APRESENTAÇÃO
Manuel Martins João
Professor, ISAF
Licenciatura: Contabilidade e Finanças
Membro Estagiário da OCPCA
E-mail:
[email protected]CÁLCULO E OPERAÇÕES
FINANCEIRAS
Objectivos da Disciplina
• Transmitir aos estudantes:
• Uma primeira abordagem da cultura financeira, nomeadamente conceitos e
linguagem técnica.
• A base teórica indispensável para posterior compreensão e resolução de
questões práticas.
• O conhecimento teórico e prático das operações de intermediação financeira
de curto, médio e longo prazo mais tipificadas.
• Introduzir o conceito de incerteza, como primeira abordagem ao Cálculo
Actuarial.
• Globalmente, pretende-se preparar o aluno para estar apto a resolver
problemas de características financeiras que simulem situações reais,
idênticos aos que possam surgir na sua futura vida profissional.
Sumário
• Artigos relevantes contidos nesta Lei nº 14/21 de 19 de Maio para o estudo da
Disciplina.
• Artigos relevantes contidos neste Decreto Legislativo Presidencial nº 2/14 de
20 de Outubro para o estudo da Disciplina
• Conceitos Fundamentais de Matemática para o auxílio na resolução de
problemas da Disciplina.
Lei do Regime Geral das Instituições Financeiras
nº 14/21 de 19 de Maio
Artigo 3º - (Definições)
3. «Actividade Bancária» – Actividade exercida pelas Instituições Financeiras
Bancárias e que consiste na recepção do público de depósitos ou outros fundos
reembolsáveis, para a utilização por conta própria, designadamente, em
operações de crédito;
10. «Crédito» – Acto pelo qual uma Instituição Financeira agindo a título
oneroso, coloca ou promete colocar fundos à disposição de uma pessoa singular
ou colectiva, contra a promessa de esta lhos restituir na data de vencimento, ou
contraí, no interesse da mesma, uma obrigação por assinatura, tal como uma
garantia.
Lei do Regime Geral das Instituições Financeiras
nº 14/21 de 19 de Maio
12. «Depósito Bancário» - Contrato pelo qual uma pessoa, designada por
depositante, confia dinheiro a uma Instituição Financeira Bancária, designada
por depositário, a qual fica com o direito de dispor dele para os seus negócios e
assume a responsabilidade de restituir outro tanto, com ou sem juro, no prazo
convencionado;
Artigo 7º - Espécies de Instituições Financeiras
1. Para efeitos do disposto no presente Regime Jurídico, são Instituições
Financeiras:
a) As Instituições Financeiras Bancárias;
b) As Instituições Financeiras não Bancárias; e,
c) Outras que sejam como tais qualificadas por lei.
2. São Instituições Financeiras Bancárias, sujeitas à supervisão do Banco
Nacional de Angola:
a) Os Bancos Comerciais;
b) Os Bancos de Investimento;
c) Os Bancos de Desenvolvimento;
d) As caixas de Crédito Agrícola Mútuo.
Artigo 7º - Espécies de Instituições Financeiras
3. São Instituições Financeiras não Bancárias ligadas à moeda e
crédito, sujeitas à surprevisão do Banco Nacional de Angola:
a) Casas de Câmbio;
b) Instituições de Moeda Electrónica;
c) Instituições Financeiras de Microfinanças;
d) Sociedades cooperativas de Crédito;
e) Sociedades de Garantias de Crédito;
f) Sociedades de Locação Financeira;
Artigo 9º - «Actividade das Instituições Financeiras»
1. As Instituições Financeiras referidas no artigo 7º do presente Regime
Jurídico, devidamente habilitadas, nos termos do presente Regime Jurídico
e legislação complementar ou regulamentar, podem efectuar as seguintes
operações:
a) Recepção de dépositos ou outros fundos reembolsáveis;
b) Operações de concessão de crédito, incluindo a concessão de garantias e
outros compromissos, bem como de locação e a cessão financeira;
c. Serviços de pagamento, a prestação de serviços de pagamento e a emissão e
gestão de outros meios de pagamentos, tais como cheques em suporte de
papel, cheques de viagem em suporte de papel e cartas de crédito;
Artigo 12º - (Princípio da exclusividade das actividades
financeiras)
1. A actividade de recepção do público depósitos ou outros fundos
reembolsáveis, para utilização por conta própria e exercer a função de
intermediário de liquidação de operações de pagamento, apenas pode ser
exercida pelas Instituições Financeiras Bancárias, previstas no nº 2 do artigo
7º do presente Regime Jurídico.
