Curriculo Do Ii Ciclo
Curriculo Do Ii Ciclo
° C'ICiLO
00
ENSINO SECUNDARl'O
REFORMA CURRICULAR
···~:1·;~·t·'f~:(n~
INSTITUT() NACl~NALh~.iNv~~IG~~~~)\•
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''' DESENVOLVIMENTO
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373.5.011.33(673) A 1 I
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Caracterizac;äo Global do Contexto Angolano e Respectivo Sistema Educativo .. „. „ . „ 5
Caracterizac;äo Gera] do 2.° Ciclo do Ensino Secundario „ „ „ „ „ „ „ „ „ „ „ „ „ „ „ „ „ „ „ „ „ „ 8
Estrutura Curricular ....... „ . „ .....•...................................................... „ ......... „ ......•.. 11
Perspectivas que Fundamentam as Opc;6es Tomadas a Nivel da Sociedade,
Educac;äo, Ensino-Aprendizagem e Principios Gerais de lntervenc;äo Educativa „ „ „ . 17
Orientac;6es Didacticas Gerais ................... „ .................. „ .......•.................... „ ......... 19
Modelo de Avaliac;äo Adoptado „ „ „ „ „ „ „ „ „ „ „ „ „„ „ „ „ „ „ „ „ „ „ „„ „ „ „ „ „ „ „ „ „ „ „ „ „ „ 24
Caracteristicas Gerais dos Progra1nas do Ensino Secu11därio . „ ••.. „ ............. „. „ ......... 29
Bibliografia ................. „ .. „ ... „ „ ......................................•........•....... „ ................•.. „ 31
2. ° Ciclo do En_~ino Secunda.riQ
5
Curriculo
A guerra em Angola sempre foi uma constante destabilizadora, dando origem a um
empobrecimento cada vez maior do Estado, das populac;öes e da ja escassa rede escolar.
Grandes fluxos de populac;äo dirigiram-se para as cidadcs consideradas mais seguras,
o que aumcntou a ja grande concenlrnc;äo de populac;äo nas capitais de certas provincias,
i1omeada1ne11te no Lubango, Benguela e, principahne11te, en1 Lua11da. Assün, 1nais de
metadc da populac;äo escolar distribui-se pelas provincias de Luanda (30% ), Benguela
(11,4%) e Bulla (13% ). Nas restantes provincias, essa frequencia näo alcanc;a os 10%.
A fragile sobressaturada rede escolar do pais sucumbe, principalmente, nas provincias
citadas. Em Luanda, ha muito que näo existe a classe de iniciac;äo. A pirämide de popula-
~äo esco1ar e mais ampla nos nfveis inferiores no Ensü10 de Base, havendo 70,4% no 1. 0
nivel, 10,9% no 2. 0 nivel e 5,8% no 3.0 nivel.
De 1990 a 1992, a taxa bruta de escolaridade atingiu ccrca de 82% no Ensino Prima-
rio.
A parfü de 1992, a situac;äo piora, estimando-se que o numero de crianc;as em idade
pre-escolar ultrapasse os dois milhöes, inas so1nente 1 o/o dessas criant;as te1n acesso ao
ei1sü10.
No ano lectivo de 1994/95 foram matriculadas cerca de 101 mil crianc;as, o que equi-
vale a uma taxa bruta de matricula na ordern dos 15%. A populac;äo em idade escolar,
dentro do sistema escolar das 6 aos 14 anos, e de 4 290 000 e fora do sistema e de 2 020
442, o que representa 41,3%.
No ano lectivo de 1996, da populac;äo angolana em idade escolar dos (6 aos 14 anos),
cerca de 70% corria o risco de cair no analfabetismo por falta de oportunidade de acesso
a rede escolar. Segundo estimativas, a taxa de analfabetismo e de 60%. A populac;äo
analfabeta com mais de 15 anos em 1995 foi estimada em cerca de 4111ilh6es de pessoas,
das quais 2,5 milh6es säo mulheres. Para atenuar o fraco poder de absorc;äo da rede
escolar foram criados, 110 ensino primRrio, o 11orcirio triplo e as tur1nas plet6ricas, co1n 60
a 80 alunos.
Eneste co11texto, deveras adverso, que se ll1icia1n os prhneiros passos para a prepa-
rac;äo da 2.' Reforma do Sistema de Educac;äo. Ern 2001, a Assembleia Nacional da
Republica de Angola aprovou a Lei de Bases do Sistema de Educac;äo (Lei 13/01 de 31
de Dezembro).
Este documenta contem o esboc;o do que se pretende com esta acc;äo e define o
11ovo sistema cuja estrutura integra os segui11tes Subsistemas:
- Subsistema da Educac;äo Pre-Escolar;
- Subsistema do Ensino Gera!;
- Subsistema do Ensino Tecnico-Profissional;
- Subsistema da Formac;äo de Professores;
- Subsistema da Educac;äo de Adultos;
- Subsistema do Ensino Superior.
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2.° Ciclo do Ensino Secundario
0 Subsistema do Ensino Gera! e constituido por:
- Ensino Primario de seis classes (basico obrigat6rio);
- Ensil10 Secundilrio que integra dois cjclos, co1n a durai;;äo de tres anos cada.
