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Os Chacras

Estrutura psicofísica do homem

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Joseph PH
Direitos autorais
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Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
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OS CHACRAS p~J4CY)

ESTRUTURA PSICOFfsICA DO HOMEM

Explica os chacras - ou centros de força vital - que existem em


diferentes níveis de inconsciência no sistema humano, tanto sob o
ponto de vista tradicional do Oriente como na estrutura de iniciação
dos mistérios, exemplificada pela Cabala, do Ocidente. Destinado
a todos os estudantes do oculto, que buscam a expansão da consciên-
ciahumana.
PETER RENDEL

os
CHACRAS
ESTRUTURA PSICOFISICA
DO HOMEM
Um guia para o autoconhecimen to
segundo a ciência dos Vedas

Supervisão da Série
MAXIMBEHAR
NORBERTO DE PAULA LIMA

o
~
Tradução:
Norberto de Paula Lima

Composição, Revisão e Arte:


Estúdio Behar

Túulo original:
INTRODUCTION TO THE CHAKRAS
© Copyright 1981 by Peter Rende!
ISBN O 85030 161 O
© Copyright 1983 by Hemus Editora Ltda.
Mediante contrato firmado com The Aquarian Press

Todos os direitos adquiridos para a lingua portuguesa


e reservada a propriedade literária desta publicação pela

o
~
hemus editora limitada
01510 ruo do glorio 312 liberdade caixa postal 9686
fone 2799911 pobx telex (ali) 32005 edil br
endereço telegrafico hetec
sôo paulo sp bras;1

Impresso no Brasil/Printed in Brazil


,
Indice

Introdução .................................. 11

1 A polaridade básica
A Trindade - Religiões Orientais - Fases da Vida. . . . . . . .. 13

2 Os sete princípios no homem


Os Elementos - A Seqüência de Involução 19

3 O quadrupolo magnético
O Caduceu - Correntes Alternadas - Marés "Tattwicas" -
Ritual' - O Sinal da Cruz - Órgãos de Ação e Sensação -
O Pilar Central - Taxas de Vibração - Lateralidade dextrogira
e levogira - Atração e Repulsão 23

4 As qualidades dos cinco chacras inferiores


O Centro Basal - O Centro Sacro - O Centro Solar - O Cen-
tro Cardíaco - O Centro da Garganta - Transmutação dos
Elementos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 31

5 O centro frontal
O Poder do Pensamento - O Controle do Pensamento - Sím-
bolos - Telementalização - Tempo . . . . . . . . . . . . . . . . .. 37

6 O centro coronário
O Matrimônio Místico - Realidade e Ilusão , 41

7 Respiração e chacras
A Grande Respiração - O Ritmo da Respiração - Regene-
ração - Mantras respiratórios - Controle da Respiração -
Sono - Morte - Meditação Profunda - Ciclos vitais , 45

7
8 Prática
Preliminares - HATHA VOGA - Limpeza de "Nadis" - Pos-
turas de Balanço - A Postura do Lótus - Kundalini - RAJ A
VOGA - A Mente - Desejo e Emoções - Pensamento Incon-
dicionado - Transcendendo o Pensamento - Perigos na Práti-
ca-UmGuru 51

9 O uso correto da energia


A Energia Está em Proporção aos Motivos - O Melhor uso da
Energia - Dharma - Controle da Energia Através da Ioga. .. 61

10 A astrologia e os chacras
O Fluxo de Todas as Coisas - "O Que Está em Cima é Como o
Que Está Embaixo" - O Zodíaco dos Chacras - O Significado
da Hora do Nascimento - O Fluxo dos "Tattwas" e do Zo-
díaco - Planetas e Chacras - Aspectos. . . . . . . . . . . . . . . 65

8
Os sete véus de Isis
Como gaze serão,
Para o clarividente contemplar
O Antigo Mistério.
Introdução
Este livro foi escrito tendo em vista o estudante que tenha alguma
prática de meditação e ioga e deseja obter uma compreensão mais
profunda dos princípios subjacentes nesse fascinante e frutuoso
assunto. Creio, considerando a explosão e popularidade da ioga nos
últimos anos, que muitas pessoas rapidamente recairão nesta categoria.
O objetivo da ioga é expandir a consciência humana até que essa,
eventualmente, se identifique com a consciência universal. Alcança-
-se este estado pela realização do último princípio espiritual entre
nós, que está acima do físico e do mental e que é, de fato, nosso
verdadeiro Eterno Ser.
Para tanto, é preciso aprender a reconhecer esses diferentes princí-
pios ou níveis em si mesmo, em outras palavras, aprender a discernir
o fino do grosseiro. Assim, é preciso aprender a trabalhar e controlar
as próprias energias.
Eventualmente, chega-se a perceber que toda a Vida, inclusive o
próprio indivíduo, é apenas energia em diferentes estados ou em
diferentes taxas de vibração. Tais energias em nosso próprio sistema
são os chacras.
Os chacras são centros de força vital a diferentes níveis de expe-
riência ou consciência no sistema humano.
A palavra chacra significa roda, em sânscrito, e estes centros de
energia podem ser encarados como rodas ou vórtices de força. As
energias sediadas nesses níveis manifestam-se através desses centros
de força vital.
Este livro destina-se ao estudante essencialmente prático, apto a
descobrir realidades mais profundas em si mesmo.
Uma compreensão mental ou acadêmica de uma coisa não é o
mesmo que a sua experiência atual, muito embora deva preceder a
essa.
Ninguém pode conhecer algo por você mais do que pode comer
seu alimento por você. Tal realização só pode ser obtida pelos pró-
prios esforços de cada um.
O homem que deseja descobrir tais verdades deve ser um aventu-
reiro de espírito. Deve ter a atitude do explorador: forcejar por des-
cobrir novos mundos e novas dimensões intermediárias; desejar

11
explorar o espaço interior; a perseverança para chegar a bom termo
nesta busca.
Este livro apresenta tal assunto não apenas sob o ponto de vista
da tradição oriental, mas também segundo os subsídios fornecidos
pelo ensino das tradições ocidentais, como, por exemplo, a Cabala,
Hermetismo, Alquimia e Astrologia. ,
Nem sempre é fácil perceber o padrão completo subjacente a essas
tão diferentes facetas e representações, mas espero que o padrão
possa ser esclarecido nesta apresentação que ora se faz. "
Os capítulos de Um a Seis explicam a anatomia oculta do ho-
mem*. Em tais capítulos são apresentados: a estrutura do sistema hu-
mano, as polaridades magnéticas e os campos de energia conside-
rando suas relações com o fluxo de vitalidade e os sete chacras do sis-
tema. Esta a verdadeira essência de todo nosso sistema.
Os capítulos de Sete a Nove relacionam-se com a aplicação de tais
princípios na prática através da ioga e do tratamento autógeno. Con-
tudo, tais princípios não precisam, necessariamente, receber o nome
de ioga. Através dos séculos, místicos e pesquisadores seguiram estes
mesmos princípios sob muitos outros nomes e qualquer que seja o
nome dado ao princípio a que segue por um dado indivíduo, o que
importa é que este seja o correto.
Finalmente, o capítulo Dez traça as relações entre a astrologia e
os chacras. Algumas idéias acerca do zodíaco e planetas também são
levadas em consideração.
Neste campo de estudo o modus operandi será:
a) reconhecimento
b) controle
c) uso.
a) Aprender a reconhecer os princípios envolvidos e as energias
que constituem o sistema.
b) Aprender a usar essas energias em si mesmo.
c) Aprender a usar essas energias criativa e desinteressadamente
na vida.
Acredito queo leitor que seguir tais regras ganhará um maior dis-
cernimento na vida e será ricamente recompensado por um conheci-
mento profundo de si mesmo.

* Veja também, desta mesma editora, O Livro dos Mortos Tibetano e, de


Platão, Timeu e Critias. (N.T.)

12
1/ A polaridade básica

A fim de compreender os chacras ou centros de força vital e sua


relação recíproca e com a totalidade do ser, é preciso inicialmente
estudar como as polaridades essenciais do Espírito e da Matéria vêm
à existência.

A Trindade
Qualquer manifestação que ocorra resulta numa polaridade ou
dualidade. Se tal polaridade não ocorre, não pode haver manifes-
tação. A relação entre esses dois pólos é o terceiro aspecto da Trin-
dade.
Para provar esse ponto, consideremos qualquer ação simples como
um exemplo e vejamos como se aplica esse princípio.
Suponhamos que o leitor diga a si mesmo:
- Fecharei este livro.
Ao fazer isto, manifesta uma atividade e, assim, recai numa pola-
ridade entre sujeito e objeto. O sujeito oculto é "eu", o objeto "o li-
vro" e a relação entre ambos "fecharei" é o verbo.
Se o leitor considerar este exemplo simples jogo de palavras, basta
que tente pensar em qualquer ação que não recaia nestas três partes
para perceber que isto é impossível.
Assim, na manifestação de qualquer atividade, esta divisão ternã-
ria é inevitável e inescapavelmente produzida e nada pode, na atua-
lidade, ocorrer no mundo do nome e da forma que não assuma esta
forma tripla.
Esta é a Trindade que é fundamental a tantas religiões, sistemas
metafísicos e filosofias do mundo, como a Trindade Cristã e as três
gunas do Hinduísmo.
São numerosos os nomes dessa polaridade e estamos acostumados
a termos como: vida e forma, espírito e matéria, percebe dor e perce-
bido, ser e não ser. Usamos também os termos: Unidade e Diversi-
dade, porque o sujeito ou percebe dor é sempre um, enquanto o
objeto ou percebido é sempre diverso. Representa-se isso, freqüente-
mente, pelo símbolo da roda.
Se considerarmos os aspectos do sujeito, verbo e objeto da Trin-
dade como sendo:

13
-' Eu sou isto,
então, o eu ou percebe dor no centro da roda é um; mas, como a
manifestação ocorre e a vida acontece relativamente a este ponto cen-
tral, na sua forma objetiva, a diversidade deverá fatalmente ocorrer.
Assim, no aro da roda, as palavras devem ser separadas, mas no
centro devem ser uma. Portanto, na sua forma objetiva, a vida envol-
verá relacionamento e separação e tudo o que lhes é correlato, como:
causa e efeito, tempo e lei da formação, nascimento, morte e renas-
cimento.
Este é o aspecto objetivo do"eu sou isto", ao passo que no
nível subjetivo há apenas a consciência do "eu sou" sem o lado obje-
tivo. Portanto, neste último nível, não há experiência de mudança,
tempo, separação, relacionamento e estes outros aspectos do lado
objetivo da vida.

o
'8,
~<b/

Sat Filho

o
o
-c
o

14
Não é difícil pensar em numerosos outros termos empregados pa-
ra expressar esta polaridade essencial: Bem e Mal ou Deus e Demô-
nio, segundo o sistema religioso ou metafísico concernido. Não pode
haver sistema completo de metafísica ou ciência da vida que não
inclua tal polaridade.
A terminologia chinesa para essas polaridades tem um mérito
especial de as palavras Yin e Yang expressarem através de seus pró-
prios sons os princípios que definem. Yin é essencialmente um som
subjetivo, enquanto que Yang é objetivo. Estes sons são refletidos
nas palavras do português "espírito" e "matéria", que também
envolvem o estreito ou subjetivo i e o largo ou objetivo a.
Naturalmente, qualquer experiência significativa deve ter dois pó-
los ou possibilidades que possam ocorrer. A totalidade da vida cons-
titui-se das experiências variadas, que resultam da inter-relação entre
tais pólos.
Pode-se ilustrar tal fato apenas através da consideração de um
jogo para duas pessoas. Se apenas uma delas ganhar ou, inversamen-
te, perder, o jogo ficará destituído de interesse. A significância da
experiência de jogar deriva da possibilidade aberta de qualquer dos
jogadores perder ou ganhar.
Similarmente na vida, todas as experiências através das quais cres-
cemos eevoluúnos derivam do fato de estarmos colocados nesta po-
laridade de Espírito e Matéria, Yin e Yang, Ser e Não Ser e no rela-
cionamento que tais polaridades manifestam à nossa consciência.
Estas polaridades, os lados objetivo e subjetivo de nosso ser e suas
combinações, permutações e estados intermediários, constituem nos-
sa experiência total, que por vezes é chamada "dança de yin e yang".
Voltaremos a falar do assunto.

Religiões Orientais
A vida, portanto, é um processo simultaneamente ascendente e
descendente: flui de sua fonte em manifestação e retoma a ela com
uma experiência adicional, ganha pelo quanto desce. Em termos cris-
tãos, a alma retoma com sua messe de experiência: "Trazendo seus
feixes de cereal consigo".
Religiões orientais tradicionais, como o budismo e hínduismo,
concernem principalmente àquilo que podemos chamar de aspecto
de afastamento da vida, através do desligamento do aspecto espiri-
tual de seu envolvimento com o aspecto formal ou material.
Tais religiões enfatizam principalmente a alegria e felicidade que
se sente quando a alma é capaz do desapego ao eu pessoal e alcança a
união com algum princípio espiritual mais elevado.
A palavra "pessoal" deriva do latim persona, que significa máscara,

15
e seu uso, portanto, indica a natureza transiente ou irreal do eu infe-
rior, que é descrito como algo que recebemos no nascimento para
nos expressar, mas que não é nosso eu real.
Esta união com o princípio divino, nosso eu real ou mais elevado,
é chamada ioga na metafrsíca hindu. De fato, a palavra "ioga" signi-
fica união. Notamos tal sentido na palavra portuguesa "jugo", a pala-
vra latina iugum deriva desta palavra e forma a palavra portuguesa
"conjugal" .
Na religião muçulmana o conceito de união é expressado através
do termo islam, significando ofertar o eu inferior ao princípio divino
existente em si. A oferta de si é uma idéia essencial de toda mística
e o cristianismo expressou este conceito na Comunhão ou Casa-
mento Místico.
Outras filosofias, particularmente as ocidentais, são mais voltadas
à expressão do princípio espiritual em forma através da atividade
criadora.
Nenhuma destas posições está totalmente correta, ou melhor, ca-
da uma delas expressa uma verdade parcial e, portanto, cada uma de-
Ias só está parcialmente correta e é limitada por suas próprias con-
cepções e são, todas, necessárias ao processo total da Vida.
A vida é, assim, a descida de uma fonte e o retomo à mesma e
idealmente o balanço desse processo. Esses dois aspectos podem ser
chamados mágico e místico, o caminho de descida chamado mágico
e o de retomo, místico.

