1450 Perdidos Na Escuridão Template
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se pender para um dos lados citados podemos nos
consideramos desequilibrados de certa forma.
Eu não sei por que falo com você sobre essas coisas,
você não deveria saber, se você souber de toda a verdade, temos
algumas alternativas a escolher:
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PRÓLOGO
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começou a fechar, gotas de chuva começaram a cair em seus
rostos, raios e trovoadas comandaram a trilha sonora do
ambiente, quando ambos chegaram ao meio da clareira,
ouviram uma risada medonha, assustadora, ameaçadora,
seguido por um raio que caíra próximo aos dois, ouviram:
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um grave ferimento no peito, o homem caminhou em sua
direção dizendo;
- Nããão, maldito.
- Meu amigo, fique aqui, esta luta não é sua, não pode
fazer nada, deixe que eu acabe com isso de uma vez por todas.
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bloqueados quase que instantaneamente, e nenhum dos dois
conseguiam acertar o rival, Scott tentava acompanhar a luta,
mais nada via a não serem vultos rápidos, não sabia se o golpe
que recebera tivesse surtido tanto efeito a ponto de não
conseguir ver a luta, então percebeu que o nível dos dois
lutadores estava além do seu alcance e percebera que seria uma
luta mortal, onde o primeiro que errasse acabaria morto, Krys
e o Homem misterioso continuavam a dar golpes e defenderem,
quando Krys percebeu que se não tomasse uma atitude nunca
sairiam daquela posição e resolveu ousar e arriscar sua vida,
em uma fração de segundo esperou o golpe do homem, e ao
invés de defender com a espada, se esquivou da lamina da
espada e desferiu um soco no rosto do oponente o fazendo cair
no chão, com braços abertos, com o rosto assustado, não
esperava que seu oponente estivesse tão forte, estivesse
crescido tanto durante esses anos, Krys havia se tornado forte
o suficiente para derrota-lo, ele sabia disso e começou a falar
com Krys sendo ameaçado pela ponta da espada do garoto:
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Quando Krys estava para desferir o golpe final, acabou
hesitando, o homem percebeu, segurou firme sua espada e
golpeou seu abdômen, levantou e deu outro golpe em Krys
fazendo cair a uma distância curta, no chão, quase sem folego,
o homem levantou e foi em direção ao rapaz, com a espada em
riste, apontou para o garoto e começou a falar:
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a floresta, a chuva começou a ficar mais forte, Krys viu o
homem de joelhos e não viu mais nada, apagou no meio da
floresta.
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CAPITULO I
1433 D.C. - A ORDEM
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aposentos e providencie tudo o que eles precisarem. – Ordenou
Blayne passando pelo serviçal e se encaminhando para seus
aposentos a passos rápidos.
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aparência de seus vinte e cinco anos, uma mulher tão linda e
tão conhecida pelos dois, uma mulher que mudaria o tom de
qualquer discussão e continuou:
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da qual Blayne aponta outra voz vinda da entrada daquele salão
pergunta:
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- Excelente, o criador e a criatura. – Ele se dirige até
Lorde Devon estende-lhe a mão e diz: - É uma honra e um
prazer estar em vossa presença novamente Lorde.
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CAPITULO II
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com uma tocha começou a se aprofundar na caverna deixando
seu pai e mãe mais na entrada, quando caiu em si estava só ele
e sua tocha quase se esvaindo, ele começou a ficar
amedrontado, pois não conhecia o local, de tão concentrado que
ele estava nas figuras não pode perceber que a caverna se
bifurcava ao tentar voltar não conseguia ele achar o caminho
de volta. Krystian ouve uma risada sinistra a suas costas, ao se
virar presencia ele uma cena que o marcaria pelo resto de sua
vida, ele vê uma figura grotesca, sombria era alto, forte, tinha
um semblante nebuloso, seus olhos pareciam estar
avermelhados, chegou perto dele, e com uma voz assustadora
e misteriosa, falou:
- Até que enfim te encontrei meu escolhido!
- O quê? Quem é você? Como me conhece? Onde estão
meus pais? - Disse cada vez mais assustado.
- Desde seu nascimento, até hoje, já faz 18 anos,
acompanhei você, o escolhido para ser a continuação da minha
espécie, aquele que vai cumprir a profecia.
- Espécie, profecia, o que está dizendo seu louco
varrido?
- Vou acabar com a Ordem, e você irá me ajudar, venha
comigo e te darei poder, venha comigo e te mostrarei o
caminho.
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- Do que está falando seu doido, que Ordem, quem é
você, afinal.
- D’bôer é meu nome e você será o meu principal aliado
na guerra contra a Ordem, juntos derrubaremos cada membro
de sua estrutura arcaica e juntos levaremos Ordem ao caos.
- Está louco, nunca o vi em minha vida, desconheço tua
fala e muito menos seus motivos e jamais farei parte de seus
planos.
Krystian se vira e correndo começa a gritar: - Pai, pai –
Quando pensou ele estar a salvo de seu perseguidor eis que do
nada aparece em sua frente D’bôer que o agarra pelo pescoço
e o levanta dizendo:
- Pensa que será tão fácil assim se livrar de mim, seu
destino já está traçado, terá toda honra e gloria depois que a
Ordem for deposta junte-se a mim.
- Não sei do que fala, jamais me unirei a ti.
- Você tem duas escolhas, ou se unira por bem ou por
mal.
D´bôer o solta, o rapaz cai ao chão sentado, sem ter
reação sentiu o rapaz a mão fria de seu executor em sua fronte
e outra mão em seu ombro e numa fração de segundos sentia
em seu pescoço desprotegido sendo cravado pelos dentes de
D’bôer, sentiu Krystian a agonia de sentir seu sangue se
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esvaindo e uma agonia maior por saber que outra pessoa estava
se satisfazendo com isso, no meio de tanta dor e agonia o rapaz
vai perdendo os sentidos até desmaiar.
Passado um tempo Krystian acorda, mal sabe ele onde
está, mal consegue ver, e sente seu corpo gelado, como seu
corpo não estivesse mais respondendo aos seus comandos,
como se ele estivesse morto e não era só isso, ele estava com
sede, muita sede, pena ele não saber que não era uma sede
normal que se resolveria com um simples copo de água.
Ao começar a recobrar sua visão o percebeu uma luz de
tochas a sua frente, como não conseguia andar, rastejou em
direção à luz, mas seu esforço seria recompensado de uma
maneira trágica e que o marcaria para sempre, ao se aproximar
da luz, conseguiu ver ele duas cruzes enormes em um altar de
pedra, não conseguia ver nada devido ao seu estado, ele percebe
um liquido vermelho a escorrer pela cruz que ele mal via,
quando subitamente ele nada mais consegue ver senão o liquido
vermelho a escorrer então sua sede aumenta e junto uma fome
arrebatadora, ele consegue se levantar levado pela sua sede e
fome e sem ter o controle de seus instintos ele começa a andar
em direção das duas cruzes que ele mal conseguia destingir. Ao
se aproximar pode então sentir o cheiro daquele líquido que
tanto lhe agradará, sua vontade foi arrebatadora e sem controle
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de seus atos começou ele a beber daquele liquido, teu sabor era
tão doce que começou ele a delirar pelo sabor, quando sentiu
ele que estava acabando foi então que lhe passou pela cabeça
em morder o local de onde estava vindo o líquido, então uma
onda do suculento liquido veio a sua boca e começou a tomá-
lo tão rapidamente e vorazmente que nem ele compreendia o
que estava a acontecer, quando o liquido se esvaiu sua sede
havia diminuído, mas ainda a sentia, então sentido ele a sede e
a fome, partiu para a segunda cruz e executou o mesmo
procedimento com ela quando estava quase acabando ele
conseguiu volta a si, e começou a ouvir ao longe a voz de sua
mãe gemendo então ele parou e começou a olhar em volta
assustado, foi então que ele percebeu que o liquido que ele
estava a tomar era sangue e que o sangue era o de sua mãe que
estava a sua frente amarrada à cruz e que seu pescoço estava
todo mordido ele a agarrou e aos berros disse:
- Mãe, mãe, o que aconteceu, meu deus o que
aconteceu!
Quando abraçou sua mãe ainda lhe restava um sopro de
vida, e foi nesse instante que ela sussurrou:
- Porque Krys, por quê?
E esse foi o último suspiro de sua mãe, ele pode
perceber que ele mesmo havia sugado todo o sangue dela e aos
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prantos começa a gritar pela sua mãe, então ele começa a olhar
para os lados e contempla a cruz que está ao lado e vê que nela
se encontra seu pai e que o seu destino foi o mesmo que a de
sua mãe.
- Pai, pai – Diz ele caminhando em direção a cruz onde
amarrado estava seu pai. - O que foi que fiz, o que foi que eu
fiz! – Aos berros, Krys entra em desespero.
Seu grito ecoou por toda a caverna como um trovão,
onde esse grito representa o nascimento que nele acabara de
acontecer, como quando uma criança vem ao mundo, mas nesse
caso o mundo é representado por ele e a criança que nele nasce
é nada mais que o ódio, que é um sentimento que ele jamais
sentira e que agora nasce em forma de um grito e os berros que
vieram depois foram apenas o sacramento desses sentimentos.
Transtornado Krystian começa a correr, já não sentia
mais a sede nem a fome, ele se sentia disposto agora, mas seu
coração estava em frangalhos, acabara de perder os pais por um
ato que ele fez, mas ainda não entendia o porquê de ter feito
aquilo, tentava entender mais não conseguia, então desesperado
procurou a saída daquele lugar, correu e correu até ouvir o
barulho de trovões e fachos de luz vindas a sua frente, sabia ele
que era a saída e que já era noite, então correu ainda mais
depressa em direção aos fachos de luzes que estavam a brilhar.
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Chegando bem próximo a saída viu ele que estava a chover e
saindo bem devagar da caverna começa ele a olhar em volta,
por estar de noite estranhou conseguir enxergar tão bem, estava
ele se sentindo muito bem naquele ambiente se sentindo
protegido, à frente da entrada da caverna se encontrava o
caminho pelo qual eles passaram para chegar à caverna, a
chuva estava torrencial, mas ele não ligava para isso, o que
passava pela sua cabeça era a cena de seu pai e de sua mãe
mortos e presos nas duas cruzes que ele encontrou dentro da
caverna, ainda não entendia nem mesmo acreditava no que
havia acontecido de repente ele começa a ouvir sons de luta, de
espadas se cruzando, quando do nada a chuva aumenta e um
raio cai bem perto de onde ele está, o clarão de tão forte cegou
sua visão por alguns instantes, ficou ele caído ao chão, ele
consegue ouvir o barulho de uma espada sendo sacada de
algum lugar, parecia ser de uma arvore ele ouve passos vindo
em sua direção ele tenta se levantar, mas seu corpo começa a
sentir as dores novamente, começa a sentir dores
principalmente no pescoço, instintivamente leva sua mão ao
pescoço e sente ele que seu pescoço está com duas perfurações
enormes e quando ele olha para sua mão que estava nas
perfurações ele vê sangue.
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- Não! – Exclama ele, seu corpo começa a travar e os
passos que ele estava ouvindo começam a se aproximar ele
começa a olhar na direção dos passos ele consegue ver um
homem saindo de dentro da floresta estava ele com uma espada
em punho, quando o estranho viu Krystian ajoelhado ele se
aproximou, encostou a espada na garganta dele e perguntou:
- Qual teu nome rapaz?
Krystian ouviu a voz daquele estranho, uma voz calma
e serena, uma voz que trouxe tranquilidade ao rapaz, Krystian
ergue os olhos e fita o estranho dos pés à cabeça, Krys observa
que o estranho usava um, sobretudo magnífico com desenhos
antigos e conhecidos por ele, desenhos que já vira nos livros de
seu pai, um homem alto com botas finas de montaria. Admirado
com aquela figura ele diz:
- Krystian Slayder e quem é você? Por acaso veio me
matar?
- Por Jesus Cristo, não pode ser, maldito seja D’bôer,
você é filho de Christopher Slayder? - Diz o estranho com
semblante sombrio.
- Conhece meu pai, conhece D’bôer. – Ao falar essas
palavras Krystian de repente se recompõem e se levanta
agarrando aquele homem pela gola do sobretudo e com uma
força descomunal ergue-o sem se dar conta do que está
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fazendo, cego pelo ódio e fúria que afloraram ao ouvir o nome
D’bôer e segue dizendo aos berros: - Quem é você, onde está
este que chama de D’bôer?
Ao ouvir os berros desesperados do rapaz, o estranho
solta a espada e com o semblante ainda mais calmo diz:
- Meu nome é Jason Blayne, conheci seu pai e sua mãe,
e você quando bebê, enquanto a D’bôer, sei tanto quanto você
onde ele está, agora se puder me soltar.
- Blayne! – Diz Krys acalmando-se e abaixando o então
Jason. – Meu pai me falou sobre você.
- Seu pai, onde ele está? – Pergunta Blayne apressado.
- Morto! – Diz Krys baixando a cabeça e começando a
chorar. – Não sei como aconteceu eu não tive culpa.
Vendo o semblante do rapaz, a mordida no pescoço e
todo manchado de sangue, deduziu Blayne o pior.
- Maldito seja D’bôer, ele o fez passar pela sede,
nenhum humano por mais cruel que seja, merece ser atacado
por um vampiro com a sede. - Disse Blayne olhando para o
rapaz.
- O que está dizendo? Como vampiro? O que é um
vampiro? – Pergunta Krys voltando os olhos para Blayne.
- D’bôer é um vampiro e o fez igual a ele, ele mordeu
você e deu de seu sangue para beber, ele deve ter tomado quase
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todo seu sangue, pois tua sede foi tamanha a ponto de fazer
você matar seu pai.
- Matar meu pai e me fez matar minha mãe também. –
Disse Krys olhando para Blayne com olhos de fúria.
- Não pode ser! – Diz Blayne assustado. – Como pode
existir um monstro tão cruel nesse mundo. Onde seus pais estão
garoto?
- Lá dentro! – Diz Krys apontando para trás em direção
à caverna. – Mas eu não vou entrar lá.
- Tudo bem garoto, mas fique aqui eu já volto.
E lá foi Blayne para dentro da caverna, enquanto Krys
ficou do lado de fora e baixando a cabeça começa a lembrar de
seu pai e de sua mãe e o quanto ele os amava. Agora dentro
dele somente o ódio imperava, apenas o desejo de vingança,
havia dentro si e em sua cabeça o nome D’bôer ecoava como o
som de um sino proclamando vingança e assim ele ficou até
sentir alguém colocar a mão em seu ombro, instintivamente ele
vira agarrando a mão e fica cara a cara com a pessoa que lhe
assustou, era Blayne que acabara de voltar da caverna.
- Venha comigo garoto, você precisa de orientação. –
Disse Blayne
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- A única orientação de que preciso é saber em que
direção foi D’bôer.- Diz Krys serrando os olhos e apertando a
mão de Blayne.
- Entenda de uma vez garoto, você não sabe nada a
respeito de D’bôer, você não imagina o poder que ele tem você
ainda não conhece tua nova condição, você precisa aprender,
D’bôer fez tanto mal a você quanto a mim, não conseguira nada
sem treinamento e sem um mentor, eu serei seu mentor, devo
isto a seu pai, se não quiseres fazer por mim ou por ti faça pela
memória de seus pais, somente com instrução conseguira
derrotar D’bôer! - Diz Blayne agarrando a mão de Krys e
apertando ainda mais.
- Eu não tenho tempo para treinamento. – Diz Krystian.
- Preciso encontrá-lo, preciso me vingar.
- Terá tua vingança, depois que estiver treinado.
Krystian olha nos olhos de Blayne e acalmando-se
responde:
- Tudo bem, mas eu vou matá-lo e não você.
- Certo garoto ele é só seu, agora venha precisamos
conversar, - Disse Blayne começando a caminhar e colocando
os braços sobre o ombro de Krystian. - Preciso explicar
algumas coisas sobre imortalidade.
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- Imortalidade? Como assim imortal? – Krystian para
olhando para Blayne.
- Nós vampiros somos seres imortais, não morremos por
causa natural, só há três modos de sermos destruídos,
decepando nossa cabeça, arrancando nosso coração ou
cremando nossos corpos pôr fogo ou sol, caso contrário,
mesmo sendo derrotados ou muito machucados, não morremos,
nosso corpo se regenera dos ferimentos.
- Nossa, que bom. Diz o menino.
- Caso a batalha seja sangrenta e o derrotado caia
durante a batalha, ele fica em estado de torpor, como se
estivesse em coma, enquanto o corpo se regenera, dependendo
do estado físico do corpo, esta regeneração pode durar anos,
décadas ou até séculos, mais terá muito tempo para descobrir
sobre isso.
E assim seguem os dois pela trilha na floresta que leva
até a estrada onde uma carruagem os aguardava, uma linda
carruagem negra com cavalos brancos e um velho senhor como
cocheiro.
- Entre rapaz. – Diz Blayne abrindo a porta da
carruagem – Vamos até meu humilde refúgio, para casa
cocheiro.
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Ao abrir a porta Krystian entra e ao se acomodar na
confortável poltrona ele desmaia, Blayne vendo a cena senta a
sua frente e o observa atentamente. E assim foi até chegarem à
mansão.
Chegando a mansão, que se encontrava em uma colina
onde se podia observar Londres ao longe, poderia observar
Krystian, se ele estivesse acordado, que a mansão de Blayne
mais parecia um castelo, com uma enorme estrada, a carruagem
demorara uns dez minutos de tão grande seu quintal, com
vários quartos, salas de estar, uma enorme sala de visitas,
Blayne mandou seus serviçais colocarem Krystian em um de
seus aposentos.
“Krystian está agora em um lugar nebuloso, rodeado
de nuvens negras em todo canto, em sua frente ele vê lindas
mulheres sobrevoando, ele está assustado, muito confuso,
quando ele vira de costas para sair daquele recinto ele vê a
cena, um homem, alto, branco, cabelos longos, muito forte, á
sua frente uma mulher, jovem, muito bela e com uma cara de
menina inocente, parecia estar grávida, esse homem a segura
a força ela se debate mas não consegue se soltar, ele estica o
pescoço dela e morde-a com muita força, quando Krystian
corre em sua direção para ajudá-la percebe ele já ser tarde
pois aquele homem à solta e se vira para Krystian, quando
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Krystian finalmente consegue ver seu rosto ele vê sua imagem
naquela figura, ele se vê rindo para ele mesmo e tudo fica
escuro”
Krystian acorda, suando frio e assustado, a seu lado
duas lindas garotas, arrumando suas coisas, assim que Blayne
entra no quarto as duas garotas saíram, deixando os dois
sozinhos, Blayne senta na cama ao lado de Krystian e diz:
- Então, meu jovem, está melhor? - Disse ele na
serenidade de sempre
- Sim, estou melhor.
- Tome esse copo, se sentira melhor.
Krystian tomou o líquido que Blayne servira e sentiu o
gosto de sangue, foi quase intragável e ao mesmo tempo
saboroso, cuspiu quase todo o conteúdo.
- O que é isso? Está louco?
- Então somos dois loucos. - E riu pela primeira vez
- O que está acontecendo com minha vida? O que está
acontecendo comigo? Disse quase se desesperando
- Vou explicar, mas antes preciso contar-lhe uma
história.
“No começo dos tempos o Senhor, criou os anjos para
ajudá-lo, no meio deles, o mais belo, o mais poderoso, o...”.
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- Ei – interrompendo – o que lúcifer tem a ver com isso,
eu já conheço essa história.
- Quando Jesus veio a Terra...
- Ei, eu conheço essa história também, o que a
crucificação tem a ver com isso.
- Será que posso você deixa-me terminar, hein?
- Está bem pode falar.
“No início era escuridão Deus ordenou faça-se à luz e
assim fez a luz”.
Ele criou tudo de bom e belo, mas seus primeiros filhos
foram tentados por Lúcifer, o anjo caído que jurara vingança
foi expulso do Éden.
Deus ganhavam sacrifícios ofertados pelos seus filhos
em agradecimento e Lúcifer assoprava a maldade a ponto de
irmão matar irmão.
A guerra entre o bem e o mal conhecido milenarmente
teve várias etapas algumas delas se perderam com o tempo
outras escondidas pela igreja, mas esta e uma parte contada
sobre alguns fatos.
Quando Deus mandou seu anjo visitar Maria com a
notícia que ela daria à luz ao filho de Deus, Lúcifer já estava
entre os homens e com seu orgulho ferido arquitetou um plano
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achando ele que se o filho de Deus se morre antes de se tornar
o messias a terra seria só dele para governar.
Ele assoprou a maldade em um rei.
Mas Deus em sua sabedoria mandou um anjo até José
que lhe disse levanta-te e toma o menino e sua mãe, e foge para
o Egito, demora-te lá até que eu te diga, porque Herodes há de
procurar o menino para matá-lo.
E ele novamente assoprou nos ouvidos do rei que
ordenou a morte das crianças em Belém, pois ele não sabia
onde nascera o menino rei.
Vendo ele que nada adiantara nos anos que se seguiram
espalhou a maldade por todo lugar fazendo pessoas ficarem
loucas, pois seus enviados os possuía e causavam enfermidades
tentando abalar a fé do homem, Deus novamente em sua grande
sabedoria enviou profetas ao povo para anunciar a chegada do
filho de Davi, mais uma vez o diabo perdera, mais astuto levou
o filho de Deus a lugares para persuadi-lo mais tudo em vão.
Ele foi repreendido e repelido.
Foi então que ele resolveu fazer o mesmo que Deus
enganou uma jovem que mais tarde morrera dando à luz a seu
Filho um ser criado na maldade e pela maldade, seu nome era
Kriver e o tempo passou quando satanás achou que seu filho
estava pronto assoprou nos ouvidos dos homens que o homem
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que se dizia ser o cristo era na verdade um agitador e fez com
que o prendesse, quando foi pedido ao povo que se liberta um
homem Kriver incitou o povo a libertar Barrabas.
Quando crucificou Jesus ele estava lá e quando ele o
morreu, Kriver que se escondeu da luz, atrás de seu pai, veio
um anjo a Satanás e disse a ele:
- Vos que sois o pai da mentira e nunca se firmou na
verdade, Deus te punira novamente, pois seu filho não poderá
ver a luz novamente e se o fizer ela o devorara totalmente,
arrependa-te de seus atos. Diz o anjo do senhor!
Em resposta ele o diz:
- Nunca, pois meu poder é igual ao dele por isso me
expulsou do paraíso.
Então eis que outro anjo aparece dizendo:
- Teu filho e os filhos de seus filhos comerão cinza,
arrependa-te de seus atos. Diz o anjo do senhor!
Em resposta ele o diz:
- Nunca, pois pelo meu poder ele se alimentará de
sangue, o sangue dos filhos de Deus.
Então se ouve um grito de dor e raiva:
- Eu o amaldiçoou. Diz a figura grotesca. - E por seres
meu filho tem a vida eterna.
Então o anjo fala a ele:
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- A madeira de carvalho o matará, pois foi com ela que
foi feita a lança que perfurou o peito do filho de Deus, a prata
o matará, pois foi com ela que o filho de Deus foi traído.
Escondendo seu rosto da luz angelical ele retruca:
- Meu filho terá poderes serás mais veloz, mais forte,
com sua aparência dominara a todos.
Então o anjo fala a Ele:
- Não poderás subjugar aquele que tem fé, pois de Deus
é ele.
Satanás retruca:
- Medo não o deterá.
Então o anjo fala a ele:
- Vos que sois nascidos homem terá seus medos e
angustias também será repelida pelo símbolo onde está o corpo
do filho de Deus.
Satanás retruca novamente:
- Meu filho saberá esconder-se como ninguém, terá o
poder de criar ilusões e da transformação.
Então se ouve e a voz do anjo:
- Eu o amaldiçoou, ao se transformar será somente em
animal e com eles se comunicara, nunca poderá entrar em casa
alguma sem ser convidado, eu o amaldiçoou – diz o anjo
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– Serás infértil como a areia do deserto que não dá
arvores e não poderás criar herdeiros.
Então Satanás exausto da peleja, lança sua última
maldição:
– Terás como herdeiro o próprio filho do homem
espalhando por dentro de ti o teu próprio sangue e tendo a ele
como irmão, assim terás o teu irmão o mesmo princípio que o
teu. E teu irmão poderá ter herdeiros como tu o farás.
O outro anjo que observava a tudo deu a última ordem:
- Vá, eu te expulso em nome de Deus figura grotesca,
pois seu mal não é permitido aqui, leva o que é teu para longe,
pois os pecados do mundo foram redimidos pelo sangue do
cordeiro de Deus, teu filho pagará com o próprio sangue tuas
injustiças.
E com um grito Satanás leva seu filho para um local
muito distante uma terra escura e lhe diz:
- Filho de minha inveja e ódio lança-te ao mundo seu
destino a ti pertence, tome tudo que quiseres, pois és meu filho
nunca mais me veras, mais saibas que dentro de ti a poderes
ilimitados e com o tempo descobriram quais saibas usa-los e
molda-los para seu benefício e dos seus.
Falando isso ele desaparece entregando seu filho a
própria sorte.
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O homem levanta e pronuncia:
- Governarei pelo sangue e com sangue escreverei
minha história neste mundo.
Anos se passaram com sua astucia ele usou reis para
destronar reis.
Teve sua primeira cria vinda da casta de um reinado
guerreiro nobre abastado dono de terras e com grande fama.
A Segunda foi um ocultista que morava em um condado
afastado homem letrado e culto voltado para pesquisa.
A terceira foi uma mulher que morava com seu marido
nas florestas adoradora de animais esposa fiel e prestimosa.
A Quarta foi outra mulher sedutora e atraente cobiçada
por todos que a rodeavam apesar de culta era uma assassina fria
e vil contam que seu marido morrera em causas misteriosas
Foram espalhados pelo mundo com a finalidade de
engrossar as fileiras de seu mestre.
Como na Antiguidade havia muitos conflitos isso ficou
fácil às lutas entre os povos davam uma oportunidade impar
para essas atitudes tudo girava pelo mesmo objetivo, poder,
cobiça, riqueza, povos saqueavam outros povos civilizados,
nômades, piratas, bárbaros, pessoas sendo transformadas em
escravos tudo levou a o que foi conhecido como feudalismo e
cristianismo substituindo as velhas estruturas abrindo uma
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nova fase da história humana em todo mundo principalmente
em um lugar hoje conhecido como Europa”.
