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Portugues Mais

Este volume apresenta um manual de português como língua estrangeira organizado em unidades temáticas. Cada unidade contém textos sobre a cultura e sociedade portuguesas acompanhados de atividades para compreensão e comunicação. O manual visa desenvolver as competências linguísticas e interculturais dos alunos.

Enviado por

sarah
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
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Francisco Pel:cano Antunes

Maria Isabel Matos


Ana Paula Cleto

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Francisco Pelicano Antunes
Maria Isabel Matos
Ana Paula Cleto

lara osNíveis Avancados


de Portugués Língua Esirangeira

G o*ro.^r*o
Ao Povo de Timor Leste

!sBli 9t¡-0.{0ll!j!
d;F*bd"eá".337 - a050 PoFro - PoFTUGAI
Este volume resullou das aulas de portugués como língua estrangeira mr-
nistradas, ao longo de do¡s anos lect¡vos, a alunos do nível V do CDL
Centro de O¡fusáo de Línguas. Fo¡ ganhando corpo a pouco e pouco, num -
processo lento de experimentagáo norteado pela preocupaQáo permanenre
da melhor adequagáo metodológ¡ca da matr¡z programát¡ca aos progressos e
expecta9óes da aprendizagem.
O livro foi d¡vidido em unidades temát¡cas interactivas e a cada uma
clrresponde, quase sempre, um conjunto de lrés textos, para a exploragáo
dos quais se concebeu as seguintes rubr¡cas:

Para Compreender o Vocabulário


Para Compreender a Cullura
Para Compreender o Texto
Para Compreender a Língua
Para Comunlcar

As duas prime¡tas pr€tendem evitar ao aprendenle os inconvenienles


oa
consu[a quantas vezes infrutffera _ do d¡c¡onár¡o; a terce¡ra
- ea quarta
servem de orientagáo, rsspectivamente, para a descodit¡caqáo dos teitos
e
para_a abordagem de conteúdos gramatica¡s neles ¡nser¡dos;
na quinta rubri_
ca sáo suger¡das d¡versas activ¡dades cujo object¡vo é desenvoluér
a comou_
téncia comunicacional elect¡va dos alunos na; venentes escr¡ia oirl. '
A estrutura das un¡dades compteta-se por uma secqáo de "
elementos inlor-
malrvos adtc¡onais para Saber Mais _ e. no f¡nal,
- a rubr¡ca Antoloqia ote_
rece texlos. náo trabalhados por que o professor poderá optar, quei
como
marenar adrc¡ona¡. quer como subst¡tuto de trechos cujas,,linhas
sáo dadas.
ie leitura
Como ser¡a fastid¡osa a rnengeo adaptado no fina¡ de cada texto,
uma vez
que roram adaplados l¡vremente quase na total¡dade,
optou-se Dor suorimir
aquera reterénc¡a. De igual modo. e náo só com a mesma ¡ntencao.
mai tam_
bém para dotar os textos de uma harmonia gráf¡ca que perm¡t¡sié
á l"¡tu-
ra como um lodo coerente, preferiu-se om¡t¡r a indicagáo "ua
dos cortes operados
: no tec¡do t€xtual.
. ,Preside á concepgáo de.portugués Mais" uma ¡nten9áo s¡multaneamenre
Inrercurturat e ¡ntercomunicat¡va, alravés do confronto
dé cufturas e ideias, na
convic9áo de que, para aprender eficazmente uma língua,
é necessár¡o con,
extrat¡nguisr¡cos que a modutam. É iguatmente propósi_
.lo-1a.,rÁllrerelenJ9s.
ro oe 'Honugues Mais- apresenlar-s€ aos aprendentes
aiancados d; p;d-.
gues r¡ngua estrange¡ra como meio úti¡. lácil e atraente
de sa¡er mais port.
gués e conhecer me¡hor a real¡dade porluguesa.

Os Autores
-

!
T
r
r
T
r
Falar línguas é, hoje, uma necessidade táo básica como conhecer, i-
aprofundadam€nte, a sua pfópria língua. É que dom¡nar a língua de outros I

¡mptica-um mais profundo domínio da sua €spec¡ficidade, do seu valor como


T
símblp da ident¡dade d€ cada povo, no espago comum em que se move.
Conhécaioutras llnguas é olhar os outros na @mpreensáo plena do seu
mundócultural, da sua ¡ndiv¡dualidade de povos, livres e autónomos, mas solF
dários g emÉnhados.
Ouanto á língua portuguesa, ela é actualmenle lalada por cerca de 180 mi-
tlóes dé pbisóás,'espalhadas pelos cinco continentes. A populagáo das anti-
gas colónias, há büe somar os milhó€s d€ portugueses emigrados em vários
países do Mundo, onde lormam comun¡dades linguísticas ¡mportantes'
A lingua portuguesa náo teme conlrontos' De há séculos habiluada ao con-
vívio com outras línguasi:dgumas das qua¡s contr¡buíram para o seu ennquecF
mento lex¡cal, ela sempre demoñstrou a capacidade de integrar elementos es-
tranhos, ao mesmo tempo que, ela própr¡a, ¡nlluenc¡ava outras línguas e outras
culturas. Língua sempre iovem é ávbnture¡ra, encontrou no ardor da mest¡9agem
a resposta apaixonada á inesistível atracaáo pela human¡dade dos tróp¡cos'
característ¡ca do seu temperamento "adúltero", periférico e meridional

Roberto Cameiro
(ex-Ministro da Educaqao, ¡ntervindo na Expolíngua 91)
Plano do Manual

Portugal
Se Poftugal Fosse.. 6
Lisboa 14
Porto 21
Regióes de Portugal 28

Os Portugueses
?y Os Portugueses 45
?, .)
A Familia Silva
Paixáo e Orgulho Nacional

Hábitos e Mentalidades
?\ Radiografia Portuguesa 72
Futuro lnquieta e Suscita Optimismo
Entre os Portugueses 77
Lar, Doce Lar B4
24 Horas na Vida de Uma N,4ulher Cornum B9

Festas e Tradigóes
Pereg'inaQóes e Rola',as¡,4:nhotas 100
1

Fitas, Caloiros e Doutores... 105


i
f13
i

Arte e Cultura
r¡l António Ramos Rosa,
"Poeta Europeu da Década"
Mestre Zé N4aria 127
.-:
7 Amálla 133
J-

Lazeres
7¡t

f-;
Podugal, Podugal, Portugal!
ATelenovela
As Fér¡as dos Portugueses
' 157
,
1
Se Portugal losse uma llor, seria uma
sardinhe¡ra. Há quem conserve a viva recor-
dagáo das camélias, das magnólias suspensas
como candeeiros, dos muros engalanados de
buganvílias, das valas lransbordantes de jar-
ros brancos, das giestas que desponlam das
rochas. Há quem conserve a viva recordagáo
de L¡sboa, no comego da Primavera, onde os
lacarandás e as olaias florescem.
Se Portugalfosse uma árvore, ser¡a um so-
breiro, cujas silhuetas se destacam contra o
azu¡ do céu, no ardente calor do Alentejo. De-
po¡s de se lhes arrancar a casca, refaráo em
nove anos a sua preciosa cortiga que foi, por
largos séculos, uma das riquezas do país. Ou
talvez seja o pinhe¡ro, plantado no século x|rl
por D. Din¡s no solo movediqo do litoral, a lim
de impedir o mar de o devorar, e cuja made¡-
ra. mais tarde, sena a das caravelas que iam
vencer oS maiS indomáveiS oceanos.
Se Portugal fosse uma cor, seria o verde.
O do tr¡go novo e o dos prados das margens
baixas do Tejo, o das florestas das Beiras, o
da sopa de couve migada e da aze¡tona, esse
"caldo verde" que, juntamente com o páo de
m¡lho, alimenlou inumeráveis e robustas qe-
ra9óes rurais.
Se Portugalfosse um sabor, seria o da "cal-
derrada". carreqada de p¡mento e de cebola,
qqe r¡istura na panela os peixes acabados de
^
pescar; OU O da sardinha assada; ou
talvez o dos melóes ovais, cuja polpa,
apimentada e sumarenta. é doce como
o mel.
: Se Portugal fosse uma pedra, seria
o granito majestoso das montanhas com
o qual loram edificados castelos, forta-
lezas, aldeias e c¡dades.
Se Portugal fosse uma,ó¡a, ser¡a de
: ouro f¡no. O das searas ondulando a
perder de vista, nos vales do Norte e na
grande planície do Sul. O ouro do dote
que as louras moqoilas do l\,linho ainda
usam em brincos de argolas, em múlti-
: plos colares, em enormes coraeóes de
filigrana.
Se Portugal losse uma cangáo, se-
ria um "fado', o lamento amargo ou apai-
1 xonado que se langa como um grato, que
I se retém como um solugo: o 'fado" de
1 Amál¡a Rodrigues, que os Japoneses
entendem de fio a pavio, sem perceber
1 uma palavra. O "fado" dos estudantes
-{ que permanecem fiéis ássuas tfadigóes
{ e á sua guitarra, nostálgico e sensual,
-{ onde se encontra um pouco do fitmo
I
{
alegre do "vjra' do Minho, onde se nos
depara o eco grave dos cantos do
Alenlejo.
-{ Se Ponugal fosse uma oragáo, seria
{ umaAve-¡.4aria. A máe de Jesus inspira
uma terna devogáo e o seu culto é cele-
{
-'1 brado nas procissóes de Maio. As está-
tuas da Virgem sáo inúmeras, de ma-
-t deira de várias cores, cobertas de pe'
-{ dras preciosas.
-.1 Ainda náo há muito, todas as mulhe'
J res portuguesas se chamavam Mar¡a, e
I este nome l¡a-se na barca do pescadol
que já náo sab¡a se era o nome de sua
J
lJ mulher ou o da máe de Jesus. No fun
do, os dois ao mesmo tempo.
Podíamos multiplicar as facetas des
.l te pafs que é r¡co do seu povo corajoso,
J grave e, náo obstante, leito para a feli-
.l cidade.
Suzanne Chantal
"Portugal
.
PAHA COMPREENDER O VOCABULÁRIO

sardinhe¡fa planta omamental espontánea, culüvada em portugal.


-
viva intensa; forte.
-
camél¡as flores da cameleira (pequena árvore de origem asiática muito cultivada em por-
- tugal em virtude das suas flores, é lambém denom¡nada iaponeira e camél¡a).

mágnolias flores grandes e aromát¡cas de uma árvore chamada vulgarmente magnól¡a e


- cultivada em Portugal Como danta omamental.

engalanados ornameniados: enfeitados.


-
buganvílias ptantas trepadeiras orig¡nár¡as da América.
-
valas escavagóes longas para receber ou conduzir águas d€ rega; covas.
-
transbofdantes superabundantes; repletas.
-
iarfos - nome vu¡gar de plantas espontáneas e de cultura.

giestas nome vulgar de plantas frequentes nos matos portugueses.


-
despontam
- surgem; nascem.
jacarandás árvores util¡zadas em portugal na ornamentaQáo das ruas
-
Ola¡as
- árvores ornamenta¡s cultjvadas em portugal.
Sobfe¡fo árvore de cujo tronco se extra¡ a cortiga de que portugal é o ma¡or produtor
- mundial,
cortiga casca do sobre¡ro, que tem mu¡tas aplicagóes industria¡s.
-
pinhe¡ro
- árvore comum em portugat, útil peta made¡ra e pela resina que fomece.
migada com m¡gathas (m¡gas) de páo.
-
searas campos de cereais.
-
vales planíc¡es entre montanhas ou á b€¡ra de um rio.
-
planlcte lerreno extenso e plano; camprna.
-
dote bens dados á mulher que casa.
-
mogo¡las
- raparigas elegantes, bem const¡tuídas fisicamente.
brincos adornos para as orelhas.
-
til¡grana obra fe¡ta de fios de ouro ou prata delicadamente entrelagados.
-
de fio a pavio * do princípio ao lim.

F.
PARA COMPREENDER A LINGUA
1. Observe as seguintes frases:

Se Portugal losse uma llor, seria uma sard¡nhe¡ra.


Se Portugal losse uma árvote, seria um sobre¡ro.
Se Portugal losse uma cor, seria o verde.

Nestas frases consideram-se factos h¡ooiéticos.


Quando nos referimos a factos ou s¡tuaQóes que náo aconteceram, quando considera-
mos s¡tua9óes ou factos hipolét¡cos, usamos as seguintes construQóes:

. futr¡ro r futr¡ro ou lecto ou attu¡Cáo de rE.llzagáo


do con¡unllvo pr€s€nió do mrls Drovávol
lndlcatlvo ou
lmp€tdvo
Ex. S€ liyef oportunidade, vou aos Acpres nas férias do Netal.

+ lnpcdelto do + lmparf€¡lo do ' leclo ot¡ sitüaqáo iL r€¡llza9áo


conluntlvo Indlcaüvo ou I íreflos provável
condlclon¡l
E¡, se Porluqal&Ese uma cor, seria o üerde.

+ p|ttár[o mr|3- + condlclonal


{uq,poafeto pcrfdlo ou lacto ou sltuacáo do lmpo6sfv€l
se do con¡untlvo p.eérlto mal3 rratlzagáo (rcterant ro pa$ado)
{u}DérLlto do
lndlcetivo
Ex. S€ os mous dnh6 bGs€mjda d¡spoo¡ltlkiád€, tiob¡EJindo a Portugal em Abril.

+ futuro p€flclto + fuluro ou F€senle laclo ou r¡tuaQáo de .€allzagáo


alo conluntlvo do Indlcatlvo pfovávol
nota: relorgnc¡a a um aconl€ci_
mento fuluro que ó antorior a um
Ex. Ss alé ¿s l8 horas lil8feg outro (n65te caso é nec€ssário
@¡sg¡l¡lfh ras€tuar m6sa nuña diliz¿r um Indi¡dor de lsmpo).
casa d€ tados, l9bfaogll¡e.

+ pt€onte do conlundvo + fut¡ro ol¡ pras€nle do Indlc€tlvo ou knPeratlvo


caso
Ex. Caso tá ao Minho, náo doixaréi d€ apr€ciar o "vira"

no caso . Inl¡nltlvo pe33oal + fuiu.o oü pf*cnta do Indlortlvo ou lmp€fatlvo


de E¡. No caso d6lereg dúv¡das,

desde + pr€€n!. do co¡{u¡üvo + futuro o{¡ Pr€!énta do ]t¡dl€t¡vo ou lftlel!üvo


que Ex, Dasde qu€ €hs lossan, glm v¡siiat'ño6 m Páscoa.

a náo + ptrs¡gnte do oonjunt¡vo + futuro or¡ pÉnerie do Indlcatlvo ou ¡ñper¡iivo


ser que Ex. A náo ser que s!(É yaEas a Cabo Verde daqu¡ a duas semanas.

1l.I
Antón¡o cuedes (portugués) e peter Sm¡th (ingtés)
_2.
sao correspondentes em Língua portuguesa. peter vai
a Portugal pela pr¡meira vez, Antón¡o escreve-lhe a dar
algumas sugestóes.
De acordo com o quadro antetior, complete a carta
com os vetbos nos tempos adequados:

Olá Peter,
Finalmente decftliste visitar o meu país. Tenho pena de náo
te ooder
r€cebq mas preciso de me aussntar de portugat p¡ecisamente na
alfura
em{ue vens. De qualquer forma, ds¡xGte aqri sug"st €s.
,
>e,'.,r (vrr) drrecto a L¡sboa, _ "tlrfmas aproveitar para
j.::P-1 g.:iT.ir" 1.ta
relativa fac¡tidade. Se.
tinda cidade. Aqui encontrira" ir,i¡"rór,ro
- -'-("p.o;"ñ; io,
á¡nh"¡ro, [
9 _te@em oferecer. -__(ter)
( usuíÍu¡r) das condigóes que os mehoreiTotd¡s
Contudo, sónáo
Oe ül
bo_a
_ re ld";;t;;;;;ü
(aconsethar) a pensáo ourique
¡e {aconserhar)
ll,llll-::::
oe ser Darata, e,.limpa e fica numa zona cenlral.
Ourique que,
oue. atém
além

,_-?9_.'_=
(perde4 .. (ficao vár¡os dias em L¡sboa, entáo náo _
os ba¡rros mais caracterfsticos da cidade, ¡sto e, IiEñáJ
Bajro.Alto, a Baixa pombalina e a Madragoa. grmntrares
tarlimentá
:.j:^l,".gjj::,.9"f
e ? 9y"
qo gura qug le envio _ (ses-u¡rl as oiientaeóe" d;
juntamente com esta carta.
;;;
t_aP (ter) oportun¡dade, _ (apanhad
T-9Td" S"d.ré e.
o comboio
(ir) aré e zona de b;cais. Ai pod;rá;
aprec¡ar uma bela pa¡sagem onde o sot e o mar sáo uma con$áta --
Náoteaconselho a zona da Costa da Cap",¡"", u náo
- ."ilrü tr"
cur¡osidade te _ {levar) a isso.
Sug¡ro-te que vis¡tes pdmeiro o Norte do país o só
depois o Sul. Se
-'-- (apanhar) o combo¡o ,Atfa', na estaeao ¿e
Sta. Apolón¡á, em
lrés horas _ (estar)no podo. No casó de náo ' il;_
segurr) ar.aniar atojamenro, _--
s¡tva. o terefone d¿te ¿ o szzZilEn ¿'mu¡t"
(tetetona4 ao m-J añ-ioo liis
com certeza Náo há melhor gu¡a turíst¡co do que Luís. il;:;ie"l;
"ilü:t¡il ,;;;J.:
o É
naoo pe|o porlo, um verdadeiro lr¡peiro"t Se ele
(btere_
cer-se) para te acompanhar nas tuas dióressóes p"lo po.ti.
n¿"
-. . _ {recusar), a neo ser que --
lpreierir¡ estái'soii
nno. Aprovetta bem a tua estada no porto, porque
vale a pena-
se
--- (estar) fano do bulicio da
-se) á Sera do Gerés. E tindtss¡ma!
cidade. ,.ti.iñit_

^-Io. -"-"rj
apanhes 9". . . (estar) mau tompo no Norte, sugiro_te que
o comboio e sigas d¡rectamente para o Atgarve.

:_"^_-q-:D.gl, -- (aproveitar) para-dar uns merguthos.


Espero sInceramente que te d¡v¡rlas por aqu¡. Depois
dou_teiotíci_
as mrnhas.

Um abrago,
2,..
3,,
t
3. Transforme as frases segu¡ntes de acordo com o
modelo proposto: r

PEler sm¡lh ná0 u¡slloú Éuora p0rquc neo leue tempo,


Se Peter Sm¡lh tlur¡te lid0 tempo, tÉria/t¡nha u¡slladd tüom.

1. Ele teve pfoblemas €m arraniar aloiam€nto em Lisboa no primeiro


d¡a porque o aviáo só atenou á m6¡a-no¡te.

Se

2, Ele ssteve só do¡s dias no Porto porque chovia tor€ncialments.

Se

3. Ele perdeu.se em L¡sboa pofque se esqueceu do mapa na pensáo.

Se

4. Ele náo póde apredar a paisagem €m Cascais porque estava nevoe¡ro.

Se

5. Ele demorou seis horas a chegar ao porto porqug náo consegu¡u


apanhar o combo¡o 'Alfa'.

Se

PARA COMUNICAR
f. Expressáo Escr¡ta
Complete os espagos, de modo a retraiar o seu pals:

. Se o meu país fosse uma flo( seria


. Se o meu país fosse uma árvore, seria
. S€ o meu país toss€ uma @r, seria
. Se o meu país fosse um sabor, soria
. Se o meu pafs fosse uma p€dra, ser¡a
. Se o m€u pars loase uma lóia, seria
. Se o meu país fo6se uma cangáo, seria
. S€ o meu pafs losse uma oraÉo, seria

z. exfélsao Oral
Cada aluno deve ler as fras€s que completou anteriormente. iust¡fi_
cando, para cada caso, a opgáo que fez.

13qI
L¡SBOA
E descobrindo Lisboa ao chegar pelo mat no telhado, na varanda o vaso do cravo e a
ou se o aviáo tem de lazer uma manobra de gaiola do pássaro, o estendal de roupa batida
sobrevoo, que se lomaconsciéncia da admirá- pelo vento, e ainda burros carregados de cou-
vel situaqáo da cidade, prometida a um desti- ves, as varinas de pernas robustas, trepando
no marítimo desde a mais alta antiguidade. A íngremes escadarias de pedra e carregando
larga bara do Tejo abre a seus pés um anco- canastras de vrnte quilos de peixe fresco equi'
radouro vasto e seguro que acolheu as gale- libradas na cabega. Nunca se via uma mulner
ras do Mediterráneo e o comérc¡o do Oriente. num café. só saíam oara ir á missa ou ¿s com-
Curiosamente. o século xrx. ao desenvolver pras, seguidas de uma criada de avental bran-
Lisboa, fé-la virar as costas ao belo rio a que a co. Os mais velhos bairros eram os mais flori-
cidade devia fortuna e nobreza. Os cais foram dos, náo se poupava para lavar as ruelas, e
abandonados aos barracóes, aos entrepostos, havia sempre, losse onde losse. uma canQáo.
ás lábricas. Só a monumental Praqa do Comér- um tang¡do de guitara.
cio ontem e hoje, Teneiro do Pago as A Lisboa do após-guerra acordou moderna.
-
suas sóbrias arcadas, se abria
-com
largamente para Largas avenidas, uma arqu¡tectura que reto-
a vasta perspect¡va do Tejo cint¡lante. mava, em doze ou quinze andares, a elegán-
Há cinquenta anos, ainda era encantadora c¡a das grandes mansóes de outrora.
e rústica esta c¡dade de grac¡osidade provincl- L¡sboa é deliciosa com os seus passetos de
ana, com as suas ruas ladeirentas, as suas mosaicos, os seus táxis vertiginosos, o vento
casas de águas-furtadas, um gato adormec¡do salgado da tardinha trazendo um conv¡te para
ir jantar próximo do mar, para as bandas do
Estoril ou de Cascais, e a ponte suspensa.
fudo está no seu lugar: as árvores lloridas,
os desenhos a preto e branco das avenlc,as, o
Telo. o Cristo-Reiaceso á noile como um cir¡o.
Caducou a lei que obrigava a pintar de cinco
em cinco anos o branco le¡toso, o rosa
esmaec,do, overdete das fachadas. A rua per-
deu asua alegria, engarralada e ruidosa. Alon-
gam-se as bichas nas paragens de aulocar-
ros que levam até longínquos subúrbios. O
"rock" substitu¡ a viola, e o centro comerclal
giganle os pequenos mesteres de tula-e-meia
L¡sboa pós-se a par e passo com o século.
Suzanne Chanlal, "Ponugal'
I PARA COMPREENDER O VOCABULÁRIO
sobrevoo
barra
-
ancofadouro
- acto de voar por c¡ma de (sobrevoar).
enfada de um porto.
lugar onde os oav¡os ¡an9am áncora; porto.
-
vifaf as costas man¡lestar desprezo por alguém ou por alguma co¡sa.
-
nobreza d¡stingáo.
-
barracóes construgóes provisórias, geralmente de madeira, destinadas a armazém de
-
materia¡s.

entfgpostos grandes depós¡tos de mercadorias; armazéns.


-
arcadaa conjuntos de p¡lares ligados superiormente por arcos.
-
rústica rural; campestre.
-
grac¡osidade ebgánc¡a; graga.
-
provlnCiana característ¡ca do amb¡ente da provínc¡a (qualquer parte de um pais abstra¡n-
-
do a cap¡tal).
ladeirentas íngr€mes; difíce¡s de sub¡r.
-
águas-fuftadas últ¡mo andar de uma casa, com lanelas sobre o telhado; sótáo.
-
CraVO flor de uma planta chamada craveiro.
-
Canastras cestas largas e baixas, leitas de vergas ou f¡tas de made¡ra entraneadas.
-
tangido som.
-
mansóes
- moradias de grandes dimensó€s e requ¡ntado luxo.
mosaicos
- pequenas pedras de várias cores ligadas por cimento.
tardlnha o t¡m da tard6; as últimas nor¿rs da tarde.
-
pafa as bandas de na d¡recqáo de; perto de.
-
cír¡o vela grande de cera.
-
caducou
- fo¡ anulada; acabou-
esmaecido descorado.
-
verdete designagáo de várias substánc¡as de cor verde que resultam da atteragáo supeli-
-cial (produz¡da, sobretudo, por agentes atmosféricós)
dos objectos de cobre.
fachadas parte Ca frente dos edifíc¡os; frontarias.
-
mesteres anes fnanua¡g; ofícios.
-
de tuta+-meia ¡ns¡gn¡ticantes; sem importáncia.
-
pós-Se a paf e passo actual¡zou-se; acompanhou.
-
o século o tempo em que se vive: o mundo.
-
'5 I
PARA COMPREENDER A CULTURA

Te¡o é o maior r¡o da Península lbér¡ca. Nasce na serra Albarracin, em Espanha, e desagua
- em S. Juliáo da Barfa, 16 Km a Oeste de L¡sboa. Banha d¡versas v¡las e cidades
espanholas e, em Portugal, V¡la Velha de Ródáo, Abrantes, Santarém, Vila Franca de
Xira e Lisboa, entre outras local¡dades. As lezír¡as do Tejo sáo os terrenos mais fér-
teis do Pais e a água do rio é aproveitada náo só para a agr¡cultura mas também para
a produQeo de energia eléctrica.

galefas- veleiros de trés, quatro ou c¡nco mastros, destinados ao transporte de passage¡ros


e mercaoonas.

Mediterráneo - mar de águas relativamente calmas, quentes e salgadas, limita-


do a Norte pe¡a Europa, a Sul pela Afr¡ca e a Este pela Asia. Comunica a Oeste com
o Oceano Atlántico, pelo estreito de Gibraltar, e com o mar Vermelho, a Oriente, pelo
canal do Suez. O Mediterráneo apresenta geralmente costas altas e ¡rregulares.

comérc¡o do Orignte
- Portugal, através das descobertas, sobretudo a do caminho marí-
timo para a Ind¡a, contribu¡u muito para o desenvolvimento do comércio mundial,
tornando possível as relaqóes entre territór¡os até ai ¡gnorados. De Alr¡ca e do Orien-
te chegavam a Lisboa produtos e especiarias que eram disfibuídos depo¡s por toda
a Europa.

Pfaga do Comércio vulgarmente conhec¡da por Terre¡ro do PaQo, é uma das maiores e
-
mais belas praqas do Mundo, e no seu centro ergue-se uma eslátua monumental do
rei D. José, inaugurada em 1775. Os ed¡lícios integrados na Praga do Comérc¡o
foram construídos após o violento teramoto de 1755, que destruiu grande parte da
cidade.

vafinas vendedeiras ambulantes de peixe, figuras típicas de Lisboa.


-
café para além de local de venda de bebidas e refeieóes ¡igeiras, o calé tem, em Porlu-
- gal, uma ¡mportante fungáo social como cenlro de conversa e d¡scussáo, como
ponto de encontro de amigos. Em Lisboa data dos fins do século xvnr a intensif¡ca-
Qáo da vida de café. E dessa época o célebre "Martinho da Arcada", fundado em
1782 e ainda hoje existente. Era o café predilecto de Fernando Pessoa, o mais
lamoso dos poetas modernistas porlugueses, que ali compós mu¡tos dos seus po-
emas. Da mesma época é o igualmente célebre "Café Nicola" (1787), frequentado
pelo popular e irreverente poeta Bocage. Dufante os anos sessenta do nosso
século, a "Brasileira do Chiado" (1905) lo¡ um centro de convívio de art¡stas, inte-
lectuais e políticos. Na Lisboa actual a act¡v¡dade das terlúl¡as (reun¡óes hab¡tuais
de gente ligada ao mundo das ide¡as) dispers-a-se cada vez mais pelos calés dos
novos bairros e cenlros comerc¡a¡s.

missa
- acto mais importante do culto católico. (vd. pá9.60)
Estoril s¡tua-se a cerca de 20 Km de Lisboa e dev¡do á sua excepcional situaQáo geográfi-
- que lhe permite ter um clima suave, constitui uma excelente estáncia de repouso
ca,
durante o lnverno, cheia de vivendas, hoté¡s, parques de jogos e um casino.
Várias vezes por ano, o Estoril torna-se o centro do mundo para os amantes da
compet¡gáo automóvel. Os grandes prémios, contando para os campeonatos da Eu-
ropa e do ¡rundo, e transmitidos pe¡a televasáo para toda a parte. atraem uma multi-

L:
dáo de adeplos e entus¡astas. O autódromo do Estor¡l tem em funcionamento uma
escola de p¡lotagem que alrai naciona¡s e estrangeiros (vd. pá9. 173).

CaSCa¡S cidade do d¡str¡to de Lisboaque goza de enorme prestíg¡o turísl¡co dev¡do ao clima
-
pr¡v¡leg¡ado e á be¡eza da sua baía. Possui ed¡lic¡os dignos de nota datados do sécu-
lo xv[.

Cristo-Rei monumento inaugulado em 1959 que s¡mboliza a grat¡dáo € homenagem dos


-
Portugues€s a Cristo pelo facto de Portugal náo ter part¡c¡pado na 23 Guerra Mund¡al.
Ergue-se sm Almada, na margem esquerda do Tejo, em frente de L¡sboa, e tem uma
€státua de Jesus Cristo, de 28 metros de allura, em forma de cruz.

PARA COMPREENDER O TEXTO


I 1. Complete com elementos do texto:

2. A cidade mudou.
2,1. Indiquo as co¡sas agradávsis que L¡sboa tem para olerecsr'
2.2. Aponte aspectos desagradáveis da cidade moderna.

3.
3,1. Para que serviu, em tempos, a larga bana do T€jo?
3.¿ Oue consequénclas t€ve para os ca¡s do rio o desenvoMmonto reg¡stiado no séqjlo xrx?

4. Expl¡que o sent¡do das expressóes assinaladas:


a. Lisboa estava 'prometld¡ a um déat¡no matll¡mo' ' ."
b. "Só a rnonumental Pra9a do Comórc¡o (. .
') $ abrla largamente para a vasta
perspectiva do T€io cintllante."
c. "... náo 3e poupava para lavar as ruelas .."
d. ". . . o vento salga& (h tardinha traz€ndo um convl¡e para ¡r iantar próximo do mar' ' '"

I
t ''J
PARA COMPREENDER A LíNGUA
1. Observe o texto seguinte:

PARTA A DESCOBERTA DA CIDADE

,-_!-1ó Oleciso um
¡g¡eJas e os museus.
Oguco de curiosidade e de aprender a olhar Lisboa. Vtsite as
Repare na arquiteclura da c¡dade, no contrastá dos
eo¡tic¡os.
Desga em direcQáo a Alfama, demqre_se nos
. mtradouros com belas v¡stas sobre
o rio, esprette as,v¡tas", construqó"" para op"iirios'ni piincipio
3J.,ro,Í" " oo

Cristina F. comes, in ,Activa"


As tomas v€óais d€stacadas esláo no lmp€ratvo.
Ojando se sugers ou aonselha alguma coisa a al_
guém, usa-s8 geralments o lmDerat¡vo.

2. Repare no quadro segulnte:

¡¡o inlo.etiyo tFart}so as * tffS.i$ DO COiüUNI|VO sxcepro q¡a¡do, dnndiyamenb,


b,r..
nos rsf€dmos e s€gunda p€ssoa do sinoulü
i,4dcativo. - tu)
N8sse caSo ulilizar0s a foúna da
¡
do pr€ser[s do btceüa pessoa do s¡nguk

3. preenchendo os espagos em branco


rc^o.::l!r-l9le^
Inotcados 9_t^exto
enlre paÉnleses: com os verbos

LISBOA
TARDES REFRESCANTES
Se qu¡ser passar uma tarde agradável em
qar) pebs barrros ant¡gos em vona
Lisboa. r^^mó_
da encosra oo casGro ¿e s.'jáiüá.
y"X?X""-1."f;i^T:*":"i,jl3i*'iI;*---.1suoi1areao"ro
da-cidade,oMu.*¡*T;'J"JñlülJ¿'.H::il"TY:11"f",":
cansar) na esptanada da cerca Moura, mesmo por
cimá ae a.amá. Ái

^*^,,.*Jlo.l";iff
L:Iii;'*ff :;li."j',::ffi 1,":*:iL;::"#
18
em d¡as d¡ferentes: _
(subir) até ao Caslelo.
(entrar) no coragáo de Alfama ou

Acaminho do Caslelo, encontrará bons lugares para descansar, be-


ber alguma co¡sa e até comer. _ (almoea0 no Restaurante
Michel, no Largo Sania Cruz de Castro- (de¡xar) escapar a
tardg, (observar) o mov¡mento dos barcos no rio a part¡r da
esplanadado Chap¡tó, que tiambém merece umav¡s¡ta nocturnaquando
o espago s€ anima com espectáculos ao af l¡vre.
Sempre segu¡ndo o rasto dos bairros anligos da capiial, _
-
(passear) pela Lapa, aristocrática, com ruas largas povoadas de cande-
e¡fos de f€rro verde, a lembrar os tempos da iluminaÉo a gás.
A Madragoa é a antitese. As ruas 6stre¡tam-se, as cas¿rs sáo modes-
tas, as p€quonas moradias que a¡nda sobrevivem sáo um dos lugares
mais curiosos de üsítaf. Náo (perder) a oportunidade de
conh€cer o Mussu d€ Art€ Anüga._ (sentar-se) na sua esplanada
localizada num belo iard¡m.
(ir) até e Pra99 de Espanha e aí (d¡sfrutar) a
bsloza do jard¡m da FundaQáo Calousl€ Gulbenkian, que clnlinua a ser
um dos espagos mais atractivos, b€m no meio da c¡dade, comb¡nando a
d¡sposigáo d6 pegas de arle conlemporánea pelos lugares mais inespe-
-
rados. No Centro dE Añe Modema (comer) uma refe¡Éo
levs s em conta á base de saladas.
Cristina Feneira Gomss,
¡n "Act¡va"

4. Agofa ¡mag¡ne que está a dar estas sugestóes a um amigo seu,


Reescreva o texto adaptando-o á nova situagáo:

Se qu¡sérEs passar uma tarde agradável €m L¡sboa,

'sil
PARA COMUNICAR
Trabalho de Pares

Cada par de alunos deverá propor, com base na loitura dos tex-
los a seguir lornecidos, ou recorrendoa outros elementos lnlorma.
t¡vos, um programa para uma nolie em Lisboa, e iusüflcar, no tinal,
o programa sugerido,

Noites
elervescentes
As noites de Agosto em Lisboa cos-
tumam ser quentes e convidam i vida
de bar em bar, es bebidas ref¡esca¡tes.
O Bair¡o AIto é ainda um dos po¡tos
mais nervosos da vida noctívaga. Os
bares sáo aos molhos. é só escolher se-
gundo cada estilo. Experimente vfui-
os: o F¡ágil, um dos ¡zusl, os T¡és
Pastorinhos com decoragno de pinball,
a Janela Indiscreta, o Kéops, mas tam-
bém o Bairo Alto Ba¡, o Nova ou, já
quase no Príncipe Real, o Pavilháo
Chinés. Se vocé querjantaÍ o italiano
Casa Nostra, o Pap'Aeorda ou o argen-
tino El Ultimo Tango.
Como alternativas pa¡a a sua noite,
aconselhamos a linha de Santos:
Plateau, Kremlin, Metaiurgia e o
Alcantara-Café, pa¡a jantar. De madru-
gada, experimente ir vera abenura do
mercado da Ribeira, a azáfama dos
vendedores, a v€nda de peixe.
Lisboa em Agosto pode ser bem di-
vert¡do, é só necessário um pouquiúho
de imaginagáo.

Cristina Ferreira Gomes.


¡n'Ac¡iva
20
O PORTO
Os Portuenses seniem-se orgulhosos do
seu apego a um passado de tradigÓes e de co-
ragem. E sem dúvida a ún¡ca c¡dade portugue-
sa onde a act¡v¡dade come9a de manhá cedo,
eonde setem alguma probab¡l¡dade de ver che-
gar as pessoas á hora marcada para os en-
contros. Os Portuenses sáo homens de negó-
c¡os, espír¡tos práicos, e anima-os o goslo pro-
fundo pelo trabalho bem feito. Sáo "do Norte" e
gostam de recordálo. vinho que fez a sua fortuna e o seu renome.
No Porto o céu é trequentemente cinzento- lnstalaram-se no Porto numerosos ¡ngleses
-pérola, e lrio o vento que vem do estuário. A que nunca o de¡xavam senáo para efectuar
velha urbe rebentou as muralhas, langou pon- os seuS estudos. O Porto compartilhou do seú
tes sobre o Douro, urban¡zou os arredores, modo de vida burgués e opulento, um tanto
ed¡licou prédios modernos. afectado, discreto.
Na margem esquerda do rio, em Vila Nova A c¡dade festeja o Sáo Joáo numa grande
de Gaia, nos subterráneos das caves viníco- alegria popular: batalha-se com alho-porro, ati-
las dormem, no s¡lénc¡o e na penumbra, os ra-se loguetes, a multidáo m¡stura-Se sem ce-
néctares que se contam entre os ma¡s no- rimónia, atrevida, cord¡al, familiar.
bres do mundo: o Porto deu-lhes o seu nome O Porto pode ser desagradável, ruidoso,
porque transitavam pela sua barra, mas sáo ¡nundado de cheiros violentos, mas como tudo
amadurec¡dos a tr¡nta léguas dali, nos aqualo que cumpre descobrir, revela-se a pou-
socalcos do Douro, tórr¡dos no Veráo e co e pouco atraente, Ínt¡mo, ¡nesgotável. Este
gélidos no Inverno. Desde sempre activa, meio é de uma largueza princ¡pesca quando
negociando com todos os centros marít¡mos vos recebe.
da Europa, a c¡dade do Porto, na sequéncia
de um tratado assinado no iníc¡o do século Suzanne Chantal,
xvfi com a Inglaterra, consagrou-se a este "Portugal"
PARA COMPREENDER O VOCABULÁRIO

a¡tego afecto; simpatia.


-
estuárlo alargamento de um rio junto á toz.
-
urbé cidade.
-
mufalhas
- muros que guamec¡am a cidade.
afredofes lugares c¡rcunv¡zinhos; subúrb¡os.
-
Cavgs
- armazéns subtenáneos onde se guarda o vinho,
penumbfa quase sombra; meia luz.
-
néCtares
- beb¡das táo aromát¡cas e de táo excelonte qualidado que sáo cons¡deradas dig-
nas oe oeuses.

SOCalCos horizontais, de pequenas dimensóes, dispostos em degrau nas encos-


-terrenos
tas dos montes e sust¡dos por muro, pafa se cultivar.

tórridos
- ardenteq mu¡to quentes.
gélidos gelados; muito frios.
-
conSagf Ou-se ded¡cou-se.
-
opulento
- muito rjco.
alho-poffo planta criada em horta (t6reno plantado de legumes), maior do que o alho
-
@mum.

Inúndado cheio.
-
CUmpre é prec¡so-
-
largueza generosidade.
-
principesca magnítica; muito abundanle.
-

22
PARA COMPREENDER A CULTURA

Douro em comprimento, é o tercetro ro Nele se est¡pulava que os tecidos


-
da Península lbérica e constitui uma fon- ingleses eram livremente adm¡tidos
te de grande riqueza em energ¡a eléctr¡- em Portugal, enquanto os vtnnos
ca. Ao lado do rio Douro, e alravés da portugueses descontariam 1/3 dos
H¡stória, floresceram cidades de grande d¡reitos alfandegár¡os pagos, em In-
¡nteresse, local¡zando-se a maior de to- glalerra, pelos vinhos franceses. Em
das, o Porlo, iunto á foz. Nas venenres consequénc¡a deste tratado, e com
do Douro cult¡va-se há muitos séculos o v¡sta ¿ exportaQáo, deu-se o desen-
mundialmente tamoso v¡nho do Porto (de volvimento da produÉo viníclla poF
elevado t€or de álcool), proveniente de tuguesa, em espec¡al da regiáo do
vide¡ras d¡spostas em socalcos, expos- Douro, o que conduz¡u a um quase
tos e ardéncia do Sol e á frieza da n6ve. monopól¡o da comerc¡alizagáo do
v¡nho do Porto pelos escritórios in-
Vila Nova de Gaia
- é o ma¡or centro gleses, que arrecadavam tanto o lu-
exportador de vinho do Porto e uma cro da exportagáo do v¡nho como o
zona ¡ntensamente industrial¡zada. da ¡mpodagáo de produtos ingleses.
Localiza-se na margem esquerda do
Douro, fronteira d cidade do porto, Sáo Joáo as festas ma¡ores da cidade do
e qualestií ligada peta H¡stór¡a e por -
Porto co¡ncidem com o solstíc¡o do
d¡versas pontes (rodov¡ár¡as e feÍo- Veráo e S. Joáo é a f¡gura dominan-
viár¡as). Sáo típicas da c¡dade de te. Na noite d€ 23 Dara 24 de Junho.
Gaia as caves das grandes empre- os Portuenses velhos e novos ¡nva-
sas exportadoras do v¡nho do porto. dem as ruas da cidade e "agridem-
-se" mutuamente com erva c¡dre¡ra
tfatado assinado no ¡nício do séc. xv e alho-porro, enquanto se encami-
com a Inglaterra
-
o Tratado de Methuen
foi assinado em L¡sboa, em 1709,
nham para o grande arra¡al do bair-
ro das Fontafnhas. Por toda a parte
entre Portugal e a Grá-Bretanha. há'cascatas" e fogueiras, e as "rus-
gas" populares cantam e dangam
toda a no¡te, Come-se o tradic¡onal
cabrito assado, regado com vinho
verde, e a festa só acaba ao nascer
do sol. Mas horas depois terá lugar
uma regata de típ¡cos barcos
rabelos, velhos lutadores do rio Dou-
ro que apenas se an¡mam para
esta fésta.

,.l
PARA COMPREENDER O TEXTO

1. Complete as frases, de modo a obter o perfil dos habitantes do Porto:

"É sem dúvida a única


c¡dade oonuouesa onde a
;"ti;,o;;;""-";;;-!! o" eortuenses sáo
manhá cedo..."
"... e onde se tem alguma -)
probab¡l¡dade de ver as
pessoas chegar á hora os Portuenses seo
marcaoa para os encon-
tros."
-)
-
''... e anima-os o oosto oro-
' -s Portuenses sáo
lundo pelo trabalho bem ............-"'
feito.'
'Sáo "do Norte" e gostam \ ñs portuenses sáo
oe recoroa-to.
"A cidade festeja o Sáo
Joáo numa grande alegr¡a os Portuenses sáo
popular..."
"Este meio é de uma lar- -)
gueza pr¡ncipesca quando os Porluenses sáo
vos recebe."

-)
2. O vinho do Porto é mundialmente famoso. Indique:
2,1, Onde se local¡zam as suas caves.
2.2. A regiáo onde é produzido.
2,3. As características do clima e do terreno onde crescem as uvas.
2,4. A razáo Dor oue a c¡dade lhe deu o seu nome.
3.
3.1. Como se justif¡ca a presenea de inúmeros ingleses no Porto?
3.2. De que modo é que essa presenea alterou a maneia de ser dos Portuénses?

4. A par de um céu que "é frequentemenle c¡nzento-pérola", outros


aspectos menos atraenles sobressaem nesta c¡dade,
4.1. Indique-os.

5. Escolha frases do texto que ref¡ram o vasto e ráp¡do crescimento da


cidade do Porto,
6. Expl¡que o slgn¡ficado das expressóes:
6-l.."nos subterráneos das caves v¡nícolas dormem, no silénc¡o e na penumbra, os nécta-
res..."
6.2. "O Porto (... ), como tudo aquilo que cumpre descobrir, revela-se a pou@ s pouco atra-
ente, íntimo, ¡nesgotável."

24
PARA COMPREENDER A L¡NGUA
1. Atente na frase:
. "lnstalaram-se no Porto numerosos ¡ngleses que nunca o deixam
senáo para efectuar os seus estudos."

Reoafe oue:

tem o mesmo valor de: só


SOMENTE
APENAS
EXCLUSIVAMENTE
UNICA E TE
SIIIPLES¡rlENTE

O oue eouivale a dizer:


. nurñerosos ingleses deixam o Porlo somenle pafa
efectuar os seus estudos. apenas
exclusivamenle
unicamente
simplesmente

Os termos d€stacados sáo adyórblos de exclusño: palavras que ssrv€m para


exprim¡r o carác.ter único, de excepgáo (ou exdusáo) duma acaáo, estado ou qualiJade.
Répare que sanáo é sempre pr€c€dido de negaqáo.

2. Substitua senáo por uma palavra de sentido equ¡valente:


a. Estivo em Portugal mas náo vi SenáO L¡sboa.
b. Os Portuenses, quando festejam o S. Joáo, náo pensam Senao em diverl¡r-se.
c. No Porto náo fomos SenáO d Torre dos Clérigos.
d. Ela náo v¡aia SenáO de comboio.

3. Substilua os termos indicados por senáo:


a, Eles compraram somenle duas ou trés lembranqas.
b. Visitei Portugal apenas uma vez mas gostar¡a de lá voltarl
c- A viagem de L¡sboa ao Porto durou só trés horas.

*il
PARA COMUNICAR

VIAGEM oo P0RT0
em
ALFA CLUB

l¡ú M piro lenpo, !r||pr! wo prodsü o5o úb, dn lisho, q ombiü noE
vo &ioo Porh, ¡¡ viooom dstúhlt¡, ['oo9¡0.

uroro o oriro. 1[s, d6di q¡a erFi fdo irh num oml'i.nL o(dhdor,

|||.dáúF ml¡faou0, vü, poóra o oÍro púcli bgoqr¡ o& Aü¡0n,


i da cdnhú. '0e (d|ü¡i,?', w' qr [úqqh [a$ Ngd6 q¡
lúras üm colcs ü esdilú¡. $r, da ! I I do5s. mÍd. oFS¡d oo furh 6
omh*r. t oolDillE o r¡hho úhi,r{ lü. ¡ mÍ't¡ orps! alw! o lfii qie

vio!6n oo Pono. rsssrvom úimnl¡ o vhefi! por hhmü

Sof & Sontú 4dórúo üJ 7h: o Gniijo rd.(onoo fclliloíúü | L30r,ddo

rihm moru& pq{ o ftn & msü¡. sobou ldnp Fo P6sú m &im-

Idiei o F{E¡dnop, okrfb Fh 'lb ¡so nto F,o ur ad|üft, ó

0 hfñ, folu¡ o ird do do, fome qün ftio m laüCüD Atf¡ 0.U8. un esoilüio!', sxddm,, ffio,
dü !¿h odrhr& d. ho. Foi tnlüo lirm de Foúilo: oo ñh d. k uÍt o minho olo0o. 'ltnt m¡do',

elo me domot o olEntoo poro o r*ló 0, linho p€nsodo sñ lú¡t umo dise eu. '0 ÁUA ftUB á um out0nfo

lds¡úd qu6 o (P o tdvifo do dh@ mdnl¡ o0üte. 4ut !6.rilório sobB rod6l'
dh Po¡¡o

1. Jogo de Simulaqáo

lntervenienles: 2 alunos
Papé¡s: a senhora qus adora viajar em "ALFA CLUB"
- um
- turasta estrange¡ro
S¡tuaqáo: as duas personagens viajam até ao Porto no "Alla Club". A execut¡ya conhece
bem aquela c¡dade; o turista p,etende conhecéJa. E estabelecido diálogo entre ambos.

Os alunos partic¡pantes dgvem preparar prev¡am€nte a sua actuaQáo, obssrvando atentamente a


planta da baixa portuense e reconendo a outas ¡ntomaÉes onüdas nos textos.