Fases da Vida
Muitos de nós não teremos dificuldade de reconhecer pessoas que
encamam fortemente, quer vivos, quer historicamente, um ou outro
de tais aspectos.
Grandes mestres espirituais, iogues e santos estão na via mística,
ao passo que os reformadores sociais e grandes inventores estão prin-
cipalmente na via mágica, manifestando o espírito em forma.
Reconhecemos também em nós tais princípios através de nossos
modos ou estados de consciência que predominam em tempos di-
versos.
Por vezes buscamos solidão através da meditação profunda ou da
comunhão com a natureza enquanto que em outros sentimos neces-
sidade de nos expressarmos através de atividade criativa em nível
material ou através da comunicação com outros. ~ claro que a nível
espiritual não existe diversidade e assim o princípio de comunicação
não se aplica mais porque se experimenta a unidade com toda a Vida.
Nossa experiência é uma vibração entre os dois pólos da Solidão
a nível espiritual e de Conjunção quando em comunicação com um

16
P,IIII)() ou companheiro. Solidão deriva do fato de que tudo se re-
dlll': a um, que é a experiência da totalidade ou integração a nível
t'~Jllrilual.
Essas fases da vida correspondem a idade, sexo e outros fatores,
que mudam continuamente em ênfase segundo o fluxo de formação
da vida.
Os ritmos ou ciclos que ocorrem à. medida que a força vital se
u-Inciona com Yin e Yang são de grande importância para o estu-
ti toso sério que deseja aumentar seu autoconhecirnento. Tais ciclos
,:10 por vezes chamados Marés "Tattwic".
Homens e mulheres, em geral, acham difícil balancear suas vidas e
cucontrar a relação correta a cada tempo entre as polaridades ocor-
lI'II1cs em si mesmos.
A vida não é estática, mas sim um fluxo contínuo, ou vibração,
outro os dois pólos. Logo, cada momento de tempo acarreta uma
nova relação - uma nova experiência e uma nova atividade requerida
por pessoa para viver completamente a experiência.
Arthur Koestler expressou este conflito aparente entre os princr-
pros, em seu ensaio "The Yogi and the Commisar" tipificando o ho-
IIll'Jl1 material e o espiritual. Muitas pessoas tendem a permanecer
IIJll'IHIS num nível. A habilidade requerida para mover-se entre um
pt\lo e outro. requer habilidade e disciplina.
Aprende-se finalmente que os dois princípios não são contrários
IltaS na verdade estreitamente aliados e são passíveis de equilrbrio
dclxando a cabeça nas nuvens e os pés no chão, projetando continua-
mente no espírito e expressando através da forma.
Quando um princípio é mantido muito extensamente, sempre há
teudéncia da energia de resvalar para o outro a fim de manter o equi-
I (hr io. Isto explica as mudanças súbitas que ocorrem na vida das
pessoas.
Por exemplo, homens e mulheres que sofreram desapontamentos
110 amor físico, freqüentem ente encontram energias reagindo aos ní-
vois mais inferiores e tornando-se mais intensamente espirituais, pelo
IIICIlOS durante algum tempo. Por outro lado, homens e mulheres
qu • buscaram intensamente o plano espiritual reagem, muitas vezes,
duigindo as energias para desejos fortemente materiais e físicos, O
velho ditado: "Quanto maior o pecador tanto maior o santo" ou
vr 'c-versa é igualmente verdadeiro de qualquer modo que seja ex-
presso.
Tentemos, agora, investigar tais princípios e avançar um estágio
mais e ver como, numerologicamente, esta trindade ou triplicidade
\lI igina os números 4 e 7.
Da unidade essencial ou primordial vimos como o três deve sem-

17
Sattwa Rajas Tamas

A S c

AS AC SC ABC

pre aparecer na manifestação e dessa triplicidade um quaternário


mais baixo nasceu. Isto se deve ao fato de que esses três princípios
apenas podem se agrupar em quatro combinações em que nenhum
dos três originais aparece repetido. Assim, se temos A, B, C, apenas
podemos obter combinações sem repetição: AB, AC, BC e ABC.
A alta triplicidade, 3, e o baixo quaternário, 4, perfazem 7. Isto
sob o ponto de vista da matemática e porque num estado posterior
de adensamento, o espírito desce à forma e o número 7 é manifes-
tado promovendo as importantes divisões setenárias da cor e do
som e dando os sete níveis de consciência no homem (isto é, os
sete chacras), que é o que nos concerne agora.

18
2/ Os sete princípios no homem

Traçaremos agora o modo pelo qual a divisão setenária, indicada


1111
cnpítulo anterior, afeta o homem. Veremos como isto produz os
dI' 11 rveis de sua consciência e seus sete centros de força vital - os
r hucrus .
. 1\ polaridade essencial, no homem, tem seu eixo ao longo da colu-
111.lorsal já que o espírito tem sua manifestação na porção superior
d.1cabeça (corona) ao passo que a matéria (em sua forma mais densa)
11I111I1l'csta-sena raiz da espir.ha. Entre estes dois pólos há estágios
11I1l'll1lcdiáriosde consciência cada um mais denso que o precedente
1 medida em que a força vital desce pela coluna em sua involução na
1lIlIllcria.
l'odc-se comparar esse processo de adensamento gradual com os
I Idlos vibrat6rios que são produzidos na música pelo acorde de um
111lnunento. As notas mais graves são produzidas por vibrações mais
kllIIlS; quando a vibração é mais rápida a nota produzida é mais alta
(1IKllda).Assim, os níveis mais finos de nossa consciência são a Força
Vllal vibrando em alta freqüência e os níveis mais grosseiros ou ma-
1J'llódscorrespondem às freqüências mais baixas.
()s sete chacras no homem correspondem, portanto, à escala musi-
I 1Ide sete notas, tendo os chacras inferiores uma vibração mais lenta

I \'1111 cspondendo às notas mais graves e os chacras superiores às no-


II ruuis agudas.
S!To Paulo definiu o homem como Espírito, Alma e Corpo e pode-
I ver facilmente que esta definição baseia-se nos três princípios da

l r iudude , que discutimos no capítulo Um. Espírito e Corpo são as


flC,llIldades básicas e pensamento é a relação entre os dois. São Paulo
11 I I palavra grega psyche implicando os níveis mental e emocio-
1111,qu ' passaremos a chamar mente em lugar de alma.

19
CORONÁRIO
Espírito

FRONTAL
Pensamento

Trindade
GARGANTA
~ter

CARDIACO
Ar

SOLAR
Fogo

SACRO
Água
Quaternário

BASAL
Terra

Os Elementos
Vejamos como esta definição se relaciona com os chacras no
homem.
Como dissemos anteriormente, o Espírito se manifesta no topo da
cabeça (corona) e o próximo chacra a aparecer, segundo a densi-

20
d,uh'. ( o centro de força entre as sobrancelhas, ao qual São Paulo
I h IIIIlIde alma (mas ao qual chamaremos de mente), sendo o centro
dll utividade mental.
() s 'guinte é o centro da garganta e esse, como São Paulo diz, é o
I I" po em essência, porque é a sede do éter. O éter é o substrato de
'1111'os quatro elementos inferiores, ar, fogo, água e terra, são deri-
v.IIIIIS.Cada um desses elementos é meramente uma modificação do
I h'l bãsíco, que pode, assim, ser encarado como material básico do

I'" po.
Os quatro elementos, ar, fogo, água e terra, têm suas sedes respec-
uv.unente nos chacras cardíaco, no plexo solar, sacro e basal. Vemos,
I \1111,que a triplicidade superior e o quaternãrío inferior aparecem
1111 homem estritamente de acordo com as leis numéricas de manifes-
111\.10 c os sete chacras são uma conseqüência exata de tais leis.
()s alquimistas referiam-se ao éter como a quinta essência ou quin-
11111fvel de vibração e veremos, posteriormente, como os quatro ele-
1III"IIIosinferiores são produzidos e retomam a esta latência ou subs-
Illdo etérico.
()s alquimistas mais adiantados também perceberam que os vários
I1tvl'is de consciência são apenas a força vital vibrando em diferentes
111quéncias, E, assim, em conseqüência, um nível pode ser transmu-
t.ulo em outro pela simples mudança da taxa de vibração. Deduz-se
'1111'a transformação de um elemento em outro é uma possibilidade
IH'Ifeitamente natural.
Tais fatos também podem ser aplicados na transmutação de
lIossas vibrações grosseiras em outras mais elevadas. A alquimia eso-
" Iica busca o refinamento da consciência humana pela purificação
da escória do eu inferior e por cuja transmutação obtém-se o puro
11111() da consciência espiritual. Este processo é conhecido sob vários
1I01llCS por todos os verdadeiros místicos de todas as religiões.
Em tempos mais modernos, Einstein e outros físicos bastante
nlllllccidos notaram que a matéria é pensamento, vibrando em baixa
hcqüéncia. Em tempos primitivos, os alquimistas perfaziam suas
üunsmutações de um metal em outro, usando os mesmos princípios.
De fato, toda manifestação é meramente a força vital trabalhando
1'111diferentes taxas de vibração e a diferença entre um elemento e
0111ro decorre simplesmente de sua diferente freqüência de vibração.

A Seqüência de Involução
O corpo, como já vimos, é realmente o terceiro ou objetivo aspec-
10 da Trindade, que é o éter. Suas quatro modificações compreen-
d('II1: ar, fogo, água e terra. A seqüência de involução pode ser ex-
pressa do seguinte modo:

21
Para que uma manifestação objetiva possa ocorrer, é preciso
que haja espaço para tanto. Assim, o éter é o elemento do puro
espaço.
A seguir, é preciso que haja movimento no espaço e este é o
elemento do ar, que é o puro movimento do espaço.
Após, é preciso que haja o princípio de expansão, que é o ele-
mento do fogo.
Este é seguido pelo princípio de contração, que é o elemento
da água.
Finalmente, o princípio da solidez ou coesão manifesta-se no
elemento terra.

Tais princípios ou elementos são freqüentemente indicados pelo


termo sânscrito tattwas, que significa "é assim".
Esses elementos são tudo que existe e, de fato, nada mais há no
mundo do nome ou da forma. São os tijolos com os quais toda a
nossa experiência é feita e o mundo da manifestação é composto
apenas pelos elementos.

22
I o quadrupolo magnético

I h'lincamos o modo pelo qual a polaridade vertical do homem


" 111:I ser ao longo do eixo da coluna, com seus sete níveis de cons-
11I1Il'1:I.
i\1[<1I)dessa polaridade vertical, a constituição humana também
li" 111lima polaridade horizontal. Isso dá uma polaridade positiva
I Ill'galiva aos dois lados de nosso corpo. O homem, realmente, é
11111 quadrupolo magnético e todas as leis da eletricidade e magne-
II 11111 que são conhecidas pela física moderna se aplicam a ele.
1'111qualquer sistema, uma diferença de potencial entre dois pólos
1111)'.111:1 um fluxo. Em termos de eletricidade, essa diferença de po-
Ii 111 1:11é a voltagem e a intensidade de fluxo entre os pólos pode ser
1111 .lula como corrente. Sempre que há um fluxo de corrente, há um
I 1111(10. magnético sua volta e perfazendo um ângulo reto com o
â

11111110.Esta lei também se aplica ao sistema do Homem: no Homem


li I voltagem e corrente entre suas polaridades básicas coronária e
111.11.
I ai fluxo origina um campo magnético que o envolve. Esse cam-
li" mugnético é o que se chama freqüentemente de aura e que é visí-
I I .lqllclcs que têm uma visão suficientemente sensível e refinada.
Assim, na anatomia oculta do homem há duas correntes de ener-
11.1'111('fluem dos lados direito e esquerdo e que são positiva e nega-
11\.1 Tais correntes de energia parecem cruzar em nodos ou pontos
11111' os chacras. Foi seguindo este padrão que o caduceu ou báculo
011Ilcunes foi construido. Segundo a terminologia hindu, este é o
11,1// lianda.

C I ( 'nduceu
11:1varias representações desse padrão de forças, que discutiremos
I~I".I.

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23
Cada chacra é um vórtice de energia, que gira sob a influência de
uma corrente positiva e negativa atuando sobre tal chacra, do mesmo
modo como o rotor de um motor elétrico gira, quando correntes elé-
tricas positiva e negativa são aplicadas a ele.
Quando a polaridade da corrente é invertida, isto é, as correntes
negativa e positiva são trocadas pela do pólo oposto, o motor elé-
trico deverá mudar a direção de seu giro.
Um processo idêntico ocorre em cada chacra.

s N

N s
A corrente que flui em um lado do corpo é positiva e no outro é
negativa. Como tais correntes se cruzam nos nodos, a positiva, que é
dominante, faz com que o chacra gire em sua direção. Com efeito,
cada chacra parece girar em direção oposta aos que estão acima e
abaixo de si mesmo.
Tais indicações nos levam a conclusões ulteriores baseadas nas leis
da eletricidade conhecidas pela ciência moderna. Um condutor colo-
cado no interior de uma espira elétrica, através da qual há um fluxo
de corrente, conduz a corrente ao longo de seu comprimento, numa
direção. Quando o fluxo é invertido na espira, também é invertido
no condutor.

Do mesmo modo, a energia no interior do chacra deve sair ou en-


trar de acordo com a direção em que está girando. A direção de seu
giro é determinada pela influência das correntes positiva e negativa,
através dos lados esquerdo e direito do corpo.

24
Correntes Alternadas
Todavia, essas correntes não são contínuas, são correntes alterna-
dllS, Novamente a alteração da corrente é um processo similar ao que
ucorrc quando a eletricidade é gerada, Como o rotor de um dínamo
Hlra entre os pólos de um magneto fixo, corta as linhas de força ini-
(l.dll1cnte numa direção e, então, noutra de modo que a corrente é
produzida com alternâncias na direção do fluxo, Esta é a corrente
.iltcrnada que se usa presentemente no sistema elétrico.

N s

Este processo também tem relação com o fluxo de energia ao re-


dtlr da superfície da Terra devida à rotação diurna em tomo de seu
,'Ixo.
Como a Terra gira de meio-dia a meia-noite a corrente flui em
.lucção ao Sol, mas durante a outra metade de sua revolução, a cor-
u-nte (embora fluindo para o Sol) deve escoar em direção oposta.
() homem é o microcosmo do macrocosmo e este processo tam-
",1111 se reflete em seu sistema, Sua energia também alterna suas cor-

u-ntes entre suas polaridades: norte-sul, este-oeste.


