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Normas de Contabilidade e Auditoria Fiscal

1. O documento discute normas de contabilidade e auditoria fiscal em Moçambique. 2. Aborda conceitos como contabilidade, fiscalidade, auditoria contabilística e fiscal. 3. Explica as relações entre contabilidade e fiscalidade e como isso influencia a auditoria financeira e fiscal.
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Normas de Contabilidade e Auditoria Fiscal

1. O documento discute normas de contabilidade e auditoria fiscal em Moçambique. 2. Aborda conceitos como contabilidade, fiscalidade, auditoria contabilística e fiscal. 3. Explica as relações entre contabilidade e fiscalidade e como isso influencia a auditoria financeira e fiscal.
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UCM

Faculdade de Ciências Sociais e Políticas

Auditoria Fiscal
Tema: Normas de Contabilidade e Auditoria Fiscal
Curso: Contabilidade e Auditoria
Período: Pós-laboral
3º Grupo

Discentes: Docente:
Nelinho Cândido Alberto Edson Bosquet
Agnélia Vasco Figueredo
Laila Manuela Dique
Messias Vereda

Quelimane, Junho de 2021


Faculdade de Ciências Sociais e Políticas

Tema: Normas de Contabilidade e Auditoria Fiscal

Trabalho a ser apresentado a Faculdade de


Ciências Sociais e Politicas na Cadeira de
Auditoria Fiscal

Docente: Edson Bosquet

Quelimane, Junho de 2021


Índice
Introdução ......................................................................................................................... 1

Normas de Contabilidade e Auditoria Fiscal .................................................................... 2

1. Auditoria Contabilística ................................................................................................ 2

2. Contabilidade e Fiscalidade .......................................................................................... 2

2.1 Contabilidade .......................................................................................................... 3

2.2 Conceito e Âmbito da Fiscalidade .......................................................................... 3

3. Relações Entre a Contabilidade e a Fiscalidade ........................................................... 5

4. Normas de Contabilidade ............................................................................................. 6

5. Conceito e âmbito da Auditoria Fiscal ......................................................................... 7

6. Auditoria Fiscal da Administração Fiscal .................................................................... 8

7. Normas de Contabilidade e Auditoria .......................................................................... 9

8. Outros Princípios E Normas ......................................................................................... 9

8.1 Outra Legislação ................................................................................................... 10

Conclusão ....................................................................................................................... 11

Referências bibliográficas .............................................................................................. 12


Introdução

O presente trabalho tem como tema principal as Normas de Contabilidade e


Auditoria Fiscal e como ponto têm Outros princípios e normas, o trabalho será
abordada de forma detalha e clara, de modo a facilitar o leito.

O termo “auditoria fiscal” é normalmente utilizado para definir as acções de fiscalização


tributária desenvolvidas pela AF, representadas pela DGCI (Direcção Geral dos
Impostos) e pela IGF (Inspecção Geral de Finanças).

Sem sermos exaustivos, neste trabalho procuramos apresentar o conceito e o âmbito da


auditoria financeira e da auditoria fiscal e estabelecer alguns parâmetros (aspectos) de
comparação com a auditoria financeira, tendo em consideração especialmente os
diferentes objectivos de uma e de outra.

Procuraremos assim e de forma sumária efectuar o enquadramento geral das medidas


mais comuns de auditoria fiscal, e que este trabalho sirva de plataforma de partida para
uma análise mais profunda de cada um dos procedimentos, bem como a sua relação com
as outras normas e princípios contabilísticos e fiscais.

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Normas de Contabilidade e Auditoria Fiscal

As empresas, em geral, têm a obrigação de recolher aos cofres públicos uma parte de
seu lucro que são chamados de tributos. A carga tributária Moçambique e o impacto
dela nos resultados das empresas são muito grandes, e em virtude disso, deve-se
calcular e recolher os tributos que as empresas são obrigadas a pagar de forma correta e
menos onerosa licitamente para elas.

1. Auditoria Contabilística

A auditoria contabilística visa essencialmente dar credibilidade à informação financeira


que compreende as chamadas demonstrações financeiras. Como salienta Baptista da
Costa, não existe uma definição rígida do que é a auditoria financeira se bem que
determinados termos ou expressões sejam utilizados nas definições dadas por diversos
autores e organismos profissionais.

O mesmo autor, citando Manuel Soto Serrano, refere que a auditoria é o exame das
demonstrações financeiras de uma empresa ou entidade, realizado em conformidade
com determinadas normas por um profissional qualificado e independente, com o fim de
expressar a sua opinião sobre a regularidade com que essas demonstrações apresentam
as informações nelas contidas de acordo com certas regras e princípios.

