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DISCIPLINA: GEOGRAFIA
PROF POLLIANA OLIVIERA
CURSO: CURSO TÉCNICO INTEGRADO O ENSINO MÉDIO
Classificação do relevo brasileiro
Desdobramentos do tema
Informações preliminares – O território brasileiro, com uma área de aproximadamente 8.516.000 km², é
considerado um país com dimensões continentais. Por esse motivo, ele apresenta uma grande diversidade
no que se refere à fisionomia de suas paisagens e às características de suas formas de relevo, o que tornou o
seu detalhamento uma tarefa bastante difícil. Assim, para melhor compreender a estrutura física do nosso
país, foram elaborados diferentes modelos de classificação do relevo Brasileiro.
Em termos gerais de caracterização, o espaço físico do Brasil é conhecido por ter uma formação
geologicamente antiga, o que significa que ele esteve, ao longo das eras geológicas, mais tempo exposto à
ação dos agentes externos ou exógenos de transformação do relevo, como as chuvas, os ventos e demais
fatores. Por isso, as formas superficiais foram bastante desgastadas ao longo do tempo, o que explica, por
exemplo, a ausência de grandes cadeias montanhosas no país.
Conceito – Relevo é o conjunto de formas que modelam a superfície da crosta terrestre. Ele pode ser
modificado por terremotos e movimentos tectônicos, pela erosão causada por processos natu rais
(água da chuva e ventos, entre outros fatores) e ainda pela interferência humana.
O relevo também é diretamente afetado por outros aspectos ambientais, como o clima, os tipos de
rocha e solo e a cobertura vegetal.
No Brasil, ele é constituído predominantemente por planaltos, planícies e depressões, embora outros
conjuntos, como serras, chapadas, tabuleiros e patamares, também possam ser observados.
Planaltos
Os planaltos são terrenos relativamente planos e situados em áreas de altitude mais elevada. São
limitados, pelo menos de um lado, por superfícies mais baixas. No Brasil, são exemplos o Planalto
Central Brasileiro, o Planalto Centro-Sul Mineiro, os planaltos da Região Amazônica e os planaltos da
bacia sedimentar do Paraná.
Planícies
As planícies são áreas planas ou suavemente onduladas, formadas pela deposição de sedimentos
transportados pela ação da água ou do vento, por exemplo. Em geral, encontram -se em regiões de
baixa altitude. Por surgirem da deposição de sedimentos inconsolidados (partículas que não se
assentaram) vindos de outros locais, são relevos mais recentes que outros. Entre as planícies
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brasileiras, destacam-se a do Pantanal mato-grossense, a do rio Amazonas e seus principais afluentes
e as encontradas no litoral do país.
Depressões
As depressões são um conjunto de relevos planos ou ondulados que ficam abaixo do nível altimétrico
(de altitude) das regiões vizinhas. Exemplos de depressão no Brasil podem ser en contrados na Região
Amazônica, como as depressões do Acre e do Amapá. Encontram-se ainda na Região Sudeste, onde
sítios urbanos aproveitaram as características favoráveis do relevo para a construção de grandes
cidades, como São Paulo e Belo Horizonte.
Serras
As serras constituem relevos acidentados, geralmente em forma de cristas (partes altas, seguidas por
saliências) e topos aguçados ou em bordas elevadas de planaltos. A Serra do Mar e a Serra da
Mantiqueira são bons exemplos. As chapadas e os tabuleiros são relevos de topo plano formados em
rochas sedimentares, normalmente limitados por bordas com inclinações variadas.
Chapadas
As chapadas estão situadas em altitudes medianas a elevadas. São exemplos no Brasil a Chapada
Diamantina, as chapadas dos Guimarães e dos Parecis. Os tabuleiros são encontrados em altitudes
relativamente baixas, podendo ocorrer nas faixas costeiras e interiores. No litoral, predominam na
Região Nordeste e, no interior, na Região Amazônica.
Patamares
Por fim, os patamares são formas planas ou onduladas que constituem superfícies intermediárias ou
degraus entre áreas de relevo mais elevado e áreas mais baixas. São encontrados na Região Nordeste
entre as depressões sertanejas e a Serra da Borborema e na bacia sedimentar do Paraná, forma ndo
degraus entre níveis diferenciados de planaltos.
Existem várias classificações do relevo brasileiro, destacando-se as dos professores Aroldo de Azevedo, Aziz
Nacib Ab'Saber e Jurandyr Ross, sendo esta a mais recente.
Uma das classificações enfatiza o chamado nível altimétrico, onde a classificação de Aroldo de Azevedo é a
mais tradicional. Leva em conta, principalmente, o nível altimétrico como fator de determinação do que seja
um planalto ou uma planície.
A mais antiga divisão do relevo brasileiro foi feita na década de 1940 pelo professor Aroldo de Azevedo e
serviu de base para todas as outras divisões feitas posteriormente. Ao elaborar sua divisão, ele levou em
conta principalmente as diferenças de altitude.