Tais correntes de energia são, de fato, a respiração, Esta é a razão
I't'la qual a respiração tem importância vital e trataremos deste tópi-
'11 III,ÚS detalhadamente na seqüência deste livro. Em diferentes tem-
I'tlS a respiração predomina ora numa narina, ora noutra. A alterna-
\.10 da respiração produz as variações na direção da corrente de ener-
~'I,Il' a revolução dos chacras.
Vimos que cada nível de consciência é uma vibração básica e tais
vlhrações são chamadas tattwas, segundo a terminologia hindu, Em
It'rlllos ocidentais podem ser chamadas elementos, temperamentos
1111 humores.

Corno as correntes fluem de muitos modos diferentes, os diferen-


It's tattwas ou elementos manifestam-se com maior ou menor força
110 sistema,

Nossos sistemas, portanto, estão sujeitos a mudança contínua e ao


ruut ruuo fluxo de humores à medida que um elemento dá seu lugar
.1 outro O princípio geral desse processo de vibrações mutáveis é
Ir('qiicntemente designado como Marés "Tattwicas ".

25
Sol

Meio-dia

Meia-noite

26
t.lI. "Tntrwicas"
(, llu xo das marés tattwicas no sistema humano corresponde ao
Ilu I) das marés tattwicas no sistema universal. Esta é a base do adã-
". 1tI'IIII(Hico:"O que está em cima é como o que está embaixo". O
1111\I do tattwas no sistema universal manifesta-se como influência
1'11111 I:fria, os signos do zodraco e as estações. No sistema humano
11111111(111 há estações, ciclos lunares e solares e as alterações zodiacais
IIUIIIpadrll'o correspondente.
vidas interior e exterior refletem uma à outra. As marés tattwi-
• ,li .ro o lado operante da lei cíclica ou periódica em manifestação.
I.ulll manifestação é uma vibração entre pólos, conforme vimos no
I 11'(11110 Um.
(Is ritmos atuais, os cursos detalhados do fluxo de energia e os
01111 rentes níveis em que fluem constituem as marés tattwicas.
1\ fascinante pensar que sabendo as forças que atuam no sistema
uutvcrsal e humano e as direções em que fluem pode-se calcular o
IIIISOde eventos futuros. .

I( tunl
Segue-se dessas considerações que qualquer ação que deva ser exe-
i ulntla poderá sê-lo mais economicamente e com maior eficiência se
, II lia de acordo com o fluxo de energia prevalecente em cada lugar
, n-mpo. Isto significa: há um lugar e tempo ótimos para cada atí-
vulade.
A arte do ritual consiste na mágica de usar a energia para atingir
11111 dado objetivo. Deve ser levado a cabo de acordo com a maré de
• ucrgia dominante a fim de obter os resultados mais efetivos.
Assim no sentido mais amplo da palavra a totalidade da vida pode
1'1vivida como um ritual em que se faz o máximo de esforço domí-
n.mte a fun de obter os resultados mais criativos. .
As ações são sempre mais efetivas se levadas a efeito quando o
tuttwa apropriado relativo a esta ação está se manifestando forte-
mente.
A direção em que se olha ou para onde se volta o rosto ao dormir,
IIScores do vestuário usado em diferentes momentos e o fato de que
qualquer atividade na vida está sujeita ao fluxo dos tattwas. Este é
11111
assunto muito vasto e do qual não caberia tratar aqui.

() Sinal da Cruz
Um dos rituais mais usados no mundo cristão é o sinal da cruz. Se
quem faz o sinal da cruz tem em mente, ao mesmo tempo, associa-
çõcs com a crucificação, promoverá um sentimento religioso muito
benéfico, Mas se realiza este ritual sabendo do significado do mesmo

27
em relação à natureza quadrupolar do homem e com esse conheci-
mento em mente - então perfaz um poderoso ritual.
Como as mãos se movem para cima e para baixo no eixo vertical e
então para os dois pólos do horizontal, o efeito é o de balancear to-
do o sistema em termos de forças. O ritual terminará com as junção
das duas mãos frente ao peito e este gesto tem o efeito de manter o
equílrbrío,
Veremos em capítulos posteriores o significado prático do balan-
ceamento de forças em relação à expansão da consciência.
Uma coisa que não é de conhecimento geral é o fato de que o
efeito do sinal da cruz pode ser muito aumentado se combinado com
um certo controle da respiração.
Uma das grandes conclusões que podem ser tiradas desse conheci-
mento das marés tattwicas é a de que,no esquema total da vida, cada
parte tem sua função própria. Deve-se evitar o perigo de encarar
qualquer centro ou nível de si mesmo como sendc mau. Nenhuma
energia é má no sentido absoluto, mas pode, apenas, ser usada no
momento ou lugar incorretos.
Em outras palavras, pode ser relativamente mau se está desbalan-
ceado ou mal-ajustado ao todo.
Comparamos os sete níveis de vibração à escala musical. Nenhuma
nota é má em si mesma - mas se tocada fora de tempo ou de lugar
toma-se dissonante. O tempo é vital e a nota certa precisa estar no
lugar certo. Precisamos aprender a tocar com todas as notas para que
possamos ter toda a música:

Órgãos de Ação e Sensação


No quadrupolo do sistema humano são magnetos fixos e os cha-
eras são os rotores e o padrão global é o de sete campos de força cau-
sados pela ação quadrupolar em cada chacra. Quando há reversão das
polaridades, a direção de rotação dos campos de força também é
revertida.
A experiência que teremos em cada um desses níveis dependerá
de a energia estar entrando ou saindo de cada chacra particular. A
saída de energia através de um chacra nos dá atividade. Isto é, quan-
do a energia está saindo, experimentaremos a ação nesse nível; quan-
do a energia está entrando, temos a experiência da sensação neste
nível.
Em cada um dos cinco chacras inferiores, portanto, temos a expe-
riência de sensação que nos dá cinco sentidos. Temos também cinco
órgãos de ação que são as mesmas energias em seu aspecto de saída.

28
( 'O RONÁRIO cardinal
I'RONTAL mutável
CARGANTA fIxo
('ORAÇÃO ar
SOLAR fogo
SACRO água
JlASAL terra

A primeira vista não é fácil entender as relações entre esses órgãos


dI ação e sensação. Mas é hora de fazermos lembrar o que dissemos
u erca do entendimento meramente intelectual em nossa Int.oâução.
\ t, uvés da prática da introspecção pode-se chegar a perceber a vali-
.l.ute desses princípios aparentemente abstrusos na experiência pes-
ual. Faremos mais alguns comentários acerca das qualidades associa-
d.IS a cada chacra em capítulos subseqüentes.

() Pilar Central
Ilá um outro fator de enorme significação no sistema humano.
I~ a terceira força que é conhecida, segundo a terminologia hindu,
1111110 sushumna. As correntes positiva e negativa são chamadas Pin-
I~,da c Ida, respectivamente. Toda manifestação origina polaridade.
Ouundo as forças positiva e negativa dessa polaridade são equilibra-
d.IS é que cessa a manifestação. Essa terceira força é chamada o pilar
«-ntral na Cabala. Este canal se localiza no centro da coluna e é
.11, avés dele que as energias fluem quando as duas outras forças estão
bnlanceadas. Examinaremos posteriormente a aplicação total desse
princípio de modo mais completo.

l'nxas de Vibração
A tradição hindu descreve, por vezes, os chacras como lótus e atri-
hui um certo número de pétalas a cada um. Esta noção pode confun-
tllI o estudante até que este perceba que esta é tão-somente uma
ou t ra maneira de descrever as taxas de vibração ou freqüência da
1'11 'rgia em cada chacra. O número de pétalas em cada lótus é ornes-

1110 que o número de raios que cada roda de força tem. Para ilustrar

este princípio pode-se fazer experimentos com discos girantes: tais


ti ISCOS parecerão ter um número variável de raios segundo a velocida-
dI' em que gira.
Do mesmo modo, as cores emitidas pelos chacras dependem de
ua velocidade de revolução. As cores são luz vibrando em diferen-
tl'S freqüências. Quando alguém olha para uma cor ocorre a tendên-
Cia de entrar em ressonância com essa cor. Através de cuidadosa ín-

29
trospecção pode-se perceber em que nível se sedia tal vibração em si
mesma.
Cada chacra tem sua própria cor e pode ser afetado por essa cor.
O que foi dito acerca das cores também vale quanto ao som. Cada
chacra tem seu som característico e pode ser afetado por tal som.
Começando do chacra basal e subindo em direção ao coronário
estas vibrações são dadas pela tradição indiana como: 4,6, 10,12,
16,96,960.

Lateralidade dextrogira e levogira


Um ponto de interesse neste estudo de correntes positiva e nega-
tiva é o problema da lateralidade nas pessoas. Muitas pessoas têm
uma mão, pé ou olho mais forte que outro. A razão para tanto resi-
de no fato de que possuem o lado positivo emissor ou o lado nega-
tivo receptor de sua natureza mais desenvolvido neste nrvel. Pode
ocorrer, no caso de pessoas altamente desenvolvidas, um balanço
dessas forças positiva e negativa. Conta-se este fato, por exemplo,
a respeito do grande adepto Saint-Germaín que podia escrever igual-
mente bem, ao mesmo tempo, com as duas mãos.

Atração e Repulsão
As bem-conhecidas leis de atração e repulsão da eletricidade e do
magnetismo afirmam que semelhante repele semelhante e contrário
atrai contrário. Estas leis se aplicam às correntes positivas e negativas
no sistema humano. Sentir e agir são o negativo e o positivo, respec-
tivamente. Assim, ação por parte de uma pessoa sempre atrairá a
receptividade ou sensação por parte de outra. Podemos notar este
tipo de atração na relação homem-mulher em que a natureza ativa
masculina é pareada com a natureza feminina receptiva.
Através do balanceamento ou mistura dos dois pólos opostos sur-
ge sempre uma terceira qualidade. Cada novo elemento ou tattwa é
formado da interação das fases positiva e negativa da precedente.
Pode-se comparar esse processo ao de misturar dois elementos a fim
de gerar um terceiro pela sua combinação.
Qualquer nova manifestação deve, sempre, originar-se da íntera-
ção de uma força positiva e negativa, como por exemplo a encarna-
ção de uma alma através da união de um homem e de uma mulher.
Nessa conjunção alguma luz pode ser trazida pelo sexo da criança;
a dominância relativa dos fatores positivos e negativos tanto na mãe
quanto no pai no momento da concepção determinará se a alma
encarnante ocupará um corpo masculino ou feminino.

30
4/ As qualidades dos
cinco chacras inferiores

Tentaremos agora definir as qualidades associadas a cada um dos


I chacras inferiores, tratando de cada um por vez. Isto significa
IIICO
uullcar que sensação temos quando a energia em nosso sistema é
lucalizada neste chacra.

o Centro BasaI
O centro basal sedia-se na base da coluna. Nesse nível, as energias
que se manifestam no sistema humano atingiram sua mais baixa taxa
dI' vibração. Se pensarmos na energia de vibração em termos de som
esrc nível representaria a nota mais baixa como a produzida, por
.-xemplo, pela tuba e contra-fagote. De fato, as músicas dessas vibra-
coes mais rústicas como a música de banda militar ou certos tipos de
lazz produzem um efeito notável neste centro mais baixo e tendem a
produzir a necessidade de mover os pés como na marcha, caminhada,
(HI marcha cerimoniosa.
Como explicamos anteriormente, a vibração da energia no sistema
humano através de um chacra produz uma experiência que é chama-
da, na terminologia hindu, tattwa, e, em termos ocidentais, um ele-
monto.
O elemento do chacra basal é a qualidade da solidez - em outras
palavras, o elemento terra. •
O elemento terra nos dá a qualidade da resistência coesiva e o
peso da solidez. Nesse nível tem-se a sensação de segurança e satísfa-
çao sobre um estado existente e de se sentir confortável como se
('slá, portanto não ensejando movimento ou mudança para outro
estado.
A vibração do elemento terra dá a sensação de que se tem os
pés firmemente na terra." g verdade que, por vezes, quando nos
sentimos inseguros e nervosos, as correntes vitais não estão aterradas
através de nosso centro mais baixo.
Naturalmente, este chacra governa tudo o que é sólido no corpo,
como os ossos, dentes e unhas. O olfato é associado a este nível. To-
das as criaturas mais próximas à terra têm um forte sentido de olfa-
10. Podemos notar isto nas pessoas, pois as pessoas que são muito

31
aguçadas em assuntos materiais têm, freqüentemente, narizes proe-
minentes.

o Centro Sacro
O centro sacro fica na coluna vertebral ao nível do sacro. Nesse
nível temos a sensação da fluidez em n6s mesmos. Este elemento é a
água.
A idéia de energia experimentada como princípio de fluidez pode
parecer um tanto quanto mistificadora para o estudante. Devemos
ajustar-nos à idéia da energia em nós mesmos,nestes diferentes níveis,
como diferentes tipos de consciência ou elementos.
Para alguns, a idéia de maturidade e suavidade pode ser um modo
mais compreensível de definir a qualidade aquosa desse chacra.
Por exemplo, o sazonamento de um fruto requer o elemento
aquoso em grande quantidade. A mesma coisa se aplica às pessoas.
Para que o homem e a mulher estejam maduros para a vida sexual é
preciso que o elemento fluido esteja fortemente presente em seu sis-
tema. O centro sacro é, assim, conectado às funções fluidas do siste-
ma, como a urina e o sêmen.
Uma insuficiência do sistema fluido levará, naturalmente, à
aridez. Isto poderá levar às doenças secantes ou endurecedoras como
a .artrite. No último caso o tecido cartílaginoso que atua como lubri-
fícante natural entre os ossos e juntas seca e uma fricção dolorosa
passa a ocorrer. Maturidade e suavidade conformam a experiência do
fluxo, que é a fluidez do tattwa aquoso.
O senso do paladar é associado com este nível. Falamos, por
exemplo, na linguagem cotidiana em ''vir água à boca" e é o elemen-
to aquoso que produz a saliva e que torna isto possível. O paladar s6
é possível devido ao elemento água.