- Tudo bem – interrompendo de novo - O que isso tem
a ver comigo? O que isso tem a ver com o que aconteceu
ontem?
- Aquele homem que diz D’bôer, é um vampiro!
- O quê? Espantado.
- Por isso estou aqui, para evitar que isso aconteça, para
te ajudar e para impedir que D’bôer continue fazendo o que faz.
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- Nós vampiros vivemos numa sociedade, igual à
sociedade humana, mas dentro dela, nós temos um código de
honra, ou seja, leis que foram feitas para podermos coexistir
juntamente com os humanos, por exemplo, não revelar nossa
verdadeira natureza, por isso ninguém conhece histórias de
vampiros etc... Essa Ordem...
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Krys deitou e adormeceu, assim que acordou, lavou
o rosto e viu uma imagem estranha, um homem, não era mais
o jovem de ontem, ontem era um jovem inocente, inteligente,
com cabelos amarrados jogando um ar de intelecto, hoje já com
cabelos soltos, um homem rebelde, com ódio no coração.
Desceu as escadas até a sala de estar, estava lá Blayne sentado
à frente da lareira apagada em sua poltrona, e ao seu lado outra
poltrona vazia, desceu até ele e sentou ao seu lado, e ele sem
olhar para o lado disse:
- Está melhor meu jovem?
- Acho que sim, estou digerindo aos poucos essa
história.
- Está pronto para a segunda parte de seu treinamento,
e a mais fundamental?
-Depois do que me aconteceu ontem, estou preparado
para tudo, principalmente destruir D’bôer.
- Calma, uma coisa por vez, se enfrentar D’bôer agora,
acabará como seus pais, aprenda a primeira lição de hoje, a
pressa é a inimiga da perfeição, as coisas acontecem em seu
tempo certo, vai chegar à hora exata de enfrentar D’bôer,
primeiro você tem que aprender a sobreviver em sua atual
condição, não se preocupe com o tempo, isso é uma das
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menores preocupações nossas, você vai ter sua vingança, mas
até lá você vai passar por muitas coisas.
- Tudo bem, estou pronto.
Começou o treinamento, ficaram longos cem anos
dentro da mansão de Blayne, aprendendo a arte de guerra, da
luta e da espada, aprimorou seus poderes também, triplicou sua
velocidade, quadruplicou sua resistência, sua força se expandiu
tanto que nem ele sabe mais como modera-la direito, mas não
ficou só nisto, passava mais da metade do dia enfiado em livros,
tais como, ocultismo, latim, burocracia, política, espanhol,
português, francês. Longos cem anos se passaram, até que um
dia Blayne chegou a Krystian e disse:
- Venha comigo
Blayne o levou até um salão a qual Krys nunca havia
frequentado, era o salão de armas, tinha um arsenal, coisa
nunca vista antes por ele, tantas armas juntas arcos, espadas,
lanças, manguais, Blayne olhou para Krystian e viu um sorriso
em seu rosto, ele sabia que agradara a Krys estar ali, continuou
a olhar para frente e disse:
- Vejo que está gostando do que vê, escolha uma dessas
armas, é meu presente para você.
- Sério? Você está falando sério?
- Sim, pode escolher.
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Olhou para todas as armas e se identificou com uma em
especial, foi até ela e a pegou.
- Sabia que você era esperto, escolheu bem, essa é uma
espada sarracena, forjada no século passado por um rei turco
Hakan que liderou seus homens em várias batalhas se saindo
vencedor em todas elas, ele me deu em função de uma visita
que fiz a ele, ela se chama Rondrakkan, seu cabo é forjado com
aço puro, e sua lamina é em formato ondulado, pois deixa seu
poder de ataque mais forte e penetrando mais facilmente em
um corpo inimigo, parabéns agora ela é sua.
- Vou honrá-la, como esse rei o fez, e prosseguir em seu
histórico de vitórias, ela vai me acompanhar nessa jornada e vai
estar comigo quando encontrar D’bôer.
- Que bom que gostou. Diz Blayne contente.
- Posso te fazer uma pergunta, que há muito tempo me
perturba?
- Claro.
- Como conhece meu pai?
- Bom Krys, acho que está maduro o suficiente para
saber, Christopher foi um homem leal a Ordem, sempre nos
ajudou com sua sabedoria e préstimos, o conheço desde quando
ele nasceu, nos tornamos amigos, muito mais que isso, ele era
como um irmão para mim. Diz Blayne saudosista.
39
- Ele era um vampiro? Krys curioso
- Não, embora sempre tivesse acesso a Ordem, como se
fosse, conhece todo nosso mundo, sempre esteve conosco em
reuniões e tinha voz ativa em nossas decisões, seu papel era tão
importante quanto um regente, mais era um humano, ele é de
uma linhagem pura, de sangue mais puro que o nosso, ele não
quis e também não permitimos que se transformasse em
vampiro, você também não era para se tornar um.
- Mais então por quê, D’bôer fez isso comigo?
- Ainda não sei Krys, mas da mesma forma que seu pai
não poderia se transformar em um vampiro, você também não
poderia, mas não se preocupe agora, descanse, pois temos
muito trabalho a fazer.
Blayne saiu e deixou-o sozinho apreciando a espada,
como um menino assim que ganha um presente de aniversário.
No outro dia Blayne saiu e deixou-o sozinho
estudando quando Krys ouviu alguns barulhos dos serviçais,
até que um correu em sua direção.
- Senhor, senhor, está havendo uma balburdia em frente
à mansão Blayne.
Krys correu até as janelas da biblioteca e observou
uma multidão com ferramentas, tochas e pedaços de madeira,
correndo atrás de uma mulher, estava com um arco, mas pela
40
distância que estava não podia usá-lo, correu até o portão
gritando para os serviçais:
- Abram os portões, abram os portões!
Abriam-se os portões, e assim que ela entrou, ordenou
que fossem fechados os portões, ela entrou e Krys levou-a até
a sala de estar, ela estava ofegante, era linda, corpo esbelto,
cabelos loiros e cacheados até a altura dos ombros, rosto que
pareciam desenhados de tão perfeito e uma voz encantadora,
paralisou-se assim que abriu a boca para falar-lhe:
- Blayne, onde está Blayne?
- Eu não sei, ele não me disse para onde iria, e você
quem é?
- Arqueira da Lua, é assim que me chamo, eu preciso
falar com Blayne, traíram ele, entregaram-no e acho que foi
D’bôer.
- E essas pessoas quem são? Perguntou ainda fascinado
por sua beleza.
- São inquisidores, vieram para destruir tudo e todos.
Assim que ela terminou de falar, os portões vieram
abaixo, quão forte era a pressão, e invadiram a mansão
destruindo e colocando fogo em tudo que viam, Krys por sua
vez pegou sua Rondrakkan.
41
- Servos se escondam e fujam, e você Arqueira fuja
com eles. Disse Krys com calma em sua voz.
- Você acha que sou mulher de fugir, vou ficar e te
ajudar a acabar com eles. Se armando com o arco.
- Tudo bem.
Assim que eles foram adentrando o recinto, Krys ia
dilacerando sua espada neles, um a um, enquanto Arqueira
estava dando cobertura, atirando suas flechas certeiras, uma a
uma, mas estava ficando difícil devido à quantidade de pessoas
cegas de ódios por algo que elas sequer sabem quão sua força
ou propósito, quando Arqueira gritou:
- Vamos para fora, aqui não temos nenhuma chance.
- E a gente tem alguma chance? Retrucou Krys.
Krys e Arqueira foram se afastando, levando os
inquisidores para fora da mansão, mas havia algo de especial
nisto, Krys percebia o quanto estava evoluído, estava acertando
seus golpes com sua espada em um enquanto já pensava nos
próximos ataques, derrubando um a um, até que foram
encurralados em uma parede no fundo da mansão, quando de
repente ouviu-se uma voz conhecida:
- Como ousam invadir e destruir a mansão de Jason
Blayne?
42
Olharam e era Blayne, ele levantou o braço direito para
o céu, de repente nuvens negras se instalaram sobre a mansão,
e vários raios caíram dela derrubando todos os inquisidores
inclusive Krys e Arqueira da lua, Blayne virou-se e
caminhando para a mansão disse:
- Vamos para dentro, temos que arrumar algumas coisas
e esclarecer outras.
Quando Arqueira da lua estava em pé e caminhando em
direção a mansão, Krys segurou-a pelo braço e disse:
- É... Foi um prazer lutar ao seu lado, Arqueira.
- Foi um prazer lutar ao se lado também.
Puxou-a para perto de seu rosto, e quando ambos os
lábios estavam para se encontrar, disse-lhe:
- Estou fascinado por sua beleza e garra, moveria céus
para ganhar um beijo seu.
Ela o beijou, um beijo doce e apaixonante, parecia
durar horas, mais foi por segundos, ela olhou para ele e disse:
- Meu coração é de Blayne
- Você sabe como fazer um homem desistir de uma
mulher rapidamente.
Ambos sorriram e foram para dentro da mansão, no
salão de armas, o único lugar que não fora destruído, quando
43
ameaçou abrir a boca, Blayne de costas levantou a mão direita,
como num sinal de silêncio:
- Minha dignidade e sabedoria estão acima de tudo e de
todos, ela é linda e qualquer um se apaixonaria, e sei que você
é sábio suficiente para saber que não vai passar disso.
- Era exatamente isso que eu ia dizer.
- D’bôer o traiu e entregou você aos inquisidores da
região. Disse ela
- Eu sabia. Disse serenamente como sempre.
- Por que D’bôer lhe entregaria? O que ele tem contra
você? Perguntou Krys.
- Ele, como você, foi meu discípulo, por isso falo que
vai ser difícil de derrotar, eu sei o monstro que criei, agora
vamos arrumar as coisas, partiremos esta noite imediatamente.
- Para onde iremos? Perguntou Krys.
- Para Madri, o responsável pela Ordem de lá precisa de
mim e seu discípulo se casará.
- Mas a Espanha é o centro da inquisição, não podemos
ir para a casa do inimigo. Disse Krys incrédulo.
- A inquisição não é nada, nem um terço de que você
vai enfrentar daqui para frente, é o menor dos problemas, agora
arrume as coisas e me deixe a sós com Arqueira da lua.
44
CAPÍTULO III
1550 D.C - UMA VIAGEM PARA A ESPANHA
45
- Rapaz, poderia se afastar desse artefato custou-me
muito caro, milhões eu diria. Disse Juan
46
- Aquilo que você fez com os inquisidores, quando vou
aprender?
- Nunca
- Por quê?
- Entendo, e D’bôer?
47
No outro dia, estavam a caminho do palácio de
Sanches, Blayne ficou o tempo todo calado na carruagem,
chegando à frente do palácio já se encontravam muitas
carruagens, estava bastante decorado o palácio, Krys parou
para olhar ao redor procurando um lugar melhor para guardar a
carruagem, enquanto Blayne entrava no recinto, quando Krys
arrumou um lugar para a carruagem e fora em direção de
Blayne o mesmo já havia adentrado no recinto, quando Krys
tentou entrar no local, havia dois guardas, um em cada lado do
portão segurando uma lança, ambos abaixaram suas lanças
impedindo sua passagem.
*****
48
- Aqui está meu convite.
49
- Elizabeth Willians, a noiva, prazer. Sorrindo.
- Procuro algo.
50
- O quê?
- Respostas.
*****
51
derrotar seus inimigos, ele o viu e foi em sua direção, mostrou
sua verdadeira face, um vampiro, estava com metade da face
deformada, um mau cheiro, ele o agradeceu pela ajuda:
- Dimitres.
52
- Diz aqui também, que o descendente direto de Kriver,
usará esse bracelete para destruir a nossa raça para restituir a
Caçadores.
- Será mesmo?
- Pode ser.
53
- Tipo o quê?
54
podiam exercer forças místicas sobre a matéria, tais pessoas
tinham o poder de criar fogo do nada, controlar o clima, fazer
objetos se mexerem e muitas coisas fantásticas, eu sempre
ouvia suas histórias com muita atenção e desejando um dia
poder ter a chance de controlar tais forças místicas. Vinte anos
depois eu já sabia tudo no campo da astronomia, astrologia,
herborismo, alquimia, e os ritos secretos de meu mestre, porem
o mesmo havia falecido a três anos, e eu ficara com sua casa e
seus livros e formulas. Um ano mais tarde eu já com trinta e
sete anos conheci um velho viajante, que me pediu abrigo por
alguns dias, não pude dizer não, algo me obrigou a deixá-lo
ficar, havia alguma coisa estranha em seu olhar, trajava
vestimentas tradicionais e um manto, pude perceber que ele
também usava alguns colares em seu pescoço e um cajado de
madeira trabalhado, muito bonito por sinal. Este velho visitante
era um homem de hábitos muito singular, dormia durante o dia
todo, me dizia que a noite tudo era diferente, a atmosfera, o
silencio noturno ou os gritos que ecoavam nas sombras geladas
da escuridão, as trevas dizia ele, era a verdadeira face desse
mundo, a escuridão estava em todo lugar, em tudo em todos,
principalmente dentro de nós mesmo, quanto a mim ouvia seus
relatos incrédulo, o velho percebia o meu comportamento, mas
não me dizia nada, o seu nome eu não sabia, não sei por que,
55
algo me forçava a não fazer perguntas sobre sua vida, todavia
mais tarde soube os motivos pelos quais isso era me negado,
numa certa noite o velho hospede me disse, que enfim minhas
perguntas seriam respondidas, sabendo sobre o meu interesse,
pelas artes ocultas, ele me fez uma proposta, me perguntou se
eu gostaria de poder controlar as forças ocultas que cercavam
o universo, eu respondi que sim, e então eu vi o meu hospede
se transformar, o brilho no seu olhar me gelou a alma, sua face
havia mudado, podia sentir o terror em sua expressão facial, o
medo tomou conta de mim, tentei me afastar, mas o seu olhar
penetrante me dizia pra ficar parado e ele se aproximava, agora
já podia ver seus longo caninos brancos, tão branco quanto a
luz da lua, e eu impotente nada podia fazer, ele dizia que a
minha força era grande e que eu seria um ótimo vampiro, e
então com seus dentes tão afiados quanto a lamina de um
punhal cravou-os em meu pescoço, perfurando o mesmo, no
início tentei resistir, mas o sentimento de êxtase tomou conta
do meu ser, subjugando a dor e tudo ficou escuro como a noite
que caia lá fora...”.
56
- Como assim? Perguntou Dimitres.
57
aguentou a falecera, ele desesperou-se pois a amava muito,
agora o choro de alegria se transformara em desespero,
quando ouvira uma risada sinistra, temerosa, que ecoou em
todo o lugar”
- Por quê?
58
- Esse é o acordo para continuar vivo, Juan Sanches
prometeu que não faria nada contra você, mas você teria que
sair da Espanha, você extrapolou e vai arcar as consequências
sozinho.
*****
60
- Ao amanhecer, é loucura Tony. Disse Dimitres
assustado.
*****
- Obrigado.
61
uma donzela, jovem, olhos verdes, cabelos ruivos e lisos,
estavam com tranças, muito bela, chegando lá ele:
- Muito obrigado.
62
com um simples gesto da figura grotesca, foi arremessado mais
longe que o marido, e o homem fugiu com a criança...”.
63
Antes que ele disse o número três todos piratas que
estavam correram, menos o líder, um homem rude, traços
grotescos, barba por fazer, um tapa-olho no lado esquerdo,
chegou perto dele e disse:
64
- Fique conosco, sua hospedagem será nossa
gratificação.
- O que é aquilo?
65
Krys saiu pela porta e o povo abriu uma passagem entre
eles para que Krys passasse, olhando ainda admirado pelo herói
que eles haviam ganhado. Quando Krys voltou, a taverna já
estava para fechar, os serviçais estavam arrumando as cadeiras,
Emily correu para atendê-lo:
66
- Não consegui dormir, só estava com você em minha
cabeça, desde o momento que você apareceu, não consigo
pensar em outra coisa, estou apaixonada, eu sei que nem te
conheço, mas quero ir com você aonde você for.
- Se vista, não posso fazer isso com você, não sou futuro
para ninguém, pelo contrário, posso ser seu declínio. Krys disse
essas palavras e vestindo a moça que acabara de ficar nua.
67
daquela que, a pouco estava em seu quarto, envergonhada ela
vem em sua direção:
69
responde com um sorriso, Emily não se contém e começa a
gargalhar, contagiando Krys.
72
- Por tudo que é mais sagrado, eu vou me vingar, onde
quer que eles estejam, nem que sejam no inferno, eu vou me
vingar.
73
Os homens que estavam lhe encarando logo sacaram
suas armas assim que ouviram seu nome, o barman se assustou
por um momento, mas logo se recompôs, saindo da parte de
dentro do balcão, pegou o rapaz pelo braço e levou ele para
dentro do bordel, trancando a porta, e com um falar ofegante
disse-lhe:
74
- A Ordem nem sabe do acontecido, e não iriam
acreditar justo em você, agora saia daqui, pelos fundos pegue
meu cavalo e corra para seu país, embora não acredite que você
sobreviva muito tempo.
75
suspeitas de que realmente Juan mandara matá-lo, Krys avança
em direção de seu adversário sem dar a menor chance de se
defender de tão rápido fora seu golpe, um soco em seu queixo
jogando seu corpo longe, quando pensou estar livre dos
homens, ouviu um som de flecha acertando um alvo, Krys
olhou para trás, o seu adversário que ele tinha deixado aleijado,
cair desfalecido com uma flecha em suas costas, Krys olhou
para o alto, em cima de uma árvore, uma figura pulando da
árvore em sua direção, era Arqueira da lua, ela olhou-o e disse
sorridente:
76
- Esqueceu que eu vim morar aqui, esse é meu território.
- Exatamente.
- Vem comigo?
- Você volta?
- Não sei.
77
CAPÍTULO IV
1562 D.C - GUERRA SANTA
78
- Sim, está lá no alto daquela torre, está vendo? Onde
fica o líder desse povo.
79
- Mas existia um dono, se esse dono colocou guardas,
não deve ser qualquer um, você não tem medo de morrer de
novo?
80
- Do que está rindo, se acabou de ouvir que era
impossível adentrar no forte.
81
meia idade, estava de roupas típicas do povo muçulmano,
cabelos compridos, porém amarrados, quando virou-se, notava-
se uma barba branca e comprida, estava de olhos fechados,
quando esta abriu seus olhos, olhou para os dois e disse:
- Sabia que esse dia chegaria. Disse emanando tristeza
no olhar.
- Sabia que estávamos aqui? Disse Dimitres ressabiado.
- Não, eu sabia que um dia Jerusalém cairia, e acho que
esse dia chegou.
- Estamos procurando algo. Disse Tony.
- O que procuram rapazes? Pergunta o velho.
- Um bracelete, coberto de joias e sabemos que está
aqui, em algum lugar. Disse Tony decidido.
O velho andou até a frente de uma prateleira vazia,
baixou a cabeça e começou.
- Tínhamos várias iguarias, que achamos durante
séculos de procura, esta deve ser mais uma das que achamos,
mas foi saqueada, algum tempo atrás, junto com várias outras,
esse bracelete foi achado há meio século atrás em uma
escavação, estava ao lado de uma múmia, dentro de um
sarcófago, no Egito, mais foi roubada, quando alguns espanhóis
conseguiram adentrar nossa fortaleza, sabe Alá como, dizia-se
ser o novo “Lorde da Ordem” , como ele mesmo disse,
82
roubaram tudo que estava aqui, nessa prateleira, e foram
embora como se nada tivesse acontecido, nem nosso exército
conseguiu pará-los.
- Juan Sanches. Disse Tony olhando fixamente para
Dimitres.
- Como pegaremos o bracelete agora? Perguntou
Dimitres.
- Não sei, lá na Espanha nos acharemos um jeito, vamos
embora.
- Senhor, não queremos nada mais aqui, pode ser que
sua fortaleza caia, mas não vai ser hoje, não por nossas mãos.
Disse Dimitres, dando as costas e indo embora junto com Tony.
Ambos foram embora sem que Klaus visse, naquela
noite Jerusalém não foi invadida, mas tempos depois,
Jerusalém foi tomada pelos templários e destruída em nome de
uma falsa fé.
83
CAPITULO V
1563 D.C - A REVANCHE
84
janela que estava entreaberta, ouve um pequeno barulho, vindo
do salão de visitas e voa até lá, onde vê Elisabeth Willians e
Juan Sanches discutindo, pousa sobre o lustre preso no teto, e
ouve atento a conversa dos dois:
- Por que você não me ouve, Juan? Diz Elizabeth
entristecida.
- Você sabe sua posição na sociedade, você está cansada
de saber, você simplesmente fica calada do meu lado, sorrindo
para meus convidados como se estivesse gostando da
companhia e da festa. Disse Juan zangado.
Elizabeth corre para o quarto chorando, Juan vai até o
bar e pega uma garrafa de vinho da melhor safra do ano, coloca
em uma taça de cristal, experimenta um pouco, deliciando-se
com o gosto doce do liquido, quando se depara com uma cena
que o deixa chocado, largando a taça fazendo cair ao chão se
espatifando aos pedaços molhando o carpete de vinho:
- Que diabos fazes aqui? Diz Juan assustado dando um
passo para trás.
- Vim te buscar. Diz a pessoa olhando fixamente nos
olhos de Juan, um olhar vermelho de ódio, mostrando sua
verdadeira forma e face vampírica.
- Que diabos você é? Juan diz incrédulo e pegando uma
espada que estava presa a parede junto com um escudo.
85
- Eu sou o diabo em forma de vampiro, eu sou a morte,
mais ainda insistem em me chamarem de Krys Slayder. Diz o
jovem mostrando os dentes, demonstrando toda a raiva
acumulada em seu coração e o ódio que Juan despertou nele ao
mandar mata-lo e por ter matado Emily, uma jovem indefesa
que não tinha culpa por existiram vampiros na face da terra,
muito menos de ter se apaixonado por ele.
Krys saca sua habitual espada Rondrakkan e a empunha
a sua frente, deixando reluzir seu brilho.
Juan dá um sorriso sarcástico, ainda preocupado, mais
tentando esconder seu medo
– Você acha que vai sair vivo daqui seu moleque, não
sei como você entrou, mais não sairá, eu tenho centenas de
guardas, que me protegerão com suas vidas, guardas. Grita Juan
olhando para os lados.
Krys abaixa a espada e sua cabeça, balançando-a com
um sinal negativo.
- Na verdade você tem cinquenta e dois guardas, me
admira você, um ser tão poderoso, ter guardas tão fracos e
fáceis de se derrotarem. Krys diz com um sorriso sarcástico.
Juan dá mais um passo para trás e esbarra e derruba as
porcelanas que estavam em cima da mesa, incrédulo, não
acreditara que aquele jovem vampiro tivesse derrotados todos
86
os seus guardas sozinho, e sem usar a sua espada, muito menos
feito barulho, mais como? Quem era ele? Essas perguntas
sobrevoaram a cabeça de Juan, afinal, Krys havia sobrevivido
aos assassinos mercenários que havia mandado matá-lo na
França e agora tinha derrotado cinquenta e dois guardas, apenas
com as mãos e sem fazer o menor barulho, levantou e
empunhou sua espada, sabia que não sairia dali sem ter que
lutar.
Krys deu um passo à frente.
- Agora chega de conversa, você vai pagar pela morte
de uma pura jovem que apenas queria paz em seu povoado e
você com seu egoísmo destruiu sonhos.
- Quer dizer que agora o vampiro esta apaix...
Antes que completasse a frase, não percebeu mais Krys
sumiu a sua frente e com uma velocidade absurda deu um soco
no estomago de Juan, fazendo prensar contra a parede
derrubando os quadros presos a ela.
Juan se levantou rapidamente, partiu para cima de Krys
tentando desferir um golpe com sua espada, Krys defendeu
todos os golpes desferidos contra ele, e em um último golpe de
Juan, Krys defendeu com o braço esquerdo e deu um soco com
a mão direita no queixo de Juan fazendo arrastar no chão.
87
Tony em forma de morcego vê a luta sobre o lustre,
admirado com a coragem do rapaz, mas se atentou a outro
aspecto, perto da lareira estava à caixa com o bracelete a
mostra, e a cada golpe que Krys dava em Juan o bracelete
brilhava como uma explosão.
Juan estava debilitado de joelhos a frente de Krys, que
por sua vez empunhava a espada, preparando para dar o golpe
de misericórdia:
- Maldito Juan Sanches, nunca mais vais ferir alguém,
nem tão pouco usar sua prepotência e arrogância a serviço desta
sociedade.
Quando Krys ia desferir o golpe final, viu a cabeça de
Juan separando-se do corpo caindo ao chão, levantou a sua
cabeça e viu Elizabeth empunhando a espada que acabara de
cortar a cabeça de seu marido, Krys ainda incrédulo,
embainhou sua espada, olhou para a loira de quem havia
roubado o beijo no dia do casamento e que causou toda a
confusão.
- Não entendi. Disse Krys.
- Não tente, só quem conviveu com esse monstro
entenderia, agora vá embora, a partir de hoje eu sou a regente
de Madri, e vou pôr fim a sua caçada, você está livre.
88
- Obrigado. Disse Krys virando as costas e saindo do
palácio.
Elizabeth soltou a espada no chão e adentrou ao seu
aposento.
*****
Tony desceu do lustre e em poucos minutos havia
voltado à forma humana, foi até a caixa, levantou a caixa,
pegou o bracelete e saiu o mais rápido que pode, chegando a
arvore, Dimitres saltou ao chão, vendo o bracelete e Tony
colocando o objeto dentro de uma sacola e saíram, os dois
saíram em direção a residência de Dimitres.
- Foi tudo bem lá, Tony?
- Tudo como eu não esperava, Juan foi morto, pela
própria esposa, mais antes dela tê-lo matado, Juan lutava contra
um rapaz muito enraivecido, ela era alta, cabelos compridos e
um olhar sombrio.
- Eu o vi derrotando os guardas de Juan, se é quem estou
pensando, pode nos ser muito útil. Disse Dimitres alisando a
barba.
