Ulfpie051263 TM
Ulfpie051263 TM
FACULDADE DE PSICOLOGIA
2016
UNIVERSIDADE DE LISBOA
FACULDADE DE PSICOLOGIA
2016
AGRADECIMENTOS
À minha orientadora, Ana Nunes da Silva. Por todo o apoio dado ao longo do último
ano. Pela paciência ao ouvir as minhas dúvidas. Por todas as palavras de motivação. Por
acreditar em mim e me dar força para seguir as minhas ideias. Por despertar o meu interesse
simpatia e pelo incentivo. Aos que me tentaram ajudar na procura de mais contactos para
palavras de incentivo, por todas as trocas de ideias. Por todos os encontros para trabalhar,
por me dares motivação quando mais precisava. Obrigada por crescermos juntas ao longo
deste ano, não podia ter pedido uma colega de tese melhor.
À minha Carol. Por todos estes cinco anos de partilha. Pela paciência para atenderes
as minhas chamadas, por teres sempre uma palavra querida. Por me acompanhares em todas
as fases deste longo caminho, sempre de mãos dadas. Obrigada pelo apoio incondicional,
pela amizade. Foste o melhor que a faculdade me deu. Que seja para sempre.
saudades e de apoio, por acreditar cegamente em mim. À Rafa por todos os mimos e pelas
palavras de força. À Vanessa por partilhar comigo tantas aventuras e por estar sempre
disponível. À Di por todos os telefonemas, por todo o apoio incondicional, por toda a
motivação, por estar sempre presente ao longo de todos os altos e baixos. Obrigada por toda
Aos de sempre. Ao que cresceram comigo e me viram alcançar cada etapa. À Joana,
i
especial, à Isa por todo o apoio, todas as palavras, todos os cafés partilhados ao longo deste
(a primeira pessoa que conheci na faculdade). Por crescerem comigo, por partilharem todos
os altos e baixos, todos os desafios e todos os sucessos a meu lado. Cada um de vocês teve
Marta, por todas as aventuras, por todas as palavras. À Beatriz por ser das pessoas mais
queridas e genuínas que conheço. À Ana Rita e à Susana por partilharem comigo este ano e a
experiência do estágio, por todas as conversas e lanches no bar. E ao Tiago, por me ter
À Zé e ao Luís. Por serem os meus segundos pais, por disponibilizarem a vossa casa
para eu trabalhar, por quererem o meu bem e por gostarem tanto de mim.
À minha família. À minha mãe por todo o apoio incondicional desde sempre, por me
querer sempre ajudar a sentir melhor, por me mandar sair de casa para descontrair. Ao meu
pai por todas as palavras de apoio, por ter paciência para mim. Ao meu irmão pela
preocupação, por todos os abraços de apoio, por todos os favores que me faz quando preciso.
À minha irmã por me ajudar sempre que pode, por querer partilhar tanto comigo e por estar
sempre ao meu lado. Obrigada pela paciência, pela compreensão, pela força que me dão.
Obrigada por serem as pessoas que estão sempre disponíveis para mim. Não sei o que faria
sem vocês.
Aos meus avós. À minha avó Teresa por ser a estrela mais brilhante do céu e por
estar sempre a olhar por mim. À minha avó Isaura por todos os mimos e palavras de força
antes de partir. Ao meu avô João por acreditar em mim e por todas as palavras carinhosas.
ii
Obrigada pelo vosso amor, tenho saudades vossas. Ao meu avô Hélder por estar sempre
Ao Luís. A peça essencial do puzzle. Por toda a paciência nas horas mais difíceis, por
compreender as minhas ausências e por fazer tudo para que eu me sinta bem. Por todo o
amor e apoio incondicional. Por acreditar em mim e estar sempre ao meu lado. Por toda a
motivação e por me ajudar a crescer, a fazer mais e melhor. Sem ti, nada disto fazia sentido.
iii
RESUMO
exterior (Taylor, Bagby, & Parker, 1997). Foram realizados estudos que demonstram
algumas conclusões acerca do impacto que um nível elevado de alexitimia pode ter no
processo terapêutico, demonstrando que este tipo de funcionamento pode estar associado a
piores resultados terapêuticos e a sintomas residuais após a terapia (e.g., Ogrodniczuk, Piper,
& Joyce, 2004). O presente estudo, exploratório e qualitativo, visa potenciar o aumento da
dos dados, através da utilização do software QSR NVivo 11, permitiu a criação de um
de forma geral, familiarizados com a alexitimia e que têm este conceito em conta na sua
investigações futuras.
iv
ABSTRACT
communicating feelings and externally-oriented thinking (Taylor, Bagby, & Parker, 1997).
