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PDF Praticas de Geraao Transmissao e Distribuiao de Energia Eletrica Compress

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Roger
Direitos autorais
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Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
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PRÁTICAS DE GERAÇÃO,

RANSMISSÃO E
TDISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA
ELÉTRICA
Prof. João Lucas de Souza Silva
Prof. Mendelsson Rainer Macedo Neves
Profa. Michelle Melo Cavalcante

Indaial – 2021
2a Edição
Copyright
Copyrig ht © UNIASSE
UNIASSELLVI 2020

Elaboração:
Prof. João Lucas de Souza Silva
Prof. Mendelsson Rainer Macedo Neves
Profa. Michelle Melo Cavalcante

Revisão, Diagramação e Produção:


Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
UNIASSELVI

Ficha catalográca elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri


UNIASSELVI – Indaial.

S586p
Silva, João Lucas de Souza

Práticas de geração, transmissão e distribuição de energia


elétrica. / João Lucas de Souza Silva; Mendelsson Rainer Macedo Neves;
Michelle Melo Cavalcante.
Cavalcante. – Indaial: UNIASSEL
UNIASSELVI,
VI, 2021.
248 p.; il.
ISBN 978-65-5663-681-8
ISBN Digital 978-65-5663-676-4
1. Energia elétrica. - Brasil. I. Silva, João Lucas de Souza. II.
Neves, Mendelsson Rainer Macedo. III. Cavalcante, Michelle Melo. IV.
Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 621

Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Convidamos você a conhecer o Livro Didático de
Práticas de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica (GTD),
este livro trará até você o estudo prático de sistemas de geração trifásica
de energia elétrica, linhas de transmissão e estações transformadoras. Nesse
caso,frequência
com consideraremos queuma
ajustável, o sistema sejatransmissão
linha de composto por um gerador
trifásica trifásico
simulando linha
curta, média e longa e estações transformadoras, além do sistema de medição
trifásica com analisador de energia industrial e dispositivos de aplicação de
cargas ativas e reativas de valores diversos.
O livro está dividido em três unidades, de modo que siga uma
sequência didática dos conteúdos a serem estudados
e studados ao longo da disciplina.
Em cada unidade você encontrará conteúdos baseados em práticas e
situações que ocorrem na área de sistemas de potência, proporcionando
a você, acadêmico e futuro engenheiro, a aplicação de conceitos vistos em
outras disciplinas (eletromagnetismo, eletrônica de potência, sistemas de
potência, máquinas elétricas, controles, circuitos elétricos etc.).
A Unidade 1 traz os conceitos inicias referentes ao Sistema Elétrico
Brasileiro, com informações como sua estrutura, características e um
panorama do balanço energético nacional. Nesta unidade, serão apresentados
os conceitos básicos dos principais sistemas de geração de energia elétrica e
seus métodos de geração de energia.
A Unidade 2 tem como foco a segunda etapa presente no caminho
da energia elétrica, a transmissão de energia elétrica, sendo apresentados
os materiais e componentes que compõem uma linha de transmissão, tais
como condutores, isoladores e estruturas. Serão apresentados os parâmetros
necessários
sua para realizar a modelagem de uma linha de transmissão tal como
operação.
A Unidade 3 se dedicará a distribuição de energia elétrica, a etapa
em que estão presentes as cargas de um sistema elétrico de potência, ou
seja, as unidades consumidoras. Nesta unidade, é apresentado como está
subdividido o sistema de distribuição, através de seus alimentadores e
subestações na rede, além de como as características das cargas inuenciam
nas perdas nessa etapa e no funcionamento de todo sistema GTD. Com
esta proposta de material, pretendemos trazer a você, acadêmico, uma
ampla e rica experiência de aprendizado na área de Geração, Transmissão e
Distribuição de Energia Elétrica, bons estudos!
Prof.ª Michelle M. Cavalcante, Prof. Mendelsson Neves e Prof. João
Lucas S. Silva
NOTA

Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é


o material base da disciplina. A partir de 2017,
2017, nossos livros estão de visual novo, com um
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se


preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente,
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.

Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão.

Todos esses ajustes foram pensados


pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para
para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de


Desempenho de Estudantes – ENADE.

Bons estudos!
E
LEMBRET

Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela


um novo conhecimento.

Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento,


conhecimento, construímos, além do livro
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem,
aprendizagem, por meio dela você
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizage
aprendizagem,
m, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.

Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!


SUMÁRIO
UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ..................................................................1

TÓPICO 1 — SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA .................................................................3


1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................3
2 ESTRUTURA ........................................................................................................................................4
3 CARACTERÍSTICAS ..........................................................................................................................6
3.1 GERAÇÃO .......................................................................................................................................7
3.2 TRANSMISSÃO ..............................................................................................................................
................................................................................................ .............................. 8
3.3 DISTRIBUIÇÃO ..............................................................................................................................9
4 BALANÇO ENERGÉTICO NACIONAL ......................................................................................10
5 CIRCUITOS DE CORRENTE ALTERNADA............................................................................... 13
5.1 ELEMENTOS BÁSICOS EM CA.................................................................................................
......................................................................................... ........ 14
5.2 TENSÕES E CORRENTES ALTERNADAS ALTERNADAS MONOFÁSICAS MONOFÁSICAS ............................................... 16
5.3 GERAÇÃO DE TENSÕES E CORRENTES ALTERNADAS ALTERNADAS TRIFÁSICAS TRIFÁSICAS ..........................18
.......................... 18
5.4 FASORES
FASORES ..............................................................................................
........................................................................................................................................
.......................................... 19
5.5 POTÊNCIA ELÉTRICA................................................................................................................
....................................................................................................... ......... 20
5.6 FATOR DE POTÊNCIA................................................................................................................
....................................................................................................... ......... 21
6 OS VALORES
VALORES POR UNIDADE (p.u.) ............................................................................................ 22
RESUMO DO TÓPICO 1.....................................................................................................................24
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................26

TÓPICO 2 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: CONCEITOS BÁSICOS ......................29


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................29
2 CONCEITOS BÁSICOS ...................................................................................................................29
3 MODELAGEM
MODELAGEM DE COMPONENTCOMPONENTES ES DE SISTEMAS
SISTEMAS DE ENE ENERGIA RGIA ELÉTR ELÉTRICA ICA .......
.............
...........
..... 32
3.1 CHAVES E DISJUNTORES..........................................................................................................33
3.2 BARRAS .........................................................................................................................................34
3.3 LINHAS DE TRANSMISSÃO .....................................................................................................
............................................................................................ ......... 37
3.4 TRANSFORMADORES ...............................................................................................................
...................................................................................................... ......... 40
3.5 GERADORES.................................................................................................................................
....................................................................................................... .......................... 41
3.6 CARGAS.........................................................................................................................................43
CARGAS.........................................................................................................................................43
RESUMO DO TÓPICO 2.....................................................................................................................46
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................47

TÓPICO 3 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: MÉTODOS DE


GERAÇÃO DE ENERGIA ......................................................................................... 51
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................51
2 GERADORES SÍNCRONOS ...........................................................................................................51
2.1 CARACTERISTICAS ELÉTRICAS ............................................................................................. 52
2.2 CIRCUITO EQUIVALENTE
EQUIVALENTE DO GERADOR ...........................................................................
.................................. ......................................... 52
2.3 POTÊNCIA 54
3 MÉTODOS DEEM GERADORES
OPERAÇÃO SÍNCRO
SÍNCRONOS
NOS ..........................................................................
DE GERADORES SÍNCRONOS ..............................................55
3.1 O GERADOR SÍNCRONO
SÍNCRONO OPERANDO ISOLADO .............................................................. 55
3.2 OPERAÇÃO EM PARALELO DE GERADORES SÍNCRONOS............................................ 58
3.3 MÉTODOS DE SINCRONIZAÇÃO
SINCRONIZAÇÃO........................................................................................... 64
4 MODELAGEM DE GERADORES SÍNCRONOS .......................................................................67
4.1 CURVAS
CURVAS DE CAPACIDADE
CAPACIDADE DE GERAÇÃO........................................................................... 69
4.1.1 Limite de aquecimento da armadura................................................................................69
armadura................................................................................69
4.1.2 Limite de aquecimento do enrolamento de campo ........................................................70
4.1.3 Limite de potência primária ...............................................................................................71
4.1.4 Limite de estabilidade .........................................................................................................71
4.1.5 Limite de excitação mínima ...............................................................................................72
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................
............................................................................................................
............ 74
RESUMO DO TÓPICO 3.....................................................................................................................78
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................79

REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................82

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ...................................................... 85

TÓPICO 1 — SISTEMAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA


ELÉTRICA: INTRODUÇÃO ..................................................................................... 87
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................87
2 CARACTERÍSTICAS DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO ......................................................87
2.1 CLASSIFICAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO .......................................................... 88
2.2 COMPARAÇÕES
COMPARAÇÕES ENTRE TRANSMISSÃO EM CA E A TRANSMISSÃO EM CC ............ 91
2.3 OS SISTEMAS HVDC DE TRANSMISSÃO TRANSMISSÃO .............................................................................. 92
3 COMPONENTES DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO .............................................................94
3.1 CABOS CONDUTORES ..............................................................................................................94
3.2 ISOLADORES E FERRAGENS ...................................................................................................96
3.3 TORRES ..........................................................................................................................................98
3.4 PÁRA-RAIOS ..............................................................................................................................100
3.5 EFEITO CORONA ......................................................................................................................101
4 CONSTRUÇÃO DE UMA LINHA DE TRANSMISSÃO ........................................................102
RESUMO DO TÓPICO 1...................................................................................................................103
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................104

TÓPICO 2 — PARÂMETROS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO ...........................................107


1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................107
2 INDUTÂNCIA DAS LTs ................................................................................................................107
2.1 CÁLCULO DA INDUTÂNCIA ................................................................................................108
2.2 FLUXO CONCATENADO ........................................................................................................108
2.3 FLUXO CONCATENADO
CONCATENADO COM A CORRENTE EM UM INDUTOR ............................... 110
2.4 RAIO REDUZIDO DE UM CONDUTOR ...............................................................................114
2.5 INDUTÂNCIA EM LINHA MONOFÁSICA .........................................................................115
2.6 INDUTÂNCIA EM LINHA TRIFÁSICA ................................................................................118
3 CAPACITÂNCIA DAS LTs LTs ................................................................................................
............................................................................................................
............ 121
3.1 CAPACITÂNCIA
CAPACITÂNCIA DE LINHA MONOFÁSICO (BIFILAR) ..................................................122
.................................................. 122
3.2 CAPACITÂNCIA
CAPACITÂNCIA DE LINHAS TRIFÁSICAS TRIFÁSICAS ........................................................................ 124
4 RESISTÊNCIA DAS LT LTss....................................................................................................
.................................................................................................................
............. 126
5 TRANSPOSIÇÃO DE UMA LINHA DE TRANSMISSÃO ....................................................127
RESUMO DO TÓPICO 2...................................................................................................................131
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................132
TÓPICO 3 — MODELAGEM DE LINHAS DE TRANSMISSÃO ............................................135
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................135
2 MODELO DE LINHAS ...................................................................................................................135
2.1 LINHAS CURTAS.......................................................................................................................
............................................................................................. .......................... 136
2.2 LINHAS LONGAS......................................................................................................................
........................................................................................... ........................... 137
2.3 MATRIZ
MATRIZ ADMITÂNCIA
ADMITÂNCIA DA REDE ........................................................................................ 139
2.4 FLUXO DE POTÊNCIA NA LINHA .......................................................................................142
3 FLUXO DE POTÊNCIA NO POWERWORLD ...........................................................................146
3.1 ANÁLISE DO CASO
CASO BASE .......................................................................................................
............................................................................................. .......... 148
3.2 CONTINGÊNCIA – DESLIGAMENTO SIMULTÂNEO SIMULTÂNEO DAS LINHAS ............................ 149
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................
..........................................................................................................
.......... 153
RESUMO DO TÓPICO 3...................................................................................................................156
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................157

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................159

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ....................................................161

TÓPICO 1 — ASPECTOS GERAIS DE DISTRIBUIÇÃO ..........................................................163


1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................163
2 SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO ....................................................................................................163
2.1 SISTEMA DE SUBSTRANSMISSÃO........................................................................................165
SUBSTRANSMISSÃO........................................................................................165
3 SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO PRIMÁRIA – ALIMENTADOR ALIMENTADOR PRIMÁRIO ................... 168
3.1 ALIMENTADOR
ALIMENTADOR PRIMÁRIO RADIAL SIMPLES ................................................................. 170
3.2 INTERLIGAÇÃO DE EMERGÊNCIA DO CIRCUITO PRIMÁRIO .................................... 171
3.3 ALIMENTADOR
ALIMENTADOR PRIMÁRIO SELETIVO ............................................................................... 173
3.4 SISTEMA EM ANEL...................................................................................................................
........................................................................................... ........................ 174
3.5 REDES SUBTERRRÂNEAS – SPOT NETWORK ................................................................... 175
4 ESTAÇÕES TRANSFORMADORAS – ETs ...............................................................................176
5 SECCIONAMENTO DO ALIMENT ALIMENTADOR ADOR PRIMÁRIO ......................................................... 177
6 SISTEMA SECUNDÁRIO..............................................................................................................178
RESUMO DO TÓPICO 1...................................................................................................................182
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................183

TÓPICO 2 — SUBESTAÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO..................................................................... 185


1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................185
2 CLASSIFICAÇÃO DAS SUBESTAÇÕESSUBESTAÇÕES ................................................................................... 185
2.1 FUNÇÃO DAS SUBESTAÇÕES
SUBESTAÇÕES ........................................................................................
...............................................................................................
....... 186
2.2 NÍVEL DE TENSÃO DAS SUBEST SUBESTAÇÕES.............................................................................
AÇÕES............................................................................. 186
2.3 TIPO DE INSTALAÇÃO
INSTALAÇÃO DAS SUBESTAÇÕES SUBESTAÇÕES ..................................................................... 187
2.4 OPERAÇÃO DAS SUBESTAÇÕES
SUBESTAÇÕES .......................................................................................... 187
3 EQUIPAMENTOS DAS SUBESTAÇÕES SUBESTAÇÕES ................................................................................... 187
3.1 TRANSFORMADOR
TRANSFORMADOR ..................................................................................................................
.......................................................................................... ........................ 190
3.2 DISJUNTOR .................................................................................................................................191
3.3 RELIGADOR ...............................................................................................................................194
3.4 CHAVE
CHAVE FUSÍVEL........................................................................................................................
.............................................................................................. .......................... 194
3.5 CHAVE SECCIONADORA
SECCIONADORA .......................................................................................................
.............................................................................................. ......... 195
3.6 CHAVE DE ATERRAMENTO
ATERRAMENTO..........................................................................................
...................................................................................................
......... 196
3.7 PARA-RAIOS...............................................................................................................................
..................................................................................................... .......................... 197
4 CONFIGURAÇÕES DE BARRAMENTOS DE SUBESTAÇ SUBESTAÇÕES ÕES ........................................... 197
4.1 BARRAMENTOS SIMPLES OU ÚNICO.................................................................................197
4.2 BARRAMENTOS SIMPLES – DOIS CIRCUITOS DE SUPRIMENTO................................ 198
4.3 BARRAMENTOS DUPLOS.......................................................................................................
................................................................................................. ...... 199
4.4 BARRAMENTO EM ANEL .................................................................................................
.......................................................................................................
...... 202
5 LOCALIZAÇÃO DA SUBESTAÇÃO ..........................................................................................203
RESUMO DO TÓPICO 2...................................................................................................................204
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................205

TÓPICO 3 — CARACTERÍSTICAS E PREVISÃO DE CARGA ...............................................207


1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................207
2 CARACTERÍSTICAS DA CARGA ..............................................................................................207
2.1 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA .............................................................................................
......................................................................................... .... 208
2.2 TIPO DE ATUALIZAÇÃO DA ENERGIA.............................................................................. 208
2.3 DEPENDÊNCIA DA ENERGIA ELÉTRICA .......................................................................... 208
3 DEMANDA .......................................................................................................................................209
4 CONCEITO DE DIVERSIDADE ..................................................................................................212
5 FATORES UTILIZADOS NA DISTRIBUIÇÃO ........................................................................215
5.1 FATOR
FATOR DE DEMANDA ......................................................................................................
.............................................................................................................
....... 216
5.2 FATOR
FATOR DE UTILIZAÇÃO ..................................................................................................
.........................................................................................................
....... 217
5.3 FATOR
FATOR DE CARGA ....................................................................................................................
............................................................................................ ........................ 218
RESUMO DO TÓPICO 3...................................................................................................................221
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................223

TÓPICO 4 — QUEDA DE TENSÃO ...............................................................................................225


1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................225
2 TENSÕES NOS
N OS ALIMENT
ALIMENTADORES ADORES ........................................................................................... 225
3 CÁLCULO DE QUEDA DE TENSÃO .........................................................................................229
3.1 QUEDAS DE TENSÃO PROVOCADAS POR CARGAS CONTÍNUAS ............................ 230
3.2 RAIO DE AÇÃO DE UM ALIMENTADOR
ALIMENTADOR............................................................................ 232
4 SITUAÇÕES PRÁTICAS DE QUEDA DE TENSÃO ...............................................................234
LEITURA COMPLEMENTAR....................................................................................................
..........................................................................................................
...... 239
RESUMO DO TÓPICO 4...................................................................................................................243
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................244

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................246
UNIDADE 1 —

GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender o circuito equivalente de um gerador trifásico;
• avaliar o funcionamento de geradores trifásicos dentro de um sistema
de potência;
• avaliar como a tensão de terminal do gerador trifásico varia com a carga;
• operar um gerador trifásico e controlar sua frequência de saída;
• sincronizar um gerador trifásico com a linha usando o método
método das tr
três
ês
lâmpadas apagadas;
• sincronizar um gerador trifásico com a linha usando um sincronoscópio.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três
três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
TÓPICO 1 – SISTEMAS ELÉTRICOS
ELÉ TRICOS DE POTÊNCIA
TÓPICO 2 – GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: CONCEITOS BÁSICOS
TÓPICO 3 – GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: MÉTODOS DE
GERAÇÃO DE ENERGIA

CHAMADA

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos


em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração,
concent ração, assim absorverá
melhor as informações.

1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1

SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA

1 INTRODUÇÃO
A energia elétrica está presente em diversas atividades de nosso dia
a dia e é um bem sem o qual não podemos viver hoje. Sendo necessária para
o desenvolvimento humano e social da população. Países que possuem baixa
oferta de energia elétrica tendem a ser menos desenvolvidos do que os que não
a possuem. E para isso são necessários diversos processos ocorrerem até que a
energia elétrica chegue na unidade consumidora de forma que possa ser utilizada.
O Sistema Elétrico de Potência (SEP) torna isto tudo possível com a
aplicação de tecnologias que contribuem em cada etapa de transformação da
energia elétrica.
geradores, Segundo Monticelli
transformadores e Garcia (2011), linhas
elevadores/abaixadores, um SEPde étransmissão
formado pore
alimentadores de distribuição.
No Brasil, o SEP é estruturado através do Sistema Interligado Nacional
(SIN) sendo composto por empresas das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste,
Nordeste e parte da região Norte, sendo que o único estado não conectado ao
sistema é Roraima, permanecendo isolado. O SIN é um sistema de geração e
transmissão de energia elétrica com forte predominância de usinas hidrelétricas e
com múltiplos proprietários, considerado único em âmbito mundial.
Neste tópico abordaremos uma visão geral do funcionamento de sistemas de
energia elétrica:
a estrutura geração,
do SEP transmissão
brasileiro e como eé distribuição. Incialmenteesquemática,
feita sua representação será apresentada
suas
características e um panorama do Balanço Energético Nacional (BEN) elaborado e
publicado anualmente pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Relembraremos também conceitos básicos de circuitos de corrente
alternada, serão discutidos alguns conceitos de potência complexa, de potência
ativa e potência reativa. Serão vistos tanto circuitos monofásicos como
polifásicos (bifásicos e trifásicos), em particular situações para circuitos trifásicos
estacionários. Além do cálculo de grandezas através de valores por unidade, um
método de cálculo muito utilizado nos SEPs.

3
UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

2 ESTRUTURA
A estrutura de um SEP compreende os sistemas de geração, transmissão
e distribuição de energia elétrica. Na geração temos a presença de centrais de
produção de energia elétrica com subestações de transformação que interligam
essas centrais às linhas de transmissão, que ao chegar na etapa de distribuição
temos as cargas conectadas ao sistema.
Para PINTO (2014), um sistema elétrico de potência é uma estrutura
complexa, quase sempre interligada regional ou nacionalmente, que necessita de
estudos sérios para seu planejamento e operação. A representação do sistema
elétrico segundo PINTO (2014), é mostrada na Figura 1, na qual temos as três
costumeiras etapas de um sistema de potência, indicando as tarifas de uso do
sistema de transmissão (TUST) e distribuição (TUSD) envolvidas.

FIGURA 1 – ETAPAS
ETAPAS DE GERAÇÃO,
GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

FONTE: Pinto (2014, p. 23)

Como a maior parte da energia produzida no Brasil é de origem


hidráulica, conforme o BEN publicado pela EPE, temos, então, que na etapa de
geração, ainda conforme Monticelli e Garcia (2011), os geradores transformam
energia mecânica em energia elétrica e injetam potência elétrica gerada na rede
de transmissão, sendo a energia mecânica fornecida por turbinas hidráulicas ou a
vapor. No último caso, tem origem no carvão, gás, nuclear, óleo, bagaço de cana,
entre outras.
Na etapa de transmissão temos tanto a transmissão em corrente alternada
(CA) e a transmissão em corrente contínua (CC), cada uma delas apresenta um
melhor custo benefício em relação à outra, a depender do local e condições em
que serão instaladas.

4
TÓPICO 1 — SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA

Apesar de termos no Brasil linhas que transmitem em CC, na maior parte


do território há a presença de linhas CA. As razões de escolha da CA em relação
CC, conforme Pinto (2014), são:
• Para grandes quantidades de energia, a geraç
geração
ão de eletricidade em CA é mais
econômica do que em CC.
• Os motores que funcionam por meio de uma alimentação em CA são mais
baratos.
• Quando se empr
emprega
ega a alimentação em CA, o uso de tr transformadores
ansformadores é, então,
permitido, tornando possível alterar os níveis de tensão ou correntes elétricas.
• A transformação de CA para CC é barata e eciente, além de ser bem mais
simples do que o caminho inverso, ou seja, de CC para CA, que envolve
envo lve maior
complexidade de equipamentos e custos.
Para Kagan, Oliveira e Robba (2010), o sistema de distribuição de energia
é dividido em Sistema de Subtransmissão e Sistema de Distribuição, este último
com subdivisão em Distribuição Primária e Secundária. A subtransmissão tem
a função de realizar a transferência de energia da etapa de transmissão para a
distribuição, já que os níveis de tensão de transmissão são muito altos além de
poder haver consumidores para as tensões de subtransmissão (138 kV, 69 kV)
que necessitam de uma alta potência, tais como grandes instalações industriais,
estações de tratamento e bombeamento de água.
Na etapa de distribuição temos a transformação da alta tensão vinda
das subestações de subtransmissão para média tensão, para fornecimento a
consumidores da distribuição primária. Os clientes da distribuição primária por
necessitarem de maior potência, devido às cargas presentes no local, possuem
em seus locais, suas próprias subestações de transformação que realizam a
transformação para baixa tensão assim como ocorre na distribuição secundária,
porém com a diferença de que um transformador atenderá diversos clientes
próximos a ele. A representação do diagrama unilar adotada por Kagan, Oliveira
e Robba (2010) pode ser vista na Figura 2.

5
UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

FIGURA 2 – DIAGRAMA UNIFILAR DE SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA

FONTE: Kagan, Oliveira e Robba (2010, p. 3)

3 CARACTERÍSTICAS
O sistema atual de energia elétrica brasileiro é baseado em grandes usinas
de geração, cuja energia gerada é transmitida através de sistemas de transmissão
de alta tensão, que atingem os sistemas de distribuição de média e baixa tensão,
nos quais estão os consumidores. Podemos dizer que os objetivos principais do
SEP são:
• gerar energia elétrica em quantidade suciente, nos locais mais apropriados;
• transmiti-la em grandes quantidades aos centros de carga;
• distribuí-la aaos
os consumidores individuais com os índices de qualidade
(frequência,
• menor custotensão etc.) apropriados;
econômico e ecológico possível.
Desde a década de 1990 o modelo do setor elétrico brasileiro vem sofrendo
diversas mudanças, com a criação da ANEEL (Agência Nacional de Energia
Elétrica), agente regulador e scalizador da produção, transmissão, distribuição
e comercialização de energia. Foi criado também o ONS – Operador Nacional
do Sistema, responsável pela coordenação e controle da operação da geração e
transmissão de energia elétrica no SIN.
Os níveis de tensão utilizados nas várias partes do sistema de potência são
mostrados na Tabela 1.