Artigo 134º (Condições gerais de contrato de abertura de conta e
depósito bancário)
1. Compete ao Banco Nacional de Angola fixar, por meio de aviso, os termos e
condições mínimos que devem obedecer os contratos de abertura,
movimentação e encerramento de conta e de depósito bancário em
dinheiro.
2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, o Banco Nacional de Angola
regula, por aviso, o depósito de metais preciosos e de jóias.
3. Comepete, igualmente , ao Banco Nacional de Angola estabelecer, por aviso,
os deveres gerais de informação do depósito bancário.
4. No depósito bancário em dinheiro, a Instituição Financeira Bancária deve
assegurar o reembolso integral do montante aforrado.
5. Não se admite a utilização da expressão «depósitos» na comercialização de
qualquer produto que não corresponda ao conceito referido nº 12 do artigo
3º do presente Regime Jurídico.
6. O depósito de disponibilidades monetárias nas Instituições Financeiras
Bancárias reveste uma das seguintes modalidades:
a) À ordem;
b) Com pré-aviso;
c) À prazo;
d) À prazo não mobilizáveis antecipadamente; e
e) Outros tipos que sejam como tal determinados, por meio de aviso, pelo
Banco Nacional de Angola.
7. Os depósitos à ordem são exigíveis a todo tempo.
8. Os depósitos com pré-aviso são apenas exigíveis depois de prevenido o
depositário, com antecipação fixada na cláusula do pré-aviso, livremente
acordada entre as partes.
9. Os depósitos a prazo são exigíveis no fim do prazo por que foram
constituídos podendo, as Instituições Financeiras Bancárias conceder aos
seus depositantes nas condições acordadas, sua mobilização antecipada.
10. Os depósitos a prazo não mobilizáveis antecipadamente são apenas exigíveis
no fim do prazo por que foram constituídos não podendo ser reembolsados
antes do decurso desse mesmo prazo.
11. São considerados depósitos de regime especial todos os depósitos não
enquadráveis nas alíneas a) a d) do nº 6 do presente artigo, ou previstos em
legislação específica.
12. A criação de depósitos referidos no número anterior é livre, devendo, no
entanto, ser dado conhecimento das suas características, com uma
antecedência mínima de 30 dias, ao Banco Nacional de Angola, o qual
poderá nesse prazo formular as recomendações que entender necessárias.
13. Na data de constiuição dos depósitos referidos nas alíneas c) e d) do nº 6 do
presente artigo, as instituições depositárias devem proceder à emissão de
um título nominativo, representativo do depósito.
15. Do título a que se refere o nº 13 do presente artigo devem constar os
elementos essenciais da operação, designadamente:
1. O valor do depósito, em algarismos e por extenso;
2. O prazo em que foi constituído o depósito e a data de vencimento, se for
caso disso;
3. As condições em que o depósito pode ser mobilizado antes do vencimento,
se for caso disso;
4. A taxa de juro convencionada, incluindo a taxa aplicável nas situações de
reembolso antecipado, se for caso disso;
5. A forma e o calendário do pagamento dos juros;
DLP nº 2/14 de 20 de Outubro
Decreto legislativo é um acto normativo de competência exclusiva do poder
legislativo com eficácia análoga a de uma lei.
Código do Imposto sobre a Aplicação de Capitais (DLP nº2/14 de Outubro)
Artigo 1º - Incidência: O imposto sobre a Aplicação de Capitais incide sobre os
rendimentos provenientes da simples aplicação de capitais e divide-se em duas
secções: A e B.
Artigo 2º - Sujeitos Passivos: O imposto é devido pelos titulares dos respectivos
rendimentos sem prejuízo da sua exigência a outras entidades nos casos
previstos no presente Código.