Studies show an impact of a high level of alexithymia in the therapeutic process, with worse
therapeutic results and residual symptoms after therapy (e.g., Ogrodniczuk, Piper, & Joyce,
2004). This exploratory and qualitative study aims at increasing the understanding of the
implications a high level of alexithymia has in the therapeutic process, from the therapist’s
perspective.
members of the Portuguese Order of Psychologists). A thematic analysis was done with QSR
NVivo 11 software and enabled to create a hierarchic category system. The results allowed
to conclude that therapists are generally familiarized with the alexithymia concept and take
this concept into account in their therapeutic praxis. The main implications of a high level of
maintenance of the therapeutic process, to the size of the therapeutic results and the impact
Finally, some limitations of this study are referred and future investigations are suggested.
v
ÍNDICE GERAL
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1
Alexitimia ............................................................................................................................. 2
Terapêuticos…………………………………………………………………………………..4
Estratégias/Soluções psicoterapêuticas…………………………………………………..6
METODOLOGIA .................................................................................................................. 7
Enquadramento Metodológico.............................................................................................. 7
Objetivos ........................................................................................................................... 8
Instrumentos ......................................................................................................................... 9
Procedimentos....................................................................................................................... 9
vi
Domínio 3: Implicações de um nível elevado de alexitimia na terapia .............................. 20
CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 31
ANEXOS ............................................................................................................................... 40
vii
LISTA DOS ANEXOS
viii
UMA PEQUENA TEORIA
As pessoas observam as cores de um dia apenas no seu princípio e fim, mas para mim é
óbvio que um dia se funde numa multitude de tonalidades e entoações, a cada momento que
passa. Uma única hora pode consistir em milhares de cores diferentes. Amarelos ceráceos,
ix
Introdução
preparando o ser humano para a ação (Greenberg, 2004). As emoções desempenham, assim,
(Vasco, 2009a).
Segundo Gross e Muñoz (1995), a regulação emocional pode compreender dois fenómenos: a
regulação de algo através das emoções e a regulação das próprias emoções. Interessa aqui
sentido, Gross (1998) postula que a regulação emocional permite ao indivíduo criar um efeito
nas emoções que experiencia (i.e., aumentar, diminuir ou manter as componentes da resposta
compreensão e a consciência das próprias emoções, com a aceitação das emoções, com a
1
emocionais tendo em conta os objetivos individuais e as situações experienciadas. Quando
uma destas capacidades não é adquirida ou não está presente pode ser indicativo de
dificuldades de regulação emocional (Gratz & Roemer, 2004). Desta forma, a desregulação
emocional envolve a resposta não adaptativa a emoções (Gratz & Roemer, 2008).
Alexitimia
reduzidas em atribuir à emoção a sua função comunicativa e de tendência de ação (e.g., Silva
& Vasco, 2010; Taylor, Bagby, & Luminet, 2000). Uma vez que o processo de regulação
emocional possuí um valor adaptativo que permite ao indivíduo lidar com diversas situações
ao longo da vida (e.g., John & Gross, 2004; Vasco, 2009b) e que a alexitimia se refere a
significa falta ou ausência, lex significa palavra e thymos significa emoção ou sentimento –
que pode ser traduzida para “sem palavras para os sentimentos” (Freire, 2010). Ao longo das
últimas décadas houve uma evolução na tentativa de conceptualização deste conceito. Foi,
características cognitivas e afetivas típicas de pacientes com patologia somática que exibiam
dificuldade em representar simbolicamente as suas emoções. Foi a criação deste termo por
Sifneos que despoletou uma grande quantidade de investigação acerca deste constructo,
2
Nesta sequência, Taylor, Bagby e Parker (1997) tentaram chegar a uma definição
consensual de alexitimia. De acordo com estes autores, a alexitimia é definida de acordo com
aumento da compreensão deste constructo (Silva, Vasco, & Watson, 2013b). Segundo Silva
Skytthe, & Kyvik, 2007), a qualidade das relações de vinculação na infância (e.g., Taylor et
al., 1997; Troisi, D’Argenio, Peracchio, & Petti, 2001) e a exposição a acontecimentos
depressão (e.g., Panayiotu et al., 2015; Zeitlan & McNally, 1993) e perturbação de stress pós-
traumático (e.g., Hyer, Woods, & Boudewyns, 1991). A investigação realizada sugere,
autismo (Aaron, Benson, & Park, 2015). Destaca-se aqui a importância de olhar para este
3
constructo não como um traço destas perturbações, mas como uma condição co-mórbida
(Taylor, 1984).