- Vamos pensar em como usar esse bracelete, afinal
esse rapaz só nos facilitou a vida, enquanto isso vamos
peregrinar pela Europa tentando encontrar uma forma de fazer
este bracelete funcionar.
89
*****
Elizabeth entra no quarto e em sua cama havia um
homem sentado, expressão madura, cabelos curtos, lisos,
penteado para trás, com um sofisticado traje de gala, assim que
ela adentra no quarto ele se levanta e vai em direção à porta.
- Bom trabalho, Elizabeth, e parabéns, agora vou me
juntar ao conselho da Ordem e dizer o que houve aqui,
inocentar-te dizendo que foi legitima defesa e te nomear
regente de Madri.
- E por que você é tão solidário assim?
- Negócios, minha cara, quando necessitar de sua ajuda
eu pedirei, só mais uma pergunta, quem era aquele que estava
com você?
- Não importa, eu matei Juan, Sr. Constant.
John se levanta, vai até Elizabeth, dá um beijo em seu
rosto, sai e fecha a porta.
90
CAPITULO VI
1700 D.C - A REUNIÃO
91
primeiros a saberem, se minhas suspeitas estiverem certas,
estamos tranquilos, mais caso contrário, teremos uma tremenda
dor de cabeça. Diz Blayne.
No meio da conversa, ouve-se som de sinos, entra no
aposento um serviçal e anuncia a chegada de um convidado,
alto, forte, vestindo um traje de gala sofisticado, cabelos curtos,
penteado para trás, olha para os convidados, sorri para Pietra
que devolve o sorriso.
- Senhores, este é o homem que eu escolhi para nossa
próxima jornada, com vocês John Constant. Apresenta Blayne.
- Senhores, boa noite, estou muito lisonjeado pelo
convite, mais confesso que muito curioso. Diz Constant.
- Sente-se ao meu lado querido Constant, explicaremos
os mínimos detalhes para você. Diz Pietra sorridente.
Constant se acomoda ao lado de Pietra,
cumprimentando-a com um beijo na mão, e ouve atentamente
as palavras de Blayne.
- Constant, estamos ampliando nossos domínios para o
mundo, e nossa próxima empreitada, serão as Américas,
precisamos de uma pessoa de confiança da Ordem para
comandar esta nova missão, como sabe os anarquistas estão
ampliando também seus territórios e temo que eles estejam com
os mesmos planos que nós, vai ser uma missão dura, pois além
92
de desbravar estas terras, terão os perigos nelas encontrados, os
anarquistas provavelmente estarão lá te esperando, e você pela
sua história vitoriosa até aqui e com os consentimentos de
Pietra foi o escolhido para chefiar esta empreitada, você irá
sozinho a princípio, mais mandaremos os reforços necessários
para te ajudar, o que me diz?
- Estou um tanto feliz e ao mesmo tempo preocupado,
com este convite, mais qual será exatamente meu posto neta
empreitada? Pergunta Constant.
- Parabéns Constant, você será o primeiro regente das
Américas. Diz Pietra sorridente.
- E quando irei? Constant pergunta.
- Partirá ainda hoje, a viagem será muito longa, cerca de
meses no navio, mais fique despreocupado, pois o navio este
preparado para não haver problemas na viagem – diz Blayne
contente – Vá arrumar suas coisas para a viagem e boa sorte,
estaremos atentos para qualquer problema.
Constant saiu da sala, enquanto o trio continuou
conversando sobre os detalhes da viagem de Constant e da
viagem de Blayne.
*****
Longe dali, em uma caverna, pequena e escura em
algum lugar da Escandinávia, Tony e Dimitres, sentam e olham
93
fixamente o bracelete que haviam roubado da Espanha há
algum tempo atrás, sob um pedestal o bracelete fica imóvel:
- Tony, já faz alguns meses que estamos peregrinando
pela Europa até chegarmos aqui, e nada deste bracelete
funcionar, será que sua teoria está certa?
- Paciência, meu caro Dimitres, estudei muito este
artefato até encontrar com você, sei que ele pertenceu ao
primeiro vampiro, e não vai ser fácil manuseá-lo, mais de uma
coisa tenho certeza, será nossa grande descoberta, e se a lenda
se concretizar, estaremos preparados. Diz Tony sem tirar por
um segundo os olhos do bracelete.
- Que lenda Tony? Diz Dimitres curioso.
- A que o herdeiro de Kriver vai surgir e destruir toda
raça existente dos vampiros, e criar uma nova Ordem, mais
poderosa e cruel, mais o que me intriga, é como surgirá este
herdeiro, pois em todos meus estudos, vejo que os primeiros a
serem mordidos por Kriver, estão mortos, e o sangue de seus
discípulos, estão muito enfraquecidos e de certa forma, todos
os vampiros são descendentes de Kriver.
- Tem sentido Tony, vamos voltar para a Áustria, na
casa de meu mestre, lá ele tinha a mais vasta biblioteca da
Europa, poderemos achar alguma coisa por lá, talvez até
94
descobrir algo sobre os artefatos de Kriver. Sugestiona
Dimitres.
- Ok, já estava cansado de viajar mesmo.
Quando os dois se levantam, o bracelete começar a
brilhar e tremer de certa forma que cai do pedestal, a luz era
intensa, chegando a cegar temporariamente os dois amigos,
Tony protegendo os olhos da luz tenta pegar o bracelete e ao
tocar no artefato é jogado para longe batendo as costas na
parede da caverna, afundando na crosta e caindo no chão
debilitado, Dimitres se concentra e usa sua telecinese para
levantar o objeto, mais a força oposta é maior que seu poder,
aos poucos ele levanta o objeto do chão, o objeto continua a
brilhar, nesse meio tempo, ouve-se um urro da parte de fora da
caverna, e adentrando no recinto, um urso polar enorme, muito
furioso, urrando como se estivesse mandando os dois saírem do
que seria sua casa, Tony mal consegue ficar em pé, Dimitres
solta o bracelete que cai no chão, volta até o fundo da caverna
e ajuda Tony a se levantar e tenta se esgueirar pelas paredes
para tentar sair dali, o urso vai à direção ao objeto reluzente,
Dimitres com dificuldade chega até a boca da caverna, quando
Tony tenta se soltar de Dimitres, Que tenta segurar com toda
força:
- Me solta Dimitres, este animal vai pegar o bracelete.
95
- Esquece o Bracelete Tony, se for até lá será morto,
está sem condições de batalhar.
Quando o urso chega até o artefato, e o segura, o animal
começa a urrar de dor, um urro jamais ouvido pelos dois, um
urro que pode ser ouvido a quilômetros de distância, o objeto
brilha mais intensamente e explode juntamente com o animal,
a força da explosão joga os dois amigos para fora da caverna,
lá eles olham para frente e vê uma pessoa ao longe, indo a sua
direção, era uma pessoa alta, loira, magra, de rosto fino, era o
que os dois viram até desmaiar.
*****
Krys chegando à casa de Blayne na França vê a casa
vazia, estava desacostumado com o silencio, não acreditava
que ia ter um momento de tranquilidade nestas últimas décadas
em que estava longe dali, sentou-se um pouco na poltrona de
seu mentor, olhando fixamente para a lareira, vendo o fogo
aquece-lo, quando, vê uma forma na fogueira, um rosto
angelical, de inocência pura, mas com um sorriso sarcástico...
“A pessoa sai de dentro da lareira, uma mulher loira,
alta, com um rosto angelical, mas com um sorriso sarcástico,
empunhando uma espada, vai à direção a Krys, aponta a
espada em sua direção em tom ameaçador, Krys não consegue
se mexer, por mais que tente, quando ele olha para os braços,
96
uma corda prendendo seus pulsos, quanto mais tenta se livrar
dela, mais a corda o prendia, ele olha para ela assustado,
suando frio, ela fala umas palavras estranhas, parecendo um
idioma nórdico, palavras que não entende mais dito num tom
ameaçador, como se estivesse o ameaçando de morte, quando
para sua surpresa, ela levanta a espada, e golpeia seu pescoço,
separando sua cabeça de seu corpo...”.
Krys acorda assustado, suando frio, gritando:
- Meu Deus, que pesadelo foi esse, era só um pesadelo.
Diz ele passando a mão no pescoço, certificando que foi apenas
um sonho.
Ele se levanta sobe a escada entra em seu antigo quarto,
sobre sua cama, um papel, ele vai até lá pega o papel senta em
sua cama e lê com atenção.
“Caro amigo”.
97
Minhas fontes me informaram que D’bôer fora visto
com os anarquistas em uma terra distante, chamada Brasil,
como você não pode fugir de seu destino, estará a seu dispor
um navio de nome Saint Martin no porto, para que você possa
ir ao encontro de seu maior inimigo, este navio partira em uma
semana, se apronte e vá atrás de seu destino.
De seu amigo.
“Jason Blayne”
98
CAPITULO VII
1700 D.C - A VIAGEM
99
- Senhor John, este quarto está protegido de toda luz
solar que possa existir, se acomode e aproveite a viajem que
será longa – Diz a morena tirando a alça de seu vestido,
deixando-o cair ao chão - Com comprimentos de Jason Blayne.
*****
101
Krys deu uma olhada por cima do ombro e acenou
positivo com a cabeça, foi até o armário, abriu e constatou a
reserva de alimento e julgou necessário para o resto da viagem,
percebeu que a lua estava para se pôr e resolveu deitar
descansar, pois a viagem demoraria a acabar.
*****
102
Olhando fixo ao norte, concentrado, pensando em como
seria este mundo novo que está para explorar, imaginando,
como seria seu reinado nas Américas, quase em transe, a
sensação de ter um principado só para si o deixava em transe,
não percebeu a aproximação de um barco ao sul, quando de
repente sentiu um forte tranco que o fez cair no chão,
instintivamente olhou para trás e percebeu o navio sendo
atracado e invadido por piratas armados, muitos, a embarcação
que interceptou, era grande, quase o dobro de tamanho de sua
embarcação, tinha mastros enormes e uma gigante bandeira
pirata na ponta do mastro, o capitão do barco estava no alto do
convés, ordenando o saque e a matança, os marinheiros do
barco de John estavam sucumbindo um a um, pois era em
menor número, tinha uma tripulação de cinquenta pessoas,
incluindo crianças, mulheres e marujos bêbados, enquanto o
navio pirata tinha no mínimo duzentos piratas, foi à impressão
que dava, pela quantidade de piratas invadindo o barco.
103
Apesar de seus trejeitos sofisticados e ser socialmente
influente, John sabia manusear uma espada como poucos,
embora ele só fizesse isso em última instancia como era o caso,
John começou a enfrentar os piratas, derrubando um a um, com
golpes certeiros no peito e pescoço, imaginava estar sozinho
nesta luta, pois seus marujos estavam caindo aos montes, não
dando trabalho aos piratas, John já estava cansando, pois em
uma conta rápida já tinha abatido todos os piratas e parecia não
haver diminuição destes, quando uma cena o chamou a atenção,
no outro extremo do navio, uma pessoa estava lutando contra
os piratas, com uma extrema habilidade e velocidade nos
golpes, um jovem forte, com cabelos longos e negros, a sua
espada, tinha um formato diferenciado, igual à de reis da época,
estava digladiando e aniquilando seus adversários com
facilidade e vindo ao seu encontro, deixando um rastro de
piratas caídos no chão.
105
que vampiros não tem, nem parece que se passaram duzentos
anos que me transformei num vampiro, ainda parece que estou
naquele fatídico dia, em que D’bôer me encontrou. Krys
colocou a espada na bainha, que ficava localizada em suas
costas.
- Venha, vamos ver o que temos no navio pirata. Diz
John caminhando em direção ao navio pirata, utilizando a
prancha colocada pelos piratas para invadir o navio onde
estavam.
Krys seguiu John, e ambos chegaram ao navio pirata,
avistaram que ambos os navios estavam agora sem tripulação,
pois toda a tripulação do navio mercante onde estava John e
Krys foi morta pelos piratas e os piratas mortos por John e
Krys, na proa só havia corpos espalhados por todos os lados,
marujos, marinheiros, piratas, donzelas, não restou nada na
parte de cima do navio cujo nome era “The Seller of souls”, e
estava estampado em uma bandeira negra com o desenho de
uma caveira e os dizeres abaixo, avistaram perto da ponta do
navio uma escada que desce para a parte inferior, e teve uma
grande surpresa, o convés do navio estava abarrotado de ouro,
provavelmente, provido dos saques que os piratas fizeram
durante sua jornada, os olhos de John brilharam e Krys nunca
tinha visto tanto ouro na vida, chegaram perto e John viu a
106
veracidade do ouro, quando chegou perto de um barril, foi
surpreendido com um homem o atacando com uma barra de
ferro, John se esquivou e o homem ficou de frente com Krys,
que deu um chute frontal no peito do homem, o jogando para
longe, batendo as costas na parede e caindo sentado, sem forças
para se levantar, John foi até o homem, olhou em seus olhos
fixamente, o homem ficou em transe, paralisado como um robô,
John pede para que o homem se levante e começa a falar com
ele:
- Qual é seu nome e o que faz aqui?
- Meu nome é Steve, e sou o capitão deste navio.
Responde o homem totalmente hipnotizado.
- Está sozinho, ou alguém mais sobreviveu no navio?
- Tem alguns escravos presos, capturados por nós, que
iriamos vender.
- O quem você fez com ele? Pergunta Krys curioso.
- É um truque. Diz John sorrindo.
- Estamos no Oceano atlântico e estávamos indo para o
Caribe. Continuou o capitão.
- Bom meu amigo Krys, ficaremos juntos alguns meses
até chegar nas américas, temos muito tempo para conversar,
qual seu destino?
- Brasil, encontrar uma pessoa e você?
107
- Também irei para lá, tenho um trabalho a fazer, que
bom que estamos indo para o mesmo lugar. John se virou para
o homem e ordenou - Você nos levará até as Américas, em uma
colônia chamada Santos, no vilarejo de São Paulo, liberte os
escravos e os façam te ajudar a guiar o navio, assim que chegar
a terras brasileiras, os libertem.
- Sim Senhor. Obedeceu ao homem, que virou de costas
e foi direto a sala onde os escravos estavam presos.
- Já está amanhecendo, precisamos dar uma olhada nas
cabines e prepara-las para nos acolher durante estes meses, pelo
que estou vendo aqui tem três cabines a do capitão, mais dois
cabines numeradas, ficarei com a cabine 1 e você fica com a 2,
vamos nos preparar, amanhã nos falamos.
John se dirigiu para sua cabine e Krys foi para a que foi
designada para ele, e prepararam suas cabines rápidas, pois já
estava amanhecendo.
*****
Em algum lugar do Leste europeu, em uma casa no alto
de uma montanha, em uma noite fria, onde os ruídos de ventos
gélidos sopravam fortes, e em alguns momentos poderia ser ver
até neve pela janela, de frente a uma lareira em pé com seus
pensamentos Blayne, está concentrado, chegando ao seu lado
108
Arqueira da Lua, o abraça, Blayne a olha com ternura, ela
começa a falar com Blayne em tom de preocupação:
- Esses últimos tempos você anda muito preocupado,
viaja muito, não fala para onde vai, o que está acontecendo
Blayne?
- Nada minha princesa – Hesitante – Quer dizer... Estou
à procura de uma coisa, uma pessoa, que ás vezes me parece
apenas uma ilusão, que não existe, mais em contrapartida, algo
me diz que essa pessoa existe e está mais próxima do que
imaginamos.
- E quem é esta pessoa e por que tanta preocupação. Diz
a bela preocupada
- Existe uma profecia, que diz que o descendente de
Kriver, será despertado e extinguira a raça vampírica existente
e criara uma nova Ordem, uma nova raça apenas com os
descentes direto de Kriver, para obedecer-lhe e servi-lo quando
ele voltar, assim como foi no começo de nossa raça, essa
profecia diz que nesta geração, esse vampiro surgirá e todo o
mal será revelado, a raça vampírica será revelada a mundo
como o apocalipse, e nossa raça exigira o governo mundano,
fazendo dos humanos escravos também, e estamos a procura
deste descendente antes que seu sangue desperte, eu tenho uma
leve suspeita, mais nada de certeza até agora.
109
- Isso seria terrível Blayne, mais me parece fantasia,
uma história de anciões da Ordem, a qual você se inclui. Diz
Arqueira da lua com um sorriso em seu rosto.
- Obrigado pelo elogio, mais eu também acho que seria
uma fantasia, mais quando comecei a pesquisar sobre a história
de Kriver, das lendas, quando comecei a relacionar fatos
ocorridos nos últimos tempos e conheci uma pessoa, e a
analisei por algum tempo, pode ser loucura da minha cabeça,
mais comecei a achar esta história provável.
- E quem é esta pessoa? Arqueira pergunta curiosa.
- Não posso te dizer minha linda, não agora, para a
segurança dela e a sua também, mais posso lhe garantir que ela
está longe agora, muito longe. Blayne volta à atenção a lareira.
Arqueira da Lua o abraça mais forte e ambos ficam à
beira da lareira durante a noite toda.
110
CAPITULO VIII
1443 D.C - TONY ISTERQUINO
111
duas correntinhas que pareciam ser de ouro, na ponta de cada
corrente, estava numa ponta uma medalha com um rosto de um
menino e na outra corrente uma medalha com um rosto de uma
menina, ela olhou agradecida e começou a chorar.
- Por que está chorando Alana? Pergunta o menino
preocupado
- Tenho saudades da mamãe.
- Eu também, mais temos que ser fortes agora, ela se foi,
só temos um ao outro agora.
A menina limpa o rosto abraça o irmão.
- Escuta Alana, eu prometi para nossos pais que cuidaria
de você não foi? – A menina faz um sinal de positivo com a
cabeça – Então, esse presente é para selar minha promessa –
Pega a corrente com o rosto de menino e coloca no pescoço da
menina, e a outra corrente coloca em seu próprio pescoço –
Essa corrente vai nos unir para sempre, sempre que se sentir
sozinha ou com medo, olhe para a corrente e lembre que sempre
vou estar do seu lado.
- Obrigada meu irmão, sei que posso confiar em você.
Disse a menina um pouco mais animada.
- Você está com fome, não está?
- Um pouco, mais posso aguentar.
112
- Espere aqui, vou sair para buscar comida para nós e já
volto.
O garoto dá um beijo na testa da menina e sai da casa
em busca de comida, no meio do caminho ele sentiu uma
angústia, pois sabia que não tinha dinheiro para comprar
comida, lembrara que seu pai também não tinha um trabalho
fixo e nunca deixou faltar comida em casa, lembrou também
daquela fatídica noite de sexta-feira, quando chegou a casa, sua
irmã estava dormindo no quarto e abriu a porta da casa e viu
seus pais mortos na sala, ensanguentados, seu pai era seu herói,
tinha habilidades, muito especiais, embora não tenha sido um
atleta, seu pai corria como poucos, pulava alto entre os muros,
os dois brincavam muito nas ruas de Veneza, depois de sua
morte, ouvia as pessoas falando que seu pai morreu por que era
um ladrão e tinha mexido com pessoas perigosas na cidade, por
isso de seu fim trágico.
Veneza era uma cidade muito tranquila, onde havia dois
lugares distintos, de um lado da cidade, onde o rio atravessa a
cidade toda, e muito conhecido por suas gôndolas e o ouro lado
da cidade que também é conhecido pelos comerciantes da
região, uma área totalmente comercial, onde se comercializava
de tudo, desde um simples pão, até comercio de escravos.
113
Tony andava na rua tentando descobrir uma forma de
levar comida para casa, passava entre as feiras de frutas, pegava
algumas do chão, que estavam podres e não eram vendidas aos
clientes, colocava dentro de uma sacola e as vezes tinha que
correr dos ambulantes que achavam que estava roubando, já
tinha comida o suficiente para aquela noite, pois já era noite,
quando estava indo em direção a sua casa, viu uma casa que
chamou sua atenção, era um prédio alto, uns três andares, em
formato de círculo, com pedras rudimentares, em torno do
prédio, reparou que a janela da casa do terceiro andar estava
aberta, olhou para ambas as partes da rua e está estava deserta,
essa região de Veneza, era a parte que dividia tanto a área de
gôndolas, quanto a parte comercial da cidade, por isso, era uma
parte das mais vazias, sem muito movimento, mais a parte mais
nobre da cidade também, ele achava que os nobres não
gostavam de movimentação, por isso, construíam suas casas
em partes desertas das cidades, Tony, guardou os restos de
comida que havia achado na feira e por puro instinto, resolveu
escalar o prédio, até a janela que se encontrava aberta, pelo fato
do prédio ser feitos com estes tipos de pedras rudimentares,
ficava fácil a escalada, pois tinha muito apoio, chegando na
janela, olhou para dentro da casa e não viu sinal de ninguém, e
entrou.
114
Percebeu que era um quarto grande, cama de plumas,
enorme, grande guarda-roupas e algumas joias sobre a cômoda,
havia também um banheiro dentro do quarto, que estava com a
porta fechada, mais ouviu vozes de dentro do banheiro, uma
voz feminina, provavelmente estava tomando seu banho, a
mulher cantava feliz e sua voz se misturava com o barulho da
água caindo ao chão, abriu devagar as gavetas das cômodas e
vou verificando cada gaveta, para ver o que encontrava, achou
alguns papeis, no meio destes papéis, tinha um pergaminho,
pensou que poderia valer alguns trocados, pegou uma roupa
caída no chão e a usou como sacola, e colocou o pergaminho
dentro, algumas joias, quando tomou um susto, ouviu o barulho
da tranca da porta do banheiro se mexer, entrou em desespero,
não podia pular do terceiro andar, a primeiro coisa que veio a
sua cabeça foi ficar a trás de uma cortina que ia do chão ao teto,
para cobrir a janela, ficou lá, quietinho e sem respirar, viu a
mulher sair do banheiro, totalmente nua, uma jovem, cabelo
castanhos e encaracolados, loiros, a altura mediana, seu corpo
parecia desenhado de tão perfeito que era, ela olhou ao redor
do quarto, como se pressentisse que alguém estivesse ali, Tony,
ficou branco de medo de ser descoberto, a mulher deu um
sorriso, colocou uma roupa leve, quando bateram a sua porta.
115
- Senhorita Pietra, o Senhor Strauss está a sua espera.
Disse a voz do outro lado da porta.
- Mande – o entrar. Ordena à jovem
Neste instante entra um senhor em seu quarto, alto,
forte, traços rústicos, cabelos grisalhos, e trajes franceses, ela
dá um sorriso, ele retribui e cumprimenta a jovem com um beijo
na parte superior da mão.
- Senhorita, está sozinha em casa hoje, o que eu houve?
- Resolvi descansar um pouco Conde Strauss, as
reuniões constantes da Ordem me deixaram um pouco estafada
estes últimos dias.
- Não posso deixar de te dizer que está linda. Conde
Strauss corteja a dama.
- Mais a que posso ser útil? Pergunta a jovem curiosa
- Hoje tem um trabalho a fazer, tem um rapaz, Lorde
Devon quer que o traga para a “Ordem”, ele está aqui na Itália,
é de boa família, educado nas melhores escolas, será uma
pessoa importante para nós no futuro. Entrega um envelope na
mão da jovem e sai do quarto.
- Espere que acompanho até a saída, Conde Strauss. Diz
a jovem acompanhando para fora do quarto.
Quando os dois saem do quarto, Tony sai detrás da
cortina, quase sem fôlego, de tanto que segurou o ar, Tony
116
resolveu sair da casa antes que mais alguém chegasse, olhou
para a janela e havia algum movimento abaixo, viu a carruagem
do senhor que acabara de sair da casa partindo, procurando por
alguma coisa que pudesse usar na escalada para fora da casa,
Tony abriu uma porta do guarda roupas e se assustou, pois no
momento que abriu a porta saiu um pássaro preto em sua
direção e começou a grunhir e o atacar.
- Pare, por favor, pare de me atacar. Pede o rapaz que se
assusta com a parada de ataque do pássaro, o pássaro respeitou
sua Ordem, como se tivesse ouvido, o pássaro pousou na cama
e ficou olhando para o jovem assustado.
- Você é um corvo, um pássaro impossível de ser
domesticado, como pode ter me ouvido e parado de me atacar,
você consegue me entender? Pergunta o rapaz ao pássaro que
fica olhando para ele como se estivesse entendendo suas
palavras.
- Escuta, eu não sou ladrão, só estou tentando alimentar
e salvar minha irmã, prometo que um dia volto e devolvo tudo.
O jovem olhou para baixo tentando pensar em um modo de
descer, quando ouviu passos subindo as escadas da casa, não
pensou duas vezes e pulou da janela e percebeu que estava no
terceiro andar.
117
Quando o jovem começou a chorar, já prevendo sua
morte trágica, pela queda, sentiu um impacto em suas costas,
algo amorteceu sua queda, havia caído em cima de uma
carroça, quebrando seu teto eu chegando ao assoalho da
carroça, que estava transferindo, galinhas, estas começaram a
se alvoroçar e fazer um tremendo barulho de cacarejos.
- Quietas, não façam barulho, se não alguém me pega.
Como por passe de mágica, as galinhas todas se
silenciaram, ele estava muito assustado e confuso, quando
sentiu a carroça parar.
O carroceiro foi até a parte de trás da carroça, verificar
o que houve para tanto alvoroço das galinhas, olhou e viu o teto
aberto, mais as gaiolas estavam fechadas e ele decidiu seguir
viagem assim mesmo.
A carroça foi embora, e o garoto estava em um beco,
cansado e assustado, com uma galinha nas mãos, e correu para
casa, pois hoje teriam um belo ensopado de galinha para o
jantar.
*****
Pietra entra no quarto e percebe algo estranho, suas
gavetas estavam reviradas e tinha um pássaro em sua janela,
que saiu assim que ela o enxotou de lá, voltou à atenção as suas
coisas reviradas nas gavetas e sentiu falta de uma coisa.
118
- Não acredito que sumiu o pergaminho, preciso avisar
a Ordem.
*****
Em uma região distante, nas montanhas rochosas da
Itália, em uma biblioteca gigante, não tão quanto a de Blayne,
mais nem por isso inferior, Conde Strauss, estava lendo uma de
suas obras, quando pousa um corvo em seu ombro.