6
TÓPICO 1 — SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA

TABELA 1 – NÍVEIS DE TENSÃO


COMPONENTE TENSÃO (kV)
Geração 2,2 a 22,0
(13,8)
Transmissão 138 a 1000
(138 – 230 - 500)
22 a 138
Subtransmissão (34,5 – 69 - 138)
Distribuição Distribuição primária 3.8 a 22
(13,8)
Distribuição secundária 0,110 a 0,440
(0,127 – 0,220)
FONTE: Moura, Moura e Rocha (2019, p. 15)

3.1 GERAÇÃO
Devido as suas grandes dimensões e ao potencial hídrico, o Brasil tem a
maior parte de sua energia elétrica gerada por esse tipo de aproveitamento; ao
nal da década de 1990, a energia elétrica compreendia mais de 90% da potência
elétrica instalada no país (REIS, 2011).
As formas de produção de energia elétrica podem ser diversas, sendo
gerada através da conversão de alguma outra forma de energia, são utilizadas
máquinas elétricas rotativas, geradores síncronos ou alternadores acionados por
turbinas hidráulicas, eólicas ou a vapor. E ainda, no caso da energia fotovoltaica
através de módulos solares que utilizam o efeito fotovoltaico nas células de silício.
As possíveis formas de geração podem ser vistas na Figura 3.

FIGURA 3 – FORMAS DE GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

FONTE: O autor

7
UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

O Brasil apresenta em sua maioria usinas hidráulicas e térmicas, e apesar


de ter havido um aumento de renováveis na matriz energética, essas usinas
ainda correspondem a maior parcela. As diferenças entre essas usinas são que
a usina hidráulica apresenta tempo de construção e investimentos longos, custo
operacional baixo, no entanto, a sua construção causa o alagamento de áreas férteis.
Enquanto a usina térmica apresenta um tempo de construção e investimento
menores, custo operacional elevado devido ao custo do combustível e ainda há
emissão de poluentes e resíduos da combustão.
Apesar de ter muitas usinas térmicas no Brasil, conforme arma
Vasconcelos (2017), as fontes mais poluentes, tais como, petróleo e madeira,
têm participação reduzida na matriz energética brasileira. E mais recentemente
houve a inclusão massiva da minigeração e microgeração distribuída em SEPs,
através de painéis fotovoltaicos, usinas eólicas etc., que causam preocupação no
planejamento da geração mudando a losoa de proteção e controle (operação)
de SEPs.

3.2 TRANSMISSÃO
O sistema de transmissão tem por função
f unção transportar energia elétrica dos
centros de produção aos centros de consumo. O Brasil conta com um sistema
elétrico interligado, com mais de 100.000 km de linhas de transmissão com tensão
igual ou superior a 230 kV e capacidade de transformação superior a 265.000
MVA,
MV A, estendendo-se a todos os eestados,
stados, exceto Roraima.
Para distâncias relativamente pequenas, que representam a maioria do
sistema de transmissão, as linhas são trifásicas e operam
o peram em tensões na faixa de 230
a 500 kV, percorrendo centenas de quilômetros. Subestações, SEs, de transmissão
ocupam-se em realizar as interligações e compatibilizar os vários níveis de tensão
(KAGAN; OLIVEIRA; ROBBA, 2010).
As linhas de transmissão são basicamente constituídas por os condutores
metálicos suspensos em torres, também metálicas, por meio de isoladores
cerâmicos ou de outros materiais altamente isolantes. Como os sistemas de
potência são trifásicos, geralmente, existem três conjuntos de cabos de cada lado
das torres, acompanhados por um cabo mais alto no topo – o cabo para-raios, ou
também chamado de cabo guarda.
No Brasil as linhas de transmissão são classicadas de acordo com o nível
de tensão de sua operação. Conforme estipulado pela ANEEL (PRODIST, 2017),
para cada faixa de tensão, existe um código que representa todo um conjunto de
linhas de transmissão de mesma classe. São eles:
• A1 – tensão de fornecimento igual ou superior a 230 kV.
• A2 – tensão de fornecimento de 88 kV a 138 kV
kV..
• A3 – tensão de fornecimento de 69 kV.
8
TÓPICO 1 — SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA

Em termos organizacionais, a classe A1 é representativa do sistema de


transmissão interligado, SIN, também denominado rede básica. E as classes
A2 e A3, podem ser tanto das transmissoras quanto das distribuidoras, sendo
classicadas como redes de subtransmissão e administradas pelas distribuidoras.
O sistema de subtransmissão é uma ramicação do sistema de transmissão que
utiliza níveis de tensões menores. A Figura 4 coloca uma escala de tensões e sua
associação com a etapa de transformação.

FIGURA 4 – ESCALA DE NÍVEIS DE TENSÕES

FONTE: O autor

3.3 DISTRIBUIÇÃO
A conexão, o atendimento e a entrega efetiva de energia elétrica ao
consumidor do ambiente regulado ocorrem por parte das distribuidoras de
energia. A energia distribuída, portanto, é a energia efetivamente entregue aos
consumidores conectados à rede elétrica da concessionária, pode ser do tipo aérea
(suportada por postes) ou do tipo subterrânea (com cabos ou os localizados sob
o solo, dentro de dutos subterrâneos) (A DISTRIBUIÇÃO [...], c2021).
A etapa de distribuição é um dos mais regulados e scalizados do setor
elétrico, com regulação através da ANEEL que edita resoluções, portarias e
outras normas para o funcionamento do setor. A ANEEL estabelece que os
Procedimentos de Distribuição (PRODIST) são documentos elaborados pela
ANEEL, e normatizam e padronizam as atividades técnicas relacionadas ao
funcionamento e desempenho dos sistemas de distribuição de energia elétrica.
Além do PRODIST, há outro referencial para o setor de distribuição é
a Resolução 414 de 2010, a qual elucida, tanto para consumidores quanto para
os demais agentes do setor, o que é a distribuição, conceitos-chave e normas de
funcionamento, cobrança, atendimento etc.
As redes de distribuição são compostas por linhas de alta, média e baixa
tensão. As linhas de média tensão são aquelas com tensão elétrica entre 2,3 kV e 44
kV, são frequentem
frequentemente
ente compostas por três os condutores aéreos sustentados
susten tados por
cruzetas de madeira em postes de concreto. As redes de baixa tensão, com tensão
elétrica que pode variar entre 110 e 440 V, são aquelas que, também axadas nos
amesmos postes
uma altura de concreto
inferior que sustentam
chamados as redes(AdeDISTRIBUIÇÃO
ramais de ligação média tensão, localizam-se
[...], c2021).

9
UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Para Vasconcelos
Vasconcelos (2017), as redes de distribuição brasileiras (e
( e mundiais),
quanto à operação, são tipicamente radiais e passivas, isto é, não possuem
muitos mecanismos de automação e automatização, e por isso com a adoção de
microgeração,, torna-se um desao gerenciar os uxos multidirecionais de energia,
microgeração
já que tais redes não foram projetadas para admitir geração de eletricidade
próxima às cargas.

NOTA

O PRODIST é dividido em oito módulos que são documentos regulatórios


que padronizam as atividades técnicas relacionadas ao funcionamento e desempenho
dos sistemas de distribuição. Os módulos abrangem assuntos como o funcionamento,
planejamento, acesso e operação do sistema de distribuição. Além de orientar as
concessionárias de energia ao sistema de medição e energia, cálculo das perdas de
distribuição, qualidade de energia, fatura de energia elétrica, entre outras informações.
Acesse em: https://www.aneel.gov.br/prodist.

Nessa perspectiva da geração distribuída há questões técnicas e


econômicas que devem ser levadas em consideração, ainda de acordo com
Vasconcelos (2017), tecnicamente os desaos surgem no controle de níveis de
tensão, no monitoramento da congestão das linhas (níveis de corrente), nos
ajustes dos elementos de proteção, na possibilidade de uma operação ilhada etc.
Do ponto de vista econômico, a mini e microgeração distribuídas podem afetar o
faturamento das empresas de distribuição.

4 BALANÇO ENERGÉTICO NACIONAL


O Balanço Energético Nacional (BEN) é uma iniciativa criada pelo
Ministério de Minas e Energia (MME) cumprido pela Empresa de Pesquisa
Energética (EPE) que publica anualmente o relatório. Segundo a EPE (2020),
esse documento tem por nalidade apresentar a contabilização relativa à oferta
e ao consumo de energia no Brasil, contemplando as atividades de extração de
recursos energéticos primários, sua conversão em formas secundárias, importação
e exportação, a distribuição e uso nal da energia.
O Relatório aqui presente leva em consideração o BEN 2020 tendo como
ano base 2019, apresentando as informações consolidadas de quanto e como se
usou a energia
capítulos node:
tratam Brasil em 2019. O relatório é dividido em capítulos e anexos, os

10
TÓPICO 1 — SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA

• Análise Energética e Dados Agregados


Trata dos principais dados referentes à produção e consumo de energia em
2019 para as principais fontes energéticas: petróleo, gás natural, energia elétrica,
carvão mineral, energia eólica, biodiesel e produtos da cana. De interesse a esta
disciplina temos os dados a respeito das fontes de geração de energia elétrica,
mostrado na Figura 5, de acordo com a EPE (2020).

FIGURA 5 – OFERTA INTERNA DE ENERGIA ELÉTRICA POR FONTE

Notas / Notes:
1. Inclui gás de coqueira / Includes coke oven gas
2. Inclui importação de eletricidade / Includes electricity imports
3. Inclui lenha, bagaço de cana, lixivia e outras recuperações / Includes firewood,
sugarcane bagasse, black-liquor and other primary sources
FONTE: EPE (2020, p. 35)

• Oferta e Demanda de Energia por Fonte


São mostrados dados de produção e consumo de cada fonte utilizada no
Brasil. Segundo a EPE (2020), em 2019, a oferta interna de energia registrou um
acréscimo de 1,4% em relação ao ano anterior, com contribuição signicativa
signicativa das
fontes renováveis. E, ainda, o aumento das perdas se deve, principalmente, ao
avanço da geração termelétrica, conforme demonstrado na tabela e grácos da
Figura 6.

11
UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

FIGURA 6 – VARIAÇÃO DA OFERTA ENERGÉTICA ENTRE 2018 E 2019

FONTE: EPE (2020, p. 13)

• Consumo de Energia por Setor


O infográco mostra o quanto de cada setor existente – tal como setor
industrial, residencial, transporte, público etc. – consome de energia com base
nas fontes energéticas utilizadas no Brasil. Nos estudos realizados pela EPE
(2020), temos que pelo 2º ano consecutivo o setor de transporte supera a indústria
em consumo de energia, assim a produção industrial e o transporte de carga/
passageiros respondem por 63% do consumo de energia do país. A Figura 7
mostra uma visão geral do consumo de cada setor.

12
TÓPICO 1 — SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA

FIGURA 7 – CONSUMO DE ENERGIA POR SETOR

FONTE: EPE (2020, p. 25)

• Participa
Participação
ção de renováveis na matriz elétrica
Em relação aos recursos renováveis, conforme os dados apresentados pela
EPE (2020), em 2019 houve incremento da geração eólica e solar fotovoltaica. A
geração hídrica subiu, mas a oferta decresceu em função do recuo da importação.
Houve ainda recuo da geração através de derivados do petróleo e aumento da
geração via gás natural para lidar com a variabilidade das renováveis. Apesar do
incremento de renováveis no ano de 2019, apresentou uma pequena retração no
uso de renováveis no período de 2018, como pode ser visto nos grácos da Figura 8.

FIGURA 8 – PRESENÇA DAS RENOVÁVEIS NA MATRIZ ELÉTRICA

FONTE: EPE (2020, p. 36)

5 CIRCUITOS DE CORRENTE ALTERNADA


Atualmente, quase toda geração de energia elétrica e a maioria da
transmissão de energia elétrica no mundo ocorrem na forma de circuitos CA
trifásicos. Um sistema de potência CA trifásico consiste em geradores trifásicos,
13

UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

linhas de transmissão e cargas (CHAPMAN, 2013). As principais vantagens do


sistema trifásico frente ao sistema monofásico são: a possibilidade de atender
uma demanda maior de potência solicitada pela carga, já que teremos cada
fase fornecendo uma quantidade igual de potência (Nota: para um sistema
equilibrado.); e a potência que será constante durante todo o tempo, em vez de
pulsar, como ocorre nos sistemas trifásicos.

ATENCAO

Em sistemas elétricos de potência, um sistema é dito equilibrado quando as


magnitudes das três fases são iguais, bem como, o desfasamento entre elas. Quando tal
situação não ocorre em um sistema trifásico, diz-se que é um sistema desequilibrado.

5.1 ELEMENTOS BÁSICOS EM CA


Conforme arma Pinto (2014), uma corrente elétrica, em seu percurso,
encontra vários componentes elétricos. Resistores, capacitores e indutores são os
elementos básicos de qualquer tipo de circuito. A corrente e a tensão se comportam
de forma diferente em cada um desses componentes. Por exemplo, em um
resistor, a corrente e a tensão estarão sempre em fase. Essa característica é própria
do resistor não sendo aplicada ao capacitor e indutor. Nos capacitores a corrente
elétrica é adiantada em 90º, enquanto os indutores a atrasam no mesmo valor.
Esse efeito se deve às características construtivas
construtivas do dispositivo e o fornecimento
de energia para a formação de campos elétrico ou magnético. A Figura 9 ilustra
as formas de onda do relacionamento da tensão (v) com a corrente elétrica (i), em
um circuito CA submetido a um: (a) resistor; (b) capacitor; e (c) indutor.
No processo de inicialização em um sistema elétrico, em CA ou CC,
quando ocorre a sua energização, é comum falar-se em transitórios e regime
permanente. Para Pinto (2014), é entendido como transitório o momento decorrido
em um circuito no qual as tensões e correntes se ajustam até atingir o instante de
estabilidade, dito aqui como regime permanente. O tempo gasto pelo transitório
dependerá dos elementos que compõem o circuito e de seus valores (na prática,
esse tempo é, geralmente, da ordem de poucos milissegundos). Após o transitório,
temos o regime permanente, que só é alterado quando ocorre alguma falta ou
interrupção do sistema. Também conhecido por transiente ou surge, o transitório
pode ter diversas origens: (i) retorno de energia elétrica; (ii) descarga atmosférica
nos condutores da rede de distribuição primária ou secundária (conhecido,
geralmente, por spike ou surto de tensão); (iii) chaveamento de cargas; e (iv) mau
funcionamento de equipamentos elétricos.
14

TÓPICO 1 — SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA

FIGURA 9 – RELAÇÃO DAS FORMAS DE ONDA DA TENSÃO E CORRENTE

FONTE: Pinto (2014, p. 24)

Quando consideramos os circuitos em correntes alternadas, o efeito de


resistência à passagem de corrente elétrica dada por um indutor ou capacitor
é chamado de reatância. A reatância (X) somada à resistência (R) dene em um
circuito elétrico o que é chamado de Impedância (Z) medidos em ohm (Ω). Sendo:
(1.1)
Com R sendo a parte “real” e JX a parte “imaginária”, com j = √–1. O
inverso de Z é denido como a admitância, que é medida em siemens (S).

NOTA

A admitância é representada
representada pela seguinte expressão: Y = G + jB. Onde G é
a condutância (o inverso da resistência R) e B é a susceptância (o inverso da reatância
reatância X).
15

UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Para X, temos a reatância indutiva (X1), com sinal da componente


imaginária J sendo positivo (X > 0), e se a reatância for capacitiva (XC), com sinal
sendo negativo (X < 0). E quando houver apenas resistência e nenhuma reatância
(X = 0), sendo o circuito puramente resistivo. Para as reatâncias temos:
(1.2)
(1.3)
Onde C é a capacitância (medida em F: farads), ω é a frequência angular,
L é a indutância (medida em H: henrys), f é a frequência (medida em Hz: her),
e π, dado na unidade radianos, valendo aproximadamente 3,14. Uma possível
representação da impedância é através de triângulos retângulos, como está
mostrado na Figura 10, assim temos que:
(1.4)

ϕ é o ângulo de defasagem entre a tensão v e a corrente i ( ϕ = ângulo v –


ângulo i), dado por:

(1.5)

Assim temos ϕ > 0 para cargas indutivas, e ϕ < 0 para cargas capacitivas.

FIGURA 10 – REPRESENTAÇÃO
REPRESENTAÇÃO DA IMPEDÂNCIA COM CARACTERÍSTICAS INDUTIVA E CAPACI-
TIVA, RESPECTIVAMENTE
RESPECTIVAMENTE

FONTE: Pinto (2014, p. 26)

5.2 TENSÕES E CORRENTES ALTERNADAS MONOFÁSICAS


Uma fonte ideal de tensão fornece sempre a mesma tensão, seja qual for
o valor da corrente que circula pelo circuito. Então, para a Figura 11, a fonte de
tensão v(t), alimentando uma impedância constante,
constante, será expressa por:
16

TÓPICO 1 — SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA

(1.6)
Onde,

A corrente elétrica i(t) é:


(1.7)
Onde,

pode serApositiva
defasagem dos ângulos
ou negativa. ϕ) entre
No (caso de ϕapositivo
correnteaecorrente
a tensão,está
ecomo já foi dito,
stá atrasada em
relação à tensão, caracterizando um circuito indutivo. Para ϕ negativo a corrente
está adiantada em relação à tensão, caracterizando um circuito capacitivo.

FIGURA 11 – FONTE DE TENSÃO COM UMA CARGA

FONTE: O autor

Sendo Z a impedância expressa por Z = R + jX


v(t) = Z.i(t) (1.8)
i(t) = v.t/Z (1.9)
A relação entre os valores de pico de tensão e corrente será:
17

UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

(1.10)

5.3 GERAÇÃO DE TENSÕES E CORRENTES ALTERNADAS


TRIFÁSICAS

Como
geradores arma CHAPMAN
monofásicos, (2013),
com tensões iguaisum
quegerador
diferemtrifásico
entre siconsiste
120° no em três
ângulo
de fase. A corrente que ui para cada carga pode ser obtida da equação:

O sistema mostrado na Figura 12, apresenta três geradores monofásicos


conectados a três cargas, de modo que compartilhem uma linha comum de
retorno (denominada neutro). Desde que as três cargas sejam iguais, a corrente
de retorno no neutro será zero.
O sistema trifásico pode apresentar dois tipos de ligações: estrela ou Y e a
outra ligação triângulo ou delta (Δ). Tanto o gerador como a carga de um sistema
de potência trifásico podem ser ligados em Y ou em Δ.

FIGURA 12 – OS TRÊS CIRCUITOS LIGADOS EM CONJUNTO COM UM NEUTRO COMUM

FONTE: Chapman (2013, p. 615)

As conexões mostradas na Figura 13, são de geradores trifásicos ligados


em Y e em Δ. As tensões e correntes de uma dada fase são denominadas
grandezas de fase e as tensões entre as linhas e as correntes das linhas conectadas
aos geradores são denominadas grandezas de linha. As relações entre essas
grandezas dependem de como estão as conexões da carga e do gerador. Para a
ligação em Y, temos:
18

TÓPICO 1 — SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA

IL = Iϕ (1.12)
A corrente de linha IL é igual a corrente de fase. Já para a relação entre as
tensões de linha a linha (VLL) e da linha ao neutro (fase Vϕ), temos;

No caso da ligação Δ, a tensão de linha a linha entre quaisquer duas linhas


é a mesma que a tensão na respectiva fase, temos que;

Na relação entre as correntes de linha e de fase na ligação Δ, temos:

FIGURA 13 – LIGAÇÕES TRIFÁSICAS EM Y E Δ

FONTE: Chapman (2013, p. 618 e 620)

5.4 FASORES
Para facilitar a notação e simplificar os cálculos, utiliza-se representação
por variáveis complexas, ou seja, representação fasorial. Lembrando que o valor
eficaz de uma corrente periódica Ief de período de tempo é equivalente ao valor da
corrente contínua que dissipa a mesma
me sma quantidade de energia em certo intervalo
de tempo. Para a corrente eficaz temos:

Onde,
19

UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Na notação fasorial o módulo do fasor I, da corrente, pode ser dado por:

A fase do fasor I é –ϕI:

Analogamente, a representação fasorial para a tensão será:

Como não se utiliza a variável tempo nos cálculos da análise de sistemas


de corrente alternada em regime permanente, a representação fasorial facilita o
estudo.

5.5 POTÊNCIA ELÉTRICA


Denindo a potência instantânea e a potência média. A potência
instantânea p(t) absorvida por um elemento é o produto da tensão instantânea
v(t) no elemento e a corrente instantânea i(t) que passa através dele. Essa potência
instantânea está mostrada na Equação 1.15.
p(t) = v(t)i(t) (1.15)
A potência instantânea (em was) é a potência a qualquer instante, sendo
a taxa na qual um elemento absorve energia. Também podemos imaginar a
potência instantânea como a potência absorvida pelo elemento em dado instante.
Quantidades instantâneas são indicadas por letras minúsculas.

Conforme Alexander e Sadiku (2013), a potência instantânea varia com


o tempo, sendo, portanto, difícil de ser medida. Já a potência média é mais
conveniente de ser medida. A potência média, em was, é a média da potência
instantânea ao longo de um período. Uma carga resistiva (R) sempre absorve
potência, enquanto uma carga reativa (L ou C) não absorve nenhuma potência
média. A potência média é:

Vimos que a potência média é o produto de dois termos. O produto dos


valores RMS da tensão e da corrente, V I é conhecido como a potência aparente
S (em VA).
VA). De acordo com Alexander ermsSadiku
rms
(2013), a potência aparente é assim
nomeada porque parece que deve ser o produto tensão-corrente, por analogia
com os circuitos resistivos em CC. Ela é medida em volt-ampères para distingui-
la da potência média ou real, que é medida em was. A potênc
potência
ia aparente é
20

TÓPICO 1 — SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA

S = VrmsIrms (1.17)
A potência complexa (em VA) é o produto do fasor de tensão RMS e o
conjugado complexo do fasor de corrente RMS. Por ser um número complexo,
sua parte real é a potência real P e sua parte imaginária é a potência reativa Q.

5.6 FATOR DE POTÊNCIA


A relação de onda de corrente elétrica com a de tensão é importante pela
capacidade de energia que é transmitida. No caso de correntes alternadas, tais
ondas podem estar em fase ou não, e, quanto maior a defasagem, menor será o
nível de energia, que é o chamado fator de potência (PINTO, 2014). Quando o
circuito apresenta capacitores e indutores, a energia é armazenada nos campos
gerados nessas cargas. Esse armazenamento não resultará em energia útil,
causando perdas elétricas e um baixo fator de potência. O fator de potência é
adimensional, que é a razão entre a potência média e a potência aparente:

Onde o ângulo θv – iθ é denominado ângulo do fator de potência, uma


vez que ele é o ângulo cujo cosseno é o fator de potência. O fator de potência
é um número entre zero e um. Se FP=1, toda a energia gerada será consumida
pela carga, e o circuito será resistivo. Se FP=0, não teremos realização de trabalho
útil, sendo a energia completamente devolvida à fonte. Segundo PINTO (2014),
há diversas causas para os baixos fatores de potência nas instalações elétricas.
Algumas são:
• transformadores operando em vazio ou com pequenas cargas;
• motores de indução operando em vazio ou sobrecarregados;
• reatores de lâmpadas uorescentes
uorescentes..
Ainda para PINTO (2014), um baixo fator de potência não é desejado, do
ponto de vista econômico. Entre as consequências de um circuito operando
o perando dessa
forma, podemos citar:
• A necessidade de se ter condut
condutores
ores com bitolas maiores, já que haverá um
maior valor da intensidade de corrente elétrica. Além da necessidade de
equipamentos de proteção/manobra com capacidade superior.
• Aumento da tarifa de energia, devido as maiores perd
perdas
as elétric
elétricas
as por efeito
joule.
21

UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

DICAS

A fim de ampliar os conceitos aqui estudados, recomen


recomendamos
damos a leitura do
Apêndice A – Circuitos Trifásicos, página 613 a 634, do livro Fundamentos de Máquinas
Elétricas (5ª edição) de Stephen J. Chapman.