Beth Israel (Sifneos, 1973); a escala de alexitimia do MMPI (Kleiger & Kinsman, 1980); a
uso de auto relatos com pacientes alexitímicos tem sido criticado, devido à possível
dificuldade por parte dos mesmos em aceder ao seu mundo interno (Silva et al., 2013b). De
expressar emoções, tais como, observação, entrevista e testes projetivos (e.g., Porcelli &
alexitimia como uma característica psicológica do pensamento, das emoções e dos processos
subjacentes (Ogrodniczuk, Piper, & Joyce, 2005). Ogrodniczuk, Piper e Joyce (2011)
Apesar da existência de diversos estudos que demonstram que existe uma prevalência elevada
4
dimensão não é tida em conta na intervenção terapêutica (Silva et al., 2013b). É de grande
importância ter esta dimensão em conta por diversos motivos. Em primeiro lugar, a
incapacidade que os pacientes alexitímicos têm em transmitir a natureza experiencial dos seus
problemas pode prejudicar a comunicação eficaz das suas dificuldades e, desta forma, pode
ser difícil estabelecer um plano de intervenção adequado (Silva et al., 2013b). Em segundo
lugar, segundo McCallum, Piper, Ogrodniczuk e Joyce (2003), níveis elevados de alexitimia,
exterior, estão associados a piores resultados terapêuticos. Em terceiro lugar, existe evidência
(Ogrodniczuk, Piper, & Joyce, 2004). Em quarto lugar, tendo em conta que as emoções
a satisfação das necessidades do indivíduo (e.g. Vasco, 2009a; Vasco 2009b). Isto pode ter
impacto quer a nível do processo terapêutico, quer a nível dos resultados terapêuticos.
o pensamento orientado para o exterior nos sintomas gerais e nos objetivos terapêuticos. Isto
é, a perceção que os terapeutas têm relativamente aos pacientes pode influenciar os resultados
sendo menos compatíveis ou como menos significativos como membros do grupo (em terapia
5
dificuldades relacionais podem expressar-se, também, na relação terapêutica (Ogrodniczuk et
al., 2008).
Segundo Taylor et al. (1997), existe um risco em focar a terapia nas consequências
das dificuldades emocionais, mais do que na origem do problema, parecendo haver uma
necessidade do foco terapêutico ser ao nível das tarefas emocionais ligadas aos processos
como por exemplo: o Tratamento para a Redução da Alexitimia (Levant, Halter, Hayden, &
terapêutica que reduzam as características alexitímicas. Por sua vez, Taylor (2000) sugere o
características alexitímicas. Nesta linha de pensamento, Silva et al. (2013b) sugerem que
6
focagem (Gendlin, 1998), a escrita expressiva (Pennebaker & Chung, 2007), a mentalização
(Allen, Fonagy, & Bateman, 2008), a terapia comportamental dialética (Lineham, 1993) e
modelos de terapia focada nas emoções (Elliott, Watson, Goldman, & Greenberg, 2004)
salientadas.
Relevância do Estudo
Tendo em conta o que foi referido nos pontos anteriores, parece importante ter em
visão dos terapeutas relativamente às implicações que a alexitimia tem para o processo
terapêutico.
Metodologia
Enquadramento Metodológico
qualitativa.
7
Desenho da Investigação
investigação parte da seguinte questão inicial: Qual a visão dos psicólogos acerca do impacto
5. Perceber quais as estratégias mais utilizadas por parte dos psicólogos para gerir/lidar
Caracterização da Amostra
diferentes graus de ensino (dois com Doutoramento, dois com a licenciatura pré-Bolonha e
três com Mestrado Integrado em Psicologia) e com uma média de 10,3 anos de experiência.
8
em sociedades de psicoterapia (e.g., Associação Portuguesa de Terapia Cognitivo-
Formação).
Instrumentos
questões que incidem sobres os dados sociodemográficos dos participantes (e.g., sexo, idade,
grau de escolaridade) e dados relativos à sua experiência profissional (e.g., orientação teórica,
semiestruturada (Anexo D), construído para a presente investigação tendo por base a questão
investigação qualitativa. Este guião foi organizado por blocos temáticos, permitindo algum
questões pertinentes à medida que os dados foram recolhidos (e.g., Daly, 2007).
