A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA COMO AUXÍLIO NA FORMAÇÃO DE
PROFESSORES
Fernanda A. Ponticelli*
Andreia M. Zucolotto**
Alexandre Beluco***
Resumo: É fato a necessidade de aumentar o número de professores com graduação em
licenciatura, nas suas áreas específicas, para atuarem na educação básica das escolas
públicas do país. Por isso, o governo fomentou diversas políticas públicas de incentivo
para a formação inicial e continuadas dos profissionais da educação. E, como auxílio
para o acesso desses profissionais aos cursos de graduação, a União e o Ministério da
Educação indicam a modalidade de educação a distância como um facilitadora a esse
acesso. Nesse contexto, este trabalho se constitui de um levantamento bibliográfico das
políticas públicas e leis voltadas para os processos de formação de professores, apresen-
tando alguns dados estatísticos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacio-
nais Anísio Teixeira e da Associação Brasileira de Educação a Distância dos últimos 13
anos. Dessa forma, é possível afirmar, através do crescimento verificado no número de
cursos oferecidos e no número de matrículas, que a educação a distância é uma impor-
tante aliada na formação de professores para a educação básica das escolas públicas do
país.
Palavra-chave: Educação a distância. Formação de professores. Políticas públicas. Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
1 Introdução
Já se pensava em acesso universal à educação há pelo menos 70 anos, com as
manifestações da elite intelectual brasileira que culminaram com artigos específicos na
Constituição Brasileira de 1934, garantindo a necessidade de um Plano Nacional de
Educação (BRASIL, 2001). No ano de 1962 surgiu, baseada em iniciativas do Ministé-
rio da Educação e Cultura (MEC), o primeiro Plano Nacional de Educação, contendo
um conjunto de metas a serem alcançadas no decorrer dos oito anos após a sua publica-
ção. Tal Plano sofreu algumas revisões nos anos de 1965 e 1966, com a inclusão de
*
Estudante do Programa de Pós Graduação em Educação em Ciência, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS). Graduada em Licenciatura em Química (ULBRA-RS).
**
Professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Campus
Porto Alegre. Doutora em Educação pela PUC/RS.
***
Professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS). Doutor em Engenharia pela UFRGS.
# Tear: Revista de Educação Ciência e Tecnologia, Canoas, v.2, n.2, 2013. 1
normas indicando a necessidade de planos estaduais e modificações na distribuição de
recursos federais. Somente na reformulação da Constituição Federal, que ocorreu em
1988, o Plano Nacional de Educação surgiu com força de lei, “capaz de conferir estabi-
lidade às iniciativas governamentais na área de educação” (BRASIL, 2001, p.25).
Conjuntamente, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, ins-
tituiu a “década da educação”, na qual está definida a necessidade da elaboração de um
Plano Nacional de Educação, com responsabilidade da União em conjunto com os Esta-
dos, o Distrito Federal e os Municípios, visando ao acesso universal à educação de qua-
lidade. Um ano após a publicação da referida lei, a União deveria encaminhar o Plano
ao Congresso Nacional, com metas e objetivos para os dez anos seguintes, correspon-
dente ao período de 2001 a 2010, e em sintonia com a Declaração Mundial sobre Edu-
cação para Todos (BRASIL, 1996, art.9 e 87). Além disso, dentre os pronunciamentos
dos participantes da Conferência Mundial sobre a Educação para todos, que ocorreu em
Jontien (Tailândia) no ano de 1990 e que convergiu na Declaração Mundial sobre Edu-
cação para Todos, pode-se citar o direito fundamental de todos à educação e a educação
como contribuinte para a conquista de um mundo mais seguro e importante para os pro-
gressos pessoal e social (BRASIL, 1990).