DLP nº 2/14 de 20 de Outubro
Artigo nº 9º - Juros, dividendos e outros rendimentos (Rendimentos da Secção
B) : 1. j) Os juros dos depósitos a ordem e dos dépositos a prazo constituídos
junto das instituições regularmente constituídas.
Artigo 10º - Constituição da obrigação do imposto: 1. A obrigação do imposto
tanto pode resultar da atribuição efectiva dos rendimentos ou da presunção da
sua existência nos termos deste Código.
DLP nº 2/14 de 20 de Outubro
Artigo 11º - Sujeição ao imposto
1. Para que os rendimentos referidos no artigo 9º do presente Código fiquem
sujeitos a imposto é necessário que se verifiquem uma das seguintes
situações:
a) Os rendimentos sejam pagos por uma pessoa singular ou colectiva com
domicílio, sede ou direcção efectiva em terrítório angolano.
b) Os rendimentos sejam postos à disposição através de um estabelecimento
estável em território angolano
DLP nº 2/14 de 20 de Outubro
c) Os rendimentos sejam recebidos por pessoas singulares ou colectivas com
domicílio, sede ou direcção efectiva em território angolano.
d) Os rendimentos sejam atribuídos a um estabelecimento estável em
território angolano.
Artigo 13º - Isenções da Secção B
1. Estão isentos de imposto pela Secção B:
3. Estão ainda isentos deste imposto os juros das contas-poupança habitação
criadas pelas instituições financeiras com o objectivo de fomentar a
poupança com vista à aquisição de habitação própria e permanente.
DLP nº 2/14 de 20 de Outubro
Artigo 19º - Obrigações Declarativas
1. As pessoas obrigadas à liquidação do imposto, nos termos do presente
Código apresentam uma declaração de todos os rendimentos recebidos,
pagos ou postos à disposição dos seus titulares, até final do mês de Janeiro
do ano seguinte àquele em que o recebimento, pagamento ou colocação à
disposição ocorram.
DLP nº 2/14 de 20 de Outubro
Artigo 27º - Taxas
2. A taxa de imposto para os rendimentos previstos no nº 1 do artigo 9º é de
10%, salvo quando se trate dos rendimentos a que se referem as alíneas e),
o) e p) casos em que a taxa é de 15%.
Artigo 29º - Retenção na fonte do imposto da Secção B
1. Nos casos referidos nas alíneas a) a g) e i) a p) do nº 1 do artigo 9º , a
liquidação é efectuada pelas entidades a quem incumbe o pagamento dos
rendimentos que ficam responsáveis pela totalidade do imposto e acréscimo
legais, no caso de não pagamento, sem prejuízo do direito de regresso
contra o devedor do imposto, mas apenas quanto à dívida principal,…
Conceitos Fundamentais de Matemática
Fracção. Percentagens. Permilagens.
Fracções, percentagens, permilagens são, no fundo, a mesma coisa com nomes
diferentes. São razões entre dois números, variando o numerador e o
denominador, por exemplo,
As percentagens e as permilagens representam-se habitualmetnte pelo seu
numerador seguido de % ou ‰, isto é, respectivamente, 25% ou 2500‰.
A utilização de percentagens e permilagens é muito frequente em vários
domínios nomeadamente no Cálculo Financeiro. Para efeito de cálculo toma-se,
para simplificar as contas, o valor das percentagens ou permilagens sob a forma
25
decimal, isto é, em vez de se considerar 25% = , considera-se desde logo 25%
100
= 0,25. No fundo, podemos dizer que um valor expresso na forma decimal é uma
fracção cujo denominador é a unidade.
Percentagens e Variação Percentual
Percentagem e variação percentual são conceitos distintos. Como vimos,
25
percentagem é uma fracção cujo denominador é 100. Por exemplo é 25%.
100
Variação percentual é uma forma de exprimir, em termos relativos, a variação
ocorrida em determinada variável entre dois momentos.
De um modo geral, podemos dizer que
Valor final − Valor inicial
Variação Percentual =
Valor inicial
Ou abreviadamente, Δ% =
Vf − V𝑖
V𝑖
Caso Prático 1
As acções do Banco “TUDO PELA BANCADA” estavam cotadas a Kz 10 000,00 no
dia 16 de Março de 2020 e a Kz 25 000,00 no dia 16 de Março de 2023. Qual foi a
sua variação nesse perído de três anos.
a) Em termos absolutos?
b) Em termos relativos?
