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Aula 05 - Tensões

O documento discute a distribuição de tensões no solo, incluindo o princípio das tensões efetivas de Terzaghi, cálculo das tensões geostáticas e horizontais, efeito da capilaridade e acréscimo de tensões devido a cargas aplicadas.

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O documento discute a distribuição de tensões no solo, incluindo o princípio das tensões efetivas de Terzaghi, cálculo das tensões geostáticas e horizontais, efeito da capilaridade e acréscimo de tensões devido a cargas aplicadas.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CAMPUS DO SERTÃO

Distribuição de tensões no
solo
MECÂNICA DOS SOLOS 1 AULA 05
PROF.: JÉSSICA BEATRIZ DA SILVA ( [email protected] )
Introdução
O conhecimento das tensões atuantes em um depósito de terra, sejam elas
advindas do peso próprio ou decorrência de carregamentos em superfície (ou
até mesmo o alívio de cargas provocado por escavações) é de vital importância
no entendimento do comportamento de praticamente todas as obras de
engenharia geotécnica.
Princípio das tensões efetivas
Lembrando... o solo tem três fases: líquida, solida e gasosa.

Se desenvolvem em qualquer plano, serão


suportadas parte pelo esqueleto sólido e parte pela
Tensões normais fase fluída.

Em solos saturados teremos uma parcela da tensão


normal atuando nos contatos interpartículas e a
outra atuando como pressão na água dos vazios.
Princípio das tensões efetivas
Assim, a tensão total num plano será a soma da tensão efetiva, resultante das
forças transmitidas pelas partículas, e da pressão neutra, dando origem a uma
das relações mais importantes da Mecânica dos Solos, proposta por Terzaghi:

’=-u
Onde,  ’ é uma das componentes de tensão normal efetiva do solo,  é a
mesma componente de tensão em termos totais e u é a pressão neutra no
ponto considerado.
Princípio das tensões efetivas
O princípio das tensões efetivas - Postulado por Terzaghi, para o caso dos solos
saturados, o princípio das tensões efetivas o que governa o comportamento do
solo em termos de deformação e resistência ao cisalhamento, são:

Tensão total () Tensão neutra (u)

soma das tensões na fase denominada poropressão,


líquida e partículas sólidas é a pressão existente na
fase água do solo
Princípio das tensões efetivas

Em solos saturados, o que governa o


comportamento do solo em termos de
Tensão efetiva (‘) resistência e deformabilidade é a diferença
entre a tensão total e pressão neutra,
denominada então tensão efetiva.
Princípio das tensões efetivas
Resumindo...

Tensão transmitida pelo contato entre as


Tensão efetiva (‘)
partículas

Tensão neutra (u) Pressão na água dos poros

Tensão total () Soma das duas parcelas acima


Princípio das tensões efetivas
Caso particular:

Terreno horizontal e plano ou uniformemente inclinado, com constância


horizontal nas camadas (homogêneo) e ausência de cargas externas, as tensões
de cisalhamento nos planos horizontal e vertical são nulas.
Princípio das tensões efetivas
Terreno com inclinações diferentes
Cálculo das tensões geostáticas
É possível determinar ou prever as tensões, aplicadas ou desenvolvidas em
pontos do terreno, como resultado de um carregamento imposto, bem como as
tensões existentes no maciço devido ao seu peso próprio, isto é, as tensões
geostáticas.

Para a situação de terreno horizontal, não existem tensões cisalhantes atuando


nos planos vertical e horizontal (em outras palavras, os planos vertical e
horizontal são planos principais de tensão).

Portanto, a tensão vertical em qualquer profundidade é calculada simplesmente


considerando o peso de solo acima daquela profundidade.
Cálculo das tensões geostáticas
Assim, se o peso específico do solo é constante com a profundidade, a tensão
vertical total pode ser calculada simplesmente utilizando-se a equação abaixo,
onde z representa a distância do ponto considerado até a superfície do terreno.

Tensão efetiva
s'= gs. z
Cálculo das tensões geostáticas
A pressão neutra é calculada de modo semelhante.

Tensão neutra/poropressão Tensão total


u = gw. z s= gs. z+ gw. z
gw = 10 kN/m³
zé profundidade em relação a uma referência ou espessura da camada
Cálculo das tensões geostáticas
Quando o terreno é constituído de camadas estratificadas, o que é comum em
grande parte dos casos, ocorre uma variação dos pesos específicos ao longo da
profundidade e a tensão total normal resulta do somatório do efeito das
diversas camadas.
Cálculo das tensões geostáticas
Uso do peso específico submerso - Caso o nível de água esteja localizado na
superfície do terreno, o cálculo das tensões efetivas poderia ser simplificado
pelo uso do conceito de peso específico submerso, discutido na aula de índices
físicos; onde gsub é o peso específico do solo.

Tensão efetiva gsub = gsat − gw Para solo saturado

s'= gsub. z s'= gsat. z -gw. z


Cálculo das tensões geostáticas
Exemplo: Para o perfil de solo abaixo, calcular o tensão total, poropressão e
tensão efetiva no ponto A.
Cálculo das tensões geostáticas
Exemplo 1: Calcular as tensões verticais totais e efetivas nos pontos A a D do
perfil geotécnico.
Efeito da capilaridade
O movimento ascendente da água num
tubo capilar representa o fenômeno da
capilaridade.