Procedimentos
duração da entrevista. Após esta primeira fase, foi estabelecido o contato com os psicólogos,
9
investigação. Neste primeiro contato foi enviado um consentimento informado informal (sem
alguns requisitos: ser membros efetivos da Ordem dos Psicólogos Portugueses e ter
sociodemográfico (Anexo C). Foi fornecida informação acerca dos objetivos do estudo e da
cada participante, com gravação áudio mediante autorização prévia. De forma a assegurar que
estandardizada de alexitimia após as primeiras questões (ver Anexo D). Após a realização das
QSR NVivo 11. A análise temática é um método que permite identificar, analisar e descrever
padrões (temas) presentes nos dados. Adequa-se a estudos de natureza exploratória como o
constituído por seis fases (Braun & Clarke, 2006). A primeira fase implicou uma
familiarização com os dados (transcrição e leituras repetidas das entrevistas) que permitiu a
criação de ideias iniciais acerca dos mesmos. A segunda fase implicou o processo de
codificação inicial que permitiu a organização dos dados em códigos específicos quando se
observava um dado padrão. Esta organização baseou-se, essencialmente, na análise dos dados
10
sobre o tema (e.g., Charmaz, 2006). A terceira fase consistiu na agregação de códigos em
temas potenciais, juntando todos os dados relevantes para cada tema potencial, tornando-se
implicou a revisão de todos os temas criados em relação com os respetivos códigos e com
todos os dados. A quinta fase implicou um refinamento das especificidades de cada tema e da
geração de nomes e definições para cada tema. O sistema hierárquico de categorias final é,
todos os dados que foram surgindo ao longo da análise, havendo um processo cíclico entre a
codificação e a análise de dados (e.g., Wiggins & Riley, 2011). As categorias não são
categorias. Importa salientar que a credibilidade das análises realizadas foi assegurada com a
verificação dos resultados por um consultor externo com experiência clínica na área da
reajuste e à renomeação de categorias. A sexta fase consiste na análise final dos dados em
que, por um lado, a criação das categorias foi realizada através de um processo abdutivo,
lado, a relação entre os dados e a teoria foi analisada de forma dedutiva, existindo uma
comparação dos dados obtidos com fenómenos já descritos na literatura (e.g., Daly, 2007).
categorias. Na revisão final das categorias, algumas foram renomeadas, outras eliminadas e
11
outras foram agrupadas. Ainda assim, surgem categorias com apenas uma referência. Estas
categorias foram mantidas porque se considera que são relevantes para a análise global dos
resultados e para uma maior discriminação dos temas e dos subtemas. Os critérios de inclusão
em cada uma das categorias foram a revisão de literatura realizada, a referência ao tema pelos
(4) Estratégias de intervenção terapêutica; (5) Influência de outros fatores; e (6) Investigação
Futura. Estas categorias foram organizadas num sistema hierárquico de categorias (Anexo E).
Os psicólogos sabem o que é a alexitimia? Como definem este constructo? Qual a sua
visão do mesmo? Tendo em conta a análise das entrevistas surgiram quatro categorias
distintas neste domínio (Anexo E). Este domínio direciona-se para o primeiro e o segundo
afirmaram conhecer o termo alexitimia. Estes resultados (sete referências de sete fontes
diferentes) demonstram que o termo alexitimia é familiar a todos os entrevistados. Isto vai
ao encontro do primeiro objetivo deste estudo e sugere, com base nesta amostra e de
12
Entrevistadora: (…) O que eu queria focar aqui é o conceito de alexitimia. (…)
Participante 1: Conheço.
psicólogos têm de alexitimia e está relacionado com o segundo objetivo do estudo. Das
se conhece, qual é a definição que tem na mente dele ou o que é que considera
por alexitimia.
Participante 4: Ah apesar de não o conhecer muito muito bem. Ah... Aquilo que
eu sei é que tem de facto um bocadinho a ver com essa ideia de identificação e
referenciado três vezes. Este subtema representa uma definição mais abrangente de
13
abrangente, não é? Mas talvez aqui a dificuldade de processar as emoções, de
Entrevistadora: E desse conceito o que é que tem mais presente? Como é que o
define?
assim, em trocar por miúdos este tipo de conceitos porque eu utilizo muito (…)
aquilo que eu sinto com a pessoa ou junto da pessoa para trabalhar com isso.
alexitimia com pelo menos um dos componentes da definição de Taylor et al. (1997). No
entanto, não surgiu o terceiro componente: o pensamento orientado para o exterior. Isto
sugere que os participantes não associam este último componente ao constructo de alexitimia.