0 Subsiste1na da Formagäo de Professores estrutura-se nos seguü1tes 11fveis com a
dura~äode guatro a seis anos, respectivame11te:
- Medio Normal;
- Superior Pedag6gico.
Cornpreende ainda ao;;öes que se enguadram 11a formagäo per1nane11te:
- Agrega,ao Pedag6gica;
- Aperfei,oamento.
De nota:r que este novo projecto de sistema de educa,äo esta a ser preparado num
co11texto n1uito precärio ern que os investirnentos 11a educagäo säo pratica1ne11te nulos,
face ao mar de 11ecessidades e dificuldades. A rede escolar näo co11heceu aume11to si-
gnificativo, tendo sido apenas remodeladas algumas dezenas de escolas e consh·uidas
outras ta11tas, especialme11te 11a provincia de L,uanda, e que albergaräo a experirne11ta-
\;äo da Reforma Curricular.
Face a esta situac;:äo, seria apropriado para o sucesso da tarefa ingente que o Minist€rio
da Educac;:äo te1n ein rnäos - a Refor1na Educativa - que se fizesse1n investin1entos de
vulto a fi1n de garantir o seu sucesso.
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Currfculo
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2._0 _C[clo do
__ Ensinp_~ecun<:Jario
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Currfculo
Dentro desse guadro contempla um conjunto de dois grandes objectivos:
• «Preparar o h1gresso no mercado de trabalho e/ou 110 subsistern.a de e11sino supe-
rior»;
• «desenvolver o pensamento !6gico e abstracto e a capacidade de avaliar a aplica-
~äo de modelos cientfficos na resolw;äo de problemas da vida pratica».
i'
Perfil de Saida dos Alunos da 12.a Classe
Os dois grandes objectivos ja referidos permitem, depois de ampliadas as suas
dimensöes, completar o perfil de saida dos alunos deste ciclo com os pontos gue se
segue111:
• favorecer a utilizac;äo da Lingua Portuguesa com correcc;äo e fluencia 11os dife-
rentes modos de comunicac;äo;
• assegurar as condic;öes necessclrias para que os alunos possarn exprimir-se co1n
flue11cia, pelo 1nenos 11uma outra lingua estrangeira;
• assegurar que os alunos se ide11tifiquem criativamente co1n a realidade angolan_a,
proporcionando conhecünentos s6lidos sobre a sua hist6ria, geografia, aspectos
socioculturais e sociode1nogräficos;
• proporcionar as bases te6ricas necessärias para que os alu11os se fa1niliarizem co1n
alguns grandes sistemas de interpretac;äo da realidade;
• favorecer a formac;äo profissional das jovens atraves da preparac;äo tecnica e tec-
nol6gica com vista a entrada no mundo do trabalho;
• pron1over o dese11volvimento, consolida~äo e aprofundamento de formas cientifi-
: 1
cas de raciocinio;
• promover o desenvolvll11ento de tecnicas de pesquisa co1no base de enriqueci-
mento dos conhecimentos;
• desenvolver capacidades de integrac;äo, elaborac;äo e assimilac;äo de informac;öes
e me11sagens;
• assegurar o desenvolvimento de capacidades de observac;äo e de analise crftica;
• fomentar o desenvolvimento de atitudes e capacidades de relacionamento inter-
pessoal com base num espirito de confianc;a e cooperac;äo;
• favorecer o desenvolviine11to da autonomia pessoal, refor~ada i1un1a co11sci€11cia
critica dos interesses e valores;
• incentivar o co11l1ecirnento pelos valores da autodisciplina, da persist€ncia e do
trabalho;
• desenvolver atitudes de respeito e de solidariedade para com as pessoas e povos
de diferentes culturas.
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ESTRUTURA CURRICULAR
0 2.° Ciclo do E11sh10 Sect111diirio constitui-se simultci11ean1ente como un1 fecl10 da
formac;ao geral e uma preparac;ao basica para a futura carreira de estudos ou profissio-
11al.
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Curriculo
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-----~2=·~~C~i~c~lo~d=o _Ensino Secundario
0
_____p_~~-~~p_l_~~~~~---------------------1-------- - ----,-------------~-C?!~-~~~-~~~~~~~---------------------------------------------
For1nacäo Geral : 10.a ! 11.a 1 12.a ! Total do Curso
Lfngua Portuguesa 4 3 3 300
Llngua Estrangeira 3 3 3 270
Matenui.tica 5 4 4 390
lnforincltica 4 120
Educacäo Fisica 2 2 2 180
Filosofia 2 2 120
Forinacäo Especifica
4 4 4 360
4 4 4 360
4 4 4 360
2 2 120
2 2 120
30 30 30
Total Anual 900 900 900 2700
13
Curriculo
=~---
2 2 120
Total 30 27 27
Total Anual 900 810 810 3320
2 2 120
Total 26 27 25
Total Anual 780 810 750 3340
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___________________________._ _ 2.° Ciclo do ;:nsi110 Secu_i:idario
0 'äo 2 2 l20
Total 27 28 25
TotalAnual 8l0 840 750 2270
0 elenco disciplinar das op<;6es nesta area e constituido pela Psicologia e pela
Sociologia.