6 OS VALORES POR UNIDADE (p.u.)


É comum, em cálculos de sistemas de potência, o uso dos chamados
valores em p.u. (por unidade), que é a abreviatura de sistemas por unidade, uma
forma de exprimir as grandezas elétricas de modo normalizado, a partir de
valores já previamente estabelecidos.
Nos sistemas de potências, temos diferentes tensões de operação, devido
à presença dos transformadores, assim como diferentes geradores, o que torna
todo o cálculo um tanto difícil. Desse modo, às vezes, é conveniente o uso da
grandeza em p.u. (ou em percentual). O valor p.u. é dado pela relação entre o
valor real da grandeza e o seu valor de base (PINTO, 2014). Qualquer grandeza
pode ser expressa usando a equação:

Na denição de um dado sistema por unidade, é costume escolher duas


grandezas para servir como valores de base. Usualmente, as escolhidas são a
tensão e a potência (ou potência aparente). Em um sistema monofásico, essas
relações são:

Em um sistema de potência, uma tensão e uma potência aparente, ambas


de base,
não são colhidas
tem efeito algum em uma ponto
sobre especíco
potência aparentedodesistema.
base doUm transformador
sistema, porque a
potência aparente que entra em um transformador é igual à potência aparente
que sai do transformador. Por outro lado, a tensão muda quando ela passa por
22

TÓPICO 1 — SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA

um transformador, de modo que o valor de Vbase muda em cada transformador


do sistema de acordo com sua relação de espiras. Como as grandezas de base
mudam ao passarem por um transformador, o processo de se referir as grandezas
a um nível de tensão comum é automaticamente levado em consideração durante
a conversão por unidade (CHAPMAN, 2013).

DIC
CA
AS

A fim de ampliar os conceitos aqui estudados das vantagens de valores em


(p.u.), recomendamos a leitura do livro Introdução a Sistemas Elétricos de Potência
P otência (2ª
edição) de Carlo César Barioni de Oliveira et al.

DICAS

A fim de visualizar os conceitos aqui estudados e as atividades propostas,


utilize o site indicado a seguir para desenhar,
desenhar, editar, construir e simular circuitos elétricos.
Acesse: http://www.falstad.com/circuit/.
23

RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A estrutura de um SEP compreende os sistemas
sistemas de geração, ttransmissão
ransmissão e
édistribuição de energia elétrica. A maior parte da energia produzida no Brasil
de origem hidráulica.
• Na eta
etapa
pa de transmissão temos tatanto
nto a transmissão em CA quanto em CC, na
qual, apesar de o Brasil ter linhas que transmitem em CC, na maior parte do
território há presença de linhas CA.
• O sistema de distribuição de energia é dividido em sistema de subtransmissão
e distribuição primária e secundária.
• Dentre aass entida
entidades
des pr
presentes
esentes no modelo do setor elétrico br
brasileiro
asileiro temos
a ANEEL, agente regulador e scalizador da produção, da transmissão, da
distribuição e da comercialização de energia.
• O ONS é responsáv
responsável
el pela coordenação e controle da operaçã
operaçãoo da geração e
transmissão de energia elétrica do SIN. As formas de geração utilizadas no
Brasil utilizam combustível fóssil, nuclear e biomassa para geração de energia
elétrica através da transformação de energia térmica em mecânica e por m
em elétrica.
• Todos os estados do território brasileiro estão inter
interligados
ligados ao SIN, exceto
Roraima. Em sistemas trifásicos de potência, existem três conjuntos de cabos
de cada lado das torres, acompanhados por um cabo mais alto no topo – o
cabo para-raios, ou também chamado de cabo guarda.
• A energia distribuída é a energia efetivamente entregue aaos
os consumidores
à rede elétrica da concessionária, sendo uma das etapas mais reguladas e
scalizadas do setor elétrico através do PRODIST pela ANEEL.
• O BEN tem a nalidade de apresentar a contabilização relativa à oferta e
ao consumo de energia no Brasil, contemplando atividades de extração
de recursos energéticos primários, sua conversão em formas secundárias,
importação e exportação, a distribuição e uso nal de energia, tendo sempre
como base o ano anterior.
• Uma fonte ideal de tensão fornece sempre a mesma tensão,
tensão, seja qual for o
valor da (circuito
atrasada corrente indutivo)
que circula
oupelo circuito.
adiantada A corrente
(circuito elétricaempode
capacitivo) estarà
relação
tensão a depender da carga.
24

• Em sistemas de potência para facilitar a notação e simplicar os cálculos,


utiliza-se representação fasorial. A potência elétrica é classicada como ativa,
reativa, complexa e aparente.
• Nos sistemas de pot
potência
ência é conveniente utilizar as grandezas em p.u., como
forma de exprimir as grandezas elétricas de modo normalizado, dado pela
relação entre o valor real da grandeza e o seu valor de base, facilitando os
cálculos já que no sistema de potência temos diferentes tensões de operação.
• Quando utilizado os vvalores
alores em p.u. em um sistema de potência
potência,, uma tensão
e uma potência aparente, ambas de base, são colhidas em um ponto especíco
do sistema.
25

AUTOATIVIDADE

1 O sistema atual de energia elétrica é baseado em grandes usinas de


geração que transmitem energia através de sistemas de transmissão de alta
tensão que é, então, distribuída para sistemas de distribuição de média
e baixa tensão. Em geral o uxo de energia é unidirecional e a energia é
despachada e controlada por centro (s) de despacho com base em requisitos
pré-denidos. Nesse contexto, julgue as armações que seguem:
FONTE: <https://bit.ly/3z4d5xc>.
<https://bit.ly/3z4d5xc>. Acesso em 11 mar. 2021.

I- Para grandes quantidades de energia, a geração de eletricidade em CA é


mais cara do que em CC.
II- A convers
conversão
ão de CC para CA exige uma maior complexidade na eletrônica
de potência, aumentando os custos dos equipamentos.
III- A subtransmissão é uma subdivisão do sistema de distribuição de
energia. E o sistema de distribuição é dividido em distribuição primária e
secundária.
Assinale a alternativa CORRET
CORRETA: A:
a) ( ) Somente a sentença I está correta.
b) ( ) Somente a sentença II está corr
correta.
eta.
c) ( ) Somente a sentença III está correta.
d) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
e) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
2 O relatório consolidado do Balanço Energético Nacional – BEN documenta
e divulga, anualmente, extensa pesquisa e a contabilidade relativas à oferta
e consumo de energia no Brasil, contemplando as atividades de extração
de recursos energéticos primários, sua conversão em formas secundárias,
acontexto,
importação e exportação,
julgue a distribuição
as armações que seguem:e o uso nal da energia. Nesse
FONTE: <https://bit.ly/3hQd0rn>. Acesso em 12 mar. 2021.

I- O BEN do ano de 2020 trata-se dos da dados


dos obtidos em 201
20199 e conforme
os dados relacionados, a oferta interna de energia elétrica apresenta a
energia hidráulica como a principal fonte de energia do Brasil.
II- A ANEEL é responsáv
responsável
el pela coordenação e controle da opera
operação
ção da
geração e transmissão de energia elétrica do SIN. O ONS é o agente
regulador e scalizador da produção, da transmissão, da distribuição e
da comercialização de energia.
III- que
O PRODIST é um
normalizam conjunto de as
e padronizam documentos
atividades elaborados pela ANEEL
técnicas relacionadas ao
funcionamento e desempenho dos sistemas de distribuição de energia
elétrica.
26

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) Somente a sentença I está correta.
b) ( ) Somente a sentença II está corret
correta.
a.
c) ( ) Somente a sentença III está correta.
d) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
e) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
3 Os circuitos elétricos apresentam diferentes comportamentos em corrente
contínua e corrente alternada. Em corrente contínua, capacitores e indutores
armazenam energia; porém, em corrente alternada seu comportamento
se assemelha com o dos resistores, opondo-se ao uxo de corrente. De
acordo com a topologia e com o tipo de sinal aplicado, esses circuitos
podem apresentar diferentes comportamentos e aplicações. Com base em
conhecimentos de circuitos alternados nos sistemas elétricos de potência,
julguem as armações
armações que se seguem:
FONTE: <https://bit.ly/3BfHP0i>.
<https://bit.ly/3BfHP0i>. Acesso em 12 mar. 2021.

I- Nos capacitores a ccorrente


orrente elétric
elétricaa é adiantada em 990º,
0º, enq
enquanto
uanto nos
indutores a corrente é atrasada em 90º.
II- O transitório nas redes elétricas pode alterar o regime permanente da
rede, quando ocorrer alguma falta ou interrupção do sistema, decorrente
de descargas atmosféricas nos condutores da rede de distribuição.
III- O baixo fator de potência das instalações elétricas pode ser corrigido
corrigido com
transformadores e motores de indução operando em plena carga.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Somente a sentença I está correta.
b) ( ) Somente a sentença II está corret
correta.
a.
c) ( ) Somente a sentença III está correta.
d) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
e) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
4 Um sistema de potência tr
trifásica
ifásica de 2208
08 V está mostrado no circuito trifásico
a seguir, consistindo em um gerador trifásico ideal de 208 V, ligado em Y
e conectado por meio de uma linha de transmissão trifásica a uma carga
ligada em Y. A linha de transmissão tem uma impedância de 0,06 + j0,12 Ω
por fase e a carga tem uma impedância de 12 + j9Ω por fase. Para sistema
de potência simples, encontre:
(a) A corrente de linha IL e as tensões de linha e de fase V LL e VϕL da carga.
(b) As potências monofásic
monofásicasas ativ
ativas
as e aparentes consumidas pela ca carga,
rga, pela
linha de transmissão e pelo gerador.
27

CIRCUITO TRIFÁSICO DE GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E CARGA

FONTE: Chapman (2013, p. 627)

CIRCUITO MONOFÁSICO
MONOFÁSICO DE UM SISTEMA EQUILIBRADO

FONTE: Chapman (2013, p. 628)

a) A corrente de linha que circula no circuito equivalente por fase é dada por:
b) A potência monofásica
monofásica ativa e aparente
aparente consumida pela carga é:
5 Um sistema de potência ttrifásico
rifásico equilibrado tem tr
três
ês linhas conectando
cada fonte com cada carga. Tipicamente, os diagramas Unilares incluem
todos os componentes principais de um sistema de potência, tais como
geradores, transformadores, linhas de transmissão e cargas, sendo as
linhas de transmissão representadas por uma única linha. Considerando
o diagrama unilar do sistema de potência a seguir, quais os passos que
devem ser seguidos para encontrar a corrente e o fator de potência em
qualquer ponto do sistema de potência?

FONTE: Chapman (2013, p. 633)


28

TÓPICO 2 —
UNIDADE 1

GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: CONCEIT


CONCEITOS
OS BÁSICOS

1 INTRODUÇÃO
Existem diversas formas de geração de energia elétrica; as de geração
renovável que utilizam recursos que não se esgotam, podem ser repostos pela
natureza sem prejudicar o equilíbrio ambiental, e as de geração não renovável, que
utilizam recursos esgotáveis e que demoram milhares de anos para se formarem
novamente, não acompanhando a velocidade de consumo dos recursos.
Além dessas denições de energia renovável e não renovável é essencial
entender as denições básicas a respeito de fontes de energia primárias e
secundárias.
De acordo com Vasconcelos (2010), as fontes de energia podem ser
classicadas como primárias ou secundárias, dependendo da origem. As fontes
primárias são aquelas que têm origem direta nos recursos naturais, tais como o
sol, a água, o vento, o petróleo, o gás natural, o urânio, o carvão etc.
As fontes secundárias, por sua vez, provêm de um processo de
transformação, tais como a energia elétrica advinda das quedas d´água, e a
gasolina e o óleo diesel, provenientes do reno do petróleo.
Neste tópico serão vistos os conceitos básicos relacionando as principais
formas de geração de energia com máquinas elétricas girantes (geradores
síncronos). Serão apresentados também os componentes essenciais
e ssenciais de um sistema
de energia elétrica (sistema de potência): geradores, linhas de transmissão,
transformadores etc.

2 CONCEITOS BÁSICOS
A energia elétrica pode ser produzida por diversos tipos de centrais,
sendo estas as principais: termoelétricas, nucleares e hidráulicas. Na Figura
14 são identicadas as fontes básicas de energia assim como os processos de
transformação que podem conduzir à geração de eletricidade, conforme descrito
por Reis (2011). Segundo Reis (2011), as transformações de energia são:
29

UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

• Transformações de trabalho gerado por energia mecânica, por meio do uso de


turbinas hidráulicas (acionadas por quedas d’água, marés) e turbinas eólicas
(acionadas pelo vento).
• Transformação direta da energia solar, por meio do uso de células fotovoltaicas,
por exemplo.
• Transformação de ttrabalho
rabalho resultante de ap
aplicação
licação de ccalor
alor gera
gerado
do pelo sol,
por combustão (da energia térmica), ssão nuclear ou energia geotérmica,
através da aplicação de máquinas térmicas.
• Transformação de trabalho resultante de reações químicas, através das células
a combustível.

FIGURA 14 – FONTES DE ENERGIA: ORIGENS

FONTE: Reis (2011, p. 2)

Conforme apresentado por Moura, Moura e Rocha (2019), as centrais


termoelétricas utilizam, basicamente, combustíveis fósseis (petróleo, carvão
etc.), gerando a energia elétrica a partir do calor produzido pela queima desses
combustíveis, como mostra a Figura 15.
30

TÓPICO 2 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: CONCEITOS


CONCEITOS BÁSICOS

FIGURA 15 – CENTRAL TERMOELÉTRICA

FONTE: Moura, Moura e Rocha (2019, p. 16)

Ainda segundo Moura, Moura e Rocha (2019), as centrais nucleares


utilizam o calor produzido por combustíveis nucleares como urânio e plutônio,
como mostrado na Figura 16.

FIGURA 16 – CENTRAL NUCLEAR

FONTE: Moura, Moura e Rocha (2019, p. 17)

A construção de uma central hidrelétrica envolve um conjunto de obras


com grande complexidade, apresentando um tempo de construção bastante
longo, com custo de investimento elevado, mas com um custo operacional baixo
comparado às usinas térmicas. Na Figura 17 temos a representação de uma usina
hidrelétrica os componentes que a formam.
31

UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

FIGURA 17 – USINA HIDRELÉTRICA

FONTE: Moura, Moura e Rocha (2019, p. 23)

3 MODELAGEM DE COMPONENTES DE SISTEMAS DE ENERGIA


ELÉTRICA
Para melhor entendermos como a Geração, Transmissão e Distribuição
(GTD) trabalham em conjunto é necessário sabermos quais componentes essenciais
compõem toda a infraestrutura do SEP: geradores, chaves e disjuntores, barras,
linhas de transmissão, transformadores, cargas e elementos shunt. No decorrer do
livro será apresentado de forma mais detalhada esses componentes, evidenciando
a atuação nas etapas seguintes de transmissão e distribuição.
Como já foi visto anteriormente, podemos representar um sistema
trifásico de forma unilar simples no qual um gerador alimenta uma carga
através de uma linha de transmissão. De acordo com Monticelli e Garcia (2011),
nas condições
com normalmente
fases equilibradas consideradas
e operando no cálculo
em regime de uxo
senoidal de carga,éopossível
permanente, sistema
obter o modelo unilar (modelo por fase). Nas situações seguintes a este livro
consideraremos que a representação unilar corresponde na realidade a um
sistema trifásico. A representação que iremos adotar está representada na
Figura 18.
32

TÓPICO 2 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: CONCEITOS


CONCEITOS BÁSICOS

FIGURA 18 – REPRESENTAÇÃO
REPRESENTAÇÃO TRIFÁSICA E UNIFILAR

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 37)

3.1 CHAVES E DISJUNTORES

Conformeque
são dispositivos Monticelli
permitem e Garcia (2011), tanto
ligar (quando estão as chaves, ou
fechados) como os disjuntores
desligar (quando
estão abertos) dois condutores que fazem parte de uma rede elétrica. Onde, na
modelagem de circuitos, a posição aberta corresponde a uma impedância innita
enquanto a posição fechada corresponde a um curto-circuito (impedância nula).
Contudo, chaves e disjuntores não executam a mesma função elétrica, exceto
a parte lógica no circuito, já que a chave tem somente a função de abertura e
fechamento de circuito com algumas limitações, enquanto o disjuntor apresenta
essa mesma função, mas também atua como elemento de proteção nos sistemas
elétricos de potência.
O objetivo deste tópico não é tratar de forma aprofundada a respeito de
sistemas de proteção, mas é importante saber a relação de alguns elementos de
proteção com os demais elementos da rede, já que todos funcionam para operar de
forma segura os sistemas elétricos de potência. Estes que sofrem, com frequência,
falhas que resultam em interrupções no fornecimento de energia.
Para Mamede Filho (2013), a principal função de um sistema de proteção
é assegurar a desconexão de todo o sistema submetido a qualquer anormalidade
que o faça operar fora dos limites previstos ou parte dele. Além disso, pode
também fornecer informações do sistema através de transformadores de
potencial, transformadores de corrente, relés etc. Todos atuando juntamente com
um sistema supervisório.

A Figura 19 ilustra o funcionamento conjunto do disjuntor e chaves


conectados a uma barra e uma linha de transmissão. Podemos ver que se um
dos elementos estiver aberto o trecho do circuito estará aberto, assim as chaves
33

UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

e o disjuntor podem representar um único elemento lógico onde, para que


o circuito esteja fechado, o disjuntor e as chaves devem estar fechados juntos
simultaneamente.

FIGURA 19 – CHAVES/DISJUNTORES CONECTANDO BARRA E LINHA

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 38)

3.2 BARRAS

elétrica Os estudosdedemodelo
chamado uxo de potência no
barra-linha emqual
geralasutilizam umbarramentos)
barras (ou modelo da rede
são
os nós da rede e as linhas/transformadores são os elos entre esses nós.
As barras, na realidade, são condutores com resistência desprezível, pelo
menos quando comparadas com as impedâncias de linhas e transformadores, e
isso justica sua representação na forma de nós elétricos nos quais a tensão é uma
só em todas as partes do condutor (MONTICELLI; GARCIA, 2011).
A inserção das barras neste tópico é um precedente para estudos de uxo
de potência para poder entender seu funcionamento que no decorrer deste livro
será citado. Para estudo do uxo de potência consideramos o funcionamento
do sistema elétrico
funcionamento em regime permanente simétrico, que é o estado normal de
do sistema.
Um sistema de potência, normalmente, contém barras de carga e barras
de geração. Ao se resolverem as equações de uxo de potência, normalmente
adotam-se uma barra como referência, também conhecida como barra slack ou
barra innita.
Assim chamada pelo fato de que a tensão permanece constante,
independentemente do valor de corrente ou potência, onde o valor da tensão e do
deslocamento angular da barra de referência é conhecido, sendo o mais comum
adotar uma barra de geração como referência.
De acordo com Alencar Vasconcelos (2017), para a análise do uxo de
potência consideramos alguns tipos de barras:
34

TÓPICO 2 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: CONCEITOS


CONCEITOS BÁSICOS

• Barras PQ ou de carga – nessa barra são xadas a potência ativa (P) e reativa
(Q) da carga. Sendo calculadas a magnitude de tensão de barra e a fase.
f ase. T
Tanto
anto
as barras de geração quanto as barras de carga podem ser do tipo PQ.
• Barras PV ou de geração – nessa
nessass barr
barras
as com tensão cont
controlada,
rolada, ou ainda,
barras nas quais se conhece a tensão e esta é mantida constante, através de
injeções de reativos. Nesse tipo de barra a potência ativa e o módulo da tensão
são conhecidos e a potência reativa Q e o desfasamento angular da tensão são
• Barra
incógnitas.
Swing (ou Slack) ou Vθ – nessa barra são xadas a magnitude da tensão
e a fase, sendo adotada, somente, uma única barra slack em um sistema
síncrono. É o gerador localizado nessa barra que absorve os desvios de potência
necessários para atender a rede. Por isso, essa barra deve ser escolhida de
modo que nela haja uma usina que tenha elevada disponibilidade de potência.
Conforme Alencar Vasconcelos (2017), as barras dos tipos PQ e PV são
utilizadas para representar, respectivamente, barras de carga e barras de geração
(incluindo as barras de tensão reguladas, mesmo que possuam geradores). E
a barra slack tem dupla função fornecendo a referência angular do sistema e é
utilizada para fechar o balanço de potência do sistema levando em conta as pe
perdas
rdas
de transmissão não conhecidas antes de termos a solução nal do problema.
A Figura 20, ilustra um sistema exemplo: geração (barras 1, 2 e 4), cargas
(barras 1, 2 e 3) e uxo das potências (setas) pela rede elétrica. O uxo de potência
ativa e reativa uem pela rede elétrica a m de atender as cargas localizadas
em determinadas barras. Para que haja estabilidade no sistema, a frequência e
as várias tensões de barra devem ser mantidas dentro de limites especicados,
podendo sofrer variações imprevisíveis devido a falhas de equipamentos e até
demandas das cargas.

FIGURA 20 – SISTEMA COM BARRAS PQ E PV

FONTE: Alencar Vasconcelos (2017, p. 1)


35

UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Para Monticelli e Garcia (2011), as barras em geral estão localizadas em


subestações e na realidade podem ser constituídas por várias seções de barras
ligadas através de chaves ou disjuntores.
A Figura 21 ilustra um arranjo de barramento simples, onde Dk indica
disjuntores e Lk indica linhas: se as chaves/disjuntores D1, D2, D4 e D6 estiverem
abertos e D3, D5 e D7 estiverem fechados, no modelo barra/linha, teremos a
situação da única barra (nós e três linhas [elos]), como ilustrado na Figura 22.
FIGURA 21 – ARRANJO DE BARRAMENTO COM DISJUN
DISJUNTORES
TORES E LINHAS

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 39)

FIGURA 22 – REPRESENTAÇÃO EQUIVALENTE PARA


PARA A SITUAÇÃO DA FIGURA 21

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 40)


36

TÓPICO 2 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: CONCEITOS


CONCEITOS BÁSICOS

3.3 LINHAS DE TRANSMISSÃO


As linhas de transmissão serão tratadas de forma mais aprofundada na
Unidade 2 deste livro, aqui veremos como elas serão tratadas de forma simples
nos sistemas elétricos de potência, e como é vista no estudo do uxo de potência
(uxo de carga). Na maior parte dos casos existentes representamos as linhas
de transmissão por um modelo π como mostrado na Figura 23. Nesse tipo de
modelo unilar
impedância sérieaparecem
(Zse = rse +asjxbarras terminais,shunt
), a admitância entre (as
Yshquais a linha está ligada, a
) e o terra.
se

FIGURA 23 – MODELO π PARA LINHAS DE TRANSMISSÃO

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 40)

Quando estamos realizando estudos de uxo de potência, como já foi


mencionado anteriormente, estamos interessados apenas no comportamento
estacionário das linhas, o que simplica grandemente a modelagem. O modelo π
nos fornece as relações entre corrente e tensões e, portanto, potências nas barras
terminais, reproduzindo corretamente o comportamento da linha do ponto de
vista de suas barras terminais.
Duas características importantes na modelagem das linhas de transmissão
no modelo π é a impedância em série (Zse = rse + jxse) e a parte em shunt. A
impedância em série varia com o comprimento da linha, no caso de linhas mais
curtas, variando proporcionalmente ao comprimento.

Tanto a resistência série (rse) como a reatância série (xse) são parâmetros
positivos: indicando que a linha dissipa potência ativa e que a reatância é do
tipo indutiva. De acordo com Monticelli e Garcia (2011), para sistemas com
tensões elevadas, por exemplo, 500 kV ou 750 kV, a reatância xse é bem maior que
37

UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

a resistência rse , com xse é da ordem de 20 a 30 vezes maior que rse. Para níveis de
1

tensão mais baixos, o valor relativo da resistência aumenta e, para sistemas de


distribuição, os valores de rse e xse são comparáveis.
Tratando da admitância das linhas de transmissão, ou seja, a parte shunt
do modelo π em geral é do tipo capacitivo. A capacitância das linhas depende
da proximidade entre os condutores, como os condutores das linhas aéreas de
transmissão de
relativamente energiadeelétrica
pequenos são bastante
capacitância afastados,
shunt. No apresentando
entanto para valores
cabos subterrâneos
os valores capacitivos já são maiores devido à proximidade dos condutores.
Conforme o modelo π apresentado por Monticelli e Garcia (2011) na
Figura 23, o objetivo é que a corrente injetada em dos terminais atinja o terminal
oposto: parte da corrente ui via capacitância shunt, entretanto, e no caso de
cabos, principalmente, isso signica uma limitação nas distâncias que podem ser
utilizadas para a transmissão de energia.
No estudo de uxo de potência é importante sabermos o “sentido” com
que a potência ui nos sistemas de energia, já que isso afeta nos cálculos realizados
com base na demanda exigida pela carga e o tanto de po
supri-la. potência
tência que a geração deve

Dessa forma foi adotada uma convenção de sinais para uxos de potência:
os uxos são considerados positivos quando “saem” da barra e “entram” na
linha. A Figura 24 mostra a convenção de sinais para os uxos de potência ativa e
reativa em uma linha de transmissão.