o Centro Solar
O centro solar localiza-se na espinha ao nível do plexo solar. Nes-
se nível temos a qualidade da expansividade, calor e jovialidade. Esse
chacra é, portanto, a sede do elemento fogo em nossa natureza.
Fogo e água parecem ter qualidades opostas num sentido. O fluxo
suave da qualidade aquosa tende a descer, sendo contrário à expan-
são essencialmente ascendente da qualidade ígnea.
O sentido da visão deriva-se deste chacra. Podemos considerar cla-
ra tal relação ao notar que a visão depende da luz. Mas, a luz é uma
qualidade do elemento fogo e é derivada dele. Assim, o sentido da vi-
são s6 é possível devido ao elemento fogo.
A força do elemento fogo em nosso corpo, em dado momento,
governará a nitidez daquilo que vemos. Podemos reconhecer a valida-

32
de desta assertiva lembrando que, ao estarmos com um certo estado
de espirito, tudo nos parece brilhante e com colorido mais forte e a
vida parece vívida e quente. Outras vezes observamos o mundo e o
achamos cinzento, sem cor e sem vida. A diferença entre esses dois
estados é dada apenas pela força relativa da energia do chacra solar
11 ste momento.
A assimilação de comida pela combustão é governada pela ativi-
dude deste chacra. A pessoa que tem vibrações fortes ao nível do
rhacra solar obterá grande benefício do alimento que ingerir.
O tipo de pessoa que parece jamais absorver energia suficiente
do alimento, por mais que coma, apresenta deficiência do elemento
logo em seu sistema.

o Centro Cardíaco
O centro cardíaco localiza-se na coluna vertebral à altura do ex-
terno. Ao nível do coração sentimos as qualidades da vivacidade,
mobilidade, gentileza e leveza. Estas qualidades se referem ao ele-
monto ar. Expressam-se como "movimento para" e portanto como
iclacíonamento ou simpatia.
O tato deriva do elemento ar. O tato é basicamente a experiência
da relação. As palavras "palpável" e "impalpável" significam que
temos mais ou menos qualidade cardíaca manifestando-se neste
tempo, Este é o elemento ar, que dá a experiência da relação.
Um excesso de qualquer qualidade toma-se um defeito. Este prin-
crpio se aplica a todos os chacras. Ao nível cardíaco muito relaciona-
monto toma-se super-simpatia e, em conseqüência, ansiedade. Um
exemplo dessa situação é dado pelo estado descrito no período vito-
riano como estar "tendo vapores" e, em nossos dias, por "estar sol-
lando fumaça". Um excesso de ar ou vapor no sistema causa tontei-
ras e vertigens.
O remédio para tais casos são os sais, já que o olfato é sentido li-
gado ao chacra basal ou elemento terra. As energias são então ligadas
il terra e o balanço do sistema restaurado.

o Centro da Garganta
O centro da garganta situa-se na espinha à altura da garganta. Nes-
se nível experimenta-se a qualidade do puro espaço. Esta é a caracte-
rrstíca do elemento éter.
Vimos que os quatro elementos inferiores têm, todos, qualidades
que são basicamente atividades no espaço: o éter é o próprio espaço
em que ocorrem essas atividades.
O éter ou quintessência, como era designado pelos alquimistas,
Ó o graal em que se faz a mistura, por assim dizer, com que os quatro

33
elementos são formados. E a latência ulterior aos quatro elementos.
O éter é a base originária de cada elemento e o ponto de retomo
para cada um quando seu período de atividade terminou e outro ele-
mento se manifesta em seu lugar .
. Os quatro elementos são, na verdade, modificações do éter que se
pode transformar em qualquer dos elementos. Na terminologia da
moderna radiotécnica, o éter é a onda portadora dos quatro elementos.
O sentido da audição é derivado do elemento do éter. Se se chega
a um lugar em que reina um silêncio absoluto e se escuta muito aten-
tamente pode-se, eventualmente, ouvir algo ulterior ao silêncio: uma
penetrância sutil que foi descrita como "som sem ruído".
Quando se fez essa experiência aprendeu-se a reconhecer o ele-
mento éter presente em si mesmo. Sem dúvida, isto é mais fácil que
reconhecer a presença dos quatro elementos inferiores.
Os quatro elementos são controlados através do éter. O chacra da
garganta é uma ponte vital entre o princípio do pensamento no cha-
era frontal e esses quatro elementos. Isto confirma o dito bíblico:
"No princípio era o Verbo". O som é a mais potente das cinco vibra-
ções inferiores e afeta a todas as demais.
A voz pode assumir qualquer das qualidades dos quatro elementos
inferiores.
A voz pode ser pesada e indiferente - o tipo de voz que se associa
com a sólida burocracia - no nível terra. Pode ser madura e sensual
ao nível aquoso ou quente e apaixonada ao nível solar. A voz oriun-
da do coração é gentil e simpática (cordial).
Há, naturalmente, combinações dessas qualidades e o estudioso
pode aprender muito através do estudo da voz: própria e de terceiros.

Transmutação dos Elementos


Na vida não há fim - apenas uma transformação. A soma do total
de energia no universo não deve diminuir ou aumentar, mas transfor-
mar-se continuamente de um estado ou nível de vibração para outro
segundo se manifeste o fluxo da vida.
Ao se manifestar um elemento, outro deve se retirar. Podemos
observar tal processo tanto em nossa interioridade quanto em nossa
exterioridade.
Por exemplo, se a água é refrigerada, tanto o elemento fogo
quanto o aquoso retomam ao éter e o elemento sólido advém em seu
lugar. Se se coloca o gelo em contato com o calor, o elemento sólido
retoma ao éter de onde o fogo e a água cobram manifestação nova-
mente.
Isto significa, realmente, que esses quatro elementos são o éter
que está continuamente alterando suas vibrações para se manifestar

34
1111110 tais elementos.
( Ihscrvamos tais mudanças em nossa exterioridade como variações
11 I rondições climáticas. Há mudanças semelhantes ocorrendo em
1111 ••I m terioridade o tempo todo.

() calor, por exemplo, atuará sobre nossa fluidez e transformã-la-ã


I111 vupor. Quando se torna quente, transpiramos e a atividade do
I I 11110 sacro é diminuída. Podemos observar este fato notando que
11"' transpirarmos intensamente nossa atividade sexual é sempre
I uulcmente diminuída.
()s elementos estão fluindo continuamente em nossos sistemas,
un-dcndo um ao outro. Todavia, há em cada sistema humano -
~'lIlpre - uma predisposição por um deles. Isto significa que um
di"'s tende a ser mais influente que o outro. Isto se deve ao horário
di nuscimento de cada pessoa, já que nessse momento um dos ele-
1III'nloS predominava no sistema universal ou zodíaco. (Trataremos,
1111 capítulo posterior, mais pormenorizadamente deste assunto.) As-
1111, quando este elemento está se manifestando em seu sistema, você
I 1II por assim dizer - em casa. Donde a expressão idiomática: "es-
111 em seu próprio elemento".
() éter, portanto, sempre intervém ou, ainda, sobrevém entre dois
do. elementos inferiores â medida em que se transformam, e é atra-
v«'~ da garganta que os elementos inferiores são controlados.
As palavras são um meio inadequado para descrever as qualidades
do. elementos. É por esta razão que a maior parte dos sistemas de
1 usmo usam símbolos como um recurso para o reconhecimento.

A tradição hindu, por exemplo, usa as qualidades de certos ani-


IItalS para esse propósito: o elefante é usado como símbolo do ele-
uu-nto terra corporificando as qualidades da solidez e pesadume.
Em muitos sistemas, símbolos diagramáticos são também usados; .
1 rcs são representações pictóricas das forças que devem ser reconhe-
, Idas.
Os estudantes podem achar mais fácil, primeira vista, pensar em
â

IIIS elementos como estados de consciência em si mesmos. Com per-


rstente auto-observação pode-se, eventualmente, aprender a reco ..
uhecer tais níveis de experiência em SI mesmo.
llipócrates, por vezes chamado o Pai da Medicina, baseava seus
«usinamentos nos quatro humores, estados ou temperamentos. Sua
u-nnínología para os temperamentos como fleugmático, colérico,
.mgüfneo e melancólico parece naturalmente relacionada com os
tuttwas da terra-água, fogo e ar dos quatro chacras inferiores.
Toda moléstia se deve aos desbalanceamento das forças ao longo
da coluna. Quando o sistema está desbalanceado, não há mais totali-
dade durante muito tempo.

35
À medida que a força vital desce gradualmente para suas vibra-
ções mais baixas envolve-se, a cada passo, mais profundamente com a
matéria grosseira e cada elemento é formado através da interação das
fases positiva e negativa da vibração prévia. À medida que um novo
elemento se forma, um novo sentido se manifesta.
No nível etérico só existe um sentido, mas ao nível da terra há
cinco elementos. Ao nível eteríco podemos apenas ouvir; o ar pode
ser ouvido e sentido pelo tato; o fogo pode ser ouvido, sentido pelo
tato e visto; a água pode ser ouvida, sentida pelo tato, vista e sabo-
reada e,finalmente,a terra pode ser reconhecida pelos cinco sentidos.
Para concluir este capítulo sumarizemos os pontos principais de
modo simbólico:

Elemento Sentido Stmbolo


Terra
Permanece onde está e não

Âgua
deseja se mover ou mudar
para outro estado olfato D
Quer fluir para baixo e por-
tanto contrair paladar

Fogo
Desejar expandir-se e portan-
to consumir visão

o
Ar
Deseja se mover de onde está
e portanto relacionar-se com
algo tato

O
Eter
11o espaço em que esses quatro
elementos operam audição

36
I o centro frontal

() centro frontal se localiza na testa aproximadamente entre as


«lirancelhas. A função do chacra frontal é adequadamente descrita
1"10 nome sânscrito Ajna, significando comando. É deste nível,
quando se o atinge, que podemos controlar ou comandar a persona-
1111rde ou eu inferior.
11a sede da mente e é nesse nível que experimentamos a menta-
li/liÇão, isto é, o fluxo de imagens mentais e idéias abstratas conti-
uuumente chegando e saindo da mente.

() Poder do Pensamento
() pensamento é tão poderoso que materializa a si mesmo através
tio eter. Aquilo em que pensamos - acontece. Qualquer coisa que
; xlsta ao nível material e que é perceptível aos sentidos formou-se
JllI'viamente como imagem mental na mente de seu criador. O éter
11m penetrante e sutil substrato dos quatro elementos; o pensa-
uu-nto é ainda mais sutil e mais potente que o éter. Para criar qual-
'111 'r coisa é necessário apenas pensar que tal coisa existe. Con-
tudo, este enunciado cobre um imenso campo de aplicação e em-
ponho. 11 muito difícil manter o pensamento sob tal controle que
I te venha a formar apenas as imagens desejadas e não outras.

() Controle do Pensamento
O controle de qualquer coisa implica não apenas a habilidade de
us:I-la quando necessário, mas também de cessar o uso quando des-
uecessãrio.
Se não podemos interromper um processo quando o desejamos,
ontão este de fato nos controla e não podemos controlã-lo. O con-
trote de qualquer instrumento implica uma certa objetividade em
relação a ele e, portanto, uma certa independência dele.
Consideremos a analogia de um pote de tinta. Se se deseja contro-
111-10 e usã-lo para pintar um aposento é preciso tomar cuidado para
uno se "envolver" demasiado com ele. Se a tinta suja a mão do ope-
Iador, então este não tem suficiente controle sobre ela. Resumindo,
é preciso ser capaz de mantê-Ia a distância adequada ou manter-se à
distância correta a fim de controlá-Ia.
Controle do pensamento significa, portanto, manter em nossas

37
mentes apenas e exatamente aquilo que desejamos ter em termos de
imagens e idéias.
Significa, também, que ao não desejarmos ou não necessitarmos
empregar a mente possamos fazer o pensamento parar através da
vontade.
A maior parte das pessoas tem um longo caminho a percorrer an-
tes que possam atingir este estágio e ter em suas mentes apenas
aquilo que desejam ter.

Símbolos
O poder criativo do pensamento pode ser fortalecido e posto a
funcionar e um dos modos mais práticos de fazer isto é através do
uso de símbolos.
Um símbolo é uma chave através da qual podemos contatar men-
talmente uma determinada qualidade que desejamos empregar.
B um instrumento através do qual podemos focalizar mental-
mente uma certa qualidade ou propriedade com que necessitamos
operar.
Se, por exemplo, alguém se sente nervoso e instável, tal fato pode
ser devido a uma falta do elemento terra em seu sistema.
Para alterar tal situação e restabelecer o equilíbrio de forças é
preciso desejar manifestar o elemento terra em nós mesmos. Para
aqueles habituados a focalizar sua mente nos diferentes níveis, este
pode ser um processo automático. Tal processo, contudo, pode ser
grandemente facilitado se se usa um símbolo que represente ao prati-
cante a qualidade da terrosidade. Pode-se usar, por exemplo, a ima-
gem mental de um elefante. Concentrando-se nesta forma chega-se,
eventualmente, além e aquém da forma e descobrir que a mente gra-
dualmente assume a qualidade simbolizada pela forma.
De fato, a mente está alterando sua freqüência de vibração e gra-
dualmente entrando naquela do chacra basal ou terroso.
Há um símbolo adequado para cada qualidade ou tattwa. Contu-
do, deve-se ter cautela em aceitar qualquer símbolo como um absolu-
to porque um símbolo que representa uma dada qualidade para uma
pessoa pode muito bem representar outra qualidade para outra
pessoa pelas suas associações mentais. Assim, o ideal é criar seus pró-
prios símbolos. Tendo criado o símbolo, assegure-se de que não foi
adulterado por outras associações mentais. Sua efetividade depende-
rá prioritariamente de sua pureza. Isto significa: o símbolo deve ser
. associado, na mente do praticante, apenas e tão-somente como uma
qualidade.
Um símbolo mental pode ser corporificado numa forma material
como uma medalha ou estátua - tornando-se assim um talismã.

38
luquunto o símbolo mental geralmente é individual e exclusivo
lil ,1'11criador, um talismã pode ser efetivo independentemente de
11(1Iador.
r I lalismã, tendo sido impregnado por um certo poder mental,
1"1111'Sl'r usado como um instrumento por outras pessoas.