A imple1nentac;äo dos pla11os c11rriculares requer u1n indximo de 30 horas se1na~
nais para as tres classes.
Especifica<;Öes para a Forma<;äo Especifica:
Introdu<_;äo a Econontla - orie11tada predo1ninante111e11te para o prosseguimento de
estudos na vertente eco116mica te11do con10 finalidades gerais «proporcio11ar u1na base
1
texto local, regional e global», asshn co1no «conh·ibuir para a con1pree11säo das questöes
de 11atureza eco116111ica e facilitar op~6es ein tern1os de orienta~äo vocacio11al».
Intrndu<;äo ao Direito - com a finalidade de permitir a inclusäo de conhecimentos
basicos indispensaveis para o prosseguimento de estudos. Pretende ainda possibilitar a
compreensäo do que e o Direito, a explora<;äo de Hist6ria do Direito e da diversidade
de situa~öes sociais e poHticas a que se aplica a fün de co1npree11der realidades no co11-
texto i1acional e inter11acio11al.
Desenvolvimento Ec0116mico e Soda! - cuja finalidade geral e a de conh'ibuir para a
realiza<;äo integral do aluno - nesta fase terminal do ensino geral e com estatuto de aluno
pre-u11iversitario - betn con10 para a sua sensibiliza~äo relativa1ne11te äs proble1118-ticas
socioeco116111icas e ecogeogrtificas, i1uma perspectiva 1nulti e tra11sdiscipli11ar.
Lingua Estrangeira II - de toda a pertinencia para os alunos que pretendam seguir
os cursos de Letras.
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Os alu11os que optaran1 pelas Ciencias I-Iun1a11as, e que freque11tara1n duas li11guas
estrangeiras 110 1.° Ciclo do EnsiI10 Secundcirio, teräo prog.ramas de co11tinuac;;äo para
cada u1na delas. Caso co11trcirio, a Lh1gua Estrangeira II, Fra11ces ou I11gles tera u1n pro-
grama de iniciac;;äo.
Literatura/literaturas/literaturas de Expressäo Portuguesa - considcrando a necessi-
dade de os alunos teren1, näo s6 co11hecimentos de literatura angolana, n1as ta1nb€m
de outras de expressäo porluguesa.
Desenho e Teoria e Pratica do Design - disciplina justificadarnente integrada nurna
s6, por co11siderar-se bäsica para a preparac;äo dos alu11os para o c11rso de Artes Plästi-
cas, Arquitectura, Dese11l10 Grt'ifico e outros afins. 0 Desenho h1cluir8. co11telldos de
dese11ho t€c11ico, a11atomia artistica e outros.
Tecnicas de Expressäo Artistica - considerada co1no vertente pratica que poderci
dotar 0 aluno de urna sensibilidade para 0 trabalho artislico ligado a analise e organiza-
<;äo formal.
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2. ° Ciclo do E.nsino Secundario
A educac;äo escolar e antes de tudo uma pratica social imbuida de forte func;äo
socializadora e person_alizadora. Isto significa que a escola e a educac;äo alicen;;am todo
o seu progra1na nun1a deter1ninada forn1a de entender as relac;öes entre o dese11volvi-
111e11to 11u111ano e o co11texto social e cultural no qual, se1npre e necessaria1ne11te, este
desenvolviine11to ten1 lugar.
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Currfculo
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Estes postu.lados, quando reflectidos ein ter1nos educativos, converte1n-se, pela
forc;a da sua implicac;äo, ern prindpios eslruturadorcs da acc;äo pedag6gica que devcrn
informa.T todo o curriculo. Com efeito, o assumJr da natureza pcssoal, social e colabora-
tiva do conl1ecimento e o modelo activo, fu11cional e estrutural da co11struc;äo, coloca a
educac;äo escolar desafios e compromissos i111portantes, como seja1n:
• uma noc;äo de pessoa entendida como um ser ern desenvolvimento em relac;äo
com o a1nbiente social e cultural .011de se situaj
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________________ --~2~·-0 ~C~iclo do Ensino Sec:!Jndario_
Epistemol6gicas/Pedag6gicas:
selecc,;äo, sequencializac,;äo e apresentac,;äo de conteüdos
A selecc;äo, organizac;äo e seque11cializac;äo dos conteUdos C u1na decisäo to1nada
atravCs da conjugac;äo e co11flu&11cia de diversos ca111pos e factores:
- o modelo curricular adoptado;
- o paradigma educativo eo modelo pedag6gico de referencia;
- as teorias psicol6gicas sobre o desenvolvin1ento cog11itivo n1oral;
- a an:ilise de estrutura co11ceptual 16gica dos co11teUdosj
- a anillise da estrutura conceptual psicol6gica <los co11teUdos.
