhar intenso. O
coração de Geovanna queria sair pela boca, será que estava grávida?
CAPÍTULO 16
G eovanna ficou olhando para ele com a respiração suspensa, pela
expressão de seu rosto, não dava para saber o resultado. Então Luke
estendeu o teste para ela. Com passos vacilantes ela aproximou-se,
pegou o aparelho e olhou o visor. Seu sangue gelou, o teste dizia: Grávida.
As lágrimas começaram a descer de seu rosto, não queria aquela gravidez,
não queria aquela criança.
— Você conseguiu o que queria, agora me deixa em paz, seu desgraçado. —
Geovanna gritou em prantos.
Luke apenas disse:
— Volte para a cama e coloque as algemas.
Ela olhou para ele sem entender, ele disse que ela sairia do quarto quando
estivesse grávida, então por que estava mandando voltar para a cama e para
as algemas?
— Você disse que eu sairia do quarto quando eu estivesse grávida.
— Sei perfeitamente o que disse, porém, você ainda não aprendeu a não
levantar a voz para mim, portanto ficará aqui nesse quarto até aprender quem
manda nessa porra. Agora faça o que estou mandando.
— Não Luke, por favor, eu peço desculpas, eu não vou gritar mais. Você não
pode me deixar aqui, agora tem o bebê e isso pode fazer mal para ele.
— Ah! Você está preocupada com o bebê? Você nem o quer, então não se
preocupe.
Luke levantou-se da cama, a pegou pelos braços e a fez deitar,
colocou as correntes com as algemas em seu pulso e fechou. Entre prantos
Geovanna pedia:
— Por favor, não me deixa aqui, eu não aguento mais.
Ele passou a mão pelo seu rosto enxugando as lágrimas.
— Ficará aqui até que eu decida o contrário. Agora que está grávida não
preciso mais de você.
Luke levantou-se e foi embora, deixando Geovanna presa, grávida e
com o psicológico totalmente abalado.
Uma semana depois Geovanna ainda permanecia presa. Luke não
apareceu mais, somente as duas empregadas que sempre vinham e cuidavam
dela. Geovanna ainda não sentia nenhum sintoma de gravidez e também não
conseguia sentir afeto pela criança.
***
Luke estava em seu escritório dando instruções para Marco e esse
resolveu perguntar:
— Onde está a Geovanna? Nunca mais a vi.
— Está em casa fazendo o que uma esposa tem que fazer, cuidando da
gravidez.
— Então ela está grávida?
— É claro! Foi para isso que casei com ela.
Marco analisava Luke e não entendia como ele podia tratar a esposa daquele
jeito. Pelo visto voltou com sua vida de antes, muitas mulheres para satisfazê-
lo, enquanto a esposa ficava em casa. Marco sentia muita pena de Geovanna.
Todos os dias era uma mulher diferente.
Alguém bateu na porta e seu consigliere Edward entrou.
— Mandou me chamar, senhor?
— Sim, já comprou o prédio onde os pais da Geovanna estão morando
atualmente?
— Sim, compramos todo o complexo.
— Ótimo! Agora aumente o aluguel deles, e caso eles se mudem faça isso em
todos os lugares que conseguirem alugar, pois a partir de hoje, quero que
pague uma boa quantia para as imobiliárias não aceitarem eles como
inquilinos.
— Sim senhor!
— Por que está fazendo isso? São os pais da sua esposa e avós do seu filho.
— Marco perguntou.
— Quero ver o Robert na miséria, sem ter onde morar. Quando ele estiver na
rua, vou cortar o pouco dinheiro que eu mando para eles.
Marco e Edward se olharam e não falaram mais nada.
— Vamos para a sala reunião, tenho alguns assuntos para tratar.
Todos levantaram-se e seguiram para a sala. O local
era enorme com vários equipamentos tecnológicos, a mesa de reunião era
grande e se transformava em uma tela de computador com touchscreen. Luke
a ligou e mostrou um mapa cidade de Nova York, haviam outras pessoas na
sala, alguns dos seus gerentes.
— Muito bem! Esses pontos em vermelho são os nossos pontos de controle,
atualmente controlamos quase todo o estado de Nova York, porém quero
mais.
Luke passou os dedos por uma área que sinalizava verde.
— Essa área pertence a Máfia Colestonne, eu quero tudo. Eles estão
enfraquecendo, vamos entrar em conflito com eles. Quero o chefe deles vivo,
eu mesmo cuidarei dele.
— Luke, isso vai ser uma guerra.
— É isso que eu quero, mate todos, não tenha pena de ninguém.
— Nem das mulheres? — Edward perguntou.
— Ninguém!
— Também vamos perder algum dos nossos. — Falou Marco.
— Eu sei disso, tente perder o mínimo, Marco. Por isso que temos que
montar uma estratégia.
— Eu posso passar todos os pontos fracos deles, o velho capo tem somente
filha e mulher, ele já está fraco, então será fácil.
— Sim, eu sei, por isso que agora é a hora.
Luke passou dedo por uma outra área em preto.
— Essa área pertence ao Boss, Alex Vittalo, estão dizendo por aí que ele está
deixando o mundo do crime por causa de uma mulher.
Todos riram.
— Eu não acredito nisso, você acha que o Boss iria deixar uma mulher o
dominar? — Marco perguntou.
— Eu não sei, se ele estiver fazendo isso é um estupido, jamais deixaria uma
mulher me dominar, porém, não podemos ter ele como inimigo, então vamos
entrar em contato com ele e perguntar. Se realmente estiver deixando o
mundo do crime eu quero comprar a área dele, não é uma área grande, pois o
interesse dele aqui é outro, mas é significativo. Se fecharmos, todo o estado
de Nova York será meu. Já temos toda Las Vegas, uma boa parte de Chicago,
Los Angeles e quase todas as grandes cidades dos Estados Unidos, se
tivermos o controle de todo o estado de Nova York não haverá organização
criminosa mais poderosa que a minha dentro dos Estados Unidos. Serei
imbatível.
— Você já é, Luke. Atualmente você é o Capo mais poderoso dos Estados
Unidos. — Marco disse.
— Eu quero mais, muito mais.
A reunião continuou com o plano para atacar a outra máfia.
A máfia Colestonne nunca foi inimiga da máfia Salvatore, porém,
quando o pai de Luke morreu e ele assumiu de vez o posto de capo, entrou
em disputa territorial com eles. Desde então, Luke está destruindo-o aos
poucos. Com isso ele conseguiu enfraquecê-los, mas ainda tinham uma parte
de Nova York, como o capo atual já estava velho e não tinha filho homem
para assumir, seria fácil.
Depois da reunião, Luke foi para uma das boates de luxo que ele tinha
em Chelsea. Entrou e foi direto para sua suíte. — Preciso de sexo selvagem
hoje e a melhor nesse assunto é a Suzette.
Ele entrou no quarto e ela já estava lá, com uma roupa que deixava qualquer
homem de quatro, menos Luke, ela podia ser bonita, mas é só mais uma
mulher pra comer, mais nada.
— Finalmente mandou me chamar, já estava com saudades.
— Cala a boca e faz o que você sabe fazer.
— Claro, meu gostoso, tudo que você quiser.
— Fica de quatro.
Suzette fez o que ele mandou. Luke então abriu as calças e colocou para fora
seu pênis ereto, ele colocou uma camisinha, não podia confiar nessas vadias.
Ele a penetrou por trás com potência, sem preliminares. Luke enterrava seu
pênis fundo agarrando nos cabelos dela com violência. Ela gemia alto. Luke
foi intensificando as investidas e ele fazia isso com tanta violência que
Suzette já não estava aguentando. Quando ele atingiu o orgasmo, saiu de
dentro dela, tirou a camisinha e jogou o sêmen em sua bunda. A mulher
cansada, pergunta:
— Nossa! O que há com você? Sua mulher não faz sexo anal?
Luke com violência dá um soco na cara dela, a pega pelo pescoço a
estrangulando.
— Não fala da minha esposa, você acha que vou ser gentil com uma piranha
como você? Nunca! Então faz o que sabe fazer.
Ele a soltou e já estava pronto para mais uma rodada. Luke ficou com Suzette
durante horas fazendo muito sexo de maneira selvagem. Suzette já estava
acostumada com o jeito dele, porém naquela noite ele estava demais.
Quando Luke terminou com ela já era tarde, ele a deixou e resolveu ir
para casa. Ao chegar, foi para o quarto onde Geovanna estava. Ele entrou e
ela estava dormindo. Luke ficou olhando para ela, tão linda, os cabelos ruivos
estavam soltos e espalhados pela cama. O corpo dele imediatamente reagiu a
ela. Por mais que ele tenha outras mulheres, Geovanna sem sombra de
dúvidas era a que lhe dava mais prazer. Ela com sua inexperiência e rebeldia
o deixava completamente babando por ela. Ele fechou a cara. — Jamais
deixarei uma mulher me dominar.
Com esse pensamento ele deixou o quarto e foi para o escritório, estava sem
sono.
***
Geovanna acordou em um sobressalto, ela olhou em volta, ainda não
havia entrado ninguém, então deduziu que ainda era muito cedo. Ela sentou
na cama e percebeu que não estava sentindo-se muito bem, seu estômago
estava embrulhado. Levantou-se da cama e foi ao banheiro, estava com uma
aparência horrível, pálida, magra, os cabelos em desalinho. Até quando o
Luke iria deixá-la ali? — Se perguntou. — Não tinha uma resposta.
Suspirando, saiu dos devaneios e resolveu dar um jeito na aparência,
lavou o rosto, escovou os dentes e os cabelos. Ainda estava sentindo-se mal,
então decidiu deitar de novo.
Ela estava deitada na cama com seu olhar vago quando a porta abriu,
imediatamente ela olhou e viu o Luke adentrando no quarto, seu coração
começou a bater forte, ele estava lindo, bem arrumado em seu terno
impecável. Geovanna sentiu uma raiva dentro dela. — Como ele podia fazer
isso com ela? Deixando-a naquele estado, presa como uma condenada. Isso
era injusto, por que ele casou com ela? Somente para maltratá-la? —Todas
essas dúvidas passavam como flashes na cabeça dela.
— Bom dia, Piccola.
— Bom dia!
— Não está animada? — Falou de maneira insolente.
— Por que estaria?
— Continua malcriada.
Geovanna baixou os olhos, ela queria muito não responder a ele atravessado,
mas não conseguia. Então resolveu se desculpar.
— Desculpa! Não estou me sentindo bem essa manhã.
— O que você tem?
— Só um mal-estar.
— Ah! Deve ser sintomas da gravidez.
O estômago de Geovanna revirou na hora, ela não queria pensar
naquela criança que crescia em seu ventre. Com uma forte náusea ela correu
para o banheiro e vomitou. Luke foi atrás dela.
— Por favor, me deixa sozinha. — Ela falou com a voz estrangulada por
causa da náusea.
— Eu não vou a lugar nenhum.
Geovanna teve outra náusea e voltou com a cabeça para o vaso, Luke segurou
os cabelos dela. Ela não o queria ali nesse momento, mas parecia que ele
gostava de humilhá-la. Quando ela se sentiu melhor, levantou-se e deu
descarga, ele tentou ajudá-la a andar até a pia para lavar a boca, mas ela
recusou a ajuda puxando o braço.
— Já disse para você me deixar sozinha.
Então Luke a segurou com força e a trouxe de encontro ao corpo
dele.
— Eu sou o pai dessa criança e vou ajudá-la a passar por isso, portanto, é
melhor começar a acostumar-se com minha presença.
Geovanna teve outra náusea forte e antes de conseguir fazer qualquer coisa,
ela vomitou em cima do terno impecável do Luke. Quando viu o que tinha
acontecido, no primeiro momento ficou constrangida, mas logo a raiva veio
com toda a força e ela começou a rir, ela ria descontroladamente, Luke a
olhava sério.
Ainda rindo ela disse:
— Desculpa! Eu só queria vomitar em paz, mas você (gargalhadas) ficou no
meu caminho. Me deixa limpar essa sujeira. (gargalhadas)
Luke a segurou em seus pulsos com força, impedindo-a de começar a
limpar o terno.
— Não precisa, eu vou tirar o terno e algum empregado limpa depois.
Ele a soltou e tirou a roupa, a sorte que o vômito não era muito e não chegou
molhar o terno até atingir a camisa, ela estava intacta. Geovanna parou de rir
e ficou olhando para ele.
— Com licença, eu vou limpar a boca e gostaria de ter privacidade.
— Eu não vou a lugar nenhum.
Eles ficaram se encarando e Geovanna decidiu dar de ombro, passando por
ele seguiu para a pia e escovou os dentes. Quando terminou foi para o quarto,
Luke a seguiu.
Ela sentou na cama e as lágrimas começaram a descer pelo seu rosto,
sem paciência Luke perguntou:
— Por que está chorando agora?
— Quando vou poder sair daqui? Por que ainda me mantém presa? Você já
conseguiu o seu objetivo, me deixa sair daqui.
— Para que você quer sair daqui? Para ajudar a sua família dando todas as
joias que eu te dei para eles?
O coração de Geovanna deu um salto. — Será que ele sabe que eu dei o par
de brincos para o meu pai? — Se perguntou.
Como que lendo seus pensamentos, Luke disse:
— Sim, Geovanna, eu sei sobre os brincos e eu já os recuperei.
Geovanna ficou pensativa. — Não havia nada que esse homem não soubesse,
parecia que ele fez algum pacto com o diabo, não é possível.
Derrotada, ela já não tinha forças, não tinha nada que ela pudesse fazer pra
lutar contra esse homem.
— Por favor, eu gostaria de ficar sozinha.
Ele a ignorou e aproximando-se, sentou do seu lado e a abraçou. Ele começou
a beijá-la com carinho, na boca, nos olhos, nos cabelos, em sua orelha. Ele
sussurrou em seu ouvido:
— Eu escolhi você para ser a minha esposa, a mãe do meu filho e não há
nada sobre você que eu não saiba. Você me pertence, Geovanna, inteiramente
e farei tudo o que quiser com você. Capisci, bambina?
Entre lágrimas ela respondeu:
— Sim.
— Então para de chorar e aceita o seu destino. A sua família não faz parte da
nossa vida e você não vai ajudá-los, se tentar, as coisas ficarão bem ruins
para você. Eu não vou ter pena de você pelo fato de estar grávida, se você
fizer mais alguma coisa para ajudá-los, sofrerá as consequências, estamos
entendidos?
— Sim.
— Ótimo! Eu espero que não precise repetir isso.
Luke levantou-se e saiu do quarto com passos firmes. Ela ficou
olhando para a porta e em desespero chorou como nunca tinha chorando
antes.
CAPÍTULO 17
M arco estava na sede da máfia, exercitando-se. Seu celular tocou e ele
olhou para a tela.
— Alô Fabrício, o que você quer?
— Eu preciso saber da minha irmã.
— Por quê? Ela deve está em casa.
— Marco, a Geovanna não entrou em contato e nem atende o celular há mais
de um mês.
— Mas como? Eu perguntei para o Luke outro dia e ele disse que ela estava
em casa cuidando da gravidez
— Gravidez? Nós não sabemos nada sobre essa gravidez. Você tem que nos
ajudar, Marco, eu sinto que alguma coisa está errada.
— Mas como posso ajudar? Você sabe que Luke odeia quando nos metemos
na vida pessoal dele.
— Vai até a casa, inventa uma desculpa para ir até lá. Por favor, Marco, a
minha mãe está desesperada.
— Tudo bem, vou até a casa, o Luke não está na propriedade, ele saiu, mas
inventarei alguma justificativa para ter ido na casa hoje.
— Marco, muito obrigado, você sabe que se eu pudesse iria, mas Luke me
proibiu de aparecer na sede, porém, se ele fez alguma coisa com a minha
irmã, vou acabar com ele.
— Fabrício, você sabe que jamais conseguirá isso. Se Luke fez alguma coisa
com sua irmã não vamos poder fazer nada.
— Não importa, mesmo que eu morra, mas se ele tiver feito alguma coisa
com a minha irmã, eu vou enfrentá-lo
Marco suspirou e disse:
— Tudo bem, se você quer conhecer o capeta antes da hora, enfrente-o.
Assim ele encerrou a ligação. Marco não queria se meter com isso, ele
conhece muito bem o Luke, com certeza não vai gostar nada de alguém ir na
casa dele perguntar pela esposa.
Marco foi trocar de roupa e logo depois seguiu para a mansão. Ao chegar
tocou a campainha e a governanta atendeu.
— Senhor Marco?! O senhor Salvatore não está.
— Eu sei, não vim falar com ele, mas sim com a senhora Salvatore.
A mulher arregalou os olhos e ficou olhando para ele alarmada, Marco
imediatamente percebeu que havia alguma coisa errada.
— A senhora Salvatore não pode falar no momento, ela está ocupada.
— Hum! É um pouco urgente, é sobre a mãe dela.
— Eu transmito para ela, pode falar.
— Okay! Não é preciso, eu falo com o Luke mais tarde.
A empregada fechou a porta e Marco tinha certeza que alguma coisa
estava acontecendo. Ele foi para o carro, iria confrontar o Luke, mesmo com
risco de levar um tiro. Assim que entrou no carro o celular tocou, era o
Fabrício.
— Você falou com ela?
— Não, segundo a empregada ela estava ocupada e não podia me receber.
— Eu sabia, Luke fez alguma coisa com ela, eu vou aí.
— Não venha, fica calmo, deixa eu falar com ele. Se você aparecer por aqui e
o confrontar, as coisas não irão terminar bem, você sabe que ele está
buscando algum motivo para matar um de vocês.
— Eu não me importo de morrer, contanto que ele não faça nada com a
Geovanna.
— Fabrício, a Geovana é esposa dele, não há muito que você possa fazer... —
Fabrício o cortou.
— Eu não vou deixá-lo fazer mal para a minha irmã. — Ele disse gritando.
— Como vai ajudá-la se estiver morto? Você tem que se acalmar, me deixa
falar com ele.
— Tudo bem, Marco, se você não me retornar hoje com alguma notícia eu
vou até aí.
Fabrício desligou a ligação e Marco muito puto dirigiu até a sede.
— Porra! sempre sou eu que tenho que resolver essas merdas.
Marco chegou na sede da máfia e foi direto no escritório do Luke, ele não
estava lá. — Porra! será que ele está com alguma mulher? Vou ligar para ele.
Assim que ligou, Luke atendeu.
— O que foi, Marco?
— Preciso falar com você, é urgente.
— O que aconteceu?
— Tem que ser pessoalmente.
— Já estou a caminho, me espera no escritório.
— Okay!
Marco sentou na mesa e ficou esperando por Luke, ele não sabia como vai
convencê-lo a dizer o que está acontecendo, mas precisa tentar.
Alguns minutos depois, Luke chegou, ele estava no celular gritando com
alguém como sempre. Assim que entrou na sala ele encerrou a ligação.
— Já está irritado, Luke?
— Como não ficar irritado? Só tem incompetentes.
— Então senta aí, vou te perguntar uma coisa que vai te deixar mais irritado
ainda.
— Porra, Marco! Qual o problema agora?
Luke sentou na sua mesa e ficou olhando para ele, Marco demorou algum
tempo antes de falar e Luke já impaciente diz:
— Vai falar ou não, porra?
— É sobre a Geovanna...
O rosto de Luke se transformou imediatamente de raiva para preocupado,
Marco percebeu.
— O que tem a minha mulher?
— Calma! O Fabrício ligou para mim, ele disse que a Geovanna não entra em
contato com eles há mais de um mês e estão preocupados.
A expressão do Luke mudou de novo, dessa vez para ódio, se estava irritado,
agora vai explodir.
— O que esse pirralho pensa que é? A Geovanna é minha mulher e eu não
tenho que dar satisfação da nossa vida para eles. Essa família já passou dos
limites, se não fosse pela Geovanna eu já teria matado todos.
— Eu fui na sua casa hoje falar com sua esposa.
Luke o olhou com um olhar mortal, Marco conhecia muito bem aquele olhar,
ele queria matar um. Antes dele explodir de vez Marco perguntou:
— Luke, o que você fez com a Geovanna?
Ele levantou-se da cadeira batendo os punhos com força sobre a mesa.
— Marco, qual é o seu problema, porra? você quer levar um tiro?
— Luke eu não quero levar um tiro, mas sou seu amigo, você sabe, fomos
criados praticamente juntos. Poxa! Eu só quero abrir seus olhos. Você não
pode tratar a sua esposa assim, ela não tem culpa pela família, pelo que o pai
dela fez.
Luke voltou a sentar com sorriso sarcástico
— O que você acha que fiz com ela?
— Não sei, mas com certeza fez alguma coisa.
— Muito bem, Marco, se você quer ser o intermediário da família dela então
manda esse recadinho para eles. A Geovanna está presa no porão. Ela vai
ficar lá até quando eu quiser, avisa também que o plano do anticoncepcional
não deu certo e que ela está grávida.
Marco ficou olhando para ele e calmamente falou:
— Luke, você não pode manter a Geovanna presa, ela está grávida. Sabe que
uma mulher grávida precisa ir ao médico regulamente... — Luke o cortou.
— Eu não dou a mínima para isso, ela está ótima.
— Tudo bem, você não quer me ouvir, se alguma coisa acontecer com ela ou
com o seu filho a culpa vai ser sua, só estou avisando.
— O aviso está dado.
Marco balançou a cabeça e pensou: — Não tem jeito, ele quer destruir
essa família, e a pobre Geovanna está pagando por isso, por algum motivo ele
fez esse acordo, mas nunca perdoou o Robert. Só espero que quando ele
perceber a burrada que está fazendo não seja tarde demais.
— Agora vamos tratar de coisas mais importante do que a minha vida com a
minha esposa. Já começaram a eliminar a máfia Colestonne? Quero acabar
com eles o quanto antes.
— Sim, ontem já conseguimos pegar alguns deles, no entanto, ainda não dá
pra invadir a base. O velho ainda tem muitos homens fiéis.
— Sequestra uma das filhas dele, isso vai desestabilizar e enfraquecê-los
mais.
— Vai ser um pouco difícil, pois todas estão casadas com capos dele e elas
são bem vigiadas.
— Mata os maridos e sequestra uma delas. Faça isso o quanto antes.
— Tudo bem!
Quando a reunião com Luke terminou, Marco resolveu ligar para Fabrício.
— Você falou com ele?
— Sim, a Geovanna está bem, não se preocupe. É que Luke a proibiu de
entrar em contato com vocês, só isso.
Ele decidiu não falar a verdade, pois com certeza ele iria até à casa do Luke e
isso não ia terminar bem, então achou melhor ocultar o fato da Geovanna
estar presa.
— Eu não acredito em você, Marco, tem alguma coisa acontecendo.
— Já disse o que aconteceu, agora se não quer me escutar é por sua conta,
quer enfrentá-lo? Vai fundo!
Marco desligou o celular. — Não vou mais me meter nisso, só tenho pena da
Geovanna, como o Luke consegue maltratar uma menina tão linda, doce e
talentosa como ela? — Pensou.
***
Geovanna não se sentiu bem o dia inteiro, ela não comeu nada que as
empregadas trouxeram. Só ficou deitada e levantava as vezes para ir ao
banheiro vomitar, já não tinha mais nada no estômago e estava se sentindo
fraca.
Alguém entrou no quarto, era uma das empregadas.
— Não comeu nada, senhora, precisa se alimentar, trouxe seu jantar. Faz um
esforço.
— Me deixa em paz!
A empregada não disse nada, deixou a comida na mesa e saiu. Depois de
algum tempo, ela resolveu levantar-se e olhar o que tinha para comer. Ela não
estava sentindo enjoos mais. Abriu a tampa da bandeja e tinha tudo que ela
gostava, resolveu comer um pouco. — Até quando o Luke vai me deixar
aqui? Será que vou ficar aqui até o bebê nascer? — A pouca fome que estava
sentindo sumiu de vez ao pensar sobre isso.
Ela largou os talheres e resolveu voltar para a cama. Não via uma saída para
aquela situação. Nada adiantava, nem suplicando ele cede. Ela ficou sentada,
tentando encontrar uma saída.
Luke chegou em casa e foi direto para seu escritório, sentou-se em sua
mesa e ficou olhando o monitor que mostrava o quarto da Geovanna. Ela
estava acordada, sentada na cama. Ficou olhando para ela e imediatamente
sua libido foi acionada, era sempre assim com ela, bastava olhá-la que a
desejava como nunca desejou uma mulher. Ela podia estar vestida com um
saco e mesmo assim ele a desejaria. Naquele momento ela estava vestida com
uma camisola que inibiria o apetite sexual de qualquer homem, mas para ele
vê-la assim totalmente à mercê dele, o deixava excitado.
O interfone da sua mesa tocou e ele atendeu.
— Senhor, o irmão de sua esposa, Fabrício Taylor, está aqui. Posso deixá-lo
entrar?
Luke olhou para o monitor da guarita na entrada da propriedade e o Fabrício
estava lá.
— Deixe-o entrar.
— Sim senhor.
Vamos ver qual é a sua, Fabrício... já estava a fim de matar alguém hoje e
você veio na bandeja. — Luke pensou com um sorriso diabólico.
Alguns minutos depois a campainha tocou, Luke continuou em seu escritório,
os empregados sabiam que sempre deveriam mandar as visitas para a sala de
estar. A governanta bateu na porta.
— Entra! — Ordenou.
— O senhor Taylor está na sala de estar, Senhor.
A mulher curvou-se e saiu.
Luke olhou novamente para a Geovanna, ela havia deitado na cama. Ele ficou
olhando para ela atentamente e em um impulso levantou da cadeira e foi
atender o irmão dela.
Fabrício estava em pé na sala luxuosa, ele estava nervoso, mas não podia
recuar, precisa saber da irmã. Luke entrou na sala nesse momento e o olhou
com seu olhar frio.
— O que te traz aqui, Fabrício?
— Vim ver a minha irmã.
— Marco falou com você?
— Ele disse que você não está a deixando ligar para a minha mãe.
Luke riu.
— Deveria ter acreditado em Marco e não ter aparecido aqui.
— Luke, onde está a minha irmã? O que você fez com ela?
— A sua irmã é problema meu, ela é minha mulher agora. E você, seu pai e
sua mãe não têm mais nada a ver com ela.
— Eu só quero falar com ela, vê-la.
— Eu vou te dar só uma oportunidade de ir embora agora, caso contrário, as
coisas não vão ficar boas para você.
— Quer saber, Luke? Que se dane! Você vai me matar, então faça logo
porque eu não vou sair daqui sem saber da minha irmã. Você já está
destruindo a minha família, não temos onde morar, estamos vivendo de favor,
então isso seria um tiro de misericórdia, quando o seu filho crescer e
perguntar pela família da mãe dele, explica o que fez. — Fabrício terminou o
discurso com a voz alterada.
Luke o fitava sem nenhum sentimento, sem mover um músculo da face.
Fabrício por sua vez apenas baixou a cabeça derrotado.
— Muito bem, Fabrício, se quer ver a sua irmã, você verá.
Fabrício levantou a cabeça com dúvida no olhar, ele não estava acreditando
que ele iria deixar ver a irmã.
— Espera aqui, vou buscá-la.
Ele saiu da sala e Fabrício ficou estupefato, ele havia conseguido convencê-
lo.
Luke entrou no quarto da Geovanna, ela estava deitada e não se moveu.
— Seu irmão está aí e quer te ver.
Geovanna imediatamente abriu os olhos e sentou na cama.
— O Fabrício está aí? Você vai me deixar vê-lo?
— Sim, vamos!
Ela levantou-se rapidamente.
— Preciso trocar de roupa, não quero que meu irmão me veja como uma
doida.
— Você vai do jeito que está.
Ela olhou para ele sem entender, então ele disse:
— Quero que seu irmão saiba e reporte para o seu pai e a sua mamãe querida
como eu trato você. — Ele deu um sorriso debochado.
— É por isso que você está me deixando ver meu irmão, para humilhar ainda
mais a minha família?
— Garota esperta.
Ela ficou olhando para ele indignada. — Como ele é vil. —Pensou.
— Vamos!
Ele saiu do quarto e ela foi atrás dele, enquanto tentava acompanhá-lo,
procurava dar um jeito na aparência. Ele andava a passos largos o que fazia
com que ela praticamente precisasse correr para alcançá-lo.
Eles entraram na sala de estar e Fabrício, que estava sentado, levantou-se
rapidamente. Ele olhou para a irmã que estava pálida, os olhos que eram
cheios de vida agora estavam apagados, em seus pulsos ele pôde ver marcas,
como se ela fosse mantida presa. Claramente ela estava sofrendo abusos.
— Fabrício. — Ela correu para ele e o abraçou.
— Geovanna, como você está?
— Eu estou bem.
Luke sentou em uma poltrona, cruzou as penas e com seu olhar frio
observava a cena.
— Mamãe está muito preocupada com você, ela não recebeu nenhuma
ligação sua no último mês.
— Ah! Eu... eu sinto muito, é que nesse último mês eu e o Luke estávamos
nos conhecendo melhor, não é Luke? — Ela virou-se para ele.
Luke levantou e com uma das sobrancelhas levantadas aproximou-se e a
segurou.
— Se é o que você diz, amore mio, quem sou eu para negar? — Ele riu para
ela e voltou a falar:
— Vou deixá-los a sós para conversarem. Aproveita, amore mio e diz para
seu irmão como eu trato você.
Ele depositou um selinho nos lábios dela e saiu do aposento. Imediatamente
Fabrício perguntou:
— O que ele está fazendo com você, Geovanna? Claramente você está
sofrendo abusos, não tente me enganar, eu não vou acreditar que vocês estão
vivendo bem.
Geovanna suspirou e baixando a cabeça, disse:
— Eu não vou mentir, o Luke está me mantendo presa em um quarto no
porão, ele descobriu que eu estava tomando anticoncepcional para evitar
engravidar.
— Desgraçado!
— Não adianta ficar revoltado, ele pode fazer mal a você.
— E você acha que vou embora deixando você nas mãos dele? Não, você vai
embora comigo agora.
— Não Fabrício, eu não vou. Não quero que Luke machuque você. Vai para
casa e diz para mamãe que eu vou ficar bem. Estou esperando um bebê e ele
não vai fazer nada que prejudique o filho dele.
— Então você está grávida mesmo?
— Sim.
Nesse momento Luke voltou para o cômodo.
— O encontro acabou, vem Geovanna.
Ela virou-se para o irmão e seu olhar espelhava uma suplica silenciosa.
— Eu vou ficar bem.
— Você pode encontrar a saída, Fabrício.
Luke pegou a mão da Geovanna e a puxou em direção a porta, Fabrício em
um excesso de fúria avançou para cima de Luke.
— Eu vou levar a minha irmã comigo.
Luke virou-se em direção a ele e deu um soco no rosto de Fabrício, que caiu
no chão sangrando.
— Não bate no meu irmão, seu monstro. — Geovanna gritou e Luke com
ódio a empurrou de encontro à parede, ela bateu tão forte que sentiu gosto de
sangue na boca.
Fabrício levantou-se e avançou de novo para cima de Luke. Eles começaram
a brigar, Luke era mais alto e mais forte que o rapaz, o que o deixava em
desvantagem, porém ele tentava se defender. Geovanna andou na direção
deles com dificuldade e pediu:
— Para, Luke, você vai matar o meu irmão.
Luke continuava golpeando Fabrício no rosto. Geovanna então, em desespero
avançou para cima de Luke.
— Solta o meu irmão.
Ele soltou Fabrício, que ficou caído no chão. Geovanna correu e se abaixou.
— Fabrício, fala comigo.
Fabrício tentou se levantar, o rosto dele estava sangrando muito.
— Fica deitado, eu vou chamar um médico.
— Não vai não. — Quem falou foi Luke.
— Meu irmão está ferido e precisa de um médico.
— Eu estou bem, Geovanna. — Fabrício disse.
Ela tentou ajudá-lo a levantar-se, porém, Luke a segurou pelos braços e a
tirou de perto dele.
— Me solta!
Nesse momento dois soldados do Luke entraram na sala e ele deu a
ordem:
— Levem ele!
— Para onde você está mandando levar meu irmão?
Ela tentou se livrar das mãos dele, mas Luke a segurou com força.
Os soldados levaram o irmão dela sabe-se lá para onde.
— Agora você vai voltar para seu quarto.
Ele a puxou pelo braço, Geovanna não tem mais forças para lutar com ele.
Luke a colocou no recinto e trancou a porta. Geovanna ficou andando de um
lado para o outro, ela estava muito preocupada com o irmão, mas não podia
fazer nada. Então resolveu deitar. Várias horas haviam se passado e
Geovanna acabou pegando no sono. No meio da madrugada, ela acordou de
repente, sentindo uma cólica forte. Ela levantou da cama e foi em direção ao
banheiro, porém, não conseguiu chegar até lá, no meio do caminho teve uma
forte vertigem e caiu desmaiada no meio
do quarto.
CAPÍTULO 18
G eovanna ficou desacordada por alguns minutos, mas logo recobrou a
consciência. Ela tentou levantar, mas não conseguiu, estava sentindo
muita cólica. Em desespero ela se arrastou até a parede e sentou
encostada na mesma, abriu as pernas e passou a mão na vagina. Havia
sangue. — Meu Deus! Estou perdendo o bebê. — Pensou.
Em desespero, começou a chamar:
— Alguém me ajuda, estou perdendo o meu filho.
Com dificuldade, se arrastou até a porta e começou a bater.
— Luke, estou perdendo o bebê, vem aqui... alguém por favor...
Geovanna sentiu uma dor forte, gritou e tombou no chão. Logo percebeu algo
saindo da sua vagina, o seu corpo estava expulsando o bebê. O sangue
escorreu pelo chão, estava tendo uma hemorragia.
Geovanna não tinha mais forças, sua visão ficou escura, estava
perdendo muito sangue. A última cena que viu antes de perder totalmente os
sentidos foi do sangue escorrendo pelo chão.
***
Luke estava sentado em uma poltrona no quarto, com um copo de
bebida na mão, não conseguia dormir, ele só pensava nela. — Que Porra! —
Pensou.
Ele jogou o copo de bebida no chão e levantou-se. Andou de um lado para o
outro no quarto. — Porra! Eu preciso dela.
Luke desceu as escadas e foi em direção ao porão. Quando entrou no quarto
viu a cena a sua frente, Geovanna estava caída no chão envolta em uma poça
de sangue, imediatamente ele correu até ela e abaixou.
— Geovanna!
Ele pegou em seu pulso e sentiu que havia pulsação. Erguendo-a do chão,
saiu do quarto e chamou pelo soldado da noite, que fazia a segurança interna
da casa.
— Eliot!
Esse apareceu em instantes.
— Chama a ambulância agora. — Ele gritou.
— Sim senhor!
Eliot ligou para a emergência, enquanto Luke colocava Geovanna no sofá, ela
não se movia, seus lábios estavam pálidos, suas mãos frias.
— Geovanna, acorda, você precisa reagir, você não pode morrer.
Logo o barulho da ambulância foi ouvido e em minutos os paramédicos
entram na casa para ver a situação.
— O que aconteceu, senhor?
— Ela está grávida, acredito que possa ter tido um aborto espontâneo.
— Vamos verificar.
Os paramédicos a examinaram e disseram:
— Ela está tendo uma hemorragia, precisamos levá-la agora para o hospital,
precisará de transfusão de sangue.
Luke não disse nada, apenas ficou observando eles enrolarem o corpo dela
em cobertores e colocarem soro em seu braço. Eles a deitaram na maca e a
levaram. Imediatamente ele ordenou para Eliot:
— Mande os soldados segui-los, eu vou dirigindo o meu carro.
— Sim senhor.
Luke subiu para o quarto e trocou de roupa rapidamente, pois a mesma estava
suja de sangue. Quando terminou, foi até a garagem, pegou um dos seus
carros e seguiu para o hospital.
***
O médico estava olhando o prontuário da Geovanna no computador,
ela já havia sido atendida e estava recebendo sangue. Por sorte era AB+ e
podia receber qualquer tipo sanguíneo, caso contrário, se precisasse esperar
por algum doador, poderia ter morrido, pois havia perdido uma quantidade
significativa de sangue. Uma enfermeira aproximou-se do doutor e falou:
— Parece que esse caso é violência doméstica, ela tem marcas nos pulsos, as
costas estão com hematomas recentes, eu acredito que o aborto tenha sido
provocado por essa última agressão.
— O marido dela está aí?
— Sim, porém é uma pessoa importante. O nome dele é Luke Salvatore.
— Hum! Alguém contactou a polícia?
— Sim, nós já os contactamos e também a assistente social para casos de
violência doméstica.
— Okay! Eu vou falar com o marido dela sobre o estado em que se encontra
agora, quando a polícia chegar, me chama.
— Okay!
A enfermeira olhou para ela com tristeza.
— Pobrezinha! Tão jovem.
O médico dirigiu-se à recepção e não precisou perguntar quem era
Luke Salvatore, ele percebeu imediatamente de quem se tratava, dentre todos
os homens que estavam ali, pelo porte superior e poder que exalava dele, ele
sabia.
— Senhor Salvatore?
— Como está a minha esposa?
— Eu sou o Dr. Cooper, médico que está tratando da sua esposa. — O
médico estendeu a mão e Luke apenas olhou para ele, não fez nenhum gesto
para cumprimentá-lo. O médico percebeu a arrogância do homem e logo
deduziu que teria problemas com ele. Sem ter o que fazer, abaixou a mão.
— Sua esposa teve uma hemorragia muito grave após ter tido um aborto. Ela
está recebendo uma transfusão de sangue agora. O estado dela é estável.
Luke não disse nada e o médico continuou:
— Senhor Salvatore, a sua esposa teve uma queda?
— Não que eu saiba.
— Nós fizemos um ultrassom de emergência e ela teve um deslocamento da
placenta decorrente de um trauma. — O médico olhou sério para Luke que
não demonstrava nenhum sentimento e continuou: — Sua esposa não teve um
aborto espontâneo, foi provocado. O fato dela ter perdido muito sangue
demonstra que ela sofreu o aborto sozinha e não teve assistência até a
chegada dos paramédicos. O Senhor não estava em casa às 2 da manhã?
O médico o olhava desafiador, ele estava indignado que esse homem
deixou a esposa esvair-se em sangue antes de chamar a ambulância. Algo
muito grave aconteceu.
Luke sem expressão olhou nos olhos do médico e perguntou de maneira
arrogante:
— Ela poderá ter outros filhos?
O médico se irritou com a pergunta, o homem é extremamente insensível.
— Senhor Salvatore, a sua esposa quase morreu e eu tenho quase certeza que
o senhor fez alguma coisa com ela, por isso teve o aborto, e ainda com
arrogância me pergunta se ela poderá ter mais filhos? Eu não vou mais perder
meu tempo, a polícia se encarregará desse caso.
O médico virou-se para sair, porém, Luke o segurou pelo braço e com uma
voz ameaçadora perguntou:
— Tem família, doutor?
— Tenho, por quê?
— Não quer ver eles sofrerem um acidente ou um atentado, quer?
— O senhor está me ameaçando?
— Não, estou só avisando. Não sabe com quem está lidando, doutor Cooper.
O médico olhou em volta e viu todos aqueles homens de terno preto o
olhando ameaçadoramente. Naquele momento ele percebeu que aquele
homem não era somente uma pessoa importante, mas muito perigoso.
Engoliu em seco e sentiu pena daquela moça, porém, não poderia fazer nada
e pelo visto nem a polícia iria conseguir alguma coisa.
— Com licença, senhor Salvatore, eu tenho pacientes para atender.
Luke o soltou e falou:
— Faça o seu trabalho e não pergunte. Será mais fácil para todos nós.
O Doutor apenas virou as costas e saiu apressado sem olhar para trás.
Luke por sua vez pegou o celular e fez uma chamada.
— Edward, venha até o hospital NYC Center Emergency Care agora.
— Sim senhor.
Ele desligou o celular e ficou pensando sobre o que o médico disse. Ela não
havia perdido o bebê espontaneamente, foi provocado, então deduziu que
quando ele a empurrou contra a parede afetou a gravidez. — Droga! Por que
o Fabrício tinha que me desafiar? — Pensou.
Nesse momento Marco chegou.
— O que aconteceu, Luke?
— Ela perdeu o bebê.
— Eu te avisei, não avisei?
— Porra! Você veio aqui para dar sermão? Eu faço aquilo que tem que ser
feito, Fabrício me irritou, ele foi lá em casa e me atacou, acabei perdendo o
controle e agredi a Geovanna.
— Luke, você tem que chamar os pais dela.
— Eu não vou chamar, não os quero aqui.
— O que você fez com o Fabrício?
— Mandei prendê-lo no galpão, não o matei ainda, mas faltou pouco para
fazer isso.
— Vou ordenar para que os soldados que estão lá com ele o soltem, você não
pode mantê-lo preso.
— Marco, se ele aparecer de novo na minha casa eu vou matá-lo, avisa isso
para ele.
— Você não vai matá-lo, se quisesse mesmo fazê-lo, já teria feito. E sei que
não vai fazer por causa da Geovanna.
— Porra! Eu perdi meu filho e quase perdi a minha mulher por causa daquele
imbecil.
Nesse momento Edward chegou e Luke passou instruções para ele.
Algum tempo depois dois policiais se apresentaram.
— Senhor Salvatore?
— Sim, sou eu.
— Eu sou o detetive Carl e esse é o policial Fernandes. O senhor poderia nos
acompanhar?
Imediatamente Edward se aproximou e disse:
— Meu nome é Edward Castillo, sou advogado do senhor Salvatore e
qualquer coisa que queira tratar com ele pode falar comigo, eu o represento.
— Nós só queremos fazer algumas perguntas, nada mais.
Edward olhou para os polícias estreitando os olhos com ameaça.
— Os senhores não querem ter problemas com seus superiores, não é? Deixa-
me ver aqui, detetive Carl, não é? Seu superior é o Inspetor Rodriguez,
certo?
O celular chamou e logo o inspetor atendeu.
— Edward, o que manda?
— Temos um detetive chamado Carl aqui, quer falar com ele? Não queremos
problemas, não é?
— Claro! Me deixe falar com ele.
Edward passou a celular para o detetive.
— Senhor!
— Qualquer problema que você tiver com o senhor Salvatore converse com o
advogado dele, estamos entendidos?
— Mas, senhor, é um caso de violência doméstica.
— Eu não vou repetir, faça o que mandei.
— Sim senhor!
— Agora passa o celular para o Edward.
O detetive muito puto, fez o que lhe foi ordenado.
— Não teremos mais problemas com ele.
— É sempre bom fazer negócio com você, Rodriguez.
— Estamos à disposição.
Edward encerrou a ligação e olhou para os detetives.
— Vamos?!
Os dois o seguiram e Luke ficou no mesmo lugar. Ele nunca se envolvia
quando alguma coisa tinha a polícia, Edward tratava desses assuntos para ele.
Provavelmente vai dar uma desculpa esfarrapada e colocar isso no inquérito.
O médico, os enfermeiros, e todos que tiveram contato com a Geovanna e
viram a situação dela, também seriam instruídos a ficarem calados. E era
assim que as coisas funcionavam. Mesmo que a Geovanna falasse alguma
coisa, nada aconteceria. Agora ele só estava preocupado com ela. O
sentimento de culpa queria dominá-lo, mas não deixaria, a culpa foi do
Fabrício.
***
Geovanna começou a abrir os olhos, ela não conseguia raciocinar
direito. — O que aconteceu? Onde estou?
— Que bom que está acordando, querida. — Ela ouviu uma voz mansa de
mulher falando. Então virou o rosto para ver quem era e se deparou com uma
enfermeira.
— O que aconteceu? Onde estou?
— Está no hospital.
— Meu bebê.
— Calma, minha querida, o médico falará com você.
— Eu perdi o meu bebê.
Geovanna começou ficar agitada e a mulher falou:
— Calma, está tudo bem, você poderá tentar de novo, poderá ter outros
filhos;
— Eu não quero outros filhos, eu não quero ter filhos com ele.
Nesse momento o médico entrou.
— Finalmente acordou, sou o Dr. Cooper, seu médico aqui.
— O que aconteceu?
— Você teve um aborto, houve um deslocamento prematuro da placenta e
infelizmente seu bebê não resistiu, era muito pequeno, estava apenas com 5
semanas.
O médico a encarou por alguns momentos avaliando.
— A Senhora teve uma queda?
— Não!
O médico olhou para a enfermeira e se voltou para a Geovanna de novo.
— Seu marido está aí fora, você quer falar com ele?
— Não! Eu não quero voltar para aquele porão.
O médico suspirou.
— Você tem pais, Geovanna?
— Sim.
— Quer ligar para eles?
— Sim.
— A enfermeira vai fazer a ligação e você pode falar com seus pais, basta
dizer o número.
Geovanna disse o número e logo ouviu a voz da mãe no viva-voz.
— Alô.
— Mãe.
— Geovanna! Como você está? Luke não nos deixou ir até o hospital.
— Mãe, eu perdi o bebê.
— Eu sei, filha, Fabrício nos contou.
— Ele está aí com vocês?
— Sim, Luke o deixou ir embora.
— Mãe, eu não quero voltar para aquela casa, não quero voltar para o porão.
— Filha, ele não vai te colocar no porão depois do que aconteceu. Nós não
vamos poder te ajudar agora, então para que as coisas não fiquem piores,
somente obedeça ao seu marido, prometa, assim nós ficaremos mais
tranquilos.
— Tá bom, eu prometo.
— Se cuida, filha.
A ligação foi encerrada, e Geovanna ficou olhando para o nada com o olhar
vago. Pelo menos Fabrício está vivo. — Pensou.
O médico e a enfermeira voltaram.
— Podem deixar meu marido entrar.
— Tudo bem, eu vou chamá-lo.
— Obrigada!
Depois de alguns minutos Luke entrou no quarto, ele estava abatido, ela
reparou, parecia que não havia dormido.
— Como você está?
— Estou bem, devido às circunstâncias.
Ele sentou na cadeira perto dela e pegou em sua mão.
— Geovanna, eu sinto muito, não queria que nada disso tivesse acontecido.
— Você matou o seu filho.
Ele ficou olhando para ela sem dizer nada, a culpa o consumia.
— Não vai falar nada?
— A culpa foi do seu irmão, ele me provocou.
— Eu não acredito, você está jogando a culpa em outra pessoa. Não era meu
irmão que me mantinha presa em um porão.
— Você não vai ficar mais lá.
— Agora não adianta, o mal já foi feito.
— Podemos ter outro filho.
O estômago dela embrulhou, não queria nem pensar em engravidar dele de
novo.
— Eu não vou engravidar de novo.
— Geovanna, não discutirei aqui, precisa se recuperar.
Ela deitou e deu-lhe as costas.
— Me deixa sozinha, por favor.
Ele levantou e fez menção de falar alguma coisa, porém, desistiu e girando
nos calcanhares, deixou o quarto. Geovanna suspirou aliviada.
No dia seguinte ela recebeu a visita de uma mulher que se apresentou
como Assistente Social.
— Meu nome é Melissa Innis, estou aqui para te ajudar. A senhora chegou
aqui dois dias atrás com sinais de violência doméstica. Eu sei que não
podemos fazer nada contra seu marido, mas quero te deixar esse cartão. Aqui
tem um número de celular. Há um lugar onde recebemos mulheres que
queiram livrar-se do abuso. É um abrigo e lá podemos te proteger. Guarde
com carinho esse cartão e se um dia precisar, é só ligar.
A mulher levantou-se e foi embora, Geovanna ficou olhando para o cartão e
resolveu guardá-lo.
Os dias foram passando e Luke a visitava todos os dias, ficava com ela algum
tempo. Já estava sentindo-se bem, mas o médico não liberava a alta, isso
irritou Luke, que foi falar com ele.
— Minha esposa já está ótima para ir para casa.
— Senhor Salvatore, eu sou o médico aqui.
Luke pegou no colarinho da roupa do médico, irritado.
— Dr. Cooper, você vai dar alta pra ela hoje, estamos entendidos?
— Tudo bem, senhor Salvatore, se é assim que quer. Porém, tenho algumas
recomendações. A primeira é que ela deve tomar os medicamentos em dia, a
segunda é que ela não pode se estressar e por fim ela não pode ter relações
sexuais por um bom tempo.
— Quanto tempo?
— Quanto tempo for necessário, o senhor precisa trazê-la de volta para
avaliação daqui a uma semana e vamos averiguar o estado dela, caso esteja
tudo bem liberarei relação sexual.
Luke estava puto com o médico, com certeza ele estava fazendo essas
recomendações somente para atrapalhar, mas ele não podia fazer muita coisa,
precisava seguir as recomendações médicas.
A enfermeira entrou no quarto da Geovanna.
