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Estatuto Da Pmerj PDF

Este documento estabelece as diretrizes gerais para a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, definindo a hierarquia, categorias, requisitos de ingresso e deveres dos policiais militares. Ele trata da estrutura hierárquica da corporação, das situações dos policiais como ativos, reformados ou na reserva, e dos requisitos para promoção entre postos e graduações.

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Este documento estabelece as diretrizes gerais para a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, definindo a hierarquia, categorias, requisitos de ingresso e deveres dos policiais militares. Ele trata da estrutura hierárquica da corporação, das situações dos policiais como ativos, reformados ou na reserva, e dos requisitos para promoção entre postos e graduações.

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ESTATUTO DOS POLICIAIS MILITARES

TÍTULO I
GENERALIDADES
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º - O presente Estatuto regula a situação, obrigações, deveres, direitos e prerrogativas


dos policiais militares do Estado do Rio de Janeiro.

Art. 2º - A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, subordinada ao Secretário de Estado


de Segurança Pública, é uma instituição permanente, organizada com base na hierarquia e
na disciplina, destinada à manutenção da ordem pública no Estado do Rio de Janeiro, sendo
considerada Força Auxiliar, reserva do Exército.

Art. 3º Os integrantes da Polícia Militar, em razão de sua destinação constitucional, formam


uma categoria especial de servidores do Estado e são denominados policiais militares.

§ 1º - Os policiais militares encontram-se em uma das seguintes situações:

1. na ativa:
a) os policiais militares de carreira;

b) os temporários, incorporados à Polícia Militar para prestação de serviço militar


voluntário, durante os prazos previstos na legislação que trata do serviço policial militar
temporário voluntário;

c) os componentes da reserva remunerada da Polícia Militar, quando convocados; e


d) os alunos de órgãos de formação de policiais militares da ativa.

2. na inatividade:
a) na reserva remunerada, quando pertencem à reserva da Corporação e percebem
remuneração do Estado, porém sujeitos, ainda, à prestação de serviço na ativa, mediante
convocação;
b) reformados, quando, tendo passado por uma das situações anteriores, estão dispensados,
definitivamente, da prestação de serviço na ativa, mas continuam a perceber remuneração
do Estado.
c) reserva remunerada e, excepcionalmente, os reformados, executando tarefa por tempo
certo. (NR)

§ 2º - Os policiais militares de carreira são os da ativa que, no desempenho voluntário e


permanente do serviço policial militar, têm vitaliciedade assegurada ou presumida.

§ 3º Os militares temporários não adquirem estabilidade ou vitaliciedade e, após serem


desligados do serviço ativo, passam a se sujeitar à Lei do Serviço Militar, conforme o grau
de instrução recebido.

Art. 4º - O serviço policial militar consiste no exercício de atividades inerentes à Polícia


Militar e compreende todos os encargos previstos na legislação específica, relacionados com
a manutenção da ordem pública.

Art. 5º - A carreira policial militar é caracterizada por atividade continuada e inteiramente


devotada às finalidades precípuas da Polícia Militar, denominada atividade policial militar.

§ 1º - A carreira policial militar é privativa do pessoal da ativa; inicia-se com o ingresso na


Polícia Militar e obedece à sequência de graus hierárquicos.

§ 2º - É privativa de brasileiro nato a carreira de Oficial da Polícia Militar.

§ 3º - Constitui requisito indispensável para ingresso no Quadro de Oficiais Policiais


Militares a conclusão do Curso da Escola de Formação de Oficiais da Corporação.

Art. 6º - São equivalentes as expressões na ativa, em serviço ativo, em serviço na ativa, em


serviço, em atividade ou em atividade policial militar conferidas aos policiais militares no
desempenho de cargo, comissão, encargo, incumbência ou missão, serviço ou atividade
policial militar ou considerada de natureza policial militar nas organizações policiais
militares, bem como em outros órgãos do Estado, quando previstos em lei ou regulamento.

Art. 7º - A condição jurídica dos policiais militares é definida pelos dispositivos


constitucionais que lhes forem aplicáveis, por este Estatuto e pela legislação que lhes
outorgam direitos e prerrogativas e lhes impõem deveres e obrigações.

Art. 8º - Os policiais militares da reserva remunerada poderão ser convocados para o serviço
ativo, em caráter transitório e mediante aceitação voluntária, por ato do Governador do
Estado, desde que haja conveniência para o serviço.

Art. 9º - O disposto neste Estatuto aplica-se no que couber, aos policiais militares
reformados, da reserva remunerada e aos capelães policiais militares.

Parágrafo único - Os Capelães policiais militares são regidos por legislação própria.

CAPÍTULO II
DO INGRESSO NA POLÍCIA MILITAR

Art. 10 - O ingresso na Polícia Militar é facultado a todos os brasileiros natos, sem distinção
de raça ou de crença religiosa, mediante inclusão, matrícula ou nomeação, observadas as
condições prescritas neste Estatuto, em lei e nos regulamentos da Corporação.

Art. 11 - Para a matrícula nos estabelecimentos de ensino policial militar, destinados à


formação de oficiais, de graduados e de soldados, além das condições relativas à
nacionalidade, idade, aptidão intelectual, capacidade física e mental e idoneidade moral, é
necessário que o candidato não exerça, nem tenha exercido, atividades prejudiciais ou
perigosas à Segurança Nacional.

§ 1º - O disposto no caput deste artigo e no art. 10 desta Lei aplica-se aos candidatos ao
ingresso nos Quadros de Oficiais em que é também exigido o diploma de estabelecimentos
de ensino superior reconhecido pelo Governo Federal e aos Capelães Policiais Militares.

§ 2º – Para ingresso no Curso de Formação de Oficiais da Polícia Militar – CFO – QOPM,


além dos requisitos do caput deste artigo e do art. 10 desta Lei, é exigido o título de bacharel
em Direito, obtido em estabelecimento reconhecido pelo sistema de ensino federal, estadual
ou do Distrito Federal.

CAPÍTULO III
DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA

Art. 12 - A hierarquia e a disciplina são a base institucional da Polícia Militar. A autoridade e


a responsabilidade crescem com o grau hierárquico.

§ 1º - A hierarquia policial militar é a ordenação da autoridade em níveis diferentes, dentro


da estrutura da Polícia Militar. A ordenação se faz por postos ou graduações; dentro de um
mesmo posto ou de uma mesma graduação se faz pela antiguidade no posto ou na
graduação. O respeito à hierarquia é consubstanciado no espírito de acatamento à sequência
de autoridade.

§ 2º - Disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos,


normas e disposições que fundamentam o organismo policial militar e coordenam seu
funcionamento regular e harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por
parte de todos e de cada um dos componentes desse organismo.

§ 3º - A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos em todas as circunstâncias


da vida, entre policiais militares da ativa, da reserva remunerada e reformados.

Art. 13 - Círculos hierárquicos são âmbitos de convivência entre os policiais militares da


mesma categoria e têm a finalidade de desenvolver o espírito de camaradagem em ambiente
de estima e confiança, sem prejuízo do respeito mútuo.

Art. 14 - Os círculos hierárquicos e a escala hierárquica na Polícia Militar são fixados no


Quadro e parágrafo seguintes:

CÍRCULOS DE OFICIAIS POSTOS


Superiores Coronel PM
Tenente Coronel PM
Major PM

Intermediários Capitão PM

Subalternos Primeiro Tenente PM


Segundo Tenente PM

CÍRCULO DE PRAÇAS GRADUAÇÕES


Subtenentes e Sargentos Subtenente PM
Primeiro Sargento PM
Segundo Sargento PM
Terceiro Sargento PM

Cabos e Soldados Cabo PM

Cabo PM
Soldado PM de 1ª Classe
Soldado PM de 2ª Classe
Soldado PM - Classe A
Soldado PM - Classe B
Soldado PM - Classe C

PRAÇAS ESPECIAIS
Frequentam o Círculo de Aspirante a Oficial PM
Oficiais Subalternos

Excepcionalmente ou em reuniões Aluno Oficial PM


sociais têm acesso ao Círculo de Oficiais

§ 1º - Posto é o grau hierárquico do oficial, conferido por ato do Governador do Estado e


confirmado em Carta Patente.
§ 2º - Graduação é o grau hierárquico da praça, conferido pelo Comandante Geral da Polícia
Militar.

