O USO DOS VERBOS NA LINGUAGEM ESCRITA DOS ALUNOS DOS 6º ANOS DO

ENSINO FUNDAMENTAL

Anne Greicy da Silva Araújo¹

Jandersom da Silva de Souza²
Maria Celeste de Souza Cardoso³

Resumo: Este artigo cientifico tem como objetivo analisar o uso dos verbos nos textos
escritos pelos alunos do 6º ano do ensino fundamental na forma de compreender
como empregam os verbos e identificar possíveis dificuldades e padrões de uso.
Utilizamos uma abordagem qualitativa foram coletadas produções textuais de
estudantes, as quais foram analisadas quanto á precisão, variedade e adequação no
uso dos verbos. Os resultados indicam que os alunos apresentam uma variedade
limitada de verbos em seus textos, com predominância de verbos de ação simples.
Além disso, foram identificadas dificuldades na conjugação verbal e na concordância
entre sujeito e verbo. Conclui-se que melhorias pedagógicas direcionadas ao ensino e
prática dos verbos são necessárias e úteis para promover o desenvolvimento das
habilidades e práticas linguística na escrita dos alunos neste nível de escolaridade.
Palavras-chaves: verbos, linguagem escrita, conjugação verbal, produção textual.
Introdução
A língua portuguesa com sua rica história e evolução, é um objeto de estudo que nos
permite interpretar não apenas a evolução linguística, mas também aspectos culturais,
sociais e políticos que moldaram sua forma e significado. Este artigo propor-se a
realizar uma investigação sobre a história da língua portuguesa, desde suas origens
destacando os principais eventos históricos, contextos sociais e culturais que
influenciaram seu desenvolvimento e as características linguísticas que distinguem
como sendo a língua expressiva do mundo.
O autor do livro ´´Latim em Pó´´ Caetano aborda na sua obra o português assim como
o galego, o espanhol, o catalão, o francês, o italiano (e as várias línguas regionais da
Itália) ...É parte da dita família das línguas românicas que nada mais são do que as
metamorfoses do latim levado a essas regiões durante a expansão do império romano.
O latim é uma língua indo-europeia que surgiu na cidade do Lácio em Roma, que com
o tempo foi se evoluindo e se misturando com outras línguas nativas, assim como as
influências das invasões bárbaras e domínio mulçumano originando o galego
português. A língua portuguesa transpassa por significativas influências de outras
línguas europeias e com a expansão desses povos foram fundando novas cidades e a
língua foi se expandindo, se modificando e ganhando novas variantes. Por esse
motivo pesquisadores seguem uma linha de estudo denominado de Estudos
Comparativos o qual consiste em estabelecer a comparação entre as palavras e as
estruturas gramaticais das línguas que tem uma origem comum.
Conforme Coutinho (2011) aborda que a princípio o que existia era somente o latim.
Depois o idioma dos romanos se estiliza transformando-se num instrumento literário.
Desde então passa a apresentar dois aspectos que o decorrer do tempo se torna cada
vez mais distintos: o clássico e o vulgar. Não eram duas línguas diferentes, mas
aspectos da mesma língua. Esses dois traços do latim receberam dos romanos a
denominação do sermos urbanus e sermos vulgaris.
Para entendermos as transformações da língua portuguesa em decorrer do tempo, a
divisão de sua história foi subdividida em fases o que se torna é uma importante
ferramenta didática. As mudanças da língua são constantes, ou seja, passam por
profundas transformações gradualmente. Não só a língua portuguesa, mas é toda e
qualquer outra é resultado de inovações que se sucederam em diferentes épocas e
lugares, e, portanto, são vivas algo que vive em constante evolução.
A língua portuguesa teve significativas influencias de outras línguas como a africana
e a indígena tornando-se assim um idioma diferenciado. Depois de certo tempo o
português passou a ser uma das línguas mais usada entre os falantes passando a ter