Destaque-se, também, que o Plano Nacional de Educação que foi aprovado pela
Lei 10.172, de 9 de janeiro de 2001, e entrou em vigor no mesmo ano, iniciou seus trâ-
mites na Câmara dos Deputados como Projeto de Lei nº 4.155, de 1998, tendo como
eixos norteadores a Constituição Federal de 1998 e a Lei de Diretrizes e Bases da Edu-
cação Nacional, de 1996, dentre outros. Um dos principais objetivos e prioridades do
referido plano está a garantia de educação a todos no nível fundamental, ampliação do
acesso aos demais níveis de ensino e a garantia de formação inicial e continuada dos
professores e sua valorização enquanto profissionais (AGUIAR, 2010). No decorrer
desse plano foi possível constatar estatísticas referentes a números de professores que
não possuem qualificação necessária para a atividade docente: somente 20% dos profes-
sores da educação infantil possuem ensino superior e 45,7% dos profissionais do magis-
tério possuem ensino superior. Tais dados deixam evidente a necessidade de um pro-
grama de formação de professores, defendido nos objetivos dos diferentes níveis de
educação e no capítulo específico de formação de professores (BRASIL, 2001). Pode-se
constatar a presença dos objetivos acima descritos nos argumentos do Plano Nacional
de Educação, que define a educação como “elemento constitutivo da pessoa e, portanto,
# Tear: Revista de Educação Ciência e Tecnologia, Canoas, v.2, n.2, 2013. 2
deve estar presente desde o momento em que ela nasce, como meio e condição de for-
mação, desenvolvimento, integração social e realização pessoal” (BRASIL, 2001, p.24).
Em 2007, o Ministério da Educação e Cultura lançou o Plano de Desenvolvi-
mento da Educação (PDE), no qual foram traçados objetivos a serem cumpridos pelas
diferentes instâncias governamentais. O referido plano creditava na educação a forma-
ção de “indivíduos capazes de assumir postura critica e criativa frente ao mundo”
(BRASIL, 2007, p. 5) e a construção de uma sociedade autônoma e justa. A oportunida-
de de acesso à educação de qualidade a todos tinha como objetivo garantir o desenvol-
vimento nacional e reduzir as desigualdades sociais e regionais. Desse modo, para que
seja oportunizado o acesso à educação, fez-se necessário, novamente, um incremento de
profissionais da educação, isto é, fez-se necessária a formação inicial de professores, já
tratado nas Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e no Plano Nacional de
Educação.
O Plano de Desenvolvimento da Educação define que a União deve assegurar
seu comprometimento com a formação de professores, fazendo uso das iniciativas já
desenvolvidas, tais como a Universidade Aberta do Brasil (UAB) e o Programa Institu-
cional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). A UAB, em colaboração com os Es-
tado e Municípios, proporcionaram aos profissionais da educação acesso à educação
superior pública. No acordo de cooperação, as universidades públicas oferecem cursos
de licenciatura em locais onde não exista oferta de cursos presenciais, e os Estados e
Municípios oferecem os polos de apoio presencial. De acordo com o PDE:
A UAB dialoga, assim, com objetivos do PNE: “Ampliar, a partir da colabo-
ração da União, dos estados e dos municípios, os programas de formação em
serviço que assegurem a todos os professores a possibilidade de adquirir a
qualificação mínima exigida pela LDB, observando as diretrizes e os parâme-
tros curriculares” e “Desenvolver programas de educação a distância que
possam ser utilizados também em cursos semipresenciais modulares, de for-
ma a tornar possível o cumprimento da meta anterior” (BRASIL, 2007, p.
17).
Dentro dos objetivos de aumentar o número de instituições que fornecessem cur-
sos de formação de professores, foram criados os Institutos Federais de Educação, Ciên-
cia e Tecnologia, através da Lei n. 11.892, de 29 de dezembro de 2008, sancionada pelo
então Presidente da República Luis Inácio da Silva. Os Institutos Federais possuem au-
tonomia para a oferta de cursos a distância (BRASIL, 2008). Em 2009 foi aprovado o
Decreto n. 6.755, que institui a Política Nacional de Formação do Magistério da Educa-
# Tear: Revista de Educação Ciência e Tecnologia, Canoas, v.2, n.2, 2013. 3
ção Básica, que ocorre em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, de forma a garantir a formação inicial e continuada dos profis-
sionais da educação básica das redes públicas, seja por meio de instituições formadoras
ou por meio de cursos, respectivamente, sejam eles nas modalidades presencial ou a
distância (BRASIL, 2009). Ficou também definido no artigo 11, inciso III, do referido
decreto, que a Comissão de Aperfeiçoamentos de Pessoal de Nível Superior , CAPES,
fomentaria, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as Ins-
tituições de Educação Superior, a “oferta emergencial de cursos de licenciaturas e de
cursos ou programas especiais dirigidos aos docentes em exercício há pelo menos três
anos na rede pública de educação básica”, denominado pela mesma como Plano Nacio-
nal de Formação de Professores (PARFOR), que tinha como objetivo a formação dos
então 330 mil professores que atuavam na educação básica e ainda não eram graduados.