§ 3º - Os Aspirantes a Oficial PM e os Alunos Oficiais PM são denominados praças


especiais.

§ 5º - A inclusão do Soldado PM dar-se-á sempre na Classe C de sua graduação; se não for


aprovado no Curso de Formação de Soldados, será excluído da Corporação, por
conveniência do serviço e inaptidão para a carreira policial militar; se for aprovado,
permanecerá nessa Classe durante os 5 (cinco) primeiros anos de serviço efetivo na
Corporação.

§ 6º - Decorrido o prazo de 5 (cinco) anos, o Soldado PM - Classe C terá declarado seu


acesso à Classe B, na qual permanecerá até completar mais 10 (dez) anos de serviço efetivo
findos os quais será incluído na Classe A, até sua promoção ou exclusão.

§ 7º - Além das condições precedentes para o acesso de Classes, outras poderão ser
estabelecidas por Decreto do Governador do Estado.

§ 8º - Os graus hierárquicos inicial e final dos diversos Quadros e Qualificações são fixados,
separadamente, para cada caso, em lei especial.

§ 9º - Sempre que o policial militar da reserva remunerada ou reformado fizer uso do posto
ou graduação, deverá fazê-lo com as abreviaturas indicativas de sua situação.

Art. 15 - A precedência entre policiais militares da ativa, do mesmo grau hierárquico, é


assegurada pela antiguidade no posto ou na graduação, salvo nos casos de precedência
funcional estabelecida em lei ou regulamento.

§ 1º - A antiguidade em cada posto ou graduação é contada a partir da data da assinatura do


ato da respectiva promoção, nomeação, declaração ou inclusão, salvo quando estiver
taxativamente fixada outra data.
§ 2º - No caso de ser igual a antiguidade, referida no parágrafo anterior, a antiguidade é
estabelecida:
1 - entre policiais militares do mesmo Quadro, pela posição nas respectivas escalas
numéricas ou registro existentes na Corporação, na conformidade do art. 17;
2 - nos demais casos, pela antiguidade no posto ou na graduação anterior; se, ainda assim,
subsistir a igualdade, recorrer-se-á, sucessivamente, aos graus hierárquicos anteriores, à data
de inclusão e à data de nascimento para definir a precedência e, neste último caso, o mais
velho será considerado mais antigo;
3 - na existência de mais de uma data de inclusão, prevalece a antiguidade do policial militar
que tiver maior tempo de efetivo serviço prestado na Corporação; e
4 - entre os alunos de um mesmo órgão de formação de policiais militares, de acordo com o
regulamento do respectivo órgão, se não estiverem especificamente enquadrados nos itens 1,
2 e 3.

§ 4º - Em igualdade de posto ou de graduação, a precedência entre policiais militares de


carreira na ativa e os da reserva remunerada que estiverem convocados é definida pelo
tempo de efetivo serviço no posto ou graduação.

§ 5º - Nos casos de nomeações simultâneas resultantes de concurso, a precedência será


estabelecida pela ordem de classificação final dos candidatos.

Art. 16 - A precedência entre as praças especiais e as demais praças é assim regulada:


I - Os Aspirantes a Oficial PM são hierarquicamente superiores às demais praças;
II - Os Alunos Oficiais PM são hierarquicamente superiores aos subtenentes PM.

Art. 17 - A Polícia Militar manterá registros de todos os dados referentes ao seu pessoal da
ativa e da reserva remunerada, dentro das respectivas escalas numéricas, segundo as
instruções baixadas pelo Comandante Geral da Corporação.

Art. 18 - Os Alunos Oficiais PM são declarados Aspirantes a Oficial PM, ao final do curso
da Escola de Formação de Oficiais, pelo Comandante Geral da Polícia Militar, na forma
especificada em seu regulamento.

CAPÍTULO IV
DO CARGO E DA FUNÇÃO POLICIAIS MILITARES

Art. 19 - Cargo policial militar é um conjunto de atribuições, deveres e responsabilidades


cometidos a um policial militar em serviço ativo.

§ 1º - O cargo policial militar a que se refere este artigo é o que se encontra especificado nos
Quadros de Organização ou previsto, caracterizado ou definido como tal em outras
disposições legais.

§ 2º - As obrigações inerentes ao cargo policial militar devem ser compatíveis com o


correspondente grau hierárquico e definidas em legislação ou regulamentação própria.

Art. 20 - Os cargos policiais militares são providos com pessoal que satisfaça aos requisitos
de grau hierárquico e de qualificação exigidos para o seu desempenho.

Parágrafo único - O provimento de cargo policial militar se fará por ato de nomeação ou
determinação expressa de autoridade competente.

Art. 21 - O cargo policial militar é considerado vago a partir de sua criação e até que um
policial militar nele tome posse, ou desde o momento em que o policial militar exonerado,
ou que tenha recebido determinação expressa de autoridade competente, o deixe e até que
outro policial militar nele tome posse, de acordo com as normas de provimento previstas no
parágrafo único do artigo anterior.

Parágrafo único - Consideram-se também vagos os cargos policiais militares cujos


ocupantes tenham:
1 - falecido;
2 - sido considerados extraviados; e
3 - sido considerados desertores.
Art. 22 - Função policial militar é o exercício das obrigações inerentes ao cargo policial
militar.

Art. 23 - Dentro de uma mesma organização policial militar, a sequência de substituições


para assumir ou responder por funções, bem como as normas, atribuições e
responsabilidades relativas, são as estabelecidas na legislação ou regulamentação próprias,
respeitadas a precedência e qualificações exigidas para o cargo ou o exercício da função.

Art. 24 - O policial militar ocupante de cargo provido em caráter efetivo ou interino, de


acordo com o parágrafo único do art. 20, faz jus aos direitos correspondentes ao cargo,
conforme previsto em dispositivo legal.

Art. 25 - As obrigações que, pela generalidade, peculiaridade, duração, vulto ou natureza,


não são catalogadas como posições tituladas em Quadro de Organização ou dispositivo
legal, são cumpridas como Encargo, Incumbência, Comissão, Serviço ou Atividade policial
militar ou de natureza policial militar.

Parágrafo único - Aplica-se, no que couber, ao Encargo, Incumbência, Comissão, Serviço ou


Atividade policial militar ou de natureza policial militar, o disposto neste Capítulo para
Cargo Policial Militar.

TÍTULO II
DAS OBRIGAÇÕES E DOS DEVERES POLICIAIS MILITARES
CAPÍTULO I
DAS OBRIGAÇÕES POLICIAIS MILITARES
Seção I
Do Valor Policial Militar

Art. 26 - São manifestações essenciais do valor policial militar:


I - o patriotismo, traduzido pela vontade inabalável de cumprir o dever policial militar e
pelo solene juramento de fidelidade Pátria e integral devotamento à manutenção da ordem
pública, até com o sacrifício da própria vida;
II - o civismo e o culto das tradições históricas;
III - a fé na elevada missão da Polícia Militar;
IV - o espírito de corpo, orgulho do policial militar pela organização onde serve;
V - o amor à profissão policial militar e o entusiasmo com que é exercida; e
VI - o aprimoramento técnico-profissional.