Neste subtema é destacada a forma de olhar para este conceito tendo em conta os
alexitimia não tanto em termos de conceito em si, mas se calhar em termos dos
14
As restantes três referências são relativas à visão do constructo de alexitimia em
termos de níveis de um contínuo. Este subtema surgiu nas primeiras entrevistas. No entanto,
deve ser analisado com precaução uma vez que acabou por ser induzido pela entrevistadora
nas entrevistas posteriores. Surge nesta secção porque se considerou a relevância da perceção
dos participantes acerca do mesmo. Este subtema acaba por ir ao encontro da noção de
Entrevistadora: (…) não sei como é que, como é que é o seu olhar para este
se olha para ele mais como uma ausência ou presença (…) dessas três
características. (…)
Participante 5: Acho que é um contínuo. Ah, tal como já disse, porque acho que
não só na... Não só nos pacientes, mas em todas as pessoas em geral (…).
Portanto acho que são fatores a ser trabalhados em qualquer paciente. Que
existem como um contínuo sim e acho que existem, também, como contínuo ao
longo da vida, não é? (…) Portanto, acho que existe como, vejo como um
contínuo entre, vá entre o 0 e o 100, seria a utopia e... Acho que vai variando
discurso dos participantes, não existindo questões na entrevista neste sentido. Após
15
Participante 3: (…) olhamos muitas vezes para a relação primária, que
naturalmente eu não vou dizer também porque não é a causa de tudo, mas na
verdade é digamos que é a primeira relação, não é, que um bebé tem com a
mãe, ou que tem com o mundo e a forma de muitas vezes também ir vivendo isso
e ir vivenciando isso. E se não existe esse espaço também, se nunca existiu este
nós vemos muito isso em pacientes, não é, na história que às vezes nos trazem,
de que não houve, por exemplo, este espaço relacional, um espaço de afeto (…).
em idades mais precoces (…). Eu vejo a alexitimia assim muito nesta base, ou
Participante 4: (…) porque se calhar são pessoas que não tiveram experiências
mais neste sentido funcional e não tanto ‘como é que estás?’, sentar-se ao lado
e brincar, ah..., nomear emoções, não é. (…) Se ninguém nomear (…) também
Por fim, uma das referências nesta categoria refere-se ao subtema da influência dos
mass media.
16
Participante 6: (…) a divulgação ‘mass media’ para a sociedade no geral (…) e
até para desmistificar este estereótipo que é imposto aos homens, por exemplo
do não falar de emoções (…) E acho que este tipo de vocabulário podia ser
trabalhado até em termos de ‘mass media’ e acho que não é (…) não há muita
esta dimensão? Como realizam esta avaliação? Este domínio vai ao encontro do terceiro
objetivo deste estudo e conta com dois temas principais (Anexo E).
2.1. Avaliação da Alexitimia. Este tema representa a forma como os participantes realizam a
subtema da avaliação clínica. Dentro deste subtema surgem diversos tópicos relevantes
primeiro lugar, surge a auto-observação com duas referências, que se refere à capacidade
do terapeuta refletir sobre si mesmo, sobre o que está a sentir com o paciente e, através
Participante 3: (…) e ver uma parte de nós que está ali presente e está a ouvir a
pessoa e está a querer conhecê-la e temos uma outra parte que é quase o que
interessante porque é estarmos numa escuta, mesmo numa escuta ativa (…).
17
que reflete a possibilidade de avaliar a existência de um nível de alexitimia através da
interação na relação.
Participante 6: (…) nós não fazemos um ‘screening’ completo e tal, não é, não
vamos muito por ali, mas eu acho que a interação na relação dá para perceber
que utiliza bate com as emoções que deveria entre aspas, não é, estar a sentir
inventário estruturado.
Por fim, surge a observação como fonte potencial de avaliação da alexitimia, sendo
18
Participante 7: (…) tal como este conceito, muitos outros, ah… São preocupações
como alexitimia. (…) Ah, mas a mim foco-me muito na questão da observação.
O segundo tema que surge é o tema da avaliação formal da alexitimia que inclui dois
subtemas. Das três referências que surgem neste tema, duas são referentes ao subtema da
resultados também estas coisas surgem. Portanto de alguma forma isso também
está contemplado.
Surge, também, uma referência relativa à aplicação de técnicas projetivas para realizar
a avaliação da alexitimia.