- Sim, meu querido, achou para mim? Pergunta Strauss
ao pássaro, como se estivesse conversando com uma pessoa
qualquer – Entendo, então aquele rapaz pegou, formidável, vai
ser mais fácil que imaginei, fique vigiando ele, não podemos
perde-lo de vista, agora vá. O pássaro voou e saiu pela janela.
*****
Chegando em casa feliz, Tony, abriu a porta e sua irmão
o abraçou, como se ele estivesse fora por um ano.
- Calma Alana, já voltei, lembre-se da correntinha,
sempre vou te proteger, agora, vamos ter um jantar descente,
como há muito tempo não temos, vamos ter ensopado de
Frango, vamos para a cozinha preparar, e Tony fez um saboroso
ensopado de Frango, onde os dois comeram muito e saciaram
sua fome e foram dormir, Tony estava muito cansado devido
sua aventura.
119
Após um dia incrível, onde Tony teve várias
oportunidades de morrer, ele percebeu que não tinha
sobrevivido à toa, ele tinha uma habilidade especial, herdada
pelo seu pai, ele poderia ser um grande ladrão, e não mais
precisar passar fome, começou a partir daí a realizar alguns
roubos em casas de gente nobre, não roubava muita coisa, mais
o suficiente para passar uma semana tranquilo com sua irmã,
passou alguns meses, Tony já estava em uma condição melhor,
suas camas ficaram mais macias, conseguiam tomar banhos
diariamente em tavernas e tinham uma refeição decente por dia,
Tony estava deitado em sua cama, quando resolveu mexer em
suas tralhas e encontrou um pedaço de papel enrolado, em uma
de suas sacolas e o desembrulhou, era um pergaminho escrito
em latim, aprenderá um pouco de latim com seu pai, na parte a
qual ele conseguiu ler estava escrito.
“... e na 50º geração, o sangue de Kriver emergirá em
um corpo de um descendente direto, e este lavará a terra
eliminando, os que não são de seu sangue, e este trará uma nova
raça, mais pura, de sangue espesso e forte, para reinar junto
com seu progenitor sobre os céus e a terra...”
Tony não entendeu uma palavra do que estava escrito,
mesmo assim continuou lendo.
120
“... quando parti deste mundo deixei minha herança á
meu filho, um presente que ganhei de meu pai, um bracelete de
pedras preciosas e ouro puro, esculpido por ele próprio, onde
meu descendente usará como eu usei para destronar o filho do
homem, ele usará para erguer meu trono, para minha volta
triunfante...”
Tony achou muito macabro as escrituras e não quis mais
ler, guardou o pergaminho em sua sacola, quando ouviu um
barulho forte em sua casa de porta sendo arrombada e gritos de
Alana, correu para a sala para ver o que estava acontecendo e
viu dois homens grandes e fortes, cabelos negros, um estava
segurando sua irmã, o outro foi ao seu encontro.
- Larga minha irmã, seu imbecil, se não vai se ver
comigo. Tony partiu em investida contra o homem, mais foi
arremessado para o quarto com um soco, ambos os homens
saíram da casa levando a menina, Tony correu atrás dos
homens gritando por socorro, pegou um pedaço de pau que
estava na frente da sua casa em construção, mais o homem
voltou e deu outro soco em Tony deixando quase inconsciente,
o homem que estava com a menina subiu em um cavalo e foi
embora o outro homem, tirou uma adaga do bolso e ia acertar
Tony, quando sentiu um golpe atrás, caiu no chão, Tony viu um
121
homem atrás dele segurando um coração com o sangue ainda
quente, era do homem que o tinha atacado.
- Garoto, venha comigo. O homem pegou Tony pelos
braços e o arrastou e jogou o jovem para cima de seu cavalo,
subiu em disparada, quando percebeu mais três homens
correndo em sua direção, e correu, Tony estava tão machucado
que nem teve forças para falar ou reagir.
*****
Tony acordou, em uma cama de espumas, bem macia,
estava com roupas novas, mais muito machucado, não estava
entendendo o que se passava, ao seu lado um homem, meia
altura, cabelos grisalhos, olhos castanhos, lhe faltavam alguns
dentes, estava sorrindo.
- Está melhor meu garoto? Pergunta o Senhor
- Estou todo dolorido, cadê a Alana.
- Se fala daquela garota que estava com os homens, eu
não sei dizer, o que ela é sua?
- Minha irmã.
-Vocês não se parecem tanto. Diz o homem curioso
- Ela é adotada, mais amo demais ela, e prometi
protegê-la.
- Adotada, interessante, Frederico nunca havia me dito
que tinha uma filha adotiva.
122
- Você conhece meu pai? Diz o menino assustado.
- Seu pai e eu somos muito amigos, e ele não podia ter
escondido isto de mim, meu nome é Giuseppe, e como seu pai
também sou um ladrão, não se assuste, é uma profissão muito
legal, e pelo que vi você tem talento para isso.
- Me ajude a encontrar a minha irmã, por favor.
- Claro que vou ajudar, embora vá demorar um pouco,
pois preciso que você me ajude.
- Como?
- Primeiro, me dê o pergaminho que você roubou da
senhorita Pietra.
O garoto olhou espantado, pois não entendia como ele
sabia sobre o pergaminho, tirou o papel da sacola e entregou ao
homem.
- Isso na sua mão não tem valor, mais nas mãos das
pessoas erradas, pode ser o fim. Disse Giuseppe.
- O que é isso? Apontando para o pergaminho
- Um documento escrito por um cara que você nunca
iria querer encontrar, vou te explicar, isso aqui, diz que o fim
do mundo está próximo, e quem ler isto e pode ajudar ou não
por este fim, eu quero que isto não aconteça, mais a muitas
pessoas que querem que o fim chegue, por isso, você estava
correndo perigo com isto em mão, provavelmente sua irmã
123
correu este risco também, aqueles caras não estão de
brincadeira, mais se você me ajudar eu posso te ajudar também.
- Como? Pergunta Tony
- Quer ter poderes ilimitados, muita força, rapidez?
- Se isso for me ajudar a encontrar Alana, eu quero.
- Sua motivação é enorme garoto, você tem uma
facilidade em lidar com animais, vai ser de grande ajuda, antes,
você vai ter um treinamento árduo, será que você aguenta?
- Eu quero, eu aguento. Diz Tony convicto.
- Ótimo, o primeiro passo, vai ser muito doloroso.
Giuseppe, agarra Tony e estica seu pescoço e crava seus dentes
vampirescos no pescoço do jovem, fazendo o garoto gritar de
dor, quando o garoto estava pálido, branco, quase já sem
nenhum sangue em suas veias, Giuseppe solta o garoto, corta
seu pulso e deixa jorrar sangue e coloca na boa de Tony, que
sem pensar no que estava fazendo suga o sangue de Giuseppe,
quando a cor do garoto estava voltando ao normal, Giuseppe
pega Tony pelo pescoço e joga em um chiqueiro que ele
mantinha atrás de sua casa, haviam três porcos, no chiqueiro e
instintivamente Tony avança sobre os porcos, morde e toma o
sangue dos três sem o menor pudor, quando acaba a sessão,
Tony volta para dentro da casa, estava imundo de sujeira e
sangue, confuso pergunta:
124
- O que foi isso Giuseppe?
- É uma longa história, mais se sente, vou te contar.
Giuseppe contou a Tony sobre os vampiros, sua
história, como tudo começou e que era membro da Ordem.
- O que é Ordem? Pergunta Tony.
- A “Ordem”, é uma sociedade a qual nós vampiros
vivemos, nesta sociedade vivemos entre os humanos, mais com
nossas próprias regras, temos nossos próprios governantes, que
chamamos de Regentes, temos obrigações a cumprir, direitos e
deveres como todo ser humano, vivemos em paz, mais só tem
uma condição imposta, nunca nos revelarmos aos humanos,
pois isto geraria um enorme problema, seriamos cassados, seria
um problema, em contrapartida existem os anarquistas, que
também são vampiros, mais não seguem nossas regras, eles se
acham supremos e quer fazer dos humanos escravos por se
acharem superiores, e isto dá uma dor de cabeça, pois acaba
revelando nossas identidades e nos forçando a ser caçados
sempre.
- Nossa, e por que não destroem os anarquistas?
- Surgiu um imprevisto que nos impede de entrar em
guerra agora, este imprevisto, é este pergaminho, o que tem
escrito nele, temos que nos preocupar com isto antes de
eliminar os anarquistas de vez.
125
- E eles estão atrás de vocês?
- E de você também agora que sabe que está com o
pergaminho, por isso, precisei transformar você em vampiro,
caso contrário não sobreviverá para ver sua irmã de novo.
- E agora?
- Vou te ensinar algumas coisas, quando estiver
preparado, te deixarei seguir seu caminho para achar sua irmã.
- E quanto tempo dura isto?
- Eu não sei, mais se minhas suspeitas estiverem certas,
você verá sua irmã novamente, agora descanse, temos muito
trabalho a partir de amanhã.
Seguiram-se anos de treinamento intensivo de Giuseppe
para Tony, onde o mentor de Tony o ensinou tudo sobre o
mundo dos vampiros e outros seres sobrenaturais,
sobrevivência, arte de lutar, se esconder na escuridão, o dos
poderes mais clássicos e virtuosos, conversar com animais e se
transformar em um deles.
Certo dia, Tony acordou no meio da noite, e percebeu
que sua casa estava vazia, procurou por Giuseppe e não
encontrou vestígios de seu mentor, a casa estava inteiramente
vazia, nenhum bilhete de onde estava seu paradeiro, Tony
estava sozinho novamente, veio em sua mente o rosto de Alana,
e seus objetivos voltaram ao seu coração, Tony pegou suas
126
coisas, colocou em um saco, e ao sair da casa, viu sobre a mesa
o pergaminho que tanto lhe deu dor de cabeça e o colocou nessa
situação, Giuseppe lhe ensinara latim, e agora poderia ler todo
o conteúdo do pergaminho, embaixo do pergaminho tinha um
convite de casamento do Regente de Madri Juan Sanches e de
Elizabeth Willians, pegou os dois papeis e colocou no bolso.
*****
Em uma montanha, no Leste Europeu, estavam duas
pessoas ao redor de uma fogueira:
- Preparou o garoto Giuseppe?
- Sim, Blayne, ele está pronto para se aliar a nós.
- E quanto à garota, tem notícias?
- Não, Blayne, não faço ideia de onde ela esteja talvez
não esteja mais entre nós - Diz Giuseppe – Blayne, você sabia
que Frederico tinha dotado aquela menina? Perguntou curioso.
- Sabia, eu mesmo entreguei a garota a ele, quanto à
morte da garota, acredito que isso não vá ocorrer, não agora,
você já sabe sua próxima missão. Então vá e a cumpra como
fez com maestria todas que foi incumbida
- Sim senhor, voltarei em breve com notícias. Giuseppe
desceu a montanha, enquanto Blayne estava apreciando a
beleza da Lua.
127
CAPITULO IX
1702 D.C - TERRITÓRIO SELVAGEM
128
- Logo, virão mais, vamos primeiro conquistar áreas
que esta desabitada, depois tirar os anarquistas daqui, e não
tenho medo, somos imortais.
- E você, o que faz longe da sua terra? John perguntou
sorrindo
- Vingança. Krys em tom de fúria - Vim atrás de uma
pessoa por vingança, para fazê-la pagar pelo que fez comigo e
meus pais.
- Você é realmente surpreendente garoto, nós vampiros
não temos sentimentos mundanos, não sabemos o que é pena,
perdão, paixão, como pode ainda conviver com isso depois de
tanto tempo? John curioso.
- Eu não sei, tenho algumas perguntas também a fazer
com este homem, perguntas a quais não consigo encontrar
respostas, talvez ele possa me responder, já que foi ele quem
começou tudo isso, isso é o que me move.
- E quem é ele?
- D’bôer.
- Então temos interesses em comum, D’bôer é o líder
dos anarquistas, vampiros dos mais poderosos, creio que posso
te ajudar nesta empreitada, já que vamos ao mesmo lugar,
procurar o mesmo vampiro. John animado
129
- É melhor cuidar de seus interesses nesta terra John,
esta luta não é sua.
- Agora passou a ser, ele é muito poderoso e está
destruindo a Ordem, e agora mexeu com aliado meu, estou mais
do que dentro desta luta. John responde.
Krys deu as costas e saiu da proa em direção ao convés.
- Estou com um pressentimento que este cara vai me dar
um trabalho tremendo. John fala para si mesmo, enquanto
aprecia a paisagem do mar iluminado pela lua cheia.
*****
Tony acorda assustado, olha ao redor, está em cima de
uma cama macia, num quarto fechado, escuro, uma lareira
acesa, ao seu lado, Dimitres ainda inconsciente deitado em
outra cama, Tony, sente seu corpo todo dolorido, cheio de
marcas, ouve barulho da fechadura da porta e a mesma se
abrindo, quando vê Blayne entrando no quarto, ele fica aliviado
por ter visto aquela pessoa depois de tudo o que aconteceu.
- Está melhor meu jovem. Pergunta Blayne.
- Estou com um pouco de dor ainda, onde estamos?
Pergunta Tony.
- Finlândia, mais precisamente, você está em minha
casa, quando encontrei você em uma caverna próxima daqui,
estava inconsciente, e permaneceu aqui assim por cinco anos,
130
logo seu amigo também acordará, o que aconteceu naquela
caverna?
- Não me lembro. Diz Tony.
- Não se lembra, tinha um urso lá dentro explodido, e
isso na sua mão. Blayne mostrando o pergaminho.
Tony o olha envergonhado, pois tinha mentido e saberia
que teria que contar a verdade.
- Esse pergaminho foi escrito por Kriver, contém
informações cruciais para nossa existência e foi roubado de
uma anciã da Ordem a mais de cem anos, se eu não chegasse a
tempo poderia estar em mãos erradas, tem certeza que não tem
nada para me contar. Blayne havia alterado um pouco sua voz,
o suficiente para Tony saber que estava bravo, pois Blayne
nunca ficara nervoso, nem fronte a grandes batalhas.
- Esse pergaminho eu roubei há muito tempo atrás,
antes de eu me tornar vampiro, não sabia o que era, quando
descobri, fui atrás do bracelete de Kriver, e o encontrei, foi o
bracelete que fez aquilo com o urso, mais nos foi roubado.
- Por quem? Blayne agora curioso.
- Eu não sei, já estava ficando inconsciente mais aquele
rosto não me é estranho, sinto que em algum momento da
minha vida já estive com aquela pessoa, ou pode ser apenas
131
impressão, por causa da violência da explosão. Diz Tony
recuperando as imagens na sua cabeça.
- Seja quem for esta pessoa foi piedosa com vocês, pois
estavam inconscientes e nem assim ela quis destruir vocês, e os
colocaram dentro da caverna, para não serem queimados pelo
sol, vocês tiveram sorte desta vez, agora descanse um pouco
mais, preciso reverter essa situação que vocês nos colocaram.
Diz Blayne saindo do quarto de forma rápida.
Tony, deitou e adormeceu novamente.
*****
Na sala de espera da casa de Blayne, Lorde Devon,
estava a sua espera, quando Blayne saindo do quarto, chegou
ao cômodo, e encontrou seu mestre:
- Lorde Devon, eles estavam com o pergaminho, que
havia sumido de Pietra, mais já está em nosso poder.
- Ótimo Jason, guarde-o em segurança, estas
informações já vazaram o suficiente para nos colocar em
confusão, e o que mais eles disseram?
- Acharam um bracelete que eles alegam ser de Kriver,
e depois foi roubado.
Devon se assustou ao saber do bracelete.
132
- Lorde Devon, você como discípulo de Kriver, a única
pessoa que chegou a vê-lo, lembra-se de um bracelete a qual
Kriver tenha possuído? Blayne pergunta curioso.
- Não, caro Blayne, se o tivesse visto, lembraria. Devon
diz meio confuso
- Então deve ser invenção dos rapazes, sei lá, com a
força da explosão, pode tê-los afetados.
- Mais, onde se encontra este bracelete que eles alegam
ter visto? Devon curioso, coçando o queixo.
- Eles disseram que roubaram, mais não lembram, por
que a curiosidade mestre?
- Não é nada, Blayne, apenas queria saber de onde
tiraram esta ideia. Lorde Devon se vira e caminha para a saída
da casa. – Procure saber mais desta história Blayne e me contate
assim que puder. Saindo da casa
Blayne fecha a porta e volta ao salão central e começa
a falar sozinho.
- Por que Lorde Devon queria saber de um artefato que
ele mesmo alega não ter visto, estava muito estranho hoje, tem
alguma coisa errada nesta história e preciso descobrir.
133
CAPITULO X
1703 D.C - TERRA A VISTA
134
Krys desceu do navio acompanhado de John, e juntos
foram até a carruagem, subiram e se acomodaram:
- Serviçal, nos leve até seu líder. John ordena.
A carruagem segue viajem, depois de 8 horas a já perto
do amanhecer, a carruagem chega a um velho casarão situado
no centro da cidade de São Paulo, os portões se abriram, por
meio de duas sentinelas, e o veículo adentra, em uma garagem
totalmente fechada, a carruagem estaciona e o serviçal abre a
porta para que os dois desçam.
- Me acompanhem. O serviçal se vira e os guia até
dentro do casarão, chegando à sala de estar, o serviçal pede para
eles esperarem, e sai pelas portas que entrou.
Descem as escadas um senhor de meia idade, alto,
branco, com grandes bigodes e um chapéu grande de estilo
português, chega à frente dos dois convidados e os
cumprimentam:
- Que bom vê-lo meu jovem, acredito ser a escolha de
Blayne e quem é seu amigo? Pergunta o senhor.
- Dom Mateus e Mendonça, meu nome é John Constant,
escolhido por Jason Blayne, e este é meu amigo Krystian
Slayder, fico feliz por conhecê-lo.
- Seus aposentos estão preparados, já está perto de
amanhecer, descansem e amanhã conversaremos.
135
Desce uma serva, muito bonita, negra, olhos negros,
cabelos encaracolados, corpo escultura, apenas com
vestimentas que cobrem suas intimidades e fica parada olhando
para os dois convidados, Dom Mateus olha para ela e está se
vira e começa a subir a escada, John e Krys seguem a serva para
o andar de cima do casarão, logo ao final da escada ela para em
frente a uma porta, olha para John e diz:
- Here, dit is jou kamer, voel vry, as jy dit
nodig maatskappy hier sal wees by die deur.
John olha para Krys e Krys responde:
- É um dialeto africano, ela disse que você dormirá aqui
e prestará serviços caso precise. Krys dá um leve sorriso, e John
entra no quarto.
Em seguida ela continua andando e mais a frente para
em frente de outro quarto, Krys abre a porta e entra no quarto
antes que a serva fale algo. A serva volta ao quarto de John e
entra.
No dia seguinte ao começo do anoitecer, Krys e John
descem as escadas que dão para a sala, Dom Mateus já está
sentado em uma das cadeiras, e aponta outras duas cadeiras
para os convidados, John senta e Krys continua em pé.
- Meu rapaz, algo te incomoda? Pergunta Dom Mateus
aparentando irritação.
136
- Não senhor, de maneira nenhuma, mais tem um
caminho longo a percorrer e não posso perder mais tempo,
agradeço a hospitalidade, mais preciso ir, a guerra de vocês não
me diz respeito. Krys sai com sua bolsa.
- Claro, tem um cavalo a sua espera, e boa viajem.
Krys, desce as escadas novamente para o estábulo
aonde chegaram, havia um cavalo de montaria o aguardando, o
servo o ajuda a subir:
- O senhor sabe para onde vai? Pergunta o servo
prestativo.
- Seguirei meu instinto, não sei aonde ele vai me levar.
Krys subiu no cavalo e seguiu viajem, saindo do casarão
passando pelas sentinelas e sumindo rua adentro.
Dentro do casarão Dom Mateus e John conversam:
- John, estive aqui no Brasil a mando da coroa
portuguesa há pouco tempo, para averiguar a região para que
possamos ampliar nosso domínio para as Américas, esta terra é
muito rica e traiçoeira, espero que esteja preparado. Disse Dom
Mateus.
- Me preparei a vida toda para isso, meu caro, estou
mais que preparado, esta terra será mais um refúgio seguro para
nós, você voltara para Portugal?
137
- Não, fui designado para ver esta terra crescer e assim
o farei, te ajudarei nesta empreitada.
- Muito bem, toda ajuda será bem-vinda nesta luta, e
como esta os anarquistas? Pergunta John
- Não estão no centro do estado, se escondem no
interior, a central deles está numa terra chamada Jundiaí.
- Espero que meu amigo Slayder seja tão forte quanto
penso, pois ele está indo para lá, mandem reforços para esta
região, quero que fiquem e olho.
*****
Depois de quatro horas de viajem, Krys chega a uma
região montanhosa e mata densa, desce do cavalo, pois chegou
a um ponto onde a cavalgada seria impossível, e seguiu a pé
mata adentro, depois de um tempo caminhando, sente-se
cansado, quando senta em uma pedra, perto de um córrego, lava
as mãos e molha seu rosto, ouve um grito feminino mais
adiante.
Em uma clareira, sete homens estão insultando uma
menina, ela é loira, cabelos lisos, olhos verdes, magra, sua
roupa esta rasgada e ela está ferida, no chão gritando e
chorando, todos os homens estão a sua volta, rindo, a maioria
homens fortes, traços rústicos:
138
- Isso gata, grita, mais grita bem alto, isso nos deixa
excitados. Diz um dos homens
- Vamos acabar logo com isso e nos divertir esta noite,
ela e linda, eu quero ela agora. Disse outro abaixando as calças.
- Eu primeiro. Disse outro homem, loiro, traços
rústicos, muito forte, e sacando uma adaga.
Quando se preparavam para atacar ouvem uma voz,
vindo de trás deles:
- Deixem a garota em paz.
Todos os sete homens olham e começam a rir.
- Deixem a garota em paz agora. Disse o jovem com
uma espada em mãos
O rapaz loiro dá um passo em direção ao jovem e diz:
- E você vai fazer o que frangote – mostrando os caninos
afiados e se mostrando um vampiro – corra antes que você
morra. E ri alto, uma risada insana.
O garoto se assusta da tal forma grotesca a sua frente,
quando sente uma mão repousando em seu ombro, olha
assustado e vê Krys:
- Deixa comigo. Krys vai andando em direção à garota,
todos os sete homens olham para ele, todos sacam suas espadas
e mostram a face vampiresca, Krys parece não se importar,
chega até a garota, pega em seus braços, olha em seus olhos:
139
- Você está bem?
- Sim, só um pouco arranhada. Disse a garota aos
soluços.
Krys levanta, saca sua espada, olha para seus
adversários – Parece divertido brincar com uma garota
indefesa, vocês deveriam tentar brincar com um adversário um
pouco mais forte, o que acham?
- Ninguém é mais forte que os anarquistas. Diz um dos
vampiros.
- Só poderia ser anarquista, eu estava precisando mesmo
de adrenalina, vamos ver quantos segundos vocês duram. Krys
partiu para cima dos vampiros com uma velocidade vil, a qual
os vampiros sequer conseguiam ver de onde vinham os golpes,
muito menos os dois jovens, aos poucos todos os vampiros
estavam no chão sem as cabeças, apenas o vampiro loiro, que
parecia ser o líder ficou de pé assustado com o que acabara de
ver, estava olhando face a face com Krys que tinha sua espada
no pescoço do adversário:
- Vou poupar você, por que quero que leve um recado a
sua tribo, diga a D´bôer que eu sou a morte e vim buscá-lo.
Krys o empurra e o vampiro sai correndo mata adentro.
Krys vai até a garota que está no braço do menino, o
menino olha assustado para Krys:
140
- O que é você?
- Sou o homem que salvou vocês, onde fica sua tribo?
- Daqui há uma hora de caminhada. Diz o garoto ainda
assustado – Meu chamo Jacó e esta é Sasha, viemos brincar e
nos perdemos, ela está muito machucada.
Krys se aproxima, pega a garota no colo e começa a
andar:
- Me leve até sua tribo vou te ajudar a levá-la.
- Está bem. O menino começa a andar a frente de Krys.
Depois de um tempo, chegaram a um vilarejo no topo
de uma montanha, algumas ocas, uma fogueira ao centro, várias
onças andando livremente entre humanos, quando de repente
Krys sentiu lanças encostarem-se a seu pescoço, seis homens
em volta de Krys o ameaçando com as lanças, do meio da aldeia
surge um homem, meia altura, corpo pintado, um ar de
responsabilidade, todos os olham com admiração, chega perto
de Krys:
- Solta minha filha seu monstro, como se atreve a subir
até aqui?
- Pai, ele me salvou e a Sacha de vampiros. Diz o garoto
mais calmo.
- Como pode um vampiro atacar outro vampiro, para
proteger humanos?
141
- Odeio valentões. Diz Krys, entregando a menina nos
braços do senhor.
- Isso não é motivo o suficiente para se rebelar contra
sua própria raça.
- Tenho motivo o suficiente para extermina-la. Krys
responde afastando as lanças com as mãos, dando as costas e
saindo da tribo.
- Espere homem, qual seu nome?
- Que diferença faz? Krys continuou saindo.
- Você salvou minha filha, devemos agradecer pelo que
fez nos permita agradecer pela sua coragem.
- Não posso ficar, sempre que fico trago desgraça a
quem me acolhe. Sem olhar para trás.
- Não se preocupe nosso povo já é amaldiçoado o
suficiente, e ninguém é louco o bastante para nos afrontar, você
é meu convidado, fique quanto tempo for necessário, devo a
você a vida da minha filha, sem contar que está amanhecendo,
e você terá problemas.
Krys voltou ao encontro do líder do grupo, olhou em
seus olhos e disse:
- Você tem razão, esta amanhecendo e não conheço esta
terra, vou aceitar sua hospitalidade, meu nome é Krys Slayder.
142
- Fico feliz por aceitar, meu nome é Abrahão. Disse o
senhor contente. – Jacó, leve Krys para a tenda ao lado da
minha, e certifique que não entre feixes de luz nela.
- Sim, papai. Pegando a mão de Krys – Vem Krys, te
levarei a tenda para você descansar. Indo em direção as tendas.
Logo se aproxima um rapaz de Abrahão.