FIGURA 24 – CONVENÇÃO DE SINAIS PARA FLUXO DE POTÊNCIA

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 41)

Na Figura 25, temos várias situações em que podem ocorrer os uxos de


potência. Em todos os casos temos a presença de um gerador alimentando uma
carga por meio de uma linha de transmissão, com a potência ativa uindo da
barra um para a barra
barra dois.
38

TÓPICO 2 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: CONCEITOS


CONCEITOS BÁSICOS

Seguindo o raciocínio adotado por Monticelli e Garcia (2011) para a Figura


25, a potência que sai do gerador entra na linha e, portanto, é positiva de acordo
com nossa convenção; enquanto a potência recebida pela carga sai da linha e,
portanto, é negativa.
A potência reativa, entretanto, pode uir de maneiras diferentes conforme
indicado na gura, dependendo do fator de potência da carga e do nível de
excitaçãoou
comum) dogerando
gerador,reativos
ou seja,(por
depende de a se
exemplo, carga
tiverestar consumindo
compensação de (caso maise
reativos)
de o gerador estar consumindo ou gerando reativos (subexcitado ou sobrexcitado,
respectivamente).

DICAS

O estudo do fluxo de potência é de extrema importância para o engenheir


engenheiroo
que irá lidar com sistemas de potência, recomendamos
recomendamos a leitura do livro Análise de Fluxo
de Carga em Sistemas de Potência (1ª edição) de Ailson P. de Moura et al. O livro traz o
estudo de fluxo de potência através de uma perspectiva computacional
computacional dos programas
utilizados neste assunto.

FIGURA 25 – DIFERENTES COMBINAÇÕES DE SINAIS DE POTÊNCIA REATIVA


REATIVA

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 42)


39

UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

3.4 TRANSFORMADORES
Na maior parte dos casos do sistema de energia elétrica a geração está
localizada longe dos grandes centros de consumo, principalmente quando se trata
de usinas hidrelétricas ou térmicas de grande porte. Assim, é necessário realizar
a transmissão de grandes quantidades de energia, no entanto, as características
construtivas dos geradores possuem uma limitação de tensão. Desse modo, para
que a transmissão
no decorrer defaz-se
da linha energia
usoCA
detenha a menor quantidade
transformadores de perda
que eliminam de energia
as restrições de
alcance e de capacidade dos sistemas de energia elétrica.
O transformador converte um nível de tensão CA em outro nível de tensão
sem afetar a potência elétrica real fornecida, sem alterar a frequência da rede.
Como o transformador mantém a potência constante, se ele elevar a magnitude
de tensão de um circuito, ele deverá diminuir a corrente para manter a potência
inalterada. Isso acaba por diminuir as perdas na linha de transmissão, pois em
um sistema de energia elétrica, as perdas de transmissão são proporcionais ao
quadrado da corrente que circula nas linhas.

diversosDenomes,
acordodependendo
com Chapman (2013),
do uso queos transformadores
é feito nos sistemasde
depotência
po tência recebem
potência elétrica.
Um transformador conectado à saída de uma unidade geradora e usado para
elevar a tensão até o nível de transmissão (110 kV) é denominado algumas vezes
transformador da unidade de geração.
Na outra extremidade da linha de transmissão, o denominado
transformador da subestação abaixa a tensão do nível de transmissão para o nível
de distribuição (de 2,3 a 34,5 kV). Finalmente, o transformador que recebe a tensão
de distribuição é denominado transformador de distribuição. Esse transformador
abaixa a tensão de distribuição para o nível nal, que é a tensão realmente utilizada
(110, 127, 220 V etc.). Todos esses dispositivos são essencialmente o mesmo – a
única diferença entre eles está na nalidade da utilização.
A modelagem do transformador para um modelo unilar é constituída
de duas partes, segundo Monticelli e Garcia (2011): um transformador ideal com
relação de transformação 1:a e uma impedância série Zse = rse + jxse , como ilustrado
na Figura 26. Tanto Xse como rse são positivos com o transformador apresentando
perdas de potência ativa e a reatância é do tipo indutiva.
Ao compararmos as perdas das linhas de transmissão com as dos
transformadores, estes possuem perdas reativas (Xse) relativamente mais elevadas.
Isso é justicado pela elevada reatância de magnetização. Assim na modelagem do
transformador a impedância considerada corresponde ao efeito do uxo disperso
e as perdas no cobre. Na Unidade 2 quando aprofundarmos o estudo nas linhas
de transmissão serão apresentadas, de forma
fo rma mais detalhada, as características de
um transformador e como é a representação de um transformador real.
40

TÓPICO 2 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: CONCEITOS


CONCEITOS BÁSICOS

Para Monticelli e Garcia (2011), transformadores reguladores permitem


a variação do tap (parâmetros a que aparece no modelo). Em geral, a alteração
do tap acarreta também alterações na impedância equivalente, uma vez que o
número de espiras ca alterado. Nos transformadores mais comuns, os chamados
transformadores em fase, o tap a é uma grandeza real (escalar). O acréscimo
no valor de a tende a aumentar a magnitude da tensão do terminal oposto,
dependendo da rigidez da tensão em cada uma dessas
de ssas barras. A rigidez da tensão,
apor sua vez, dependerá
magnitude dosuma
da tensão de equipamentos
barra à qualligados à barra
está ligado umcorrespondente: assim,
gerador com controle
de tensão deverá ser mais rígida do que a tensão de uma barra a qual estejam
ligadas cargas residenciais, por exemplo.

FIGURA 26 – MODELO DE TRANSFORMADOR

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 43)

A convenção de sinais positivos para os uxos de potência através de


um transformador é a mesma utilizada para linhas de transmissão, conforme
indicado na Figura 26.

3.5 GERADORES
Neste subtópico, será apresentada somente uma visão geral dos geradores.
A apresentação de cada um dos segmentos que limitam a região de operação
viável do gerador será feita mais adiante no tópico seguinte, com a inclusão da
apresentação dos componentes que formam um gerador.
Continuando com a explanação dos problemas nos estudos de uxo de
carga, nessa situação normalmente são especicadas as tensões desejadas para
a operação do gerador e calculadas as injeções de potência reativa. Esses valores
calculados devem obedecer a limites máximos e mínimos de geração de potência
reativa. Por outro lado, nos problemas de despacho econômico da geração (ou
uxo de potência
os níveis ótimo),
de geração as cargas e os(variáv
são determinados (limites dedependentes),
variáveis
eis transmissão são especicados
desde que limitese
máximos e mínimos de geração sejam obedecidos (MONTICELLI; GARCIA,
2011).
41

UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

As Figuras 27 e 28 ilustram as regiões de operação do gerador síncrono


atuando, respectivamente, sobre-excitado e subexcitado. A Figura 27 apresenta
também que caso o gerador trabalhe sobre-excitado e adotando a convecção de
sinais já dita, consideramos tanto a potência ativa (P) como a reativa (Q) com
sinais positivos já que o uxo está “entrando” na barra. A Figura 28 apresenta o
caso de gerador subexcitado, nesta situação a potência ativa (P) “entra” na barra
e a potência reativa (Q) “sai” da barra.

FIGURA 27 – REGIÕES DE OPERAÇÃO: GERADOR SÍNCRONO SOBREEXCITADO

FONTE: Adaptada de Monticelli e Garcia (2011)

FIGURA 28 – REGIÃO DE OPERAÇÃO: GERADOR SÍNCRONO SUBEXCITADO

FONTE: Adaptada de Monticelli e Garcia (2011)

De acordo com Monticelli e Garcia (2011), os compensadores síncronos


são dispositivos utilizados para gerar/absorver dinamicamente a potência reativa
da barra ao qual está conectado. Como o próprio nome indica, é um dispositivo
utilizado na compensação reativa do sistema, sendo um caso particular de
gerador síncrono, em que não há potência ativa gerada (P = 0; Q < 0 ou Q > 0),
como mostrado na Figura 29.
42

TÓPICO 2 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: CONCEITOS


CONCEITOS BÁSICOS

FIGURA 29 – FLUXO DE POTÊNCIA DO COMPENSADOR SÍNCRONO

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 45)

3.6 CARGAS
As cargas atendidas por uma rede elétrica
e létrica são compostas por aglomerados
de consumidores vistos das subestações de distribuição. Como existe uma
diversidade muito grande dos elementos que compõem tais cargas, variando
imprevisivelmente com o tempo, sua modelagem torna-se mais complicada do
que a dos geradores, transformadores e linhas. A Figura 30 indica a convenção
positiva de sinais (valores positivos “saindo” da barra) para a carga.

DICAS

Para conhecimento prático do estudo de fluxo de potência ou de carga,


sugerimos o uso da versão gratuita do programa PowerWorld Simulator que possui
um limite de 13 barras sendo o ideal para aprender operações e análise de sistemas de
energia, podendo ser efetuado o download. Acesse em: https://www.powerworld.com
solutions/students. https://www.powerworld.com//
43

UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

FIGURA 30 – CONVENÇÃO DE SINAIS POSITIVOS PARA CARGAS (PARTES ATIVA E REATIVA)

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 46)

Conforme
(a) indutiva ilustrado na
e (b) capacitiva. EmFigura
ambos 31 são representadas
os casos, cargas
a carga absorve variáveis,
potência ativa
(positiva), mas a potência reativa pode ser positiva (indutiva) ou negativa
(capacitiva).

FIGURA 31 – CONDIÇÕES DE CARGAS INDUTIVA E CAPACITIVA


CAPACITIVA

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 46)


44

TÓPICO 2 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: CONCEITOS


CONCEITOS BÁSICOS

Podemos armar, de acordo com Monticelli e Garcia (2011), que nos


estudos de uxo de carga, em geral, trabalha-se com a carga/geração líquida da
barra que é da
dada
da pela diferença entre a geração e a demanda (carga). Se a potência
líquida for positiva, signica que a geração será maior em magnitude que a carga:
potência líquida positiva estará “entrando” na barra. E, simetricamente, se a
potência líquida for negativa, signica que a geração será menor em magnitude
que a carga: a potência líquida negativa estará “saindo” na barra.

DICAS

A fim de visualizar os conceitos aqui estudados e as atividades propostas,


acesse: http://www.falstad.com/circuit/ para desenhar, editar, construir e simular circuitos
elétricos.
45

RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Existem d
diversas
iversas formas de gerar energia at
através
ravés de process
processos
os químicos
químicos e
mecânicos, com várias origens.
estão correlacionados E todos
de alguma os processos
forma com o Sol.de As
geração de energia
transformações
de energia são através da transformação de trabalho gerado por energia
mecânica, aproveitando a energia cinética e potencial do processo. Além da
transformação de trabalho temos as reações químicas de células a combustível
e células fotovoltaicas.
• Quando estamos analisando sistemas de potência, adotamos a representação
unilar sabendo que esta corresponde a um sistema trifásico. Contendo
geradores, barras, linhas de transmissão e cargas que são representados no
modelo barra-linha.

• Chaves e disjuntores
dois condutores são dispositivos
que fazem parte de umaque redepermitem ligar
elétrica. Na ou desligar
posição aberta
corresponde a uma impedância innita enquanto a posição fechada
corresponde a um curto-circuito. Na representação unilar podem ser
interpretados juntos como a parte lógica do circuito.
• No modelo bar
barra-linha
ra-linha as barras são os nnós
ós d
daa rede e as linhas/transformadores
são os elos entre esses nós. Um sistema de potência contém três tipos de
barras que são: barras PQ ou de carga (apresentam potência ativa e reativa
conhecidas), barras PV ou de geração (apresentam potência ativa e o módulo
da tensão conhecidos) e barra swing ou slack (é única no sistema e apresenta
magnitude da tensão e fase xas).
• Na maior parte dos casos existentes representamos as linhas de ttransmissão
ransmissão
por um modelo π. No estudo do uxo de potência leva-se esse modelo em
consideração.
46

AUTOATIVIDADE

1 A facilidade de transporte da eletricidade e seu baixo índice de perda


energética durante conversões incentivam o uso da energia em grande
escala no mundo todo, inclusive no Brasil. Fontes renováveis, como a
força das águas, dos ventos ou a energia do sol e recursos fósseis, estão
entre os combustíveis usados para a geração da energia elétrica. Por meio
de turbinas e geradores podemos transformar outras formas de energia,
como a mecânica e a química, em eletricidade. Nesse contexto, julgue as
armações que seguem:
FONTE: <https://bit.ly/3BgtTTA>. Acesso em: 16 mar. 2021.

I- Na geração de gra grandes


ndes quantidades de energia, o ca calor
lor gera
gerado
do pela
pelass
máquinas térmicas pode ser diretamente transformado em energia
elétrica sem qualquer outra etapa de transformação.
II- A energia ssolar
olar torna possível a origem de outr
outras
as fontes de energia, ttais
ais
como a energia eólica através do aquecimento da atmosfera gerando os
ventos. Além da transformação de energia elétrica diretamente através
das células fotovoltaicas.
III- As células a combustível nnão
ão são utilizadas em reações químicas
químicas e sim na
combustão para transformação em trabalho.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Somente a sentença I está correta.
b) ( ) Somente a sentença II está correta
correta..
c) ( ) Somente a sentença III está correta.
d) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
e) ( ) As sentenças II e III estão corretas.

2 A modelagem de componentes do ssistemaistema elétrico de potência, nos permite


analisar de forma ampla o que ocorre na rede, com relação a frequência
elétrica, a tensão nas barras e a potência demandada pela carga. De acordo
com a modelagem desses componentes, classique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:
( ) Quando eestamos
stamos realizando estudos do u uxo
xo de carga, normalmente não
devemos considerar o sistema equilibrado e nem em regime permanente,
considerando todas as variáveis transitórias.
( ) Na representação de chaves e disjuntores em diagramas unilares,
quanto a parte lógica no circuito, ambos apresentam funções de abertura
e fechamento diferentes.
( ) A nalidade do sistema de prote
proteção
ção elétrica é assegurar
assegurar a de
desconexão
sconexão
de parte do circuito restante, caso ocorra alguma anormalidade que faça
com que o sistema opere fora dos limites previsto evitando danos aos
equipamentos.
47

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V
V..
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
3 O estudo de uxo de potência determina, essencialmente, o módulo e
ângulo danas
circulam tensão de de
linhas cada barra do sistema
transmissão. Outrase as potênciaspodem
grandezas ativa eser
reativa que
obtidas,
tais como: correntes nas linhas; potências a serem geradas e divididas entre
geradores; perdas nas linhas. A partir desse estudo podem-se vericar
problemas de tensão, sobrecargas etc. É realizado pelas concessionárias
através de programas computacionais. Neste contexto, julgue as armações
que seguem:
FONTE: <https://bit.ly/3xQcwad>.
<https://bit.ly/3xQcwad>. Acesso em: 16 mar. 2021.

I- No eestudo
studo de u
uxo
xo de potência temos alguns tipos de barras: PQ oouu de
geração, PV ou de carga e a barra de refe
referrência slack.
II- No uxo de potência, com relação à conve
convenção
nção de sina
sinais,
is, os u
uxos
xos são
considerados
caso das barraspositivos quando saem da barra e entram na linha para o
de geração.
III- Tanto nas barras PV como PQ a potência reativa não pode uir de maneiras
diferentes somente em um sentido, gerando reativos para a rede.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Somente a sentença I está correta.
b) ( ) Somente a sentença II está corr
correta.
eta.
c) ( ) Somente a sentença III está correta.
d) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
e) ( ) As sentenças II e III estão corretas.

4 responsáveis
Os dispositivos
pelade controle
geração atuam
ou pela sobre equipamentos,
transmissão muito
de grandes blocos
blo cos deles,
de energia
até a carga. Quais são os principais equipamentos do sistema elétrico de
potência e os equipamentos de manobra e proteção?
5 No circuito a seguir, está uma representação simplicada de três subestações
subestações..
Estão representados apenas:
Barramentos – (1), (4), (7), (9), (11) e (13)
Linhas – (12), (14) e (15)
Transformador – (10)
Geradores – (2) e (3)
Carga – (8) – 1 a 13
Disjuntores
48

Apresente o modelo barra-linha para o sistema, considerando os estados


(Aberto/Fechado) dos disjuntores dados pela tabela:
Disjuntor 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Estado F F A F F F F A F F F F F
SISTEMA DE POTÊNICA COM TRÊS SUBESTAÇÕES

FONTE: Adaptado Monticelli e Garcia (2011)


49
50

UNIDADE 1 TÓPICO 3 —

GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: MÉTODOS


DE GERAÇÃO DE ENERGIA

1 INTRODUÇÃO
Um gerador síncrono é um dispositivo usado para converter energia
mecânica produzida por uma máquina motriz, em energia elétrica CA com tensão
e frequência especícas. O termo síncrono refere-se ao fato de que a frequência
elétrica dessa máquina está vinculada ou sincronizada com a velocidade mecânica
do eixo de rotação. O gerador síncrono é usado para produzir a maior parte da
energia elétrica usada no mundo inteiro.
Saber como é o funcionamento de um gerador síncrono por dentro é
um dos pontos vistos com mais profundidade nas disciplinas que estudam as
máquinas elétricas, permitindo entender a inuência da carga na geração. Isso
nos ajuda a poder melhorar o rendimento da máquina geradora. As ferramentas
analíticas básicas para o estudo dos geradores síncronos são as equações das
tensões geradas e do conjugado eletromecânico. Em conjunto, elas exprimem o
acoplamento entre sistemas elétrico e mecânico.
Neste tópico estudaremos a modelagem de geradores síncronos do ponto
de vista de circuito elétrico atuando no modelo unilar para ver as características
que afetam seu funcionamento, além de analisar a modelagem do ponto de vista
do estudo de uxo de carga em redes de energia elétrica. Estando interessado
em saber quais os limites que podem atuar e como esses limites inuenciam a
capacidade de geração de potência ativa e reativa dos geradores em diversas
situações de operação.

2 GERADORES SÍNCRONOS
Geradores síncronos ou alternadores são máquinas síncronas utilizadas
para converter potência mecânica em potência elétrica CA. Conforme arma
Chapman (2013), em um gerador síncrono, um campo magnético é produzido no
rotor. Para obter o campo magnético no rotor é possível utilizar um ímã permanente
ou de um eletroímã, obtido pela aplicação de uma corrente CC a um enrolamento
desse rotor. O rotor é, então, acionado por uma máquina motriz primária que
produz um campo magnético girante dentro da máquina. Esse campo magnético
girante induz um conjunto de tensões trifásicas nos enrolamentos de estator do
gerador.
51

UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

2.1 CARACTERISTICAS ELÉTRICAS


Conforme descrito por Chapman (2013), geradores síncronos são, por
denição, síncronos, signicando que a frequência elétrica produzida está
sincronizada ou vinculada à velocidade mecânica de rotação do gerador. A
frequência elétrica (fse) está relacionada com a velocidade mecânica do campo
magnético (nm), ou seja, a velocidade de rotação do rotor, e número de polos (P)
da máquina elétrica:
(3.1)

Dependendo do número de polos da máquina, a potência elétrica gerada


apresenta uma frequência de 50 ou 60 Hz com o gerador girando em velocidade
xa. Existem parâmetros elétricos importantes que afetam a geração de energia
em uma máquina síncrona. A tensão, como vimos no tópico anterior, deve ser
mantida constante em uma barra de geração. Desse modo a tensão interna
(EA) gerada por um gerador síncrono é dependente do uxo (ϕ) da máquina, a
frequência ou velocidade de rotação (ω) e construção da máquina (K). Todavia
esses detalhes mais especícos das máquinas síncronas não serão tratados aqui.
A forma mais simples de se calcular a tensão interna é:
EA = Kϕω (3.2)
Podemos ver que a tensão interna gerada EA é diretamente proporcional
ao uxo e a velocidade, mas o uxo, propriamente, depende da corrente que ui
no circuito de campo do rotor.

2.2 CIRCUITO
CIRCUITO EQ
EQUIV
UIVALENTE
ALENTE DO GERADOR
GERADOR

A tensão
síncrono. EA é a tensão gerada interna produzida em uma fase do gerador
Entretanto, essa tensão EA não é usualmente a tensão que aparece nos
terminais do gerador. De fato, o único momento em que a tensão interna EA é
igual à tensão de saída Vϕ ou dos terminais de uma fase é quando não há corrente
de armadura circulando na máquina (CHAPMAN, 2013). Os fatores responsáveis
por essa diferença de tensão nos terminais estão relacionados à forma de como
podemos modelar uma máquina. Esses fatores são:
• A distorção do campo magnético do entreferro pela corrente que ui no
estator, denominado reação de armadura.
• A autoindutância das bobinas da armadura.
• A resistência das bobinas da armadura.
• O efeito do formato dos polos salientes do rotor.
52

TÓPICO 3 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: MÉTODOS


MÉTODOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA

A reação de armadura é um efeito ocasionado quando a corrente de


armadura, do estator da máquina afeta o campo magnético que o produziu em
primeiro lugar. Neste caso a corrente trifásica que circula no estator afeta o campo
magnético do rotor.
Na análise de sistemas elétricos de potência, o modelo de gerador síncrono
a ser utilizado vai depender do tipo de estudo. Se for em regime permanente: o
gerador trifásico
pu, na Figura é representado
32. As pelodecircuito
leis das tensões equivalente
Kirchhoff para esse(por fase),são:
circuito em valores
Vϕ = EA – jXSIA – RAIA (3.3)
FIGURA 32 – CIRCUITO SIMPLES DO GERADOR SÍNCRONO

FONTE: Chapman (2013, p. 204)

Onde:

Em regime transitório: a impedância do gerador trifásico é representada


através da reatância transitória X'(X'd e X'q) ou subtransitória X'' (X''d e X''q),
sendo:
53

UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Para efetuar a modelagem do circuito simples de um gerador trifásico são


necessários os valores de potência nominal aparente trifásica (total das três fases),
tensão de linha nominal, frequência de operação
ope ração do gerador, no Brasil é adotada
a frequência elétrica de 60 Hz na rede, e as reatâncias síncrona, transitória e
subtransitória: por fase, em pu, tendo como valores base a potência nominal da
máquina e a tensão nominal.

tensõesQuando utilizamos
e correntes, fasores os
consideramos nosmódulos
cálculos edeângulos
circuitos elétricos
dessas envolvendo
grandezas, com
seus diagramas fasoriais mostrando as relações entre essas grandezas. A Figura
33 ilustra essas relações quando o gerador está alimentando uma carga com
fator de potência unitário (carga puramente resistiva), atrasado (carga indutiva)
e adiantado (carga capacitiva). Ao observar o diagrama fasorial para o fator de
potência atrasado da Figura 33, temos que para uma dada tensão de fase e uma
dada corrente de armadura é necessária uma tensão gerada interna EA maior para
as cargas atrasadas do que para as adiantadas. Ainda na Figura 33, no diagrama
fasorial do fator de potência adiantado, temos que para uma dada corrente de
campo e uma intensidade de corrente de carga, a tensão de terminal será menor
com cargas atrasadas e maior com cargas adiantadas.

FIGURA 33 – DIAGRAMAS FASORIAIS DE UM GERADOR SÍNCRONO

FONTE: Chapman (2013, p. 204-205)

2.3 POTÊNCIA EM GERADORES SÍNCRONOS


Como visto no Tópico 2, um gerador síncrono apresenta a fonte de potência
mecânica, a máquina motriz, podendo ser um motor a diesel, uma turbina a
vapor, uma turbina hidráulica ou qualquer dispositivo similar. Conforme arma
Chapman (2013), qualquer que seja a fonte, ela deve ter a propriedade básica
de que sua velocidade seja quase constante independentemente da potência
demandada. Se não fosse assim, a frequência do sistema de potência resultante
variaria.
54

TÓPICO 3 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: MÉTODOS


MÉTODOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA

Nem toda potência mecânica que entra em um gerador síncrono torna-se


potência elétrica, pois apresenta perdas mecânicas, as do núcleo e as suplementares
da máquina. A potência mecânica de entrada é a potência no eixo do gerador ao
passo que a potência convertida internamente da forma mecânica para a forma
elétrica como pode ser visto na Figura 34.

FIGURA 34 – DIAGRAMA DE FLUXO DE POTÊNCIA DE UM GERADOR SÍNCRONO

FONTE: Chapman (2013, p. 206)

3 MÉTODOS
MÉTODOS DE OPERAÇÃO DE GERADORES SÍNCRONOS
O comportamento de um gerador síncrono sob carga varia grandemente
conforme o fator de potência da carga e se o gerador está operando isolado ou em
paralelo com outros geradores síncronos (CHAPMAN, 2013). Neste subtópico,
veremos o comportamento dos geradores quando operam isolados e em paralelo.
Para estes casos são ignorados os efeitos de RA, além disso assume-se que a
velocidade dos geradores
obtidas assumindo-se é constante
velocidade e que todas
constante, e queasocaracterísticas
uxo no rotorde terminal
dos são
geradores
é constante, a não ser que haja uma alteração das correntes de campo.