Por último, a International Federation of Accountants (IFAC) entende que o


objectivo de uma auditoria das demonstrações financeiras, preparadas dentro de uma
estrutura de reconhecidas políticas contabilísticas, é habilitar um auditor a expressar
uma opinião sobre tais demonstrações financeiras.

A opinião do auditor ajuda a dar credibilidade às demonstrações financeiras. Contudo, o


utente não deve assumir que a opinião do auditor é uma garantia quanto à eficiência ou
eficácia com que a administração conduziu os negócios da entidade.

2. Contabilidade e Fiscalidade

Seja qual for a perspectiva de análise e de relacionamento da auditoria financeira e da


auditoria fiscal, ambas estão intimamente ligadas à contabilidade e à fiscalidade. Nesta
conformidade, impõe-se avançar com os conceitos e âmbito dessas duas ciências que,

2
com maior ou menor grau, influenciam aquela dupla visão da auditoria (a financeira e a
fiscal).

2.1 Contabilidade
A definição de “contabilidade” tem sofrido uma evolução significativa ao longo dos
tempos. Vista, inicialmente, como uma arte e como uma técnica, hoje é,
indiscutivelmente, considerada uma ciência com uma dupla visão: a teórica e a prática
(técnica).

Em Portugal, Jaime Lopes de Amorim foi o grande revolucionário do estudo da


contabilidade e principal responsável pela consideração da contabilidade como ciência.
Como refere Cimourdain de Oliveira:

Lopes Amorim definiu então a Contabilidade como a ciência que tem por
objecto o conhecimento do património de qualquer empresa no seu tríplice
aspecto – quantitativo, qualitativo e valorativo –, em qualquer momento da sua
existência, e por fim a análise da situação económica e financeira da respectiva
empresa para racional orientação da sua administração.

Dentro da mesma filosofia patrimonialista, Armandino Rocha definiu a contabilidade


como a ciência do equilíbrio patrimonial, preocupando-se com todos os acontecimentos
que o possam influenciar e por isso os identifica, selecciona, analisa e promove
medidas, processos, avaliação e comunicação de dados, facilitando a tomada de
decisões.

2.2 Conceito e Âmbito da Fiscalidade


Etimologicamente “fiscalidade” é uma palavra derivada de “fisco” e é proveniente do
latim “fiscu”, a designação dada, quer ao Estado, considerado como tributado dos
cidadãos, quer ao tesouro público, por recolher todas as receitas provenientes de
tributos.

Para Rogério Ferreira (2005), fiscalidade é uma expressão que hoje tem um sentido
técnico amplo e que corresponde aos anseios dos que querem apetrechar-se para uma
vida profissional com conhecimentos variados e práticos sobre as estruturas dos órgãos

3
da Administração Fiscal, actuação destes e dos contribuintes perante as imposições
legais, designadamente as acções necessárias ao lançamento, liquidação e cobrança dos
impostos.

Os impostos em Portugal podem ser analisados de acordo com a seguinte divisão:

– Impostos sobre o património (v.g., imposto municipal de SISA, contribuição


autárquica)

– Impostos sobre o rendimento (v.g., IRS, IRC)

– Impostos sobre a despesa ou o consumo (v.g., IVA, imposto automóvel, impostos


sobre os produtos petrolíferos, imposto sobre o tabaco).

Numa análise dicotómica, os impostos podem também ser divididos em directos e


indirectos.

O sistema fiscal é composto pelo devedor do imposto (sujeito passivo ou obrigado


fiscal), pelo credor (sujeito activo), por um objecto (prestação do imposto), por um acto
tributário (formalismo de suporte legal à quantia a pagar) e, ainda, um conjunto de
garantias destinado a regular os direitos e deveres de cada uma das entidades.

Rocha (2002), observa que nas últimas décadas aparece muito, quer em Moçambique
quer no estrangeiro, a par da expressão Direito Fiscal, o termo Fiscalidade, aliás de
conteúdo mais lato, pois inclui, para além do Direito Fiscal, o estudo da Técnica Fiscal
e da Política Fiscal.

Acrescenta ainda que se distingue, por outro lado, da Ciência Fiscal, na medida em que
esta expressão implica a visão abstracta e científica daquelas matérias, ao passo que o
termo fiscalidade indica um tratamento predominante concreto e técnico.

Rogério Ferreira (2002), comenta que se usa hoje fiscalidade para substituir a expressão
algo pretensiosa de Ciência Fiscal. Embora este termo apareça em livros da
especialidade, revela-se inadequado agrupar, como sendo ciência unitária, as matérias
de relativa heterogeneidade de que se ocupam as várias disciplinas atrás referidas.