Relativamente ao paradigma educativo c ao modelo, ou modelos pedag6gicos que
sustenta, muito se joga i10 do1ninio da decisäo politica. As opc;öes 11este terreno säo, ern
pri111eira ll1stäncia, co11dicionadas (porque co11dicionadoras) do 1nodelo de Sociedade,
I-Iomem e Co11l1eci1nento que se deseja co11struir. Mas, na base destas op~öes e en1
coerencia com as mes1nas, e 11ecessärio esh·uturar u1na teoria do ensi110 cie11tificamente
alicen;;ada sobre o con11ecime11to co1npreensivo dos processos pelos quais nos for-
mamos e dese11volve1nos. E assim que, ein fu~1c;äo do desenvolvimento das investi-
gac;öes 110 ca111po da episte1nologia ge11etica, o ce11tro das Teorias do En,si110 e da
Aprendizagen1 gravita, 11a actualidade, em tor110 do eixo episte1nol6gico de «Corno
aprende1nos co1no deven1os ensinar», ou seja, qeven1os fu11da1nentar e radicar os 11os-
sos processos de ei1sino no do1ninio dos processos de construc;äo do co11hecilnento e
mecanis1nos de aprendizagem.
E neste quadro te6rico e co1npree11sivo que deve1nos situar a questäo da progra-
ma,ao de unidades de ensino. No fundo, trata-se, como o diz Luis de] Carmen (1996),
de dar resposta cie11lifica1nente enquadrada a questöes co1no:
- Que conteUdos säo mais i.J11porta11tes i10 processo de ensh10?
- Co1110 os deven1os aprese11tar aos alu11os de for1na que Tesulten1 compree11siveis,
i11teressantes e relacio11äveis com as suas ideias e co11l1ecllne11tos previos?
- Co1110 estabelecer u1n desenvolvllnento progressivo?
- Corno pote11ciar as relac;öes entre difere11tes co11teUdos?
Estrutura Epistemol6gica
0 primeiro aspecto fundamental a ter em conta quando se fala de estrutura psi-
col6gica do co11hecünento e a pr6pria estrutura receptora das alunos. Esta e detern1i-
nada em fu11c;äo dos processos cogi1itivos gerais e padröes de desenvolvimento social e
mmal, pr6prios do nivel de desenvolvimento (estudados por Piaget e Kolberg) e das
ideias pr€vias dos alunos.
19
Curricula
As representai;;Oes mentais organizam-se segundo esh·uturas conceptuais, co1i_strul-
das e solidificadas ao 1011go do processo de desenvolvime11to. Estas estruturas, para as
quais os construtivistas, desde J. Piaget, c11a1naram a aten\'.äo, dese1npenhan1 u1na
fu11c;;äo mediadora 11as relac;;6es co111 o 1neio e säo, coino tal1 detern1inantes na aquisic;;äo
do conl1ecilne11to. E em func;;äo das estruturas con_cepluais previas, ou seja, as estru-
turas fo.rmadas e adquiridas anterior1nente, que asshnila1nos e apre11den1os novos
dados, quc interpreta1nos o reale organiza111os as ao:;öes.
De acordo com a teoria construtivista (Ausubel, 1973), podemos considerar dois
tipos gerais de aprendizagem:
- n1ecä11ica: qua11do o sujeito ii_äo e capaz de estabelecer rela<;;6es entre os co11l1eci-
111entos que jä possui e os novos;
- significativa: quando h& rela<;;äo e11tre os co11l1ecime11tos a11teriores e os novos.
Estes conhecimentos säo, assim, integrados na estrutura cog11itiva do individuo,
dando origem a assimila<;äo e acomodat;äo de significados.
A aprendizagem significativa, porque realizada atraves de uma constru<;äo pessoal
e h1tegradora, traduz-se em apre11dizagens duradouras e mais operat6rias. A apren-
dizagem mecänica, un1a vez que näo se concretiza numa apropria<;;äo pessoal, e rigida
(pouco operat6ria) e facilmente esquecida. Acima de tudo lrata-se de uma aprendiza-
gem que sendo de certa forma exterior ao sujeito (näo ha uma integra<;äo pessoal dos
i1ovos dados 11as estruturas co11ceptuais previas) 11äo o modifica I1c1n se traduz 1Lt1ma
alterat;äo ou aprofundamento significativos da sua visäo do mundo.
As implica<;6es destas teorias na programa<;äo e sequencializa<;äo de unidades de
e11sino compree11de-se, ein prll11eiro luga1~ 11a necessidade de trabalhar os co11hecitne11-
tos pr€vios dos alunos desn1011tando e reconstruindo os co11ceitos que fu11cionam
como base (pre-requisitos) das novos dados, analisando e trabalhando os processos
cognitivos subjacentes as opera<;6es envolvidas. Com efeito, se a aprendizagem signi-
ficativa se produz atraves da interac~äo e11tre a nova informa<;;äo e os co11l1echne11tos
previos pertinentes, logo a possibilidade de aprendizagem e condicionada pelas carac-
ter:isticas das co11l1ecilne11tos previos do alu110 ein rela<;;äo aos coi1teUdos que se pre-
tende e11sinar.
20
2. ° Ciclo do Ensino SecUl)QariQ
-Apre11dizage1n supra-orde11ada: produz-se quando os conceitos aprendidos a11te-
riorn1ente se integram nun1 co11ceito 11i_ais a1nplo e h1clusivo. E o que aco11tece
co1n a ü1clusäo, por exe111plo, de diversas especies ani1nais no conccito de verte-
brado.