3.1 O GERADOR SÍNCRONO OPERANDO ISOLADO


Quando analisamos um gerador operando isolado, deve-se sempre pensar
o gerador alimentando uma carga, para assim poder avaliar as suas características
como mostrado na Figura 35. Assim o funcionamento do gerador
g erador em um sistema
de potência depende das características da carga.
55

UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

FIGURA 35 – GERADOR OPERANDO ISOLADO

FONTE: O autor

Ao considerarmos um aumento de carga automaticamente estamos


solicitando um aumento de potência ativa e/ou reativa do gerador, esse aumento
ocasiona um aumento na corrente de carga do gerador. Considerando que
nenhuma das outras características sofreu mudanças permanecendo constantes,
tais como a corrente de campo, uxo de campo ϕ e a velocidade ω. Para sabermos
o que pode ocorrer quando há uma variação na carga é necessário o uso de
diagramas fasoriais que mostram as alterações na carga, levando em consideração
as restrições do gerador.

Ao nas
alterações examinarmos os diagramas
tensões de terminal fasoriais da primeiramente
Vϕ . Examinando Figura 36, vemos que há
o diagrama
fasorial com fator de potência atrasado, temos a situação que ocorre caso haja um
aumento da carga para um mesmo fator de potência. Nessa situação, conforme
descrito por Chapman (2013), o módulo da corrente de armadura|IA| aumentará,
mas permanecerá no mesmo ângulo ө em relação à tensão Vө de antes. Desse modo,
a tensão da reação de armadura jXSIA será maior do que antes, mas permanecerá
com o mesmo ângulo. Como a tensão interna EA do gerador deve operar nas
mesmas condições de antes do aumento da carga, esse valor de tensão não pode
ser alterado. Ao obedecermos a esta restrição e plotarmos no diagrama fasorial
veremos que, quando a carga aumenta, a tensão Vϕ diminui acentuadamente.

Analisando
de potência agora
unitário. a situação
Levando em que há um
em consideração as aumento da carga com
mesmas restrições fator
de antes,
pode-se ver no diagrama fasorial de fator de potência unitária, que desta vez,
Vϕ diminui apenas ligeiramente, como pode ser visto na Figura 36. Quando o
gerador fornecer potência para cargas com fator de potência adiantado, o aumento
da carga para o mesmo fator de potência, a tensão da reação de armadura será
diferente de seu valor anterior e a tensão de terminal Vϕ na realidade aumentará.
56

TÓPICO 3 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: MÉTODOS


MÉTODOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA

FIGURA 36 – EFEITO DO INCREMENTO DA CARGA DO GERADOR SOBRE A TENSÃO DE


TERMINAL

FONTE: Chapman (2013, p. 215)

De acordo com Chapman (2013), as conclusões que podemos chegar em


relação à mudança do tipo de carga no gerador síncrono são:
• Se cargas com fator de potência em atra
atraso
so (+Q ou cargas de potência reativa
indutiva) forem acrescentadas a um gerador, Vϕ e a tensão de terminal VT
diminuirão de forma
f orma signicativa.
• Se cargas com fator de potência unitário (sem potência reativ reativa)
a) forem
acrescentadas a um gerador, haverá um pequeno aumento em Vϕ e na tensão
de terminal.
• Se carga
cargass com fator de potência ad
adiantado
iantado (-Q ou cargas de potência reativa
capacitiva) forem acrescentadas a um gerador, Vϕ e a tensão de terminal VT
aumentarão.
Analisar a regulação de tensão (RT) de um gerador é uma das maneiras de
verificar como estão se comportando os geradores quando em funcionamento. A
regulação de tensão é definida pela equação:

(3.4)
57

UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Onde, Vvz é a tensão a vazio do gerador e Vpc é a tensão à plena carga


do gerador. Aplicando o conceito de regulação de tensão conforme armado
por Chapman (2013), um gerador síncrono operando com um fator de potência
atrasado apresenta uma regulação de tensão muito positiva, um gerador síncrono
operando com um fator de potência unitário tem uma pequena regulação de
tensão positiva e um gerador síncrono operando com fator de potência adiantado
apresenta frequentemente uma regulação de tensão negativa.
Como foi visto, sempre é desejável manter a tensão constante nas barras de
carga, mesmo quando há alteração na carga. Assim precisamos manter a tensão
de terminal do gerador constante, sendo necessário alterarmos os parâmetros da
tensão interna EA do gerador para compensar essas mudanças na carga. Como EA =
Kϕω, lembrando
lembrando qque
ue K corresponde à característica construtiva da máquina e não
pode ser alterada, e a frequência ω não deve ser alterada em um sistema normal,
então o único modo de alterar a tensão interna do gerador será controlando a
variação do fluxo da máquina. Desse modo é possível regular a tensão de terminal
do gerador para uma série de alterações de carga, simplesmente ajustando a
corrente de campo.

DICAS

A fim de ampliar os conceitos aqui estudados, e até mesmo rever os concei-


tos estudados na disciplina de máquinas elétricas, recomendamos a leitura do Capítulo 4
– Geradores Síncronos, página 197 a 224, do livro Fundamentos de Máquinas Elétricas (5ª
edição) de Stephen J. Chapman.

3.2 OPERAÇÃO EM PARALELO DE GERADORES SÍNCRONOS


Dicilmente nos sistemas de potência se faz uso somente de um gerador
que opera isolado alimentando várias cargas, sem a presença de outros geradores.
Tal situação pode ocorrer em geradores de emergência, todavia, somente para
alimentar cargas pequenas que não exijam grandes quantidades de potência
por um longo tempo. Sendo assim é mais comum encontrarmos sistemas que
possuem diversos geradores operando em paralelo para fornecer a potência
requerida pelas cargas. Para Chapman (2013), os geradores quando operam em
paralelo apresentam as seguintes vantagens:
• Diversos geradores podem alimentar uma carga maior do que apenas uma
máquina isolada.
• A presença de muitos geradores aumenta a conabilidade do sistema de
potência porque, se um deles falhar, não ocorrerá uma perda total de potência
para a carga.
58

TÓPICO 3 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: MÉTODOS


MÉTODOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA

• A pr
presença
esença d
dee muitos geradores em paralelo permite qque
ue um ou mais deles
sejam removidos para desligamentos e manutenção preventiva
preventiva..
• Quando apenas um gerador
gerador está sendo usa
usado
do e não est
estáá opera
operando
ndo próximo
da plena carga, então ele será relativamente ineciente. Quando há muitas
máquinas menores em paralelo é possível operar com apenas uma fração
delas. As que estiverem realmente operando estarão funcionando próximo
da plena carga e, portanto, mais ecientemente
ecientemente..
A Figura 37 ilustra uma conexão em paralelo de dois geradores, na
situação o Gerador 1 está fornecendo potência para uma carga, e após algum
tempo o Gerador 2 será conectado em paralelo com o Gerador 1 com o fechamento
da chave S1. Entretanto, a conexão desses dois geradores não pode ocorrer
sem que sejam respeitadas as condições de paralelismo, pois caso a chave seja
fechada arbitrariamente em qualquer instante poderá ocasionar danos graves aos
geradores, e o fornecimento de potência para a carga será comprometido.

FIGURA 37 – GERADORES LIGADOS EM PARALELO


PARALELO EM UM SISTEMA DE POTÊNCIA

FONTE: Chapman (2013, p. 226)

Ao analisarmos
não forem o caso
exatamente as de fechamento
mesmas arbitrárioque
em cada condutor da está
chavesendo
S1, se as tensões
conectado,
haverá um uxo muito grande de corrente quando a chave for fechada, podendo
danicar os enrolamentos dos geradores.
Para evitar esse problema, cada uma das três fases deve ter exatamente o
mesmo valor de tensão e ângulo de fase que o condutor ao qual está sendo ligada.
Chapman (2013) arma que para conseguir o acoplamento correto, as seguintes
condições de paralelismo devem ser atendidas:
• As tensões ecazes de linha dos dois geradores devem ser iguais.
• Os dois geradores devem ter a mesma sequência de fases.
•• A
Osfrequência
ângulos dedofase dasgerad
duasor,
fases a devem ser iguais.
novo gerador, o gerador que está entrando em paralelo, deve
ser ligeiramente superior à frequência do sistema que já está em operação.
59

UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Para a condição em que as tensões devem ser iguais, os dois conjuntos de


tensões devem naturalmente ter o mesmo valor de tensão ecaz. Para a condição
dos ângulos de fase das duas fases a e a' serão idênticas se ambos os valores e
ângulos forem os mesmos.
Para a condição em que os dois geradores devem ter a mesma sequência
de fases, deve ser assegurado que a sequência na qual as tensões de fase passam
por
Casopicos nos dois
somente umageradores sejaesteja
das tensões a mesma
em como
fase, euma das mostradas
as outras na Figuraem
estarão defasadas 38.
120°, nesse caso, correntes elevadas circulariam nas outras duas fases, danicando
ambas as máquinas. Uma forma de corrigir esse problema de sequência de fases é
invertendo as ligações de duas fases de uma das máquinas.
Para a condição de frequência, conforme arma Chapman (2013), se as
frequências dos geradores não estiverem muito próximas uma da outra quando
os geradores são ligados entre si, ocorrerão grandes transitórios de potência
até que os geradores se estabilizem em uma frequência comum. As frequências
dos dois geradores devem ser muito próximas, mas não podem ser exatamente
iguais. Elas devem diferir em um pequeno valor, de modo que o ângulo de fase da
máquina
de fase doque está entrando
sistema em paralelo mude lentamente em relação ao ângulo
já em operação.

FIGURA 38 – SEQUÊNCIAS DE FASE DE UM SISTEMA TRIFÁSICO

FONTE: O autor

Quando estamos estudando o paralelismo entre geradores síncronos


devemos relacionar as características de frequência, potência e tensão, e potência
reativa do gerador. Assim, independente da máquina motriz que irá gerar a
potência mecânica, comportamento da máquina motriz vai ser igual, ou seja, à
medida
diminui.que é solicitada
Sendo necessáriomais potência
algum tipo dedaregulador
máquina,dea velocidade
velocidade para
com que
que essa
gira
velocidade diminua linearmente. Um tipo gráco de velocidade versus potência
está mostrado na Figura 39.
60

TÓPICO 3 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: MÉTODOS


MÉTODOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA

Como já vimos, a velocidade do eixo se relaciona com a frequência elétrica


da seguinte forma:
(3.5)
A relação entre a frequência e a potência pode ser descrita quantitativamente
quantitativamente
por meio da equação:
(3.6)
Em que:

FIGURA 39 – CURVA DE VELOCIDADE/FREQUÊNCIA VERSUS POTÊNCIA

FONTE: Chapman (2013, p. 230)

Da mesma forma, podemos obter uma relação entre a potência reativa


Q e a tensão de terminal VT como ilustrado na Figura 40. E como estudado
anteriormente, vimos que quando uma carga atrasada é ligada a um gerador
síncrono, sua tensão de terminal cai. E quando uma carga adiantada é ligada a
um gerador síncrono, sua tensão eleva-se.
61

UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

FIGURA 40 – CURVA DE TENSÃO DE TERMINAL VERSUS POTÊNCIA REATIVA

FONTE: Chapman (2013, p. 231)

Como aqui estamos tratando de sistemas de potência, devemos avaliar


o funcionamento de geradores em paralelo em grandes sistemas de potência.
Quando um gerador síncrono é conectado a um sistema de potência de grande
porte, a inserção de um gerador não irá alterar de modo signicativo a frequência
da rede. Esse conceito é chamado de barramento innito.
Segundo Chapman (2013), um barramento innito é um sistema de potência
tão grande que sua tensão e sua frequência não variam, independentemente de
quanta potência ativa ou reativa é retirada ou fornecida ao sistema. A relação de
potência versus frequência/tensão é mostrada na Figura 41.

FIGURA 41 – CURVAS DE BARRAMENTO INFINITO

FONTE: Chapman (2013, p. 233)


62

TÓPICO 3 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: MÉTODOS


MÉTODOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA

Ainda conforme arma Chapman (2013), quando um gerador é ligado em


paralelo com outro gerador ou com um sistema de grande porte, a frequência e a
tensão de terminal de todas as máquinas devem ser as mesmas, porque todos os
seus condutores de saída estão ligados entre si. Desse modo, as características de
potência ativa versus frequência podem ser plotadas lado a lado como ilustrado
na Figura 42.

FIGURA 42 – DIAGRAMA FREQUÊNCIA VERSUS POTÊNCIA DE UM GERADOR SÍNCRONO COM


BARRAMENTO INFINITO

FONTE: Chapman (2013, p. 234)

Na situação mostrada na Figura 42, assumimos que o gerador foi colocado


em paralelo com o barramento innito, desse modo o gerador estará basicamente
“utuando” na linha, fornecendo uma pequena quantidade de potência ativa e
pouca ou nenhuma potência reativa.
Assim, quando um gerador está operando em paralelo com um barramento
innito, as seguintes situações ocorrem:
• A frequência e a tensão de termina
terminall do gerador são cont
controladas
roladas pelo sist
sistema
ema
ao qual ele está ligado.
• O pont
pontoo de ajuste no regulador do gera
gerador
dor ccontrola
ontrola a potência ativa fornecida
pelo gerador ao sistema.
• A corrente de cacampo
mpo do gerador controla
controla a potência reativa fornecida pelo
gerador ao sistema.
63

UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Essas situações ocorrem em geradores reais operando conectados a


grandes sistemas de potência. Nessas situações há a operação de geradores em
paralelo com outros geradores de mesmo porte, com todos operando em conjunto.
Nesse tipo de sistema, a condição básica é que a soma das potências ativa
e reativa fornecidas pelos dois geradores deva ser igual à potência demandada
pela carga. Portanto, para essa situação de dois geradores de mesma potência
operando em conjunto, segundo Chapman (2013), temos que:
• O sistema está condiciona
condicionado
do a que a potência tota
totall fornecida pelos dois
geradores em conjunto deva ser igual à quantidade consumida pela carga. Nem
a frequência do sistema fsis nem a tensão de terminal VT estão condicionadas a
serem constantes.
• Para ajustar o compar
compartilhamento
tilhamento de potência atativa
iva entre os geradores sem
alterar fsis, simultaneamente, aumente o ponto de ajuste no regulador de
um gerador e diminua o ponto de ajuste no regulador do outro gerador. A
máquina, cujo ponto de ajuste no seu regulador foi incrementado, assumirá
uma parte da carga.
• Para ajustar fsis sem alterar o compartilhamento de potência ativa,
simultaneamente,
reguladores. aumente ou diminua os pontos de ajuste em ambos os
• Para ajustar o ccompartilhamento
ompartilhamento de potência
potência reativa entre os geradores sem
alterar VT , simultaneamente, aumente a corrente de campo de um gerador e
diminua a corrente de campo do outro gerador. A máquina, cuja corrente de
campo aumentou, assumirá uma parte maior da carga reativa.
• Para ajustar VT sem alterar o compartilhamento de potência reativa,
simultaneamente, aumente ou diminua as correntes de campo de ambos os
geradores.

3.3 MÉTODOS DE SINCRONIZAÇÃO


Para a sincronização dos dois geradores em paralelo representados na
Figura 43, devem ser seguidos alguns passos, de acordo com Chapman (2013):
• Usando voltímetros, a corrente de ccampo
ampo da mmáquina
áquina que está entrando em
paralelo deve ser ajustada até que sua tensão de terminal seja igual à tensão
de linha do sistema já em operação.
• A sequência de fases do gerador que está entrando em paralelo dev devee ser
comparada com a sequência de fases do sistema que já está operando. A
sequência de fases pode ser vericada de diferentes modos. Uma maneira
é ligar de modo alternado um pequeno motor de indução aos terminais de
cada um dosdedois
a sequência geradores.
fases Se a cada
será a mesma vez o motor
em ambos girar no Se
os geradores. mesmo sentido,
o motor girar
em sentidos opostos, então as sequências de fases serão diferentes e dois dos
condutores do gerador que está entrando em paralelo devem ser invertidos.
64

TÓPICO 3 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: MÉTODOS


MÉTODOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA

Na Figura 43 temos a representação de um dos métodos utilizados quando


fazemos o paralelismo entre geradores,
ge radores, o método das três lâmpadas. Esse método
pode ser o das Três Lâmpadas Apagadas e o Método das Duas Lâmpadas Acesas
e uma Apagada. Esses dois métodos utilizam lâmpadas indicadoras em série
com a saída de um gerador para indicar quando as saídas dos alternadores estão
sincronizadas.

um gastoOscom
doisum
métodos citados são
sincronoscópio. usados em
O método dasaplicações em que
três lâmpadas não seé justifica
apagadas comum
em aplicações de baixas potências. O método das duas lâmpadas acesas e uma
apagada pode ser utilizado em aplicações de baixas e altas potências. Assim se as
três
três lâmpadas brilharem e apagarem-se em conjunto, isso significa que os sistemas
terão a mesma sequência de fases. Se as lâmpadas brilharem sucessivamente uma
depois da outra, os sistemas terão a sequência oposta de fases e uma das sequências
deverá ser invertida.

NOTA

O sincronoscópio é um aparelho destinado a indicar quando há sincronismo


entre a operação de duas instalações (máquinas ou redes). Sendo utilizado para estabelecer
o ângulo de fase e sincronização de frequência entre fontes de corrente alternada (AC) de
energia (PACOTE [...], 2008).

Logo que as frequências se tornarem aproximadamente iguais, a fase entre


e ntre
as tensões dos dois sistemas se alterará muito lentamente. As alterações de fase
são observadas e, quando os ângulos de fase forem iguais, a chave que conecta os
dois sistemas será fechada.

FIGURA 43 – MÉTODOS DAS TRES LÂMPADAS


FONTE: Chapman (2013, p. 227)

65

UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Apesar de o método das três lâmpadas ser simples e funcionar, ele


não é muito exato. E quando se quer exatidão se utiliza um sincronoscópio. O
sincronoscópio provê o método mais preciso de sincronização de geradores. Um
sincronoscópio utiliza ou um ponteiro mecânico ou um conjunto de LEDs para
indicar quando os geradores estão sincronizados.
Nos sincronoscópios que utilizam o ponteiro mecânico para indicar
aalternador
sincronização de ele
no qual alternadores, se o estará
está conectado ponteiro girar no
operando sentido
a uma anti-horário,
rotação o
mais lenta
que a do outro gerador. Se o ponteiro girar no sentido horário, o alternador estará
operando a uma velocidade mais rápida que a do outro alternador. Quando o
ponteiro estiver totalmente na vertical e estacionário na posição de 12 horas, os
geradores estarão sincronizados.
Os sincronoscópios mais atuais utilizam LEDs ao invés de ponteiros
mecânicos, uma vez que os LEDs respondem mais rapidamente às variações da
corrente alternada, seu princípio de operação é semelhante ao de ponteiro.

FIGURA 44 – UM SINCRONOSCÓPIO
SINCRONOSCÓPIO

FONTE: Sincronoscópio (2020, p. 1)

Embora o sincronoscópio lhe permita determinar quando os geradores


estão sincronizados, ainda assim você necessitará usar conexão da chave de
sincronização. A Figura 45 apresenta as conexões do sincronoscópio e da chave
de sincronização. Observar que o sincronoscópio somente é conectado através
de duas fases. O sincronoscópio é sem dúvida o melhor método utilizado
para sincronizar geradores, pois é o mais preciso, porém, é a opção mais cara.
Quanto maior a precisão no sincronismo dos geradores mais ecientemente eles
produzirão a potência desejada.
66

TÓPICO 3 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: MÉTODOS


MÉTODOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA

FIGURA 45 – CONEXÃO DO SINCRONOSCÓPIO

FONTE: Adaptado de Pacote [...] (2008)

TANTE
IMPORTA

O método das duas lâmpadas acesas e uma apagada também utiliza lâmpadas
para determinar quando os alternadores estão sincronizados. Os passos seguidos são: Passo
1 – Conectar as lâmpadas indicadoras e a chave de sincronização; Passo 2 – Operar dois
alteradores e verificar a sequência de fases correta; Passo 3 – inverter duas das lâmpadas
indicadoras; Passo 4 – sincronizar os geradores; Passo 5 – fechar a chave de sincronização
(PACOTE [...], 2008).

4 MODELAGEM DE GERADORES SÍNCRONOS


Quando estamos estudando o sistema de potência no ponto de vista do
uxo de potência a modelagem dos geradores é diferente para circuitos elétricos.
Aqui estaremos interessados em saber quais os limites que podem atuar e como
esses limites inuenciam a capacidade de geração de potência ativa e reativa dos
geradores em diversas situações de operação.
Quando tratamos de problemas de uxo de potência é comum serem
introduzidas restrições, conforme adotadas por Monticelli e Garcia (2011), do
tipo:
67

UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Onde, se os limites de Q e P utilizados nessas restrições forem considerados


xos e independentes entre si, podemos especicar uma região de operação viável
para o gerador como ilustrado na Figura 46.

FIGURA 46 – LIMITES APROXIMADOS DE GERAÇÃO ATIVA E REATIVA

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 156)

Quando são realizados estudos de uxo de carga, normalmente são


especicadas as tensões desejadas para a operação do gerador e calculadas as
injeções de potência reativa.
A curva de capacidade ilustrada na Figura 47 deve obedecer a limites
máximos e mínimos de geração de potência reativa, onde os limites reativos
considerados dependem do nível atual de geração de potência ativa. Cada um
dos limites é calculado a partir do modelo da máquina em condições de operação
em regime senoidal estacionário.

FIGURA 47– CURVA DE CAPACIDADE DO GERADOR SÍNCRONO

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 156)


68

TÓPICO 3 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: MÉTODOS


MÉTODOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA

4.1 CURVAS DE CAPACIDADE DE GERAÇÃO


Os diagramas de capacidade de geração de potência ativa e reativa de um
gerador síncrono, sendo divididos em máquinas de polos lisos e polos salientes,
cada um com características próprias. Analisaremos as curvas de capacidade
do gerador de polos lisos. O diagrama fasorial deste tipo de máquina está
representado na Figura 48. Para este caso Ef = EA, com as potências ativa
ativa e reativa
injetadas na barra innita dadas por:
(3.7)

(3.8)

FIGURA 48 – DIAGRAMA FASORIAL PARA MÁQUINA DE POLOS LISOS

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 160)

4.1.1 Limite de aquecimento da armadura

Este limite
aquecimento leva em consideração
dos enrolamentos a corrente
por perdas ôhmicas.deApesar
armadura
dessaI que provoca
perda não sero
representada no circuito, este limite tem um papel importante no comportamento
térmico da máquina e pode ser a responsável pela limitação da potência máxima
fornecida em algumas situações (MONTICELLI; GARCIA, 2011). A Figura 49
mostra a curva do limite de aquecimento da armadura.
69

UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

FIGURA 49 – LIMITE DE AQUECIMENTO DA ARMADURA

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 175)

4.1.2 Limite de aquecimento do enrolamento de campo


O enrolamento de campo que controla o uxo da máquina, da mesma
forma que os enrolamentos da armadura estão sujeitos a sobreaquecimento
devido às perdas ôhmicas. Conforme Monticelli e Garcia (2011), para fatores de
potência baixos, o limite imposto a corrente máxima de campo é mais restritivo
que o limite imposto pela corrente máxima na armadura. Sendo que o contrário
ocorre para fatores de potência maiores. O ângulo ϕlim representa a situação de
transição entre os dois casos (limitação por corrente de campo e por corrente
de armadura). A Figura 50 ilustra o limite de aquecimento dos enrolamentos de
campo.

FIGURA 50 – LIMITE DE AQUECIMENTO DOS ENROLAMENT


ENROLAMENTOS
OS DE CAMPO

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 176)


70

TÓPICO 3 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: MÉTODOS


MÉTODOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA

4.1.3 Limite de potência primária


Este limite está relacionado à máquina motriz do gerador, ou seja, a
potência mecânica no eixo da máquina que leva em consideração o torque da
máquina primária e a velocidade angular. De acordo com Monticelli e Garcia
(2011), este limite pode afetar o valor máximo de potência ativa gerada pelo
gerador e, dependendo das características da máquina, poderá ser mais ou menos
restritivo que o limite imposto pelo aquecimento da armadura. Vale destacar,
como mostrado na Figura 51, que o limite da fonte primária só afeta a potência
ativa, pois a potência reativa nesse caso é nula, com a energia elétrica fornecida
ao sistema sendo igual à energia mecânica fornecida ao eixo (MONTICELLI;
GARCIA, 2011).