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3. Relações Entre a Contabilidade e a Fiscalidade

Rocha afirma que, considerando a contabilidade como a ciência do equilíbrio


patrimonial, preocupando-se com todos os acontecimentos que o possam influenciar,
identificando-os, relacionando e analisando, ela não pode deixar de ter em conta os que
se relacionam com a fiscalidade.

Os problemas da fiscalidade são importantes e pertinentes para a contabilidade, devido


ao facto de poderem influenciar o equilíbrio patrimonial, e daí o seu interesse em se
estudarem fora do contexto fiscal como contributo para uma melhor actuação da
contabilidade.

Para Alves da Silva (2010), Quando se alude ao relacionamento entre a contabilidade e


a fiscalidade estão normalmente subjacentes os diferentes ângulos de apreciação entre o
resultado contabilístico e o resultado fiscal. O primeiro é determinado pela aplicação
dos princípios contabilísticos geralmente aceites e o segundo por regras fiscais
analisadas numa vertente dos impostos sobre o rendimento.

As relações entre a Contabilidade e a Fiscalidade são normalmente analisadas numa


tríplice perspectiva:

– A subordinação da Fiscalidade à Contabilidade (o resultado fiscal é o resultado


contabilístico, não havendo lugar a correcções extra contabilísticas);

– A subordinação da Contabilidade à Fiscalidade (o resultado contabilístico é


fortemente influenciado pelas regras fiscais);

– A autonomia entre a Contabilidade e a Fiscalidade (o resultado contabilístico é o


ponto de partida para o cálculo do resultado fiscal e as divergências entre ambos são
tratadas extra contabilisticamente nas declarações de rendimentos).

Deste modo, nos países da área continental, apesar do reconhecimento da independência


entre as duas disciplinas, há, por vezes, uma interferência da contabilidade na
fiscalidade e vice-versa, fazendo com que essa autonomia seja, de certa forma, aparente.

5
Essa interferência da fiscalidade na contabilidade resulta, de uma forma geral, da falta
de desenvolvimento de normas contabilísticas para a relevação de certos factos
patrimoniais (v.g., amortizações, provisões, reavaliações, obras em curso), pelo que, na
maioria dos casos, por comodidade, as empresas utilizam os critérios fiscais.

Contabilidade deveria efectivamente registar os critérios económicos (ou de gestão) e


não os fiscais, para que a autonomia fosse efectiva e não aparente. Por outro lado, o
IRPC contém diversas referências a aspectos e termos que são específicos da
contabilidade.

4. Normas de Contabilidade

Estas relações são reforçadas pelo facto do IRPC admitir expressamente a importância
da contabilidade no apuramento do resultado fiscal (lucro tributável ou prejuízo para
efeitos fiscais) quando a alínea a), do n.º 3, do art.º 17.º, apela à organização da
contabilidade de acordo com a normalização contabilística.

As normas contabilísticas visam a obtenção de demonstrações financeiras que


expressem a “imagem verdadeira e apropriada” da situação financeira e dos resultados
da empresa. Porém, as normas fiscais perseguem objectivos de arrecadação de impostos
e de medidas de política económica do governo.

Sérgio de Iudícibus (2008), observou que a Contabilidade sempre foi muito influenciada
pelos limites e critérios fiscais, particularmente os da legislação do imposto sobre o
rendimento.

Esse facto, ao mesmo tempo que trouxe à Contabilidade algumas contribuições


importantes e de bons efeitos, vinha sendo um factor que realmente limitava a evolução
dos princípios contabilísticos ou, ao menos, dificultava a adopção prática de princípios
contabilísticos adequados, já que a Contabilidade era feita pela maioria das empresas
com base nos preceitos e formas de legislação fiscal, a qual nem sempre se baseava em
critérios contabilísticos correctos.

O mesmo autor afirma que, num mundo óptimo, a contabilidade comercial servia para a
fiscal. Era a mesma. Num mundo óptimo, as empresas amortizavam, faziam provisões,
calculavam o custo das existências sempre de acordo com o rigor e a verdade
contabilística.

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5. Conceito e âmbito da Auditoria Fiscal

Identificados os conceitos de “auditoria”, de “auditoria financeira”, de “contabilidade” e


de “fiscalidade”, estamos em condições de avançar com o conceito e âmbito da
“auditoria fiscal” ou “auditoria tributária”.