— Terá alta hoje, senhora Salvatore.
Geovanna não ficou muito animada com a notícia.
— Já pode arrumar-se, seu marido a está aguardando. Quer ajuda?
— Não, obrigada.
Ela se arrumou, colocou um vestido leve e um casaco por cima, passou um
pouco de maquiagem e ajeitou os cabelos. Sentou na cadeira e ficou
esperando o Luke buscá-la, o que não demorou.
— Está pronta?
— Sim.
Ela levantou e pegou na mão dele, que estava estendida. Eles saíram e todos
se despediram dela. Na saída do hospital haviam vários carros pretos, eles
entraram no primeiro deles. Logo as portas foram fechadas e os carros
seguiram seu destino.
Geovanna não sabia como seria a vida deles dali em diante, mas esperava que
as coisas melhorassem. Eles se olharam e Luke lhe sorriu.
CAPÍTULO 19
G eovanna e Luke chegaram em casa e alguns empregados estavam na
porta os esperando. Haviam balões de boas-vindas e flores. Luke
mandou preparar tudo aquilo, o que foi uma surpresa para ela. Os
empregados desejaram boas-vindas e logo retornaram em seus afazeres. Luke
ajudou-a a subir as escadas, eles chegaram no quarto e ele disse:
— Seja bem-vinda de volta ao seu quarto, amore mio.
Ele a abraçou por trás e Geovanna desvinculou-se do abraço e afastou-se
sentando na cama. Ele fechou os punhos tentando manter o controle,
então foi em direção a cama e sentou-se do lado dela.
— Gostaria de ficar sozinha. — Ela pediu.
— Esse quarto também é meu e vou ficar aqui com você.
— Você não tem coisa para fazer? Não tem pessoas para matar hoje? —
Disse com sarcasmo.
Ele ficou olhando para ela com semblante sério.
— Não, eu não tenho, adoraria ter, quem sabe uma família intrometida que só
me traz problemas.
— Para de ameaçar a minha família.
— E você para de usar seu estado para me desafiar. Não ficará assim para
sempre.
— Você realmente é uma pessoa vil e cruel. Sai daqui! Eu não aguento nem
ficar perto de você.
— Pois vai ter que aguentar, sou seu marido e não arredarei o pé daqui.
Geovanna se levantou para sair, mas Luke a segurou e a empurrou sobre a
cama, ele subiu em cima dela começou a beijá-la na boca, ela tentou sair,
como sempre não conseguiu, então começou a ceder. Luke abrandou o beijo,
percorrendo seu rosto com lábios ávidos.
— Como senti sua falta, bambina.
— O médico proibiu relação sexual.
— Eu sei o que aquele idiota do médico disse, porém, não vou fazer nada, só
quero beijá-la e ficar aqui com você.
Ele voltou a tomar sua boca, ela podia sentir a ereção dele sobre as roupas.
Geovanna começou a pensar. — Eu não queria engravidar dele de novo, mas
como impedir isso? Como posso evitar? Tenho certeza que assim que o
médico liberar o sexo ele não vai me deixar em paz.
Luke continuou beijando-a e explorando seu corpo com as mãos. Ele introduz
a mão por dentro de sua roupa e a levou até os seios massageando-os.
— Para, Luke!
— O médico disse que não podemos ter relação sexual, mas não disse nada
sobre a gente não poder brincar. Tira o vestido!
— Luke...
— Cala a boca e faz o que eu estou mandando!
Geovanna resignada tirou o vestido, ficando só de sutiã e calcinha. Ele a
abraçou e abriu o sutiã, liberando os seios. Luke a fez deitar e começou a
sugar seus seios, ele fazia movimentos circulares com a língua em seus
mamilos e aquilo fazia a pele dela ficar arrepiada. Mesmo sem querer, seu
corpo começou a reagir aquilo e logo sua vagina começou a ficar molhada.
Ela não queria sentir desejo, mas o corpo parecia ter vida própria.
Luke desceu a mão até a sua vagina e automaticamente Geovanna fechou as
pernas.
— Não!
— Tudo bem! Se você não quer que eu faça em você não farei, mas você vai
fazer em mim.
Então Luke saiu de cima dela e tirou as calças e cueca, logo seu membro
ereto se mostrou na frente dela. Geovanna não queria fazer nada, ela só
queria que ele a deixasse em paz.
— Eu não quero.
— Você não tem de querer, vai fazer o que eu mandar.
Ele deitou na cama, Geovanna olhava para seu membro enorme pronto para
ela, sua boca ficou seca.
— Agora use essa boquinha linda, Piccola.
Geovanna com lágrimas nos olhos, começou a fazer o que ele mandou. De
início, fez timidamente, porém, Luke agarrou seus cabelos fazendo-a
intensificar.
— Rápido, bambina, vai fundo!
Ela intensificou os movimentos e ele gemia e cada vez mais puxava os
cabelos dela. Geovanna só queria que ele chegasse ao prazer para acabar logo
com aquilo.
— Porra! Eu vou gozar, amor.
Luke sem demora liberou seu líquido quente na boca de Geovanna. O sêmen
escorreu pela lateral de sua boca. Ela passou o dorso da mão para limpar.
Luke soltou seus cabelos, o couro cabeludo dela estava doendo. Ele relaxou o
corpo e ficou deitado na cama com os olhos fechados. Enquanto isso
Geovanna foi até o banheiro lavar a boca. Logo voltou para o quarto.
— Deita aqui. — Ele apontava para os braços dele.
Ela fez o que ele mandou, ele aninhou-a em seus braços fortes e inalou o
perfume dos seus cabelos.
— Tem certeza que não quer que eu te dê prazer?
— Não Luke, eu não quero. Será que você pode parar de pensar em sexo o
tempo todo?
— Não dá! Quando olho para você só penso nisso.
— Eu não sou uma boneca inflável.
— Não, não é mesmo, mas é minha esposa desejável que logo estará grávida
de novo.
— Você só me vê como uma reprodutora do seu filho, né?
Ela tentou sair dos braços dele, mas ele a segurou forte.
— Para de drama, amore mio. Vamos descansar um pouco, ok?
Geovanna decidiu não lutar, ela iria perder mesmo, então continuou
nos braços dele e em pouco tempo pegou no sono. Ela acordou algum tempo
depois e reparou que estava deitada no peitoral do marido e suas mãos
estavam também repousadas ali. Ela levantou lentamente para não o acordar e
saiu. Foi ao banheiro e tomou um banho de chuveiro bem quente. Entrou no
closet para colocar a roupa e assim que abriu a gaveta de calcinha, reparou
que todos os anticoncepcionais atavam ali. Seu coração deu um salto. — Por
que ele havia deixado os comprimidos ali? Só pode ser para me testar. —
Pensou.
Ela resolveu pegar todos e jogar fora. — Eu vou pensar em outra maneira de
não engravidar dele.
Geovanna vestiu-se de maneira informal e saiu do quarto, Luke ainda estava
dormindo. Ela pegou o celular na bolsa e resolveu ligar para a mãe.
— Alô, Geovanna?
— Eu deixei o hospital hoje, mãe.
— Que maravilha, filha, como você está?
— Estou bem, mas preocupada com vocês.
— Filha, não se preocupe conosco, estamos bem.
— Fabrício está aí?
— Sim, quer falar com ele?
— Por favor.
A mãe passou o celular para o Fabrício.
— Geovanna, eu sinto muito por tudo que aconteceu.
— Não foi sua culpa, Fabrício.
— Eu tenho uma parcela de culpa sim.
— Esquece isso, eu só quero te pedir uma coisa, não venha mais aqui, não
arrume confusão. Ele não te matou dessa vez, mas o fará da próxima.
— Mas Geovanna, ele está te maltratando eu não posso... — Ela o cortou.
— Por favor, Fabrício, me escuta. Eu estou bem, eu vou saber lidar com ele.
— Tudo bem, eu vou tentar.
— Agora passa para mamãe.
— Mãe, papai está bem? como ele reagiu a tudo isso?
— Seu pai está bem, não se preocupe.
— Eu sei que não está, você esconde alguma coisa. Eu posso falar com ele?
— Ele não está aqui no momento, saiu para procurar emprego.
O coração de Geovanna ficou pequeno em saber a situação de sua família.
— Tá bom, mãe. Eu ligo outro dia.
— Se cuida, filha.
Assim ela encerrou a ligação ficou pensando como iria conseguir
viver com um homem que está destruindo a sua família. Ela resolveu descer e
ir até a varanda, havia uma varanda linda que dava para os fundos da casa, foi
até lá e sentou em uma das mesas, logo uma empregada apareceu e ela se
assustou.
— Desculpe-me por tê-la assustado, senhora. Só vim perguntar se quer
alguma coisa para beber.
Geovanna reparou que a empregada era uma das que ia no porão levar
comida e cuidar dela.
— Se não for incômodo, gostaria de um suco de laranja.
— Não é incômodo, senhora.
A empregada saiu imediatamente e logo trouxe o suco. Geovanna agradeceu
e quando a empregada ia retirar-se, ela decidiu perguntar:
— Qual o seu nome?
— Camila, senhora.
— Muito obrigada por ter me ajudado.
— Só fiz a minha obrigação, senhora, com licença.
A mulher se retirou e ela ficou pensando que não tinha amigos naquela casa.
Todos só seguiam as ordens do Luke. Ela suspirou com tristeza e tomou o
suco.
Luke passou três dias com ela na casa, ele não saiu para lugar
nenhum, no terceiro dia ele voltou para suas atividades.
Eles estavam tomando o café da manhã, Luke lia as notícias do dia.
Então, ela resolveu interrompe-lo e perguntou
— Posso voltar a ter aulas de ballet?
Ele parou de ler o jornal e a olhou sério.
— Por favor, Luke.
Ela pediu juntando as duas mãos e com olhar suplicante.
— Você me pedindo assim não tem como negar, mas não vai dizer para a
professora que não pretendemos ter filhos. E você não vai fazer apresentação
nenhuma.
— Ela falou com você?
— Falou, porém, esquece isso.
— Tá bom, eu só gostaria de continuar com as aulas.
— Tudo bem, marca para quando você quiser, te passarei o contato dela.
— Obrigada.
Os dias foram passando e o dia de retornar ao médico chegou,
Geovanna estava nervosa, ela tinha certeza que o médico iria liberar eles
voltarem a ter relação sexual e ela não havia encontrado um jeito de evitar
engravidar novamente.
Eles chegaram no hospital e o Dr.Cooper logo os atendeu.
— Oi Geovanna, como está?
— Bem, doutor, obrigada.
O médico virou-se para Luke e disse:
— Senhor Salvatore, Geovanna irá fazer um exame agora que não requer sua
presença, então aguarde aqui, logo o chamaremos.
Luke olhou sério para o médico.
— Acho melhor você começar a tratar a minha esposa de maneira formal.
O médico ficou sem graça e olhando para a Geovanna, disse:
— Claro, como esqueci esse detalhe? Vamos, senhora Salvatore?
— Sim.
Geovanna foi com o médico e Luke os seguiu com os olhos frios.
Ela entrou na sala e a enfermeira já estava lá.
— Senhora Salvatore, vamos fazer uma ultrassonografia transvaginal, é um
pouco incômodo, mas logo passa.
— Okay!
— Pode tirar toda a roupa e colocar esse roupão, quando estiver pronta
podemos começar.
A enfermeira saiu e Geovanna fez o que o ela mandou. Logo depois o médico
e a enfermeira retornaram e fizeram o exame, o médico disse que o útero dela
estava limpo e pronto para uma nova gestação, Geovanna resolveu
perguntar:
— Doutor, eu não quero engravidar logo, mas meu marido quer, não teria
uma maneira de evitar?
— As únicas maneiras de evitar são usando contraceptivos ou abstinência
sexual.
Geovanna desanimou, nenhuma das alternativas era viável para ela, qualquer
contraceptivo que ela usasse Luke iria descobrir cedo ou tarde e com certeza
as coisas não iriam ficar boas para ela. E abstinência sexual era impossível
com Luke.
— Eu posso fazer você ganhar mais uma semana, eu digo para seu marido
que só pode voltar ter relação sexual daqui a uma semana, porém, não posso
estender mais, até lá você pensa em uma maneira de convencê-lo a esperar
para vocês terem filhos.
— Obrigada, doutor.
Geovanna foi para a sala do médico e logo Luke entrou na sala junto
com o médico, ele senta do lado dela. O médico senta em sua mesa e olhando
para Luke, diz:
— Senhor Salvatore, nós fizemos uma ultrassonografia na sua esposa e não
encontramos nada significativo, porém eu recomendo esperar mais uma
semana para voltar a ter relações sexuais.
Luke olhou para o médico com olhar mortal, ele tinha certeza que o médico
estava fazendo aquilo somente para atrapalhar a relação dele com a
Geovanna. Ele observou que o médico era um homem na casa dos 40 anos,
bem-apessoado, então deduziu que ele estava interessado nela.
— Muito bem Dr. Cooper, recomendações médicas são recomendações
médicas.
Voltou-se para a Geovanna e disse:
— Vamos, amore mio, vamos ter que esperar mais um pouquinho para fazer
o nosso filhinho.
Geovanna sem graça pegou na mão do marido e agradecendo ao médico
foram embora.
Luke deixou Geovanna em casa e saiu para a sede, ao chegar lá mandou
chamar o Marco na sua sala.
— Então, Luke, como está a Geovanna?
— Bem, mas não te chamei aqui para falar dela, tenho um trabalho para
você.
— Estou aqui à disposição.
— Quero que alguém sofra um acidente.
— Quem?
— Doutor Cooper.
— O médico da Geovanna?!
— Exatamente, quero que seja um acidente de carro, faça alguma coisa no
carro dele.
— Tudo bem! Mas posso te perguntar por quê?
— Não quero homem nenhum no meu caminho e da minha esposa, esse
médico já foi longe demais.
Marco ficou olhando para Luke, se ele soubesse os sentimentos que
teimavam em crescer dentro dele com relação à Geovanna, alguém iria
morrer e ele não gostaria que fosse ele mesmo.
CAPÍTULO 20
G eovanna acordou contente, faziam dois dias que Luke não dormia
com ela e nem a perturbava. A recomendação do médico de
abstinência sexual por mais uma semana foi ótima para ela, pelo
menos naquela semana iria ter paz. A manhã estava linda, era primavera e os
jardins da mansão bem cuidados mostravam o esplendor das flores.
Geovanna resolveu envolver-se na rotina da casa, chamou a governanta e
perguntou como funcionava tudo, a mulher muito simpática explicou como as
coisas funcionavam. Geovanna não queria se intrometer na rotina, mas queria
fazer parte dela.
Ela decidiu andar pela casa e percebeu que alguns dos cômodos
precisavam de reforma, móveis novos, talvez contrate algum decorador para
fazer esse trabalho. Seria interessante escolher as coisas, e dinheiro não era
problema.
Geovanna desceu para o café da manhã, ela não sabia se Luke já
havia saído ou não, mas não estava preocupada com isso. Ao chegar
embaixo, seguiu para a cozinha.
— Bom dia, Hilary.
— Bom dia, senhora Salvatore, quer tomar o café da manhã agora?
— Sim, Luke já tomou o café?
— Ele saiu cedo, senhora e não comeu nada.
— Ah!
— A senhora quer tomar o café na sala de jantar?
— Não, eu tomo aqui na cozinha, se não for incômodo.
— Não é incômodo, senhora. Fica à vontade.
Geovanna sentou-se na bancada e a cozinheira preparou ovos
mexidos, bacon e torradas. Ela comeu tudo com prazer e tomou o suco de
laranja.
— Esse suco é tão bom, é natural?
— Sim, senhora. Temos um pomar com árvores frutíferas, colhermos as
frutas de lá.
— Que maravilhoso! Gostaria de ir até lá conhecer.
— Claro, posso pedir para jardineiro mostrar à senhora.
— Obrigada!
O dia transcorreu tranquilo, Geovanna conheceu o pomar e os jardins.
Na propriedade havia também uma piscina imensa, quadra de tênis e outras
coisas para entretenimento. Havia um Haras onde Luke tinha cavalos árabes
puro sangue, no entanto, o que mais a impressionou foram os carros de luxo,
haviam várias garagens com carros que valiam milhões de dólares, ele
colecionava e também os usava na pista que havia na propriedade. Geovanna
percebeu o quanto ele era rico e aquilo a incomodou, pois tinha consciência
que todo esse dinheiro e poder vinham dos negócios sujos, que pessoas
perdiam suas vidas para que ele pudesse ter tudo aquilo.
Na propriedade também havia um caminho que levava a uma praia
particular, ela ficou curiosa em ir até lá. Começou andar pelo caminho e
chegou na praia, era tão lindo, o mar azul cristalino e areia branca. Geovanna
tirou as sandálias e sentou na areia, contemplou o mar, pensando na vida.
Ela começou a fazer círculos com as mãos na areia e estava tão
distraída que não percebeu a chegada de Luke. Ele parou ao seu lado
assustando-a ao ver seus sapatos brilhantes. Ainda sentada levantou a cabeça
e o encarou. Ele estava vestido como sempre, com um terno impecável e um
sobretudo negro, seus olhos azuis refletiam a frieza das águas do mar. Ele
estendeu a mão para ela. Geovanna olhou para aquelas mãos grandes e
poderosas, que muitas vezes decidiam destinos de pessoas, inclusive sobre
seu destino, sua vida. Não tinha escolha, ele mandava e não sabia porquê,
talvez por um capricho dele a mantinha como uma cativa, um brinquedinho
ou simplesmente por vingança pela ousadia de seu pai ter o roubado.
Geovanna não sabia, a única coisa que tinha certeza era que aquele homem
não tinha sentimentos por ninguém, muito menos por ela.
Geovanna suspirou e pegou em sua mão, ele a puxou de encontro ao
seu corpo, a mão dela estava suja de areia, o que acabou sujando o terno.
Imediatamente tentou limpar.
— Sinto muito, eu sujei seu terno...
Ele segurou suas mãos apertando-as sutilmente.
— Deixa! — Exclamou de maneira firme.
Ela focou seus olhos azuis fascinada, ele era tão lindo, tão perfeito, porém, o
que tinha de beleza, tinha de cruel. — Por que ele é tão ruim? — Se
perguntou.
Luke também a olhava intensamente e Geovanna observou seu rosto
aproximando-se do dela e sua boca a tomando em um beijo arrebatador.
Geovanna perdeu o fôlego, ele a beijava como se quisesse sugar a sua alma.
Seus braços a circularam a trazendo de encontro ao seu corpo musculoso,
moldando-se ao dele. Erguendo-a em seus braços, entre beijos seguiu pelo
caminho de volta para a casa.
Ele entrou na casa com ela ainda nos braços, Geovanna ficou sem
graça, pois haviam vários soldados no recinto, mas Luke parecia não se
importar, continuou a carregando, subindo as escadas até o quarto. Luke a
deitou na cama e logo depois começou a despir-se, tirou o sobretudo jogando-
o em uma poltrona, em seguida o paletó do terno, Geovanna com o coração
acelerado olhava para ele com os olhos arregalados. Continuou despindo-se e
ao começar tirar a calça, Geovanna decidiu se manifestar.
— Dr. Cooper disse: sem relação sexual.
Ele não disse nada, continuou tirando a roupa e ficou completamente nu.
Então, deitou-se sobre ela.
— Dr. Cooper... — Ela não completou a frase, ele a cortou segurando em seu
queixo com força.
— Foda-se o que aquele médico disse.
Luke começou a beijá-la com ardor e terminou de tirar suas roupas
com violência rasgando-as. Geovanna não fez nada para impedir, seria pior,
era melhor ficar quieta. Ele continuou a beijando, explorando seu corpo com
as mãos e os lábios de maneira vigorosa, sem carinho, parecia que ele queria
devorá-la. Tamanha voracidade que estava deixando-a sem fôlego. Geovanna
começou a pensar em todas as coisas que ele fez, não queria engravidar de
novo e aquele pensamento a assustou.
Com desespero, debateu-se o empurrando.
— Não! eu não quero, sai de cima de mim, não quero engravidar de novo.
Ela lutou contra ele, porém, com violência ele deu um tapa em seu rosto e
profetizou zangado:
— Cala a porra da boca.
— Luke, me escuta, eu só te peço um tempo, não estou preparada para
engravidar de novo, por favor.
— E o que você sugere? Ficar sem transar com você como sugeriu aquele
médico imbecil? Não mesmo.
— Use preservativo então.
— Nunca vou usar preservativo com você, Geovanna, esquece isso e para de
lutar, se não será pior.
Luke voltou a beijá-la e a forçou a abrir as pernas, ele alinhou a
cabeça do seu pênis em sua entrada e sem nenhum carinho a penetrou de
maneira firme e potente. Ele começa a mover-se dentro dela, Geovanna fecha
os olhos e lágrimas descem pelo seu rosto, não tem o que fazer, ou aceita ou
apanha. Ele a penetrava cada vez mais fundo, repetidamente com
movimentos intensos e ritmados. Luke segurou as nádegas dela apertando sua
carne e fazendo ela seguir seu ritmo.
Ele sentiu o canal quente e apertado em volta do seu membro, que entrava e
saia sem parar. Entre gemidos altos ele dizia:
— Como você é apertada e deliciosa, amore mio.
Ainda a penetrando cheio de desejo e desespero ele continua:
— Preciso disso, quero sentir sua boceta no meu pênis, quero foder você
toda. Cada centímetro do seu corpo é meu... meu!
Geovanna ainda com os olhos fechados sentia o pênis potente
invadindo sua intimidade. Ele a penetrava tão fundo que ela podia sentir o
membro colidindo contra o seu colo do útero, aquilo incomodou e começou a
doer, por isso ela pediu para ele parar.
— Para, Luke. Você está me machucando.
Luke simplesmente a ignorou e em vez de parar aumentou o ritmo a
machucando mais ainda.
Quando sentiu seu prazer chegando, deu uma investida forte e
explodiu em um orgasmo intenso liberando todo o líquido em seu ventre,
Geovanna podia sentir seu pênis latejar dentro dela. Depois de alguns
minutos ele tombou com seu corpo suado em cima dela. A respiração voltou
ao normal e o ritmo do coração também. Geovanna não se moveu, ele ainda
estava dentro dela. Quando ele saiu, Geovanna respirou aliviada, realmente o
ato sexual foi bem doloroso para ela.
Ele a abraçou forte e a manteve bem perto dele. Eles ficaram assim
por um bom tempo. Geovanna sentiu vontade de fazer xixi e começou a
mover-se para sair, Luke a apertou mais e perguntou:
— Vai aonde?
— Preciso ir ao banheiro.
— Eu também vou.
Geovanna não gostou daquilo, ela queria um pouco de privacidade e além do
mais, ainda não se sentia à vontade com a nudez dele, mesmo já estando
casada há alguns meses.
Ele levantou-se com seu físico perfeito, ela desviou o olhar e ele percebeu.
— Não precisa ficar com vergonha, meu corpo é seu, assim como o seu é
meu.
Ele pegou em seus braços e puxando-a a fez abraçá-lo. Ela manteve a cabeça
baixa de encontro ao seu peito. Então, ele pegou em seu queixo e a fez olhar
para ele.
— Adoro esse rubor no seu rosto, a faz parecer uma bonequinha.
— Eu quero ir ao banheiro. — Falou irritada.
Ele riu e a puxou em direção ao banheiro. Geovanna foi fazer suas higienes,
enquanto ele abria a torneira da banheira para enchê-la. Quando Geovanna
terminou ele falou:
— Vamos tomar banho juntos.
Ela não protestou, andou até ele e juntos entraram na banheira. Ele
massageou o seu corpo com sabão. Os dois corpos nus em atrito a fez sentir a
ereção dele contra a sua coxa e ela teve certeza que não tomaria somente
banho com ele. De novo ele a possuiu.
***
Alguns dias se passaram e Geovanna estava caminhando ao redor da
propriedade. O local era grande e haviam várias árvores, ela adorava ficar
embaixo de alguma contemplando a natureza, tinha a sensação de liberdade,
porém, sabia que não era livre. Os soldados eram discretos, mas já percebeu
que nunca estava sozinha quando andava pela propriedade, ela era vigiada o
tempo todo.
Estava distraída e levou um susto quando recebeu uma mensagem em
seu celular. Ela olhou com estranheza para a tela, não havia número, estava
restrito. Resolveu abrir, era um vídeo. Ficou curiosa e clicou, quando o vídeo
abriu, o que ela viu fez seu estômago revirar na hora. Luke estava com uma
mulher e eles estavam transando, ele fazia sexo anal com ela. Seu corpo
estremeceu, sentiu nojo, repulsa por aquilo. Junto com o vídeo, havia uma
mensagem: Olha o que seu marido faz quando não está com você.
CAPÍTULO 21
G eovanna correu para dentro da casa, ela sentia muitas coisas ao
mesmo tempo, nojo, revolta, raiva, indignação. — Como ele fez isso
comigo? — Pensou.
Seguiu para o quarto e sentou na cama, seus pensamentos estavam a mil, ela
não sabia o que fazer. Várias perguntas giravam em sua cabeça. —Será que
confrontava ele? Ignorava?
Ela não podia ignorar aquilo, não porque estava com ciúmes ou
qualquer sentimento assim, mas pelo fato dele ter casado com ela, mantendo-
a presa, violentando e maltratando para quê? Por que ele queria ficar com
ela? Somente para ter um filho? E depois que a criança nascer, o que será que
ele vai fazer? — Será que vai me mandar embora e ficar só com a criança?
— O coração dela deu um pulo — É isso, ele pretende me matar depois que o
filho dele nascer. — Pensou.
Geovanna levantou-se muito nervosa, caminhando de um lado para
outro no quarto, ela passava a mão pelo corpo sentindo-se suja, como iria
suportar que ele a tocasse de novo? — Eu tenho que encontrar uma maneira
de ir embora, não vou ficar nessa casa. Mas como? — Pensou.
De repente lembrou de algo importante, o cartão que a mulher lhe deu
no hospital, ela disse que eles a protegeriam. Pegou a bolsa, começou a
procurar e logo achou, havia um número e um nome.
Precisava pensar em uma maneira de ir embora e ainda proteger a
família. Não podia ir e deixá-los à mercê dele. — Eu terei que fazer o que
meu pai fez anos atrás, rouba-lo.
Ela entrou no closet e vestiu uma roupa elegante, abriu o cofre com as
joias, escolheu um colar de diamantes que provavelmente valia uma fortuna.
Colocou o colar na bolsa e desceu as escadas. Os empregados estavam
ocupados em seus afazeres, ela resolveu simplesmente sair e andar em
direção à saída da propriedade. Quando chegou ao portão, vários homens
enormes de terno preto apareceram, um deles aproximou-se dela e perguntou:
— Vai aonde, senhora?
— Vou ao shopping.
— Não recebi nenhuma autorização para deixá-la ir ao shopping, senhora.
— Não precisa de autorização, eu sou livre e vou sair, com licença.
Geovanna tentou passar pelo homem, mas esse a impediu bloqueando
a passagem, os outros se posicionaram formando uma barreira, ela olhou para
eles e com lágrimas nos olhos voltou correndo para a casa. — Droga! Eu sou
realmente uma prisioneira aqui, jamais conseguirei sair sem a autorização do
Luke. Então, ela decidiu pedir para ele. Pegou o celular e ligou.
— Não acredito que a minha Piccola ligou para mim.
— Luke, eu preciso sair, quero fazer compras com minha mãe. Seus soldados
não deixaram.
— Mas é claro que eles não irão deixar você sair dessa casa sem a minha
autorização.
— Eu só quero ir fazer compras, por favor.
— Geovanna, se você estiver planejando qualquer coisa para ajudar a sua
família eu vou descobrir, você sabe disso, não é?
— Eu sei, não vou fazer nada, somente sair um pouco, estou com saudades da
minha mãe.
— Não quero que você vá à casa deles.
— Eu nem sei onde eles estão morando.
— Tudo bem, eu vou deixá-la ir. Vou autorizar sua saída, mas lembre-se, se
tiver aprontando alguma coisa, vai se arrepender, entendido?
— Sim, obrigada.
— Vou cobrar, piccola mia.
Ele desligou e Geovanna ficou com um nó no estômago, se o plano
não der certo estará ferrada. Mas não podia desistir, ela precisava tentar.
Então com coragem ligou para a mãe.
— Mãe, como está?
— Filha, que bom que ligou, estou bem e você?
— Estou bem, mãe. Liguei para te convidar para fazer compras comigo,
vamos na quinta avenida.
— O Luke permitiu?
— Sim.
— Tudo bem então, vou de metrô, nós estamos sem carro.
— Tá bom, mãe. Eu te espero na estação.
— Combinado.
Geovanna desligou e ficou pensando. — Agora tenho que tentar fazer
minha mãe aceitar o dinheiro da venda da joia, assim eles podem ir embora, e
eu vou para o abrigo.
Ela desceu as escadas com determinação e quando saiu da casa
haviam vários carros pretos na entrada. O primeiro da fila estava com a porta
aberta e quem a estava esperando era Marco. Ela ficou olhando para ele com
curiosidade e pensou: — Por que Luke o mandou ir junto? Agora será mais
difícil despistar eles.
Geovanna chegou perto do carro, se voltou para Marco, estendeu a mão e
disse:
— Senhor Marco, como vai?
— Bem, senhora. — Ele não estendeu a mão para ela.
— Não será necessário tanto segurança, Marco, só irei fazer compras.
— São ordens, minha senhora.
— Eu sei que você é amigo do Luke e chefe dos soldados, por isso, não acho
necessário levar mais seguranças.
— É necessário. — Ele disse sério.
— Tá bom, não adianta discutir, vamos!
Ela entrou no carro e reparou que além do carro dela haviam mais quatro
carros, todos com seguranças. Geovanna suspirou. — Vai ser difícil despistar
todos esses.
Marco entrou na frente do carro dela e partiram para a Quinta
Avenida. Geovanna estava nervosa e com medo do plano não dar certo. O
celular dela tocou e na tela ela viu o nome do Luke, seu coração disparou.
— Alô. — Falou meio vacilante.
— Você disse que ia ao shopping, agora vai na Quinta Avenida, por que
mudou de ideia?
— Ah! Achei melhor ir lá, quero comprar algumas coisas para a casa e lá
podemos encontrar as melhores lojas.
— Geovanna, até agora você nunca se interessou pela casa, por que esse
interesse súbito?
— Não é um interesse súbito, eu já estava pensando sobre isso, então hoje
resolvi sair, só isso. Também aproveito para ver minha mãe.
Ele ficou em silêncio por alguns segundos.
— Tudo bem, o Marco vai vigiá-la de perto.
Assim ele encerrou a ligação. Agora ela tinha certeza que Marco iria ficar no
pé dela o tempo todo. — Saco! — Pensou.
A viagem foi longa, quase 3 horas até a Quinta Avenida. Eles seguiram para
a estação de metrô.
Geovanna mandou uma mensagem para a mãe.
— Cheguei.
— Estou indo aí.
— Tá bom!
Geovanna então disse para Marco:
— Eu vou sair, minha mãe está vindo e nós vamos andar a pé.
Imediatamente, Marco saiu do carro e abriu a porta para ela. Geovanna
desceu e todos os seguranças também desceram, porém, eles se espalharam
pela rua, não dava para perceber que eles eram seguranças. Marco ficou atrás
dela. Clarice a encontrou.
— Filha, que saudade!
— Também estava, mãe.
Elas se abraçaram calorosamente.
— Marco, como vai?
— Bem, senhora Taylor.
— O Marco vai nos acompanhar, mãe.
— Claro!
Elas começaram a andar e o Marco andava atrás delas. Geovanna sugeriu:
— Vamos comer alguma coisa, mãe?
— Sim.
Elas entraram em um restaurante popular e logo foram conduzidas a uma
mesa, Marco entrou também com mais dois seguranças e sentou em outra
mesa. Geovanna suspirou aliviada, pelo menos ele não iria sentar na mesma
mesa que elas. Agora é a oportunidade de falar com a mãe.
Elas fizeram o pedido e ficaram esperando a comida chegar, enquanto
conversavam de coisas triviais.
— Como está papai e Fabrício?
— Estão bem, na medida do possível.
— Onde vocês estão morando?
— Estamos de favor na casa da minha prima, mas não sabemos se vamos
continuar lá.
— Eu sinto muito por tudo isso.
O pedido delas chegou e logo começaram a comer.
— Mãe, eu preciso que você me apoie em uma coisa.
— O que, filha?
— Eu vou deixar o Luke.
O rosto da mãe ficou com uma expressão horrorizada,
— Não, Geovanna, você não pode fazer isso.
— Fala baixo, mãe, não quero que o Marco nos escute, vou te explicar tudo.
Geovanna suspirou e começou a explicar seu plano.
— Quando estive no hospital uma assistente social me deu um cartão, ela
disse que se eu precisasse de um abrigo para mulheres que sofrem violência
doméstica, era para ligar, que eles me protegeriam.
— Geovanna, seu marido é um mafioso, ele vai descobrir isso rápido.
— Mas eu vou estar protegida pelo governo, ele não vai poder fazer nada.
A mãe suspirou e perguntou:
— E como você vai fazer isso?
— Primeiro, antes de eu ligar para o número do cartão, quero deixar vocês
seguros. Eu trouxe outra joia, dessa vez é um colar de diamantes. Você vai
vendê-lo pelo valor que quiserem pagar. A joia deve valer muito dinheiro,
porém, se eles oferecerem um valor suficiente para você, papai e Fabrício
saírem daqui de Nova York, aceite. Vão para outro estado e quando
chegarem lá, saiam do país o quanto antes.
— Isso é loucura.
— Mãe, se eu continuar com o Luke, serei morta, ele tem outras mulheres,
não se importa comigo.
— Eu não sei, não queria fugir e deixar você aqui, por que não vem com a
gente?
— Como vou se tem todos esses seguranças atrás de mim? Nós vamos fazer
compras, como disse para o Luke, e em uma das lojas eu te dou a joia no
trocador de roupa, Marco não vai poder entrar lá. Quando terminarmos, nos
despedimos e você vai na casa de penhor. Quando tiver feito negócio, me
envia uma mensagem de texto, porém, não diga nada sobre o negócio, vamos
usar um código, se tudo der certo me envie: eu te amo. Se não der escreva: te
vejo outro dia. Caso dê certo, faço a minha parte e ligo para o número do
cartão.
— Eu não sei, Geovanna e se o Luke descobrir onde você está?
— Já disse, mãe, vou estar sob proteção do governo.
— Tudo bem.
— Então vamos!
Geovanna pagou a conta e as duas saíram do restaurante, sempre com Marco
atrás delas. Então elas começaram a entrar em várias lojas, comprando coisas
para decoração da casa. Geovanna não sabia nem o que estava comprando,
comprava qualquer coisa. Elas foram para uma loja de roupa, pegaram várias
peças para experimentar. Marco sempre atrás delas.
— Mãe, você pode entrar no trocador comigo? Preciso da sua opinião sobre
esse vestido.
Ela olhou para o Marco e disse:
— Você fica aqui, não pode entrar em trocado feminino.
Ele apenas a olhou frio, sem expressão. Geovana virou a cara para ele e
entrou no trocador com a mãe.
Lá ela lhe deu o colar. As duas continuaram a fazer mais compras. Quando já
estava caindo a tarde elas resolveram se despedir. Geovanna abraçando forte
a mãe disse em seu ouvido:
— Adeus, mãe! Vai dar tudo certo.
Clarice entrou na estação de metrô, porém, não iria embarcar, assim
que Geovanna se afastasse ela voltaria para ir à casa de penhor.
Geovanna entrou no carro e Marco perguntou:
— Vamos para casa, senhora?
— Não, eu gostaria de fazer um pouco mais de compras.
Marco a olhou pelo retrovisor com olhar sério, ele tinha certeza que ela
estava aprontando alguma coisa.
Eles ficaram rodando pela cidade e Geovanna não dizia para onde
queria ir, Marco já estava impaciente. Geovanna queria ganhar tempo até a
mãe conseguir vender a joia. Depois de 40 minutos ela recebeu a mensagem
de texto.
— Eu te amo.
Geovanna suspirou aliviada, a mãe já estava com o dinheiro, agora era só
fazer a parte dela. Bateu no vidro que separava a dianteira do carro.
— Marco, eu quero ir ao shopping.
— Tudo bem.
Eles seguiram para o shopping, ao chegar lá ela fez mais algumas
compras para disfarçar e resolveu comer alguma coisa em um café. Marco
sentou próximo dela, mas em outra mesa. Geovanna então, pegou o celular o
cartão e fez a chamada.
— Alô. — Uma voz feminina atendeu.
Geovanna falou sussurrando:
— Melissa, aqui é Geovanna, você me deu seu cartão no hospital.
— Sim, lembro.
— Preciso da sua ajuda, quero deixar meu marido.
— Onde você está?
— Em um café no shopping New York.
— Tem alguém aí com você?
— Sim, os seguranças do meu marido, mas vou tentar despistar eles, já tenho
um plano.
— Tudo bem, eu já estou indo até aí com as autoridades, não precisa se
preocupar, nós vamos te ajudar.
Geovanna então levantou-se e Marco e os outros dois seguranças
levantaram também, ela disse para o Marco:
— Preciso ir ao banheiro.
Marco a observava desconfiado, Geovanna passou por ele e foi em
direção ao banheiro, ele foi atrás e ficou na entrada a esperando. Dentro do
banheiro, ela tirou a roupa que estava usando e trocou por outra que ela havia
comprado em uma das lojas e escondido na bolsa, colocou uma peruca que
também havia comprado. Trocou a bolsa e colocou óculos de sol.
Saiu do banheiro sem olhar para Marco, porém, ele achou estranho aquela
mulher, não havia a visto entrar no banheiro, decidiu segui-la, deixando os
dois seguranças na porta do banheiro. A mulher foi em direção à saída e num
impulso Marco segurou em seu braço.
Ela o olhou assustada, Marco tirou os óculos dela e viu que era
Geovanna.
— O que você está tentando fazer?
— Eu vou deixá-lo, não posso mais viver com ele, diga-lhe isso.
Marco em um impulso e para surpresa dela disse:
— Vai! Vai logo antes que me arrependa.
— Obrigada.
Geovanna não estava acreditando que Marco estava deixando-a ir
embora. Ela saiu rapidamente do café, os seguranças que estavam na parte de
fora não a reconheceram, ela foi andando rápido e ligou para a Melissa.
— Eu consegui despistar os seguranças, estou indo para a saída do shopping.
— Nós estamos te aguardando.
Ela saiu do shopping e viu o carro com a logo do governo americano. Ela foi
na direção do veículo e a mulher saiu do carro.
— Geovanna?
— Sim.
— Vamos! — A mulher falou sem demora.
— Eu realmente estou segura com vocês?
— Sim, agora está sob os cuidadosa do governo Federal dos Estados Unidos.
Geovanna entrou no carro, confiante, logo eles começaram a mover-se e o
shopping ficando para trás.
Ela enviou uma mensagem para a mãe.
— Estou segura.
A mãe respondeu:
— Estamos partindo.
Geovanna deu um sorriso nervoso, ela havia conseguido, agora iria
ficar no abrigo até decidir o que fazer. Ainda não sabia por que Marco a
ajudou, porém, não estava preocupada com isso. Agora era livre.
CAPÍTULO 22
L uke estava completamente alterado, gritando com Marco no celular.
— Como que ela sumiu, Marco? Para que eu te mandei com ela? Para
vigiá-la, porra!
— Eu sei, Luke, mas ela conseguiu despistar, pediu para ir ao banheiro e eu
não pude entrar com ela.
— E a mãe dela?
— Eu já mandei os soldados irem lá onde ela está morando.
— Como que uma menina consegue enganar todos os soldados, inclusive o
chefe deles? — Luke gritava.
— Ela enganou você também, Luke, dizendo que iria fazer compras e você
acreditou.
Luke muito puto, fechou os olhos e voltando a abri-los falou com o Marco:
— Vem até aqui, vou rastrear o celular dela e ver todas as conversas que fez e
recebeu, descobrirei se alguém a ajudou.
Luke desligou o celular e com o outro aparelho que ele usava somente
para falar com a Geovanna, começou a ligar para ela. Só chamava.
— Ela não vai me atender — Verbalizou para si mesmo.
Ele ligou várias vezes até que recebeu uma mensagem de texto dela. Abriu
imediatamente e era um vídeo, clicou e se viu transando com a Suzette. Junto
com o vídeo havia uma mensagem
"Não me procura, me deixa em paz"
A íris dos olhos dele tornaram-se escuras de ódio.
— Eu vou matar aquela piranha da Suzette.
Ele levantou em um impulso, foi até fora da casa e chamou um dos
soldados.
— Sim senhor.
— Reúna dois soldados com você, vão até a casa da Suzette, traga ela e a
prenda no galpão.
— Sim Senhor.
O homem saiu imediatamente e Luke voltou a ligar para a Geovanna, porém,
o telefone estava desligado.
— Droga!
***
Eles chegaram em um lugar grande com muros altos. Geovanna
olhava através do vidro do carro aquele local que seria seu lar por algum
tempo. A noite já estava caindo. Ela não sabia quanto tempo ficará ali, mas
tudo é melhor do que viver sob o jugo de um homem cruel, possessivo e
infiel.
O carro parou, a mulher e um policial que foram a acompanhando
desceram do carro e abriram a porta para ela, eles seguiram para uma
recepção e Melissa falou com o atendente, que pediu para eles aguardarem.
Depois de algum tempo eles foram chamados e entraram para uma sala. Lá
havia uma psicóloga e a responsável pelo lugar. Melissa cumprimentou todos
e apresentou Geovanna.
— Essa é a Geovanna Salvatore, ela nos pediu ajuda.
— Seja bem-vinda, Geovanna. Eu sou Beatrice Hollis, sou a supervisora.
Estamos aqui para ajudá-la com todo o suporte que precisar.
— Obrigada.
A mulher continuou as apresentações.
— Essa aqui é a psicóloga, Maggie Craft, ela te ajudará com todo suporte
psicológico.
As duas se cumprimentaram e Beatrice continuou:
— A primeira coisa que nós temos que fazer é recolher todos os seus objetos,
você não pode ficar com o seu celular, você tem um?
— Sim. — Geovanna pegou o celular que já estava desligado, pois o Luke
não parava de ligar para ela. Colocou em uma bandeja.
— Seu marido tentou entrar em contato?
— Sim.
— É por esse motivo que você não pode ficar com o celular, não poderá ter
nenhum tipo de contato com seu marido agora, tudo será feito através de
advogados, você tem algum advogado ou tem como pagar um nesse
momento?
— Não tenho advogado e não tenho dinheiro para pagar um no momento.
— Tudo bem! Nós vamos providenciar um advogado para você.
— O meu marido vai saber onde estou?
— Não, os endereços dos nossos abrigos são sigilosos, somente pessoas que
trabalham conosco ou pessoas autorizadas tem acesso, sugiro que você não
passe o endereço para ninguém da sua família, apenas avise que está em um
lugar seguro se preferir, porém, se por ventura seu marido descobrir onde
você está, ele não poderá chegar perto, pois terá uma ordem de restrição. Se
ele aparecer por aqui, será preso.
— Okay! Minha família já sabe sobre minha situação.
Geovanna entregou todos os seus pertences para eles, ela só pode
ficar com documento de identificação.
— Geovanna, eu vou precisar que você preencha e assine esses formulários,
aqui explica como funciona o abrigo, a partir de hoje você está protegida pelo
governo americano, seu marido irá receber uma ordem de restrição, isto quer
dizer que ele não pode chegar perto de você, mesmo que ele descubra onde
está e mesmo depois que você sair daqui. Também há um formulário para
você solicitar ajuda Jurídica ao governo de forma gratuita. Ao assinar esses
formulários, você tem que estar ciente que está entrando com um processo
contra seu marido.
— Ele pode ser preso?
— Sim, caso o Juiz entenda que ele deve ser preso, mas para isso você tem
que fazer uma denúncia contra ele, eu sugiro que você converse com o seu
advogado primeiro, ele te dirá o melhor a se fazer no seu caso.
— Meu marido é muito rico e tem influência, isso pode ajudá-lo de alguma
forma? — Geovanna não queria falar que o marido é um mafioso pois não
sabe o que isso implicaria, talvez eles nem a aceitassem ali.
— Temos muitos casos assim aqui, mulheres que tinham maridos ricos. O
fato do seu marido ter dinheiro pode ajudá-lo a se safar de uma prisão por
exemplo, pois ele pode pagar a fiança. Nos casos de violência doméstica
dependendo do tipo de violência que você sofreu, física ou psicológica,
estupro, cárcere privado, a fiança pode chagar até 1 milhão de dólares.
— Eu sofri todos esses.
Todos a olharam assustados e logo a psicóloga falou:
— Não se preocupe, você vai poder falar sobre isso e eu vou te ajudar a
superar.
— Obrigada.
Geovanna preencheu todos os formulários e assinou. Eles a levaram
para um quarto onde havia outra mulher.
— Abigail, essa é sua nova companheira de quarto, Geovanna.
— Prazer.
— Nossa, como você é jovem, tem quantos anos? — Abigail perguntou.
— 18 anos.
— E já está aqui? Está casada há muito tempo?
— Não! Três meses.
— Três meses e já teve coragem de deixar seu marido? Quanto tempo ele
demorou a te agredir?
— Ele me agrediu nos primeiros dias depois de casados.
— Meu Deus! Sinto muito. Eu fiquei com meu marido durante 10 anos e só
tive coragem de denunciá-lo agora, não sofria violência física, mas
psicológica, depois ele partiu para violência física e foi aí que tive coragem
de sair daquele casamento.
— Sinto muito.
— Estamos no mesmo barco e aqui podemos nos ajudar.
Geovanna e Abigail conversaram mais um pouco e logo receberam
ordem para se recolherem. Eles deram um kit de higiene e roupas de dormir.
Ela deitou na cama que não era nem um pouco confortável, como era a cama
dela na casa de Luke, mas sentiu-se leve, livre e feliz. Só de pensar que não
iria ter que aturar o Luke a fez sorrir.
***
Luke estava sentado na sua mesa no escritório da casa, recostado na
cadeira, com os olhos fechados. Seu ódio era tanto que mataria alguém com
as próprias mãos naquele momento se não lhe trouxessem notícias da
Geovanna.
Alguém bateu na porta e seu Consigliere e Advogado Edward entrou.
— Espero que já tenha a encontrado.
— Sim nós a encontramos Luke, porém, ela está em um abrigo para mulheres
que sofreram violência doméstica.
Luke abriu os olhos, fitou o Edward e disse:
— Foda-se onde ela está, tire-a de lá hoje.
— Sinto muito, mas não será possível fazer isso hoje, ela está sob os
cuidados do governo e vamos ter que ir com calma. Não adianta se precipitar
agora, nós vamos tirá-la de lá, mas tudo no seu tempo.
— Quanto tempo?
— Vai depender do que a Geovanna falar para eles e da orientação que ela
receberá.
Nesse momento alguém bateu na porta, era Marco e ele foi logo
dizendo:
— A família dela também sumiu, acredito que eles tenham deixado o estado.
— Nós já localizamos a Geovanna, ela está em um abrigo do governo. —
Disse Edward.
Marco ficou sério e perguntou:
— E quando você vai trazê-la de volta, Luke?
— Pergunta para o Edward.
— Vai ser um pouco difícil tirá-la de lá, mas em breve ela voltará para a casa.
Luke encarava Marco com seu olhar frio e perspicaz.
— Marco, encontre a família dela. — Ele disse.
— Okay! Já vou providenciar isso.
— Você já rastreou todas as chamadas dela? — Edward perguntou.
— Sim, ela planejou tudo hoje e parece que ninguém a ajudou. Fez isso
depois que recebeu um vídeo.
— Por que está mantendo a Suzette presa, Luke? — Marco perguntou.
Luke pegou o celular e mostrou o vídeo para eles.
— Geovanna recebeu esse vídeo hoje de manhã.
Marco e Edward ficaram olhando para o vídeo, então Marco perguntou:
— Você acha que foi a Suzette?
— Se não foi ela eu saberei quem foi, já mandei os hackers rastrearem a
chamada, o número estava restrito, mas eles conseguem descobrir.
— O que você vai fazer com a Suzette?
— Vou matá-la.
— Mesmo se ela for inocente?
— Aquela puta não é inocente, eu vou matá-la independente se foi ela ou
não. Se foi ela que enviou o vídeo terá uma morte lenta, vou torturá-la, se não
foi ela, terá uma morte rápida.
***
No dia seguinte, Luke recebeu a visita de um oficial de justiça e de
um investigador que ele já conhecia, pois, estava tentando pegá-lo há algum
tempo, mas nunca conseguia nenhuma prova contra ele.