Para que os professores concorressem a uma vaga nos cursos ofertados, tanto na moda-
lidade presencial quanto na modalidade a distância, esta última ofertada pela UAB, se-
jam cursos de primeira ou segunda licenciatura ou mesmo formação pedagógica, os
professores deveriam se inscrever na Plataforma Paulo Freire, disponível nas Secretarias
de Educação dos Estados e Municípios.
Ainda no âmbito da necessidade de formação de profissionais da educação, a
Conferência Nacional da Educação (CONAE), ocorrida em 2010, serviu como um fator
de efeito, para o Ministério da Educação, na elaboração da proposta do novo Plano Na-
cional de Educação, com vigência entre os anos de 2011 e 2020. As propostas deveriam
ser implementadas com esforços conjuntos da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios (BRASIL, 2010). O novo Plano Nacional de Educação tem como um
dos objetivos “garantir, em 2020, que a totalidade dos professores da educação básica
possua formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de
conhecimento em que atuam” (BRASIL, 2010, p. 88).
Nesse contexto, este artigo pretende apresentar um levantamento das políticas
públicas de incentivo à formação de professores apoiada pela educação a distância e
discutir os mecanismos empregados para a efetiva concretização dessas políticas públi-
cas.
# Tear: Revista de Educação Ciência e Tecnologia, Canoas, v.2, n.2, 2013. 4
2 A educação a distância como modalidade de ensino
A educação a distância tem sido conceituada e debatida por diversos autores, que
enfatizam alguma característica peculiar dessa modalidade, e recebe conceitos também
nas Políticas Públicas da Educação. De acordo com Moran (2002), educação a distância
é o processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, em que professores e
alunos estão separados espacial e/ou temporalmente. Ainda, de acordo com Nunes
(1994, p.1), a educação a distância é um recurso de incalculável importância como mo-
do apropriado para atender a grandes contingentes de alunos de forma mais efetiva que
outras modalidades e sem riscos de reduzir a qualidade do serviço oferecido em decor-
rência da ampliação da clientela atendida. Para Neto (2010, p.10), a expressão “educa-
ção a distância” designa muitos processos diferentes, em alguns casos, até antagônicos,
uma vez que cobre muitas metodologias que jamais poderiam conviver sob o mesmo
teto conceitual.
O conceito de Educação a Distância no Brasil é definido oficialmente no Decre-
to 5.622 de 19 de dezembro de 2005 no artigo 1º (BRASIL, 2005):
Para fins desse decreto, caracteriza-se a educação a distância como modali-
dade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de
ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de in-
formação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo ativi-
dades educativas em lugares ou tempos diversos.
Nas políticas públicas, encontramos sua inserção na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional de 1996, no artigo 80, no qual fica definido que “o Poder Público
incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em
todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada”. No Plano Nacional
da Educação, a educação a distância tem como objetivo auxiliar, de forma eficaz, o pro-
cesso de universalização e democratização do ensino reduzindo, com isso, as desigual-
dades regionais e déficits educacionais (BRASIL, 2001).
Historicamente, foram utilizados meios de aprendizagem na modalidade a dis-
tância; Alves (2011) credita o ano de 1728 como uma marco inicial na educação a dis-
tância, com um curso por correspondência anunciado pela Gazeta de Boston. Mais adi-
ante, em 1850, em países da Europa, foram ofertados “educação e treinamento àqueles
que, por um motivo ou outro, não podiam chegar até uma escola” (LITTO, 2010, p. 25).
Com o objetivo de oportunizar acesso em carreiras variadas, eram oferecidos cursos de
autoaperfeiçoamento de diferentes técnicas modernas de agricultura e conserto de reló-
# Tear: Revista de Educação Ciência e Tecnologia, Canoas, v.2, n.2, 2013. 5
gios, motores, entre outros, para aqueles que não moravam em cidades grandes e, por
isso, não tinham acesso a esses cursos. Em 1858, na Inglaterra, iniciaram-se os cursos
de ensino superior, por correspondência, ofertados pela Universidade de Londres, tendo
como alguns de seus alunos, do curso de Direito, Mahatma Gandhi e Nelson Mandela
(LITTO, 2010).