Arredondamentos
Os arredondamentos podem assumir uma grande importância quando se
pretende imprimir maior rigor na informação.
Em gral, uma vez definido o número pretendido de casas decimais significativas,
adopta-se o princípio “quatro/cinco”, isto é, valor cuja casa decimal
imediatamente seguinte à última significativa é quatro ou menos arredondam-se
por defeito; aqueles cuja casa decimal imediamente seguinte à última
significativa é cinco ou mais arredondam-se por excesso.
Deve perceber-se que, em matéria de arredondamentos, é necessário usar de
algum bom senso, sob pena de vir a obter-se um resultado que nada tem a ver
com a realidade.
Exemplo: 1.2
Calcule o valor do qudrado de 1,5 e de 2,4.
Nota: A mensagem é que devem evitar-se, os arredondamentos em cálculos
intermédios. Quando muito, que sejam feitos apenas no valor final.
Arredondamentos intermédios sucessivos podem conduzir a desvios grosseiros
no valor final.
Isto levanta uma outra questão: quantas casas decimais devem ser consideradas
significativas ? Na ausência de informação concreta, é o bom senso que devem
imperar, tendo em conta, por exemplo, a unidade de medida que está a ser
considerada.
Aplicações Práticas no Cálculo Financeiro
Contudo, em muitas situações do Cálculo Financeiro, podemos assumir como
regra geral 6 casas decimais significativas, pelo menos nos cálculos intermédios,
nomedamente no empresarial, e no Cálculo Financeiro em particular (taxas de
juro, percentagens de lucro, descontos, etc.). O mesmo acontece com os
conceitos de variação absoluta e variação percentual.
Percentagens de Lucro
Designemos por x a percentagem de lucro sobre o preço de compra e por y a
percentagem de lucro sobre o preço de venda. Note-se que x e y devem estar
expressos sob a forma decimal, de acordo com a distinção que fizemos atrás. Ou
seja, se a percentagem de lucro sobre o preço de compra for de 25%, então x =
0,25. Sejam também
Pv = Preço de venda
Pc = Preço de compra
L = Lucro (L = PV - PC )
Assim, genericamente, Pv = Pc + L. A forma de calcular L é que varia, consoante
se assuma o lucro como sendo uma percentagem sobre o preço de compra (L=
xPc ) ou como sendo uma percentagem sobre o preço de venda (L=yPv ).
Demonstração:
PV P𝐶
PC = e PV =
(1+x) (1 −y)
Mark up (percentagem sobre o preço de compra).
Margin (percentagem sobre o preço de venda).
Exemplo 1.3
Complete o seguinte quadro:
L x y
110 100
Descontos
Na prática comercial, muitas vezes são concedidos descontos, que podem ter
natureza diversas. Os mais frequentes são os descontos financeiros concedidos
porque o cliente efectua o pagamento imediatamente ou num prazo muito
curto) e os descontos de quantidade (concedidos porque o cliente compra uma
quantidade considerada significativa). Numa transacção comercial podem
ocorrer um ou mais descontos. Neste último caso, os descontos podem assumir
duas naturezas: descontos independentes e descontos sucessivos. Ao valor de
uma compra antes de efectuado(s) o(s) desconto(s) dá-se o nome de valor
ilíquido, ao valor após efectuado(s) o(s) desconto(s), dá-se o nome de valor
líquido.
Os descontos independentes incidem todos sobre o valor ilíquido, ao passo que
os descontos sucessivos, como próprio nome indica, vão incidindo sobre o valor
líquido obtido imediatamente após o desconto anterior (o primeiro desconto
incide sobe o valor ilíquido, o segundo incide sobre o valor líquido resultante, e
assim sucessivamente). Assim, designam-se por
Vi - o valor ilíquido (isto é, antes de qualquer desconto)
Vl - o valor líquido (isto é, após o desconto)
d – a percentagem de desconto, sob a forma decimal
D – o desconto, em valor absoluto (por exemplo, Di = d*Vi )
Temos Vl = Vi - Di ou seja Vl = Vi - d*Vi = (1 – d)*Vi .