— Detetive Julios, o que o trás aqui? — Perguntou irônico.
— Já deve saber, Luke. Finalmente alguém teve coragem de enfrentá-lo e
quem diria, a própria esposa. — O homem sorriu e continuou. — Esse é o
oficial de justiça e ele trouxe um presentinho para você.
Então, o homem entregou um envelope para o Luke e disse:
— Isso é uma ordem de restrição, o senhor não pode chegar perto da sua
esposa em hipótese alguma, caso o faça, será preso.
Luke encarava o homem e não fez nenhum gesto para pegar o documento. O
oficial colocou o papel em cima da mesa.
— O aviso está dado. Vamos, detetive Julios.
O detetive olhou para Luke e antes de sair disse:
— Tem uma esposa muito corajosa, Luke, não vou esquecer de parabenizá-
la, tenho certeza que em breve voltarei para prendê-lo.
Luke riu com ar de deboche.
— Irei aguardar ansiosamente.
O detetive se virou e foi embora. Luke pegou o papel e leu. — Não posso
chegar perto da minha esposa? Veremos! — Com um gesto de raiva, rasgou o
papel em mil pedaços.
***
Haviam passado três dias que Geovanna estava no abrigo e ela já
havia se adaptado a rotina. Todas as manhãs as mulheres que moravam ali
tomavam o café e logo depois revezavam em limpar refeitório e a cozinha.
No momento haviam 25 mulheres e 5 crianças, filhos de algumas. Todos os
dias chegavam e iam embora algumas mulheres. O abrigo não era
permanente, quando a mulher conseguia todas as coisas legais, restrições,
divórcio ou até uma reconciliação, elas deixavam o abrigo para viverem suas
vidas. Algumas passavam apenas uma noite e tinham outras que já estavam
ali há um mês. Geovanna não faz a mínima ideia de quanto tempo iria ficar,
mas espera que tudo se resolva e que Luke entenda que ela não quer viver
com ele.
Ela já estava ciente que Luke havia recebido a ordem de restrição e
até agora ele não apareceu, isso significa que ele acatou a ordem ou ainda não
descobriu o endereço do abrigo, porém ela estava tranquila, ele não pode
aparecer ali, caso contrário, será preso. A tarde ela receberá a visita de um
advogado e estava ansiosa, pois ela pretendia pedir para o advogado dar
entrada no divórcio, não queria continuar casada com ele.
A única coisa ruim é que ela não sabia como estava a família, pois
não tinha contato com eles, estava sem nenhum meio de comunicação. —
Espero que eles estejam bem. — Pensou.
— Vamos! — Abigail chamou.
Elas iriam agora para uma sessão em grupo com a psicóloga, será a primeira
vez que ela irá participar.
Chegaram e haviam por volta de 10 mulheres sentadas em círculo,
eram todas recém-chegadas.
— Bom dia, meninas. — Falou a psicóloga.
— Bom dia. — Todas falaram em coro.
— Hoje será a nossa primeira sessão em grupo, por isso para começar sugiro
que todas se apresentem dizendo o nome, se têm filhos e a idade.
Foram levantando uma a uma e se apresentando, Geovanna foi a última.
— Meu nome é Geovanna, tenho 18 anos, sem filhos.
— Geovanna é a mais nova do nosso grupo.
Todas concordaram e ela sentou na cadeira de volta.
— Agora fiquem à vontade para contar suas histórias. Se alguma de você
quiser compartilhar por que veio parar aqui, deve levantar e sentar na cadeira
no centro do círculo. Você pode contar toda a sua história ou uma parte dela.
Falar sobre isso será bom para aliviar e fazer com que vocês se sintam
apoiadas. Todas aqui passaram pela mesma situação. Quem será a primeira?
Todas ficaram em silêncio, com a cabeça baixa. A psicóloga incentivou:
— Coragem, meninas, estamos aqui para ajudar, vamos lá!
Então uma delas levantou, seguiu para o centro do círculo e sentou, todas
olhavam para ela.
— Eu fui agredida e ameaçado pelo meu namorado, ele é usuário de drogas e
me ameaçou de morte.
A mulher começou a contar sua história e logo outras contaram as
suas também, Geovanna ficou de cabeça baixa escutando todos aqueles
relatos e pensando como aqueles homens eram cruéis.
— Mais alguém quer falar?
Todas ficaram em silêncio.
— Geovanna, quer nos contar sua história?
Ela levantou a cabeça e olhou para todas aquelas mulheres que tiveram
coragem de compartilhar seus sofrimentos, então levantou-se e sentou na
cadeira do centro.
— Eu fui obrigada a casar.
— Oh! — Todas exclamaram em coro.
— Havia acabado de completar 18 anos e descobri que teria que casar com
um homem que nunca havia visto na vida, tentei escapar dessa situação, mas
não foi possível, casei e em alguns dias de casamento ele me agrediu.
Geovanna contou toda a história dos três meses que ficou casada com
Luke, a única coisa que ela omitiu foi que o marido era um chefe da máfia
muito perigoso. Quando terminou de contar a sua história, haviam lágrimas
nos olhos daquelas mulheres. Ela levantou-se e sentou no seu lugar. Abigail
segurou forte a sua mão, lhe dando apoio. Ela sentia-se leve.
De tarde Geovanna recebeu a visita do advogado.
— Sou o Dr. Miguel, o advogado que o governo mandou, serei seu
representante legal.
— Prazer, Dr. Miguel.
— Geovanna, eu sou seu amigo aqui, estarei negociando com os advogados
do seu marido. Primeira coisa que quero te perguntar é se você quer entrar
com uma denúncia contra seu marido, a partir daí eu posso mandar seu caso
para o Juiz e esse expedir uma ordem de prisão. Para eu te orientar se será
válido no seu caso, você tem que me dizer quem é seu marido.
— Como assim, Dr.?
— O que ele faz da vida?
— Ele tem empresas.
— Geovanna, isso não é verdade, eu já sei quem é seu marido. O nome dele é
Luke Salvatore e antes mesmo de eu vir aqui falar com você, o advogado dele
entrou em contato comigo. O coração de Geovanna começou a
bater forte. O advogado continuou:
— Você omitiu algo importante, não disse que seu marido é um mafioso, e
pior, ele é chefe da Máfia Salvatore.
— Eu achei que não seria prudente dizer.
— Geovanna, nós não estamos tratando com uma pessoa comum, ele é um
criminoso, não vai jogar limpo, temos que nos prevenir.
— E o que o senhor sugere?
— Vamos entrar com a denúncia, mesmo que ele não fique preso, pois tem
dinheiro para pagar a fiança, ele terá um processo em andamento e o juiz não
vai revogar a ordem de restrição.
— Tudo bem.
— Logo depois podemos entrar com o pedido de divórcio, caso você queira e
um pedido de pensão alimentar.
— Eu não quero pensão nenhuma.
— E como se sustentará quando sair daqui?
— Eu posso trabalhar.
— Tudo bem, se é isso que quer.
O advogado deu todas as orientações a Geovanna e ela fez a denúncia de
cárcere privado, agressão física e estupro.
O advogado foi embora e quando Geovanna foi dormir, ficou
pensando sobre tudo o que estava acontecendo. Luke seria preso, ele não iria
ficar muito tempo na cadeia, ela sabia, provavelmente passaria só uma noite,
mas aquilo a fez sorrir. Só o fato dele passar uma noite na cadeia já a deixava
feliz. Ela dormiu tranquila aquela noite.
CAPÍTULO 23
G eovanna corria, corria como uma desesperada, suas roupas estavam
molhadas, agarradas ao seu corpo, ela sentia muito frio, mas não
podia parar, ele iria pegá-la. Ela escutava os passos dele se
aproximando cada vez mais atrás dela. — Não! Meu Deus! Não o deixe me
alcançar.
Ela continuou correndo como louca até que tropeçou em uma pedra e caiu,
virou-se e se arrastando pelo gramado pediu:
— Por favor, não me machuque.
O homem aproximou-se, sua sombra escura caiu sobre Geovanna, suas mãos
grandes estenderam-se em sua direção, ela fitou seus olhos azuis, frios como
a neve, focando-a com ódio, ele a agarrou com firmeza.
— Nãooooooooooo — Gritou em desespero.
Geovanna acordou em um sobressalto, sua respiração estava acelerada
e seu corpo banhado em suor. Abigail também acordou e acendeu o abajur.
— O que foi?
— Tive um pesadelo.
— Foi com seu ex-marido?
— Sim.
Abigail foi até ela e a abraçou, acalentando-a.
— Vai ficar tudo bem, ele não pode mais lhe fazer mal, você fez o certo em
denunciá-lo.
— Eu tenho medo. — Geovanna disse com a voz embargada pelo choro.
— Shhhh! Tudo ficará bem, foi só um pesadelo.
Abigail ficou abraçada a Geovanna até ela se acalmar, então a deitou de volta
e a cobriu.
— Está melhor?
— Sim, obrigada!
Ela voltou para a sua cama e Geovanna ficou pensando sobre o sonho, tinha
sido tão real. Ela estremeceu, em sua cabeça ecoava as palavras como um
mantra. — Eu fiz a coisa certa, eu fiz a coisa certa, eu fiz a coisa certa...
Ela repetiu isso mentalmente até conseguir pegar no sono. Dormiu e não teve
mais pesadelos.
Na manhã seguinte, ela acordou com o som do alarme anunciando um
novo dia, não havia dormido bem, depois do pesadelo teve um sono agitado,
acordando várias vezes durante a noite.
— Bom dia! — Disse Abigail.
— Bom dia!
— Está com uma aparência péssima, não dormiu bem, né?
— Não, estou com medo, sei que hoje ele estará recebendo a ordem de
prisão.
— E isso é ótimo, ele vai ficar um bom tempo na cadeia por tudo o que fez
com você.
— Ele não vai ficar, pois é rico. É disso que tenho medo, ele pode querer se
vingar.
— Ele não pode chegar perto de você, está na restrição.
— Eu sei, aqui estou protegida, mas quando eu sair daqui?
— Ele não vai fazer nada, estará com um processo enorme, e se for julgado
pegará anos de cadeia, nem com dinheiro se safará.
Geovanna ficou pensativa, Abigail não sabia quem realmente era o
marido dela, por isso pensa que ele ficará com medo ou qualquer coisa assim,
mas ela sabe que ele não vai, o fato dele ser preso o deixará com mais raiva
ainda. — Será preciso que eu suma, mude de identidade e se for preciso até
de país. — Pensou.
Ela começou a fazer planos, pediria para ir embora assim que ele estivesse
preso, ligará para a família para saber onde eles estão e iria para lá. Ainda
tem o cartão dele, caso não tenha bloqueado. Irá roubá-lo de novo, pegaria
uma boa quantia e depois quebraria o cartão, caso o mesmo estivesse
bloqueado ela venderia o anel de noivado, com certeza valia uma fortuna.
Um pouco mais confiante, ela levantou e foi tomar um banho. Ao
terminar foi tomar café da manhã e depois entrou na rotina da organização do
abrigo com as outras mulheres. A manhã passou tranquila e a hora do almoço
chegou. Geovanna estava ajudando a servir as refeições.
À tarde ficou no playground com as crianças, filhos de algumas abrigadas,
ela adorava brincar com elas e sempre haviam crianças novas. Ainda não
havia recebido nenhuma notícia do Luke. Estava ansiosa para saber se tinha
sido preso. Decidiu perguntar para supervisora. Bateu na porta.
— Entra!
— Oi Beatrice, posso falar com você?
— Claro, minha querida, já ia te procurar, tenho novidades sobre o seu caso.
— A mulher a olhou com olhar de tristeza.
— Ele foi preso?
— Na verdade não, ele conseguiu que o Juiz nem expedisse a ordem de
prisão e também fez com que revogasse a ordem restrição, eu sinto muito.
O coração de Geovanna começou a bater acelerado
— Isso quer dizer que ele pode vir aqui e me levar embora?
— Sim.
— Mas vocês falaram que iriam me proteger, que o governo iria me proteger!
— Ela falava desesperada.
— Eu sinto muito, Geovanna, mas o seu marido tem muita influência,
inclusive no governo. Eu nunca vi um caso assim, nós tentamos, mas ele
conseguiu tudo. Porém, nós temos um plano B para seu caso, como te
prometi, nós vamos te proteger, você terá que confiar em nós.
— E qual é?
— Nós vamos te enviar para outro estado, você vai para a Carolina do Norte
e ficará em um lugar isolado. Irá ficar um tempo lá até conseguirmos te tirar
do país. O seu marido vai fazer de tudo para te achar, mas se você sair do
país, ele não vai conseguir te encontrar. Temos que fazer isso hoje. Daqui a
pouco o carro virá te pegar e te levará para o aeroporto, um jato estará te
esperando.
Geovanna ficou olhando para a mulher com olhar turvo pelas lágrimas, ela
não tinha saída, ou fazia isso ou o Luke estaria ali para levá-la. Não queria
nem pensar nisso.
— Vai arrumar suas coisas, a secretária te devolverá seus pertences assim que
você for embora.
— Tudo bem!
Geovanna saiu da sala e correu para o quarto, ela não tinha muita coisa,
somente a roupa que havia chegado, então resolveu vesti-la mesmo. Colocou
o sobretudo e foi procurar a Abigail para despedir-se dela. Encontrou-a
conversando com outras mulheres.
— Oi Geovanna, vai embora?
— Sim, vim me despedir de você.
— O que aconteceu, seu marido foi preso?
— Não, e é por isso que tenho que ir, obrigada por tudo, pela companhia e
paciência.
— Boa sorte!
Elas se abraçaram e todas as outras se despediram dela. Geovanna foi até a
sala da supervisora e bateu.
— Entra!
— Estou pronta!
A mulher se levantou da mesa e com olhar de pena abraçou Geovanna.
— Eu sinto muito, me desculpa, mas eu não tive escolha.
A mulher a soltou e voltou para a sua mesa.
— Vá, a secretária está te esperando com as suas coisas, ela te levará até o
carro.
— Obrigada!
Geovanna saiu da sala da mulher e foi para a recepção, a secretária já
estava esperando.
— Aqui está a sua bolsa com suas coisas pessoais. Eu vou te lavar até a saída,
Vamos!
Elas seguiram para a saída e havia um Mercedes preto parado, se despediu da
secretária e entrou no carro, haviam dois homens, o motorista e um outro
homem que Geovanna deduziu ser um policial, pois estava com ponto no
ouvido por onde recebia ordens, igual os agentes do FBI, e além do mais
estava armado.
As portas se fecharam e o carro começou a movimentar-se. Geovanna
abriu a bolsa para verificar se todas as suas coisas estavam ali e logo sentiu
falta do celular, olhou para trás e percebeu que já estavam um pouco distantes
do abrigo, não daria para voltar. Ela ficou desanimada, queria usar o celular
para falar com a família.
A viagem até o aeroporto foi tranquila e logo que chegaram seguiram
direto para a pista de pouso, ela não precisou apresentar nenhum documento.
O carro parou perto de um jato particular brilhante e grande. O policial abriu
a porta do carro para ela e logo a levou para a entrada da aeronave. Ela subiu
as escadas e o homem a conduziu para uma das poltronas luxuosas, o interior
do avião era estonteante e extremamente confortável. Uma mulher se
apresentou como a comissária de bordo. Ela ofereceu bebida para Geovanna,
porém, ela recusou e pediu somente água. Percebeu que não iria viajar
sozinha, vários agentes entraram no avião e sentaram nas poltronas. Em
seguida escutou o comandante do avião se apresentando e dizendo para todos
sentarem e colocarem os cintos de segurança, já iriam decolar, Geovanna fez
o que ele mandou. Ela estava nervosa. — Será que todos aqueles policiais
estavam ali para garantir sua segurança caso o Luke tentasse alguma coisa?
— Se perguntou.
O avião levantou voo e Nova York ficou para trás. Geovanna resolveu
ler um pouco, haviam algumas revistas. Seus olhos ficaram pesados e ela
acabou pegando no sono. Acordou com um dos policiais a chamando:
— Senhora Salvatore, já iremos pousar, coloque o cinto.
Ela fez o que o homem mandou e então sem demora pousaram no aeroporto
Internacional Charlotte Douglas, na Carolina do Norte. Ela desceu do avião e
percebeu que estava frio, ainda bem que usava um sobretudo.
Desceu as escadas e havia um outro carro a esperando, dessa vez era
um SUV 4x4 preto. A porta já estava aberta para que ela entrasse. O carro
saiu e ela percebeu que mais uma vez não precisou apresentar nenhum
documento. Seguiram para o tráfego. Geovanna olhou através da janela a
cidade de Charlotte, ela nunca havia ido à Carolina Norte, mas estava
achando a cidade linda. O carro começou a se afastar da cidade e entrar na
região das montanhas. Eles seguiram por uma estrada onde havia uma
vegetação bem fechada. Estavam indo para um lugar bem isolado, como disse
a supervisora do abrigo.
Depois de 2 horas eles chegaram no local, era lindo, havia uma
grande cabana de madeira em meio à vegetação e árvores. Geovanna ficou
olhando em volta, surpresa, não esperava um local tão lindo.
— Vamos, senhora. — O Policial falou e a conduziu até a entrada da cabana.
Ele abriu a porta e a fez entrar, logo em seguida saiu e fechou a porta,
Geovanna se voltou e disse:
— Hey! — Ela o chamou, porém o homem entrou no carro e foi embora.
Geovanna ficou sozinha ali no meio da sala, olhou em volta e percebeu que a
cabana era luxuosa e muito aconchegante, ela começou a chamar por
alguém.
— Hey! Tem alguém aqui? Meu nome é Geovanna.
Não houve resposta, parecia que estava sozinha. Deu de ombros e
resolveu olhar em volta, andando pela sala. A lareira estava acessa, o que era
bom, estava frio. Havia uma cozinha com tudo que há de moderno. Tinha
também uma escada que provavelmente levava para os quartos, decidiu não
subir, não sabia se podia fazer isso, provavelmente alguém aparecerá para dar
alguma orientação.
Ela foi em direção à lareira e parou em frente, estava bem quentinho e
aconchegante. Esfregou as mãos e abraçou o próprio corpo. Ficou pensando
na família. — Será que eles estavam bem? — Ela não sabia, porém, pedia a
Deus todos os dias por eles. Seus pensamentos voltaram-se para Luke, como
a vida dela havia mudado por causa dele, estava agora em um outro estado e
provavelmente terá que mudar de país por causa desse casamento descabido.
Ela não entendia por que ele insistia nesse enlace. — Por que ele não fica
com as mulheres dele e a deixa em paz? Não é possível que ele queira tanto
um filho assim, além do mais, ele pode ter filhos com qualquer outra, já que
pelo visto ele não estava interessado em uma esposa, mas no filho.
Ela suspirou fundo para segurar as lágrimas que já queriam descer
pelo seu rosto, não queria chorar, agora tem que pensar em se livrar de uma
vez por todas de Luke Salvatore.
Ficou olhando fixamente para o fogo que crepitava na lareira.
— Geovanna!
O sangue dela gelou na hora que ouviu aquela voz, ela não estava
acreditando, não era possível, a vida não era tão cruel assim com ela.
Geovanna resolveu virar-se já com lágrimas nos olhos. Olhou para ele com os
olhos arregalados. Ele estava parado no meio do cômodo, alto, lindo, vestido
com um suéter preto de gola alta, calça da mesma cor e botas de cano alto.
Seus olhos brilhavam e a focavam com intensidade.
— Luke!? — Exclamou em uma voz vacilante, quase inaudível.
CAPÍTULO 24
O coração de Geovanna batia tão forte que tinha a sensação de que a
qualquer momento iria desmaiar. Luke continuou no mesmo lugar, a
olhando com as mãos nos bolsos da calça, ele não fazia nenhum
movimento para aproximar-se dela, o que a deixava apreensiva. Sua boca
estava seca, não conseguia nem engolir de tão nervosa, porém, decidiu falar:
— Luke eu...
Não conseguiu terminar a fala, ele levantou a mão silenciando-a e moveu-se,
nesse instante ela recuou um passo, o medo tomou conta do seu corpo. Ele
por sua vez, continuou avançando, sentou em uma poltrona e apontando para
outra poltrona na frente dele, disse:
— Senta!
Geovanna com as pernas bambas, foi até o local indicado e sentou, estava
nervosa e realmente precisava sentar.
— Agora se explica, Geovanna. Vamos ver o que a minha linda esposa vai
dizer para me convencer de que não devo matá-la.
Ela o observava apavorada, coração palpitando como louco, porém, em vez
de medo a raiva tomou conta dela. — Como é arrogante, ele estava transando
com outra mulher e acha que eu teria que aceitar isso? Ele era o infiel.
— Você recebeu o vídeo que mandei? Eis o motivo por ter ido embora, não
vou viver com um homem infiel.
Ele riu, mas a maneira como fez a deixou mais amedrontada do que tranquila,
era uma risada cheia de sarcasmo.
— Você acha, Geovanna, que vou acreditar que o fato de eu ter sido "Infiel"
a fez ir embora? É claro que não! Você sabia muito bem que eu teria outras
mulheres, eu sou homem e faço sexo por prazer, você é apenas uma esposa
que não deve questionar as atitudes do marido.
Geovanna ficou indignada com tamanha arrogância e prepotência, e essa
indignação cresceu em proporções assustadoras dentro dela, precisava
colocar aquilo para fora, mesmo que depois sofra as consequências. Ela
levantou-se e com muita raiva vociferou:
— Pois saiba que não vou viver com um homem vil, arrogante e infiel como
você, eu quero viver a minha vida, encontrar outra pessoa que me ame, me
respeite, e não ser vista apenas como uma esposa troféu e reprodutora de um
ser que será tão desprezível quanto você.
Luke também se levantou, ela com lágrimas nos olhos ficou olhando
para ele, sabendo que vai sofrer as consequências por tê-lo desafiado daquela
maneira, seu coração batia forte. Ele aproximou-se dela, ela recuou até onde
pôde. Ele para na frente dela e não a toca.
— Você vai aprender, piccola mia, qual é o seu lugar na minha vida. Vamos
ficar nessa cabana até entender quem manda na sua vida, até compreender
que eu sou o seu dono, até aprender que não tem querer, até você entender
que seu corpo, seus pensamentos e sua alma me pertencem. E juro, piccola
mia, que eu te farei aprender o que é ser a esposa de Luke Salvatore.
Ele se afastou dela, sentou-se na poltrona novamente e a focou com
olhos de aço.
— Estou com fome, e tenho uma esposa linda que irá preparar uma refeição
para o marido, não é, querida? Mas antes de ir para a cozinha, sirva-me a
minha bebida preferida, eu quero exatamente 1/3. Não mais, nem menos que
isso.
Geovanna ficou olhando para ele sem acreditar, ele queria que ela preparasse
uma refeição para ele?
— Está esperando o que, Geovanna? Sirva-me agora.
Ela percorreu a sala com os olhos à procura do local das bebidas, viu um
carrinho com várias. — Qual a bebida preferida dele? Eu não faço ideia. —
Pensou.
Ela foi até o carrinho de bebidas e ficou olhando para todas, então se
voltou para o Luke.
— Eu não sei qual é a sua bebida preferida.
Ele a olhou sério e disse:
— Que esposa é essa que não sabe qual a bebida preferida do marido? Vou
ter que te ensinar tudo mesmo.
Ele levantou e foi na direção do carrinho de bebida, Geovanna se afastou um
pouco. Ele pegou uma garrafa de Whiskey Escocês e praticamente jogou em
cima dela.
— Aprenda, e não se esqueça, 1/3.
Ele voltou para a poltrona e continuou a observando com olhar
mortal. Então, ela foi até o carrinho com lágrimas nos olhos e pegou um
copo. Ela tentou colocar a quantidade que ele pediu, dividiu o copo
mentalmente em três partes e colocou o líquido na altura que ela achava que
seriam 1/3. Com andar vacilante, aproximou-se dele e entregou o copo. Ele
olhou para o copo e em um impulso jogou na lareira o que fez o fogo se
ouriçar. Ela deu um pulo de susto e ele disse com uma voz estrondosa:
— Está errado, porra! Eu disse 1/3 exato, vai fazer de novo.
Ela já chorando foi até o carrinho de bebida e com as mãos trêmulas
tentou colocar a quantidade que ele queria. Ela foi até ele e entregou o copo,
ele olhou com olhar frio e de novo jogou o copo longe, que se espatifou.
Ele levantou-se e pegando em seus braços com violência a arrastou até o
carrinho de bebida dizendo com ódio:
— Você é burra? Eu disse 1/3.
Ele pegou o copo, colocou a bebida e mostrou para ela.
— Assim, sua imbecil, da próxima vez é melhor fazer direito, se não, vão
haver consequências drásticas.
Ele a soltou e ela ficou pensando que a quantidade não era diferente da que
ela havia colocado, ele estava fazendo aquilo somente para humilhá-la.
— Agora vai para a cozinha, espero que pelo menos saiba cozinhar.
Ela seguiu para a cozinha, não sabia cozinhar bem, então ele terá a
pior refeição que já comeu na vida.
Geovanna começou a olhar na geladeira, não havia nada ali, estava vazia, ela
abriu o freezer e também não havia nada. Então abriu os armários e não havia
comida, nem enlatada. Ela ficou confusa, para que ele a mandou preparar
uma refeição se não tinha comida?
Geovanna voltou para a sala e ele estava sentado na mesma poltrona,
com a bebida e fumando um charuto.
— Já está pronto? — Perguntou com sarcasmo.
— Não tem alimento para cozinhar.
Ele a olhou com seu olhar frio e disse:
— Não tem alimento? Que esposa desorganizada é essa que não faz compras
de supermercado? O que uma esposa assim merece?
Ele levantou, Geovanna recuou com medo, ele aproximou-se dela, segurou
em seus braços e a arrastou para a parte de trás da casa. Havia uma área
grande, com pomar, horta. Havia uma granja também com galinhas e ovos.
Ele a levou até lá e disse:
— Eu quero comer frango.
Ela olhou para ele sem entender. — Será que ele quer que eu mate a galinha?
— Se perguntou.
Ele foi até um canto da granja e pegou um facão. Geovanna se assustou.
— Mate!
Ela ficou horrorizada com aquilo, nunca matou nenhum ser vivo na vida,
como iria matar uma galinha? Não sabia nem como fazer, nunca nem tinha
ido ao supermercado comprar frango congelado, quem dirá matar para comer.
— Eu não vou fazer isso, não sei nem como fazer.
Ele impaciente, pegou em sua mão e a fez segurar o facão, foi até o cercado
das galinhas, pegou uma pelo pescoço e trouxe até ela.
— Corta o pescoço dela e deixa sangrar até morrer.
Geovanna se afastou com a faca ainda na mão e disse com voz
embargada pelo choro:
— Eu não vou fazer isso, seu monstro, desumano e insensível.
— Você vai fazer, porra! Corta a garganta da galinha, Geovanna. Agora,
caralho! — Ele falava com voz de ódio, seguindo em sua direção.
Geovanna recuava, fazendo movimento negativo com a cabeça e chorando
muito.
— Não! não! Eu não vou fazer isso. — Ela estava desesperada.
Então, jogou a faca no chão e ficou trêmula olhando para ele. Luke sem
piedade, arrancou a cabeça da galinha com as próprias mãos, a galinha se
debatia nas mãos dele enquanto o sangue jorrava para todos os lados.
Ele olhou para ela com olhar altivo e jogou a galinha no seu colo, ela não a
segurou e a galinha caiu no chão.
— Agora faça, eu quero um jantar hoje.
Ele saiu do local e Geovanna ficou lá, a galinha no chão ainda
agonizando. Ela escorregou até o chão, chorando e ficou assim por um bom
tempo.
Algum tempo havia se passado, Geovanna não fazia a mínima ideia de
quanto tempo ficou ali, mas ela percebeu que a noite estava caindo. Estava
com frio e resolveu sair dali. Ela olhou para a galinha com nojo, a pegou
pelas assas e levou para dentro da casa, ela seguiu para a cozinha e jogou o
bicho na pia. Ela não fazia ideia de como preparar aquilo. — Se pelo menos
tivesse um celular para ver como preparar uma galinha inteira e com penas.
— Pensou.
Ela resolveu ligar a torneira, e começou a lavar a galinha, ela tentava arrancar
as penas, mas era muito difícil, não saía. — Como eles fazem para tirar as
penas?
Nessa hora Luke entrou na cozinha e ela o olhou assustada, ele havia trocado
de roupa, estava muito elegante, os cabelos estavam molhados, parecia que
havia acabado de sair do banho.
— Estou vendo que não vamos ter um jantar hoje.
— Eu não consigo tirar essas penas.
— É claro que não, você precisa jogar água quente para despenar, você não
sabe disso?
— Não, eu não sei.
— Deveria saber.
Ele saiu da cozinha e Geovanna pegou uma panela, encheu de água,
foi até o fogão e ligou o fogo. — Pelo menos estava funcionando. — Pensou.
Ela colocou a água para esquentar e quando já estava fervendo, pegou a
panela e jogou a água na galinha, o cheiro era horrível e ela quase vomitou.
Esperou esfriar um pouco e começou a puxar as penas, algumas saíram com
facilidade e outras não, então, resolveu esquentar mais água. Assim ela o fez,
depois de um longo tempo finalmente havia conseguido tirar as penas
maiores da galinha, porém ainda haviam penugens, mas resolveu deixar pra
lá.
Ela olhou para o bicho e não sabia o que fazer, agora teria que cortar para
tirar os órgãos? Ela não vai conseguir fazer isso, em desespero começou a
chorar e correu até a sala, ela decidiu implorar para ele não exigir que ela
cozinhe aquilo.
— Luke, por favor, eu não consigo, eu não sei fazer.
Luke a olhou, levantou de onde estava, se aproximou dela, a segurou
pelas mãos e a conduziu até a sala de jantar. A mesa estava posta e havia uma
refeição completa, preparada com perfeição. Ela ficou incrédula olhando para
a mesa. — Ele havia feito aquilo tudo somente para humilhá-la, nunca
pretendia comer o que ela cozinhasse.
Luke sentou à mesa e ordenou:
— Sirva-me.
Ela fez o que ele mandou e começou a colocar a comida no prato dele. Havia
bastante variedade, tinha carne e frango, então ela optou pelo frango, não era
o que ele queria comer? Ela colocou o prato na frente dele e se afastou, ele
olhou para o prato e depois para ela.
— Eu não como frango.
O ódio que ela sentiu foi tão grande, que teve vontade de pegar aquele
prato e jogar na cara dele, mas se controlou e em vez de fazer aquilo,
começou a chorar. Em desespero saiu correndo da sala de jantar e foi em
direção à porta, abriu e desceu as escadas da saída, já estava escuro e a
iluminação era precária, mas não se importou, só queria sair dali, não
suportaria mais tanta humilhação. Porém, não conseguiu nem chegar na
metade da escada, Luke a alcançou, pegou em seus cabelos e a puxou de
volta para dentro da casa. Ela gritava de dor e tentava se soltar, no entanto,
não conseguiu. Eles entraram na casa, ele dirigiu-se em direção à escada
ainda a puxando pelos cabelos. Ao chegarem em cima, ele abriu uma porta e
entrou em um quarto, com um empurrão violento a jogou na cama.
Ela imediatamente sentou na cama, com o olhar assustado o observa
despir-se.
— Pelo menos para alguma coisa você serve, tira a roupa agora. — Luke
ordenou.
Respirando irregular, Geovanna não faz nenhum gesto para fazer o que ele
mandou. Com ódio ele avançou sobre ela, pegou em seu pescoço e começou
a apertar.
— Mandei tirar a roupa, não vou repetir.
Com o ar lhe faltando, ela tentou sair do aperto, mas ele estava
completamente transtornado. Com um gesto brusco ele a soltou e ela
começou tirar o casaco, tentando buscar ar e chorando. Tirou toda a roupa e
ficou só de sutiã e calcinha, ele também estava despido. Luke subiu em cima
dela, e com violência arrancou o sutiã e a calcinha de seu corpo, ela tentou
sair, mas ele a prendeu com o corpo, sem preliminares a penetrou com força,
Geovanna arqueou o corpo e ele começou as investidas com violência, não
havia nenhum gesto de carinho naquele ato, ele simplesmente estava a
violentando de maneira brutal.
Geovanna fechou os olhos e só pedia a Deus que aquilo acabasse
logo. Ela sentia o membro dele a rasgando. Depois de minutos que pareceram
uma eternidade, ele gozou. Ela sentiu o corpo dele estremecer em cima dela e
logo as investidas foram diminuindo. Quando ele parou completamente,
tombou sobre o corpo dela e ficou assim até a respiração voltar ao normal, ela
não se moveu, pois ele ainda estava dentro dela.
Quando ele se recuperou, estendeu-se apoiado nos dois braços e ordenou:
— Abre os olhos e olha para mim.
Ela fez o que ele mandou e ficou olhando para ele com os olhos cheios de
medo.
— Você é a minha mulher, será a mãe do meu filho e o seu lugar é aqui,
abaixo de mim. Se eu quiser ter outra mulher, eu terei. E você vai continuar
sendo a minha esposa, e fará exatamente o que uma esposa tem que fazer.
Ele saiu de cima dela, a trouxe para junto dele e a abraçando forte, disse junto
ao seu ouvido:
— Sinta-se sortuda, bambina, porque eu a desejo, a desejo como nunca
desejei uma mulher antes, esse seu corpo delicioso me deixa louco.
Com isso ele começou a beijá-la com paixão. Luke a possuiu por
várias vezes e só parou tarde da noite. Ele dormiu um sono tranquilo,
satisfeito, e ela não conseguia fechar os olhos, só queria sair dali.
Quando teve certeza que ele estava dormindo profundamente, com
muito cuidado saiu do abraço dele. Pé ante pé foi até uma porta que deduziu
ser o banheiro, entrou no cômodo, viu um roupão e o vestiu. Ela saiu e foi até
a porta do quarto, abriu com cuidado, olhou em direção à cama e ele ainda
estava dormindo.
Com muito cuidado saiu e desceu as escadas, foi para a porta e saiu da casa.
Ela começou a andar sem destino, não sabia o que fazer, só queria sair
dali, queria ficar o mais distante possível daquele homem. Foi andando
descalça pela vegetação, o frio estava cortante, seu queixo começou a tremer.
As lágrimas caíam soltas pelo seu rosto. Estava muito escuro, mas continuou
andando até parar em frente à um lago, era um lago grande, a água calma
refletia a luz da lua. Geovanna ficou contemplando aquela água calma e as
lágrimas caindo descontroladamente. Retirou o roupão, começou a correr até
a margem e entrou na água, ela queria se lavar, tirar qualquer vestígio dele de
sua pele. Ela andou para dentro do lago, quando a água chegou na altura de
sua cintura, ela parou. A água estava muito fria, logo resolveu voltar, quando
fez o gesto de saída sentiu uma cãibra muito forte e começou a afundar, não
conseguia nadar, pois uma das pernas estava travada, ela sentia muita dor. No
desespero tentou gritar, mas não conseguiu, ela começou engolir água, muita
água enquanto se debatia. Quando não aguentava mais lutar ela se entregou,
apenas um pensamento na sua cabeça: — Vou morrer.
Nesse momento mãos fortes a seguraram com força, em desespero
começou a se debater, ela lutou com quem a estava segurando e o puxou para
baixo, ambos foram para o fundo e Geovanna engoliu muita água. Ele
conseguiu a segurar de novo e a puxou para a margem, ele saiu da água com
ela no colo, ela estava desacordada. Luke a colocou no chão e começou a
fazer a massagem cardíaca.
— Geovanna, amore mio, reage por favor.
Ele fez a respiração boca a boca e ela ainda continuou desacordada.
— Geovanna, eu te amo. Por favor reaja, meu amor, não me deixa.
Ele continuou fazendo a massagem cardíaca nela e de repente ela começou a
tossir e soltar água pela boca, ele a virou de lado e ela colocou para fora toda
a água que estava em seu esôfago.
Quando ela parou de tossir ele a virou e perguntou:
— O que você estava tentando fazer? Você não estava...
Ele não completou a frase ela percebeu que ele pensou que queria se matar e
querendo feri-lo assim como ele a feriu, disse com a voz ressentida:
— É isso mesmo, eu queria me matar, eu prefiro morrer do que viver com
você.
Ele a olhou chocado e se afastou dela como se tivesse levado um golpe. Ela
então sentou-se e se abraçou, tremendo de frio.
Ele olhou para ela, pegou o roupão que estava ali perto e envolveu em
seu corpo, a pegou no colo e seguiu para a cabana. Ela não fez nada para
impedi-lo. Quando chegaram dentro da cabana, ele a fez sentar em uma
poltrona em frente à lareira. Ela tremia como vara verde. Luke foi até o
carrinho de bebida e colocou uma dose de conhaque, entregando para ela em
seguida, Geovanna pegou o copo com as mãos trêmulas e levou à boca, no
primeiro gole ela começou a tossir.
— Eu não bebo.
Fez o gesto para entregar o copo para ele, porém, ele disse:
— Te fará bem, beba.
— Eu disse que não bebo, não quero.
Luke então, pegou o copo e saiu para a cozinha, voltou com uma xícara de
chá.
Ela pegou e ficou bebericando, ele se serviu de um copo generoso de
conhaque e sentou na poltrona em frente a dela. Eles ficaram assim, cada um
imerso em seus pensamentos mais sombrios.
CAPÍTULO 25
G eovanna acordou com dores no corpo, parecia que havia passado um
trator em cima dela. Estava com dor de cabeça, a boca seca e com
dificuldade para levantar. Olhou em volta e percebeu que estava no
mesmo quarto que Luke a levou na noite anterior, ele não estava na cama, o
que a deixou aliviada. Não lembrava muito bem o que aconteceu depois que
Luke a deixou na poltrona em frente à lareira, provavelmente pegou no sono,
não lembrava de ele a ter colocado na cama. Percebeu que estava com uma
camisola, mas sem roupas íntimas.
Suspirando profundamente, começou a levantar-se, saiu da cama e foi
até o banheiro. Havia um box com chuveiro, não era luxuoso, mas bem
aconchegante, com tudo que era necessário. Ela ligou a ducha e tomou um
banho, sentiu-se melhor depois de se lavar. Se enrolou em uma toalha e
voltou para o quarto, não tinha roupas para vestir. Olhou em volta e viu um
armário, decidiu abri-lo, para sua surpresa tinham várias roupas dela, possuía
também peças íntimas. Pegou uma calça, um suéter e vestiu. Ajeitou os
cabelos em um coque, seu couro cabeludo estava dolorido por ter sido
arrastada pelos cabelos na noite passada. Ela estremeceu só de pensar no que
passou nas mãos dele.
Resolveu sair do quarto e desceu as escadas apreensiva, ela não fazia
ideia de onde ele estava ou o que estava fazendo. Olhou em volta e não havia
sinal dele. Foi até a cozinha e viu que havia comida, muita comida. Ela
voltou para sala e percebeu que havia uma janela que dava para os fundos,
chegou perto e olhou pela fresta da cortina. Ela o viu, ele estava cortando
lenha, seus braços musculosos a mostra, pois havia arregaçado as mangas do
suéter que estava usando. Ele cortava a madeira em golpes precisos, parecia
que sempre fez isso na vida.
De repente ele parou e olhou em direção a casa, imediatamente ela
fechou a cortina e se afastou. Seu coração começou bater a mil. Não sabia
como agir, o medo dela era forte com relação a ele. Ela dirigiu-se até o sofá e
sentou, se encolhendo toda. Depois de alguns minutos, escutou barulho de
madeira sendo colocada em algum lugar, ele deve estar guardando a lenha no
depósito.
A porta abriu e ele entrou na casa, ela escutou seus passos vindo em
direção a sala, ficou tensa, seus olhos focaram a porta, ele entrou no recinto e
a encarou fixamente. Eles ficaram se encarando, a tensão no ar
era quase cortante, então ele resolveu cortar o gelo:
— Bom dia!
— Bom dia! — Ela disse em um sussurro.
Ele seguiu para a cozinha, Geovanna começou a escutar barulho de
louças e logo o aroma de café fresco e ovos chegou às suas narinas. — Ele
estava preparando o café da manhã? — Se perguntou.
Algum tempo depois ele entrou na sala com dois pratos nas mãos e seguiu
para a sala de jantar. Ele voltou e anunciou:
— Café da manhã. — Ele virou-se e voltou para a cozinha, Geovanna
confusa, decidiu ir até a sala de jantar e ficou em pé olhando para a mesa. Ele
chega, indica a cadeira dela, ela senta e fica olhando para o prato, havia ovos
mexidos, pão e morangos. Ele havia trazido café e suco de laranja também.
— Come.
Luke começou a comer e ela fez o mesmo, eles comeram em silêncio,
Geovanna estava achando estranho aquela atitude dele, o medo dela era que
ele voltasse a maltratá-la. Quando terminaram, ele levantou-se e recolheu os
pratos. Ela também levantou e voltou para a sala. Depois que Luke havia
arrumado as coisas na cozinha ele entrou na sala e ficou olhando para ela,
aproximou-se e ela instintivamente deu um pulo assustada, Luke parou e
fechou os punhos, ela percebeu que ele estava tentando se controlar. Com
uma voz forte ele disse:
— Senta, Geovanna. Precisamos conversar.
Ela fez o que ele mandou e Luke sentou-se à sua frente.
— Eu quero me desculpar por ontem, eu perdi o controle, não queria te
machucar, mas foi mais forte do que eu. Você me... — Ele parou de falar
como se tivesse buscando as palavras, então continuou:
— Você me desconcerta, Geovanna e eu não sei como agir, você me desafia,
faz coisas que ninguém teria coragem de fazer.
Ele baixou a cabeça como que derrotado e Geovanna ficou sem saber o que
fazer, ele estava pedindo desculpas, será que ela o perdoaria? Ela não pode,
ela não consegue.
Ele levantou a cabeça novamente, olhou para ela com os olhos brilhando, e
não era de ódio, eram lágrimas, ele estava chorando.
— Quando você disse que preferia morrer do que viver comigo, eu entendi
que tudo que fiz havia te magoado profundamente.
Luke fez um gesto para pegar em suas mãos, porém, ela as afastou, não
queria que ele a tocasse. Ele ficou olhando para ela enquanto levantava,
andou pela sala e disse:
— Vamos ter uma nevasca, não poderemos ir para casa nos próximos dias.
Ele virou-se e saiu, Geovanna ficou olhando para a porta sem
acreditar, ele realmente havia pedido desculpas, ele realmente estava
arrependido de tudo que tinha feito? Ela não acreditava nisso, provavelmente
é mais um jogo dele. Logo ele voltaria a ser o monstro que sempre foi.
Suspirando, resolveu subir para o quarto, não tinha nada que ela pudesse
fazer.
Acabou pegando no sono e acordou com o vento forte lá fora, ela
olhou através da janela e os flocos de neve caiam, deixando tudo branco em
sua volta. Ela levantou-se e desceu. — Onde está Luke? Ela olhou na
cozinha, sala, sala de jantar e nada. Viu uma porta, então resolveu verificar,
ela bateu e não obteve resposta, resolveu entrar, ele estava lá, sentado em
uma mesa com as pernas em cima da mesma, ele estava com os olhos
fechados, ela reparou que havia um laptop e outras coisas de tecnologia.
— Luke. — Chamou.
Ele ainda com os olhos fechados, disse:
— O que você quer?
— Já começou a nevar.
— Eu sei!
O clima estava muito pesado entre eles ,Geovanna voltou para a sala e sentou
no sofá, ficou observando o fogo que crepitava na lareira. Seu estômago
roncou, estava com fome, mas não sabia se podia ir na cozinha preparar
alguma coisa.
Os minutos passavam e Luke não saía daquele cômodo, então
resolveu ir até a cozinha, tinha que comer alguma coisa. O vento lá fora
estava forte e a neve já havia coberto tudo, não dava para ver mais nada a não
ser o lençol branco estendido pela relva. Geovanna chegou na cozinha e abriu
a geladeira, havia bastante comida, diferente do dia anterior, ela pegou alguns
legumes, pensou em fazer uma sopa. Os armários também estavam
abastecidos. Ela começou a cortar os legumes, não era muito boa na cozinha
pois nunca precisou preparar a própria refeição, mas ela era capaz de fazer
uma sopa desde que não precisasse matar algum animal para fazê-lo.
Estava distraída e não percebeu a presença de Luke na cozinha, só percebeu
quando ele a abraçou por trás e a beijou nos cabelos, imediatamente ela
virou-se, desvencilhou-se do abraço e foi para a outra ponta da cozinha.
— Não me toque!
— Geovanna, por favor... — Ela o cortou.
— Não! Eu não quero ouvir as suas desculpas, não quero ouvir nada vindo de
você. Eu não acredito em nada que você diz, quero a minha vida de volta,
longe de você. Eu te odeio! te odeio! Me deixa em paz!
Ela disse tudo isso gritando e chorando ao mesmo tempo. Em um impulso
joga na pia a faca que estava segurando, sai da cozinha correndo e sobe as
escadas. Ela entra no quarto e tranca a porta. As lágrimas descem soltas. Se
jogando na cama ela se encolhe em posição fetal. Luke começa a bater na
porta tentando abri-la.
— Geovanna, abre a porta.
Ele força a maçaneta tentando abrir e começa a dar murros na porta o que
deixa Geovanna assustada.
— Abre a porra dessa porta, Geovanna, agora! — Ele esbravejou.
Ela não fez nada para abrir, então ele parou de bater e ela só escutou o
barulho do vento lá fora. Alguns segundos se passaram e ela ouve um
estrondo forte, a porta se abriu em um rompente. Ela sentou na cama
assustada e olhou para ele, que parecia transtornado. Ele avança para ela e a
segura, ela tenta sair, mas ele impede a abraçando, estreitando-a em seus
braços.
— Não!
Ela luta com ele, mas como sempre ele é mais forte e a domina com
facilidade. Ele a olha com os olhos cheios de desejo e a beija. Ele a toma
como um homem sedento no deserto ao encontrar um oásis. O beijo é tão
intenso que ela perde o fôlego, o raciocínio e as forças. Ela cede. Percebendo
que ela havia parado de lutar, ele afrouxa o abraço e diz entre beijos:
— Por favor, Geovanna, me perdoa! Me deixa mostrar para você que tudo
pode ser maravilhoso entre nós, eu a desejo demais, a quero demais. O que
você quer para me perdoar? Eu te dou, faço qualquer coisa para ter o seu
perdão, Piccola mia, é só me dizer.
Ela o empurrou com força e levantou da cama. Olhando para ele e com muita
mágoa disse:
— A única coisa que você pode fazer para que um dia eu pense em te
perdoar, é me dando o divórcio. — Ela fez uma pequena pausa e continuou:
— Eu quero o divórcio, não quero continuar casada com você e nunca mais
quero que chegue perto de mim.
Ele a olhou com um olhar mortal. O coração de Geovanna gelou.
CAPÍTULO 26
L uke levantou-se da cama, andou até onde ela estava, a olhou com seu
olhar cortante e disse com uma voz ameaçadora:
— Eu nunca te darei o divórcio, você é minha e nenhum homem tocará
em você enquanto eu viver. Eu vou te deixar em paz como me pediu tão
gentilmente, porém se daqui a um mês não tiver uma criança em seu ventre é
bom se preparar para me receber na sua cama até que você conceba uma.
Ao terminar de falar, ele saiu do cômodo deixando Geovanna ali,
triste e sem esperanças de se ver livre dele. O coração dela doía de desespero.
— Por quê? Ela não entende, ele não a ama, não sente nada por ela, talvez
atração sexual, mas isso ele pode encontrar em qualquer mulher.
Ela não sabia o que pensar, se queria estar grávida ou não. O destino
que ela vislumbra é tão cruel, que a fez chorar lágrimas grossas de dor e
sofrimento.
***
Luke estava muito puto, a vontade dele era de esganar a Geovanna.
— Essa garota me deixa louco, porra! Eu quero amá-la e ao mesmo tempo
matá-la. O fato dela quase tirar a própria vida me abalou, eu não esperava
isso dela e quase me entreguei a esse sentimento que insiste em surgir dentro
de mim. Caralho! Eu não vou deixá-la me dominar, mas também não posso
arriscar que ela tente contra a própria vida de novo, tenho que pensar em
uma maneira de deixá-la mansinha.
Ele senta atrás da mesa do pequeno escritório e fica olhando para o
nada. Ele pensa e chega a uma conclusão. — Vou deixar a mãe dela morar
conosco, assim lhe faz companhia e tira essas ideias suicidas da cabeça dela.
Tem uma casa menor para hóspedes na mansão, a mãe dela pode morar lá.
