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Capitanias Hereditárias e Governo-Geral no Brasil

O documento descreve a história inicial da colonização portuguesa no Brasil no século XVI. Começa com o fracasso do sistema de capitanias hereditárias e a criação de um Governo-Geral sob Tomé de Sousa em 1549 para centralizar a administração. Também menciona os governos subsequentes de Duarte da Costa e a missão de Mem de Sá para expulsar os colonos franceses da região da Guanabara.

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Capitanias Hereditárias e Governo-Geral no Brasil

O documento descreve a história inicial da colonização portuguesa no Brasil no século XVI. Começa com o fracasso do sistema de capitanias hereditárias e a criação de um Governo-Geral sob Tomé de Sousa em 1549 para centralizar a administração. Também menciona os governos subsequentes de Duarte da Costa e a missão de Mem de Sá para expulsar os colonos franceses da região da Guanabara.

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A apatia só iria cessar quando D. João III ascendeu ao trono.

Na década de 1530, Portugal


começava a perder a hegemonia do comércio na África Ocidental e no Índico. Circulavam
insistentes notícias da descoberta de ouro e de prata na América Espanhola. Então, em
1532, o rei decidiu ocupar as terras pelo regime de capitanias, mas num
sistema hereditário, pelo qual a exploração passaria a ser direito de família. O capitão e
governador, títulos concedidos ao donatário, teria amplos poderes, dentre os quais o de
fundar povoamentos (vilas e cidades), conceder sesmarias e administrar a justiça. O
sistema de capitanias hereditárias implicava na divisão de terras vastíssimas, doadas a
capitães-donatários que seriam responsáveis por seu controle e desenvolvimento, e por
arcar com as despesas de colonização. Foram doadas aos que possuíssem condições
financeiras para custear a empresa da colonização, e estes eram principalmente
"membros da burocracia estatal" e "militares e navegadores ligados à conquista da Índia"
(segundo Eduardo Bueno em "História de Brasil"). De acordo com o mesmo autor, a
sugestão teria sido dada ao rei por Diogo de Gouveia,[43] ilustre humanista português, e
respondia a uma "absoluta falta de interesse da alta nobreza lusitana" nas terras
americanas.[carece de fontes]
Foram criadas, nesta divisão, quinze faixas longitudinais de diferentes larguras que iam de
acidentes geográficos no litoral até o Meridiano das Tordesilhas,[nota 1] e foram oferecidas a
doze donatários. Destes, quatro nunca foram ao Brasil; três faleceram pouco depois; três
retornaram a Portugal; um foi preso por heresia (Tourinho) e apenas dois se dedicam à
colonização (Duarte Coelho na Capitania de Pernambuco e Martim Afonso de
Sousa na Capitania de São Vicente).[carece de fontes]
Das quinze capitanias originais, apenas as capitanias de Pernambuco e de São
Vicente prosperaram. As terras brasileiras ficavam a dois meses de viagem de Portugal.
Além disso, as notícias das novas terras não eram muito animadoras: na viagem, além do
medo de "monstros" que habitariam o oceano (na superstição europeia), tempestades
eram frequentes; nas novas terras, florestas gigantescas e impenetráveis,
povos antropófagos e não havia nenhuma riqueza mineral ainda descoberta. Em 1536,
chegou o donatário da capitania da Baía de Todos os Santos, Francisco Pereira Coutinho,
que fundou o Arraial do Pereira, na futura cidade do Salvador, mas se revelou mau
administrador e foi morto pelos tupinambás.[44] Tampouco tiveram maior sucesso as
capitanias dos Ilhéus e do Espírito Santo, devastadas por aimorés e tupiniquins.
Governo-Geral (1549–1580)
Ver artigo principal: Lista de governadores-gerais do Brasil
Tomé de Sousa (1549–1553)