FIGURA 51 – LIMITE DE POTÊNCIA NA TURBINA

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 176)

4.1.4 Limite de estabilidade


O limite de estabilidade é controlado por meio do ângulo de potência
máximo δmax. Conforme arma Monticelli e Garcia (2011), trata-se do limite de
π/2, ou seja, o ponto de potência máxima para máquinas de polos lisos. Na Figura
52, estão ilustrados dois casos, o limite de δmax = π/2 aparece como linha vertical,
sendo que, no caso de car fora da região de aquecimento viável, o limite de
estabilidade é inoperante.

quanto Nesses
menor casos, o ângulo
a excitação máximo
menor varia possível.
o ângulo com o nível de excitação
Onde, quando do gerador:
a excitação
cai, cai a magnitude de EA e, portanto, cai o valor máximo de potência teórica
(MONTICELLI; GARCIA, 2011).
71

UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

FIGURA 52 – LIMITE DE ESTABILIDADE


ESTABILIDADE IMPOSTO PELO ÂNGULO DE POTÊNCIA

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 177)

4.1.5 Limite de excitação mínima


De acordo com Monticelli e Garcia (2011), a diminuição contínua da
corrente de excitação if nos levará a um ponto no qual o valor de pico corresponde
à π/2. Sugere-se que existe uma limitação adicional que deve ser imposta ao valor
da corrente de excitação. No plano da potência (P, Q), a limitação de excitação
mínima aparece na Figura 53.

FIGURA 53 – LIMITE MÍNIMO DE EXCITAÇÃO

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 179)


72

TÓPICO 3 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: MÉTODOS


MÉTODOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA

Aos combinarmos todos os limites discutidos em um único plano, resulta


na curva de capacidade de geração dada na Figura 54. A curva tem o mérito de
dar o aspecto geral das limitações de geração de uma máquina de polos lisos.

FIGURA 54 – CURVA DE CAPACIDADE DE GERAÇÃO

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 179)

A m de ampliar os conhecimentos abordados neste tópico, recomendamos


a leitura complementar a seguir, do artigo Energia Solar Fotovoltaica no Brasil, de
Danilo Candido Cunha, Paulo Henrique Frois Santos e Daniel Araújo Corrêa
Freitas.

DICAS

A fim de visualizar os conceitos aqui estudados e as atividades propostas,


utilize o site a seguir para desenhar, editar, construir e simular circuitos elétricos. Acesse
em: http://www.falstad.com/circuit/.
73

UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

LEITURA COMPLEMENTAR

ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA NO BRASIL


Danilo Candido Cunha
Paulo Henrique
Daniel Frois Freitas
Araújo Corrêa Santos

1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como seu objetivo principal analisar algumas
peculiaridades do processo de energia fotovoltaica, onde será explanado sobre
o seu processo mundial de desenvolvimento. Será realizado um estudo dessa
energia dentro do cenário nacional, para que possa ser entendido como está
atualmente, seu desenvolvimento no Brasil. Assim sendo, será feita uma análise
das diculdades e vantagens que a sua produção e crescimento tem enfrentado
no setor energético brasileiro.
Os cuidados realizados pelo homem devido ao conhecimento de
problemas ambientais causados por si próprio vêm acarretando grande
incentivo ao desenvolvimento através de formas de energia mais limpas e que
sejam renováveis. Entretanto, devido a isso, há incessante busca por um meio
que seja menos agressivo ao meio ambiente e que ele possa promover o seu
desenvolvimento de maneira sustentável.
Segundo Severino e Oliveira (2010), o Brasil é um país que possui o benefício
de ter uma vasta capacidade de produção de recursos naturais, e devido a sua
localização é considerado um dos países com a melhor posição para a produção
de energia solar. O país conta também com uma farta mão de obra devido a sua
população, fazendo
energia solar com que
fotovoltaica. ele possa
Embora ter uma
tenha uma grande capacidade
innidade de produção
de recursos de
disponíveis
que contribuem com seu crescimento de produção de energia fotovoltaica, o país
ainda tem alguns problemas que impedem o seu desenvolvimento de produção
de grandes volumes e assim, impede a utilização como meio de matriz elétrica
do país.
2 FUNCIONAMENTO BÁSICO DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO
RESIDENCIAL
O funcionamento do sistema fotovoltaico de energia, mais popularmente
conhecido como sistema de energia solar, é um sistema que realiza a produção de
energia elétrica através da matéria prima radiação solar.
74

TÓPICO 3 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: MÉTODOS


MÉTODOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA

O sistema é responsável por fazer com que os consumidores domésticos


possam ser os próprios geradores da sua energia elétrica e isso é devido à sua
capacidade de captação de energia solar e as vantagens desse mecanismo, onde
pode ser considerado excedente a rede de distribuição de sua localidade.
De acordo com ANEEL (Agência de Energia Elétrica), são consideradas
inovações dentro do setor energético brasileiro, a geração e distribuição em micro
ou minicentrais
à economia de inovações
nanceira, dentro socioambiental
à consciência do setor energético do país, uma vez
e à sustentabilidade. aliado
sustentabilidade.
A instalação do sistema de geração de energia fotovoltaico é considerada
um sistema simples e não necessita das residências sofrerem grandes adaptações
a sua instalação. A imagem a seguir demonstra como é realizada uma
implementação do sistema fotovoltaico em uma residência.

FUNCIONAMENTO DA INSTALAÇÃO RESIDENCIAL DO SISTEMA FOTOVOLTAICO

FONTE: Adaptada de Soletrol

3 ENERGIA FOTOVOLTAICA NO CENÁRIO INTERNACIONAL


Conforme a revista Photon Internacional (2016), no começo dos anos
1990, o Japão foi o país pioneiro a introduzir em seu mercado a integração da
sua energia através de telhados fotovoltaicos, junto a isso foi implementada à
sociedade uma política de subsídio governamental. Era destinado com essa
política um valor inicial de 70% do custo desse sistema fotovoltaico, assim o
Japão teve um desenvolvimento que o tornou o maior produtor solar do mundo
por um grande período.
A partir da década de 1990, vindo a ser tomado seu posto na Europa
a partir do ano de 2007, fez com que o Japão obtivesse uma nova forma de
mercado, onde se deu a transformação do país que era dotado do maior mercado
75

UNIDADE 1 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

fotovoltaico do planeta. A sua superação na Europa foi através da Alemanha no


ano de 2006. Há alguns anos do período mais recente, o Japão voltou a fazer
a política de incentivo do subsídio, sendo considerado um ótimo exemplo de
políticas governamentais cujo objetivo era promover o avanço da energia elétrica
através de sistemas fotovoltaicos.
De acordo com Gore (2010) a Alemanha cou conhecida pela sua
implementação do programa
(Preço Líquido para denominado
Energia Renovável). “renawable
Devido energy net pricing
a essa implementação law”
teve como
resultado favorável
favorável um desenvolvimento eciente e rápido da indústria alemã de
energia fotovoltaica. No período de 10 anos entre os períodos de 2000 a 2010,
ocorreu um investimento nesse segmento de construções voltadas a instalações
fotovoltaicas acima do valor de 15 bilhões de euros, fazendo com que a indústria
Europeia superasse o Japão nesse mercado. Por essa razão, foi possível constatar
a ocorrência de um declínio relativo ao custo da geração da energia fotovoltaica
dentro do país.
4 POTENCIAL BRASILEIRO DE PRODUÇÃO DE ERNGIA FOTOVOLTAICA

O Brasil
capacidade é dotadodedaenergia,
de produção capacidade,
ou seja,quando
todos oslevado emusinas
tipos de contaque
toda sua real
produzem
a energia elétrica, a de capacidade e de 135 giga was (GW). Desta quantidade, o
número de 0,0010% é realizado através do sistema solar fotovoltaico, sistema esse
que realiza a produção de energia elétrica através da luz do sol. Através desses
números é capaz de ocorrer uma reexão onde explica qual a razão de nosso país
possuir uma utilização tão baixa de uma fonte tão barata e sustentável de energia
que é abundante.
De acordo com A revista Potencial de Energia (2016) o nosso país vem
realizando um aproveitamento ruim do seu potencial de produção de energia
solar. A produção do Brasil quando comparada a outros países pode ser
considerada residual, como por exemplo; a eólica.
De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (2015) apontou como sua
estimativa a produção de 283,5 milhões de MW por ano de energia fotovoltaica
em caso de utilização total do seu potencial solar. A realização da utilização da
potência do país seria mais do que suciente para atender o consumo doméstico
por mais de duas vezes, de 129 milhões de MW a cada ano. A cada região do país,
devido a sua capacidade de investimento e posição, é dotada de características
que reetem no seu potencial, mas o Nordeste é considerado uma região que
contém privilégios acima do que é considerado média nacional.
Segundo Severino e Oliveira (2010) o Brasil possui o privilégio de ser o
único país que recebe a quantidade de mais de 3000 horas de brilho solar por ano
no mundo. Sendo a região Nordeste do país conta com uma incidência média
diária entre 4,5 a 6 kWh. Devido a essa quantidade de energia solar, o Brasil pode
76

TÓPICO 3 — GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: MÉTODOS


MÉTODOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA

ser considerado um dos países que possui maior capacidade solar do planeta.
Entretanto, graças a essa abundância, ca demonstrado e justicado que se trata
apenas de um incentivo para o desenvolvimento do setor no país.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Brasil é um dos mais privilegiados países do mundo na capacidade de
produção
adoção dede energiapara
medidas fotovoltaica,
estimulareleo vem tentando
aumento de formasolar
da utilização não satisfatória
fotovoltaica.a
Contudo, o que se tem feito não pode ser considerado suciente para que ocorra
um crescimento a nível nacional que seja satisfatório a um ponto de se tornar a
Matriz Energética do Brasil.
O Brasil desde 2016 vem enfrentando uma das mais severas crises de
estiagem do último século, o que tem diminuído a capacidade real das Usinas
Hidroelétricas e fazendo com que o país seja obrigado a operar com o auxílio de
Usinas Térmicas. E para suprir essa falta, poderá ser sentido o preço aumentar
nas tarifas de serviço. Sendo assim, a Energia Fotovoltaica vem demonstrando ser
uma das melhores alternativas para compensar décit de geração por causa da
escassez de eágua
é mais cara e evitar
polui muitoooaumento no gasto
meio ambiente através
para de Usinas
produzir Térmicas, pois ela
energia.
Por m, ca claro a necessidade de crescimento do mercado de Energia
Fotovoltaica no Brasil e as grandes perspectivas do setor. O Brasil possui essa
expectativa devido ele ser privilegiado com a luz solar por muito tempo e em
diversas áreas. Entretanto, para que possa a energia fotovoltaica se tornar a
matriz energética brasileira, ainda é necessário que ocorram ações coordenadas
com o objetivo de incentivar e informar as vantagens ao meio ambiente e a parte
econômica dos interessados, e assim conseguir um desenvolvimento ordenado.
Fica ainda necessário lembrar que, a Energia Fotovoltaica não é apenas
uma solução viável à sustentabilidade do país, mas sim uma forma nova de
produção de riqueza e conhecimento ao Brasil, podendo ser responsável de
livrá-lo de contas caras e custos altos para fornecimento de energia e cortar a
dependência de água para a produção da energia no país.
FONTE: <hps://bit.ly/3wV7EiF>. Acesso
Acesso em: 16 mar. 2021.
77

RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• A tensão interna gerada em um gerador sí síncrono
ncrono depende da vvelocidade
elocidade
do eixo de rotação e da intensidade do uxo de campo, com a tensão dos
terminais diferindo da tensão interna gerada, devido às perdas geradas pela
reação de armadura da máquina e das resistências internas da máquina. A
tensão de terminal do gerador é igual à tensão de fase ou está relacionada com
esta por um fator √3, dependendo se a máquina está ligada em Δ ou em Y.
• Quando um gerador opera isolado, a ca carga
rga é quem determina as potênci
potências
as
ativa e reativa que serão fornecidas pelo gerador. Os ajustes na corrente de
campo e no regulador de velocidade controlam a frequência e a tensão de
terminal da máquina, respectivamente. Já quando o gerador está conectado
a um barramento innito, a frequência e a tensão são xadas de modo que o
pontode
uxo depotências
ajuste de ativa
operação no regulador
e reativa e a corrente de campo controlam o
do gerador.
• A capa
capacidade
cidade de produção de potência elétrica de um gerador síncr
síncrono
ono é
limitada basicamente pelo aquecimento no interior da máquina entre outros
limites elétricos e das fontes primárias. Quando os enrolamentos (armadura
e campo) do gerador sobreaquecem, a vida útil da máquina é seriamente
diminuída. Lembrando que o aquecimento em cada tipo de enrolamento
está ligado a uma característica elétrica de geração. O aquecimento dos
enrolamentos de armadura está ligado à corrente de armadura IA, ou seja,
a corrente que irá para o barramento ou para a carga. O aquecimento dos
enrolamentos de campo está ligado ao valor máximo da tensão interna EA .
• Os limites de geração ativa e reativ
reativaa se relacionam por meio das chamadas
curvas de capacidade. Onde, em problemas de uxo de potência, normalmente
são especicadas as tensões desejadas para a operação do gerador e calculadas
as injeções de potência reativa. Esses valores devem obedecer às limitações
dos geradores, a m de alcançar a máxima potência sem encurtar a vida útil
da máquina, visando à operação ótima do sistema.

CHAMADA

Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem


pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
78

AUTOATIVIDADE

1 No estudo de sistemas de potência geralmente utilizamos fasores nos


cálculos de circuitos elétricos envolvendo tensões e correntes, os quais tem
módulos e ângulos. Para isso utilizamos os diagramas fasoriais. A respeito
do comportamento
quando do gerador
está alimentando umasíncrono, envolvendo
carga diferente, diagramas
analise fasoriais,a
as armações
seguir, e assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Para um fator de pot
potência
ência atrasado para uma dada tensão d dee fase e
uma dada corrente de armadura é necessária uma tensão interna do
gerador menor para as cargas atrasadas do que para as adiantadas
b) ( ) Para um fator de potência atrasado para uma dada tensão de fase e
uma dada corrente de armadura, é necessária uma tensão interna do
gerador maior para as cargas atrasadas do que para as adiantadas.
c) ( ) Para um fator de potência adiantado para uma dada tensão de fase e
uma dada corrente de armadura, é necessária uma tensão interna do
d) ( ) gerador
Para ummaior
fator para as cargasunitário
de potência atrasadas douma
para que para
dadaastensã
adiantadas
tensãoo de fase e
uma dada corrente de armadura, é necessária uma tensão interna do
gerador menor para as cargas adiantadas do que para as atrasadas.
2 O gerador síncrono é um dos tipos mais comuns de equipamentos para
geração de energia elétrica. Seu princípio básico de funcionamento consiste
em transformar a energia mecânica, ou de rotação, em energia elétrica.
Onde sempre que houver um movimento entre um condutor e um campo
magnético haverá uma tensão que será conduzida pelo condutor. Assim, o
movimento entre o campo e condutor é responsável por criar uma tensão,
que ao ser ligada a uma carga, faz com que a corrente circule. Diante do
contexto, julgue as armações que seguem:
FONTE: <https://bit.ly/3wULFIu>.
<https://bit.ly/3wULFIu>. Acesso em: 16 mar. 2021.

I- A tensão interna EA é usualmente a tensão que aparece nos terminais do


gerador quando há uma carga conectada à máquina.
II- Ao efetuarmos a modelagem de circuit circuitos
os envolvendo gerad
geradores
ores são
necessários alguns parâmetros: frequência de operação do gerador, tensão
de linha nominal e potência nominal aparente.
III- Em um gerador sí síncrono,
ncrono, de acordo com o diagrama de uxo de potê
potência,
ncia,
a potência de saída corresponde à potência de conversão, menos as perdas
suplementares, perdas por atrito e ventilação e perdas no núcleo.
Assinale a alternativa CORRET
CORRETA:A:
a) ( ) Somente a sentença I está correta.
b) ( ) Somente a sentença II está correta
correta..
79

c) ( ) Somente a sentença III está correta.


d) ( ) Todas as alternativas estão corretas.
3 Os alternadores são geralmente conectados em conjunto para poderem
proporcionar maior potência quando a demanda por energia exceder a
capacidade de um alternador. As saídas dos alternadores, porém, devem
ser sincronizadas antes deles poderem ser conectados. De acordo com os
métodos de esincronização
verdadeiras de geradores, classique V para as sentenças
F para as falsas:
( ) Antes de ligar dois aalternadores
lternadores em pa
paralelo,
ralelo, eles, pprimeiramente
rimeiramente deverão
ser colocados em estado de sincronização.
( ) As saídas de alternadores estarão em sincronismo quando a tensão, tensão,
a frequência e as correntes instantâneas dos alternadores estiverem
exatamente casadas.
( ) Usando o método das trêstrês lâmpa
lâmpadas
das apagadas,
apagadas, a sequência
sequência de fases ccorreta
orreta
é indicada quando as lâmpadas acendem e apagam separadamente.
Assinale a alternativa que representa a sequência CORRETA:
a) ((
b) )) V –– V
V V –– V.
F.
c) ( ) V – F – F.
d) ( ) F – F – F.
4 Em um gerador síncrono, os limit
limites
es de aquecimento do estator e do rotor
juntamente com qualquer limit
limitação
ação externa podem ser expressos em forma
gráca por um diagrama de capacidade. Como esses limites afetam a
produção de potência elétrica pelo gerador síncrono?
5 A gura a seguir mostra um gerador alimentando uma carga. Uma
segunda carga deve ser ligada em paralelo com a primeira. O gerador tem
uma frequência sem carga de 61,0 Hz e uma inclinação de 1 MW/Hz. A
carga 1 consome uma potência ativa de 1000 kW, com FP 0,8 atrasado, ao
passo que a carga 2 consome uma potência ativa de 800 kW, com FP 0,707
atrasado.
a) Antes que a chave seja fechada qual é a frequência de operação do sistema?
b) Depois que a carga 2 é ligada qual é a frequência de operação do sistema?
c) Depois que a carga 2 é ligada que ação um operador poderá realizar para
que a frequência do sistema retorne a 60 Hz?
80

SISTEMA DE POTÊNCIA PARA CARGAS EM PARALELO

FONTE: Chapman (2013, p. 232)


81

REFERÊNCIAS
A DISTRIBUIÇÃO de energia. ABRADEE – Associação Brasileira de Distri-
buidores de Energia Elétrica. Brasília, DF, c2021. Disponível em: hps://www.
abradee.org.br/setor-de-distribuicao/a-distribuicao-de-energia/.
abradee.org.br/setor-de-distribuicao/a-distribuicao-de-energia/. Acesso em: 21
jun. 2021.
ALENCAR VASCONCELOS, J. Sistemas elétricos – uxo de potência. Goiânia:
PUC, 2017. (Notas de aula).
ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de circuitos elétricos. 5.
ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
CHAPMAN, S. J. Fundamentos de máquinas elétricas. 5. ed., Porto Alegre:
Editora Mc Graw Hill 2013.
CUNHA, D. C.; SANTOS, P. H. F.; FREITAS, D. l. A. C. Energia solar fotovol-
taica no Brasil. Revista Científca Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento.
São Paulo, a. 3, ed. 11, v. 5, p. 148-161, nov. 2018. Disponível em: hps://www.
nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-eletrica/energia-solar. Acesso em: 21
jun. 2021.
EPE – EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. BEN 2020 – balanço energético
nacional 2020: ano base 2019. Rio de Janeiro: EPE – Empresa de Pesquisa Ener-
gética, 2020.
KAGAN, N. C.; OLIVEIRA, C. B.; ROBBA, E. J. Introdução aos sistemas de dis-
tribuição de energia elétrica, 2. ed. São Paulo:
Paulo: Edgar Blucher, 2010.

MAMEDE FILHO, J. Proteção de sistemas elétricos de potência. Rio de Janeiro:


LTC, 2013.
MONTICELLI, A. G.; GARCIA, A. Introdução a sistemas de energia elétrica. 2.
ed., São Paulo: UNICAMP, 2011.
MOURA, A. P.; MOURA, A. A. F. de; ROCHA, E. P. da. Engenharia de sistemas
de potência: geração hidroelétrica e eolioelétrica.
eolioe létrica. Fortaleza: Editora UFC, 2019.
Disponível em: hp://www.editora.ufc.
hp://www.editora.ufc.br/images/imagens/pdf/2 019-geracao-hi--
br/images/imagens/pdf/2019-geracao-hi
droeletrica-e-eolioeletrica.pdf. Acesso em: 21 jun. 2021.
PACOTE de atividade de aprendizado – métodos de sincronização de alterna-
dores. Jeersonville: AMATROL INC. 2008.
PINTO, M. O. Energia elétrica: geração, transmissão e sistemas interligados. Rio
de Janeiro: Editora LTC, 2014.
82

PRODIST – Procedimentos de distribuição de energia elétrica no sistema elétrico


nacional. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica, Brasília, DF, 10 jan.
jan.
2017. Disponível em: hps://www.aneel.gov.br/prodist. Acesso
Acesso em: 7 fev. 2021.
REIS, L. B. Geração de energia elétrica. 2. ed., São Paulo: Editora Manole, 2011.
SINCRONOSCÓPIO eletrônico – cha técnica. São Paulo, Kron Medidores,
2018. Disponível em: hps://kron.com.br/wp
-T%C3%A9cnica-SQ96PI hps://kron.com.br/wp-content/uploads/2
-T%C3%A9cnica-SQ96PI-Sincronosc%C3%B3pio -content/uploads/2020/02/Ficha
-Sincronosc%C3%B3pio.pdf. 020/02/Ficha-
.pdf. Acesso em: -
21 jun. 2021.
VASCONCELOS, F. M. Geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017.
83
84

UNIDADE 2 —

TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender o circuito equivalente de uma linha de transmissão;
• avaliar o funcionamento das linhas de transmissão dentro de um siste-
ma de potência;
• avaliar os materiais e equipamentos utilizados nas linhas de transmis-
são; como a tensão,
• avaliar tensão, potência e corrente na linha de transmissão
transmissão va-
riam com a carga;
• modelar a linha de transmissão de energia elétrica;
• determinar os parâmetros de linhas de transmissão;

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três
três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
TÓPICO 1 – SISTEMAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA:
INTRODUÇÃO
TÓPICO 2 – PARÂMETROS
PARÂMETROS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO
TÓPICO 3 – MODELAGEM DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

A
CHAMAD

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos


em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração,
concent ração, assim absorverá
melhor as informações.

85
86

TÓPICO 1 —
UNIDADE 2

SISTEMAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA


ELÉTRICA: INTRODUÇÃO

1 INTRODUÇÃO
A Unidade 1 deste livro abordou a parte de geração de energia elétrica que
trata da produção de grandes quantidades de energia, (ex.: centrais hidrelétricas,
termelétricas, usinas eólicas etc.), a primeira etapa do caminho até a carga que
será alimentada. A etapa seguinte é a etapa de transmissão, cuja principal função
é transportar a energia elétrica, com o mínimo de perdas, dos grandes centros
de geração aos centros de carga, com distâncias elevadas (PINTO, 2014). Tal
interligação é exigida por várias razões, dentre elas destacando-se a conabilidade
e a possibilidade de intercâmbio entre áreas (NELSON; OLIVEIRA; ROBBA,
2010).
Uma linha de transmissão é formada, basicamente, por condutores, torres,
cabos, para-raios e isoladores, o circuito de uma linha pode ser simples, duplo ou
múltiplo com a disposição dos condutores triangular vertical ou horizontal. Pode
ser descrita matematicamente em termos de ondas eletromagnéticas transversais,
sendo ideal que a linha apresente resistência nula, não havendo perdas por efeito
joule (térmico) (PINTO, 2014). Os sistemas de transmissão constituem-se de linhas
de transmissão (LTs), sistemas de proteção (reles, disjuntores etc.) e subestações,
de modo que as LTs são constituídas de cabos condutores, de isoladores e
ferragens, de torres e de cabos para-raios (V
(VASCONCELOS,
ASCONCELOS, 2017).

Nesteelétrica,
de energia tópico abordaremos
destacando osprincipalmente
conceitos básicos
o de sistemas de transmissão
funcionamento de linhas
de transmissão e seus principais componentes (cabos condutores, isoladores
e ferragens, torres e demais equipamentos que as compõem). Permitindo a
compreensão de todos os elementos no que se refere à capacidade de transporte
de energia e as principais causas de perdas de energia elétrica nesse transporte.

2 CARACTERÍSTICAS DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO


Como já foi dito na introdução deste tópico, as redes de transmissão
proporcionam o transporte da eletricidade produzida pelas usinas geradoras às
subestações seguintes, onde estão localizados os transformadores que alteram a
tensão elétrica de baixa para alta, ou vice-versa.
87

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

O estudo das características das linhas de transmissão (LTs) será


direcionado para as linhas aéreas de transmissão, que são a maioria existente. No
entanto, existem linhas tanto com cabos subterrâneos quanto submarinos, que
não serão tratados neste material.
As LTs aéreas são caracterizadas por apresentarem cabos aéreos xados
em grades torres de metal. Podem apresentar circuitos com apenas um, dois ou
mais condutores
triangular, poroufase,
vertical além disso,
horizontal, comoa disposição dos condutores
pode ser visto na Figura 1,pode ser do tipo
nos subtópicos
seguintes, quando tratarmos das estruturas das torres, tais estruturas serão vistas
de forma mais detalhada. Como os circuitos presentes nas LTs em corrente
alternada (CA) são trifásicos, nesse tipo de sistema de transmissão sempre terá
tr
três
ês ou seis condutores, já que são redes tipicamente trifásicas (VASCONCELOS,
2017).