Seção II
Da Ética Policial Militar

Art. 27 - O sentimento do dever, o pundonor policial militar e o decoro da classe impõem, a


cada um dos integrantes da Polícia Militar, conduta moral e profissional irrepreensíveis,
com observância dos seguintes preceitos da ética policial militar:
I - amar a verdade e a responsabilidade como fundamento de dignidade pessoal;
II - exercer com autoridade, eficiência e probidade as funções que lhe couberem em
decorrência do cargo;
III - respeitar a dignidade da pessoa humana;
IV - cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instruções e as ordens das
autoridades competentes;
V - ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação do mérito dos
subordinados;
VI - zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual e físico e, também, pelo dos subordinados,
tendo em vista o cumprimento da missão comum;
VII - empregar todas as suas energias em benefício do serviço;
VIII - praticar a camaradagem e desenvolver permanentemente o espírito de cooperação;
IX - ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua linguagem escrita e falada;
X - abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de matéria sigilosa de qualquer natureza;
XI - acatar as autoridades civis;
XII - cumprir seus deveres de cidadão;
XIII - proceder de maneira ilibada na vida pública e na particular;
XIV - observar as normas da boa educação;
XV - garantir assistência moral e material ao seu lar e conduzir-se como chefe de família
modelar;
XVI - conduzir-se, mesmo fora do serviço ou quando já na inatividade, de modo que não
sejam prejudicados os princípios da disciplina, no respeito e do decoro policial militar;
XVII - abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para obter facilidades pessoais de
qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros;
XVIII - abster-se, na inatividade, do uso das designações hierárquicas:
1 - em atividades político-partidárias;
2 - em atividades comerciais;
3 - em atividades industriais;
4 - para discutir ou provocar discussões pela imprensa a respeito de assuntos políticos ou
policiais militares, excetuando-se os de natureza exclusivamente técnica, se devidamente
autorizado; e
5 - no exercício de cargo ou função de natureza não policial militar, mesmo que seja da
Administração Pública; e
XIX - zelar pelo nome da Polícia Militar e de cada um dos seus integrantes, obedecendo e
fazendo obedecer os preceitos da ética policial militar.

Art. 28 - Ao policial militar da ativa é vedado comerciar ou tomar parte da administração ou


gerência de sociedade ou dela ser sócio ou participar, exceto como acionista ou quotista em
sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada.

§ 1º - Os policiais militares na reserva remunerada, quando convocados, ficam proibidos de


tratar, nas organizações policiais militares e nas repartições públicas civis, dos interesses de
organizações ou empresas privadas de qualquer natureza.

§ 2º - Os policiais militares da ativa podem exercer, diretamente, a gestão de seus bens,


desde que não infrinjam o disposto no presente artigo.

§ 3º - No intuito de desenvolver a prática profissional dos integrantes do Quadro de Oficiais


de Saúde, é-lhes permitido o exercício de atividade técnico-profissional, no meio civil,
desde que tal prática não prejudique o serviço e não infrinja o disposto neste artigo.

Art. 29 - O comandante Geral da Polícia Militar poderá determinar aos policiais militares da
ativa que, no interesse da salvaguarda da dignidade dos mesmos, informem sobre a origem e
natureza dos seus bens, sempre que houver razões que recomendem tal medida.

CAPÍTULO II
DOS DEVERES POLICIAIS MILITARES
Seção I
Conceituação

Art. 30 - Os deveres policiais militares emanam de um conjunto de vínculos racionais, bem


como morais, que ligam o policial militar à Pátria, à comunidade estadual e à sua segurança
e compreendem, essencialmente:
I - A dedicação integral ao serviço policial militar, salvo as exceções previstas em Lei, e a
fidelidade à Pátria e à instituição a que pertence, mesmo com sacrifício da própria vida.
II - o culto aos símbolos nacionais;
III - a probidade e a lealdade em todas as circunstâncias;
IV - a disciplina e o respeito à hierarquia;
V - o rigoroso cumprimento das obrigações e ordens; e
VI - a obrigação de tratar o subordinado dignamente e com urbanidade.

Seção II
Do Compromisso Policial Militar

Art. 31 - Todo cidadão, após ingressar na Polícia Militar mediante inclusão, matrícula ou
nomeação, prestará compromisso de honra, no qual firmará a sua aceitação consciente das
obrigações e dos deveres policiais militares e manifestará a sua firme disposição de bem
cumpri-los.

Art. 32 - O compromisso a que se refere o artigo anterior terá caráter solene e será sempre
prestado sob a forma de juramento à Bandeira e na presença de tropa formada, tão logo o
policial militar tenha adquirido um grau de instrução compatível com o perfeito
entendimento de seus deveres como integrante da Polícia Militar, conforme os seguintes
dizeres: Ao ingressar na Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, prometo regular a
minha conduta pelos preceitos da moral, cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a
que estiver subordinado e dedicar-me inteiramente ao serviço da Pátria, ao serviço policial
militar, à manutenção da ordem pública e à segurança da comunidade, mesmo com o
sacrifício da própria vida.

§ 1º - O compromisso do Aspirante a Oficial PM será prestado no estabelecimento de


formação de Oficiais, de acordo com o cerimonial constante do regulamento daquele
estabelecimento de ensino. Esse compromisso obedecerá os seguintes dizeres: Ao ser
declarado Aspirante a Oficial da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro assumo o
compromisso de cumprir rigorosamente as ordens legais das autoridades a que estiver
subordinado e dedicar-me inteiramente ao serviço da Pátria, à manutenção da ordem pública
e à segurança da comunidade, mesmo com o sacrifício da própria vida.

§ 2º - Ao ser promovido ou nomeado ao primeiro posto, o Oficial PM prestará o


compromisso de Oficial, em solenidade especialmente programada, de acordo com os
seguintes dizeres: Perante a Bandeira do Brasil e pela minha honra, prometo cumprir os
deveres de oficial da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, e dedicar-me inteiramente
ao seu serviço.

Seção III
Do Comando e da Subordinação

Art. 33 - Comando é a soma de autoridade, deveres e responsabilidades de que o policial


militar é investido legalmente, quando conduz homens ou dirige uma organização policial
militar. O Comando é vinculado ao grau hierárquico e constitui uma prerrogativa impessoal,
em cujo exercício o policial militar se define e se caracteriza como Chefe.

Parágrafo único - Aplica-se à Direção e à Chefia de Organização Policial Militar, no que


couber, o estabelecido para o Comando.

Art. 34 - A subordinação não afeta, de modo algum, a dignidade pessoal do policial militar e
decorre, exclusivamente, da estrutura hierarquizada da Polícia Militar.

Art. 35 - O Oficial é preparado, ao longo da carreira, para o exercício de funções de


Comando, de Chefia e de Direção.

Art. 36 - Os Subtenentes e Sargentos auxiliam e complementam as atividades dos Oficiais,


quer no adestramento e no emprego dos meios, quer na instrução e na administração;
deverão ser empregados na execução de atividades de policiamento ostensivo peculiares à
Polícia Militar.

Parágrafo único - No exercício das atividades mencionadas neste artigo e no comando de


elementos subordinados, os subtenentes e sargentos deverão impor-se pela lealdade, pelo
exemplo e pela capacidade profissional e técnica, incumbindo-lhes assegurar a observância
minuciosa e ininterrupta das ordens, das regras do serviço e das normas operativas, pelas
praças que lhe estiverem diretamente subordinadas e a manutenção da coesão e do moral
das mesmas praças em todas as circunstâncias.

Art. 37 - Os Cabos e Soldados são, essencialmente, os elementos de execução.

Art. 38 - Às praças especiais cabe a rigorosa observância das prescrições dos regulamentos
que lhes são pertinentes, exigindo-se-lhes inteira dedicação ao estudo e ao aprendizado
técnico-profissional.

Art. 39 - Cabe ao policial militar a responsabilidade integral pelas decisões que tomar, pelas
ordens que emitir e pelos atos que praticar.

CAPÍTULO III
DA VIOLAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES E DOS DEVERES
Seção I
Conceituação

Art. 40 - A violação das obrigações ou dos deveres policiais militares constituirá crime,
contravenção ou transgressão disciplinar, conforme dispuserem a legislação ou
regulamentação específicas ou peculiares.

§ 1º - A violação dos preceitos da ética policial militar será tão mais grave quanto elevado
for o grau hierárquico de quem a cometer.

§ 2º - No concurso de crime militar e de contravenção ou de transgressão disciplinar,


quando forem da mesma natureza, será aplicada somente a pena relativa ao crime.