Rorschach na perspetiva do Exner (…). É, é uma prova que me é muito útil, que
Entrevistadora: (…) até que ponto é que consideras importante avaliar este
19
pessoa tem dificuldade, por exemplo, em comunicar as suas emoções, ah, acho
mais difícil o trabalho. Ou seja, o afinarmos aqui o vocabulário entre nós (…).
próprio terapeuta? Como lidam os terapeutas com as dificuldades sentidas? Este domínio vai
ao encontro do quarto e do quinto objetivo deste estudo e é constituído por quatro temas
3.1. Impacto negativo na relação terapêutica. Este tema compreende referências acerca do
impacto de um nível elevado de alexitimia na relação terapêutica. Neste tema surgem seis
terapêutica com pacientes com um nível elevado de alexitimia, o que vai ao encontro da
com algum paciente que tenha um nível mais elevado de um desses três aspetos,
Participante 1: Eu acho que sim, sim, existe essa relação. Ou seja, é óbvio que
digamos.
superficiais com pacientes com um nível elevado de alexitimia (ou um dos componentes
elevado).
20
Participante 1: (…) A alexitimia às vezes ajuda-nos a pensar em termos, ou seja,
por exemplo, deixe-me pensar. Quando a gente tem clientes que têm este
estabelecer relações que são relativamente formais, ou que não são envolvidas,
digamos.
No entanto, sugerem que este estabelecimento da relação é moroso e que pode haver
com uma referência, é relativo a dificuldades em partilhar informação relevante, o que vai
Participante 2: Uma das dificuldades que nós sentimos com estes pacientes é que
portanto, nós temos dificuldade em ter uma visão compreensiva do que trouxe a
O segundo subtema refere-se aos dropouts, com três referências de três participantes é
não é, porque no fundo ou, ah, quando começam a surgir estas questões, se nós
21
De seguida, surge, com duas referências, o subtema relativo à estrutura das sessões
que é dividido em dois tópicos: falar mais do que os pacientes e foco no conteúdo. Estes
tópicos refletem a perceção de que com estes pacientes se torna necessário falar mais no
pessoas é que eu falo muito ao início (…) mas tenho que falar mesmo que falar
Participante 3: (…) Se nós não identificamos isso a pessoa vai agir e o agir é
objetivos terapêuticos.
eu tenho de fazer uma escolha. Que é: ou trabalho com ele a outro nível
mais pragmáticas ou então, se quiser ter algum trabalho que de alguma maneira
prévio (…).
nível elevado de alexitimia do paciente em termos de processo terapêutico, tal como referidas
anteriormente. Parece haver uma perceção geral que as características alexitímicas moldam o
22
3.3. Impacto nos resultados da terapia. Este tema representa a perceção dos participantes
seis referências, sendo que duas pertencem ao subtema maior dificuldade em atingir
resultados.
Duas referências pertencem ao subtema dos resultados finais dependem dos objetivos
iniciais.
O último subtema deste tema refere-se à menor dimensão dos resultados, com duas
referências.
3.4. Impacto no terapeuta. Este tema representa a perceção dos participantes acerca do
impacto que um nível elevado de alexitimia pode ter nos terapeutas. É constituído por
23
dificuldade mais referida pelos terapeutas (seis referências), parecendo ser a que tem
maior impacto.
dificuldades sentidas com estes pacientes e incluí os seguintes tópicos: aceitação das
dificuldades sentidas; adaptar os horários das sessões; estar atento à estrutura da sessão;
que conta com duas referências, sendo que todos os outros têm uma referência.
maneira ter outra pessoa a dizer isto pode ser relevante, também, e ter paciência
Que estratégias de intervenção são consideradas mais úteis neste contexto? Quais as
estratégias consideradas menos úteis? Este domínio vai ao encontro do sexto objetivo deste
4.1. Estratégias consideradas pouco úteis com pacientes com um nível elevado
primeiro é relativo a estratégias da área da Gestalt. Segundo dois participantes este tipo de
24
O segundo subtema é relativo a interpretações maciças que é considerado pelo
Participante 3: (…) Mas, ah, às vezes o que não, não... São interpretações
maciças. Por exemplo, ou seja, eu chegar ali à pessoa e dizer-lhe o que é que ela
está a sentir e ser eu a dar um nome e ser eu quase a fazer uma interpretação e
4.2. Estratégias consideradas úteis com pacientes com um nível elevado de alexitimia.
Participante 2: Começa logo aí. Haver poucas memórias da, da história quer
dizer que houve pouco conteúdo emocional. E, portanto, nós temos dificuldade
em ter uma visão compreensiva do que trouxe a pessoa até aqui. Daí que o
memórias visuais.
participante.