II " men talização


SllItonizando na freqüência mental adequada e no comprimento
di uuda correto podemos nos comunicar diretamente ao nível men-
r" com outras pessoas, não importando a distância intermediária.
1':slamos continuamente influenciando, pelo pensamento, a outras
I" . soas e sendo influenciados por elas. Alguns de nós tiveram a expe-
III ucra de estar com alguma outra pessoa que irradia fortes pensamen-
111 positivos e criativos. Embora nenhuma outra comunicação ocorra
I qunlquer outro nível, sentimo-nos imediatamente estimulados.
Similarmente, com pessoas de padrões de pensamento negativos
I utuno-nos abatidos de um modo misterioso. Aqueles que não estão
I 1,IIISciosdo que ocorre nos níveis sutis do pensamento acham tais in-
1IIH'Ilciasperturbadoras e inexplicáveis. Contudo, quando se compre-
I ndc a potência do pensamento, tais efeitos são encarados como per-
I,'llamente naturais.
() maior bem e o maior mal no mundo podem ser causados por
poderosas correntes de pensamento atuando sobre e influenciando a
luunanidade.

Ic mpo
11 a atividade ao nível mental que nos dá a experiência daquilo
que chamamos tempo. Vimos que temos na mente um fluxo contí-
11110de imagens mentais e sutis à medida que a mente conforma
lias modificações e transformações. O tempo é a seqüência dessas
nuagens mentais. Em outras palavras, a relação entre duas imagens
mentais é a experiência da passagem do tempo.
Pode-se comparar este processo ao das imagens de um filme sobre
,I tela. Se inicialmente se apresenta um botão de rosa e a seguir o bo-
Ino parcialmente aberto e finalmente a rosa completamente aberta,
tem-se a experiência do tempo passando.
Esta é uma analogia muito estrita porque a mente projeta imagens
do mesmo modo e é através disso que estabelecemos ligações ou rela-
ções entre tais imagens e segundo avancem ou recuem chamamo-Ias,
respectivamente, futuro ou passado.
A impressão de tempo, quer avance para o futuro ou recue ao pas-
~ado, é dada pela comparação ao nível mental, como duas imagens
mentais correlatas ou impressões são comparadas conjuntamente.

39
A relação entre ambas é a experiência do tempo.
O ponto vital é que, ao se estabelecer alterações na mente através
da meditação e concentração, não mais ocorre a experiência do tem-
po. Como as imagens não mais chegam à mente, não mais se esta-
belecem relações entre elas e, conseqüentemente, não ocorre tempo.
Quando se atinge este estado de consciência vive-se num Eterno
Agora.
Assim que a mente sai do estado de concentração e passa a vibrar
e a produzir impressões e imagens, estabelece-se relação entre elas e
novamente se tem a experiência do tempo.
Em termos da imagem da roda estabelecida no capítulo Um mo-
vemo-nos na direção do aro quando experienciamos separação e, em
conseqüência, relação e tempo. Movemo-nos na direção do cubo da
roda quando apenas há unidade e Agora.
O tempo, portanto, é algo que criamos ao produzirmos nossas
imagens mentais. Essas imagens são transientes e, assim, passado e fu-
turo são ilusórios quando visto do ponto de vista do princípio espi-
ritual. O princípio espiritual advém apenas quando há quietude
mental.
Trataremos do espírito no próximo capítulo, mas indicaremos
aqui como se pode empregar a mente para pensar sobre (isto é, para
formar uma idéia mental ou conceito de) o espírito.
Muitas pessoas confundem esse processo de pensar sobre o espí-
rito com a realização atual do espírito em si mesmos.
Mas o espírito está acima da mente em seu todo. Assim, a mente
nos decepciona quanto ao espírito porque, quanto mais pensamos a
respeito do mesmo, menos o realizamos.

40
(I o centro coronário

() centro coronário localiza-se no topo da cabeça correspondendo


pnsição da glândula pineal. E a sede da mais alta freqüência de
1111
ação de energia em nós.
Essa vibração é freqüentemente representada pelos artistas como
11111.1 auréola circundando a cabeça de pessoas altamente desenvol-
Ielilsou santas.
I\státuas ou desenhos de Buda geralmente mostram o chacra
I 111
onãrío no alto da cabeça.
A tonsura dos monges tem sua origem no funcionamento desse
11'1111'0. A tradição cristã se refere aos vinte e quatro anciãos que
.uvcrgarn suas coroas, para sempre, diante do trono de DEUS. Isto
t.uuhérn se refere à emanação de energia espiritual através do centro
IllIollário.

I) Matrimônio Místico
Ao nível mental há a experiência de pensamentos objetivos, im-
I'lI'ssOes ou imagens na mente. Ao nível espiritual há apenas a pura
I periência subjetiva do Eu sou sem um lado objetivo.
Em termos da trindade ou das três gunas, houve o afastamento do
.1gllndo e terceiro princípios e concentração absoluta no primeiro
1IIIIICÍpio,Quando isto foi feito obteve-se a ioga ou união, O eu. in-
11'llm uniu-se com o superior através da transmutação das energias
dos centros inferiores na dos superiores. Este é o Casamento Mtstico
"1/ Alqutmico, Segundo a terminologia hindu é a União do Purusha
I IIl' Prakriti.

11 esta experiência que é referida em muitos enunciados místicos


101110"Eu sou o Caminho e a Luz"; "Tranqüilizem-se e saibam que
"" sou Deus"; "Eu sou todas as coisas para todos os homens", No ní-
Vl'1 espiritual há apenas a experiência do eu sou, mas como houve a
Id(ntificação de si mesmo com o princípio universal ou espiritual em
I mesmo, pode-se falar em nível universal. Pode-se dizer eu sou e sa-
""1 que o eu é a totalidade da vida porque ocorreu a universalização
d.1própria consciência.
"Eis que faço todas coisas novas" também expressa o sentido de
novidade, algumas vezes designado como sentido do maravilhoso,

41
experimentado ao nível espiritual. Esta é a consciência ao nível coro-
nário, que é a experiência indescrítível de bem-aventurança da união
com sua própria fonte - a divina realidade em nossa própria consci-
ência. ~ a experiência mística de todas as religiões.
Este estado foi admiravelmente descrito como o de uma "unidade
isolada" * e é verdadeiramente a experiência de solidão. Mas, para-
doxalmente, esta solidão é totalização, que é o sentido real dessa
palavra.
Nesse nível realiza-se a unidade com toda a vida. Nos termos do
símbolo da roda usado no capítulo Um, se está no centro da roda e a
separatividade (discernimento) baseada na experiência objetiva - de-
sapareceu. Assim, para tornar-se um com toda vida ao nível espiri-
tual, este é outro paradoxo que deve ser removido para o exterior ou
para o nível da personalidade.
Muitas pessoas não têm a coragem de renunciar ao apego ao nível
pessoal porque acreditam que estariam se separando da vida.
Apenas quando esta renúncia é levada a cabo é que se percebe que
a única coisa que se deixou, de fato, foi a limitação do eu inferior.
Ao renunciar ao eu inferior emerge-se num domínio mais elevado
onde se está mais próximo a todos os seres na unidade de uma natu-
reza mais profunda e mais real.
Para encontrar seu verdadeiro eu é preciso abandonar o eu inte-
rior ou ilusório. Essa busca do verdadeiro eu corresponde à transmu-
tação das energias dos chacras inferiores ao coronário.
O tempo, que vimos ser a experiência da relação mental entre as
imagens produzidas pela mente ao pensar nas formas, não deve exis-
tir ao nível espiritual, onde tudo é agora e sempre novo.

Realidade e Dusão
Nos termos do Vedanta, a experiência espiritual é advaita, ou não-
-dualidade, porque a polaridade objetiva da vida cessa enquanto se
está centrado no eu subjetivo. Pode-se permanecer eternamente
neste estado elevado?
Esta é uma das questões metafísicas mais sutis das que já se discu-
tiram. Do ponto de vista do tempo, o mundo é uma contínua vibra-
ção ou ritmo entre os pólos do espírito e da matéria e, em conse-
qüência, não podemos permanecer no espírito mais do que podemos
permanecer dormindo o tempo todo.
Precisamos sentir, sempre, o ritmo de dormir e acordar, de inspi-
rar e expirar, nascer e morrer, e todos pares de oposições que vêm

* Jogo de palavras íntraduzfvel entre aloneness (solidão) e all-one-ness (redu-


ção de tudo a um, totalização). (N.T.)

42
'"111 O mundo objetivo do tempo e da forma. São esses ritmos que
IIOS dão as marés tattwicas, que são a mesma coisa que a lei cíclica
1111 periódica em toda manifestação.
Quem quer que tenha meditado sabe que não poderá permanecer
110 estado de meditação para sempre, mas após ter constatado os al-
los níveis que venha eventualmente a atingir, deve manifestá-los abai-
xo de alguma atividade criativa.
Quando esta expressão tiver sido completada, sentirá necessidade
dt· retomar a si mesmo. A bem-aventurança da união com o princí-
pio divino é talvez tão relativa quanto qualquer outra experiência
" sua significância reside apenas em sua relação com o estado opos-
10: dualidade objetiva.
/\. água só é deliciosa para o sedento, o calor para quem tem frio
I () frio para quem está acalorado.

Mas considerando sob o ponto de vista do espírito, não se pode


dizer que ele nunca é abandonado? Este parece ser o ponto de vista
írndicional do Vedanta: que o mundo objetivo é maia ou ilusório,
urna vez que nele nada permanece, mas suas formas estão continua-
mente aparecendo e desaparecendo como as ondas do mar.
Apenas a consciência do eu sou é eterna e imutável.
Contudo, não podemos dizer que mesmo uma ilusão é real para
quem a experimenta no tempo em que a experimenta? Na parábola
iudiana da corda e da serpente, um homem toma um pedaço de cor-
da por uma serpente e sente medo. Quando percebe que é uma cor-
da, seu medo desaparece. De fato, teve uma ilusão porque a corda
jamais foi uma serpente. Mas é realmente verdadeiro dizer que
jamais foi uma serpente? Para o experimentador da ilusão, sua "ser-
pcnticidade" era talvez tão real naquele tempo como a experiência
SII bseqüente de que era uma corda.

O problema quando resolvido parece simples. Mas quem o resol-


v iu, dizer aos que não o resolveram que é simples ... A posição de
lal pessoa pode não ser muito sábia.
Se alguém lhe perguntar como chegar esquina do Hyde Park e
â

ieceber como resposta que quando chegar até lá não precisará de


saber o caminho - então saberemos que você está recusando admitir
que os dois pontos de vista podem existir.

43
7/ Respiração e chacras

A respiração humana pode ser definida como a força vital fluindo


e refluindo entre a polaridade vertical do espírito e da matéria (cha-
era coronário e basal) e a polaridade horizontal dos lados esquerdo e
direito no sistema humano.

A Grande Respiração
No sentido mais amplo fala-se da grande respiração como sendo o
fluxo e refluxo da força vital entre as polaridades do sistema uni-
versal.
Há, de fato, uma correspondência entre o sistema de energia hu-
mano ou microcósmico e o sistema de energia universal ou rnacrocós-
mico. Uma é o reflexo da outra e esta verdade é incorporada no an-
tigo dito hermético: ''O que está acima é como o que está embaixo" .
. A grande ou universal respiração inclui o movimento dos planetas
e corpos celestes em seus ciclos periódicos e os signos do zodíaco e
as estações. A respiração humana tem seus ciclos e fluxos sazonais. A
atividade dos chacras corresponde aos ciclos planetários conforme
os planetas circulam através deles.
A respiração humana, contudo, não está sintonizada com a grande
respiração na vida da maior parte das pessoas. Esse alinhamento ou
sintonia da respiração humana com a grande respiração é um objeti-
vo que devemos alcançar e representa a completa identificação do eu
pessoal com o eu universal.

o Ritmo da Respiração
A nota fundamental da respiração é que o fluxo e o ritmo da respi-
ração no sistema humano é uma elevação e rebaixamento de energia.
O fato parece raramente realizado de modo completo porque com
a inspiração a energia flui para cima aos chacras superiores, ao passo
que na expiração a energia flui para baixo, ao mundo dos sentidos.
Assim, literalmente, inspiração é aspiração que eleva ao domínio do
espírito e a expiração leva-nos para baixo aos domínios da matéria.
Segue-se, então, que ao desejarmos efetuar um esforço que envol-
ve a manifestação de energia descendente devemos inicialmente, sem-
pre, efetuar uma profunda inspiração.

45
1/2 rev. 1 rev.

I,
I

Onda senoidal

Os pulmões estão cheios - o esforço deve ser realizado enquanto


se expira.
Conforme descrevemos no capítulo Três, a respiração também se
move entre os lados esquerdo e direito do sistema humano. Então
nesse movimento para cima e para baixo, para a esquerda e para a di-
reita constrói-se o padrão espiral do Caduceu ou Bordão de Hermes
tão bem conhecido no simbolismo esotérico.
Quando há geração de energia elétrica, o processo pode ser repre-
sentado esquematicamente como uma onda senoidal.
0
Por um deslocamento de fase de 180 quando o impulso atinge
seu ponto terminal, retoma. Assim, em termos eletrotécnicos o
Caduceu é realmente duas ondas senoidais indo e voltando, o que se
costuma chamar de onda estacionária.
O fluxo de lado-para-lado na respiração reflete-se no modo pelo
qual a respiração se alterna da narina esquerda para a direita. Há
predomínio do fluxo ora por uma, ora por outra. Falamos a este
respeito em capítulo anterior (ver "Correntes Alternadas", pág. 25).
Fazendo com que o fluxo predomine no lado esquerdo ou direito
de nosso sistema, podemos alterã-lo , Quando estamos sintonizados
com o macrocosmo tais alterações de respiração ocorrem natural-
mente e nos momentos adequados. Quando a respiração predomina
pela narina direita, temos a sensação da ação. Quando predomina
pela narina esquerda, temos a experiência da sensação. Esse processo
corresponde aos Pilares da Severidade e do Perdão na Árvore da Vida
da Cabala.
Ao ocorrer o fluxo equalizado por ambas as narinas temos um
significado especial que será tratado no próximo capítulo.
A duração relativa das inspirações e expirações e os períodos
intermediários de retenção (cheio e vazio) também são de grande im-
portância.