2. Expressáo Escrita
Os aprcndentes elaboraráo um d¡álogo conc¡so que corresponda á situaQáo simülada em 1.

*,u
27
REGIOES
DE PORTUGAL
Na Costa Verde sopram suaves brisas do mar so-
bre pra¡as de areiafina. De Esp¡nho aCaminha desco-
brem-se condigóes ideais para lazer "surf', velejar e
andar de barco a motor. Encontram-se praias magnÍli-
cas ao longo da costa do A ántico.
A Costa Verde abre-se em vales, colinas e monta-
nhas completamente verdes. Mesmo o seu famoso vi-
nho é verde-
Nos palácios e nos solares, há uma atmoslera aristo-
crát¡ca e distinta. Contudo, náo nos podemos esquecer
dos hoté¡s majs modemos e luxuosos, das pousadas
convidativas e dos excelentes parques de campismo.
Aquias pessoas sáo act¡vas e gostam de se diver-
lir. e por todo o lado existem festas e peregrinaeóes.
Há artesanaio em prata, filigrana, cerámica, lecela-
gem, verga, rendas, bordados, trabalhos em madeira
e latáo. O símbolo da Costa Verde é o galo de Barce-
los, lradicionalmente moldado em barro e pintado em
cores v¡vas.
A gastronomia desta área é uma das melhores de
Portugal: tripas á moda do Porto, sarrabulho, baca¡hau á
Narcisa, caldo verde com páo de milho... tgualmente
famosos sáo os doces, feitos a part¡r de receitas
conventua¡s, tais clmo os ovos moles de Amarante, o
pud¡m á Abade de Priscos e o aroz doce.
A Costa de Prata estende-se por 200 Km ao longo
do litoral no centro do PaÍs.
É uma regiáo fascinante, com castelos medieva¡s,
esláncias terma¡s, alde¡as agarradas ¿s vertentes das
montanhas, lagoas e florestas de vegelaqáo luxuriante.
O folclore, na Costa de Prata, é alegre e color¡do.
Saliente-se, entre outros eventos, as Festasda Ra-
inha Santa e a Oueima das Fitas em Coimbra, o Car-
naval em Ovar e Tores Vedras, o 'Vira" danqado na
pra¡a da Nazaré e a Festa dos Tabuleiros em Tomar.
A gaslronomia da regiáo é um deleite. Sáo verdadei-
'amenle leniadores os saborosos pralos de peixe. as
enguias, o marisco e as lamosas sardinhas grelhadas. A
came, a lruta e os doces tém também um papel impor-
tanle na ementa. Os vinhos atamados da regiáo consli-
tuem óptimo acompanhamento para as ¡guarias locais.
O alojamento inclui hotéis, pousadas, estalagens,
solares e excelentes parques de campismo.
Há muitos d¡vertimentos noctumos, e também uma
vadedade de lazeres que asseguram umas lérias cos-

2A
mopolrtas, no entanto tranou¡las.
O artesanalo da Costa de prata incluj porcelana,
crisial, vidro, olaria vidrada e rendas.
NoAlentejo há diversas barragensonde se pode
praticar desportos aquálicos e pescar. Há também
rnuita caga nas abundantes coutadas da reg¡áo.
Na linha da costa
- Costa Dourada
-
existem
praias ¡nexploradas consideradas como paraísos
para pescar e merguthar
O artesanato localé muito interessante, oesoe a
cerám¡ca alé aos ¡nlernacionalmente famosos raoe-
tes de Arraio¡os, passando pelos produtos em baro
I a teceEgem.
A gastronomia alentejana é uma das principa¡s
atra@s desta regiáo pftlios de porco, borego,
cabrito, aQorda, end
-
dos, eb., fazem parte da a men-
laÉo trad¡cional. Os queioG reg¡onais sáo acompa-
nhados pelos excelentes v¡nhos branco e tinto lo€ais.
Para um bom e merec¡do repouso nas planfc¡es,
á parte os habituais hotéis, existe um grupo de pou-
sadas luxuosas.
As cidades, vilas e aldeias do Alenteio sáo te- As noites do Algarve sáo v¡vas, com ritmo, des-
souros a náo perder. Aqui, o campo e a H¡stória an- de 0s cas¡nos e bares até ás discotecas para todos
dam a par e passo diariamente. os gostos.
O Algarve é, nos nossos d¡as, um centro internacj- Madeira, um jard¡m com mi¡hares de flores, sur-
onal de turismo. De Sagres até Vila Reat de Sanü3 ge no Oceano Atlánl¡co como um milagre da nature-
Antón¡o, a costa algarv¡a, com um clima ideat ao |on-
go de lodo o ano, desvenda-nos praias inesquecíve¡s,
za
- Uma ilha de sonhocom um cl¡ma Dermanente-
mente ideal. E um dest¡no cosmopolita de qualida-
cosmopolitas ou Madas. No Algarve pode descobrir de, com hoté¡s luxuosos para os cl¡entes ma¡s exi
mu¡tos prazeres: as águas momas e tEnsparentes, gentes.
que combinam as qualidades do l\,led¡tetáneo com a Panoramas fentáslicos abrem-se por todos os la-
enorg¡a e v¡tal¡dade do AUántico; aldeias piscatórias dos, afavás das montanhas, precipícios e terragos.
corn casas brancas encimadas por cham¡nés gracio- Casas bonilas e sumptuosas contam h¡stórias do
samente trabalhadas; pornares de laranjeiras, l¡guei- passado apaixonante do arqu¡pélago.
ras, alfanobe¡ras e amendoairas que se cobrem de O arlesanato local inclu¡ cestos de verga, ooroa-
flores na Primavera. dos, tapegaria e outros objectos úteis.
O cl¡ma quente e suave tornou o povo feliz
apa¡xonado pela vida um povo que celebra o
- O delicioso vinho da Madeira, produz¡do nas vi-
-
Camaval e danCa o'bonidinho".
nhas cultivadas nos teÍagos sscavados nas monta-
nhas, é famoso e apreciado mundialmente. As es-
Re¡nam o€ desportos ao ar l¡vre. Pdmeiro os aqu- pecialidades gastronómicas sáo o 'bolo de caco' e
áll¡s, como a pesca, o ljndsurf, o €squi. O gole é as espetadas de came com milho fito. No que diz
jogado todo o ano em excel€ntes campos onde se respeito a doces, experimenteo bolo de mele o doce
real¡zam tomeios ¡ntemaciona¡s. Existe também o té- de Natal.
nis, a equitaqáo e labulosos parques aquáticos. Pei- As poss¡bilidades de ocupar os tempos de lazer
xe fesco e marisco @m ser saboreados no6 r€s sao inúmeras, especialmente desportos náuÍco6, e
taurantes e naa hscas ¡oc€b. Os doces do Algarve ao longo do ano organizam.se numerosos feslejos,
sáo famosos, feilos de anéndoas, ovos e fi9o6. Ex- os quais ¡ncluem, por altura do fim do ano, um es-
perimente o licor de rEdror$o e o licor de mel. pléndido fogo de artifício na baía do Funchal.
Uma vasta gama de excelentes hotéis e
aldeamentos turisticos oferecelhe cond¡9oes excee in "Portugal"
c¡onais de alojamento. (prospecto do lnst¡tuto de Promogáo Turística)

2eil
PARA COMPREENDER O VOCABULARIO

vele¡al
- navegará vela.
solafes
- casas nobres; patác¡os.
afistocrát¡ca nobre; superior; dist¡nta.
-
vgrga vara delgada e mu¡to llexível; vime.
-
latáo liga de cobre e z¡nco, podendo conter outros meia¡s.
-
receitas conventua¡s fórmulas usadas tradicionalmente nos conventos oara a confec-
9áo de certos
-
al¡mentos.

abade superior de uma abad¡a (moste¡ro); sacsrdote. Nos meios rura¡s do Norte do país
- a¡nda hojs se chama "Senhor Abade' ao pároco. Também se chama aoaoe a um
homem gordo e pachorento, e a tradigáo popular üa no abade um homem bonache¡Éo
e grande apreciador de ¡guarias, daí a expressáo .comer como um abade" (comer
mu¡to; comer bem).

estancias termais loca¡s onde existem águas com propriedades med¡c¡nais e cuja tem-
-
peratura ultrapassa os 25" centígrados.

luxur¡ante exuberante; vigosa.


-
enguias peixes comestíveis, de corpo longo e cilíndrico, muito lrequentes em portugal,
-
iguarias comidas apetitosas.
-
estalagens casas de com¡das e dorm¡das; hospedarias.
-
cOSmOpOlitas com mu¡ta gente; qus abrangem pessoas de várias nag6es.
-
Coutadas matas onde se cria caga.
-
borfego cameiro até um ano de ¡dade.
-
agorda com¡da feita de páo, azeite e atho.
-
ench¡dos carnes ensacadas (metidas em tripa); chouri9os.
-
altafrobe¡fas árvores que ptduzem a alfarroba (Íruto adocicado e de grande valor nutritivo).
-
equ¡tagáo arte de andar a cavalo.
-
tascas casas de nível modesto, onde se servem comidas; tabernas.
-
licor beb¡da doce e aromát¡ca que tem por base a aguardente ou o álcool.
-
medronhO do medronhe¡ro, apreciado pelo seu sabor agridoce.
-fruto
terfagos plataformas; mirantes.
-
espetadas enfiadas de pássaros, pe¡xes, pedaqos de carne, etc., que se assam de uma
-
vez no espeto (haste de ferro em qúe se enfiam al¡mentos para assar).

30
PARA COMPREENDER A CULTURA

Esp¡nho c¡dade dodistrito de Aveiro, com importante feira semanalás 2as. feiras. possui o
-
ma¡s antigo campo de golfe da P6nínsula e um dos primeiros da Europa, praia com
extenso areal, holé¡s, piscinas e cas¡no.
Caminha vila mu¡to antiga do Alto M¡nho, na loz do rio M¡nho. Foi imponanre porto comer-
-
cial nos séc. xv e xvr. Apresenta fuas t¡p¡camente medieva¡s, vários monumenlos de
interesse e pra¡as ¡soladas de are¡a f¡na e mar tranou¡lo.
Atlántico oceano do Hemisfério Oc¡dental, timitado peta Europa e Átr¡ca a teste e peta
-
América a oeste. A procura do cam¡nho marítimo para a ¡nd¡a e a curios¡dade pelos
m¡stérios do Atlánt¡co Oc¡dental levaram os Portugueses, primeiro, e os Espanhó¡s,
depo¡s, a descobrirem os seus lim¡tes nos séc. xv e xvr. A 1n lravessia aérea do A án-
tico Sulfo¡ real¡zada pelos portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabralem 1922.
v¡nho vefde no Noroeste de Portugal situa-se a regiáo do v¡nho verde
-
tipos de vinho produzidos no Pals
um dos diversos
-
de alta ac¡dez e ba¡xo teor alcoólico. lmoar no
-
Mundo. O vinho verde já no século xM era exportado para Inglaterra, e nos meicados
¡nternacionais a procura deste néctar tem v¡ndo a aumentar.
Barcelos cidade muito anüga s¡tuada nas margens do rio Cávado. possui monumentos de
-
grande valor. Acidade tem uma felra semanale, anualmente, realizam-se em Barcelos
as Fesias das Cruzes, das mais típ¡cas e concoÍidas do Minho. Barcelos possui um
comércio intenso e várias ¡ndústrias típicas, corno as de cerámica, de t€lha e tijolo.
Amarante uma das vilas ma¡s importantes do Norte de portugal, loca¡izada no sopé da
-
majestosa sena do Maráo e atravessada pelo rio Tamega. Tem monumentos notá-
veis e um estabelec¡mento termal.
Festas da Rainha santa co¡mbra, cidade un¡vers¡tária e románt¡ca das margens do
-
Mondego, celebra em Julho a Ra¡nha Santa lsabel com grandes feslejos, que inclu-
em duas imponentes proc¡ssóes. Mas durante mais de uma semana sucedem-se
\) man¡festagóes cultura¡s e de diversáo popular ¡nteressantes e animaoas.
Queima das F¡tas vd. pág. 112.
-
Coimbra antiquíssima cidade, capital do
j
- _pafs nos sécs. x e x r, é uma das mais ant¡gas
cidades un¡versitárias do Mundo. E uma urbe romántica e monumental, banhada
pelo rio Mondego. As tradigóes €studanüs e o característ¡co fado, tornam Coimbra
uma das ma¡s clnhec¡das terras portuguesas (vd. pág. .1.12).
'l Carnaval de remotíss¡ma origem, os fotguedos do ¡níc¡o da pr¡mavera sáo um @stume
-
mu¡to popular na Europa. O Camaval dc Ovar, com cortejos de mascarados, desf¡le
de carros satíricos, batalhas de llores e mu¡tas surpresas, é uma louca animagáo.
.¡ Torres Vedras atra¡ folióes desejosos de participar num Camaval bem popular, com
cortejos satíricos, 'cegadas', batalha de flores e outras brincadeiras. Em portugal, o
.t Carnaval rec€be também o nome de Enlrudo.
.l Ovar v¡la ribeiainha do d¡strito de Av€iro, tradicionalmente conhec¡da oelos f€ste¡os do Carna-
- val e Semana Santa. Uma das princ¡pa¡s indústrias de Ovar é a sal¡nei;a.
Torr€¡s Védras c¡dade cenário de tmponantes acontec¡mentos históricos, Torres Vedras é
-
uma importante reg¡áo v¡nhate¡ra, conhec¡da pela alegria do lamoso Carnaval. pos-
su¡ trés nascentes de água m¡neral.
"v¡ra" vd. pá9. 13.
-
Nazaré recente, esta vila pitoresca é uma das praias ma¡s conhecidas de portu-
-galdeeorigem
conseNa ainda @stumes trad¡c¡ona¡s. Sáo mund¡almente famosos o folclore e a
pa¡sagem surpreendente da Nazaré.
Festa dos Tabuleiros em Tomar atravessada peto rio Nabáo, a cidade de Tomar é
-
r¡ca de monumentos, o ma¡s conhecido dos qua¡s, o Convento de Cristo, possui uma
das obras-primas do estilo manuelino, a famosa janela da sala docapítulo. Em Tomar
ex¡ste o único templo hebra¡co antigo que se conserva em portugal- asinagoga do
séc. xv.
A característica Festa dos Tabule¡ros adqu¡riu nomeada. Realiza-se de do¡s em
dois anos, em Julho. Sáo festejos tamosos quese desenrolam durante quatro dias. A
proc¡ssáo seguem-se folclore e fogo de artiffcio.
tapetes de Arraiolos
-vita do d¡str¡to de Évora,
indústria que vem do séc. xvlt
Arraiotos é famosa peto fabric! de tapetes
possu¡ um importante conjunto de monumentos,
- -
o ma¡s antigo dos qua¡s, o castelo, data do séc, xtv. Arraiolos é o cenlro ma¡s ¡mpor-
tant€ da indúslria case¡ra de tapegaria, que reproduz padróes antigos ou novas com-
posigóes dentro dos t¡pos caracterfsticos. Os taDetes de Arraiolos sáo bordados a
fios de lá de diversas cores sobre tsla de linho, e os mot¡vos dos tapetes, ao gosto
popular, sáo pássaros, árvores, figuras humanas, etc., ou entáo desenhos geométri-
cos, numa certa percentagem.
Sagfes v¡la situada no exiremo Sudoeste da costa portuguesa, mandada erig¡r no séc. xv
-pelo ¡nfante D. Henrique, que para al¡ foi res¡dir e onde reuniu, segundo a trad¡9áo,
mestres nac¡ona¡s e estrangeiros com v¡sia á formagáo dos pilotos que partiram para
as descobertas.
Vila Real de Santo António Iocat¡za-se no extremo or¡entat do t¡torat atgarvio, na mar-
-
gem direita do r¡o Guadiana, perto da foz. Vila Beal de Sp Antón¡o fo¡ edif¡cada em
1744, em c¡nco meses, reproduzindo, em m¡n¡atura, a planta da Baixa de Lisboa. As
suas pr¡nc¡pa¡s actividades económ¡cas sáo a pesca e o turismo.
"coffidinho" danga portuguesa, or¡unda da Europa Central, adoptada noAlgarve, onde foi
-
proclamada danga típica. De mov¡mento rápido, organiza-se por pares que dangam
abragados. O co(idinho apresenta-se l¡gado ao acordeáo instrumento mus¡cal
-
portátil, de palhelas (láminas metál¡cas cujas vibragóes produzem som) livres que
v¡bram por acaáo de um fole.
Funchal esta cidade, situada numa larga baía na costa meridional da itha da Made¡ra,
-
ergue-se em anfiteatro, entre jard¡ns, áruores e plantagóes de cana-de-agúcar, bana-
neiras, milho, etc.. Recebe v¡s¡tantes de todo o Mundo, especialmente no Inverno. Na
c¡dade do Funchal concentra-se quase toda a v¡da económica da lvlade¡ra.
Madeira a ¡lha da Madeira, a maior do arquipélago com o mesmo nome, noA
- ánt¡co Or¡en-
tal, possu¡ paisagem de grande beleza, com montanhas escarpadas cortadas por
vales verdejantes e floridos. Tem um clima ameno incomparável pois náosofre gran-
des variaqóes térm¡cas ao longo do ano e const¡tu¡, por isso, um destino turíst¡co do
maior interesse. As actividades tradicionais, como os trabalhos de vime e os borda-
dos, sáo muito apreciadas, e o vinho da ¡rade¡ra vinho licoroso (alcoól¡co e aromá-
tico) é de renome mundial. -
-
Pr¡scos
-comfreguesia do concelho e d¡strito de Braga, trad¡c¡onatmente produtora de m¡lho e
indústria de moagem e serragáo de made¡ras. A ant¡ga fregues¡a de priscos era
abadia

32 L
I
PARA COMPREENDER O TEXTO

: 1 .l . Após leitura atenta do texto, complete o quadro segu¡nte:

F
F,

: ',11
:.,..
:-! .
,,,, ,', ":irli,trt i .,r
:

: 1.2. Indique, relativamente a cada um dos aspectos


analisados em
1.1., aqueles que lhe agradam mais:

:l I

:i I
^l
^l
^t
:l
:i
^l
^l

1.3. Justifique as respostas dadas em 1.2.

il
2. Substitua os termos e expressóes destacados por outros, de sent¡do
equivalente:
a. "...sopram suaves br¡sas do mar..."
b. "Encontram-se praias magníficas ao longo da Cosia do Atlántico."
c. "Aqui as pessoas sáo act¡ves o gostam de se divert¡r. ." .

d. ? Costa de Prata estend*e oor 2OO Km..."


e.'...alde¡as agaffadas ás vertentes das montanhas..."
t. "A gastronomia da regiáo é um deleite."
g. "Na linha da costa (...) existem pra¡as inexploradas consideradas como paraísos para
pescar e mergulhar."
h. "... pratos dé porco, borrego, cabrito, agorda, enchidos, etc., tazem parte da alimenta-
gáo tradic¡onal."
i. "... a costa algarvia (...) desvenda-nos praias inesquecíveis...'
i. "Reinam os desportos ao ar livre "
l. "Madsira (...) uma ilha de sonho com um cl¡ma permanentemente ideal'.
-
PARA COMPREENDER A LíNGUA
1. Reg¡ste, na coluna da d¡re¡ta, os ad¡ectivos do texto correspondentes
aoa substantivos a seguir indicados:

Suavidade
lde¡a
D¡st¡nQáo
Modemizaqáo
Conv¡te
Ac9áo
Vida
Fascín¡o
Alegria
Cor
Tentagao
Sabor
Tranquilidade
Abundánc¡a
Interesse
Háb¡to
Frescura'l
Exigéncia
Paixáo
ue cra I

X,,
2. Indique os vefüos correspondentes aos ad¡ectivG é substantivos anl8rkrrcs:

^.1
-.1
-.1
,^l I

,1 ¡

I
3. Esc]€va os substantivos c.rrespandentes ars adlectivas s€guintes:
I

Fino n hw.-o
Magnfñco a l-t¿,¡.,
^, f ¡í
,il Verds
Aristocrát¡co
.\l Luxuoso
Excslente
Famose
Convgntual

^i
^l'I
Medi{wal
T€rmal
L!rudante
Alama(b
T¡adiclonel
Ragional
Transparente
Piscatório
Aquáüco
Vas¡o Jq'+ J.ti
-.1
Excepc{onal
Fantástico
Sumpluoso
Gastronóm¡c!
-t l

I
4. Complete o texto com os segu¡ntes ad¡ectivos:

FINO ARISTOCRÁTICO TRADICIONAL


MAGNíFICO FAMOSO PISCATÓRIO
EXCELENTE LUXURIANTE EXCEPCIONAL
MEDIEVAL AFAMADO FANTÁSTICO
GASTRONÓMICO SUMPTUOSO

O PORTO
Frequentemente int¡tulada aCapital do Norte, a
cidade do Porto situa-se na foz do r¡o Douro, no Norte de
Portugal.
Foi na época que o Porlo se tomou uma das
princ¡pa¡s c¡dades portuguesas.
O Porlo, com a sua rede de fansDortes. é o
Donto central de toda a Costa Verde.
So algum dia passar por esta cidade
náo deixe de visitar o Museu de Etnograf¡a, cula arquitectura
remonta ao século xvnr e onde poderá apreciar
colecAóes _ da v¡da e das p€ssoas.
Se gosta de sa¡r ¿ noite, eniáo vague¡e pela B¡be¡-
ra e Miragaia, onde poderá cheirar o torte perfume
das
- comidas do Porto. Prove as delí-
cias da culinária baroca da CaDital
do Norte, principalmente as lripas á
moda do Porto". E, naturalmente, náo se esquega
-
de entrar no Solardo Vinho do Porto,
bebida que tomou a cidade _, ou de ¡r
a Vib Nova de Ga¡a, onde o néctar
amadurece. Aqui perto visjto a zona
onde poderá delic¡ar-se com a imagem das redes
de pesca a rebentar com p€ixe fresco.
Continuando na regiáo do Porto. dirija-se ao
vale do Douro. Mesmo o visitante que náo se in-
teresse por vinho ficará deslumbrado com a pai-
sagem desta zona; com as suas
v¡nhas Dlantadas em socalcos.

(e)'lraído de um prospecto
da Regiáo de Turismo do Porto)

36
PARA COMUNICAR
1. EXPRESSÁO ESCRITA

l.l. Serv¡ndo-se do mapa anexo, e recorrendo tamtÉm a outras inlormagóes, organ¡ze o


roteiro de uma viagem turística pela Costa de Prata.
Indique:

o calendário (horas e dalas) a cumprir:


-
o(s) meio(s) de transporte a utilizar;
-
o ¡t¡nerário € os loca¡s a visitar;
-
as paisagens, os monumentos, o artesanato, etc., com intefesse;
-
os lugafes onde comsf;
-
o alojamento.
-
1.2. Registe noseu diário (cademo onde se
escreve o que se tez dou o que acon-
tece{t em cadá dia), ou num bloco oe
notas, as impress6es de um desses dhs
de v¡agem em portugal.

2. JOGO DE S|MULA9ÁO

Mater¡al: planta do centro de Lisboa


Protagonistas: um tur¡sta
um l¡sboeta

Sltuagáo: o tur¡sta aborda o lisboeta no, Ross¡o. pretende


v¡si¿ar a pé o Casteto de Sáo Jorge
s1bs tá chesar o habtranro ¿e ¡_¡sooa conv¡áao
T,T,l39 "gl9fornecerhe as infom€9oes pretenoioás a rí,iir",riü ¡e¡¡¿. no c"r¿
Nrcora (no Frossio),
e sug"'r"'"i1li"ü lo""i" ¡nr"-
resse que ele poderá vis¡tar naquela parte
da c¡dade. "o,n

*.t
PARA SABER MAIS
Aproveitando para v¡alar em Portugal vocé pode conhecer os
mais var¡ados tipos de pessoas e culturas. Gente com quem
vate a pena conversar e conv¡ver.

O Algarvio Dizem que o sangue mouro O Madeirense


-
ainda lhe corre nas veias. pode ser. - O made¡rense é conheci-
do como um ser extrovertido, lala-
Ou qual seria a explicagáo para a dor ou, como eles dizem, "espalha-
sua pele morena? Talvez o Sol que -b.asas". Além d¡sso é teimoso. O
lá bale o ano inteiro e qu€ todos po- made¡rense te¡ma, porexemplo, que
dem gozar até no Inverno. a Made¡ra é uma "pérola no Aíánti-
co"- E ele lem razáo.
O Alfacinha O atfacinha nasceu em Lis-
-
boa e passa a v¡da a ver o Tejo, a O Agofiano- Quandoos navegadores por-
anda. em Altama, a pass€ar m Ros- tugueses descobr¡ram os Agores no
S¡o. Náo toma café, bebe bicas. Sal- século xv devem ter ficado encanta-
vo erro, é adepto do Sporting ou do dos com o lugar. De c€rteza que a
Benfica. sua jnt¡nidade de belas lagoas, flo-
Se for moderno, vai ao Ba¡rro res, pastos e arvorodos inf¡uencia-
Alto jantar como deve ser, dangar e ram a natureza do a9oriano. Natu-
beber um copo. Se for tradicional, reza esta que se traduz na sua boa
náodispensa um bom b¡toque ou um com¡da e tiambém no seu bom queijo.
prego. E vocé pode sempre acom-
panhá-lo á mesa. O Tr¡peiro- para sertripeiro náo basta nas-
cer no Porto. E preciso sent¡r o por-
O Alente¡ano O Alentejo, como o nome
-
já diz, está atém do Tejo, atém dos
lo, v¡ver o Porto em todos os senti-
dos. Por isso, o visilante pode tam-
grandes centros urbanos. além da bém sertr¡pe¡ro_ E, al¡ás, impossível
correr¡a da cidade. A beleza e a paz náo o serquando estamos na Flibei-
da planície alentejana reflectem-se ra, quando v¡sitamos as caves do
no canto da sua gente. E tamoem Douro ou subimos á Torre dos Clér¡-
na sua vocagáo para o artesanato, gos.
nas fest¡v¡dades e na sabedor¡a do
cult¡vo de grandes v¡nhos. In rmprensa

LISBOA
Lisboa é uma das mais ant¡gas capitais da
Europa. Com um misto de moderna urbe e
aglomerados quase medievais, Lisboa possui o
-
fascínio de uma grande cidade, calma, aóolhedora
e segura de si.

ao lo¡go perial qüe a distingue das slfs


:pA"{:*
do rio Tejo, a velha ca- congéneres europetas.
gra o seu passado histórico rlo
desenrola¡ agitado do seu quo-
LJ piral
)ltal engtda sete
e¡igida sobre sete Lisboa seduz o visitante Dela tidiano.
colinas possui encanto es-
Dossui um encan(o es- forma harmoniosa como inte_ Para conhecer Lisboa é pre-

3e'I
casas de espectácu-
lo. As zonas co-
merciais multi-
plicam-se inces-
santemente. As
Amoreiras fazem
já pa¡te do circuito
de compras de
qualquer visitante,
nacional ou estr¿n-
geúo.
Nos seus inú-
meros festaufan-
tes continua-se a
comef muito boa
cozinha pomrgue-
sa, sempre com
ciso tempo. Náo que a capital linos Mostei¡o dos Je¡ónimos excelenles vinhos por comPa-
seja uma mega metróPole. Mas e Torre de Belém, partilham nhia. Finalmente, também as
porque possui canbiantes que duma característica cada vez noites Wmias do Baino Alto,
só o lempo faz desponta¡. mals ¡ara: o seu espago Alcánta¡a ou Alfama continu-
Os seus principais monu- envolvente, amPlo e contem- am a conquista¡ muitos e va¡-
mentos, como o castelo de s. plativo, ados adeptos.
Jorge, a Sé Catedral, o Mostei Mas Lisboa é tamÉm uma
ro da Madre de Deus, o "Ter- cidade com \"¿dadíssimas opgoes i¡ "Bolsa de viag€ns"
culturais, em museus, galerias e (I¡stituto de Promo{Ao Tuística)
¡eiro do Paqo", ou os manue_

PORTO
Po¡toéagrundeme- gos, ou da To¡re dos Pagos do bem como a passear Pela estfa-
trópoleeocenroeco- Concelho, No se$mdo dia Pode- da margiul, até á Foz, com
nómico da Costa Verde. rá visit!¡ a Sé Cated¡al (romano- aquele aftinho a Riviera, ou
Cidade de granito e monu- gótica #cs. )G-)o) e os seus te- pela Ribeira, parte antiga da
mentalidade, o antigo burgo souros, a lgeja e a Tore do6 Clé- cidade, onde inevitavelmente
medieval é ainda p¡essentido dgos (Éc. x\TD, o Palácio da Bol- se comeqa a noite.

quando avistado das célebres sa (sóc. )o() ou a Igeja de S. Fr¿n- Náo se esquega entretanto
pontes sobre o Douro. circo (séc. n'u). Sáo muitas as de visitaras caves doVinho do
O Porto é só Por si um es- igÉjas de gr"nde i¡ter€sse afísti- Porto, em vila Nova de Gaia,
pectiáculo imponente e inesque- co, principalmente as de onde o famoso vinho, nascido
cível. Para o conhecer o visi- Cedofeita, Sant¿ Cla|4 Grilos, S. nas monta¡¡has, vem aPerfeigo-

tante deve disPor de Pelo me- Pedro de Miragaia Se Possível, ar-se por anos e anos, para de-
visite-as, bem como, claro, o pois correr mundo.
nos trés dias.
O primeiro p(xle¡á dedicá-lo ¿ Museu Nacional SoaEs dos Reis.
O terceiro dia, dediquc-o in "Bolsa de Viagens"
observagao da cidade, do alto da
aosjardins. á Casa de Serralves, (lnstituto de Promogáo Tuística)
Sen-a do Pilar. da ToÍe dos Cléri-

40
LENDA DO GALO DE BARCELOS
m peregnno laacaml-
nho de Sanriago de
Composrela (Espa-
nha) e foi acusado de roubo,
ao sair de Barcelos. Apesar da
sua inocéncia e honestidade,
foi incapaz de se defender
satisfatoriamente e ojuiz con-
denou-o.
O peregri¡o implorou entáo
a protecgAo de S. Tiago e, sa-
bendo que o jantar do juiz era ¡rl
galo assado, declarou que, para
prova¡ a sua inocéncia, o galo
se levantaria. E o milagre deu-
se! Entáo o juiz reconheceu a
inocCncia do pe¡egrino e man-
dou e¡gue¡ um monumento, em
memória do milagre, o Senhor
do Ga.¡o, que pode ser visto no
Museu Arqueológico Munici-
pal.
in "Ponugal
-
Roteiro de Férias"

PORQUE SÁO
..TRIPEIROS'' OS PORTI]ENSES ?

Grande loi o contributo dado pelo Pono ás luras pela posse


i do Norte de Africa. Para além das esquadras organizadas para a
conquista de Ceuta, das Canárias, de Tánger, de Alcácer
Ceguer e Arzila, privou-se a populagáo, diz a tradigáo,
do melhor dos seus alimentos para irem bem
abastecidos os navios sob o comando do infante
\. D. Henrique, aquando da expedigáo a Ceuta.
Por esse motivo, das f€ses abatidas apenas
aproveitaram para seu consumo ¡¡s tripas...
J
in "Rota dos Navegadores" (Direcgáo-Geral do Turismo)

¡. tl oñI
ANTOLOGIA

PORTUGATAPOSTA
EM IMAGEM MUMIAL
A primeira ca¡npanha intemacional de publici- temacional do mesmo género para os produtos e
dade do tu¡ismo portug¡¡és concebidá, planeáda e servigos ¡acionais. Trata-se de uma iniciativa de
di¡igida centr¡lmeDte acaba de s€r la¡gada em nove promofáo no domínio do <made in>, que prete¡de
pafses eúopeus pelo Minisrério do Comércio e Tu- projeatar uma imagem de ql¡alidade dess€s produ-
rismo, através do ICEP ¡os e serviqos junto do g¡ande público consumidor
Sáo 1,5 milhóes de contos de investimento em in¡emacional.
publicidade exterior, na imprensa esc.ita de g¡a¡rd€ Entretatrto, até ao final deste ano váo decorer
circulagao e llos ca¡¡ais de televiseo desses palses, ainda diversas iniciativas de promogáo integrada de
que entr€ Ou$bro de 1993 e Dezembro de 1994 ireo Portugal em Ba¡celona, em Zurique e em Washing-
apelaf aos consumidoa€s eu¡opeus p¡rra visit¿fem ton. Nesta cidade, na National Gallery of Art, vai
Ponugal como destino fi¡¡ísrico de qualidade, dan- ser inaugurada a exposigáo <O triunfo do Barroco"
do destaque ao turismo cultural, dcspofivo e rcligi- aO mesmo tetupo que, no Georgetown Mall, se fa¡á
oso, ao "sol e pÉia", e aos congrcssos e i¡centivos. urna mostra de produtos portugues€s üadicionais de
A campa¡lha euopeia de "má¡keting" global, que ¿lta qualidade.
tem por tema "Portugal: a emogáo da descobefa",
poderá ser estendida ai¡da em 1994 aos EUA e ao Os estudos de mercado mais recentes fe¡tos pelo
Japeo, e evenfi¡almeÍte ao Bmsil, no a¡nbito das c¡m- ICEP (Investimentos, Comércio e Tu¡ismo de Po!-
panhas de imagern fnanciadas com fundos da CE. tuga.l) sáo escla¡ecedores: os esü:u¡gei¡os qüejá nos
Pam além do turismo, o ICEP está a desenvolver visita¡am téú geralmen¡e uña boa imagem do país,
estudos ro sentido de prepa¡a¡ uma c¿¡Íryanha in- mas os que náo o ñzeram ou tem uma má imagem

I. 42
(de país atrasado, etc.) ou sinrples¡ncn¡e n¡o sabem
ofientügio ger¿l dr carnpanhü pan_europ€ra e
nada acerca de Ponugal. .A
a de uma esrratégia Je marca. adapt;da ¡\ cafacre.
E o problem¿ náo sc l¡mrr¿ Jpcnirs ao turismo. rísticas próp ¿s de.aJd um
No comércio exrcmo, as graode;empresas cstran
Jo\;ove pai\es.alvo,
em termos de diferencrrcao comDetitiv;.
ge¡ras comegam a conhecer relativ¡mente oem os
prooutos e servigos ponugueses de qualidade mas, ..Como-disse o presidenre óo lCEp Miguel
Athayde Mafques, ao apresenlaf a camoanha no
quanto ao gra¡de público co¡sumidor. a ignore¡cia CentroCul¡ural de Belém. i pergunu feitá pelo po_
é muito gra¡de. tencial turista dos paíqes-alvo vPorqué escolher por_
Chegou, ponanto, a hora dc <da¡ a volto e ideia ¡ugal?' pretende-se dar a \eguinre rEsposta: (pomt_
confusa e pouco consistenle que mui¡os estmngei_. gal é o país da Europa com mais asp€c¡os a desco_
ros ainda rem do nosso pais. substituindo_a Dor;ma onr e conhecef, o que melhor preserva a sua heran_
fone ¡magem de marca em que ponugal apareqa si_
9a M¡ural, em que o clifta e a hospitalidade do seu
mulra¡eamente como um destino tufís¡ico diversifi_ povoo tornam num abrigo seguro e aco¡hedor, num
cádo e de bom nível, como um país produtor de bens mundo cadá ve¿ mais frenético,
e s€rvigos de qualidade, e mesmo como localizaceo
privilegiada para o investimentoe a cooperag¿o;m_
Virgí¡io Azevedo,
DrcSaflal,
in ' Expresso"

O MINHO
¡'.\ M¡nho é um presente vez, como o M¡nho, será táo do, resum¡ndo toda a pa¡sa-
\.r,do Céu a Portugal. Ou- portuguesa, no dom de reu- gem lusíada: a serra e o
tras provínc¡as seráo ma¡s nar e aperfe¡goar elementos vale, afloresta eo r¡o, av¡-
amb¡c¡osas, ergueráo mais orspares que const¡tu€m par_ nha e o.tr¡gal. Assomar a
alto as fragas dos seus te ¡ntegrante da nacionalida- uma janela m¡nhota é ver
monles; outras sefáo ma¡s de. E náo apenas na sua car- Portugal ¡nteiro.
produtivas, outras ma¡s ás- ga h¡stór¡ca. Também na Na-
I
peras como a penhascosa tureza que se prodigal¡za
Luís Forjaz Tr¡geiros,
Be¡ra Alta. Nenhuma, tal- aqur em variedade e colori-
'Campos Etísios,'

AS BEIRAS
¡[ s Beiras sáo, na verdade, um rieuiss¡mo tagáo pré-histórica e romana do Monte de S.
Fl c€ntro de ata@o, que vai desde i sua nts- Maflinho e ainda o jardim do pa9o Epismpal, séc.
tór¡a ao s€u artesanato. Viseu al¡a á xvrl um dos mais belos de portugal. A seÍa da
grandios¡dade dos seus monumenlos. de oue se E$reta, @m os seus desportos de ¡nvemo, po-
destacam as belas ¡greias de €s1ilo banoco, como deá vir a ser um dos centros de desDorto desde
a do Carmo, os Terceiro€, a Misericórd¡a, 06 Da_ que lh€ sejam criadas as ¡nfra€struturas neces_
lácio6 de r€sma época, e o Museu Gráo Vasco, sárias. No Veráo, a tresc.ura das suas maEs e
a lorga de vontads do ssu povo. No anasanato dos regatos que broNam das montanhas, as aF
(bvem desiacar-se as colcf|as de Vil de Moinhos,
tas serran¡as, os vales profundos e m¡mosos, sao
os banos negros de Molelos, as rendas de bil¡os. outros tantos pontos de interesse. O folclore
os bordados de Tibaldinho, os objectos de cobre beiáo é dos ma¡s belo6 do país, sobretudo as
e feno foriado. A Guarda, a c¡dade majs alia da ca¡tigas populares, s¡multanearnente nosüilgbas
ri Europa, é um pooto de passagem obrilatório do6 € üvas, duma melodia suave, acomoanhadas
ürristas qrc vém do Espanha. A Sé Cat€drat (sóc. p€lo bater cadenciado do "adut6". O oovo é s¡m-
xv.xv¡), estilo gótico, é um dos monurnemos a ples, amável, obs€quioso. Nestas provlncias tudo
visitar. Em Castelo Branco o passado espera o é natural e espontáneo.
tunsla na atmosfera medieval das ruínas do seu
caatelo, o castelo dos Temp6rios (séc. x0, a es-
elraído do jomal "Expresso"

*il
Aq0RES
ode ir aos Aqores em qualquer época do te. Mas muitos estrangeiros, sob¡etudo ale-
ano. Mas, A partida, convém náo contar máes, logo seguidos por norte-americanos,
obrigatoriamente nem com sol nem canadianos, ingleses e franceses. E a época
com calor. Mesmo no Veráo, o problema nes- das horténsias e, na cidade da Horta, há du-
tas ilhas é a sazonalidade: nunca se sabe que rante a Semana do Mar regatas e uma série de
te¡¡po v¿iestar. Náo deixe de levarchapéu de outros espccldculos náLrli(os. O\ hoteis náo
chuva e, dependendo do espago na mala, ga- chegam, nessa altura, para as encomendas. As
bardine. Além de pelo menos uma T-shirt e casas de alguns pa¡ticulares transformam-se
uma camisola mais quente. Nunca está muito em hotéis. E os parques de campismo aumen-
frio, mas geralmente também náo está muito ram de ano para ano. A ilha mais procurada
calor. Os dois factores negativos neste clima costuma ser S. Miguel. Junho, mes das rosas,
sao a nebulosidade e o vento. O vento mais Abril e Maio, meses das azáleas e das camé-
frequente nos Agores é seco. Mas por vezes lias, rém sido médios em termos de turismo.
su¡ge outro, pior, que sempre traz mau tempo e Mas de Outubro a Margo os Agores sáo pou-
humidade. O sudoeste, acerca do qual se diz que co visitados. O oue é iniusto.
"náo faz nada que preste".
Em Julho e Agosto os Aqores enchem-se Maria José Costa Félix,
de turistas. A maior parte vindos do continen- in "Marie Clai¡e"

M
OS PORTUGUESES
Sáo parec¡dos com o seu pais, o mais s¡m-
ples que se possa ¡maginare, no entanto, cheio
oe surofesas.
Tém um arde família que lh€s vem de uma
longa Hislória v¡vida em comum ouer na fortu-
na quef no ¡nfortúnio, da conqu¡sta ao oesas-
tre, entre a esperanga e a nostalg¡a. o campo_
nés do M¡nho, com a sua courela t¿o exígua
que, para ter v¡nho, precisa de fazer t¡epar a
vinha pelas árvoresacima, é louro como é cos-
tume no Norte, e tem, quase sempfe, o céu
espelhado nos olhos. Fo¡ mm o Árabe, duran-
te tanto tempo senhor da sua tena v€rmelha,
que o do A¡garve, de pélo n€gro, aprendeu a
¡rrigar as horlas e a amadurecer os figos. O
serrano das Be¡ras é rude e ossudo, paslor,
antigo cagador de lobos; e o p€scador da cos-
ta, a¡nda náo há mu¡to, d¡rig¡a o seü barco a
remos por sobre mares protundos € transpu-
nha a rebentagao com um esforgo tremendo.
A tena é frequentemente pedregosa e estéfil,
o mar avaro, e mau grado o imenso amor ao
torrao natal, uns e outfos part¡ram em busca
d€ sole por esse mundo fofa. pr¡metÍo na
aventura dos oceanos ainda náo navegados,
depois no mato alricano, na selva da Ásia, na
exuberante floresta bras¡leira, e por f¡m na
constru9áo civil e nas fábricas da Europa, nos ra magramente nutr¡dofa, um mar capíchoso
campos de petróleo do Próx¡mo Oriente. deram-lhe obst¡nagáo, resisténc¡a e uma ines-
Parl¡lham entr€ s¡ uma me¡a dúz¡a de no- gotáv€l paciéncia: a do sobre¡ro que relaz em
mes d6 bapt¡smo Manuel, Antón¡o ou entáo nove anos a sua casca, a do vinho do porto
José -
e náo_mu¡tos ma¡s apelidos: Costa, que amadurece duranle anos á sombra oas
-
Silva, Santos. E verdade que se assemelham caves. Hab¡tuado em sua casa á frugalidade,
uns aos oulros, a despeito de particularidades póde suportar as parcas ragóes das longas vi-
indeslrutíve¡s com que o terrunho de origem agens e, rot¡neiro e m€sa, a@stumar-s6 a al¡-
os marcou. mentos pouco conv¡dat¡vos: a fuba afr¡cana ou
Nenhum portugués, por ma¡s rude que s€ja, a feijoada brasileira. A sua prod¡giosa capaci-
ignora a saudade, senümento complexo, ooto- dade para se adaptar ao me¡o amb¡ente perm¡-
roso, delicado, que aquece e aperta o coragáo tiu-lhe negociar em pé de iguatdade, togo de
e quo tem o gosto da felic¡dade que iá tá va¡. iníc¡o, com os ¡ndígenas do Congo ou da índia.
Cam6es canlou-a, ass¡m como a cantiam oara Um portugués sente-se á vontade e popular
os tur¡stas as mulheres de xa¡l€ das casas ,,tí- porque renunc¡a ao vinho para beber chá de
p¡cas" ou, nas adofáve¡s quadras populares, hortelá ou d ¡nglesa. Em poucos meses, con-
todos os portugueses qug s€ntem vontade de segue comun¡car I arranjar amigos em todas
canhr. as línguas.
E peranre as dif¡cutdades que o portugués,
por vezes ele próprlo surpreso, descobre os
Suzanne Chantal,
seus recursos. O desatio esümula-o. Uma ter- "Portugal"
PARA COMPREENDER O VOCABULÁRIO
ar de família semelhan9a.
-
fortuna felicidade; éxito.
-
infortúnio azar; infeticidade.
-
nostalgia tristeza; saudade.
-
courgla
- leira; tereno de cultivo, largo e compr¡do, de reduzidas dimensóes.
-
exígua pequena.
-
irrigar regar.
-
ossudo que tem ossos muito salienres.
rebentagáo
-
- o quebrar (bater ¡mpetuosamente e ressaltar) das ondas de encontro aos
rochedos.
avalo escasso de recursos: pobre.
-
torráo natal pátria.
terrunho terra.
-
aqUeCe
-
- anima.
aperta
- entr¡stece; aflige.
mulheres de xaile fadistas (vd. págs. i3 e 73).
-
xaile- pega de vestuário utilizada em Portugal pelas mulheres como ornato ou agasalho dos
ombros e tronco. É trad¡cionalment¿ usado pelas fadistas.
fecurSOS capacidad€s: faculdades.
-
magramente nutr¡dora
- pouco fértit; que produz poucos at¡mentos.
capr¡choso
- ¡nconstante; ¡rregular
frugal¡dade sobriedade; modera9ao.
-
pafCaS sóbrias; l¡ge¡ras; económ¡cas.
-
rotineifo que tem o hábito de fazer uma co¡sa sempre do mesmo modo.
-
em pé de ¡gualdade sem dist¡ngao; no mesmo ptano.
-
PARA COMPREENDER A CULTURA
Afabes povos da África do Norte que em 711 ¡nvadiram a península lbér¡ca e cnaram uma
-nova forma de organ¡zagáo social, mais eficiente ejusta que a que os povos peninsu-
lares conheciam. Os Arabes trouxeram igualmente novas plantas e novas técn¡cas
de apfoveitamento da água, o que fez aumeniar a capacidade produtiva da terra. A
horta, pequena exploragáo agrícola, nasceu também com eles. A sua influéncia em
Portugalfez-se notarsobretudo no Sul, em especial no Algarve, onde permaneceram
cerca de se¡s séculos. Legaram ¿ língua ponuguesa numerosos vocábulos, ta¡s como:
alface, algadsmo, armazém, azeile, cenoura, laranja, limáo, quintal, xarope, zero.
Camóes Luís vaz de Camóes, o ma¡s célebre dos poetas porlugueses, v¡veu no séc. xvt. A
-
sua vida licou marcada pela aventura e pelo infortúnio. Combateu os Mouros (Ára-

X: ou
b-es) no Norte de África, onde perdeu o olho d¡reito, e
esteve no Or¡ente (india, Macau
l?l at^ r
Em 1572loi publ¡cada a pr¡meira edigáo de ,.Os Lusíadas,,,
aponlada como a
sua obra-prima. Nela r€vela enormes conh;cimentos científicos,
;¡stór¡cos e literár¡_
os, e.aborda, a par dos grandes fe¡tos da História de porfugai,
a maneira de ser
característica dos porlugueses.
Considerado um gén¡o e um dos ma¡ores poetas da Humanidade,
morr€u doen_
te e m¡serável em L¡sboa, em 1590.
quadfas populares estrofes de quatro versos, ao gosto do povo, geratmente de
-
sílabas e com uma só rima, do 2e com o 4c verso;_
sete

tuba (do quimbundo tíngua de Angola _ fubá) _ tarinha de m¡tho ou mand¡oca, que
- -
serve-de^ base á conrecaáo d€ uma .papa, (esfÉcie
de puré) para a@mpanhar as
rerecoes.
feijoada preparagao cur¡nária á base do feüóes; prato
- típico do Brasir, incorporado depo¡s
na cozinha portuguesa, pr€parado ossenciatmentb á oase
de feij6es, aos qua|s se
junta pedaqos de cames var¡adas.

PARA COMPREENDER O TEXTO


1. "É verdade que se assemelham uns aos oulros, a despe¡to
de part¡culari-
dades indestrutíveis com que o iCrl"ñña; ;¡;;;'-Js-;;r;u-.
t.f. Indique:
a. as regionais mais importantes atr¡buídas aos ponuguesss.
-espec¡fic¡dades
Complet€, para o €te¡to, o quadro seguinte:

. louro . cour€la exlgua


.l€m (...) o céu . a vinha trepa
espelhado nos pelas árvor€s
olhos acima

rl 't¡po - r€pres€ntanre-padráo de uma província, de uma u"tt"tdua"


p-n."i*al uffipo, o"
D. as caracleríst¡cas comuns a todos eles.
c, os caraderes gera¡s dados á terra e ao mar
2.
2. 1. Que sentimentos revela o narrador ao falar
ds porfugal e dos seus habitantes?
2. 2. Transcreva do texto expressóes comprovat¡vas
da resposta anterior.
* confer¡das ao povo portugués, refira aqueta que mais the agradou.
?:^:?T^":
.rusÍrque a !::',9".0e_s
sua ooiniáo.

PARA coMpREENDER I út¡cun


1. Observe:

,.. mau grado o os Porlugueses amam


rmenso amor ao toráo
¡monsamenle o seu
nalal, uns e outros par-
toffeo natal; esse tac-
¡ram. -. to náo os impede ds
partir.

E verdade que se as- e|es apresentam parti-


sgmelham uns aos ou- iI
tros, a despeito de
particularidades rt cular¡dades indestru-
tíve¡s, o que náo ¡mpe-

indestrutíveis... il
i
oe que se assemelhem
uns aos outfos.

Nenhum_ portugués, arguns poftugues€s


por ma¡s rude que sáo rudes; isso náo
sela, rgnoIa a tauda- imp€de que saibam o
que é a 'Saudade".

sublinhadas, existem várias outras com o mesmo


rn#iTag. "rpr"."óes valor Eis atgumas,

embora + verbo no conjüntivo

apesar de + ve¡bo no int¡nitivo


+ subslantlvo

ainda que + verbo no coniunl¡vo

mesmo que + verbo no coniuntivo

menos que
I mu¡to
por que
I pouco que + verbo no coniuntivo
I
Note que
os temos assinalados tém um valor
de oposigáo, isto é, ¡ndlcam uma acaáo
que, embora contrarie a ac9áo princ¡pal,
náo impede que esta se reallzé_

4A

H
2, Após análise cu¡dada das frases, preencha o quadro da direita á
semelhanga do modelo apresentado em 1. 1.:

Camó€s, alnda que foss€ um


poeta muitíss¡mo t8l€nloao, moneu
na miséria,
Por mu¡to sonhadores que se-
,am, os Portugueses tém grandes
capacidades act¡vas.
-f
-J
Mesmo que náo se conhega bem
a sua origem, o fado é considorado
a cangáo nacional da nossa tefTa,
-J
peque
A horta, ap€ear de possuir
nas dimEns6os, permito o culüvo de
uma grande variedade d€ legumEs.
Os Árabes, gmbora fossem inva-
-t
sor6s, constatiafam qug o povo 06 re-
csb¡a bem.
Em Portugal, por pouco que se
dramatize a v¡da polftica, a rivalida-
dE entr€ os paftidos é intsnsa.
-f
+
3. Ligue cada par de frases util¡zando os termos €studados:
a. Este país apresenta grandgs contrasies. c. Deus criou o Homem.
E mu¡to pequ€no. O Portugués cr¡ou o mulato.
b. Os arlistas populares possuem grande talento. d. Esta gente adora futebol!
Sáo gente s¡mples. Também aprec¡a outros despoflos.

PARA COMUNICAR

1 . Jogo de Expfessáo (a ree¡lzar após le¡tura da rubrlca "Para Saber Mals")

Formar grupoG de jogador€s (trés, no máx¡mo), complotas do qu€ aquelas que os quatro enunc¡a-
um do€ quai6 seÉ o porta-voz da equipa a qu€ psr- dog ¡nbia¡s continham.
¡€|rcg. Ur¡ júfi, constituldo por um total de elementos
Cada grupo d€ve elaborar quatro fBsgs e igual ao número de equipas (cada grupo contrib¡li'
reg¡slálas em bocados d€ papel d¡6t¡ntos: duas rá com um membro para o júr¡), avaliará os textos,
sobr€ os Portugue€es, outra respeitanie á sua ptÚ um a um, devgndo cada iurado cons¡deÍar os s€_
pda nac¡onalk ad€. e a última sobre um terceiro povo gu¡ntes aspectos:
á es@lha, Todas as frases d€vem focar manei€s a. qualldade e quantidade de ¡nlormagáo;
d€ s€r, símbolos, hábltos, giostos, etc.. b. orig¡nalidade;
Esges snunciados sáo dqpo¡s misturadoa e c. corgcaáo € clareza de l¡nguagem.
rodistribuídos ao acaso, enÍegando-a€ quatro fla- Cada el€m€r|lo do júri atribu¡rá um mínimo de 2
s€s a c¡rda grupo. pontos e um máx¡mo ds 5 a cada fem aval¡ado, náo
Caberá €ñláo a cada uma das equ¡pas, partindo podendo atribuk pontua9áo á sua pópria equ¡pa.
das trases que lh€ foram alribuídas, elaborar um Ganha o grupo cujo lexto obtenha ma¡s poriios. Em
texto coerenl€ € no qual se gxponham ideias mais caso de empate o prol€€sor tem voto de qlalidade'
2. Painel
Posteriormente, se assim se entender, o Esta actividade v¡sa estabelecer diferenqas
trabalho vencedor poderá funcionar como e contastes entre povos e naeóes, e cabe ao
ponto de part¡da para um painelem que cada moderador (em pr¡ncíp¡o o professor, ou entáo
part¡cipante falará do povo e do país que re- um aluno des¡gnado) fazer a síntese das con-
oresenta. clusóes e reg¡stá-las no quadro.