Participante 2: Então é assim, o que eu sinto, é eu com estas pessoas tenho que ir
por estratégias mais expressivas, por exemplo são pessoas com quem eu vou
utilizar a técnica da caixa de areia, por exemplo. Porque não, a pessoa não
precisa de estar a expressar o que é que sente ou a contar sobre o que vai dentro
25
Em terceiro lugar surgem as estratégias da área da Terapia Cognitivo-
percecionadas como mais úteis neste contexto, tendo em conta o número de referências.
destes resultados vão ao encontro da revisão de literatura realizada (e.g., Taylor, 2000; Silva
parecem-me técnicas que talvez possam, ah, funcionar para que a pessoa se
sinta.
Alguns destes resultados coadunam-se com a revisão de literatura (Silva et al., 2013b). Destes
26
tópicos destacam-se, devido ao número de referências, o meta-processamento, o trabalho na
bocado o indicador o que é que vai sentindo ou que é que está a sentir neste
que eu também estou a sentir, fazendo uma ligação se calhar com algumas
sessões passadas em que também já tínhamos falado disso, ah, e por vezes até o
pessoa numa linguagem que não é bem se calhar a linguagem mais habitual, não
é? (…) muitas vezes estas pessoas vão buscar metáforas daquilo que melhor
conhecem, que é a teoria deles, para explicar aquilo que sentem. Ah... E ir um
outros fatores na problemática da alexitimia. Vai, assim, ao encontro do sétimo objetivo deste
5.1. Personalidade. Três dos participantes consideram que existe uma sobreposição entre
personalidade e alexitimia.
27
Participante 1: Até porque a alexitimia depois sobrepõe-se com outras coisas, em
termos de aquilo que é, mais uma vez, do psicopatológico, sei lá, perturbação
5.2. Sintomatologia. Neste tema, surgem quatro subtemas que representam a perceção dos
literatura realizada (e.g., Panayiotu et al., 2015; Zeitlan & McNally, 1993; Hyer, Woods,
5.3. Défices Cognitivos. Neste tema surge uma referência acerca da consideração na
28
Participante 2: Muito da psicossomática, penso que sim. Sim, eu acho que a
alexitimia também se mascara com alguma psicossomática. Não digo que seja
em todos os casos.
Que necessidades de investigação? O que pode e deve ser melhor estudado e mais
caminhos de investigação futura através das opiniões dos participantes. Assim, o último
domínio conta com quatro temas, cada um com uma referência, que nos podem sugerir
caminhos a seguir após esta investigação. Apenas quatro participantes teceram considerações
acerca deste tópico. Estes temas representam necessidades dos participantes em termos de
de processos emocionais.
Participante 5: (…) penso mais a alexitimia nos últimos anos como um constructo
que pode ser útil para pensar vá, ou trabalharmos quase para qualquer pessoa
(…). Mas acho que é um constructo útil para pensar nisso. Ah, até que ponto, a
destes fatores, ou que por outro lado possa caminhar cada vez mais para ser
29
Participante 6: (…) eu achava que na alexitimia a investigação era mais útil, ah,
quando tremia mais para o nosso trabalho diário, não é, em termos noções de
deste problema, desta componente de comunicação pode surgir e não tanto uma
categoria verdadeiramente.
Participante 3: Isto sobretudo não tanto no conceito em si mas nestes três pontos,
e que nós às vezes de facto quando vemos e nós que somos de áreas diferentes e
Mais literatura sobre isso ou mais comunicação entre nós terapeutas sobre isso
Através da análise dos resultados torna-se possível refletir acerca dos mesmos.
Importa referir que os resultados vão ao encontro dos objetivos deste estudo. Em primeiro
lugar, os resultados permitem perceber que os terapeutas parecem estar, de forma geral,
familiarizados com a alexitimia e que parecem conseguir defini-la com, pelo menos, um
clínica como meio de avaliação da alexitimia. Em terceiro lugar, estes resultados permitem
30
dimensão dos mesmos e, por fim, do impacto no próprio terapeuta em termos de dificuldades
quarto lugar, estes resultados permitem refletir acerca de algumas estratégias potencialmente
uma linguagem comum). Em quinto lugar, estes resultados permitem refletir acerca da
consideração esta sobreposição em contexto clínico. Por fim, estes resultados permitiram uma
reflexão acerca das necessidades desta amostra de terapeutas em termos de investigação nesta
Importa sublinhar que não é possível realizar inferências destes resultados dada a dimensão
da amostra.