No Brasil, a diversidade na educação a distância revela-se como uma marca nes-
sa modalidade, tais como, cursos por correspondência ofertados pelo Instituto Universal
Brasileiro; por rádio, ofertados pelo Instituto Monitor; por televisão, o Telecurso; por
multimídias, videoconferência, internet o Instituto Ensinar de Desenvolvimento Social-
IESDE (NETO, 2010; ALVES, 2011).
O início de cursos de ensino superior na modalidade a distância, no Brasil ocor-
reu em 1979, pela Universidade de Brasília, a qual veiculava seus cursos por meio de
jornais e revistas. Em 2005 foi criada a Universidade Aberta do Brasil, em uma parceria
com o MEC, tendo como prioridade a formação inicial e continuada de professores,
além de reduzir as desigualdades na oferta de ensino superior e desenvolver um amplo
sistema nacional de educação superior a distância. Como metodologia de ensino, inici-
almente os cursos eram ofertados no formato somente de material impresso e a entrega
era feita utilizando o sistema nacional de correspondência. Já na primeira década do
século XX, os cursos eram ofertados no formato de filmes, passando para rádio na ter-
ceira e na quarta décadas; e na década de 50, passou a ser utilizada a televisão para a
oferta desses cursos; atualmente existem novos e sofisticados recursos eletrônicos para a
realização de cursos na modalidade a distância utilizando as mais variadas tecnologias
da informação e comunicação (TIC). Segundo Alves (2011, p. 8), “a educação a distân-
cia pode ser considerada a mais democrática das modalidades de educação pois, se utili-
zando de tecnologias de informação e comunicação, transpõe obstáculos à conquista do
conhecimento”.
As experiências brasileiras, na educação a distância são muitas e, sejam elas go-
vernamentais ou privadas, essa modalidade mobilizou grandes contingentes técnicos e
recursos financeiros nada desprezíveis (NUNES, 1994; NETO, 2010) tendo sempre co-
mo objetivo principal a democratização do acesso à instrução, por meio dos processos
educativos. Na Tabela 1 são apresentados dados estatísticos referentes ao crescimento
das matrículas nos cursos de graduação ofertados na modalidade a distância no Brasil
nos últimos 13 anos.
# Tear: Revista de Educação Ciência e Tecnologia, Canoas, v.2, n.2, 2013. 6
Tabela 1 – Crescimento das matrículas, em cursos de graduação a distância.
Cursos Alunos Alunos Pre- Total da gra-
Ano
EAD EAD sencial duação
1995 01 352 1.759.351 1.759.703
2000 10 1.682 2.692.563 2.694.245
2001 16 5.359 3.025.395 3.030.754
2002 46 40.714 3.479.913 3.520.627
2003 52 49.911 3.887.022 3.936.933
2004 107 59.611 4.163.733 4.223.344
2005 189 114.642 4.453.156 4.567.798
2006 349 207.206 4.676.646 4.883.852
2007 408 369.766 4.880.381 5.250.147
2008 647 727.961 5.080.056 5.808.017
Fonte: ABED (2013, p. 39)
Observa-se nos números dessa tabela um crescimento significativo ocorrendo
principalmente a partir de 2007 e de 2008, com a participação dos alunos matriculados
em cursos EaD passando respectivamente dos 5% e dos 10% do total de matriculados
em cursos de graduação. Também pode ser observado um crescimento importante no
número de cursos ofertados na modalidade a distância, com crescimentos significativos
de ano para ano. É possível creditar a esses aumentos aos incentivos do governo, através
das políticas públicas, ao desenvolvimento de novos cursos de graduação ofertados na
modalidade a distância.
A aceitação da educação a distância, tanto na sociedade em geral quanto dentro
da comunidade de profissionais da educação continua crescendo exponencialmente; sua
difusão pelas instituições e pesquisadores acabou por romper e derrubar resistências e
desconfianças, culminado com a igualdade de procura nessa modalidade (NETO, 2010;
LITTO, 2010). O reconhecimento da Educação a Distância contribuiu para o aumento
de cursos nessa modalidade, sejam de natureza privada ou pública. Com objetivo de
normatizar esta oferta e garantir a qualidade dos cursos, foi criado pelo Secretário da
Educação Superior do MEC (SESu) o Grupo de Trabalho de Educação a Distância para
# Tear: Revista de Educação Ciência e Tecnologia, Canoas, v.2, n.2, 2013. 7
a Educação Superior (GTEADES), de acordo com portaria 37 de 2 de setembro de 2004
(ALAMIDA, 2009). Dentre as finalidades do grupo, é possível citar:
Art. 2° Compete ao Grupo de Trabalho de que trata o artigo anterior realizar
estudos, pesquisas, debates, palestras, seminários regionais ou nacionais com
a participação das IES, sociedades científicas, empresas e outros setores or-
ganizados da sociedade, direta ou indiretamente envolvidos com a Educação
a Distância, com vistas à preparação do Documento “Ações Estratégicas em
Educação Superior a Distância em Âmbito Nacional”.