3. Adaptagáo de um Texto para Teatro


3.1. Verifique o modo como.Balbúrdia no Museu Gulbenkian" (Texto
l) loi transformado em
texto dramático' (Texto ll).

Note, na adaptagáo dramática Oexto lt):


a. o reg¡sto dos factos e acgóes essenc¡ais;
b. a transcriQáo (ou recr¡a9áo) das falas das personagens;
c. o predomÍn¡o do presente do indicativo.

BALBÚRDIA NO MUSEU GULBENKIAN


Juntaram-se ao meio-dia na Avenida
Befia Primeiro chegou Arnaldo Figurante, m¡-
de As 14 e 34 cruzaram a pona qo museu, ao
mesmo tempo que uma eicursáo de japone-
Flávio, togo a seguir pedro ao ses, precedidos, com curtos intervatos, degru-
.1yl-o-s.J:eois
volantede uma furgoneta transportando Silvino pos de turistas suecos, espanhóis, suígos eále_
com os pés entrapados e a cadeira de rodas, máes, a¡ém de cinqueniá?iies meninas naci-
por,fim Renato_e Marlene, que hav¡am estacio- onais,
alunas d" r,
nado o automóvel em frente do Teatro Aberto. nnaoas poiátánt"" "oiégio,n,"rno,
acorp"-
i*"ni iror"""or"".
j"r,".
apresentaram
sem prévia combinagáo, todos
-, lT¡go á altura das circunstáncias: se l,¡umórosos c¡rcutavam
eles também pelas s"fa" "is¡,1_ü"
áo ,rsár.
bem.barbeados, de gravata, camisa branca, ,,fsto dsta cneio
-TEXTOIs
cheirinho a á9ua{e-corónia; Marene de vest¡- seguir...',
Oe geniJ!-Náo u".o"
disse pe¿. iu"iiLno, 0"""n¡r"¿o, "on_
luvas de petrca, sa- eram .t4 e 40. Renato respondeu que peto
::.l|1.1
Ftlj?;".: :r_1jg l"f"-rafe, con_
?TT-11^TI311lé:?:. trário, peto conrrário, quánto mars
As I z e zu entraram num bom restaurante lhor para o plano. sen¡e me_
das redondezas, e quando Amaldo escarrou .úamos
óntáo,,!, disse Fláv¡o, conduzindo_
no lengo o chefe othou-o com sever¡dade. la
os Oe prontá á umi
anres o admoestara por se ter exced¡do na onduladas de paredes
em curvas"áA "j"!"¡"r,
suavesi "Aquitém vocés
agua-de-cotón¡a, cheirando mais do que devia. a
Cotecqáo Lat(rui,-É"üuá1"" p","" r s se.
--
Quem nesse dia, ás 14 e 25, passou sem As 16 e ro todos tinham trxado as vinte " e
excess¡va pressa naAven¡da de Berna, talvez duas peCas
encomendaJás peto itatiano de
se recorde de um grupo de sejs pessoas _palermo. Marlene e pedro
receberam ordem
uma muther, quatro homens Delo seu oé e um para partir,
enquanto Renato empurrava a ca_
inleliz com os do¡s pés envottos em ligáduras
e
oeira oe Sifvinó pára orirJs-aia, oe¡ran¿o s¿s
--
conduzido numa cadeira de ¡nválid; _
que Fláv¡o, Arna¡d" i"l¡q*.-
atrav^essavam a artéria em direcaáo á Funáa- "
s¡lv¡no e nenároániie-orharam-se,
Qáo Gulbenk¡an na careria
de Arte do Extremo orienü. piácisamente as t o
-destinado a ser representado
em palco; o mesmo que texto de teatro.

50
e 18, "É agora: puxa!", ord€na o Pacífico abelha t¡nha-se lá ¡do meter, d€v¡a ser a abelha-
Silv¡no envolve a máo num lenQo de qua- mestra, cada vez mais gritos, ¡mpossível disün-
drados azu¡s, agarra a alavanca, dá uma mira- guir um grito sueco de um grito de Campo de
de sm redor, ninguém deste lado, ninguém Ouñque, zzzzzzz, zzzzzz, um cidadáo espanhol
naquele, puxa de leve, piram-se cinco abelhas quer encafuar-se numa arca francesa Luís xvl, é
a exoerimentar o voo, zzzzzzzt zzzzzzz, so- o encafuas, iá lá havia abelhas, duas de rabo
mem-se na direcaáodo Egipto, náo tarda nada alqado e lerráo em riste, o espanhol dá um salto
ouvsm-ss os priméiros gritos, gr¡tos mmo os bone@s nas ca¡xas de Surpresa, d¡z
passa,
d¡lacerantes, de cortar o coragáo, e rebenta o trés obscenidades, mas loi em espanhol,
caga9al de Pés em correria. zzzzz,zz2zzzz, alarccf.m em pelotáo compac-
iJá estii uma barulh€¡ra do escafandro', co- to as men¡nas do colég¡o dando á pem¡nha e
menta Renato, e manda puxar outfa vez, s€gun- benandc graciosamente. Mais de meta(b dos
da dose, Silv¡no diz 'bkay chefe, lá va¡ d¡sto", v¡siiantes já se salaram do museu, cogam-se e
já váo na
zzzzzzz, zz2z2z, mais v¡nte e uma abelhas em rebolam-se na relva do jardim, outos
tés gsquadrilhas de sete revolteiam no 6spa9o Praga de Espanha batendo com os calcanhares
añando os lenóes, do¡s iaponeses atravessam a nos trase¡ros,
galeria a6 pulo6, segu¡dos de uma su€ca que Mário Zambujal,
enl¡a desesperadamente a máo no decote, uma rcrónica dos Bons Malandros"

TEXTO II

BALBÚRDN NO MUSEU GULBENKIAN


A acAáo decorr€ em L¡sboa, no Museu branca, ch€¡rinho a água{eolónia; Malone
Gulbenk¡an. de vest¡do l¡lás, em seda taf€-tafe, luvas de pe-
Há numerosos visitantes, entreos qua¡s um lica, sapato novo, permanente da véspera.
grupo de cinco homens. um deles com os pes
Ouve
entrapados e em cadeira de rodas, e uma mu-
lher: eles bem barbeados. de gravata, cam¡sa
- Renato: (admoestando Amaldo):
lá, tomaste banho com a água-de-colón¡a?

51 ,il
(olhando-o com severidade, pois Arnaldo ru¡he¡ra do escafandro. Puxa outra vez, segun-
acaba de escarar no l€nEo): da dose!
Lá está ele outra vez. . . Silvino: (soltando ma¡s abethas): Okay
-
Pedrc (desanimado): tsto está chs¡o d€ chefe, lá vai distol
-
gente! Náo vamos cons€guir... Dois japoneses afavsssam a galsfia aos
Renato: Pelo contrár¡o, p€lo contráfio, pulos, segu¡dos de uma sueca que enfia de-
-
quanto mais gents melhor para o plano. sesperadamenl€ a máo no decole.
Flávlo: Vamos enláo! (conduzindo-os d€
-
pronto a umasala singular de pared€s ondula-
Ouve-se cada vez ma¡s grilos.
Um espanhol quer encafuar-se numa arca
das em curvas suaves): Aqu¡ tém vocés a co_ francesa, Luís xvr, é o encafuas, já
lá há abe-
l€cqáo Lal¡quel lhas. O espanhol dá um salto @mo os bons-
Todos fixam as ünte s duas pegas €ncomen- @s nas caixas de
surpr€sa, diz lrés obsceni-
dadas pelo ¡¡al¡ano de Palermo. dados e passa.
Renalo; (para Marlene e pedro emour-
- Aparecs um pslotiio compacto de men¡nas
rando a cadeira de S¡lv¡no para outra sala, dei- de um cológio
dando á perninha e bsranoo
xando sós Flávio eArnaldo): pirem-sel graoosamente.
Silvino e R€nato estáo na Galer¡a de Arte
do Extrsmo Oriente. Entr€olham-se. . Mais de metade dos vis¡tant€s já estáo fora
oo museu, cogam-se e rebolam-se na felva do
Renato; E agora: puxat jardim, outros iá váo na rua batrsndo com os
-
Silvino €nvolvg a máo num lenEo, dá uma calcanhaÍes nos traseiros.
m¡rada em redor e saltam 5 abelhas.
Vls¡lantes: (soltando gritos dilacerantes,
-
oe cortar o coragáo, onquanto se ouve o oaru-
(AdaptaQao dramática de um excerto
da 'Crónica dos Bons Malandros,'
lho de pés em correria):Ai, ai. ai...
de Mário Zambuial, realizadaen 17t1OEl
Renato: (para S¡lvino): Já €slá uma ba-
- pelos alunos da tunna C
do nívet V doCDL- Macau)

3.2. A semerhanga da adaptagáo fornecrda em 3.i,,


iranstorme em dramát¡co o segurnte
excefto;

FAZIA.TE ASSIM E ASSIM E ASSIM...

-Fazia-te ass¡m e assim e assim... _ros- de Matosl avisou. Ninguém se mera co-
nou ferozmente o t¡po magro ao tipo gordo. E migo! -
Sou malucol -
as coisa€ que, na sugestiva l¡nguagem do ges_
Desdenhoso, o vendedor de lolaria revepu
lo, ele dtsse que fafia, eram coisas na verdade que nascera
no Porto, que far¡a o magro em
terríveis. po e que o soprar¡a da palma da máo _ pfffl...
Mas já avanQava um vendedor de lotaria. E como se fosse Dimenta.
que disse o vendedorde lotaria ao tipo magro? - De pimenta precisavas tu por essas goe-
. -
ursse-the que. se náo se calasse, o oanra aos ras€bar¡o!-
¡nterveio um sujeito de bigode.
bocados. Depressa o de bigode e o vendedor de lotaria
O magro ref,g¡u rnformando que era da Bei_ colaram
os nar¡zes, com os olhos a ardel
raAlta, terra de gente enérgica, e que
e¡e. s¡m,
e que o cortava ás postas.
Altino do Tojal,
Eu já estive internado no Hospital Júl¡o
- "Os Novos Putos"

*:, t
A FAMILIA SILVA
OonaCesalt¡na nasceu em 1932, noAlgarve. que lica perto do R¡tz". Náo desiludiu os pa¡s e
O pai, o senhor Vargas, "era de boa famíl¡a, foi sempre boa aluna, tirou o curso de Letras
mas levou uma v¡da mu¡to desregrada e aca- (germánicas). Ainda náo estava lormada e já
oou porperdertudo". Dona Cesallina teve uma dava explicagóes. Hoje é ass¡stente numa es-
¡nlánc¡a difícil: comeeou a trabalhar com ape- cola superior em V¡seu, e está a preparar o
nas oito anos. Era num mornho, e fazia a escri- mestrado em línguas anglo-saxón¡cas. O ma-
ta do trigo que entrava e saía. Dona Cesaltina rido é professor em Mangualde, e tém uma fi-
era naturalmente muito mais nova que os mo- lha com um ano, a Marta.
leiros, mas sabia ma¡s do que eles porque t¡- O senhor Aurél¡o leva agora uma tranqu¡la
nha a segunda classe. A seguir fo¡ v¡ver para e merecida vida de reformado. Tem um grupo
cas¿t de umas Drimas. onde trabalhava como de amigos com quem gosta de "almogar ou ir
criada. As primas costumavam ir para Sáo Pe- beber um café. E hásempre algum fam¡liarpara
dro do Sul, e loi assim que dona Cesaltina co- visita/'. E ele ouem faz as comoras da casa.
nheceu o futuro esposo. Passear com a neta no Parque Eduardo Vll é
"Quando nos casámos, náo tínhamos a inti- outro programa preferido. "De resto, passa os
m¡dade que os casa¡s de agora tém", recoda d¡as a ler jorna¡s", d¡z dona Cesalt¡na, com al-
dona Cesalt¡na. E acrescenia: 'Eu gostava do gum desencanto por o marido náo ter mais
Auélio. mas náo estava assim muito decid¡da; ocupagóés. ?h, o meu jornalzinho diáío náo
ainda era nova. Ele é que náo me largava". O d¡spenso. E le¡o tudo, responde o senhor Au-
senhorAurél¡o entra na @nversa: "Sabe. eu er¿¡ rél¡o.
mais velho, estrava sozinho em Usboa, e, a certa Perguntei se t¡nham algum ¡nteresse parti-
altura, escrevi-lhe e disse que quer¡a casar com cular, alguma co¡sa que gostassem detazer. O
ela. Fo¡mesmoass¡m". Dona Cesaltina licou um senhor Aurél¡o respondeu que passaram toda
pouco baralhada com a proposta e mostrou a a vida a trabalhar para que os f¡lhos pudessem
carta ás primas. "O Cesaltina, de que é que esl,a- ter oportun¡dades e que nunca teve tempo para
vas á espera? Namoras com ele há seis anos, si próprio. Dona Cesaltina acrescentou, conci
agoEr tem mesmo que se|". E ass¡m foi. liadora: 'Sabe, nós v¡vemos sempre para os
O senhor Aurélio náo queria perder tempo nossos filhos'.
com festas. O trabalho (e a v¡da) estava em "E de lutebol, gostam? "A¡, Jesusl', respon-
Lisboa, e quanto mais cedo lá chegassem, de dona Cesalt¡na, olhando para o mar¡do.
melhor. Casaram-se ás 6 da manhá, tomaram 'Bom, eu sou do"Sporte', e, claro, acompanho
o pequeno-almogo na alde¡a com os famil¡ares sempre o que se passa', diz o senhorAurélio.
e amigos, e apanharam o comboio da l¡nha do Fiqueisem perceberse o 'Sporte" era realmen-
Vale do Vouga, o súouguinha", ás 7h,|5. Che- te o Sport¡ng, e entáo perguntei se costumava
gafam ao Rossio ás 5 da tarde. ir a Alvalade. "Vou só ás vezes, mas, quando
A v¡da de casados t¡nha comeqado. O se- vou, nunca pago bilhete porque sou lá conhe-
nhor Aurél¡o trabalhava na Dastelar¡a Santa cido". Sim, é do Sporting.
Marta, a "Smarta", uma "casa de prime¡ra, ali "E á missa. costumam ir?" "Bem. também
na Rodrigues Sampaio". Dona Cesaltina ia fa- vamos, mas náo é sempre", responde, hesl-
zendo os trabalhinhos que aparec¡am. Mu¡to tante, o senhorAurél¡o.
esforgo, pouco tempo livre, e dinhe¡ro, quase Ao domingo os Silvas gostam de passear.
nenhum. O importante era conseguir que os Embarcam todos no Fiat Uno novo, comprado
tilhos tivess€m oDortun¡dade do fazer os seus há do¡s meses, e partem estrada fora. Véem a
estudos, para, um dia, lerem uma v¡da melhor paisagem. páram para almogar, e depois re-
que os pais. Quando se casaram, eram assim, gressam a casa.
os S¡lvas. E deDois, ass¡m cont¡nuaram.
A primeira filha, Mar¡a Este( nasceu em GonQalo Re¡,
1955. Estudou no liceu Maria Amál¡a, 'aquele in 'O Independente'

53t
PARA COMPREENDER O VOCABULÁRIO

de boa família pertencente a uma família abastada (rica).


-
desregrada perdulária; imprudente; esbanjadora; gastadora.
-
mo¡nho
- casa onde um engenho ou máquina está instalada para moer (reduzir a pó) ou
triturar (esma9a0 determ¡nadas substáncias (cerea¡s).
escrita -
- contabilidade; registo escrilo das receitas e das despesas de uma empresa.
mOleiros
- aqueles que trabalham num mornho.
segunda classe 20 ano de aprendizagem da entáo chamada instrugáo pnmár¡a,
-
pondente a um nível rudimentar de conhecimentos. corres-

criada ou rapariga que presta servigo na casa de oulra pessoa;


--mulher
doméstica. empregada

baralhada confusa; perturbada.


-
dé primeira da methor quatidade;
- do methor que há.
trabalh¡nhos pequenas tarefas. executadas temporar¡amente
-
trabalhos de pouco valor; brscaros.
fora do emprego normat;

liCeU estabelecimento oficial de instrueáo secundárja.


-
deSilUdiu causou decepgáo (surpresa desagradável de que resultou
- grande desgosto).
curso de^leta,s, (germánica^s) de,signa-se por germánicas
povos - o conjunto das línguas dos
inglés, atemáo, sueco, noiu"gre", i"t"náé"j
-g,ermánicos:
rmponantes
;ic. ns tinguas mais
de um curso de sáo o ,rigto" o pooendo estudar-
-se, como disc¡ptinas de opgáo._germánicas
" "t"ráo-, ,
outros idiomas gérmánicos.
fOrmada possuidora de um curso unNersitár¡o;
- licenc¡ada.
assistente protessor que, nos institutos e univers¡dades,
-_
(qualificagáo
ajuda o professor catedrático
máxima no enstno suDeflon_
mestradS e_spec¡alizaeáo t¡rado depois da l¡cenc¡atura
:1r:g_de
ma¡s qual¡ficaqoes os indivíduos que o frequentam.
e cuio object¡vo é dotar de

línguas anglo-saxónicas _ tínguas germánicas.


reformado que, afastado do serviqo activo por
-.funcionário
beneficja de uma pensáo mensat vitalícia;
ter completado a ¡dade fjxada,
up"J""t"J",-ü.i"ái.ár¡o que recebe
relorma.
A¡, Jesus! expressáo que indica um sentimenlo súb¡to de
-
susto, etc.
surpresa, entusEsmo, ategna,

"Sporte" forma errada de pronunciar


-
gmbafcam entram num
a palavra Sporlíng.

- carro para viajar.


estrada fora o mesmo que pe¡a estrada fora (ao longo
- da estrada).

t&
PARA COMPREENDER A CULTURA

Algarve vd. pág. gg


- Rodrigues Sampaio
- rua ¡ocarrzada
Sáo Pedro do Sul v¡ta situada entre no centro de Lisboa. Rodr¡ques
- na
oenso arvoredo, confluéncia do Sampaio foi um ,omalista e oo-íítico
r¡o Su¡ com .19 hberal do século xtx. com uma ac-
c Vouga, Km a NW
de Viseu (Beira Alta). gáo marcante nos aspectos da ins_
De alegre e lormoso casario, é truqáo e da administragáo pública.
uma famosa esiánc¡a termal de ori- Maria Amália Maria Amália Vaz de car_
gem fomana, cujas águas se util¡zam -
va¡ho (1847-1921), escritora e ooe-
no traiamento de doengas dos os-
tisa lisboeta, desenvolveu intensa
sos, da pele e afeccóes dasvias res_
piratórias. act¡v¡dade literár¡a, tendo colabora-
do ass¡duamente em jorna¡s e revts-
.. O fe rei de portugat. D. Atonso tas de portugal e do Bras¡|.
Henñques (séc. xrr. era frequentador
Bitz hotel de cinc! estrelas situado no co_
destas termas. - ragáo de Lisboa-
L¡sboa vd. págs. 43 e 44
- Viseu no cenlro do planalto beiráo erque_
Vouga
- rio com cerca de .l4O Km oe oer- - -se esta cidade anl¡ga, rica
curso que desagua na ria de Aveiro. ern-pa-
rímonto monumental e em belos
uepots de atravessar reg¡óes pla- parques e jardins. As suas
na[rcas e montanhosas, o Vouoa ruas es-
tre¡tas. onde se expóe comércio va_
corÍe num vale extenso, entre mar- nado, evocam tempos passados.
gens de rica vegehQáo.
Mangualde v¡¡a de fundagáo antiga, per_
"Vouguinha"
- nome poputar e atectivo -
rencente ao distrito de Viseu. pos-
porque era conhec¡do ocombo¡o
da su¡vár¡os monumentos, o mais anti_
linha do Vouga, que ligava V¡seu go dos quais, o Real Mosteiro,
a data
Aveiro do séc. xn.
Esta l¡nha férrea, que proporc¡o-
nava aos seus util¡zadofes um oa- Parque Eduardo Vll é um dos mars po-
norama soberbo e d¡versif¡cado, putares da cap¡tal
-
portuguesa e co_
fo¡ memora
desact¡vada e o serv¡go do.Vou- a v¡s¡ia do rei inglés a Lts_
gu¡nha" passou a ser asseourado ooa em 1903, o qualconfirmou nes_
po¡ autocarros da Companhia sa.aftura, por palavras calorosas, a
dos vetha
u-amtnhoS de Ferro pOrtuqueses alianqa entre portugal e a In_
(cP). gtaterra.
Dentro da extensa área oesre
Rossio a praga de Dom pedro tV ,¡ca
-
na Baixa l¡sboeta, mas toda gen¡e
parque há jardins, com
para a Estufa Fria (uma
destaque
a espéc¡e de
a conhece por Ross¡o. Outrora pequena ftoresta trop¡cal),
era esplana-
neste localque se realizavam toura- oas e o vaslo pavilháo dos Despor_
das e se procedia á execucáo los, tocal onde se real¡zam provas
de
condenados. Hoje o Ftossio e um desportivas, concertos e comícios
sfio tranqu¡lo frequentado por ¡do_ potít¡cos. O ponto mais
sos, pombos e vendedores de flo- alto do oar-
que oferece ao visitante uma
res. pessoas óela
de todas as idades re_ pe¡spect¡va sobre a cidade
unem-se nos cafés que laderam e o rio
a teJo.
pfaqa.
Sporting-designa9áo conente do Sport¡ng
Da estagáo do Rossio saem com_
bolos para Sintra e c¡dades vizinnas. Clube de portugal. É uma das ma¡s
prest¡g¡adas agrem¡a96es desport¡_

55fl
vas porluguesas, que mantém des- troféusdo S.C.P, ¡nstalada no Está-
de a sua fundaÉo em 1906 uma ac- dio José deAlvalade, reúne ma¡s de
t¡vidade constante. tendo conouis- 4500 modelos.
tado alguns dos mais br¡lhant€s lei-
missa pdncipale típ¡ca do cul-
tos do desporto portugués, a nível
decompetigoes intemaciona¡s. Man-
- tocelsbraqáo
cr¡stáo, cujo rilual compreende
tém secaóes d9 várias modalidades fundamenlalmente duas acQóes:
desport¡vas, com espec¡al relevo Palavra (composta sobretudo Por
para o atlet¡smo e f utebol. leituras bíblicas e cánt¡cos interca-
O actual estádio do Sport¡ng, lares) e Eucaristia (acto litúrg¡co,
com capacidade para 50000 espec- com sentido de acAáo de graeas e
tador€s, loi mnstruído em 1956 e de sacr¡ffc¡o, durante o qualse reali-
tem o nome de um dos fundadores za a transformagáo do Páo e do v¡-
do clube, José Alvalade. A sala de nho em cristo).

PARA COMPREENDER O TEXTO


1, Após le¡tura atenta do texto, preencha os espagos em branco com as
inif ormag6es adequadas:

tefa natal:
situa9áo económica da famíl¡a:

Dona Cesalt¡na infáncia pnmerro emprego:


estudos:
famÍlia com ouem cresceu:
anos de namofo:

ocupagáo depois do casamento:

onde vivia quando era jovem:


local onde conheceu a futura esposa:

Senhor Aurélio proposta de casamento razáo que o levou


a lormular o ped¡do:
reacaáo de D. Cesaltina:

ocupagáo nos pr¡me¡ros tempos de casado:


s¡tua9áo actual:
passatemPos Preleridos:

f¡lhos:
casal S¡lva netos:
modo como ambos encaram a vtda passaoa:
principal objectivo da sua vida:
'l
I

¡^ 2. Complete os espagos com o ad¡ectivo apropriado:

Adjectivos

ajuizado; analfabotos; apa¡xonado; crentes; dedicado; gmpsnhados;


fellz€s; gastador; hesitrantg; ¡solado; praticantes

Frases
a. "o Senhor Vargas (... ) levou uma v¡da mu¡to desregrada..."
. O senhor Vargas era e pouco

b.'Dona Cesalüna (...) sab¡a mais do que etes..."


. Os mol€iros eram

c. "... náo ostava ass¡m muito decid¡da."


. Dona Cesaftina senfa"s€

d. "Ele é que náo m€ largava'.


. O Sr. Aurél¡o éstav{

e. "Sabe, eu (...) estava soz¡nho em Lisboa...,'


. O Sr. Autélio s€ntia-se

f. 'Náo des¡lud¡u os pais E foi s€mpre boa aluna.'


. Os pa¡s sent¡ram-se

g. 'fem um grupo de amigos com quem gosta de lalmogar ou ir beber um café.'


. O Sr Silva é aos amigos.

h. "Sabe, nós üvemos ssmpre para os nossos filhos".


. O Sf. Aurélio g a D, C€sallina foram Dars

l. "E e missa, costumam ¡r?" "Bem, também vamos, mas náo é semore..."
. Os Silvas sáo mas náo sáo

57¿|I
PARA COMPREENDER A LíNGUA
Observe as segu¡ntes frases:
. O s€nhor Vargas era de boa tamflia, mas levou
uma v¡da desregrada e acabou
por pérder tudo.
.
D. Cesaltina teve uma infáncia dillc¡l: comegou e trabalhar ap€nas cúm oito
anos.

As estruluras ACABAR POR + tNFtNtTtVO e COMEQAR A + tNFtNtTtVO ¡ndi-


cam, respect¡vamenle, o r$ultado flnal do uma sltuegáo e o ¡nlclo da r€alizaÉo
de uma acaáo.
A combinagáo de um verbo com uma preposiqáo pode, a¡nda, atr¡buir um signifi_
cado específ¡co ao verbo.

Observe o quadro seguinte:

ÁCARAfi DE (+ lNFlNmto) O Sr. Auréúo *¡bou dlso relor¡¡ar.

ACABCB POF O Sr láEas levou uri|a lih dosrognda


(+ NnNmvo) e ¡caboo po. pod6r tJdo,

corEgAn PoR A D. Ce'alim com$ou por trabahaf


(+ lNFllül\O)
num ñdnho, 0¡d€ lazia a €sc¡itia.

DAF POR (+ f{otlQ O Sr. Aufáio, eo9ardo er


rúri¡ado, ontrtém6o
co.n mdlaS qriras 0 a¡sim rúo d6 p€lo brpo p¿ssa¡.

DA8 Et ht¡o*tE) 0 n€t¡orc da D C€€ali4a cot¡ o & AurÉ¡o só ao fm d€


DAF Elr (+ NFINIIWO) 6 ams ó que deu €n casamenb.

ESIAF PoR (+ lNFltllTlvo) O Írür¡! do flho ma¡s noo dos S¡vas a¡nda
eslá lor decidir

FICAR A (+ ltlFlNlTIO) O ¡nnal¡sla fcou a conversar corn a hmflia Sitva


loda a laJde.

FICAF PABA Pemtanec€r num d6leí¡inado lugar O€fiis da entrevisla, o Fmalisla ficoi¡ p¡.¡ ¡anlar
(+ lNRNmvo) clm uma finaliCadé clm a tamília $lva.

Gu'
Complete o texto segu¡nte servindo-se das estruturas dadas anteriormente:

Naquele dia. o Sr. Aurélio estava chegar ás sete horas,


_
mas como ficou discutir polit¡ca e futebol com os amigos, no
café, acabou aparecer em casa só ás nove horas.
Quando entrou em casa deu _ a D. Cesaltina numa afl¡gáo.
Estava já _ telefonar á filha, porque náo sabia o que fazer
D. Cesall¡na, com um ar muito aflito e ao mesmo tempo zangado,
comegou _ perguntar ao marido o que t¡nha acontec¡do. Ele,
tentando acalmá-la, respondeu-lhe que tinha licado _ conver-
sar com os am¡gos e náo tinha dado _ o tempo passar, Quan-
do acabou ouvir a just¡f¡caQáo do Sr. Aurélio, D. Cesaltina
disselhe que o jantar ainda estava _ fazer, uma vez que ele
tinha f¡cado _ trazer a carne do talho.
Entretanto chega o Joáo Paulo, o f¡lho, e come9a r€clamar
o jantar
D. Cesallina e o marido comegaram discutir, mas como a
d¡scussáo náo levava a nada e os restos do frigoríf¡co náo davam
todos, d€c¡d¡ram que o melhorera acabar
-
aquela confusáo e
sair para jantar fora.
-
PARA COMUNICAR -
1. Expressáo Oral
Cada a endente deve preparar uma-breve expos¡9áo oral sobre:
1.1. as pdnc¡pals prcocupagóes para s¡ e para a sua família:

. o €mprego remuneragáo
estab¡l¡dade
progressáo na carre¡ra

. os oroblemas €conÓmicos infaÉo


aquisigáo de casa própria
amort¡zagáo de empréstimos

. os problemas Pessoa¡s sar.lde/doenqa


e fam¡l¡ares educagáo e futuro dos filhos
apoio aos pais ou a outros membros da lamília
relacionamento com outras pessoas

. os oroblemas ¡ntemacionais guerra


lome
conservagáo do amb¡ente
rac|smo

. oüros assuntos taz€fes


v¡olénc¡a e cr¡m¡nal¡dade
futuro do pals
prost¡tu¡9áo
toxicodependéncia

59 tr!|
'------------

1.2. os seus pr¡ncipa¡s Interesses:

. a po¡Ítica (regional, nacional, internacional)


. os problemas da sociedade (os
d¡reitos humanos, as várias formas de
descriminagáo, a luta clntra a sida, etc.)
. a lÍngua e a cultura de outros povos
. a arte (literatura, cinema, pintura,
música, teatro. etc,)
. a ciéncia e a tecnologia
. o desporto e outros espectáculos
. a gaslronomia
. as vtagens

2. Trabatho de crupo (Jogo de Simuta9áo)


do inic¡o da dramatizaQáo procede.se á ¡nventariagáo
_^Ánte-s
qescnQao e
de atguns t¡pos de famfl¡as (p. ex. famít¡a
s¡mples e de
poucos recursos, famíl¡a d€ comorciantes
r¡cos e sofisticados, fa_
mília rural, famíl¡a de desempregados...).
Cada grupo de alunos escolherá uma famr-
¡ia-tipo, estabelecendo o grau de paren¡es_
co e as tarefas real¡zadas portodos
os fami_
rares d€ntro e fora de casa, detem¡nanoo
também as preocupagóes e centros
de In-
teresse de cada um dos elemenlos
da família.
Por últ¡mo os grupos de tamílias
actuaráo altemadamente, si-
mu¡ando um diálogo entre
os seus membros.

*uo
PAIXAO E ORGULHO NACIONAL
A genl¡leza portuguesa é encántadora porque náo é postos, as lungoes da políc¡a, as regras Durocra_
de lorma alguma art¡ficial, p€lo confá o, é produlo de
ticas, a educaQáo centralizada, etc. preferem
urn sentimento natural de delicadeza.
mantera sua distáncia, e náo lém paciéncia para
(Porchosler, mais tarde Lord Caernarvon, 1827) os problemas da CE, inftagáo ou déf¡ces de mer-
cado. lsto náo significa, no entanto, que o orgu-
uNca é fác¡l def¡nir um carácter nacio- lhg nacional seja menos forte e mesmo os habi-
nal e Portugal náo constitui excepgáo. iantes das mais pequenas v¡las estáo sempre
Nanativas de v¡agens tendem a retra- ansiosos que os torasterros vis¡tem e aprec¡em
tar os Portugueses como gente de carácter fá- os seus museus, ¡grejas ou monumentos.
c¡I, sorridente, pac¡ente, de bom fundo, mas A par das difereneas de classes, existe tam-
imbuída de uma saudade inter¡or, sentimento bém um grande senüdo de igualdade. eualquer
def¡n¡do como nostalg¡a ou melancolia pessoa espera sef tratada com dignidade. Aper_
A simpatia que os Portugueses sentem pe- tos de máo sáo trocados constantemente, ass¡m
los estrangeiros é sem dúv¡da a ma¡or marca como acenos de máo até perder de v¡stia.
da imagem do País. NoAlgarve, fui mums ve_ A casa e a v¡da famil¡ar sáo uma esrrurura
zes agradavelmente receb¡do, e pergunlaram- muito mais estável do que a política ou a eco-
me se era ¡nglés ou alemáo. Mas, nas alde¡as nom¡a. As famíl¡as numerosas sáo comuns na
de Trás-os-Montes, ofereceram-me páo caset- sociedade portuguesa. Os avós ajudam a tra-
ro e convtdaram-me para janiar. tar das cr¡angas, e os jovens adultos _ s€m
lmpress¡onante, também. é a paixáo dos possib¡lidade de outra opgáo vivem perma-
Portugueses pelo seu país. -Adoro o meu Daís,'. nenremente com os pa¡s até casarem-
af¡rmava, com uma franqueza típ¡ca, uma dt_
nám¡camulherdenegócios.,,Eu nuncaquissair . Portugalé, predom¡nantemente, um pars ca_
ror¡co romano, com apenas algumas comun¡da-
daqui." Mu¡tos fzeram-no, é verdade orinci-
palmente atdeóes das provínc¡as mais pobres- oes pro_testantes e algunsrudeus e mugulmanos.
trs Fonugueses podem ser desconlra ídos oor
que procurafam a fortuna no Bras¡l durante o na¡ureza, mas ao volante de um Mercedes, BMw
século xvt¡t. Nos anos S0 e 60 deu-se o suno ou mesmo um l¡oris M¡ni, náo res¡stem á tenta_
de em¡gra9áo para a Franga e a Alemanna.
9áo de chegar rap¡damente a qualquer lugar
Apesar de mu¡tos terem regressaqo nos uuer seja por estradas de montanha e vento_
anos 80, sáo ainda cerca de g m¡lhóes os por- sas, quer seja por auto-estradas, os portugue_
tugueses que v¡vem no estrangeiro, contribu_ ses conduzem @mo se fossem ¡mortais. Infeliz_
rnoo as suas poupangas para equil¡brar uma mente sáo humanos e portugal detém a ma¡or
eclnomia ¡nstável. Outros em¡grantes regres_ percentagem de acidentes da Europa.
sam apenas em Agosto para férias. Crrcutam 23o/" dos dez mjlhóes de portugueses tém
pomposamente em carros espalhafatosos e menos de 1 5 anos de ¡dade, o que dá á socieda_
constroem novas casas de cores garridas para de portuguesa um certo ard¡nám¡co. Mas o esti_
subst¡tuira ve¡ha hab¡ta9áo famitiarde granito. lo de vida dos homens de negócios é bem mais
Sáo 10 m¡lhóes os indivíduos que cónsttu- calmo. Os longos almogos sáo reclamados com
em este grande e táovelho país-com as fron- seriedade e, para um portugués, náo há nada
tejras naciona¡s maís ant¡gas da Europa _
e melhor do que os apreciar no seu próprio país.
recem-nascido depo¡s da RevoluQáo dos Cra_ Há um provérb¡o que diz: .Coimbra canra,
vos, em 1974. Braga reza, Lisboa d¡verte-se e o porto traba-
Ex¡ste uma reconhecida divisáo soc¡al en_ lha'. Nada é assim táo s¡mples, mas a verdade
tre o Norte e o Sul, sendo os nortenhos é que Portugat oferece náo só uma linda pai-
declafadamonte mais religiosos e conservado- sagem mas também um belo panorama de
res do que os seus compatriotas do sui carácter e human¡dade_
As pessoas das zonas rurais, geralmente, náo
gostam de Lisboa e detestam tudo o que se re¡a_
Julia W¡lkinson e outros,
ciona com a capital: o tumu¡to da polít¡ca. os ¡m_ 'Portugat
- Garden of Europe' e "portugal'

61 il
PARA COMPREENDER O VOCABULÁRIO
CaráCter índole; temperamento; qualidade natural que caracteriza um indivíduo ou um
-
povo.
imbuída de tocada prolundamente por; impe¡ida por: mergulhada em.
-
nostalgia sent¡mento de tr¡steza motivado por prolunda saudade, espec¡almente próprio
-
oe quem se sente estranho, longe da pátria ou do lar.
melancol¡a tristeza prolunda e duradoura; desgosto.
-
marca sinal disl¡ntivo.
-
sl¡ño movimento ¡mprev¡sto levado a eteito por muitos indivíduos.
-
pomposamente com ostentagáo (exibiQáo vaidosa).
-
espalhafatosos extravagantes.
-
garridas vistosas; alegres.
-
tumulto agitagáo.
-
Centralizada cuja geréncia ádministrat¡va está concentrada no poder central.
-
manter a distancia
- agir de forma a náo dar confianga (¡nt¡m¡dade).
inllagáo alta geral dos pregos correspondente a uma disparidade entre a procura global e
-
a oferta global de bens e servigos.
délices saldos negal¡vos em contas ou em orgamentos.
-
forasteifos aqueles que sáo de fora da terra; estrangeiros.
-
perder de vista deixar de ver.
-
natureza temperamento: catácter.
-
detém possui; conserva.
-
seriedade s¡nceridade; importáncia; qual¡dade daqu¡lo que é sério.
-
humanidade conjunto de tipos humanos; interesse pelos outros.
-
PARA COMPREENDER A CULTURA

emrgraqa0
Os Ponugueses sáoum povo convenendo-se ¡ sua cultura e Há grandes comunidades
de cm¡grantes, que comeQaram costumes, po¡tr¡guesas radicadas em paí-
r pantr para o mundo nas naus O espírito deste ideal de en- ses de todos os continentes, so-
dos Descobrimenk)s. Sáo o oontrc e de convívio de todas bretudo no Brasil, na Venezue-
povo do Ocidente que mais as religióes e de lodas as ragas la, Africa do Sul, Africa lusó-
r:cdo c profundamenle se rela lcvc a primeir¡ concret¡zagáo tbna. Franga. Luxernburgo. Ca-
ri{n)oLl conr mais povos e cul- históric¡ no Brasil (que Aldous nadá e Estados UnidosdaAmé
Iufils. O portugués s¿ti da sud Huxley considcrou um nrilagre fica.
I turrr para se lixar nootro país- do !'spírito) Luís Sá Cunh¡. "PoÍusalhum '

62
paO casetrO asfronteiras nac¡onais
Antigamenle. nas aldeias mais antigas da Europa
poñuguesas. o páo era confec-
cionado em casa, feito com fa- O Tratado de Alcanices longo dos tempos. Caso único
rinha amassada, geralmenle ( I 297) fi xava os limites da zona na história europeia: baslou sé-
fementada e cozida no fomo. nevñálgica da Beira e permit¡a culo e meio para Portugalcon-
Este hábito ainda hoje se man- estabilizar a frontei¡a ponugue solidar o seu organismo, no es-
tém vivo em muitos meios ru- sa, com excepgáo de pequenas tabclecimento da Pátr¡a como
rats, á¡eas no Alentejo que nño ta¡- realidade geográfica funda-
A broa é o mais saboroso e damm, por seu tumo, a inte- mental para o seu destino.
apreciado páo caseiro portugu- grar-se no Reino- A definigáo
és. do tenitório estava terminada J. Veíssimo Senio,
nos limites que veio a ter ao "História de Portugal", Vol. I

;fl
Revolucáo J
Madrugada de 25 de
Abril de 1974, trés horas:
os tanques comandados
por Salgueiro Maia,
vindos de Santarém,
chegam ao Terreiro do
Pago, onde alinham em
posigáo de combate. As
quatro, as instalagóes do
Rádio Clube Pofugués,
na Rua Sampaio e Pina,
sáo ocupadas pelo
Movimento das Foreas
Armadas, que de
imediato emite o seu
primeiro comunicado,
aconselhando calma á
populagáo e anunciando
a deposigáo do govemo
de Ma¡celo Caetano.

destino po¡tugués
sof¡ia uma nova
inflexáo. Do poder
autoritá¡io do regime
consagrado pela ConstituiQáo
de 1933, Potugal ia trilhar o
caminho da democracia e das caísse na rua",
"amplas liberdades". das máos de
Era evidente que a Ma¡celo
mudanga nao só se tornara Caetano, a
necessá¡ia como u¡gente. "passagem de
Uma boa pane da sociedade testemunho" e,
ponuguesa, a todos os níveis, inevitável mais tarde, a responsabilidade
exigia-a. aconteceu. Sem do primeiro govemo
O descontentamento apoios nem defesa, o provisório pós-25 de Abril.
generalizam-se em todos os govemo de Marcelo Náo é segredo pala
sectores. A guerra de África Caetano debandou. O ninguém que o Movimento
dividiá a consciéncia sucessor de Salazar das Forgas Armadas (MFA)
nacional, pedindo ¡espostas refugiou-se no quartel viu facilitada a sua tarefa pela
que o velho regime já náo do Carmo, donde um adesáo exaltada e maciga do
podia dar. A divisáo dentro tanque de Salgueiro povo de Lisboa, na primeira
das Forgas Armadas, Maia desmuniciado ! bora, do povo pofugués,
apressava a decomposigáo e ferrugento depois. Por isso, a
criava condigóes para um o ¿útanca- Revolugáo dos Cravos. As
irreversível gesto de .ia pa¡a o exílio. O armas náo chega¡am a
viragem. general Antódio de talar, o que náo deixou de ser
E de repente, naquela Spínola aceitou, pa¡a uma ligáo pa¡a o mundo.
madrugada chuvosa, o que "o poder náo in "O Clarim'

CE mo de nome, alguns rituais e os longos almogos


práticas judaicas.
Sigla que designa Comuni- T¡adicionalmente, as refei-
dade Ewopeia. Com aqueda da Eóes portuguesas em família ou
ditadu¡a e a instauragáo do re- protestantes ent¡e amigos sAo longas pois
gime demoqático, na sequén- constituem um encont¡o de
cia da Revolugáo de Abril de Designagáo dada aos segui- pessoas que se estlmam e gos-
1974, Ponugal formula o pedi- dores do protestantismo (con- tam de estarjuntas. TamEm se
do de adesáo á CE em 1977, e
junto dc conñsso€s e institui-
conve$a longa¡nente, mesmo
toma-se membro da Comuni- góes cdstás, dissidentes do ca- depois de terminada a refeigáo.
dade em 1986. tolicismo e nascidas de um A mesa é um símbolo da
movimento-Refo¡ma-do aproximagao en[e as pessoas, e
século xvr) tanto a comida como a bebida
católico romano
sao consideradas, desde a Anti-
Que segue a religiáo (cató- judeus guidade, óptimos elementos para
lica) que tem como chefe o celebra¡ o amo¡ e a amizade.
Papa. Aqueles que professam a re- As exigéncias da vida moder-
Em Portugal urn sub-grupo ligiáo judaica (tudaísmo). na, especialmente nos centros
interessante de católicos é o dos urbanos, tém imposto outro rit-
Marranos, descendentes dos j u- mo aos fepastos dos Ponugue-
deus convertidos durante as
mugulmanos
ses. que assim sáo obrigados a
peniegutgóes dos séculos xvt e Adeptos da religiao islamita optar por refe¡góes mais nípidas
xvll, os qua¡s conservam ainda. (mueulmana) pregada por c ligeiras. lrequentemente con
juntamenteconr o seu catol¡cis- Maomet. sumidas de É.

64
PARA COMPREENDER O TEXTO

1. Costuma dizer-se que Portugal é um país de emigrantes.


Com base no texto. ind¡oue:-
1.1. o número aprox¡mado de em¡grantes portugueses;

1.2. os terr¡tórios para onde tém emigrado;

1.3. as razóes que os levam a emigrar;

1.4. a importánc¡a desta gente para a economia nacional;

1.5. os gostos e at¡ludes que os emigrantes assumem quando passam férias em Portugal;

1,6. a percentagem de cidadáos porlugueses que emigram, relatjvamente á populagáo


oo Dars:

f .7. a ¡mportánc¡a soc¡al do fenómeno m¡gratório (tendo por suporte a resposta antenor).

2. Apesar da antiguidade das suas fronteiras, Portugal ostenta muitos contrastes.


Refira:
2.1. o que "separa os habitantes da provínc¡a dos de L¡sboa;

2.2. o contraste de mental¡dades entre os nortenhos e os sulistas;

2.3. as frases do lelito que melhor resumem e expl¡citam a variedade dos caracteres
potlugueses.

3. Para lá das diferengas, sáo muitas as carac{erísticas comuns aos Portugueses.


Assim, apont€:
3.1. o carácler do povo portugu6s que mais cativa os turistas;

3.2. o sentimento lus¡tano que um estrange¡ro tem ma¡s. dificuldade em compreender;

3.3. as fomas como, na prática, os Portugueses revelam o orgulho pela sua páf¡a;

3.4. um dos ma¡ores deleites a que um portugués pode aspirar;

3.5. uma "proeza' nac¡onal a lamentar.

OS
"l
PARA COMPREENDER A LíNGUA
1. Observe as seguintes frases i
as pessoas das zonas rurais preferom manler a sua disláncia I náo t6m paci6n_
cia para os probtemas da CE (...). lsto náo significa, no ontanto, que o orgulho
nacional seja menos forte."

"Os Portugueses podem ser descontraídos por nalureza, mas ao volante de um


Mercedes, BMW ou mesmo um Morris Mini, náo rssistem á tontagáo de chegar
rap¡damente a qualquer ¡ugar. Ouer seja por estradas de monianha e ventosas,
quer seja por auto-estradas, os Porlugueses conduz€m como ss fossem
imortais".
As palavras sublinhadas na frase sáo utilizadas oara:
1. Apresentar uma restrigáo á ¡ntormagáo anterior _ No entanto.
2, Manilestar oposiqáo á informaqáo anterior _ Mas.
3. Apresentar alternativa Ou / quer ... quer.
-
4. Acrescentar informagáo _ E

Assim, oara:

Manifestar discordáncia
objeۇo mas
hesilagáo porem
opos¡eáo contudo
Apresentar restriqóes no ontanto
Argumentar
Apresentar alternativt ou
Man¡teslar opin¡áo alternativa quer... quer

Acrescentar ¡nformaeáo/ e
Indicar duas atirmagóss que nem... nem
se complotam náo só... mas também
náo..- nem
logo
pois
Exprimir conclusáo ponanto
por consegu¡nte
por rsso
assim

2. Complete o texto com as palavras adequadas:

l. Os Portugueses sáo sorridentes


=_- pac¡entes.
2. No Algarve fui bem recebido , no Norte, os minhotos
abriram-me as ponas de sua. cisa".
3. Os Portugueses. _
sao geratmenle hospitaleiros.
sejam do Norle, serañ rio sÍl
4. Os Portugueses conduzem como se fossem imorlais,
d¡líc¡l ¡ustif¡car a alta taxa de acidentes de viagáo.
_ náo é

5. O povo lusitano náo é _ táo elus¡vo como os seus vizinhos


espanhóis, _ táo reservado como os povos do Norte da Europa.
6. Nos anos 50 e 60 a ma¡oria dos portugueses que em¡grava .- ia
para Franea para a Alemanha.

PARA COMUNICAR

coz¡nha portuguesa é sem dúvida al- nárias, alimentos, iguarias, receitas, que muito
guma a mais requiniada, a mais volup- cedo nos fizeram tomar a d¡anteira dos povos
tuosa e a ma¡s saborosa coz¡nha do gastrónomos. Ass¡m náo há povo qu6 se gabe
munoo. de tamanha porgáo de pratos nac¡ona¡s.
Verdade seja que t¡vemos meslres excelen- Em Portugal náo há provínc¡a, distrito, ter
tes, herdando por exemplodo Arabe a cagaro- ra, que náo registe entre os monumentos lo-
la e a arte de fritar e refogaG e que das desco- cais, a especial¡dade dum pet¡sco raro, sáb¡o,
bertas rec€bemos, com as especiarias do Ori- f¡no, verdadeira sinlonia de sabores sempre
ente, os picantes do Brasil, e a arte de adogar sublime.
dos países gulosos, a Turqu¡a, a índia, e os rei- Fialho deAlme¡da.
nos mouros da costa de Africa, técn¡cas culi- 'Os Gatos" 11893)

-TEXTOI-
TEXTO il
m Portugal, os hambu¡gue¡es, as pizas e ta, em média, entre os 700 e os 800 escudos,
os cachot¡os quentes comegam a con- valor sempre inferior ao de qualquer refeigáo
quistarum importante segmento no exi- sentada, po¡ mais acessíveis que sejam os pre-
gente sector da restauraqao. Mas só ago- qos praticados pelo estabelecimento. Comer
ra é qtJe o american wal of lik
vü entrar em depressa, com um mínimo de dinheiro e com
forga nos hábitos alimentares dos Pofugueses: alguma qualidade é a fórmula mais do que tes-
as gRndes cadeias mundiais de comida rápida rada do fdst-food e que, a médio prazo, poderá
preparam-se para enra¡ mais decisivamente em reduzir o típico hábito dos Ponugueses de "co-
todo o país. A <chave do negócio> é simples: mer de pé ao balcáo>.
uma refeigáo completa numa hamburgueria cus- in "VisAo" (1993)

-
Expressáo Escr¡ta €/ou oral
l. Confronte os texios I e ll e pronuncie-se sobre a evolugáo dos háb¡tos alimentares
portugueses;
. o que mudou (e como mudou);
. aqu¡lo que se perdeu (desvantagens) e ganhou (vantagens).
2. Ref¡ra os háb¡tos alimentares lradic¡ona¡s do seu país, indicando se também loram
(e de que modo) afectados pelo "estilo de v¡da americano'.

3. Registe, por fim, a sua op¡n¡áo sobre o assunto.

67il
---

PARA SABER MAIS

QUADRAS
Eu náo tenho vistas largas,
nem grande sabedoria, .

mas dáo-me as horas amarqas Sei que parego um ladráo...


li@es de filosofia. mas há mu¡tos que eu conhego
que, sem parecer o que sáo,
seo aquilo que eu pareQo.
Uma mosca sem valor
po¡sa, c'o a mesma alegria,
na careca de um doutor Se umas quadras sáo conselhos
como em quatquer porcaria. que vos dou de boa fé,
:,,,,
outras sáo f¡nos espelhos ,

onde o le¡tor vé quem é.