Art. 41 - A inobservância dos deveres especificados nas leis e regulamentos ou a falta de


exação no cumprimento dos mesmos, acarreta para o policial militar responsabilidade
funcional, pecuniária, disciplinar ou penal, consoante a legislação específica ou peculiar.

Parágrafo único - A apuração da responsabilidade funcional, pecuniária, disciplinar ou penal


poderá concluir pela incompatibilidade do policial militar com o cargo ou pela incapacidade
para o exercício das funções policiais militares a ele inerentes.

Art. 42 - O policial militar que, por sua atuação, se tornar incompatível com o cargo ou
demonstrar incapacidade no exercício de funções policiais militares a ele inerentes, será
afastado do cargo.

§ 1º - São competentes para determinar o imediato afastamento do cargo ou impedimento do


exercício da função:
1 - o Governador do Estado;
2 - o Secretário de Estado de Segurança Pública;
3 - o Comandante Geral da Polícia Militar; e
4 - os Comandantes, os Chefes e os Diretores, na conformidade da legislação ou
regulamentação da Corporação.

§ 2º - O policial militar afastado do cargo, nas condições mencionadas neste artigo, ficará
privado do exercício de qualquer função policial militar, até a solução do processo ou das
providências legais cabíveis.

Art. 42 A – O policial militar que responder por malversação, alcance de dinheiro ou valores
públicos ou outra infração de que possa resultar demissão, licenciamento ex offício ou
exclusão, poderá ser suspenso preventivamente, a qualquer tempo, a critério da autoridade
que determinar a abertura da respectiva apuração, até decisão final do processo.

§ 2º - A suspensão preventiva de que trata este artigo é medida acautelatória e não constitui
pena.

Art. 43 - São proibidas quaisquer manifestações, tanto sobre atos superiores, quanto as de
caráter reivindicatórios ou político.

Seção II
Dos Crimes Militares

Art. 44 - O Código Penal Militar (CPM) relaciona e classifica os crimes militares, em tempo
de paz e em tempo de guerra e dispõe sobre a aplicação aos militares das penas
correspondentes aos crimes por eles cometidos, aplicando-se no que couber, aos integrantes
da Polícia Militar, as disposições estabelecidas no referido CPM.

Parágrafo único - Compete ao Tribunal estadual competente processar e julgar os policiais


militares em segunda instância, nos crimes definidos em lei como militares.

Seção III
Das transgressões Disciplinares

Art. 45 - O Regulamento Disciplinar da Polícia Militar especificará e classificará as


transgressões disciplinares e estabelecerá as normas relativas à amplitude e aplicação das
penas disciplinares, à classificação do comportamento policial militar e à interposição de
recursos contra as penas disciplinares.

§ 1º - Ao Aluno Oficial PM aplicam-se, também, as disposições disciplinares previstas no


estabelecimento de ensino onde estiver matriculado.

§ 2º - As penas disciplinares de detenção ou prisão não podem ultrapassar a trinta dias.

Seção IV
Dos Conselhos de Justificação e Disciplina
Art. 46 - O Oficial presumivelmente incapaz de permanecer como policial militar da ativa
será submetido a Conselho de Justificação, na forma da legislação própria.

§ 1º - O Oficial, ao ser submetido a Conselho de Justificação, será afastado do exercício de


suas funções, a critério do Comandante Geral da Polícia Militar, conforme estabelecido em
legislação própria.

§ 2º - O Tribunal estadual competente julgará os processos oriundos dos Conselhos de


Justificação, na forma estabelecida em lei.

§ 3º - A Conselho de Justificação poderá ser submetido o Oficial da reserva remunerada ou


reformado, presumivelmente incapaz de permanecer na situação de inatividade em que se
encontra.

Art. 47 - O Aspirante a Oficial PM, bem como as praças com estabilidade assegurada,
presumivelmente incapazes de permanecerem como policiais militares da ativa, serão
submetidos a Conselho de Disciplina e afastados das atividades que estiverem exercendo, na
forma da regulamentação própria.

§ 1º - Compete ao Comandante Geral da Polícia Militar julgar, em última instância, os


processos oriundos dos Conselhos de Disciplina convocados no âmbito da Corporação.

§ 2º - A conselho de Disciplina poderá, também, ser submetida a praça na reserva


remunerada ou reformada, presumivelmente incapaz de permanecer na situação de
inatividade em que se encontra.

TÍTULO III
DOS DIREITOS E DAS PRERROGATIVAS DOS POLICIAIS MILITARES
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS
Seção I
Enumeração
Art. 48 - São direitos dos policiais militares:
I - a garantia da patente, em toda a sua plenitude, com as vantagens, prerrogativas e deveres
a ela inerentes, quando oficial, nos termos da legislação específica;
II - a percepção de remuneração correspondente ao grau hierárquico superior ou melhoria da
mesma quando, ao ser transferido para a inatividade, contar mais de 30 (trinta) anos de
serviço e nos casos previstos no item 1 do inciso II e no inciso III, do art. 96;

II - a percepção de remuneração correspondente ao grau hierárquico superior ou melhoria da


mesma, quando, ao ser transferido para a inatividade contar mais de 30 (trinta) anos de
serviço ou nos casos previstos nos incisos II, III e IV do art. 96, sendo que, em todos estes,
terá direito à percepção integral do adicional de inatividade.

III - a remuneração calculada com base no soldo integral do posto ou graduação quando,
não contando 30 (trinta) anos de serviço, for transferido para a reserva remunerada ex-
officio, por ter atingido ou a idade limite de permanência na Corporação ou o tempo de
permanência no posto ou, ainda, ter sido abrangido pela quota compulsória.

IV - nas condições ou nas limitações impostas na legislação e regulamentação própria:


1 - a estabilidade, quando praça com 10 (dez) ou mais anos de tempo de efetivo serviço;
2 - o uso das designações hierárquicas;
3 - a ocupação de cargo correspondente ao posto ou à graduação;
4 - a percepção de remuneração;
5 - a assistência médico-hospitalar para si e seus dependentes, assim entendida como o
conjunto de atividades relacionadas com a prevenção, conservação ou recuperação da saúde,
abrangendo serviços profissionais médicos, farmacêuticos e odontológicos, bem como o
fornecimento, a aplicação de meios e os cuidados e demais atos médicos e paramédicos
necessários;
6 - o funeral para si e seus dependentes constituindo-se no conjunto de medidas tomadas
pelo Estado, quando solicitado, desde o óbito até o sepultamento condigno;
7 - a alimentação, assim entendida como as refeições fornecidas aos policiais militares em
atividade;
8 - o fardamento, constituindo-se no conjunto de uniformes, roupa branca e de cama,
fornecidos ao policial militar na ativa de graduação inferior a 3º Sargento e, em casos
especiais, a outros policiais militares;
9 - a moradia para o policial militar em atividade, compreendendo:
a) alojamento, em organização policial militar, quando aquartelado; e
b) habitação para si e seus dependentes, em imóvel sob a responsabilidade do Estado, de
acordo com a disponibilidade existente;
10 - o transporte, assim entendido como os meios fornecidos ao policial militar para seu
deslocamento, por interesse do serviço quando o deslocamento implicar em mudança de
sede ou de moradia; compreende também as passagens para seus dependentes e a translação
das respectivas bagagens, de residência a residência;
11 - a constituição de pensão policial militar;
12 - a promoção;
13 - a transferência a pedido para a reserva remunerada;
14 - as férias, os afastamentos temporários dos serviços e as licenças;
15 - a demissão e o licenciamento voluntários;
16 - o porte de arma, quando oficial em serviço ativo ou em inatividade, salvo o caso de
inatividade por alienação mental ou condenação por crimes contra a segurança do Estado ou
por atividades que desaconselhem aquele porte;
17 - o porte de arma, pelas praças, com as restrições impostas pela Polícia Militar;
18 assistência judiciária quando for praticada a infração penal no exercício da função
policial militar ou em razão dela, conforme estabelecer a regulamentação especial; e
19 - outros direitos previstos em legislação específica ou peculiar.