-Aprendizagc1n co1nbiI1at6ria: rcaliza-se guando uma nova ideia e colocada e111
rela<.;äo com outras jci existentes, rnas co1n o mes1no nivel de generalidade. Estabe-
lece1n-se1 e11täo, rcla<.;öes de 11orizo11talidade e11tre as distintas ideias precisando as
relai;öes e diferenc;as e11tre as mesn1as.
Usadas estrategicarnente ein difere11tes 1no1nentos do processo de ensino-apren-
dizage1n, estas trCs n1odalidades constituem em si u1na estrutura s61ida de organizai;äo
da pr6pria estrutura cognitiva dos alunos.
Para Ausubel, a maioria das apre11dizage11s sig11ificativas realizam-se atraves de
aprendizagens do primeiro tipo, subordenadas. Neste sentido, e fundamental que o
professor trabalbe na sua disciplina orga11izadores previos, ou seja, conceitos ou
proposü;öes u.nificadores, de grande generalidade, que, funcionando co1no conteUdos
h1trodut6rios maLc; inclusivos que os co11telldos a e11sina1~ deve1n facilita.r a relac,;ä.o dos
11ovos co11hecimentos con1 a estrutura cognitiva dos alunos, estabelecendo asshn uma
ponte enh·e o que o aluno sabe eo que precisa de saber a11tes de apre11der significativa-
me11te a tarefa em causa. Estes orga11izadores, sendo dotados de uma gra11de capaci-
dade explicativa, sä.o susceptiveis de se relacio11are1n, vertical e transversalme11te, co111
outros.
Quanta aos criterios de sequencializa<;äo, Ausubel, Novack, J-Ienesian (1983) esta-
belece1n, sob a mesma teoria, dois principios b:isicos:
- difere11ciac;äo progressiva: as ideias inais gerais e inclusivas säo aprese11tadas ein
primeiro plano, diferenciando-se progressivamente em especificidade. A apresen-
tac;äo dos orgai1izadores €, COlTIO tal, feita segu11do Ullla 11ierarquia descende11te,
na qual as ideias 1nais inclusivas ocupa1n o vertice superior e as proposü;öes, os
conceitos e factos väo sendo progressivan1ente, inenos inclusivos. Os 111apas co11-
ceptuais propostos por Novack (1982) siio um instrumento que permite represen-
tar, com precisäo, estas estruturas hier:irquicas;
- reconcilia<;äo integradora: expressa a forma pela qual se estabelecem novas
rela<;öes e11tre co11ceitos que, no decorrer da apre11dizage1n supra-orde11ada e
co1nbii1at6ria, sofrera1n modifica<;öes. Estas modificai;öes, se 11äo reh1tegradas,
provocam nos alunos o que Novack (1982) designa por dissonäncia cognitiva.
E preciso, co1no tal, organizar as seque11cias de e11sino de n1odo a demonstrar as
rela<;6es e11tre os 11ovos significados conceptuais e os co11ceitos supra-orde11ados.
21
Currfculo
Estrategias de Sequencializa.;äo
A seque11cia1izac;;äo de co11teUdos (conceitos, princlpios, procedhnentos, valores e
alitudes) deve assim quer pela sua ordem 16gica de classificac;äo e organizac;äo, quer
pela ordern psicol6gica de reconstruc;ao do conhecimento (a aprendizagem), no
do1ninio da construc;äo de conceitos, orientar-se a partir da elaborac;äo de hierarquias
co11ceptuais, co1nec;ando pelos conceitos 1nais gerais e ü1clusivos, e avanc;ando progres-
siva1ne11te para os 1nais particulares. Neste avanc;o o conceito gera] e sucessivamcnte
arnpliado ou reco11struido. Da mesma forma, tanto os contelldos te6ricos co1no os
prindpios devem ser desenvolvidos a partir do inais simples e fundamental para o
mais complexo, especifico e restritivo. 0 mes1no se passa corn as sequencias que orie11-
ta1n a forn1ac;äo eo desenvolvimento de procedilnentos mais gerais, numa versäo slln-
plificada, para introduzir depois procedhne11tos cada vez 1nais co1nplexos e especificos.
Tambem a construc;äo e o desenvolvimento de valores e sua solidificac;äo em atitudes
estäveis e duradouras passa, necessariamente, pela sua apresentai;;äo em contextos sig-
nificativos, co11cretos e vive11ciados e a sua progressiva reelabora<;;äo atraves de estrate-
gias cog11itivas e socio1norais, onde o do11U11io do co11ceito e do seu pessoal da lugar a
desce11tralizac;äo critica e a u11iversalidade.
E neste sentido que alguns autores como Reigeluth e Stein (1983) falam da necessi-
dade de, ao organizare1n-se sequencias de ensh10, se definir um epito1ne co1no ele1nen-
to articulador. 0 epitome consiste 11u1n- pequeno n-Umero de ideias gerais e simples
aprese11tadas num nivel concreto de aplica<;;äo, de forma compreensivel para os alunos.
Este epitome constitui a primeira unidade de qualquer sequencia, sendo progressi-
vamente especificado e ampliado il rneqida que o processo de ensino se desenvolve.
Eu1na u11idade relacio11al de base, näo toda a unidade e inuito me11os a sua s-Umula ou
resumo.