Vós que lá do vosso império
promete¡s um mundo novo,
catar-vos, que pode o povo Embora os meus olhos sejam
qu ref um mundo novo a sério.
os ma|s pequenos do mundo,
o que importa é que eles ve¡am
o que os homens sáo no fundo.
O meu mais puro sorriso
eu náo o mosho a n¡nguém;
mas sel rir, quando preciso,
ANTÓNIOALEIXO,
a quem me softi também. ,ESTE
LIVRO OUE VOS DEIXO,..,

A QUADRA POPULAR
Diz-se que "portugal é um Grandes poetas portugue-
pars de poetas". Para conles_
ses expressafam-se em .qua_
sar os seus simples senljmen- oras ao gosto populai,, e sáo
tos, o amor, os valores da vida, vulgares, iambém, os poetas
o povo portugués desde sem-
pre laz versos. Populares, como António Aleixo.
A forma portuguesa de ex- Eis uma bela quadra popular:
pressáo lírica por exceléncia
é "O Menino Jesus nasceu
a composigáo de quatro ve. Da Virgem cheia de graQa
sos em r¡ma paralela, a,,qLra_
Entrou e sa¡u por ela
cf¡a Ha mtlhares destas com_ Como o sol pela v¡draQa,'.
Pos¡Qóes, de rara sensibilida_
oe e perfeiqáo Nelas pefpas
sa o genio popular
Luís Sá Cunha,
''Portugalbum"

*: 68
O FADO
ons¡derada a cangáo nac¡onal de Portugal, é cantado por
um "fad¡sta" acompanhado á guitarra e á v¡ola. De origem
difícilde apura( atribuemlhe inftuénc¡as árabes e afr¡canas.
Dolente, triste, saudoso, chamaram-lhe a "triste caneáo do Sul".
A palavra, do latim'fatum", s¡gnif¡ca destino, latalismo. No qua-
dro de um fado ao v¡vo, mu¡to tfansparece da alma portuguesa: a
inflexáo da gu¡tarra, otom triste do ritmo e da letra, a nota fágica
da voz e do xa¡le negro da fad¡sta.
Tardiamente enraizado em Portugal (fins do séc. xv ), co-
me9a a notar-se a sua imporlagáo nas
naus quevém do Brasil, ondo era popu-
lar a danga do "tado".
Só em princíp¡os do séc. xrx suF
gé o termo fadista.
Mu¡tos dos maiores poetas poF
tugueses deram poemas ao fado.
Amália Rodrigues é considerada
a ma¡or fadista
portuguesa.

Luís Sá Cunha,
"Portugalbum"

O'PORTUGUES
SUAVE'

|r uma marca de cigarros que tra-


duz um dos tragos do carácter
F
b nac¡onal portuguésr a suav¡dade, a
dogura, a complacéncia com que o Portu-
gués está na vida. E consagrada a expres-
sáo "oaís de brandos costumes".
Provas históricas: ouase nunca houve
revolugóes sangrentas; em Portugal, náo
há touros de morte"; o drama polít¡co náo
é cruento; Portugal foi o prjmeiro país do
Mundo a abolir a escravatura e a pena de
morte.
Luís Sá Cunha,
"Portugalbum"
A MULATA
Expressáo humana e simbólica do "mundo
que o Portugués criou', a mulata é o resultado
genél¡co do cruzamento do portugués europeu
com os povos dos trópicos, sobretudo do con-
tinente africano. E o exemolo datotalauséncia
de preconceitos rác¡cos do homem portugués.
Considerada de rara beleza sensual, a mulata
ou creoula povoa de graga as ruas das c¡da-
des dos pafses africanos de expressáo portu-
guesa e, sobretudo, do Brasil.
O louvor da sua beleza é tema vulgar oas
can9óes desses palses, especialmente na mú-
s¡ca bras¡leira.

Luís Sá Cunha,
"Portugalbum"

ANTOLOGIA

A *PERSONATIDADE
Ponugués é um misto de sonhador e
- BASE" DO PORTUGI]ES
Há no Portugués uma enorme capacidade de
de homem de acgáo, ou, melhor, é um adaptagáo a todas as coisas, ideias e seÍcs, sem
sonhado¡ activo, a que nao falta cefo que isso impüque perda de ca¡ácter. Foi esfa
fundo prático e realista. A actividade ponugue-
faceta que lhe permitiu ma¡ter sempre a atitude
sa náo tem raízes na vontade fria, mas alimen-
de toleranciae que imprimiu e colonizagáo por-
ta-se da imaginagáo, do sonho, porque o Portu-
tuguesa um carácte¡ espe.ial inconfundível: as-
gues é mais idealista, emotivo e imaginativo do
similaqáo por adaptagáo.
que homem de ¡eflexáo. Compartilha com o
O Portugués tem vivo sentimenlo da natu¡e-
Espanhol o desprezo fidalgopelo interesse mes-
za e um fundo poético e contemplativo estático
quinho, pelo utilitarismo puro e pelo confono, diferente do dos outros povos latinos. Falta-lhe
assim como o gosto paradoxal pela ostentaeao
também a exuberáncia e a alegria espontAnea e
de riquezaepelo luxo. Mas náo tem,como aque-
ruidosa dos povos meditenáneos. É mais inibi-
le. um fone ideal abslracto, nem ace¡tuada ten-
do que os outros meridionais pelo gra¡de senti-
déncia mística. O Portugués é, sob¡etudo, pro-
menlo do ridículo e medo da opiniáo alheta. E.
fundamente humano, sensível, amoroso e Don-
como os Espanhóis, fortemente individualista,
doso, sem ser fmco. Náo gosta de fazer sofrer e
mas possui grande fundo de solidariedade hu-
evitaconflitos, mas, ferido noseu orgulho, pode
mana. O Ponugués náo tem muito humor, mas
ser violento e cruel. A religiosidade apresenta o
um fone espír¡to crítico e trocista e uma rronla
nrcs¡no fundo hunrano peculiar ao Ponugués.
DUngente,
Nrio tcm o carácter abstracto, místico ou lrági-
co próprio da espanhola, mas possui uma tbne
Jorge Dras. Or Elernenlo\ Fundamrntrr\ Jir
crcnqa no milagre e nas solugócs milagrosas.
Culturir P,'flltSUc\J'
70
ouro Negio¡!*Biáa¡l

OS PORTUGUBSES
EAS CIDADES
o Norte de Africa, no tsrasil. na Asia, os
Portugucses. durante qualro séculos,
construíram casas. abrilañ Iuas, desc
nharam iiontarias, nas nlris diversascon,
digóes Seográlicas. lutando co¡n as ci¡cunslan-
cr : do teficno. nla\ nr¡ntcnd.r i( mpre utn esti-
lo comum. f¿zendo tom que r\ pcdras lalas-
sem a mesma linguagem. Esta possibilidade
de manter as características próprjas da nos-
sa faixa europeia de terra e, ao mesmo tem-
po, de se fundir nas paisagens exóticas sem
ferir a vista com ho¡ror, como colunas gregas
numa paisagem norte-americana, é o seg¡edo
talvez mais fundo da projecgao portuguesa no
Mundo. Isto quc se diz das cidades pode di-
zer-se de todas as formas de vida que, no Bra-
sil, em Goa, por toda a parrc onde nos fixá-

mos, nunca deixaram de serportuguesas, mas


nunca apareceram como qualquer coisa de cs_
tranho, de inrportado. As cidades portugue,
sas foram construídas segundo p¡ojeclos fei-
tos no local onde elas deveriarn erguer-se
eram portugueses quc as projectavam e reali -
zavam. mas portugueses tfabalhando em con,
tacto com os ambientes, as paisagens, os ho-
mens de ourr,)\ ('r'ntinenlr\. As\im. o qr¡r no\
levámos pelo Mundo cra a nossa alma, a nos
sa atltuclc pcrante a vida c perante os outros
honrcns e náo idcias
"a prio¡i" ou projectos.
também <a priori>, de cidades imaginadas
muito Ionge dos silio\ onde elas dever¡am vt-
ver a sua vida de cidades.

Pedro de Moura e Sá.


"Vida e Literatura"

71
rv

RADIOGRAFIA PORTUGUESA
DINHEIRO E na ta¡xa elár¡a dos 18- JOGO
34 anos que s€ encontra o
grosso do quase milháo e
meio d€ frequentadores ha-
bitua¡s dos desafios de fute-
bol, Sáo ouase todos ho-
mens (86,3 por cento), mo-
ram sobfetudo no lnter¡or
Norte e pertencem ma¡or¡-
tar¡amente (35,1 por cento) á
classe média baixa.

POPOS

O cartáo Multibanco tor- O número de v¡ciados no


nou-se banal: é usado oor totoloto (4.666.000, correspon-
quase dois m¡lhóes de pes- dentes a 58.2 por cento) e no
soas (22,8 por cento), na totobola (1.450.000 ou seja,
maior parte empregados de 18,'l por cento) revela que
serv¡9os das classes alta e anda para aí mu¡ta gente a ten-
média alta, entre os 25 e os tara sorte. Mais de 200 m¡lfe-
34 anos, residenies principal- cham-se hab¡tualmente nas
mente na Grande L¡sboa. salas de b¡ngo, agarados aos
Pelo contrár¡o, o cartáo de cartóes.
crédito V¡sa/Unibanco ainda
tem o seu qué de elitista: tem LEITURAS
aDenas 458 m¡l ut¡lizadores.
ma¡s de metade homens que Ma¡s de metade dasfamíli-
moram na Grande L¡sboa e as portuguesas tem automó-
pertencem ás classes alta e vel, o que s¡gn¡l¡ca que
média alta. 4.534.000 portugueses (54,3
por cento) se dáo ao luxo de
DESPORTO andar motor¡zados. Curiosa-
mente, é nas lamíl¡as da clas-
se média baixa que há mais
popós.
Quanto a motoqueiros, os
autént¡cos, das bombas com
c¡lindrada superior a 50 centí-
metros cúbicos, andam pelos
125 mile alinham nas classes
méd¡a e méd¡a baixa. Os 927
mil proprietários de motor¡za-
das (até 50 c.c.) atiram ma¡s
Para o proleta: classes média As Seleceóes do Fleader's
baixa e baixa. Diqest dáo cartas: venderam
r
lrvrosa ma¡s de dois m¡lhóes e no mrcro-ondas ex¡ste apenas FERIAS
meiode portugueses (31,2 por em 110 mil casas (3,5 Dor cen-
cento). O Círculo de Leitores to). sobretudo na Grande Lisboa
também náo se safa mal, com e pertencentes ás classes alta
1.162.000 sóc¡os (14,5 por e mÁlia alta. Um ouarto dos la- -ó:
cento). r€s (804 mil), na maioria da clas-
Pouca gente ass¡na rev¡stras se a¡la, possu¡ máqu¡na de caté
758 mil (9,5 porcento)- e eléctrira. Em contrapartida, qua-
-a¡nda menos lé revistas estran- se trés milhóes (84,9 por cento)
geiras:712 mil, menos de 9 por tém varinha mág¡ca, com l¡gei-
cento. ra ma¡oria para a classe média
ba¡xa.
LAR, DOCE LAR Da telev¡sáo é que prat¡ca-
mente ninguém escapa:
3.038.000 (95,4 por cento) es-
táo condenados á "ca¡xa má-
9rc4,.
Embora 99.1 oor cento dos
lares tenham energia eléctrica,
cerca de 10 por cento ainda Primeiro a praia, escolh¡da
estáo á esDera de receber por 2.821.000 (35,2 por cen-
água canal¡zada e o¡to por cen- to); depo¡s o campo, 1.046.000
to náo tém casa de banho. (13 por cento). Só c¡nco por
cento (404 m¡l) váo ao estran-
g€¡ro. A maior parte passa as
LAZERES lér¡as em casa de famil¡ares
(1.413.000 17,6 porcento),
-
seguida pelos que náo saem
de casa (1.065.000- 13,3 por
cento).
De acordo com este estu-
do, 4.532.000 portugueses, M¡LITANCIAS
isto é, 56,5 por cento dos ha-
b¡tantes do Continente, tém
casa própfia. A maior¡a dos
--.-'1
felizes propr¡etár¡os res¡de no
Interior Norte, tem mais de 64
anos ou 6ntre 35 e 44, e per-
tence sobretudo ás classes
^s)
ba¡xa e méd¡a baixa. Estes
dados permitem concluir que
se trata, na maior parte dos
casos, de hab¡ta9óes rurais. Ma¡s de trés milhóes e meio
Um número sens¡velmente de pessoas (45 por cento) trata
igual (4.630.000) possu¡ telefo- de flores em casa. Destes, a
ne. Apenas 695 m¡l (8,7 por cen- ma¡or¡a esmagadora (84 por
to) tém computador pessoal. cenlo) é cornpGta por mulheres.
No que toca ao equ¡pamer¡- Os homens gteletem a br¡@-
to dos lares, quase um milháo e /age passatempo de um m¡lháo
meio (44,9 por cento) tem arca e meio de indivíduos. Os ma¡s A prática religiosa no nos-
frigoríf¡ca. A maior parte situa- io/ens ('1 &24 anos) dáo trJdo por so País náoé poraÍalém: Pou-
se no Interiof Norte e pertence um pezinho de darEa: 1 .4,13.000 co ma¡s de metade das Pes-
á classe média baixa. Já o for- f requentam discotecas. soas (4.401.000 54,9 Por
-
cento) declara pral¡car uma BEBES
relig¡áo. Os devotos vivem o café bebido em casa ou
pr¡ncipalmente no Interior Nor lora dela bate o chá aos pon-
te, sáo na maioria mulheres, tos. Aliás, a tradicional infusáo
tém ma¡s de 64 anos e perten- está a oerder claramente o
cem á classe ba¡xa. status de beb¡da lina: o maior
A polít¡ca interessa a ainda número dos seus consumido-
menos gente: pouco ma¡s de res pertence a classe baixa. Se
dois milhóes (26,1 por cento). calhar é por isso que há poraf
Os mais pol¡t¡zados sáo os tanta lalta de chá...
homens, vavem sobretudo na Nogrupo das bebidas alco-
Grande Lisboa, tém entre 25 e ólicas, o pr¡me¡ro lugar é ocu- rido pela classe média baixa.
44 anos e pertencem ás clas- pado pelo v¡nho maduro engar- Joáo Ferreia,
ses alta e méd¡a alta. rafado (23,4 por cento), prefe- ¡n 'Ial & Qual"

PARA COMPREENDER O VOCABULÁRIO


rad¡Ogfatia exame através dos ra¡os x. por extensáo, qualquer exame ou análise.
-
banal vulgar; comum.
-
tem o seu qué de é um pouco.
-
elit¡sta só para alguns; pouco ut¡l¡zado; antónimo de popular
-
etária relat¡va a ¡dade.
gTOSSO
- ma¡oria.
-
desafios jogos.
pOpóS
-
automóveis (usado na l¡nguagem ¡nfantil e com valor onomatopeico.)
-
Se dáo ao luxo
.

- fazem uma extravagáncia.


andar motorizados andar num veículo a motor.
mOtOqUeifOS
-
o mesmo que moloc¡ctistas {aqueles que conduzem uma moto); pode ter
sent¡do- depreciativo (desdenhoso).
auténtiCos verdade¡ros.
bombas
-
motociclos muito potentes.
andam pelos
-
- sáo cerca de.
al¡nham em pertencem a.
-
at¡ram para tém tendéncia para.
-
proleta proletário (indivíduo pobre que v¡ve do seu ordenado mal remuneraoo).
-
v¡c¡ados que tém o háb¡to de jogar
-
anda para aí ex¡ste.
-
dáo caftas lideram o mercado; sáo os melhores (os que vendem mais).
-
náo se safa mal- tem éxjto nos negócios; vende bem.
lar casa.
-
Proprietários donos.
-
dados indicaqóes: elementos ¡nlormal|vos.
-
' onomatopeico que ¡mita o som daquilo que exprime (ñeste caso o som
- da buzina dos automóveis).
Sensivelmente quase.
-
no que tOCa naquilo que se refere.
-
lazeres passatempos; maneiras de ocupar os lempos t¡vres.
-
esmagadora indiscutívet.
-
bricolage palavra de origem francesa que oesrgna pequenas reparagóes domésticas.
-
dáo tudo por gostam mujto de.
-
um pez¡nho de danga dangar.
-
familiares pessoas de famÍlia; parentes.
-
militanc¡as part¡c¡pagóes activas em organ¡zaqóes polít¡cas, relig¡osas, etc.
deVOtoS
-
crentes (aqui no sent¡do de praticantes).
-
politizados que tém uma orientagáo ou consc¡encial¡zagáo potítica.
-
bebes bebidas.
-
batg aos pontos vence incontestave¡mente: suoerioriza-se.
-
tradicional infusáo ct¡¿.
StatUS
-
estatuto; característ¡ca consagrada.
-
bebida fina que reveta bom gosto; deticada.
falta de chá
-
ausénc¡a de educagáo; falta de boas mane¡ras.
-
PARA COMPREENDER A CULTURA
Cartáo Multibanco
m Porlugal, o ma¡s po- 1985, abrange 87% dos con- bolso trase¡ro dos "jeans" com
pular dos cart6es mag- celhos com mais de 5000 ci- grande ¿-vontade, há quem
nét¡cos de acesso aos dadáos recenseados. náo o tenha e há quem o pos-
caixas automáticos, 'Estascaixinhas tém de fac- sua aos montes. Mas quando
pem¡t¡ndo o levantamento de to encantado m¡lhóes. E sáo é "cash" que se quer, quase
d¡nhe¡ro ou o pagamento de uma das maravilhas da técni- todos o váo adquir¡r, sempre
servr9os. ca moderna. Inserir cartáo e na hora H, naquela ca¡xinha
A rede Mult¡banco, associ- sa¡r "verd¡nho" é algo que a muitas vezes pendurada na
a9áo de tr¡nta ¡nstituiqóes ban- mu¡ta gente agrada. parede efer¡or de um banco".
cárias langada em finais de Há quem ande com ele no ¡n "O Independente"

Grande Lisboa Continente


Reg¡áo que engloba Lisboa e as cida- Nome de uma cade¡a de h¡permer-
des per¡fér¡cas (Almada, Amadora, etc.) caoos.
totoloto e totobola
Jogos de apostas mútuas, o pr¡me¡ro
sobre números e o segundo sobre fute-
vinho maduro
bof. V¡nho teito de uva madura. Contraria-
mente ao vinho verde, de alla acidez e
Círculo de Le¡tores ba¡xo teor alcoól¡co, o vinho maduro ca-
Empresa que ed¡ta livros e os vende racteriza-se pela elevada percenlagem
d¡rectamente aos seus sóc¡os. de álcool e Douca ac¡dez.

'ut
!''

PARA COMPREENDER O TEXTO


1.
1.l, Agrupe os elementos segundo a ordem a segu¡r proposta, e tendo por base o exemplo dado:

D¡nhe¡ro
(cartáo crand€ A[a e
Lisboa M&ia Alta 2,8% Honens 2$34 anos
Mull¡banco)

1,2. Ind¡que os assuntos que apresentam dados mais


comDletos.
2. A zona da Grande Lisboa é referida argumas
vezes.
2.1. D¡ga em que contextos.
3. Enumere os electrodomésticos refer¡dos na rubrica ,,Lar,
Doce Laf.
4_
4,1. Dos temas abordados, qualfoiaquele que achou
ma¡s ¡nteressante? Just¡f¡que.
4.2, E qual dos dados estatílicos lhe pareceu
o ma¡s surpreendente? porqué?

5.1. Comente a imagem que ilustra o ,rem 'Le¡turas,,.


5.2. lmagine uma trase publicitária de apoio
a essa ¡magem, supondo que a mesma iar¡a pane
de uma campanha promoc¡onal de uma ramosa
revtsta.

$
T

Sondagem a Razáo / Euroexpansáo

FUTURO INQUIETA E SUSCITA OPTIMISMO


ENTRE OS PORTUGUESES
António Arnaldo Mesquita

Setenta e cinco porcento dos Portugueses preocupam-se com


o futuro. Esta é uma das principais conclusóes de uma sónda-
gem encomendada pel'A Razáo á Euroexpansáo. A consulta
detectou, simultaneamente, a existéncia de um significativo
optimismo entre os Portugueses. Oitenta e dois por cento acre-
ditam num futuro melhor
O que os Portugueses pensam dos Portugueses era o lema
da sondagem. Os resultados permitem tragat um interessante
quaüo de referéncia e um esbogo bastante nítido do auto-re-
trato dos Portusueses.

OS PORTUGUESES
Um quarto dos indivíduos do
Grande Porto está em desacor-
do e/ou totalmente em desacor-
do com a af'¡fiagáoi Os Portu-
gueseE preocupam-se co ofu-
f¿ro. Nesta regiáo, as dúvidas
quanto a esta questáo nao sáo
muitas: apenas 2,696 respondeu
náo sabe, metade da pe¡centa-
gem apurada, por exemplo, na
Grande Lisboa. No Interior Nor-
te a mesma resposta foi dada por '18-24 t25-?'¡
10,57o dos inquiridos.
As maiores preocupagóes quanto ao futuro
foram de entrevistados do Litoml Centlo e do
OS PORTUGUESES
pr*upam-s€ com o t4uro
Interior Sul (1'l,8Va, em ambos os casos...).
14.00¿
Aliás, nesta última regiáo,81,37¿ dos seus ha-
bitantes acreditam num futuro melhore penen- 5.0%
ce-lhes o valor m¡iximo de respostas afirmati-
vas ¡ afirmagao: os Portugueses t¿m de si una
iñagem positiva. 11.0%
64.07"
2_Oaó
Relativamente is preocupaEóes quanto ao
futuro, há um significativo cepticismo entre os E lotal@ñr€ €n d€*@t lo
jovens. Nestá faixa (mais de l8 e menos de 24 ¡ btarñenre d€ a@rdo
a¡os) há 26,4Vo de elementos a pensa¡ que os
Y

Portugueses n¿io se prcocupam com o futuro: do e/ou totalmente de acordo: 41.37o em desa-
15,970 estáo em desacordo e/ou totalmente em cordo e/ou totalmente em desacordo. Náo sabe
desacordo com a añrmagáo: os Portugueses foi a postura de 8,27¿.
ac re dítam num fu hto me I hor - Posigóes equilibradas, em termos percen-
Numa posigáo quase a¡álog4 deñnem-se os tuais, registaram-se quanto á añfmageo: ¿s Po¡-
elementos do ¡r¿ra¡ médio superior, dos quars tugueses sabem aprove¡tar as oponunidades.
25,9qa esfáo em desacordo e/ou totalmenre em 52,5% dos enúevistados acham que sim; 40%
desacordo quanto ¿s preocupaeóes dos poÍugue- ¡ecusam a ideia e 7,4Ea náo sabe.
s€s face ao futu¡o, enqua¡to 84.55E¿ subscreve- Cinquenta e quatro por cento dos entrevista-
ram a afirmagáo oJ Portugucses acreditam ruort dos manifestaram-se em desacordo e/ou total-
ftrtum ñclhor. Quase vinte por cento dos inquiri- menle em desacordo quanto ¡ afirmaqáo: oJ
dos. do Jra¡as alto. discordam que assim seja. Portugueses ndo sdo inte re sseiros- Ti,nÍa e sete
Os Portugueses t¿m de s¡ uma ímagern post_ por cento mostraram-se de acordo e./ou total-
¡iva foi outra das afirmagóes incluída na con- mente de acordo, enquanto Dove por cento náo
sulta. Sessenta e oito por cento esteve de aco¡- únham opiniáo e responderam náo sabe-
do e/ou totalmente de acordo;2l.lqo em desa- Os Portugueses sAo muito ambiciosos foi ou-
cordo e/ou totalmcnte em desacordo, ao passo t a af¡nagáo constante do itquériúo. Setenta e trés
que houve 10,970 de neo sabe. por cento das respostas forarn de aco¡do e/ou to-
Os Portugueses s^o pessoas gelalmente cut_ talmente de acordo, ao passo que em desaco¡do e/
tas é uma opinieo pa¡tilhada por pouco mais de ou totalme¡te em desacordo estiveram l8,2qo do
metade dos inquiridos: 50,5% estive¡am dc acor- universo da sondagem, respectivamente. O náo

OS PORTUGUESES OS PORTUGUESES
lém de siuma imagem positiva sáo hole melhores do qus antigaménte

r 8.8%
34.O%
3.Ooa 44.O%

10.9%

13.Oo/" 6.0%
E oe aco¡o I ro¡ln¡sntE ¿e acordo E oe aor¡o. I bta¡menre oe acordo
E ñáo lsb€ L, tolál@ñrs €rh d6sa@rdo E náo s¡be E |olalñenr€ eD d€sa@do

OS PORTUGUESES OS PORTUGUESES
lrabalham com grande esmero e dedicaceo
sáo muito empreendedor€s
25 7?. 1A.O1a

3_OV"
56.47"
79%
61.0%
6 9 0/"

D bld@de dé acodo
D nao saoe o Io|arñente em désacodo fl oe aco¡¿o El roratmente ¿e aco¿o
E náo sabe E rola|menté em d6sacodo

78
s¿be atingiu sclc por cenlo.
Exactamentc l¡eI¡de dos entrevistados OS PORTUGUESES
entendeu quc osPartrrgu?ses stio hoje me- náo sáo ¡n1éregse¡ros
I hot"sdo que atÍi gtu ¿nl¿,. Trinla e quat¡o
por cento estiveram em desacofdo; trés por
cento totalmente em desacordo: treze por
CenIo OP!3Iam pelo náo sabe
Outra vertente do mesmo lema oJ
Portugueses ndo sAo saudosistas, vivem -
o pfesente meÍeceu. a nírel nacional.
-
497c de respostas de acordo: quat¡o por
cento totalmente de acordo: i l7¿ em de-
sacordo. O náo sabe foi perñthado por
onze por cento dos inquiridos.

OS PORTUGUESES OS PORTUGUESES
sáo r¡Lrlto ambciosos
náo sáo saudos¡stás, vfuem o ores€nt6
18.00/"
31.0%

49,O%

12.O% 61 .O./o 5.O%


'|1.O
4.O%
E oe ao¡¡o B
E nao saue
tora menre ¿e
d
acodo E d6 acordo I Ior¿nr¡to ¿o aco.uo
E €n d6sa@fdo
LJ iolalm.ñle dBsácordo B n¡o o¡e U b0ahort€ sm &sddó
tr ern desacoto

APONTAMENTO
Lsandro Almeida

Para além da opiniáo favorável, targamente ?crod¡tarnum futuromelhof, ao.esmero e de-


ma|onlana, da_boa auto-imagem dos portugus_ d¡cagáo' no trabatho, á "ambicáo', e sua .¡ma_
ses para os vários ¿ens, o que pode sign¡iicar gem positiva" e ao seu fnd¡cá .cultural', (d¡fe-
uma vontade e o acreditar nas nossas renga mais notór¡a para o "aproveiiar as opor_
potenc¡alidades face ao futuro e á distánciaoue
tun¡dadesl.
nos separa de outros países ma¡s avangaoas
Se olharmos ás expectat¡vas frustradas em
nos aspectos científicos, tecnológ¡cos, termos de estudos, de trabalho, de aloiamento
educativos e sóc¡o-cultura¡s, ou também uma e dos projectos
de vida podemos encon'trar uma
passividade face a tais desafios e d¡stáncias, pista
expl¡cat¡va para as suas r€sDostas.
gostar¡a de me centrar nas variagóes das
f€s_ Portugal é um país onde func¡ona mu¡to ,o
postas encrntradas ent.e o gfupo etár¡o mais
tempo de serv¡qo', os "compadrios', nos diver-
Jovem e mais'!elho". Os jovens mostram mai_ sos n¡ve¡s, a "burocracia,,e os ,burocratas',,
os
ordesacordo face ao carácter .empreendedo/' "remedeios"...
Tudo se compl¡ca para quem
dos Portugueses, ás suas .,preocupacóes com deseja entrar
e tudo está decidido (defendido)
o fuluro", ao "aprove¡tardas oportun¡dádes', ao para quem já
se encontra instalado. Náo se

-^¿-__
79
I
questiona "quemjáestá'nem seavalia os seus ma¡or incl¡na9áo para a ¡novaqáo. S¡multanea-
produtos, e tac¡lmente sáo criados esquemas mente, é dos jovens o futuro e este náo lhes
defensivos para o'sratuqud reinante. está nas máos! Urge encontrar lormas mais
Esta s¡tua9áo coloca sérias d¡ficuldades á equilibradas de f unc¡onamento das inst¡tui96es
concretizagáo dos projectos dos ma¡s jovens e d6 aproveitamento dos que se encontram
(18-35 anos), complicando a¡nda mais o seu agora na sua fase produtiva ma¡s generosa,
desejo de mudanqa das estruturas ou a sua cr¡at¡va e entus¡asta...

PARA COMPREENDER O VOCABULÁRIO


Sondagem
- invest¡gaÉo; pesqu¡sa; auscuttagáo da opin¡áo pública.
lema tema; obiecto.
-
trabalhos de campo tarefas de recotha de dados (informaeóes).
-
tta9af ordenar; descrever.
-
quadto de referéncias conjunto de ¡nformagóes.
-
esbogo tentativa de dar uma ideia sucinta; início de um trabalho.
-
nítido claro; evidente.
-
auto-retrato
- carácter próprio; imagem específ¡ca.
apurada verif¡cada; obtida.
-
inquiridos aqueles a quem sáo fe¡tas perguntas.
-
cepticismo dúvida; descrenqa.
-
análoga
- semethanre.
status estatuto; pos¡eáo ou classe social.
-
subscrevefam aprovaram: concordaram com.
-
Partilhada aceite.
poslura
-
posigáo; opiniáo.
- (da
universo sondagem) conjunto de todas as pessoas inquiridas.
-
optaram escolheram.
-
vertente
- aspecto.
saudos¡stas que vivem com saudades do passado.
perfilhado
-
escothido.
-
largamente cons¡deravelmente; grandemente.
-
potencialidades capacidades; poss¡b¡lidades.
passividade
-
ind¡ferenqa; des¡nreresse.
-
centfar deter; falar de; dar atenqáo a; analisar.
-
"statuquo" reinante estado actuat das co¡sas.
-
sérias grandes; enormes.
-
¡nclinaQáo tendéncia.
-
urge e urgente.
-
ma¡s generosa ma¡s nobre; melhor.
-
a0
PARA COMPREENDER A CULTURA
A RazáO rev¡sta mensa¡ de grande informagáo. cuio prime¡ro número saiu em
- de 1989.
Outubro

Euroexpansáo empresa especial¡zada em sondagens.


-
PARA COMPREENDER O TEXTO
l. Faqa o levamento de palavras e expressóes que servem de aoo¡o a esta son-
dagem e á anterior ("Radiografia portuguesa").
2.
2.1. Coloque as atirma@es por ordem, a comegar pelas que obtiveram maor
número de opin¡óes concordantes. Com esse object¡vo, l¡gue cada uma delas ao
número corresoondente:

. Os Portugueses preocupam-se com o fuluro. 1

. Os Portuguoses tém de s¡ uma ¡mag€m posit¡va. 2


. Os Portugueses acroditam num futuro m6lhor.

. Os Podugueses sáo pessoas geralmente cultas. 4


. Os Portugueses sabem aproveitar as oportunidades.

. Os Portugueses náo sáo interesse¡ros.

. Os Portugueses sáo muito ambiciosos. 7


. Os Portugueses sáo hoj€ melhoros do que ant¡gamente. at

. Os Portugues€s náo sáo saudosistas, vivem o presente, 9

2.2, Relacione o resultado obtido, tendo em conta as duas op¡n¡óes mais vota-
das. com o título do texto.
3. D¡ga por que mot¡vo "... é dos jovens o futuro e este náo lhes está nas máos!"

PARA COMPREENDER A LíNGUA

1, Bepare nas frases:


. Os homens preterem a'br¡colage".
. estáo em dosacordo e/ou totalmenle em desacordo com a afirmagáo: "os Portu-
15,9ol"
gueses acred¡tam num luturo melhol".
. Quase vinte por cento dos ¡nquir¡dos, do "status allo", d¡scordam que assim seja.
.50,57" est¡veram de acordo e/ou totalmente de acordo.

81
r-
. 52,5% dos entrevistados acham que s¡m; ¡+0y" recusam a ¡deia...
. Exactamente metade dos entrevistados entendeu que .os portugueses
sáo hoje melhores
do que antiganente".

2. Indlque, de entre os termos sublinhados em 1., os que permitem exprlmir:


2. a. uma opin¡áo;
2. b. concordánc¡a;
2. c. d¡scordáncia.

3, Eis algumas expressóes correntes ut¡llzadas pa.a:

. acho que . acha(s) qus...?


. adoro
. como acha(s)...?
. creio que
. em minha op¡niáo 'sm sua/tua opiniáo.,.
. náo acha(s) (qus)...?
. entendo que
. estou certo(a) que . náo lhe^e parece (qus)...?
. estou persuadido(a) /convencido(a) que . psnsa(s) quo...?
. parece-ms (que) . que acha(s) do...?
. julgo (qu€) . qu€ d¡z(os) a...?
. penso (que) . que lhe/ts parece,..?
. quanto a mim . que pensa(s) de...?
. aprec¡o [+ nome]
. aprec¡o que verb no conjunüvol
[+
. detesto/odeio
[+ nome] . aceito
[+ v€rbo no ¡nfinitivo] [+ nomel
. é horívell [+ verbo no infinitivo¡
.éóptimoyébesriatl . aceito que
[+ verbo ¡o coniunt¡vol
.éomáximo!/éfix€l . estou de acordo com nomsl
[+
. é uma ópt¡ma ide¡a nome] . e$ou de acordo que
[+ [+ verbo no conjuntivo]
. gostaria de/gosto de . de rnaneira nenhumal
[+ verbo no ¡nfin¡tivo]
. gosto que verbo no conjuntivo] . discordo de
[+ [+ nome]
. náo goslo que voóo no conjunüvol . discordo que
[+ [+ verbo no conjuntivol
. náo goslo de nome] . é absurdo!
[+
[ + verbo no ¡nfinitivo] . náo aceito nome]
. náo posso com nome] [+
[+ .
. náo suporto náo ace¡lo [+ verbo no inf¡nitivo]
[+nome]
. náo aceilo que [+ verbo no conjuntivo]
[+ verbo no ¡nfinit¡vo]
' prefiro [+ nomej . náo concordo [+ verbo no ¡nfinitivo]
[+ verbo no ¡nf¡nitivo] . náo concordo com nome]
[+
' que horror! . náo/nem pense(s) nisso!
4. O Sr. Olive¡ra e um amigo comenlam as conclusóes de um
¡nquérito do Instituto Nac¡ona¡ de Estat¡stica conf¡rmando cue a
praia continua a ser preferida pelos Portugueses como locál de
férias, constitu¡ndo o campo a segunda altérnaliva.
Vocé va¡ lenlar completar um fragmenlo desse d¡átogo com as expressóes
fornec¡das em 3.:

Sr. Ol¡ve¡ra : _pra¡a!Vou para o Algarve todos os anos, em Agosto.


Amigo:_ Com tanta gente em todo o lado,
| _ o campo.
_ sossego, da vida tranqu¡la ao ar l¡vre.
Sr. Ol¡veira: prefiras o campo, mas é prec¡samente essa
_
monoton¡a que eu _l_
a solidáo, os
locais com muitas pessoas sáo _ !E_ das férias no
estrangeiro?
Amigo: lsso _l Mas _ que f¡ca muito caro.
Sr. Oliveira: .-!Estás enganado. É possívellazer férias, a pregos
mu¡lo razoáve¡s, no Sul de Espanha.
Am¡go: Achas?
Sr. Oliveira: s¡m, é essa a opiniáo de um colega meu que já lá
e$gve.
_
Amigo: Bem, o que me dizes, mas náo há nada como expen-
mentar,_?
5. Faga o seu auto-retrato, S¡rva-se das expressóes anter¡ormente
abordadas ou, como é ev¡dente, ut¡lize óutras, se as achar mais
adequadas á descrigeo da sua personal¡dade.

PARA COMUNICAR
1, Expressáo Escrita
f.f. Redüa uma carta, d¡r¡gida ao director de um jornal, na qual proponha "formas ma¡s
equ¡libradas de func¡onamento das inst¡tuiQóes e de aproveitamonto dos que se
enconlram agora na sua fase pfodutiva ma¡s generosa, criativa e enlusiasta..." para
tal, pode serv¡r-se da segu¡nte norma:

Atendendo a(que)/ Considerando (que)...


proponho (que)...

Consulte a pá9. 167 para conhec€r a esirutura de uma carta.

1.2.
Elabore uma t¡cha na qual inclua os dados b¡ográficos do ¡nqu¡rido (idade, sexo'
profissáo, etc.) e trés ou quatro perguntas necessárias para a real¡za9áo de uma
mesma"
sondagem subord¡nada ao tema: "O que cada pessoa pensa de si

2. Expressáo Oral
de serviQo '' os "compadrios"
'Portuqal é um país onde lunciona muito 'o tempo
-i'i**T::ff .,",'x;o;{i*l j'*,:";:u:'jj3i;,33"'"'*"'""
7v
:-

LAR, DOCE LAR


A geragáo de 60, qle Pode-se s€r assalt¿do, e até mor- <Os jove¡¡s vem mui¡o pouco, pre-
questlonou o conceito to, e por nad4 es vezes só para fer€m fazer as coisas ¡ maneira de-
tradicional de famflia e toubarem u¡s trocos>, diz,nos les>, comenta a decoradora. Em
passou a viver em quartos Artur Hen¡iques. contlapafida, a classe etiida mais
alugados, lugares de Portan¡o, poderá deduzir-se, eievada gosta de ¡enovar o ambi-
passagem, a estudar em muitas pessoas se voltalam <pa¡? ente em que vrve e toma¡ o seu
den!ro>, ¡ espera do <lar, doce
caféseaengatarem meio mais acolhedor, para a famí-
laD, [rorque o que se passa fom lia e para o convívio com os ami-
bares e galerias de arte,
das quatro pafedes escapa ao seu gos.
veio a descobrir que, controlo e deixa-as pe¡plexas e <A nossa geraeáo procu¡ava
afinal, é bom ter uma assustadas. A violéncia citadina mars a rua porque náo tinha as
casa. De preferéncia, trouxe-as pam de¡lt¡o de casa. comodidades que hoje há dentro
confortável. de caso, diz-nos, por sua vez,
"Isso aconteceu em todas as
Deram alguma luta, grandes cidades>, prossegue o Jorge Am¿¡o, publicitário. <Mui-
adiaram, esFebucharam, g¡áfico q¡¡e, por profissáo e por tas vezes penso que vou sait de-
mas n¿o encontraram prazer, tem v¡ajado pelas gandes pors pergunto-me pa¡a que: ir ao
altemativa melhor de capitais do mundo, e verifica que, cinema? Tenbo á televisáo e o
vida do que a proporcio- na última década, cada vez se vídeo. Ja¡ta¡ fora? Coño úuito
nada pelo conforto do lar, veem menos pessoas nas ¡uas, melbor em minha casa. Co¡viver
o convívio doméstico. depois do p6r-do-sol. em b¿¡es? Obrigado, nao ñe ape-
Na suaopiniáo, <a noite quase lece. Enüfo com a sida...t
Por isso voltaram a casar,
que ficou só pa¡a os gatos e pam A n¡a deixou aos poucos de ser
os que entretanto se ti-
os bCbados>. um lugar de fasclnio para se !or-
nham divorciado; com-
E dentro das casas, como vi- na¡ num sítio de todos os perigos.
praram apafiamentos, os vem aqueles quejá ¡ao se atrevem <<tsso é gjro, quando se tem l8
que sempre tinham vivido na¡ ruas? anos mas francamente, aos 4l,já
em quafos de pensóes; e há mais poder de com- nao me apetece anda¡ e porrada
"Hoje
encheram-se de tralhas, pra e as pessoas dedicam mais em cada esquir¡a>, prossegue Jor-
os que se vangloriavam atengáo aos lugares onde vivem>, ge Ama¡o.
de meter toda a bagagem diz-nos Assungáo Ma¡i4 decora- Segundo nos diz, <já náo se
em dois sacos plásticos. dora há30 anos e que, nosjo¡nais, engata em baresi náo há como
se anuncia como profissional de coÍiecer uma pessoa, numa reu-
<Hoje viveños de modo dife- <alind¿me¡to de interiores>. nieo de negócios ou até num sa-
rente porque, a nossavolta, a vida Na sua opiniao, <actualme¡fe lao de congressos, e co¡vidá-la
também mudou>, diz-nos Ar¡rr as casas sáo mais conlortáveis e pa¡a umjantarinho íntiJ¡o em nos-
Henriques, d¿.r¿gn¿r e anism grá- mais boDitas>. sa casa. Ouvi¡ um CD po¡reiro,
nco que nos anos 60 fez parte de No enlanto, segundo nos con- que ta¡to pode ser da Mo¡seÍal
algumas rcnúlias, a da Brasileim ta, <há agora menos trabalho pala Caballé como
do Chiado e a do Vá Vá, o café da Madonna, islo
os decoradores, po¡que já existem dependendo
oa Avenida dos Estados do gos¡o da nossa
Un¡dos da muitas lojas especializadas onde convidada,
Amenca onde, na época, e pass¿r um serao úan-
se reu- as pessoas esco¡hem o que que_
nram pinrores. poetas. quiloenue coisas agradáveis e es-
actores. es- rem. sem recorrer ¡ ajuda de pro_
,uoantes. os primerros colhidas pelas nbssas próp¡ias
publicirá- rlssronats"
rro. pnnuguescs. máos'. Na opiniáo de Jorqe
e alguns marei_
Quem mais consulta decora_
'¡¡rs r¡umlnados. dorc\ sao Indrviduos dos
Ama¡o, oo lugar mais romántiio
O qüe mudou? ,A 40
noite, hoie_
r n)rr\ ügre\srva. A gente fu irnos. que tém m¿js po\sesaos do mundo é a ¡os\a casa)
pen.sa e
uuJ\ \czcs rnrc\ ¿e qut' livem em casar antigas,
ra,r pro_
n rua Pr¡ecrde \ua ou de rend¡ haiara. Angela Cai.es.
u Ir u Jomilt Itu\trado
*
T

PARA COMPREENDER O VOCABULÁRIO


questionou constestou: discutiu
-
engatar conquislar; pegar namoro.
-
galer¡as de arte locais onde sáo exib¡dos objectos de arte.
-
deram alguma luta res¡stiram; combateram um pouco.
-
adiafam demoraram; transferiram para oulra attura.
-
estrebuchafam debateram-se; ag|¡aram-se.
-
altefnaliva opÉo entre duas co¡sas; escotha.
-
tralhas conjunto de móveis ou utensíl¡os caseiros.
-
se Vangloriavam se orgu¡havam_
-
tertúlias reun¡óes hab¡tua¡s de artistas, l¡teratos, etc.
-
marg¡nais indivíduos que se colocam á margem dos valores estabelec¡dos.
-
¡luminados
- instruldos; esctarecidos; sonhadores.
deduzir-se
- conctuir-se.
perplexas hesitantes.
-
pfOSSegue
- continua a falar
alindamento
- acAáo de tornar l¡ndo; aformoseamenlo.
fX)SSeS
- haveres; r¡queza.
porrada pancada.
-
porfe¡rO excétente: óDtimo.
-
sefáO
- reun¡áo famil¡ar ou de am¡gos fe¡ta de no¡te.
PARA COMPREENDER A CULTURA

Bras¡leira do Chiado vd. pás. 20


-
PARA COMPREENDER O TEXTO

1, Refira os locais onde os jovens de 60:

1.1. v¡viam;

1.2. estudavam;

1.3. namoravam.

85
2. Os tempos mudaram. A geragáo de 60 tornou-se adulta. Complete as frases:
. os d¡vorciados

. os que sempre v¡veram em pensóes

. os que met¡am toda a bagagem em dois sacos plást¡cos

3. Essa mudanga foi rápida e fácil? Justitique com palavras do texto.


4.
4.1. Como é a noite dos anos 90?
4.2. Oue sentimentos inspira nas pessoas?
4.3, De que modo é que ela alterou o modo de vida dos indivíduos?
5. Na op¡n¡áo de alguns, por que Eráo antllamente os Fvens procuravam mais a rua?
6. Quem é que mais se preocupa com a comodidade e o contorto do lar? Porqué?
7. As geraqóes mais novas estareo ¡gualment€ preocupadas com a casa?
8. Complete:
Ho¡e em d¡a...
8.1, ...entre ir ao cinema ou ver um filme vídeo

8-2. ...entre ir jantar lora ou preparar um bom prato em casa

8,3. ...entre namorar nos bares ou esperar por um encontro casual ou


uma reuniáo de negócios-

PARA COMPREENDER A LINGUA

1, Observe as segu¡ntes frases:


. "A geragáo de 60, que questionou o conceito lradicionalde família (...), ve¡o a
descobrir que (...) é bom ter uma casa".
. "... diz-nos Artur Henriques, designere artista grál¡co que nos anos 60 fez parte
de algumas tertúlias, a da Bras¡leira do Chiado e a do Vá-Vá, (...) onde se
reuniam pintores, poetas..."
. "Ouem mais consulta decoradores sáo indivíduos dos 40 aos 50 anos, que tém
mais posses e que vrvem em casas antigas...-
. "Em contrapartida, a classe etár¡a mais elevada gosta de renovar o ambiente
em que vive e tornar o seu me¡o mais acolhedof..."

86

-L_-
palavras sublinhadas (pronomes relat¡vos) sáo utilizadas para
.As tigar duas ¡nformagóes
reterentes ao mesmo elemento.

2. Observe o quadro seguinte:

. Gosto de ouvir um CD que tanlo pode ser


da Monsenat Cabatlé como dá Madonna.

pesso¿ts ou corsas . A gerageo de 60. que questionou o concei-


to tradicional de fanllia, veio a descobrir oue
é bom aer uma famfia.

(sem antecedente)
Quem mais consulta decor¿dores seo indi-
pessoas (invariável) vlduos dos 4O aos 50 anos.

A geragáo de 60 questionou tudo o qüe era


tradicional.
O QUE fi.ase ou o indefinido ¿do
. A geragáo de 60 abdicou das suas ideias
revolucionárias, o que é pena-

O QUAL
pessoas ou coisas . A geragáo d€ 60, com a qual conüvi nos
A QUAL
(usam-se nomalnente cafés daAv. de Roma e do Chiado, voltou-se
os QUArs p€cedidos de Feposig:io) pa¡a dent¡o ¡ espera do <I¿r, Doc€
AS QUAIS Larr.

nomes com fimgáo . ...o café<laAv. dosEstados Unidos dsAmé_


de complemento dc luga¡ ric¿ onde se reuniam pintores, poetas...

QUANTO . Poetas, pi¡túorcs, actores,


todos quantos fte_
QUANXA os indefinidos todola queutavam o Vá-Vá e a Brasileira do Chia_
QUANTOS todoslas do, passaram a prcferir as suas próprias ca_
QUANIAS sas.

pf€cedem s€mp¡e . A geraeeo de 60, cq¡as ideias


CUJO/A revoluciona_
um nome, ¡elaciona¡rdo-o ram a época, opúou pelo conforto tradicional
cuJos/As
com o ¿mterior do lar.

nomes corno:
c oMO a forma, o modo, . O modo como a ge¡'agáo de 60 hoie vive
a maneir4 etc. mudou co¡npl€tamente.

s7il
Ligue as frases seguintes ut¡lizando pronomes felativos:
l. A geragáo de 60 reun¡a-se em diferentes locais.

Os locais eram a Bras¡leira do Chiado e o café Vá-Vá. o calé da Aven¡da dos Estados Un¡dos
da América.

Os loca¡s
2. O fascínio das ruas de Lisboa atraía mu¡tos iovens nos anos 60.

As ruas de Lisboa transformaram-se, nos nossos dias, em locais perigosos.

As ruas de Lisboa

3. Falou-se muito da geragáo de 60 por ter revolucionado a soc¡edade,


A geraeáo de 60 tomou-s€ burguesa e acomodada.

A gera9áo de 60

4. A geragáo de 60 v¡ve hoje em casas confortáveis.

Naquela época v¡via em quartos alugados.


A geragáo de 60

PARA COMUNICAR
Expressáo Escr¡ta e / ou Oral
"O lugar ma¡s románt¡co do mundo é a nossa casa"
Concórda com esta alirmaqáo? Que importáncta tem esse espaQo para si?

88
24 HORAS NA
VIDA
DE UMA MULHER COMUM
Amélia tem uma pelede veludoe um so¡riso cha a tampa do fogáo limpo e ent¡eabre a ia-
muito candido. E, apa¡entemente, uma mulher nela para a casa arejar.
comum. Cabeleirei¡a, 3l anos. vive num oos
subúrbios de Lisboa. É casada e máe de dois 6.43 HORAS O prédio náo tem elevaoor.
gémeos de6anos. Levanta-se quandoainda náo Amélia desce rápido as escadas dos quatro an-
é dia e deita-se quando a noitejá avanQa em di- dares. Cá fora ainda se vC a Lua.
recgáo ¿ madrugada. Dorme uma média de 5 Está fiio e náo há nuvens no céu. A camioneta
horas e meiapor noite e trabalha, normalmente, das 6.45 chega a horas. Nao lxí lugares sentados.
16 homs em cada 24, sempre de pé. Se calhaf, A camioneta dirige-se apinhada á estaqáo
Améüa náo é uma mulher comum.
7.00 HORAS Chegada. A camioneta despe-
5.50 HORAS Noite cerrada. Trr¡iiimm. E Ja uma massa humana mal-enca¡ada. Bruno e
um toque violento. Amélia abre os olhos, au- Marco correm á frente da máe. De fugidaAmélia
tomática. Estende o brago na direcqáo do des- cumpnmenta uma amiga. Náo pode perder o
pertador e sem hesitar senta-se na cama en- comboio das 7.02. No edifício da estagáo tira o
quaoto acende a luz da cabeceira. Marco vol- bilhete com o dinheüojá trocado para os bilhe-
ta-se rápido para o outro lado. Hoje, Marco tes. Co¡rem paÉ o comboio que já apit¿.
dormiu sozinho com a mee. Carlos estev€ de
turno e só regressará logo, ao fim do dia. 7.30 HORAS Todas as manhás em que se
Amélia at¡avessa o quarto e liga o boteo do enconfam, Amélia e a sogra tomam juntas o
rádio. Na cozinha, Amélia póe o leite a aque- pequeno-almogo: um café e um bolo engolidos
cer e lira duas tigelas para a papa dos miú- em pé, num estabelecimento em frente á est¿-
dos. Dirige-se ao quarto das crianqas. Póe gáo. Amélia e os filhos descem as escadas do
Bruno de pé, em cima da cama. Os olhos dele metro a cor¡er.
cor¡tinuam fechados. Amélia sorri e abraga-
-o. "Estás a sonhar, filho." Seguralhe o bra- 7.55 HORAS O metro pára- Amélia desce o
go e comega a despirlhe o pijama encamado. pedago de avenida que falta para o infartá¡io das
Os gémeos estáo vestidos e calqados. Já co- c¡ianeas. Marco e Bruno adoram "a escota", É ali
meram, lavaram os dentes e ñzeram chichi. que váo passa¡ as próxinas 1l horas. Amélia bai-
Amélia lavoulhes a cara e penteou-os cuidado- xa-se e deixa-se beüa¡ f,elos filhos. Eles desapai€-
samente. Entre cada operagáo, ela vigiou o leite cem feüzes nos con€dorcs compridos da velha
no fogáo, fez as cámrr e preparou-lhes o pe- c¿sa. "Portem-se b€m-', g¡ita ainda.
queno-almogo. Agor4 os miúdos b¡incam en-
quanto Amélia acaba de tomar baoho e de ves- 8.00 HORAS Amélia abre a porta do cabe-
tir a roupa sepa¡ada de véspera. rerrelro. E oo oulro lado da rua. A porta espe-
ram-najá duas clientes, O dia promele ser agi-
6.35 HORAS Amélia, já vesrida, dá uma ¡ado, Hoje, calhou ela chegar primeiro que
arrumagAo nas toalhas, arranja as co¡tinas Leono!, a sócia. Ainda náo lamentou o dia em
plásticas da banheira e passa ao de leve um que, vai pa¡a seis a¡os, decidiram deixar o sa-
pano pelo cháo. Espalha, sem qualquer des- l¿o em que trabalhavam e unir-se no risco da
velo, a base escura pela cara. Aplica o báton p¡opriedade. Amélia assegura que, apesar das
cor de sangue em dois movimentos. "Meni- preocupaeóes, náo há nada como ser dona do
nos... Está na hora." Dirige-se ¿ cozinha, fe- próprio destino profi ssional.
9.45 HORAS "Tenho senhoras que me pro- Amélia já está de pantufas. Tira do frigorífico
curam há l0 anos. Quase desde o princípio da os alimentos para ojantar. A sopa está feita do
minha carreira", conclui Amélia. E há, depois, fim-de-semana. Tempera os bifes na
hora e des-
as conqurstas recentes. casca as batatas. "Já estamos, maámm.. ." ,.Vou
Amélia atende-as todas com boa-vonraoe, já. Po¡ham a água a conea'. Entre a lavagem
sem pressóes. apesar de preferir corlar e criar. da salada e a frirura das
batatas dá banho aos
Será essa, talvez, uma das razóes po¡ que tem dois. Carlos chega com
as compras e p6e a mesa.
mais t¡abalho que as outras. A sua atitude se¡e_ Amélia dá o úl¡imo
roque no molho pa¡a os bi-
na e bem disposta ag¡ada ás pessoas. fes. As criangas e o paijá se váo seniando para
a sopa. Amélia recolhe ao seu banho nocrumo.
I l.0O HORAS O cabeleireiro está agora cheio Da casa
de banho ouve os trés comentarem o
de gente. O zurDzum dos secadores é inrenso. chciro prometedor da comida.