V - Jornada de 6 (seis) horas para o trabalho em turnos ininterruptos de revezamento;

VI - A duração do trabalho normal não superior a 8 (oito) horas diárias e 40 (quarenta) horas
semanais;

VII - A remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento


à do normal.
§ 1º - A percepção da remuneração correspondente ao grau hierárquico superior ou melhoria
da mesma, de que trata o inciso II deste artigo, obedecerá ao seguinte:
1 - o oficial que contar mais de 30 (trinta) anos de serviço, após o ingresso na inatividade,
terá seus proventos calculados sobre o soldo correspondente ao posto imediato, se existir na
Polícia Militar posto superior ao seu, mesmo que de outro Quadro; se ocupante do último
posto da hierarquia da Corporação, o oficial terá os proventos calculados, tomando-se por
base o soldo do seu próprio posto acrescido de percentual fixado em legislação própria.
2 - os Subtenentes, quando transferidos para a inatividade, terão os proventos calculados
sobre o soldo correspondente ao posto de Segundo Tenente PM, desde que contem mais de
30 (trinta) anos de serviço; e
3 - as demais praças que contem mais de 30 (trinta) anos de serviço, ao serem transferidas
para a inatividade, terão os proventos calculados sobre o soldo correspondente à graduação
imediatamente superior.

§ 2º - São considerados dependentes do policial militar:


1 - a esposa
2 - o filho menor de 21 (vinte e um) anos, ou inválido ou interdito;
3 - a filha solteira, desde que não receba remuneração;
4 - o filho estudante, menor de 24 (vinte e quatro) anos, desde que não receba remuneração;
5 - a mãe viúva, desde que não receba remuneração;
6 - o enteado, o filho adotivo e o tutela, nas mesmas condições dos itens 2, 3 e 4;
7 - a viúva do policial militar, enquanto permanecer neste estado, e os demais dependentes
mencionados nos itens 2, 3, 4, 5 e 6 deste parágrafo, desde que vivam sob a
responsabilidade da viúva; e
8 - a ex-esposa, com direito a pensão alimentícia estabelecida por sentença transitada em
julgado, enquanto não contrair novo matrimônio.
9 - a(o) companheira(o), nos termos da legislação em vigor; que viva sob sua exclusiva
dependência econômica, comprovada a união estável mediante procedimento administrativo
de justificação.

§ 3º - São ainda considerados dependentes do policial militar, desde que vivam sob sua
dependência econômica, sob o mesmo teto e quando expressamente declarados na
organização policial militar competente:
1 - a filha, a enteada e a tutelada, quer viúvas, separadas judicialmente ou divorciadas, desde
que não recebam remuneração;
2 - a mãe solteira, a madrasta viúva, a sogra viúva ou solteira, bem como separadas
judicialmente ou divorciadas, desde que, em qualquer dessas situações, não recebam
remuneração;
3 - os avós e os pais, quando inválidos ou interditos, e respectivos cônjuges, estes desde que
não recebam remuneração;
4 - o pai maior de 60 (sessenta) anos e seu respectivo cônjuge, desde que ambos não
recebam remuneração;
5 - o irmão, o cunha e o sobrinho, quando menores, ou inválidos ou interditos sem outro
arrimo;
6 - a irmã, a cunhada e a sobrinha solteiras, viúvas, separadas judicialmente ou divorciadas,
desde que não recebam remuneração;
7 - o neto, órgão, menor inválido ou interdito;
8 - a pessoa que viva no mínimo há cinco anos sob a sua exclusiva dependência econômica,
comprovada mediante procedimento administrativo de justificação;
10 - o menor que esteja sob sua guarda, sustento e responsabilidade, mediante autorização
judicial.

§ 4º - Para efeito do disposto nos §§ 2º e 3º deste artigo, não serão considerados como
remuneração os rendimentos não provenientes do trabalho assalariado, ainda que recebidos
dos cofres públicos, ou a remuneração que, mesmo resultante de relação de trabalho, não
enseje ao dependente do policial militar qualquer direito à assistência previdenciária oficial.

Art. 49 - O policial militar que se julgar prejudicado ou ofendido por qualquer ato
administrativo ou disciplinar de superior hierárquico poderá recorrer ou interpor pedido de
reconsideração, queixa ou representação, segundo legislação vigente na Corporação.

§ 1º - O direito de recorrer na esfera administrativa prescreverá:


1 - em 15 (quinze) dias corridos, a contar do recebimento da comunicação oficial, quanto a
ato que decorra da inclusão em quota compulsória ou de composição de Quadro de Acesso;
e
2 - em 120 (cento e vinte) dias corridos, nos demais casos.

§ 2º - O pedido de reconsideração, a queixa e a representação não podem ser feitos


coletivamente.

§ 3º - O policial militar só poderá recorrer ao Judiciário após esgotados ou recursos


administrativos e deverá participar esta iniciativa antecipadamente à autoridade à qual
estiver subordinado.

Art. 50 - Os policiais militares são alistáveis, como eleitores, desde que oficiais, aspirantes-
a-oficial, alunos oficiais, subtenentes e sargentos.

Parágrafo único - Os policiais militares alistáveis são elegíveis, atendidas as seguintes


condições:
1 - se contarem menos de 5 (cinco) anos de serviço serão, ao se candidatarem a cargo
eletivo, excluídos do serviço ativo, mediante demissão ou licenciamento ex-officio; e
2 - se em atividade, com 5(cinco) ou mais anos de serviço, ao se candidatarem a cargo
eletivo, serão afastados, temporariamente, do serviço ativo e agregados, considerados em
licença para tratar de interesse particular, se eleitos, serão, no ato da diplomação transferidos
para a reserva remunerada, percebendo a remuneração a que fizerem jus, em função do
tempo de serviço.

Seção II
Da Remuneração

Art. 51 - A remuneração dos policiais militares, devida com bases estabelecidas em


legislação própria, compreende:
I - na ativa:
1 - vencimentos, constituídos de soldo e gratificações; e
2 - indenizações; e
II - na inatividade:
1 - proventos, constituídos de soldo ou quotas de soldo e gratificações incorporáveis; e
2 - indenizações na inatividade.

Parágrafo único - O policial militar fará jus, ainda, a outros direitos pecuniários em casos
especiais.

Art. 52 - O soldo é irredutível e não está sujeito a penhora, sequestro ou arresto, exceto nos
casos previstos em lei.

Art. 53 - O valor do soldo é igual para o policial militar da ativa, da reserva remunerado ou
reformado, de um mesmo grau hierárquico, ressalvado o disposto no inciso II do caput do
art. 48.

Art. 54 - Por ocasião de sua passagem para a inatividade, o policial militar terá direito a
tantas quotas do soldo quantos forem os anos de serviço, computáveis para a inatividade, até
o máximo de 30 (trinta) anos, ressalvado o disposto no inciso III do caput do art. 48.

Parágrafo único - Para efeito de contagem de quotas, a fração de tempo igual ou superior a
180 (cento e oitenta) dias, será considerada 1 (um) anos.

Art. 55 - É proibido acumular remuneração de inatividade.

Parágrafo único - O disposto neste artigo não se aplica aos policiais militares da reserva
remunerada e aos reformados quanto ao exercício de mandato eletivo, quanto ao de função
de magistério ou cargo em comissão ou quanto ao contrato para prestação de serviços
técnicos ou especializados.

Art. 56 - Os proventos da inatividade serão revistos sempre que, por motivo de alteração do
poder aquisitivo da moeda, se modificarem os vencimentos dos policiais militares em
serviço ativo.

Parágrafo único - Ressalvados os casos previstos em lei, os proventos da inatividade não


poderão exceder à remuneração percebida pelo policial militar da ativa no posto ou na
graduação correspondente aos dos seus proventos.

Seção III
Da Promoção

Art. 57 - O acesso na hierarquia da Polícia Militar, fundamentado principalmente no valor


moral e profissional, é seletivo, gradual e sucessivo e será feito mediante promoções, de
conformidade com a legislação e regulamentação de promoções de oficiais e praças, de
modo a obter-se um fluxo regular e equilibrado de carreira para os policiais militares.