Segundo Almeida, “a Educação Presencial e a Educação a Distância possuem,
basicamente, o mesmo objetivo, que é a formação educativa com qualidade dos indiví-
duos nos vários Níveis de Ensino” (2009, p. 68). Desse modo, o GTEADES estabeleceu
algumas recomendações referentes à regulamentação da Educação a Distância, entre as
quais se destaca a de que se “garantam os princípios de uma educação de qualidade para
todos e se realize a expansão da Educação a Distância de forma democrática, com pro-
dução científica de conhecimento sobre seus processos e resultados e com divulgação de
suas conquistas” (GTEADES/SESU/MEC, 2005, p. 3).
Ainda como forma de garantir a qualidade da Educação a Distância, foram pro-
duzidos pela Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação 1, os Refe-
renciais de Qualidade para Educação Superior a Distância, tendo como objetivo apre-
sentar “um referencial norteador para subsidiar atos legais do poder público no que se
referem aos processos específicos de regulação, supervisão e avaliação da modalidade
citada (SEED/MEC, 2007, p. 2,). Desse modo, é possível observar que o governo está
preocupado em garantir a qualidade da educação a distância, pois “no contexto da polí-
tica permanente de expansão da educação superior no país, implementada pelo MEC, a
EaD coloca-se como uma modalidade importante no seu desenvolvimento”
(MEC/SEED, 2007, p. 2).
3 A educação a distância na formação de professores
Os últimos anos mostraram alguns problemas estruturais decorrentes de um ce-
nário no qual parecia não haver um pensamento estratégico em educação. De um lado,
um déficit na formação de novos professores, decorrente de equívocos em políticas de
1
Hoje extinta, com seus programas vinculados ao SECADI (Secretaria de Educação Continuada, Alfabe-
tização, Diversidade e Inclusão).
# Tear: Revista de Educação Ciência e Tecnologia, Canoas, v.2, n.2, 2013. 8
expansão das universidades federais. De outro lado, uma falta de incentivo aos estudan-
tes, que não viam vagas em número suficiente nas universidades federais (BRASIL,
2007). A valorização do magistério, no que tange à formação inicial e continuada dos
profissionais da educação e à melhoria da educação no país, está diretamente relaciona-
da com a elevação da qualidade de vida e formação das pessoas, de modo a garantir o
desenvolvimento do país por meio de avanços científicos e tecnológicos.
Em se tratar da formação inicial e continuada dos profissionais da educação bá-
sica, a Lei de Diretrizes e Bases de 1996, no artigo 62, definiu que os profissionais da
educação básica devem possuir formação mínima necessária, de ensino superior em
cursos de graduação com licenciatura plena (BRASIL, 1996). Como forma de garantir
aos professores o acesso aos cursos de graduação, o governo definiu, por meio das polí-
ticas públicas e de legislações, que os mesmos poderiam fazer uso da educação a distân-
cia como forma de acesso a esses cursos. Algumas dessas políticas seguem descritas
abaixo:
a) Na Lei de Diretrizes e Bases de 1996, o artigo 87 inciso III define que os
Municípios, Estados e União deverão “realizar programas de capacitação para
todos os professores em exercício, utilizando também, para isso, os recursos
da educação a distância”;
b) O Plano Nacional da Educação de 2001 definiu que somente seriam admiti-
dos novos professores, na educação básica, que possuíssem as qualificações
mínimas exigidas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, e também defen-
deu o uso e desenvolvimento de cursos de graduação a distância, para a for-
mação dos professores;
c) No Plano de Desenvolvimento da Educação ficou estabelecido que a Univer-
sidade Aberta do Brasil, por meio da educação a distância, em comum acordo
com os Municípios, Estados e Distrito federal ficam comprometidos a ofertar
cursos de formação inicial e continuada aos professores para o sistema publi-
co de educação básica (BRASIL, 2007).