Porém tenho que me livrar do pai dela, ela vai sofrer por um tempo, mas
logo se recuperará. Ao Fabrício, devolvo o cargo que ele tinha antes e ele
mora sozinho em outro lugar, talvez devolva a casa que eles moravam.
Luke pegou o celular e fez uma chamada.
— Luke, o que manda?
— Como está o pai da Geovanna, Marco?
— Muito mal, está no CTI, depois que os achamos ele teve outro infarto. A
Geovanna não sabe que ele está doente, a mãe escondeu dela.
— Eu sei, ela não falou nada e parece estar totalmente ignorante sobre esse
fato.
— Como a Geovanna está?
— Não te liguei para falar da minha mulher. Tenho uma missão para você.
— Manda.
— Você vai dar um jeito de acelerar a passagem do pai dela dessa vida.
— Por quê?
— Não pergunte, apenas faça. Vá até o hospital, pague alguém para acelerar a
morte dele, amanhã eu quero a notícia de que ele foi para o inferno.
— Luke, a Geovanna vai ficar arrasada.
— Foda-se! Ele vai morrer mesmo, só estamos dando uma ajudinha ao
destino. Além do mais ela vai se recuperar, daqui a pouco terá coisas mais
importantes para pensar, nosso filho!
— Ela está grávida?
— Espero que sim.
— E a Suzette? Ainda está agonizando no galpão depois que você a
espancou.
— Essa vaca ainda não morreu? Termina o serviço, porra, o que está
esperando? Não quero encontrar nenhum vestígio dessa puta na minha
propriedade.
— Okay! Você que manda.
Luke desligou o celular com um olhar diabólico.
***
Horas se passaram, Geovanna não havia comido nada a não ser o café
da manhã, seu estômago gritava de fome. A noite já havia caído e ela
resolveu levantar-se da cama, ficara ali chorando todo aquele tempo e não
encontrara uma saída para sua situação. Ela olhou a janela e reparou que a
nevasca havia cessado, estava escuro, porém ela pôde ver que não nevava
mais.
Ela foi até a cozinha, resolveu preparar um sanduíche e beber um
copo de leite, não viu Luke em lugar nenhum. — Talvez esteja dentro
daquele cômodo, não me importo, que ele fique lá para sempre. — Pensou.
Ao terminar de comer, subiu e fez a higiene noturna, deitou na cama e
dormiu, estava cansada tanto fisicamente como emocionalmente. Logo pegou
no sono.
A manhã estava fria, havia muita neve, porém o sol apareceu. Eles
estavam ilhados ali, não daria para ir a lugar nenhum com o tanto de neve que
havia acumulado. Luke jogou sal na escada da frente e na parte de trás da
casa para derreter a neve que impedia as entradas, depois limpou um pouco
com a pá. Geovanna reparou que havia uma pickup cinza estacionada ali
próximo, provavelmente era do Luke. Ele também havia removido o gelo do
carro.
Geovanna foi para a cozinha preparar o café da manhã enquanto Luke
trabalhava no quintal. O clima entre eles ainda estava pesado, ele não falou
com ela e ela também não fez nenhuma questão de falar com ele. Ela
preparou o café da manhã e sentou para comer, não chamou ele, se ele quiser
comer que se vire sozinho.
Luke entrou na casa e nem olhou para ela, seguiu direto para aquele
escritório e se trancou lá, Geovanna deu de ombros e continuou comendo.
O dia passava lentamente, ela não tinha nada para fazer, só ficou sentada
perto da lareira, pensando em sua situação. Ela queria tanto saber da família.
— Será que Luke os encontrou igual encontrou ela? — Se perguntou.
Ela estava com seus pensamentos e de repente escutou o barulho de
motor de um trator, ela foi até a janela e viu o limpador de neve. Eles estavam
limpando uma área grande, parecia um campo. Havia outro limpador de neve
abrindo caminho entre a cabana e o local que parecia um campo. Geovanna
resolveu voltar e ficou pensativa. — Será que estão limpando para dar
passagem para eles irem embora? Ela não sabia.
As horas foram passando e Geovanna acabou adormecendo no sofá,
acordou com um barulho de helicóptero, ela levantou, correu para a porta e
viu a aeronave brilhante pousar no campo que haviam aberto. Ela resolveu
perguntar para Luke se o helicóptero estava ali para que eles fossem
embora. Ela virou-se e deu de encontro com o corpo musculoso de Luke, ele
estava atrás dela. Segurando-a, disse:
— Vem cá!
Ela o seguiu até o sofá e sentou, ele fez o mesmo.
Geovanna logo perguntou:
— Nós vamos embora?
— Sim, aconteceu uma coisa e eu preciso que você esteja preparada e seja
forte.
O coração dela começou a bater forte, ela tinha certeza que era alguma coisa
com a família dela.
— O que aconteceu?
— É seu pai, ele teve um infarto e morreu. Eu sinto muito.
Geovanna começou a respirar acelerado. — Meu pai morreu? Ele teve
um infarto? Como? Eu nem sabia que ele estava doente. — As lágrimas
começaram a descer pelo rosto dela.
— Não! Não! Meu pai, meu pai não. — Ela diz essas palavras, desesperada.
Luke a segura e a abraça com força.
— Calma, meu anjo. Você precisa ser forte.
— Você os encontrou. Você encontrou a minha família.
— Isso não vem ao caso agora, sua mãe e seu irmão precisam de você.
Ele a abraçou, e Geovanna chorou em seus braços até não ter mais
lágrimas. Quando ela estava mais calma, Luke disse:
— Precisamos ir agora, antes que escureça. Pegue a sua bolsa e casaco,
coloque uma bota, vamos partir em poucos minutos.
Sem ânimo, ela levantou e fez o que ele mandou. Subiu até o quarto e
encontrou no armário um casaco de inverno impermeável preto e botas para
neve. Vestiu-se, colocou um gorro na cabeça e luvas. Seus olhos estavam
inchados, mas ela não fez nada para melhorar a aparência, só queria chegar
em Nova York o quanto antes para abraçar a mãe, o irmão e despedir-se do
pai.
Ela desceu as escadas e encontrou Luke a esperando, ele também
estava vestido com roupas de inverno.
— Vamos!
Ele estendeu a mão e ela a segurou, eles seguiram pelo caminho que o trator
havia aberto até o helicóptero.
Geovanna olhava pela janela do jato, já estavam quase chegando em
New York, o helicóptero havia os levado até o aeroporto, de lá eles
embarcaram no jato particular de Luke, ela deveria ter desconfiado que
aquele avião luxuoso era dele.
Pousaram, e já havia um carro na pista de pouso os esperando, eles
entraram e logo o carro seguiu para o tráfego. Depois de algum tempo o carro
pegou a autoestrada, Geovanna olha para o Luke e pergunta:
— Não vamos para o hospital?
— Não! Vamos para casa.
— Mas eu quero ir para o hospital, minha mãe e meu irmão devem estar lá.
— Eles não estão.
— O que você fez com eles?
— Você acha que fiz alguma coisa com eles?
— De você eu espero tudo.
— Está com a língua muito afiada, linda esposa, nem parece que acabou de
perder o pai.
Ela virou o rosto e começou a chorar, ele por sua vez, suspirou forte e
a abraçou.
— Desculpa, meu anjo, eu sei como está sendo difícil para você. Sua mãe e
seu irmão estão lá em casa te esperando.
Ela desfez o abraço e o olhou surpresa.
— Você está falando sério?
— Sim, estou.
Ela ficou sem graça e resolveu desculpar-se.
— Desculpa, eu não deveria ter falado assim com você.
— Não tem problema, eu entendo.
— Obrigada.
Ele voltou a abraçá-la, e de seus lábios saiu um sorriso de vitória.
Depois de uma longa viagem de carro, eles chegam à mansão. A
governanta abre a porta para eles e imediatamente os conduz até a sala de
estar, onde estão sua mãe, seu irmão e Marco. Geovanna sem demora corre
para os braços da mãe e as duas choram, logo depois o Fabrício também as
abraça e ficam assim por alguns minutos. Luke fica olhando a cena com cara
de desdém. Marco olha para ele, mas logo desvia o olhar. — O cara não tem
nenhum sentimento. — Pensa.
Os três desfizeram o abraço e Geovanna olhou na direção do Marco,
esse a olhou fixamente. Ela lembrou de sua ajuda e jamais abrirá a boca para
entregá-lo, ela tentou deixar isso bem claro em seu olhar. Ela parou de olhá-
lo e virou-se na direção de Luke, ele estava sério, com a testa franzida. —
Será que ele percebeu alguma coisa entre Marco e eu? — Se perguntou.
Luke levantou-se e virando para Marco, disse:
— Vamos, Marco.
Ele aproximou-se de Geovanna e lhe deu um selinho.
— Estou no escritório, qualquer coisa é só chamar.
Ela assentiu e ele seguiu para o escritório, juntamente com Marco.
A mãe e Fabrício perguntaram juntos:
— Vocês estão bem?
— Sim e não, é complicado.
— Ele te fez algum mal? — Fabrício perguntou.
— Não vamos falar sobre a minha vida, me digam o que aconteceu com o
papai.
— Seu pai estava doente, ele teve um infarto, mas eu não te contei para não a
preocupar.
— Ele teve outro infarto depois que o Luke achou vocês?
— Na verdade ele não teve um outro infarto, ele teve uma recaída por causa
do stress, então tivemos que interná-lo, foi o Marco que fez tudo, porém ele
teve uma complicação e foi para o CTI, mas ontem antes dele morrer o
médico havia me dito que ele tinha uma chance de ficar bem, mas Deus o
levou.
A mãe começou a chorar e Geovanna a abraçou forte, Fabrício ficou
em um canto da sala de cabeça baixa.
Dois dias depois todos estavam no funeral do pai da Geovanna. A
despedida foi muito emocionante. Luke ficou do lado dela, lhe dando apoio.
Com o tempo a rotina dela voltou. E para sua felicidade, Luke
convidou a mãe para morar com eles na casa de hóspedes, Geovanna ficou
tão feliz que não cabia em si. Fabrício voltou a trabalhar na máfia do Luke,
porém ele queria ser um soldado e foi trabalhar junto com Marco.
Luke não dormia no mesmo quarto que Geovanna e nem aparecia.
Como havia prometido, ele não a tocaria durante 1 mês. Ela não se importou,
torcia para que estivesse grávida, assim ele não precisaria tocá-la nunca mais.
Provavelmente ele está com as mulheres dele e não vai sentir falta dela.
CAPÍTULO 27
G eovanna e a mãe estavam tomando café da manhã na casa de
hóspedes, a mãe de Geovanna apesar de estar morando na
propriedade, não tinha livre acesso. Luke impôs algumas regras, e
uma delas é que ela não faria as refeições junto com eles. Ele também impôs
que quando estivesse em casa, a mãe não podia ficar na mansão, teria que se
recolher para sua casa. Geovanna não ligou, se a mãe não tinha livre acesso à
mansão, então ela iria passar a maior parte do tempo na casa dela.
— Aqui é tão bonito, filha.
— É sim, você já viu o pomar? É maravilhoso.
— Ainda não, mas você pode me levar lá depois.
Elas voltaram a comer em silêncio, depois de alguns minutos a mãe quebrou
o silêncio:
— Geovanna, o que aconteceu quando o Luke te encontrou?
Ela ficou tensa.
— Não quero falar sobre isso, mãe.
— Geovanna, eu quero te ajudar, você sabe que pode se abrir comigo.
— Eu sei, mãe, e fico agradecida por ter você aqui para me dar apoio.
— Sempre estarei com você, filha. Quando quiser desabafar pode contar
comigo.
— Obrigada.
As duas terminaram de tomar o café da manhã e Geovanna mostrou a
propriedade para a mãe. Elas foram no pomar e colheram frutas. A casa de
hóspedes era completamente independente da casa principal, tinha uma
cozinha equipada com tudo que era necessário, aonde a mãe podia preparar a
própria refeição.
O celular dela vibrou, ela olhou para a tela e era o Luke, ele havia lhe dado
outro aparelho de celular, Geovanna suspirou, não queria falar com ele.
A mãe a olhou e perguntou:
— É o Luke?
— Sim.
— Não vai atender?
— Ele sabe que estou aqui, por que ele fica me ligando?
— Geovanna, atende.
O celular parou de vibrar, não demorou muito, começou a vibrar se novo.
— Atende!
— Alô!
— Vem pra casa agora. — A voz de Luke expressava raiva.
Ele não a deixou falar nada, simplesmente desligou o celular, ela ficou
olhando o aparelho.
— Eu tenho que ir.
A mãe a olhou alarmada.
— Se cuida!
Ela saiu apressada da casa, era melhor ir logo, antes que ele viesse
atrás dela e a arrastasse pelos cabelos, como fez quando estavam na cabana.
Enquanto Geovanna andava pelo caminho que dava até a mansão, ela viu
vários carros pretos seguindo pela estrada, resolveu abaixar em um arbusto e
olhar. Os carros pararam em frente à um lugar como um galpão, Geovanna
nunca havia ido lá pois era afastado da casa, mas como a casa de hóspedes
também era um pouco afastada da casa principal ela conseguia ver o local. Os
carros pararam e ela viu que vários soldados do Luke tiraram alguém de
dentro, havia um capuz na cabeça da pessoa. Geovanna ficou assustada e
resolveu sair dali rápido, ela correu até a casa e entrou pelos fundos.
Ela andou até a sala, nervosa. Ficou pensando sobre o que viu. —
Será que eles haviam sequestrado alguém?
A governanta apareceu de repente e ela deu um sobressalto.
— Desculpe-me, senhora, por tê-la assustado.
— Tudo bem, Hillary.
— O que a cozinheira deve preparar para o jantar, senhora?
Geovanna achou estranho ela perguntar, pois deu carta branca para a
governanta mandar preparar o quisesse. A governanta reparando sua dúvida,
disse:
— Foram ordens do senhor Salvatore, ele disse que a partir de hoje quem
decide sobre as refeições é a Senhora.
— Ah!
Ela pensou um pouco e disse:
— Vocês têm frango?
— Sim senhora.
— Prepara um frango a caçarola, eu acho que meu marido gosta de frango,
não é?
— Perfeitamente, senhora. Com licença.
Ela ficou olhando a governanta se afastar e deu um sorriso sapeca,
saindo em seguida para procurar o louco do marido. — Deve estar no
escritório. — Pensou.
Então seguiu naquela direção. Quando estava chegando perto, ela percebeu
que a porta estava aberta e Luke falava com alguém.
— Já a pegaram?
— Sim, ela já está no galpão. — A voz era do Marco.
— Ótimo! Agora vamos ver se o velho não vai começar a ceder. Torture a
mulher, mas não a machuque o suficiente para matá-la, deixe-a consciente.
— Okay!
— Agora vai, vou ligar para a Geovanna de novo, ela insiste em me
desobedecer.
Marco saiu do cômodo e Geovanna imediatamente fingiu que estava
chegando no mesmo momento, ele parou quando a viu e os dois ficaram se
encarando. O celular dela começou a vibrar. Marco moveu-se e passou por
ela.
— Com licença, senhora.
Ela ficou olhando ele afastar-se até desaparecer, então resolveu entrar no
escritório. Luke estava sentado e com o celular no ouvido.
— Estou aqui, Luke.
Ele olhou na direção dela e desligou o celular.
— Quantas vezes tenho que te ligar para você vir para casa?
— Eu estava com a minha mãe.
— Eu sei perfeitamente onde você estava, não sai mais de lá.
— Então por que fica me ligando? Eu não sabia que você estaria em casa
cedo hoje.
— Tinha assuntos para resolver aqui.
— Posso ir para meu quarto?
— Não! Quero saber se já fez um teste de gravidez.
Ela gelou e olhou para ele com os olhos arregalados.
— Não passou um mês ainda.
— Sei disso, mas você pode ter engravidado antes do dia na cabana, ou não?
— Eu não sei.
— Então pronto! Vá fazer o teste!
— Eu não tenho nenhum aqui.
— Manda a sua mãe sair para comprar um.
— Eu posso ir com ela?
— Não! Não confio mais em você.
— Por favor, Luke, você não me deixa sair pra nenhum lugar.
— Por sua culpa, Geovanna, você escolheu assim no momento que decidiu
fazer mais uma de suas gracinhas.
Geovanna baixou a cabeça e ficou pensando como ele descobriu onde
encontrá-la tão rápido, então resolveu perguntar:
— Como você me achou tão rápido?
Ele riu com sarcasmo.
— Que pergunta idiota, amore mio, é claro que eu iria achá-la rápido, Edward
te achou no mesmo dia, porém ele só conseguiu ajeitar as coisas dois dias
depois. Você pensou que o governo iria te proteger? Não, não de mim. Com
uma boa dose de dinheiro e algumas ameaças eu tive você de volta de
bandeja.
Ela ficou olhando para ele com os olhos minados de lágrimas, então
resolveu perguntar:
— Por quê?
Ele a olhou intensamente, levantou-se e foi em sua direção. A pegou pelos
braços e a fez levantar-se, ela ficou olhando para ele hipnotizada.
Ele a abraçou e a fez sentir seu membro, que já estava ereto.
— Por isso, por desejá-la ardentemente. Sente como fico só de olhar para
você.
— É só sexo.
— Não é só sexo com você, é muito mais que isso. É algo que não sei
explicar, só sentir.
Ela baixou a cabeça e com um fio de voz, perguntou:
— Por que você é tão violento comigo?
Ele segurou o queixo dela e a fez olhar para ele.
— Porque você me provoca, me desafia e resiste a mim. Você insiste em não
entender que você é minha, e nada vai nos separar.
— Você não pode forçar as pessoas a aceitá-lo...
Ele a cortou:
— Eu posso, e farei. Se você não me aceitar por bem, vai me aceitar por mal,
eu não me importo, contando que você esteja aonde uma esposa tem que
estar.
Geovanna com raiva, tentou soltar-se do abraço dele, porém ele a
dominou, a jogou sob a mesa e a beijou com violência, ela tentou sair, mas
não conseguia e cada vez que ela tentava sair, com mais intensidade ela a
beijava. Quando ela começou a parar de resistir, ele a soltou e disse com uma
voz alterada:
— Sai daqui, vai para seu quarto antes que eu perca a cabeça com você.
Ela sem demora, correu para o quarto em prantos. Ao chegar no cômodo,
trancou a porta e deitou na cama.
Luke ficou no escritório com muita raiva, ele não queria brigar com
ela, mas sempre acabavam brigando.
— Droga! — esbravejou.
Ele saiu do escritório e resolveu ir até o galpão fazer uma visitinha à
prisioneira e entrar em contato com o pai dela.
Depois de algum tempo, Geovanna levantou e resolveu tomar um
banho, precisava arrumar-se para o jantar. Luke insistia que o jantar
fosse formal. Ao terminar, vestiu uma roupa confortável, não estava a fim de
se arrumar. Ela olhou as horas e eram 7 da noite, o jantar era servido às 8
horas. Então sentou em uma poltrona, colocou o fone de ouvido e ficou
ouvido música. Ela colocou a sinfonia de Tchaikovsky do clássico Lago dos
cisnes e com os olhos fechados ficou se imaginado dançando para uma
plateia.
Se quiserem assistir um trecho do Lago dos cisnes ballet clássico na
mídia abaixo.
Faltavam cinco minutos para às oito e ela desceu para o jantar,
seguiu direto para a sala de chá, Luke ficava esperando a hora do jantar ali,
geralmente com uma bebida e fumando aquele charuto que ela odiava. Ela
entrou na sala e ele estava sentado na poltrona perto da lareira. Ele olhou o
relógio de pulso.
— Está atrasada.
— Faltam cinco minutos para as oito.
— Você sabe que gosto de ficar aqui e que você me faça companhia até a
hora do jantar.
— Não gosto do cheiro de seu charuto, me causa náuseas.
— É mesmo? Deve ser porque está grávida.
— Seria bom mesmo se seu estivesse, pelo menos não precisaria suportar
você me tocando.
Luke apagou o charuto no cinzeiro com violência, Geovanna ficou olhando
para ele com os olhos arregalados. — Droga! Pra que fui falar isso? —
Pensou.
Ele levantou-se com os punhos fechados, as narinas dilatadas e com
os olhos em chamas de ódio, avançou em sua direção, ela tinha certeza que ia
apanhar naquele momento. Pra se defender, levanta os braços protegendo o
rosto, se encolheu na poltrona e falou com voz suplicante:
— Desculpa, eu não queria falar isso.
Luke com raiva, parou a centímetros e fez o gesto como se fosse dar um soco
nela, mas desistiu ao vê-la suplicando. Ele fechou os olhos tentando se
controlar e disse:
— Vamos jantar, Geovanna, antes que eu perca a paciência com você.
Ela levantou-se apressada e começou a andar em direção à sala de
jantar. Ele a segue e repara nas roupas dela. — Deveria ter colocado uma
roupa melhor, sabe que o jantar é formal, tenho certeza que você tem algo
melhor que jeans e camiseta.
— Eu não estava a fim de me arrumar hoje.
— Estou vendo, você tirou o dia hoje para me provocar, depois não reclame
das consequências.
Geovanna engoliu em seco, ela realmente estava provocando, porém
não conseguia resistir, ele era tão arrogante e prepotente, sempre com aquele
ar superior que a irritava.
Ele afastou a cadeira para ela e a mesma sentou-se, agradecendo. Ele
seguiu para a sua cadeira em frente a ela. A copeira começou a servir-lhes o
jantar e Luke disse:
— Vamos ver o que a minha linda esposa mandou preparar para o jantar
hoje.
Geovanna ficou apreensiva, ela lembra que mandou preparar frango.
A copeira serviu a salada e eles comeram em silêncio, quando terminaram ela
trouxe o prato principal, frango a caçarola. Ele ficou olhando para o prato,
depois olhou para ela e disse:
— Como você adivinhou que eu adoro frango, amore mio? — Falou com
sarcasmo.
Ela ficou séria, olhando para ele. Luke por sua vez, cortou um pedaço do
frango e olhando para ela com ar de deboche começou a comer. Ele comeu o
frango todo, olhando fixamente para ela. Geovanna apenas beliscava a
comida, ela estava sem fome.
Quando terminaram, eles seguiram para a sala de música e ele
colocou uma canção, a música romântica começou a tocar no ambiente.
Geovanna só queria ir para o quarto, ela não queria ficar mais nenhum
minuto na presença dele.
— Vem cá. — Ele a chamou.
— Luke, eu gostaria de me retirar, estou cansada.
— Mandei vir aqui, não vou repetir.
Derrotada, ela foi até ele, que a pegou pela cintura e a trouxe para junto dele,
e assim começaram a dançar. Ele a fez repousar a cabeça no peito dele, e ela
o segurou pelos ombros e assim dançaram ao som de Billy Joel. Geovanna
podia ouvir os batimentos cardíacos dele, que eram fortes. Ele inalou o
perfume dos seus cabelos e começou a depositar pequenos beijos. Ele fez um
caminho de beijos pelo seu rosto até chegar no pescoço. Ela podia sentir sua
barba áspera de encontro à sua pele delicada.
Luke a afastou um pouco e a fez olhar para ele, passou o polegar em
seus lábios e sem demora a tomou em um beijo arrebatador. Não era um beijo
violento, mas terno, cheio de amor. Ela o correspondeu, sentindo seu gosto,
sua língua que a invadia. Ela se entregou naquele momento. A música havia
acabado, porém os dois não perceberam.
Luke parou de beijá-la e com voz rouca falou em seu ouvido:
— Como te desejo, como te quero, Piccola mia. Deixa-me te mostrar como
pode ser bom entre a gente. Se entrega a mim, meu anjo, deixe-me amá-la.
Nesse momento Geovanna o empurrou o afastando dela.
— Não! Eu não quero que me toque. Eu não suporto o seu contato asqueroso,
tenho nojo. Me deixa em paz!
A expressão do rosto de Luke passou de desejo, à surpresa e ódio em fração
de segundos enquanto ela falava.
Ele avançou sobre ela, a segurou pelos braços com violência e
começou a puxá-la em direção às escadas, falando:
— Pois então terá que suportar meu contato asqueroso durante toda essa
noite.
— Me solta, você disse que não me tocaria durante um mês.
— Acordo desfeito.
Ele a levou para o quarto e só saiu de lá com os primeiros raios de sol
surgindo no horizonte.
CAPÍTULO 28
G eovanna ficou no quarto até tarde aquela manhã, ela não queria ver
ninguém, seu celular não parava de vibrar, era sua mãe. — Como iria
ver a mãe toda roxa? — Pensou, suspirando e segurando o choro, não
queria mais chorar.
Levantando-se, resolveu mandar uma mensagem de texto para a mãe:
"Estou indo até aí"
Geovanna seguiu para o banheiro e parou na frente do espelho, ela estava
completamente nua. Ficou olhando sua imagem refletida. Haviam várias
marcas pelo seu corpo, algumas avermelhadas, outras um pouco mais
escuras. Ele a possuiu de maneira punitiva, a machucando de propósito, sem
piedade, sem sentimento, como um animal. Depois de um tempo ele tentou
ser carinhoso, porém ela o tratou com rispidez e ele sem paciência a possuiu
de maneira brutal de novo.
Ela suspirou, enxugou as lágrimas com o dorso da mão e foi tomar
um banho. Ao terminar, escolheu uma roupa para vestir que cobrisse bastante
o seu corpo, colocou uma blusa de gola alta e mangas compridas para
disfarçar as manchas no pescoço e braços. Seu rosto estava intacto, apesar do
Luke a ter beijado com violência, ele não deixou marcas ali. Para completar o
look ela vestiu calças jeans e sapatilhas, finalizou com uma jaqueta de couro.
No rosto fez uma maquiagem leve e deixou os cabelos soltos.
Geovanna desceu as escadas e deu de cara com a governanta.
— Bom dia, senhora.
— Bom dia, Hillary.
— Vai tomar o café da manhã agora?
— Não obrigada, vou tomar café da manhã com minha mãe.
— Perfeitamente, senhora.
— Onde está o Luke, você sabe?
— Já saiu, senhora.
— Tá bom, obrigada.
— Com licença.
A governanta se afastou e Geovanna saiu pelos fundos. Ela foi
andando pelo caminho que dava para casa de hóspedes, quando estava quase
chegando, viu o galpão, parou e ficou olhando, havia uma movimentação.
Pelo que ela ouviu ontem no escritório do Luke, eles estavam mantendo
alguém como refém e era uma mulher. Ela estremeceu e seguiu seu caminho,
mas não parava de pensar na pessoa que estava sendo feita de refém.
Ela chegou na casa e a mãe já estava esperando.
— Geovanna, te liguei a manhã toda, o que aconteceu?
— Nada, mãe. Só dormi até mais tarde hoje.
— Já tomou café?
— Não, vim tomar com você.
— Então vamos, vou preparar alguma coisa.
Elas seguiram para a cozinha e a mãe preparou o café da manhã para as duas.
Elas estavam comendo na bancada da cozinha e Geovanna resolveu falar:
— Mãe, você pode ir até a farmácia hoje? Preciso que compre um teste de
gravidez.
A mãe a olhou assustada.
— Está desconfiada que está grávida?
— Não, mas o Luke quer que eu faça.
— Tem alguma possibilidade de estar grávida? Quando foi sua última regra?
— Depois do aborto fiquei desregulada, eu tive um sangramento, mas não
ficou por muito tempo, não tenho certeza se foi uma menstruação e até agora
não veio mais, porém não sinto nada.
— Okay! Eu vou.
— Obrigada, mãe.
Geovanna e a mãe ficaram fazendo algumas coisas na casa, ela
gostava de ajudá-la a arrumar tudo. Ela estava no andar de cima, na varanda,
ajeitando as almofadas das cadeiras que tinham ali. Olhou para baixo e dali
dava para ver melhor o galpão. Ela reparou que haviam alguns soldados em
frente à entrada. — Se eu tivesse um binóculo daria para ver melhor. —
Pensou. Então entrou na casa e procurou por um. Olhou no closet primeiro e
não achou nada, depois olhou no criado mudo, abriu a primeira gaveta e não
havia nada, na segunda gaveta ela encontrou um. Correu para a varanda e
focou no galpão, ela ajustou a lente e logo reconheceu um dos soldados, era
Fabrício. Haviam mais dois, eles estavam armados com fuzis.
— O que está fazendo? — A mãe dela entrou na varanda. Geovanna
assustou-se e virou-se para ela.
— Aquele galpão, tem alguém que estão mantendo refém lá.
— Não se meta com isso, Geovanna, são coisas da Máfia.
— Mãe, o Fabrício está lá.
— Seu irmão decidiu ser soldado do Luke, ele escolheu seu destino.
— Mãe, você tem o celular dele?
— Pra que você quer? Não fale com seu irmão, não pergunte nada sobre
essas coisas.
— Não vou perguntar nada, mãe, só quero as vezes falar com ele, saber como
ele está.
— Geovanna, por favor, você tem que aprender que não deve se meter nesses
assuntos.
— Eu não vou perguntar nada, eu prometo.
— Você é teimosa.
— Por favor. — Geovanna juntou as mãos em súplica e a mãe acabou
cedendo.
— Tá bom, vou te dar o número.
As horas passaram e a mãe de Geovanna foi até a farmácia comprar o teste de
gravidez. Ela ficou na casa de hóspedes. Resolveu olhar mais uma vez o
galpão, foi até a varanda e olhou com o binóculo. Fabrício não estava mais lá
e haviam outros soldados. Então resolveu ligar para o irmão. O celular
chamou, chamou, clamou e ele não atendeu. Resolveu deixar uma mensagem
de texto:
" Sou eu, Geovanna"
Ela ligou de novo e ele atendeu no primeiro toque.
— Não reconheci o número, por isso não atendi.
— Eu troquei de celular. Como você está?
— Eu que pergunto, como você está?
— Estou bem.
— Sei!
— Você está aonde?
— Na sede.
— Ah! — Ela queria muito perguntar sobre o galpão.
— Fabrício, eu te vi hoje.
— Aonde?
— No galpão.
Pausa.
— Você esteve lá? — Ele perguntou pausadamente.
— Não, dá para ver o galpão da casa de hóspedes onde mamãe está
morando.
— Geovanna, não se meta nesses assuntos.
— Fabrício, eu sei que tem uma mulher lá, vocês estão torturando-a, não é
possível que você concorde com isso.
— Geovanna, pelo amor de Deus, não se meta, não fala sobre isso por
celular. Agora sou um soldado e esse é o meu serviço.
— Fabrício, você não precisa fazer isso, eu falo com o Luke...
Ele a cortou.
— Não! Não fala nada, entendeu? Essa é a minha escolha. — Falou bravo.
— Tudo bem, mas você sabe que não concordo com isso.
— Deveria se acostumar, seu marido é o chefe da Máfia, esqueceu?
— Não, eu lembro disso todo dia.
— Então!
— Tá bom, eu não falo mais sobre isso.
— Ótimo!
Assim a ligação foi encerrada, Geovanna ficou triste e com pena daquela
mulher.
Depois de uma hora a mãe dela chegou com o teste de gravidez.
— Comprei vários, faz logo um agora.
Geovanna pegou um teste e foi ao banheiro, seguiu as instruções e esperou.
Ela olhou para a linha e sorriu. Foi para a sala e a mãe ansiosa perguntou:
— Então?
— Negativo. — Ela sorriu.
— E você acha isso bom?
— Acho, não quero ter filho nenhum, quero dançar.
— Você sabe que isso não é possível, seria bom que você tivesse logo esse
filho, quem sabe assim ele não te deixa em paz.
— Talvez não demore muito para engravidar, depois de ontem... — Ela parou
de falar, totalmente sem graça.
— Não precisa ficar sem graça, você é casada e isso é normal.
— Não com ele, nunca é normal com ele.
— O que quer dizer?
— Ele me violenta mãe, é isso que ele faz.
A mãe a olhou com os olhos arregalados.
— Sinto muito, foi por isso que seu pai teve um infarto. Ele escutou o
Fabrício me falando que você ficou presa em um porão... A voz da mãe ficou
embargada e ela não conseguiu mais falar.
Geovanna a abraçou e disse:
— Foi minha culpa, papai morreu por minha culpa.
— Não filha, não foi por sua culpa, seu pai se sentia culpado por não poder te
proteger.
Elas ficaram abraçadas, consolando uma a outra.
Geovanna voltou para casa no final da tarde, Luke não ligou para ela,
o que foi bom. Ela odiava falar com ele, odiava até ouvir sua voz. Ao chegar,
seguiu direto para a cozinha, dizendo o que preparar para o jantar, logo
depois ela resolveu ir ao Studio de dança. Há muito tempo que ela não entra
ali.
Ela olhou em volta, o único lugar que ela realmente gostava naquela
casa. Sorriu e foi trocar de roupa. Iria dançar sozinha mesmo, já que a
professora não viria mais, pois ela decidiu não a chamar. — Para que? Daqui
a pouco vou ficar grávida, é melhor não ter esperanças do contrário. Mas
estou contente por não ter engravidado ainda, vou adorar ver a expressão do
Luke quando vir o teste.
Com isso, ela começou a se aquecer e logo já estava entregue aos
passos, ela girava e saltava no meio do salão com os olhos fechados. Ela
estava tão imersa que não ouviu um helicóptero sobrevoando a propriedade,
ela só saiu do transe quando escutou barulhos altos, como se fossem tiros.
Assustada, parou de dançar e desligou a música. Eram muitos tiros, parecia
que estava acontecendo uma guerra. Ela saiu do Studio correndo pelo
corredor, nesse momento ela escuta um barulho forte, parecia uma bomba, ela
se abaixa e tenta se proteger com as mãos. Fica assim até que sente alguém a
pegando. Ela tenta sair, mas a pessoa a imobiliza e com uma coronhada a faz
desmaiar.
***
Luke estava em seu escritório da sede com o Marco, quando escutou o
helicóptero.
— O que é isso?
Imediatamente eles levantaram e saíram para ver o que estava acontecendo,
logo as rajadas de bala começam sair do helicóptero.
— Porra! a casa está sendo atacada. — Disse Marco.
O coração do Luke gelou, ele só pensou em Geovanna.
— Geovanna!
Ele correu como um louco e pegou um dos carros, Marco entrou junto com
ele e seguiram para a propriedade. Luke não podia ver o helicóptero, parecia
que havia pousado, porém os tiros não paravam, eles escutaram um estrondo
forte, parecia uma bomba.
— Porra!
Luke chegou na frente da casa e viu que estava tudo destruído, o helicóptero
estava levantando pouso. Marco correu para onde estava a aeronave e Luke
entrou na casa passando pelos destroços.
— Geovanna! — Ele gritou.
Ele subiu as escadas correndo e abriu a porta do quarto.
— Geovanna! Geovanna!
Entrou no closet e nada dela, ele escutou Marco o chamando. Desceu e
encontrou Marco.
— Ela foi sequestrada.
Luke viu tudo ficar vermelho em sua frente, ele não estava acreditando.
Imediatamente sai da casa e vai para a garagem.
— Irei atrás dela.
— Você não sabe para onde a levaram, precisa primeiro saber o que eles vão
querer e quem a sequestrou.
— Foi o Vicenzo.
— Se foi ele, provavelmente vai querer uma troca, a filha dele pela
Geovanna.
— Eu não vou esperar aquele desgraçado machucar a Geovanna, eu vou atrás
dela.
Ele pegou uma moto, as armas, colocou o capacete e disse:
— Se ele entrar em contato, me liga, estou com o celular ligado na moto e o
ponto.
— Vou mandar os soldados te seguirem, você não pode ir sozinho.
— Eu vou junto, ela é minha irmã. — Fabrício falou.
— Vai no carro, Fabrício. — Marco falou.
Luke saiu disparado e vários carros com soldados o seguiram. Marco
olhou em volta, haviam vários corpos dos soldados pelo chão.
Geovanna começou a acordar aos poucos, a dor na cabeça era tão
forte que não conseguia raciocinar muito bem. Seus olhos se recusavam a
abrir, ela sentia muita dor. Sua boca estava seca, ela começou a mover-se e
percebeu que não conseguia, parecia que estava presa. Então ela abriu os
olhos, estava na penumbra, havia pouca iluminação, mas ela percebeu que
estava em um chão frio, suas mãos estavam algemadas a alguma coisa. Seus
pés também estavam algemados. O coração dela começou a bater forte. — Eu
fui sequestrada? — Se perguntou.
— Olha quem acordou, a nossa convidada.
Uma voz de homem falou. Ela olhou para a direção de onde vinha a voz e viu
um senhor de terno preto, muito bem arrumado, a olhando fixamente, os
olhos negros como a noite.
— Quem é você? — Ela perguntou.
— Seu anfitrião.
— Eu quero ir embora.
O homem riu.
— Temos um acordo a fazer com seu marido.
O coração dela bateu em ritmo acelerado, ela tinha sido sequestrada por
inimigos do Luke.
O homem abaixou-se na altura do seu rosto e passou a mão no mesmo.
— Tão linda, o Luke tem bom gosto, pena que não ficará tão bonitinha
depois que meus homens fizerem um carinho em você, ruivinha.
— Por favor, me deixa ir embora...
Ela sente o golpe forte em seu rosto e o gosto de sangue na boca.
— Cala a boca, vamos ligar agora para seu marido.
O homem pegou o celular e fez a chamada, ela escuta a voz do marido:
— Vicenzo.
— Luke, esse negócio é simples. Minha filha, e eu devolvo sua linda esposa,
porém vou deixar algumas marcas nela;
— Não encosta na minha mulher.
— Escuta, Luke.
O homem aproximou o celular no rosto da Geovanna e com a outra mão
começou a torcer o braço dela. Logo ela grita de dor.
— Geovanna, você está bem?
— Aiiiiiiiii!
— Seu desgraçado, eu vou te matar.
— Melhor mandar seu capacho liberar a minha filha, você tem exatamente 30
minutos, caso passe um minuto diga adeus à sua esposa.
O homem desligou a ligação. Geovanna só chorava. Ela iria morrer, já não
tinha esperança. O homem aproximou-se dela e chutou sua barriga, ele
chutou por várias vezes. Depois cuspiu nela e saiu do cômodo.
A dor era tanta que ela não raciocinava direito. O gosto do sangue na
boca, ela não podia respirar direito, parece que havia quebrado alguma
costela. De repente ela escuta muitos tiros, eram tantos tiros que ela se
encolhia toda no chão, seus olhos ficaram turvos, ela não ia aguentar. A porta
do cômodo abriu com um estrondo.
— Geovanna.
Ela escuta a voz do Luke de longe.
— Luke. — Fala quase sem conseguir.
— Fica calma, eu vou te tirar daqui.
Ele abaixa onde ela está e com tiros precisos abre as algemas dela. Com o
estrondo forte ela desmaia. Luke a pega no colo e sai do cômodo.
Ele a leva até um dos carros e a coloca lá, verifica se ela tem
batimentos cardíacos e ao verificar que ainda está viva ele vira para Fabrício
e ordena:
— Leva ela para o hospital.
Fabrício imediatamente entra no carro e sai dali com Geovanna, Luke reúne
seus soldados e diz:
— Vamos atrás do desgraçado do Vicenzo, eu quero ele vivo.
Luke sobe na moto e liga para Marco.
— Vai para o hospital onde está a Geovanna.
— O que você vai fazer?
— Vou atrás do Vicenzo, o desgraçado fugiu, porém, conseguimos acabar
com os homens dele. Foi muita ousadia dele me atacar, não faça nada com a
filha dele agora, eu quero matar ela na frente dele.
Luke desligou a ligação e foi atrás de seu inimigo. Depois de muita
perseguição e troca de tiros ele conseguiu pegar o homem e o levou para a
sede.
CAPÍTULO 29
L uke estava sentado ao lado do leito da Geovanna, a cabeça baixa e o
corpo curvado para frente. Haviam lágrimas em seus olhos. Ele havia
chegado no hospital meia hora atrás e a notícia que recebeu sobre o
estado de saúde dela o deixou arrasado. Ele sentia vários sentimentos juntos:
raiva, impotência e o pior de todos, culpa, ele sentia culpa por tudo que havia
acontecido a ela.
Ele lembrou de tudo que a médica lhe falou quando chegou no hospital.
— Senhor Salvatore?
— Como está a minha esposa?
— Podemos conversar na minha sala?
Luke olhou em volta e viu Edward, Marco e Fabrício, a médica percebendo a
desconfiança dele, disse:
— Nós vamos conversar sobre o estado de saúde da sua esposa, somente
isso.
Ele olhou pra a médica, e consentiu.
— Siga-me, senhor Salvatore.
Ele a seguiu até a sala, a médica sentou e indicou uma cadeira para ele.
— Senhor Salvatore, eu vou tentar ser o máximo objetiva sobre o estado de
saúde da senhora Salvatore, não estou aqui para julgamentos, apenas para
definir o quadro clínico dela.
Luke ficou olhando sério para ela e não disse nada.
A médica suspirou e prosseguiu:
— Sua esposa chegou aqui com várias escoriações, uma torção no braço, mas
a pior de todas foi no abdômen. Ela sofreu traumatismo grave e tivemos que
fazer uma cirurgia de emergência.
Luke suspirou forte e a médica continuou:
— O órgão mais afetado foi o útero, especificamente as trompas, houve um
trauma significativo de uma das trompas e tivemos que removê-la,
juntamente com o ovário. A outra trompa nós mantemos, porém ela está com
uma obstrução decorrente de sangramento no útero, esse sangramento
ocorreu há algum tempo atrás. O útero também está danificado. Há sinais de
que ela sofreu abuso sexual recente, porém não achamos material genético
que indique que ela sofreu o abuso durante o sequestro.
Ele ficou olhando para a médica sem piscar.
— Em resumo, sua esposa não poderá ter filhos de maneira natural, as
chances são de 0,01%. Por enquanto não podemos saber se ela poderá gerar
uma criança, não sabemos se o útero aguentaria em caso de inseminação in
vitro, isso só com o tempo.
Luke olhava para a mulher completamente estático, nenhum músculo
do seu corpo se movia. A médica levantou-se e disse:
— Sinto muito, agora o que a sua esposa vai precisar é de muito apoio e
carinho, pois os danos psicológicos muitas vezes são piores que os físicos.
Ela saiu da sala e o deixou ali com seus pensamentos mais sombrios.
Ele voltou ao presente e ficou olhando para Geovanna, que estava
dormindo por conta dos medicamentos que estava tomando. Ele levantou-se e
foi para junto dela, pegou em suas mãos, ela estava tão machucada. Ele
suspirou forte e saiu do quarto.
A mãe de Geovanna estava na recepção e quando o viu foi em direção
a ele, perguntando:
— Como está a minha filha?
Sem olhar para ela, disse de maneira grossa:
— Você pode ir vê-la, quarto 25. — E virando-se para Marco, disse:
— Vamos, Marco, temos acertos de contas a tratar.
Assim eles saíram e só ficaram a mãe, Fabrício e alguns soldados para fazer a
segurança dela.
DUAS SEMANAS DEPOIS
— Como está se sentindo, filha?
— Bem.
— Terá alta hoje, a Dra. Beatriz me falou.
— Ah! Que bom.
— Não está animada.
— Não muito.
— Você não vai voltar para a mansão.
— Não?! — Ela perguntou surpresa.
— Não, a mansão está sendo reformada, a parte da frente foi completamente
destruída com a explosão, você vai para a cobertura do Luke, em Manhattan,
aquela que vocês ficaram na lua de mel.
— Você vai ficar comigo, mãe?
— Sim, já até me mudei para lá essa semana.
— E o Luke?
— Ele não está morando lá agora, não sei se vai depois que você for pra lá.
— Eu espero que não.
A mãe suspirou e disse pegando em suas mãos:
— Geovanna, eu sei que tudo isso foi traumático para você, mas tenta não
brigar com seu marido, vocês precisam de um tempo para se entender.
— Mãe, eu não quero me entender com ele. Pra que ele vai manter esse
casamento? Eu não posso ter o filho que ele tanto queria, então o mais
sensato é ele me dê o divórcio
— Não fala sobre isso com ele ainda, Geovanna. Vamos ver como as coisas
vão correr agora, talvez ele te dê o divórcio, mas não o provoque, ele pode
querer mantê-la apenas por capricho.
Nesse momento alguém bateu na porta e Luke entrou, a mãe de
Geovanna imediatamente levantou-se e disse:
— Vou deixar vocês sozinhos, com licença.
Ela saiu e Luke sentou na cadeira.
— Como você está?
— Bem. — Disse de forma ríspida.
Luke ignorou e disse:
— Você vai para casa hoje.
— Já sei, minha mãe me falou e já sei onde vou ficar, não precisa me dizer.
— Que ótimo!
Ela olhou para ele e perguntou:
— Por que eu tenho que ir para o seu apartamento?
— Porque você é minha esposa.
— Você ainda quer continuar casado comigo?
Ele a olhou intensamente sério, mas logo começou a rir e disse:
— E por que eu não continuaria casado com você? Não vejo motivos,
portanto, você vai para o apartamento.
Ela ficou olhando para ele. Ele levantou-se, foi até ela e pegou nas suas
mãos.
— Não vamos discutir, eu quero que você se sinta bem, eu quero te ver feliz,
Geovanna. E vou fazer de tudo para que isso aconteça.
Geovanna não disse nada, porém ela pensava que para ele lhe dar a felicidade
seria dando o divórcio, mas não iria falar sobre isso, não agora.
— Agora vou deixar você com sua mãe, para se arrumar.
Ele a beijou nos lábios e foi embora, Geovanna ficou olhando para a porta
sem entender a atitude dele.
UMA SEMANA DEPOIS
Geovanna estava na varanda olhando o Central Park, o outono em
breve chegará e como todos os anos naquela época, as árvores mudam de cor,
o colorido é tão lindo que deixa Geovanna extasiada, ela adorava todo aquele
espetáculo da natureza.
Ela e a mãe já haviam entrado em uma rotina, no apartamento haviam
empregados que vieram da mansão, Hillary, a cozinheira, a arrumadeira.
Infelizmente uma das arrumadeiras morreu na explosão, ela estava na frente
na sala, provavelmente arrumando quando aconteceu a explosão. Alguns
soldados haviam morrido também, mas ela não os conhecia, então não sentiu
muito.
Luke não estava morando no apartamento com elas, ele vinha todos
os dias para visitá-la, mas sempre formalmente, na sala e sempre
conversavam sobre o estado de saúde dela. No dia seguinte, ela iria voltar no
hospital para avaliação e ele viria buscá-la. O relacionamento deles era frio,
formal, Luke não falava nada sobre o fato dela não poder ter mais filhos, eles
não tocavam nesse assunto, porém ele insistia em manter o casamento.
Geovanna por sua vez, também não falava nada sobre querer o divórcio, ela
iria esperar uma oportunidade para falar no assunto, por enquanto eles
estavam vivendo assim, como se nada tivesse acontecido.
A liberdade dela não era cem por cento, não podia sair do
apartamento, nem com a presença dos soldados, porém, ela não estava
preocupada com isso, não tinha vontade de sair, ainda estava muito ferida por
tudo que havia acontecido.
No dia seguinte, Luke chegou no apartamento para levá-la ao
hospital, ela já estava arrumada e logo saíram. Quando chegaram, ela fez
alguns exames e a médica logo os atendeu.
— Como se sente, Geovanna?
— Bem.
— Você está se recuperando muito bem, mais uma semana e você poderá
voltar a sua vida normal.
— Vou poder dançar de novo?
— Sim, você pode dançar, não vejo nenhum problema.
Geovanna olhou para Luke, que estava sem expressão nenhuma, apenas sério.
A médica continuou:
— Então é isso, daqui a uma semana te vejo de novo.
— Obrigada, Dra. Beatriz.
Eles foram embora e no carro Geovanna decidiu perguntar para Luke
se poderia voltar a dançar na escola de música.
— Não! — Foi a resposta dele.
— Por quê? você ouviu a médica dizer que posso voltar a dançar.
— Eu ouvi, mas você não vai para a escola de música.
Geovanna fechou a cara. — Por que ele não quer me deixar voltar para a
escola de música? Ela resolveu protestar:
— Luke, me deixa dançar, você disse que queria me fazer feliz e minha
felicidade é dançar, nada mais.
— Daqui a uma semana nós vamos viajar.
Geovanna o olhou surpresa e perguntou:
— Viajar para onde?
— Para a Itália.
— Minha mãe vai também?
— Não, só nós dois.
— Eu não quero ir.
— Não é uma opção.
— Luke...
Ela não terminou, ele a cortou:
— Sem discussão, Geovanna, já está decidido e nada vai me fazer mudar de
ideia.
— E o que a gente vai fazer lá?
— Você vai conhecer a minha mãe.
— Você tem mãe? — Perguntou com surpresa.