§ 1º - O planejamento da carreira dos oficiais e das praças é atribuição do Comandante


Geral da Polícia Militar.

§ 2º - A promoção é um ato administrativo e tem como finalidade básica a seleção dos


policiais militares para o exercício de funções pertinentes ao grau hierárquico superior.

§ 3º - O Policial Militar não será promovido se estiver condenado por crime comum ou
especial, inclusive o militar, por sentença transitada em julgado, ou se estiver sendo
submetido aos Conselhos de Justificação, de Disciplina ou à Comissão de Revisão
Disciplinar e, ainda, se não satisfizer as demais condições previstas no Decreto-Lei nº 216,
de 18.07.1975, e no RPP aprovado pelo Decreto nº 7.766 de 28.11.84.

Art. 58 - As promoções serão efetuadas pelos critérios de antiguidade, merecimento, tempo


de serviço, bravura e post mortem.

§ 1º - Em casos extraordinários e independentemente de vagas, poderá haver promoções em


ressarcimento de preterição.

§ 2º - A promoção de policial militar feita em ressarcimento de preterição será efetuada


segundo os critérios de antiguidade ou merecimento, recebendo ele o número que lhe
competir na escala hierárquica como se houvesse sido promovido, na época devida, pelo
critério em que seria feita sua promoção.

Art. 59 - Não haverá promoção de policial militar por ocasião de sua transferência para a
reserva remunerada ou reforma.

Art. 60 - A fim de manter a renovação, o equilíbrio e a regularidade de acesso nos diferentes


Quadros, haverá anual e obrigatoriamente um número fixado de vagas à promoção nas
proporções a seguir indicadas:

I – Coronéis: 1/6 (um sexto) do efetivo previsto, nos respectivos Quadros; (NR)

II – Tenentes Coronéis: 1/10 (um décimo) do efetivo previsto, nos respectivos Quadros;
III – majores: 1/15 (um quinze avos) do efetivo previsto, nos respectivos Quadros.
IV . - Nos Quadros de que trata o item 3 do inciso I do art. 96:
1 - Oficiais do último posto previsto na hierarquia do seu Quadro: 1/10 do respectivo
Quadro;
2 - Oficiais do penúltimo posto previsto na hierarquia do seu Quadro: 1/12 do respectivo
Quadro.

§ 1º - O número de vagas para promoção obrigatória em cada ano-base para os postos


relativos aos incisos I, II, III e IV deste artigo, será fixado pelo Comandante Geral até o dia
15 de janeiro do ano seguinte.

§ 2º - As frações que resultarem da aplicação das proporções estabelecidas neste artigo,


serão adicionadas cumulativamente aos cálculos correspondentes dos anos seguintes, até
completar-se, pelo menos 1 (um) inteiro, que, então será computado para obtenção de uma
vaga para promoção obrigatória.

§ 3º - As vagas serão consideradas abertas:


1 - na data da assinatura do ato que promover, passar para a inatividade, transferir de
Quadro, demitir ou agregar o policial militar;
2 - na data fixada na Lei de Promoções de Oficiais (LPO) da ativa da Polícia Militar ou seus
regulamentos, em casos neles indicados; e
3 - na data oficial do óbito do policial militar.
Seção IV
Das Férias e Outros Afastamentos Temporários do Serviço

Art. 61 - Férias são afastamentos totais do serviço, anual e obrigatoriamente concedidos aos
policiais militares para descanso, a partir do último mês do ano a que se referem e durante
todo o ano seguinte.

§ 1º - O Poder Executivo Estadual fixará a duração das férias.

§ 2º - Compete ao Comandante Geral da Polícia Militar a regulamentação da concessão das


férias anuais.

§ 3º - A concessão de férias não é prejudicada pelo gozo anterior de licença para tratamento
de saúde, licença especial, por punição anterior decorrente de transgressão disciplinar, pelo
estado de guerra ou para que sejam cumpridos atos de serviço, bem como não anula o
direito àquelas licenças.

§ 4º - Somente em casos de interesse da Segurança Nacional, de manutenção da ordem, de


extrema necessidade do serviço ou de transferência para a inatividade, ou para cumprimento
de punição decorrente de transgressão disciplinar de natureza grave e em caso de baixa a
hospital, os policiais militares terão interrompido ou deixarão de gozar, na época prevista, o
período de férias a que tiverem direito, registrando-se o fato em seus assentamentos.

§ 5º - Na impossibilidade de gozo de férias no ano seguinte pelos motivos previstos no


parágrafo anterior, ressalvados os casos de transgressão disciplinar de natureza grave, o
período de férias não gozado será computado dia a dia, pelo dobro, no momento da
passagem do policial militar para a inatividade e nesta situação para todos os efeitos legais.

Art. 62 - Os policiais militares têm direito, ainda, aos seguintes períodos de afastamento
total do serviço, obedecidas as disposições legais e regulamentares, por motivo de:
I - núpcias: 8 (oito) dias;
II - luto: 8 (oito)dias;
III - instalação: até 10 (dez) dias;
IV - trânsito: até 15 (quinze) dias.

Art. 63 - As férias e outros afastamentos mencionados nesta seção são concedidos com a
remuneração prevista na legislação própria e computados como tempo de efetivo serviço
para todos os efeitos legais.

Seção V
Das Licenças

Art. 64 - Licença é a autorização para o afastamento total do serviço, em caráter temporário,


concedida ao policial militar, obedecidas as disposições legais e regulamentares.

§ 1º - A licença pode ser:


1 - especial;
2 - para tratar de interesse particular;
3 - para tratamento de saúde de pessoa da família; e
4 - para tratamento de saúde própria.

§ 2º - A remuneração do policial militar licenciado será regulada em legislação própria.

§ 3º - A concessão de licença é regulada pelo Comandante Geral da Polícia Militar.

Art. 65 - A licença especial é a autorização para afastamento total do serviço, relativa a cada
decênio de tempo de efetivo serviço prestado, concedida ao policial militar que a requeira,
sem que implique em qualquer restrição para a sua carreira.

§ 1º - A licença especial tem a duração de 6 (seis) meses, a ser gozada de uma só vez,
podendo ser parcelada em 2 (dois) ou 3 (três) meses, quando solicitado pelo interessado e
julgado conveniente pelo Comandante Geral da Corporação.

§ 2º - O período de licença especial não interrompe a contagem de tempo de efetivo serviço.


§ 3º - Os períodos de licença especial não gozados pelo policial militar são computados em
dobro para fins exclusivos de contagem de tempo para a passagem para a inatividade e,
nesta situação, para todos os efeitos legais.

§ 4º - A licença especial não é prejudicada pelo gozo anterior de qualquer licença para
tratamento de saúde e para que sejam cumpridos atos de serviço, bem como não anula o
direito àquelas licenças.

§ 5º - Uma vez concedida a licença especial, o policial militar será exonerado do cargo ou
dispensado do exercício das funções que exerce e ficará à disposição do órgão de pessoal da
Polícia Militar, adido à organização policial militar onde servir.

Art. 66 - A licença para tratar de interesse particular é a autorização para afastamento total
do serviço, concedida ao policial militar com mais de 05 (cinco) anos de efetivo serviço, que
a requeira com aquela finalidade, e somente poderá ser requerida a cada 10 (dez) anos da
primeira concessão.

§ 1º - A licença de que trata este artigo será sempre concedida com prejuízo da remuneração
e da contagem do tempo de efetivo serviço, exceto, quanto a este último, para fins de
indicação para a quota compulsória.

§ 2º - A policial militar (PM Fem) casada terá direito a licença para tratar de interesse
particular, independentemente de seu tempo de efetivo serviço, quando o marido for
mandado servir, ex officio, fora do Estado do Rio de Janeiro, seja em outro ponto do
território nacional ou no estrangeiro, dependendo a licença de requerimento devidamente
instruído.

Art. 67 - À policial militar (PM Fem) gestante será concedida, mediante inspeção médica,
licença para tratamento de saúde própria, por quatro meses, sem qualquer prejuízo dos
vencimentos a que fizer jus.