maior visibilidade perpassando por variações não tão somente no Brasil como também
em outras regiões, ou seja, as formas antigas foram desaparecendo e vão surgindo
novas línguas, percebe se então que a língua portuguesa passa por profundas
transformações.
A origem do português teve três fases: Português Arcaico (galego português),
português arcaico e o português clássico.
Português arcaico
Foi marcado pelos primeiros documentos escritos. A primeira fase do português
arcaico foi denominada como galego português.
São exemplos desses documentos a notícia de Fiadores, o testamento de Afonso fios
textos desse período é de difícil compreensão tanto nas diferenças linguísticas de
representação, formação de palavras quanto na ortografia que ainda não estava
determinado. Esses textos se referem a documentos locais, particulares e oficiais.
Mesmo que o galego português ser uma língua de grande notável, ainda se utilizava o
latim nos vários documentos oficiais.
Ilari; Basso (2009) ressalta que o português arcaico se fixava o latim vulgar com o
português atual, pois muitas formas que caracterizavam a nossa língua, ainda não
estavam completamente definidos.
A expressão literária marcante desse período foi a lírica trovadoresca galego
portuguesa onde já se percebia dentre os textos escritos características
predominantes da língua portuguesa.
Segunda fase (português arcaico)
Ocorreu por volta de 1350 a segunda fase do português arcaico, quando houve a
mudança da capital do porto para Lisboa com a ampliação do reino para o sul,
auxiliando consideravelmente para certo isolamento geográfico, o que provocou em
mudanças linguísticas e nas diferenciações entre o galego português e a língua.
Com o tempo o português permuta e passa ser uma língua de cultura onde tornou-se
necessária a normatização de sua escrita. Uma grande dificuldade desse período foi
representar na escrita acerca da nasalização dos ditongos na língua que não existia
no latim.
Foi marco nesse período a chamada consolidação da língua, ou seja, a utilização do
português, marcado pela publicação do Cancioneiro geral de Garcia Resende.
Terceira fase (português clássico)
Nesse período houve as primeiras gramaticas do português que foram escritas. A
gramática da linguagem portuguesa escrita por Fernão de Oliveira em 1536.A segunda
gramática da língua portuguesa de 1540 que foi escrita por Joao de Barros.
Também foi nessa época que os intelectuais portugueses estabeleceram a língua
acabaram por escolher as mais diversas formas vindas da Idade Média que aquelas
que já eram usadas no período enriquecendo assim o português através do latim
clássico.
Devido a influencia o latim passou a ser então a ser uma língua reserva, ou seja,
língua onde se buscava termos científicos.
O português do período clássico combinava características do português da Idade
Média e do português moderno.
De acordo com Câmara Jr (1979) afirma que o latim clássico foi a principal base da
língua escrita e da língua literária e por isso mais estático e fechado a possíveis
mudanças, sendo o eixo de constante atenção por parte dos intelectuais em especial
os gramáticos, que se inspiravam nos estudos gramaticais gregos.
A língua portuguesa é o elemento importante na comunicação entre as pessoas soma-
se que mais de 260 milhões de falantes nativos em todo o mundo, sendo considerada
a língua oficial dos países como Portugal, Brasil, Angola etc. Essa língua é rica tanto
na cultura como na literatura com uma vasta tradição de escritores como Camões,
Fernando Pessoa entre outros servindo como base para preservar e transmitir a
identidade cultural dessas nações. Contudo, a língua portuguesa é diversa com
variações regionais e culturais que refletem a riqueza e a complexidade das
complexidades que fazem uso. Essa diversidade é um aspecto importante da
identidade linguística e cultural das nações lusófonas.

