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Credos Ecumênicos na Igreja Luterana

O documento descreve três credos ecumênicos adotados pelas igrejas luteranas ortodoxas: o Credo Apostólico, o Credo Niceno e o Credo Atanasiano. Resume a origem, história e conteúdo de cada credo, destacando sua importância para a definição da fé cristã.

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Credos Ecumênicos na Igreja Luterana

O documento descreve três credos ecumênicos adotados pelas igrejas luteranas ortodoxas: o Credo Apostólico, o Credo Niceno e o Credo Atanasiano. Resume a origem, história e conteúdo de cada credo, destacando sua importância para a definição da fé cristã.

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Credos Ecumênicos

As igrejas luteranas ortodoxas adotam os três símbolos ou credos ecumênicos


do Cristianismo: Credo Apostólico, Credo Niceno e Credo Atanasiano.
 
CREDO APOSTÓLICO
Por ser uma das primeiras partes da literatura confessional que se aprende, o
Credo Apostólico é o credo mais usado em nossa igreja. E, exceto a oração do
Senhor (dominical), não há conjunto de palavras na Igreja Cristã que os
cristãos mais pronunciem. Ele é o primeiro dos credos ecumênicos
(ecumênico significa universal, geral, do mundo inteiro). A Igreja Cristã
antiga adotou o nome ecumênico para mostrar que ela, como um todo,
aceitava esses credos. Em 1580, a Igreja Luterana, para demonstrar que não
era uma seita ou movimento, incorporou três credos em suas confissões,
reunidas no Livro de Concórdia.
Apesar de receber o nome de Apostólico, não temos nenhuma evidência de
que foi escrito pelos apóstolos ou por alguns deles. O título “Credo
Apostólico” foi usado pela primeira vez em 390, no Sínodo de Milão. Em 404,
Tirano Rufino escreveu um comentário do credo, contando a história de sua
provável origem (de que no dia de Pentecostes os apóstolos, antes de cumprir
a ordem de ir aos confins da terra, teriam se reunido e cada um contribuído
com uma parte do credo). Há evidências, porém, de que um credo muito
semelhante a este já era usado no ano 150. A verdade, talvez, nunca se saberá.
Entretanto, ninguém de sã consciência negará que esse credo reproduz
autenticamente o ensino dos apóstolos, fundamentado nas verdades das
Escrituras (1 Co 8.6; 12.13; Fp 2.5-11; 1 Tm 2.4-6; 1 Tm 3.16).
O texto conforme se encontra no Livro de Concórdia:
Creio em Deus, o Pai onipotente, criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido do
Espírito Santo, nasceu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido do
Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi
crucificado, morto e sepultado, desceu aos infernos, no terceiro dia
ressuscitou dos mortos, subiu aos céus, está sentado à destra de Deus, o Pai
onipotente, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo, a santa igreja católica – a comunhão dos santos, a
remissão dos pecados, a ressurreição da carne e a vida eterna. Amém.
  
CREDO NICENO
Enquanto a Igreja Cristã se desenvolvia, passou a sofrer oposição de Roma e
dos judeus em forma de perseguições e morte aos que professavam a fé cristã.
Mas este não foi o único tipo de perseguição sofrida. Apesar da igreja
primitiva ter recebido aceitação social e respeitabilidade durante o governo do
Imperador Diocleciano (284-305), um outro tipo de perseguição começou a se
infiltrar na Igreja – o da oposição à fé como revelação direta da verdade por
parte de Deus.