Duas forças são responsáveis pela


capilaridade: (1) atração da água por
superfícies sólidas (adesão ou adsorção) e
(2) tensão superficial da água, que é em
grande parte devida à atração entre as
moléculas de água (coesão).
Efeito da capilaridade
Efeito da capilaridade
Exemplo 2: Calcular as tensões verticais totais e efetivas nos pontos A a D do
perfil geotécnico.
0,0 m

gd = 18 kN/m³

- 4,0 m
gSAT = 20 kN/m³
- 5,0 m

gSAT = 22 kN/m³

- 9,0 m
Tensões horizontais
As tensões geostáticas horizontais
existentes em um maciço de solo são
muito importantes no cálculo dos esforços
de solo sobre estruturas de contenção,
como os muros de arrimo, cortinas
atirantadas.

Estes esforços dependem em muito dos


movimentos relativos do solo, ocasionados
em função da instalação da estrutura de
contenção.
Tensões horizontais
Para o caso do solo em repouso (sem movimentação horizontal), devido ao peso
próprio ocorrem também tensões horizontais, que são uma parcela da tensão
vertical atuante:

Onde o coeficiente “k” é denominado de coeficiente de tensão lateral, que é


função do tipo de solo, da história de tensões.
Tensões horizontais
Valores típicos de K0 , em função do tipo de solo:
- Areia fofa 0,55
- Areia densa 0,40
- Argila de baixa plasticidade 0,50
- Argila de alta plasticidade 0,65

Razões empíricas para a determinação do K0:


Tensões horizontais
Exemplo 3: Determine a distribuição de tensão
total horizontal no perfil abaixo, até 10m de
profundidade.
Tensões horizontais
Exemplo 4: Calcular a distribuição de σ’v para o perfil abaixo.

Argila arenosa gd = 20 kN/m³ K0 = 0,5

Areia fina gd = 15 kN/m³


Medianamente compactada w= 60%
K0 = 0,3

Argila siltosa mole G= 2,0


e= 1,5 K0 = 0,6

Areia compacta gSAT = 22 kN/m³


K0 = 0,4
Rocha
Acréscimo de tensões nos solos
As cargas aplicadas na superfície de um terreno induzem tensões, com
consequentes deformações, no interior de uma massa de solo. Embora as
relações entre tensões induzidas e as deformações resultantes sejam
essencialmente não lineares, soluções baseadas na teoria da elasticidade são
comumente adotadas em aplicações práticas, respeitando-se as equações de
equilíbrio e compatibilidade.

As pressões produzidas por cargas aplicadas na superfície de um maciço


terroso são avaliadas, na hipótese de um “maciço semi-infinito, elástico,
isótropo e homogêneo”; conceitos que, a rigor, podem não ser verificados.
Acréscimo de tensões nos solos
As cargas transmitidas pelas estruturas se propagam para o interior dos
maciços e se distribuem nas diferentes profundidades.
Acréscimo de tensões nos solos
Acréscimo de tensões – Carga pontual
Boussinesq (1885) desenvolveu as equações para cálculo dos acréscimos de tensões efetivas vertical
(z), radial (r), tangencial (t) e de cisalhamento (trz), causadas pela aplicação de uma carga
concentrada pontual agindo perpendicularmente na superfície de um terreno, admitindo constante o
módulo de elasticidade do maciço.
Acréscimo de tensões – Carga pontual
Acréscimo de tensões – Carga pontual
Acréscimo de tensões – Carga pontual
Exemplo 4: Foi aplicado no perfil abaixo uma sobrecarga de 1500 kN na superfície do
terreno. Determine as tensões iniciais, os acréscimos de tensões devido à sobrecarga
e as tensões finais no ponto A. Admitindo μ = 0,5.
Acréscimo de tensões - Carga distribuída ao longo
de uma linha
A pressão vertical induzida z no ponto
(A), por uma carga uniformemente
distribuída p ao longo de uma linha na
superfície de um semi-espaço foram
obtidas por Melan e é dada pela
fórmula:
Acréscimo de tensões - Carga uniformemente
distribuída numa faixa
Em se tratando de uma placa retangular em que uma das dimensões
é muito maior que a outra, como por exemplo, no caso de sapatas
corridas, os esforços introduzidos na massa de solo podem ser
calculados por meio da formula desenvolvida por Terzaghi e
Carothers.

As curvas de igual pressão normal e tangencial


segundo Jürgenson, abaixo de um carregamento
retangular.
Acréscimo de tensões - Carga uniformemente
distribuída numa faixa
Podem ser determinadas de acordo com o esquema de carregamento e o ponto
onde se está calculando o acréscimo de tensão. As pressões num ponto (M)
situado a uma profundidade (Z), com o ângulo α em radianos, são dadas pelas
fórmulas abaixo.
Acréscimo de tensões - Carga distribuída sobre uma
placa circular
Para uma superfície flexível e circular de raio R, carregada uniformemente com
pressão P, o valor da pressão vertical z, abaixo do centro é dado pela fórmula de
Love.
Acréscimo de tensões - Carga distribuída sobre uma
placa circular
Para o cálculo do acréscimo de carga
no subsolo, para qualquer posição
que se queira, podemos obter para a
área carregada uniformemente com
pressão P, o valor da pressão vertical
z fornecida pelo gráfico.
Acréscimo de tensões – Placa retangular
Para o caso de uma área retangular de lados a e b uniformemente carregada, as
tensões em um ponto situado a uma profundidade z, na mesma vertical do vértice.
Acréscimo de tensões
Placa retangular

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