Tomé de Sousa
Após o fracasso do projeto de capitanias, o rei João III unificou as capitanias sob
um Governo-Geral do Brasil e em 7 de janeiro de 1549 nomeou Tomé de Sousa para
assumir o cargo de governador-geral. A expedição do primeiro governador chegou ao
Brasil em 29 de março do mesmo ano, com ordens para fundar uma cidade para abrigar a
sede da administração colonial. O local escolhido foi a baía de Todos-os-Santos e a cidade
foi chamada de São Salvador da Baía de Todos os Santos. A excelente posição geográfica
entre as capitanias de Pernambuco e São Vicente e num ponto mais ou menos
equidistante das extremidades do território, as favoráveis condições de assentamento e
defesa, o clima quente e o solo fértil fizeram com que o rei decidisse reverter a capitania
para a Coroa (expropriando-a do donatário Pereira Coutinho).[45] As tarefas de Tomé de
Sousa eram tornar efetiva a guarda da costa, auxiliar os donatários, organizar a ordem
política e jurídica na colônia. O governador organizou a vida municipal, e sobretudo a
produção açucareira: distribuiu terras e mandou abrir estradas, além de fazer construir
um estaleiro.[carece de fontes]
Desse modo, o Governo-Geral centralizou a administração colonial, subordinando as
capitanias a um só governador-geral que tornasse mais rápido o processo de colonização.
Em 1548, elaborou-se o Regimento do Governador-Geral,[46] que regulamentava o trabalho
do governador e de seus principais auxiliares — o ouvidor-mor (Justiça), o provedor-
mor (Fazenda) e o capitão-mor (Defesa).[47] O governador também levou ao Brasil os
primeiros missionários católicos, da ordem dos jesuítas, como o padre Manuel da
Nóbrega. Por ordens suas, ainda, foram introduzidas na colônia as primeiras cabeças de
gado, de novilhos levados de Cabo Verde. Ao chegar à Bahia, Tomé de Sousa encontrou
o velho Arraial do Pereira com seus moradores, e mudaram o nome do local para Vila
Velha. Também moravam nos arredores o náufrago Diogo Álvares "Caramuru" e sua
esposa Paraguaçu (batizada como Catarina), perto da capela de Nossa Senhora das
Graças (hoje o bairro da Graça, em Salvador). Consta que Tomé de Sousa teria
pessoalmente ajudado a construir as casas e a carregar pedras e madeiras para
construção da capela de Nossa Senhora da Conceição da Praia, uma das primeiras igrejas
erguidas no Brasil. Tomé de Souza visitou as capitanias do sul do Brasil, e, em 1553, criou
a Vila de Santo André da Borda do Campo, transferida em 1560 para o Pátio do
Colégio dando origem à cidade de São Paulo.[carece de fontes]
Duarte da Costa (1553–1558)

Esquema do ataque de Mem de Sá aos franceses na baía


de Guanabara, em 1560. Autoria desconhecida, 1567.
Em 1553, a pedidos, Tomé de Sousa foi exonerado do cargo e substituído por Duarte da
Costa, fidalgo e senador nas Cortes de Lisboa. Em sua expedição foram também 260
pessoas, incluindo seu filho, Álvaro da Costa, e o então noviço José de Anchieta, jesuíta
basco que seria o pioneiro na catequese dos nativos americanos. A administração de
Duarte foi conturbada. Já de início, a intenção de Álvaro em escravizar os indígenas,
incluindo os catequizados, esbarrou na impertinência de Dom Pero Fernandes Sardinha,
primeiro bispo do Brasil. O governador interveio a favor do filho e autorizou a captura de
indígenas para uso em trabalho escravo. Disposto a levar as queixas pessoalmente ao rei
de Portugal, Sardinha partiu para Lisboa em 1556 mas naufragou na costa de Alagoas e
acabou devorado pelos caetés antropófagos.[carece de fontes]
Durante o governo de Duarte da Costa, uma expedição de protestantes franceses se
instalou permanentemente na Guanabara e fundou a colônia da França Antártica.
Ultrajada, a Câmara Municipal da Bahia apelou à Coroa pela substituição do governador.
Em 1556, Duarte foi exonerado, voltou a Lisboa e em seu lugar foi enviado Mem de Sá,
com a missão de retomar a posse portuguesa do litoral sul.[carece de fontes]

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