A auditoria fiscal visa essencialmente a verificação do cumprimento da legislação fiscal


por parte do sujeito passivo do imposto e do seu correspondente relato nas
demonstrações financeiras.

Conceptualmente, podemos considerar a auditoria fiscal como uma parte da auditoria


financeira, uma vez que ela pretende certificar-se de que as demonstrações financeiras
da empresa foram preparadas em estrita observância dos princípios contabilísticos
geralmente aceites e de que não enfermam de erros que, de algum modo, possam vir a
deturpar o seu resultado, influenciando negativamente o resultado fiscal e,
consequentemente, o imposto devido ao Estado.

Há quem associe a auditoria fiscal exclusivamente ao trabalho desenvolvido pela


Administração Fiscal (v.g., DGCI, IGF). A auditoria fiscal poderá ser desenvolvida, em
nossa opinião e salvo melhor, numa tripla vertente:

– Pelas entidades fiscalizadoras do Estado, i.e., a Administração Fiscal;

– Por auditores internos da empresa;

– Por auditores externos, incluindo os ROC.

A auditoria fiscal da AF visa essencialmente pugnar pelo cumprimento da legislação


fiscal, designadamente o pagamento dos impostos.

A auditoria interna depende dos objectivos definidos pelo órgão de gestão da empresa,
pelo que, de certa forma, a importância da auditoria fiscal para o auditor interno é
condicionada por essas orientações.

No que concerne à auditoria fiscal dos auditores externos, incluindo os ROC, ela
abrangerá necessariamente a verificação da situação tributária da entidade auditada,
nomeadamente no que se refere ao cumprimento dos seguintes objectivos: o
cumprimento geral da legalidade tributária e a análise de eventuais situações de

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incumprimento fiscal que possam afectar as demonstrações financeiras e proposta de
eventuais ajustamentos contabilísticos.

6. Auditoria Fiscal da Administração Fiscal

A importância da auditoria fiscal desenvolvida pela AF dependerá essencialmente do


regime fiscal vigente no país e da sua maior ou menor influência na apresentação das
DF.

Assim, de acordo com o sistema contabilístico do país, a fiscalidade poderá assumir um


papel mais ou menos importante, dependendo dos seus reflexos na determinação dos
resultados da empresa. Neste contexto, a auditoria fiscal aumentará a sua importância
fiscalistas, como é o caso de Moçambique e Portugal.

A auditoria financeira baseia-se essencialmente, como já referimos, na análise das DF,


de acordo com certas normas e princípios (PCGA), visando a emissão de um parecer
sobre as mesmas em conformidade com o objectivo da “imagem verdadeira e
apropriada” (ou “imagem fiel”) da situação económica e financeira da empresa.

Para Manuel Silva (2012), a auditoria fiscal típica e independente é a que é efectuada
pela inspecção tributária. A auditoria fiscal pode-se conceber como uma parte da
auditoria geral das demonstrações financeiras efectuadas como uma verificação
independente. Ela é meramente conceptual, mas é objectivamente importante distinguir
que a auditoria fiscal é:

– Mais limitada no seu âmbito: a comprovação da “imagem fiel” centra-se nos


resultados (a inclusão de todos os proveitos e a efectividade de todos os custos); a
fidelidade do património e da situação financeira é complementar, a menos que tenha
transcendência tributária (como, p.e., os novos imobilizados quando beneficiam de
incentivo fiscal ao investimento).

– Mais profunda na sua análise: não são suficientes as análises financeiro contabilístico;
os factos económicos registados têm que ser submetidos a qualificações jurídico-
tributárias, para determinar e quantificar factos tributários, sujeitos a imposto, bases
tributáveis e tipo de impostos, função que requer o conhecimento profundo de todos os
impostos que integram o sistema fiscal do país.

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7. Normas de Contabilidade e Auditoria

A nível nacional, o POC e as Directrizes Contabilísticas são as normas contabilísticas


fundamentais em que se baseiam ambas as auditorias. Porém, essas normas são, em
muitos aspectos, mais importantes para o auditor financeiro do que para o auditor fiscal,
pois este atribui uma maior importância à legislação fiscal, considerando aquela
regulamentação como um complemento.

Por outro lado, na auditoria financeira incute-se uma importância extrema às NIC, o que
não se constata na auditoria fiscal. Por último, as NIR assumem um papel de relevo no
trabalho do auditor financeiro, o que não se constata no do auditor fiscal.

O objectivo principal da auditoria financeira é o da busca do postulado da “imagem


verdadeira e apropriada” da empresa, ao passo que a auditoria fiscal se preocupa
essencialmente com o cumprimento das obrigações fiscais (é a chamada “auditoria de
cumprimentos específicos”).