46
~ Graus
o ~----~----~------------~--
>

Onda estacionária

~ possível aumentar gradativamente o período de retenção do ar


e assim obter um efeito espiritualizante sobre a consciência. Atuando
de modo inverso - aumentando tempo sem ar - consegue-se o efeito
oposto.
Nota-se este princípio ao suspirar. Um suspiro ascendente denota
um estado aspiracional, como, por exemplo, ao sentir-se maravilhado
com alguma cena, bela de causar a perda do fôlego. Um suspiro des-
cendente reflete um sentimento de letargia, como num bocejo
quando as energias estão fluindo para baixo.
Pode-se acreditar, por vezes, que o ideal seria balancear os impul-
sos ascendentes e descendentes da força vital através de um ritmo
equalizado de inspiração e expiração.
Contudo, como vimos, a vida é um fluxo continuamente viariável
que requer diferentes qualidades ao se manifestar em diferentes
períodos. .
Assim, parece mais lógico que sejamos capazes de variar tanto os
ritmos para cima e para baixo quanto os para a direita e para a es-
querda segundo as necessidades do momento.
Poucas pessoas usam completamente sua capacidade potencial de
respiração. Respirar é viver e a quantidade de ar que podemos inspi-
rar é vitalmente importante. Via de regra: respiração lenta é também
respiração profunda e respiração rápida tende a ser superficial.
Muitos iogues medem a duração da vida não pelo número de anos
vividos, mas pelo número de inspirações.
Há, ainda, pessoas que têm o vício de respirar pela boca.

Regeneração
Enfatizando a inspiração promove-se a regeneração ou espiritua-
lização de quem assim procede. Degeneração ocorre quando se enfa-

47
tiza a expiração. O ritmo adequado entre tais processos é chamado
geração.
Esse princípio tem uma contraparte interessante no campo da
economia em que o processo da regeneração corresponde ao inves-
timento. Neste processo, promove-se gasto imediato, a fim de criar
maiores entradas posteriores. Este é o princípio de poupança ou
aplicação.
Através da regeneração, fazemos um investimento de nossas ener-
gias, a fim de promover um maior crescimento da alma. A degene-
ração é um dispêndio excessivo. A geração é o correto balancea-
mento de poupança e gastos.
Mantras respiratórios
O uso conjunto de respiração e mantras poderá ser muito útil
para o estudante. Esse é um assunto muito vasto para ser devidamen-
te tratado aqui. Mas, um exemplo disso é dado pelo mantra Su
Haam usado pelos iogues.
O som Su é pronunciado na inspiração e representa o som deli-
cado das finas vibrações das linhas de força ascendendo aos chacras
superiores.
O som Haa, pronunciado na expiração, representa o som grosseiro
das vibrações inferiores enquanto a força vital desce. O m, no final
do Haam, é produzido pelo fechamento da boca e esse m torna o
som objetivo.
A respiração parece assumir a forma do tattwa particular (mostra-
do na página 36), que é predominante no sistema em cada tempo.
Diz-se que se pode notar tal fato projetando a respiração num espe-
lho. Recentemente, alguns pesquisadores científicos fotografaram al-
gumas formas etéricas, que parecem indicar claramente este fato.
Controle da Respiração
A observação paciente do próprio fluxo respiratório pode levar,
eventualmente, à habilidade de controlar as forças vitais e dirigi-Ias
à vontade para diferentes níveis.
Aprende-se gradualmente a reconhecer a alteração na vibração
ocorrente, quando a respiração ou força vital passa por diferentes
níveis. Aprende-se, assim, a controlar os elementos, ou tattwas.
Enquanto ocorre a respiração, estamos vivendo no mundo das
polaridades - o mundo da forma. O último passo no controle ocor-
re quando a respiração é suspensa totalmente e se atinge o mundo
espiritual, consciência universal. Apenas o adepto atinge tal controle.
Contudo, tal afastamento do mundo da forma é mais questão de
grau. ~ pelo mesmo processo que se atinge o sono, a morte ou a me-
ditação profunda; apenas o grau de afastamento é diferente.

48
Sono
A profundidade do sono varia grandemente de pessoa para pessoa.
Algumas mal deixam o corpo ou o sentido da consciência durante o
sono; outras deixam a consciência, mas permanecem ativas ao nível
mental, tendo sonhos; outras são capazes de se afastar do corpo e da
mente, permanecendo a níveis mais elevados, donde voltam verdadei-
ramente descansados, quando acordam.

Morte
O mesmo princípio se aplica à morte, em que o nível alcançado
pela alma dependerá de seu progresso evolucionário. Algumas almas
permanecem praticamente ligadas à terra, mesmo depois de liberadas
do corpo físico. Freqüentemente, buscam reencarnar-se ou, por ve-
zes, sentir o mundo sensível novamente, através de uma alma encar-
nada a que tentam influenciar ou possuir.
Outras passam pacificamente para estados mais elevados. Inicial.
mente, podem renovar o relacionamento com outras almas desencar-
nadas e, eventualmente, passar a "regiões de veraneio", a fim de
renovar-se completamente até que o impulso de se expressar nova-
mente em forma as leve a reencamar-se.

Meditação Profunda
Na meditação profunda se está, ou se tenta, conscientemente fa-
zendo aquilo que a maior parte das pessoas fará mais ou menos invo-
luntariamente no sono ou na morte. Busca-se um afastamento, neste
nível intermediário, em direção àquele nível em que se auto-renova
na eterna fonte da vida, sua própria fonte espiritual.
Este processo é também gradual, segundo a própria eficiência. O
adepto que aprendeu a controlar sua respiração ou força vital em to-
dos os níveis é capaz de suspendê-Ia e afastar-se de seu corpo, sem
abandonã-lo, ~ também capaz de retomar a ele quando necessário.
Morrendo conscientemente todas as vezes necessárias para renovar-se
afasta a necessidade de morrer involuntariamente do modo comum.
Um adepto pode necessitar estender o período máximo de dura-
ção da vida humana, por vezes durante vários séculos a fim de com-
pletar algum trabalho importante para a evolução da humanidade.
Precisará manter o mesmo corpo durante este período renovando-se
do modo que indicamos. Isto pode ser particularmente necessário
frente às dificuldades encontradas por uma alma altamente desenvol-
vida para conseguir circunstâncias adequadas em que possa reencar-
nar através do nascimento. Um adepto ao fim de seu ciclo vital pode-
rá desmaterializar seu corpo quando seu trabalho neste nível tiver
terminado.

49
Ciclos vitais
A duração da vida de uma pessoa é realmente proporcionada pela
alma ou por motivos pessoais mais elevados para viver. Quando a
alma exauriu seu propósito, retira-se, tendo seu impulso para baixo.
Um alto sentido de propósito deriva-se do espírito e quando tal
propósito se esgota é preciso renovar-se através da retirada.
Toda vida se manifesta em ciclos. Cada in- e ex-píração, cada dia e
noite de acordar e dormir, cada vida e morte em um corpo, todos são
o mesmo princípio, mas operando em maior ou menor escala.
Todos são a lei cfclica ou periódica operando como a vida vibran-
do entre seus pólos.

50
8/ Prática

A ciência dos chacras é em larga medida a ciência da respiração e


da postura. A fim de apreciar sua enorme significância, esses dois
termos devem ser entendidos em seu sentido mais amplo.
Postura deve ser entendida como a atitude pessoal total frente à
vida em todos os níveis. Assim, pode-se falar não apenas de postura
física, mas, também, da postura mental e espiritual.
Respiração deve ser entendida como o movimento da força vital
através do sistema inteiro; como o fluxo de energia entre seus pólos
de espírito e matéria.
Mantendo estes princípios em mente e com o conhecimento da
anatomia oculta do homem delineado na primeira parte deste livro, o
propósito das práticas de ioga torna-se muito claro.

Preliminares
Qualquer programa ou sistema seno de autotreinamento deve
começar por atentar às regras básicas de saúde no nível mais simples.
Tais regras podem ser comparadas às fundações de uma casa. Pode-se
negligenciar o alicerce com aparente impunidade inicial. Mas, poste-
riormente, quando maior peso é aduzido à estrutura, a edificação
poderá não se suster.
O mesmo princípio se aplica ao autotreinamento. Edificar sobre
base insegura poderá importar, eventualmente, retroagir o traba-
lho para remediar os defeitos. À medida em que se eleva no autotrei-
namento o praticante começa a contactar com energias crescentes e
coloca-as em atividade em seu próprio sistema. Se o sistema não for
suficientemente forte poderá não conseguir contê-Ias. Pode-se
comparar esta situação àquela em que se coloca água quente num
recipiente trincado que se rompe em conseqüência deste ato.
Essas regras básicas podem ser encontradas em todos os sistemas
clássicos. Não-agressão a toda vida, veracidade, asseio, dieta adequa-
da, liberdade de excessos em qualquer campo - todas estas qualida-
des são o equivalente ao fundamento de nosso edifício. A fundação é
a força básica sobre a qual se constrói e suas virtudes são, de fato,
reforços do caráter sobre os quais podemos edificar nosso desenvol-
vimento superior.

51
HATHA VOGA
o passo segu-inte consiste em balancear as energias inferiores no
sistema. Muitas pessoas não conseguem entender porquê as posturas
da Hatha Voga e seus exercícios são realmente necessários no auto-
desenvolvimento. Tentam dar um salto adiante omitindo o todo
dessa parte inicial, mas vital, do processo.
Consideremos um exemplo que tome este ponto mais claro.-
Quando se tenta pôr um lápis em pé é necessário, inicialmente,
amparã-lo com a mão para evitar que caia. Mas, quando alcança seu
equilíbrio, pode-se deixã-lo só que permanecerá em pé.
Considere, agora, o corpo como um lápis. O objetivo da Hatha
Yoga é levar o corpo a um estado de saúde e perfeição em que as for-
ças estejam balanceadas.
Só depois disso é que se pode retirar a atenção de sobre ele e con-
centrá-Ia em níveis mais elevados. De fato, quando o corpo não está
em equilíbrio perfeito a atenção mental estará absorvida por ele, do
mesmo modo que a atenção das mãos mantinha-se sobre o lápis en-
quanto este não se achava em equilíbrio.
Todos tivemos, alguma vez, a experiência de não conseguir dormir
por sentir dor em alguma parte de nosso corpo. Nessas ocasiões a
consciência se encontra absorvida, e portanto apegada nessa dor e,
assim, não pode deixar o corpo. Quando a dor cessa, a consciência
pode deixã-lo e passar para o estado de sono.
O objetivo total da Hatha Voga manifesta-se nesta analogia. Con-
siste em deixar o corpo em tal estado de equilíbrio que a consciên-
cia possa deixã-lo e passar a estados mais elevados.
Em termos de chacras, a Hatha Voga prepara as energias nos ní-
veis inferiores para que possam ser elevadas aos níveis superiores.
Quando as energias tiverem sido elevadas desta forma, as preliminares
não são mais necessárias.
Este ponto é esclarecido no livro de ioga já de há muito clássi-
co, Hatha Yoga Pradipika, que diz necessária a prática dos diferen-
tes asanas, kumbakhas e mudras, "enquanto a Raja Voga não tiver
sido alcançada".
1!, contudo, possível praticar a Hatha Voga sem compreender
muito bem seu real propósito. Grande 'parte da ioga praticada no
Oriente e no Ocidente recai nesta categoria e tomou-se um novo tipo
de ginástica em moda.
Muitas pessoas, não percebendo que este é um meio para objeti-
vos mais elevados, praticam-na como um fim em si mesmo tornan-
do-a um tipo glarnuroso de acrobacia ou contorcionismo.
Claro, mesmo com esse motivo limitado o praticante poderá

52
obter benefícios para sua saúde, mas o real propósito terá sido
perdido.

Limpeza de "Nadis"
Tendo o conhecimento da anatomia oculta do homem e uma
idéia clara do objetivo da ioga, o propósito de muitas práticas torna-
-se mais fácil de compreender.
Inicialmente, o propósito de tais práticas é liberar a postura de
quaisquer barreiras ou dobras que possam inibi-Ia.
Quase todo mundo tem algum bloqueio em alguns pontos de seu
sistema; isto significa que: há resistência em algum ponto ao fluxo de
energias. Toda moléstia, de fato, é simplesmente uma restrição ao
fluxo de força vital numa área em particular.
Na terminologia da ioga os canais através dos quais a energia flui
pelo sistema humano são chamados nadis. Tais nadis devem ser des-
bloqueados e alargados. Tal processo é uma parte importante da
Hatha Voga. Os exercícios que comportam flexão , torção e compres-
são da coluna recaem nesta categoria e promovem, geralmente, a pas-
sagem de grandes fluxos de energia através do sistema.
Posturas de Balanço
Uma outra importante categoria de posturas é aquela das que pro-
movem balanço. Vimos que o balanço das forças tem vital significân-
cia especialmente quando chegamos à questão da terceira força ou
kundalini.
Posturas e exercícios que treinem na arte do balanceamento são
importantes no aprendizado do controle das forças negativas e posi-
tivas no sistema e no equílibrã-las,

A Postura do Lótus
A postura do lótus e suas variações têm uma série de efeitos. Pri-
meiro, fornece uma base triangular estável em que a espinha e parte
superior do corpo podem ser facilmente suportados. Isto é essencial
para estágios posteriores de meditação e concentração. Se correta-
mente executada tem também o efeito de manter a coluna ereta no
pélvis.
Segundo, cruzando as pernas e juntando as mãos ou colocando-as
sobre os joelhos, os circuitos de energia são fechados. A energia que
devia deixar o sistema através das mãos e dos pés é, assim, retida. A
leve pressão do calcanhar sobre o penneo ajuda o fluxo de energias
a ascender do basal ao coronário.
Terceiro, essa postura é essencialmente sublimativa. Através de
sua prática as energias no sistema são retidas, controladas e sublima-
das pela polaridade vertical da coluna para centros superiores.

53
Após os preliminares, um estágio posterior pode ser atingido quan-
do certas práticas que afetam diretamente os chacras podem ser le-
vadas adiante. Os efeitos sutis, que as várias posturas, mudras e
bandhas têm sobre as energias no sistema é um assunto extremamen-
te difícil e complexo. Muito poucos daqueles que praticam ioga pa-
recem entender completamente esses efeitos. Algumas partes relativas
a este assunto são mantidas secretas. Contudo, correlacionando o
que dissemos sobre a anatomia oculta do homem com suas próprias
experiências na prática, o estudante poderá investígá-lo por sua pró-
pria conta.
Daremos alguns exemplos para que sirvam de orientação neste
campo: posturas invertidas, por exemplo, fazem com que as energias
fluam para os chacras superiores. A comparação com uma bateria
comum poderá ajudar a compreender o processo. A corrente flui
entre os pólos positivo e negativo. Quando a bateria se descarrega, o
método de recarga consiste em reverter o fluxo de corrente entre
seus pólos.
No sistema humano, ao se pôr de ponta-cabeça faz-se a mesma
coisa; reverte-se o fluxo de energia entre as polaridades no eixo ver-
tical da coluna.
O estudante poderá perceber prontamente, por exemplo, que a
garganta e o coração são fortemente afetados por certas posturas.
Em particular, mantendo-se o corpo ereto, apoiando-se a ponta do
queixo no externo e soerguendo os ombros obtém-se um forte efeito
sobre a garganta.
Posturas curvadas com a respiração contida provocam o fluxo de
energia para os chacras da gargante e do coração desde que se mante-
nha a cabeça totalmente curvada para trás.
Outro exemplo: posturas efetivas na ativação do chacra solar são
aquelas que contraem o abdômen e exercem controle sobre as ener-
gias ali centradas. Após a correta prática de tais posturas notar-se-ã
uma atividade altamente aumentada do fogo gástrico ou elemento
fogo no sistema. Do mesmo modo, o centro sacro e basal são afeta-
dos por suas posturas corretas.
Tais posturas e exercícios devem ser praticados tendo sempre em
mente:
a) o propósito e efeito que se acredita àevam provocar;
b) lenta e deliberadamente sem pressa ou ansiedade;
c) concentração completa e exclusiva sobre o que se está fazendo.