14.20 HORAS Amélia desce pa¡a almogar 20.55 HORASAmétia co¡re pa¡a a sala com
sozinha. Na pastelaria habitual está a habitu_ um tabuleiro com jantar,
o pariassisii¡ ao que
al multidáo. Consegue a custo chegar ao bal_ ¡esta da telenovela.
cáo de vidro e pede: "Uma sandufche de quei_
jo e um copo de leite, faz favor." Já penreou, 2l.l0HORAS Carlos b¡inca com os sémeos
cortou e ondulou 17 cabegas. ..Sou cabelei_ no quano
deles. Bruno vai tercom a má-e á sala
reira por acidente, mas adoro a minha profis- e en¡osca-selhe
no colo. Aproxima_se a ho¡a
sáo. Comecei aos 16 anos a lavar cabegas e a da
cama. A novela já acabou, a máe está na co-
varrer o cháo." Amélia gosta de p6r as pesso- zinha, Por
ñm, os gémeos sossegam. Amélia
as de bem consigo mesmas. Costa de .,lhes rntenompe
a loigapam beijar os ñlhosnacama.
levantar o astral".
22.08 HORAS A Cozinha está impecável.
18.47 HORAS Ca¡los empuna a porta e en- Amélia vai ter com Carlos á sala. Fixám o oe_
tra. Amélia está ocupada. .,Vais ter de esperar queno ecrA. A série comegou há pouco e é uma
um bocadinho". Ca¡los senta-se e asuarda. É das favoritas
de Amélia. Aconchega-se nu om-
militaf da Marinha de Guerra e pane frequente_ bro de Carlos
e tenta apreciar, más tem de re-
mente €m missóes confidenciais que o levam sistir
A vontade desvairada de adormecer.
murto longe. por mu¡ro tempo. ..Um pai e um 'Ando cansada
há seis arios, desde que os
marido fora-de-série". géfieos nasceram. E agora, é tudo muito
fá_
cll comparado com os primeiros tempos,
18.58 HORAS Améüa e Ca¡los aprqssam_s€ quando
eles eram bebés. Hoje, só sinto o can-
na direcqáo do infa¡)tário. Mal os avistam, Ma¡co quando
sago páro".
e Bruno a¡mncam em conida des€nfreada. Os pais
vestemlhes os casacos entre risos e beüos e abr¿_
23.45 HORAS A série acabou já há algum
gos apenados. E a hora do reg¡esso.
tempo. Háque mudarpara a cama. Amélia diri_
ge-se ao quarto. Antes de ele lá chegar já ela
19.05 HORAS Uma hora é quanro dura o ca¡u num sono profundo.
regresso no Ford Escon amarelo. Uma hora de
fi¡as intermináveis. E J normal. ..Se vivéssemos
4.03 HORAS "Máámm...,'O apelo cresce
do outro lado era muito pior',.
¡o siléncio da noite e dirige-se aos ouvidos de
Amélia. E o Bruno que quer fazer chichi. Sem
20.03 HORAS Finalmenle, em casa. Carlos pensar, ela avanqa pela casa is escuras_
parte a comprar o páo. o leite e a
fruta. Amélia
.obe com os miúdos. Há ludo a fa¿er.
Osgémeos Paula lVloura Pinheiro.
já sabem: despem,se sozinhos para o
banho. in "l\,larie Claire"
90
^T-
I

PARA COMPREENDER O VOCABULÁRIO


de veludo
- macia.
<Éndido ingénuo; puro; ¡nocente.
-
gémeos aqueles que nasceram do mesmo pano.
-
noite cerrada noite escura.
-
cabeceifa parte da cama onde se deiia a cabega; mesa-de-cabeceira: pequeno móvel,
- junto a cabeceka, onde s€ colocam e guardam os ob¡ectos de que se pode
prec¡sar durante a no¡te.
tufno cada um dos grupos de p€ssoas que se revezam em certos serv¡@s ou ados.
-
tigelas vasos de louga ou de metal; malgas.
-
vlgiou exerceu vlg¡lánc¡a; obsérvou atentamente.
-
desvelo cuidado; atengáo; zelo.
-
ap¡nhada
- che¡a de gente.
despeja esvazia; larga.
-
aplta dá sinal.
-
a CUSTO com d¡f¡culdade.
-
levantaf o astfal an¡mar; encorajar; transmit¡r oplim¡smo.
-
fora-de-série excepcional; excelente; ópt¡mo.
-
desenfreada ¡nt€nsa; agitada.
-
pantufas ch¡nelos para agasalho.
-
enrOSCa-Se-lhe enrola.selhe; enlaga.selhe.
-
SOSSegam
- acalmam-se.
desvairada
- mu¡to forte; que náo consogue controlar,
PARA COMPBEENDER O TEXTO
1. No dia-a-dia de Amélia, indique:

el-il
2. Carac'tetize Ar¡élia:
2,f. no trabalho;
2,2. em lamília.

3. Aponte algumas consequéncias da v¡da moderna:


3.f. no indivíduo:
3.2. na v¡da familiar.

4. Refira-se aos inconvenientes de viver nos subúrbios de uma grande


cidade.
5, "A camioneta despeja uma massa humana mal encarada,,.
5.1. Como se pode caracterizar as relaeóes enfe as pessoas num
me¡o qrande?

6.

.. .o qus e que gostar¡a de mudar no ssu dia_adia?

...o que é que mais lamentaria?

...como ocuparia os fins-d6-semana?

...coíto gtoslaria que ios€6m ag suas téfias?

...preteriria o campo ou a c¡dade?


Poroué?

7. Sendo vocé mesmo, d¡ga:

7.1. como é o seu dia-a-dia;


7.2, como gostaria que ele tosse

fsa
PARA COMPREENDER A LíNGUA

1. Observe o segu¡nte texto:

Amélia dirige-se ao quarto das criangas. póe Bruno de


pé, em cima da cama. Os olhos dele continuam fechados.
Amélia sorri a abraqa-o. "Estás a sonhar, filho". Segura-lhe o
braQo e comega a desp¡r-lhe o pijama encarnado.

As palavras destacadas (o, lhe) usam-s€ com o obj€ctivo de ev¡tar a repet¡gáo


.
de um nome (8runo).

As formas d€stas palavras Ptonomos psssoais Complemento


- var¡am
conlome a fungáo s¡ntáclica que desempenham na frase. Asa¡m, nas trases: -
"Amél¡a sorri e abraga-o".

A fungáo s¡ntáct¡ca do pronome o é a d€ compl€mento d¡recto do verbo.

"Amélia segura-lhe o brago e comega a despir{he o piia-


ma encarnado".

A fungáo s¡nüáctica do pronome lhe é a de complemento ¡nd¡recto do verbo.

As lormas dos pronomes pessoa¡s @mplemento d¡recto e indirecto Dodem ser


contraídas;

'Amélia segura-lhe o brago.(= o) I .Amélia


segura-lho',.

formas dos pronomes pessoais complgmento d¡recto (CD) € complemento ¡ndirecto


.
^_As
(Cl) sáo a.s conlantés do quadro s€gulnts:

ME ME
TE TE
o/A' LHE
LHE
NOS NOS
vos vos
os/As' LHES

'As formas assinaladas com asterisco ¡mpl¡cam alteragóes nos segu¡ntes casos:
A Se a forma verbal termina em -m, -áo, a forma pronominal adquire n-.
-
B Se a forma verbal termina em -r,-s, -2, estas terminaQóes desaparecem e a
- forma pronominal adquire l-. Se a term¡nacáo do veibo faz parte da sílaba
tón¡ca, algumas vogais antecedentes recebem acento.

ANTES DO VEBBO EXEMPLOS

Fras€s ¡ntenogativas parciais A máe quor o secador d9 cabelo. Onde é aue o Duseram?
Frases snfáticas com é quo Amél¡a pós a m6sa, mas Carlos é que a levaniou.
Fraseg negaüvas Amélia lirou o le¡te do frigorffco e náo o bebgu.

Amélla ch6ga ¡ porta do caboleireko.


Fras€s rElaüvas
As cl¡€nt€s que a espgram, cumprimentam-m cord¡almenlo.

Frases complslivas náo inf¡nitvas


Anél¡a chamou os l¡lhos € disse-lhes ous oa l€vava ao circo
nolimdesemana.
Frases tina¡s Caalos comprou o lomal par¿ o ler.
Frases causais A sogra deAmélia ajuda-a porque a eslima.

E Cados apressarn-s€ na direcFo do ¡nfa¡tá¡io. Mal ot


Arnélia
Fras€s tempohis
aüstam, Mar@ e 8runo arancam em @nida desenfteada.
Fras€s @no|cDnas Anél¡a ¡á pod€ abfir oulo saláo se o desejaf.
Apesar de o marido lhg d¡zer que deve descansar mais,Amél¡a
Frases conc€sgvas
continua na sua vida ag¡lada.
Fras€g cons€cutivas Amélia gqsta tanto dos flhos que lhes faz muitas vontadgs.
Amália tenciona abdr um novo saláo. Tatuez o abra no pó)dmo
Frases com advéóios em posiQáo pré-veóal
ano.
Amélia ped¡u aos flhos e ao ma¡¡do qug a ajudass€m € todos
Fras€s com indofn¡dos em posiÉo pré-veóal
o ¡zeram,

ANTES OU DEPOIS DO VERBO EXE¡¡PLOS

Formas vorba¡s @mplexas Anélia linha um saláo do cabel€¡¡eira, mas leve de o fecha/
com o v€óo principal no inlinitivo tevo do l€chálo.

ENTRE O VERBOAUXILIAR
EXEMPLOS
E O VEBEO PRINCIPAL

Fomas v6óais @rnolexas


com o verbo priñcipal no parl¡cípio passado O janlar que Amél¡a seryiu ho¡e, tinha{ preparado onlem.

DEPOIS t O VERBO EXEMPLOS

Fras€s subordinanles, coordonadas.


af imativas náo eñf áticas
Amélia üfa o le¡to e Dó€-no na mesa.

Frasos inlerogativas lota¡s 'Amélia, náoconsigocontactar a minhañáe. Tu viste-a hoje?'

Frases completivas com o verbo no intin¡tivo Carlos talou com Amélia e prometeu ajudála na compra do
ñovo saláo.

Is4
It
-T
2. Complote o texto com os pronomas pessoals adequados, lazendo alteragóes nas
tomas pronomlnak sempre que necessár¡o:
.Amél¡a entra no quarto. Atravessa
_ e liga o rád¡o.

. Amélia acorda € s€nt€ os olhos pesados. Abro _ e €stende o bftTo na


direcaáo do dssp€rtador

. Amél¡a tira o leits do frigorít¡co € póe _ a aquecor

. Amélia pega na base escura s €spalha _


p€la cara sem qualquer desvslo.
Poga no batón e apl¡ca _ em do¡s mov¡mentos.

. O pequeno.almogo ó s€mpre num sstebelecimento gm frenb e estacáo. Amél¡a


e a sogra tomam _ semprE juntas.

. Amél¡a e os lilhos dirig6m-s9 para as sscadas do motro. OEscem


f€r.
_ a cor-

. Amél¡a diz que tsm p€ssoas que _ procuram há ma¡s de dez anos.

. Amélia tem muitas d¡€ntss. A sua atitude s€rena € b6m disposia agrada
_.
3, Carlos sncor|tra-se em ma|s ume daa auas m|3aóoa conltdonc¡elg. Amé a escrcveu-
-lhe €ata caña. Complete-e, co¡ocando os pronomes adequados na poslgáo correcta e
fazendo alteragó€s nas torma3 vorbals e pronomlnala, ssmpne que neceasárlo;

Lisboa, 14.10.94
Querido Carlos:
Como estás? As saudades oue sentimos de ti sáo enormes. Os miúdos
p€rguntam _ trequentemente quando vollas. Comseam a l¡car ¡mpacientes e já
náo ssi o que _ dizer_ .
A minha v¡da continua a de sempre. D€ manhá comego logo com a azátama das
cr¡an9as. Ainda é prociso _ lavar_, _ v€st¡r _, _ pentear _
e
o p€queno-almoCo. Por vezes tentam fazer tudo soz¡nhos. mas. como
podes imag¡nar, resulia numa grande confusáo. Agora, sem ti, tudo s€ complicou. A
-dar- _
tua máe sempre dava_ uma ajuda, mas ultimamente náo se tem sent¡do
_leve¡_ao
bem. médico e €le, além da med¡caQáo que receilou _,
_ _
fe@m€ndou mu¡to repouso
No cab€ls¡reiro, a trequéncia lem vindo a aumentar e estamos a pensar em me-
ter uma empregada. Contudo, náo queremos _ contratar _
antes do f¡m do
ano. Com as receitas que tsmos t¡do ult¡mamente já podemos psnsar em ampl¡ar o
saláo. Vamos _ ampliar _ logo que tenhamos pago o empréslimo. ConseguF
remos, com cerleza, _ _
liqu¡dar no prazo de dois meses.
Como vés, e ap€sar de todo o trabalho, a v¡da náo _ corre _
nal.
_ escrevg _ , por lavor. Pr€cisamos de saber notfc¡as tuas.d¡z
quando voltas. Aguardamos ans¡osamente a tua chegada.
Beüos dos m¡údos e da tua mulher que _ quer_ mu¡to.

e5.f
r!
I

PARA COMUNICAR
Expressáo Escr¡ta €/ou O¡al

Localizado nas Matas Nacionais da praia de e do azul, em "Mira Villas" sente-se a


de Mira, a 800 metros do oceano e a dois tranquilidade e desfrutam-se os silencios de
passos de Coimbr4 Aveiro e Figueira da Foz, uma verdadei¡a ilha. Uma ilha para o seu
"MiraVillas"é um dos rlltimos refiigios que ¡eftleio.
a Natureza guardou para si. Enquanto, cada
vez mais, a cidade se vai esquea€ndo do ver- in "ExFesso"

Vocé procurou e, finalmente, encontrou o local ideal para viver. Descreva-o.

Ee6
É
I

\|

PARA SABER MAIS

ESTATISTICAS REVELAM
HABITOS PORTUGUESES
m em cada trés ponu- BEBEM-SE MAIS ses, a grande maioria perten-
gueses perfuma-se .BICAS" DO
QUE LEITE cente á Grande Lisboa, qua-
com água-de-colónia, se tantos como os 12,6 por
utilizada por 45,4 por A "bica" tem, segundo o re- cento que gostam de vinho
cento das mulheres, mas ape- sultado do inquérito (abran- do Porto, estando na popula-
nas por 24,9 po¡ cento dos ho- gendo 3,6 por cento dos por- gáo do Sul os seus grandes
mens. Quem mais a ela¡ecor- tugueses), mais aceitagáo do apreciadores. A améndoa
re é a populagáo da G¡ande que o próprio lei¡e (com 50,5 ama¡ga é preferida por um
Lisboae, no Nofe Intedor, só por cento). Na classe alta,/mé- em cada l3 portugueses e
uma em cada cinco pessoas a dia alta, Tl por cento seo con- quase náo é bebida no Gran-
usa. sumidores habituais da "bica", de Porto e Litoral Norte, sen-
Quanto a utensílios de enquantodiminui para 65,3 na do o líquido alcoólico mais
maquilhagem, revela umapu- classe média e 38,2 por cento
apreciado pela classe rnédia.
blicagáo da Ma¡ktesr, "Con- na classe baixa. O leite é, por
sumidor 88", quase uma em sua vez, consumido mais pe-
HOMENS FUMAM MAIS
cada cinco mulheres utiliza los homens do que pelas mu-
DO QUE MULHERES
em Portugal sombra para os lheres.
olhos, enquanto o ',beton" é Quanto ¿s bebidas alcoó- O vício do tabaco, out¡a das
usado por quase uma em cada licas, a cerveja encontra-se
questóes contidas neste inqué-
t¡és. ent¡e as de maior consumo, rito realizado, afecta um em
Sobre produtos de higiene, já que está nos hábitos de
cada quatro pofugueses, ve-
o estudo da Ma¡ktest indica 29,2 por ce¡to dos maiores rificando-se que quase meta-
que apenas trés em quatro de 13 anos, em especial
no de dos homens (47,2 por cen-
portugueses (7ó po¡ cento) Grande Po¡to e na
Grande to) sáo fumadores, cont¡a me-
utiliza dentífricos, numa pe¡- Lisboa, Inge¡em-na mais de nos de uma em cada dez mu-
centagem ligeiramente sup€- metade dos halnens, mas
lhe¡es (9,7 por cento).
rior para as mulheres. O con- apenas ce¡ca de uma em cada
A pa¡tir dos l8 anos dimi-
sumo máximo deste produto l4 mulho¡es.
nui o vício do tabaco, verifi-
ve¡ifica-se dos 18 aos 24 O conhaque francCs tem cando-se que até aos 24 anos
anos, seguido da faixa etária um consumo lnexp¡essivo,
existem 44,6 por cento dos
dos 25 aos 44 anos e, por úl- mais apreciado pela
classe fumadores, na faixa dos 25
timo (com 87,6 por cento), alta/média alta, enquanto que aos 34 anos há 40,6 por cen-
entre os.¡ovens dos 13 aos 17 o vodca é bebido por um
em to e, na dos 35 aos 44 anos,
anos. cada 25 poftugueses, sendo os há 29 por cento, percentagem
Os "shampoos" para o cabe- seus malores apreciado¡es os que vai diminuindo sempre
lo sio também mais usados da faixa entre os 18 e os 34 até atingi¡ os 14,6 por cento
pelas mulheres, embora 7'7 ,4 anos. pa¡a os maiores de 64 anos.
por cento dos poftugueses os O uísque é consumido por
utilize. I I,9 porcento dos portugue-

n'uI
f:
ANTOLOGIA

VIVAM OS NOIVOS

Os anos 90 prometem reabil¡tar a mais ve-


lha inst¡tuigáo do mundo: o casamento. Base
da famíl¡a, o casamento caiu em descrédito.
foiabandonado e maldito nas últimas décadas.
Hoje, a monogam¡a voltou á ordem do dia e o
mais improvável acontece.
Professores universitários acorrem as
conservatórias de jeans e embrulhos debaixo
do brago e casam. Ajudantes de sapateiro apre-
sentam-se de smoking e casam. Casamjovens
contestadores da ordem e valores burgueses,
de shorts e cabelo em cr¡sta.
Velhinhos octogenários apaixonados, divor-
ciadasde tlorde laranje¡ra, cavalheiros de copo
de whisky na máo. V¡vam os noivos.

A BODA FARTA

É o corte¡o do casamento da Graea com o


Carlos, que passará pelas ruas mal ama-
nhadas de Arcozelo da Torre, Beira Alta, ter-
ra natalda noiva, sob os olhares curiosos dos
vizinhos que náo foram convidados. Cabe-
qas gr¡salhas assomam ás janelas, os ho-
mens ficam parados de máos nos bolsos a
olhar os automóve¡s com as tiras brancas nas
antenas que ficam estac¡onados ao longo das
ruas estreitas da aldeia: váo a oé oue a casa
dos pais da noiva é perto da capela. craQa
encabeea o cortejo tortuoso de gente a r¡gor.
As bainhas alvas do vestido, um original da
Tilo Cunha, varrem o po ás pedras. Apoia-se
no braQo do ¡rmáo mais velho, o padrinho,
tirita de fr¡o e de nervos, o estómago aperta-
do com os oreDarativos da boda. Do casa-
mento neo se arrepende de maneira nenhu-
ma, mas abomina em surdina a ideia da fes-
ta. Enfim. o que está ferto esta ferto. Agora é
chegar á capela de S. [,4ártir. A porta, muito
aprumado, já ele a espera. Tém ambos 24
anos, Carlos trabalha na manutenCáo da TAP,
é lrsboeta mas conhece GraQa desde os 13
anos. L,m familiar comum juntou-lhes os des-
tinos, certa vez que trouxe o Carlitos a pas-
<4, lérias a Arcozelo da Tor'e O namorico

98
foi instantáneo. Inlerregno de alguns anos Alcobaga. Desgarrados do seu
me¡o natural. a
para um reencontro fulgurante agora. Ela é aprox¡magáo foi espontánea. Fát¡ma: ..Eu es.
professora de Francés e Portugués e fo¡ co- tava em Lisboa há poucos meses. Náo conhe-
locada em L¡sboa. Aguarda-os o apartamen- c¡a quase n¡nguém, náo t¡nha amigos,'. paulo
to em Santo António dos Cavateiros. Sorr¡- v¡via na cap¡tal há mais tempo, mas os amtqos
em um para o outro. Esláo contentes, o ca- que manltnha em Alcobaga empurrauamino
samento é lisonjeado por todos, o dia está para a terra todos os fins-de-semana. Até á
bon¡to, o repasto ad¡vinha-se farto. padre no¡te em qu€ se cruzou com Fát¡ma. Náo se
Jorge faz-se esperar. Será uma cer¡món¡a Ergaram ma¡s,
breve, sóbria. Abengoa a un¡áo com o ma¡or No comsgo deste ano lect¡vo dec¡diram
dos fervores. Foi els quem baptrzou a juntar os lrapinhos á revel¡a dos pais. A coa-
Gracinha, foi seu msstre na escota, é am¡go b¡ta9áo trouxe desacatos e alegrias. Uma
da lamília. É deveras vontade detes guardá- noite, antes das férias do Carnaval, Fát¡ma
rom amor, respeito, fidel¡dade um ao outro. falou n¡sso pela pr¡me¡ra vez. Estava na cama
Está feito o comprom¡sso, f¡cam conversa- e ocorreu-lhe. Paulo nem pestanejou. Espe-
dos. 'Náo separe pois o homem o que Dsus rar como toda a gente pelo canudinho do
un¡u. Amén". curs¡nho, o empregozinho, a cas¡nha? Náo
Cá fora, amigos € parentes preparam a re- era para etes.
cepgáo ao .iovem casal. E¡-los, finalmente. Sub- Este sábado é um grande dia, um d¡a só
m€rgem na nwem mult¡color, no mar de risos, deles, que dssde o prime¡ro momento recusa-
abra9os e beiFs. O grupo avanga satisfeito para ram o aparato de uma festa, com muita gente
as fotografias habituais. Graga quer despachar que nada lh€s diz € a obr¡gagáo tole¡ra das fo-
aqu¡lo, Já chega, "Senáo gasia-se o dia a pro- tograf¡as em famí¡ia. Náo, nada ma¡s que os
duz¡r recorda@€s". do¡s e os paddnhos, Paula, a ¡rmá de Fátima, e
Ala para casa, ds onde se elevam já opfpa- o namorado dela, grande am¡go do casal. Eles
ras tragráncias. Só mais uma foto para a pos- chegaram deCo¡mbra de manhácedo e anan-
teridade. Desta fe¡ta, o grupo completo, noivos caram-nos ao repouso dos tulgores
ao centro. A festa lerá lugar na cave da casa inconfessados da no¡te de desD€d¡da de sol-
do pai da no¡va, uma grande área que serve te¡ros sorvida em conjunto. A excitagáo foi to-
de adega e arrumos, €specialmente decorada tal: mal pud€ram esperar pelas l6h 15, hora a
para a ocasiáo. As mesas est¿io saturadas de que desembarcaram os quatro no ca¡s da Ala-
talheres, garrafas, molotoffs e leitóes. Va¡ ser meda € subiram as escadas do metropolitano
de arromba, muita farlura é o que se quer. Csr- em d¡recaáo á 9! Conservatória do Registo C¡-
ca de cem conv¡dados, cinco m¡l escudos Dor v¡l de Lisboa.
pessoa. Frios: camatáo ao natural, peru, te! A recepgáo está deserta, uma lunc¡onár¡a
táo, cabrito, rissó¡s, croquetes, eic.. eu€ntes: recolhe os dados dos padr¡nhos enouanto os
canja, bacalhau no forno, arroz de mafisco, nubentes trocam segredos, ris¡nhos e be¡jos.

j cabilo e vitela assados. Aperitivos, vinhos, d¡-


gesl¡vos e bolos variados. Os conüdados ata-
cam @m vorac¡dads a comida. Graqa e Calos
O conservador dá ¡níc¡o á cer¡món¡a. paulo
e Fát¡ma f ¡xam-no serenfssrmos,
compenstrados. Os olhos de Paula estáo
{ estáo exultantes. Partem no d¡a seguinto para marojados. E um ¡nstante. Assinam com con-
ilha Margarita, Venezuela. Oferta da TAp Uma centraQáo escolar e, em menos de trés m¡-
{ lua-de-mel e peras. Nove dias tropica¡s para nutos, beijam-se com a mesma pa¡xáo de
-l come9ar em beleza. sempre, mas já marido e mulher, Assumem
{ um ar responsável, apertam a máo ao dou-
l A FESTA A DOIS tor e pagam rap¡damente os táo chorados
J sete contos e picos. Mal transpóem a porta
Chegam de metro, váo-se casar. Fát¡ma, 22 do Reg¡sto procuram sólregos um cigarro. "Ai,
{ estou táo nervosa". Agora apetece um copo.
anos, esludante do 2o ano de Línguas, paulo,
da mesma ¡dade, aluno do 3a ano de Des¡qn. Paula Moura P¡nhe¡ro,
Fát¡ma é da Louse. Paulo tem os pais ém in "Marie Cla¡re"
:
T-:
PEREcRtNAgóES
E ROMARIAS MINHOTAS
cosro e setembro
sáo os meses gran-
des das peregrina-
eóes e romarias minhotas.
Antes das vindimas e até
estas term¡narem sáo oou-
cls os domingos do calen-
dário para dar vazáo a tan-
tas festas, rel¡giosas ou pro-
lanas, com que o Minho
€ngrinalda as suas aldeias
e lugares santos dé foma-
gens devotas. Va¡ andando
este quente Agosto minhoto
e a peregrinagáo da senho-
ra do Sameiro logo chama a
sua mult¡dáo de fiéis á col¡-
na aberta dos arrgdores de
Braga.
Nos meses de Veráo, o
Minho está cheio náo aoe-
nas destas peregf¡nagóes
colectivas, mas dg romarias,
religiosa e humanamente
mistas á boa mans¡ra oortu-
guesa, em que há proc¡ssáo,
loguetes, ara¡al, com a sua
tómbola em que "saem' ci-
garros e ca¡xas de fósforos,
e á noite o inevitáv€l fogo de
v¡sta, um logo de vista mo-
d€sto mas que faz odeslum-
bramento da gente do cam-
po. Para qué enum€rá-las?
Sáo todas iguais e todas di-
ferentes, as lestas populares
do Norte. Para a procissáo
"mobil¡za-se" a terra. Cada um dá o oue tem! a gente se ajoelha quando Ele passa, en-
Em t¡la, passam anjinhos e .santos", figura_ quanto ca¡ das jane¡as, donde pendem cot-
oo_s.por cr¡an9as, em gerat t¡thas de gente hu-
chas antigas, uma chuva de pétalas. E, de-
mr|o€, que é sempre a ma¡s pronta na alegria po¡s, a banda. marcial e hi¡ta, lecha a pro-
de dar por amor de Deus crssao. E ass¡m, mais ou menos, em todas
As criangas, de seis, c¡nco ou quatro anos as v¡las e aldeias.
e ate de menos, postam.se á lrente oos
andores. Atrás, sob o pálio. vem o pároco
oa Luís Forjaz Trigue¡ros,
aroera erguendo ao alto o Santtssimo. .Campos
Toda Elísios'
PARA COMPREENDER O VOCABULÁRIO
pefegr¡nagóes
- v¡agens a lugares santos, por devogáo ou promessa.
fomar¡as festas populares ao ar tvre.
-
grandes mais ¡mportantes.
-
vindimas
- cothe¡tas de uvas.
dar vazáo perm¡t¡r a real¡zaeáo; concluir; real¡zar.
pfofanas
-
- sem carácter rel¡gioso.
engfinalda enfeita; ornamenta.
-
romagens peregrinagóes.
-
procissáo desfite retigioso (vd. pág. 1g),
-
foguetes
- projéctois que sobem ao ar, onde explodem ou espalham fogos de cores.
afraial romar¡a.
-
tómbola espécie de lotar¡a, cujos prémios sáo objectos expostos.
-
deslumbramento lascinaÉo.
mob¡liza-se
-
coloca-se em actjvidade; recone-se á ajuda de.
-
figurados representados.
-
a mais pronta a ma¡s ráD¡da.
-
por amor de Deus por caridade
postam-se colocam-se.
-
-
andofes suportes ornamentados para transportar ¡magens de santos.
pál¡o
-
cobertura de seda sustentada por varas.
pároco
-
padre que d¡r¡ge uma paróqura.
pendem
-
- estáo suspensas.
colchas coberturas de cama.
-
chuva grande quant¡dade.
-
pétalas
- partes da corola das llores.
mafc¡al
- aprumada como um desf¡le m¡t¡tar.
hirta séria: sotene.
-
PARA COMPREENDER A CULTURA
Senhofa do Sameiro Same¡ro e o nome de uma cotina siiuada a 2 Km
-
Braga, € do seu ponto mais atto pode-se av¡star to¿oo-f¡inü
da c¡dade de
Oo ,", á,
No cimo do monle existe um templo e uma estátua da
-- ' "té
Mrgem __ Slntrora Oo ""*"-
Same¡ro.
E um lugar onde se real¡zam mu¡tas proc¡ssoe"
"
.ráñ"".
Blaga actuar capitar do Minho, consritu¡u um importante centro
- rgmano, com o nome de BracaraAugusta.
adm¡nistrativo e comerciar
Fo¡ capital do re¡no suevo e d¡soutada. ao

ro1 iI
longo dos séculos, por diferentes povos. A h¡stór¡a desta cjdade liga-se aos pr¡mórd¡-
os da nacionalidade e, dev¡do á sua importánc¡a como centro relig¡oso e cultural, lem
sido cons¡derada a Roma portuguesa.
Santíssimo hóst¡a consagrada (que é, para os catót¡cos, o própr¡o corpo de Cristo) expos-
-
la á adoragáo dos liéis num objecto chamado custód¡a. A passagem do Santíss¡;o é,
portanto, o momenlo ma¡s solene e de ma¡or significado relig¡oso de uma procissáo.
MinhO é a mais ant¡ga província de Portugal, famosa pelos campos e vales verdejantes e,
- por isso, considerada uma das mais b€las do país. produz vinhos magnlticos, dos
qua¡s o V¡nho Verde é o ma¡s célebre, e também cerea¡s, frutas e legumes- As roma-
r¡as do Minho sáo famosas, e o folclore m¡nholo mujto vivo e animado.

PARA COMPREENDER O TEXTO


1. As romarias sáo "religiosa e humanamente mistas á boa maneira portuguesa (...)',
1.1. Registe, no quadro aquifornec¡do:

2. Complete o esquema, que representa o modo como é organizada uma procissáo:

$i 102
3. Ind¡que os sentimentos correspondentes ás expressóes transcr¡tas:

a. (...) o des¡umbramento da gente do campo.


b. (...) "mobiliza-se" a terra.
Cada um dá o oue tem!
c. Toda a gente ajoelha quando Ele passa (...)
d. (...) cai das janelas (...) uma chuva de pétatas.

4. Como poderá explicar-se a afirmagáo: "Sáo todas iguais e todas diferentes, as


festas populares do Norte"?

PARA COMPREENDER A LINGUA


1. Atente nos termos sublinhados:
. ...Sáo poucos os dom¡ngos do calendár¡o para dar vazáo a tantas festas...
. Sáo todas ¡guais e todas diferenles, as festas populares do Norte.
. Cada um dá o oue tem!
. Toda a gente ajoelha quando Ele passa...
. É assim, mais ou menos, em lodas as vilas e alde¡as.

Indicam, de uma maneira vaga e ¡ndsteminada, sltuagóes, pessoas ou quanti-


dades; chamam-se, por isso, pronomes Indefinldos.

2. Complete os espagos em brancos servindo-se, para além dos exemplos


extraídos do texto, das segu¡ntes palavfas e exiressóes:
. algum(a), alguns(algumas)
. certo(a), certos(as)
. mu¡to(a), muitos(as)
. nenhum(a), nenhuns(nenhumas)
. outro(a),outros(as)
. quanto(a), quantos(as)
. alguém; n¡nguém
. mais; menos
. qualquer; quaisquer
. tudo; nada
. o que quer que seja
. qualquer que seja
. quem quer que se¡a

lo3tr
ROMARIAS E RELIGIOSIDADE POPULAR MINHOTA
Os Portugueses, como Povos, tém costumes for-
temente enra¡zados nas suas _ remotas trad¡9óes.
O M¡nho é a tera das romarias e uma regiáo de festas. Desde f¡ns de
-
Dezembro, as lestividades sudem.se com um _ ritmo que atinge
o máximo em meados de Agosto.
Um grande número de freguesias, _ das quais _ pobres,
gasta, _os anos, _centenas e até_ m¡lhares de con-
tos na sua fesla paroquial. Durante _ a celebragáo fest¡va, a pa-
róqu¡a abre-se _ ao exter¡or e procura atrair _ forasteiros.
as pessoas ajudam, e náo há _ na fr€gues¡a que náo
contribua para "abrilhantar" os festejos. Náo falta _, desde os en-
feites e as luzes alé A música e aos foguetes.
Sáo _ os rituais das peregr¡nagóes: sair de casa, calado, a re-
zarou a folgar, saudara igreja ou capela desde que o santuár¡o se av¡s-
ta...
peregrinos dáo voltas ao santuário de joelhos, _ a
rezando. Quase _ a gente come e dorme junto da capela do
santo.
lr A romaria continua a exercer sobre _ genle uma _
afacaáo porque é recordar, em ambiente festivo, _ vivéncias em
plena nalureza.

Olando R¡beiro,
in imprensa, e Carlos A.F. de Alme¡da, alto M¡nho"

1. Jogo de S¡mulagáo

Numa festa popular minhota há muitas coisas que é prec¡so organi-


zar, e essa é a situagáoque o jogo recria. Também é necessária a ajuda
de várias pessoas, e os jogadores simularáo justamente a equ¡pa que
terá a responsab¡lidade de organ¡zar a festa.
O número dejogadores terá de ser igualao número de tarefas inscri-
tas prev¡amente em cadóes e t¡radas á sorte.
Caberá portanto um canáo e apenas uma tarefa a cada jogador.
L¡do o objeclivo, e seguindo uma ordem previamenle acordada, cada
jogador descreverá o que tem de fazer, tentando náo esquecer nenhum
pormenor.
Após a jntervengáo dosjogadores, o público assistenle (todos os ele-
mentos da iurma que náo tenham iogado) pode interv¡r com o objectivo
de ccmpletar a tarefa atribuída aos prime¡ros.

2. Expressáo Escrita

FaCa a descrigeo de uma festa popular do seu país.


Depoas, com a ajuda do professor, confronte o trabalho por si realiza-
do com o dos seus coleoas_

104
FITAS, CALOIROS
E DOUTORES...
Uma vez por ano, em plena época da
Queima das Fitas, aos futuros doutores
permiüdo que percam a compostura;

tuturos advogados infringem pequenas
leis; futuros médicos exageram na
comida; os futuros psicólogos come-
tem algumas loucuras; os futuros
biólogos entregam-se e aÍe do amor.
Uma vez por ano, diz-se pelas esqui-
nas, "mais vale rainha por um dia..."
Os polícias e magistrados viram a
cara para o lado. Canta-se o fado.
Trocam-se telefones e moradas.
Beijam-se antigos namorados. As
antigas paixóes ardem de novo numa
euforia incontrolada. Uma vez Dor ano <cala de alforriD, que os desvincula
há festa. Os caloiros respiram fundo, e da vontade dos estudantes mais velhos. ou
os calóes andam solidários com os seja, a hierarquia da <praxe,. que assim ter-
"marróes" de ressaca. Depois vém os m¡na ¿s suas actividades a¡é ao i¡fcio do ano
lectivo seguilte.
exames. O vento leva as cinzas das
Esta tradigáo comeeou por volta do ano de
fitas. Sopra-as das ruas quase desefas. 1899 com a realizagáo do Centen¡4rio da Seben_
E a Primavera faz-se Veráo. Os caloiros t¿, já antes comemorado em l8g0 e lg9g. Essa
estáo um ano mais velhos. cerimónia destinava-sc a ho¡r¡enagear diversas
ñguras e factos, e consistia nuniconejo, um
sarau e touradas.
Queima das Fitas é uma festa aca- Com a p¡ocura de um festejo mais ade4uado
démica, muito mais associada I A situagáo, sugiu entáo a ideiá da realizagáo de
Unive¡sidade de Coimbra do oue uma festa mais humorada,
onde os feitos das
¿s restantes, e que termi¡ra com o demais figuas, assim
como as sebentas dos oro-
cerimonial em que (os novos fita- fessores, eram alvo de sátila.
dos) queimam o (grelo>, ou seja, O Centená¡io da Sebenta passa entáo a ter
a fita est¡eita, em forma de laeo, um cunho mais crítico, e de protesto contra
a
com as cores de cada uma das fa-
"exploragáo dos seb€nteüos>. Nos anos s€sui¡-
culdad€s, Estas sáo etrtáo substituídas pela ñta tes, a ideia des€nvolve-se
ainda mais. Suige o
Iarga própria de quem é finalista. cerimonial da Queima das Fitas, que se usavam
No caso de quem frequenu pelo primeiro nas pastas como
indicagáo da condigáo de pré_
ano o curso, <os caloi¡os,r, é-lhes concedido -finalistas.
aquilo a que se chama na gíria estudanre, a Em 1905 teve lugaro Enterro do Grau, ceri_

's--
los r
mónia celebrada em
consequencia de uma
refo¡ma dos cursos
univcrsitfios, qüe abo-
lia o grau de bacharel
ficando apenas o de Li-
cenciaiura e Doütora-
mento.
Essa festa teve a
paficularidade de, ao
mesmo tempo que con-
tinuava o ritual de fes-
tejos anterio¡es, acaba-
va por servü de pedra
angular para o que
mais tarde veio a ser a
Queima das Fitas: uma
manifestagao e um ri-
tual estudantil, mas ao
mesmo tempo uma fes-
la popular, na qual os
habitantes da cidade de Coimbra pa¡ticipam sáo parte integrante do património cultural de
acuvamente. cada regiáo, o que obriga ¡ sua ¡epetigáo, como
A Queima das Fitas tomou-se entáo numa qualquer outra festa popular do calendário.
festa popular que, cada vez mais, ganha contor- Recolde-se, no enta¡rto, que du¡ante os anos
nos de ve¡dadeiro acontecimento de nível naci- sessenta, estas festas ainda só realizadas em
onal. O éxito foi entáo táo grande, que outras Coimb¡a, foram interrompidas após a crise aca-
Universidades cometa¡am a celebrar festas idén- démica de 1969, e só anos depois, nos anos 80,
ticas. Hoie em dia. todas as Universidades do é que foram retomadas, pa¡a atingir hoje, e de
país tém a sua "Queima" e demais festejos aca- novo, um grande expoente de popularidade.
démicos.
Cada vez mais estas festas ganham o estatu- Coutinho Ribeiro, José Pedro Silveira
to de festa regional, e tamMm cada vez mais e Pedro Beta Múrias, in "Semaná¡io"

PARA COMPREENDER O VOCABULARIO


fitas tecidos eslre¡tos e compridos cuja cor indica a faculdade que o estudante frequenta.
-
caloiros estudantes do primeiro ano de um curso superior
-
em plena época ao longo do período.
-
compostula sobr¡edade.
-
infringem transgridem: v¡otam.
- -
cometem
- prat¡cam.
esqUinas ángulos de ruas.
-
106
YI

h "mais vale ra¡nha por um dia..." é preferível (é methor) gozar durante um dia do que
-
passar o ano inte¡ro sem folgar. (Neste contexto re¡nar náo signil¡ca governar, mas
s¡m divert¡r-se).
ú
^1 eufof¡a
- entusiasmo.

^tl
^1
fespifam fundo sentem-se al¡viados (i.e., l¡vres das partidas ás quais a praxe os conde-
-
na) porque deixaram de ser calo¡ros.

calóes preguigosos; aqu€les que náo estudam.


-
"maff6es" - estudantes que decoram a matér¡a toda.

feASaCa
- má d¡spos¡9áo, resultante de €mbr¡aguez.
finalista - estudante que fr€quenta o último ano de um curso.
gíria tinguagem especflica usada pelos estudantss.
-
'carla de allofr¡a" - documento que conc€de a tiberdade (no caso a libertagáo, por parte
dos caloiros, da suje¡Éo aos rituais da praxe exercidos pelos alunos mais velhos
sobre os calo¡ros).

desvincula - desl¡ga; descompromete; l¡berta.


hlerarquia - organ¡za9áo segundo uma ordem estabelecida e graduada em diferentes
categorias.

"praxe" o mesmo que praxe académica: costumes e convengóes especiais usados pelos
-estudantes da Un¡vsrs¡dade de Co¡mbra.

corteio - desf¡le.

Sarau fesla realizada e no¡t€ em rec¡nto fechado, e que inclui música, dan9a, etc.
-
touladas - especláculos nos quais se enfrenta e procura dom¡nar um touro bravo,
sebéntas - apontamentos de apoio ás aulas, nomalmenlB dact¡lografados e depo¡s lotoco
p¡ados, para uso dos estudanles universitários.

sátira
- texto em que se critica e ridiculariza os dele¡tos de uma péssoa ou de uma instituigáo.
cunho carácter,
-
sebenteiros - os profsssores que red¡gem as sebsntas.
abol¡a acabava com: anulava.
-
bacharel - grau académ¡co concedido por cerlas laculdades, normalments depo¡s do
3! ano.
rltual cerimonial; conjunto dé cerimón¡as a observat
-
pedfa angular- base; fundamsnto.
ganha contofnos adquirs carac'terlsticas.
-
pafte integrante elemento pertencente.
-
um grande expoente o máx¡mo; o ponto - culm¡nante (mais "alto').

''il
PARA COMPREENDER A CULTURA
Oueima das Fitas festa ma¡s imoonan-
-
te de Co¡mbra, protagon¡zada pelos
pa9áo espanhola e a ace¡tar ser pro-
clamado rei d€ Portugal, chef¡ando
estudantes; é uma espécie de Car_ os revottosos, teria d¡to: ,,antes mor-
navat que antecede o período dos rer re¡nando que acabar servindo".
exames. D. Joáo viria a tomar-se, de facto,
Um dos pontos mais altos destes rei dos Portugueses em 1gO, após
festejos é o cortejo em que se que¡_ o éx¡to da rebeliáo contra a sobela-
mam as fitas cada uma de sua @r,
-
representando as d¡versas faculda_
nia espanhola.
As palavras atribuídas á ra¡nha
des_ Nesso d¡a todos os estudantes tomaram-se uma verdade¡ra lenda
sobem um degrau na hierarquia da e, de forma mais ou menos detur_
praxe: os baloiros", do primeimano, pada, tém s¡do exprimidas de outro
de¡xam de o ser e passam a modo: 'antes ser rainha por uma
"sem¡putos,,, o mesmo acontecendo hora do que duquesa toda a vida,,.
com os restrantes escalóes ("pé de
banco", quartanistas e quintanistas). Coimbra antiga c¡dade romana. caDjtat da
A cétebre Serenata const¡tui um
-
Beira L¡toral e banhada peto no
dos momentos mais impress¡vosda Mondego, Co¡mbrafoi, duranre qua-
Queima. Em silénc¡o respe¡@so, e se um século, a capitalde podugal.
tendo por cenário a Sé Velha, ou- Sobretudo com a instala9áo delini_
vem-se os fados e as guitarradasde t¡va da Un¡vers¡dade no séc. xv¡, ad_
Co¡mbra. qu¡r¡u o carácter de cidade un¡versi_
"ma¡s vale rainha por um dia...,' _ a tária. E rica em monumentos, com
destaque para a Sé Velha e oara o
duquesa D. Luísa de Gusmáo
(1613-'1666), para encorajar o mari- Mosteiro de Santa Cruz, e tra¡icóes
do D. Joáo, gq duque de Bra_
académicas. cuio expoente é a
ganga- a revollar-se contra a ocu-
Oueima das Fitas (vd. pág. gS).
-
crise académica
de 1969 em 1969,
-
em consequéncia
dos protestos e da
greve estudantis
conlra o regime
salazarista, que
opr¡mia mu¡tosestu-
dantes conlesta-
tár¡os, a Academia
de Coimbra declara
o luto académico
(que se prolongou
pebs anos segu¡n-
tes), o qual estipu-
lava, entr€ outras
consequénc¡as, náo
se poder usar fitas.
A "Que¡ma", por
esse mot¡vo, só loi
retomada depois do
25 deAbí|, em 1980.

}5 roa
-T

PARA COMPREENDER O TEXTO


1. Após análise dos espagos já preenchidos, complete:

2. Pode-se dizer que uma vez por ano, e seguindo a tradigáo, tudo é permitido
aos estudantes de Coimbra.
Indique, sem repetir os comportamentos registados em 1.:
a. o que fazem os univesitários durante o período das festas académicas
b. como reagem as pessoas a essas manifesta9óes.

109
3. Preencha. o segu¡nte esquema que traqa a evolugáo da 'Oueima das Fitas,, ao
rongo oo tempo:

4. Como caraclerizar¡a estes festejos da academia coimbrá?


5.
5.1. Transcreva do texto seis paravras e/ou expressóes
da gíria estudantil.
5.2. Indique as palavras que Ines correspondem em linguagem
cofrente.

PARA COMPREENDER A LíNGUA


Observe as segu¡ntes trases:
"Uma vez por ano, em plena época da eue¡ma
das Fitas, aos futuros doutores, é
permitido que percam a compostura,,.

"Uma vez por ano, diz-se pelas esquinas, ,,mais vale rainha por um dia...,
'Os policias e os magistrados viram
a cara para o lado,,.
"Os calo¡ros respiram fundo, e os .calóes,,
andam solidár¡os COm os "marroes'.

^^$l^"1:1,::g::llcadas
senldo - preposigóes-.usam-se
da pr¡me¡ra é expl¡cado
para tigar duas patavras em que o
ou completado pela segunda:
As prepos¡qóes mais usadas na ríngua portuguesa
sáo as conslantes do quadro seguinte:

a com em por
apos contra entre sem
até de para sob

casos o uso da ¡íngua assocrou de tat torma as preposigóes


_- :T SlSr*
oos vercos que resuttou dai uma expressáo com signifcado
a determina.
unrco:

Ex.: Dar com = descobrir, encontrar

|0
Obse.ve o segu¡nte quadro:

. movrmeno no €spago Vou a Coimbra ver a Oue¡ma das F¡tas.


. mov¡mgnlo no tempo D€ ano a ano há lesta em Co¡mbra.

. d€po¡s de Estas feslas foram ¡nterromp¡das após


a crise académica de 1969.

. aproximagáo Na Oueima das Fitas, a hi€rarqu¡a da praxe


d6 um lim¡te term¡na as suas activ¡dades até
ao ¡nício do ano leclivo segu¡nts.
. ad¡Cáo, solidariedade, Os "calóss" andam sol¡dádos com os
companh¡a "nan6ss".

. dir€caáo a um l¡mit€ Durante a Quoima das Fitas d€ste ano, os


próx¡mdopos¡gáo alunos do Famácia jogaram xadrez
clntra os de Medicina e ganharam.
. or¡gem/ afastamento O v6nto sopra a c¡nzas das ruas ouase
d€ um ponto lim¡te desEnas.
. atastamsnto de um
l¡m¡te (no tempo Esta tradigáo universitáÍa mantém-so
e no espago) com loco desde 1899.
no ponto de partida

. localÉa9áo A Queima das Fitas realiza-s€ gm Coimora.


. posigáo no interior Durante a Queima das Fitas náo existem
de do¡s lim¡tes rivalidadss entre os estudantes.
. destino, direc9áo, Os polfcias e os magistrados vifam
fnal¡dad€ a cafa pafa o lado.
. passagem, movimenlo Uma vez por ano, diz-se frelas ssquinas:
¡mprec¡so, psdodicidad€ "mais val€ rainha Dor um d¡a.._,
. ausoncia, exclusáo, Sem os ostudantes Coimbra náo téria,
falta, privaÉo com ceft€za, tanto encanto.
. Pos¡gáo de dependéncia
relaüvamenl6 a alguém Os caloiros ficam sob a vontade
ou alguma coisa dos €studant€s mais velhos.