Ele a olhou com olhar divertido.
— É claro que tenho mãe, como você acha que vim ao mundo?
— Não vi sua mãe no nosso casamento.
— Não a convidei.
— Por quê?
— Para de fazer perguntas, amore mio, apenas deixe as coisas acontecerem.
A Itália é linda e você vai poder descansar, não se preocupe.
Geovanna suspirou, não tinha escolha mesmo, então resolveu não falar mais
nada.
Uma semana depois eles estavam embarcando para a Itália, no avião
particular do Luke. Ela não sabia o que esperar dessa viagem, mas iria tentar
aproveitar, ela nunca havia ido à Itália, pelo menos seria uma ótima
oportunidade de conhecer outro país. Por outro lado, ela não sabia quais eram
as verdadeiras intenções do Luke com essa viagem, ele nunca lhe dava
satisfação de nada, simplesmente fazia as coisas do jeito dele.
Geovanna olhava para a janela do avião, as luzes de Nova York
sumindo no horizonte. Ela olhou para Luke, que estava sentado em outra
poltrona perto dela, ele retribuiu o olhar e sorriu.
CAPÍTULO 30
D epois de 8 horas de voo sem escala, Geovanna já podia ver a cidade
de Roma do alto. O avião era muito confortável, havia um quarto e
ela descansou bastante lá. Luke por sua vez, ficou quase o tempo todo
mergulhado em seu laptop. Ela não se importou, não queria falar com ele,
ainda estava muito magoada com tudo que aconteceu. Agora ela estava ali
com ele, e não faz a mínima ideia por que ele insistiu nessa viagem, com
certeza não é somente para conhecer a mãe dele. Pelo pouco que ele falou
sobre ela quando o questionou, já dava para perceber que ele não tem uma
boa convivência com ela. Que tipo de filho não convida a mãe para o próprio
casamento?
— Coloque o cinto, piccola, daqui a pouco vamos pousar. — Luke falou.
Ela se ajeitou na cadeira e colocou o cinto. Depois de alguns minutos,
estavam pousando no aeroporto internacional de Roma. Ao descerem do
avião, havia uma limousine preta na pista de pouso e haviam vários homens
de preto, igual nos Estados Unidos, eles faziam a segurança deles. Geovanna
achou estranho ele precisar de seguranças na Itália. — Será que ele também
tem máfia aqui? — Se perguntou.
— Para que tantos seguranças? — Ela perguntou.
Ele a olhou e pegando em sua mão, disse:
— Não deveria nem perguntar isso.
Eles seguiram para a limousine, e Luke a ajudou entrar no carro. Ele
entrou logo em seguida e sentou do seu lado. Um dos seguranças entrou na
frente com o motorista e logo a limousine entra em movimento, a levando
para um destino que não faz a mínima ideia. Ela olhava a cidade através da
janela, então resolveu perguntar:
— Para onde vamos? Sua mãe mora aqui em Roma?
— Não vamos visitar minha mãe ainda, vamos passar uns dias aqui em
Roma, quero te mostrar a cidade.
Ela não disse nada, apenas olhou através dos vidros escuros da limousine.
Depois de algum tempo, eles chegaram em um hotel de luxo que
parecia um palácio. Seguiram para o saguão, e um homem de estatura baixa,
muito bem vestido com um terno impecável, veio recebê-los.
— Signor Salvatore, que honra recebê-lo aqui, quanto tempo o senhor não
vem... — O homem falava em Italiano.
— Sí, muito tempo.
O homem virou-se para Geovanna e fazendo uma mesura, disse:
— Seja bem-vinda, signora.
— Essa é minha esposa, ela não fala italiano.
Automaticamente o homem mudou para o Inglês.
— Seja bem-vinda, senhora Salvatore.
— Obrigada.
— Sigam-me, eu mesmo os levarei para o quarto de vocês.
O coração de Geovanna deu um pulo. — Eles iriam dividir o mesmo quarto?
— Se perguntou.
Seguiram para um elevador luxuoso, o esplendor do lugar a deixou
impressionada. Eles chegaram na cobertura e o homem os conduziu até uma
porta dupla. Ele as abriu e Geovanna se viu em um quarto incrível. A mobília
era estilo vintage com detalhes em dourado, haviam obras de arte por todo o
ambiente, no centro do quarto destacava-se a cama enorme, ela olhou para
aquela direção e sem graça desviou o olhar, não queria que ter que dividir a
cama com ele, não pensaria nisso agora. Ela seguiu para a varanda que tinha
uma vista incrível da cidade de Roma, já estava escurecendo e o céu estava
lindo, com tons em laranja. Ao fundo podia-se ver a basílica de San Pedro.
Ela ficou encantada.
Estava tão distraída que não percebeu a presença de Luke bem atrás
dela, ela virou e deu de encontro com ele, o mesmo a segurou, eles ficaram se
olhando, ela se perdia naqueles olhos. Ele sorriu, a pegando pela mão e
entraram no quarto, então ele perguntou:
— O que achou?
— Incrível.
— Vai tomar um banho, coloque um vestido lindo, vamos jantar.
Ela assentiu e seguiu para o banheiro enorme.
Luke a seguiu com o olhar, quando ela entrou no banheiro ele foi em
direção à uma das poltronas, sentou, acendeu o seu charuto a ficou ali com os
olhos fechados.
Geovanna tomou um banho demorado de chuveiro, havia uma
banheira, porém, ela preferiu algo mais prático. A porta do closet dava para
dentro do banheiro, o que a deixou aliviada, já que ela não queria passar pelo
quarto somente de hobby. Ela sabe que isso é uma bobeira, se Luke quiser
fazer alguma coisa com ela, fará, porém ela não queria facilitar as coisas. Ela
entrou no closet e percebeu que todas as suas roupas e acessórios estavam
arrumados com perfeição. Escolheu um vestido de cetim bege, liso com alça
fina e longo. A noite estava agradável, então não achou necessário colocar
casaco, não sabia aonde iriam jantar, provavelmente no restaurante do hotel.
Ela completou o look com sandálias de salto alto e usou como acessório
somente um brinco de pérolas. Nos cabelos fez um coque solto e deixou
alguns fios modulando seu rosto. Uma maquiagem leve, e estava pronta.
Saiu do closet e seguiu para o quarto, Luke também havia trocado de
roupa, parecia que havia tomado um banho, porém ela não sabe onde, pois
não viu nenhuma movimentação no banheiro que ela usou. Ele estendeu a
mão para ela e disse:
— Vamos.
Ela pegou na mão dele e esse a conduziu para a varanda, ele a fez
subir uma escada e logo estavam em um terraço. Havia uma mesa posta para
dois, era tudo tão lindo ali, tão romântico. Luke a conduziu à mesa e
afastando a cadeira a fez sentar, ele sentou na frente dela e a olhou com um
sorriso. Ela estava tão confusa com tudo aquilo, parecia um sonho.
— Está linda, amore mio, mas falta algo.
Ele levou a mão ao bolso do paletó e tirou uma caixa de veludo, preta, e
entregou para ela.
— Abra.
Ela o fez e viu repousado em um colar espetacular, cravejado com diamantes
e no centro um pingente de diamante rosa. Ela olhou para a joia e ficou sem
graça, automaticamente lembrou do colocar que ela deu para a mãe vender,
então fechando a caixa, ela o devolveu.
— Não preciso de mais joias, você já me deu o bastante.
Ele não disse nada, apenas semicerrou os olhos e levantou da mesa, o coração
de Geovanna foi na boca. Ele tirou o colar da caixa e se posicionando atrás
dela, colocou o colar em seu pescoço, que repousou em seu colo. Então,
abaixando-se em direção ao seu pescoço depositou um beijo, a pele dela
arrepiou-se toda, em um sussurro ele disse em seu ouvido:
— Agora está perfeito.
Ele voltou para o seu lugar e a olhou com um olhar intenso, ele sorria
para ela. Geovanna não conseguia relaxar na presença dele, por mais que ele
esteja se esforçando para agradá-la, ela não consegue associá-lo a alguém
bom, muito menos romântico. Ela pensa que a qualquer momento ele vai se
transformar no demônio que sempre foi.
O jantar começou a ser servido por garçons que saíram sabe-se lá de
onde. A comida estava uma delícia, típico Italiano. Eles também serviram
vinho tinto, Geovanna não estava acostumada a beber, mas ela gostou do
vinho, era adocicado, porém seco. Ela comeu tudo com gosto. Quando
serviram a sobremesa ela virou-se para o garçom e disse:
— Obrigada, estava tudo uma delícia, agradeça ao chefe por mim.
— Si, signora.
Ela virou-se para Luke e com um sorriso, perguntou:
— Será que ele me entendeu?
— Sim, entendeu, todos nesse hotel falam Inglês, é uma exigência para
trabalhar aqui.
— Oh! Claro.
Ela ficou pensando como ele sabia disso, então resolveu afirmar:
— Esse hotel é seu, não é?
— Agora é.
— Como assim?
— Recebi como herança do meu avô, pai da minha mãe. Recebi não só esse
hotel, mas toda a cadeia de hotéis Astoria Rome Royal Hotel.
— Então foi para isso que nós viemos aqui, para você assumir os negócios do
seu avô?
— Em parte, na verdade eu recebi essa herança no ano passado, quando meu
avô morreu, porém só agora tive a oportunidade de vir, mas não vim para
assumir nada, eu tenho pessoas que cuidam disso para mim aqui na Itália.
Ela não disse nada, apenas começou a comer a sobremesa. Ao
terminarem, Luke a ajudou levantar e juntos foram para o quarto, em silêncio.
Geovanna estava nervosa, ela não queria que ele a tocasse, não estava
preparada depois de tudo que aconteceu. Nervosa, parou no meio do quarto
sem saber o que fazer, Luke aproximou-se, depositou um beijo casto em seus
lábios e disse:
— Fica à vontade, eu vou resolver alguns assuntos. Ele virou as
costas e foi embora deixando-a de boca aberta. — Ele havia ido embora e
deixou-a sozinha? Ainda surpresa, foi em direção a cama,
sentou-se e sentiu algo que ela não queria sentir. Ciúme, sim, ela estava
sentindo ciúme, por que ela sabe que ele não foi resolver assunto nenhum,
com certeza está com outra mulher. O coração dela doeu.
Geovanna demorou a pegar no sono, revirando-se de um lado para o
outro, depois de muito lutar, o cansaço venceu e ela pegou no sono. Ela
dormiu como uma pedra. Já eram por volta de 4 horas da madrugada quando
Luke retornou, ele entrou no quarto de mansinho e foi em direção à cama,
Geovanna estava dormindo profundamente, linda, parecendo uma princesa de
gelo. Ele ficou olhando para ela, contemplando cada pedacinho do seu corpo
envolto no lençol. Ele fechou os olhos, havia bebido um pouco e estava com
a cabeça tonta. Resolveu deitar do jeito que estava e pegou no sono
rapidamente.
Na amanhã seguinte Geovanna acordou e espreguiçou-se, olhou para
o lado e estava vazio, o que a fez pensar que Luke não dormiu ali. A noite foi
tão boa que esqueceu até de voltar. Ela deu de ombros, escondendo no fundo
das suas entranhas aquele sentimento que insiste em aparecer. — Não! Eu
não vou sentir isso, se ele quer ter outras mulheres problema dele, pelo menos
me deixa em paz.
Determinada, levantou-se e seguiu para o banheiro, parou imediatamente,
Luke estava lá, enrolado somente com uma toalha na cintura, seus músculos
dos braços e peito estavam a mostra ainda com gotículas de água, os cabelos
molhados, Geovanna ficou sem fôlego, ele a olhou através do espelho e disse:
— Bom dia!
— Bom dia. — Falou com a boca seca.
Ele nada disse e continuou o que estava fazendo, ela por sua vez, moveu-se
pelo banheiro e foi até a pia. Ela estava sem graça por ele estar ali, mas
resolveu ignorar. Luke parecia bem à vontade, não se importando com seu
constrangimento. Ela começou a escovar os dentes, ele moveu-se, a olhando,
e tirou a toalha, ficando completamente nu, Geovanna desviou o olhar
rapidamente do reflexo dele no espelho e baixou a cabeça. Ele apenas
continuou se enxugando lentamente. Ela estava tão sem graça que não
conseguia se mover. Até que ele decide entrar no closet, Geovanna solta o ar
que até agora não percebeu que estava segurando, rapidamente entrou na
porta que dava para o toalete e fechou. Fez xixi e quando saiu, olhou pela
fresta da porta para ver se ele estava lá, parecia que o banheiro estava vazio.
Então ela correu para o box e tomou um banho rápido, vestiu-se de maneira
informal, jeans, camiseta e tênis.
Ela foi para o quarto e Luke estava sentado em uma poltrona,
esperando-a. Ele levantou assim que a viu e disse:
— Vamos tomar café da manhã e depois vamos conhecer a cidade, o que
você acha?
Ela animou-se e disse:
— Acho ótimo.
Ela pegou a bolsa e saíram. Tomaram o café da manhã no restaurante do
hotel, o mesmo senhor que os recebeu no dia anterior veio cumprimentá-los e
ela descobriu que ele era o gerente.
Quando terminaram o café da manhã, foram fazer turismo pela
cidade, o sol estava delicioso. Eles andaram a pé, porém ela percebeu que
eles não estavam sozinhos, os seguranças sempre atrás, eles eram discretos e
Geovanna deu de ombros. Resolveu relaxar e curtir esse momento, não queria
lembrar que era casada com um mafioso.
Eles foram para vários pontos turísticos. O primeiro lugar que ela
escolheu para conhecer foi a Basílica de San Pedro, ficou admirada pelo
esplendor do lugar, com arquitetura renascentista e obras de artes que ela só
havia visto em livros. As pinturas eram algo a parte, em toda a igreja haviam
anjos nus pintados nas paredes, o local era um santuário e ela sentiu-se bem
ali. Eles continuaram o passeio e Luke fazia tudo que ela queria, ele comprou
um chapéu para ela, que os vendedores de rua vendiam em suas barracas
coloridas, ela também comprou vários objetos de artesanato para levar como
lembrança para a mãe, o irmão e até para Marco. Luke não se importou,
apenas pagava.
Ela tirava muitas fotos com seu celular e enviava para a mãe, estava
tão feliz, aquele realmente estava sendo um dia perfeito. Na hora do almoço,
eles comeram em um restaurante típico italiano, com muita música e pessoas
dançando, nada chique ou sofisticado. Ela estava adorando, o povo italiano
era muito simpático e alegre.
Eles haviam acabado de comer, ela batia palma e sorria, enquanto
assistia os casais dançando no meio do salão do restaurante. Um rapaz bem-
apessoado aproximou-se dela e pegou em suas mãos, a puxando para o salão.
Imediatamente Luke levanta, e vários dos seus seguranças que estavam
espalhados pelo restaurante também se levantam. Todas as pessoas olham
assustadas.
O rapaz que segurava Geovanna olhou para Luke e para todos aqueles
homens, assustado, imediatamente à solta e vai embora, misturando-se às
outras pessoas. Ela ficou tão sem graça que sai do restaurante pisando fundo,
ele vai atrás dela, a alcança rapidamente e a segura.
— Para, Geovanna.
— Me solta!
— Não vou te soltar, a culpa é sua por ter escolhido esse restaurante popular,
as pessoas aqui pensam que podem tocar em tudo, mas não em você.
— Me deixa, você é um esnobe, ele só iria me tirar para dançar, não sou seu
animalzinho de estimação. Com raiva, ele apertou os
braços dela e disse:
— Sim você é, você é minha, minha mulher e nenhum babaca vai tocar em
você.
Geovanna tentou sair, mas ele a segurava com mais força, então com a voz
alterada e gritando ela disse:
— Eu não sou propriedade sua, agora que não posso ter seu filho não quero
que me toque, eu quero ser livre. E essa viagem idiota que você arrumou não
vai me convencer do contrário, quando voltarmos para os Estados Unidos eu
quero o divórcio, ouviu? O divórcio.
Ele a olhou sério, os olhos soltando faíscas, porém ele apenas respirou fundo
e disse:
— Não vamos falar sobre isso aqui, nós viemos nessa viagem para relaxar e
eu quero que você aproveite, não vamos brigar, tá bom?
Ela ainda desconfiada, resolveu aceitar, ela também não queria que aquela
viagem se tornasse um desastre, ela estava adorando.
— Tá bom, sem brigas.
Ele riu e perguntou?
— O que você quer fazer agora?
— Vamos ao museu?
— Você que manda.
Então eles foram para o museu. Geovanna adorou, Luke contava a história da
Itália para ela. No final do dia eles caminharam pela praça San Pedro,
sentaram em um banco e Geovanna jogou migalhas de pão para os pombos.
Tirando o incidente do restaurante, o dia foi perfeito.
Voltaram para o hotel e jantaram. Quando foram para o quarto, mais uma vez
ele saiu dizendo que tinha negócios a resolver e novamente ela dormiu
sozinha, com aquele incômodo que ela não queria sentir.
CAPÍTULO 31
O dia amanheceu lindo, a Itália é um encanto, ela estava contente por
estar vivendo aquela experiência. Se não fossem todos os problemas
relacionados ao casamento dela, aquela viagem seria perfeita. Ela
estava pronta para ir a Veneza, a cidade dos amantes como é conhecida,
segundo Luke, iriam ficar lá por alguns dias. Eles ficaram uma semana em
Roma e nenhum dia Luke a procurou. Durante o dia eles faziam coisas
juntos, fora do hotel, e de noite ele a deixava no quarto e saia.
Ela respirou fundo, inalando o perfume da manhã através da varanda
do hotel, ficou contemplando o horizonte com os pensamentos longe, sem
perceber a presença do Luke atrás dela. Fechou os olhos e sentiu os braços
deles em volta da sua cintura. Ela abriu os olhos rapidamente e ficou tensa.
Desde o sequestro ele não a tocava com mais intimidade. Ela tentou sair do
abraço, porém ele a segura com força e a mantém presa em seu abraço. Ele
começa a beijar seu pescoço e desliza a mão pelo seu corpo. Ela já
podia sentir a ereção dele em suas costas, e mais uma vez tentou sair do
abraço.
— Me solta, Luke.
Ele não a soltou, muito pelo contrário, a virou de frente para ele e a
beijou com intensidade. Ele a devorava com a boca, a língua a invadindo,
forçando-a a aceitar aquele beijo. Geovanna ainda tentou sair, mas aos
poucos foi cedendo. Ele para de beijá-la e a pega no colo, entra no quarto e a
coloca na cama. Geovanna sabia o que iria acontecer, e mesmo que ela
resistisse, não iria adiantar, então usa as palavras:
— Não temos uma viagem agora? Eu já estou pronta, não quero me
desarrumar.
Ele apenas riu para ela e não disse nada. Começou a se despir, logo
seu físico perfeito se mostra, Geovanna com os olhos arregalados e
respiração irregular, fica hipnotizada. Ele termina de se despir e fica
completamente nu, sem demora a abraça beijando-a, Geovanna não queria
ceder tão facilmente, então disse:
— Para onde você ia todas as vezes que saia à noite?
Ele a olhou com surpresa e com um sorriso safado disse:
— Está com ciúmes, bambina?
— Não é isso, eu só não quero pegar alguma doença, não sei com que tipo de
mulher você anda.
— Você acha que eu transo com alguma mulher sem proteção? É claro que
não.
— Então você saiu com alguma mulher esses dias?
Ele suspirou e disse:
— Não, Geovanna, todos os dias eu ia para o bar e ficava lá bebendo sozinho,
tentando não subir para esse quarto e fazer o que eu queria com você. Estava
tentando não te magoar. Está satisfeita?
— Por que desistiu? Por que me procurou hoje?
— Porra, Geovanna! Vai ficar me questionando? Foda-se essa porra toda, eu
quero você e vou ter, não sou santo, nunca serei e você não faz ideia como eu
me controlei esses dias para não subir aqui e foder você.
Ela ficou olhando para ele com os olhos arregalados de medo e ao
mesmo tempo de desejo, era tudo tão confuso.
— Porra, Geovanna, vamos viver esse momento, esqueça tudo, apenas sinta,
sinta o quanto te desejo, o quanto te quero.
Ele a beijou e ela não resistiu, fechou os olhos e se entregou. Luke sem
demora a despiu e começou a explorar seu corpo com a língua, os seios dela
ficaram rígidos e a pele arrepiada. Ele começou a sugar seus mamilos. Ela
sentiu a vagina começar a lubrificar. Luke foi descendo explorando seu corpo
com a boca até chegar em sua intimidade, ele começou a passar a língua em
seu clitóris, fazendo-a arquear o corpo, de seus lábios saiam pequenos
gemidos. Ele explorou sua vagina até quando sentiu que ela ia gozar, então
sem demora, a penetrou, ela abriu os olhos e começou a seguir o ritmo dele.
Luke não estava sendo nem um pouco violento, pelo contrário, ele a
penetrava de forma gentil, porém firme. Ela podia sentir o pênis na sua carne
molhada e apertada. Luke gemia alto, ele a abraçou com força e intensificou
as estocadas. Geovanna abriu as penas o máximo que pôde para recebê-lo
melhor. Os dois corpos suados se amaram até que Geovanna e Luke, em uma
entrega total, caem em um prazer infinito. Ele libera seu líquido quente
dentro dela com jatos potentes, e a cavidade de Geovanna se aperta em seu
pênis, com os músculos pulsando de prazer.
Eles caem exaustos e ficam abraçados por algum tempo. Depois que
se recuperam, Luke volta a possuí-la, aquela manhã estava longe de acabar.
Ele a possuiu por horas, quando finalmente a deixou descansar, ela caiu em
um sono profundo, estava exausta. Luke por sua vez não dormiu, ficou
olhando para ela, tão linda, tão dele. Seu coração bateu descompassado,
aquele sentimento que ele luta tanto, está cada vez mais forte e descontrolado.
Ele a manterá com ele até aquele sentimento não existir mais, ele não sabe até
quando, mas jamais a deixará ir embora, mesmo que ela não possa lhe dar o
filho que ele quer tanto.
***
Eles já estavam em Veneza há dois dias, dois dias de pura magia e
encanto. Eles faziam tantas coisas juntos, Luke a levou à lugares incríveis,
passearam de gôndola pelo canal, Luke alugou a gôndola somente para eles,
foi uma experiência maravilhosa. Quando eles não estavam passeando,
estavam no quarto do hotel, se amando. Geovanna desistiu de lutar, ela não
queria pensar em mais nada a não ser viver aqueles momentos como se não
houvesse amanhã. Luke não estava sendo violento, porém o sexo era muito
intenso, o que a deixava com marcas pelo corpo. Ele era insaciável, eles
transavam em qualquer hora e local. Até no elevador do hotel ele transou
com ela, ele fez com que o elevador parasse e a possuiu.
Geovanna havia acabado de tomar banho e arrumar-se para o jantar.
Essa seria a última noite deles em Veneza. Segundo Luke, eles iriam partir na
manhã seguinte para o sul da Itália, para conhecer a mãe dele. Ela estava
nervosa, não sabia o que esperar da mulher. Luke não falava muito sobre a
mãe, ele só havia dito que ela era a filha única do seu avô, e que morava em
um vinhedo no sul da Itália.
Luke chegou e eles foram juntos para o restaurante do hotel, havia
uma mesa reservada. Ele a fez sentar, e logo o garçom trouxe o cardápio. Ele
a olhava com intensidade sempre, o que a deixava nervosa. Luke escolheu o
vinho, que por sinal era maravilhoso e ela disse isso a ele.
— Vem da vinícola da minha família.
— Sua família produz vinho?
— Sim, minha mãe mora lá, amanhã você irá conhecer.
— A família da sua mãe é grande?
— Não, na verdade há somente ela. Meu avô teve um irmão que morreu cedo
e não teve oportunidade de formar uma família, meu avô casou-se e teve a
minha mãe, não teve um filho homem para deixar seu legado. Quando minha
mãe casou com meu pai, eles foram para os Estados Unidos e eu nasci. Eu
sou o único herdeiro de dois legados, a fortuna do meu avô, e a Máfia do meu
pai.
— Então seu avô não pertencia à Máfia?
— Não, meu pai que vem de uma família de mafiosos aqui da Itália. Ele se
apaixonou pela minha mãe, indo contra todas as regras da família mafiosa,
ele deveria casar com uma mulher escolhida de outra família da máfia. No
entanto casou com minha mãe e imigrou para os Estados Unidos, começando
a sua própria máfia. O pai dele ficou arrasado, pois ele era o primogênito.
Meu tio, irmão do meu pai, assumiu a máfia aqui, porém ele já está velho e
seu único filho homem está desaparecido. Esse foi um dos motivos de eu ter
vindo para cá.
— Então, se o seu primo não aparecer, você será o único herdeiro homem do
seu tio?
— Exatamente.
— Então, você terá que se mudar para cá?
— Não, eu vou nomear uma pessoa para tomar conta das coisas por aqui, mas
meu tio tem esperança de encontrar o filho.
— Seu tio tem mais filhos?
— Sim, mais duas filhas.
— E elas não podem assumir a máfia?
Ele riu.
— Não, na nossa família mulher não se mete em negócios.
— Que machismo.
A comida deles chegou e começaram a comer em silêncio. Geovanna
ficou pensando sobre todas as coisas que ele falou sobre a família, e percebeu
a importância de ter filhos para dar continuidade à dinastia. Ela não poderá
lhe dar um filho, aquela constatação fez seu coração ficar pequeno, pela
primeira vez ela pensou sobre o que tinha acontecido com ela. — Nunca
poderei gerar uma vida, nunca poderei ser mãe. — Ela pensou com muita
tristeza e seus olhos encheram-se de lágrimas, Luke percebeu.
— Você está bem?
— Com licença, preciso ir ao banheiro.
Ela levantou-se, e praticamente correndo entrou no banheiro, os
seguranças imediatamente levantaram e a seguiram, Luke também, ele ficou
andando de um lado para outro na porta do banheiro.
Geovanna se trancou no toalete e sentou no vaso, as lágrimas começaram a
descer como cachoeira. Ela havia pedido tanto a Deus para não engravidar,
chegou a odiar o bebê que estava em seu ventre. Agora não podia mais gerar
uma vida e com certeza com o tempo, Luke irá deixá-la e encontrar alguém
que possa lhe dar filhos. Deus ouviu todas as suas preces, não era isso que ela
queria? Livrar-se desse casamento?
Então ela tomou uma decisão, iria aproveitar o máximo dessa viagem,
mas quando retornasse para os Estados Unidos iria pedir o divórcio, ela não
viveria mais com ele. Iria seguir sua carreira.
Alguém bateu na porta do banheiro assustando-a.
— Senhora Salvatore, seu marido está lá fora preocupado, ele pediu para
verificar se está tudo bem.
— Eu estou bem, diga para ele que já vou sair.
— Tudo bem.
Quando a mulher saiu, ela foi até a pia, lavou o rosto, refez a
maquiagem e saiu do banheiro, Luke estava em pé a esperando.
— O que aconteceu? — Ele perguntou.
— Nada, só coisas de mulher. — Ela riu para ele.
Luke ficou olhando sério para ela, porém não disse nada, apenas levou-a pela
mão até a mesa. Eles terminaram o jantar e foram para o hotel.
Assim que chegaram no quarto, Luke já a agarrou e levou para a cama
entre beijos. Eles se amaram a noite toda.
***
O carro seguia pela estrada, Geovanna já podia ver as plantações de
uva, eram quilômetros e mais quilômetros de campo de uva. Ela pôde ver de
longe os trabalhadores colhendo as uvas, estava maravilhada. O carro seguiu
para uma entrada com altos portões de ferro, esses abriram automaticamente
e o carro deles entrou, logo atrás o comboio com todos os seguranças. O
carro parou em frente a uma casa, não uma casa, um palacete. Eles subiram
as escadas e as portas foram abertas por um mordomo muito bem vestido,
eles entraram no hall e Geovanna ficou impressionada, ela estava em um
verdadeiro palácio.
Uma mulher alta, muito elegante e de porte altivo veio ao encontro deles.
Ela olhou para Geovanna de alto a baixo, com um olhar frio e nenhum sorriso
no rosto. Então virando-se para Luke, perguntou:
— Essa é sua esposa?
— Sim, Geovanna.
A mulher a olhou de volta, com desdém, Geovanna sentiu-se incomodada, ela
estava vestida de maneira simples, apesar de serem roupas de grife não se
comparava as roupas que a mãe de Luke estava usando. Geovanna também
não usava nenhuma joia, exceto os brincos, ela estava completamente
desnuda de joias. Por outro lado, a mãe dele estava com tantas joias que
parecia uma árvore de natal, Geovanna riu por dentro.
A mulher olhou para seu rosto, aproximou-se, pegou em suas mãos e
a fez girar.
— Muito magra, você não come?
— Não começa, Antonella. — Falou Luke.
— Como não, Luke? Você me traz uma criança magrela e me apresenta
como esposa.
Virando-se para Geovanna, pergunta:
— Como você aguenta ele?
— Antonella, basta! — Luke disse ríspido.
Geovanna ficou tão sem graça que não sabia onde esconder o rosto. A mulher
era tão arrogante, agora ela sabia quem Luke puxou.
— Bene, bene, vamos, mandei preparar um lanche para vocês.
Eles seguiram para uma varanda muito linda, havia uma mesa bem
arrumada. O mordomo afastou a cadeira para a mãe de Luke sentar e Luke
afastou a cadeira para ela sentar.
— Obrigada. — Agradeceu.
Antonella não tirava os olhos dela, a mulher parecia que era dona do mundo.
O lanche começou a ser servido e logo a mãe de Luke começou a falar:
— Então, Geovanna, a sua família tem descendência Italiana? Tendo em vista
que que seu nome é Italiano.
— Não, senhora. Meu pai sempre gostou da Itália e nomeou os filhos com
nomes Italianos, meu irmão se chama Fabrício.
— Seu pai é vivo?
— Não, morreu recentemente.
A mulher não disse uma palavra de conforto, como qualquer pessoa faria em
um caso desses.
— Estão casados há quanto tempo?
— 6 meses.
— 6 meses e ainda não engravidou sua mulher, Luke?
Geovanna ficou vermelha na hora, ela ficou tão constrangida que não sabia o
que fazer. Luke por sua vez, não demostrava nenhum sentimento, parecia que
nada o abalava, apenas olhava para a mãe com olhar frio.
A mulher olhou de um para o outro e deu uma gargalhada.
— Vai me dizer que se casou com uma mulher seca, Luke? Que não poderá
lhe dar filhos.
— Quando eu decidir ter um filho você ficará sabendo, por enquanto eu e
Geovanna não vamos ter filhos.
Geovanna olhou para ele. — O que ele quis dizer com isso? Ele sabe que
nunca poderão ter filhos, por que disse que quando decidisse ter um filho a
mãe seria comunicada? Só há uma resposta para isso, ele realmente irá se
separar dela e casar com uma mulher que possa lhe dar filhos. — Geovanna
pensou.
— Hum! Você é igual a seu pai, só faz o que te dá na telha.
Antonella virou-se para Geovanna e disse:
— O pai do Luke me arrastou para o seu país, eu odiava aquilo lá, assim que
Enrico morreu, voltei para a Itália. Estou aqui nessa casa, que era do meu pai,
vivendo de favor, já que Luke herdou tudo. O mundo para as mulheres é
cruel, você não acha?
— Está reclamando de que, Antonella? Não pretendo vir morar aqui, você
sabe disso. — Luke disse.
— Sim eu sei, você só quer saber dos lucros, nunca se interessou pelos
negócios do meu pai, somente pela Máfia.
— É isso que sou, foi para isso que nasci.
A mãe de Luke apenas o olhou com seu olhar superior. Geovanna
sentia-se como um inseto perto dela. Depois de algumas horas, Geovanna
encontrava-se em um quarto enorme, a vista dava para a infinidade de terra
que pertenciam a Luke. Ele aproximou-se dela e a abraçou.
— Tudo isso é seu?
— Sim, até mais do que seus olhos podem alcançar.
— É tão bonito. Por que você não deixa a máfia e se dedica a isso? Tenho
certeza que dá tanto dinheiro quanto a máfia.
— Não estou na máfia somente por causa do dinheiro, isso eu tenho de sobra.
Estou na máfia pelo poder, eu fui criado para ser um mafioso, está no meu
sangue.
Ela se desvencilhou do abraço e entrou no quarto.
— O que foi, Geovanna? Você sabe perfeitamente quem eu sou agora, e você
é a esposa de um mafioso, nada vai mudar isso.
— Eu sei! — Ela baixou a cabeça e continuou: — Sua mãe não gostou de
mim.
— Antonella não gosta de ninguém
— Por que você não a chama de mãe?
— Porque ela odeia esse título, e eu a considero somente como a mulher que
me gerou, ela nunca foi minha mãe.
Geovanna ficou triste, começou a imaginar como foi a vida de Luke,
com um pai que o ensinava a ser um mafioso, e uma mãe que não lhe deu
amor. Pela primeira vez ela sentiu pena dele.
Luke a abraçou e disse:
— Vamos esquecer tudo, eu só quero você, bambina. Só quero senti-la, tocá-
la, fazê-la minha em todos os sentidos. Vem! Quero te levar ao paraíso.
CAPÍTULO 32
G eovanna acordou e encontrou-se sozinha no quarto, ela fez a higiene
matinal e viu que o dia estava quente, resolveu colocar um vestido
floral. Arrumou os cabelos, deixando-o solto e fez uma maquiagem
caprichada, já que ela tinha certeza que a mãe do Luke irá reparar em cada
detalhe dela.
Na noite passada, depois que Geovanna e Luke foram para o quarto,
não saíram mais de lá. Nem para o jantar eles desceram, o mordomo bateu na
porta deles dizendo que o jantar iria ser servido, porém, Luke simplesmente
ignorou. Geovanna ainda tentou dizer que era indelicadeza não jantarem com
a mãe dele no primeiro dia deles ali, mas Luke com sua frieza apenas disse
que a Antonella não se importaria, e que ele era o dono daquela casa,
portanto não iria fazer o que não queria somente por etiqueta. Com isso ele a
abraçou e continuaram na cama até tarde da noite.
Ela desceu as escadas, não fazia a mínima ideia de como funcionavam
as coisas ali, ela estava com fome e gostaria de tomar um café da manhã, mas
não faz a mínima ideia se já foi servido ou não. Ela sentiu raiva do Luke por
deixá-la sozinha ali. Ao chegar embaixo ela ficou sem saber em que direção
tomar, a casa era enorme. Por sorte o mordomo apareceu e com uma mesura a
cumprimentou.
— Oh! Desculpe, o senhor viu meu marido, o Luke?
— Ele saiu, senhora, porém a senhora Salvatore está na sala de chá, queira
me acompanhar por favor.
Geovanna acompanhou o homem já desanimada, iria ficar com a mãe
do Luke sem a presença dele. O mordomo a conduziu à uma sala lindíssima,
Antonella estava sentada em um dos sofás lendo um periódico. Ao vê-la,
apenas levantou o olhar acima dos óculos com cara de nojo. O mordomo saiu
deixando-a ali com a megera.
— Olha quem está aqui, a esposa criança do Luke, não é à toa que ele te
chama de bambina.
Geovanna ficou vermelha, ela não queria ficar sem graça perto daquela
mulher, mas não tinha como, porém, decidiu se defender.
— Já tenho 18 anos, senhora.
A mulher riu alto e com voz de escárnio, disse:
— Nossa, como é adulta (risos), onde Luke arrumou uma criança para ser a
primeira dama da máfia?
Geovanna já ficou com lágrimas nos olhos, ela nunca quis esse casamento,
nunca quis ser primeira dama de máfia nenhuma e agora tinha que ficar
aguentando ser humilhada por aquela mulher, Luke teve a quem puxar.
Antonella continuou olhando para ela de baixo a cima.
— Não tinha algo melhor para vestir? Luke não te dá dinheiro para comprar
roupa?
O ódio de Geovanna subiu pelo rosto em proporções assustadoras, ela
não iria ficar nem mais um minuto ali com aquela mulher lhe humilhando,
virou as costas e já ia saindo quando escutou:
— Sente-se, Geovanna.
Geovanna percebeu que não era um pedido, mas uma ordem. Então,
respirando fundo, virou-se e sentou no sofá que Antonella apontava.
Antonella ainda com olhar altivo, pegou uma sineta e tocou,
imediatamente o mordomo apareceu.
— Peça para servir o café da manhã.
— Sim senhora.
O mordomo se retirou e Geovanna decidiu perguntar pelo Luke.
— Deve estar vendo os lucros, é só nisso que ele pensa, ou em outras
coisas...
Ela ficou vermelha, a mulher era realmente muito indelicada, então para ser
educada disse:
— Desculpe-nos por não ter descido para o jantar ontem à noite, eu acabei
pegando no sono e Luke não queria me acordar. — Disse isso somente para
disfarçar o fato dela e Luke não terem descido para o jantar por estarem
transando.
A mulher riu:
— Tenho certeza que você nem dorme quando está com o Luke.
Ela fechou os olhos, estava tão constrangida, as coisas só pioravam, que ódio
ela sentia do Luke por ter saído e não voltado ainda.
O mordomo apareceu, anunciou que a mesa já estava pronta para o café da
manhã. Elas seguiram para uma sala de jantar espetacular.
O café da manhã começou a ser servido e Antonella começou a fazer
perguntas:
— Você tem alguma profissão?
— Sou bailarina, senhora.
— Bailarina? Aquelas esqueléticas que ficam girando em cima de um palco?
Agora entendo porque é tão magra.
Geovanna não aguentou mais, levantou e já ia se retirar, porém Luke
chega nessa hora, a segura e a faz voltar para a mesa.
— Senta.
Ela ainda tenta desobedecê-lo, mas ele a segura com força e a faz sentar.
Geovanna fica de cabeça baixa e com lágrimas nos olhos. Antonella fala:
— Sua esposa é muito mimada, Luke.
— Cala a boca, Antonella, ou quem vai se retirar dessa mesa é você, ou
melhor, sairá dessa casa e irá morar em um apartamento no centro de Roma,
sem empregados e com 100 euros na sua conta por mês.
— Você não faria isso comigo.
— Já estou quase fazendo.
Antonella ficou quieta, porém continuou com olhar frio e altivo para
Geovanna. Ela por sua vez comeu sem vontade nenhuma, a fome que estava
sentindo sumiu. Luke parecia um rei, sentado na cabeceira da mesa com seu
porte superior.
O café da manhã terminou e Geovanna deu graça a Deus, não
aguentava mais ter que fingir que estava tudo bem. Luke a pegou pelas mãos
e a fez seguir até o escritório da casa.
Ele a abraçou e começou a beijá-la, ela o afastou e disse:
— Você só pensa nisso?
— Com você o tempo todo. — Ele a abraçou de novo.
— Pois podíamos fazer outra coisa, me leva para o campo de uva, eu quero
ver como é.
— Hum! Eu estava pensando em fazer coisas muito mais interessantes do que
ver uvas.
— Aqui no escritório?
— Sim, entre um documento para assinar e outro, você me distrairia.
Ela saiu do abraço dele e disse indignada:
— Você só me vê como um objeto sexual.
— Não é isso, amore mio, é que você é tão deliciosa que não paro de te
querer.
— Luke, por favor, me leva para ver as uvas, me conta como é produzido o
vinho.
Ele suspirou e disse:
— Quando você faz essa carinha de súplica, consegue tudo. Tá bom, vamos
ver essas benditas uvas. Primeiro precisa trocar de roupa, coloca uma bota, é
melhor para andar entre a plantação. — Ele piscou para ela.
Geovanna correu para o quarto e trocou de roupa, colocou uma
bermuda, uma blusa e botas. Prendeu os cabelos em um rabo de cavalo. Ela
desceu correndo as escadas e encontrou Luke a esperando, ele a olhou de alto
a baixo e riu.
— Você realmente é uma menininha.
— Até você? Não sou uma menininha.
— É sim, minha menininha desejável.
Ela apenas deu de ombros e saiu, com Luke a segurando pelas mãos. Havia
uma pickup parada na frente. Eles entraram e Luke assumiu o volante. No
caminho, ele foi mostrando para ela a propriedade e contando a história.
Logo chegaram à plantação de uva, ele a ajudou a descer do carro e disse:
— A partir desse ponto, só andando a pé ou com trator. Vamos!
Eles caminharam entre as uvas e Geovanna ficou encantada, eram tantas
uvas. Ela colheu algumas e comeu, eram tão doces. Ela tirou várias fotos.
Luke então começou a lhe falar como era a produção do vinho.
— Primeiro há a colheita, está vendo aquelas pessoas naquele campo? Estão
colhendo a safra que está pronta. Depois toda a uva é levada para os terrenos
para que seja esmagada. Nós ainda usamos forma artesanal de esmagamento,
que é usando os pés, por isso nosso vinho é um dos melhores do mundo. Quer
tentar?
— Eu posso?
— Você pode tudo, meu anjo.
Ela riu e o seguiu até os terrenos, haviam várias pessoas fazendo o
esmagamento. Então um homem aproximou-se deles e disse:
— Senhor Salvatore, que honra tê-lo aqui.
— Minha esposa quer pisar algumas uvas.
— É claro.
Geovanna foi levada para colocar uma espécie de bota de couro com
suspensório. Então ela começou a pisar as uvas. A sensação era tão boa. Ela
pisou várias uvas, e algumas pessoas que estavam lá também se aproximaram
dela, um rapaz pegou em sua mão e a ajudou equilibrar-se. Ela ria, segurando
a mão do rapaz, ela quase caiu e o mesmo a segurou pela cintura, ela riu.
Luke ficou olhando a cena com seu olhar frio e de cara fechada. Então ele fez
sinal para o homem responsável ali e falou alguma coisa para ele. O homem
apenas assentiu com a cabeça e se afastou.
Quando se deu por satisfeita saiu de lá e foi ao encontro do marido,
ela sorria como uma boba. Luke apenas a olhou sério, pegou em suas mãos e
praticamente a arrastou para o depósito. Ele mostrou os barris onde a uva
ficava fermentando e os barris onde o vinho produzido ficava para
envelhecer. Ele deu um pouco para ela experimentar.
— É tão bom.
Luke a levou de volta para a plantação de uva em um lugar bem
afastado, não havia ninguém ali. Ele a abraçou e começou a beijá-la. Ele
colocou a mão por baixo da sua blusa e começou a massagear seus seios.
Geovanna suspirava. Ele a fez deitar entre as uvas e começou a abrir sua
bermuda.
— O que você está fazendo? Não podemos fazer isso aqui.
— Você já teve a sua diversão, agora é a minha vez.
Ele sem cerimônias tirou sua bermuda e praticamente arrancou a calcinha
dela, e entre beijos a penetrou, ele começou com movimentos rápidos, fortes
e ritmados, parecia que ele nunca havia transado antes de tão desesperado que
estava. Ela não conseguia relaxar, estava incomodada por estar fazendo sexo
ali, no meio das uvas, Luke não tinha limite, quando ele queria, não
importava o lugar.
Ele gemia e a penetrava com muita força, era tão intenso que ela
começou sentir dor em vez de prazer.
— Luke, você está me machucando.
— Foda-se, eu adoro foder você assim, com força.
Ele intensificou as estocadas e Geovanna apenas fechou os olhos, naquele
momento ela soube que ele estava com raiva de alguma coisa. A forma como
ele a penetrava não era para lhe dar prazer, era de forma punitiva, ela tinha
certeza que ele queria machucá-la.
Depois de minutos que pareciam horas ele finalmente gozou, entre
uivos de prazer ele continuou as investidas, seu corpo tremia em cima dela.
Quando ele parou, saiu de dentro dela e levantou-se. Geovanna
imediatamente, com lágrimas escorrendo pelo rosto, procurou suas roupas.
Com as mãos trêmulas ela colocou a calcinha, a bermuda e ficou ali sentada,
com as penas dobradas e os braços abraçados ao joelho. Ela estava tão
confusa. — Por que ele fora tão violento?
Luke estava de pé, ele ajeitou as roupas, não havia nem se despido
completamente, apenas havia aberto as calças. Ele a olhou ainda sentada no
chão, abaixou-se e a fez olhar para ele, ela estremeceu. Ele olhou para
aqueles olhos molhados de lágrimas, e sem piedade apertou seu rosto com
força e disse:
— Na próxima vez que você se engraçar para qualquer homem, eu vou te dar
uma lição para nunca mais esquecer, entendeu?
Ela ficou confusa, não sabia o que ele estava falando, não havia feito nada,
então tentou falar entre lágrimas:
— O que eu fiz?
— Não se faça de inocente, você com essa carinha de anjo só engana, já está
avisada.
Ele a soltou com brusquidão e começou a andar, ela levantou-se e
começou a correr atrás dele. Chegaram até o carro, ele sentou-se atrás do
volante e a esperou entrar, mal ela sentou ele arrancou com o carro, nem
esperou ela afivelar o cinto de segurança.
Quando chegaram na casa, Luke desceu do carro e subiu as escadas
sem esperá-la. Geovanna veio logo atrás e entrou na casa, a mãe de Luke
estava no hall.
— Os pombinhos brigaram, é? Luke parecia um touro bravo passando por
aqui.
Geovanna não disse nada, apenas pediu licença e seguiu para a
escada. Chegando no quarto ela correu para o banheiro e tomou um banho.
Quando terminou, ficou na varanda olhando para o nada. Depois de algum
tempo ela escutou alguém batendo na porta, foi até lá e abriu, era o mordomo.
— Madame pediu para avisar que o almoço será servido, e perguntou se a
senhora irá acompanhá-la.
— Ah! Peça desculpas a ela, mas diga que não me sinto muito bem.
— Sim senhora.
O mordomo se afastou e ela fechou a porta. Resolveu deitar um pouco
e acabou pegando no sono.
Luke estava no escritório, muito puto. Ele não queria machucar a
Geovanna, mas ela o deixa fora de si. — Porra! Eu não consigo me controlar,
ela fica toda sorridente para qualquer um. — Ele passa a mão pelos cabelos e
senta na cadeira. — Foda-se, não vou me sentir culpado, ela mereceu e
merece muito mais por ser tão, tão... oferecida.
Perto da hora do jantar, o mordomo bateu na porta novamente,
Geovanna já estava acordada e foi atender.
— Madame mandou avisar que o jantar será servido às 8 horas.
Desanimada, ela foi trocar de roupa, Luke não havia aparecido, o que ela
achou ótimo, pois não queria nem olhar na cara dele. Ela se vestiu e desceu
para a sala de jantar, não havia ninguém ali, então foi para a sala de estar, a
mãe do Luke e ele já estavam lá. Antonella a olhou de alto a baixo daquele
jeito que sempre faz e virando-se para Luke, disse:
— Deveria pagar uma escola de etiqueta para sua mulher, Luke, não sabe
nem se vestir para um jantar.
Geovanna então, com muita raiva, resolveu jogar às favas a boa
educação e olhando para a velha, disse:
— E você deveria ter aulas para aprender como não ser arrogante e
presunçosa, aliás, vocês dois, mãe e filho, deveriam estudar nessa escola, ou
melhor, deveriam sumir do mapa, tenho certeza que não fariam falta para
ninguém.
Depois que ela falou tudo aquilo, fez menção de sair da sala, porém,
Luke com voz de comando a fez parar.
— Sente-se, se sair dessa sala vai se arrepender.
Ela olhou para ele com os olhos cheios de lágrimas. — Como ele teve
coragem de levá-la para conhecer a mãe, que ele sabia muito bem como era?
Por que ele gosta de humilhá-la? — Se perguntou.
Para que não houvesse mais problemas, ela resolveu obedecer e sentou. Luke
por sua vez, olhou para a mãe e disse:
— Mais uma palavra sua, sairá dessa casa hoje. Para que pense sobre o que
aconteceu, vou reduzir sua mesada pela metade.
— Você vai fazer isso? — Antonella perguntou alarmada.
— Vou, já está decidido.
Ninguém falou mais nada, a mãe de Luke a olhava com ódio mortal. Ela por
sua vez ficou de cabeça baixa. Luke como sempre inabalável, continuou
fumando seu charuto.
Na hora do jantar, todos seguiram para sala e o jantar transcorreu sem mais
nenhum incidente.
Depois do jantar Geovanna subiu para o quarto, ela não queria ficar
mais nenhum minuto com Luke e sua mãe. Uma hora se passou e Luke
entrou no quarto, Geovanna não queria que ele a tocasse aquela noite, porém
ela sabe que isso é quase impossível. Luke foi em sua direção assim que
entrou no quarto, pegou em sua mão, a fez levantar do sofá e a puxou para a
cama, ela resolveu protestar:
— De novo?
Ele não disse nada, apenas a empurrou na cama.
— Eu não quero.