Exemplo: 1.4
Na venda de uma mercadoria cujo o preço de venda inicial era Kz 100 000,00
foram concedidos os descontos sucessivos de 20%+5%+3%. Qual foi o valor
desembolsado pelo cliente, admitindo que
a) Se trata de descontos independentes.
b) Se trata de descontos sucessivos.
Generalizando, podemos dizer que o factor único fu , que permite passer
directamente do valor ilíquido (inicial) para o valor líquido (final), havendo k
descontos sucessivos, é dado por fu = ( 1- d1 )( 1- d2 )( 1 - d3 )…( 1 - dk )
Sinteticamente, havendo k descontos sucessivos, teremos fu = ς𝑘 (1 − di )
𝑖=1
Consequentemente, o desconto único du , será dado por du = (1 - fu ).
Genericamente, quando existem k descontos sucessivos e IVA, temos
fu = ( 1- d1 )( 1- d2 )( 1 - d3 )…( 1 - dk )( 1 + taxa IVA)
Exemplo: 1.5
Na venda de uma máquina cujo preço de venda era de Kz 200 000,00 euros
foram concedidos os descontos sucessivos de 5%+3%. Aquela máquina está
sujeita a IVA à taxa de 14%.
Qual é o valor desembolsado pelo cliente?
Potências e Radicais
Definição: Dá-se o nome de potência de base a e expoente n (representando-se
𝑎𝑛 ) ao produto de a por si mesmo, n vezes, isto é, 𝑎𝑛 = a*a*a*a*...*a
Sendo esse valor igual a b (𝑎𝑛 = b), então a é a raiz índice n de b(representando-
𝑛 𝑛 3
se por 𝑏), isto é, 𝑎𝑛 = b ֞ 𝑏 = a. Por exemplo 43 = 64 ֞ 64 = 4.
Propriedades das Potências
As propriedades que mais interessa ter presentes relativamente às potências são
as seguintes:
I. Multiplicação de potências com mesma base: ax . ay = ax+y
ax
II. Divisão de potências com a mesma base: = ax −y
ay
III. Potência de potência: (ax )y = axy
1
IV. Potência com expoente negativo: a−x =
ax
V. Potência de um produto: (𝑎𝑏)𝑥 = 𝑎 𝑥 ∗ 𝑎 𝑥
VI. Potência de um quociente: (a/b)x = ax /bx
𝑥Τ 𝑦 1ൗ 𝑦
VII. Potência com expoente fraccionário: 𝑎 𝑦 = 𝑎 𝑥 , donde, 𝑎 𝑦 = 𝑎
VIII. Potência de expoente igual a 0 (zero): a0 = 1
𝑥Τ yΤ
IX. Relação entre potência e raiz: 𝑎 𝑦 = b se e somente se a = b x , donde
1
a = b Τx
As potências e raízes (em especial, as primeiras) têm enorme aplicação no
Cálculo Financeiro. Estão presentes, por exemplo, em todas as actualizações e
capitalizações a juro composto, que são de uso muito frequente (rendas,
reembolso de empréstimos, avaliação de investimentos, etc.).
Exemplos
1. Determine o valor da incognita nas seguintes equações:
a) x 3 = 216
b) x −5 = 0,567427
c) (1 + i )7 =1,4071
2. Calcule: (−2𝑛 ) −2 + (2−𝑛 ) 2
Aplicações Práticas no Cálculo Financeiro
As potências e raízes (em especial, as primeiras) têm enorme aplicação no
Cálculo Financeiro. Estão presents, por exemplo, em todas as actualizações e
capitalizações a juro compost, que são de uso muito frequente (rendas,
reembolso de empréstimos, avaliação de investimentos, etc.).
Notação Científica
Quando se trabalha com números muito grandes ou muito pequenos a notação
científica é uma forma condensada de transmitir informação, utilizando
potências de base 10.