Avaliando as políticas públicas e as reformas implementadas na área da educa-
ção dos últimos 13 anos, foi possível concluir que o Ministério da Educação assumiu
um compromisso em reduzir o número de crianças fora das escolas, a defasagem série-
idade, e fomentar a formação inicial e continuada, além da a valorização do profissional
# Tear: Revista de Educação Ciência e Tecnologia, Canoas, v.2, n.2, 2013. 9
da educação utilizando, para isso, diversos programas educacionais já comentados ante-
riormente no artigo.
Avaliando os dados do Censo dos Professores do Magistério da Educação Básica
de 2003 (INEP, 2003) encontram-se dados alarmantes, em que somente 65,88% dos
professores da educação básica possuem formação superior em licenciatura. Como uma
forma de aumentar esse percentual, culminando com um dos objetivos do novo Plano
Nacional da Educação, no qual fica definido que até 2020 todos os professores devem
possuir a formação mínima exigida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, o go-
verno indica a educação a distância como aliada no maior alcance dos profissionais da
educação, assim como “educadores e estudiosos buscaram alternativas aos sistemas
tradicionais que pudessem atender estas necessidades [...] a educação a distância é uma
possibilidade que está se consolidando no país e ganhando visibilidade política” (PE-
DROSA, 2003, p. 68).
Tabela 2 – Crescimento das matrículas, em cursos de graduação em licenciatura a distância.
Matricula Matricula
Total Ma- Matricula Matricula Licenciatura
Ano Licenciatura Educação a
triculas Presencial EAD
Presencial Distância
2001 3036113 3030754 290580 5359 5359
2002 3520627 3479913 357095 40714 38811
2003 3936933 3887022 838193 49911 47191
2004 4163733 4163733 877140 59611 51459
2005 4567798 4453156 891929 114642 78402
2006 4883852 4676646 873774 207206 149808
2007 5250147 4880381 846345 369766 215728
2008 5808017 5080056 818632 727961 341118
2009 5954021 5115896 771669 838125 420094
2010 6379299 5449120 928748 930179 426241
2011 6739689 5746762 926780 992927 429549
Fonte: INEP (2009, p. 27); INEP (2011, p. 95)
# Tear: Revista de Educação Ciência e Tecnologia, Canoas, v.2, n.2, 2013. 10
Tabela 3 – Número de concluintes em cursos de graduação em licenciatura a distância.
Concluintes Concluintes
Total Concluinte
Ano Licenciatura Pre- Licenciatura
Licenciatura
sencial EAD
2002 133259 131547 1712
2003 145859 141854 4005
2004 188871 182125 6746
2005 207834 196073 11761
2006 188963 170265 18698
2007 184105 169021 15084
2008 209676 167096 42580
2009 241536 154530 87006
2010 233306 161354 71952
2011 238107 160883 77224
Fonte: INEP (2011, p.95)
Ao analisar os dados do Resumo Técnico Censo da Educação Superior de 2009,
foi possível constatar aumento no número de matrículas nos cursos de graduação em
licenciatura na modalidade a distância de quase seis vezes do ano de 2001 para o ano de
2002 e um crescimento de quase oitenta vezes quando for comparado todo o período
considerado (Tabela 2). Apesar da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de
1996 ter sido responsável pela inserção da educação a distância como uma forma de
acesso ao ensino, somente após o vigor do Plano Nacional da Educação de 2001 que foi
possível observar um crescimento de significativo de alunos matriculados nos cursos de
graduação de licenciatura na modalidade a distância.
Em relação ao número de concluintes (Tabela 3), foi possível observar um cres-
cimento de 12,1% de concluintes da licenciatura EAD no ano de 2008, podendo esse
fato estra diretamente relacionado com o PDE de 2007, que incentivava a formação de
professores fazendo uso de universidades que ofertavam graduação em licenciatura na
modalidade a distância. É possível também constatar que a educação a distância foi a
principal modalidade que culminou com o aumento do número de concluintes nos cur-
sos de licenciatura, pois, não podemos observar um incremento significativo de conclu-
# Tear: Revista de Educação Ciência e Tecnologia, Canoas, v.2, n.2, 2013. 11
intes nos referentes cursos na modalidade presencial. Contudo, nos cursos da modalida-
de a distância, os incrementos são evidentes, o que leva a concluir que a educação a
distância tem sido uma modalidade de grande importância na formação de professores.