— Você não tem escolha, portanto cala a boca e faz o que uma esposa tem
que fazer.
Geovanna não resistiu, seria pior, então ele fez o que sempre faz e ela apenas
fechou os olhos.
Na manhã seguinte, o celular de Luke não parava de tocar, ela acordou e
percebeu que estava abraçada a ele, tentou sair, porém ele a segurou junto
dele e pegou o celular, era o Edward.
— Alô.
— Luke, descobrimos quem foi o traidor, quem ajudou Vicenzo a te atacar.
Luke levantou-se em um salto e disse:
— Estou voltando hoje, não faça nada, eu quero resolver isso pessoalmente.
Ele desligou o celular e olhou para a Geovanna, que o olhava com os olhos
arregalados
— Arruma as suas coisas, vamos voltar para os Estados Unidos hoje.
CAPÍTULO 33
G eovanna estava cansada, ela e Luke saíram da Itália e seguiram direto
para Nova York, o clima estava frio, tendo em vista que já estava no
final do outono e logo o inverno chegará. Eles estavam no carro,
quase chegando na mansão. A reforma já havia acabado, e segundo a mãe, as
coisas voltaram ao normal. Desde que Luke recebeu o telefonema de Edward,
não sai do laptop e do celular, alguma coisa aconteceu, porém ela não estava
prestando atenção em nada disso, só queria chegar logo em casa e ir para o
quarto descansar.
Depois de quase três horas do aeroporto até a mansão, finalmente
chegaram, a mãe dela estava na entrada os esperando. Eles desceram do carro
e Luke não lhes deu nenhuma atenção, nem para ela e muito menos para a
mãe, seguiu direto para o escritório com Edward, que estava o esperando,
Geovanna abraçou a mãe.
— Que saudades, mãe.
— Também estava.
— Como foi a viagem?
— Vamos lá para o meu quarto, te conto tudo.
— Luke não vai gostar.
— Não liga, mãe. Você viu que ele não está nem aí para nada.
— Alguma coisa aconteceu, tem relação com o ataque.
— Sinceramente, não quero nem saber. Vamos!
Elas subiram para o quarto e as malas dela já estavam lá.
— Trouxe presentes para todos.
— Como você e Luke estão?
— Na mesma, eu vou me divorciar dele.
— Ele sabe disso?
— Não sei, vou contratar um advogado e vou entrar com o pedido, vou alegar
traição da parte dele.
— Filha, você acha que o Luke vai aceitar?
— Não quero saber, não viverei mais com ele e pronto, já está decidido.
— E como vamos viver? Você não trabalha e eu também não.
— Vou seguir minha carreira, vou ligar para a professora de balé e ver se ela
tem uma vaga para mim, mesmo que seja como bailarina coadjuvante.
A mãe de Geovanna a olhou com pena, ela jamais sairá desse casamento
facilmente, isso só acontecerá se Luke quiser.
***
Luke estava sentado sua mesa, surpreso pelo que Edward lhe falava.
— A governanta que ajudou no ataque?
— Sim, ela passou todas as informações da hora que Geovanna estaria na
casa e em que localização, assim fizeram o ataque e sequestraram a
Geovanna.
— Descobriu o motivo?
— Sim, e isso vai surpreendê-lo. Sabe de quem ela era mãe?
— Não sei.
— Da Suzette.
Luke encostou em sua cadeira com uma expressão fria, Edward continuou:
— Elas tinham um plano, Suzette queria ser a primeira dama da Máfia,
porém elas não podiam usar uma gravidez para te segurar, porque elas sabiam
o que acontecia com quem ousasse dizer que estava grávida de você.
— Sim, apenas uma idiota fez isso, veio com uma história que a camisinha
estourou, mas é claro que não cai nessa. Tenho certeza que aquela criança
que arranquei da barriga dela com minhas próprias mãos não era nem minha.
Serviu de exemplo para todas as outras.
— Então elas tinham um plano de fazer você ficar dependente da Suzette, ela
era sua preferida, logo, elas pensaram que seria fácil te dobrar.
Luke riu.
— Idiotas! É claro que isso nunca iria acontecer, já estava noivo da
Geovanna.
— Exatamente! Só que elas não sabiam disso. Quando você anunciou o
casamento, todos os planos que elas tinham foram por água abaixo.
Edward parou por alguns segundos e logo voltou a falar:
— Porém, quando você a procurou de novo depois do casamento, elas viram
uma excelente oportunidade de acabar com seu casamento. Suzette gravou o
vídeo, e enviou por um celular pré-pago, para que você não conseguisse saber
quem enviou, mas ela não contava que você mandaria buscá-la e matá-la,
mesmo não sabendo se tinha sido ela ou não que havia enviado o vídeo.
— O que ela pensou? Que eu não iria matá-la só porque comia ela de vez
enquanto?
— Acredito que sim, por esse motivo a mãe dela se aliou ao Vicenzo, ela
queria que Geovanna tivesse o mesmo destino da Suzette. O plano deles era
matar a Geovanna, porém você não fez o esperado e saiu para ir atrás da
Geovanna. Eles iriam esperar você aceitar a proposta da troca, mas eles não
iriam te entregar a Geovanna viva, até que você atacou a base deles e matou
todos.
— E onde está a Hillary agora?
— Fugiu e o nome dela verdadeiro é Nádia. Ela tem descendência russa.
— Tem alguma ligação com a Máfia Russa?
— Sim, porém indiretamente. A mãe de Nádia veio fugida para os Estados
Unidos com a filha ainda bebê. — Edward deu uma pausa e continuou: —
Ela entrou em contato com eles e pediu ajuda para sair daqui.
— Hum! Marco desconfiou que estava sendo investigado também?
— Não, ele continuou fazendo suas atividades normalmente.
— Okay! Vamos resolver logo esse problema, manda preparar o avião,
vamos para a Rússia.
Luke pegou o celular e fez uma ligação.
— Marco, vem aqui na mansão.
— Okay!
Depois de alguns minutos Marco chegou.
— Não sabia que tinha voltado.
— Cheguei hoje, porém vou viajar de novo.
— Para onde dessa vez?
— Estou indo para a Rússia com Edward e alguns soldados, você ficará aqui.
— O que aconteceu, Luke? Por que está indo para a Rússia de repente assim?
— Edward vai te explicar tudo, eu vou arrumar algumas coisas, sairemos o
quanto antes. A única coisa que eu quero de você agora é que tome conta das
coisas por aqui.
Luke saiu do escritório e deixou Edward explicando as coisas para
Marco. Luke subiu as escadas e foi para o quarto de Geovanna, ela estava
com a mãe. Quando Clarice o viu, levantou-se para sair, mas Luke a impediu.
— Pode ficar, só vim comunicar que estou indo viajar para a Rússia e não sei
quando volto.
Com isso ele virou as costas e foi para o outro quarto fazer as malas.
Geovanna e a mãe ficaram sem ação, olhando para a porta.
Quando ele terminou foi até o escritório.
— Separa os melhores soldados para ir comigo, Marco.
— Luke, por que você tem que ir? Não é arriscado?
— Vou pegar a minha prisioneira, vou tentar negociar amigavelmente, tenho
certeza que eles vão entender que a prisioneira é minha e que eles têm que me
entregar.
— E se eles não quiserem negociar? Afinal de contas ela é parente deles.
— Eles vão, não se preocupe, Marco. Eles não vão querer arrumar confusão
conosco.
— Tudo bem, mas você não me deixou participar das investigações, por
acaso não confia em mim?
Luke riu e apenas disse:
— Claro que confio, Marco. Vou te deixar aqui para cuidar da Geovanna.
Marco apenas ficou olhando para ele.
— Agora vai, Marco. Faça o que eu mandei e não questione.
Marco saiu para fazer o que ele mandou, enquanto Luke e Edward preparam
tudo para a viagem.
Geovanna e a mãe estavam na sacada do quarto, olhando toda aquela
movimentação de carros, homens entrando e saindo. Ela não fazia ideia do
que estava acontecendo. Geovanna viu Luke saindo da casa com Edward, ele
olhou para a sacada e a viu, eles ficaram se encarando por alguns segundos,
logo Luke desviou o olhar e entrou no carro. Geovanna entrou para o quarto.
— Ele nem veio se despedir de mim, mãe.
— E você queria que ele viesse?
— Não sei! Meu coração está meio apertado.
— Não fica assim, logo estará de volta. Essa viagem deve ser alguma coisa
da Máfia.
— Será que tem a ver com o ataque?
— Provavelmente.
Elas ficaram um tempo no quarto, Geovanna resolveu abrir as malas e
entregar os presentes que havia comprado. Na hora do jantar elas desceram.
— Vai jantar comigo né, mãe? Já que o Luke não está aqui.
— Claro.
— Vamos até a cozinha, vou entregar os presentes que comprei para os
funcionários.
Elas seguiram até a cozinha.
— Oi, Margaret. Trouxe um presente da viagem pra você.
— Sra. Salvatore, muito obrigada.
— Esse é para você. — Ela disse entregando para a arrumadeira.
— Onde está a Hillary?
— Ela não trabalha mais aqui, senhora.
— Não! Por quê?
— Não sabemos, senhora.
— Okay! Pode servir o jantar, minha mãe vai jantar comigo.
— Sim senhora.
Elas seguiram para a sala de jantar.
— Que estranho a Hillary não trabalhar mais aqui, o que será que aconteceu?
Você sabe de alguma coisa, mãe?
— Não, quando estávamos no apartamento ela estava lá, depois que viemos
para cá eu não a vi mais, porém não fazia a mínima ideia de que ela havia ido
embora, pois ficava na casa de hóspedes.
Geovanna deu de ombros e começou a comer. Depois do jantar ela pediu que
a mãe dormisse lá na casa com ela. A mãe aceitou.
Na manhã seguinte, Geovanna acordou em um sobressalto, a mãe entrou no
seu quarto nessa hora.
— Geovanna, o Marco está lá embaixo, ele quer falar com você.
— O que aconteceu, mãe?
— Eu não sei, filha. Se troca e vai logo ver o que ele quer.
Geovanna levantou-se correndo e fez uma higiene rápida, colocou uma roupa
e desceu as escadas correndo, a mãe já estava na sala de estar com Marco.
Geovanna olhou de um para o outro e teve certeza que alguma coisa
aconteceu. A mãe veio em sua direção e falou:
— Você terá que ser forte agora, filha.
— O que aconteceu?
Marco levantou-se e disse:
— Foi o Luke, o avião que ele estava caiu em uma montanha gelada na
Rússia.
Ela ficou paralisada, os olhos fixos no rosto de Marco, não sabia o que estava
sentindo, era tudo muito confuso. — O Luke está morto? É isso que o Marco
está lhe dizendo?
— Ele morreu? — Perguntou com um nó na garganta,
— Ainda não temos uma posição definitiva, pois ainda estão nas buscas,
porém pelas condições do acidente, as chances de ter sobreviventes são
mínimas, o avião bateu em uma montanha e explodiu. Sinto muito.
As lágrimas começaram a descer pelo seu rosto, ela não queria chorar, mas
não conseguia controlar. A mãe a abraçou forte, a consolando.
— Ele está morto, mãe, o Luke está morto. — Falava com desespero.
— Calma, filha, ainda há esperanças
— Não! não há, ele morreu.
Ela abraçou sua mãe e chorou todas as lágrimas que conseguiu chorar.
Depois de algumas horas, Geovanna estava deitada na cama, com o olhar
vago, olhando para o nada. A mãe dela a consolava, passando a mão pelos
seus cabelos.
— Ele se foi para sempre, mãe e isso era tudo que eu queria.
— Não, não era tudo que você queria, você o ama.
Ela levantou-se e olhou para a mãe.
— Como é possível isso, como é possível eu sentir algo por ele?
— Não mandamos no nosso coração, o amor acontece, mesmo com todas as
adversidades.
— Agora já era, ele não está mais aqui e eu vou ter que viver com esse
sentimento dentro de mim, sozinha.
— O tempo é o remédio para tudo.
Uma semana depois.
— Geovanna, todas as buscas foram feitas, não há sinal de sobreviventes, o
local é muito frio e quase inóspito, mesmo que alguém sobrevivesse não
ficaria vivo por muito tempo. As buscas foram suspensas.
Ela já não tinha mais o que fazer, apenas agradeceu.
— Obrigada, Marco.
Geovanna voltou para o quarto, era o lugar que ela mais ficava na
última semana, a mãe a estava ajudando a superar, mas por dentro ela estava
arrasada, nunca pensou que sofreria tanto a morte dele.
Ela deitou na cama e chorou, chorou, chorou, agora era definitivo,
Luke havia morrido e ela não teve a chance de dizer que o amava.
CAPÍTULO 34
UM MÊS DEPOIS
M arco estava sentado na cadeira do Luke, no escritório da mansão, ele
girava na cadeira com um sorriso no rosto. Tudo havia dado certo, o
plano foi perfeito. — Agora só falta conquistar a Geovanna, isso vai
ser um pouquinho difícil, ela está sofrendo a morte dele, que bobinha, deveria
estar feliz por ter se livrado de um louco possessivo. Nada como o tempo,
mas eu sei esperar, ela vai ser minha, e de quebra assumirei a Máfia
Salvatore.
O celular de Marco toca, ele olha a tela e fecha a cara.
— Alô.
— Marco, quando vai assumir tudo por aí? Quero minha parte.
— Tudo no seu tempo, Nádia. Ainda está recente e a Geovanna está muito
abalada. Além do mais, o testamento ainda não foi lido, ela tem esperanças de
ele aparecer.
— Tem que assumir tudo o quanto antes, casa logo ou manda ela te nomear
capo, ela é uma idiota que não entende nada da Máfia e confia cem por cento
em você, portanto, não demora com isso.
— Ela terá que me nomear de qualquer maneira, pelo protocolo da Máfia
Salvatore, mulher não pode assumir o posto de capo, como não há herdeiro
direto e nem a possibilidade de ter um, então é fácil convencê-la a me
nomear. Também quero me casar com ela, foi esse o meu maior objetivo de
ter feito tudo.
— Você que sabe, quer casar com ela, casa, faz o que quiser, contando que
me dê a minha parte. Você sabe que por mim, quando assumisse tudo podia
matá-la.
Puto com a mulher, ele disse:
— Nádia, eu vou resolver isso, não fica me ligando. Quando tiver alguma
posição, eu te ligo.
— Tá certo, mas não enrola.
A ligação foi encerrada e Marco olhou para a tela. — A primeira coisa
que vou fazer quando assumir a Máfia será eliminar essa mulher,
infelizmente tive que contar com ela para me ajudar no plano, porém ela não
perde por esperar.
Alguém bateu na porta, Marco levantou-se rapidamente da mesa do
Luke e fingiu que estava olhando alguns documentos. Geovanna entrou.
— Oi, Geovanna. Como está hoje?
— Bem, Marco. Obrigada.
— Então, já posso marcar a leitura do testamento com os advogados?
— Eu acho que sim, já não tenho mais esperanças, já se passou um mês.
— Sim, eu sinto muito a falta dele e tenho certeza que você também está
sentindo.
— É complicado, Marco, há um turbilhão de sentimentos dentro de mim, eu
estou um pouco perdida.
Marco se aproximou dela e pegou em suas mãos.
— Você sabe que sempre estarei aqui para te ajudar em qualquer coisa, não
é?
— Sim, eu sei e te agradeço muito, você tem sido tão bom para mim.
Eles ficaram se olhando, Marco aproximou seus lábios e começou a beijá-la.
Geovanna não resistiu, ele por sua vez a abraçou e intensificou o beijo. Ele
começou a acariciar o corpo dela. Nesse momento ela o afastou e ficou
confusa com o que tinha acontecido.
— Desculpa, Geovanna, eu... eu não deveria ter feito isso, mas... eu não
posso mais esconder... eu estou gostando de você.
Geovanna o olhou com os olhos arregalados e virou de costas para
ele, seus sentimentos estavam confusos, ela sempre viu Marco apenas como o
melhor amigo de Luke, o braço direito dele, agora essa revelação.
— Geovanna, eu sempre respeitei o Luke, você sabe, jamais me interessaria
por uma mulher dele, principalmente a esposa dele, mas no último mês,
passei tanto tempo com você, que esse sentimento começou a surgir, é mais
forte que eu.
— Marco, eu não sei o que dizer, isso tudo é confuso para mim, mas de uma
coisa tenho certeza, não estou preparada para ter um relacionamento com
ninguém nesse momento.
— Tudo bem, Geovanna, eu entendo. Só peço que pense com carinho nesse
sentimento, eu posso te fazer feliz.
Ele aproximou-se dela, a fez virar para ele e com carinho passou as mãos
pelos seus cabelos.
— Você é tão linda, jamais te tratarei como ele te tratava.
Nesse momento ela saiu do contato dele e indo até a porta, disse:
— Por favor, marque a leitura do testamento com os advogados.
Com isso saiu do cômodo, foi direto para o quarto e se trancou lá. As
lágrimas começaram a descer descontroladamente.
Enquanto isso Marco pensava em um jeito de quebrar aquela resistência.
— Você vai ser minha, Geovanna.
Alguém bateu na porta do quarto de Geovanna.
— Quem é?
— Sou eu.
Ela levantou e abriu a porta.
— O que está fazendo trancada aqui?
— Pensando.
— Sobre o que?
— Sobre tudo que aconteceu no último mês.
— Você ainda tem esperança de que ele esteja vivo?
— Não, já pedi para Marco convocar os advogados para a leitura do
testamento.
— Já pensou em quem você vai nomear para assumir a Máfia?
— Algumas horas atrás eu estava pensando no Marco, porém diante do que
ele me disse, eu estou em dúvida.
— O que ele disse?
— Senta aqui, mãe. Ele se declarou para mim, disse que está gostando de
mim.
Elas ficaram por silêncio por alguns minutos, então a mãe quebrou o
silêncio:
— Talvez isso não me surpreenda tanto.
— Não!?
— Eu observei o comportamento dele nesse último mês, sempre atencioso,
cuidadoso com você e os olhares dele para você era de alguém apaixonado.
— Por que nunca me disse nada?
— Porque não tinha certeza e além do mais você estava muito fragilizada.
— O que você acha que devo fazer, mãe?
— Dê um tempo, não precipite as coisas, sofra o seu luto. E um dia quando
estiver preparada, poderá dar uma chance.
— Eu vou nomear ele, mãe, porém não pretendendo morar aqui, eu vou
voltar para a minha carreira.
— Eu apoio você em qualquer decisão que tomar.
— Obrigada.
Os dias foram passando e o relacionamento de Geovanna e Marco estava
estranho, ela evitava ficar sozinha com ele, porém ele sempre dava um jeito
de lhe falar sobre seus sentimentos e que estaria esperando por ela.
Um dia antes da leitura do testamento, Geovanna recebeu uma visita
inesperada. Ela estava na varanda, deitada em uma espreguiçadeira junto com
a mãe, quando a empregada veio lhe falar:
— Senhora Salvatore, a senhora tem uma visita.
— Quem?
— Ela se identificou como mãe do senhor Salvatore, Antonella.
Geovanna olhou para a mãe e disse:
— É a bruxa que te falei.
— Geovanna, não fale assim, vamos receber a mulher, ela perdeu o filho.
— Duvido que ela esteja sentindo alguma tristeza.
— Vamos recebê-la, eu vou com você.
As duas seguiram para a sala de estar e Antonella estava sentada com seu
porte superior, assim que viu Geovanna ela a olhou de cima a baixo como
sempre fez
— Senhora Antonella, que honra recebê-la aqui.
— Poupe-me disso, pelo jeito ainda continua uma criança malvestida, nem
parece uma viúva herdeira de uma fortuna.
— Senhora, o testamento será lido amanhã e não creio que Luke deixou todos
os seus bens para mim.
— É claro que o idiota deixou tudo para você, um homem apaixonado faz
essas burrices.
— Senhora, acho que está enganada...
A mulher a cortou levantando a mão.
— Não vim aqui para discutir as escolhas estúpidas do Luke, agora não
adianta, ele já está onde deveria estar há muito tempo, no inferno.
Geovanna ficou chocada como Antonella tratava a morte do filho, ela não
tinha nenhum sentimento.
Antonella se levantou, olhou para a mãe de Geovanna e disse:
— E você, está fazendo o que aqui? Lugar de empregados é na cozinha.
Aquilo foi a gota d'água para Geovanna.
— Antonella, ela é minha mãe. E te garanto que é muito mais educada que
você. Se não tem mais nada a fazer aqui, retire-se da minha casa agora, caso
contrário, chamarei os seguranças para fazê-lo.
Antonella riu e disse com desdém:
— Logo se vê que é sua mãe, veste-se tão mal quanto você.
— Basta! Sai da minha casa, não tenho que te aturar aqui, saia agora!
Geovanna estava tão alterada que sentiu uma vertigem forte e cambaleou, sua
vista escureceu e caiu no chão sem sentidos.
— Geovanna, filha, fala comigo.
— Será que morreu também? — Antonella falou com escárnio.
— Cala a boca, sua bruxa. Faz alguma coisa útil, me ajuda a colocá-la no
sofá, vou ligar para a médica dela.
Antonella, com desgosto, ajudou a mãe de Geovanna a colocá-la no sofá, ela
logo fez a ligação.
— Dra. Beatriz, aqui é a Clarice, mãe da Geovanna, ela teve um desmaio.
— Há quanto tempo está desacordada?
— Alguns minutos.
Nesse momento, Geovanna começou a acordar.
— Ela está acordando.
— Okay! Pergunte o que ela está sentindo.
— Geovanna, você está bem?
— Acho que sim, o que aconteceu?
— Você desmaiou.
A mãe de Geovanna voltou a falar com a médica:
— Ela voltou, mas não sabemos o que causou a queda de pressão, não era
bom ela ir até o hospital?
— Sim, traga-a aqui, podemos fazer alguns exames para descartar qualquer
problema, tendo em vista a situação dela.
— Claro, nós vamos agora.
A mãe desligou o celular.
— Mãe, não acho necessário, eu estou bem.
— Nada disso, você teve todos aqueles problemas e a médica quer fazer
alguns exames, vamos agora.
— Sentiu-se mal porque não come, olha como é magra.
— Você ainda não foi embora? — Geovanna perguntou.
— Não, e nem pretendo ir, vou até o hospital com vocês.
— Não vou discutir, faz o que quiser.
Geovanna, a mãe e Antonella seguiram para a saída, os carros estavam
prontos para sair, Fabrício estava junto.
— O que aconteceu?
— Geovanna passou mal e vamos levá-la ao hospital.
— Que horror, falando com soldados como se fossem da família, Luke não
soube ensiná-la a ser uma primeira dama da Máfia.
— Ele é meu irmão.
— Quem é você? — Fabrício perguntou.
— É a mãe do Luke. — Geovanna disse.
— Sim, sou a mãe do Luke e vou dar um jeito nessa bagunça aqui.
Geovanna resolveu ignorá-la, depois ela deva um jeito nessa bruxa.
Todos entram no carro e seguiram para o hospital, assim que chegaram
Geovanna foi atendida.
— O que aconteceu, Geovanna?
— Eu tive uma vertigem forte e desmaiei.
— Estava sentindo alguma coisa antes de desmaiar?
— Não.
— Eu vou te examinar fisicamente e pedir alguns exames de sangue.
— Okay.
A médica começou a examiná-la, escutou o coração, pulmão, mediu a
pressão e apertou sua barriga. Ao terminar, ela fez o pedido dos exames de
sangue e logo uma enfermeira veio colher o sangue. Todos ficaram esperando
o resultado do exame na recepção. Quando estava pronto a médica a chamou.
— Geovanna, vem até a minha sala.
— Minha mãe pode ir junto comigo?
— Pode sim.
Elas seguiram para a sala da médica.
— Geovanna, não encontramos nada de errado nos seus exames, exceto que
está com um pouco de anemia, o que terá que corrigir, principalmente na
condição que você está.
— Que condição?
— Você acredita em milagres, Geovanna?
— Eu não sei, tenho motivos para acreditar?
— Tem, segundo o seu exame de BHCG você está grávida.
O mundo de Geovanna parou naquele momento, a mãe levou a mão à
boca, estupefata, a médica a olhava enquanto falava e ela simplesmente não
ouvia o que a mulher dizia. As lágrimas começaram a descer pelo seu rosto.
— Sei que tudo indicava que você jamais poderia gerar um bebê de maneira
natural, porém mais uma vez a natureza nos surpreende e aquela chance de
0,01% aconteceu, você já está com quase dois meses. Parabéns!
— Você tem certeza disso, doutora?
— Sim, mas se você quer uma prova, podemos fazer um ultrassom agora?
— Eu quero.
— Então vai se preparar, a enfermeira vai ajudar, sua mãe pode ficar com
você.
Elas seguiram para a sala e a enfermeira a ajudou colocar o roupão,
ela deitou na cama e logo a médica chegou.
— Vamos lá ver seu bebezinho?
— Sim.
A médica colocou um gel na sua barriga e logo começou a deslizar o
aparelho pelo seu abdômen. Depois de alguns minutos a médica disse:
— Aqui está o seu bebê, é pequenino ainda, mas já podemos ouvir o
coração.
A médica aumentou o volume e o som do coraçãozinho se fez ouvir por todo
ambiente, forte e rápido. As lágrimas desciam pelo rosto de Geovanna e da
mãe, sem controle.
— Parece estar tudo bem com ele, porém por causa do seu quadro clínico,
vamos acompanhar sua gravidez de perto. Já vou marcar para a próxima
semana seu primeiro pré-natal, por enquanto, vou receitar as vitaminas pré-
natal e sulfato ferroso.
A médica fez mais algumas recomendações e a liberou. Elas seguiram para a
recepção e Fabrício logo perguntou:
— Está tudo bem? Por que demoraram?
— Fabrício, um milagre aconteceu, eu estou grávida.
— Grávida? — Marco e a mãe de Luke perguntaram juntos.
Geovanna não tinha percebido que Marco estava ali. Ela olhou para ele, que a
olhava com intensidade. Ela desviou o olhar e disse com um sorriso:
— Sim, grávida de quase dois meses.
— Não sei nem o que dizer, irmã, talvez parabéns?
— Sim, estou muito feliz, é o meu pequeno milagre.
— Não acredito, agora Luke tem um herdeiro, se essa criança for mesmo
dele.
Geovanna, com fúria, foi em direção a Antonella e deu um tapa na cara dela.
— Cala a sua boca, esse filho é um milagre, o filho que Luke tanto queria.
Nunca ponha em dúvida que essa criança não é dele.
— Você me agrediu, sua pirralha, vou te processar.
— Processe, não quero você na minha casa e nunca chegue perto do meu
filho.
— Calma, Geovanna. Vamos embora, você não pode se estressar.
A mãe, Geovanna e Fabrício saíram do hospital. Marco ficou em pé sem
reação. Antonella, saiu e foi pedir um táxi.
Uma hora depois Geovanna estava em casa no quarto, com a mãe.
— Não acredito, tem um pedacinho dele aqui, mãe. — Ela apontou para a
barriga.
— Você está feliz de verdade, filha?
— Sim, mãe. Muito feliz, essa criança será o meu consolo, meu milagre.
— Estou feliz por você, agora vamos cuidar para que nada aconteça a esse
serzinho.
— Vamos sim, mãe.
Marco estava em sua casa, sentado em uma cadeira, bebendo Whisky.
— Essa criança não pode vir ao mundo, se for um menino então, vai ter que
ser eliminado antes mesmo de nascer.
CAPÍTULO 35
G eovanna estava com um sorriso bobo, havia um bebê em seu ventre,
estava de quase dois meses. Ela começou a fazer os cálculos na
cabeça e chegou à conclusão que o bebê foi concebido em Roma, na
semana em que Luke a procurou pela primeira vez depois do sequestro. Ela
ficou feliz, o bebê foi concebido sem violência. Sorriu mais ainda e passando
na barriga:
— Eu vou te amar muito meu bebê e não deixarei ninguém te fazer mal, o seu
papai queria muito você.
A expressão dela ficou triste de repente, Luke não estará aqui para ver
o filho crescer, o coração dela ficou apertado. Algumas lágrimas rolaram em
seu rosto, alguém bateu na porta e ela enxugou-as com o dorso da mão.
— Entra.
— Bom dia, filha. Vamos tomar café da manhã?
— Sim, eu já ia descer.
As duas saíram do quarto e foram para a sala de jantar, a mesa já estava
posta.
— A abertura do testamento é hoje?
— Sim.
— Será que a mãe do Luke vem?
— Claro que vem, você acha que ela está aqui para que? Para saber o que
Luke deixou para ela.
— Para que horas está marcado?
— 11 horas.
Elas comeram em silêncio. A manhã passou tranquila e a hora da leitura
testamento chegou, dois advogados vieram. Estavam presentes: Marco,
Antonella, Clarice e Geovanna.
— O senhor Salvatore redigiu esse testamento recentemente, tendo em vista
que ele não tem um herdeiro direto, a única beneficiária de tudo é a senhora
Geovanna Salvatore.
— Eu sabia. — A mãe de Luke falou.
— O senhor tem certeza disso? Todos os bens? Até o vinhedo da Itália?
— Sim, o vinhedo, a rede de hotéis, as empresas aqui dos Estados Unidos,
essa casa, a cobertura no Central Park, casino em Las Vegas, duas
propriedades em Los Angeles, todos os carros de luxo e os cavalos árabes.
Além disso, ele tem propriedades na França e uma ilha na Grécia. Há também
uma soma em dinheiro...
— Dr. Calvin, eu descobri recentemente que estou grávida, foi um milagre,
então, todos esses bens podem ser passados para o meu filho?
— Sim, seu filho automaticamente passa a ser herdeiro de tudo, enquanto ele
não puder responder, a senhora responde por ele.
Depois da leitura, Geovanna foi para a sala de estar com todos os
outro, a mãe de Luke estava indignada.
— O desgraçado não deixou nada para mim e tudo para essa pirralha, o
vinhedo era do meu pai, ele não podia ter feito isso comigo.
— Antonella, eu não me importo de você continuar vivendo lá, pode ficar
com tudo, até com os lucros.
Ela olhou surpresa para Geovanna, porém não abaixou a guarda, continuou a
olhando com seu olhar superior.
— É o mínimo que você tinha que fazer.
Marco resolveu interromper:
— Temos que marcar a reunião com os membros da Máfia, assim que
tivermos confirmação do sexo do bebê.
— Sim, faça isso, marque a reunião com todos os membros da Máfia, eu vou
nomear o novo capo, não precisa esperar o sexo do bebê.
— Tudo bem.
— Não é assim que funcionam as coisas, Geovanna. Você sabe que se o seu
filho for homem, ele será o próximo capo, como ele é apenas um bebê, quem
responderá por ele é você, então quem você nomear não terá autonomia para
mandar em nada, será apenas alguém representativo. — A mãe de Luke
falava aquilo, olhando para Marco, ela continuou:
— Porém, se você casar de novo, o seu marido pode assumir a Máfia, até o
seu filho se tornar adulto.
Geovanna estava muito confusa com aquilo tudo, ela não queria que o
filho se tornasse um mafioso, mas por outro lado, ela queria homenagear a
memória do marido e criar o filho para assumir a máfia.
— Eu vou pensar sobre tudo isso, por enquanto, não sabemos se o bebê será
menino, caso não seja, quem eu nomear irá assumir a Máfia de vez.
***
Os dias foram passando e Geovanna começou a sentir alguns
sintomas da gravidez, muitos enjoos matinais, ela comia muito pouco, e o
pouco que comia, vomitava. A mãe estava sempre do lado dela, a ajudando a
passar por essa fase.
Geovanna estava agachada no vaso sanitário tendo mais uma crise de
vômitos. Quando ela terminou, lavou a boca e foi para o quarto.
— Está melhor?
— Não, mãe. Parece que estou doente, não grávida.
— É assim mesmo, você é igual a mim, muitos enjoos na gravidez.
— Tomara que essa fase passe logo.
— Vai passar, amanhã você tem pré-natal, né?
— Sim.
— Será que já vai dar para o ver o sexo do bebê?
— Não sei, tomara que sim e eu desejo que seja uma menina
— Por quê?
— Será livre, não terá a responsabilidade de assumir a Máfia.
No dia seguinte, elas foram para o pré-natal. Geovanna já estava entrando no
terceiro mês de gestação.
— Então, Geovanna, como está se sentindo?
— Muito enjoo.
— Isso é normal, logo passará. Vamos fazer uma ultrassonografia hoje, se for
possível já podemos ver o sexo do bebê, quer saber o sexo?
— Sim.
— Então vamos lá.
A médica começou a fazer o exame, e logo disse:
— Vamos ver aqui, tem alguém sem vergonha e já que mostrar para todos
que é um menino. Parabéns! Você será mamãe de um menino.
Geovanna ficou feliz e triste ao mesmo tempo, feliz por ser o menino
que o Luke tanto queria, e triste por saber que ele jamais conhecerá o filho.
— Está tudo bem com seu bebê, seu útero também está se comportando
muito bem, porém eu recomendo evitar fazer muito esforço, como pegar peso
e também evitar se estressar.
— Eu posso dançar? Eu sou bailarina, danço balé clássico.
— Sim, a dança ajuda relaxar. Enquanto você estiver aguentando, eu
recomendo. Só não faça passos mais elaborados, que precise saltar ou alguma
coisa assim, por causa da condição do seu útero, do resto está liberada.
— Obrigada.
Elas saíram felizes do consultório e pararam para comprar a primeira
roupinha do bebê.
— Olha, mãe, que lindo.
— Sim, muito lindo, vamos comprar esse.
— Quero comprar tudo, mãe.
A mãe riu e elas continuaram as compras, todas as sacolas elas entregavam
aos seguranças, que andavam atrás delas o tempo todo.
Elas entraram em um restaurante para comer e Geovanna perguntou:
— Quando vou poder sair sozinha, sem esse bando de soldados atrás de
mim?
— Acho que nunca, agora então, que você está carregando o príncipe da
Máfia...
— Eu não gosto disso, eu não quero que meu filho seja visto como uma
moeda de troca.
— Filha, o seu filho é o único homem que restou da família Salvatore, o
primo dele foi dado como morto, assim como Luke, o tio dele já está velho e
logo vai morrer. Então esse menino é a esperança da continuação da família.
— Mas o Luke tem primas, elas podem gerar filhos homens.
— Sim, mas seriam filhos para assumir outras famílias, não a família
Salvatore.
— Isso tudo é tão complicado, eu só queria ter uma vida normal com meu
filho.
Ela suspirou fundo e continuou:
— Mãe, estava pensando em ir embora, sair de tudo isso, ir para outro estado,
o que você acha?
— Não sei se isso será possível. Faça a reunião com os membros da Máfia,
você precisa nomear alguém, e essa pessoa irá assumir tudo.
— Sim, vou fazer isso o quanto antes.
Elas continuaram mais um tempo no restaurante e depois resolveram ir para
casa. Assim que chegaram, Marco estava na lá esperando elas.
— Oi, Marco, como está?
— Bem, preciso conversar com você, em particular.
Geovanna percebeu que ele estava um pouco nervoso.
— Aconteceu alguma coisa?
— Não, só quero lhe falar sobre a reunião com os membros da Máfia.
— Então não precisamos de segredos, minha mãe pode participar.
— Por favor, Geovanna, eu preciso lhe falar em particular, me acompanha até
o escritório.
— Vai, Geovanna. Tenho certeza que é algo importante.
— Tudo bem. Seja breve, Marco, eu estou um pouco cansada.
Eles seguiram para o escritório e logo Marco perguntou:
— Já sabe o sexo do bebê?
— Sim, é um menino.
A expressão do rosto de Marco mudou, ele franziu a testa e a olhava sério.
— Geovanna, você sabe que o fato do bebê ser menino, mudam as regras
para a escolha do capo?
— Marco, eu sei, eu vou te nomear capo, não se preocupa.
— Eu sei disso, porém não terei autonomia para agir, você terá que decidir
tudo.
— Eu deixo você decidir.
— Não é tão simples assim, Geovanna. — Marco deu uma pausa e
continuou:
— A melhor maneira de resolvermos isso é se casarmos.
Geovanna ficou olhando para ele, sem reação. — Casar? Casar de novo por
obrigação? Não mesmo. — Pensou.
— Não vou me casar com você, Marco.
— Geovanna, essa é a melhor opção, além do mais você sabe meus
sentimentos por você, eu vou cuidar de você e do seu filho.
Marco foi em sua direção e tentou segurá-la, porém se ela afastou.
— Não, Marco. Eu entendo seus sentimentos, mas eu não sinto o mesmo, não
quero me casar por obrigação novamente.
Marco a encarou com um olhar mortal.
— Você ainda gosta do Luke, apesar de tudo que ele lhe fez?
— Não vou discutir meus sentimentos com você. Minha decisão já está
tomada.
Geovanna fez menção de sair do escritório, mas Marco a reprimiu apenas
com uma risada.
— Você pensa que Luke é um santo só porque está morto? Você o colocou
em um pedestal, mas eu vou abrir os seus olhos sobre ele.
— Não precisa, eu sei muito bem como o Luke era, não preciso que você me
diga nada.
— É mesmo? Tenho certeza que você não sabe que ele mandou matar o seu
pai.
O coração de Geovanna parou de bater por alguns segundos. — Por que
Marco estava falando aquilo? Todos sabiam que o pai dela havia morrido por
causa do problema cardíaco.
— Eu não acredito em você, por que está fazendo isso?
— Não acredita? Então escuta a ligação que ele me fez.
Marco pegou o seu celular e colocou o áudio, logo a voz de Luke ecoa no
ambiente.
— Luke, o que manda?
— Como está o pai da Geovanna, Marco?
— Muito mal, está no CTI, depois que os achamos ele teve outro infarto. A
Geovanna não sabe que ele está doente, a mãe escondeu dela.
— Eu sei, ela não falou nada e parece estar totalmente ignorante sobre esse
fato.
— Como a Geovanna está?
— Não te liguei para falar da minha mulher. Tenho uma missão para você.
— Manda.
— Você vai dar um jeito de acelerar a passagem do pai dela dessa vida.
— Por quê?
— Não pergunte, apenas faça. Vá até o hospital, pague alguém para acelerar
a morte dele, amanhã eu quero a notícia de que ele foi para o inferno.
Geovanna não queria mais escutar, ela colocou as mãos no ouvido e
começou a sentir náuseas, viu tudo girando em sua volta. As lágrimas
começaram a descer em seu rosto. — Não, eu não posso acreditar. —
Pensou.
Ela sentou em uma cadeira e ficou ali, respirando várias vezes para que a
náusea passasse. Marco voltou a falar:
— O Luke era assim, quando alguma coisa o atrapalhava ele eliminava.
Geovanna enxugou as lágrimas e com um olhar de dor, disse:
— Ele mandava e você executava, portanto para mim, tanto ele quanto você
são culpados pela morte do meu pai e eu o odeio, jamais casarei com você.
— Você que sabe, Geovanna. Pensa no seu filho, será melhor para ele, não
queremos que nada aconteça a ele, não é?
Ela ficou olhando para ele, naquele momento percebeu com quem estava
lidando, ele era mau e faria qualquer coisa para alcançar seus objetivos. Ela
teme pelo seu filho, precisava tomar cuidado.
— Marco, peço que vá embora agora, eu prometo que vou pensar na sua
proposta.
— Eu sabia que você iria me entender, Geovanna. Eu vou embora agora, mas
amanhã eu quero uma resposta. Na reunião da Máfia nós vamos anunciar o
nosso casamento.
Ele saiu e deixou Geovanna ali, com um nó na garganta, o estômago
embrulhado, mais uma vez estava sendo obrigada a aceitar um casamento que
não queria. Dessa vez ela não iria aceitar. Decidida, saiu do escritório e
procurou a mãe, a encontrou na sala.
— Mãe, nós vamos embora.
— Por quê?
— Meu filho está correndo risco aqui, mãe.
— O que aconteceu?
— Não vou entrar em detalhes agora, só te peço que confie em mim. Ligue
para o Fabrício e peça para ele vir aqui, ele também precisa ir conosco.
— Tudo bem, eu vou ligar para ele.
Depois que Fabrício veio, Geovanna explicou tudo o que estava
acontecendo, só escondeu o fato de Luke ter mandado matar o pai, ela queria
manter aquilo no fundo da sua alma, era muito dolorido pensar sobre isso.
Eles marcaram de ir embora na manhã seguinte.
Geovanna estava no quarto, não conseguia dormir, então resolveu
levantar, desceu as escadas e foi para Studio de dança. Ela foi até o centro do
salão e fechou os olhos, lembrou da primeira vez que esteve ali com o Luke,
ela havia dançado para ele. Geovanna começou a girar, com os olhos
fechados, as lágrimas insistiam em escorrer por sua face. Ela gira, gira e gira,
seus cabelos esvoaçavam como labaredas de fogo, sua camisola se movia
como ondas do mar. Ela para e abre os olhos lentamente, eles focam em
alguém, alto, imponente, com os olhos mais azuis que ela já viu na vida. Ele a
olhava com intensidade.
— Luke?
Ela não ouviu sua resposta, caiu em um abismo escuro.
CAPÍTULO 36
M arco estava em sua casa, sentado na cadeira do seu escritório, com
os pés em cima da mesa. — Finalmente a Geovanna vai ser minha,
eu tentei convencê-la a me aceitar sem precisar usar de ameaça, mas
ela ainda gosta do Luke, Idiota! Eu fiz um grande favor para ela, tirando ele
da sua vida e como ela reage? Chorando pelos cantos por causa dele, vai
entender as mulheres. Agora não me importo mais, ela será minha. A única
coisa que atrapalha nossa união é aquela criança, droga! O desgraçado
morreu, mas deixou um herdeiro, vou ter que dar um jeito de tirá-lo do meu
caminho, assim como fiz com o pai dele.
Alguém bateu na porta, Marco se assusta e levanta de imediato. — Quem
será a essa hora, porra!? — Ele pega a arma e vai até a porta.
— Quem é?
— Heitor.
Marco abre a porta.
— O que você quer a essa hora aqui?
Nesse momento, Luke aparece na sua frente, Marco fica pálido, os olhos
negros arregalam e piscam por várias vezes, ele não está acreditando no que
seus olhos estão vendo.
— Marco, quanto tempo. — Luke falou com escárnio.
Marco pensou rápido, ele podia fingir que ficou feliz com o aparecimento
dele, então disse:
— Luke? Você está vivo, que surpresa maravilhosa, Geovanna vai ficar
muito feliz.
— Posso entrar? — Luke perguntou, com um esboço de sorriso.
— Claro, a casa é sua.
Luke entrou na casa e atrás dele vários soldados, olhou para Marco e viu a
arma na mão dele.
— Joga a arma no chão, Marco.
— Por quê? Eu vou apenas colocá-la na cintura, não iria usar contra você.
— Não vou repetir.
— Qual é, Luke, está desconfiando de mim?
Marco olhou para Luke e todos os soldados estavam prontos para atirar, ele
fez o que Luke mandou. Imediatamente um dos soldados abaixou e pegou
arma.
— Vamos ao que interessa. Marco, você achou que podia me pegar, não é?
— Sobre o que está falando, Luke?
— Marco, não precisa fingir, eu já sabia do seu plano de me tirar da jogada
para ficar com a minha mulher.
— Que isso, Luke, eu jamais faria isso, somos amigos, fomos criados
juntos...
— Não me venha com esse papo, eu tinha desconfiado há muito tempo seu
interesse pela Geovanna, porém eu ignorei, não achei que você teria audácia
de tentar tirar ela de mim, mas me enganei, na primeira oportunidade que
você teve, fez exatamente isso.
Marco riu e com ar de deboche, disse:
— E consegui, Geovanna aceitou casar comigo e além do mais, eu e ela já
temos um relacionamento, ela se entregou a mim e nós nos amamos.
— É mesmo. Marco? Você realmente acha que vou acreditar nessa sua
história? Eu sempre soube de tudo o que estava acontecendo aqui na minha
ausência. O Heitor, que agora ocupará seu cargo, era meu, digamos, espião.
Luke deu uma pausa e continuou:
— Eu não estava naquele avião, somente os soldados. Eu e Edward fomos de
avião comercial, e as coisas saíram como eu imaginei, você mandou sabotar o
avião. Agora você e a Nádia, vão me pagar por terem me traído.
— Já que está vivo, aonde esteve esse tempo todo?
— Estava na Rússia, fiquei lá observando seus movimentos, esperando a hora
que você iria dar o bote.
Nesse momento, Marco avança para cima do Luke e sem demora um dos
soldados atira no seu joelho, ele cai, contorcendo de dor. Luke se aproxima e
abaixa em sua direção.
— Não vou te matar rápido, seria uma morte muito fácil para você. Eu quero
te ver sofrer, arrancar seu coração com as minhas próprias mãos.
— Eu contei para a Geovanna que você mandou matar o pai dela, ela nunca
vai te perdoar.
Luke fechou a cara.
— Foda-se o que você disse, ela é minha esposa e nunca deixará de ser.
— Eu desejo que ela nunca te perdoe.
Luke levantou, olhou para os soldados e ordenou:
— Tire-o daqui, leve-o para o galpão, para ficar junto com a Nádia.
Assim os soldados fizeram. Heitor, o novo chefe dos soldados, perguntou:
— O que vai fazer agora, chefe?
— Vamos acabar com eles, não quero nem a alma desse traidor vagando por
aí.
Luke e Heitor, seguiram para o galpão, os soldados haviam amarrado Marco,
pendurado pelos braços. Nádia também estava lá, amarrada, ela implorava:
— Por favor, senhor, me deixa ir, foi tudo culpa dele, me obrigou a ajudá-lo.
Luke nada disse, apenas a olhou com desprezo e ordenou para os soldados:
— Tirem a roupa dele.
Assim os soldados fizeram e Marco ficou nu, então outro soldado trouxe um
balde com água e gelo e começaram a jogar no corpo de Marco.
— Seu desgraçado! — Marco gritava. — Ela nunca será sua de verdade, ela
não te ama!
Luke pegou um facão, aproximou-se de Marco e começou a correr a ponta da
lâmina pela bochecha dele, cortando fundo a pele, o sangue começou a jorrar.
Marco se contorceu de dor, Luke continuou passando a lâmina, pelo pescoço,
peito, barriga, até chegar perto do pênis, a lâmina deixava um rastro de
sangue por toda a extensão do corte, Marco uivava de dor.
— Que tal começarmos por aqui? Você queria comer a minha mulher, agora
vai comer seu brinquedinho. — Luke viu o desespero no rosto de Marco, ele
começou a implorar:
— Não Luke, não faça isso, pensa na nossa amizade, eu vou embora para
sempre, você nunca mais me verá.
— É claro que você vai embora para sempre, você vai para o inferno.
Sem piedade, Luke cortou o pênis de Marco, o homem gritava de dor e
agonia. O pênis caiu no chão e Luke ordenou que um dos soldados pegasse o
membro e colocasse na boca dele. Assim o fizeram. Luke ainda não
satisfeito, começou a fazer vários cortes pelo corpo de Marco, o som abafado
dos gritos ecoava pelo galpão. Luke parou e olhando para Marco estendeu a
mão e disse:
— O machado.
Um dos soldados deu o machado para ele, Luke aproximou-se de Marco e
com um golpe, abriu o peito dele, sem demora ele enfiou a mão pela abertura
e arrancou de lá o coração que ainda pulsava. Marco, com os olhos
arregalados, ainda se debatia, até que seu corpo se entrega a morte.
Luke joga o coração no chão e olha para a mulher, que estava tão aterrorizada
que só a expressão da cara dela já valia a pena. Luke virou-se para um dos
soldados e disse:
— Acabem com ela.
— Não, senhor. Por favor, não faça isso, eu não tenho culpa.
Os soldados deram um soco na cara dela, que logo desmaiou.
Luke foi para um canto do galpão, lavou as mãos em uma pia e trocou de
camisa, colocou o sobretudo e saiu de lá seguido por Heitor
— E agora, senhor?
— Vou para casa, para a minha esposa.
Luke e Heitor seguiram para a mansão, ele estava ansioso para chegar
em casa e abraçar a Geovanna, dizer o quanto sentiu falta dela naquele tempo
que ficou afastado. Foi bom esse tempo, o fez refletir sobre o relacionamento
com ela, ele chegou à conclusão que aquele sentimento que tanto tentava
resistir, era amor, sempre foi amor, desde o primeiro dia que ele a viu
dançando no jardim.
Eles chegaram à entrada da mansão, Luke dispensou o Heitor e entrou
na casa, estava tudo escuro, exceto o Studio de dança. — Será que ela está lá?
— Se perguntou.