Exemplos:
a) 123 456 789
b) 0,000012345
c) 200 000 000
Logaritmos
Definição
Sejam a um número positivo, diferente de 0 e 1 e b um número positivo,
diferente de 1
Chama-se logaritmo de a na base b (e representa-se por 𝐥𝐨𝐠 𝐛 𝐚 ) ao expoente n
que deve ser elevado b de tal modo que 𝐛𝐧 = a. Ou seja, 𝒍𝒐𝒈𝒃 𝒂 = n pois 𝐛𝐧 = a.
Os logaritmos mais usuais são os logaritmos de base 10, chamados logaritmos
comuns ou de Briggs. Representam-se geralmente apenas por
log(sem indicação da base)
Propriedades dos Logaritmos
As propriedades dos logaritmos que mais importa ter presentes são as seguintes:
i. Logaritmo do produto: log 𝑏 𝑎𝑐 = log 𝑏 𝑎 + log 𝑏 𝑐
𝑎
ii. Logaritmo do quociente: log 𝑏 = log 𝑏 𝑎 - log 𝑏 𝑐
iii. Logaritmo da potência: log 𝑏 𝑎𝑛 = n*log 𝑏 𝑎
Exemplo: Sabendo que log 2 = 0,301030 e log 8 = 0,903090, determine:
a) log 16
b) log 0,25
c) log 64
Aplicações Práticas no Cálculo Financeiro
No Cálculo Financeiro há situações em que pode ser necessário (ou, pelo menos
útil) o recurso à forma logarítmica de determinadas expressões, como por,
calcular a base de algumas potências.
Exemplo: (1 + i )7 =1,4071
Progressões Aritméticas
Uma progressão aritmética é uma série de n valores (chamados termos da
progressão representados por t1 , t 2 ,…, t n ) em que cada um deles, a partir do
Segundo (inclusive), é igual ao anterior adicionando algebricamente de um valor
constant, diferente de zero (chamado razão da progressão r)
Termo geral de uma Progressão Aritmética
t k = t j + (k—j)r
Soma dos n termos de uma Progressão Aritmética
t1 + tn
S𝑃𝐴 = n*
2
Expressão que dá a soma dos n termos de uma progessão aritmética em que o
1º termo é t1 e o ultimo termo é t n .
Exemplo: Relativamente a uma progressão aritmética com 20 termos sabe-se
que t 2 = 6 e t 7 = 31. Determine:
a) O valor do seu 15º termo.
b) A soma dos seus 20 termos.
Progressões Geométricas
Uma progressão geométrica é uma série de n valores (chamados termos da
progressão, representados por t1 , t 2 ,…, t n ) em que cada um deles, a partir do
Segundo, é igual ao anterior multiplicado por um factor constante, diferente de
zero (chamado razão da progressão r).
Termo geral de uma Progressão Geométrica
t k = t j 𝑟 𝑘−𝑗
Soma dos n termos de uma Progressão Geométrica
𝑟𝑛 − 1
S𝑃𝐴 = t1 𝑟 −1
Expressão que dá a soma dos n termos de uma progressão geométrica em que o
1º termo é t1 e a razão é r.
Exemplo: Relativamente a uma progressão geométrica com 25 termos sabe-se
que t 2 = 1 610,51 e t 7 = 3 797,50
a) O valor do seu 1º termo.
b) A soma dos seus termos.
Aplicações Práticas no Cálculo Financeiro
Os conceitos associados a progressões aritméticas e geométricas são importantes no Cálculo
Financeiro, nomeadamente na dedução de algumas frmulas fundamentais das rendas de
termos constants, nos cálculos associados a algumas rendas cujos termos variam em
progressão aritmética ou em progressão geométrica e em algumas modalidades de
amortizações de empréstimos.
Conceitos associados às progressões aritméticas, por exemplo têm grande aplicação na
amortização de empréstimos através dos Sistema de Amortizações Constante, conceitos
associados às progressões geométricas são muito úteis, por exemplo, na dedução dos factores,
bem como no estudo de algumas modalidades de amortização de empréstimos (Sistema
Francês e Sistema Americano, neste caso, no que diz respeito ao Fundo de Amortizações).
Referências Bibliográficas
Cálculo Financeiro Teoria e Prática. (2018). Em R. Matias, Cálculo Financeiro
Teoria e Prática (pp. 611 - 625). Lisboa: Escolar Editora.