Segundo Luis del Carmen (1996, 137), o processo de elaborac;äo de um epitome
requer:
- seleccionar o tipo de co11te-Udos orga11izadores (pode ser u1n co11ceito, u1n prü1cl-
pio, um procedin1ento);
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2. ° Ciclo do Ensino Secundario
E'ntre oulros aspectos, ünporta:
- agrupar sempre os conceitos relacio11ados;
-variar as estrategias cogt1itivas (e1aborac;;äo de desenhos, leitura de diagra111as,
prodm;äo de textos) na sua vertente individual e de colaborac;äo ern grupo;
- cstabelecer pontualmente momentos de sintese (articulac;äo de conteudos dcntro
da unidade e fora da unidade), de sisternatizac;äo (sob a forma de resurnos), de
aplica<_;äo e tra11sferC11cia, de recapitulac;äo ii1tegradora, analogias, e acUvidades de
auto e hetero controlo da aprendizagem.
As co11siderac;;öes feitas sobre a an.ilise da estrutura interna das co11teUdos e os
processos psicol6gicos das alunos näo ]JOde1n levar-nos a supor que, uma vez aten-
didos estes factores, a questäo da organizac;äo da unidade de ensino fica resolvida.
A elaborac;äo de seguencias de actividades e a sua aplicac;äo na sala de aula supöc um
Ultimo nivel de adequac;;äo e co11cretizac;;äo das co11telldos. E, sem d-Uvida, 11a prcitica
educativa em toda a sua complexidade e especificidade (individual/turma) que os
processos il1teractivos pr6p1·ios da aprendizage1n sigr1ificativa se geram e realiza1n.
23
Currfcu~lo~-------------------
MODELO DE AVALIAC::ÄO ADOPTADO
(orientai;;öes gerais)
Considerac;6es Gerais
A actividade educativa 11äo te1n por meta atribtLir classificac;öes, n1as realizar u1na
sCrie de objectivos que se traduza1n ein ter1nos de 1nuda11c;as de con1portame11to dos
alunos. E cabe justamente a avaliac:;äo vcrificar em que 1nedida esses objectivos estäo
reahnente a ser alcanc;;ados para ajudar o aluno a avanc;ar na apre11dizage1n.
De un1 modo geral, o processo de avaliac;äo fornece h1for1nac;6es capazes de con-
duzü~ qua11do necess<irio, ao reajuste do processo de ensü10-aprendizagem para que o
ines1110 se tarne 1nais Util e eficie11te, tanto para a 1nell1oria da apre11dizage1n do aluno
como para o aperfei~oamento dos procedimentos didacticos do profess01c
Par outras palavras, a avaliac;;äo do desen1.penl10 do aluno e a forma b.isica de
retroinformai;äo (jeedback) sobre a adeguai;äo do comportamento do aluno e sobre os
procedimentos didacticos.
Este modelo de avalia<;äo da aprendizagem dos alunos abandona assim o conceito e
a func;;äo da avaliac;;äo que a ligavam esse11cialme11te a classificac;;äo e aos exa1nes. Pelo
contr<irio, ce11tra-se na sua func;;äo realimentadora do processo de ensi110-apre11diza-
gem. Prete11de-se aqui uma avaliac;;äo como reflexäo sobre o e11sino que amplia o con-
ceito e as fu11c;;öes tradicionais da avaliac;;äo.
A avaliac;;äo da aprendizage1n dos alu11os deve, pois, ser uma preocupac;;äo cons-
tante do professor na realizai;äo das suas actividades porgue e atraves dela gue podera
it1teirar-se da marcl1a positiva ou negativa dos seus esforc;;os docentes a firn de, quando
tal se revelar 11ecess<irio poder to1nar provide11cias no sentido de dese11volver activi-
dades de remedias;äo e/ou de recuperas;äo que permitam que os alunos atinjam objec-
tivos ate ai näo co11seguidos.
Conceito de Avaliac,;äo
A avaliai;äo e «O processo de identificai; obter e proporcionar informai;äo util e des-
critiva acerca do valor e do n1Erito das inetas, da planificac;;äo, da realizac;;äo e do
impacto de um objectivo determinado, com o firn de servir de guia para a tomada de
decisöes, para solucionar os proble1nas de responsabilidade e para promover a co1n-
preensäo dos fen6menos implicados» (Sluffebeam, 1998).
Avaliar sigi1ifica aqui «examinar o grau de adequac;;äo entre um conju11to de i11for-
111ac;;öes e u1n co11junto de criterios adequados ao objectivo visado te11do em vista u1na
tomada de decisäo» (De Katele citado por Martins, Alves et al, 1992). Trata-se de deter-
n1i11ar a decisäo a to1nar ein refere11cia a u1n objectivo deterrninado e no quadro do
processo de ensino-apre11dizage1n.
Co1no se pode verificar, a avaliac;;äo e u1n processo cuja etapa fi11al e a to1nada de
decisöes. Decisöes essas que pode1n abarcar o alu110, o professor eo curriculo.
24
Finalidades da Avaliac;:äo
A principal finalidade da avaliat;äo da aprendizagem e saber se o aluno esta a
aprender e saber corno o apoiar se ele tiver dificuldades.