FIGURA 1 – TORRES DE TRANSMISSÃO COM DISPOSIÇÃO DOS CONDUTORES


CONDUTORES
Triangular Vertical Horizontal

Isolador
Condutor

FONTE: Vasconcelos (2017, p. 120)

O processo de transmissão é parte integrante do Sistema Interligado


Nacional (SIN), que utiliza a malha de transmissão para transferir a energia
entre os diversos subsistemas. A evolução da instalação de linhas de transmissão
constitui tema da maior relevância para o setor elétrico brasileiro, em razão dos
altos investimentos envolvidos e da alta demanda (ANEEL, 2017). A medida de
evolução empregada é a de quilômetros de linhas de energia (km).

2.1 CLASSIFICAÇÃO DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO


O Brasil é um país de dimensões continentais com um território de mais
de 8,5 milhões de km , e para transportar energia para toda esta extensão faz
se necessário uma ampla rede de transmissão de energia elétrica. As linhas de
88

TÓPICO 1 — SISTEMAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: INTRODUÇÃO

transmissão no Brasil são extensas, devido às grandes hidrelétricas estarem


instaladas longe dos centros de consumo.
Assim, o país ca quase que totalmente interligado, exceto pelo estado de
Roraima que ainda não faz parte do sistema integrado. Em Roraima quase toda
sua produção de energia é originada de usinas termelétricas. O mapa da Figura
2 mostra o Sistema Interligado Nacional (SIN), com as linhas de transmissão com
os dados atualizados do ano de 2020.
De acordo com Pinto (2014), a estrutura interligada do sistema permite
que as diferentes regiões troquem energia entre si, fato que pode ocorrer
quando uma hidrelétrica apresenta queda no nível de seu reservatório. Isso é
permitido através do SIN controlado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS),
( ONS),
que coordena a geração e transmissão de energia elétrica do sistema integrado,
conforme estabelecido pela ANEEL.

FIGURA 2 – SISTEMA DE TRANSMISSÃO DO SIN EM 2020


FONTE: <https://bit.ly/3wN7E4g>.
<https://bit.ly/3wN7E4g>. Acesso em: 21 jun. 2021.

89

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Conforme arma Vasconcelos (2017), nos sistemas de transmissão, os


níveis de tensão são elevados apropriadamente, principalmente com base na
distância percorrida e no montante de energia a ser transportado, de modo que
se evite “ao máximo” as perdas elétricas ao longo do transporte dessa energia. As
tensões são elevadas para valores compatíveis que melhor atendam aos custos
dos equipamentos usados na rede para poder transportar a energia e o custo das
perdas elétricas envolvidas.
Os diversos níveis de tensão das redes de transmissão, geralmente, são
elevados para redução das perdas conforme a associação da Lei de Ohm (V =
Z x I), com o cálculo de potência ativa ( P = V x I x cos ϕ), sendo V a tensão, Z a
impedância, I a corrente, ϕ o ângulo de fase. Ao realizarmos a manipulação de
ambas as fórmulas podemos concluir que a perda nos condutores é dada da forma
Perdas = Z x I2 x cos ϕ (VASCONCELOS, 2017). Dessa forma os valores de Z e I
interessam quando se quer reduzir as perdas ativas. Como a impedância de uma
linha é, na maioria das vezes, constante, a alteração da tensão implica em uma
alteração da corrente também, por exemplo, o aumento de V implica redução de
I. Da mesma forma o contrário é válido. Por essa razão faz sentido a elevação da
tensão, pois as perdas são diretamente proporcionais ao quadrado da corrente
que ui no condutor elétrico. No Brasil os níveis das tensões, padronizadas pela
Aneel, são mostrados no Quadro 1.

QUADRO 1 – CLASSIFICAÇÃO DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO

Quanto aos níveis de tensão


Transmissão 750, 500, 230, 138 e 69 kV
Subtransmissão 138, 69 e 34,5 kV
Quanto ao comprimento (L)
Curtas L < 80 km
Médias 80 < L < 249 km
Longas L > 249 km
Quantos às condições gerais de fornecimento
Subgrupo A1 Tensão igual ou superior a 230 kV
Subgrupo A2 Tensão de 88 a 138 kV
Subgrupo A3 Tensão de 69 kV
Subgrupo A3a Tensão de 30 a 44 kV
Subgrupo A4 Tensão de 2,3 a 2 kV
Subgrupo A5 Tensão inferior a 2,3 kV (atendida em
sistema subterrâneo)
FONTE: Vasconcelos (2017, p. 121)

No Quadro 1, conforme denido pela Aneel, os subgrupos a1 e a2 são


a rede básica (ou sin). de acordo com pinto (2014), no Brasil, de modo geral, as
linhas de 69 kV são consideradas de subtransmissão. E como já dito, existem as
linhas de transmissão do tipo subterrânea, que apresentam um custo de três a
90

TÓPICO 1 — SISTEMAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: INTRODUÇÃO

dez vezes maior do que o da linha aérea tradicional. Assim a rede subterrânea
é utilizada para trechos curtos e em que não há a possibilidade de instalação
de rede aérea, como em áreas urbanas. Os cabos são fabricados para comportar
tensões de transmissão da ordem de 400 kV.

2.2 COMPARAÇÕES
TRANSMISSÃO EM CC ENTRE TRANSMISSÃO EM CA E A
O Sistema de potência apresenta, na maior parte, transmissão de potência
elétrica através de linhas de corrente alternada (CA), mas há também a utilização
de linhas de corrente contínua (CC) em
e m casos onde o emprego deste tipo de linha
se torna viável pelas vantagens que apresenta em relação a CA. Cada sistema tem
suas vantagens e desvantagens:
• Transmissão em CC: segundo Pinto (2014), é cacaracterizada
racterizada por nnão
ão ter fases,
tendo o polo positivo e negativo. Não apresenta frequência, portanto não é
uma variável a se preocupar nos sistemas interconectados. Os links de alta
tensão são usados para transmitir grandes quantidades de energia ao longo
de grandes distâncias. Nesse tipo de transmissão é necessária uma eletrônica
de potência mais complexa, com o uso de conversores e inversores para
realizar a conversão CA-CC e CC-CA, respectivamente.

QUADRO 2 – VANTAGENS E DESVANTAGENS DA CC


Vantagens Desvantagens
A energia elétrica não pode ser gerada
Não há indutância ou capacitância. em altos valores de tensão, devido a
problemas de conversão.
Não há efeito pelicular, portanto, A tensão não pode ser elevada para
toda área da seção circular do transmissão de potência em altas
condutor é usada. tensões.
Não há perdas dielétricas, Os disjuntores e interruptores têm suas
particularmente no caso dos cabos. próprias limitações.
FONTE: Adaptado de Pinto (2014)

• Transmissão em CA: caracterizada por ser um ttipoipo de transmissão trifásica.


Apresenta frequência de 50 Hz e 60 Hz, no Brasil é usada frequência de 60 Hz.
É uma variável que deve ser considerada quando há sistemas interconectados.
É uma opção
a geração que predominou
e a distribuição em praticamente
de energia elétrica. todos os sistemas, incluindo
91

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

QUADRO 3 – VANTAGENS E DESVANTAGENS DA CA

Vantagens Desvantagens
A potência pode ser gerada em Necessita de mais cobre do que a opção
altas tensões. em CC.
A manutenção das subestações é A construção da linha de transmissão é
mais fácil e mais barata. mais complicada do que a da linha em
CC.
Devido ao efeito pelicular, a resistência
A tensão pode ser elevada ou
abaixada por transformadores com efetiva da linha se torna maior.
alguma facilidade e eciência, o A linha tem capacitância, havendo,
que permite transportar energia portanto, uma perda contínua de
em altas tensões e distribuí-la em potência devido à corrente de carga
níveis seguros. (mesmo quando a linha estiver aberta).
FONTE: Adaptado de Pinto (2014)

Quando é realizado o projeto de linhas de transmissão de energia elétrica


a escolha da tensão de transmissão deve levar em consideração diversos fatores,
sendo escolhida a tensão que apresentar o melhor custo-benefício.
Segundo Pinto (2014), é necessário ter alguns dados para que se possa fazer
uma escolha econômica da tensão de transmissão. Sendo três
três deles básicos: tensão
de geração, potência a ser transmitida e comprimento da linha de transmissão.
Levando em consideração esses fatores, utilizam-se fórmulas empíricas para cada
caso.

2.3 OS SISTEMAS HVDC DE TRANSMISSÃO


O Quadro 4 apresenta as vantagens e desvantagens do sistema HVDC
(High-Voltage Direct Current):
92

TÓPICO 1 — SISTEMAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: INTRODUÇÃO

QUADRO 4 – VANTAGENS E DESVANTAGENS DO SISTEMA HVDC

Vantagens Desvantagens
São econômicos para transmitir Os conversores geram quantidade
grande quantidade de energia considerável de harmônicos em
a longa distância, já que o custo ambos os lados, CA e CC. Alguns são
com condutores é reduzido, com o ltrados, mas outros permanecem
sistema necessitando de apenas dois no sistema, podendo interferir no
condutores. sistema de comunicação.
Não há problemas de instabilidade na A manutenção dos isoladores precisa
linha. ser mais frequente.
Uma maior transmissão de potência Uma considerável quantidade de
por condutor é possível com o potência reativa é necessária nas
sistema DC. estações conversoras.
Há perdas adicionais nos
As perdas por efeito corona são transformadores conversores. O
baixas, e a radiointerferência
radiointerferência é menor. sistema de refrigeração tem que ser
eciente para dissipar o calor.
As estações conversoras são
Há fácil reversibilidade e compostas
alta potência,por
umatiristores de
tecnologia
controlabilidade do uxo de potência. relativamente cara se comparada aos
sistemas CA.
FONTE: Adaptado de Pinto (2014)

A Figura 3 apresenta um gráco de comparação das linhas de transmissão


CA e CC em função da distância. Podemos observar que o custo da transmissão
CC intercepta a curva da transmissão CA. Concluímos que, a partir de certo
comprimento de linha, a relação de custo benefício da linha CC é mais baixa que
da rede CA. Isso decorre da quantidade de cabos condutores, e consequentemente
uma menor quantidade de estruturas para sustentação dos cabos além da potência
a ser transmitida em HVDC. O Brasil apresenta links DC de 600 e 800 kV.

FIGURA 3 – COMPARAÇÃO DOS CUSTOS DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO CA E CC


FONTE: Pinto (2014, p. 75)

93

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

NOTA

A ANEEL desenvolve atividades relacionadas ao processo de regulamentação,


normatização e padronização referentes aos serviços e instalações de transmissão de
energia elétrica. A área é subdividida em três coordenações técnicas: acesso ao sistema
de transmissão; prestação do serviço de transmissão; e monitoramento e avaliação da
regulação dos serviços de transmissão.

FONTE: <https://www.aneel.gov.br/transmissao3>. Acesso em: 22 jun. 2021.

3 COMPONENTES DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO


No projeto de linhas de transmissão o desempenho elétrico da linha
irá depender, na maior parte, de sua geometria e das caraterísticas físicas dos
equipamentos que a compõem. Assim, as características denem o funcionamento
da rede em
elétricos regime normal
relacionados de operação como também inuenciam nos parâmetros
a sobretensões.

3.1 CABOS CONDUTORES


Constituem os elementos ativos, propriamente ditos, das linhas de
transmissão, devendo, portanto, possuir características especiais. Realizar a
decisão adequada para os condutores representa um problema de fundamental
importância no dimensionamento das linhas, pois não só depende dela o bom
desempenho da linha, como tem importantes implicações de natureza econômica
(FUCHS, 1977). Os condutores devem apresentar as seguintes características:
• alta condutibilidade elétrica;
• baixo custo;
• boa resistência mecânica;
• baixo peso especíco;
especíco;
• alta resistência à oxidação e à corrosão por agentes químicos poluentes.
As principais ligas usadas nas linhas de transmissão são feitas de cobre
e alumínio. Atualmente as ligas que contêm alumínio são as mais utilizadas.
De acordo com FUCHS (1977), as vantagens do alumínio sobre o cobre, como
condutor para linhas de transmissão, podem ser vericadas de maneira bastante
simples.
Ao comparamos as perdas por efeito Joule entre o alumínio e o cobre,
se desejamos conduzir um certo valor de corrente elétrica, a seção do cabo de
alumínio deve ser 1,6 vezes maior do que a de cobre. No entanto, apesar do
94

TÓPICO 1 — SISTEMAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: INTRODUÇÃO

aumento da seção o peso do condutor de alumínio será ainda metade do condutor


de cobre. Desse modo haverá ainda diminuição no custo nal dos condutores de
alumínio comparados aos de cobre.
A ABNT padroniza no Brasil os condutores especica
especicando
ndo as características
exigíveis na fabricação e para o recebimento dos condutores destinados a ns
elétricos. Os cabos de alumínio, alumínio e aço e cabos de cobre nu são baseados
na padronização
alumínio norte-americana
são designados pelo tipoAWG (Americam
CA (cabos Wire Gauge).
de alumínio) ou CAA Os(cabos
cabos dede
alumínio com alma de aço) para ns elétricos.
Os condutores em ligas de alumínio possuem maior resistência mecânica,
resistência à oxidação e à corrosão do que os cabos CA e CAA, mas, em
contrapartida aumenta sua resistência elétrica, o que pode aumentar as perdas
térmicas pelo efeito Joule. Os condutores copperweld e alumoweld são obtidos
pela extrusão de uma capa de cobre ou de alumínio sobre um o de aço de alta
resistência. Os condutores tubulares e expandidos empregam diversos materiais,
introduzindo muitos tipos de condutores designados como expandidos. Estes
condutores têm o objetivo de reduzir os gradientes de potencial nas superfícies
dos condutores e, com isso, aumentar o valor da tensão crítica de Corona dos
cabos (FUCHS, 1977).
No Brasil, os cabos ACSR (do inglês, Aluminium Conductor Steel Reinforced)
Reinforced
são os mais frequentemente usados nas linhas de transmissão. São também
chamados de CAA (alumínio com alma de aço), tem o núcleo feito de aço
galvanizado e uma camada externa de alumínio. A Figura 4 ilustra três situações
com relações de encordoamento para o cabo ACSR nu de alumínio com alma de
aço (PINTO, 2014).

FIGURA 4 – TRÊS CONFIGURAÇÕES DA RELAÇÃO ALUMÍNIO-AÇO


ALUMÍNIO-AÇO NOS CABOS ACSR

FONTE: Adaptado de Pinto (2014)


95

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

3.2 ISOLADORES E FERRAGENS


Após os cabos, os isoladores são um dos equipamentos mais importantes
já que mantêm os cabos isolados eletricamente das outras estruturas da torre.
Devendo resistir às condições mecânicas e elétricas imposta a eles. De acordo com
Fuchs (1977), os isoladores podem ser classicados em três tipos de resistência
mecânica:
• forças verticais – devido ao próprio peso dos condutores;
• forças horizontais axiais – permitem ccom
om que os ccondutores
ondutores ssee mant
mantenham
enham
suspensos;
• forças horizont
horizontais
ais tran
transversais
sversais – permitem que haja resistência à força do
vento sobre os condutores.
Já para atender as necessidades de natureza elétrica, deve-se resistir a
tensões elevadas às quais os cabos podem ser submetidos, que são (FUCHS, 1977):
• tensão normal e sobretensões em frequência industrial;
• surtos de sobretensão de manobra de curta duraç
duração,
ão, que atinjam de tr
três
ês a
cinco vezes a tensão normal;
• sobretensões de origem atmosférica, cujas intensidades podem ser elevadas
e variadas.
Os isoladores têm formatos idealizados para permitir um uxo de ar
e distribuição de potência, com a proposta de assegurar tensões de descargas
adequadas.
A radiointerferência pode aparecer nesses isoladores, e é causada por
minúsculos pontos de disrupção elétrica para o ar, fenômeno também chamado
de corona. É um problema que deve ser eliminado pelo próprio desenho e pelo
acabamento supercial dos isoladores. As superfícies desses isoladores podem
ser de porcelana vitricada ou vidro temperado (FUCHS, 1977).

DICAS

Segundo o Dicionário Michaelis (2021), a disrupção é: “Quebra de um curso


normal de um processo”.
processo”. Ou, em eletr
eletricidade:
icidade: “restabelecimento abrupto
abr upto de energia elétrica
que provoca faíscas e enorme consumo da energia acumulada”.
96

TÓPICO 1 — SISTEMAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: INTRODUÇÃO

Em redes de transmissão são utilizados basicamente três tipos de


isoladores, como ilustrado na Figura 5. Segundo Fuchs (1977), são divididos em:
• Isoladores de pino de porcelana: são xados à estrutura através de um pino de
aço. Somente são empregados em linhas até 69 kV para isoladores multicorpo.
Para isoladores monocorpo para 25 kV;
• Isoladores tipo pilar: são menos usa
usados
dos entre nós em linha
linhass de tr
transmissão
ansmissão do
que os isoladores
• Isoladores de sus de pino.são
suspensão:
pensão: Utilizados
os ttipos emisoladores
ipos de tensões dedeaté
isoladores 110 kV;
maior importância para
as linhas de transmissão, trabalham sobre tração, sendo esta uma condição
que as linhas apresentam. Podem ser de vidro ou porcelana trabalhando em
linhas com tensão extraelevada e ultraelevada.
Na Figura 5, temos à esquerda isoladores de pino, ao centro isolador de
disco e à direita isolador de suspensão.

FIGURA 5 – TIPOS DE ISOLADORES

FONTE: Vasconcelos (2017, p. 125)

As ferragens são representadas pelo conjunto de peças que devem


suportar os cabos e ligá-los às cadeias de isoladores e estas às estruturas das
torres. De acordo com VASCONCELOS (2017, p. 125), as ferragens são compostas
dos seguintes dispositivos:
• Grampo de suspensão:
suspensão: é responsável
responsável por conect
conectar
ar os cabos
condutores aos isoladores e evita o esmagamento dos os que
constituem o cabo condutor.
• Anel anticorona:
anticorona: é responsável por dist
distribuir
ribuir o potencial elétrico
que se concentra nas arestas ou ângulos das ferragens, sendo
esse elemento tipicamente instalado na lateral do grampo de
suspensão.
• Espaçador: é responsável por impimpedir
edir que
que diferentes
diferentes condutores
se toquem devido à ação dos eventos, por exemplo.
• Amortecedor de vibração:
vibração: é responsável por red
reduzir
uzir a amplitude
das vibrações, sendo dispositivos instalados a cada 50 ou 60 m.

atençãoOespecial
projeto das ferragens deve
principalmente no levar emrefere
que se consideração fatores
aos efeitos externos e umae
eletromagnéticos
eletrostáticos, tais como a rádio interferência e o efeito corona.
97

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

3.3 TORRES
As torres ou suportes constituem os elementos de sustentação dos cabos
das linhas de transmissão. Conforme Fuchs (1977), existem pontos que devem ser
levados em consideração, os pontos de suspensão dos cabos condutores e cabos
para-raios. As dimensões e formas dos cabos para-raios dependem da disposição
dos condutores, materiais estruturais, distância entre condutores, echas dos
condutores, altura de segurança, função mecânica, forma de resistir, números de
circuitos etc. Desse modo, as torres podem apresentar inúmeras estruturas para
atender essas solicitações elétricas e mecânicas. A disposição dos condutores nas
torres é empregada de forma triangular, horizontal e vertical. Cada um com uma
aplicação conforme a situação apresentada no projeto. Na disposição triangular
os condutores são dispostos segundo os vértices de um triângulo, podendo ter
uma disposição eletricamente simétrica ou assimétrica.
Na disposição horizontal os condutores são xados em um mesmo
plano horizontal, podendo ser simétrica ou assimétrica. Apresenta a vantagem
de permitir estruturas de menor altura. A disposição vertical é a mais utilizada
para linhas de circuito duplo e para linhas que acompanham vias públicas
(VASCONCELOS, 2017).
Segundo VASCONCELOS (2017), as estruturas das torres também são
classicadas quanto aos esforços, a função e aos materiais usados na fabricação.
Quanto ao esforço podem ser estruturas autoportantes e estaiadas. Quanto
à função podem ser estruturas de suspensão, ancoragem, ângulo, derivação,
transposição ou rotação de fase.
Quanto aos materiais usados na fabricação temos estruturas de madeira,
não utilizadas atualmente, de concreto, utilizadas em tensões de 69 e 138 kV, e
metálicas,, utilizadas em tensões aci
metálicas acima
ma de 138 kV
kV.. A Figura 6 ilustra as congurações
de estruturas metálicas utilizadas atualmente nas redes de transmissão aérea.

NOTA

A EPE é responsável pelos estudos necessários para o desenvolvimento


dos planos de expansão da transmissão de energia elétrica e o desenvolvimento de
estudos de viabilidade técnico-econômica e socioambiental para os empreendimentos
de transmissão. O escopo desses estudos abrange o atendimento à carga, à definição de
sistemas de conexão e à integração de novas usinas, além de expansões de interligações
regionais e internacionais, facilitando a competição na geração e na comercialização de
energia elétrica.

FONTE: <https://bit.ly/2W4jgmM>.
<https://bit.ly/2W4jgmM>. Acesso em: 22 jun. 2021.
98

TÓPICO 1 — SISTEMAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: INTRODUÇÃO

FIGURA 6 – CONFIGURAÇÕES DE TORRES DE LTS AÉREAS

FONTE: Adaptado de Pinto (2014)

No Brasil, a norma ABNT NBR 5422/85 tem por nalidade xar os princípios
básicos segundo os quais as linhas aéreas de transmissão e de subtransmissão
devem ser projetadas. Esta norma determina as faixas de servidão, sendo que
essa faixa é maior quanto maiores forem os níveis de tensão da rede. A Figura 7
mostra as faixas de servidão utilizadas no Brasil baseadas em suas tensões.
99

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

FIGURA 7 – FAIXA DE SERVIDÃO NO BRASIL PARA TORRES DE TRANSMISSÃO

FONTE: Pinto (2014, p. 95)

3.4 PÁRA-RAIOS

Os transmissão
torres de cabos para-raios estão localizados
e se destinam na parte
a interceptar superioratmosféricas
descargas mais alta das
de
origem atmosférica e encaminhá-las até o solo, evitando que causem danos e
interrupções nos sistemas. Os cabos para-raios podem ser rigidamente aterrados
ou com isoladores de baixa resistência disruptiva. Os tipos de cabos e suas bitolas
são denidos em função da quantidade de corrente a ser transportada, da tensão
da linha, do efeito corona, das interferências de rádio e TV, dos vãos entre torres
e da quantidade de cabos por fase (PINTO, 2014). A Figura 8 ilustra os cabos de
para-raios em uma torre de transmissão.

FIGURA 8 – CABOS PÁRA-RAIOS DE TORRE DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA


FONTE: <http://www.usp.br/agen/wp-c
<http://www.usp.br/agen/wp-content/upload
ontent/uploads/imagem.jpg>.
s/imagem.jpg>. Acesso em: 18 jun. 2021.

100

TÓPICO 1 — SISTEMAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: INTRODUÇÃO

3.5 EFEITO CORONA


O fenômeno do efeito corona está relacionado ao processo de ionização do
ar causado pela deformação do campo elétrico, este fenômeno pode ser descrito
da seguinte forma:
[...] O efeito corona é uma descarga elétrica gerada pela ionização do
ar nos arredores
condições do condutor,
insucientes apósum
para gerar exceder determinado
arco voltaico. A altalimite e em
voltagem
das linhas de transmissão produz uma descarga (corona) que gera
ondas eletromagnéticas. A corona pode se manifestar por meio de
um ruído audível, que ocorre em função dos máximos gradientes de
potencial na superfície dos condutores [...] Os condutores sob efeito
corona produzem ozônio em seus arredores. Também pode surgir
corona em outros componentes das linhas, como nas ferragens e nos
isoladores, mas a intensidade dos ruídos gerados é bem inferior à dos
provenientes dos condutores (PINTO, 2014, p. 76).