Morfologia
É o ramo essencial da linguística que estuda a estrutura, formação, e
classificação das palavras, analisando suas unidades mínimas significativas,
denominadas de morfemas que investiga tanto a forma das palavras como as
regras que governam sua formação e flexão. Na língua portuguesa a
morfologia desempenha um papel importante no entendimento e na produção
de textos escritos e falados. A morfologia é a primeira ferramenta de análise da
gramática que observa os fonemas ligados a um significado léxico, ou seja, a
palavra. Dessa maneira a analise morfológica acontece determinando as
classes de palavras de acordo com as suas características e funções e
comuns.
Segundo Fábio Araújo (2013) ressalta que ensinar morfologia é mais do que
simplesmente transmitir regras gramaticais; é uma oportunidade para explorar
a língua, interligando-a o mundo ao nosso redor. Para ensinar a gramática de
maneira dinâmica, é importante ter acesso a variedades de recursos, teorias
que orientem o processo. Além disso, é necessário dominar tanto a gramática
normativa quanto as teorias linguísticas que descrevem o uso da língua e a
construção do sentido. Esses conhecimentos devem ser aplicados de forma
interdisciplinar, orientando os alunos em suas práticas de leitura, escrita e
reflexão gramatical, adaptando-se ao seu nível de aprendizado.
Algumas das principais características e conceitos fundamentais:
1-Morfema
São pequenas unidades de significado ou função gramatical de uma língua. É o
eixo central da morfologia. Esses morfemas podem ser divididos em diversas
categorias, como morfemas livres que são aqueles que podem ser palavras
sozinhas independentes como por exemplo na palavra flor e já os morfemas
ligados são aqueles que precisam estar juntos a outros morfemas ou seja,
dependentes pra assim formar um novo significado exemplo disso é a palavra
mar.
2- Raiz e Afixos
A raiz de uma palavra é o elemento principal que transmite o significado
essencial da palavra. Os afixos são morfemas que são adicionados a raiz para
modificar seu significado ou então formar uma palavra. Os afixos podem ser
prefixos (antes da raiz), sufixos (depois da raiz), infixos(acrescentados dentro
da raiz)e circunfixos (que envolvem a raiz) são afixos que envolvem a uma
palavra inteira acrescentados tanto no início como no final.
3- Palavras derivadas e compostas
A morfologia estuda como as palavras são formadas a partir de palavras já
existentes. A derivação abrange a adição de afixos a uma raiz pra originar uma
palavra com um novo significado ou uma nova parte no discurso. A composição
contém a combinação de duas ou mais palavras para compor uma nova
palavra.
4- Flexão
Se refere á uma modificação das palavras como apresentar diferentes
categorias gramaticais, como o tempo, modo, pessoa, número, gênero e caso.
Diferente da derivação, a flexão não altera de classe gramatical de palavra.
5- Processos morfológicos: Além da adição de afixos e da composição existem
outros processos morfológicos, como a alteração (mudança na forma interna
das palavras como no substantivo feminino mulher e mulheres), a suplência
(substituição de um morfema para outro para indicar uma mudança gramatical,
como nos verbos no modo indicativo vou e ir) e a reduplicação (que é a
repetição de uma parte da palavra para alterar o significado ou a função
gramatical).
6- Tipologia morfológica
As línguas podem ser classificadas com base em como usam a morfologia.
Existem algumas línguas analíticas ( com pouca ou nenhuma inflexão,
dependendo da ordem das palavras e de partículas para expressar relações
gramaticais), línguas aglutinantes (onde as palavras são formadas pela adição
clara e distinta de morfemas), línguas fusional ( onde um único morfema pode
expressar inúmeras categorias gramaticais) e línguas polissindéticas ( é aquela
em que há combinação de diversos morfemas para formar palavras complexas
que podem equivaler a uma frase inteira em outras línguas).
Sintetizando de certa maneira a morfologia estuda a estrutura interna das
palavras, analisando os morfemas e os processos de formação das palavras.
Suas caraterísticas incluem a divisão das palavras em morfemas, a
classificação em tipos diferentes e a identificação dos processos morfológicos,
como a derivação e a flexão.
A importância da morfologia reside no fato de que é um instrumento
fundamental para compreender a estrutura das palavras em uma língua e como
estas contribuem para a comunicação eficaz. Através da análise morfológica, é
possível identificar padrões linguísticos, entender a origem e evolução das
palavras, analisar as variações morfológicas em diferentes contextos. A
morfologia fornece ferramentas necessárias e conceitos básicos para a análise
e interpretação da linguagem, sendo essencial para o estudo da linguística e
para a compreensão da complexidade da comunicação humana.