. pos¡¡Fo de superioridadr
relelivamente a alguém
ou alguma coisa A partir da Que¡ma das Fitas os estudante€
mais velhos deixam de gxercer iofluénci€
. por c¡fna de
sobrc os caloiros.
. acerca de (assunto)
Complete o lexto com as preposigóes adequadas:
Co¡mbra tem ma¡s encanto!
Co¡mbra, uma das mais antigas cidades un¡versitárias_ o mundo, tem mais encan-
to durante a festa _ Que¡ma das Fitas.
Se a¡nda náo tev€ a telic¡dade de passar _ Co¡mbra _esta altura, náo psrca
uma próx¡ma oportunidade, pois é uma cidade _ se sent¡r, _ viver.
A Co¡mbra esludantil destila, sai _a rua, esquece as sebentas e faz a sua festa.
Esta ¡ntegra-se _ praxe académ¡ca que constitu¡ o conjunto _ usos e costumes
tradicionalmente existentes _os estudantes _ a c¡dade de Coimbra eos que foram
decretados pelo Conselho _ Veteranos.
Os momentos altos _ esta festa sáo, _ dúv¡da, a venda _ as pastas (os
estudantes vendem _ as ruas m¡niaturas _ as suas pastas, _ onde pendem
oito fitas, cada uma dedicada
professores e
_ quem d€ direito, _os pais, _ os namorados e
as cores as respeclivas faculdades), a Garraiada, o Cortejo e a
Oue¡ma das F¡las. _tudo isto náo se podem esquecer as no¡tes _ o Parque onde
- -
normalmente actuam conhec¡dos grupos musicais.
Os f¡nal¡stas, _ aparente alegria, escondem lágrimas _saudad€s pr€coces.
A brincar se cumprs este fitual, € a brincar e a correr oassam duas semanas ímoafes
lesta_ que o objeclivo é expandir a própr¡a forga académica.
in
.Diário
de Notíc¡as"

PARA COMUNICAR
1. Jogo de S¡mulagáo
. Situagáo:
lmagine que vocé é repórter da rádio ou da televisáo em serv¡9o numa festaacadémica
portuguesa. Que notícia pormenorizada transm¡tiria aos ouv¡ntes e telespectadores?
. Orientagáo:
Tente responder ás questóes:
O qué? (relativa ao acontec¡mento)
Ouando? (a data de realizaeáo desse acontecimento)
Como? (o modo como o evento fo¡/está a ser real¡zado)
Quem? (as pessoas que intervém no acontecimento)
Caracterize os elementos a que as pergunias anter¡ores se reportam.
'Entrev¡ste" algumas pessoas que'participem'ou "assistam" aos lesteios acadé-
micos "perguntando.lhes", por exemplo, como se sentem e o que acham dessas
festividades.
Os énlrevistados aqu¡ propostos podem ser alunos e o própr¡o prolessor N6ste caso
dev€ atribu¡r-se antecipadamente as fungóes a cada um.

Sugere-se que a reponagem seja preüamenle Fepalada atavés da elaboragáo de un guiáo.

. Material de Apo¡q:
S¡rva-se, para além do texto estudado, do excerto "Festas Académicas", ¡ncluído na
rubrica 'Para Saber ¡¡ais'. Para informagóes @mplementiares, re@ra ao prolessor.
2. Expressáo Escrita e / ou Oral
Cada aluno deve descrever sucintamente uma praxe académica do seu pais.
O professor ou um aluno poderá registar no quadro as diferentes descr¡-
9óes e, no
-
f¡nal, será possível -
comparar e aprectar as vánas praxes académ¡cas.

112
--f
^l

CONSOADA EM FAREGINHAS
A preparaqáo da Consoada é um trabalho aOegas a Conversar com oS que tinham v¡ndo
essonc¡almente feminino. Sáo as mulheres de longe, enquanto saboreavam o v¡nho.
que passam o d¡a agarradas á lareita ou ao A noite, é a ceia. AConsoada.
fogáo, fazendo os ma¡s var¡ados doces e os Come-se a couve do Natal. É a no¡te do
pratos de bacalhau. Na parte da tarde do d¡a bacalhau. Para pobres ou ricos. Sem d¡st¡n-
24 de Dezembro as ruas de Fareginhas es- 8óes.
táo desertas de mulheres. Acouve do Natal, prato trad¡cionaldos con-
Oe vez em quando, cruzamo-nos com al- celhos de Castro Daire vai sendo, em mu¡tas
guma delas que va¡, apressadamente, aDa_ casas, subtituída pelo bacalhau assado ou co-
nhar as couves tronchas para a ceia. zrdo acompanhado apenas de couve troncha
E a festa da famíl¡a. Vém Dessoas de to- cozida.
dos os lados (até do estrangeiro) para cele- Há lambém bol¡nhas de bacalhau e ooces.
brarom junlas o Natal á roda da m6sa ou em Mu¡tos. Além da aletr¡a que é praticamente
volta da lareira. ind¡spensável em qualquerfesta, lazem-seos
Aspipas estáo sempre a verter euem che. lritos de ch¡la, os de abóbora e as rabanaoas
ga var a casa dos am¡gos e vizinhos provar que podem sermolhadas em leite, água e aeú-
do vinho. car ou v¡nho tinto.
O trabalho é mu¡to. As mutheres náo oa- No fim da ce¡a, as mulheres ¡avam a loiga
ram de dar voltas mas há alegr¡a e sorri- e arrumam a coz¡nha e, em volta da lare¡ra,
sos. os ma¡s nov¡tos brincam e comem confeitos.
As criangas br¡ncam agitadamente. Es- Depois, quando tudo está nos seus luga-
peram atgum present¡to da famíl¡a que está res! conversa-se olhando o logo. Até á hora
na cidade ou pensam já na roupa nova ou de chegar o sono ou de ¡r á vila, á Missa oo
nos sapatos que váo estrear no dia seouin- Galo.
te.
Homens, náo encontrámos. Andavam nas
in "Viva Voz"

PARA COMPREENDER O VOCABULÁRIO

agarladas fixadas; empenhadas; absorv¡das por.


-
lareira pedra em que se acende o rume.
-
desertas de
- sem.

COUVe tfonCha
- -
o mesmo que @uve tronchuda: var¡edade de couve, batxa, com
grossos, mu¡to cult¡vada em portugal e apreciada
em culinár¡a.
os tatos

ceia refe¡gao tomada á no¡te e que, enúe os camponeses, é a última


- do d¡a.
p¡pas recip¡entes com capacidade para guardar grandes quantidades
- de vrnno.
vertef derramar; jorrar
-
estfeaf usar pela prime¡ra vez.
-
adegas parte das casas rurais onde se guarda o v¡nho envas¡rhado
- e outros mantimentos-

1'3 jI
concelhos - elementos da d¡visáo admin¡strativa do País. Um conjunto de concelhos cons-
titu¡ um distrito.

aletria - doce fe¡to de macarronete de fios delgados com ovos, leile e a9úcar.
chila aMbora ut¡l¡zada em dogaria.
-
abóbora fruto de uma olanta chamada aboboreira.
-
fabanadas - fatias de páo molhadas em le¡te com aeúcar (ou meD e ovos, e fritas em aze¡te
ou em óleo.

confe¡tos - gráos ou pev¡des cobertos de agúcar e secos ao logo.


togo lume da lareira.
-
PARA COMPREENDER A CULTURA
Consoada antigamente, como os que Fafeginhas aldeia do concelho de cas-
-
quer¡am comungar na Missa do Galo
-
tro Da¡re, distrito de Viseu.
t¡nham de estar em jejum, costumavam As principais produgóes do concelho
fazer depois uma refeigáo ligeira a sáo cereais, batata. v¡nho, castanhas,
"consoada'. Com o decorrer do tempo
- azeite e frutas.
passou a ser um banquete que reúne Entre Fevere¡ro e Agosto realizam-se
toda a família na no¡te de Natal, e ainda na áreaconcelhiade Castro Da¡re impor-
hoje é uma das mais vivas trad¡9óes em tantes leiras e romar¡as.
Portugal.
Aementa destaceia festiva em lamí- Missa do Galo é da tradiÉo da lgreia
lia varia conforme as regi6es, mas para celebrara
-
pr¡meira m¡ssadod¡a de Natal
esta ocasiáo sáo sempre confecc¡onados á me¡a-noite de 24 para 25 de Dezem-
os melhores pratos e doces, te¡tos em bro, logo que o galo cantar. Esta cerimó-
grandes quant¡dades. nia l¡túrgica é muito popular e a¡nda se
Também se chama "consoadas' ás celebra em todo o país, em meios rurais
lembrancas que se trocam nesta quadra, e urbanos.

PARA COMPREENDER O TEXTO


l. Enumere os pratos e doces de Natal confecc¡onados trad¡c¡onalmente em Fareginhas.
2. Oue expressóes do texto traduzem o ambjenie de ag¡tagáo vivido no dia 24 de Dezembro?

3.1. Ind¡que aqu¡lo que fazem:


a. os homens;
b, as mulheres;
c. as crjanQas.
3.2. O que é que se poderá concluir ao comparar esses diferentes comportamentos?
4. Diga por que razáo a Consoada "é a festa da família".

i.l, nlém oa ceia tam¡liar, quais sao os outros costumes natalíc¡os de Fareg¡nhas?
5.2. E no seu gaís, como é celebrado o Natal?

$, rr+
I
PARA COMPREENDER A LiNGUA
1. Le¡a com atengáo os seguintes excertos:
. Esperam algum presenülo da lamll¡a que está na cidade...
. Há também bol¡nhas de bacalhau e doces.
. ...em volta da lareira, os ma¡s novltos brincam e comem conf€itos.

As palavras destacadas sáo diminutlvos: exprimem a ide¡a de pequeneiz e tém, por ve-
zes, um valor afectlvo, como no lerce¡fo excerto.
Os dlminutlvoa lormam-s€ acresceniando doterm¡nados suf¡xos aos substant¡vos. Os sufl-
xos d¡m¡nutlvos ma¡s usados em portugués sáo:

-¡nho, -a ou -z¡nho, -a: bolinha, ruazinha.


-llo, -a ou -zito, -a: nov¡to, fogáozito.
-o¡€¡ -a: casota.
-ucno, -a: péquerrucno.

2, Coloque, no lugar oerto, os d¡mlnutivos


das palavras agrupadas no quadro da direita:

O costume d6 comemorar o Natal é, por re-


gra, rodsado de amb¡ent€ f€stivo, com
_ para as _ , rancho malhora- árvore
do e gulosa¡mas váfias. No me¡o de tudo, a en-
fe¡tar a c€ia, uma _ de Natal ou, se a fa-
cr¡angas
m¡l¡a for af€¡ta a prát¡cas rel¡g¡osas, um presépio
de bhlicas. Aplaud¡da como s¡nónimo
de "pale 'amof, a _ de todos os anos
figuras
congrega s¡mpat¡as generalizadas € tem chega-
-
do a consegu¡r a interrupÉo cronometrada de prenoas
confl¡tos armados entre oaíses.

festa
Olando Ribeiro,
¡n ¡mprensa

rs-f
3. Acrescente aos substant¡vos destacados suf¡xos diminut¡vos:

A NOITE DE NATAL
Hav¡a no ar um chelro de canela e de pinheiro. Em cima da mesa
tudo brilhava; as velas, ¿rs facas, os copos, as bolas de v¡dro, as p¡_
nhas doiradas. E as pessoas r¡am e d¡ziam umas ás outras: ña_
tal". "Bom
No f¡m dojantar, levantaram-se todos, abriu-se de par em para porta
e entrirram na sala.
As luzes eléctricas estavam apagadas. Só ardiam as velas do pl_
.
nhe¡ro.
Joana t¡nha nove anos e já tinha v¡sio nove vezes a árvore do Na_
tal. Mas era sempre como se toss€ a prim€ira vez.
Da árvore nascia um brillho maravilhoso que iluminava todas
as
co¡sas.
E no presépio as f¡guras de barro, o Men¡no, a Virgem, Sáo
José, a
vaca e o burro...
Joana olhava, olhava, olhava.
Um dos primos puxou-a por um brago.
Joana, ali estáo os teus presentes.
-
Joana abriu um por um os embrulhos e as ca¡xas: a boneca, a
bola,os l¡vros che¡os de desenhos a cores, a caixa de tintas.
A sua volta todos r¡am e conversavam.
Todos mostravam uns aos outros os presentes que tinham tido,
fa-
lando ao mesmo lempo.
As pessoas grandes sentaram-se nas cadelras e nos sotás a con_
versar e as cr¡angas sentafam-se no cháo a brincar

Sophia de Mello BreynerAndresen,


.A
Noite de Nataf

PARA COMUNICAR
Eis algumas receitas tradicionais de Natal:

ALETRIA DE OVOS
460 gramas de agúcar póe-se o agúcar ¿m ponto brando, junta-se
a atetria,
1 15 gramas de a¡etr¡a ¡taliana previamente coz¡da em água e escorr¡da, e deixa-se fer-
I gemas ver até ficar em ponto de pasta.
l¡ra-se do lume, adicionam-se lhe as gémas e leva-se
de novo ao lume a levantar fervura.
O"jl,:,Í nrr" ,r"vessa ou prato próprio e potv¡tha-se
o"
Mirene, .,Tesouro das Cozinheiras"
116

H
RABANADAS
A9úcar ao paladar Corta-se o páo de cacete em fatias da grossura
L¡máo a gosto de um dedo.
Ovos quantos forem prec¡sos Póe.se ao lume um tacho com 3 partes de leite
óteo e 1 de água agucarada, canela e casca de limáo
q.b. e de¡xa-se levantar fervura.
Cacete comum ou espec¡al q.b.
Oemolham-se as fatias uma a uma no leite fer-
Leite suf¡c¡ente
vente, de¡xando embeber bem, e váo-se colocan-
Canela a gosto
do numa trav€ssa; regam-se com o resto do leite,
cobrem.se com outra travessa para abafar e de-
po¡s de¡xam-se arrefecer.
Batem-se como para omeleta os ovos precisos.
nos quais se passam as rabanadas uma a uma,
cu¡dadosamente para náo se destazerem, e fritam-
-s€ em bom óleo que já deve estar a ferver, dei-
xando-as ficar bem douradas.
Faz-se uma calda de aqúcarem ponto náo mui-
to alto, com um pau de canela e um pouco de
casca de l¡máo; passam-se as rabanaoas uma a
uma nesta calda fervente e colocam-se no prato
emque se querem servir, deilando-se-lhes Dorcima
o rssto da calda.
M¡rene, 'Tesouro das Cozinhe¡ras"

BOLO DE NATAL
500 g de farinha P¡cam-se as frutas e polvilham-se com farinha.
500 g de a9úcar Bate-se a mante¡ga com o acúcar até se obter um
250 g de mante¡ga creme. Juntam-se as gemas: m¡sturam-se bem e
6 ovos adic¡onam-se os restantes ¡ngredientes com excep.
3 colheres de chá 9áo das claras, sendoafarinha peneiradacom fer-
mento,
de lermento em pó
Batem-se as claras em castelo bem f¡rme e ¡un-
raspa de casca de 1 limáo
tam-se ao preparado anterior. Deita-se ma;sa
noz-moscada
numa forma redonda bem untada mm manteiga e
1 cál¡ce de aguardente polvilha-se com far¡nha e leva-se a cozer em tomo
1 cá¡¡ce de vinho do porto médio durante cerca de hora e me¡a. Veritica-se a
500 g de frutas cristalizadas cozedura com um pal¡to, que deve sa¡r seco. Este
(¡nclui obrigatoriamente bolo, que deve ser fe¡to pelo menos com 8 dias de
c¡dráo) antecedéncia, serve-se no Natal sem oualouer
125 g oe nozes €nfe¡te ou apenas enfeitado com frutas cristaliza-
1,5 dl de melago das. E usado também como bolo de no¡va e de
an¡versário, sendo nestas circunstáncias muito en-
variiedades de doce
f€¡tado mm glacée de aeúcat mddada á máo e
de rruta (duas colheres
trabalhada á seringa.
de sopa de cada: uva, f¡go,
mamelo, morango, etc.). in "V¡va Voz"

117'il
1. Expressáo Oral (Trabalho de Grupo)
A turma é dividida em grupos, cada um dos quais lerá com atenÉo as rece¡tas e
procurará compreendero respect¡vo conteúdo ulil¡zando, para o efeito, e se necessário, o
dicionário- Depois elegerá uma receita prefgrida e reg¡staá os argumentos quejustificam
essa opgáo.
Logo que todos os grupos tenham acabado estas taretas, revelaráo a receita que pre-
ler¡ram e as razóes que deierminaram essa escolha, tentando persuadir as restantes
equ¡pas de que essa escolha fo¡ a melhor op9áo.
Finalmente, cada grupo ¡ndicará a argumentagáo que achou mais convincente (a qual,
obrigatoriamente, recairá sobre outro grupo).
A receita mais votada é consid€rada a oreferida.

2. Expressáo Escr¡ta
Insp¡rando-se na terminolog¡a culinár¡a, € aproveitando as sugestóes a segu¡r
mencionadas ou abordando outras s¡tua9óes, se vocé préfer¡r elabore uma
receÍa: - -
a. para um mundo melhor;
b, para fazer um político;
c. de amor;
d. para redigir uma notícia;
e. para ennquecer.

PARA SABER MAIS


FESTAS, FEIRAS E BOMARIAS

Náo há domingo de Veráo, sobreludo no Noro- Nesta altura do ano é coslume, sm mu¡tas ca-
este, em que náo s6 en@ntrem grupos aiegres, com sas, amar o prosép¡o e enfeitar o p¡nhe¡ro de Na-
grandes laméis, ás vezes cantando e dan9ando ao lal. Assim s6 prepara a grande no¡te de festa, a reu-
som da concert¡na. E genle que vai para a romada niáo da famflia.
e, ñalgumacapela isolada, pagará as suas promes- As lrad¡9óes de Natal sáo antigas, talvez a¡nda
sas (ás vezes de loma bizarra) e seguirá a procis- mais antigas do que se pensa. Algumas tém or¡-
sáo do santo prolectot Ma¡s tarde surgem no arrai- gem em tempos anlodoros ao cisüan¡smo e, ao
alas dan9as I cantares lradicionais, até que o togo- longo dos séculos, foram-se transformando ños
de-artff¡cio encha a noite de cores. usos que hoje conhecemos.
Também as v¡las e cidades festejam os seus in 'Viva Voz"
oragos, e aibrilharáo ñais as procrssóes e os arai-
ais, será ma¡oro fogo-de-artíf¡cio, já que cadat€rra PRENDAS DE NATAL
quer dar o seu melhorao santo e aos visitanles. No
Conlro e no Sul do País náo lalta a tourada a ani- Há quase 2000 anos, Gaspar, lvlelchior e
mar as festas e as grandes feiras. Baltazar. lrés Reis oersas. in¡ciavam o costume
E o oncanto das nossas fe¡ras! Ouase 9empr6 de olerecer prendas no d¡a de Natal. Nessa altu-
se vende de ludo, de vacas a cordóes de ouro, de ra, €les olereceram a Jesus as melhores coisas
enxadas a páo¡e-ló, num desfiar de ut¡lidados, e da sua longínqua terra: "o ouro como a rei, o ¡n-
até de pequenos luxos l¡gados e vida quot¡d¡ana. € censo como a Deus e a mirra como a homem
há os petiscos, os v¡nhos, os que¡ios, o anesanalo, mortal".
próprios das várias rggióes, todas as faces dum Deontem para hoje, mu¡lo mudaram ostempos.
espelho ainda hoje a reltectir as grandes fe¡ras de Mas este costume conlrnua bem v¡vo denko de to_
oultos lempos dos nós.
in 'Fesias. Feúas e Bomarias 1992,
(lnstiluto de Promoeáo Turística) (exlraído de um texto publicilário)

118
FESTAS ACADÉMICAS
aio é o més das festas plo dado dois anos antes pela tres anos para cá, o desfile
académicas. Sebentas Academia Coimbrá, o Porto dos estudantes comegou a
de lado, capas ao om- suspendeu a Queima das Fitas. ganhar honras e hoje é um
bro, álcool a rodos, Era o luto académico. dos pontos mais altos da Se,
noitadas sucessivas e, para Intenompia-se, assim, uma mana Académica.
multos, a proximidade da des- tradigáo que vinhajá de 1944, O Eoteno da Gata
pedida dos tempos de boémia. na senda da Festa das Pastas. - as-
sim se chama a Festa daAca-
Pono, Br¿ga, Vila Real e Avei¡o Só em 1978 um ano antes demia de Braga é uma t¡a-
vivem já o colorido das fitas de Coimbra - a Queima das -
diqáo secular que os estudan-
dos dive¡sos cursos. O movi- -
Fitas voltou ¿s ruas do Porto. tes da cidade retomaram des-
mento de estudantes nas ruas Em Vila Real, a Universi- de 1989. A (Gata) tem pa¡a
destas cidades é inwlga¡. Mis- dade é recente. Mas os 3ó00 B¡aga o mesmo signilicado
tu¡am-se com a populagáo que alunos que ali estudam tém que a <Raposa> tem pa¡a ou-
fica indiferenle. Po¡ isso é fá- surpreendido as ouhas uni- tras academias do país: o
cil aos estudantes yender os versidades com o dinamismo <<chumbo> nos exames. Ape-
s€us postais alusivos ¿s fesúas, das suas festas. Esta é a ó. nas nos separa o bicho, dizem
o que lhes pemriti¡á encara¡ as edigáo das festividades. Ar- os estudantes.
noites que se avizinham com tes era apelas organizada
mais desafogo. uma Semana Cultural que Couti¡ho Ribei¡o, José P Silvei¡a
Em 1971, s€guindo o exem- neo inclufa o cortejo. De há e Pedro B. Mrilias, in "Semanário"

FESTAS DOS SANTOS POPULARES

FESTAS SANJOANINAS
Angra do Hóroísmo
- llha Terceira
Na bela cidade agoriana (<património mundial"), es Festas de S.
Joáo, rslig¡osas e profanas, culturais e desportivas, náo podem faftar as
muito antigas "touradas á corda", típicas da ¡lha Terceka. presentes
também o artesanato e o folclore terceironse.

FESTAS DE S. JOÁO
BRAGA

Entre nó-sa noite de S. Joáo, povoada de fogueiras de ervas mági-


cas e de d¡v¡nagóes amorosas, é bem ainda a orande festa Daoá ¡o
solstício do Veráo, que a lgreja crist¡anizou sob alnvocaQáo Oe S.-loao
Bapt¡sta. E náo basta que nas igrejas portuguesas S. Joáo tenha o as_

1lstr
pecto de um pastor adolescente aqui em Braga a ternura va¡ ma¡s
-
longe e o pastorinho náo tem mais de quatro anos de idade. Para feste-
jar esse bambino encantador, o <seu rico S. Joáozinho", a cidade em
festa vé passara bela procissáo e também o Cortejo do Rei David e dos
Pastores, personagens dum auto medisval que o povo conservou, por
tradigáo oral, até aos nossos dias. Desfilam, também, pelas ruas mar-
chas populares, tocatas e urusgas", ranchos folclór¡cos e bandas de
música, arrastando toda a gente ao grande arraial de S. Joáo da Ponte.

FESTAS DE S. JOÁO
FIGUEIRA DA FOZ

Na bela praia da Figueira da Foz, as Festas de S. Joáo sáo uma


tradigáo milenária que sempre se renova, e danga-se e luz dos balóes
coloridos, em volta das fogueiras, até despontar a madrugada, hora a
que se entra nas águas para o tradicional (banho santo", uma cerimó-
nia r¡tual antiquíssima que o povo nunca esquece.

FESTAS DE S. PEDRO
PÓvoA Do vARzIM
O velho apóstolo S. Pedro, péscador de seu ofício, é o mais castigo
protector dos pescadores, por isso esta terra pove¡ra, táo apegada ás
tradigóes, náo se esquece de o festejar. Os bairros típicos organizam
<rusgas' e (cascarasD e na noits de 2€y29 toda a ggnte danga em volta
das fogueiras, servindo-se, á meia-noite, monumental sardinhada. No
d¡a 29 sai a linda proc¡ssáo de S. Pedro é os arraiais terminam com o
fogo-de-artíficio.

CARVALHADAS DE S. PEDRO
BIBEIFA GRANDE
- ILHA DE SÁO MIGUEL
Este luzido destile de cavaleiros mascarados o (reiD, os <cavalei-
-
ros', (lanceiros,, "despenseiros" e (cometeiros>
-, com todas as
suas praxes e evolugóes, percorre as ruas da R¡beira Grande, desde o
século xvr, para alegr¡a das raparigas que consideram S. Pedro um gran-
de casamente¡ro, e dos lavradores que o ¡nvocam como protector do
gado. Mas a primeira final¡dade da (embaixada' é homenagear S. Pe-
dro, o que se faz na sua ¡greja, brilhantemente ornamentada.
in "Festas, Feiras e Bomarias '1992"
(lnst¡tuto de Promo9áo Turíslica)

12o
}
ANTOLOGIA

A NOITE DE SANTO ANTÓNIO


A noie de Santo António, emAlfana, é sem dú_ tosLiiozin]¡o pa¡a o Santo António" ¡eclalnam.
vida a grande, a única roma¡ia de Lisboa. Gente de A t¡adigáo dos tmnos que -
se erguem nos baino:
toda a cidade peregrina até ao velho baino como se popul¿res relaciona-se com a dest¡uigáo da igfeja de
respondesse ao chamamento da tradieáo, como se se SantoAntónio p€lo tcnamoto de 1755.
tr.atasse de uma movimentag¡o inposta p€la memó- En¡enderam os devotos do Santo que uma forma
na antrga que vem de geragóes. prátrca de obtercm fundos para a reedificagáo da igre"
O bai[o conesponde. Ainda tem pa¡a dar aos fo-
Ja, construída sob.g a tradicional habitagáo do santo
rast€iros alguns restos de um passado pralicamenle rnilagreiro, seria a recolhadas esmolas recebidas nos
derotado pela venigem do ¡empo. honos.
Ap¿¡e¡temente, já náo é a r.adiq¿o que atrai os Claro que, noutros lempos, os pequenos ahares
novos aglomerados da cidade á relhaAlfama. pa¡¿ a improvisados atingiam outra grandeza. Em vez dos
maiori¿, se¡á o exotismo, a vontade de.turtii'o an- miúdos "caga-tostócs-para-rebugados', eram os
tlgo, o casdgo, com cheiro de marjerico, fumos de festeiros que se encarregavam da a¡maqáo destes tro-
sa¡dinha assada e ginjinha ordiDá¡ia nas rascas nos qu€ ostentavam uflla cena magnificéncia ingé_
superlotadas de est¡anhos. nua a condizer com o próprio ambiente da festa, a
Eleito padroeiro dos namorados, o Santo qual incluía as celebragóes litrírgicas, com procissAo,
milagrei¡o nascido ali pe¡to, para as bandas da Sé, que se realizava depois da noit€ de graode fona, com
nem pr€cis¿ de fazer milagres par¿ que o amor acon- fogo, iluminagóes e bailarinos que se mantinhamani-
tefa neste aribien¡e de festa de Alfama. mados até ao alvor@er.
Alguns dias antes do 13 de Ju¡ho fe¡iado da Desaparecida a pane religiosa, a noite de Santo
cidade o bairo prepara-se -
pa¡a recebe¡ Lisboa. A
-
miudagem ergue os pe4uenos &onos em hon¡a do
António em Alfama é o que resta de um costume
popula¡ que ainda cheira a manjerico nas quentes
santo padroei¡o, ¿ porta de casa, no recanto de uma noites de Junho.
viela, ao cimo de uma escadaria. Exigem aos adultos
o pagamento do "imposto anto¡ino": .Um Meira da Cunia. in 'A Capital"

FEIRAS
O Minho possu¡ um grande número de localida- hortícolas" e a dos ourives, depois podem comprar-
des onde semanal, qu¡nzenal, rnensalou anuam€n_ -se cames e peixes, além é a leira do oado' e ao
te, se real¡zam lelras, lundo estáo as barracas dos comercianies oe rou-
Apesar da crise que as atinge. impondolhes pas, tecidos e calgado. Há um lugar especíl¡co, e
adapta9óes que as váo transfomando, elas resis- bem conhecido dos seus habituais lrequentadores,
lem.Apassagem constante das le¡ras mensais para para a exposi9.áo dos d¡ferentes orodutos.
qurnzenats e, actualmente, para semanais, Cada leira tem, conlorme a época e a sua re-
requeridas pelo ritmo da vida dos vendedores l€! giáo, ürtual¡dades própdas. Umas sáo sempre boas
rantes e dos c¡rcuilos comerciais, kansformou-as, para gado, oukas seráo melhores para artesanalo
tomando muitas delas numa espéc¡e de mercado. ou lou9as, outras para panos, etc. Há "leiras de ce-
, Uma feira tem características rurais, um grande bolas', nos f¡ns de Agosto, 'le¡ras de nozss", €m
numefo oe lrequentador€s e ufm enofme vari€da- Setembro-Outubro, d€ mel, p€do do Natal, dos fi-
de. de co¡sas a vend€t e possu¡ drfer€ntes espagos gos ou de sementes, Antigamente havia também
lfsicos e d¡ferentes ceniros, que se animam em no-
tei-
ra de mogos", onde €ra fácil contratar cr¡ados para
ras d¡ferentes.
os servigos agrícolas.
Aqui é o sít¡o onde se vendem alfa¡as agrÍcolas,
os couros e as leÍagens, al¡ é a leira dos irooulos Carlos Alberto F. de Almeida, .Alto M¡nho"

121 I
PRIMEIRO NOBEL DA LITERATURA PARA PORTUGAL NA FORJA?

ANTONIO RAMOS ROSA,'t


<POETA EUROPEU DA DECADA>
ntónio Ramos Rosa obteve do
Coll¿ge de I'Euope a disüngáo
de doeta da DécadD. oue consa-
gra o conjunto da obra do autor de (O Livro
da lgnoráncio, já galardoado, enhe outros,
com o Bémio Pessoa com o Grande Prémro
da Bienal In¡emaciooal de Liége e com o
hmio de PoesiaAPE{TT/TI-P.
A distingáo será conferida a 7 de Outu-
bro, durante um recital em Bruxelas, que
contará com a colaboragáo do (Thé4ft-
-Poérne> daquela cidade. Para a cerimó-
nia foram convidados o Presidente da Rc-
prlblica, o embaixador de Portugal em Pa-
ris e o embaixador de Ponugal na Unesco.
entle ouÍas individualidades,
Segundo Pascall Casbi emaísta, tra-
-
dutora e grande diwlgadora da poesia por-
tuguesa contemporanea a distingAo
-
conferida a António Ramos Rosa náo vem
galardoar um ülTo mas sim <o conjunto
de uma obra, bem como o génio poético
de Pofugal>.
A organizagáo que distinguiu o autor de
Posso Adiar o Coragáo" considera
"Náo
que (Portugal impós-se pela sua liteiatur¿
e pelo seu gériio poético r€presentados nes-
ta década pela obra excepcional de Antó-
nio Ramos Rosa>.
O (Coll¿ge de I'Europe", organismo de ca- blicagáo do Centre International d'Etudes
racterísticas únicas, é independente de qualquerPoétiques haviajá dedicado um número especi
tutela administrativa, polftica ou económica, al ¿ obra de Ramos Rosa, sendo para muitos
regendo-s€ por uma l,€i de Associagóes de 1901. esse facto, bem como o pÉmio enÍegue em
Liége, sinal de que se aüzinha o primeiro Nobel
Pascall Casbi, em declaragóes ao
"JL", con-
siderou que foi um acto de grandejusúqa. da Literatura para Ponugal. Essa possibilidade
"este
porque distingüe a ob¡a de um poeta de enorme foi de .esto considerada, entre outras, pelos
qualidade e chama a atengáo para a qualidade membros da Academia Sueca que recentemen-
dc uma poesia nacionala que náo faltam nomes te se reuniram em Lisboacom adirecgáo do seu
e obrus que é necessário divulgar". Clube.
Recorde-se que em 1990 <Le Courrier". pu- in "Coñércio de Macau"

II 'u
PARA COMPREENDER O VOCABULÁRIO
na for¡a em prepa.agáo.
-
distíngáo honra.
-
COnSagra homenage¡a; reconhece publ¡camente os méritos
-
galardoado
de.
prem¡ado.
-
conferida conced¡da; dada; atribu¡da.
-
feC¡tal
- sessáo em que um indivíduo dectama vários textos.
géniO
- talento; grande inspiraQáo.
¡mpós-se ev¡denciou-se; fez-se respe[ar.
-
eXCepC¡Onal extraordinária; admirave¡.
-
tutela sujeigao; dependénc¡a; domínio
-
regendo-Se regulando_se; or¡enianoo-se.
-
PARA COMPREENDER A CULTURA
Prémio P^e_s-soa
- cTildo
9m
empresa muttinacionat
i.987
ryt? -semanário..Expresso,, em colaboragao com a "Unisys,,,
t¡oada á indúskia
eÍ porrugar. D¡stingue a-nualmenre uma da ¡nform¿t¡cá, ¿ á nii;rtarardáo atribuÍdo
pe^;;;i¡d;;';;ilüdE por,ugres. con-
-"átpo"!""
desempenhado um paper de nft
i:üLT1lxXüi:j:':ia '"r"uá
n,t"",
Prém¡oAPE-crr/T-li;g:l"Xtl{::1"111":-g'9-
de-Escr¡tores{ApE)
dos correios, loL"suesa
Tetégrafos e tetetones 1bT.fl
Tetefones de Lisboa e ,ono iroa3i",o
iJL" lornal de
- Letras, Artes e ldeias,,, publ¡cado todas
as semanas.

PARA COMPREENDER O TEXTO


l.Quem é António Flamos Rosa?
2. Indique algumas das suas obras.
3, Ref¡ra quatro prém¡os já atribuídos a este
autor.
4.
4.1. Pot que razáo a expressáo "poeta
Europeu da Década" aparece entre aspas?
4.2. Segundo pascall Casb¡, oual é a imporlánc¡a
desta disl¡n9áo para Flamos Rosa e para
Portugal?
5. Poder-se-á ad¡v¡nhar um galardáo ma|s
tmponante.
5.1. Qual?
5.2. Que taclos o ind¡c¡am?
6. Ouais sáo os problemas que se colocam
á poesia portuguesa?
7. Por que mot¡vo o "coÍrége de |Europe"
é cons¡derado um organ¡smo ¡ndependente?

rrgil
:

:
anos depois. candidatei-me e Escola Médicado Porto. Mas re-
P- Como descreveria essa relagáo? provei nos exames do 2.q ano e por isso mudei- :
R. Foi tormentosa, sobretudo pa¡a a pobre me pa¡a Coimbra onde estudei Direito. Desde aí
-
Joaquina. Abandonei-a, trocando-a por outras, e iniciei-me na actividade literfuia,
estudei jomalismo. Formalmente, pon¿¡to, pode dizer-se que nasci
Cheguei mesmo a frequentar o seminá¡io mas como escritor numa data precisa.
deixei-o meses depois. P Quais sáo os seus livros mais conheci-
P Parece-nos, pela maneira como fala des- dos? -
-
se peíodo da sua vida, que náo sabia bem aquilo R. o <Amor de Pedicáo> ou (O Re-
':
que pretendia. -Talvez
trato de RicardinDr, mas é muito difícil respon-
R. Para mim ludo isso foi natufal. Eu vivia der á pergunta, como devem calcula¡.
-
intensamente e, cla¡o, era muito jovem... P Em que ano comegou a sentir a cegu€ira?
P Consta que foi preso. E verdade? R.
- Po¡ volta de 1867. Mas os meus proble- ':
R.
- Sim, a primeira vez que me p¡enderam -
mas de visáo agravaram-se desde o acidente fer- ':
foi
-
pelo rapto de Patrícia Emília, acusado de furlo roviário que sofri em 1878, quando me deslocava
de 2 000 cruzados (o que foi um equfvoco) e pas- de Fan¡alicáo ao Porto,
sei na Cadeia da Relagáo do Po¡to onze dias do P Suicidou-se a I de Junho de 1870, em S.
més de Outub¡o de 1846.
-
Miguel de Ceide. O que o levou a cometer esse
t-
Depois conheci a mulh€r do comerciat¡te Ma- acto táo t¡ágico?
nuel Pinheiro Alves, Ana Plácido. R. A incapacidade de suportar a ideia da l:
P. Plácido... Estaremos certos se dis- -
cegueira incurável. Já há muito, aliás, que estava
-Ana
sermos que Ana Plácido foi o grande amor da sua determinado a p6r cobro iminha vidacaso ficas-
vida? se privado da visáo.
tv
R. Sim. de facto. Foi uma ardente paixáo P Está satisfeito com o conhecimento que
-
mútua. Ela deixou o marido e veio viver comigo.
-
os Portugueses de ago¡a tém a seu respeito? |J
o que nos valeu a prisáo, acusados de cdme de R. Como sabem fui sempre um escritor po-
adultério.
-
pular e talvez o único em Portugal a con¡ecer a l:
P. Após a absolvigáo, o que é que ñzeram? consagragáo em vida. Mas constato que ainda hoje r:
-
R. Regressámos a Lisboa onde nasceu o sou muito lido no nosso país. t
nosso-segundo filho, Jorge Camilo Castelo E náo há nada que lhe desagrade?
Branco, em 1871. Após a morte de Pinheiro
P.
R.
- Claro que há. Para ser breve e incisivo
t:
Alves mudámo-nos definitivamente pa¡a S. -
direi apenas que detestavaver-me reduzido a uma l-
Miguel de Ceide, e acabámos por casar a 9 de moda, e espe¡o que saibam interpretar correcta- t:
Margo de 1888. mente o que acabo de vos dizer.
L-
P propósito, quantos filhos teve? P Camilo, quer aproveitar esta oportunida-
R.
-A Quatro. A mais velha, Rosa, faleceu
-
de pala deixar uma mensagem ájuventude Pofu- L-
-
com apenas 5 anos- Tive depois a Bernardina guesa deste século? L-
Amélia, fruto de uma relagáo com Patlícia R. Se insistem, sugiro que combatam a hi-
- ü
Barros; Ana Plácido deu-me os restantes: o pocrisia. Creio que nesse aspecto a sociedade em
Nuno e o Jorge. O Manuel Plácido, filho da que vocés vivem náo é muilo melhor do que aquela t:
uniáo de A¡a Plácido e Pinheiro Alves ficou em que eu vivi.
com o pai. a
P escritorCamilo Castelo Branco esteve Liliana Coelho. Lúcia Costa,
sempfe-Opresente em si ou tasceu num momento Margarida Comes e Renata Marques,
a
Prec¡so?
' in "Jov€ns Para o Futuro" 0omal da Escola Profis- L-
R.
- Quis exercer medicina e por isso sionalAriística do Vale do Ave
- Artave
- Ste Tirso)

2. Dramatizagao

A "conversa' imaginária produzida na aula será simulada por dois alunos, cabendo a um o
papelde jornalista e person¡ficando o outro António Ramos Rosa.

126
.:
tt'lESTRE
ts
ZE
ftl|ARIA

Mestre Zé Maria é ole¡ro em Bibolhos, oloifo sua l¡cenga estes burriquitos, estas coisas.
.. e
e homem que náo dispensa o trabalho agrfcola, depois botava um bonequ¡to por cima, que
o
o¡e¡fo e homem que v¡ve plenamente o seu d¡a- custava menos. Estes que
custam ma¡s há
-a{¡a numa alegria estuzianle. .Herdou'a caoa- Pouco lempo qu€ com€ce¡ a faz+los.
cidade de modelar, de criar e esculp¡r pequenas Meslre Zé Mar¡a, quais sáo as pegas que
obras de arte. As suas maos t.ansfornam uma -
fabrica normafmente?
bola de bano em bonecos de extr€ma beleza Tachos, panelas, púcaros, jaÍinhas, es-
que retft am as vivénc¡as de um homem l¡gado -
sas corsas ass¡m.
¿ts suas teflas, aos seus sonhos de oleiro_afl¡s_ Há quanto tempo trabalha na arte?
ta. Modela tones, anima¡s, músicos. . . üans" - Eu comece¡a traba¡har na arte com oito
portando a poes¡a para o bano, -
anos, o meu pa¡ €ra ole¡ro e foi ele que me
Está a ver aqueles? Fi-los num dia.
-
Mas t¡nha mu¡to mais. Vem aquitanta gen-
ens¡nou. Olhe, a gente no princíp¡o da v¡da
cusialhe mu¡to avida, mas fu¡indo,
te que gosta de v€r.., Ouando gostam le- mais ou ménos. Trabalhe¡ com o
vam, é assim. Já levaram ma¡s do oue m€u pa¡ até á idade de v¡nte e dois
aqueles que estáo ali. Eu vendo mu¡to, anos.
toda a g€nle gosia dos músicos. Eu casei-me com vinte e do¡s anos,
As tones demoram muilo a lazen vinte e do¡s anos e me¡o... e an-
Aqui¡o demora. demora.
-
Duas, leva-me um dia para
deiatéá idade detriniasem usar
a arte. Ande¡ do¡s anos em oe-
fazer duas. Eu comego de
dre¡ro, com um cunhado
manhá, ás oito horas, e leva- meu! andei em serragáo,
-me até ao me¡d¡a a fa-
andei na eslrada, eu fu¡p'ró
zer uma, porque a gente minér¡o, eu corritudo... até
comega a pensar @mo M- que a pág¡nas tanlas deixe¡
de tazel como há-de fazer.., ticar tudo é useia arte, porque
Mestre Zé Maria, que bo-
-
nscos gosta mais do taz6r?
penssr que a arte qué o meu
pai me ensinou era a molhor
Os bonecos que levam me-
-
nos tempo. Eu comecei a fazer os
of¡clna. O meu oa¡ d¡sse-me
ass¡m p'ra mim:
Donecos que custavam menos. com
F¡lhos, sou pobre, náo tenho
-
127 .I
nada para vos deixa( mas de¡xo-vo6 a minha arte.
Palavras abengoadas que o meu pa¡me dis-
se, porque poucosterrenos me de¡xou ou nada,
deixou-me aqu¡lo que t¡nha, mas deixou-me
mais do que se me livesse do¡xado d¡nheiro,
porque de¡xou-me a arte dele... Eu já trabalho
há cinquenta e talanos, valia-mealguma coisa
o dinheiro que me deixasse? Náo, valeu mais
a arte dele.
Nunca posso deixar a arte.., Eu fa@ das mi-
nhas máos o que quiser, mas náo t€nho tempo
p'ra tudo. Olhe, a minha vida é assim, eu traba-
lho muito, habalho muito. A m¡nha üda é assim.
qu'é que lhe he¡de contar mais? Náo se....
in "Arles e Trad¡Cóes de Viseu'

PARA COMPREENDER O VOCABULARIO


mestre aquele que exerce uma arte (ofíc¡o; prof¡ssáo).
-
Zé abreviatura de José.
-
ole¡fo ind¡víduo que trabalha em louga de barro.
-
plenamente inteiramente; completamente.
-
esfuz¡ante v¡va; fascinante.
-
modelaf molda. (dar forma a).
-
esculp¡r ¡mprimir liguras ou ornamentos em barro.
-
baffo - terra própria para o fabrico de lou9a.
v¡vénc¡as maneiras como alguém vive ou se comporta.
-
botava de¡tava; colocava (botava é forma popular).
-
púcafos pequenos vasos, quase sempre d€ baÍo náo vjdrado, para se beber água por
- eles, ou com eles tirar líquidos de outros vasos maiores.
tui indo lui-me desenvolvendo; fui progred¡ndo.
-
serragáo oficina de serrar (cortar com serra) madeira.
-
p'ró para o.
-
m¡nério-aquino sentido deextracaáo de um mineral, e portanto de mina (galer¡a subterrá-
nea e estreita para extrac9áo de m¡nér¡os). Mestre Zé Mar¡a quer dizer que fo¡
mtnetro.
corri tudo experimentei diversas prof¡ssóes,
-
a páginas tantas
- em determinado momento.
p'ra para.
-
qu'éque-queéque.

&. 124
!

^l

PARA COMPREENDER A CULTURA


R¡bolhos Iregues¡a do concelho de Castro Daire, d¡strito de V¡seu. Fica siiuada na margem
-esquerda do r¡o Paiva, a 4 Km a SSW de Castro Da¡re. Já existia noséc. x¡r. Fabrica
louga com baro preto.

PARA COMPREENDER O TEXTO


l.
l.'1. Quem é mestre Zé Mar¡a?
1.2. A que act¡vidades se dedicou?
1.3. Qual delas lhe permit¡u ser tratado por,,mestre,? porqu6?
2.
2.1. Ref¡ra:
a. as c¡rcunslánc¡as mais desagradáve¡s do trabalho deste homem;
b. os aspectos mais belos d€ssa profissáo,
3.
3.1. Que obiectos fabrica mestre Zé Maria?
3.2. Indique, de entre el€s;
a. os que tém um uso utilitário.
b. aqueles que sáo essenc¡alment€ decorativos.
4.
4.1. Como reagem as pessoas aos artigos produzidos pelo Sr. José Maria?
4.2. Transcreva do texto as expressóes a que reconeu para dar a resposta antenor.
5. D¡ga por que mot¡vos a vida de mestre Zé Maria nunca fo¡ fác¡|.
6. Como é que ele sente a profissáo que exerce?
7, Preencha os espagos em branco com expressóes do texto correspondentes aos
atr¡butos menc¡onados s conslitutivos da personal¡dade deste oleiro:
7.1. Pode-se dizer que mgstre Zé Maria é uma Dessoa:

''oqJ
PARA COMPREENDER A LINGUA
1. Observe os segu¡ntes excertos:

JORNALISTA: "-
Há ouanto temoo trabalh a na ade?'
MESTFE ZÉ MARIA: "-
Eu comecei a fabalhar na arte com oito anos, o meu
pai era oleiro e to¡ ele que me ens¡nou."
O jornalista perguntou ao Mestre zé Matia há quanto tempo trabalhava
na arte e ele respondeu-lhe que tinha comeeado a trabalhar na arte com
oilo anos, que o pai dele era oleiro e tinha sido ele que o tinha ensinado.
Ouando queremos relatar as palavras de alguém, ou mesmo as nos-
sas, necessitamos ds instrumentos, nomsadamsnle de verbos. Os ver-
bos perguntar, responder e pr¡ncipalmente dlzer sáo os mais frequen-
temente util¡zados, com a s€guinte sstrutura:

RESPONDEB QUE + FRASE: EIe respondeu que tinha comeqado a


trabalhar na arts com o¡to anos.
DIZER QUE + FRASE: El6 dbso que o pai dole €ra ole¡ro.
PERGUNTAR SE + FRASE; Els pergunlou se as torrés demoravam
mu¡to a lazer.

Quando as frases interrogativas come9am por quem, o que, que, qual, como,
quando, quanto, onde, porque, etc., a constru9áo com o verbo PERGUNTAR é a
sequinte:
+ QUEM
PERGUNTAR +O QUE
+ QUE, 6tc.
Exemplo: "- Mestre Zé Maria, que bonecos gosta mais de fazer?"
O jornalista perguntou ao Mestre Zé Maria que bonecos é qu€ elo gostava mais
de Íazet.

Os tempos verbals
Ao relatarmbs o discurso de alguém, devemos aplicar regras de con-
cordáncia dos tempos verbais. Assim,

Pretérilo perf eito simples


Pretérito Derf eito comDosto Mais-que-perfeito composto
Ma¡s{ue-perf eito composto
Futuro
Cond¡c¡onal
Condicional
ii Presente do conjunt¡vo
it futuro do conjuntivo lmperfe¡to do conjunt¡vo
lmpele¡to do conjunt¡vo
i lmperat¡vo

130
ü'.
Repare ainda nas transformagóes segu¡ntes:

DISCURSO INDIRECTO

Est6(s), Esta(s) Aquele(s), Aqueta(s)


lsto, lsso Aqu¡lo
Aqui AI¡, Lá

Hoje Naquele dia


Ontem No d¡a anlerior

Amanhá No d¡a seguinte

Além dos verbos DIZER; HESpONDER, PEFGUNTAR, existem outros verbos


que util¡zamos para felatar o dbcurso:

AFIFMAR
CONFIRMAR
ASSEGURAR
DECLARAR
REPETIR
ADVERTIR
PREVENIR
AVISAR
ALEFTAR
INDICAR
INFORMAR
ORDENAR
EXIGIR
AUTORIZAR
PERMITIR
CUMPRIMENTAR
INTERVIR
CRITICAR
CONTESTAR
ACUSAR
ACRESCENTAR, etc.

2. Complete o texto com os verbos adequados:

O entrev¡stador_ ao Mestre Zé Maria se as torres demora-


vam mu¡to a Íazer. Ele _ que levava um dia para fazer
duas. que comeqava as o¡to horas e acabava ao meio-
d¡a.
O entrevistador ihe a¡nda quais eram os bonecos que.
ma¡s gostava de fazer e ele que eram os que levavam
menos tempo. que t¡nha comegado a fazer os bone@s
que custavam menos.
3. Relate o que disse Mestre Zé Maria:

O meu pa¡ "poucos teÍenos me de¡xou ou nada, de¡xou-me aquilo


que tinha, mas deixou-me mais do qu€ se mo t¡vesse de¡xado d¡nhe¡ro,
porque de¡xou-me a arte dele...
Eu já lrabalho há c¡nquenta e tal anos! valia-me alguma co¡sa o di-
nheiro que me de¡xasse? Náo, valeu mais a arte dele."

4, Coloque as seguinies frases no discurso ¡ndirecto:

l. 'Mestre Zé Mar¡a, quais sáo as pegas que fabrica normalmente?"


2. "Mestre Zé Mar¡a, com que ¡dade é que se casou?"
3. "O senhor tem f¡lhos?"
4. "O que é qu€ o senhor fazia antes de ser ol6iro?"

PARA COMUNICAR

1 . Jogo de Simulaeáo
Dois alunos personif¡caráo, respect¡vamenle, mestre José Mar¡a e
um cliente, imaginando o diálogo que poderiam protagonizar
A dramat¡zagáo deve ser previamente preparada, por caoa um oos
aclores, admitindo-se que, após a representaQáo, outros "clientes"
possam ¡ntefpelar o mestfe ole¡ro.

2. Expressáo Escrita

O oleiro é a festa da gente,


e é a festa dos pássaros e do sol.
Por isso neo cabe entre paredes,
a sua memórla anda sempre fora.
O oleiro cohhece todos os países,
e ama as coisas novas que vé,
aprende a música das estaqóes
para os seus filhos de barro.
Quando vem a no¡te, va¡ com a no¡te
deitar-se numa cama, e adormece
pensando no sol, na gente e nos pássaros,
enquanlo as estrelas por cima dele
repetem o seu nome rintilante.