A origem do Credo Niceno se encontra na necessidade de defender a doutrina


apostólica da divindade de Cristo contra Ário, e da divindade do Espírito
Santo contra os seguidores de Macedônio. Convocou-se um concílio na cidade
de Nicéia para maio e junho de 325. Duzentos e vinte bispos estavam
presentes. O propósito do concílio era formular, sem possibilidade de falsas
interpretações, o que as Escrituras ensinavam a respeito do Senhor Jesus
Cristo. A pergunta era: Jesus é ou não é o verdadeiro Deus do verdadeiro
Deus? Estaria Ario certo ao dizer que Jesus não é verdadeiramente Deus?
Apesar do brilhantismo dos teólogos arianos, os ortodoxos (que mantinham o
ensino bíblico) não estavam ausentes e sem os seus heróis da fé. Conta a
história que Atanásio era um homem de pouca estatura. Mas como um
estudioso da Bíblia, era um gigante. Desde o Concílio de Nicéia, por causa da
sua defesa sólida da fé cristã, o dito que passou a acompanhá-lo foi “Atanásio
contra o mundo”.
 
Além, de Ario, apenas cinco outros se recusaram a assinar o documento de
Nicéia. O Imperador os baniu, mas sem grande interesse político. O mesmo
credo foi reafirmado no Concílio de Constantinopla, em 381, e foi
oficialmente adotado com alguns acréscimos em 451, no Concílio de
Calcedônia.
O Credo Niceno não procura apresentar todos os artigos da fé cristã, mas
confessa e defende as verdades fundamentais da doutrina escriturística acerca
de Deus.

O texto conforme o Livro de Concórdia:


Creio em um só Deus, o Pai onipotente, criador do céu e da terra, de todas as
coisas, visíveis e invisíveis.

E em um só Senhor Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus e nascido do Pai


antes de todos os séculos, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de
Deus verdadeiro, gerado, não feito, consubstancial ao Pai, por quem foram
feitas todas as coisas; o qual, por amor de nós homens e por nossa salvação,
desceu dos céus, e encarnou, pelo Espírito Santo, na Virgem Maria, e se fez
homem; foi também crucificado em nosso favor sob Pôncio Pilatos; padeceu
e foi sepultado; e ao terceiro dia ressuscitou, segundo as Escrituras; e subiu
aos céus; está sentado à destra do Pai, e virá pela segunda vez, em glória,
para julgar os vivos e os mortos; e seu reino não terá fim.

E no Espírito Santo, Senhor e vivificador, o qual procede do Pai e do Filho;


que juntamente com o Pai e o Filho é adorado e glorificado; que falou pelos
profetas. E a igreja, uma santa, católica e apostólica. Confesso um só
batismo, para remissão dos pecados, e espero a ressurreição dos mortos e a
vida do século vindouro. Amém.
 
CREDO ATANASIANO
O Credo Atanasiano é uma confissão magnífica sobre o Deus triúno. Lutero o
considerou “a maior produção da igreja desde os tempos dos apóstolos”. A
origem do credo é obscura. Desde o século IX alguns o atribuíram a Atanásio,
o heróico defensor da doutrina da divindade de Cristo contra Ario. Entretanto,
não há razões muito fortes para que se possa atribuí-lo a Atanásio:

1. Não há evidências de que Atanásio e seus contemporâneos tivessem tomado


conhecimento desse credo (também chamado “Quicunque” – pois ele inicia
com estas palavras: “Todo aquele…”.
2. Ele ataca heresias que surgiram depois da morte de Atanásio, quando
Nestório e Êutico introduziram heresias sobre a Trindade e a pessoa de Cristo.
3. É bem provável que o autor desse credo era versado nos escritos de
Agostinho, que viveu entre 354 e 430. Mas se Atanásio não foi o autor, quem
foi? A questão tem intrigado estudiosos da história cristã ao longo dos anos. O
mais próximo que chegaram, foi de que se conhecia um credo semelhante a
esse na Galícia (hoje França) na metade do 5° século. Entretanto, só se tornou
popular para fins de instrução após Carlos Magno (742-814) ter decretado que
todos os clérigos tinham que aprendê-lo.
O Credo Atanasiano nunca teve um uso generalizado como os outros credos.
Mas se há um momento no Ano Eclesiástico que ele deveria receber atenção,
este é o Domingo da Santíssima Trindade, pois essa doutrina, e especialmente
a da divindade de Cristo e de sua obra redentora, é o fundamento sobre o qual
está edificada a igreja (Ef. 2.20).
O texto abaixo se encontra no Livro de Concórdia:
Todo aquele que quer ser salvo, antes de tudo deve professar a fé católica.
Quem quer que não a conservar íntegra e inviolada, sem dúvida perecerá
eternamente.
E a fé católica consiste em venerar um só Deus na Trindade e a Trindade na
unidade, sem confundir as pessoas e sem dividir a substância. Pois uma é a
pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; Mas uma só é a
divindade do Pai e do Filho e do Espírito Santo, igual a glória, coeterna a
majestade. Qual o Pai, tal o Filho, tal também o Espírito Santo. Incriado é o
Pai, incriado o Filho, incriado o Espírito Santo. Imenso é o Pai, imenso o
Filho, imenso o Espírito Santo. Eterno o Pai, eterno o Filho, eterno o Espírito
Santo; Contudo, não são três eternos, mas um único eterno; Como não há
três incriados, nem três imensos, porém um só incriado e um só imenso.
Da mesma forma, o Pai é onipotente, o Filho é onipotente, o Espírito Santo é
onipotente; Contudo, não há três onipotentes, mas um só onipotente. Assim, o
Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus; E todavia não há três
Deuses, porém um único Deus. Como o Pai é Senhor, assim o Filho é Senhor,
o Espírito Santo é Senhor; Entretanto, não são três Senhores, porém um só
Senhor.
Porque, assim como pela verdade cristã somos obrigados a confessar que
cada pessoa, tomada pela verdade cristã somos obrigados a confessar que
cada pessoa, tomada em separado, é Deus e Senhor, assim também estamos
proibidos pela religião católica de dizer que são três Deuses ou três
Senhores. O Pai por ninguém foi feito, nem criado, nem negado. O Filho é só
do Pai; não feito, nem criado, mas gerado. O Espírito Santo é do Pai e do
Filho; não feito, nem criado, nem gerado, mas procedente. Há, portanto, um
único Pai, não três Pais; um único Filho, não três Filhos; um único Espírito
Santo, não três Espíritos Santos. E nesta Trindade nada é anterior ou
posterior, nada maior ou menor; porém todas as três pessoas são coeternas e
iguais entre si; de modo que em tudo, conforme já ficou dito acima, deve ser
venerada a Trindade na unidade e a unidade na Trindade. Portanto, quem
quer salvar-se, deve pensar assim a respeito da Trindade.
Mas para a salvação eterna também é necessário crer fielmente na
encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo. A fé verdadeira, por conseguinte, é
crermos e confessarmos que nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, é
Deus e homem. É Deus, gerado da substância do Pai antes dos séculos, e é
homem, nascido, no mundo, da substância da mãe. Deus perfeito, homem
perfeito, subsistindo de alma racional e carne humana. Igual ao Pai segundo
a divindade, menor que o Pai segundo a humanidade. Ainda que é Deus e
homem, todavia não há dois, porém um só Cristo. Um só, entretanto, não por
conversão da divindade em carne, mas pela assunção da humanidade em
Deus. De todo um só, não por confusão de substância, mas por unidade de
pessoa. Pois, assim como a alma racional e a carne é um só homem, assim
Deus e homem é um só Cristo; O qual padeceu pela nossa salvação, desceu
aos infernos, ressuscitou dos mortos, subiu aos céus, está sentado à destra do
Pai, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos. À sua chegada todos os
homens devem ressuscitar com os seus corpos e vão prestar contas de seus
próprios atos; E aqueles que tiverem praticado o bem irão para a vida
eterna; aqueles que tiverem praticado o mal irão para o fogo eterno. Esta é a
fé católica. Quem não a crer com fidelidade e firmeza, não poderá salvar-se.
Fonte: http://www.ielb.org.br/site/index.php?pagina=interna&id=26

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