4 Considerações Finais
A educação a distância surgiu como uma modalidade a ser utilizada como meio
auxiliar para a educação presencial e, por possuir uma abrangência ampla e ser capaz de
superar as barreiras geográficas e climáticas de um país de tamanho continental como o
Brasil, tem se tornado de extrema importância no sistema de educação do país.
O crescimento da educação a distância no Brasil ainda é sutil, mas com os avan-
ços das tecnologias da informação e comunicação e os constantes incentivos do governo
perante as necessidades de inclusão no sistema educacional a todos que, por motivos
diversos, ainda não o têm, aponta para uma tendência real de crescimento.
Perante as políticas públicas que têm como objetivo o incentivo à formação ini-
cial dos profissionais da educação, a modalidade de ensino a distância mostra-se como
uma importante ferramenta para que os professores possam ter acesso ao sistema de
educação superior, superando as barreiras de tempo e espaço e, conjuntamente com as
propostas da União em ampliar a Universidade Aberta do Brasil e superar a falta de
recursos financeiros.
Dessa forma, com a educação a distância como aliada das políticas públicas, há
uma grande chance de que sejam atendidos os objetivos de formação, em educação su-
perior em licenciatura, de 100% dos professores da educação básica até 2020 garantin-
do, assim, o crescimento de um País com estudantes críticos.
Não se pode esquecer que não bastam apenas os incentivos do governo de for-
mação inicial e continuada dos profissionais da educação: mostra-se de extrema impor-
tância a valorização desses profissionais no que tange aos planos de carreira e à melhor
qualidade das escolas.
LA EDUCACIÓN A DISTANCIA COMO UNA AYUDA EN LA FORMACIÓN
DE PROFESORES
Resumen: Es necesario aumentar el número de profesores con título de grado en sus
áreas específicas para trabajar en la educación básica de las escuelas públicas en el país
con el gobierno que fomentaron diversas políticas de incentivos para la formación inici-
al y profesionales de la educación continua. Y , como una ayuda para el acceso a estos
# Tear: Revista de Educação Ciência e Tecnologia, Canoas, v.2, n.2, 2013. 12
cursos de formación profesional , la Unión y el Ministerio de Educación indican la mo-
dalidad de educación a distancia como un facilitador para dicho acceso . Este trabajo es
una revisión de la literatura de las políticas públicas y leyes dirigidas a los procesos de
formación de los docentes , que presentan algunas estadísticas del Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira y la Associação Brasileira de Educa-
ção a Distância de los últimos 13 años. Por lo tanto , se puede afirmar , a través del cre-
cimiento en el número de cursos ofrecidos y el número de registros que la educación a
distancia es un aliado importante en la formación de profesores para la educación básica
en las escuelas públicas del país.
Palabras clave: Educación a distancia, la formación docente, la política pública.
Referências
AGUIAR, M. A. da S. Avaliação do Plano Nacional de Educação 2001-2009: Ques-
tões para Reflexão. Educ. Soc., Campinas, v. 31, n. 112, p. 707-727, jul.-set. 2010.
Disponível em: <http://www.cedes.unicamp.br > Acesso em: 30 set. 2013.
ABED, Associação Brasileira da Educação a Distância. Relatório Analítico da Educa-
ção a Distância no Brasil de 2009, São Paulo: Pearson Education do Brasil,2011. Dis-
ponível em:< http://www.abed.org.br/censoead/censoeadbr2010.pdf>. Acesso em 01
set. 2013.
ALMEIDA, M. I. M. Regulamentação e Políticas. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2009.
ALVES, L. Educação a distância: conceitos e história no Brasil e no mundo. Revista
Brasileira de Aprendizagem. Rio de Janeiro, v.10, p. 83 – 92 , 2011. Disponível em
<http://www.abed.org.br/revistacientifica/Revista_PDF_Doc/2011/Artigo_07.pdf >.
Acesso em: 10 dez. 2012.
BRASIL, Declaração Mundial sobre Educação para Todos: satisfação das necessi-
dades básicas de aprendizagem Jomtien 1990. Unesco, 1998. Disponível em:
<http://unesdoc.unesco.org/images/0008/000862/086291por.pdf > Acesso em 29 set.
2013.
BRASIL, Decreto 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Regulamenta o artigo 80 da Lei
no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF,20 dez. 2005.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/
D5622.htm>.Acesso em 30 set. 2013.