Fernando Assis Pacheco,


"Cuidar dos V¡vos"

lmitando o excerto poético transcrito, o aluno elaborará um pequeno poema


sobre a sua própria profissáo e a maneira como, poeticamente. a sente.

* r32
Uma das raras cantoras
uníversais do nosso tempo,
Amólia é a nossa maior estrela
de dimensdo intemac ional.

o nosso país sempre


existiram mulhe¡es
muito boniks. Estive-
mos a pensar qual a mulher
portuguesa que neste século
tivesse tido tanta beleza e ori-
ginalidade na sua imagem qt¡e
pudesse ser considerada urna
rainha de estilo. Náo falamos Ieza. Para apenas falar dos úl- se aqualidade e a grandeza de
nas que sáo modelos fotográ- timos anos, lembrámo-nos de uma mulher de dimensáo in-
ficos, pois procurávamos al- várias mulheres bonitas e com ternacional. Queríamos uma
guém que pa¡a além de boni- estilo. grande diva. Escolhemos a
ta tivesse desempenhado um Mas nós queíamos alguém Amália.
papel na sociedade que fosse que, independentemente de Uma mulher lindíssima e a
mais importante que a suabe- s9r bonita I portuguesa, tives- alma táo g¡ande como o mun-
do. Cantava o fado como nin-
guém ainda conseguiu cantar,
foi a única portuguesa que
conseguiu ser umaita¡ de pri-
meira grandeza a nível inter-
nacional. Náo só a sua voz,
como toda ela, despenou pai-
xóes e aplausos acalorados
por todo o mundo. Foi a pri-
meira a vestir-se de negro
para canta¡ o fado e a parti¡
daí é imitada por todas as fa-
distas, tal como também é
imitada na manei¡a como mu-
be inovar a forma de cantar.
Quando comegou em Ponu-
gal, conseguiu o mesmo en-
cantamento que mais tarde

133
havcri a de conseguir nos com ilimirado fcrvor. Tudo
EUA, no México, no Brasil ou sobre ela se quer saber. tudo
em Paris. Vítor Paváo dos sob¡e ela se diz e sc escreve!
Santos comeqa assim o livro todos os amo¡es lhe sáo atri-
Amália, Estranha Forma de buídos, sobre ela se tecendo
Vida: <Amália Rodrigues as histórias mais fantásticas e
canta há mais de 50 anos. desencontradas).
Canto que, de 1áo portugués, E nos EUA, co¡ltcgava as-
fez de Amália. desde há mui- slm uma crítica publicada cm
to, uma das rar¡s cantoras Outubro de 1952 na New
universais do nosso tempo. Yorquer, arnda hoje a mais
Canto que de 1áo r¡nive¡sal, prestigiada revista intelectu-
fez de Amália n¡o só a mu- al americana: <Há uma ¡apa
lher portuguesa mais célebre r¡ga poftuguesa no L4 vie en
e discutida deste sdculo, como Rore que, na minha
opiniáo,
a consagrou uma das taras é a mais impressionante das
person¡lidades verdadeira- cantoras estrangetr¡s que os
mente fundamentais da nossa nossos 4igftt cltb.r apresen-
cultura>. E mais adiante diz: ta¡am desde há muitos anos>.
"a rapariga pobre que, com o Dalida, a céleb¡e cantora
poder do seu canto, se tornai cgípc¡a que fez em Franga
da norte pa.a o dia, rica, 1a- uma carrelra excepcional, de-
¡nosa, dcsejada, dcspeÍtando clara em 1959: <<dcvo par¡e da
todas as paixóes. A sua volta minha carreira a Amália
gera-se uma cur¡os¡dade sem Rodrigues. pois foi com
uma
precedentes, sendo discutida, das suas cangóes que passei
criticada, copiadu, scguida na minha primeira audigáo>.

Muitas outras canto¡as de


fama internacional tenta¡am
obter éxito com as cangóes de
Amália, tentando captar o seu
estilo
exemplo,- inimjrável -
a grega Nana
po¡

Mouskouri. A grande intér-


prete do tango Susana Rinaldi
era anu nc ¡ad a como uma
<canto¡a no estilo de Amália
Ii.odrigues'.
Ao fim de tantos anos, por
cá também semprc se anunciou
''uma cantofa do génefo da
Amália", rnas nc¡hu¡rla ainda
lhe tirou o lugar.
in'Ellc"
PARA CoMPREENDER o VoGABULÁRIO
dimensáo - projecgáo; reconhecimento.

imagem conjunto de características de uma pessoa.


-
est¡lo mane¡ra espec¡al ou característ¡ca de ser.
-
grandeza
diva
- importáncia; valor.

deusa: cantora notável.


-
-
COnSagrOU tornou reconhecida.
-
da no¡te pafa o dia - mu¡to depressa; em pouco tempo.

sem precedentes - inéd¡ta; nunca vista.

fervor afecto; grande ¡nteresse; dedlcagáo


-
excepcional - extraord¡nár¡a.

captaf - imitar; reproduzir.

t¡rou o lugaf - subst¡tuiu.

PARA COMPREENDER A CULTURA

fado - vd. Égs. 13 e 73.

tango danQa de origem afr¡cana, levada talvez pelos es-


- - cravbs negro!, durante o século xvrlr. para a Amé-
rica Centrá|. De ritmo cadenciado e lánguido, foi'
de ¡nício, uma danqa de conjunto, em roda; ma¡s
tarde, surge na Argent¡na, no Uruguai e em Cuba
ass¡m¡lando outros ritmos e acabando por se tornar
uma danga de pares e muito popular na
Argent¡na. Dos cabarés de Buenos Aires'
o tanoo Dassou á Europa, cerca de 1915'
sob ó nome de tango argentino. O
tango, como ritmo e danqa, tem s¡do
ut¡l¡zado em algumas composigóes
musicais e alguns ba¡lados. Astor
Piazzolla, nas últ¡mas décadas, foi
o seu principal renovador.
PARA COMPREENDER O TEXTO
1. Como def¡ne o texto ,uma ra¡nha de est¡|o,,?

2. "Oueríamos uma g.ande d¡va. Escolhemos a Amália.,

2.f, Enumere as caraclerísticas atribuídas ¿ cantora.

2.2. Transcreva do teno as expressóes que correspondem


a cada um desses atrabutos.
3. Que factos comprovam a or¡g¡nal¡dade
da fad¡sta?
4. De que modo é caracterizado o canto de Amália
Rodrigues?
5. ". foi,-a única portuguesa que conseguru s€r uma sfar prime¡ra
de grandeza a niver intema-
c¡onal"-vFln¡¡v¡¡qY|q||vE¡

5.1. Indique quat é a ¡ntengáo do emprego


da palavra star em vez do vocábulo portugués
correspondente (estrela).

5. Refira pessoas e locais que testemunham


a celebr¡dade intemac¡onal da d¡va portuguesa.
7. Caracterize a v¡da de Amália antes
de se ier tomado lamosa.
8. "4o fim de rantos anos, oo,
se anunciou.uma cantora do género da
Amália', mas nenhuma alnda"r,"1:9T_.g1pre
lhe ttrou o tuga|..
8.1. Como poderá expl¡car-se o signif¡cado
das palavras subl¡nhadas?

PARA COMPREENDER A LíNGUA


l. Observe as seguintes frases:

' "Esliv€mos a pensarquara murher portuguesa que neste sécuro tves-


f!-tll¡_ j"nte oer"ra originatidade na s;a ir"b", ql" p"¿""""
" de est¡|o,,.
constderada uma rainha !",
.'Nós gueíamos alguém que,
independentemente d6 ser bonita e
ruguesa, üvesse a qualidade e grandeza oor_
a ¿" urn" ,rl¡"iJi-0i¡,í"""_
sáo ¡nternacional".

As form.as verbais destacadas (mals-que.perreito


coniuntivo) exprimem eventualidade, do con¡unt¡vo e imper'etto do
hipótese lretativamJnte';;p;".#;;:
o conluntivo serve para expr¡mir dúvrda, possib¡r¡dade,
¡ncerieza ou rrrear¡dade.
As c¡rcunstáncias mais usuais em que o MoDo coNJUNTrvo
,
do quadro segu¡nte:
é utirizado sáo as consranres

uso r..:Jr'¡j:. ....j. :EXE PLOS

. Há quem goste de fado.


. Havia quem gostasae d€ fado.
. Náo há quem cante táo bem o fado quanto
1. Depo¡s das expressóes:
. Haver quem... Amália Rodrigues.
. Náo haver quem... . Náo hav¡a quem canta$e teo bem o fado
. Náo haver n¡nguém que... quanto Amália Rodrigues.
. l¡áo há n¡nguém que náo goste de Amátia.
. Náo havla ninguém qus náo gostaase de
Amál¡a.

. Pedem-nos que enttevlslemos a Amál¡a.


. Pedham-nos que entrevlstáaserfios a
2. Depo¡s de verbos que exprimem Amál¡a.
vontade, sentimentos, deseio. De- . Tém-nos pedido qu€ enirsvlslemos
dido, dúvida. (querer, pedir,-de'se- a
Amál¡a.
lar, oroena( tamentar. etc.)
. T¡nham-nos pedldo que entr€vlstássemos
a Amália.

3. Depols de expressóes como:


. E melhor que entrevistem a Amál¡a.
SER+ADJECTIVO+QUE
. Era melhor que enircvlstassem aAmália.
ACHAR +ADJECTTVO + QUE

4. Depols de verbos que exprimem uma


oplniáo negatlva
. Náo penso que ha¡a quem canle melhor o
fado do que a Amál¡a.
(Náo achar que.../ Náo pensar . l{áo pensava que
que... / Náo crer que...) a Amália fosse táo farno€a.

. Talvez entrev¡stem a Amália.


5. Em frases comegadas por;
. Talvez entrevistassem a Amália.
Falvez
Embora .Mesmoque náo que¡ramos,lemos que en-
Por mais que trev¡star a Amália.
Mesmo que . Mesmo que náo quiségaemos, ínhamos
A¡nda que que entreüstar a Amál¡a.

. Se tivéssemos oportun¡dade, entrev¡stava-


6. Em trases cond¡cionais
mos a Amália-

1s7 I
2. COMPTETE AS FRASES COM AS FORMAS VERBAIS ADEOUADAS:

L O povo portugués gostava que Amália (ser) eterna.


2. Por mais oue mu¡tas cantoras (tenta0, nunca conseguiram
¡gualar Amália Rodr¡gues.
3. Se Dal¡da náo (escolher) uma das canQóes deAmália na sua
orimeira audiéncia. talvez náo (se0 hoje uma cantora célebre.
4. No espectáculo do Co¡iseu, no passado dia 17, o públ¡co lamentou que
Amália náo (cantar) o célebre fado "Povo que Lavas no Rio".
5. Se o públ¡co náo (aplaudir) ianto no fim do espectáculo, Amália
náo teria voliado ao oalco.
6. Talvez Amália _ (cantar) ma¡s se o público náo (parar)
de aolaudir.
7. Se Amália náo - (opta0 pelo fado como expressáo da sua
arte, talvez náo (ser) hoje conhec¡da ¡nternacionalmente. -
8. Se Amália náo (ex¡sti0, talvez náo (haver) qual-
quer inovagáo na forma de cantar o fado.
9. Se náo _ (ser) a sua voz, beleza e originalidade, Amália náo se
teria tornado r¡ca, famosa, desejada.

PARA COMUNICAR
Expressáo Escr¡la
Descreva uma mulher que, no país onde vocé vive, tenha ldesempenhado um
papel na sociedade, (...) mais importante que a sua beleza".

PARA SABER MAIS


O Gito Aaro l1s58l: Vagen aÍa'
Antónlo Vítor Ramos Rosa nasceu em 1924
em Faro (Algarve), onde viveu parte da sua ju-
Obras: Poesia
-
vés de Uma Nebulosa|1qñ); Voz ln¡cial\1 1\i gbrco
ventude. Transferido para Lisboa, trabalhou no Rosto da lena (1961); OcupaQao do Espago 11963);
comérc¡o, actividade que abandonou para se Tereat l196/\t Estou VMo e Escrevo So/ (1 966); A cons.
ded¡car ¡nte¡ramente á poesja. Explicador e tra- truQáo do CoAo (1969)t Nos seus olhos de Siléncio
dutor, co{¡rigiu as reüstas ?rvore' (1 95219l), (1 970); A Ped¡a Nua Prémio da Casa da lmprensa"
(,,
-
'Cassiope¡a' (1956) e "Cademos do Me¡o-d¡a 'l973lt Hoizüte lned¡ato {antolog¡a 1 974); Náo pos-
-
(1958-1960); fez crÍtica literária durante alguns
anos na "Seara Nova' e tem colaboracáo em
so Ad¡at o Cotqáo (vol.
mal O/har (vol. ll, idem
I M Obra Poetica
- 1974); Ani.
| 975\i Respinr a Sonbn Vim

'Coloquic/Letras", "O Tempo e o Modcf, "Diário (vol. lll, ¡dem


-
1975); CLlo do Cavalo (1975)t bca ln-
de Notícias", "O Comércio do Porto', "D¡ário de
-
cpnpletA 11977): A lna9en 09m; A Nuven Sobrc a
L¡sboa", "D¡ário Popula/', 'A Capital", 'lomal de Página l1978li As Marcas no Deseno (19781; CíNlo
Letras. Artes e ldeias". etc. Em 1971 recusou o Abeno 11979); O lncéndio dos Asp*tos (,,Prém¡o do
"Prémio Nac¡onal de Poesia' atribuÍdo Dela Se- Centro Portuguos da Associagáo Inlemacional dos Cíii-
cretaria de Estado da Informagáo e Turismo ao cls Llerários"; "Pémio Pen Club" - 198O); Dec,¡/es
seu livro de po€mas "Nos Seus Olhos de Silén- l1$oli Le Donane EEhanté (1980); Fragmedos: A
c¡o' e em 1976 recebeu, juntiamente com Luísa Fgura (198'f). Ensaio
- Poesi4 Libedade Liwe(lgd2li
Neto Jorge, o "Prém¡o de Tradugáo da Fun- A Poes¡a Modena e a lntenogagao do Real(2 wlunes
da9áo Hautvilliers" pela kaduQao da poesia de Líicas Pottuguesas l4.r sé'
- 1 979-1 9P,0). Antologia
-
1969) .Distr.o- Anlónio Ranos Rosa
PaulEluard. Poeta exemplarda moderna poesia
portuguesa, Ramos Bosa é o poeia da "experi-
rie, Portugália Ed.
-
éncia do deserto", daauséncra e do silénc¡o, uma
- Poesia Poñuguesa.
in "Pequeno Dioonáio
voz talvez única na ooesia coniemooránea. de Autores de Lrnqu¿ Portuguesa"

138
TRES POEMAS DE A. RAMOS ROSA
O Funcionário Cansado
A no¡te trocou-me os sonhos € as máos Náo posso ad¡ar o amor para outro século
dispersou-me os am¡gos náo posso
tenho o coraqáo confund¡do e a rua é €stre¡ta a¡nda que o grito sufoque na garganta
€stre¡ia em cada passo ajnda que o ód¡o estale e crep¡le e arda
as casas engolem-nos sob montanhas c¡nzentas
s|¡mtmo-nos e montanhas cinzentas
gSIOU num quarto só num quarto

com os sonhos trocados Náo posso adiar este abrago
com toda a v¡da ás avessas a arder num que é uma arma de do¡s gumes
lquarto só amor e ód¡o
Sou um funcionário apagado
um funcionário triste Náo posso adiar
a mlnha alma náo acompanha a minha máo arnda que a no¡te pese séculos sobre as
Débito e Créd¡to Déb¡to e Crédtto Icostas
a minha alma náo danga com os números ea auroa ¡ndecisa demore
lento escondé-la €nvergonhado náo posso adiar para outro século a minha
o chef€ apanhou-me com o olhar llrico na [vida
nem o meu amof
lga¡ola do quintal em frent€
e deb¡tou-me na minha conta ds €mpregaoo nem o meu grito de libsrlagáo
Sou um funcionário cansado dum dia
Náo posso ad¡ar o coragáo
lexemplar
Pofque náo me s¡nto orgulhoso de ter
[cumprido o meu dever? Y¡agem At@vés de IJma Nebutosa"
Porque me sinto irremediavelmento perd¡do
lno meu cansacg?
Soletro velhas palavras generosas A Pedra
Flor apariga am¡go menino
ifmáo b€üo namorada A pedra é bela, opaca,
más eslreh música. peso-a goslosamenle como um páo.
Sáo as palavras cruzadas do meu sonho E escura, ba9a, lerrosa, avermelhada.
paEwas sotenadas na prisáo da minha vida polvilhada d€ cinza.
¡sso todas as noites do mundo uma noite só Contemplo-a: é evidente, impenetrável.
comprida prec¡osa.
num quarto só
"V¡agem Através de IJma Nebulosa" "Ocupagáo (b Espap"

Amálla da piedade Rebordáo Rodrtguss sua estreia


como fad¡sia vedlicou-s€ em 1939.
nasceu em Lisboa, em 23.6.I920. pertencen_ Desde
1940 a sua voz tem-se feito ouvrr tam-
te a uma famíl¡a modesta e numerosa, come_ oem no
estrange¡ro, tendo actuado nas mais
9ou a lrabalhar aos 12 anos, tendo t¡do d¡ver- conce¡tuadas casas
de espectáculo de mús¡ca
sos empregos. Ígerra, com éxitos como jamais alcanoou ne-
Já em cfianga gostava de cantar as mais nhuma outra
cangonet¡sta portuguesa.
o¡versas cangóes, e anos mais tarde apregoa_
va as laranjas com uma voz límpida, sonora
e C. Maruel, in'Encjclopédja Luso-Brasile¡ra
de Cultura",
agradavet, que náo passou despercebida. A e Eduardo Srcena, "Lisboa, o Fado e os Fadislas,

139
..AMALIA LIVE
IN NEW YORK CITY''

T-l v 2 de Novembro de lq90.Amáliaen-


l-'i cantou mais uma vez o público; loi no
I-lfumoso Town Hall de New York, uma
,l¡r erlndes :ui¡. da Broadwa¡. Pude assis-
lir a este éxito de Alnália: pela primeira vez,
no mercado de vídeo, em venda directa, um
' iJeo-concerto de um artista portugués.
('om ju\tiqa ela é a primeira. a mais in-
-
ternacional das nossas artistas, há cinquen-
ta anos emociona geraEÓes de portugueses
e estrangeiros. A realizagáo do vídeo é de
Ilruno de Almeida, um jovem realizador por-
t[gués ¡esidente em Nova York. Produgáo
Arco Films e Valentim de Carvalho. Durante
60 minutos, Amália só para si. Prego de venda
.1500$00 nas lojas Valentim de Carvalho.
c.8.,
in "Marie Claire"

A Cerámica
Popular Portuguesa
Em Portugal, um pouco por loda a
parte (Barcelos, Estremoz, Mafra,
etc.), encontram-se barristas poptJlares
que testemunham uma notável destre-
za na modelacáo do barro e feoresentam uma
heranca cultural acumulada ao longo de ¡numeras
geraQóes. Saliente-se o vigor de alguns artistas genuí'
nos, como Rosa Ramalho (Barcelos), com os seus "Cristos",
"Gigantones" e "Ceia de Cristo" e ainda l\¡istério (Domingos
Gonealves Lima, também de Barcelos).

Calvet de Magalháes,
in "Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura"

141)
ANTOLOGIA

ARIQUEZA DUM POVO


A r¡queza dum povo é ludo
o que faz parte da sua vida.
E tudo o que te cerca.
É a paisagem que vés da tua ¡anela
E a casa pequen¡na da tua aldeia.
E o museu da c¡dade.
É a cantiga que ouves ao trabalhador,
é aquela que a tua máe cantava para te embalar.
É á fihrmón¡ca da tua terra nas tardes
ouentes de Veráo.
Sáo os trajos coloridos das mulheres
do campo ou do mar.
É o rancho que danga nos caminhos poe¡rentos'
É a caDel¡nha solitária no alto do monte.
É a catedral da grande cidade.
É o barro moldado Pela máo do oleiro,
a rede feita Pela máo do Pescador.
É o pregáo da varina que percore as ruas da cidade,
ou a voz serena do pastof chamando as ovelhas "
Sáo as h¡stór¡as cantadas, aos seróes de Inverno'
junto e lare¡ra.
É o jogo da malha no largo da alde¡a.
É o desenrolar da meada, é a lorga da v¡da!
¡n Ades e Tradi@es de Aveiro'

LISBOA, CAPITAL
EUROPEIA DA CULTURA
A semelhanqa de outras c¡- náo só aprox¡mar os Povos transformando-a em 1994
dades euroPe¡as Atenas' europeus, realgando os ele- numa montra da Cultura Por-
FlorenQa,
-
Amsterdáo, Berlim, menlos comuns da cultura tuguesa. Oueremos, Por outro
Paris, Glasgow, Dubl¡n, Madrid europe¡a, como contribu¡r Paralado, contribu¡r para melhorar
L¡sboa será a afirmaÉo e a divulgagáo da o cl¡ma de criagáo cultural, crl-
e Antuérpia -
Cap¡tal Europe¡a da Culiura no cultura do país e da cidade ar novos Dúblicos e recuperar
ano de 1994. A organizaÉo designada. 'No nosso caso", edifícios, espaqos Públ¡cos e
deste acontecimento foi ¡nsti- escreveu Vítor Constáncio' eouipamentos cultura¡s. APro-
tuída em 1985 Pelo Conselho responsável Pelo evento, 'va- gramagáo inclui Expos¡9óes,
dos M¡n¡stros da Comun¡dade mos apresentral e promover a Cinema, Teatro, Dan9a, Músi-
EuroDe¡a e tem Por obiectivo dimensáo cultural de L¡sboa' ca Clássica e Opera, An¡ma-

141
Qáo e Música Popular, Litera- cultura. Poderáo serv¡r para se manifestagóes de rua. Muitas
tura e Pensamento (Colóquios, aprender a fazer nós de mari- das iniciativas programadas
Edigóes), Intervenqáo Urbana. nheiro ou praticar tecelagem para L¡sboa 94, embora desti-
Falando de alguns projec-
.
ros, podemos comecar
ou usar computadores. nadas a adultos, poderáo ser
oela Mas há mais. Os Japone- visitadas pelas criangas, des-
Máqu¡na daArte. paraalém do ses váo trazer ao Museu do oe que acompanhadas, T€ráo,
l¡ndíssimo título, o que const¡- Teatro uma expos¡9áo de bo- sem dúv¡da, imenso ¡nteresse
tui esta in¡ciativa? Uma série necas mecánicas. Também expos¡góes como a que nos
do pegas de escultura que tém v'ndo do Japáo haverá um revelará As Prime¡ras Fotoora-
uma lungáo lúdica e de apren- conceno de percussáo e looos
drzagem. A Máquina da Arte é
fias de Portugat tiradas lor
de artifíc¡o trad¡cionais q]ue William Flower, no fim do sé-
um conv¡te á satisfagáo dos oconeráo na Tone de Belém. culo passado, a que nos mos-
sent¡dos face a uma obra de Noque respeita a danga, fo¡ trará a Lisboa Subterránea, ou
arte. Pode-se mexer, bíncar rntu¡to da comissáo organi-
com os materjais e as pecas. arnda a exibigáo de grandes
zadora de L¡sboa 94 retomar clássicos do c¡nema mudo @m
Este al¡ciante projecto ocoire-no Col¡seu o regresso de gran-
ra num espago ainda por deli_
acompanhamento de orques-
des companh¡as de ra¡z étni- tra. A programagáo de Lisboa
nrr onde seráo apresentadas ca. O
destaque vai para uma 94 é, de facto, muitíss¡mo pro-
algumas pegas de escultura companh¡a
que já figuraram em Glasgow
de danea da m¡ssora. Só havorá um peque.
Geórgia. De sal¡entar a¡nda a no senáo. O que iremos nós
e ouras encomendadas a ar- apresentagáo
de escolas por_ escolher, no meio de tantas e
tistas portugueses. para além ruguesas
e europe¡as de dan- táo aliciantes horas para ver e
da exposigáo haverá "work_
9a que ocorrerá no Teatro S. aprender?
shops" que trabalharáo vari_ Luts.
adÍssimas temát¡cas e náo se Ana Paula C,osta,
Para além destas activida_ ¡n 'Guia de pais e Educadores',
restr¡ng¡ráo d pintura ou á es-
des, haverá ainda inúmeras e LLT, in.Máxima"
142
PORTUGAL, PORTUGAL,
PORTUGAL!
Nas Antas "alfacinhas" e vens corriam de ¡os¿os pintados com as cores
"trioeiros" hibernaram. A CEE lusas para adquirirem o bilhete com o descon-
entrou em banho-maria. A apoiar to do "cartáojovem". E, como sáo os gaiatos a
a "equipa de todos nós" jogar, até eu "bim ber a bola" com o meu ho-
¡nem em vez de frca¡ a fazer malha no carro",
"estiberam" miúdos e graúdos. E assevera uma habitante há qua¡enta anos
até as senhoras deixaram de fazer -
da zona do "Bulhón". Bem, aquilo era gon-
-
tricot para apoiarem os gaiatos. te de todas as idades, sem discriminagáo sexu-
al, que se preparava para ve! o embate entre
a verdade a vontade de ir ver os putos a os "fintarolas" 9 os outros, aquelas equipas que
bater na bola náo era muit¿, até po¡que a se¡eo as vítimas dos pupilos do tio Carlos
televisáo fez o favor de trazer ojogo para Qu€i¡ós e seus airlhados. Os apoiantes daequi-
o pequeno ecrá. Enfim, mas ordens sáo or- pa irlandesa eram, obviamente, as vítimas.
dens... De qualquer fo¡ma, no hm, o repórter Nem era preciso saber falaringles. O gesto era
de servigo até gritou: "Forga, forga, para a fren- tudo, Os adeptos nacionais divulgavam em ri-
te Portugal". Mas comecemos pelo princípio. goroso exclusivo e com antecipagáo o resulta-
Apanhámos o 'Alfa" até ao Porto.Táxi até do: seguros erampelo menos tlcs secos a zefo.
ao estádio das Antas. Logo no comego da cor- E os desgraqados dos adeptos coreanos, que
rida o profissional enca¡tado nos avi- nada tinham a ver com aquilo, eram os bombos
- -
sou: "Bocés báo" ás Antas? E sáo de Lisboa? da festa. Cada vez que se preparavam para ti-
Olhem, entáo digam lá em baixo que nós Dáo rar o retrato deparavam inva avelmente com
somos tapados. Náo papamos histórias. Julgam dezenas de putos por trás; a finalidade era ób-
que nos enganam com o jogo de abefu¡a do via: sobrepor ao chapéu ou á bandei¡a coreana
Mundial. mas finais ouantas "hoube" no Pó¡- a bandeira lusa "Para que eles fiquem a sa-
to? É por isso que náó "bou ber ojogo". Avi-
-
ber onde fica Ponugal. Sim, que nestas coisas
sados estiávamos. Mas logo na praEa Velasquez da bola náo há nada para ninguém. E a CEE
agora Francisco Sá Cameiro aba¡dooá- que se lixel Que mandem os dinheiros que a
- -
vamos o táxi e víamos que o taxista era a ex- gente ensina-lhes a tratar com carinho a meni-
cepgeo. E que já náo se andava. A multidáo na".
era talta como em dia de jogo gfa¡¡de, Aque- Pa¡a apoia¡ a selecgáo esqueceram os clu-
les de graúdos pagos a peso de ouro. No café bes ou as lutas entre o Benñca e o F.C. Porto.
Velasquez, enquanto tomávamos os aditivos A fronteira entre os "and¡ades" e os
para o prélio eotre a nossa selecgáo e os "marroquinos" foi esquecida. As guerras do
calmeiróes da lrla.nda, víamos qug todos os Norle/Sul e as bandeiras dos clubes ficaram
caminhos iam dar ao esládio das Antas. em casa. Passou a existir. somenle, uma equi-
Lugar para as camionetas das Cáma¡as Mu- pa: a SelecQáo Nacional. Para ver ojogo con-
nicipais largarem os petizes que iam verojogo tra os Irlandeses valiam todas as art¡manhas.
dos mais velhos já neo havia. Magotes de jo- Até comegar a chamar aospolícias que faziam

143
-T-

a seguranga do estádio
quigá -..guardaAbel"
¡ espe¡a que assim vissem at; por_
-las do errádio franqueada\. Desde que o dr
bltro deu início ao encontro que apenas sc
ouviu um nome: Portugal. ..Cara¡¡ba, temos
quc pu\ar pela rapazj:rda par¡ ver:e conll_
nuamos a flcar com o caneco (a Taga de
Campeóes do Mundo)".
Estádio cheio, enquanto o jogo decor-
ria os comentários de espanto aumenta-
vam entre os iniciados nestas coisas da
bola entre miúdos. "Afinal jogam úo bem
ou melhor que os oulros. Correm e váo á
bola com gana. Se calhar é porque ainda
náo Sanham balúrdios. Oxalá náo sc cs_
tragueml Ou aquela senhora de aspecto
bem nurrido, que gritava . palabróes.'
qua¡rdo um corpulento i¡landés deu unra
"sarralada" no Joáo Pinto. Na rribuna
dos
Ii7rs vibrava toda a gente. qL¡cr soubessem
as rcgras e artes de bem ponlapear a bola,
quer n¡o. Altos dignitários do Estado cs_
que( rrm a\ objectivJs ths nrlquinls loto-
grartcas e roÍam as unhas, coqavam o bi_
gode. ou fumava¡n cigarro alrás de cigar_
Io. Car¿mba. o dolo uunca nlai:i apareclal
Mi!\ ¡os l7 nrinutos
'''..'l\rti,, Juü,' Prnt¡, da prirneira partc o
rn¡rjL, ,, ¡rr rcirr,.
.q r,.n\,,n n¡, rclbad,, L. :rdjilrrrrrr... rlrrnr-

144
nu¡u. comentava um radialista local. Bem ovasáo * recÍp¡oca entre o público e os
depois. na segunda parte, o Capucho arran- - o
jogadores. Como diria já consagrado
cou lá de trás, zarpou por ali adiante e mar- comentador "desportibo" José Estevcs: "Esta-
cou um golo me¡ecedor de usar chapéu. Era beleceu-se a verdadeira diálise entre os ants-
a eulbria nas bancadas, para náo usar a lin- tas e o público".
guagem técnica do radialista local. E quan- Rendidos e convencidos apanhámos o com-
do um dos pupilos de Carlos Queirós falhou boio de volta para Lisboa... em Campanhá. E
rm penalty (náo interessa o nome) a marra nem apanhámos com pedras e afins. usua is em
continuou de pé a bater palmas como se ti- dia de Porto/Benfica, como forma de despedi-
vesse sido golo. Confessamos: nunca tínha- da dos "morcóes" para o "moirame".
mos visto tal.
Bem, depois de terminado o prélio, foi a Paulo Fonre\ da Veigá, in 'Sabado'

PARA COMPREENDER O VOCABULARIO


"alfacinhas" alcunha dos hab¡tantes de Lisboa; l¡sboetas.
-
'tf¡peifos" epíteto dado aos naturais do Porto; portuenses.
-
hibernaram entraram em sono protundo, á semelhanga dos an¡mais que passam o Inver-
-
no 6m hibemaÉo; neste texto, significando que "alfacinhas" e "tripeiros' esqueceram
as rivalidades trad¡c¡ona¡s.
banho-maf¡a no contexto em que é ut¡l¡zada, esta expressáo s¡gnif¡ca que as animadas
-
d¡scussóes sobre a CEE, tema muito actual na época (1991), perderam o ¡nteresse
dev¡do á real¡zagáo em Portugal do Campeonato Mundial de Fulebol de Sub-21, pois
a equ¡pa portuguesa era a lavorita,
a "equipa de todos nós'- a Selecgáo Nacional.
'estibefam'- estiveram (pretende-se, com a transcrigáo do b em lugardo v, imitara mane¡-
ra de falar dos Portuenses; ao longo do texto aparecem outras palavras grafadas
inconeclamente pela mesma razáo).
gfaúdos pessoas crescidas; adullos.
-
putos criangas; m¡údos.
-
bater na bola jogar
-
p€queno ecrá receptor de televisáo; televisor.
-
corr¡da (de táxi) percurso de um táx¡ entre do¡s pontos.
-
tapados parvos; ingénuos.
-
náo papamos histórias náo nos de¡xamos enganar
-
¡ogo grande jogo ¡mportante.
-
a peSO de OUrO mu¡to caro.
-
aditivos refeigáo complementar,
-
prél¡o compet¡Qáo desport¡va; combate.
-
calmeifóes - ¡ndivíduos muito altos
magotes grupos; mult¡dóes.
-
145
lusas - lusitanas ou portuguesas.
gaiatos
- rapazes.
"Bulhón" Bulháo ou Bolháo (um dos mercados da c¡dade do porto). pretende"se, uma vez
-
mais, ¡mitar o sotaque dos .tr¡p€iros'.

Tintarolas" jogadores bons, que fazem fintas (simulagóes para enganar o adversário).
-
pupilos protegidos.
-
t¡o neste contexto náo exprime grau de parentesco, antes designa o tre¡nador da selec9áo
- portuguesa, e é empregue, ¡gualmente, com uma conotaÉo afect¡va.
afilhados joqadores (com a mesma carga afectiva do vocábulo anterior).
-
SeCOS golos.
-
os bombos da festa aquetes que sofrem.
-
tirar o rellato fotograf ar.
-
náo há nada para n¡nguém é assim mesmo; náo há contemplagóes.
-
que se l¡xe! locugáo que traduz desprezo ou falta de interesse.
"menina"
-
aqu¡lo que se estima muito, no caso a SelecAáo Nacional, Costuma utit¡zar-se a
-
expressáo'menina dos olhos" para designarabu¿m porquem se tem grandeaprego
ou se ama mu¡to.
''andrades" alcunha dos habitantes do Norte do pais.
-
"marfoquinos" epfteto para des¡gnar os portugueses do Sul.
-
art¡manhas astúcias; espertezas.
quigá talvez.
-
-
franqueadas
- ¡ivres; desimped¡das.
Cafambal interjeigáo de surpresa.
-
puxaf estimular; apoiar.
-
gana vontade; desejo de vencer
-
balúrdíos
- muito d¡nhe¡ro.
nulrido gordo; robusto.
-
Cofpulento que tem um grande corpo;
-
"Safratada".-
calmeiráo.
vocábulo de origem m¡nhota, mu¡to utilizado no Brasil e em portugal para
designar agressáo a um adversário durante um jogo.
vibrava
- entus¡asmava-se; exc¡tava-se.
radialista repórter da rád¡o.
-
affanCOU p6s-se em movimento; correu.
-
zarpou saiu de súbito; part¡u ¡mpetuosamente de um lugar
-
de usar o chapéu
- assombroso; de alta quat¡dade (costuma dizer-se: ,de t¡rar o chaDéu,,).
díálise aqui, no sentido de empatia, comun¡cagáo.
-
"morcóes" a¡cunha dos ponugueses do Norte.
"mo¡fame"
-
colectivo que designa os hab¡tanles do Sul do país; o mesmo que .motros,,.
-
t46
,--T

PARA COMPREENDER A CULTURA


Antas - estádio do Futebol Clube do Porto.
"Alfa"
- o mais moderno e conforlável dos comboios rápidos que l¡gam Porto e L¡sboa.
CartáO JOVem
- cartáo que permite ao util¡zador ter direito a descontos em inúmeras lojas
e serv¡gos.

José Esteves personagem protagon¡zada pelo popular cómico Herman José. Esteves é
-
um comentador desport¡vo oue fala e moda do Porto.

Campanhá nome de lreguesia da cidade do Porto e também da mais ¡mportante estagáo


-
feroviár¡a daquela c¡dade.

PARA COMPREENDER O TEXTO


1, Aponte o estado de espírito do "repórter de serviqo':
1.1. antes...
'1.2. ...e depois do jogo.

2. As trad¡cionais rival¡dades Norte/Sul foram esquecidas.


2,1. Diga porqué.
2,2. De que modo se man¡lestam hab¡tualmente?
3. Como fo¡ apo¡ada a equ¡pa portuguesa...
3.1. ...pelos m¡údos?
3.2. ...p6los graúdos?

3.3. ...pelas senhoras?


4.
4.1. Transcreva do texto expressóes que ¡ndiquem, por parte dos apoianles da Seleccáo
Nac¡onalr

4.1.1. entus¡asmo;

4.1.2. emoqao;
4.1.3. encorajamento;
4.1.4. ansiedade.

4.2. Que passagens da reportagem ind¡cam:

4.2,1. a ¡mportánc¡a do jogo?


4.22. o favorfismo da 'equ¡pa de todos nós'?
c.
5,1. Refira as palavras que traduzem o sotaque portuense.
5.2. Escreva as lormas correspondentes gratadas correctamente.

147{r
PaRA COMPREENDER a LINGUA
1. Observe as seguintes frases:
. .fodos os cam¡nhos ¡am dar ao estádio das Antas, lugar para as cam¡onetas das
Cámaras Municipais largarcm os petizes que iam ver o jogo dos mais velhos."
. "Magotes de jovens corr¡am de rostos p¡ntados com as cores lusas para adqulrl-
rem o bilhete com o desconto do "cartáo jovem."

As formas dos verbos destacados estáo no Infinitivo Pessoal (ou tlex¡onado)


Na língua portuguesa flexiona-se, geralmente, o Infinitivo nos segu¡ntes casos:

Depois ds: -
O facto de... O facto de hsm apoiar a equ¡pa nac¡onal, fez
O dosejo d€... com que miúdos e graúdos se doslocass€m ao
A poss¡bil¡dade de... estádio das Antas.
A necess¡dade de...
A obrigaÉo de...

Na expressáo de tinal¡dade, depois de:


Para...
A fim de...
As senhoras de¡xaram de faz€rütbot para apol-
Com o fim de... arem os ga¡atos.
Com a f¡nal¡dade de...
No sentido de...

Na expressáo d€ tempo, depois de:


Antes de-..
Depo¡s de... No momento de os jogadores enlratem no cam.
Após... po, a multidáo €ncontrava-se de pé.
40.,.
No momento de...

Na expressáo d€ causa, depo¡s de:


Por...
Por causa de... Devido ao tac-to ds transmltirem o iogo p€la
Devido a,,, telovisáo. muitos náo se deslocaram ao Porto.
Devido ao facto de...
Dado...

Na erpressáo de concessáo, depois d€:


Aoesar de... Apesar de transm¡tlrem o jogo pela t€levisáo,
Náo obstante... mu¡tos loram os que se deslocaram ás Antas,

Em lrases consecut¡vas in¡ciadas oor: O tránsito estava completamente cong€stiona-


Daf... do, daí lermos ido a pé até ao estád¡o.
Em expressóes como:
SER +ADJECTIVO + VERBO
(E + hab¡tual+ Inf¡nilivo...) Como o tfáns¡to elava congestionado, o taxista
ACHAR + ADJECTIVO + VERBO achou que era melhor lrmoa a fÉ alé ao estádio.
(Acho + necesúio + lnfinit¡vo...)

Fl r48
Note Bem:
1. Ouando o suie¡to da frase ¡nfin¡t¡va é d¡ferenle do sujeilo da trase
subo¡d¡nante usa-se o intinitivo flex¡onado (ou pessoal):
A RTP poss¡bilitou aos portugues€s verem o jogo em d¡recto.,,

2. Ouando o su¡e¡lo é o mesmo na frase subord¡nanle e na frase inriniliva náo


se flexlona o ¡nf¡nit¡vo:
A multidáo tentou invad¡r o campo no lim dojogo.

3. Sempre que o su¡eito está expresso nas frases comegadas pelas expressóés
reierldas no quadro da página anterlor é obrlgatório usar o ¡niinlüvo flexionado:
No momento de os jogadores enlrarem no campo, a mult¡dáo
sncontrava-sa de oé.

4. Quando o sulelto da frase subordlnante é o mesmo das frases


comegaoas
pelas expressóes referidas no quadro da página anter¡or pode
usar_se o
¡nf¡nltlvo flexionado ou náo flexionedo:
Mu¡tos jovens atropelavam_se na compra dos b¡lhetgs Dara os
adqulrir/adqulrlrem com o desconto do .caruio ioveml.

As senhoras d€ixaram de fazer tricot para apoiarem/apoiar


os gatatos.
5. Usa-se o inflnl vo flexlonado quando, na 3! pessoa do plural, se ¡nd¡ca
um sule¡to indete¡m¡nado:
Devido ao facto de lransm¡t¡rem ojogo pela telev¡sáo, muitos
náo se
d€slocaram ao porto.

6. Quando nos referimos a um su¡eito náo exptesso, qug se quer


dar a conhe_
cer p6la ftexáo verbat, usa-se o inflnitivo fiexlooi¿'o:
Como o transito estava @ngesüonado, o tax¡sta achou que era
melhor
lrmos a pé até ao estádio.

2. Complete as frases colocando os verbos na forma adequada:

1. E hab¡tual muitas pessoas _ (deslocar-se) ao estádio das Antas pafa


.- (ass¡stir) a iogos de futebol.

2. Depo¡s de nós . _ (tomar) os adit¡vos para o prélio entre a nossa ss€c-


qao e os catms¡róes, d¡rigimo_nos ao €stád¡o.

3. Mesmo antes do iogo


, (come9a4, iá os adeptos naciona¡s divulga-
vam €m r¡goroso €xclusivo e com antec¡pagáo o resullado.

4. Quandoos Coreanos se preparavam para


oe puros cobcavam_se por lrás a f¡m de
=-- (tirao fotograf¡as, dezenas
_ piá-de.s'
bande¡ra c$reana a bandoira tusa. tsto ruoo
(sobrepor) ao
' ' - chaDéu ou á
irc"iiá
onde era Portugal. ""¡",
r4e c
5. Os Portugueses esqueceram os clubes ou as lutas entre o Benf¡ca e o F.C. do
Porto com a f¡nalidade de (apoiar) a Selecaáo Nacional.

6. Depois de os jogadores (sa¡r) do campo, a mult¡dáo comegou a


dispersar.

3. Transforme as frases de acordo com o modelo:

É provável que os lrlandeses ganhem o jogo.


Os Portugueses preocupam-se com ¡sso.

Os Portuguoses preocupam-se com a probab¡lidads ds


os lrlandeses ganharem o jogo.

1. Era necessár¡o que os Portugueses ganhassem.


lsso levou 'alfac¡nhas" e "tripeiros" a unirem-se.

2. Era ¡mpossível estacionar perto do estádio.


Devido a ¡sso muitos se deslocaram a pé até lá.

3. Era possível que transmitissem o jogo em directo.


Devido a ¡sso mu¡tos adeotos do fulebol licaram em casa.

PARA COMUNICAR
1. Aplicagáo Escrita
O textoque acabou de estudaré uma reportagem notícia mulio desenvolv¡-
da, com apreclagóes pessoais -
do lornal¡sta que a elaborou,
Recorrendo a uma notÍcia dos jornais, red¡ja uma reportagem desse aconteci-
mento ¡maginando. obviamente. que vocé o presenciou.

2. Jogo de Simulagáo

Do¡s am¡gos en-


contram-se. Um deles
ass¡stiu aojogo Portu-
gal-lrlanda (¡ntegrado
no Campeonato Mun-
dial de Futebol de
Sub-21), mas o outro,
por razóes prof¡ss¡o-
nais, náo póde ir ás
Antas, e pede ao am¡-
go para lhe contar a
forma como sentiu
aquele desaf¡o.

.:. 150
A TELENOVELA
E a hora da tclenovela. A família rcúne-sc
,li¡nte do televisor. ávida das cena. dos epi-
sódios que vai scguir sem perder pitada. Aca-
bilram ¡. brincadeirir" e o hJrulho Jir. criun-
S¡s. As tare[a\ domesttcas cessaram. Ntnguem
conversa. E até as ruas parecem mais silenci
osas. Vozes, só as dos actores, que os teles-
pectadores escutam rel¡giosamente, com os
olhos prcgados ¡o pequeno ecrá.
De nada adiantam os remoques profissio-
na¡s dos crrlico! de televisáo porque a maio-
ria dos espectadores faz ouvidos de merca-
dor. Quem gosta de perder as reacgóes tem-
pestuosas da Sr.'X. má como as cobras, ou o
cínico do S. X que náo se cansa de comer as
papas na cabega de quem pode, ou a chata da
D. Z, inabalavelmente ingénua e insupo¡ta-
velmente boazinha? E depois há o bónus de
poder apreciar-se as actrizes que sáo um es-
panto or¡ ir dando uma espreitadela sem
cerimónias pelo interior das casas das per-
sonagens, ¿ p¡ocu¡a dos seus segredos ínti-
mos ou de ideias para o telespectador deco-
rar o seu próprio lar.
Se náo fosse a telenovela, como poderi-
am as colegas de emprego. no dia segu¡nte.
dizer mal das pernas das outras - as coi-
tadas das personagens femininas que sáo
inva avelmente rivais das telespectadoras?
Se náo fosse a telenovela, quantos e inte-
ressanles motivos de conversa se perderi-
am... E nem seque¡ se poderia ouvir o es-
tafado e consensual comentá¡io: "Estes
brasileiros sáo muito bons actores!"
Añnal, que faz durante aqueles trinta
ou quarenta minutos de emisseo
televisiva a minoria refractária á febre
telcnovelesca? Serd que, como alirma
convictamente um telespectador anóni-
mo, "há dois tipos de pessoas, as que
véem a telenovela e as que dizem que
náo a véem"?

F. P. A.

r51 :r
PARA COMPREENDER O VOCABULÁRIO
ávida que oese¡a ans¡osamente.
-
sem pefdel pitada sem p€rder nennum pormenor.
-
pregados
- fixados.
femoques que contém uma censura (análise crít¡ca; juízo negativo) ou um
- op¡nióes
conceito malicioso.

faz ouvldos de mercador f¡nge que náo ouve.


-
tempestuosas v¡olentas; ag¡tadas.
-
Comer aS papas na Cabega enganar com palavras agradáve¡s.
-
chata
- magadora.
bónus priülég¡o adic¡onat.
-
rivais concorrentes; compelidoras.
-
eslafado
- cansat¡vo.
COnSenSual
- que corresponde á op¡n¡áo generatizada.
refractár¡a reb€lde; esqu¡va.
-

PARA COMPREENDER A CULTURA


telenovela f¡ccionalnarrada em vár¡os episódios e emitida diariamente pela televi-
-h¡stória
sáo. As telenovelas brasileirassáo particularmente populares em portugal, e o
Bras¡l é o primeiro produtor mund¡al d€ste género de programas.

PARA COMPREENDER O TEXTO


1. A telenovela é um dos lazeres habjtuais de inúmeras famíljas portuguesas.

1,f . Que acontece, a €ssa hora, em grande parte dos lares?

f.2. Como se justificam ta¡s at¡tudes?


2.
2.1. Segundo o texto, que véem os telespectadores durante a em¡ssáo da telenovela?

2.2, A descrigáo do enredo desse programa e das reacgóes das pessoas que o observam
obedece a uma inteneáo crítica do narraoor.

2.2.f. Que aspectos Dretende ele censurar?


2.2.2. Transcreva do texto expressóes comprovativas da resposta anterior

't52
*
PARA COMUNICAR

rd.'ts FETRA DE tt,Árc(


ESPECT dtUB

1. Trabalho de Pares in 'Nova Genle"

Após análise cuidadosa da programagáo de trés canais de telev¡sáo portugue_


ses para o d¡a 17110/92, os alunos, agrupados em pares, deveráo:
1q ¡nd¡car os programas por que optariam, justif¡cando essa escolha;
20 propór (sem esquecer a ind¡ca9áo horária) temas e rubricas que po_
deriam constituir a programagáo, para esse mesmo dia, de outó canal
telev¡sivo-

O professor, antes do iníc¡o destas tarefas, deve prestar


esclafecimentos sobre a natureza dos d¡ferentes programas.
2. Jogo
Ainda com base no documento fomecido em 1., organizar_se-á um jogo
suJetto
ás seguintes orientagóes:
Escolhe-se duas equipas de trés etementos (o ne de jogadores de cada equ¡pa
pode, no entanto, variar). porsorteio. obtém_se as atribuj¡ó;s
de cada uma qetas, a
saber: uma equipa (A) fonece elementos que perm¡b; que a outra
equ¡pa (B)
identifique um programa previamente escolhido pelos elementos da primerra
equrpa
(A). Os elsmentos informativos sáo patavras, e só pode
ser usa¿á uma em caoa
jogada (¡sto é, cada tentat¡va, fe¡ta pela equ¡pa B, para identif¡car programa
o esco-
lh¡do pelo grupo adversár¡o).
Cada jogada vale 2 pontos e o número de tentativas é l¡mitado a
um maxtmo de
5. Após o desempenho da equipa B, as tarefas mudam e é a vez
de a equtpa A
tentar adiv¡nha¡ o programa entretanto escolhido pelo outro grupo.
Ganha a equtpa
que, no final, totalizar menos Donros.

156
4, Faga correspond-er a cada expressáo idiomát¡ca (coluna da esquerda)
o seu sentido adequado (coluna da direita):

155
2. Relacione o sentido das expressóes idiomáticas do quadro
segu¡nte com os substantivos da coluna da d¡reita:

Pessoa qu€ náo gostra de gastar dinheiro

Mulher que enfrenta qualquer situagáo


Ser uma mulher de armas
sem medos nem receios

Ser/apanhar Coisa/s¡tua9ác'/pessoa que desilude


um balde de água fria

Ser am¡go da onga/de Peniche Pessoa que náo merece confian9a

Diz-se de duas pessoas que se enten-


Ser unha com came
dem mu¡to bem

Ser um zero á esquerda/ Pessoa que náo sabe fazer nada, que é
uma cabeqa de alho-chocho pouco ¡nteligente, d¡straída

Pessoa qu6 paga por crimes ou faltas que


Ser o bode expiatór¡o náo cometeu (serv€ para justlicar as fal-
tas dos outtos)

3. Preencha a coluna da direita com os substantivos coffespondentes ao


sent¡do das expressóes do seguinte quadro:

Pessoa que náo gosta de conv¡ver


Ser um b¡cho do mato
com os oulros

Pessoa que é a responsáve¡ máx¡ma


Ser o testa de ferro
por qualquer co¡sa

Ser a árvore das Datacas/ Situagáo, negócio que rende muito


a oalinha dos ovos de ouro dinhe¡ro e de lorma fác¡l

Ser o calcanhar de Aquiles O ponto lraco de alguém

Pessoa complicada ou s¡lua9áo difícrl


Ser um bicho de sete cabeqas
de resolver

Ser um pau mandado/pau para Pessoa que laz ludo o que lhe mandam
toda a colherhau para toda a sem protestar
obra

Ser um máos largas,/rotas Pessoa que gasta ou dá mu¡to d¡nhe¡ro

154
3.
3.1. Indique onde reside o cómico da expressáo "há do¡s tipos de pessoas, as que
véem a
telenovela e as que dizem que náo a véem

3.2. Transcreva do texto uma expressáo com carácter ¡rónico (a ¡ronia exprime o contrário
do
que as palavras sign¡ficam).