Ele foi naquela direção e entrou, ela estava lá, com uma camisola larga,
girando no meio do salão, ele a olhava fascinado, estava vendo-a como a viu
pela primeira vez. Seu coração começou a bater loucamente, o desejo, o amor
que tanto resistiu veio com força total. Ele a queria tanto que chegava a doer.
Ela parou de dançar, lentamente abriu os olhos e o viu, ela ficou alguns
segundos parada, sem reação, os olhos fixos nele.
— Luke?
Ela cai desmaiada, imediatamente Luke correu até ela e segurou seu rosto,
dando dois pequenos tapas.
— Geovanna, meu amor, acorda.
Ela não se move, então ele a pega no colo e sobe as escadas, entra no quarto e
a coloca na cama. Ela ainda estava desmaiada, então ele vai até o banheiro e
molha uma toalha com água, volta para o quarto e passa a toalha no rosto
dela.
Geovanna começou a acordar do desmaio, ela pensou que teve uma
alucinação e chamou:
— Luke, Luke.
— Estou aqui, meu amor.
Meu Deus! Não era uma alucinação, ele estava ali. Ela abre os olhos e o vê,
em um impulso senta na cama, estava tão assustada que não encontrava
palavras para falar, então Luke quebrou a tensão:
— Sou eu, Geovanna, não precisa ficar assustada, eu estou vivo e voltei para
você.
Ela ainda o olhava, com os olhos arregalados. Ele pegou em suas mãos, o
que a fez dar um pulo.
— Não tenha medo, amor. Eu estou aqui, para você.
Ele então, levou as mãos dela para seu rosto, Geovanna começou a mover sua
mão, sentindo sua barba, sua pele, os cabelos, de seus olhos saiam lágrimas
grossas.
— Luke — Falou em um fio de voz.
— Sim, Luke, seu marido, o pai do seu filho.
Ela parou imediatamente de acariciá-lo e o olhou com surpresa.
— Como você sabe?
— Eu sei tudo o que aconteceu nesse último mês aqui.
— Então você estava vivo em algum lugar desse mundo e me fez pensar que
estava morto? Por quê?
— Foi necessário.
— Necessário? Necessário pra que?
— Para pegar meus traidores e também para fazer alguns testes.
— Testes? Que tipo de teste?
— Teste de fidelidade, queria saber se a minha linda esposa seria fiel a mim,
mesmo pensando que estava morto, e você passou no teste.
— Seu cretino.
Ela desferiu um tapa na cara dele com muita força, o que o fez virar o rosto,
horrorizada, ela colocou as mãos na boca.
Luke levou a mão onde ela havia estapeado e virou o rosto em sua direção.
— Tudo bem, eu mereci, não vamos brigar por causa disso, eu voltei disposto
a fazer as pazes com você. Eu estou disposto a tudo para que nosso
casamento dê certo.
Ele parou por alguns segundos a olhando com carinho e continuou:
— Eu te amo, Geovanna. Tentei lutar contra esse sentimento, mas não foi
possível. Eu te amei desde o primeiro dia que a vi, dançando no jardim da
casa dos seus pais.
Geovanna ficou olhando para ele sem piscar, seus olhos marejados de
lágrimas, mas nenhuma ousaria cair, pois ela não deixaria.
— Não vai falar nada?
— O que você quer que eu fale? Que você é o último homem com quem
quero passar o resto da minha vida? Que eu jamais viverei com o homem que
foi o responsável pela morte do meu pai?
Luke suspirou, ele já estava esperando por isso. Então ele a pegou
pelas mãos e a fez levantar, ajoelhou-se aos seus pés e olhando para seus
olhos, disse:
— Me perdoa, eu sei que tudo que fiz foi monstruoso e nada que eu diga vai
justificar meus atos, mas eu quero uma segunda chance, uma segunda chance
para nós, pelo nosso filho. Perdão, amor.
Então ele a abraçou ainda ajoelhado, encostou a cabeça na sua barriga e
chorou.
Geovanna não sabia o que pensar, estava tão confusa, ela queria o
abraçar e ao mesmo tempo o chutar para longe. Ela olhou para a cabeça dele
repousada em seu ventre e pensou: — Ele pode estar fingindo tudo isso
somente para ter meu perdão, ele forjou a própria morte para testar as
pessoas, então seria capaz disso também.
Ela desvencilhou-se do seu abraço e olhando para ele ali, ajoelhado e com
lágrimas nos olhos, disse:
— Sinto muito, mas eu não acredito nas suas lágrimas de crocodilo, sai
daqui. Amanhã eu, minha mãe e meu irmão vamos embora, esse era nosso
plano e continuará sendo. Você para mim está morto, morreu naquele avião.
Luke levantou e a fitou com um olhar que parecia que iam saltar das
órbitas, tamanho era o ódio, o coração dela começou a bater a mil por hora.
Ele aproximou-se dela, parou a milímetros e com uma voz baixa, disse:
— Pois bem, você não quer aceitar meu pedido de desculpas, tudo bem,
porém, não deixará essa casa. Há uma criança no seu ventre, o meu filho, e
você não vai a lugar nenhum com ele, caso o faça, terá consequências
drásticas, é só um aviso.
Com isso ele saiu de perto dela, foi até a porta e virando-se para ela,
disse:
— Vou te deixar sozinha para pensar. Pense bem, Geovanna, pois eu não
estou aqui para brincadeiras, essa criança é minha e se você a quer também,
terá que aceitar o pacote completo, caso não, diga adeus ao seu filho.
Luke saiu batendo a porta, Geovanna ficou alguns segundos olhando para ela
e logo cai em um choro desesperador.
CAPÍTULO 37
G eovanna estava deitada, toda encolhida na cama, estava muito
enjoada, não queria nem se mover. Alguém bateu forte na porta, ela
fechou os olhos e colocou o travesseiro na cabeça, não queria falar
com ninguém naquele momento. As batidas na porta continuaram.
— Geovanna. — Chamou a mãe.
Então ela levantou-se e abriu a porta, a mãe dela entrou desesperada, com os
olhos arregalados.
— Eu vi um fantasma, eu vi o Luke.
Geovanna suspirou forte e sentou na cama, desanimada.
— Não é um fantasma, mãe, é o Luke.
— É ele mesmo? Vivo?
— Sim mãe, ele chegou ontem à noite.
— Meu Deus! Você sabe o que aconteceu?
— Ele forjou a própria morte para pegar o Marco.
— E você está assim, não está feliz?
Geovanna olhou para a mãe com os olhos cheios de lágrimas e sem conseguir
segurá-las, chorou compulsivamente. A mãe a abraçou forte.
— Calma, filha.
Entre soluços ela diz:
— É tudo tão confuso, eu estou feliz por ele estar vivo, mas estou triste, pois
não podemos ter uma relação normal, eu não consigo, eu não posso perdoá-
lo. Ele disse que me ama, mas não consigo acreditar nesse amor.
— Filha, eu entendo, tudo que você passou não foi fácil, mas pensa, ele está
de volta, tem o filho de vocês, pelo menos tenta.
— Você não entende, Luke fez coisas que não dá para perdoar, eu preciso de
um tempo, um tempo para pensar em tudo isso.
— Nós não vamos mais embora, né?
— Não, o Luke me ameaçou, ele não vai me deixar ir embora, vai me forçar a
viver com ele, caso eu não queira, tirará o meu filho de mim.
Geovanna intensificou o choro e começou a sentir náuseas fortes, ela
levantou e correu para o banheiro, vomitou tudo que podia e o que não podia.
A mãe dela ficou perto. Quando ela terminou, lavou a boca e voltou para o
quarto. O celular da mãe dela começou a tocar, ela pegou e olhou para a tela.
— É o Fabrício. Alô!
— Mãe o que está acontecendo? O Luke está vivo, eu acabei de vê-lo e o
pior, Marco está morto lá no galpão, o corpo dele vai ficar pendurado para
que todos os soldados vejam o que acontece com quem ousar olhar para a
Geovanna.
— Aí meu Deus! — Ela exclamou horrorizada.
— Nós não vamos mais partir?
— Não, Luke voltou e não vai deixar a Geovanna ir.
— Me deixa falar com ele, mãe. — Geovanna falou.
A mãe passou o celular para ela.
— Fabrício, está tudo bem, eu e o Luke nos entendemos, não precisa se
preocupar.
— Geovanna, está tudo muito louco, o Luke aparece vivo, o Marco morto...
— Marco está morto?
— Sim, acabei de falar isso para a mamãe.
Geovanna ficou em silêncio por alguns segundos.
— Fabrício, não se preocupe, eu e mamãe estamos bem.
— Tudo bem, Luke vai convocar uma reunião com os soldados, eu tenho que
ir.
— Vai! Está tudo bem.
— Okay!
Ela desligou e olhou para a mãe.
— Ele matou o Marco, mãe.
— Era quase impossível o Marco sair vivo dessa.
As duas ficaram em silêncio por algum tempo, Geovanna resolveu
tomar um banho e se trocar, ela não faz a mínima ideia de onde Luke está e o
que está fazendo, mas precisa comer alguma coisa. Quando ela terminou,
desceu junto com a mãe e deu de cara com Luke conversando com um
homem.
— Heitor, deixa o corpo dele lá por uns dois dias...
Nesse momento ele olhou para Geovanna, que parou no meio da escada com
os olhos arregalados.
— Olha quem apareceu, a minha linda esposa, está atrasada para o café da
manhã.
Ele estendeu a mão para ela e Geovanna ficou olhando sem pegá-la, então
seus olhos desviaram para o rosto dele, os olhos de águia a focavam,
esperando ela desafiá-lo. Geovanna resolveu não o fazer, estava sem saída.
Para que aquela convivência não se tornasse insuportável, ela pegou em sua
mão. Luke sorriu para e a ajudou terminar de descer os degraus.
— Decisão sábia, amor.
Ele depositou um selinho em seus lábios trêmulos. Luke olhou para o Heitor
e disse:
— Está dispensado, mais tarde estarei na reunião com os soldados.
— Sim senhor, com licença.
Virando-se para ela, disse:
— Vamos, temos que alimentar o nosso filhinho.
Luke passou a mão na barriga dela, seu coração quase saiu pela boca,
ela queria chorar e ao mesmo tempo gritar, era tudo tão confuso dentro dela,
como resistir a ele? Como reprimir esse sentimento tão intenso dentro dela?
— Você também pode nos acompanhar, Clarice — Luke disse para a mãe
dela.
Eles seguiram para a sala de jantar, onde a mesa já estava posta, logo
o café da manhã foi servido e Geovanna comeu bem, ultimamente estava
sentindo muita fome após os enjoos matinais. Depois que terminaram, Luke
preparou-se para ir à reunião. Antes de sair, ele levou Geovanna até a porta
para se despedir, ele a abraçou e disse:
— Cuida do nosso príncipe, mais tarde volto, estou morrendo de saudades de
você.
— Você matou o Marco.
Luke a afastou e olhou para ela.
— Está com pena dele?
— Não é isso, é que não consigo aceitar que você tira a vida de outra pessoa
tão friamente assim.
— Eu tiro e vou tirar a vida de qualquer um que ousar pensar em querer você,
faço qualquer coisa para tirar do meu caminho pessoas que atrapalhem o
nosso relacionamento.
— Inclusive meu pai...
Ele a cortou.
— O seu pai me roubou e ele mereceu o destino que teve.
— Como você quer que eu te perdoe diante de uma atitude dessas? Você nem
se quer sente remorso.
— Não, não sinto. Se você não quer me perdoar, para mim é irrelevante, o
que importa é que você continuará casada comigo pelo resto da sua vida, eu
jamais abrirei mão de você, então para de reclamar e seja a esposa de um
mafioso, aceite seu destino.
Ele segurou seu rosto com as duas mãos e olhando bem para ela, continuou:
— O que eu te falei ontem não é nenhuma brincadeira, eu te amo, você é a
minha vida, minha menininha, desde do dia em que a vi pela primeira vez. Eu
lutei contra esse sentimento, mas não posso mais. Eu te amo demais, chega a
doer, você entende a intensidade desse sentimento?
— Eu não sei o que dizer...
— Não diga nada... apenas sinta.
Luke pegou a mão dela e levou ao seu peito.
— É assim que meu coração bate por você, e o tamanho desse amor que está
aqui é suficiente para você e para o nosso filho. Vocês são a minha família e
nada nesse mundo vai nos separar, nem mesmo a sua teimosia.
Geovanna baixou a cabeça, um turbilhão de pensamentos invadia sua
mente, aquilo tudo que ele estava falando era tão intenso, mas ao mesmo
tempo assustador.
Luke então, a beijou na boca, os lábios dele exploravam sua boca em um
beijo terno, sem violência, porém firme, a língua dele entrelaçava a dela.
Geovanna não resistiu, se entregou sem medo, sem reservas, sem culpa, sem
ódio. Ele libertou-a do beijo e a abraçou forte, eles ficaram assim por algum
tempo, entregues, cada um com seus pensamentos.
Ele afastou-se dela e disse:
— Preciso ir, seja uma boa menina e fica ansiosa me esperando. Te amo,
minha menininha. Ele abaixou até a barriga dela e a beijando, disse:
— Cuida da mamãe, garotão, não a deixe esquecer do papai.
Geovanna riu, ela nunca pensou que Luke ficaria tão babão assim.
— Te vejo mais tarde.
Ele saiu e Geovanna ficou no hall, olhando a porta, seu coração batia
em ritmo acelerado, ela o amava e não podia mais negar esse sentimento, era
mais forte que o sentimento de desprezo. Ela não o perdoaria nunca pela
morte do seu pai, mas iria tentar aceitar esse casamento, aceitar ser a esposa
de um mafioso. Com esse pensamento ela foi ao encontro da mãe, nunca
revelaria a ela o que o Luke fez a seu pai, isso seria dolorido demais para ela.
— Mãe?
— Estou aqui.
Elas sentaram na sala e a mãe perguntou:
— E então, vocês se entenderam?
— Mais ou menos, eu vou tentar viver esse casamento, não adianta lutar,
mãe. Porém não vou deixá-lo conhecer meus sentimentos, eu não vou dizer
que o amo, eu tenho o meu orgulho e não o perdoei por tudo que ele fez a
mim.
— Você quer fazê-lo arrastar-se aos seus pés?
— Ele praticamente fez isso me pedindo perdão, porém ele não se arrepende
de nada que fez, então esse pedido de perdão não vale nada para mim.
— Filha, não seja tão orgulhosa, as vezes o orgulho só faz sofrer.
— Não importa, o que eu já sofri desde que ele entrou na minha vida,
qualquer outro sofrimento é fichinha.
— Tá bom, filha. Só não esqueça que você não pode se estressar.
— Eu sei.
Elas ficaram conversando por mais algum tempo e o dia passou
rapidamente, a mãe dela almoçou com ela, Luke não veio almoçar em casa,
porém ela tinha certeza que ele viria para o jantar e ela já sabia como ele
gostava, então foi até a cozinha e mandou a empregada preparar um jantar
especial para comemorar a volta do chefe. A mãe dela resolveu ir para a casa
de hóspedes e Geovanna não protestou, ela achava bom a mãe ter seu próprio
espaço, ela não precisava mais de companhia, já que Luke havia voltado.
Quando a tarde começou a cair, ela subiu e tomou um banho
demorado de banheira. Ao terminar, passou hidratante na pele, especial para
gestante, o cheiro era maravilhoso. A barriga dela já estava aparecendo um
pouquinho, ela ficou se olhando no espelho, logo estaria enorme. Passou as
mãos pela protuberância do ventre. Ela sorriu e foi até o closet escolher uma
roupa para o jantar. Como era formal, escolheu um vestido de tafetá, azul
royal, que ainda cabia nela. Arrumou os cabelos em coque, no alto da cabeça,
colocou um brinco de pérolas, aplicou uma maquiagem leve e estava pronta.
Calçou também um escarpam de salto baixo.
Ela olhou a hora e eram sete e meia, então resolveu descer e ir para a
sala que ele esperava a hora do jantar. Ao chegar lá, ele não estava na sala,
mesmo assim ela resolveu sentar e esperar. Os minutos foram passando e
nada dele aparecer. — Será que ele não vem jantar? — Pensou.
Quando o relógio bateu as oito, ele apareceu, estava vestido de maneira
elegante, como sempre.
— Desculpa, amore mio, eu me atrasei, tinha muitas coisas pendentes para
resolver.
Ele se aproximou e a fez levantar, lhe deu um beijo no rosto, inalou seu
perfume e disse:
— Está tão perfumada, tão linda, isso tudo é para mim?
— Não seja convencido, eu só me arrumei por que sei que você gosta que o
jantar seja formal.
Ele riu com um sorriso maroto.
— Vou fingir que acredito, minha bambina.
— Você poderia parar de me chamar de criança, eu não sou criança.
— Eu sei que não, mas eu adoro chamá-la assim, além do mais a nossa
diferença de idade é grande, para mim você é uma criança.
— Até que para um velhinho você está inteiraço.
Ela riu e Luke a agarrou, dizendo:
— Velhinho? Se não tivesse um jantar nos esperando, iria mostrar para você
quem é o velhinho.
Ela ainda rindo, disse:
— Não precisa ficar bravo, eu não me importo com a nossa diferença de
idade.
— Tá bom, meu amor, vamos comer, mais tarde eu mostro como o velhinho
aqui funciona.
Eles seguiram para a sala de jantar, a copeira começou a servi-los e
Geovanna ficou pensando sobre o que viria após o jantar. Ela não sabe se é
seguro ter relação sexual, nunca perguntou para a médica, pois pensava que
estava viúva. Agora ele está ali e vai reivindicar seus direitos de marido. Eles
não falaram muito durante o jantar e quando terminaram, Luke seguiu para a
sala de chá, ele gostava sempre de tomar uma bebida e fumar seu charuto.
Geovanna pediu para subir, pois o cheiro do charuto a fazia sentir náuseas, o
que não era totalmente verdade, ela queria esperá-lo no quarto.
Ela subiu e colocou a camisola, ficou andando de um lado para o
outro, um pouco nervosa, parecia até a primeira vez que iam fazer isso. Não
demorou muito, Luke entrou no quarto, ela o observou, e o que viu em seus
olhos a fez estremecer, ele a fitava com os olhos em chamas de desejo, sem
demora ele se aproximou e empurrou-a contra a parede, ele começou beijá-la
de forma possessiva, feroz, desesperada, ele queria devorá-la. O coração dela
começou bater forte, ela estava preocupada com o bebê. — Será que faz mal
para o bebê? — Essa pergunta não parava de martelar na sua cabeça.
Luke por sua vez, começou a despi-la, ele a beijava no pescoço, colo,
conforme ia desnudando-a.
— Como te quero, anjo. Como senti sua falta, diz que você é minha, diz que
me quer, diz que sou o único em seus pensamentos.
— Eu sou sua, eu te quero muito.
Ele a pegou no colo e a colocou na cama, ela estava só de calcinha. Ele foi
deslizando a mão pelo seu corpo até chegar na peça, tirando a calcinha
lentamente, Geovanna suspirava com dificuldade, tamanho era o desejo
dentro dela, ele começou a beijá-la pelo corpo, seus lábios deixavam o rastro
de fogo por onde passavam, ela estava quente, preparada para recebê-lo
dentro dela, sua vagina latejava, completamente molhada. Ele beijou seu
ventre e entre beijos, disse:
— Eu vou amar a sua mamãe como nunca amei antes, filho.
Ele continuou a explorar seu corpo e Geovanna mordia os lábios inferiores,
ela estava completamente entregue aquele homem. Ele chegou até sua
intimidade, e ali deleitou-se, passando a língua pelo clitóris e por toda a
extensão da vagina, até chegar na sua abertura, ele começa a passar a língua
ali, o que faz ela arquear o corpo e gemer.
— Por favor, Luke.
— Calma, amor, eu vou te dar tudo, não se preocupe, eu sou seu.
Ele continuou explorando sua vagina com a língua e quando ela já estava no
limite, ele parou e posicionou seu pênis potente em sua entrada e a penetrou
com cuidado, ela sentiu uma leve ardência que a preocupou por um
momento, mas quando Luke começou a mover-se dentro dela, rapidamente
esqueceu o pequeno incômodo e se entregou àquele momento mágico. Luke
foi intensificando as estocadas de maneira firme, porém sem violência, ele
estava sendo gentil e muito cuidadoso. Geovanna seguia seu ritmo, ela gemia
e o arranhava nas costas. Ele aprofundou mais o pênis até entrar tudo, ele ia
fundo e os movimentos de vai e vem já estavam em um ritmo acelerado, nada
mais importava, somente aquele momento de entrega, de amor, ela o ama. E
de seus lábios saíram essas palavras entre gemidos:
— Eu te amo.
Nesse momento ela cai em um orgasmo delicioso, sua vagina lateja em volta
do pênis dele, Luke também goza e seu líquido quente se derrama dentro
dela, os dois se entregam ao momento único. Seus corpos suados se
recuperam. Luke a abraça forte, enterrando sua cabeça no peito dela. Eles
ficam assim por um longo tempo, até que Luke sai de dentro dela e deita do
seu lado, de costas, Geovanna vira para o lado dele, ela queria lhe dizer o
quanto o amava, o quanto sofreu quando pensou que estava morto, mas as
palavras não saiam de sua boca.
Ele voltou-se para ela, abraçou-a e a fez deitar em seu peito.
Geovanna e Luke se amaram várias vezes durante aquela noite,
Geovanna não se importou, ela sabia como o marido era insaciável. Altas
horas da madrugada e eles finalmente dormiram.
Ela acordou e se esticou, olhou para o lado e viu Luke dormindo
profundamente, ela ficou olhando para ele com um sorriso no rosto. Ele é tão
lindo dormindo, nem parece ser um homem tão cruel, que é capaz de tirar a
vida de pessoas. Geovanna desfez o sorriso e ficou triste, como pode amar
um homem tão cruel como ele?
Ela suspirou forte e resolveu levantar-se, estava com vontade de ir ao
banheiro. Ao levantar-se, sentiu um pouco de incômodo em sua intimidade,
mas não se preocupou, talvez a vagina esteja mais sensível por causa da
gravidez. Foi até o banheiro e fez xixi. Quando foi se limpar, olhou para o
papel higiênico e o que viu, a fez ficar pálida, havia sangue e não era pouco.
Desesperada, ela pegou mais um pedaço de papel, passou de novo e o papel
saiu sujo de sangue, ela estava sangrando.
Em desespero ela grita:
— Lukeeeeeeeeeee.
Ele vem correndo e pergunta:
— O que foi, amor?
— Estou perdendo o bebê.
CAPÍTULO 38
— Então Dra. Beatriz, o que aconteceu?
— Vamos começar pela notícia boa primeiro, você não estava tendo um
aborto. O sangramento que teve foi pelo fato de ter tido relação sexual, mas
calma, isso não quer dizer que sexo na gravidez é um problema, não é, as
mulheres podem ter sexo na gravidez sem riscos para os bebês, porém no seu
caso isso já não será possível. Então aí vem a má notícia, o seu colo do útero
está afinando, isso quer dizer que ele já está dilatando para a saída do bebê,
esse período é muito cedo para que isso aconteça, caso seu colo do útero
continue afinando, pode provocar um aborto ou o seu bebê nascer prematuro.
— Então isso quer dizer que terei que ficar de repouso?
— Sim, você não poderá fazer esforço nenhum, sua gravidez saiu de risco,
para alto risco. Eu vou te receitar remédios para retardar o afinamento do
colo do útero e vacinas para amadurecer o pulmão do bebê. Nós vamos fazer
de tudo para segurar seu bebê o máximo possível, não sabemos se você
conseguirá chegar até o final da gravidez, mas precisamos tentar manter seu
bebê pelo menos até os 8 meses. Você precisará ter repouso absoluto.
Geovanna escutava, muito assustada, o que a médica falava, não
queria perder aquela criança .
— Você poderá ir para casa hoje, porém vamos monitorar sua gravidez de
perto. Caso seja necessário, terá que ficar internada no hospital até o bebê
nascer.
A médica também chamou Luke e explicou a situação para ele.
— Senhor Salvatore, vou indicar uma das nossa enfermeiras para administrar
os medicamentos e ajudar Geovanna em tudo que ela precisar em casa, por
enquanto não será necessária a internação.
Ao terminar todas as recomendações, eles foram
para casa, Luke a abraçou e ficaram assim toda a viagem. Ao chegar em casa
ele a pegou no colo e subiu as escadas, a colocou na cama.
— A culpa foi minha, eu não deveria...
Ela o cortou, colocando as mão em sua boca.
— Não, a culpa não foi sua, já estava acontecendo o processo, o sangramento
só nos alertou.
— Você é muito generosa, meu amor, a culpa é toda minha por estar
passando por tudo isso.
— Vamos esquecer, agora temos que pensar somente no nosso filho.
— É bom que sua mãe se mude para cá, ela pode ficar aqui com você. Te
ajudar no que for preciso.
— Obrigada.
No dia seguinte, a enfermeira chegou e começou a medicá-la, ela
colocou um acesso por onde Geovanna iria receber os medicamentos. Os dias
foram passando e ela quase não saía do quarto. Luke mandou instalar uma
rampa automática na escada, assim ela podia ir até o jardim usando uma
cadeira de rodas. A enfermeira a levava todos os dias para pegar sol. A mãe
de Geovanna também a ajudava com tudo que fosse preciso, ela passou a
dormir no quarto de hóspedes, do lado do quarto dela. Luke não dormia com
ela, porém ele vinha todos os dias para a visitar e ficava o maior tempo
possível.
A médica também ia até ela todos os dias.
Quando Geovanna entrou para o quinto mês de gestação, começou a
sentir cólicas, eram cólicas fracas, mas incomodavam bastante, a médica
explicou que as cólicas já indicavam um trabalho de parto. Ela teve que tomar
medicamentos para dor.
Geovanna estava deitada, a dor já havia melhorado.
— Quer ir ao jardim hoje, senhora?
— Sim, hoje estou me sentindo melhor.
Nesse momento a mãe dela entrou no quarto.
— Como está se sentindo hoje?
— Bem melhor, mãe. Irei ao jardim.
— Que bom, filha, tenho certeza que o nosso menininho vai se comportar
direitinho hoje.
Depois de fazer a higiene da manhã, elas foram para o jardim, ficaram
lá durante um bom tempo pegando os primeiros raios de sol da manhã. Luke
apareceu no jardim.
— Bom dia, meu amor. Como você está hoje?
— Sem dor.
— Que bom.
Ele depositou um beijo em seus lábios e logo depois beijou a barriga dela.
— Ei garotão, você tem que ficar aí mais um pouquinho, sei que já quer vir
ao mundo para arrasar, mas precisa cuidar da mamãe, não queremos que nada
de ruim aconteça a ela.
— Acho que nada de ruim acontecerá comigo, Luke, mas com o bebê, caso
ele nasça agora.
— Você também, não quero que sofra, e sei que você sofrerá caso ele nasça
antes do tempo.
— Ele é forte e tenho certeza que vai conseguir passar por essa.
Luke estava sendo maravilhoso, ela nunca imaginou que ele seria tão paciente
e carinhoso. Ele atendia todos os seus desejos, dava apoio, estava sendo um
marido exemplar.
Quando Geovanna terminou de pegar sol, todos entraram na casa para tomar
o café da manhã, como ela estava bem, tomou o desjejum com todos.
Naquela tarde, Geovanna voltou a sentir as cólicas, a enfermeira fazia
massagem para ajudar aliviar, até os remédios fazerem algum efeito.
Os dias foram passando e Geovanna entrou no sexto mês de gravidez,
as cólicas eram constantes, as vezes leves e as vezes muito doloridas, a
médica a examinou e disse que ela não poderia nem levantar da cama,
repouso total, só levantar para ir ao banheiro e tomar banho. Assim foi feito,
ela passava todo tempo na cama, com cólicas, os medicamentos que ela
estava tomando era o que mantinha o bebê na barriga, porém a médica não
sabia dizer se eles conseguiriam segurar o bebê por mais tempo.
Quando Geovanna estava perto de completar sete meses, a médica
achou melhor interná-la no hospital, a partir daquele momento, o bebê
poderia nascer, então ela não podia levantar nem para ir ao banheiro. Ela foi
para o hospital de ambulância, Luke foi junto. Ao chegarem, a médica veio
falar com eles:
— Geovanna, a partir de agora, nós vamos fazer de tudo para segurar o bebê
pelo menos até o oitavo mês, você não poderá sair dessa cama para nada. O
seu bebê já está bastante pesado e mesmo que você ainda não tenha uma
dilatação total, só com o peso do bebê você pode entrar em trabalho de parto.
Geovanna ficou no hospital até quase o oitavo mês de gestação, ela
entrou em trabalho de parto, já havia dilatado bastante, então a médica achou
por bem realizar o parto. Luke ficou com ela enquanto o bebê vinha ao
mundo.
— Vamos lá, Geovanna, está quase chegando, força.
Geovanna fazia muita força, Luke estava do lado dela, segurando forte sua
mão. Depois de mais alguns minutos ela escuta o choro do seu filho, a
emoção foi tão forte que ela não saberia descrever, eles mostraram o bebê
para ela rapidamente e logo o levaram, Geovanna começou a sentir tudo
rodando a sua frente, ela começou a afrouxar a mão de Luke.
— O que foi, amor? Está sentindo alguma coisa?
Ela não conseguia falar, logo os médicos começaram a examiná-la.
— O que está acontecendo? — Ela escutava Luke perguntar para os
médicos.
— É melhor o senhor se retirar, nós vamos cuidar da sua esposa.
— Eu não vou me retirar. — Luke gritava.
Essa foi a última coisa que ela escutou antes de cair na escuridão.
Os médicos começaram a fazer os procedimentos para verificar o que estava
de errado, alguns enfermeiros tentavam tirar Luke do local, mas ele não
queria sair.
— O senhor não pode ficar aqui, precisa se retirar, senhor.
— Já disse que não vou sair, o que está acontecendo com minha esposa?
Nesse momento Edward chegou e disse:
— Luke, você não pode ficar aqui, eles vão salvar a Geovanna.
Luke não quis ouvir, ele pegou a sua arma e apontou para todos da equipe.
— Me deixa passar, ou eu enfio uma bala na cabeça de cada um.
Todos ficaram parados, Edward entrou na frente do Luke e disse:
— Abaixa a arma, você não vai poder fazer nada pela Geovanna agora, mas
eles sim, se você os matar, matará a Geovanna também.
Luke completamente transtornado começou a baixar a arma, Edward sem
demora pegou a arma da mão dele.
— Vamos! Tudo ficará bem.
Edward conseguiu levar Luke para a sala de espera, enquanto isso, os
médicos tentavam salvar a vida da Geovanna.
Horas se passaram e Luke andava de um lado para outro, na sala de espera,
ele não conseguia ficar parado.
— Por que eles não falam nada? Eu vou acabar com todos eles, me dá minha
arma, Edward.
— Não vou fazer isso, Luke, você precisa se acalmar e esperar.
— Eu não quero esperar porra nenhuma, eu quero saber da minha mulher. —
Luke gritava e batia com os punhos na parede. A mãe de Geovanna e
Fabrício também estavam na sala. Fabrício se manifestou:
— Nós também estamos preocupados, Luke, mas temos que esperar.
Luke avançou nele, e o pegando pelo colarinho, disse:
— Não me peça para esperar, se eu ouvir mais uma vez essa palavra, não
respondo por mim.
Nesse momento a Dra. Beatriz chegou na sala, ela pigarreou e todos olharam
em sua direção, Luke soltou Fabrício, que levou a mão à garganta tossindo
um pouco e avançou para cima da médica.
— Como está a minha esposa?
— Senhor Salvatore, a Geovanna não corre risco de morte, ela está bem,
porém tivemos que fazer uma cirurgia nela, infelizmente tivemos que fazer
uma histerectomia, isto é, tivemos que retirar o útero da sua esposa, ela não
poderá ter mais filhos. Sinto muito.
— Eu posso vê-la?
— Sim, assim que ela for transferida para o quarto.
— E o meu filho?
— Ele também está bem, está na incubadora, o senhor pode vê-lo através do
vidro, por enquanto não poderá receber visitas.
A mãe de Geovanna e Fabrício seguiram a médica até o vidro para ver o
bebê, Luke ficou na sala de espera, sentado, de cabeça baixa.
— Não quer ir ver seu filho? — Edward perguntou.
— Depois eu vejo, não estou com cabeça para isso agora.
Depois de algum tempo, Luke resolveu ir ver o filho, ele ficou olhando para
aquela criança, tão pequeno, ligado a fios. Não dava para perceber com quem
se parecia, mas já dava para perceber que tinha os cabelos pretos, assim como
os dele. Ele ficou mais um tempo olhando para o filho e depois se retirou.
Geovanna já havia ido para o quarto e Luke ficou com ela o tempo todo. Ele
acabou dormindo no sofá do quarto dela. Ao amanhecer ela acordou, olhou
para o lado e viu Luke, ela o chamou:
— Luke, Luke.
Ele acordou e rapidamente foi para o lado dela.
— O que foi, está sentindo alguma coisa? Vou chamar a médica.
— Cadê meu bebê?
— Ele está bem, não precisa se preocupar.
Luke apertou o botão para chamar uma das enfermeiras.
— Eu quero ver meu bebê, Luke, onde ele está?
— Está na UTI neonatal, ele nasceu pequeno, vai ter que ficar lá por um
tempo.
— Ele está bem mesmo?
— Sim.
Nesse momento a enfermeira entrou.
— Olá, senhora Salvatore, que bom que acordou, a sua médica já está vindo
aqui, agora eu vou medir a sua pressão e sua temperatura. A senhora passou
por uma cirurgia, a médica vai lhe explicar tudo.
— Eu quero o meu filho.
— Logo a senhora vai vê-lo, por enquanto temos que cuidar da sua saúde,
não quer que seu filho a veja doente, né? — A mulher sorriu, mas ela não
conseguia se sentir feliz, ela queria ver o filho logo.
A enfermeira fez todos os procedimentos, Geovanna sentiu que havia um
corte na sua barriga, como se tivesse feito uma cesariana. Depois de algum
tempo a Dra. Beatriz chegou.
— Oi, Geovanna. Como está se sentido?
— Não muito bem, quero ver o meu filho.
— Você verá, não se preocupe, agora temos que conversar.
Ela olhou para Luke, que estava sentado no sofá sem expressão. A médica lhe
contou tudo que aconteceu, quando ela terminou, haviam lágrimas nos olhos
de Geovanna.
— Isso quer dizer que nunca mais poderei ter outros filhos?
— Sim, mas pense pelo lado bom, você tem seu filho, um menino lindo e
forte.
— Quando poderei vê-lo?
— Hoje mesmo, só vamos ver sua barriga e logo a enfermeira trará a cadeira
de rodas para você ver seu filho. Por enquanto só pode vê-lo através do vidro.
Depois de todos os procedimentos, eles levaram Geovanna para ver o bebê,
Luke foi com ela e ficaram os dois olhando o pequenino.
— Ele é lindo. — Ela disse com a voz cheia de emoção.
— É sim, se parece com você.
Ela riu.
— Não dá para saber, é muito pequeno.
Eles ficaram em silêncio, contemplando o bebê.
— Como vamos chamá-lo? — Ela perguntou.
— Lorenzo Robert.
— O nome do meu pai? — Ela o olhou assustada.
Luke se abaixou diante dela e pegou em suas mãos
— Sim, o segundo nome eu decidi homenagear com o nome do seu pai. Sei
que isso não vai amenizar o que eu fiz, mas quero que você saiba o quanto
estou arrependido.
Ela ficou olhando para ele, não sabia o que fizer, então apenas agradeceu.
— Obrigada.
Ele levantou-se e a levou de volta para o quarto.
Nos dias que se passaram, Geovanna ficou no hospital, ela passou a pegar o
bebê e aninhar em seu peito, segundo os médicos isso era bom para a
recuperação dele, as vezes Luke ficava com ela e ele também pegava o bebê.
Eram momentos mágicos para eles. Lorenzo começou a ganhar peso e depois
de algumas semanas estava pronto para ir para casa.
Geovanna e Luke levaram o pequeno Lorenzo para o lar deles e assim
começou uma nova etapa de suas vidas.
CAPÍTULO 39
G eovanna estava com o filho no colo, ele já estava com um mês e não
parecia que havia nascido prematuro. Ela tinha acabado de amamentá-
lo e ficou admirando-o, tão parecido com o pai, a cor do cabelo e a
cor dos olhos, incrivelmente azuis. Ela suspirou e decidiu colocá-lo no berço.
O bebê tinha uma babá enfermeira que cuidava de todas as necessidades dele.
— Está dormindo como um anjo, senhora, pode ir descansar, quando ele
acordar, cuido dele.
— Obrigada.
Ela foi para seu quarto, já havia se recuperado bem da cirurgia, não
quase fazia nada, sempre tinha a babá do Lorenzo e a mãe por perto para lhe
ajudar com qualquer coisa. Luke era um caso à parte, ele simplesmente estava
sendo o marido que toda mulher pediu a Deus, extremamente amoroso,
cuidadoso e a paparicava como se ela fosse uma bonequinha. As vezes ela até
sentia-se sufocada com o exagero de atenção dele.
Geovanna deitou na cama e logo o seu celular vibrou, ela olhou para a tela e
com um sorriso, atendeu.
— De novo, Luke?
— Só liguei para saber como você está.
— Você me ligou meia hora atrás.
— Eu sei, mas não consigo me concentrar em nada, só penso em você e
nosso filho.
— O Lorenzo está dormindo, e eu vou aproveitar para dormir um pouquinho
também.
— Hum! Então vou deixar você descansar, amor, mas sonha comigo, tá?
— Eu acho que vou sonhar com outro homem que também tem os olhos
azuis e adora sugar meus seios.
Ele riu.
— Falando essas coisas você me deixa de pau duro.
— Então é melhor tomar um banho frio, porque se chegar perto de outra
mulher, vai perder essa parte da sua anatomia.
— Duvido! Você não vai se privar dessa parte da anatomia do seu marido,
você gosta dele tanto quanto eu.
— Você é muito convencido.
— Só sou realista, e confio no meu potencial.
— Luke, tenha uma boa tarde.
Ela desligou o celular e suspirou, tinha certeza que ele transava com outras
mulheres, eles não tinham nada há meses e um homem como ele não fica sem
sexo por tanto tempo.
O celular dela começou a vibrar de novo, era ele, mas não iria atender, nesse
momento só queria descansar um pouco, Luke a está sufocando.
Ela deita na cama, o celular para de vibrar.
Geovanna começou a fechar os olhos, quando escutou um bipe no
celular, então resolveu olhar e tinha uma mensagem do Luke.
" Eu não estou transando com outras mulheres"
Ela ficou olhando para a mensagem, não acreditava nisso, porém para não
arrumar problemas respondeu:
" Está bem, acredito em você"
Ela voltou a deitar e depois de alguns segundos, outra mensagem:
"Eu estou falando sério, quando chegar em casa nós vamos conversar"
Ela não respondeu nada, estava cansada e queria dormir, Luke estava sendo
maravilhoso, mas não confiava nele. Ela suspirou fundo e dormiu, o bebê
daqui a pouco vai acordar e precisa descansar.
Depois de uma hora ela acordou com alguém entrando no quarto, era Luke,
ele anda até a cama dela e senta do lado.
— Já é noite? — Pergunta desorientada.
— Não, eu vim pra gente conversar.
— Luke, por favor, já disse que acredito em você.
— Eu sei que você não está falando a verdade, sei que não confia em mim.
— Você não me deu motivos para acreditar em você. Disse que me amou
desde que me viu pela primeira vez e transava com outras mulheres depois do
nosso casamento.
— Eu sei, eu fui um estupido, mas eu lutava contra esse sentimento, queria
provar para mim mesmo que não precisava somente de você, eu podia ter
quantas mulheres que quisesse, que você não mandava no meu coração e
além do mais você me desprezou, não aceitou o nosso casamento.
— Mas é claro que não aceitei, como iria aceitar um casamento com um
homem que nunca vi na vida?
— Eu entendo e por isso eu fui tão cruel com você, eu queria que me
aceitasse, eu queria que me amasse como eu a amava.
— Luke, você não pode tomar o amor de uma pessoa, é preciso conquistá-lo.
— Eu consegui? Você disse que me amava na nossa última noite juntos.
— Eu disse, eu não sei porque, mas eu sinto algo especial por você, talvez
seja amor ou somente uma maneira de me proteger.
— Se proteger? De mim?
— Você ameaçou tirar o meu filho de mim caso eu não te aceitasse, o que
você acha que eu senti? — Ela falava isso com a voz alterada.
Eles ficaram se olhando por algum tempo, então Luke resolveu falar:
— Eu não posso, Geovanna, eu não posso abrir mão de você, eu queria te
deixar viver a sua vida, seguir sua carreira, mas eu não estou preparado para
isso... eu... eu não gosto nem de pensar em você perto de outros homens.
— Mas Luke, eu não preciso ficar perto de outros homens quando danço, há
bailarinos, mas é tudo muito profissional.
— E os homens que vão assistir?
— Eles não vão poder me tocar.
— Eu não consigo, eu morria de ciúmes quando via você nas aulas de dança
e você precisava fazer par com algum bailarino.
— Você me via nas aulas? — Ela perguntou com surpresa.
— Todas elas, eu estava lá, a observando, você não podia me ver, eu ficava
em uma sala com vidro escuro.
Ele deitou no colo dela e como um menino perdido, disse:
— Eu sou completamente dependente de você, Geovanna, eu preciso de você
para viver.
Geovanna ficou pensando sobre aquilo, o sentimento dele é mais que amor, é
possessivo, era como uma droga.
— Geovanna, quando eu pensei que você preferia morrer do que viver
comigo, eu fiquei arrasado e foi nesse momento que decidi fazer coisas para
que você nunca mais pensasse em tirar a sua vida.
Geovanna empalideceu, ela tinha que contar para ele que não havia
tentado tirar a própria vida.
— Luke, não é verdade, eu não queria me matar aquela noite.
Ele levantou imediatamente e a olhou assustado.
— Não?! Mas eu vi você se afogando e quando tentei te resgatar, você lutou
contra mim.
— Na verdade eu senti uma cãibra forte em uma das pernas e quando você
chegou eu não aguentava mais lutar, eu pensei que iria morrer. Quando você
me segurou, eu entrei em desespero. Foi isso que aconteceu.
— Por que me deixou acreditar que queria se matar?
— Porque você havia me violentado...
Ela parou de falar, pois a voz não saía mais, as lágrimas começaram a descer
pelo seu rosto. Ela respirou fundo e voltou a falar:
— Como você acha que me senti, Luke? Você descontava a sua raiva me
tomando a força...
Ele a cortou.
— Não, amor, não! Eu não vou justificar o que fiz com você e não vou te
dizer que me sinto culpado, porque eu não sinto. Eu não sou um homem bom,
Geovanna e nunca serei. Se for preciso, farei coisas para ter o que eu desejo e
o que eu mais desejo é você.
Ela o olhou e não disse nada, não havia nada a dizer, apenas se levantou, ele
também fez o mesmo, ela aproximou-se dele e passou a mãe no seu rosto.
— Vou ver o nosso filho.
Ela se virou e saiu, Luke ficou olhando sério para a porta.
***
Alguns dias depois, Geovanna foi ao médico para avaliação e estava
tudo bem com ela e com o bebê. A médica disse que ela podia ter uma vida
normal. Ao saírem do consultório ela perguntou para Luke se eles poderiam
pedir para o motorista parar em um parque da cidade.
— Para que, Geovanna?
— Só para ver as crianças, daqui a pouco o Lorenzo vai estar crescido e eu
gostaria que ele brincasse nos parques com outras crianças.
— Isso não vai ser possível, amor.
— Por que não?
— Geovanna, nós não somos uma família normal que pode andar por aí em
parques da cidade, se você quer um parque, eu mando construir um na
mansão.
— Não, Luke. Eu quero que o meu filho tenha amigos.
— Isso não vai acontecer, o Lorenzo é meu herdeiro direto e ele é um alvo
valioso, você quer que nosso filho seja sequestrado?
— Não.
— Então!
Ele suspirou e continuou:
— Eu nunca tive infância, nunca tive amigos e o único cara que se dizia
amigo me traiu, apesar de eu nunca o considerar amigo, pois já sabia que um
dia ele iria me trair, meu pai sempre me ensinou isso. Eu nunca pude ter uma
vida normal, eu fui treinado para assumir a Máfia e o Lorenzo também será.
— Você não confia em ninguém, não é? Nem em mim você confia.
— Eu confio em você, amor, não se preocupe.
— É claro que não confia, você me testou.
— É por que eu me sentia inseguro com relação a você e o Marco, eu sempre
senti que vocês me escondiam algo.
Geovanna ficou pensando e chegou à conclusão que o Luke a estava testando
de novo.
— Você sabe, né?
— Sei o que? — Ele a olhou com um ar de desafio.
— Que Marco me ajudou a fugir.
Ele riu.
— É claro, piccola, sempre soube. No restaurante havia câmeras e eu
consegui os vídeos e vi quando ele a encontrou.
Geovanna baixou a cabeça, agora ela estava entendendo que jamais faria
qualquer coisa sem que ele não soubesse, que jamais teria liberdade enquanto
ele fosse vivo, que jamais teria a sua própria vida enquanto vivesse com ele.
Ela olhou para o filho, que dormia no bebê conforto, e sorriu, pelo menos
tinha ele para cuidar, até quando Luke decidisse ensiná-lo a ser um mafioso
frio e assassino como ele.
Luke a abraçou e ela não resistiu, abraçou-o também.
— Eu te amo, Geovanna.
— Obrigada.
— Só isso?
— Você quer ouvir que eu te amo também? Que eu sou uma boba por amar
um homem como você, que me faz prisioneira?
— Prisioneira do meu amor, do nosso amor.
Ele a beijou com urgência, suas bocas unidas como se fossem uma. Ele
começou a colocar a mão dentro de suas roupas.
— Eu quero você agora, bambina. — Falou entre beijos.
— Não, Luke. Não podemos fazer isso aqui, o Lorenzo está aqui.
— Ele é só um bebê, não entende nada.
Ele começou a descer as calças dela, Geovanna respirava acelerado, tantos
meses que eles não fazem isso.
— Sobe aqui, amor, você manda, faça o que quiser comigo.
Ela subiu em cima dele com as pernas abertas e logo o seu membro invadiu
sua cavidade molhada. Ela deu um gemido quando sentiu o pênis entrando
nela. Então, começou a subir e descer em movimentos acelerados no pênis
dele, ela adorava estar no controle.
— Vai, amore mio, mais forte. — Luke gemia.
Enquanto ela estava em cima dele, Luke apertava seus seios entre as mãos.
O bebê começou a se mexer e chorou um pouquinho.
Geovanna parou o que estava fazendo e olhou para o filho.
— Não para, Geovanna, ele está bem, eu vou gozar, vai bambina.
Ela continuou, logo ele gozou e ela logo em seguida. Assim que se recuperou
ela saiu de cima dele e ajeitou as roupas, sentou e tentou acalmar o filho.
— Calma, meu amor, a mamãe está aqui.
Ela pegou a mamadeira e deu para o bebê, que sugou com força
resmungando.
— Ele estava com fome. — Ela disse.
— Ele só vive com fome.
— É por que ele é um bebê e está crescendo.
Ele a abraçou por trás.
— Eu também só vivo com fome, de você.
Ele começou a beijá-la no pescoço, passando as mãos pelo seu corpo.
— Para, Luke, nós acabamos de transar.
— Você sabe que uma vez com você não é suficiente.
— Eu sei, mas agora você tem que esperar.
Ele desfez do abraço e encostou no banco, suspirando derrotado. — Okay!
Vou esperar pacientemente.
— Para de drama, além do mais, não dá para ficar transando no carro, daqui a
pouco estamos chegando em casa.
Ele levantou as mãos rendido e ela riu.
Chegaram em casa e havia uma visita nada agradável.
— Antonella, o que você está fazendo aqui? — Luke perguntou já irritado.
— Vim conhecer seu filho.
— Poupe-me disso, com certeza veio pedir para aumentar a sua mesada.
— Luke, não posso viver com aquela ninharia, não posso nem comprar a
última coleção de roupas do estilista do momento.
Geovanna ficou olhando para eles e pensou que jamais gostaria de ter uma
relação desse tipo com o filho, ela iria amá-lo incondicionalmente.
— Antonella, vem aqui conhecer o Lorenzo, ele é lindo. — Geovanna disse
olhando para ela com carinho.
A mulher a olhou de alto a baixo, com seu olhar frio e desdenhoso, porém
decidiu aproximar-se e olhou o bebê, que estava acordado no bebê conforto.
— Igual ao Luke nessa idade. — Ela disse com emoção na voz, mas tentava
disfarçar.