Kundalini
A melhor maneira para compreender a misteriosa terceira força
ou kundalini consiste em considerar a analogia do pêndulo. Quando

54
N

o o
o

o pêndulo está em movimento oscila continuamente de um lado para


outro vibrando entre os pólos horizontais esquerdo e direito.
Há também uma polaridade vertical e conforme o pêndulo oscila
transmite-se energia para baixo a partir de seu pivô ou fonte. Se seu
movimento cessa, os pólos da esquerda e da direita ficam balancea-
dos e deixam de existir. Então, a energia que tem sido aduzida para
baixo deve retomar à sua fonte e caminha pelo pêndulo, que perma-
nece estacionário na posição central.
Na terminologia da ioga os fluxos da energia dos lados direito e
esquerdo são designados respectivamente por Pingala e Ida e o canal
central é dito Shushumna. Em termos de Cabala são os Pilares da
Severidade e da Misericórdia e o canal central é a Passagem da Seta.
Portanto, kundalini é a passagem pela qual a energia retoma à sua
fonte quando deixa de se manifestar no sistema humano como uma
vibração entre pólos. Quando a kundalini retoma à sua fonte, o pên-
dulo já parou de oscilar. Toda polaridade cessa e nossa consciência
retoma â sua fonte através do chacra coronário. Quando a respira-
ção cessa de fluir entre os lados direito e esquerdo do sistema ou
morremos ou se tivermos nos preparado e a energia estiver sob con-
trole, podemos transcender a morte e passar conscientemente para o
profundo estado místico de Samadhi.

55
Há um considerável mal-entendido sobre o despertar de forças no
sistema humano que, como se diz, ativam os chacras. Em geral põe-se
o carro adiante dos bois; é mais correto dizer que, quando os nadis
ou canais de energia são purificados e as forças balanceadas, então os
chacras estão prontos; então as energias podem fluir através deles e
não vice-versa.
Em toda a natureza, o crescimento forçado jamais é a maneira
mais saudável de crescer e o despertar súbito e dramático de forças
raramente é desejável.
Ocorréncias do tipo descrito acima, isto é, de desenvolvimento
desbalanceado, parecem ter recebido mais publicidade do que mere-
cem e são freqüentemente assumidas como regra em lugar de exceção.
Há,contudo,pessoas em cujas vidas o despertar de forças ou facul-
dades parece ter sido muito súbito e talvez inesperado. Isto se deve a
forças cármicas lutando gradualmente contra algum forte obstáculo
ou impedimento profundamente enraizado ao desenvolvimento dessa
pessoa. Neste caso, as forças cármicas persistem contra o obstáculo
até vencê-lo, promovendo, como resultado, uma súbita alteração no
padrão de vida e seu fluxo de energia se manifesta.
Num estado posterior a alma altamente evoluída aprende a con-
trolar as poderosas energias despertas que fluem em seu sistema. De-
verá ser capaz de dirigi-Ias para cima ou para baixo ou focalizá-Ia a
qualquer nível que deseje.
Para algumas pessoas o efeito da sublimação da kundalini desperta
será o rejuvenescimento. Talvez alguém se lembre de "Ela", escrita
por Rider Haggard e que conservava a flor da juventude de seu corpo
banhando-se no fogo sagrado na montanha.
e interessante especular quanto o autor sabia acerca do aspecto
esotérico do fogo sagrado interior.

RAJA VOGA

A Mente
A mente é freqüentemente comparada pelos professores de ioga a
um lago cuja superfície é recoberta de uma enumerável quantida-
de de ondas causadas pelos ventos do desejo que sopram sobre as
águas e as encapelam. Apenas quando estes ventos cessam de soprar
deverão as águas acalmar-se. Toma-se o lago calmo e transparente
podendo ver-se seu fundo numa totalmente nova experiência.
Previamente, devido à agitação da água, poder-se-ia jamais ter vis-
to o leito do lago, ou, mesmo, não suspeitar de sua existência.
Nesta analogia a água do lago, é claro, é a mente, e seu substrato
ou leito é o princípio mais elevado em nós mesmos e que é superior à

56
mente - a consciência espiritual. Os ventos do desejo são as emoções
que inquietam a mente.

Desejo e Emoções
A verdadeira concentração da mente só é possível, portanto,
quando alcançamos a serenidade e o desapego de nossas emoções.
Vimos anteriormente que o pensamento desce do nível etérico pa-
ra manifestar -se através dos quatro elementos, que são - por sua vez -
modificações do éter. Sempre que a mente estiver associada com um
dos elementos estará num estado emocional. Em termos dos cha-
cras, quando a energia do chacra frontal começa a estar em ressonân-
cia com as vibrações de qualquer dos cinco chacras inferiores sua
própria vibração é reduzida e torna-se afetado pela emoção.
Toda emoção é uma associação do princípio pensante com um ou
mais dos elementos que o afetam ou o condicionam. Pensamento pu-
ro, não afetado (colorido) por nenhuma das vibrações inferiores
constitui a mente incondicionada.

Pensamento Incondicionado
A mente incondicionada é livre dos órgãos dos sentidos ou da
atuação associada com os chacras inferiores e é autocontida em sua
própria vibração. O pensamento puro é extremamente potente. Fa-
culdades tais como transferência. de pensamento, materialização,
leitura mental dependem da habilidade em concentrar a mente li-
vrando-a das interferências acima citadas.
Como vimos anteriormente, neste capítulo, a habilidade para tan-
to depende, inicialmente, de um treinamento adequado ao nível da
Hatha Yoga.
A Hatha Yoga conduz ao Raja Yoga como seqüência naturaldo
processo.

Transcendendo o Pensamento
Finalmente a energia do chacra frontal precisa ser elevada à taxa
vibratória mais elevada do chacra coronário. Este passo só é possível
e apenas deve ser tentado depois que a mente tiver sido completa-
mente disciplinada e um alto nível de concentração mental obtido.
A fim de ter obtido um completo controle sobre qualquer instru-
mento é preciso poder pegã-lo , usã-lo eficientemente e soltã-lo nova-
mente, â vontade. Apenas assim este se tOflll um verdadeiro instru-
mento. Apenas então alguém pode postar-sei .aiantedele e dizer: "Este
é meu instrumento, não é eu; eu sou distinto úele e o controlo".
A mente deve ser treinada a este nível antes que o estágio final
seja atingido. Os pensamentos devem ser postos sob controle absolu-

57
to. Apenas então podemos estabelecer a sutil distinção entre o pensa-
mento e o pensador. Quando percebemos que: Eu, o pensador,
existo independentemente de meu pensamento postamo-nos acima
do pensamento e permanecemos conscientes apenas ao nível do Eu
sou. Então cruzamos a fonte final entre o Não Eu e o Eu.

Perigos na Prática
Muitos estudantes se preocupam com os possíveis perigos envol-
vidos na prática, especialmente se são autodidatas. É conveniente
que comentemos este tópico agora.
Inicialmente deve-se notar que perigo é um termo relativo. Assim,
não se pode falar, logicamente, que qualquer coisa é perigosa em si
mesma, exceto em relação à pessoa que a pratique.
Segundo, tudo que se faz na vida comporta um certo elemento de
risco. Se não houvesse nenhum risco nesta atividade então o retorno
ou resultado deveria ser negligenciável em importância criativa. A
recompensa é sempre proporcional ao esforço envolvido e o esforço
requerido sempre é proporcional ao feito relativo.
A totalidade da vida é um processo de aprendizagem através de
experiências que quando vistas retroativamente assemelham-se a en-
ganos. Portanto, é preciso estar pronto para ir avante ousadamente,
mas não imprudentemente, rumo ao futuro pronto a experimentar
aquilo que se necessita experimentar. Assumir maior risco do que se
pode confortavelmente manipular é tolice, mas é igualmente tolo
não assumir risco algum.

UmGuru
~ indubitável que um professor competente pode auxiliar rumo a
um progresso mais rápido, mas ao se buscar um professor um ponto
importante é freqüentemente desconsiderado. Este ponto: é você,
em última instância, quem deve decidir se uma certa pessoa é ou não
um professor competente e, em conseqüência, a responsabilidade é
sua.
Ninguém pode aprender por você assim como ninguém pode com-
mer por você. Não pode haver progresso a menos que haja a vontade
de assumir a responsabilidade. Há ainda, a este respeito, um outro
ponto ainda mais importante e que está de acordo com a lei do car-
ma ou de causa e efeito: recebe-se da vida aquilo que, em última ins-
tância, se põe nela. O que um dá e·recebe são dois lados de um mes-
mo canto. Contudo, uma grande parte da humanidade não aprendeu
essa verdade que se liga naturalmente à lei da encarnação, uma vez
que receber e dar sempre se contrabalançam mesmo que num tempo
superior ao de uma vida.

58
A lei se aplica igualmente à aprendizagem na medida em que só se
recebe conhecimento na medida em que se o difunde. Assim, para
aprender é preciso também ensinar a quem o necessita.
O último comentário envolve um importante princípio a fim de
que se use a própria energia do modo mais econômico e portanto
mais criativo.
Fornecer a alguém o conhecimento mais útil consiste em fornecê-
-10 precisamente quando precisa põ-lo em ação.
Tentar induzir conhecimento à força em pessoas que não estão
prontas. para ele é um uso inútil e não-criativo de energia.
e preciso discriminar cuidadosamente a quem se pode melhor aju-
dar, de que modo e a que tempo.
O pregador de porta-a-porta que tenta forçar idéias alheias sem
discriminar adequadamente perfaz um uso anti-econômíco de energia.
O velho adágio de que "Quando o discípulo está pronto, o
mestre aparece" parece correto posto que você se coloca, pelos seus
próprios esforços, em contato com as fontes de conhecimerito que
merece nesse tempo.
Mas, mesmo o melhor mestre apenas pode ensinar ao discípulo
como ensinar a si mesmo.

59
9/ o uso correto da energia

Há uma tendência natural de encarar qualquer programa de auto-


melhora como uma jornada com destino definido. Tal destino é fre-
qüentemente visto como a perfeição final para a qual o homem cres-
ce continuamente num processo de evolução. E esta parece ser a
união com a vida divina da qual o homem esteve separado e para a
qual retorna após tal período de separação.
Mas, embora este conceito seja um propósito útil para o homem
em determinado estágio de seu desenvolvimento deverá ser substi-
tuído por um que esteja em estado mais elevado.
g por esta razão que o caminho não leva a um destino final, o
caminho é o próprio objetivo. Tendemos a representar a jornada
em termos de espaço e tempo como se a vida começasse a terminar
quando atingimos determinado ponto. Mas, realmente, a vida em si
é infinita - não é um contínuo estático, é dinâmico. Assim, em-
bora sejamos forçados em certo estágio a pensar num objetivo como
um incentivo ao crescimento, o fim é realmente, em si mesmo,
infmdável.
A idéia de que a vida seja interminável ou eterna é algo para o
qual muitas pessoas não estão preparadas. Adentrar no fluxo eterno
da vida sem idéia de qualquer fim é um estágio que requer muita
coragem e é também um grande desafio.
Este princípio nos auxilia poderosamente no que concerne à ioga,
posto que a ioga é sua própria recompensa. Não requer um objetivo
ou fim em termos de tempo. Se a prática pessoal acarreta maior
alegria - eis um critério de progresso.
Alegria é a expansão da consciência - o princípio de "mais" so-
frimento é a limitação da consciência - o princípio de "menos".

A Energia Está em Proporção aos Motivos


Tudo que existe no universo irradia alguma forma de energia, seja
mineral, vegetal, animal ou humano. A quantidade de sua radiação é
proporcional às suas relações com a energia total ou universal. Assim,
quanto à energia do homem, a que pode obter está em exata propor-
ção à universalidade, ou seja, à sua própria consciência. Quanto mais

61
egoístas e limitados forem seus motivos de vida, mais se coloca fora
da totalidade da vida e, em conseqüência, menos força vital fluirá
através dele. Em resumo: a energia é proporcional aos motivos.
Muitos de nós tivemos a experiência de empreender alguma ativi-
dade com o espírito temeroso, com ódio, em dúvida ou com algum
outro motivo egoísta: isto sempre leva a uma sensação de completo
esgotamento.
Por outro lado, aqueles que atuam altruisticamente, motivados a
servir universalmente e a dar sabem que este tipo de trabalho não
causa cansaço, mas comporta alegria e renovada energia.
Tanto quanto nossos motivos se relacionarem com o bem de to-
dos, na mesma medida teremos o direito de participar na energia to-
tal ou universal. Na verdade, a vida não tem extensão ou limitação.
Energia é ilimitada e a própria vida é abundância. Nós é que colo-
camos limites na vida pelos nossos motivos finitos, A medida da
grandeza de um homem ou grau de evolução está em sua capacidade
de dar.
A natureza, como se disse, aborrece -ao vácuo. À medida que
despendemos energia, nova vida flui a fim de preencher o espaço. Mas
quando a retemos e restringimos nossa atividade criativa, experimen-
tamos uma falta de força vital porque não permitimos que a vida flua
através de nós.
Pode-se comparar este processo ao de uma bomba d'água que
apenas pode receber através de sua entrada a quantidade de água exa-
ta que fornece por sua saída. Como criamos e temos o retomo, cum-
primos essa lei de energia e "damos aquilo que queremos receber e
damos de novo".
Todo egoísmo e ação limitadora diminui o fluxo de vida através
de nós. Toda ação universal ou expansora aumenta tal fluxo.
Esses princípios são freqüentemente referidos como leis de supri-
mento universal e aqueles que as compreendem e vivem segundo as
mesmas desconhecem limitações e fluem alegre e abundantemente
pela vida como um pássaro descuidado voa pelo ar. Tais pessoas
fazem da vida uma aventura - uma interminável exploração das infi-
nitas possibilidades da vida. Isto também significa, é claro, infinitas
possibilidades interiores.
Este princípio que consiste em fluir juntamente com a sucessão
vital é simbolizado em várias parábolas antigas. Este é, por exemplo,
a estória da mulher de Lot. Na jornada de retirada da cidade do peca-
do foi transformada em pilar porque olhou para trás. Olhando para
trás perde-se o fluxo de criatividade, que é essencialmente um movi-
mento para diante e, em conseqüência, ocorre a cristalização.
O mesmo princípio é simbolizado na estória de Orfeu redimindo

62
sua bem-amada do mundo subterrâneo. Apenas poderia salvá-Ia se
não olhasse para trás mas se se mantivesse em movimento progressivo.
Como perdeu a confiança no futuro e portanto perdeu sua fé, olhou
para trás e falhou em redimir seu amor aprisionado ou força vital.

o Melhor Uso da Energia


Como a água flui montanha abaixo seguindo a linha de menor
resistência, assim, também, a energia flui para seu mais útil campo de
atividade. Quando um campo de atividade preencheu seu propósito,
a linha de força flui adiante para outro campo. Desse modo a evolução
segue uma lei: a energia sempre se move para o campo de atividade
em que possa se manifestar mais criativamente.
A soma total da energia do universo não deve crescer nem dimi-
nuir, mas ser continuamente transformada ou transmutada de um
estado noutro. A cessação de atividade num campo sempre significa
uma renovação de atividade em outro campo.