- Senhor, não é perigoso mantê-lo conosco, ele é um
vampiro.
- Não é um vampiro comum, nota-se pelo olhar, sinto
que ganhamos um grande aliado contra os anarquistas.
143
CAPITULO XI
1703 D.C - ARMADILHA
144
Mateus se levanta e sai da sala, John continua bebendo
seu vinho, olhando para a taça;
- Finalmente vou olhar para você, e te encarar de uma
vez por todas.
145
CAPITULO XII
1370 D.C - PAOLO FIORE
146
ordens que lhe era imposta, assim matavam e pilhavam vilas
inteiras em nome de deus.
Adorado pela igreja e pelo povo por ser idôneo e fiel
aos seus princípios, seu nome já era sinônimo de morte em
muitas partes da Itália, aos 25 casou-se com Daiane Kingsbor,
a duquesa de Kingsbor, um casamento que não agradava a
muitos pelo fato que seu pai queria que ele se casasse com uma
italiana filha de seu amigo Giovane Lukesi.
Este casamento gerou três filhos, John Constant
Kingsbor Fiore, Paola Fiore Kingsbor e Giovanni Fiore
Kingsbor, após uma incursão em terras distantes foi contrariado
em suas ordens onde ouve muitas mortes desnecessárias,
cansou-se das matanças e sem amigos pois todos morreram em
batalha. Contrariando a Ordem, sua família e principalmente
seu pai, abandonou os campos de batalha, mas tudo tinha um
preço, teria que passar por morto e nunca voltar para os seus e
assim ele o fez.
147
CAPITULO XIII
1420 D.C - O BEIJO DA MORTE
148
habilidades de negociar e seu bom nome sempre sabia onde
investir
Seu desejo era que seu pai voltasse para que ele pudesse
mostrar que ele era o melhor esgrimista e o melhor negociante
da região. Mas todos, inclusive sua mãe pensava que Paolo
Fiore morrera nas batalhas, pois nunca tiveram notícias dele.
John era otimista nunca se deixou convencer que seu
pai estava morto por não haver provas e nunca acharam seu
escudo e espada. Nesta noite quando, após tomar algumas
canecas de vinho a mais observou uma linda mulher que o
olhava a um bom tempo. John levado pelo ímpeto e pelo vinho
na cabeça foi na direção daquela linda jovem e perguntou-lhe:
- O que faz uma linda donzela neste recinto de
cavalheiros beberrões. – Disse quase caindo em cima da moça,
e ela respondeu-lhe:
- Então é tu o filho de Paolo, que vergonha seria para
seu pai se ele o visse agora.
- Como ousa usar o nome de meu pai para me afrontar
mulher, não tem medo do que lhe pode acontecer, pois se sabes
quem sou e meu pai sabe do que posso ser capaz de fazer.
- Como poderei ter medo de um homem neste estado
deplorável que você se encontra? E sei que você procura seu
149
pai, como você poderia fazer mal a uma pessoa que traz a seu
filho notícias?
Intrigado com as palavras da dama, John embriagado dá
um passo para traz pelo reflexo do vinho e com os olhos
arregalados diz:
- O que estais a dizer mulher, que notícias são estas,
como você conheceu meu pai, onde ele estas agora? Responda-
me mulher.
Nisto John sente uma mão encostar-se a seu ombro,
quando se vira para ver quem é o dono da mão ouve um
sussurro em seu ouvido:
- Esta não é uma conversa para ser tratada em um lugar
tão escuso, nos acompanhe.
O estranho percebe que uma ponta de espada esta
apontada para sua garganta e ouve John dizer:
- Fale-me quem são vocês e digam o que sabes ou então
serão fatiados.
- Nos mate e tudo o que sabemos sobre Paolo Fiore, seu
pai, se perderá ao vento.
Em apenas um gesto feito com a mão, o seu amigo
abaixa a espada e volta para sua mesa, John olha para o
estranho diz.
150
- Sei o que você quer, diga seu preço. John começa a
cambalear e desmaia sobre a jovem que lhe apara.
Algum tempo depois, John se recupera, acorda em uma
cama macia e felpuda, com uma enorme ressaca devido ao
vinho. Não sabia onde estava, na cabeceira da cama à linda
donzela que, parada estava a lhe fitar com carinho. À vela ficou
deslumbrado com tamanha beleza e ouviu-a dizer;
- Existe um fato que aconteceu há muitos anos atrás, e
que me foi confiado à missão de lhe passar o último desejo de
seu pai.
- Como? Último desejo? Meu pai está morto então?
Estas a blasfemar mulher?
- Sei como é difícil para você no papel de filho
compreender tal fato, mas tudo o que disser a você acredite, é
tudo verdade. - Disse a donzela começando a chorar.
- Seu pai fez um trato com a Ordem e virou padre
arrependido das matanças da guerra.
John saltou da cama com raiva;
- Como ousas dizer tamanha afronta, não a matarei mais
se persistirem a dizer essas sandices não responderei pelos
meus atos.
Inconformado ele volta para casa, praguejando não se
conformando com o que a donzela lhe dissera.
151
Após dias ele ponderou sobre o assunto e resolveu ouvir
o restante dos fatos.
Mandou selar seu corcel negro e se pôs a caminho para
o lugar onde deixara o casal.
Ao chegar é recebido pelo homem;
- Boa noite nobre John, nós sabíamos que você voltaria,
entre e se sente, minha senhora, vira atendê-lo em breve.
Após uma longa espera eis que ela entra com um
vestido longo e vermelho, uma cor que realçava sua beleza.
- Tenho muito a lhe dizer, são coisas que jurei para Fiore
que faria se algo lhe acontecesse, coisas difíceis para te contar
e de se ouvir, tudo começa quando ele resolveu deixar a Ordem,
pois todos seus amigos foram mortos após suas ordens serem
ignoradas. Revoltado com isso ele resolveu sair, mas tudo tem
um preço seu avô comunicou-lhe que só poderia sair se ele
estive-se morto e com isso ele nunca mais poderia voltar para
o seio de sua família, ele aceitou, pois, a Ordem era rígida e era
o certo a fazer para não colocar a família em risco.
John irado se levanta - Meu avô? Que o diabo o tenha
em sua casa maldito biltre. Nunca se conformou com o
casamento de meu pai. Se estivesse vivo eu mesmo a mataria.
- E meu avô, estas mesmo morto? Pergunta John
152
- Sim contraiu uma doença no campo de batalha e
morrera.
- Tenho que contar isso para minha família. Diz John já
saindo em direção a porta.
- Não! Espere.
- Esperar o que mulher não vê quão grave é esta história
tenho que ter com minha família o mais urgente possível. Disse
John.
- Sim eu sei mais se saíres pela aquela porta e dissestes
o que ouviu a sua família trará desonra ao nome de seu pai e
sua família, sente-se tenho mais a lhe contar. Ela pede a John.
- Traga o que trouxemos. Neste momento, o homem
vem com um pacote.
- O que é isso? Pergunta John intrigado.
- Acalma-te tudo ao seu tempo. Ele lhe dá o embrulho
John abre imediatamente e dentro continha um escudo e uma
espada que pertencia a seu pai.
- Tenho mais coisas e lhe contar.
- O que mais aconteceu?
- Seu pai ficou perseguindo um homem chamado
D’bôer durante muito tempo para cumprir uma promessa que
me fez, após receber notícias de um amigo que era investigador
153
do oculto, e sua missão era encontrar e fazer os preparativos
para a morte de D’bôer.
- Amigo? Quem é esse amigo? Qual seu nome? A onde
ele se encontra?
- Seu nome é Christopher Slayder, ele se passa por um
arqueólogo e vive no Reino Unido fazendo suas supostas
pesquisas.
- Tenho que falar com esse homem!
- Calma John tudo tem sua hora.
- Agora vá e avalie tudo que ouviste e lembre-se não
diga nada a ninguém sobre os fatos aqui revelados.
John saiu daquela casa, e foi para sua casa, sem dizer
uma única palavra, adentrou em seu quarto, não conversou co
sua mãe e tampouco com suas irmãs, e ficou preso a pensar em
tudo que tinha acabado de ouvir, dias se passaram até que um
dia ao entardecer um mensageiro veio a ele e entregou-lhe um
bilhete contendo os seguintes dizeres:
“Caro, John não tenho muito tempo mais preciso lhe
encontrar ainda hoje para tratar de assuntos de seu interesse
te espero em minha casa como de costume. ”
154
negócios e logo se apaixonaram, decidiu que passaria na casa
de sua amada e de lá rumaria para o encontro.
Chegando lá, mesmo tentando não aparentar
preocupação deixou transparecer seu nervosismo a jovem que
já o conhecia perguntou–lhe o que estava acontecendo, ele foi
mais evasivo possível mais deixou claro que não poderia ficar
muito tempo.
- Você vai sair novamente com seus amigos? Disse ela
apreensiva.
- Não! São negócios inacabados que tenho para
resolver, coisa de suma importância.
- Que coisa é essa que consegue tira-lo de meus braços
meu amor?
- Ainda não posso revelar–te, pois tratasse de algo
muito importante.
Então em um gesto de ciúmes ela se afasta e começa a
chorar.
Ele se levanta e a abraçando fala ao seu ouvido
- Não te preocupes, pois tão certo quanto as estrelas que
estão no céu é meu amor por ti, amanhã voltarei e se tudo correr
bem contarei a ti minhas preocupações.
155
Dizendo essas palavras ele a beijou e saiu em direção
de seu encontro, mal sabia ele que o destino já tinha sido
reescrito.
Quando chegou já o estavam esperando, o clima era
tenso, o ar estava pesado.
- Sente-se John. Disse a jovem, imediatamente o
homem puxou a cadeira.
- Diga o que é tão urgente assim?
- Caro John o que tenho a lhe dizer é de suma
importância mais são fatos que omitimos a você sobre seu pai
e nossa verdadeira missão?
Ao ouvir isso ele levanta e saca sua espada.
- Diga–me mulher o que tens a dizer ou faço–te calar
para sempre. Disse John com os olhos fixados nos olhos
daquela linda mulher. Mas com um olhar calmo e sereno ela
diz:
- Abaixe sua espada e ouça-me.
Imediatamente John começa a perder a vontade de
atacar e se acalma.
- Eu só poderei contar-lhe se você realmente aceitar a
proposta da Ordem.
- Como assim a Ordem?
- Sim John, a Ordem da Cruz foi reestruturada.
156
- Então vocês fazem parte da corja que negou a meu pai
o carinho de sua família.
- Não, essa e uma nova Ordem renascida e moldada
visando um futuro promissor?
- Por quem me toma mulher um tolo?
- Nunca, se pensássemos assim não estaríamos aqui?
Agora a pergunta é, queres ter riquezas inatingíveis e todo o
tempo do mundo para gastá-la, ou seja, para usufruir, só que
você terá que abandonar tudo e todos que conhece para trilhar
um caminho que seu pai trilhou. Disse o homem.
- Como assim, seja mais claro.
- Isto era o que seu pai queria. Isso foi sua última
vontade, e só se você aceitar nós poderemos contar a verdadeira
história dos últimos anos de vida de seu pai.
Imediatamente ele empunhou novamente sua espada,
mas a mulher olhou em seus olhos e imediatamente sua vontade
de atacar cessou novamente.
Após ponderar por alguns minutos sua ambição e sua
curiosidade foram maiores.
- Está certo, e se eu aceitar?
- Digamos, que se você aceitar entrara para um grupo
seleto de pessoas com muito dinheiro e poder influentes no
mundo inteiro.
157
- Está bem eu aceito.
Para espanto de John a moça o abraçou e começou a
beijá-lo e a lambê-lo no pescoço.
- Se eu se soube que seria tratado assim eu teria aceitado
antes. Disse ele excitado, foi quando os dentes dela se cravaram
em seu pescoço tomando todo seu sangue, ele tenta afastá-la,
mas ela era muito forte enquanto seu sangue esvaia-se sua vida
passava diante de seus olhos e ele relembrava como conheceu
sua amada Natasha.
Após ela ter saciado sua sede, ela deu a ele um pouco
de seu próprio sangue, após o beijo da morte ser concretizado,
ele não aguentando seu próprio peso, caiu quase desfalecido,
mas neste instante, adentra no salão uma linda jovem. Parecia
ela estar agindo involuntariamente, e se encaminhou para junto
de John, que ficou desesperado ao vê-la, sentiu ele uma sede
incontrolável e sem perceber seus dentes caninos estavam a se
sobressair de sua gengiva. Quando a moça se agachou ela
inconscientemente abraçou John e oferecendo seu pescoço,
mas ela sussurrava.
- Não, meu senhor, eu lhe imploro em nome de Deus,
não me mate.
Ao ouvir isso John ficou ainda mais sedento de sede e
instintivamente cravou seus dentes naquele pescoço liso e de
158
pele sedosa. A mordida fora tão intensa que o sangue jorrou
manchando suas roupas com o sangue que para ele era como
um néctar, ao terminar de beber todo o sangue daquela linda
jovem ele desmaia por completo.
Quando ele acordou estava em uma cama despido sua
garganta estava seca imediatamente pegou um copo com água,
mas ao toma-lo não matou sua sede ao procurar suas roupas
notou que seu pescoço estava dolorido e pensou:
- Foi um sonho? Ou não! Será que bebi demais
novamente.
Nesta hora entra no quarto a mulher.
- Vejo que acordou, deve estar meio zonzo?
- Um pouco, quem é você realmente?
- Meu nome é Pietra, tome isso vai te fazer sentir
melhor. Pietra entrega um copo com um líquido de cor
vermelha.
- O que é isso? Meu Deus? Está Louca mulher?
- Se acalme! Tudo vai ser explicado a você, foi nosso
trato não foi? John tudo que vai ser dito aqui tem que ser
mantido em sigilo absoluto.
- Você está doida mulher? Como? Sangue? Ai meu
pescoço.
- Se acalme tudo será explicado.
159
- Então comeces mulher.
- Tudo começou a mais ou menos 25 anos quando seu
pai... - Ela interrompeu olhando para uma caixa que estava a
segurar e disse:
- É melhor antes de lhe contar, entregar-lhe isso:
- O que é isso?
- Este é o testamento de seu pai!
John põe o cálice sobre a lareira e toma para si o baú e
o abri, dentro ele vê que se trata de um pergaminho com o selo
de sua família, ele larga o baú e quebra o selo e começa a ler o
documento:
“Ao meu filho John
Aos 35 anos de idade fui chamado por meu superior o
arcebispo Francesco Remondi por ser eu o mais novo padre e
por ter uma Fé extraordinária. Fui designado para ir até uma
cidade da Itália chamada de Trieste onde havia rumores de ser
perturbada por acontecimentos estranhos. Depois de uma
viagem estafante finalmente cheguei ao local desejado e notei
que a cidade tinha um jeito pacato, mas parei um pouco, e
refleti chegando à conclusão de que as aparências enganam.
Ao chegar ao mosteiro da cidade fui recebida pela
madre superiora chamada Madeleine que me levou aos meus
aposentos, dias se passaram e fui informado dos
160
acontecimentos e fatos mais recentes e decidi ir à cidade,
chegando notei uma enorme construção uma espécie de templo
com um símbolo na porta, depois de vagar por algum tempo
pela cidade eu me deparei com um homem de aparência
sombria que se apresentou dizendo seu nome, D’bôer eu lhe
dei a benção e imediatamente me senti mal pois a maldade era
tão grande vinda do homem que não poderia ser normal, este
homem começou a me blasfemar e comecei a rezar, me virei e
fui saindo e quando estava passando na frente da construção
comecei a abençoar o local, de repente a porta do templo
rachou notei o fato e fui saindo do local olhei para traz e notei
que D’bôer se aproximava e com um gesto de suas mãos as
rachaduras da porta sumiram.
Mais tarde ao fazer minhas orações ouvi gritos, ao
chegar ao local notei que a irmã Pietra estava voando e suas
vestes haviam sido rasgadas, após uma oração rápida feita por
mim um vulto se formou e saiu pela porta deixando o santuário.
Ao ajudar a irmã toquei sua pele macia e nossos olhos
se cruzaram a beleza da moça tocou meu coração foi quando
as outras irmãs vieram para socorrê-la e sai meio
desconcertado.
Eu não sabia o que estava acontecendo, pois, uma raiva
imensa tomou conta do meu ser e fez com que o homem que eu
161
fui, voltasse, sabia que aquele mal só poderia ser derrotado
com atitudes drásticas. Pedi para alguém buscar o armeiro e
quando o mesmo chegou pedi a ele que forjasse algumas armas
cujas especificações são estas que está em suas mãos e
entreguei ao Armeiro um papel que eu carregara durante anos
escondido em meus pertences. Após sete dias o Homem voltou
trazendo as armas e me mostrou, o escudo tinha uma águia
com o sol por traz e carregando uma cruz e uma espada.
A espada foi colocada às inscrições do salmo 23 e
dizendo que as armas eram especiais, pois era feita de um
metal muito raro que só ele sabia fazer uma espécie de segredo
de família.
Após eu abençoar as armas rumei para o templo
amaldiçoado e ao chegar lá destruí a porta e comecei a
destruir tudo que lá havia usando as armas e a oração para
expulsar o demônio que lá havia quando D’bôer entrou no
local e começou uma luta descomunal, o homem se
amedrontou com a visão da cruz, mas desferiu um golpe que
me deixou atordoado, mas quando ele ia dar o golpe final à
porta estava irmã Pietra que com um grito atirou o homem
para longe de mim.
162
Nesta hora chegaram às outras irmãs e carregara-me
ferido para fora, quando a irmã Pietra olhou para a multidão
e disse lá está o demônio queime tudo e a multidão o fez.
Enquanto o fogo consumia o local levaram–me para o
mosteiro a irmã se trancou em seu cárcere onde tinha ataques
de loucura e eu depois de me recuperar fui ao seu encontro,
onde após muita oração ela voltou ao normal suas vestes toda
rasgada seu corpo seminu em um gesto desesperado ela se
atirou aos meus braços eu não sabia o que fazer aquele
sentimento inexplicável tomou conta de meu ser a paixão falou
mais alto. Uma irmã que foi instruída a me ajudar entrou no
aposento e viu a cena e saiu gritando como louca, o fato
espalhou como fogo no convento.
A madre superiora mandou nos buscar e em uma
reunião deixou claro que não vê como nos ajudar, pois as
regras foram quebradas a sentença era a expulsão do
mosteiro.
Tudo foi preparado para a viagem saímos quando o sol
se pôs viajando a noite toda.
O dia já estava quase raiando e eu procurei um abrigo
para descansarmos. E assim, dias se passaram, nós fomos
viajando mais, eu não entendia o fato de viajarmos somente à
noite, pois eu tinha sido orientado pela madre superiora que a
163
ex noviça tinha uma espécie de doença que sua pele de tão
branca quanto o marfim e ela não poderia tomar sol e se
acontecesse ela poderia ficar com feridas por isso ela nunca
saia do convento ao dia.
Uma noite ao começar a cortar um pedaço de carne eu
perguntei a ex noviça porque ela não comia nada mais ao fazer
a pergunta acabei me cortando.
Foi quando notei que ela estava olhando e de seus
lábios rosados a saliva escorreu quase imperceptível e pedi
para que ela contasse o que estava acontecendo.
Ela contou que D’bôer a tinha escravizado com seus
poderes e que ele não morrera no incêndio, eu não acreditei,
mas ela disse que ele era um vampiro.
Fiquei com medo no início mais o amor falou mais alto
e eu jurei que mataria o maldito, ela disse que eu não
conseguiria.
Depois de pensar um pouco sabia que amor que sentia
por ela era maior que tudo e eu a protegeria para sempre.
Cortei meu pulso e aparei meu sangue em um copo e dei para
ela beber e ela o fez saciando sua fome. Enquanto eu colocava
panos para estancar o ferimento ela me abraçou chorando
dizendo que não tinha culpa de ter sido transformada numa
164
criatura desse tipo eu olhei em seus olhos e a beijei
intensamente.
Dias depois Pietra começou a sentir muita dor em seu
peito e em seus seios apareceram um risco saindo fumaça foi
quando D’bôer apareceu me atingindo me deixando
desmaiado.
Mas me deixou vivo, pois seu poder estava
enfraquecido ele não conseguira dominar totalmente a ex
noviça.
Depois de me recuperar comecei a procurá-la achando
pistas, seis meses se passaram cheguei a um lugar e ao avaliar
o local vi minha amada descer umas escadas e a segurei mais
ela não me reconheceu a retirei do local fugimos juntos
novamente pois o vampiro não estava lá para impedir, ao
voltarmos para Roma fomos parados por uma moça linda que
ia à mesma direção juntamente com o arcebispo Francesco
Remonde, eles nos subjugaram pois eles também eram
vampiros. Passamos anos aprisionados em Roma, nesse tempo
chegamos à conclusão que os vampiros nunca iam deixar que
nos partíssemos a menos que eu fosse um deles em seguida
tomei uma decisão que mudaria minha vida para sempre
mesmo que não saísse dali nunca mais, eu estaria com ela para
sempre para protegê-la e dei meu pescoço, senti um misto de
165
dor e prazer ao mesmo tempo, sentimento esse que
provavelmente já sentiu após meu sangue ser todo drenado ela
cortou seu pulso e deu o dela para eu beber pronto o fato
estava consumado quando acordei nós estávamos amarados
em nossos leitos pensei que seria meu fim e contei a minha
amada que antes de ser padre havia tido três filhos com uma
jovem nobre e que se acontecesse alguma coisa comigo, ela
teria de cuidar para o garoto mais velho John se tornasse um
homem e fosse transformado para vingar-me, eu a fiz jurar que
cumpriria a promessa.
Pois sei que só você meu filho poderia realizar minha
última vontade.
E que Deus me perdoe por isso, e te de conforto nas
horas difíceis que virão, sejas forte, pois você é descendente
dos cavaleiros mais valentes da história, homens que deram
suas vidas pelos ideais de um mundo melhor.
Lembre-se sempre amei vocês acima de tudo, pois a
família é tudo na vida de um homem.
Que deus Seja louvado, Vida longa e prospera a Ti meu
filho.
166
Após ler a carta John com lagrimas nos olhos fez uma
expressão de ódio e rancor e disse:
- Meu pai, um vampiro.
- Sim! Disse Pietra, como você daqui para frente.
- Você é a mesma Pietra da carta de meu pai, você
conheceu meu pai se apaixonou por ele e o transformou pela
sua vontade em vampiro e me transformou pela vontade dele.
Agora sou um de vocês um ser que tem que viver na noite,
matar para sobreviver, para se alimentar o que você fez comigo,
o que meu pai fez comigo, você cumpriu a vontade de meu pai,
fez sua parte, agora imputa a mim a missão de cumprir o
destino de meu pai. O que a faz pensar que eu aceitaria tal
destino, como podes pensar por mim.
- Você daqui para frente é eterno.
John para e se olha no espelho que se encontra acima da
lareira e diz:
- Isso vai ser interessante, verei meus inimigos
definharem um a um, pisarei e cuspirei em seus túmulos, serei
jovem e eles velhos, usarei minha astucia e tudo tomarei deles,
serei a mão do destino sobre eles, serei o juiz e o carrasco, serei
o martelo e eles a bigorna, serei a praga que infestara suas
plantações, serei a enfermidade que tomara seus filhos e os
filhos de seus filhos, minha vingança será eterna sobre eles,
167
geração em geração eles sentirão a minha ira, e devo tudo isso
a você minha cara.
John toma o cálice que estava na lareira e tomou o
sangue que lá se encontrava, de tão intensa que era sua sede que
o liquido que para ele daqui para frente passa a ser precioso
escorre pela seus lábios, ele olha para Pietra com um olhar bem
diferente de quando ela o conhecera, um olhar que dali para
frente ela sabia que seria o olhar de um homem mau e
maquiavélico e assim seria para a eternidade, pensou ela se foi
uma boa ideia ter transformado o filho do homem que ela amou
em vampiro como o pai dele quis, mas ela percebeu que John
estava passando por um delírio de grandeza por ser um homem
astuto e negociante quando humano, ele ainda não tinha noção
do que era ser um vampiro e viver nas sombras, ser eterno não
significa ter o poder que ele estava pensando em ter.
-Você minha cara está disposta a vingar meu pai?
Pergunta John.
- Sim. Responde Pietra com voz suave e sedutora.
John se aproxima de Pietra e quando ele fez menção de
beijar sua boca Pietra agarra John pelo pescoço e com um braço
o arremessa por cima dela fazendo com que John caia sobre o
sofá que estava atrás deles, com o arremesso o sofá vira fazendo
168
com que John role no chão. John atordoado se levanta e
questiona:
- O que fizeste mulher?
- Pensas você que tudo tem que ser do seu jeito? Pensas
que o mundo tem que ser seu? Esqueces que você está
começando agora? Com esses pensamentos você vai viver por
um mês senão por uma semana, vejo que precisaras de um bom
mestre senão o melhor, precisas de treino John, precisas
conhecer melhor a Ordem e o mundo que lhe é mostrado, pois
é tudo bem diferente do que você conhece, esqueces que ainda
tens mãe e que você ainda preza tua família, tua noiva que você
tanto preza.
- Então porque me transformasse, porque fizeste isso
comigo?
- Pelo seu pai, por sua família, pelo amor de seu pai por
mim.
- Pelo meu pai e pela minha família eu aceito, mas pelo
amor de vocês dois, pensarei.
- Pense John, não foi por ele e sim obra do destino, que
nosso amor aconteceu, não pudemos evitar.
- Assim seja quanto ao treinamento você tem razão,
preciso de um mestre, me leve até ele.
169
CAPITULO XIV
1430 D.C - UM NOVO PRINCIPE
170
- E quanto minha família? Não se esqueça que já são
adultos, não gostaria de terceiros comandando meus negócios,
a não ser aqueles que eles desconhecem.
- E o que você tem em mente?
- Poderíamos dar um falso sentimento que eles estão à
frente de tudo, enquanto Enrico cuida de meus negócios
escusos ele poderia opinar nos negócios comandados pela
minha família, como um consultor.
- Interessante, mas você terá que comunicar sua família.
- Certo, irei comunicar a eles e também deixarei
instruções aos meus sócios, mas me responda uma coisa, qual
é minha importância em toda essa estória para a Ordem dispor
um de seus membros para dar continuidade a minha vida
pessoal?