De um rnodo geral, a avalia<;äo da aprendizagem dcstina-se a:
- verificar e opti1nizar os processos e resultados do processo de ensino/aprendizagem;
- auxiliar o aluno a precisar 1nais objectiva1ne11te as suas aspirac;;öes;
- ajudar o aluno a mel11or apreciar os seus progressos em direo;;äo aos objectivos
alvejados;
-- orientar o professor qua11to äs 11ecessidades de re1nediac;;äo ou recuperac;;äo da
aprendizagem dos alunos, seja individualmente, en1 grupo ou para toda a tur1na;
- levar o professor a reflectir sobre o seu e11sil10, a fll11 de o levar a realizar as modi-
ficac;;öes e os reajustes que se revelarc1n 11ecess8-rios;
- classificar e certificar os co11}1ecünentos e as compete11cia.s adquirldas ao nfvel do
sabe1; isto C, do dominio cognitivo (conl1ecime1Ttos, procedimentos e destrezas
mentais), do saber-ser, isto <§, do do1ni11io afectivo (satisfac,;äo, inteTeSS€S, valoreS,
atitudes) e da saber-fazer, isto e, da do1nin_io psicamoto1; orientac;öes espacial e
te1nporal, expressäo coTporal, coorde11a<;;äo psicomotora, 1nanejo de ute11sf1ios,
manipulac;öes, auton1atizac;äo.
Func;:6es da Avaliac;:äo
Pode dizer-se, em sh1tese, que säo tres as fu11c;öes da avaliac;äo: diagrl6stico, co11trolo
da aprendizagern e hierarquizat;äo e classificat;äo.
- Fun<;äo de diagn6stico, quando lern por objectivo esclarecer condit;öes e possibili-
dades de aprendizagem ou de execu<;äo de urna ou determinadas tarefas por
parte do aluno.
- Fun1;äo de controlo da aprendizagern, quando lern o prop6sito de se inteirar se os
objectivas de e11sino estäo a ser ou näo alca11c;ados e o que e preciso fazer para
rnelhorar o desernpenho do aluno individual ou da tmma.
- Fun<;;äo de 11ierarquizac;äo e c]assificac;äo, qua11do, ap6s u111 per:iodo de apre11diza-
gern se deseja saber o desempenho do aluno ou da turma e que pode assurnir
dois aspectos:
a) aspecto de hierarquizat;äo, quando informa em relai;äo ao desernpenho de um
alu110 Oll de uma turma (se foi excelente, bom, medio, razo8.vel Oll deficie11te);
b) aspecto de classificai;äo, quando procura estabelecer urna ordern classificat6ria,
quanto ao rendimento de um grupo de alunos submetido ao mesmo processo
de e11sino-apre11dizage1n.
25
Curricula~-----
Prindpios Orientadores
Corno principios orientadores, a avaliac;äo deve:
- ser coerente - necessidade de sh1tonia enb·e a avaliac;äo e as ou_tras componentes
do CUrrfcu}o, isto i§, OS objectiVOS, OS contelidos e a metodologia;
- ser integral -- dirjgir-se tanto aos conhechnentos, quanto as capacidades e aos valo-
res;
- contribuir paxa a aprendizagern - i1äo Jiinitar-se a medir o que o aluno sabe, mas
tambt§1n deve gerar novas situac;öes de aprendizagem;
- ter caräcter posHivo - valorizar o que o alu110 jä sabe e e capaz de fa:z.er en1 cada
mornento;
- ser diversificada - necessidade da utilizac;äo de tec11icas e instn11ne11tos de avaliac;äo
miiltiplos e diferenciados;
- ser transparente - a11ular o secretis1no a que a avaliac;äo se enco11tra tradiciona1-
111ente associada, pern1itindo que os alu11os tenl1a1n acesso ao que espera deles, e
co11he<;a1n os parämetros e criterios de avaliac;äo a utilizar.
Modalidades de Avaliac;äo
A avalia<;äo interve1n de ma11eira especlfica antes, durante e depois da acc;äo. As
1nodalidades que se väo considerar säo a diag116stica, a for1nativa e a su1nativa.
Avalia.;;äo Diagn6stica
Aplica-se esta modalidade de avalia1;äo fundamentalmente no inicio de novas apren-
dizage11s, sejam estas representadas por u1na sin1ples unidade de e11sino, por u1n se-
gmento mais longo do programa escolar (em trimestre, em semestre) ou pelo programa
escolar de todo um ano lectivo, com a ü1ten<;äo de constatar se os alunos aprese11tam ou
11äo 0 domfnio das pr€-requisitos, isto e, OS co11]1ecime11tos, atitudes OU aptid6es ll1dis-
pensaveis a aquisi1;äo de outros que deles dependem. Par outras palavras, trata-se de
saber verificar se os alunos possue1n os co11l1ecime11tos, as atitudes e habilidades
ilnprescindiveis para as novas aprendizagens.
A sua finalidade e verificar se o alu110 estci 11a passe de certas apre11dizage11s ante-
riores que serve1n de base a unidade que se vai iniciar e, aü1da, detectar as causas
subjacentes a dificuldades de aprendizagens ajudando-se o aluno a supera-las antes de
ü1iciar a 11ova u11idade.