Pesquisa de campo e coleta de dados

O objetivo desta pesquisa sobre o uso dos verbos na linguagem escrita dos
verbos dos alunos do 6º ano do ensino fundamental é investigar e
compreender como os estudantes dessa faixa etária como utilizam os verbos
na produção dos textos escritos. Isso pode envolver e analisar a variedade dos
verbos utilizados, a precisão na conjugação verbal, a adequação do tempo
verbal e a coerência na aplicação dos verbos em diferentes contextos textuais.
Tendo como objetivo final a identificação de padrões de uso, as dificuldades
comuns e as possíveis melhoria no domínio verbal dos alunos, afim de orientar
práticas pedagógicas mais eficazes no ensino e aprendizagem da linguagem
escrita.
Elaboramos um questionário para pesquisar sobre o tema deste artigo no
intuito de avaliar o conhecimento e a prática dos alunos do 6ºano do ensino
fundamental em relação ao uso dos verbos incluímos no questionário
perguntas abertas e fechadas para assim obtermos diferentes tipos de
respostas.
Fizemos questões de perguntas como o nome do aluno, idade, a escola que
estuda e aplicamos atividades relacionados aos conceitos dos verbos e
pedimos que citasse 3 exemplos de verbos no presente, passado e futuro. E na
prática da escrita escreve uma frase no tempo presente, passado e futuro.
Também pedimos pra identificar os verbos na frase, a conjugações de verbos e
que eles produzissem um texto sobre determinado tema no propósito de
conjugar o verbo de maneira adequado ao tempo verbal. A Identificação dos
verbos na frase destacada.
Selecionamos dois alunos do 6º ano do ensino fundamental da escola Lila Maia
aplicamos o questionário no intuito de coletarmos diferentes respostas das
respectivas perguntas elaboradas.
De acordo com a análise dos resultados observamos que os alunos ainda não
reconhecem o tempo dos verbos, há ainda a dificuldade de conjugações dos
verbos nos tempos verbais os alunos ainda não sabem conjugar os verbos
corretamente de acordo com o tempo e a pessoa gramatical, analisamos a
concordância verbal e percebemos que não há o uso do verbo no tempo
corretamente não se encontram de acordo com o sujeito das frases, nos
deparamos com muitos erros comuns de verbos, o uso inadequado de tempos
verbais, falta de concordância verbal, a incoerência dos verbos nos textos
feitos pelos alunos percebemos as frases sem sentido dentro da oração
gramatical.
Como se observa no texto que um dos alunos elaborou sobre o tema
desmatamento percebe-se o uso dos verbos em determinadas partes do texto
o aluno não soube utilizar o uso do verbo desmatar que indica uma ação, ou
seja, flexionou o verbo de diferentes maneira, mas no texto do aluno nota-se e
o verbo utilizado de maneira inadequada ,pois o verbo flexionado não estava
concordando com o sujeito na frase, em outro notamos que a aluna não soube
usar o verbo no tempo verbal teve dificuldades na conjugação dos verbos
utilizando o verbo de maneira errada.
As metodologias que seriam recomendadas para esses alunos seria prática da
conjugação dos verbos regulares e irregulares em diferentes tempos verbais
atividades como preencher lacunas em frases com o verbo apropriado em
diferentes tempos podem ser bastante uteis ,outro fator importante é
desenvolver habilidades de identificação dos verbos em frases se está no
presente, passado ou futuro podem destacar ou sublinhar os verbos em frases
simples e compostas, promover a construção de frases completas e coerentes
incluindo o sujeito, verbo e complemento o estudante pode praticar escrevendo
suas próprias frases utilizando os verbos de diferentes contextos.
Elaboramos um relatório apresentando os resultados da pesquisa realizada
com o objetivo de analisar o uso dos verbos com o propósito de identificar a
áreas de melhorias propondo recomendações precisas no intuito de ajudar os
alunos no uso dos verbos.
A pesquisa foi conduzida por meio de uma revisão bibliográfica e uma análise
das práticas pedagógicas relacionadas ao ensino dos verbos na língua escrita.
Foi elaborado um questionário com perguntas abertas e fechadas para os
alunos do 6ºano do ensino fundamental na intenção de analisar o uso dos
verbos nas produções de textos.
Além disso foram aplicadas atividades para os alunos, visando compreender as
dificuldades encontradas com relação ao uso dos verbos e conjugações nos
tempos verbais na linguagem escrita.
Os resultados da pesquisa revelaram diversas áreas de melhoria no ensino dos
verbos como muitos dos alunos encontram dificuldades no uso adequado de
verbos auxiliares, os alunos utilizam uma variedade de verbos nas suas
produções escritas, resultando em textos pouco dinâmicos e repetitivos e uma
parcela significativa dos alunos apresenta dificuldades em identificar os verbos
em uma frase o que prejudica sua compreensão na produção de textos.
Com base nos resultados obtidos destacaremos como recomendações uteis
para assim aprimora o uso dos verbos.
 Integrar atividades de identificação de verbos no currículo escolar,
utilizando recursos visuais.
 Promover a prática do uso adequado de verbos auxiliares por meio de
exercícios estruturados.
 Explorar o uso de recursos tecnológicos como aplicativos e plataformas,
para enriquecer as atividades de ensino dos verbos proporcionando aos
alunos um aprendizado mais dinâmico.

Considerações Finais

Através da análise do uso dos verbos na linguagem escrita dos alunos

dos 6º anos do ensino fundamental, podemos concluir que a
compreensão e a aplicação adequadas desses elementos linguísticos
são importantes para a comunicação expressiva. Os verbos
desempenham um papel primordial na estruturação das frases e na
indicação de ações, estados e processos sendo essenciais para a
coerência e coesão do discurso. Portanto, é importante que os alunos
desenvolvam habilidades de escrita, a prática nas atividades que ajudem
a melhorar no uso dos verbos, mas também fortalece a sua capacidade
de expressão e comunicação. Além disso, essa análise destaca a
importância contínua do ensino e aprendizado da língua portuguesa, não
apenas como uma disciplina escolar, mas como uma ferramenta
essencial para a participação efetiva na sociedade, capacitando os
alunos a expressarem suas ideias, conhecimentos de maneira mais
precisa e impactante ao longo de suas vidas.

Referencias Bibliográficas
Assis, Maria Cristina, História da Língua Portuguesa; João Pessoa:
UFPB, 2011.
Galindo, C. W. Latim em pó: um passeio pela formação do nosso
português. São Paulo: Companhia de Letras. 2023.
Maçola, Rosângela. Morfologia da Língua Portuguesa: Indaial
UNIASSELVI, 2021.
Salces, Claúdia Dourado de. História da Língua Portuguesa. 3 ed.
Londrina: Editora e distribuidora educacional. S.A 2016.