- Seu pai era de vital importância aos planos da Ordem,
uma peça chave, pensou a Ordem que com sua fé poderiam
derrotar a D’Bôer por ele ser um ser desprovido de fé, mas
D’Bôer conseguiu se superar e derrotar seu pai, agora cabe a
você dar continuidade a missão dele.
- Então isso significa que vocês não têm ninguém de
competência para derrotar D’Bôer? Disse John com olhar
cínico.
171
- Temos muitos membros tão fortes que você não faz
ideia do tamanho de tais poderes, mas ninguém tão merecedor
de tal glória e vingança quanto você possui, seu pai foi morto
por D’Bôer e isso a Ordem vê como um grande incentivo e
também prometi isso a seu pai, na realidade John seu pai pediu
isso a mim e a Ordem.
- Caso eu me recuse a executar esse destino, o último
desejo de meu pai.
- Se você optar pela recusa dessa missão, a Ordem vai
interpretar isso como uma afronta e você será caçado até a sua
morte, não a lugar nesse mundo que você pode se esconder da
Ordem.
- Muito bom, deve ser por isso que vocês não
conseguiram pegar D’Bôer até hoje. Disse John com um riso
irônico.
- O motivo da Ordem ainda não ter prendido D’bôer até
hoje não me diz respeito, apenas estou cumprindo o que me foi
imputado, lhe transformar e lhe encaminhar até Willian
Retliey, seu mentor daqui para frente, você irá correr o risco de
negar teu destino? Sim ou não?
- Já que sou de vital importância para os assuntos da
Ordem, irei estender minha mão a vocês.
172
Pietra olha para ele com um olhar de desprezo,
pensando o quão astuto e perigoso é o mais novo membro que
ela trouxe para junto da Ordem, viu ela que o filho nada tinha
herdado de seu pai a não ser seu ímpeto por conseguir aquilo
que deseja, mas seus desejos são completamente opostos à de
seu pai, pode ela perceber que o sangue anglo-saxão que herdou
da sua mãe está florescendo com sua nova condição.
- Muito bem John, nesse caso seja bem-vindo a Ordem,
agora vamos cuidar dos documentos que necessitamos para dar
continuidade a seus negócios.
- Tudo bem minha cara, onde devo assinar?
Pietra lhe entregou todos os documentos necessários
para a delegação de poderes a Enrico e naquela mesma noite
partiram para seu destino. Uma viajem conturbada, pois eles
não poderiam viajar durante o dia e sim somente a noite e de
cidade em cidade estavam indo ao encontro de seu mentor. Mas
durante a viajem muitas coisas iriam ocorrer.
Ao saírem da mansão John notou que o transporte seria
uma carruagem fúnebre, que era puxada por 4 cavalos negros,
sendo toda a carruagem negra e vedada, com o símbolo da
igreja desenhada na porta, uma carruagem de muito luxo e
pompa onde os cocheiros usavam vestes negras e seus assentos
eram em madeira toda trabalhada, uma típica carruagem
173
pertencente a igreja. John ao ver a carruagem que iria levá-los
até seu destino voltou seu olhar para Pietra e indagou:
- Cara Pietra, iremos nós viajar nisto?
- Sim. Respondeu Pietra olhando nos olhos de John – é
a melhor maneira de viajarmos devida nossa condição, não se
esqueça John somos vampiros agora, não podemos mais sair ao
sol e assim seremos bem mais discretos, poderemos chegar nas
cidades sem causar alarde e saímos sem que sejamos vistos,
poderemos sair à noite para nos alimentarmos sem sermos
notados, daqui para frente John a discrição será nossa melhor
arma.
- Tudo bem minha cara, se isto a manteve viva todo esse
tempo então seguirei teu conselho.
Ao abrir a porta da carruagem, John observa dois
caixões negros que lhes aguardava dentro da carruagem, a
tampa tinha o mesmo desenho da porta que era uma cruz.
- Nosso refúgio durante a viagem. Disse Pietra olhando
para John com um sorriso.
- Talvez um dia me acostume com a ideia minha cara.
De fato, a ideia de permanecer em um caixão não
agradava em nada John.
- Vamos, quando mais cedo partimos melhor. Disse
Pietra.
174
E os dois adentraram aos seus respectivos caixões,
puxando a tampa do esquife, em seguida o fiel serviçal fecha a
porta travando a mesma, e dá o sinal para os cocheiros seguir
viagem.
A viagem segue tranquila durante a noite e parte do dia
quando eles chegam a Florence onde já estavam sendo
aguardados.
Após estarem em local seguro, os serviçais
encaminham-se para abrir os esquifes.
- Senhor, chegamos. Disse o serviçal a John.
John abre os olhos, e se senta no caixão.
- Onde estamos? Que lugar é este? Pergunta ele.
- Em um lugar especialmente preparado para esta
ocasião, venha estão nos esperando. Disse o serviçal
John ao sair da carruagem pode observar que estava em
um ante salão todo fechado e todo construído em pedra e que
ainda era dia, o serviçal foi a sua frente e abrindo uma porta
que se encontrava logo à frente dos cavalos.
- Por aqui senhor. Disse o serviçal, John prosseguiu até
a porta ao atravessá-la ele adentrou a um salão onde viu toda a
pompa de uma mansão aconchegante e notou várias obras de
arte que estavam na parede e várias armaduras ao redor do salão
que tinha ao seu centro um tapete com desenhos que para ele
175
era desconhecido, pois nunca tinha visto tais desenhos, os
móveis da época eram de cor vermelha, essa cor agradava
muito a John depois que ele foi transformado o sentia estar em
um ambiente amistoso, sombrio, mas amistoso, o serviçal fecha
a porta atrás de John a mesma que ele abrirá antes e seguindo a
frente de John diz.
- Por aqui senhor!
Foi levado até um salão onde várias pessoas
estavam conversando. Estavam todos sentados em um círculo
com a lareira de pedra ao fundo que estava apagada, era uma
sala um pouco menor, mas com a mesma pompa da outra,
vários móveis finos adornados com muitos objetos de valor,
muitos deles eram adornos nunca vistos por ele, com seu tato
de negociante pode observar que eram objetos importados,
acima da lareira um retrato pintado de um homem que a
assinatura do quadro John não reconhecia, mas pode perceber
que se tratava de uma pintura bem antiga, pode perceber isso
pela moldura e pelas vestes da pessoa que havia posado para
tão saliente obra, ao adentrar todos o olhavam com curiosidade
e entre eles já estava Pietra que estava com seu lindo sorriso
como sempre.
- John. Disse uma das pessoas que estavam naquela sala
e se levantando foi até seu encontro, notou John que se tratara
176
da mesma pessoa do quadro e pelas suas roupas pensou John se
tratar do proprietário do local.
- Espero que tenha feito uma boa viajem?
- Meio desconfortável mais eu me acostumo. Disse
John. – Muito prazer John Constant Kingsbor Fiore a seu dispor
e como devo chamar meu anfitrião.
- Chame-me apenas de Lukesi, estarei a seu dispor em
sua breve estadia em minha modesta morada, seja bem-vindo.
- Lukesi é um adorável colaborador de nossa causa.
Disse Pietra. – Ele sede sua moradia como refúgio provisório
para os viajantes de nossa espécie
- Estamos na cidade de Florence. Disse Lukesi. –
Espero que goste do local durante sua estadia.
- Com certeza vou adorar. Todos aqui são vampiros?
Pergunta John
- Não alguns são familiares, ou seja, pessoas que
cuidam de nós quando estamos em hibernação. Disse Lukesi –
mas por enquanto nos acompanhe em nossa conversa.
Pensou John, quem seria realmente Lukesi, qual será
sua história o que ele realmente faz pela Ordem, e o mais
importante, como ele poderia usar essas informações.
Percebendo o olhar curioso de John, Pietra se aproxima dele e
lhe diz aos ouvidos:
177
- Cuidado como os observa querido, as descrições dos
nossos olhares são imprescindíveis para nossa sobrevivência.
John vira-se olha para Pietra e com olhar de desdém lhe
diz:
- Porque a preocupação comigo minha cara, estou
apenas querendo conhecer melhor os meus aliados, que melhor
opção senão observa-los.
- Não se esqueça John, enquanto você os observa uma
vez, eles já te observaram várias vezes, já conhecem muitas de
suas faces só de lhe observar. Disse-lhe Pietra.
- Podem conhecer muitas faces, mas não conhecem nem
a metade do que eu tenho guardado. Disse John.
Ouvindo as palavras de Pietra, pensou John, que
realmente não era hora de se apegar a detalhes de pessoas que
supostamente se tornariam aliados no futuro, mesmo porque ele
ainda não sabia nada de sua atual condição de vampiro, tem ele
a eternidade para aprender sobre tudo e todos e tudo a seu
tempo, teria ele que primeiro conhecer a ele mesmo e depois a
Pietra, o resto teria sua devida hora.
- Uma moeda pelos seus pensamentos caro John. Disse-
lhe um dos membros.
178
- Estava à espera que alguns de vocês perguntassem-me
alguma coisa, agora tenho certeza que a curiosidade não é
apenas uma fraqueza humana. – Disse-lhe John.
- Muito bem meu caro, vejo que a Ordem refinou seu
critério de aliciamento de membros, ouvi dizer que você vai ser
o futuro da nossa raça, mas lembre-se, não é apenas de palavras
fortes e observações corretas que vive um vampiro, um dia
você vai estar em um embate e eu poderei estar perto apenas
serei o observador como tu és agora.
- Desculpe meu caro amigo, mas quem vive de boatos
são menestréis, e as palavras podem ferir mais que aço, e neste
caso saberei me defender. E a propósito como disse se chamar,
peço desculpas as pessoas presentes, mas eu não compreendi.
– Disse-lhe John com ar irônico.
- Deveras não ter compreendido meu caro, pois eu não
me apresentei, sou Orsini de Pádua. Disse ele estendendo a
mão. – Muito prazer.
John lhe estende a mão e cumprimentando-o lhe diz.
- O prazer definitivamente é meu, John Constant
Kingsbor Fiore.
- Tens um nome forte meu caro, espero que sua pessoa
também, pois vai precisar daqui para frente, nunca se sabe
quando ira cruzar com algum inimigo, pois fique atento,
179
pessoas com ímpeto como o seu tende a arrumar inimigos
muito facilmente em nosso meio.
- Concordo plenamente com sua observação meu caro,
mas os amigos criados nessas condições serão fieis e eternos. -
Disse-lhe John.
- Palavras seu meu caro iniciante, ainda a muito que
aprender sobre nós, e posso lhe afirmar que esse não é um bom
começo. – Falou-lhe Orsini.
- Aprendemos a viver desde quando nascemos e a vida
é um eterno aprendizado, muitos têm mais facilidade de
aprender em um mês do que outros durante a vida toda.
Replicou John.
Orsini cujo semblante era amistoso, depois destas
palavras mudou para um semblante ameaçador e respondeu.
- Realmente como você disse, as palavras podem cortar
mais que o aço, mas as palavras não calam o aço sim, pelas suas
atitudes vejo que a Ordem vai ter muito trabalho com você, mas
não se esqueça John, sou muito mais velho do que você pensa
e aprendi muito mais do que você possa imaginar e sei que você
trará desgraça a Ordem, mas não se preocupe estarei a sua
espreita sempre e não serei complacente com sua queda um dia,
eu estarei lá para ver o que você aprendeu durante sua vida.
180
Lukesi vendo que a discussão tomou rumos inesperados
se levantou e calmamente pronunciou:
- Bem meus amigos, vejo que a discussão ainda tem
muito a oferecer, mas por hora vamos nos ater a outros assuntos
que serão de suma importância para o nosso futuro, se é que
vocês terão um. Disse ele soltando um sorriso e todos ao redor
riram - Por enquanto vamos nos divertir, Florence tem muito a
oferecer em suas noites senhores fiquem à vontade e desfrutem
de minha hospitalidade.
Lukesi passa pelo meio dos dois e puxando John para
junto de Pietra que estava em um canto daquela sala disse-lhe.
- Tens a facilidade de arrumar mais inimigos do que
pode eliminar meu caro, ouça pelo menos meu conselho, não
incite tanto os membros da Ordem, se você não gostar de alguns
deles tente não ir de frente apenas tente fazer com que
trabalhem para você, pois vejo que você tem um futuro
promissor, você sabe usar as palavras, mas as use com
sabedoria você não conhece Orsini, ele é braço direito do
conselheiro do regente da Espanha, Juan Sanches, eles
dominam a Espanha e tem o exército espanhol nas mãos.
- Você arrumou um inimigo poderoso John, ouça
Lukesi e pondere sua língua até chegarmos à Áustria. Disse-lhe
Pietra.
181
- Se tu achas que sou um cordeiro porque me recrutaste?
- Tu és filho de seu pai, um homem que tinha todo o
respeito da Ordem, foi aliciado por esse motivo, o bom nome
de sua família, respeite ao menos seu nome e aja com cautela
em um mundo que você desconhece. Disse Pietra, dando-lhe as
costas e se retirando do salão, deixando John com o seu
anfitrião Lukesi.
- Mulheres, se elas compreendessem algo o sobrenome
delas viria depois dos nossos. – Disse John à Lukesi olhando
para Pietra que estava saindo do recinto.
- Mulheres como Pietra são especiais, como você ela era
selvagem e não conhecia nossos princípios e regras, ser um
vampiro não significa apenas viver eternamente e sim viver
com cautela, ela demorou para entender essas coisas e foi
seduzida por D’bôer e seus princípios sórdidos para a Ordem
nesse meio tempo ela conheceu seu pai que mesmo sendo ainda
humano conseguiu tira-la dos domínios de D’bôer, ela apenas
se preocupa demais com você meu caro, ela sabe o que fala e
fala apenas para seu bem, isso meu caro em nosso mundo é
muito raro, um vampiro se preocupando e protegendo outro,
considere-se privilegiado meu querido. Disse-lhe Lukesi
voltando para seus convidados e deixando John com seus
pensamentos.
182
Após ponderar sobre o fato John decide procurar sua
mestra, pois ele sabe que essa conversa é necessária e já vem
se protelando a tempo, sendo assim ele sai em direção a Pietra.
Nos corredores da mansão as palavras de Pietra e Lukesi ecoam
em sua mente e ele começa a compreender e enxergar o
tamanho das consequências de seus atos e imaginando o que
ele diria para Pietra, mas uma coisa é certa, sabia ele que ela
era mais que sua mestra.
Ao passar pelos corredores ele não deixou de observar
toda a pompa e requinte daquela mansão e se apegou aos
detalhes de carmim que era a cor predominante daquele lugar,
desde o carpete até as plumas das armaduras que faziam parte
de toda a decoração, um lugar que agradava demais a John, que
passou a gostar muito da cor predominante. Quando chega ele
a porta do quarto de Pietra ele ouve ela falando.
– Entre, estava a lhe esperar.
John sem entender muito bem abriu a porta e adentrou
aos aposentos de Pietra, estava ela defronte ao espelho e um
fato chamou a atenção de John, o reflexo de Pietra estava
opaco, como se a sua imagem estivesse se mesclando e sendo
impossível identificar seu rosto no espelho, como suas vestes
também, mas John mesmo curioso não se atreveu a questionar
o fato que para ele era novo.
183
- Comece. Disse Pietra.
John franzindo a testa como que não entendendo suas
palavras pergunta:
- Começar o que minha cara?
- Comece a proferir suas palavras de indignação ao fato
que se relevou agora a pouco.
E aproximando-se John coloca as mãos nos ombros de
sua mestra e lhe diz:
- Muitas coisas estão acontecendo, coisas que não são
de minha compreensão, meus sentimentos se afloram, não sei
como controla-los, tudo ainda é muito novo, sei que tenho
muito a aprender e conto com sua ajuda que para mim é um
privilégio tê-la como mestra e amiga.
John se abaixa até a altura do rosto de Pietra e lhe beija
a face e lhe diz aos ouvidos. – Obrigado.
No mesmo instante ele se levanta e vira-se em direção
a porta e sai. Pietra apenas observa-o através do reflexo do
espelho, vê o filho do homem que ela um dia amou saindo
agradecido por ela estar do seu lado, e sabe que alguma coisa
de seu pai ainda vive nele.
Ao atravessar a porta John para no corredor carmim e
medita tudo o que aconteceu naquela noite que estava apenas a
184
começar, mas para ele já havia terminado depois da conversa
com Lukesi e decide ele se retirar para seus aposentos.
Ao amanhecer a carruagem fúnebre está pronta para
seguir viagem e a sua porta está John e o anfitrião Lukesi:
- Bom, adeus meu amigo - Diz Lukesi.
- Adeus meu amigo obrigado pela hospitalidade esteja
certo que farei tudo para cumprir meu destino seja ele qual for.
Acho que eu desfiz a má impressão que causei em Pietra ontem
graças a você obrigado.
- Não a de que John, eu já fui jovem um dia e sei o
quanto é difícil lidar com certos assuntos, mas é assim que
crescemos e aprendemos com nossos erros, assim nos tornando
pessoas melhores.
- Mesmo assim obrigado, mais onde está Pietra?
- Hora John as mulheres vampiras ou não sempre serão
assim mesmo, lindas sempre acham que está faltando algumas
coisas pó, joias este tipo de coisa, vá se acostumando.
- Aí vem ela, você está linda hoje meu anjo não está
John? Diz Lukesi.
-Sim, belíssima.
- Bondade sua, meu amigo, está tudo pronto?
- Sim, já verifiquei tudo só estava te aguardando para
partirmos.
185
- Adeus meu amigo se cuide nos veremos em breve.
- Vá, você sabe que não gosto de despedidas.
John a ajuda a entrar no esquife em seguida ele também
entra e fechando a porta ouve-se o cocheiro gritar recomeça
mais uma jornada em direção do desconhecido que levara John
Constant a seu destino e a um aprendizado sobre o novo mundo
que agora ele faz parte.
Ao ver a carruagem partir Lukesi pensa:
- Lá se vai um homem para um destino incerto espero
que ele faça a escolha certa, pois dele dependera o futuro de
nossa raça.
Ao mesmo tempo de uma janela Orsini também fita a
carruagem mais seus pensamentos não são tão cordiais assim.
A viagem rumo ao desconhecido leva John repensar
seus atos e a começar a idealizar e a traçar metas para sua não
vida sabendo ele que o conhecimento e trabalho árduo o levaria
a locais almejados por outros mais, mais nunca conseguiram
obter sucesso e o poder só que John sempre foi diferente e
determinado.
Enquanto a carruagem segue seu caminho e seus
passageiros adormecem mal sabia John que sua ascensão ao
poder estava mais perto do que ele pensava.
186
O dia se ia novamente quando a carruagem e abordada
por homens armados que subjugaram os cocheiros querendo
dinheiro e joia, pois como de costume os ricos eram enterrados
com pompas, joias e roupas caras.
Dois homens abriram o compartimento e retiraram os
esquifes ao abrirem se depararam com uma moça de beleza rara
um olha para o outro e fala:
- Essa vadia podia estar viva eu ia me divertir muito
com ela. Fala o homem mal trajado.
- Vamos não temos tempo a perder com bobagens.
Reponde o outro retirando o anel da mão de John.
O ladrão começa a alisar as coxas de Pietra e olhando
para seu companheiro diz:
- Olha como a pele dessa vagabunda é sedosa, mesmo
depois de morta. Ao falar isso ele solta um riso.
Seu amigo ao ouvi-lo olha para ele e começa a rir
também, mas de repente sem que ele esperasse as mãos de John
o segura no pescoço quebrando-o como se fosse um brinquedo.
Ao ouvir seu comparsa olha e fica atônito quando volta
seu olhar sente seu peito ser transpassado vê seu coração ainda
batendo sendo segurado pela donzela que olhando para ele fala:
- Pena que nossa diversão durou tão pouco.
187
Ao se levantar ela olha para John que estava sorrindo,
sentado no esquife era um sorriso de satisfação e também pela
cara de espanto dos ladrões quando viram que eles estavam
vivos.
- E agora? Diz John saindo de seu esquife e levantando
o mesmo para colocar na carruagem.
- Agora e aproveitar e se alimentar meu caro John, pois
o sangue ainda esta quente e saboroso. Diz Pietra com um
sorriso cínico.
Enquanto os cocheiros arrumavam tudo os dois faziam
o desjejum como se nada tivesse acontecido.
Após isso, entraram novamente nos esquifes e partiram.
A carruagem some na escuridão deixando somente seu
rastro e dois corpos secos que provavelmente seriam devorados
pelos animais e vermes.
Dias se passaram John conheceu várias pessoas nas
paradas, algumas o admiraram e outras que o acharam
arrogante mais John nunca se abalou com isso, pois ele
entendeu os conselhos dados por Pietra e Lukesi e procurou
tirar proveito de tudo e de todas as situações aprendendo
sempre mais, pois sabia ele que a sabedoria e o conhecimento
trariam riqueza, gloria, status e fama coisas que ele precisaria
para ter uma ascensão rápida e duradoura.
188
Finalmente após muitos dias de viagem eles chegam a
cidade de Cagliari, onde já estão sendo aguardados a carruagem
atravessa os grandes muros de uma propriedade as portas se
abrem e John e Pietra são recebidos com toda pompa são
levados para se refrescarem.
Após se instalarem em grandes quartos especialmente
preparados para eles.
John ouve bater a sua porta ao atender se depara com
uma serviçal que diz:
- O jantar será servido, meu senhor, meu mestre o
aguarda no salão principal queira me acompanhar, por favor.
Ao chegar John se depara com várias pessoas que estão
a conversar, imediatamente Pietra vem ao seu encontro.
- Venha John quero lhe apresentar um velho amigo esse
e Lorde Sebastian Haven
- Muito prazer. Diz John.
- O prazer é todo meu jovem, venha vou apresentá-lo
aos outros.
O homem leva John até um local e batendo com uma
colher em uma taça de cristal diz:
- Cavalheiros e damas peço sua atenção, por favor,
quero lhes apresentar John Constant Kingsbor Fiore filho de
Paolo Fiore e o mais novo membro da nossa Ordem, pois ele é
189
muito ilustre descende diretamente dos cavaleiros da Ordem da
Cruz e está aqui para fazer seu treinamento para assumir seu
lugar por mérito e direito.
Ele ergue sua taça e diz:
- Um brinde a John Constant que tenha sucesso e vida
longa.
Todos erguem suas taças e dizem a John.
Todos rumam para a antessala onde é servido o jantar,
após muita conversa e apresentações pessoais todos se retiram
para seus aposentos o dia já está raiando.
O dia transcorre normalmente e com a chegada da noite
John se levanta e ruma em direção do grande salão onde se
depara com seu anfitrião.
- Boa noite, John espero que tenha descasado bem?
- Boa noite Lorde Haven, sim dormi, obrigado.
- Diga-me John, o que está achando desta nova vida?
- Bom no começo fiquei meio confuso até que as coisas
foram se acalmando e se encaixando, mas mesmo assim aquela
conversa de que meu pai teria pedido para eu me tornar um
membro ficou estranho, está certo que eu li sua carta, mas sei
que há mais coisas neste ato de me transformar do que
realmente estão falando e quanto a vingança está certo que irei
190
realizá-la mais porque eu se a Ordem tem vampiros poderosos
para isso.
- E quanto a D’Bôer? Pergunta John.
- Aquilo é uma escória em nossa sociedade. Replica
Haven.
Pietra adentra o recinto e diz:
- Todos estamos dispostos a aniquilá-lo se pudermos.
- Mas o que a Ordem procura realmente com tudo isto?
Diz John.
- Um bom político e um homem de armas. Diz Haven
- Então não procuram mais, eu sou o homem certo.
Disse John com um sorriso sarcástico.
- Sim e não, é para isso que você está aqui eu vou
ensina-lo, eu conheço esse mundo e você não. Explana Haven
- Então o senhor é justamente o que eu procurava. Diz
John.
- Pelo visto você tem ótima disposição então me siga.
Falou Haven.
Ao parar em frente uma porta um homem de vermelho
a abre a mesma dava acesso a uma longa escada em declive que
conduzia ao andar inferior ao descer os degraus, ao descer todo
o lance John nota ao fundo uma figura de um cão negro o mais
191
feio que ele vira em toda sua vida achava ele que aquilo não era
verdadeiro.
Até que repentinamente a figura grotesca ergue a
cabeça e solta um rosnado tão sinistro.
- Calma, é apenas meu bichinho de estimação. Diz
Haven jogando um pedaço de carne para o cão.
John ouve o quebrar de ossos enquanto as mandíbulas
do cão se fechavam.
- Você não mudou nada. Diz Pietra
- Nem você amor. Retruca Haven
John ao ouvir isso resmunga:
- O portão do inferno esta aberto para todos!
- Não meu caro, somente para os fortes, nunca para os
fracos. Diz Haven.
O homem o olha e sorri uma expressão divertida passou
pelos seus olhos.
- Sim, você é decididamente um aristocrata sente-se,
por favor.
John senta-se e em seguida pergunta:
- Quando iniciaremos o treinamento?
- Acalme-se rapaz o que vais aprender não é como uma
escada de mão para subir rapidamente, são as provas de
trabalho de um homem que interessam.
192
- Você se acha bom, deseja sair–se bem de tudo
facilmente, então o que vais fazer nas horas de ócio? Pergunta
Haven
- Aprender mais. Replica John
O homem riu sardonicamente.
Quando John deu por conta estavam em uma sala
aquecida e bem mobiliada com grande profusão de estatuetas.
- Caro John deixe-me fazer mais uma pergunta, você
esta preparado para treinar indescritivelmente comigo?
- Quando começo? Responde John
O homem olha intensamente e pensa a maioria das
pessoas não diria isso ou ele é inconsequente ou muito
determinado.
- Vai ser muito interessante. Diz Haven
Todos esboçam um sorriso
Mais John sabia que não, iria ser tão fácil assim pensava
ele, olhando para o homem que aparentava ter uns 45 anos,
cabelos grisalhos nas fontes, olhos azuis com expressão
austera, traços rígidos e um tanto grosseiro.
- Então me responda à pergunta que acabo de fazer.
- Vagarosamente John levanta-se e fala:
- Sim estou.