Parágrafo único - Salvo prescrição médica em contrário, a licença a que se refere este artigo
será concedida a partir do início do oitavo mês de gestação.
Art. 68 - As licenças poderão ser interrompidas a pedido ou nas condições estabelecidas
neste artigo.

§ 1º - A interrupção da licença especial ou de licença para tratar de interesse particular


poderá ocorrer:
1 - em caso de mobilização e estado de guerra;
2 - em caso de decretação de estado de emergência ou de estado de sítio;
3 - em caso de emergente necessidade da segurança pública;
4 - para cumprimento de sentença que importe em restrição da liberdade individual;
5 - para cumprimento de punição disciplinar, conforme regulado pelo Comandante Geral da
Polícia Militar; e
6 - em caso de denúncia ou pronúncia em processo criminal ou indicação em inquérito
policial militar, a juízo da autoridade que efetivou a denúncia, a pronúncia ou a indiciação.

§ 2º - A interrupção de licença para tratar de interesse particular será definitiva quando o


policial militar for reformado ou transferido ex offício para a reserva remunerada.

§ 3º - A interrupção da licença para tratamento de saúde de pessoa da família, para


cumprimento de pena disciplinar que importe em restrição da liberdade individual, será
regulada pelo Comandante Geral da Polícia Militar.

Seção VI
Da Pensão Policial Militar

Art. 69 - A pensão policial militar destina-se a amparar os beneficiários do policial militar


falecido ou extraviado e será paga conforme o disposto em legislação própria.

Art. 70 - A pensão policial militar defere-se nas prioridades e condições estabelecidas em


legislação própria.

CAPÍTULO II
Das Prerrogativas
Seção I
Constituição e Enumeração

Art. 71 - As prerrogativas dos policiais militares são constituídas pelas honras, dignidades e
distinções devidas aos graus hierárquicos e cargos.

Parágrafo único - São prerrogativas dos policiais militares:


1 - uso de títulos, uniformes, distintivos, insígnias e emblemas policiais militares,
correspondentes ao posto ou à graduação, quadro ou cargo;
2 - honras, tratamento e sinais de respeito que lhes sejam assegurados em leis e
regulamentos;
3 - cumprimento de pena de prisão, reclusão ou detenção somente em organização policial
militar, cujo Comandante, Chefe ou Diretor tenha precedência hierárquica sobre o preso ou
detido; e
4 - julgamento em foro especial, nos crimes militares.

Art. 72 - Somente em caso de flagrante delito, o policial militar poderá ser preso por
autoridade policial, ficando esta obrigada a entregá-lo imediatamente à autoridade policial
militar mais próxima, só podendo retê-lo na delegacia ou posto policial durante o tempo
necessário à lavratura do flagrante.

§ 1º - O Comandante Geral da Polícia Militar deverá ter a iniciativa de responsabilizar a


autoridade policial que não cumprir o disposto neste artigo e a que maltratar ou consentir
que seja maltratado qualquer preso policial militar ou não lhe der o tratamento devido ao seu
posto ou à sua graduação.

§ 2º - Se durante o processo e julgamento no foro civil, houver perigo de vida para qualquer
preso policial militar, o Comandante Geral da Polícia Militar, mediante requisição da
autoridade judiciária, mandará guardar os pretórios ou tribunais por força policial militar.

Art. 73 - Os policiais militares da ativa, no exercício de funções policiais militares, são


dispensados do serviço na instituição do Júri e do serviço na Justiça Eleitoral.
Seção II
Do uso dos Uniformes da Polícia Militar

Art. 74 - Os uniformes da Polícia Militar, com seus distintivos, insígnias e emblemas, são
privativos dos policiais militares e simbolizam a autoridade policial militar com as
prerrogativas que lhe são inerentes.

Parágrafo único - Constituem crimes previstos na legislação específica o desrespeito aos


uniformes, distintivos, insígnias e emblemas policiais militares, bem como seu uso por
quem a eles não tiver direito.

Art. 75 - O uso dos uniformes com seus distintivos, insígnias e emblemas, bem como os
modelos, descrição, composição, peças acessórias e outras disposições, são os estabelecidos
na regulamentação própria da Polícia Militar.

§ 1º - É proibido ao policial militar o uso de uniformes:


1 - em reuniões, propaganda ou qualquer outra manifestação de caráter político-partidário;
2 - na inatividade, salvo para comparecer a solenidades militares e policiais militares e,
quando autorizado, a cerimônias cívicas comemorativas de datas nacionais ou a atos sociais
solenes de caráter particular; e
3 - no estrangeiro, quando em atividades não relacionadas com a missão policial militar,
salvo expressamente determinado ou autorizado.

§ 2º - Os policiais militares na inatividade, cuja conduta possa ser considerada como


ofensiva à dignidade da classe, poderão ser definitivamente proibidos de usar uniformes, por
decisão do Comandante Geral da Polícia Militar.

Art. 76 - O policial militar fardado tem as obrigações correspondentes ao uniforme que use
e aos distintivos, aos emblemas ou às insígnias que ostente.

Art. 77 - É vedado a qualquer elemento civil ou organizações civis usar uniformes ou


ostentar distintivos, insígnias ou emblemas que possam ser confundidos com os adotados na
Polícia Militar.

Parágrafo único - São responsáveis pela infração das disposições deste artigo, além dos
indivíduos que a tenham cometido, os diretores ou chefes de repartições, organizações de
qualquer natureza, firma ou empregadores, empresas e institutos ou departamentos que
tenham adotado ou consentido sejam usados uniformes ou ostentado distintivos, insígnias
ou emblemas que possam ser confundidos com os adotados na Polícia Militar.

CAPÍTULO II
DA EXCLUSÃO DO SERVIÇO ATIVO
Seção I
Da Ocorrência

Art. 91 - A exclusão do serviço ativo da Polícia Militar e o consequente desligamento da


organização policial militar a que estiver vinculado o policial militar, decorre dos seguintes
motivos:
I - transferência para a reserva remunerada;
II - reforma;
III - demissão;
IV - perda de posto e patente;
V - licenciamento;
VI - exclusão a bem da disciplina;
VII - deserção;
VIII - falecimento; e
IX - extravio.

Parágrafo único - A exclusão do serviço ativo será processada após a expedição de ato do
Governador do Estado, quando oficial, ou do Comandante Geral da Polícia Militar, quando
praça.

Art. 92 - O policial militar da ativa, enquadrado em um dos incisos I, II e V do artigo


anterior ou demissionário a pedido, continuará no exercício de funções até ser desligado da
organização policial militar em que serve.
§ 1º - O desligamento da organização policial militar em que serve deverá ser feito após a
publicação, em Diário Oficial ou em Boletim da Corporação, do ato oficial correspondente e
não poderá exceder 45 (quarenta e cinco) dias da data da primeira publicação oficial.

§ 2º - Ultrapassado o prazo a que se refere o parágrafo anterior, o policial militar será


considerado desligado da organização a que estiver vinculado, deixando de contar tempo de
serviço para fins de transferência para a inatividade.

Seção II
Da Transferência para a Reserva Remunerada

Art. 93 - A passagem do policial militar à situação de inatividade, mediante transferência


para a reserva remunerada, se efetua:
I - a pedido; e
II - ex-officio.

Art. 94 - A transferência do policial militar para a reserva remunerada pode ser suspensa,
apenas, na vigência do estado de defesa ou de sítio, bem como em caso de mobilização.

Art. 95 - A transferência para a reserva remunerada, a pedido, será concedida, mediante


requerimento, ao policial militar que contar, no mínimo de, 30 (trinta) anos de serviço.

§ 1º - O oficial da ativa pode pleitear transferência para a reserva remunerada mediante


inclusão voluntária na quota compulsória.