Conforme isso, as planícies foram classificadas como as partes do relevo relativamente planas com altitudes
inferiores a 200 metros. Por sua vez, os planaltos foram considerados as formas de relevo levemente
onduladas, cujas altitudes superam 200 metros.
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Essa classificação divide todo o território brasileiro em planaltos, cuja área total ocupa 59% de toda a
superfície do país, e planícies, que ocupam os 41% restantes.
No final da década seguinte, de 1950, o geógrafo e professor Aziz Nacib Ab’ Saber aperfeiçoou a divisão do
professor Aroldo de Azevedo, introduzindo critérios geomorfológicos, especialmente as noções de
sedimentação e de erosão. As áreas nas quais o processo da erosão é mais intenso do que o de
sedimentação foram chamadas de planaltos. As áreas em que o processo de sedimentação supera o de
erosão foram denominadas planícies.
Percebe-se assim, que essa classificação não leva em conta as cotas altimétricas do relevo, mas os aspectos
de sua modelagem, ou seja, a geomorfologia.
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Já o professor Jurandyr Ross, precisamente em 1989, elaborou uma outra classificação do relevo, dessa vez
usando como critério três importantes fatores geomorfológicos:
• A morfoestrutura – origem geológica;
• O paleoclima – ação de antigos agentes climáticos;
• O morfoclima – influência de atuais agentes climáticos.
OBS: Essa divisão é considerada inovadora, uma vez que conjuga o passado geológico e o passado climático
com os atuais agentes escultores do relevo.
Baseado nisso, o professor Ross identifica três tipos de relevo:
• Planaltos – porções residuais salientes do relevo, que oferecem mais resistência ao
processo erosivo;
• Planícies – superfícies essencialmente planas, nas quais o processo de sedimentação
supera o de erosão;
• Depressões – áreas rebaixadas por erosão que circundam as bordas das bacias
sedimentares, impondo-se entre estas e os maciços cristalinos.
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Afirmações do relevo brasileiro
* Apresenta grande variedade de formas, como planícies, planaltos, depressões relativas e montanhas
muito antigas
* Não se caracteriza pela existência de áreas de dobramentos modernos, formações originadas por
vulcanismo recente ou outras que dependam da glaciação de altitude, e nem mesmo por depressões
absolutas.
* Apresenta modestas altitudes, já que a quase totalidade das terras possui menos de 1.000 metros de
altitude e somente 0,5% do território encontra-se acima desse limite.
Referência Bibliográfica
AB’SABER, Aziz N. O relevo brasileiro e seus problemas. In: AZEVEDO, Aroldo de (org.). Brasil. A terra e o
homem. São Paulo, Nacional, 1964.
AZEVEDO, Aroldo de (org.). Brasil. A terra e o homem. São Paulo. Nacional. 1964.
BERTELLO, Edélzia. Manual de pesquisa de geografia. 2003.
CORREA, Roberto Lobato. A rede urbana. São Paulo, Ática, 1989.
FAISSOL, Speridião. O espaço, território, sociedade e desenvolvimento brasileiro. Rio de janeiro, IBGE, 1994.
FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. São Paulo, Nacional, 1991.
GIRARDI Gisele et al. Novo Atlas Geográfico do Estudante. ISBN: 85-322-5671-6. FTD SP. 2005.
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INDICAÇÕES EXTRAS:
TEXTOS:
*O Relevo Brasileiro, uma Proposta de Classificação
Disponível em:
https://www.revistas.usp.br/rdg/article/download/47094/50815
* O Relevo Brasileiro Nos Livros Didáticos, Uma Questão a Ser Repensada
Alexsandra Fachinello, Luciane Aparecida Cândido, Maíra Suertegaray Rossato
Disponível em:
https://www.seer.ufrgs.br/bgg/article/view/39635/26521
* Relevo Brasileiro nos Livros Didáticos: Equívocos e Lacunas na Representação em Mapas e Perfis
Topográficos
Alexandre dos Santos Souza, Max Furrier
Disponível em:
https://www.researchgate.net/profile/Max-Furrier-
2/publication/354917527_Relevo_brasileiro_nos_livros_didaticos_equivocos_e_lacunas_na_repres
entacao_em_mapas_e_perfis_topograficos_Brazilian_relief_in_textbooks_misunderstandings_and
_gaps_in_representation_in_maps_and_topogr/links/615b12e661a8f46670b71b78/Relevo-
brasileiro-nos-livros-didaticos-equivocos-e-lacunas-na-representacao-em-mapas-e-perfis-
topograficos-Brazilian-relief-in-textbooks-misunderstandings-and-gaps-in-representation-in-maps-
and-topo.pdf
VÍDEO-AULAS:
Vídeo - aula 01 - https://www.youtube.com/watch?v=rt3QHQlV42E
Vídeo - aula 02 - https://www.youtube.com/watch?v=seZcYEgWsuc
Vídeo - aula 03 - https://www.youtube.com/watch?v=uawlLJDwQSI