193
- Aqui você aprenderá coisas que será útil para sua não
vida, mais dependera somente de ti, se deres o melhor de ti será
tão forte quanto uma rocha, serás inteligente e sábio quanto os
sábios de outrora
O mordomo entra trazendo cálices com sangue para o
deleite dos presentes.
- Bebam enquanto esta fresco. Diz Haven
Pietra levanta e fala ao ouvido de Haven, John que
observava o ouve falar:
- Ele está a salvo comigo mais é bom saber que Orsini
perdeu a pose, John teria feito melhor conservando-se calado.
- Não se esqueçam, agora todos saberão que John tem
muito a oferecer para a Ordem e com o treinamento e incentivo
certo se tornará um grande líder e peça fundamental para a
consolidação desta nova Ordem, e Orsini sabe que é melhor ter
aliados do que inimigos, mais John terá que aprender que nem
sempre é bom ser sincero com certas pessoas, e que vampiros
mais velhos tendem a se julgarem senhores da verdade.
As horas passam e o dia já está quase raiando, um criado
é designado para levar John e Pietra para seus aposentos, um
quarto todo decorado com tapeçarias enormes.
- Isso sim que é acomodação. Diz John.
194
- Devo concordar com você John após dias de viagens
entre solavancos e o desconforto vai ser bom poder relaxar um
pouco neste leito tão macio. Diz Pietra vendo John deitado na
cama.
O dia passa normal, quando Pietra ouve bater na porta
de seu aposento. Eram os criados trazendo água e toalhas.
Após se refrescarem o casal rumou para a sala onde já
eram esperados por seu anfitrião.
- Espero que tenham descansado. Diz Haven
- Sim. Responde Pietra.
- Não dormia assim há muito tempo. Retruca John
Ao sentarem para o desjejum John ouve a pergunta;
- Você sabe de onde vêm nossos poderes?
- Não. Responde ele
- Somos herdeiros de uma maldição de Deus, mais cabe
a nós decidirmos o rumo a ser tomado em nossas vidas tanto
para o bem como para o mal. Fala Haven.
- Que seja vida eterna ou morte derradeira. Diz John
- Sim, pois nossos atos precedem nossos feitos nos
absolve ou condenam, a concentração nos faz despertar para a
riqueza do sangue que corre em nossas veias e o tempo de
treinamento certo é que despertamos certos poderes que podem
195
variar entre físicos ou mentais e descobriremos qual é nossos
limites, ou seja, até a onde podemos chegar. Diz Haven
- Compreendo. Fala John
- Lembre-se, quanto mais velho o vampiro mais letal ele
pode ser só que a fatores que devem ser levados em
consideração lembre-se a inteligência, sabedoria pode e devem
ser usadas em conjunto com seus poderes para chegar a onde
você quer sem correr, entendeu? Explanou Haven
- Tenha seus inimigos mais nunca declare isto ou suas
intenções, pois, pode ser prejudicial para você ou faça assim,
seja amigo de seus amigos e seja mais amigo de seus inimigos
aprenda tudo esse esforce ao máximo em tudo que deseja. É
isso? Diz John
Todos o fitaram seus olhares já respondiam sua
pergunta.
Haven esfregou as mãos olhou para Pietra, dizendo:
- Bem isto me agrada, pois ele é um homem com
qualidades, um diamante bruto a ser lapidado.
- Sim é verdade Haven. Diz Pietra.
- Então John responda-me, o que você viu quando
entrou a sala mais me responda sem virar. Perguntou Haven
John o olha calmamente nos olhos e sorri em seguida
responde:
196
- Três criados, com vestes vermelhas, uma mesa posta
para quatro pessoas, dois candelabros com três velas cada, duas
tapeçarias na parede avaliadas mais ou menos entre 1000
moedas de ouro cada, fora os moveis talheres etc.
- Parabéns, esplendido. Dizem Pietra.
- Há, já ia me esquecendo, um livro com a capa de couro
com iniciais em dourado dentro daquele móvel atrás de ti.
Haven ergue seu olhar e diz;
- Você é astuto John, mais tem muito a aprender não é
Jason.
- Exatamente Haven.
John ouve a voz que vinha do seu lado mais não vê
nada, ao retirar os olhos do local de onde vinha a voz ele ouve
seu anfitrião dizendo;
- Este é Sir Jason, um amigo querido.
Ao olhar novamente ele vê um homem franzino, olhar
penetrante trajando uma roupa de cavaleiro, cor vinho.
- Como sou indelicado, muito prazer meu nome é Jason
Blayne. Diz o homem estendendo-lhe a mão
John ainda perturbado o cumprimenta dizendo;
- O prazer é meu, eu sou John Constant Kingsbor Fiore.
- Eu sei. Diz Blayne sorrindo.
197
CAPITULO XV
1705 D.C - ENCONTRO INESPERADO
198
- Sua opinião não me importa em nada. John se
aproxima de D’bôer com a espada em riste.
- Às vezes, os mocinhos não são como a gente pensa,
quem está do seu lado, não está do seu lado, você é só uma
marionete na mão de Blayne, todos vocês. D’bôer andando em
círculos sobre John.
- Aí que você se engana, você não me conhece para
dizer estas palavras, você está do lado errado anarquista, mais
isto não importa, logo morrerá, por este que dizes marionete.
John atento com um sorriso sarcástico.
- Eu já fui como você Constant. Rindo
- Um homem da Ordem?
- Não, uma marionete na mão de Blayne, muito antes de
você existir, aposto que ele te levou a uma reunião, onde
estavam todos os anciões da Ordem e disse que você era o
escolhido dele, a diferença é que, quando eu estava lá, não
existia a minha doce Pietra. D’bôer provocando com um sorriso
sarcástico.
John avança e coloca a espada no pescoço de D’bôer.
– Nunca mais ouse falar o nome de Pietra, seu verme.
John mostrando raiva, seus olhos ficaram vermelhos e se
mostrou a face vampiresca. - Saiba que não sairá vivo daqui.
199
- Não seja idiota, John, se alie a mim, quando a profecia
acontecer, e o descendente direto de Kriver emergir, só quem
estiver do meu lado sobreviverá.
- Não existe profecia, não existe descendente direto de
Kriver, isso é insanidade sua. John empurra D’bôer e o ataca
com sua espada, D’bôer esquiva-se dos golpes, claramente sem
intenção de reagir, quando um golpe o acerta no peito, ele cai,
sangrando, John tenta acerta-lo novamente, porém D’bôer se
esquiva para a direita e acerta um chute na perna de John
fazendo ajoelhar, com um salto D’bôer levanta-se e acerta em
soco no queixo de John, o fazendo cair de costas no chão
deixando a espada cair, D’bôer vai até sua direção e fica em pé
a sua frente.
- A profecia existe, e o descendente também, aliás, você
mesmo o trouxe para cá. D’bôer sai rindo e desaparece no meio
da mata.
John se levanta, sacode suas vestes, pega sua espada e
volta ao casarão, adentrando ao casarão Matheus o intercepta.
- Constant, para onde foi e por que está sujo?
- Fui resolver umas pendências. Sério
- Acho que consegui o que você pediu.
- Não precisa mais, só quero descansar e colocar minhas
ideias no lugar. John continua seu caminho até seus aposentos.
200
*****
Na aldeia Krys olha para o povoado, um tanto curioso,
algumas crianças brincando, uma roda em volta a fogueira, as
pessoas conversando, quando sente um toque de uma mão
pairando em seu ombro, era Abrahão.
- Passou bem à noite meu rapaz? Disse o senhor muito
solicito.
- Sim, preciso retomar minha jornada.
- E qual seria essa jornada? Abrahão curioso
- Destruir D’bôer. Krys mudando o semblante.
- E depois?
- Depois o que? Krys responde confuso.
- Depois que destruir D’bôer, qual sua missão?
- Eu não sei, não parei para pensar sobre isso.
- Temos um xamã em nossa tribo, que me disse que
novos tempos estão por vir, me disse que receberíamos alguém
que vai mudar este mundo, eu não acho que uma simples
vingança mudaria o mundo, há algo mais para você nesta vida,
e ele gostaria de falar com você, meu jovem. Abrahão com
serenidade.
- Até agora só trouxe desgraça para as pessoas que
estavam ao meu lado, como poderia mudar algo. Krys
pensativo.
201
- Venha comigo e vamos descobrir juntos. Abrahão sai
e Krys o acompanha.
- O que vocês são? Pergunta Krys curioso.
- Somos da tribo dos Níguaras, somos licantropos,
meio- homem, meio-onça, vivemos em plena harmonia com a
natureza, até a chegada dos vampiros a essa região, nos dando
muitos problemas, e sua raça aí contra tudo que Deus criou, por
isso, nossa aversão a sua raça.
- Também tenho essa aversão. Diz Krys sorrindo e
continuando a caminhada.
Chegando a cabana Krys olha para Abrahão que faz um
sinal com a cabeça para Krys entrar, hesitante Krys entra na
cabana, olha um pequeno espaço oval, a sua frente apenas uma
fogueira acesa, atrás da fogueira um senhor sentado, parecia ter
muitos anos, barba que chegava a encostar-se ao chão, cabelos
e barbas brancas, olhos fechados, voz rouca, dizendo palavras,
como se estivesse evocando algum espírito, Krys se aproxima
da chama e senta, olhando para o xamã.
- Você sabe por que está aqui meu filho. - Diz o xamã
na mesma posição, sem fazer nenhum movimento.
- Sim, encontrar D’bôer, você poderia me ajudar?
Curioso.
202
- Este não é seu propósito, meu filho, seu fardo é muito
maior.
- E que fardo seria esse?
- O mal se despertará em breve e só há uma pessoa que
acabará com esse mal.
- Essa pessoa sou eu? Krys curioso
- Não, você é o mal. O xamã abre os olhos, Krys olha e
vê os olhos totalmente negros do xamã, e acaba entrando em
transe, e começa a ver um filme rápido em sua mente, onde ele
próprio começa a rejuvenescer até não existir, vê seu pai
rejuvenescer até não existir, vê seu avô e assim por diante,
geração por geração até chegar a uma visão que o deixara
intrigado, a mesma visão de seu primeiro sonho, Krys está
agora em um lugar nebuloso, rodeado de nuvens negras em
todo canto, em sua frente ele vê lindas mulheres sobrevoando,
ele está assustado, muito confuso, quando ele vira de costas
para sair daquele recinto ele vê a cena, um homem, alto, branco,
cabelos longos, muito forte, à sua frente uma mulher, jovem,
muito bela e com uma cara de menina inocente, parecia estar
grávida, esse homem a segura a força ela se debate mas não
consegue se soltar, ele estica o pescoço dela e morde-a com
muita força, quando Krys finalmente consegue ver seu rosto ele
vê sua imagem naquela figura, a figura some, ele olha e agora
203
está em uma casa, feita de barro, vê a mesma mulher dando à
luz a um menino, o pai e a mãe se abraçam, o homem diz
algumas palavras em seu ouvido.
– Querida, vou proteger nosso filho e não deixarei
fazerem o mesmo que fizeram a você. Ela olha para ele.
- Só há um jeito para isso meu amor, terá que me deixar
distante dele, nada do que sou pode ficar perto dele e você sabe
o que precisa fazer, diz ela chorando.
- Não, não posso fazer isso, não sei o que será de mim
sem você. O homem chora copiosamente.
- Pelo nosso filho, e por mim, por favor. O homem pega
uma estaca de carvalho e crava no peito da mulher, ela grita de
dor, um grito desesperador, ela desfalece em seus braços, ele
chora com a mulher e a criança em seus braços e tudo fica
escuro novamente.
Krys acorda em uma cama de palha, numa casa de sapé,
esta confuso, parecia sair de um pesadelo, olha e vê Jacó e
Sasha olhando para ele - O senhor está bem? Pergunta Sasha
preocupada.
Krys se levanta pensativo, olha para as crianças, e
balança a cabeça em sinal de positivo – Me leve até Abrahão.
Pede Krys, as crianças pegam na mão, Jacó na esquerda e Sasha
na direita e levam Krys para Abrahão, de uma certa forma as
204
crianças se apegaram em Krys, mesmo sabendo do risco de ter
um vampiro na aldeia, Abrahão estava passando informações
para alguns moradores, assim que Krys chegou os moradores
saíram e Abrahão virou-se com um sorriso em seu rosto – Meu
jovem, você deve descansar, passou por uma descoberta
complicada.
- Eu sei, mas não posso mais perder tempo, quero
agradecer por tudo e dizer que estou partindo agora. Krys diz
com convicção, olha para baixo e percebe um leve choro de
Sacha, ele se ajoelha e fica a altura da menina – Ei garota, quero
que cuide da aldeia para mim, quando voltar quero que esteja
bem.
A garota enxuga as lagrimas com as mãos – Você volta
quando?
Krys abre um sorriso – E, breve. Ele se levanta olha para
Jacó bagunça o cabelo do garoto, olha para Abrahão – Muito
Obrigado. E sai andando da Aldeia.
205
CAPITULO XVI
1705 D.C - ENCONTRO MARCADO
206
morrendo por vampiros mais fortes e então passaríamos a caçar
nossa própria raça até que haja uma redução espantosa em
nossa sociedade ou até mesmo a extinção, seria nosso próprio
holocausto – Blayne explica com um tom mais sério e ríspido.
- E diz aqui que anciões conseguem detectar o vampiro
que fez a possessão, é verdade? Tony completado o raciocínio.
- Sim Tony, lembro-me de meu mestre falando algo
pertinente ao assunto, ele disse que vampiros anciões
conseguem enxergar a aura de outro vampiro identificando seu
estado emocional, e disse-me também que o vampiro que faz a
possessão fica com a aura completamente negra. – Diz
Dimitres.
- E quanto mais possessões, menos humanidade temos,
nos deixando irracionais e agindo instintivamente, por isso o
perigo e nossa proibição, até mesmo os anarquistas respeitam
essa posição – Completa Blayne – Porem o que tenho a dizer a
você Tony e Dimitres, é que preciso que viajem até o Brasil
ajudar a fortalecer nossas forças na América, pois os
anarquistas estão tomando nosso território, procurem por John
Constant, em São Paulo, ele é o regente e saberá como utilizar
a ajuda de vocês.
- E por que nós Blayne? – Pergunta Tony.
207
- Vocês são vampiros muito poderosos, e precisamos de
toda ajuda possível. – Blayne abre caminho e se aproxima outro
vampiro, um jovem de altura média, cabelos curtos, forte, rosto
de traços rústicos. – Este é Ryan Scott e irá com vocês, quanto
a você Tony, esta terra tem uma ligação muito forte com sua
irmã, e é a chave para encontrá-la, preciso que a encontre, conto
com vocês. Blayne vira-se a sai da biblioteca.
- É Tony, acho que vamos nos divertir um pouco –
Dimitres diz com um pequeno sorriso.
- Enfim, vou encontrar Alana. – Tony diz animado.
*****
Em seu quarto Blayne encontra Arqueira da Lua,
sentada em sua cama, ela o olha com admiração, Blayne chega
perto, coloca as duas mãos no rosto de Arqueira, da um beijo
carinhoso em seus lábios. – A Ordem está perdendo as forças,
logo chegará a hora de partir.
- Por isso mandar nossos melhores vampiros para uma
terra desconhecida? – Pergunta Arqueira.
- Sim, meu anjo, preciso reverter esta situação, logo
também partirei.
- Para onde, vamos? - Arqueira abre um sorriso.
- Para o Brasil.
*****
208
Krys está andando em uma mata desconhecida, pelos
seus cálculos está na região procurada, de nome de um peixe, é
uma região serrana, com pequenos vilarejos, separados e longe
um do outro, quando adentra a mata já explorada, encontra uma
pequena cachoeira, ao ajoelhar para se refrescar, pois já estava
cansado da viajem que fizera andando, teria um longo caminho
pela frente, e a noite só estava começando, quando ouviu uma
voz a qual ele reconheceria a quilômetros de distância.
- Sempre achei que nos encontraríamos novamente,
mais não tão rápido – risos.
- Não dá mais para esperar, você precisa me responder
algumas perguntas antes de morrer - Krys olhando com certo
desdém para seu inimigo que se encontrava sentado sobre uma
rocha.
- Quando te transformei no que você é hoje, sabia
exatamente o que eu queria, talvez não imaginasse que seu lado
humano ainda poderia ser tão forte – dizendo em tom bastante
descontraído, como se estivesse conversando com seu melhor
amigo – Você não deveria se importar tanto, afinal, as pessoas
vão morrer um dia. – Completa.
- Assim como você – Krys responde seco.
- Exatamente, mais não será hoje e nem por suas mãos,
você tem um propósito neste mundo e não terá como fugir, você
209
precisa libertar este monstro que há em dentro de ti, e acabar
logo com essa farsa chamada Ordem.
- E por que eu? Qual a diferença de mim, para qualquer
outro vampiro? – Krys pergunta curioso.
- Por que você é especial, você carregada dentro de ti, o
sangue de Kriver, é como se estivéssemos olhando para ele
agora, você é o descendente direto, sangue puro, o sangue da
pura maldade em que há em nós vampiros amaldiçoados por
anjos – D’bôer desce da rocha e fica de frente para Krys – Sou
apenas seu libertador, e temos um inimigo em comum.
- Quem?
- Jason Blayne, assim como você, fui uma marionete
nas mãos daquele manipulador, depois que tirei as vendas de
meus olhos, enxerguei o que você deveria enxergar, nós somos
seres superiores a essa raça humana podre e corrupta, eles têm
que se ajoelhar perante nós, e nos servir com medo e lágrimas
– D’bôer começa a rir.
- Você nos envergonha, D’bôer, vou acabar sim, acabar
com os Anarquistas, começando por você, a Ordem que nos
equilibra neste mundo, e apenas ela deve existir.
- Enquanto houver a Ordem, sempre haverá
Anarquistas, vampiros não tem sentimentos, nunca se
importariam com humanos – D’bôer abrindo um sorriso
210
sarcástico – O sabor de sangue humano é incomparável, você
não se lembra de como era o sangue de seus pais?
Krys em uma velocidade fantástica corre em direção de
D’bôer, o agarra com uma mão em seu pescoço e o levanta do
chão – E como seria tomar um sangue de vampiro? –
Mostrando os dentes.
- Você não faria isso garoto? D’bôer mudou sua feição
para um tom de seriedade – você precisa de mim.
- Por que não? Por que eu me importaria? Afinal,
vampiros não têm sentimentos – Krys dá um giro em seu corpo
e joga D’bôer contra uma arvore, que bate suas costas no tronco
fazendo a arvore partir ao meio, quando Krys ia em direção ao
seu inimigo, Krys percebeu a aproximação de cinco outros
vampiros que corriam em sua direção, Krys lutou com eles,
porém mesmo em maior número não houve problemas para
derrota-los, o último a cair ainda estava vivo, Krys foi até sua
direção, o levantou com uma das mãos, e cravou seus dentes,
tomando o sangue daqueles vampiros, até que o mesmo seque,
sentiu um gosto ácido em sua garganta, porém sentiu um
sentimento de êxtase, quando acabou olhou para o local onde
havia jogado D’bôer, e o mesmo estava vazio “não adianta se
esconder, vou acha-lo” estava no pensamento de Krys.
211
Quando D’bôer estava sozinho, ainda se recuperando
dos ferimentos, viu um homem se aproximar, um homem de
meia altura, cabelos grisalhos, longos e encaracolados, traços
rústicos, refinado e trajando roupas militares de gala – E nosso
garoto? – Sem expressar alguma feição
- Ele realizou a possessão de cinco de meus homens,
isso está fugindo de nosso controle, temos que acabar com isso
logo – D’bôer aparentando desespero.
- A profecia está se cumprindo, até mesmo os
anarquistas abominam a pratica da possessão – diz o homem
abrindo um leve sorriso – Isso é maravilhoso, melhor do que eu
esperava, deixe que eu me encarrego daqui para frente,
enquanto a você, é melhor não enfrentar ele agora, pelo que
estou vendo ele está mais forte que você e fora de controle – O
homem se vira e desaparece em meio da floresta.
212
CAPITULO XVII
1720 D.C - REFORÇOS
213
- Eu posso fazer essa averiguação, minhas habilidades
são de extrema ajuda, já que fui criado na floresta – Se
apresenta Scott.
- Muito bem, pois então descanse, amanhã ao anoitecer,
você pode ir, e nos deixar sabendo da situação – John dizendo
concentrado – Quanto a nós, eis meu plano.
*****
Depois de um dia de descanso, Scott, seguiu rumo à
floresta destinada para realizar a averiguação, usou suas
habilidades para chegar o mais rápido possível, após algum
tempo Scott estava sob uma arvore, olhando ao redor, buscando
algo de diferente e como faria para o grupo chegar e atacar,
sabia que teria que observar rápido, pois devido a viagem, já
estava próximo do sol raiar, movimentava-se, disfarçadamente
entre árvores, quando deu um salto e no alto foi bruscamente
interrompido com golpe e caiu no chão, rolando e ficando em
posição de ataque, procurando quem ou o que, o jogou, quando
ele olhou a sua frente viu um homem o encarando, esboçou um
sorriso:
- Acho que teremos ação aqui, pensei que esta missão
seria chata. Diz Scott sorrindo e sacando sua espada.
Quando de repente, atrás do homem, foram aparecendo
mais sete homens, todos se mostrando vampiros, armados com
214
espadas e partindo para cima de Scott, que fechou seu sorriso e
começou a se defender dos golpes, porém, não estava
conseguindo lutar devido a serem muitos golpes seguidos,
quando sofreu um corte no peito, caindo no chão, e ainda se
defendendo dos demais vampiros, quando percebeu que outro
vampiro começou a ataca-los, sentiu uma aura diferente nele,
levantou-se a começou a lutar, já que a desvantagem era menor
e aos poucos derrotaram todos os vampiros, só restando ele e o
vampiro misterioso, em posição de guarda, ele pergunta:
- Por que se rebelou contra seu grupo? Diz Scott atento.
- Não era meu grupo, e não gosto de covardia, me
parece que você não é daqui.
- Não, Sou Ryan Scott e você?
- Sou Krys Slayder, o que faz aqui, em território
anarquista?
- Vim a pedido de John Constant, averiguar este
ambiente.
- Se é amigo de John Constant, também é meu amigo,
agora é melhor ir embora, de onde saiu estes tem muito mais.
Diz Krys dando as costas e saindo pelo seu lado direito.
- De que lado você está? Diz Scott curioso.
- Do meu lado.
- Aonde você vai?
215
- Buscar uma alma condenada.
- Você me ajudou e vou te ajudar para pagar esta dívida.
Diz Scott indo em direção a Krys.
- É melhor você não vir comigo, não há garantias que
sairemos vivos.
- Já estou aqui mesmo e preciso averiguar este lugar, e
estou querendo diversão a um bom tempo. Diz Scott sorrindo.
– Não precisa se preocupar comigo, eu sei me defender.
Krys deu um leve sorriso e continuou andando.
Após um longo tempo e com o raiar do sol se
aproximando, Krys continuou caminhando e adentrando a
floresta com seu amigo Scott, Krys contou a Scott sobre D’bôer
e por que estava em seu encalço, ambos estavam tensos, pois
esperavam pelo pior, uma pista os levara até lá, a mata era
densa, cercada por árvores enormes, pela aparência, seculares,
pois aquele era um terreno virgem, ninguém jamais se atrevera
entrar naqueles meios, haviam rumores que era habitado por
criaturas sobrenaturais, licantropos, uma espécie de monstros
metades homens, metades animais, isso não os assustava, o que
assustava era o que estavam procurando, era apenas um
homem.
216
- Krys, estamos andando á horas e nada, nenhum sinal
de vida nesta floresta, isto é uma obsessão sem limites, se ele
realmente o quer morto, irá atrás de você. Disse Scott atento.
217
direção aos dois, com uma longa espada em uma das mãos, com
um sorriso sarcástico, falando para Scott.
- Não, maldito.
218
Krys correu com uma velocidade assustadora acertando
um golpe certeiro no rosto do homem, fazendo-o voar para
longe, arrastando o chão e fazendo uma trilha pelo caminho que
percorreu, o homem estava tentando se levantar do golpe que o
fez sentir como se tivesse sido atropelado, Krys foi até onde
Scott estava, pegou sua espada, e disse:
- Meu amigo, fique aqui, esta luta não é sua não pode
fazer nada, deixe que eu acabe com isso de uma vez por todas.
219
em uma fração de segundo esperou o golpe do homem, e ao
invés de defender com a espada, se esquivou da lamina da
espada e desferiu um soco no rosto do oponente o fazendo cair
no chão, com braços abertos, com o rosto assustado, não
esperava que seu oponente estivesse tão forte, estivesse
crescido tanto durante esses anos, Krys havia se tornado forte
o suficiente para derrota-lo, ele sabia disso e começou a falar
com Krys sendo ameaçado pela ponta da espada do garoto:
220
outro fraco, pensei que fosse diferente, mais não é, por isso não
tenho mais razões para te deixar vivo, agora vai morrer.
*****
Era uma noite fria, não a mais fria que Blayne vira. O
vento parecia assoviar em seus ouvidos, murmúrios de
lamentações acompanhados com os uivos solitários dos lobos
distantes. A neve se acumulava nas rochas formando uma capa
221
traiçoeira, mas também bonita de se ver. A montanha estava
entre arvoredos soberbos, e escondia segredos que poucos
conheciam. Os moradores da vila olhavam para ela e tremiam,
dizendo que era amaldiçoada e que todos que iam lá, nunca
retornavam. Diziam que os espíritos que existiam na montanha
cobravam o sangue de quem chegasse ao seu topo sombrio, e
inventavam essas e outras histórias para impressionar os
estrangeiros. Entretanto, aquele era o lugar perfeito segundo
Blayne, para decidir o destino de Slayder.
Blayne está pensativo, quando percebe a aproximação
de uma pessoa muito conhecida por ele:
- Meu amigo Devon, estou curioso para saber o quão
urgente é essa conversa. Diz Blayne sereno como sempre.
- Tenho um recado da Ordem para você, e quis te
entregar pessoalmente. Entregando um pergaminho.
Blayne recebe o pergaminho, o abre e começa a ler,
abaixa a cabeça com expressão de reprovação, fecha o
pergaminho e guarda.