§ 2º - No caso de o policial militar haver realizado qualquer curso ou estágio de duração


superior a 06 (seis) meses, por conta do Erário, no exterior ou em outro Estado da
Federação, sem haver decorrido 03 (três) anos de seu término, a transferência para a reserva
remunerada só será concedida mediante indenização de todas as despesas correspondentes a
realização do referido curso ou estágio, inclusive as diferenças de vencimentos. (NR)

§ 3º Poderá ser concedida transferência para a reserva remunerada, a pedido, e a título


precário, após apreciação e deliberação da Comissão de Promoção, ao Policial Militar que
estiver respondendo à sindicância ou a inquérito policial ou extra-policial, ou a processo
penal ou administrativo condicionada a sua efetivação no transitado em julgado daqueles
procedimentos legais.(NR)

§ 4º - Facultar-se-á ao Policial Militar, mesmo não integrante do Quadro de Acesso, requerer


passagem para reserva remunerada, desde que conte 25 (vinte e cinco) anos ou mais de
efetivo serviços prestados à corporação.

Art. 96 - A transferência ex officio do policial militar para a reserva remunerada ocorrerá em


um dos seguintes casos:

I - quando completar 60 (sessenta) anos de idade;


II – Quando completar o Coronel PM do Quadro de Oficiais da Polícia Militar (QOPM) 6
(seis) anos de permanência no posto, desde que conte com 30 (trinta) anos de efetivo
serviço; (NR)
III – quando completarem os demais Oficiais Superiores 06 (seis) anos de permanência no
último posto previsto na hierarquia de seus respectivos Quadros, desde que contem com 30
(trinta) anos de efetivo serviço;
VI- quando, em se tratando de Tenente Coronel:
1 - ou deixar de figurar no Quadro de Acesso pelo número de vezes fixado na legislação
disciplinadora das promoções, desde que conte, no mínimo, 25 (vinte e cinco) anos de
efetivo serviço;
2 - ou contar, no mínimo, 28 (vinte e oito) anos de efetivo serviço e for considerado
inabilitado.
a) ou para o acesso, por estar definitivamente impedido de realizar o Curso exigido para
promoção a Coronel PM;
b) ou para o acesso a Coronel PM, por 2 (duas) vezes, consecutivas ou não, pela Comissão
de Promoção de Oficiais, mesmo sem concorrer à constituição do Quadro de Acesso;

3 – ou por não ter sido escolhido após a inclusão em 04 (quatro) quadros de acesso,
consecutivos ou não, para a promoção ao posto de Coronel PM, desde que conte com 30
(trinta) anos de efetivo serviço prestado à Corporação.

VII - quando ultrapassar 2 (dois) anos, contínuos ou não, em licença para tratamento de
interesse particular;

VIII - quando ultrapassar 2 (dois) anos contínuos, em licença para tratamento de saúde de
pessoa da família;

IX - quando passar a exercer cargo público civil permanente (art. 42, § 3º, da Constituição
Federal);

X - quando, aceitando cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, da
administração direta, indireta ou fundacional, permanecer, na condição de agregado,
afastado por mais de 2 (dois) anos, contínuos ou não (art. 42, § 4º, da Constituição Federal);

XI - quando for diplomado em cargo eletivo, na forma do inciso II do § 8º do art. 14 da


Constituição Federal;

XII - quando, em se tratando de Subtenente PM ou 1º Sargento PM, for considerado pela


Comissão de Promoções de Praças com conceito profissional desfavorável para ingresso no
Curso de Habilitação ao QOA/QOE, por 2 (duas) vezes, consecutivas ou não, desde que
tenha, no mínimo, ou venha a ter, também no mínimo, 30 (trinta) anos de efetivo exercício.

XIII - ser diplomado em cargo eletivo, na forma do item 2, parágrafo único, do art. 50.

XIV - For o Subtenente PM ou 1º. Sargento PM considerado inabilitado para inclusão em


Quadro de Acesso ao Curso de Habilitação ao QOA/QOE, por 2 (duas) vezes, consecutivas
ou não, pela Comissão de Promoções de Praças, desde que conte mais de 30 (trinta) anos de
efetivo serviço.

b) - Os oficiais superiores da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro em exercício de


cargo ou função na Coordenadoria Militar da Presidência da Assembleia Legislativa do
Estado do Rio de Janeiro e de Coordenador Militar do Tribunal de Justiça.

§ 1º Excetuam-se da regra o caput deste artigo os Oficiais Superiores ocupantes dos cargos
de Secretário de Estado, de Subsecretário de Estado da Secretaria de Estado da Polícia
Militar; de Coordenador Militar da Secretaria de Estado da Casa Civil e Governança, de
funções similares na Assessoria Militar da Presidência da Assembleia Legislativa do Estado
do Rio de Janeiro – ALERJ, na Diretoria-Geral de Segurança Institucional do Tribunal de
Justiça, na Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público, de Comando
Geral da Polícia Militar, de Coordenador Adjunto da Coordenadoria Militar da Secretaria de
Estado da Casa Civil e Governança, de Chefe do Estado-Maior Geral da Polícia Militar, de
Subchefe Operacional do Estado-Maior Geral de Subchefe Administrativo do Estado-Maior
Geral, de Chefe de Gabinete do Comando-Geral da Polícia Militar, de Corregedor Interno
da Polícia Militar, de Coordenador de Inteligência, de Comandantes dos 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 6º
e 7º Comando de Policiamento da Área, Comandantes do Comando de Operações Especiais,
Comando de Policiamento Especializado, Comando de Polícia Ambiental, Coordenadoria de
Polícia Pacificadora, bem como os demais Oficiais Superiores da Polícia Militar em
exercício de cargo ou função na Coordenadoria Militar da Casa Civil e Governança, do
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro e da Assembleia Legislativa do Estado do
Rio de Janeiro, os quais, preenchidos os requisitos elencados neste artigo, serão transferidos
para a inatividade quando de suas exonerações ou dispensas dos respectivos cargos ou
funções.

I – os praças em exercício de cargo ou função na Coordenadoria Militar da Casa Civil e


Governança, do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro e da Assembleia
Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, os quais, preenchidos os requisitos elencados neste
artigo, serão transferidos para a inatividade quando de suas exonerações ou dispensas dos
respectivos cargos ou funções.

§ 2º - A transferência para a reserva do policial militar enquadrado no inciso IX deste artigo


será efetivada no posto ou na graduação que tinha na ativa, podendo acumular os proventos
a que fizer jus na inatividade com a remuneração do cargo público para o qual for nomeado.
§ 3º - A nomeação do policial militar para os cargos, empregos, ou função pública de que
tratam os incisos IX e X deste artigo somente poderá ser feita:
1- pela autoridade federal competente, mediante requisição ao Governador do Estado,
quando o cargo for da alçada federal; e
2 - pelo Governador do Estado ou mediante sua autorização, nos demais casos.

§ 4º - Enquanto o policial militar permanecer no cargo de que trata o inciso X:


1 - é-lhe assegurada a opção entre a remuneração do cargo, emprego ou função pública e a
do posto ou graduação;
2 - somente poderá ser promovido por antiguidade; e
3 - o tempo de serviço é contado apenas para aquela promoção e para a transferência para
inatividade.

§ 5º - Ficam excetuados da regra fixada no inciso X deste artigo os policiais militares que
servem na Secretaria de Estado da Polícia Militar e no Gabinete Militar da Governadoria do
Estado, os quais, por exercerem funções de natureza tipicamente policial militar, não
passarão à condição de agregados (art. 42, § 4º, da Constituição Federal).

Nota: o art. 2º da Lei nº 4024, de 11/12/2002 "Art. 2º - Será promovido ao posto de Coronel
PM o Tenente Coronel PM, integrante do Quadro de Acesso por Merecimento (QAM),
contando, no mínimo, com 32 (trinta e dois) anos de serviço, que requerer promoção à
Comissão de Promoção de Oficiais da Polícia Militar (CPOPM).

§ 1º - O requerimento que trata este artigo deverá ser protocolizado até 10 (dez) dias antes
das datas de promoções previstas na legislação em vigor, e as vagas porventura surgidas,
serão preenchidas a partir de 1º de janeiro de 2003.

§ 2º - O Coronel PM promovido com base neste artigo passará, automaticamente, para a


reserva remunerada, na data de sua promoção."

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