BRASIL, Decreto 6.755 de 29 de janeiro de 2009. Institui a Política Nacional de For-
mação de Profissionais do Magistério da Educação Básica, disciplina a atuação da Co-
ordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior -CAPES no fomento a
programas de formação inicial e continuada, e dá outras providências. Diário Oficial
[da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 30 jan. 2009. Disponível em:
# Tear: Revista de Educação Ciência e Tecnologia, Canoas, v.2, n.2, 2013. 13
<http://www.educacao.ba.gov.br/midias/documentos/decreto-6755-de-29-de-janeiro-de-
2009-parfor > Acesso em 30 set. 2013.
BRASIL, Lei n°11.892, de 29 de dezembro de 2008. Institui a Rede Federal de Educa-
ção Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação, Ci-
ência e Tecnologia, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa
do Brasil. Brasília, DF, 29 jan. 2008. Disponível em:<
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11892.htm> Acesso em
01 nov. 2013.
BRASIL, Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 23
dez. 1996. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf> Acesso em
28 set. 2013.
BRASIL, Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e programas.
Ministério da Educação, 2007. Disponível em : <
http://portal.mec.gov.br/arquivos/livro/livro.pdf> Acesso em 27 set. 2013.
BRASIL, Plano Nacional de Educação. Unesco, 2001. Disponível em:
<http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001324/132452porb.pdf> Acesso em 29 out.
2013.
BRASIL, Plano Nacional de Educação. Ministério da Educação, 2010. Disponível em:
< fne.mec.gov.br/images/pdf/notas_tecnicas_pne_2011_2020.pdf> Acesso em 30 out.
2013.
BRASIL, Projeto de Lei 4155, de 1998. Aprova o Plano Nacional da Educação. Diário
da Câmara do Deputados, ano LIII- n2 042, Brasília, DF, 12 mar 1998. Disponível em:
< http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=25633>
Acesso em 29 set. 2013.
GTEADES/SESU/MEC. Ações Estratégicas em Educação Superior a Ditância em
Âmbito Nacional. Brasília, 2005. Disponível em: 30 out.
2013.<http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/acoes-estrategicas-ead.pdf>, Acesso
em: 30
INEP. Censo dos Professores do Magistério da Educação Básica 2003. Disponível
em : <http://portal.inep.gov.br/profissionais-do-magisterio>. Acesso em 01 set. 2013.
INEP. Resumo Técnico Censo da Educação Superior de 2009. Disponível em : <
http://download.inep.gov.br/download/superior/censo/2009/resumo_tecnico2009.pdf>.
Acesso em 01 set. 2013.
INEP. Resumo Técnico Censo da Educação Superior de 2011. Disponível em : <
http://download.inep.gov.br/educacao_superior/censo_superior/resumo_tecnico/resumo
_tecnico_censo_educacao_superior_2011.pdf >. Acesso em 01 set.2013.
# Tear: Revista de Educação Ciência e Tecnologia, Canoas, v.2, n.2, 2013. 14
LITTO, F.M. Aprendizagem a distância. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de
São Paulo. 2010. 96p.
MORAN, J. M. O que é educação a distância. Universidade de São Paulos.2002. Dis-
ponível em: < http://www.eca.usp.br/moran/dist.htm> Acesso em 03 out. 2013.
NETO, A. S. Cenários e Modalidades da EAD. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2010.
NUNES, I. B. Noções de Educação a Distância. Disponível
em:<http://pt.scribd.com/doc/21015548/Artigo-1994-Nocoes-de-Educacao-a-Distancia-
Ivonio-Barra-NUNES> Acesso em 03 out. 2013.
PEDROSA, S. M. P. de A. A educação a distância na formação continuada do pro-
fessor. Universidade Federal do Paraná, Revista Educar, Curitiba, n.21, p67-81, 2003.
Disponível em: < http://pt.scribd.com/doc/5109226/A-educacao-a-distancia-na-
formacao-do-professor> Acesso em 03 out. 2013.
PETERS, O. A educação a distância. São Leopoldo: Unisinos, 2002.
SEED/MEC, Referenciais de Qualidade para Educação Superior a Distância. Brasí-
lia, 2007. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/legislacao/refead1.pdf> Acesso em 30 out.
2013.
# Tear: Revista de Educação Ciência e Tecnologia, Canoas, v.2, n.2, 2013. 15