- Como ele é seu discípulo cabe a você essa missão. Diz
Devon, sem esboçar alguma expressão. – Ele saiu do controle,
realizou possessões a qual abominamos, e deve pagar por isso.
222
- Sim, meu caro, eu mesmo me encarregarei por realizar
esta missão, partirei imediatamente ao Brasil. Diz Blayne
saindo e passando por Erick Devon.
223
CAPITULO XVIII
1720 D.C - DESCOBERTA
224
- Seu amigo, está em outra cabana, penso que vai
demorar mais um tempo para se recuperar dos ferimentos.
- Quanto tempo estou aqui?
- Um mês.
- Nossa, a batalha com D’bôer, foi muito desgastante,
mais da próxima vez não vou hesitar, acabarei com ele de uma
vez por todas.
- Tem uma pessoa querendo te ver. Diz Abrahão,
quando adentra na cabana Blayne, com seus trajes típicos e com
um semblante sério, como poucas vezes Krys tinha visto, no
momento que Blayne entra Jacó, Sasha e Abrahão saem da
cabana, deixando os dois a sós.
- Que bom que está vivo, embora nem todos estejam
felizes por isso. Diz Blayne, com semblante extremamente
sério.
- Por quê?
- Você infringe leis da Ordem, das mais simples as mais
graves, e hoje você está sendo caçado por todos os vampiros da
Ordem, você foi “abençoado” com a caçada de sangue, por
realizar possessão, nossa regra número um, mesmo tendo feito
em vampiros anarquistas, e eu estou incumbido de realizar a
caçada e matar você.
225
- Apenas me defendo, eu sou uma consequência de
D’bôer, não pedi para ser vampiro, eu não deveria estar aqui.
Krys fecha o semblante, demonstrando toda fúria por seu
passado – Não entendo o que se passa comigo, eu não deveria
sentir, medo, remorso, amor, ou qualquer sentimento que seja,
mais eu sinto, isto está errado, eu não deveria existir.
- Sim, Krys, você não só deveria existir, como tem um
propósito aqui, você é descendente direto de Kriver, você tem
sangue puro, daquele que era filho de Lúcifer e se tornou
vampiro por uma maldição, esse sangue que corre nas tuas
veias, é um sangue limpo, aquele camponesa que estava
grávida e foi mordida por Kriver, gerou um filho vampiro, do
sangue mais puro, e esse sangue ficou intacto por gerações, até
chegar em você, por isso essa ligação próxima a Lúcifer, por
isso seus sentimentos tão fortes quanto um humano, por isso
sua força tão forte quanto Kriver, por isso tua maldição tão forte
quanto ao anjo que te amaldiçoou a acabar com a raça
vampírica, você é o escolhido para acabar com tudo isso que
temos, por isso tenho que acabar com essa ameaça.
- Você vai me destruir? Pergunta Krys.
- Não, se seu destino for este, vá e cumpra, mais saiba
que não está sozinho nesse mundo.
- Não estou? Pergunta Krys curioso.
226
- Você tem uma irmã e precisa encontra-la, assim que
terminar o que começou. Blayne sai da cabana.
Krys começou a relembrar seu passado, sobre seu pai,
sobre o dia em que se tornou vampiro, e pela primeira vez, tudo
fez sentido.
Krys saiu da cabana, viu Abrahão e as crianças:
- Cuide do meu amigo, vou terminar algo.
- Você vai voltar logo? Pergunta Sasha
Krys balança a cabeça fazendo sinal de positivo, com
um leve sorriso e sai andando em direção a floresta.
*****
Em algum lugar da floresta, mata adentro na região
denominada Serra do Japi, sob uma rocha enorme esta D’bôer,
com uma espada em riste olhando para baixo, onde se encontra
em torno de duzentos vampiros, dos mais temíveis que se possa
imaginar, discursa fervorosamente:
- Senhores, hoje é o grande dia, vamos acabar com a
Ordem, e tomar o que é nosso por direito, não vamos mais ficar
escondidos nas trevas, vamos começar uma revolução, vamos
mostrar nosso real poder – todos os vampiros gritando palavras
de desordem – Acabem com tudo o que ver pela frente, até
chegarmos ao nosso destino, que é à base da Ordem em São
Paulo, e destruam tudo e a todos, vão. D’bôer aponta em
227
direção a sul e todos saem em disparada com espadas em
punho, e ele fica parado com ar de satisfeito.
- O senhor não vai? Indaga um dos vampiros.
- Vou depois, vou ficar para receber uma visita.
*****
Tony está sentado à mesa de jantar, sozinho olhando
para sua corrente que leva em seu pescoço, a mesma de quando
era criança, a qual jurou proteger sua irmã, quando Blayne
aparece, puxa outra cadeira e senta ao seu lado, Tony não
esboça reação alguma e se concentra em suas lembranças.
- Deve ser difícil para você carregar este fardo. Diz
Blayne colocando a mão no ombro de Tony.
- Ainda vou encontra-la, fiz uma promessa e vou
cumpri-la.
- Bom, acho que está na hora de você saber toda a
verdade sobre Alana.
- Como assim toda a verdade? Pergunta Tony voltando
às atenções para Blayne.
- Fui eu quem pediu para seu pai cuidar de Alana, ela é
filha de uns amigos da Ordem, que tiveram gêmeos, porém não
poderiam ficar juntos, sabe sobre a profecia de Kriver?
- Sei.
228
- Ela é descendente de Kriver e suspeitávamos disso
desde o começo, quando ela nasceu, resolvemos separar os
dois, para desviar o foco, e tentar enganar os anarquistas, pois
se eles caíssem em mãos erradas, estaríamos perdidos, o
menino ficou com o pai dele, enquanto a menina ficou com seu
pai, assim, poderíamos proteger os dois e evitar a profecia,
porém, o menino foi transformado em vampiro e está prestes a
realizar a profecia, já ela, precisamos encontra-la antes que seja
tarde.
- Meu pai sabia disso?
- Sim, todo o tempo, seu pai e Christopher, não eram
vampiros, mais eram de extrema importância para a Ordem,
agora precisamos achar sua irmã antes dos anarquistas.
Tony se levanta, olha para Blayne e diz:
- Agora é tarde, na caverna onde você me encontrou
uma vez, a pessoa que eu vi não foi piedosa sem motivo, era
Alana. Saindo e cruzando com Constant que estava vindo em
direção a Blayne.
- Não pude deixar de ouvir sua conversa, então quer
dizer que realmente existe a profecia? Pergunta Constant
curioso
- Sim, e estamos em guerra com os anarquistas, prepare-
se. Diz Blayne levantando da sua cadeira.
229
- Já estamos preparados, partiremos em breve para a
base dos anarquistas.
- A propósito, devo pedir-lhe um favor.
- Peça.
- Seu amigo Slayder está sob caçada de sangue, e todos
os vampiros da sociedade deverão tentar executa-lo, gostaria
que você o protegesse.
- Pode ficar tranquilo, ele está sob minha proteção
nestas terras.
- Fico mais tranquilo sabendo disso, preciso voltar à
Inglaterra, para resolver um assunto inadiável, logo estarei de
volta. Diz Blayne saindo pela porta.
Constant começa a rir e falar para si mesmo – Esse
Krys, quando será que ele vai parar de se meter em confusão?
230
CAPITULO XIX
1730 D.C - A HORA DA VERDADE
231
espíritos que a habitavam. Os arvoredos ao redor dela pareciam
labirintos, quando Blayne ouviu passos se aproximando, ele
voltou às atenções a pessoa que se aproxima:
- Sabe Blayne, estou muito curioso e ansioso por esta
conversa, há que devo esta reunião emergencial e longe de
nossos aposentos? Pergunta a pessoa que se aproxima.
- Sabe, Conde Strauss, esta conversa deveria ter sido
realizada há muito tempo, porém, só agora me dei conta da
cobra venenosa que você é.
- Cuidado com as palavras Blayne, não é por que você
é um ancião da Ordem que pode me insultar.
- Não seria um insulto para você, mais sim um elogio,
estava escondendo da Ordem o tempo todo que você sabia
sobre Alana, enquanto estávamos nos preocupando com
Slayder.
- Do que está falando Blayne, a idade começou a
desgastar seus neurônios, está delirando depois de tanto tempo?
Strauss em tom irônico.
Blayne vira-se para Strauss, começa a andar em sua
direção e quando chega bem perto, o encara olhando em seus
olhos:
- Não insulte minha inteligência, Strauss, Alana não era
para estar viva e você foi encarregado disso.
232
- Você tem razão, Blayne, não era para estar viva, e você
me incumbiu disso, você mandou assassinar uma jovem garota
inocente, irmã, daquele que seria seu pupilo, realmente sou uma
cobra venenosa. Strauss rindo em tom de ironia.
- Sabemos que era para nossa sobrevivência, a Ordem,
precisava dela morta, os vampiros não sobreviveriam se ela
fosse abraçada.
- Está se ouvindo Blayne, “a Ordem precisava dela
morta”, nunca ouvi nada mais egoísta, mais relaxe, em pouco
tempo não haverá mais a Ordem para você se preocupar.
Strauss começou a andar em volta de Blayne.
- O que você quer dizer com isso? Blayne pergunta
preocupado.
- Quero dizer, Blayne, que era injusto acabar com uma
vida inocente, por causa de uma “profecia”...
- Você a manteve segura até hoje, a transformou em
vampira, só para confirmar a profecia?
- Mais do que isso Blayne, a treinamos para cumprir a
profecia, para garantir que ela vá cumprir, você realmente acha
que possa existir um vampiro que irá acabar com nossa raça?
Não. Não é esse propósito, Blayne, existe algo especial, e
queremos estar perto para observar. Nós somos o futuro, pena
você não querer participar dele.
233
- Então é isso, você agora é anarquista? Blayne pergunta
furioso.
- Não Blayne, agora não, mais sempre, ou você acha que
os anarquistas sobreviveriam todo esse tempo sem apoio?
- Nunca fui inocente Strauss, sempre soube, que sua
ganância iria nos destruir. Blayne falando enojado.
- Não só minha mais da maioria dos anciões da Ordem,
ou você confia cegamente em Erick Devon?
- Nunca confiei em ninguém.
- Você está sozinho Blayne, sem ninguém, e neste
momento seu pupilo, deve estar sendo caçado, e logo será
destruído, e eu, com a maior arma de todos, Alana.
Neste momento, Strauss sente uma carga de energia que
os faz cair ao chão, ele sente uma dor enorme, suas roupas
foram levemente queimadas, Strauss olha para Blayne e vê suas
mãos expelindo energia.
- Nunca é tarde para recomeçar Strauss, a Ordem não
acabou, vou precisar fazer algumas limpezas e você será a
primeira.
234
CAPITULO XX
1730 D.C - FINALE
235
Matheus estava batalhando com toda sua força, embora
demonstrasse não ser um excelente esgrimista, estava dando
conta dos vampiros a qual estava lutando, Tony lutava com
mais ardor, suas garras nas mãos facilitava seus movimentos,
nunca usava espada, pois suas garras feriram mais que qualquer
lâmina afiada, Dimitres neutralizava seus inimigos com
simples movimentos das mãos a quais soltavam rajadas de
ventos suficientes para jogar os inimigos a uma grande
distância, onde os mesmo caiam uns em cima dos outros, ou
em objetos, causando danos aos mesmos, John mostrava
habilidade impar com sua espada, ferindo seus oponentes de
forma brutal.
*****
Strauss se levanta com um ar demonstrando fúria:
- Blayne, por toda minha vida esse momento, agora
veremos qual sociedade é mais forte, a Ordem ou os
Anarquistas.
Blayne levanta os braços para o alto e as nuvens em
torno da montanha, começam a se circular em volta dele,
nuvens carregadas da mais pavorosa tempestade, quando a
nuvem estava formada um raio cai em direção de Strauss, que
desvia, e em velocidade corre para cima de Blayne e começa a
dar um sequência de socos, que faz Blayne cair ao chão.
236
Blayne se levanta, começa a dizer palavras
incompreensíveis, o chão começa a ser movimentar, formando
uma parede com vários pedaços de rochas entre Blayne e
Strauss, quando Strauss, prepara-se para atacar novamente e
vai ao encontro de Blayne, Blayne faz um movimento das
mãos, como sinal de ordem e a parede avança em Strauss, que
não consegue se esquivar e recebe vários golpes das rochas,
caindo no chão debilitado, Blayne anda até Strauss, com o rosto
sangrando dos golpes de seu oponente, que está caído no chão,
com suas vestes avariadas e seu corpo todo dolorido, fazendo
força para levantar-se:
- Meu caro Strauss, achava mesmo que poderia me
derrotar? Blayne questionando no caminho até chegar perto de
Strauss.
- Maldito Blayne. Strauss tentando responder, porém
está muito castigado devido aos golpes sofridos.
- Você pode tentar destruir a Ordem, mais nunca vai
conseguir, por que nosso ideal é mais forte que qualquer mau
caráter como você ou quem quer que seja.
- A Ordem já acabou Blayne, há muito tempo, e você
sabe muito bem disso, embora negue isso, o poder corrói, e sua
Ordem esta corroída, e nem precisou que a profecia se
237
cumprisse. Strauss, fazendo muita força para falar, cuspindo
sangue pela boca e com o corpo retorcido.
- Tenho que admitir que você conseguiu balançar a
Ordem, mais acabou por aqui.
Strauss, usou sua última energia para sacar sua espada,
golpeou o joelho de Blayne fazendo ajoelhar-se, e num instante
desferiu um golpe certeiro no peito de Blayne, transpassando
toda a espada por seu corpo, Blayne urra de dor, pois ele em
toda sua eternidade jamais sentira tal dor, eleva seus braços
para o alto gritando palavras incompreensíveis e uma onda de
energia emana ao seu redor, nuvens carregadas sobrevoam em
seu entorno, e uma chuva de raios cai sobre ambos, atingindo
Strauss em cheio, milhares de raios de todos os cantos, fazendo
Strauss se desintegrar de tanta energia acumulada.
*****
D’bôer estava na mesma floresta, no mesmo local onde
enfrentara Slayder pela última vez, em meio do cerrado,
olhando para o alto, como quem está pensando em uma forma
de resolver uma situação de extrema complicação, quando
sente uma energia negativa, que chega a incomodar até o mais
fervoroso devoto dos anarquistas, uma energia sombria, que até
mesmo Lúcifer se sentiria incomodado, ao se virar encontra
Krys Slayder andando a passos lentos em sua direção, com sua
238
espada em riste, D’bôer empunha sua espada em vai em direção
ao seu oponente, e ambos param no meio do cerrado, encarando
um ao outro, a um palmo de distância entre eles:
- Krys Slayder, filho de Kriver, descendente de Lúcifer,
essa alcunha não cabe para alguém que está do lado da Ordem,
você deveria repensar de que lado você está. D’bôer
começando a dialogar com Krys.
- Já disse que o único lado que estou é do meu, e não
pouparei que atravessá-lo, e você está no meu caminho.
- Sua teimosia te levará ao declínio.
- E o seu já está traçado, e acaba aqui para você. Krys
disse estas palavras dando um golpe em D’bôer que mal teve
tempo de se defender, tão rápido foi o golpe, o arremessando
ao chão, sem dar tempo para respirar Slayder parte para cima
de D’bôer que tenta de todas as formas se defender, porém, não
consegue, tamanha velocidade e força de Slayder, D’bôer
recebe outro golpe e cai ao chão, neste instante, aparecem
outros vampiros anarquistas atrás da mata, D’bôer começa a
sorrir, de repente, uma flecha vinda de umas das árvores acerta
um vampiro que cai desfalecido, Krys olha e vê pulando de uma
das árvores Arqueira da Lua:
- Estava sentindo saudades de mim, milorde? Arqueira
disse sorrindo para Krys
239
- Você sabe que eu não conseguiria viver sem sua ajuda.
Krys pela primeira vez esboça um sorriso
Neste instante D’bôer lança sua espada contra Slayder,
que se esquiva, porém, D’bôer corre com toda velocidade para
o meio da mata.
- Vá atrás dele Krys, e vê se para de entrar em confusão.
Arqueira sorri e parte para cima dos outros vampiros.
Krys para e olha seu oponente fugindo:
- Desta vez não adianta D’bôer, você não fugira de seu
destino. Krys diz estas palavras antes de correr atrás de D’bôer.
*****
Na mansão em São Paulo, a batalha contra os
Anarquistas, segue no rumo da vitória, quando de repente,
ouve-se ao longe um grito:
- Parem.
Quando todos olham para cima de uma grande rocha, se
deparam com Scott, com uma espada em riste.
- Não acredito que começaram a brincadeira sem minha
presença. Disse Scott com um sorriso de felicidade no rosto,
partindo para cima dos anarquistas como um selvagem doido
para atacar suas presas.
John olha e dá um sorriso de satisfação, e volta a
batalhar com os anarquistas, quando a vitória parecia ganha,
240
ouvem um urro capaz de estremecer as estruturas da mansão e
abalar o chão a qual estão pisando, olham para a floresta e veem
uma imagem até então desconhecida pela maioria dos vampiros
da Ordem, um animal, meio homem, meio lobo, com traços
rústicos, garras enormes e afiadas, olhos vermelhos, pêlos
brancos, os vampiros anarquistas começam a gargalhar, e se
afastar da mansão dando espaço à fera que se aproxima dos
vampiros da Ordem, Tony olha para John e pergunta:
- O que é isso? Assustado.
- Isso é um Wendigo, o mais feroz dos lobisomens. John
em tom sério.
- Isso mesmo, e eu sou Jarken, se rendam e morrerão de
forma rápida e indolor. Diz um homem, saindo detrás do
Wendigo, um homem alto, olhos azuis, cabelos brancos e
cumpridos a altura dos ombros e com um machado de duas
mãos em punho.
- Você não me pegou num bom dia – John diz olhando
para seus companheiros – Tony, Dimitres e Scott, peguem esse
idiota, deixa o cachorrinho comigo. Os três olharam e fizeram
um sinal de positivo e foram ao encontro do anarquista, e
começaram a lutar Jarken, estava lutando contra Tony e Scott,
se defendendo de todos os ataques, que ambos davam ao
mesmo tempo, e não eram efetivos, mesmo Tony e Scott sendo
241
assassinos por natureza, Jarken se mostrava mais forte e mais
rápido, Dimitres se afastou do embate, já que não era vampiro
de confronto direto, John começou a atacar o Wendigo, que
recebia os golpes e os absorviam com facilidade, e na primeira
oportunidade, deu uma garrada, no peito de John que o fizera
cair com uma grande ferida em seu peito e deixou sua espada
cair ao chão, e começou a ser atacado com uma sequência de
golpes do Wendigo, e conseguia se esquivar de todos, mesmo
muito machucado, os golpes acertavam o chão com cada
esquiva, cada golpe mais forte que outro, fazendo crateras no
chão, quando um desses golpes acertam John, que sente suas
pernas perderem a força, o Wendigo pegou John pelo pescoço
e o levantou, como um troféu, John estava pensando rápido
uma forma de sair dali, quando olhou para Dimitres e Dimitres
com um movimento utilizou seu poder de telecinese e fez com
que a espada de John fosse até as mãos de seu dono, quando
John segurou a espada, deu um golpe de baixo para cima, onde
acertou em cheio o crânio do Wendigo, transpassando a espada
começando pelo queixo e terminando no cérebro da fera,
fazendo a cair de joelhos, soltando John, que olhando no olhos
da besta, a vendo morrer, diz:
- Você mexeu com a pessoa errada. John termina a frase
dando um chute que faz o Wendigo cair.
242
Jarken estava levando vantagem da luta contra Tony e
Scott, até o momento que consegue dar um golpe com seu
machado no peito de Tony, fazendo cair ferido no chão, quando
Jarken com um sorriso no rosto ia partir para cima de Scott,
sente uma força prendendo seus braços, ele olha para seus
membros e vê raízes de arvores se envolvendo em seu corpo o
imobilizando seus braços e suas pernas e esticando seus
membros o deixando totalmente vulnerável:
- O que é isso? O que está acontecendo? Diz Jarken
desesperado.
- Apenas um truque que eu conheço. Dimitres responde
com um sorriso sarcástico.
Scott começa a gargalhar, levantando sua espada –
Agora é minha vez de brincar.
Tony começou a se levantar, dizendo – Não, eu não
posso deixar ele me acertar, deixa e acabar com ele.
- Então acabamos os dois juntos. Sugere Scott. Tony e
Scott se aproximam e ambos acertam um golpe certeiro ao
mesmo tempo decepando a cabeça de Jarken, deixando apenas
o corpo imóvel pelas raízes controladas por Dimitres.
Os demais vampiros anarquistas correm desesperados
para o meio da mata, Matheus, Scott, John, Tony e Dimitres se
aproxima, sorrindo pela batalha vencida:
243
- Bom trabalho meus amigos, precisamos descansar e
levantar a Ordem, acho que teremos um tempo sem as
anarquistas por estes lados. John discursa, e todos entrando
dentro da mansão destruída pela batalha.
*****
D’bôer corre até chegar num penhasco, a qual é difícil
até enxergar seu final, de tão alto, encurralado D’bôer olha para
trás e vê Slayder se aproximando devagar com a espada em
punho, procura sua espada mais não encontra, e se lembra que
não está mais com ela:
- Slayder, você não lutaria com alguém desarmado,
lutaria? D’bôer pergunta preocupado.
- Jamais. Krys joga sua espada para o lado, até chegar
perto de D’bôer, quando este tentou atacar Slayder, apenas
sentiu um tranco no peito, olhou e viu a mão de Slayder
transpassada em seu peito, com a mesma facilidade com quem
entra com a mão em águas límpidas, ele desacredita na cena
que esta presenciando, jamais imaginaria no assassino frio que
Slayder se tornara, e na facilidade com que o derrotara:
- Não, poderia fazer isto comigo. D’bôer dizendo, quase
sussurrando.
- Eu deveria ter feito isto a muito tempo. Krys responde
com frieza impar, em com um solavanco puxa a mão encravado
244
no peito de D’bôer e arranca seu coração, D’bôer olha
desesperado seu coração nas mãos de Slayder, que por sua vez
diz:
- Agora você vai ficar aí e ver o sol nascer, será
destruído pela luz do dia e sofrerá, assim que você merece
morrer. Slayder diz a D’bôer apertando e explodindo seu
coração, D’bôer cai no chão e Slayder dá as costas e caminha
em direção a floresta.
*****
Dias se passaram, e em uma reunião na mansão em São
Paulo, estão em uma mesa oval, John, Tony, Scott, Matheus e
Dimitres, conversando sobre os novos rumos da Ordem:
- John, estamos sozinhos aqui no meio das Américas
sem apoio, o que faremos, novas hordas de anarquistas estão
vindo para este continente. Dimitres questiona.
- Meu amigo Dimitres, creio que precisamos tomar uma
atitude drástica e urgente, não dá mais para esperar pela
vontade da Ordem. John responde buscando alternativas.
- Tem razão Constant, não dá mais para esperar pela
Ordem. Diz Blayne entrando de surpresa na Mansão.
Todos se entreolham assustados pela surpresa, porém
felizes pela presença de Blayne, John se levanta e questiona
Blayne.
245
- O que faremos então Lorde Blayne.
- Seguiremos sozinhos, meus caros, a partir de agora
faremos nossa própria sociedade, com nossos próprios
princípios e ideais, onde não devemos mais nos preocupar com
a Ordem, nem com os Anarquistas, meus amigos, a Ordem ruiu,
como a profecia predisse, e agora estamos por nossa conta e
risco. Responde Blayne.
- Concordo, nunca gostei das regras da Ordem mesmo.
Disse Scott.
- John, você será nosso regente, pois demonstrou ser
honesto, guerreiro, valente e um excelente líder. Disse Blayne.
- Acho justo, o que acha Dimitres? Pergunta Tony.
- Acho justo. Dimitres responde sorrindo.
- Eu agradeço a escolha e na minha regência seremos
um grupo, como irmãos. Disse John
- Excelente, ficarei com vocês, afinal eu estava
precisando mesmo de férias. Blayne sorrindo.
- E Slayder? Pergunta John.
- Não sei te responder, acho que ele seguirá sozinho
para se reencontrar, quando ele se achar, com certeza nos
procurará.
246
Blayne senta-se a mesa e juntos começaram a traçar um
novo rumo as suas vidas e a nova sociedade que está para se
constituir.
*****
O vento cortante do inverno não incomodava Krys
Slayder, muito menos a chuva suave que repousava sutilmente
em seus cabelos. Ele estava sozinho, na mais temerosa
montanha em algum lugar conhecido nas proximidades da
serra, onde ficava o reduto de seus amigos Niguará. Enquanto
aguardava, Krys olhava para a deformidade que a montanha
sofrera, e se lamentava que as pessoas não entendessem o seu
significado, e a rotulassem como um lugar amaldiçoado. Vista
da cidade a montanha parecia fosca, como se um manto de
cinzas vulcânicas se misturasse a neve. Do topo da montanha
Krys olhava para a cidade, e vendo as luzes de algumas casas
acesas, ele tentava se lembrar de como fora sua vida mortal.
Mas as memórias daquela vida não existiam em sua mente, pois
fora tirada dele, no dia em que se tornara o que agora era. Sentiu
se aproximar uma energia negativa e pesada, quando ele se vira
e depara com Erick Devon, toma um choque, pois sente algo
vindo daquele homem que não sabe como explicar, uma aura
nebulosa ao seu envolto, um calafrio como se estivesse se
deparando com Lúcifer:
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- Meu caro Krys Slayder, fico feliz por te conhecer.
- O que você quer comigo? Pergunta Krys.
- Direto você, garoto, gosto disso, você está perdido
neste mundo e não sabe onde se encontrar.
- Devo dizer que estou cansado desta conversa de
descendente direto de Kriver.
- Você não é o escolhido pela profecia, embora seja
verdade da sua naturalidade descendente daquele que foi o
primeiro vampiro, por isso sua força, e por isso todos devem
temer você, pois se tornará o maior vampiro de todos, existe
outro vampiro descendente de Kriver, este sim, veio ao mundo
para o caos, este sim, jamais sentiu algum sentimento, e só você
pode derrotá-lo.
Krys olha para Devon com um olhar sinistro e diz – Eu
não me importo. E sai voltando pelo seu caminho deixando
para trás Erick
Devon.
FIM
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