Dharma
Este conceito da energia fluindo para sua mais útil tarefa no
padrão evolucionário está incorporado na idéia de dharma.
Todos estão grimpando uma ladeira evolutiva; assim, consideran-
do-se. todas as circunstâncias deverá existir um ponto ótimo de ação
para cada pessoa em qualquer tempo de sua vida. O passo seguinte
na ladeira evolutiva de qualquer pessoa em qualquer tempo é seu
dharma. Isto significa que esta é a próxima ação em que suas energias
podem ser melhor canalizadas a fim de que manifestem do modo
mais criativo possível.

Controle da Energia Através da Ioga


Os princípios precedentes envolvendo o correto uso da energia
estão todos incorporados na prática da ioga. O fluxo da vida é de
fato a corrente respiratória no sistema humano. Os canais através dos
quais flui são os nadis, Os diferentes níveis em que se manifesta são os
tattwas. Quando nosso fluxo de criatividade parece secar, devemos
olhar para os nadis e chacras para obter o remédio.
A respiração e a postura devem ter sido bloqueados de algum
modo.
Através da ioga pode-se remover os bloqueios e mais uma vez tor-
nar-se criativo e cheio de energia.
Através da ioga identificamos nossas energias humanas com as
energias universais. Como a vida em si é infinita e eterna, também
nossa consciência pode tornar-se ilimitada em todas as suas possibi-
lidades através da ioga.

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101 A astrologia e os chacras

As relações entre a astrologia e a ioga parecem ter sido muito


pouco apreciadas. Tais relações merecem muito mais estudo do que
até agora tem sido efetuado.
Há muitos aspectos nesse relacionamento que não são claros e nos
quais reside enormes possibilidades para pesquisa futura.

o Fluxo de Todas as Coisas


Há um fluxo contínuo de transformações em toda vida e este fato
foi bem compreendido tanto pela filosofia oriental quando ocidental
através das eras.
Os filósofos gregos usaram a frase '11 AVTA REI' (panta rei) -
"todas as coisas fluem" e os sábios hindus usaram a palavra Samsara
- "o mundo da transformação".
Os astrólogos estudam este fluxo de transformações através do
movimento dos corpos celestes no zodíaco e em seus signos e casas.
Em geral, os astrólogos, vêem o homem como submetido às influ-
ências desses planetas. Muito poucos astrólogos tentam fazer avançar
sua ciência inquirindo como estas influências podem ser efetivas no
sistema humano.
Pode-se, facilmente, desconsiderar o fato de que qualquer influ-
ência só pode se tornar efetiva em algum objeto através de uma
vibração correspondente nesse objeto. Sem uma sintonia não pode
e
haver relação ou influência entre eles. através dos centros vitais ou
chacras que as influências dos planetas tornam-se efetivas do sistema
humano.

"O Que Está em Cima é Como o Que Está Embaixo"


Entretanto poderia ser uma visão unilateral deste assunto consi-
derar apenas a influência dos corpos celestes sobre o sistema huma-
no. Não poderia ser igualmente verdadeiro que o oposto também se
aplicasse? Um afetando o outro?
O sistema de fluxo de energia do homem e sua rede de chacras
estão em exata correspondência com o sistema universal. e um mi-
crocosmo do macrocosmo. Pode-se dizer, então, que um afeta ao
outro exclusivamente?

65
Talvez seja mais verdadeiro dizer que cada um é o reflexo do
outro. O externo e o interno, o acima e o abaixo, precisam coexistir
na realidade. Não pode haver um acima sem um abaixo, ou um inte-
rior sem um exterior e não se pode ter um microcosmo sem um ma-
crocosmo.

o Zodíaco dos Chacras


Tracemos agora a correspondência entre o zodíaco externo ou
astrológico e aquilo que podemos chamar zodíaco interno ou de
chacras.
O zodíaco astrológico é formado através da interação da alta trí-
plicidade ou três energias primárias e o quaternário inferior ou qua-
tro energias secundárias, conforme foi explanado precedentemente.
As quatro energias inferiores, conforme vimos anteriormente, são
os elementos. Os astrólogos chamam as três energias primárias de
cardinal, mutável e fixa. Cada um dos quatro elementos é modifi-
cado por uma das três energias primárias e fica, portanto, num dos
três possíveis estados de vibração. Assim é produzida a divisão em

M c

o Relógio Cósmico

66
doze partes do sistema universal. Estas doze divisões de energia têm,
cada uma, uma característica predominante descrita por símbolos ou
signos com as quais muitos estudantes estão familiarizados.
Na anatomia oculta do homem vimos que as três energias primá-
rias têm suas sedes nos três chacras superiores. Os quatro chacras
inferiores são as sedes dos quatro elementos.
Similarmente, no zodíaco universal cada elemento é modificado
por uma das três energias primárias, entrando num estado cardinal,
mutãvel ou fixo. Assim, de acordo com esta seqüência lógica, cada
signo do zodíaco é posto em relação entre dois chacras do sistema
humano: um dos três superiores da trindade e um dos quatro infe-
riores do quaternário.
Tomemos, por exemplo, o signo de Touro. Sendo da terra fixa
notamos que suas qualidades são efetivas no sistema humano por uma
relação entre o chacra da garganta na trindade e o basal no quaterná-
rio. Isto parece corresponder à característica de extrema fixidez des-
te signo.
Se consideramos o signo de Gêmeos, que é ar mutável, seguindo
as mesmas regras, chegamos a uma relação entre o chacra frontal e o
cardíaco. Novamente parecemos ter, corretamente, a qualidade de
extrema mobilidade e agilidade mental deste signo.
Muitos aspectos desse fascinante assunto, contudo, requerem pes-
quisas ulteriores mais aprofundadas. Em particular, a ordem segundo
a qual as três qualidades e os elementos são tomados no zodíaco de-
ve ser estudada. Deverá tal acordo ocorrer segundo sua involução
ao longo da polaridade vertical do eixo da coluna vertebral do
homem? Isto parece, à primeira vista, conduzir a um conflito na
seqüência em que são tomados.
A convenção astrológica segundo a qual cada signo governa. uma
parte do corpo humano, da cabeça aos pés, precisa, também, ser
examinada criticamente. Cada um dos cinco chacras inferiores tem
seus órgãos de sentido e atividade. Isto se relaciona com sua fase po-
sitiva e negativa. Podem estas partes correlacionar-se igualmente com
os doze signos?

o Significado da Hora do Nascimento


O significado da data de nascimento é de que assinala o ponto em
que entramos no fluxo de transformações. O fluxo de manifestação
continua e as almas entram nele ou se reencarnam nele em vários
pontos. As características que se manifestam neste ponto do tempo
serão aquelas que a alma encarnante assumirá. Isto é requerido nesta
vida a fim de que tenha as experiências necessárias à sua evolução.
Vimos que cada experiência segue logicamente da precedente como a

67
energia flui para sua expressão subseqüente mais útil.
Assim, por um conhecimento adequado de astrologia é possível
predizer os eventos futuros em qualquer encarnação e, ainda mais, o
tempo das futuras encarnações e sob quais signos ocorrerão.
Mas, quando se se refere a um conhecimento de astrologia não se
implica apenas o conhecimento dos fatos sobre os quais esta repousa,
mas também a habilidade para interpretar o significado da data.
Anotar e indicar a data é o primeiro passo. Interpretar corretamente
seu sentido e significado implica uma habilidade muito maior.

o Fluxo dos ''Tattwas'' e do Zodíaco


As mudanças zodiacais correspondem ao fluxo de tattwas no siste-
ma humano. Assim, pode-se ler o zodíaco e, assim, descortinar que
mudanças deverão ocorrer numa dada vida ou, então, determinar
através do fluxo de tattwas no próprio sistema que mudanças deve-
rão ocorrer na própria carta astrológica. A ioga em seus níveis mais
elevados identifica-se com a astrologia.
A relação entre a respiração universal e a pulmonar pode ser traça-
da numericamente. O zodíaco universal revolve em 25550 anos,
dando para cada signo ou era uma duração de aproximadamente
2145 anos. Este fato está bem adiante de nós, posto que abandona-
mos a Era de Peixes para ingressar na de Aquário.
A taxa normal de respiração humana de 18 inspirações por minu-
to também dá 25 550 respirações num dia inteiro. Além disso,
25 550 dias dão uma extensão de vida de 70 anos. Assim, a taxa de
respiração, extensão da vida e o zodíaco universal relacionam-se num
ritmo.
A primeira vista parece difícil entender que através da interação
de apenas sete níveis de consciência uma infinita variedade de expe-
riências seja possível. Expliquemos este fato através de uma analogia
musical.
Suponhamos, por exemplo, que alguém toque a nota sol depois
da nota lá. A experiência que se tem ao ouvir esta nota é diferente da
que se teria se se tivesse ouvido previamente a nota dó. Resumindo:
o evento precendente modifica a experiência subseqüente.
A nota precedente não apenas determina a experiência de se
ouvir a subseqüente, mas também as durações relativas influenciam a
experiência. Uma nota dó sucedendo três notas sol é uma experiên-
cia diferente de uma nota sol seguida por três dós. Duas ou mais
notas tocadas ao mesmo tempo também alteram a experiência.
Tratando-se de cores, os mesmos princípios se aplicam. Olhar
para algo de cor vermelha dá uma sensação diferente se se olhou pre-
viamente para o azul ou para o verde. O tempo pelo qual cada cor é

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contemplada e a combinação de cores também variam a experiência.
O princípio pode ser estendido porque a experiência que se tem
modifica a subseqüente, e assim por diante, ad infinitum,
Aplicando estas analogias de cor e som aos chacras (aos quais
correspondem) notamos que nosso chacra zodiacal produz uma infi-
nidade de experiências.

Planetas e Chacras
Os planetas são equivalentes no sistema universal aos chacras no
sistema humano. De fato, são chacras universais. Deve haver, por-
tanto, correspondências entre os planetas e os chacras humanos.
Parece que ao estabelecer relação entre os planetas e os chacras
deve-se observar alguma seqüência lógica como sua distância da Terra
ou velocidades relativas de movimento.
Um princípio fundamental da astrologia é o de que cada hora e
cada dia estão sob a influência de um planeta. Os sete dias da semana
são designados segundo os planetas que governam a primeira hora de
cada dia. A sucessão começa com o planeta mais distante, Saturno
(regente do sábado), e prossegue segundo a ordem de afastamento da
Terra e segundo a ordem de velocidade, do mais lento ao mais rãpi-

Domingo (Dia do Sol)


o

Terça-feira (Dia de Marte)


Sexta-feira (Dia de Vênus)
fi'
?

D
Sábado (Dia de Saturno) Segunda·feira (Dia da Lua)

69
do. Isto também corresponde às suas velocidades recíprocas. Come-
çando pelo dia de Saturno (Sábado): Saturno rege a primeira hora,
Júpiter a segunda, Marte a terceira, o Sol a quarta, Vênus a quinta,
Mercúrio a sexta, e a Lua a sétima. Cada planeta influencia a primei-
ra, a oitava, a décima quinta e a vigésima segunda hora de seu pró-
prio dia. Assim, quando chegamos à vigésima quarta hora do dia de
Saturno, temos como regente a Marte e iniciamos o próximo dia: o
dia do Sol.
Assim, seguindo a mesma sucessão temos como regente do dia
seguinte à Lua, e assim por diante. Há uma hora do dia para cada um
dos planetas tradicionais.
Uma relação entre planetas e chacras pode ser estabelecída em
bases similares. Entretanto, pode-se considerar uma super-simplifica-
ção concluir que um planeta sempre corresponde exclusivamente a
um chacra. Parece mais correto dizer que a relação é variável e que
também difere para o homem e para a mulher.

Aspectos
Relações entre planetas no sistema universal dão-nos aspectos ou
padrões de influência através dos quais os significados podem ser
interpretados.
Similarmente, no sistema humano a relação das energias nos dife-
rentes chacras nos dá aspectos no zodíaco de chacras.
Embora representemos, no papel, o sistema em duas dimensões
ele é, realmente, tridimensional. Ao entender as relações entre as
várias partes do sistema deve-se manter este fato em mente.
A grande ocultista Helena Blavatsky escreveu: "Este atributo
absoluto que é incessante e eterno movimento é chamado em lingua-
gem esotérica A Grande Respiração, que é o movimento perpétuo do
universo no sentido do sempre presente e ilimitado espaço".
A grande respiração é a vida exterior fluindo através do zodíaco
universal. A respiração humana é a vida interna fluindo através do
zodíaco dos chacras.
O conhecimento da ascensão e queda da respiração abarca todo o
conhecimento.
Esta é a mais elevada de todas as ciências.

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