4- Explicite o s¡gnificado dos termos sublinhados:

a. "Vozes, só as dos actores, que os telespectadores escutam religiosamente, com os


olhos pregados no pequeno ecrá".

b. "Ouem gosta de perder as reacgóes tempealuosaa da Sr.¡ X, má como as cobras


(...) ou a chata da D. Z, inabalavelmente ¡ngénua e ¡nsuportavelmente boazinha?"

c. "AJ¡nal, que faz durante aqueles trinta ou quarenta m¡nutos de em¡ssáo telev¡s¡va a
mlnorla rctraciárla á febr€ telenovslssca ?',

PARA COMPREENDER A LÍNGUA


l. Observe as frases segu¡ntes:
. A famllia reúne-se d¡ante do televiso( ávida das cenas
dos eo¡sódios
que va¡ seguir sém perder pltada.
. Quem gosta de perder as reacgóes tempestuosas da Srs X, má
como
as cobras, ou o cín¡co do Sr. y que náo se cansa de comer as papas
na cab€ga de quem pode...?
. De nada ad¡antam os remoqu€s prof¡ssiona¡s dos crít¡cos de televisáo.
porque a ma¡oria dos espectadores taz ouvldos de marcador,

.Os elementos que formam as expressóes perderam o seu valor individual,


aoqutnndo um novo valor global

Nestas estruturas as palavras náo podem, g€Elmente, ser subsütufdas por outras,
dado que e3ie tipo de expressóes (ldiomáücas) adquirlu um sen do $p€cífico dentro da
língua.

Náo perder p¡tada de alguma coisa Aprgend€r alguma coisa ao porm€nor;


ouv¡r atentamente

Ser málmau como as cobras Ter mau carácter

Comsr as papas m cabega de alguém Enganar alguém

Fazer ouvidos de mercador Náo dar importánc¡a ao assunto;


f¡ngir que náo se ouv€

153flI
AS FERIAS DOS PORTUGUESES
hegamos i época das férias e, de novo,
se comegam a desenhar planos, a com-
binar saídas, a imagina¡ o melhor sítio
e a melho¡ companhia para aproveita¡ totalmenúe
o merecido tempo de descanso.
O mCs de Agosto é o que acolhe a grande
maioria das pessoas que, das mais diversas ma-
nei¡as e com os mais imprevistos destinos, dei-
xam a casa, os hábitos e as roupagens de traba-
lho para se enregarem á alegria de um tempo
menos marcado por regras e deveres.
Segundo uma sonsagem do jomal <Riblico)
de 2l de Maio deste ano, dirigida a uma amos-
tra de 30O Portugueses, eis o ¡etrato d¿ situa-
geo, toüando como ponto de referencia as duas
grandes áreas u¡bams de Lisboa e do Porto:
Como se pode verificar, a grande maioria dos
Portugueses náo sairá para o esüaflgeiro, du-
ra¡le estas férias. Sendo uma percentagem pra-
ticamente insignificante em relagáo aos 40O
milhdes de cidadáos de outros países que saem
das ftonteiras, isso náo significa, no entanto, que
náo haja uma procua cad¿ vez maior de desti-
nos diferentes.
Se nos anos 70, Tonemolinos, Marbella,
Ibiza ou l,ond¡es eram os destinos de preferén-
cia, na década de 8Q Manocos, Roménia, Aus-
tri4 Sulg4 Caralbas ou Tailándia passaram a ser
allernativas mais procuradas. Pa¡a os anos 90, nários e confofos apetecíveis mas cujo prEgo
as tendéncias tém apoDtado para locais que, rrem sempre se compadece com as bolsas es-
embora distantes, respondem ¡s neaessidades de treitas de tantos vera¡reantes, eis alguns exem-
descanso e tranquilidade aliadas a uma nature- plos de opgóes posslveis:
z¿ rica e compensador4 cono as ilhas Fidji, a
Irlanda ou a Costa Rica. CAMPISMO
Mas para além da praia qüe ainda é, apesa!
de tudo. o local mais procurado em férias. no- Sendo uma actividade de naturez¿ despofiva
vas atitudes parecem estar a implanta¡-se no e educativa, é uma das formas de ocupagáo do
desejo e no gosto das pessoas que, por raz6es tempo livre que mais pessoas serye, tanto em
de vária ordem, passam fé¡ias no País. Vários férias como em fiDs-dc-semana e que mais at¡a-
tipos de ofertas turfEticas se oferecenr,, hoje, a ente é para os grupos de meno¡ poder de com-
quem procura fugir ! rotina, ao Jt¡erJ e ¿s preo- pra. O campismo tem hoje um crescimgnto vi-
cupagóes do quotidiano. sível e alirma-se como fofe apelo ¡ prática de
Para lá da oferta hoteleira e da vasta rede de modalidades ao ar livre. As infm-estruturas e a
pousadas que, ao ¡ongo do Pafs, ofer€cem ce- procura muito superior ¿ ofena sáo alguns dos

157 il
problemas que enfrenta. Cáo, através da criagAo de linhas de crédito
A obediéncia ás normas definidas pela Fe- bonificadas.
deragáo Portuguesa de Campismo e Esse apoio t¡aduz-se, nomeadamente, na con-
Ca¡avanismo é um dos facto¡es imporlantes pa¡a cessáo de empésúmos, até metade do investi-
que as caracteísticas ímpares desta forma de mento, para obras de melhoramento, adaptagáo
laze¡ náo sof¡am os perigos de utilizagáo e coDservagño dos edifícios. Pagáveis em dez
indevida- os parques
improvisados, sem con- anos pronogáveis por mais trés, t¿m um juro
di9óes de higiene e alteradores do equilíb¡io bonificado de 9,5 por cento aré 6 mil contos e
ecológico sáo uma realidade triste e disf,ensá- de l4 por cento acima deste montante.
vel que um bom planeamento e uma boa orga- O agro-turísmo consiste na hosp€dagem em
nizaqáo podem evitar, casas de habitagáo agrfcola, ca¡acterizando-se
por algum modo de participagáo dos turistas nos
o ruRrsMo DE HABTTACÁO trabalhos da própria explongáo. Quanto ao tu-
nsmo rural é a hospedagem na casa nistica com
Consiste no aproveitamento de casas aniigas, características p¡ópfias no meio rural em que se
solares, casas apalagadas ou residenciais de ¡e- insere, situando-se em aglomerado populacional
conbecido valor arquitectónico, decorageo de ou náo longe dele e satisfazendo os demais
qual¡dade e que salisfagam os demais requisi- condicionalismos legais.
tos legais. O turismo no espago ¡uIal pode e deve ser
O tu¡ismo de habitagAo surgiu com duas com- um factor de desenvolvimento da economla re-
. ponentes
e objectivos: gional, um insfumento de ¡eanimaQáo para a
a) Recuperagáo do património cultural, a¡- gastronomia tradicional, para o auténtico arte-
quitectónico e anístico. sanato e folclore. para a difusáo dos bons vi-
b) Aumento da capacidade de ofena de alo- nhos, queijos e dogarias ¡egionais, activador do
jamento. Os proprietários viram nesta oponu- convívio local e criador de novos e intercssan-
nidade a fo¡ma de restaurarem as suas casas e tes postos detrabalho, mormente para osjovens.
assegu em a sua manutengao.
O Estado tem apoiado o ru¡ismo de habira- in "Viva Voz"

&se Tol¡l ?OTAL ¡t Fem, lgla 3{Y¡g 1{Y{t lla¡s 55 A.iivo tlraciivo G, Us¡06 G, Porlo
300 140 160 74 60 80 86 194 106 180 120
- Este ano, 1992, va¡ gozar fér¡a9 tora do país, no estrangolro?
P.

sim | 23 I 1r 12 9 3 5 6 I 13 5l P f
Náo 120 22 34 31 81 39 47
Náo sabe
Náo responde 66 3 4 6 6 6 6
Vai gozEr lérlas só de uma vez ou em peñ-odos fepart¡do9?
P.
-
Só de uma vez 138 73 65 46 25 35 8t 8l 52
Em períodos
rcpanroos 103 45 58 23 23 23 BO 72 31
Náo sabe
Náo responde 59 22 37 5 33 26 27
Sondágem do.jomar " Plbr co, de 2rl5/92. dtrrgrda a Lña arnoslra d€ 3OO ponugueses. tomando como
pónlo de rereréncE ás duás grañdes áreas urbanas de Lsboá e do pono
158
PARA COMPREENDER O VOCABULARIO

amostra o mesmo que amostragem: toma de amostras (listas de certa quant¡dade de


-
dados que perm¡tem formar juízo do todo) de indivíduos ou coisas estatisticamente
representat¡vos de populagoes ou grupos.
holsas estre¡tas salár¡os ou re€ursos modestos.
-
Vefaneantes pessoas que viajam ou permanecem num determ¡nado local no Veráo, para
-
gozo de férias ou outros objectivos.

apalagadas
- construídas á maneira de palác¡os.
fes¡denciais
- pensóes ou hotéis que só tém dormidas e releigóes leves.
requis¡tos
- ex¡génc¡as tega¡s e necessárias-
plorrogáve¡S que podem ser prolongados para elém do prazo estabel€cido.
-
fúst¡ca
- rura¡; campestre.
mofmente
- princ¡palmente; sobretudo,
PARA COMPREENDER A CULTURA
Torremol¡nos
- €stáncia baln€ar da Espanha, na Costa do Sot, a SW de Málaga.
Marbella mun¡cip¡o da Espanha, na provínc¡a de Mátaga. F¡ca s¡tuada na Costa do Sol, em
-
tomo da enseada de Marbella, no sopé da serra Branca. Tem porto desport¡vo e
praias.
lbiza espanhola, no arquipélago das Baleares. Oturismo constituia princ¡pal activ¡dade
-¡lha
económ¡ca da ilha.

PARA COMPREENDER O TEXTO

l.l. Aponte as d¡ferentes ofertas turíst¡cas menc¡onadas no texto.


'1.2. Refira as caracleríst¡cas mais ¡mportantes de cada uma delas.

1.3. Indique, de forma resum¡da, as dificuldades com que deDaram.


2.
2.1. Ouo representa para os veraneantes o tempo de férias?
2.2. E para si, sáo importantes? Porquó?
2.3, Que tipos de locais prefere para veraneaf Por que razáo?
2.4. Quais as actividades a que vocé se dedica durante esse tempo?
3. Mencion€, relativam€nte ás férias dos ponugueses:
3.1. o perlodo do ano escolhido pela maior¡a deles;
3.2. os dest¡nos tradic¡onais;
3.3. as novas tendéncias respe¡tantes á escolha dos loca¡s de veraneio.

15e ,il
PARA COMPREENDER A LíNGUA

Observe as segu¡ntes frases:


l. Sendo (o campismo) uma act¡v¡dade de natureza desporl¡va e
educat¡va, é uma das formas de ocupaeáo do tempo livre que mais
pessoas sefve...

2. O campismo é uma das formas de ocupaqáo do tempo ¡ivre que mais


pessoas serve, porque é/por ser/ pelo facto de ser, uma activ¡dade
de natureza desportiva e educativa.

Na pr¡meira frase utilizou-se o -


geñlndio do verbo (sendo) para estabelecer uma
relaQáo de causa entre duas ¡nlormaQóes. Na segunda lrase essa relaQáo é
estabelecida através de porque / por / pelo taclo de.
A utilizagáo do gerúndio aparece sobretudo nos tetctos de carácler
administrat¡vo. Evidencia a causa, apresentando-a como um argumento.

A. Modif¡que as frases segu¡ntes de acordo com o modelo apresentado:

Os propr¡etários poderáo linalmente restaurar as suas casas e asse-


gurar a sua manulengáo porque a DirgcAáo-Gera¡ de Turismo l¡bertou
as verbas proposlas para o turismo de habitaQáo.

Tendo a DirocQáo-Geral de Turismo libertado as verbas propostas


para o turismo de hab¡tagáo, poderáo os proprietários, f¡nalmente, res-
taufar as suas casas e ¿rssegurar a sua manutengáo.

1, O turismo nacional terá forQosamente um défice pelo lacto de a ma¡oria dos


Porlugueses sair para lérias no estrangeiro.

porque este t¡po de tur¡smo const¡tu¡


2. O Estado deve ¡ncentivar o tur¡smo reg¡onal
um lactor de desenvolvimento importante para o País.

3. Os proprielár¡os de solares e casas apalagadas podem agora fazer obras de


melhoramento, adaptaqáo e conservaqáo dos edifícios pelo faclo de o Estado
ter desbloqueado linalmente verbas para o turismo de habitaQáo.

4. É necessário solicitar apoio financeiro ás empresas industr¡a¡s por estar em cur-


so a cr¡aqáo de um novo parque de camptsmo.

5. l,¡uitos portugueses optam pelas oferlas nacionais porque lazer férias no estran-
geiro é dispend¡oso.

6. É preciso criar infra estruturas para acabar com os parques de camp¡smo impro'
visados porque estes náo tém quaisquer condiQóes de higiene.

160
3. lmagine a seguinte s¡tuagáo:

Ex¡ste um espaQo vazio na sua cidade previsto para a construgáo de um c¡ne-


leatro. Contudo,
. existem já dez c¡ne-teatros;
. há um crescente número de ¡ovens;
. náo há prat¡camente espagos verdes na sua cidade;
. a vida ao ar livre e a prática do desporto sáo factores importantes na
lormagáo e desenvolv¡mento do ¡ndivÍduo;
. os complexos g¡mno-desportivos sáo apenas do¡s e estáo sempre
superlotados.

Por isso. oroDonha ao Presidente da Camara da c¡dade onde vocé


vive que, em sübstituiQáo do cine-teatro, se construa um centro de ac-
1
l
tividades juvenis.
Na sua proposta recorra ao uso do Gerúndio ou das seguintes
exoressoes:
Tendo em conta que...
Considerando que. .

Atendendo a que..

Consulte, como apoio á elaboragáo da sua proposta, as págs' 87 e 167'

PARA COMUN¡CAR
1. Expressáo Escrita

Ut¡lizando os textos a segu¡r lomecidos, cada aluno deverá reg¡star,


por escrito, as vantagens e inconvenientes das actividades /modalidades
propostas, manifestando a sua opin¡áo sobre as mesmas
e indicando aquelas que Prefere'

TURISMO JUVENIL
E bem cedo que os jovens comegam a que-
pam do tur¡smo juvenil, a Tagus juven¡l e a
rer conhecer o mundo, a viajat E todo um ca' Moviiovem. Tratam do cartáo intefnacional de
cartáo de
minho de descobertas que se abre quando se jovem, do cartáo de alberguista, do
campista; organ¡zam a estad¡a de jovens em
póe pela pr¡me¡ra vez o pé na estrada.
trabalho au
Oe moch¡la ás costas p€lo Pals ou pelo es- campos de trabalho ou o chamado "
lérias em Portu-
lrange¡ro, principalmente nas férias de VeÉo' pair"; organizam colón¡as de
aí váo ebs soz¡nhos ou em grupo, felizes de gal utilizando algumas pousadas da !uventude
saírem dos loca¡s quotidianos e da esfera fa- e fazendo programas de montannrsmo
m¡liar. canoagem, "w¡ndsuf', c¡clismo' etc., confor-
Em Portugalhádo¡s organ¡smos que se ocu- me os locais do Pais.

161
{
Cartáo
tv
Intenacional TJMCAMPODETMBALHO
a Uma ocupagáo temporária
de Jovem
a Apanha de truta entre Maio e Setembro
Se tens menos de 26 anos s oossuls o
CARTÁO INTERNACIONAL JOVEí', O MUN.
a Alojamento no próprio local d€ trabatno
do é teul a Contacto com ¡ovens d6 outros pafses
Os portadores desle cart¡io Dod€ráo usu-
fruir de ma¡s de 10.000 redugóes em pafses a Possibilidadeds aperfelgoaros otou inglés
espalhados pelo mundo. e praticares aclividades desportivas e cul-
Consultia o gu¡e do respectjvo cartáo. tura¡s

MOVUOVEM
Trabalho KAU PAIR,,
Av. Duqu€ Dáv¡la
137 1000 Lisboa
TRABALHO A ASSEGURAR -
relet (01) 3559O81
PELA JOVEM
Tomar clnta de cr¡an9as ou trabalhos de
limpeza l¡ge¡ros (lavagsm de roupa, passar a
ferro, coz¡nhar) Cartáo de Alberguista
Este caf:io dá acesso aos Albe.gues, pousadas
de Juventude, que seo o aloj¡mento mais econG
mico para jovens viaja¡tes. O aloj¡memo é sim_
INTER-RAIL ples, normaLnente em cama¡atas, Épazes e mpa-
ngás separ¿dos. Existcm Albergues cspalhados
¡ Vál¡do por 30 dias prat¡cdnente po¡ todo o mundo.

¡ Todos os palses da Europa Praga de I-o¡dres, 9 B, 1000 LISBOA


Telet (01) 88,4957 Tx. 64239
I Menores de 26 anos
R. Cuedes de Azevedo, 34 UC, 4OOO PORIO
Telef. (U2\ 3An63

Rua Padr€ A ónio Veira, 3000 COIMBRA


Tetef. (039) 34916
CABNET CA,TPING INIEBIIACIONAL
1.! vez: 1 foto + Carta Nacional Centso Comercial Vila Magnc l¡ja 50/52
(Náo há revalidagáo) Montechoro, 8200 ALBUFEIRA
Telet (089) 54126, Fax (089)54156. Tx. 5691I

in 'V¡va Voz"

162
2. Expressáo Escr¡ta

Escolhgndo uma das modal¡dades anteriores, os alunos elaboraráo uma carla


na qual pod€m €sclarec¡msntos mais detalhados e outras informaQóes úieis á enti-
dade ou ssMgo a que s€ dirigem. Com essafinalidad€ devom servir-se da estrutura
proposta:

rem€iente (nom6 s morada)

fómula do trataménto
fómula in¡c¡al

dssenvolvimerfo

Fórmules de trat¡mento;
. Ex.mo Sr ... (Direc.tor de...; presidente
de...; Dr. ..., €tc.)
. Ex.mos SIs.:
. Ca¡'o(s) Senhor(es):
. fl.mo Sr.:

Fórmulas inlclals:
. Agradego que. . .
. Venho por €st€ me¡o / pela pr€sen¡e.
..
. Venho solicitar a V b€(s)....

Fórmulas de despedlda:
. De V. Exa.
Antecipadamente grato e Muito Atentamente
' Antec¡padamento gfato pera at€ngáo que possa d¡sp€nsaf a eate assunro
. De V Exa.
Atenc¡osamente
. Subscre\rGme @m a melhor
atengao
. Subscrevcme com toda a cons¡deragáo

163.il
3. Jogo de Simulagáo

Um jovem telefona Para a


"Movijovem" ped¡ndo informagóes
acerca de um dos servigos oferecidos
por aquela empresa. Do outro lado da
linha um(a) f uncionário(a) fornece-lhe
os elementos Pretendidos.
O telefonema, Por Parte de quem o
faz (o jovem que l¡ga Para a
Movijovem), deve ser organizado em
trés momentos:

in¡clal):
1e: Momento In¡cial (apresentagáofdentlficagáo/gaudagáo

Está 0á)?
É deldolóa...2
Bom dia/boa tarde!
O meu nome e...

2e: ExPoslgáo do Assunto:

Com quem Posso falar sobre ?


Gostava /gostaria de saber/perguntar'
Oueria saber/Perguntar se '
Diga'me, Por favor' '
Pretendo..-
Pode dizer-me se ?

final):
3e: Momento F¡nal (conclugáo/saudagáo

(Foi muito genril!)


Muito obr¡gado/a (pela informagáo)!
Bom d¡a,/boa tarde!
Até á Próxima!
Agradego a gentileza
' I lioo ma¡s tarde
obrigado/a
I vátto a tigar mais taroe.

f- 164
PARA SABER MAIS

HOQUBI EM PATINS
EvE as suas origens em
lnglaterra nos comegos
do séc. xx, passando ao
continente europeu, onde
Suíeos, Italianos, Franceses,
Espanhóis e Ponugueses o
come9ar¿un a Praficar.
O le Campeonato da Eu-
ropa foi disputado na Ingla-
ter¡a, em 1926, e o ln cam-
peonato do Mundo, em
193ó, naAlemanha.
Deve-se a Portugal náo só
a extrema mobilidade do
jogo como a velocidade que
cdou a emogáo e o brilho da
modatidade, pe¡miindo-lhe
uma popularidade maio¡ em
todo o Mundo- A 1' seleccáo nacional ficou clas- hegemonia comegou a verifica¡-se em 1947 e
sificada em 5q lugar no Campeonato da Europa tem-se mantido, com cefa regularidade, ven
em 1930. O lq clube camPeáo nacional foi o cendo, no conjunto, várias dezenas de Campe-
Sponing Clube de Portugal (1939). Ao Clube onatos do Mundo e da Europa,
Futebol Benfica e ao Clube Desportivo de Pago
d'Arcos deve-se, principalmente, a sup€riorida- Vilar Mo¡eira.
de do hóquei portugués em todo o Mundo. Essa in "Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura"

O FUTEBOL
E o desporto nac¡onal portuguós por 6xcel0ncia, o mais populal que
convoca aos domingos vár¡as cent€nas de m¡lhares de pessoas aos
estád¡os dispersos por todo o Pafs. Eusébio é ainda hole o símbolo do
lulebolista portugués.

o sol
Na Europa, o sol é mais generoso em Portugal. Desde o pf¡ncíp¡o da
Pfimav€ra, acorrem turistas do Norté da Europa es pra¡as portuguesas
Portugal, segundo uma sstatfstica, detém a maior méd¡a de dias
ensolarados na Eurooa do Ocidente.
Luís Sá Cunha, "Porlugalbum"

165 ,r
SOLZINHO
em casa
ars de dois qu¡ntos to dos habitantes das cidades baixos rend¡mentos, 62 por
dos portugueses de¡xam as suas casas durante cento náo saem de casa, nú-
Passam férias no o VeÉo, dirigindo-se ao estran- mero que desce para 25 pol
local de res¡déncia ge¡ro (17ol") ou a outros locais cento quando se analisa o
habitual. De acordo do País (51%). clmportamento dos ¡nquiridos
com o pa¡nel EXPRESSO/ Nas zonas rurais o oanora- com o 7q ano ou ma¡s de es-
Eufoexpansáo, a percenia- ma é o inv6rso: 52 por cento colaridade.
gem dos qu€ tém como des- ticam na residéncia habitual e Rel¡ra-se, ainda, que as
t¡no o estrange¡ro é apenas apenas o¡to por cento deman- mu¡heres gozam menos férias
12 por cento, enquanto os dam outros paísss. E também do que os homens, uma vez
restanles 45 por cento passa a zona d€ Lisboa a r€giao onde que 50 por cento das inqu¡ri-
férias fora de casa, mas den- mais se faz s€nt¡r a desgr- das atirmaram náo sair de
tro do País. t¡t¡ca9áo duranta os meses de casa, percentagem que enlre
Comparando com o ano Veráo: 82 por csnto soguem os homens desce a 36 porcen-
anterior, verifica-se que au- para outras paragens (20olo to, abaixo, portanto, da médja
mentou em se¡s por cento o para o estrange¡ro). Ao contrá- gerat.
número de p€gsoas que fica rio do que se passa em Lisboa, Na leitura comparada com
em casa. Essa subida veritica- em que apenas 18 por cento as respostas referentes ao ano
se, sobretudo, entfe a popula- rcam em casa, na zona do anterior, verifica-se que 71 por
Cáo feminina e nas camadas grande Porto este número cento dos que f¡caram ou ficam
mats jovens. sobe para 55, percentagem este ano em casa f¡zeram o
O número dos queváo pas- que só é bat¡da no interior do mesmo em 1992. Os restan-
sar férias ao eslrange¡ro tam- País, onde 63 por cento náo tes 29 por cento, no entanto,
Dem aumentou em do¡s Dof sabem o que é férias fora de t¡veram fér¡as d¡lerentes 3
cento, o que acarretou a dim¡- casa. -
porcento foftlm para o estfan-
nui9áo de o¡to por cento do tu- De salientar ainda que en- geiro e 26 por cento fizeram
rismo interno. E naturalmente tre aque¡es que tém um grau tur¡smo no País.
nas zonas urbanas que as fé- de ¡nstrugáo mais baixo, pres-
rias tém ma¡s valor 68 por cen- supondo, igualmente, mais in 'Expresso'
(USINA DE SONHOS,,
D¡z-nos a crueza dos valores eslatísticos lismo, surpresa, drama ou humor.
que 96 pof cento dos Portugueses tém um Muito para além dos noliciários, de todo o
aparelho d€ telev¡sáo 6m casa, e que, des- conjunto de programas de ficaáo, a telenovela
ses, 65 por cento o tém a cores. Está orova- é, ainda, e para além do enredo, o grande car-
do que os cidadáos comuns do nosso país taz de telev¡sáo. Prefer¡da de todas as plate¡as,
sáo telespectadores durante trés horas d¡á- permanece @mo mot¡vo de conversa entre as
r¡as, e também que passam 60 por cento dos pessoas, quev¡vem as suas pef¡péc¡as na pele
seus tempos livres a ver televisáo, repartida dos actores vest¡dos de personagens, subita-
a ass¡slénc¡a por lodas as ¡dades € quase mentecom eles ¡dent¡f¡cádos ao longodos d¡as,
¡gualitar¡amente por sexos, já que sáo 52 por am¡gos íntimos, ¡rmáos, cúmpl¡ces. 'Us¡na de
cento, em méd¡a, as mulheres. e 48 oor cen- sonhos de consumo general¡zado da qual de-
to os nomens. pend€ o equ¡líbrio psíquico de uma mult¡dáo
A televisáo é o horizonte de fantasia que sem acesso aos bens posit¡vos da v¡da', como
a¡nda é capaz de compensar o enorme téd¡o d¡z o poeta bras¡le¡ro Carlos Drummond de
do quotid¡ano. Os índ¡c€s de aud¡énc¡a das te- Andrade, a telenovela fica no ar Dor cinco me-
lenovelas em Portugal sáo fantásiicos, mu¡tas ses, em média, em ep¡sódios de imaginagao
vezes supefiores a 40 por cento. sáo nove, confundida com a real¡dade.
actualmente em¡üdas nos quatro canais, com
doses variáve¡s de romant¡smo, mistério, rea- in 'V¡va Voz"

AS PRAIAS APROVADAS
Praias cgm qualidade ambienta,l reconhecem-se
com um sinal: a bandeira azul

Todos os anos, a Associa- ra azul hasteada na praía. ro: Cámaras Municipais, ór-
gáo Bandei¡a Azul da Europa Os requisitos exigidos para gáos de Tu¡ismo, Administra-
integrada num¿ campanha a atribuigáo da bandeira enqua- gáo das Á,reas Protegidas, en-
-
destinada a alerta¡ para os dram-se em quatro grandes á¡e- tre outros.
problemas ambientais da cos- as: qualidade da água, qualida- As candidaturas, depois de
ta ma¡ítima, deseDvotvida a ní- de do meio costeiro, informa- seleccionadas por um júri na-
vel europ€u desde 1987-dis- 9áo e educagáo ambiental e cional sao encaminbadas pela
tingue as praias po¡tuguesas gestáo e seguranga da praia. Associagáo Ba¡deira Azul da
que se destaquem pela prcser- Para cada pmia elabora-se Europa para o Gabinete Coor-
vagáo da qualidade ambiental um dossier de candidatura, que denador Europeu, cabendo a
do meio mari¡ho e costeiro, inclui um conjunto de docu- decisáo linal a um jú¡i europeu.
cumprindo assim os requisitos mentos; entre eles, um questi- Este ano, cinquenta praias por-
defi¡idos ¡¡a Cana da Bandeim oná¡io de candidatur4 peenchi- tuguesas ficaram aprovadas no
Azul da Europa. Este ¡econhe- do media¡rte a opiniáo consen- exame anual; distribuem-se
cimento válido ape¡as du- sual dos organismos que ao ní- pelos concelhos de Caminha,
-
rante uma época balnear é vel regional intervCm na ges- Viana do Castelo, Espinho;
assinalado com uma bandei-- táo do meio marinho e costei- Ovar, Munosa, Ilhavo, Vagos,

167 I
t[mns'.
¡tot fro
AF¡rf
c¡R¡ÁCO
Fi¿|r¡E A¡J¿ :
Es',^|O
Á5¡f¿R¿¿

lr¡¡¡¿¡pr
AARRA

J CT¡tlA'DA
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@¡so¿¡c¡o r
r8E¡JnR¡¡r|a .,
¡¿Ous¡.¡ ü
F¡f¡lfF rJRE¡¡,lA

ü-!$Én,
ñ .--.-
N
ú/r&toJ:
lb¡r^

||¿RI¡IA:
IOR¡A
3rr cRu¡ a& ¿ORFS
t¡É6s D6 RóPaS
5¡A C¡O¿ ¡A GikrOS4
Érn D€¿6an
v,|¡ Fea^r¡ 6 c¡r.rF
PO¡o^C¡ó
v'l¡ Do ¡DPD
4
I,lira. Cantanhede, Figueira da Continente), Sta. Cruz das ilhas). Uma marina, na Hor
Foz. Leiria. Marinha Crande, Flores, Lages das Flores, Sta. ta, mefeceu igualmente este
Alcobaga. Caldas da Rainha, Cruz da Graciosa. Ponta Del- galardáo.
Pen iche, S ¡ntra. Almada, gada, Vila Franca do Campo,
Sesimbr¡. Crandola. Sines (no Povoagáo c Vila do Po o (nas in 'Marie Cl¿ire '

168
ANTOLOGIA
O GRANDE PRÉMIO DE PORTUGAL
O Mundial da Fl é constituído por dezacseis provas, mas os p¡lotos só
podem aproveibr as onze melhores pontuaF€s. O Grande pránio de
Podug€|, disputado no autodrorno do Estoil, consütu¡ uma destas pre
vas.
O autódromo come9ou a ser construído em 1969, sendo inaugura-
do em 1972. Os p¡lotos da Fl gostam do tragado do Estoril, uma pista
de májia veloc¡dade, exigente na afinagao dos carros e na técnica de
condu9áo, em que .a mob¡lidade na d¡recgáo é táo importante como
a qual¡dade do equipamento", refere Ayrton Senna, a propós¡to do
lraqado da pista. Numa distenc¡a de 308,85 km, que equivale a 71
voltas, "náo se¡quem solre ma¡s neste circu¡lo, se os travóes... se
€u!,, d¡z Senna, salientando o elorgo físho que n
"T*ü U"."

VERTIGEM EM AZUL
O vento náo ajudou muito, mas m¡ldólares fo¡ nec€ssário des¡st¡r das outras duas.
Mas o Gu¡ncho é. mesmo ass¡m. um verda-
por fim lá apareceu. Saltos, ressaltos e
dE¡ro parafso windsurffsüco, com qualidades úni-
um poÍtugués em nono luga¡ assim foi o cas de vento e ondas. Al¡ás do¡s elementos da
natureza que est¡veram um oouco amuados e
Windsurf Guincho de 91.
nada conjugados entre 29 de Agosto e 2 de Se-
O Guincho continua l¡ndol O W¡ndsul Gu¡n- tembro uma v€z oue foi difíc¡l convencé-los a
cho. como é conhgc¡da Dor cá a Buond¡ Wold colaborar com os concorr€ntes que só no último
Cup, mais uma vez, esteve o máximo. A psregri- d¡a do campeonato foram brindadoscom as con-
naqáo de automóveis engarrafou os acessos, diCóss ¡dea¡s e necessárias.Acompensagáo veio
normalmente desoovoados. Foi um esDectáculo efect¡vamenle s em forga para a final. Um luta
de co( música, velas, ondas e mu¡tas cabegas renhida entre o favorito Cesare Caniagallie o lran-
loiras no auge do bronze. cés Patrice Belbeoch.
A Buondi world Cup é uma prova mundial de Náo laltou iambém a nota trágica nesta f€sta
Winsul, sendo a ún¡ca, em Portugal, creditada das ondas. O iialiano lesionou o seu calcanhar a
pela PBA (Professional BoardsailorsAssoc¡aüon). trés m¡nutos do f¡m, tendo s¡do evacuado para o
A organizaÉo do campeonato esteve este ano a Hosp¡tal de Cascais. lsto náo quer d¡zer que a
cargo da Windsurf Gu¡ncho e da Associagáo de vitór¡a de Belbeoch náotenha sido morec¡da. D¡z
Hoteleiros do Estoril, Sintra e Malra. O "pr¡ze quem percabe, queofrancés realizou uma exce-
monef aumentou trés vezes, c¡frando-se em l€ntg actuagáo. O terce¡ro lugar coube a Thorkil
30.000 dólares. Este valor é distribufdo do pd- Kistensen que conqu¡stara a segunda pos¡9áo no
me¡ro ao trigésimo s€gundo classit¡cado, caben- ano oassado. Ouem ma¡s se desia@u de entre
do ao vencedor a mód¡ca quantia de 634.200$00. os nossos fo¡ Paulo S¡lva, class¡f¡cado em nono
O primeiro W¡ndsul Gu¡ncho leve lugar em lugar e que arecadou o prémio de 768 dólares.
1986 mas a prova só viria a pontuar para a PBA Parabéns redobrados paraele uma vez que está
em 1 989. Fo¡ um ano em ou€ o oatrocfnio da Peter na tropa qug, como se sabe, @nsome umas ener-
Stuyvesant ofereceu um "prize money" de 170 gias a um homem. Já em terra, Patr¡cs Belbgoch
m¡l dólares. Só que nessa altura o camp€onato fez-nos sabsr que 'está mu¡to contente por ter
constava de trés calegor¡as: Ondas, Slalom e ganho a Buondi Wor¡d Cup e por ter consegu¡do
CouGe-Racing. Asua "despromogáo" a uma tlni- '1200 pontos para a sua pontuagáo'. Nós tam-
ca categoria. Ondas, dsveu-se á falta de apoio bém licamos contentes, Patrice. ParatÉns para
publ¡citário registado no ano de 1990 em que o ii. Mas olha que pr¿ próxima ganha o Paulo.
oém¡ofo¡de aDenas 10 mildólares. Como o PBA
só rec¡nhece provas de trés calegorias em que Ana Cáceres Monteiro,
os valores atr¡buidos esteiam na ordem dos 50 ¡n "Sete'

tun f,
EXPRESSOES FIXAS E IDIOMATICAS DECORRENTES DOS TEXTOS

. ter amola pele l


,'r't..¡.|':;, l.
j: 99r pfudelle
.apertaroc¡nto: ¡;,:-,.: , >.,, . poupaf
. apertar com alguém ¡ pressionaf; tentar convencer
. nem aquece nem arrefeco . é indiferente; tanto faz
. castelos no ar '. fantasias
. andar no ar . distraído
. cabeqa.no ar ,
' tomar ar :9fl19e
. dizer coisas no ar . ialar d toa, sem fundamenio r'
. ir ao.ar.,
. rr pgtos ares
. . . rebentar; malograr-se; perder-se; lalir
. rebentar; malograr-Se '
. dar ares
' parecer-se
. ficar de cara á banda . ficar desapontado
. mandaiAquela banda . mandar bugiar; mandar alguém embora
. com oespfezo
. bater a asa "j fugir; desaparecer; ir emborajvoar'
. bater a ouka porta . procurar ouüo recurso
(por ter lalhado o primeiro)
. revelar um segredo I
ri!. mostrar-se impaciente; res¡st¡ri obstinar-se
arrependef-se
. tremer de frio
. morrer
. estar grávida
. ser posto a um canto . ser desprezado
. canto da sereia . ¡inguagem l¡sonjeira para atrair
. dar carla,branca a alguém . consent¡r; autorjzar; perm¡t¡r a alguém que
proceda como quisef
. carla aberta . aquela que é dirigida publjcamente a
al_guém através de um órgáo de comunica-
. de¡tar cartas Qao socrat, normalmente um iornal
. pred¡zero futuro através de cártas dejogar
. náo tomar chá em pequeno . náo ser bem-educado
. chá de parreira . v¡nho
. apanhar um chá . ser repreendido
. cajr o cora9áo aos pés
. oo coraQao '. sent¡r grande desapontamento
de boa vontade.
. falar ao coragáo . falar de modo a aqradar
. falar com o coraeáo nas máos . falar sinceramentá, com franqueza
. fazer das tripas cotaQáo
. ler no coraQeo '. resrgnar-se; suponar pacientemente
ad¡vinhar os sentimentos de alguém l
' no coragáo de . no cenÍo de
. ter coraqáo . ser bondoso; ser benevolente
. ter no coragáo . gostar; amar
. correr atrás de foguetes . cansar-se por coisa vá
. coffer a toque de caixa . exputsar com pancadas ou ameacas
. correr ceca e Meca . viajar por murta terra; atadioar-se-em
várias diligéncias
'de corr¡da . á pressa; por alto
. ler as costas laroas . aguentar com as responsabilidades

170
.ler as coslas quentes . ter ou conlar corn a protecQáo de alguel.¡
. vo tar as costas a alguém . manifeslar desprezo por alguém
. ao deus dará . á toa; de qualquer maneira
. andar em d¡a .lrazer as suas conlas ou os seus negocros
regulados (e.¡ order¡)
' l^i m.li, ¡lo !, i'^ . .t -_<. d. é .tó- 1,1.. r| tO
tempo a rea z¡lr
. ter os dias co¡tados . eslar quase a al'rorreT
'f¡car na penumbra . f car me o obscurecido quase esquecrdo
.afio . sem interrupQáo
. estar por um f¡o . estar por pouco;estar em grande risco
. perder o fio á meada 'esquecer se do que tern de dizer
. estar no fio . diz-se da roupa que está gasta
. fazer fitas . dar escándalo; fazer cenas com
o propósito de ¡udir ou de dar nas vistas
. fogo de vista . o o-e é 'nr. .rpd'e rte do q.e eal:iluso ,o
. de tar foguetes . alegrar-se; celebrar um acontecimento
agradável
. fazer a festa e deitar os loguetes . rir.-se da sua própria graQa; comprazer-se
com as suas própr¡as atitudes
. dar o fo¡a . sair; fugir; escapulir-se
. a fundo . em chero
. poqo sem fundo . pessoa mu lo sabecora
. tef ga¡o . \et azal
. cantar de galo . ia ar com arrogáncia; possuir vantagern
. a granoe ' á larga; luxuosa.¡ente
. h¡stórias da carochinha . enganos;patranhas
.iraoar . perder-se
. ir ao cháo . cair; arruinar se
. ¡r desla para melhor . morrer
. ir a Roma e náo ver o papa . ir procurar urna coisa, chegar l'unto
delaenáoaver
. ir ¿ praQa 'Ser Posto em eiláo
. o ai-Jesus . o mais querido; o pred lecto
. a passos ¡a¡gos . apressadamenle
. ao rargo . ao longe
. Ievantar a lebre . Suscitar urna questáo
. levaniar a cabeqa . restabelecer a sua posigáo ou a sua fortuna
.levantar a máo contra . ameagar
' levantar ferro . ir-se embora
. Por máo de mestre . com perfe Qáo
.levar a água ao seu mo¡nho . saber alcanQar os seus fins
'moinhos de vento . co¡sas fanlást cas, irrealizáveis
. peso mono . aquiloque está ine¡te;oque náo tem utilidade
. noite e dia . conunuamente; sempfe
. alta nolte . a hora adiantada da noite
. pela calada da no¡te . quando tudo está em siléncio
. passar a no¡te em branco . náo dormir durante toda a noite
. sete cáes a um osso . muitos pretendentes

171
'em carne e osso . nr .6.li.l..la .ló l.^t^
. osso duro de roer . d¡fícil de vencer ou convencer; le¡moso;
que apresenta grandes diliculdades
'ossos do ofício 'dificuldades em cargos ou aborecimentos
próprios de uma profissáo ou cargo
. até á medula dos ossos . até ao mais íntimo do ser
'virar a página . mudar de assunto
. numa paravra . em resumo
. úllima palavra ' decisáo final: prego que náo sofre alteraqáo
. palavra de honra . aljrmaQáo que setaz para garantir uma pro-
messa ou a veracidad€ de uma alirmaQáo
. corlar a palavra a alguém . ¡nterromoélo ouando está a lalar
. dar a sua palavra . prometer solenemente
. faltar á palavra . violar uma promessa ou contrato
. ier o dom da palavra . falar bem
. molhar a palavra . beber vinho
. pedir a palavra . pedir autorizaQáo para falar
. homem de palavra . o que cumpre o que diz ou promete
. med¡r as Palavras . falar com prudéncia
. papar moscas . estar de boca aberta olhando tudo com
indiferenea .,
. á parte . excepto; sem falar em
. dar parte de . comunrcar
. dar parte de f.aco . mostrar fraqueza
. mandar áquela parte . mandar bugiar; rnandar alguém embora
com desprezo
. pór de parte 'desprezar
. eslar com panes . bnncar
. por partes . especilicando
. agua-pe 'vinho lraco
. a pé lirme . obstinadamente; com f¡rmeza
' Pé-de-meia l . poupanga; mealheiro
. rer pe . quando se pode sentir o fundo com os pés
(diz-se em relaQáo á água do mar, rios, etc.)
' ao pé da letra .l¡teralmente
' (estar) de pé atrás ' (estar) prevenido; (estao desconiiado
. do pé para a máo . inesperadamente
. náo arredar pé . náo sair do sítio; náo se mexer
' pé ante pé . devagarinho; cautelosamenle
. com o pé direito ' da melhor forma; bem
. a pé time . obstinadamente
. carcar aos pes ' pisar; destroQar; desprezar; maltratar
. dar com os pés . recusar; reje¡tar
. meler os pés pelas máos . atrapalhar-se
. negar a pés juntos . obstrnar-se
. dormir cor¡o uma pedra . dormir profundamente
. estar corn a pedra no sapalo . andar desconfiado
. com quatro pedfas na máo . oe mau mooo
. de fazer chorar as pedras . muito comovente
. dar por paus e por pedras . zangar-se muÍto
. perder a vida . morrer
. perder a cabega . perder a serenidadei exaltar se;enlouquecer
. perder as estribeiras . encher-se de cólera; perder a caln'ra ou o
domínlo de si próprio

t2
. Perder o ano . reprovar
' perder o seu lat m . náo t¡rar prove to do que se d z ou faz por
alguem
. peroer o tefeno . recuar; ser suplantado pelo adversário
. perder os sentidos . oesma at
. perder o llo da meada . esquecer-se do que lallava pae dizel
. deitar/pór a perder . arru nar
. náo perder pe a den'tora . a¡nda que seia preciso esDerar há-de
chegar a ocabiáo para ajustar contas
. peroer-se oe amores . aparxonar-se
. perdido por cem, perdido por rnil . para quem já perdeu-tanto, que importa
correr mats um ísco ¿
. estar perdido . estar metido numa s¡tuaQáo muito ditícil
. neo valer uma pitada . ter muito pouco ou nenhum valor
. ponto fraco . a parte mais vulnerável
. ponto por ponto . pormenofzaoamente
. aí é que bate o ponto . ai é que está a d ficuldadel (a questáo mais
jmportante!)
. ser um ponto . ser alegre, bem humorado
. pór os ponlos nos ¡¡ . falar sem rodeios
.pórasalvo', . . salvar .:
. pór as barbas de molho . precaver-se conka um perigo iminente
. pór as m¿os (em alguém) . oale¡
. por-se ao l.esco (o mesmo que oór se na . fugir
alheta ou pórse no piro)
. por-se er¡ campo . preparar-se para atacar ou defender-se
. por-se em dra .InIOrmar-se
. pór em dia qualquer coisa . pór e.r ordem. orga.t:za. qualquer coisa
. pór en'r pratos limpos
. serum pralo
'esclarecer; expllcar
. ser engraEado;ler piada;serbem humorado
. á primeira . Iogo no princípio; á primeira vísta; de uma
so vez
. de pronto . num Inslante
. num pronto . rapidamente
. de moto própr¡o . espontanearnente
. puxar a brasa para a sua sardinha . defender os seus interesses; orocurar as
suas conveniéncias
. SEM T¡VAI . o/a melhor
. ficar para tio/a . conservar-se solteiro/a
. acabarem-se os lrabalhos . morrer
. por seu lurno . por sua vez; alternadamente
' até ao lavar dos ceslos é a v¡ndima . náo se deve desesperar do resultado
anles do termo de quaiquer negócio
.liar€e.¡a Virgem / liar-se na Virgem . conrar somente na protecQáo ou no auxílio
e nao tne rezar orvrrro para corsegu'r qJalquer coisa
. á v¡va forga . por lodos os meios; violentamente
. carne viva . parto do.corpo quando desprov¡da da pele
. de viva voz . ofarmente
. forqas v¡vas . conjunto de entidades que contribuem
actrvarnente para a vida e prosperidade de
um lugar ou de urna regiáo

173
PARA COMPREENDER A CULTURA

Alentejo 13 Euroexpansáo 85 Priscos ito


"Alfa' 't51 fado 13 procissóes 13
Amál¡a Bodrigues 13 Far6g¡nhas 118 protestantes 68
Amarante fei¡oada 51 quadra (a) popular 72
Antas 151 festa dos tabuleiros Queima das Fitas 112
50 em Tomar Razáo (A) tt5
Árabes
Atlántico Festas R€volu9áo
da Ra¡nha Santa 35 dos Cravos
Ave-Mar¡a 13
(as) nac¡ona¡s
f ronteiras Ribolhos 133
Barcelos 35 mais antigas da Europa
R¡tz 59
Braga 105 5l
fuba
Rodr¡gues Sampaio 59
calé 20 Funchal
13
Bossio
caldeirada galeras 20 lv
Sagres 36
caldo verde 13 Grande Usboa
Santíssimo 106
Cam¡nha 35 lb¡za 163
Sáo Joáo 27
Camóes iJL" 127
151
Sáo Pedro do Sul
Campanhá José Esteves 151
Senhora do Sameiro 105
caraveE¡s 13 jud€us ott
Sport¡ng 59
camaval longos (os) almogos 68
¡ango 139
Cartáo Jovem 151
Madeira JO
79 tapetes de Ana¡olos
Cañ¡lo Muhibanco "ma¡s vale
Tejo 20
Casca¡s 21 rainha por um dia,.." 112
telenovela 156
calól¡co romano 68 Mangualde
Torremol¡nos 163
68 Marbella 16'3
79 Maria Amália Torres Vedras 35
Círculo de Le¡tores
Co¡mbra 35 e 112 Vaz de Carvalho 59 totoloto e totobola 79

comércio do Oriente 20 M€d¡terráneo 20 tratado de Methuen 27

Consoada 118 M¡nho 106 varinas 20

Continente 79 m¡ssa 20 Vila Nova de Ga¡a 27


M¡ssa do Galo '118 Vila Fteat
corridinho 36
crise académica
mugulmanos 68 de Santo Antón¡o
de 1969 112 NazaÉ 36 v¡nho maduro

Cdsto-Rei 21 O'rar 35 vinho verde

D. Dinis
'13 páo case¡ro 67 Vrfa
'13

Douro 27 Parque Eduardo Vll Virgem 59 13

emigraÉo 66 Praga do Comércio V¡seu 20


Esp¡nho 35 Prémio APE-CTT/TLP Vouga i27
Estoril 20 Prém¡o Pessoa 127 ''Vouguinha" 59

174
PARA COMPREENDER A LINGUA

. Dar ¡nfomañes referentes . Falar de co¡sas que náo


ao mesmo erememo: acofÍecerañy'exprimir uma condiÉo:
PPCNOMES RELATIVOS 90 FRASES CONDICIONAIS

. Evitar a rep€tigáo de uma palavra: . Ind¡car a c¡rcunstáncia de excepÉo


duma accáo, estado ou qual¡dade:
PRONOMES PESSOAIS COM
ADVERBIOS DE EXCLUSÁO 29
FUNQÁO DE O&'ECTO DIRECTO
E DE OBJECTO INDIRECTO 97 .Indical de um modovago, pessoas,
coisas ou ide¡as:
. Expdmk GOSTOS E OP|N|óES,
PRONOMES INDEFINIDOS 107
CONCORDÁNCI¡/DISCORDANC|A
. Ind¡car oposi9áo:
Exprimh dúvida/incerteza/eventualidade CONJUNQÓES
re¡ativamente ao passado e ao fuluro; E LOCU9óES CONCESSTVAS 52
€xpdmir atitudes e s€nlimentos:
. Localizar no espago e no tempo:
IMPERFEITO E MAIS.QUE.PERFEITO
PREPOSIQÓES 114
DO CONJUNTIVO 140
. Manifestar a ideia
E)erimh ide¡as acessáias de psquenez ou afeclo:
em rela9áo a uma acaáo: SUFIXOS DIMINUTIVOS 119
PERIFRASES VERBAIS 62
. Manif estar oposigác/apres€ntar

. Exprim¡r op¡n¡áo sobre altemativadacrescentar ¡nf ormaéo:


CONJUN9ÓES
alguém ou alguma co¡sa:
E LOCUQÓES COORDENAÍ|VAS 70
ADJECTIVOS 38
. Póralguém
. Exprimk um sentido especffico: ou alguma co¡sa em €v¡déncia:
EXPRESSÓES IDÍOMÁTOAS 157 FORMA ACTIV¡/FORMA PASSIVA 128

. Rehtar o discuco de alguém:


. E)primk uma a@o de modo vago
DISCURSO DIRECTO/DISCURSO
ou ind¡car várias circunstáncias:
INDIRECTO 134
INFINITIVO PESSOAL 152
. Sugerir/aconselhar
. Exprim¡r uma relaÉo d€ causa: alguma coisa a alguém;
GERUNDIO 164 IMPERATIVO 2

r75 fl
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As rubricas Para Compreender a Cuhura e Pare Ssber Mab t¡veram como principal
suporte b¡bliográfico a'Enciclopédia Luso-Brasileira de Cuttura'.

Fi 176

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