Avalia.;;äo Formativa
A avaliac;äo for1nativa, con10 func;äo de controlo e realizada durante o ano lectivo
COlTI0 intuito de verificar 8€ OS alunos estäo atii1gi11do OS objectiVOS previstos, isto €,
quais os resultatlos alca11<;ados dura11te o dese11volvilne11to das actividades.
26
0
_ _ _ -----------~2. _Qiclo do Ensino Sec;~mdario
A sua finalidade e informai· OS alunos e OS professores do grau de realizac;äo dos
objectivos. I)or outras palavras, trata-se de determinar o grau de do1nh1io a1ca11c;;ado
nun1a actividade de aprc11dizage1n e rea1c;ar as partes näo domi11adas.
Quanta mais frequente for a aplicac;ao das provas de avaliac;ao forrnaliva, que lam-
ben1 incluem h·abalhos para casa, maiores säo as possibilidades de 11os aproxhnarmos
da avaliac;äo conth1ua, au1nenta11do forteme11te as possibilidades de sucesso educativo
dos alunos.
Assim, devern aplicar-se, 110 mfniino, no flln de cada subte1na corrigiT-se, 1nas 11äo
1
Avaliac;äo Sumativa
Esta rnodalidade aplica-se no firn de um periodo relativamente longo de ensino
(u1na ttnidadc te1ncitica), tt111 periodo (trimestre, se1nestre, ·un1 ano escola1~ etc.) e tem
con10 finalidade sancionar (positiva ou negativamcnte) u1na actividade de aprendiza-
gc1n a firn de contabilizar este resultado com vista a classificac;;äo, selecc;;äo, etc. e ide11ti-
ficar os objectivos que os diversos alu11os näo atii1gi.ra1n de modo a ajudä-los se o
momento de aplicac;ao da prova for no final de uma unidade longa ou de um periodo.
Par oulras palavras, ela destina-se a estabelecer um balarn;o.
Deve incidir essencialme11te sobre os co11teUdos bäsicos ou esse11ciais e fornecer
dados sobre a aprendizagem dos alunos relativamente aos objectivos considerados.
E a modalidade que permite, por controlo co11tü1uo por exa1ne ou por sistemas
1
Tecnicas de Avaliac;äo
Processa-se atraves de tecnicas subjectivas e objectivas.
As tecnicas subjectivas abrange1n «instrun1e11tos cujos resultados, ein gra11de parte,
dependem do juizo pessoal do avaliador».
27
Curriculo ------~~-
Instrumentos de Avalia~äo
Existe uma grande variedade de instrun1entos que o professor tern ao seu dispor
para deter1ninar o nive] de desen1pe11ho apresentado pelos alunos, en1 fu11c;äo das
objeclivos propostos.
Para realizar urna avaliac;äo adequada, 110 enta11to, e ü11presci11dfvel utilizar instru-
1nentos quc proporcionen1 dados correctos.
Os instrumentos de avaliac;äo 1nais usados nas escolas säo as provas orais, escritas e
präticas.
Provas orais
As provas orais decorre111 co1n base no diälogo entre o professor e al1u1os. l:Zealizam-
-se n1ais apropriadamente pelo interrogat6rio que, se for ulilizado constantemente 110
decorrer da aula ap6s determinado 116-mero de aulas e 110 fh1al de u1na u11idade did8-c-
1
Provas escritas
As provas escritas säo as provas que pode1n ser usadas em qualquer aula, co1no
testes aplicados no final de uma aula ou no inicio da seguinte, para o professor cerli-
ficar-se sobre o que o aluno aprendeu e saber, entäo que ru1no dar aos traball1os da
1
Provas pr.iticas
As provas praticas colocam o examinando diante de dificuldades concretas ou ficti-
cias, para a soluc;äo das quais tera de fazer uso de ele1nentos concretos e te6ricos. Estas
provas, ale1n de averiguarem o conhecime11to te6rico, aferem 11abilidades, segura11~a e
do1nf11io de tec11icas, be1n co1no o manejo de i11strumentos especializados.
28
·---~2.. ° Cic:lo do Ensino Secundario
CARACTERISTICAS GERAIS
DOS PROGRAMAS DO ENSINO SECUNDARIO
29
Currfculo
e a classe co1n que vai traball1a1: Pe11sa-se, assim, que esta visäo que se proporciona ao
professor o ajuda a integrar-se como um elemento da sua escola, do grupo de profes-
sores da sua disciplina e, particuJarmente, do grupo de professores das mes1nos alunos
(€ ein Ultima an.ilise para os levar ao sucesso educativo gue a cscola existc) e, fi11al-
mente, se integre 11a co1nu11idade cnvolven_te, tendo-a em conta no desenvolvünento
da currlculo.
30
BrBLIOGRAFIA
1. CA:J"ELA, Maria Emilia e VASCONCELOS, Maria Luiza, Guia de Avaliaqiio da Rendi-
mento Escolar. Didactica Editora, Lisboa, 1979.
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Buenos Aires, 1971.
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Säa Paula, 1994.
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8. NERICI, Imideo G, Introduqiio aDidactica Geral, Editora Atlas S.A., Säa Paula, 1991.
31