Conclusão
O presente estudo teve como foco a exploração da perceção dos psicólogos face ao
contexto terapêutico.
31
Importa salientar algumas limitações desta investigação. Em primeiro lugar, a
amostra reduzida que acaba por não permitir a saturação das categorias. Em segundo lugar, o
limitações, seria relevante replicar este estudo com uma amostra maior e com a colaboração
metodologia de análise de dados que permite uma exploração abrangente dos dados; a
inovação do estudo no sentido em que não existe nenhum estudo idêntico em Portugal; e a
processo psicoterapêutico, bem como a compreensão dos processos subjacentes. Desta forma,
espera-se que este estudo seja um passo para permitir o desenvolvimento de estudos de
modelos mais adequados para se intervir com pacientes com funcionamento alexitímico.
dos participantes: no sentido de pensar em termos da influência que a educação pode ter no
alexitimia; e no sentido de compreender que estratégias são eficazes ou como se deve intervir
Ogrodniczuk, 2007).
32
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39
ANEXOS
40
Anexo A
consentimento informado
Consentimento Informado
Eu, Patrícia Ribeiro da Silva, venho, por este meio, convidá-lo(a) a participar num estudo
sobre dificuldades de regulação emocional e o seu impacto no processo psicoterapêutico. Este
projeto de investigação insere-se no contexto da realização da dissertação de Mestrado em
Psicologia Clínica, do Núcleo de Psicoterapia Cognitivo-Comportamental e Integrativa pela
Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, sob orientação da Professora Doutora
Ana Catarina Nunes da Silva.
Será realizada uma entrevista com o objetivo de aumentar a compreensão da visão dos
terapeutas acerca de dificuldades de regulação emocional e do seu impacto na psicoterapia. A
duração da entrevista será de, aproximadamente, meia hora e esta será gravada através de
áudio.
Disponibilizo-me, desde já, para prestar esclarecimentos adicionais através dos seguintes
contactos:
Telemóvel: 915537200
Correio eletrónico: [email protected]
Declaro que estou suficientemente informado acerca da forma como este estudo vai
decorrer e aceito participar:
____________________________________________
(assinatura do participante)
OBRIGADA
Faculdade de Psicologia
Universidade de Lisboa
Anexo C
sociodemográficos
Número do participante: ______
Entrevista semiestruturada
alexitimia.
outros fatores
Influência de psicólogos acerca da possível fatores, tais como a personalidade e a
influência de outros fatores, tais sintomatologia, quer na avaliação do nível
como, a personalidade e a de alexitimia, quer na intervenção, quer no
sintomatologia. impacto no processo terapêutico?
Pode explicitar esta influência?
2.1.Avaliação da Alexitimia
6 14
Avaliação Clínica
5 11
Auto-observação
1 2
Avaliação a partir da relação estabelecida
2 2
Avaliação na supervisão
1 1
Entrevista clínica
4 5
Observação
1 1
Avaliação Formal da Alexitimia
3 3
Instrumentos de autorrelato
2 2
Técnicas projetivas
1 1
2.2. Considerações acerca da importância da avaliação da
4 4
alexitimia
Mindfulness
2 2
Modelagem
1 1
Psicoeducação
3 3
Questionamento socrático
1 1
Registos da intensidade da dor
1 1
Treino de assertividade
1 1
Estratégias da área da Terapia Existencial-
4 5
Humanista
Consciencialização corporal
1 1
Exploração de emoções através do canal
1 1
preferencial do paciente
Aumento da consciência
1 2
Ludoterapia
1 1
Meta-processamento
2 2
Silêncio terapêutico
1 1
Trabalho na relação terapêutica
3 4
Utilização de uma linguagem comum
3 3
5. Influência de outros fatores
4 12
5.1.Personalidade
3 3
5.2.Sintomatologia
4 5
Stress Pós-Traumático
1 1
Ansiedade
1 1
Depressão
2 2
Psicose
1 1
5.3.Défices cognitivos
1 2
5.4.Medicação
1 1
5.5.Psicossomática
1 1
6. Investigação Futura
4 4
6.1.Pensar em termos de processos emocionais subjacentes
1 1
6.2.Pensar em termos da influência da educação
1 1
6.3.Pensar em termos de estratégias de intervenção
1 1
6.4.Desenvolvimento de uma linguagem comum entre os
1 1
terapeutas