8. Outros Princípios E Normas

Os PCGA, para o auditor financeiro, têm uma maior importância do que para o auditor
fiscal da AF. De facto, os PCGA não são mencionados na maioria dos códigos fiscais. É
em sede dos impostos sobre o rendimento e particularmente no Código do IRPC que se
fazem referências expressas aos princípios da contabilidade.

É assim que a já referida alínea c), do n.º 3, do art.º 17.º do CIRPC determina que a
contabilidade deverá estar organizada de acordo com a normalização contabilística. Ora,
sendo o POC o “produto” por excelência dessa normalização contabilística e prevendo
ele os PCGA, então os mesmos terão de ser observados pelo auditor fiscal da AF.

Contudo, nem todos os PCGA merecem do auditor da AF a mesma atenção. A nível do


CIRC registamos as seguintes situações:

a) O princípio da especialização dos exercícios previsto no art.º 18.º tem, obviamente,


uma amplitude maior que o mesmo princípio no POC (designado de princípio “Da
especialização (ou do acréscimo), pois o resultado apresentado no IRPC é composto não
só pelo resultado contabilístico (resultado líquido do exercício), como também por
outras componentes especificadas no n.º 1, do art.º 17.º, i.e., as variações patrimoniais

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positivas (art.º 21.º) e negativas (art.º 24.º) não reflectidas no resultado líquido e as
correcções fiscais positivas e negativas resultantes das divergências entre os critérios
contabilísticos e os fiscais.

b) O princípio Da substância sobre a forma, especialmente aplicado aos contratos de


locação financeira, é acolhido na legislação fiscal, nomeadamente por força do Dec. Lei
n.º 420/93, de 28 de Dezembro;

c) O princípio Da materialidade tem uma importância reduzida para o auditor fiscal


da AF. Na verdade, este postulado, que assume grande relevo para o auditor financeiro,
é normalmente por ele aplicado antes do encerramento das contas.

e) O princípio Da continuidade”, muito importante para o auditor externo, não releva


para o auditor da AF, visto que a este interessa assegurar o cumprimento dos deveres
fiscais pelos sujeitos passivos, independentemente das perspectivas de evolução do
negócio da entidade fiscalizada. E outros princípios que vigoram a legislação e a
contabilidade na sua relação.

8.1 Outra Legislação


O Código das Sociedades Comerciais, o Código do Registo Comercial, o Código
Comercial e o Código do Mercado de Valores Mobiliários têm uma importância
fundamental para o auditor externo. O auditor fiscal analisa esta legislação de uma
forma superficial.

Os códigos fiscais devem ser observados por ambos, embora o auditor fiscal os aplique
com maior rigor. O “Direito Circulado” ou o “Direito Circulatório”34 e o “Direito
Impressório” ou “Direito Instrutório” deve ser cumprido pelos agentes da AF, bem
como pelos sujeitos passivos se não quiserem entrar em conflito com a AF. Por sua vez,
o auditor financeiro não se sente obrigado a seguir essas orientações administrativas.

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Conclusão

Com o trabalho, chegamos a conclusão que Contabilidade Tributária é o ramo da


contabilidade que tem por objectivo aplicar na prática conceitos, princípios, e normas
básicas da contabilidade e da legislação tributária, de forma simultânea e adequada e A
auditoria é uma especialização contabilística é voltada a testar a eficiência e eficácia do
controle patrimonial implantado com o objecto de expressar uma opinião sobre
determinado dado.

No exercício de suas funções, o auditor deve observar determinadas normas


profissionais estabelecidas e aprovadas pelas entidades responsáveis pela
regulamentação e fiscalização da actividade e Procedimentos de auditoria são as
investigações técnicas que, tomadas em conjunto, permitem a formação fundamentada
da opinião do auditor sobre as demonstrações contabilísticas ou sobre o trabalho
realizado.

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Referências bibliográficas

Ferreira, R. (2005). Lições de Fiscalidade - Tomo I. Lisboa: Porto Editora.

Iudícibus, S. d. (2008). Manual de Contabilidade das Sociedades por Acções. Portugal:


Editora Atlas.

Rocha, S. A. (2002). Contributo da Contabilidade Multidimencional para a Análise e


Informação Empresarial. Lisboa: Braga.

Silva, A. d. (2010). A Contabilidade e o Fisco, Fecho de Contas. Lisboa: Editora Atlas.

Silva, M. (2012). Auditoria Fiscal (I) - Auditoria Financeira e auditoria Fiscal. Lisboa:
Atlas Editora.

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