— Quer pegá-lo?
— Deus me livre, tenho alergia a crianças, olho por aqui mesmo.
— Já viu o bebê, Antonella, pode ir. — Luke disse seco.
— Luke... — Ele a cortou.
— Não quero escutar, saia, não volta aqui sem avisar.
— É por isso que te odeio, odeio que você veio ao mundo e não saiu de mim.
— Antonella gritava descontrolada.
— O que você disse? — Luke perguntou.
— É isso que você escutou, você não é meu filho, seu pai teve você com uma
amante, uma prostituta, eu não podia ter filhos. Seu pai teve essa ideia, então
eu aceitei, ele precisava de um herdeiro para essa maldita máfia.
Luke a olhava sem acreditar, ele sentou em um sofá, completamente
desorientado. Geovanna sentou do lado dele, ela queria abraçá-lo para tentar
consolá-lo, mas não achou prudente fazê-lo naquele momento.
— Você é um bastardo, Luke.
Ele levantou-se com fúria e gritou:
— Sai daqui, saia da minha casa agora.
— Eu vou sair, mas lembre-se, tudo que você herdou do meu pai não era para
ser seu, ele não era seu avô.
Ele riu um sorriso diabólico.
— Pois saiba que eu jamais te devolverei nada, e mais, quero você fora do
vinhedo, vou ordenar para que não te deixem entrar. Vai viver no
apartamento em Roma, com o mínimo possível para sobreviver.
— Você não fará isso, Luke. Eu não posso viver assim.
— Você vai me pagar por te me desprezado toda a minha vida, por todas as
surras que me deu, por ter me obrigado a transar com você, dizendo que era
para me ensinar a ser homem e eu aprendi, trepando com a minha mãe. Ah!
agora sei que não era a minha MÃE.
Geovanna escutava tudo aquilo horrorizada, não acreditava no que estava
ouvido, era tudo tão nojento que estava com vontade de vomitar.
— E você aprendeu a ser um homem, a mamãe aqui te ensinou direitinho,
você até gostava, um moleque que não sabia nem controlar um orgasmo, mas
depois se tornou o rei do sexo, gostoso! Até que seu pai nos pegou trepando e
teve um ataque! Idiota! O filho era muito melhor que ele.
Luke com ódio no olhar, tirou a arma da cintura e apontou para ela.
— Sai daqui, sai da minha frente, senão eu acabo com você agora mesmo.
— Não, Luke. Não faça isso. — Geovanna tenta intervir.
— Atira, seu bastardo, vai! Acabe logo com isso.
— Por favor, Antonella, vai embora, não piora as coisas. — Geovanna
suplicava.
— Eu vou, mas convença seu marido a me liberar mais dinheiro, senão eu
vou voltar!
— Você não vai, nessa casa não entra mais e não chegará perto da minha
família.
Luke colocou a arma de volta na cintura, pegou o celular e chamou:
— Eliot, venha até aqui.
— Não precisa chamar seus brutamontes, já estou de saída.
Eliot chegou nesse momento.
— Acompanha essa mulher até a saída e a partir de hoje ela não tem acesso a
essa casa.
— Vamos, senhora.
Antonella olhou para eles com olhar de desdém, virou as costas e saiu.
Luke ficou olhando para a direção que ela havia saído. Geovanna chegou
perto dele e segurou em seus braços, ele reagiu puxando-o.
— Você não está com nojo de tudo que escutou?
— Sim, estou chocada, mas ao mesmo tempo te entendo, você era só uma
criança.
— Não fui sempre só uma criança, eu transei com a minha "mãe" até os 23
anos, tudo bem que ela me ameaçava dizendo que iria contar para meu pai se
eu não transasse com ela, mas eu gostava, gostava de trepar com a minha
mãe.
— Ela não é sua mãe de verdade.
— Mas eu não sabia disso, portanto, saber disso agora não ameniza o que fiz.
— A culpa foi dela, ela sabia de tudo.
Ele a olhou com os olhos tristes, um olhar que ela nunca viu nele. Ela foi em
sua direção e o abraçou, ele não precisava de julgamentos, mas de alguém
que o amasse. Ele nunca recebeu esse sentimento de ninguém.
Nesse momento o bebê chorou, ela desfez o abraço e pegou o filho.
— Vou cuidar dele, eu sinto muito por tudo isso.
Ela saiu da sala e deixou Luke perdido em seus pensamentos.
CAPÍTULO 40
PASSADO SOMBRIO
G eovanna estava no quarto, pronta para dormir, Luke não havia
aparecido nem para o jantar, ela ligou para o celular dele e o mesmo
não atendeu. O coração dela estava apertado, ela estava com muito dó
dele e ao mesmo tempo sentia nojo, nojo de toda aquela situação.
A porta do quarto abriu e Luke entrou, ele estava todo desalinhado, cabelo
bagunçado, a gravata afrouxada, parecia que havia bebido, Geovanna sem
querer julgar, disse:
— Que bom que voltou, estava preocupada.
— É mesmo? Tem certeza que você queria que eu voltasse?
— É claro, Luke. Você é meu marido, o pai do meu filho, não quero que nada
de mau aconteça com você.
Ele a olhou sério, aproximou-se dela e a fez sentar na cama. Depois puxou
uma poltrona pra perto dela, sentou de frente e a olhou.
— Me deixa te contar a minha história, eu não quero me justificar e nem que
sinta pena de mim, mas eu preciso falar e preciso que alguém me ouça.
— Eu estou aqui para escutar.
— Eu tinha 13 anos quando Antonella me iniciou no sexo.
O estômago de Geovanna embrulhou, ela não tinha certeza se conseguiria
ouvir aquilo, mas precisava, para ajudá-lo a superar, ela precisava ouvi-lo.
Ele continuou:
— Eu era só um menino que estava começando a conhecer a própria
sexualidade, eu me masturbava e Antonella me pegou fazendo isso, ela
simplesmente disse que eu não precisava fazer aquilo, ela ia me ensinar e
assim ela me iniciou. A primeira vez eu achei aquilo nojento, eu tinha
transado com a minha mãe e tinha gozado. Eu me senti culpado e vomitei.
Os olhos de Luke vagaram para o passado.
Ele estava em seu quarto, segurava seu pênis e massageava. Suas mãos
estavam tremendo. Ele começou a se masturbar, fechou os olhos e começou a
gemer, a porta abriu de repente e ela entrou.
— O que está fazendo, moleque?
— Nada!
Ela ficou olhando para ele e deu um sorriso.
— Eu sei o que você estava fazendo, Luke, seu pai ainda não te levou para o
prostíbulo? Já tem 13 anos, não era para ser virgem ainda.
Ela se aproximou dele, sentou na cama, o menino a olhava com os olhos
arregalados.
— Você sabe que a mamãe aqui é responsável por te ensinar tudo, vou te
ensinar a ser um homem.
Ela pegou a mão dele e colocou em seus seios.
— Aperta.
— Não.
Ela deu um tapa na cara dele.
— Eu mandei apertar.
— Não, mãe. — Disse chorando.
— Não me chama de mãe, seu pirralho, meu nome é Antonella, já te falei.
Agora faça o que eu mandei.
O menino começou a massagear os seios da mulher com as mãos trêmulas.
— Isso garoto, agora deixa eu fazer seu brinquedinho ficar duro.
Ela tirou a bermuda dele, e riu ao ver o pênis.
— Wow! Você vai ser grande, com 13 anos e já está assim, vamos lá, vou
chupar aqui, fica quietinho, você vai gostar.
Ela começou a fazer sexo oral no menino, que ficou duro na hora, ele não
conseguia segurar aquilo, logo gozou rápido.
— Que idiota! Já gozou? Vou ter que te ajudar a segurar essa porra.
Ela levantou e tirou a roupa, deitou na cama do lado dele e abriu as pernas.
— Sobe, trepa comigo, enfia esse seu pau na minha boceta agora. É fácil
garoto, vem logo!
O menino sem jeito, subiu entre as pernas da mulher e colocou seu pênis na
entrada dela.
— Agora mova os quadris e faz isso entrando e saindo, vamos lá!
O menino sem experiência começou os movimentos de vai e vem.
— Isso, Luke, vai mais forte, você leva jeito, vai, vai!
Ele intensificou e logo gozou.
— É um moleque mesmo, mas não tem problema, te ensinarei tudo.
A mulher levantou, colocou a roupa e saiu do quarto.
O menino ficou deitado na cama sem saber o que pensar. — Eu transei com
a minha mãe? — Aquela constatação o fez nausear. Saindo da cama, correu
para o banheiro e vomitou.
Ele deu uma pausa, fechou os olhos e depois continuou:
— A partir daquele dia, ela ia no meu quarto quando meu pai não estava em
casa e nós transávamos. Se eu recusasse, ela me batia. Com o tempo eu
acostumei com aquilo e já não sentia culpa, mas ódio, eu tinha tanto ódio
daquilo tudo que comecei a me tornar cruel. Paralelo a isso, tinha meu pai,
ele me ensinou a ser um mafioso, assassino, frio e cruel. Ele gostava da
minha natureza, ele gostava quando eu matava com prazer. Meu pai me fez
matar um homem pela primeira vez quando eu tinha 14 anos. Nunca senti
remorso por fazer aquilo, pelo contrário, até gostei, amenizava a minha raiva.
Meu pai adorou.
PASSADO
O pai de Luke o levou para mais um dia de treinamento, ele o havia
mandado torturar e matar alguns homens. Ele já fazia aquilo de olhos
fechados e sem remorso.
Seu pai adorava a maneira como ele matava, com requintes de crueldade,
sem sentimento, sem pena.
— Ele é perfeito, cruel por natureza, mata com prazer, será um excelente
capo. — O pai de Luke falava com um dos seus homens, pai do Marco.
— Sim, ele é perfeito.
Ele olhou para Geovanna, que estava de cabeça baixa.
— Eu tinha outras mulheres também, meu pai me levou para o prostíbulo
quando eu tinha 15 anos. Eu já era experiente, Antonella me ensinou muito
bem.
PASSADO
Quando Luke fez 15 anos o pai dele o procurou.
— Já está com 15 anos e tem que começar a conhecer uma mulher, vou te
apresentar umas garotas, elas vão te ensinar as coisas boas da vida.
Assim, eles foram para um dos prostíbulos do pai, no quarto tinham 3
mulheres.
— E aí, garotinho. Aguenta três?
— Aguento até 10.
Elas riram.
— É mesmo? Vamos ver.
O rapazinho transou com as três como se fosse um homem muito experiente,
as mulheres ficaram impressionadas. Quando terminaram, o pai perguntou
para as mulheres:
— E aí, como ele foi?
— Esse menino não é virgem nem aqui nem na China, alguém já ensinou
algumas coisinhas para ele.
O pai ficou surpreso.
— Deve ser coisa da internet.
— Sei não, só sei que ele é uma máquina de sexo.
Geovanna estava com lágrimas nos olhos, ela tentou segurar, mas não
conseguiu, tudo aquilo que ele estava falando era muito triste.
— Quando fiz 18 anos, decidi que não iria mais transar com Antonella,
porém meu pai um dia chegou para mim e disse que havia uma coisa que um
mafioso deveria saber: Traição é algo imperdoável e o destino é a morte, seja
quem for. Haveria sempre alguém que me trairia e disse para não confiar em
ninguém. Por esse motivo, quando Antonella começou a me ameaçar,
dizendo que contaria ao meu pai o que a gente fazia, eu cedia, não queria que
meu pai me visse como traidor. A partir dali, parei de resistir e passei a
gostar, ela me dava prazer, e isso para mim era o que importava. Eu me via
apenas como amante dela, não como filho.
PASSADO
Em casa a mãe dele se aproximou.
— Oi, gostoso, que bom que chegou, estava te esperando.
— O que você quer, Antonella?
— O que você acha? Vamos trepar, já tem um tempo que não fazemos.
— Não quero.
— Qual é, garoto, você quer que eu conte para seu pai o que a gente faz
desde que você tinha 13 anos?
— Foda-se!
— Olha como fala comigo, seu moleque, você acha que só porque fode
outras mulheres não vai me foder? Pois vai, eu te ensinei tudo.
— Tudo bem, Antonella, você quer que eu te foda, então vamos lá, eu vou
acabar com você.
— É assim que eu gosto.
Eles foram para o quarto dele e quando terminaram, Antonella disse:
— Você tá muito gostoso, estou até dolorida, sabia que iria ficar bem dotado.
— Já conseguiu o que queria, sua puta. Agora sai daqui.
— Cala a boca, você ainda é um moleque.
— Não sou um moleque, sou um homem e um dia acabarei com você,
literalmente.
— Está me ameaçando? Lembre-se, eu conto tudo para o seu pai.
— Sai daqui.
Ela saiu e Luke ficou deitado na cama, com os pensamentos mais obscuros,
ele não tinha mente, não tinha sentimentos, não tinha nada. O ódio reluzia
em seus olhos.
Ele deu uma pausa longa e depois continuou:
— Essa situação durou até meus 20 anos, quando fui morar na Itália com a
família do meu pai, fiquei lá por 3 anos, nesse período não tive mais contato
com Antonella, porém já não era um menino que sentia medo, já havia me
transformado em um monstro. Quando retornei, no primeiro dia que estava
em casa, essa mulher entrou no meu quarto e disse que eu tinha que transar
com ela, não me importei, já não sentia mais, ela queria ser fodida, então eu o
fiz, só que meu pai chegou na hora e pegou a gente naquela situação. Ele teve
um ataque cardíaco fulminante e morreu na minha frente. Logo depois do
enterro do meu pai, eu expulsei Antonella de casa, assumi a Máfia e me
tornei essa pessoa que sou hoje.
PASSADO
Depois de três anos ele voltou já um homem formado, pronto para assumir a
Máfia Salvatore. O pai estava muito orgulhoso, ele tinha transformado o
filho em um perfeito Mafioso.
— Você é perfeito, filho, se saiu melhor do que eu imaginava.
Aquela noite, eles estavam jantando e Antonella perguntou:
— Arrumou alguma namorada Italiana, Luke?
— Não, não sou homem para ter namorada, mulher para mim só serve para
uma coisa, trepar.
— Hum!
— Antonella, não seja indelicada em querer saber da vida sexual do garoto.
— É só curiosidade de mãe.
Ela olhou para Luke com olhos cheios de malícia.
De noite, Luke ouviu uma batida na porta do quarto.
— Entra.
— Oi, gostoso.
Ele a olhou com os olhos frios.
— Poxa, você ficou três anos fora, senti sua falta.
— Quer que eu te foda?
— Não precisa falar assim, Luke.
— Vamos logo com isso, Antonella, não tenho tempo a perder com uma
vadia.
Ele já levantou e tirou a roupa, ela também fez o mesmo.
— Vai, gostoso! Me come como só você sabe fazer.
— Eu vou, sua puta.
E assim eles começaram a transar, porém a mãe de Luke esqueceu de fazer
algo importante, trancar a porta.
Eles escutaram um barulho de porta abrindo, Luke imediatamente se virou e
ficou pálido, o pai dele estava de pé, no batente, olhando aquela cena,
completamente estático.
— Pai!
O homem revirou os olhos, colocou a mão no peito e caiu. Luke saiu de cima
da Antonella e correu para o pai.
— Pai, pai! — Ele batia em seu rosto.
Ele verificou o pulso e o coração. Não havia resposta, ele estava morto.
Luke levantou-se e olhou para Antonella.
— Vagabunda! Sai daqui.
— Não, Luke, agora que vai ficar bom, só eu e você.
— Sai daqui, sua puta, eu te odeio, eu quero que você suma da minha frente.
Antonella saiu do quarto pisando duro.
Ele parou de falar, O silêncio era tão pesado que poderia ser tocado.
— Antonella nunca me amou, ela me odiava, agora sei porque. Ela sempre
me maltratou, me batia desde que me conheci por gente.
Uma pausa, ninguém falava.
— É isso, essa é minha história.
Geovanna levantou a cabeça, olhou para o Luke que estava
cabisbaixo, aproximou-se e o puxou para junto dela, o fez deitar em seu colo.
— Eu vou te ajudar, eu sei que essas cicatrizes são difíceis de apagar, mas
irei pelo menos tentar amenizar esse sentimento em você.
Ele levantou a cabeça e pegando em seu rosto, disse:
— Não, Geovanna, eu já superei isso, não me tornarei um cara bonzinho só
porque te contei essa história, eu sou que o que sou e nada vai me fazer
mudar. Eu só quero que você me aceite do jeito que eu sou.
— Eu te aceito, eu quero te dar tudo aquilo que você não teve: Carinho,
consolo, proteção e o principal, amor.
— Você é muito generosa, mas não preciso de consolo e proteção, somente
do seu amor, isso me basta. Eu preciso que me ame, assim como eu te amo,
sem reservas, sem medo, sem obstáculos.
Ela sorriu para ele. Nessa hora, Luke a abraçou forte e a fez deitar na cama,
ele a beijou com paixão, Geovanna fechou os olhos e não queria pensar em
nada, só queria sentir, só queria amar aquele homem. Assim eles passaram a
noite toda na cama, se amando. Foi uma noite mágica.
CAPÍTULO 41
PENÚLTIMO CAPÍTULO
6 MESES DEPOIS
G eovanna estava no quarto de brinquedos do Lorenzo, ele já estava
com 7 meses e engatinhando, dava pequenos gritinhos com sua
boquinha babada.
— Quem é o bebê bonito da mamãe? — (gritos de bebê)
— Cadê o bebê?
Nesse momento, Luke entrou no quarto.
— Oi, amor. — Ele se abaixou na direção dela e lhe deu um beijo nos lábios.
— Oi.
— E esse meninão?
O bebê estendeu os braços para o pai que o pegou e levantando-se começou a
girar. Lorenzo gargalhava de orelha a orelha.
— Devagar, Luke, ele acabou de mamar.
Luke abaixou-se e colocou o bebê no chão, que começou a brincar com os
brinquedos em volta.
— Está animada para hoje à noite, amore mio? — Luke perguntou.
— Sim, será a primeira vez que me apresento em público.
— E eu estou morrendo de ciúmes.
— Não deveria, você escolheu cada pessoa que estará lá, não será uma
apresentação na Broadway.
— Ainda não estou preparado para deixar você se apresentar na Broadway.
Ela passou a mão no rosto dele, com carinho.
— Eu entendo, meu amor, eu não vou insistir, essa apresentação de hoje já
está perfeita, obrigada!
— Vai me agradecer melhor a noite, depois da apresentação.
Ela riu.
— Já te agradeci, várias vezes.
— Tem que agradecer mais.
— E vou.
— Eu te amo.
— Eu também te amo.
Eles se beijaram e o Lorenzo foi para perto deles com um brinquedo na mão e
começou a bater no rosto de Luke, ele desfez o beijo, rindo.
— Ei, garotão, me deixa beijar a mamãe.
— Ele é ciumento igual a você.
— É isso aí, filho, tem que proteger o que é nosso.
Luke piscou para ela e levantou.
— Tenho que ir, amor, nos vemos à noite.
Ela lançou um beijo para ele, que fingiu que pegava.
Luke saiu do cômodo e Geovanna continuou brincando com Lorenzo.
Muitas coisas haviam mudado nesses 6 meses, Luke já tinha
melhorado bastante desde do dia em que lhe contou a sua história. Ela
entendeu tanta coisa depois de ouvi-lo e decidiu amá-lo, sem cobrança, sem
barreiras, simplesmente se entregou a esse amor, ele precisava desse amor
para superar tudo o que passou, apesar de achar que já havia superado, ela
sabia que não, as feridas estavam lá, abertas.
Ela insistiu que ele precisava procurar um psicólogo, mas ele disse
que não estava doente e não precisava de psicólogo, ele foi irredutível. Então
Geovanna decidiu ser a própria psicóloga dele, dando aquilo que ele nunca
teve: Amor.
Ele ainda era muito possessivo em relação a ela, ciumento fora do
normal, ela não podia sair sozinha para lugar nenhum, sempre que ela saía,
ele ia junto, por esse motivo, ela quase não saía, pois ele estava sempre
ocupado para acompanhá-la a qualquer lugar.
A apresentação de hoje à noite foi meio que uma surpresa para ela,
não esperava isso, ele disse que foi um presente de aniversário de casamento.
Ela ficou tão feliz. Claro que não era uma apresentação normal, mas ela não
se importava, se tinha um público, já estava ótimo.
O dia passou tranquilo, depois que Geovanna brincou com Lorenzo
ela o entregou para a babá cuidar dele e foi para o Studio de dança ensaiar
para a apresentação da noite, as outras bailarinas e a professora também
estavam lá, como Geovanna não pedia ir até a escola de dança, elas
ensaiaram no Studio da casa dela.
— Olá, Geovanna. Vamos começar? Está animada para hoje à noite? — A
professora de dança perguntou.
— Sim, muito, estou um pouco nervosa também.
— É assim mesmo na estreia.
Todas as meninas tomaram seus lugares e o ensaio começou. Eles estavam
ensaiando O Quebra Nozes e Geovanna era a bailarina principal.
Quando o ensaio acabou, ela foi para o quarto descansar um pouco até
a hora de começar a arrumar-se. Ela dormiu um pouco e acordou com o
despertador do celular. Levantou rapidamente e foi tomar um banho. Ao
terminar, se vestiu com um vestido de maneira casual, não passou nenhuma
maquiagem pois iria se arrumar no local da apresentação. Ela já estava dando
os últimos retoques na aparência quando Luke chegou, ele já estava
arrumado, com um smoking de caimento perfeito, ele estava lindo.
— Oi, amor. Está nervosa?
— Um pouco.
Ele pegou em suas mãos e disse:
— Estão frias, temos que fazer alguma coisa para aquecê-las.
Ele a trouxe para junto dele e a beijou, um beijo apaixonado, cheio de
promessas. Ele a apertou em um abraço forte.
— Ai! Tá me machucando, eu não vou a lugar nenhum.
— Eu sei, só que estou nervoso, você vai dançar naquele palco, com aquela
roupa colada e vários marmanjos olhando para você.
— Luke! Para! Aposto que você só convidou um monte de velho e todos
casados.
Ele riu.
— Nem todos são velhos, mas de certo são casados e todos estarão com suas
esposas.
— Então! Para de drama.
— Está bem! Tentarei não subir no palco e te tirar de lá.
— Não ousa fazer isso.
— Olha que eu faço.
— Melhor a gente ir no quarto do Lorenzo para se despedir dele.
Ela se desfez do abraço dele e saiu do quarto seguida por Luke, eles
chegaram no quarto do bebê e ele estava dormindo, a babá estava sentada na
cadeira do lado do berço dele.
— Acabou de dormir, senhora.
Eles chegaram perto do berço e ficaram olhando para aquele anjinho em seu
sono profundo.
— Fica com Deus, filho.
Eles saíram do quarto e seguiram para a limousine, que já estava
esperando, a mãe dela iria com Fabrício em outro carro.
Chegaram ao local e Geovanna seguiu para o camarim onde todos estavam se
arrumando, Luke segurou seu braço antes dela ir e disse:
— Boa sorte!
— Obrigada.
Ela entrou no local e logo começaram a arrumá-la. Quando estava pronta, ela
decidiu dar uma olhada no público pela fresta da cortina.
— Nossa, tem muita gente. — Disse para outra bailarina que também estava
espiando.
— Sim, você vai se sair bem.
— Você já se apresentou antes?
— Sim, algumas vezes, não é fácil arrumar trabalho para bailarina iniciante.
Nem todos têm a sua sorte, de ter um marido que monta o próprio espetáculo
para a esposa apresentar-se.
Geovanna ficou sem graça, a impressão que tinha era que todos
achavam que era um esnobe, que exigiu que o marido montasse um
espetáculo somente para ela apresentar-se como bailarina principal, isso a
deixou triste.
A bailarina continuou:
— Mas essa apresentação vai ser muito boa, dizem que o prefeito de Nova
York está aí e muita gente do dinheiro, tomara que alguém reconheça o meu
talento e me patrocine.
— Tenho certeza que encontrará alguém.
Geovanna se afastou, estava nervosa e ao mesmo tempo triste, aquela
era apenas uma apresentação de capricho do Luke, ele fez tudo aquilo só para
agradá-la, porém era algo só de brincadeirinha para ele, não significava nada.
Ela resolveu dar de ombros, iria dançar com a alma, como se precisasse disso
para viver.
As luzes diminuíram a intensidade, o público ficou em silêncio, as
cortinas se abriram, os bailarinos tomaram os seus lugares. Geovanna vai
dançar um trecho de Quebra Nozes sozinha no palco. Ela entrou e o público
aplaudiu. Quando todos ficaram em silêncio Geovanna começou a executar
os passos, ela dançava com precisão, o talento nato. Ela girava no palco como
se fosse voar. As pessoas ficaram admiradas.
Luke estava sentado em sua mesa e a olhava sério, ele odiava pensar
que todos a estavam admirando, sem perceber, apertava o celular que estava
em sua mão, ele começou a ver as coisas em câmera lenta na frente dele, tudo
ficou vermelho, as pessoas aplaudindo o incomodava. Ele começou a ficar
com ódio de todas aquelas pessoas. — Ela é minha, só minha. — Pensava.
— Luke? — Alguém o chamou.
— Ele olhou em direção da voz e havia um homem bem vestido o olhando.
— Você está bem?
— Sim, estou bem. — Falou rápido, com rudeza.
Ele olhou para o palco ela já estava no final da apresentação.
Geovanna estava executando os passos finais, ela girou por todo o palco
e recebeu aplausos, ela foi até o centro e com os últimos passos terminou a
apresentação. Todos aplaudiram de pé, menos Luke que continuava sentado,
com a cara fechada.
Alguém disse:
— Sua esposa é perfeita, Luke.
Ele não disse nada, continuou do jeito que estava.
Geovanna agradeceu o público, seu coração batia acelerado, ela estava tão
emocionada que não estava contendo as lágrimas.
— Obrigada.
Os aplausos se estenderam por alguns minutos até enquanto Geovanna saia
do palco. Ela chegou emocionada atrás da cortina e abraçou a professora.
— Você foi perfeita.
— Obrigada.
Alguém lhe entregou um buquê de flores e ela seguiu para o
camarim. Os outros bailarinos começaram suas apresentações. Ela entrou no
camarim ainda sorrindo e encontrou Luke, em pé, sério, a olhando
fixamente.
— Oi, aconteceu alguma coisa?
— Aconteceu.
O coração dela acelerou. — Será que era alguma coisa com o Lorenzo? —
Pensou.
— O que aconteceu, Luke? É alguma coisa com o Lorenzo?
Ele não disse nada, andou até porta e trancou, ela ficou olhando para o que
ele estava fazendo.
— O que está fazendo?
Ele ainda em silêncio, aproximou-se dela, ela o olhava meio assustada, ele
parecia alterado. Então ele enlaçou sua cintura e a puxou para ele, o tutu que
ela estava usando era rígido e atrapalhou o que ele queria fazer.
— Tira isso. — Disse com uma voz irritada.
— Luke o que foi? Por que está agindo assim?
— Não pergunta, apenas faça o que estou mandando.
Ela ficou olhando para ele e resolveu fazer o que ele mandou. Virou-se,
colocou o buquê de flores em um canto, levou a mão à cintura e desfez as
amarras do tutu, o tirando.
Ele sem demora a abraçou por trás, ela suspirou, ele a beijava no
pescoço com loucura, como se nunca tivesse feito aquilo antes. Então a fez
virar de frente e a sentou no tampo da penteadeira, derrubando todos os
objetos no chão. Ele a beijava com urgência e enquanto fazia isso ia
abaixando o collant dela, até deixá-la nua. Geovanna gemia de excitação. Ele
começou a passar a mão na vagina dela, estimulando o clitóris, ela gemia.
— Você gosta disso? — Ele perguntava em sussurro no seu ouvido.
— Sim. — Ela falava com a voz alterada pelo desejo.
— Você gosta de se mostrar para os homens?
— O que? — Ela tentou se afastar, mas ele a segurou com força.
— Me solta, Luke. Você está louco!
— Isso, estou louco, estou louco para meter uma bala na cabeça de cada
homem desse lugar.
— Luke, foi você que montou esse espetáculo.
— E me arrependi, no momento em que a vi no palco.
Ela passou a mão no rosto dele e disse com carinho:
— Não fica com ciúme, eu sou só sua, sua mulher, sua amiga, sua
companheira, não precisa ficar assim, meu amor.
Ele a abraçou e repousou a cabeça em seu peito.
— Eu preciso tanto de você, amor, tanto.
— Me ama, continua o que você estava fazendo.
Ele a colocou sobre a mesa de novo e sem demora a penetrou, eles se amaram
entre gemidos e juras de amor. Ao terminarem, ela o ajudou a ajeitar a roupa
e foi colocar o vestido de gala, que havia trazido para cumprimentar as
pessoas depois da apresentação.
Quando ela terminou, eles saíram juntos do camarim e seguiram para o salão,
a apresentação já havia terminado e estavam aguardando-os para começar as
apresentações.
— Senhoras e senhores, o Sr. e a Sra. Salvatore.
Todos aplaudiram e eles seguiram para o meio das pessoas, eles passavam
pelos casais e Luke a apresentava. Muitos elogiavam a sua performance no
palco e Geovanna agradecia lisonjeada. Luke estava se comportando bem, as
vezes ele ficava com a cara fechada quando um ou outro, especialmente
homem, a segurava por muito tempo a elogiando.
Eles andaram por todo o salão e ao final Luke a conduziu ao último casal que
iriam dividir a mesa do jantar.
— Amor, esse é o Alex Vittalo e a esposa dele, Júlia Vittalo.
— Prazer, senhora Salvatore, dançou divinamente. — Júlia falou
cumprimentando-a.
— Obrigada, senhora Vittalo, mas pode me chamar de Geovanna.
— E você pode me chamar de Júlia.
Todos sentaram. Luke e Alex começaram a conversar sobre negócios e
Geovanna e Júlia também começaram a conversar.
— Há quanto tempo está casada? — Geovanna perguntou para a Júlia.
— 5 anos, e você?
— 2 anos e alguns meses.
— Tem filhos?
— Sim, um menino chamado Lorenzo e você?
— Dois, uma menina chamada Sophia e um menino chamado Christian.
— Que fofo, um casal.
— Sim, e você não pretende ter mais?
— Eu não posso mais.
— Oh! Desculpa, fui deselegante.
— Não tem problema, você não era obrigada a saber.
Ela deu uma pequena pausa e continuou:
— Pretendemos adotar uma menina, aliás. — Geovanna chegou perto de
Júlia e em um sussurro e falou no seu ouvido: — O meu marido não sabe que
pretendo adotar uma menina. — Elas riram.
— Então é melhor contar logo para ele. — Júlia disse em um sussurro
também.
— O que as meninas estão cochichando? — Luke perguntou.
— Nada, amor. Coisa de mulher. — Geovanna falou.
A noite foi maravilhosa, ela adorou a Júlia e marcaram de fazer um encontro
com as crianças, para poderem brincar. Os maridos não se opuseram, pois
Alex iria ter uma reunião com Luke na casa deles e elas aproveitavam para
fazer o encontro.
Ao se despedirem, Geovanna e Júlia se abraçaram.
— Foi muito bom te conhecer, sabe não tenho amigas.
— Eu também não.
— Seu marido é criminoso também, né? — Júlia perguntou.
— Sim, ele é da Máfia.
— E aposto que ele não deixa você ter amigas.
— Não.
— O meu também não.
As duas riram e se abraçaram.
— Me dá seu número de celular, acho que eles não vão se importar se a gente
conversar de vez enquanto, parece que eles estão tratando de negócios.
— Claro, anota aí no seu celular. — Júlia falou o número.
Assim, elas se despediram com a promessa de se falarem.
Luke e Geovanna estavam na limousine e ele perguntou:
— Gostou da esposa do Alex?
— Sim, ela é muito gentil.
— Vocês podem ser amigas, eu e o marido dela estamos pensando em uma
parceria.
— Ah! Eu já peguei o número do celular dela.
Ele não disse nada, apenas a aninhou em seus braços e assim, seguiram a
viagem até em casa.
CAPÍTULO 42
ÚLTIMO CAPÍTULO
G eovanna acordou e olhou para o lado, Luke estava dormindo, ela deu
um sorriso e subiu em cima dele, beijando-o.
— Acorda, preguiçoso.
— Hum! Você me acordando assim de manhã me deixa nesse estado.
Ela sentiu o pênis dele ereto e começou a estimulá-lo ainda mais, rebolando
em cima dele.
— Amor, acho que estou te deixando muito folgada.
— Você pensou naquilo que te falei?
Ele fechou a cara.
— Sabia que você não estava fazendo isso só por fazer, tem alguma coisa por
trás.
Ele fez menção de se levantar, mas ela o segurou.
— Luke, por favor, não seja tão irredutível, diz que pelo menos pensou sobre
o assunto.
— Geovanna, eu não quero outra criança aqui, já temos o nosso filho e só ele
basta.
— Mas Luke, ele vai crescer sozinho, sem amigos, sem ninguém para
brincar.
— Ele vai ter que se acostumar, ele não nasceu para ter amigos e eu não vou
adotar uma criança, sei lá de quem, só para fazer companhia para ele.
Luke levantou-se e foi andando em direção ao banheiro.
— Eu não vou criar o meu filho como a sua mãe criou você.
Ele parou imediatamente, Geovanna se arrependeu na hora por ter falado
aquilo. Ele virou-se para ela com os olhos brilhando de ódio, avançou em sua
direção com os dedos apontados para ela, Geovanna recuou instintivamente.
— Aquela puta não é minha mãe.
— Desculpa, Luke. Eu não deveria ter falado isso, eu sinto muito.
— Não quero mais ouvir esse assunto de adoção, estamos entendidos?
— Sim! — Ela disse em um fio de voz.
Ele virou-se e seguiu para o banheiro, ela ficou sentada na cama, de
cabeça baixa, muito triste. Ela já havia pesquisado sobre adoção e tinham
tantas crianças precisando de um lar. Ela suspirou e resolveu sair da cama, ia
dar tempo ao tempo, quem sabe um dia ele não pensa sobre o assunto.
Por causa do incidente da manhã, Luke não estava para muitos
amigos, o café da manhã foi sem conversa e antes dele sair, somente deu um
beijinho no Lorenzo e saiu. Geovanna ficou arrasada, ele havia prometido
pensar sobre o assunto na primeira vez que ela havia falado sobre aquilo,
agora reage assim, Luke é muito complicado.
— Vamos na casa da vovó, filho.
Geovanna seguiu para a casa de hóspedes, ela colocou o Lorenzo no carrinho,
ele já estava bem pesado para ir no colo. Ao chegar, a mãe dela já estava na
porta a esperando.
— Oi, meu amorzinho. — Ela se abaixou para o Lorenzo e o pegou — Vovó
estava com saudades.
— Oi, mãe.
— Oi, filha. Como você está?
Elas entraram na casa e Geovanna foi logo desabafando:
— Eu e o Luke brigamos essa manhã.
— Por quê?
— Eu voltei falar sobre a adoção, mas ele não quer mais ouvir sobre isso.
— Oh filha, sinto muito, você estava tão animada.
— Sim, eu queria muito adotar uma menina e outro menino, eu acho que
seria ideal.
— Filha, tenha um pouco de paciência, Luke faz todas as suas vontades, ele
vai acabar cedendo.
— Eu acho que dessa vez não.
Geovanna passou uma parte do dia com a mãe, ela gostava muito de
ficar com o Lorenzo, o paparicando. Ela acabou almoçando lá mesmo, depois
do almoço ela resolveu ir embora, Lorenzo estava dormindo no carrinho. Ela
seguiu pelo caminho e quando chegou em casa, escutou Luke com a voz
alterada. Ela achou estranho ele estar em casa àquela hora. Resolveu subir,
não queria atrapalhar os negócios dele. Ao chegar perto da escada ela o
escutou bater com os punhos sobre a mesa, ela se assusta e dá um pulo.
— Não quero saber, eu quero ela morta amanhã.
— Mas ela já está no fundo do poço, Luke. Você a deixou sem nada.
Ele deu uma gargalhada diabólica.
— Era isso que eu queria, vê-la sem nada, agora quero vê-la no inferno. Faça
o que eu mandei, Edward, manda alguém matar aquela vagabunda.
— Tudo bem.
Geovanna subiu para o quarto quase correndo, ela estava com
Lorenzo no colo e não queria acordá-lo. Ela foi direto para o quarto do
Lorenzo, o colocou no berço e depois foi chamar a babá no quarto dela, bateu
na porta e a mulher logo veio atender.
— Lorenzo está no quarto dele, fica lá e cuida dele quando acordar.
— Sim senhora.
A babá seguiu para o quarto do Lorenzo e ela foi para próprio quarto, ao
chegar, sentou na penteadeira e ficou se olhando no espelho. Ela ficou
pensando sobre o que ouviu lá embaixo e tinha certeza que Luke estava
mandando matar a Antonella. Ela se arrepiou, era estranho pensar que o
marido era alguém tão frio assim, que eliminava o problema matando. Ela
não estava com pena da Antonella, mas ele já havia dado o castigo dela
deixando-a na miséria total.
Geovanna suspirou e decidiu não pensar sobre quão cruel era seu
esposo, era melhor assim, somente viver um dia de cada vez. Quem sabe que
com a morte dela, finalmente ele esqueça isso tudo de vez. Ela levantou e
deitou na cama, pegou no sono.
Ela estava tendo um sonho maravilhoso, Luke a estava beijando com
paixão, ele abria as penas dela e passava a mão na sua intimidade. Ela
moveu-se, era tão real... Ela abriu os olhos e constatou que não era um sonho,
Luke estava ali.
— Luke?
— Amor, preciso tanto de você agora.
Ele sem demora, tirou as calças dela, ele já estava nu e começou a beijá-la
com urgência. Geovanna o recebeu com muito amor, cada dia mais, ela o
amava.
— Diz que ama.
— Eu te amo.
— Diz que você é minha.
— Eu sou sua.
Eles se amaram durante toda a tarde. Quando estavam satisfeitos, ficaram
abraçados, ela deitada no peito dele, brincava com o cordão que ele sempre
usava, escutando as batidas do seu coração, com um sorriso no rosto.
— Você está feliz? — Ela perguntou.
— Que pergunta, bambina, é claro.
— Luke, eu sei que a pergunta que irei te fazer vai te deixar irritado...
Ele a cortou.
— Vai falar sobre esse negócio de adoção?
— Não, não é isso, eu queria te perguntar sobre a sua verdadeira mãe, você
não tem curiosidade de saber quem era?
Luke se afastou dela e a olhou.
— Por que você está fazendo essa pergunta? Eu não quero saber dessa
mulher, não me interessa quem era, provavelmente já deve estar no inferno há
muito tempo.
Ela ficou em silêncio por alguns segundos, porém precisava fazer mais uma
pergunta.
— Você se sente menos culpado por saber que Antonella não é sua mãe
verdadeira?
— Geovanna, qual é o seu problema? Por que está tocando nesse assunto
agora?
— Eu só quero te ajudar...
— Não preciso disso, se você quer saber, deixei de sentir culpa há muito
tempo, o fato de saber que ela não é minha mãe só me deu liberdade para
fazer o que sempre quis fazer com ela. Matá-la.
Geovanna estremeceu, ele falava aquilo com tanta naturalidade que a
assustava, porém resolveu não tocar nesse assunto, nunca mais.
— Te amo. — Ela disse.
— É só isso que quero ouvir da sua voz.
— Te amo, te amo, te amo, amore mio.
Ele riu e a abraçou e mais uma vez se amaram.
***
Era o aniversário de Geovanna, estava fazendo 21 anos. Sentada na
penteadeira fazia uma maquiagem, Luke iria levá-la a um local especial,
segundo ele. Estava tão feliz, Luke se tornou o marido perfeito, não batia
mais nela, mesmo as vezes que brigavam, sempre conseguia amenizá-lo, já
sabia como controlá-lo quando ele se alterava. No sexo também era assim, ela
nunca o rejeitava, mesmo quando não estava disposta, cedia, fazia o que ele
queria e no final ele sabia como fazê-la sentir orgasmos e sempre era bom.
Ela terminou de se arrumar e foi até o quarto do Lorenzo, ele estava
com a babá e correu para ela assim que a viu.
— Mama.
— Oi, meu amor.
Ela o pegou e o abraçou forte.
— Você está pesado.
— Você bonita, mama.
— Obrigada, filho, e você está um lindo menino.
Nesse momento, Luke entrou no quarto.
— Papa.
Lorenzo pulou do colo da mãe e correu para o pai, que se abaixou para
abraçá-lo.
— Oi, garotão. Sabia que a mamãe está fazendo aniversário hoje?
— Mama? — O menino apontou para a mãe.
— Sim, a mama, papai vai dar um presente especial para ela e para você
também.
Geovanna se aproximou deles e disse:
— Você está me deixando curiosa.
— Tenho certeza que você vai adorar. — Ele disse sorrindo.
— Então vamos logo, não aguento de curiosidade.
— Lorenzo, fica com a Sra. Craft, nós voltamos em breve.
Ele colocou o menino no chão, que correu para seus brinquedos.
— Cuida dele.
— Sim senhora.
Eles saíram e o carro já estava os esperando. Depois de uma longa viagem
eles chegaram em um local, parecia um internato infantil, ela olhou para
Luke.
— É uma escola infantil? Está pensando em colocar o Lorenzo aqui? Eu não
quero colocá-lo em um internato, Luke.
— Não é nada disso, amor, vamos entrar.
Geovanna estava com o coração apertado, eles entraram no hall e ela leu o
letreiro com o nome do lugar " The Little Sunshine" (O pequeno raio de sol).
Uma senhora, veio atendê-los.
— Senhor Salvatore, que bom revê-lo.
— Essa é minha esposa, Geovanna Salvatore.
— Prazer em conhecê-la, senhora Salvatore, vamos até a minha sala.
Eles seguiram a mulher, Geovanna estava com um nó no estômago, o fio de
esperança surgiu em seu coração, será que era o que estava pensando que
era?
— Sentem-se.
Eles sentaram e a mulher foi logo dizendo:
— Senhora Salvatore, sei que não está ciente do por que está aqui, mas o
senhor Salvatore nos procurou alguns meses atrás. Nós somos uma instituição
onde acolhemos crianças para adoção e finalmente depois de toda a
burocracia, vocês vão levar sua filha para casa.
Geovanna olhou para Luke, ela não conseguia enxergá-lo direito, pois seus
olhos estavam banhados em lágrimas, sua voz também não saía, era tanta
emoção que seu coração parecia que iria sair pela boca. Ela simplesmente o
abraçou, eles ficaram assim por um longo período, a mulher os olhava
emocionada.
Quando ela desfez o abraço, olhou para ele ainda com os olhos em
lágrimas.
— Quer ir conhecer sua filha, senhora Salvatore?
Ela olhou para a mulher e entre risos e lágrimas disse:
— Sim.
Eles saíram e foram para uma outra sala. Ao entrarem, havia uma mulher e
uma linda menina de uns 3 anos, usando seu vestido rodado com flores, os
cabelos ruivos e os olhos verdes os olhavam, com um pequeno sorriso
tímido.
— Mia, essa é sua nova mamãe, Geovanna.
A menina a olhou e com um sorriso aberto, correu para os seus braços,
Geovanna abaixou-se e a abraçou forte. Era tanta emoção que ela não
conseguia segurar as lágrimas, a menina então afastou-se dela, passou os
dedos em sua face e perguntou:
— Por que ta cholando, mamãe?
— Porque eu te queria muito.
— Voche vai me levar pa shua casa pa sempre?
— Sim, sim, para sempre.
Luke abaixou-se perto delas e a menina olhou para ele.
— Voche é meu papa?
— Sim, pequena e você tem um irmãozinho, Lorenzo.
— Oba! Vou poder brincar com ele?
— Sim meu amor, sim.
Depois dos últimos ajustes e assinaturas de papéis, Geovanna e Luke
levaram a pequena Mia para casa. A menina era muito carismática e não
parava de falar e fazer perguntas. Antes de chegarem em casa, Geovanna
pediu para parar em uma loja para crianças, queria comprar algumas roupas e
brinquedos para ela. Mia adorou, mas perguntou curiosa:
— Quem são os moços, mamãe?
— Que moços, Mia?
— Esses? — Ela apontou para os seguranças, que os seguiam o tempo todo.
— Não se preocupe, meu amor, eles só estão aqui para nos proteger.
No final das compras, Geovanna comprou sorvete para ela e seguiram para
casa, iria conhecer o irmãozinho. Ao chegarem, Mia olhou encantada para a
casa.
— É grande.
— Sim, e tem um playground nos fundos com muitos brinquedos, você pode
brincar com seu irmãozinho lá.
— Oba!
Ela entrou na casa correndo, Luke a pegou no colo e subiram as escadas.
Eles chegaram no quarto do Lorenzo e ele correu para junto da mãe, quando
ele viu a Mia, se agarrou à mãe, tímido.
— Filho, essa é a sua irmãzinha, Mia, fala oi para ela.
— Oi. — O menino falou tímido.
— Oi, voche quer brincar?
Ele olhou para a mãe.
— Pode ir brincar com ela, é sua irmã.
Eles foram em direção aos brinquedos do Lorenzo e logo começaram
a brincar, Geovanna sentou com eles e brincou junto. Luke ficou de pé
olhando para a sua família, que agora estava completa, só de ver a felicidade
estampada no rosto da Geovanna, já fazia tudo valer a pena. Ele se retirou e
foi para seu escritório. Tinha trabalho a fazer.
Geovanna e as crianças passaram a tarde todas juntas, ela deu lanche
para eles, os banhou e à noite deu a janta. Logo depois estavam dormindo, ela
os colocou juntos na caminha do Lorenzo, Mia não tinha quarto e seria a
primeira coisa que ela iria providenciar no dia seguinte. A babá estava no
quarto e também olhava as crianças.
— Ela é linda, senhora.
— Obrigada, vou contratar outra babá para te ajudar a cuidar deles.
— Não se preocupe, será um prazer cuidar da pequena Mia também.
Geovanna foi para o quarto dela, com um sorriso largo no rosto, ao
entrar Luke estava lá, sem demora ela correu para seus braços e entre beijos,
disse:
— Obrigada, obrigada, obrigada, obrigada.
Ele rindo, disse:
— Tem outra maneira de você me agradecer, amor.
Ela riu e ele a deitou na cama.
ALGUNS MESES DEPOIS
— Isso, Mia. Um, dois, três, gira.
Mia executava os passos de balé ainda vacilante.
— Perfeito, filha, será uma excelente bailarina, agora você Lorenzo.
— Não, não. — Luke entrou no Studio. — Você pode ensinar balé para Mia,
mas não para o Lorenzo.
— É só pra ele participar, Luke, só de brincadeira.
— Não quero nem de brincadeira, ele vai aprender a atirar, não a ficar
dançando com uma saia.
— Larga de ser machista, bailarinos homens não usam saia.
— Geovanna, não e acabou, não quero discussão.
Eles olharam em direção às crianças e Geovanna riu, Mia estava ensinando o
irmão os passos que havia acabado de aprender e ele fazia direitinho.
— Desisto! — Luke disse derrotado.
Geovanna riu.
NATAL
Era manhã de Natal e toda a família estava reunida na sala, as crianças
com seus pijamas com estampas natalinas. Geovanna, Clarice e Fabrício
usavam suéteres de natal. Luke por sua vez, não quis usar o seu, segundo ele
isso não combinava com um mafioso, o que os homens dele iriam pensar se o
vissem assim? Geovanna deu de ombros.
A lareira estava acessa com as meias de natal penduradas. As crianças
brincavam com seus novos brinquedos que ganharam de seus pais.
— Está nevando. — Fabrício disse.
Todos correram para a janela e olharam os flocos de neve caindo, formando
um tapete branco pelo chão.
— Vamos brincar na neve?
— Sim. — Todos falaram em coro.
Todos saíram para receber a neve de natal, somente Luke não foi
brincar, ele ficou na varanda sentado, observando sua família no quintal. Um
sorriso de lado estampava seu rosto, indicando o quão feliz ele estava. A vida
deles não era perfeita, Geovanna ainda era introspectiva em vários assuntos,
não o havia perdoado pela a morte de seu pai e muito menos se dobrava
totalmente aos seus desejos, contudo, era amorosa, carinhosa com as crianças
e principalmente amava seu marido, mesmo com todos os defeitos. O amor as
vezes não escolhe em qual solo crescer, ele simplesmente cresce, como uma
erva daninha, que quanto mais se arranca seus ramos mais ela floresce. Luke
e Geovanna estão vivendo um dia de cada vez, e a felicidade? Essa surge a
cada nascer do sol, só depende de nós.
Fim
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