Podemos dizer que o efeito corona é acompanhado por quatro


características principais: ruído sonoro, produção de ozônio, perda de energia
e interferência. Ainda é válido destacar, que existem perturbações elétricas
causadas pelas ondas de sobretensões do efeito corona propagadas pela rede,
vindo de descargas atmosféricas.
Segundo Pinto (2014), as perdas por efeito corona em linhas com tensões
extraelevadas podem variar de alguns kW/km até algumas centenas de kW/km,
sob condições climáticas adversas. A Figura 9 ilustra o fenômeno ocorrendo nas
estruturas de uma rede de transmissão de energia elétrica.

FIGURA 9 – EFEITO CORONA

FONTE: <https://bit.ly/3rmzpQ1>.
<https://bit.ly/3rmzpQ1>. Acesso em: 18 jun. 2021.
101

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

4 CONSTRUÇÃO DE UMA LINHA DE TRANSMISSÃO


O projeto de uma linha de transmissão e energia elétrica requer uma certa
ordem de eventos que devem ocorrer, isso inclui um levantamento de campo, dos
locais onde serão instaladas as estruturas e que tipo de estruturas utilizar, para
causar o menor impacto possível ao ambiente, vericando os componentes que
compõem o bioma ao redor.
Além disso, é necessário realizar um levantamento de dados históricos,
meteorológicos e geotécnicos do local (MOURA; MOURA; ROCHA, 2019). Os
passos que devemos seguir para a fase de projeto de uma linha de transmissão
são:
1) Escolher diretrizes para o melhor traçado e redução do custo da
LT – denição da menor extensão total possível, escolha do solo e
relevo apropriado, implantar o corredor da linha próximo de pontos
logísticos;
2) Realizar o levantamento topográco;
3) Elaboração do projeto básico – documentação técnica das estruturas
existentes, condutores e para-raios, isoladores e ferragens, torres de
transmissão, largura ROCHA,
(MOURA; MOURA; da faixa de servidão,
2019, sistema de aterramento etc.
p. 114-115).

Os passos adotados e esclarecidos por Moura (2019) que devemos seguir


para a fase de execução de uma linha de transmissão são:
• limpeza da faixa de servidão;
• fundação das torres;
• colocação das grelhas;
• montagem das torres;
• aterramento das estruturas;
• aterramento de cercas paralelas à LT;
•• instalação
lançamentodos
dosisoladores;
cabos para-raios;
• lançamento dos condutores.
Cada etapa, tanto de projeto como de execução, deve ser realizada
detalhadamente a m de evitar problemas futuros no sistema de potência. Assim,
é essencial que hajam estudos avaliando todos os cenários possíveis no local.
102

RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• As LTs aéreas são caracterizadas por apresentar cabos aéreos xados em
grandes torres de metal. Podendo apresentar circuitos com apenas um, dois
ou mais condutores por fase, além da disposição dos condutores poder ser
do tipo triangular, vertical ou horizontal. Os circuitos presentes nas LTs em
corrente alternada (CA) são trifásicos, neste tipo de sistema de transmissão
sempre terá três ou seis condutores, já que são redes tipicamente trifásicas.
• Nos sistemas de transmissão, os níveis de tensão são elevados apropriadamente,
principalmente com base na distância percorrida e no montante de energia a
ser transportado, de modo que se evite “ao máximo” as perdas elétricas ao
longo do transporte dessa energia. Onde as tensões são elevadas para valores
compatíveis que melhor atendam aos custos dos equipamentos usados na
rede para poder transportar a energia e custo das perdas elétricas envolvidas.
• Os cabos condutores são elementos aativos
tivos e dev
devem
em tter
er aalta
lta condutibilidade
elétrica; baixo peso especíco; baixo custo; boa resistência mecânica; alta
resistência à oxidação e à corrosão por agentes químicos poluentes.
• Os isoladores apresentam formas diferentes que permitem um uxo de ar e
distribuição de potência com o objetivo de assegurar tensões de descargas
adequadas. A radiointerferência que pode ocorrer é causada por minúsculos
pontos de disrupção elétrica para o ar chamados de corona.
103

AUTOATIVIDADE

1 As redes de transmissão proporcionam o transporte da eletricidade


produzida pelas usinas geradoras às subestações seguintes, onde estão
localizados os transformadores que alteram a tensão elétrica de baixa para
alta, ou vice-versa,
interligado nacionalalém
comdediversas
diversasredes
proteções. O Brasil possui
de transmissão. um sistema
A respeito das
características do sistema de transmissão de energia elétrica, analise as
armativas:
I- A disposição dos condutores nas linhas de transmissão pode sser er do tipo
horizontal, vertical e triangular dependendo sempre do tipo de estrutura
da torre.
II- Uma das diferenciações na estrutura das linhas de transmissão AC e DC
está na quantidade de cabos condutores. Na linha AC temos no mínimo
em três condutores e na linha DC dois condutores.
III- A ANEEL é o órgão brasileiro que coordena a geração e transmissão
de energia elétrica
determinado do sistema
pelo Ministério integrado
de Minas através do SIN, conforme
e Energia.
IV- Os cabos condutores constituem um dos elementos ativos das linhas de
transmissão, devendo apresentar alto peso especíco, baixo custo, alta
condutibilidade elétrica e baixa resistência mecânica.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Somente a armativ
armativaa III está correta.
b) ( ) Somente as aarmativas
rmativas I e II estão co corretas.
rretas.
c) ( ) Somente as armativ
armativas as I, II e IV estão corretas.
d) ( ) As armativa
armativass II,, II
II,, II
IIII e IV estão corretas.
e) ( ) Somente as armativ
armativas as III e IV estão corretas.
2 O caminho entre uma rede de didistribuição
stribuição e seus consumidores pode ser
muito longo e necessita de soluções que ofereçam estabilidade e sejam
ecientes. Uma dessas soluções é o projeto básico de linhas de transmissão
que tem a função básica de transportar a energia através de uma rede
especial e passando por transformadores que regulam a voltagem da
mesma. Com base em conhecimentos de linhas de transmissão, julgue as
armações que se seguem:
FONTE: <https://bit.ly/3vGsfqk>.
<https://bit.ly/3vGsfqk>. Acesso em: 19 abr. 2021.

I- As principais ligas usadas nas linhas de transmissão são feitas de cobre


esimultaneamente.
alumínio, porém nem todas contemplam as características necessárias
II- É comum o us usoo de cobre nas linhas de transmissão
transmissão já que seu custo é
menor em relação ao alumínio além do peso do cobre ser metade do peso
do alumínio.
104

III- Os condutores em ligas de alumínio ppossuem


ossuem maior resistência mecânica,
à oxidação e corrosão do que os cabos CA e CAA.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Somente a sentença I está correta.
b) ( ) As sentenças I e II estão correta
corretas.
s.
c) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
d) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
e) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
3 A transmissão, hoje, se dá em sua maior parte na forma de corrente
alternada (CA)
(CA) do que em corrente contínua ((CC).
CC). Isso se deve às vantagens
que prevalecem uma sobre a outra, além de depender das aplicações que
cada uma pode ter. Sendo que no nal deve-se prevalecer a questão do
melhor custo-benefício. Levando em consideração o contexto da forma de
transmissão de energia elétrica, julgue as armativ
armativas
as a seguir:
I- A frequência da rede CC aapresenta
presenta uma maior diculdade de controle em
relação a rede CA, o que exige uma eletrônica de potência mais complexa
nos sistemas de transmissão CC.
II- Diferentemente das redes CA, as redes CC apresentam um custo menor
quando se trata de curtas distâncias.
III- Para qque
ue seja realizada a transmissão de energia em CC é necessário o uso
de conversores e inversores, para realização de conversão CA-CC e CC-
CA, respectivamente.
É CORRETO apenas o que se arma em:
a) ( ) Sentença I.
b) ( ) Sentença II.
c) ( ) Sentença III.
d) ( ) Sentenças I e II.
e) ( ) Sentenças I e III.
4 A construção de linhas de transmissão de energia elétrica é de suma
importância para o desenvolvimento de cidades que se encontram isoladas
no sistema elétrico. Tratando-se de uma atividade bastante complexa que
envolve diversos estudos de diferentes áreas, é necessário organização e
planejamento para a entrega do empreendimento. Levando em consideração
este contexto, cite os principais passos que devem ser realizados no projeto
de uma linha de transmissão.
5 Os sistemas de corrent
correntee contínua de alta tensão
tensão (HVDC) usam DC para
transmissão de energia quando existem
e xistem longas distâncias. As linhas HVDC
têm melhor custo e perdas consideravelmente menores quando comparadas
à transmissão CA. Cite as principais vantagens e desvantagens do sistema
HVDC.

105
106

UNIDADE 2 TÓPICO 2 —

PARÂMETROS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

1 INTRODUÇÃO
Estuda-se no uxo de potência a operação do sistema elétrico em regime
permanente, ou seja, tensões e correntes variando senoidalmente. Para facilitar
os estudos, serão consideradas as fases equilibradas, possibilitando que uma
das fases possa ser representativa em relação ao que ocorre com as demais. Para
se modelar uma linha de transmissão, vários parâmetros devem ser utilizados,
sendo a impedância um dos mais importantes na denição da capacidade de
transmissão de uma linha. A impedância depende basicamente da indutância,
que será analisada por unidade de comprimento da linha (H/km).
Uma linha de transmissão de energia elétrica possui quatro parâmetros
que impactam no transporte de energia elétrica, são: a resistência, a indutância,
a capacitância e a condutância. A condutância só merece consideração quando
os níveis de tensão são elevados, em virtude de serem insignicantes as perdas,
por ela provocadas, nas linhas com baixo nível de tensão. Nenhum estudo será
realizado para linhas em cabos tripolares usados em distribuição e transmissão
subterrâneos.
Neste tópico estudaremos os parâmetros básicos utilizados na modelagem
de linhas de transmissão e corrente alternada. O tipo de modelo utilizado depende
do tipo de estudo ou projeto que se pretende realizar. Serão considerados os
sistemas
das fases operando em condições
pode ser tomada equilibradas, ou
como representativa do seja, situações
que ocorre nas nas quais uma
demais.

2 INDUTÂNCIA
IN DUTÂNCIA DAS LTs
A indutância de uma LT é o mais importante dos parâmetros de linha, pois
é por meio dela que é possível obter a reatância da LT, elemento predominante
no cálculo de sua impedância. Sendo assim, é necessário que atenção especial
seja dada a esse parâmetro, em particular, se estivermos
e stivermos preocupados em buscar
formas de reduzir o seu valor. Nesse contexto, vale ressaltar, de antemão, que os
valores das indutâncias das LTs dependem de sua conguração física e do meio
no qual se encontram os condutores (FUCHS, 1977).
107

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

2.1 CÁLCULO DA INDUTÂNCIA


No estudo e análise de uma linha de transmissão é necessário determinar
a impedância em série e a admitância shunt da linha de transmissão. Lembrando
que a impedância em série é composta pela resistência ôhmica e a reatância da
linha, sendo do tipo indutiva. A reatância é o elemento predominante no cálculo
de sua impedância, e busca diminuir esse valor atendendo as solicitações elétricas
da linha.
De acordo com Monticelli e Garcia (2011), uma corrente elétrica produz
um campo magnético e um uxo magnético a ele associado, a intensidade do
uxo varia diretamente com a magnitude da corrente e esta é afetada como estão
dispostos os condutores, ou seja, a geometria dos condutores. Ao estudarmos
as leis do eletromagnetismo vemos que a Lei de Ampère relaciona o uxo
eletromagnético com a corrente elétrica.
A indutância de uma LT é calculada através de enlaces de uxo por
ampères. Considerando a permeabilidade µ constante, os enlaces de uxo
resultantes, produzidos ela corrente senoidal i e em fase com essa, podem ser
expressos como o fasor ϕ. Assim:

(EQ. 2.1)

A indutância das LT
LTss em corrente alternada varia conforme o comprimento
da linha. Assim, quanto mais longas as linhas, maior a indutância da linha e,
portanto, maior a impedância e a oposição oferecida pela linha à transmissão
de potência elétrica, que será analisada por unidade de comprimento da linha
(H/km). Veremos que a intensidade do uxo varia diretamente com o valor da
corrente, com a geometria do condutor e com o meio no qual o condutor está
inserido.
Considerando um condutor cilíndrico, retilíneo, de comprimento innito,
maciço, homogêneo e isolado. Quando uma corrente i percorre este condutor é
produzido um campo magnético concêntrico ao condutor, com a intensidade do
campo sendo proporcional à intensidade da corrente e pode ser representado em
um plano perpendicular ao condutor por linhas de uxo concêntricas (FUCHS,
1977).

2.2 FLUXO CONCATENADO


A variação de uxo magnético que concatena (uxo concatenado) o
circuito induz uma tensão elétrica. Essa tensão, pela lei de Faraday, é dada pela
taxa de variação do uxo concatenado com a espira, num determinado instante t:

108

TÓPICO 2 — PARÂMETROS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

(EQ. 2.2)

Sendo e a tensão induzida (volts) e ϕc o uxo concatenado (weber-espiras).


Considerando que o meio onde se forma o campo magnético tenha permeabilidade
constante, ou seja, há uma relação linear entre o uxo concatenado e a corrente
elétrica, a indutância (henry) será dada por:

(EQ. 2.3)

E a expressão entre tensão e corrente ca:

(EQ. 2.4)

A Figura 10 mostra duas situações diferentes de uxos, apesar da


intensidade de uxo ser a mesma na parte intermediária das bobinas; no caso (b)
o uxo concatenado é maior (e a tensão induzida também), pois todas as linhas do
uxo enlaçam todas as espiras da bobina, diferente do caso (a) em que algumas
linhas do uxo não enlaçam todas as espiras.

DICAS

A fim de ampliar os conceitos aqui estudados do sistema de transmissão de


energia elétrica recomendamos
recomendamos a leitura do livro de Reinaldo Borelli e Ricardo Luis Gedra
Benjamim Ferreira de Barros,
Barros, Geração, Transmissão, Distribuição e Consumo de Energia
Elétrica.. 1ª edição, São Paulo: Editora Érica, 2014.
Elétrica

FIGURA 10 – DISTRIBUIÇÃO DE FLUXOS EM DUAS ESPIRAS


FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 51)

109

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

2.3 FLUXO CONCATENADO COM A CORRENTE EM UM


INDUTOR
Seja um condutor de uma linha de transmissão, percorrido por uma
corrente elétrica i(t) para facilitar os cálculos, será considerado um segmento do
condutor com uma unidade de comprimento (1 metro, 1 km). O uxo magnético
total
da produzido
equação pela passagem
de Maxwell (Lei de da corrente elétrica pode ser determinado a partir
Ampère):

(EQ. 2.5)

Sendo ϒ uma curva fechada, no caso a circunferência de raio x; o vetor


campo magnético; s a superfície aberta cujo contorno é ϒ; a densidade de
corrente no interior do condutor. A Figura 11 mostra a distribuição do uxo
magnético no condutor de raio R, percorrido por uma corrente i, como função
da distância ao eixo do condutor. Observar que o uxo é mínimo no centro do
condutor e lmáximo
responsável
responsáve na superfície externa do condutor (onde a corrente total é
pelo uxo).

FIGURA 11 – FLUXO MAGNÉTICO EM UM CONDUTOR CILÍNDRICO DE RAIO R

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 52)

Para 0 < x ≤ R, desenvolvendo a equação:

(EQ. 2.6)
110

TÓPICO 2 — PARÂMETROS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

Como j é a densidade de corrente i no interior do condutor de raio R, ou


seja, j é denida em A/m²:

Substituindo na Equação 1.6

A intensidade do campo magnético (Ae/m) será:

(EQ. 2.7)

Lembrar que a fração da corrente envolvida pela curva ϒ é:

A densidade de uxo magnético (Wb/m²) correspondente será:

(EQ. 2.8)

Deve-se observar a distinção entre uxo incremental e uxo incremental


concatenado. O uxo incremental dϕ é calculado sobre uma superfície de lado dx,
e comprimento L do condutor (lembrando que para esse estudo, L=1), logo;

(EQ. 2.9)

O uxo incremental concatenado (dϕc) corresponde a uma parcela de dϕ,


pois nesse caso, o uxo incremental dϕ enlaça apenas uma parcela da corrente i,
como já visto. Substituindo na Equação X:

Uma observação é que: µ0 = 4π x 107 H/m, é a permeabilidade magnética


Para calcular o uxo total ϕ basta integrar o uxo incremental dϕ, no
no vácuo.[0,R]:
intervalo
111

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

(EQ. 2.10)

E para calcular o uxo concatenado ϕC basta integrar o uxo incremental


concatenado (dϕc), no intervalo [0,R]:

Para se calcular a indutância causada por um condutor a um determinado


ponto P, a uma distância D, deve-se considerar duas parcelas:
parcelas:
• A indutância devido ao uxo interno.
• A indutância devido ao uxo externo ao condutor.
A componente da indutância interna L, é determinada a partir do uxo
concatenado calculado na parte interna do condutor (pois, o uxo interno é
provocado apenas pela parcela da indutância causada pela própria corrente,
ou seja, limitado ao interior do condutor). Ao substituirmos o valor de ϕC na
equação na equação temos:

(EQ. 2.11)

Essa expressão determina a indutância por unidade de comprimento


devido ao uxo magnético interno ao condutor. Para se calcular a indutância
externa, como ilustrado na Figura 12, considera-se observar um ponto P a uma
distância D = x centro do 1º condutor. Onde P pode ser considerado um
condutor de raio do
r ínmo (i = 0). As magnitudes para o vetor campo magnético H
e para o vetor densidade de uxo magnético B, já vistas, são:

No caso do uxo externo:

E o uxo
pois, o uxo incremental
externo e oconcatena
ao condutor uxo incremental concatenado
toda a corrente vão coincidir,
do condutor. Logo:
112

TÓPICO 2 — PARÂMETROS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

FIGURA 12 – INDUTÂNCIA EXTERNA A UM CONDUTOR EM UM PONTO P

FONTE: Benedito (2013, p. 6)

Finalmente, o uxo total e o uxo total concatenado (externos ao condutor)


cam denidos por:

(EQ. 2.12)

A componente da indutância externa Le (H/m) é determinada por:

DIC
CA
AS

A fim de ampliar os conceitos aqui estudados a respeito do fluxo magnético


e outras características relacionadas a este fenômeno de forma mais aprofundada, reco-
mendamos a leitura do livro de Matthew N. Sadiku; Elementos de Eletromagnetismo. 5ª
edição, Porto Alegre: Bookman editora, 2012.
113

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

FIGURA 13 – CÁLCULO DA INDUTÂNCIA EXTERNA

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 54)

Podemos ver que a indutância externa pode ter um valor innito já que
dependerá da distância D que pode ir ao innito. Após todas as demonstrações
matemáticas necessárias para entender o fenômeno algebricamente, vemos
que em sistemas práticos, tanto monofásicos como polifásicos, sempre se têm
dois ou mais condutores
(MONTICELLI, percorridos
2011). A variação por correntes
da intensidade cuja soma
do campo algébrica
magnético, é nula
conforme
nos afastamos do eixo da linha do condutor, decresce mais rapidamente que 1/x,
implicando em uma integral nita.

2.4 RAIO REDUZIDO DE UM CONDUTOR


A indutância total causada por um condutor até um ponto D (condutor de
raio ínmo) será a soma da indutância interna e externa.

(EQ. 2.13)
114

TÓPICO 2 — PARÂMETROS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

FIGURA 14 – CÁLCULO DO RAIO EQUIVALENTE

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 55)

A Figura 14 representa, no lado direito, o artifício utilizado para facilitar


o cálculo do uxo concatenado total. O condutor com raio reduzido R' conduz a
mesma corrente i que o condutor original de raio R, produzindo o mesmo uxo
concatenado. Deve-se imaginar que no condutor de raio reduzido R' todo o
campo magnético seja externo. Logo,

(EQ. 2.14)

Da igualdade entre as duas expressões:

R' = R.e –1/4 = 0,7788R

Muitos fabricantes apresentam as tabelas com dados dos condutores


utilizados na construção de linhas de transmissão, em função do raio reduzido, já
que esse é um dado importante na determinação das indutâncias de linhas.

2.5 INDUTÂNCIA EM LINHA MONOFÁSICA


Geralmente, as linhas são formadas por dois ou mais condutores. Quando
a terra é usada para a corrente de retorno ela é considerada um segundo condutor,
como no sistema MRT – monolar com retorno por terra. Todos os estudos a partir
de agora serão realizados com os raios reduzidos dos condutores, considerados
somente os uxos externos para distâncias D maiores que o raio do condutor.
A Figurapelos
denida 15 mostra
uxosuma linha monofásica
concatenados bilar. A
com a corrente i1 eindutância dessai linha
com a corrente .2 será
115

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

FIGURA 15 – CÁLCULO
CÁLCULO DA INDUTÂNCIA DE UMA LINHA MONOFÁSICA BIFILAR

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 57)

O uxo concatenado com a corrente i1 é formado por duas componentes:


• ϕc11 – devido à própria corrente i1.
• ϕc12 – devido à corrente i2.

A parcela do uxo ϕc11 pode ser obtida através do mesmo raciocínio visto
anteriormente, utilizando integração
integração e o raio reduzido do condutor 1. O uxo ϕc11
abrange a área do campo magnético que vai do R'1 ao ponto P'(d1P) condutor 1:

ϕc12 , observa-se na Figura 15, das


de campoParamagnético
se denir aproduzidas
parcela do pela
uxocorrente i2, apenas a linha H4daenlaça
s linhaso
condutor 1, ou seja, o uxo concatenado deve ser calculado para distâncias entre
D e d2P medidas a partir do centro do condutor 2. Assim,

Finalmente o uxo concatenado com a corrente i1 é:


116

TÓPICO 2 — PARÂMETROS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

(EQ. 2.15)

Quando P tende ao innito:

Analogamente,, o uxo concatenado com a corrente i2 é:


Analogamente

Colocando em forma de matriz:

(EQ. 2.16)

Ao colocarmos em termos práticos para calcular a indutância da linha,


por unidade de comprimento para uma situação real, consideram-se duas
indutâncias ligadas em série, como na Figura 16. Ao somarmos a indutância das
duas linhas temos:

Supondo R'1 = R'2 = R':


117

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Finalmente, a indutância na linha bilar (Henry/metro) é:

FIGURA 16 – LINHA MONOFÁSICA


MONOFÁSICA BIFILAR

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 60)

2.6 INDUTÂNCIA EM LINHA TRIFÁSICA


Para calcular a indutância de linhas trifásicas, será utilizado o modelo
de linha mostrado na Figura 17, onde as distâncias entre os condutores não são
iguais. O ponto P foi escolhido ao acaso, fora do plano dos condutores. Os uxos
concatenados com as correntes i1, i2 e i3, podem ser expressos na forma geral
matricial:

(EQ. 2.18)

Se os espaçamentos entre os condutores formarem um triângulo


equilátero, a matriz de coecientes supracitada, se transforma em uma matriz
diagonal, com os elementos da diagonal principal iguais entre eles. L11, L22 e L33
são indutâncias próprias e L12, L13, L21, L23, etc. são indutâncias mútuas, denidas
como a relação entre o uxo concatenado com um condutor, devido à corrente no
outro condutor.
118

TÓPICO 2 — PARÂMETROS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

FIGURA 17 – CONDUTORES DE UMA LINHA TRIFÁSICA

FONTE: Adaptada de Monticelli e Garcia (2011)

O uxo concatenado total com a corrente i1, calculado entre o ponto P e o


condutor 1 é composto de três
três parcelas:

O uxo concatenado em P com o condutor 1 devido à corrente i1 é:

O uxo concatenado em P com o condutor 1 devido à corrente i2 é:

O uxo concatenado em P com o condutor 1 devido à corrente i3 é:

Vale ressaltar que para d2P > d12 para que o uxo criado por i2 enlace o
condutor 1. E d3P > d13 para que o uxo criado por i3 enlace o condutor 1. Realizando
a análise matemática teremos que o uxo total concatenado com a corrente i1 é:

Devemos lembrar que i1 + i2 + i3 = 0 e quando P tende a innito:


(EQ. 2.19)

119

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

nte, os uxos concatenados com as correntes i2 e i3 serão:


Consequentemente,
Consequenteme

(EQ. 2.20)

(EQ. 2.21)

Colocando as expressões dos uxos concatenados em forma de matriz


indutância da linha:

(EQ. 2.22)

Ao realizarmos as aproximações matemáticas a equação matricial ca


mais simples:

Observa-se que essa matriz é assimétrica, característica da assimetria na


disposição dos condutores. Para uma linha trifásica equilátera, teremos que d =
d13 = d23, logo; 12

Para uma linha com os condutores dispostos de forma horizontal onde d12
= D, d23 = D, d13 = 2D, a equação matricial
matricial ca da seg
seguinte
uinte forma quan
quando
do aplicado
essas condições na matriz supracitada:
120

TÓPICO 2 — PARÂMETROS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

(EQ. 2.23)

O valor da indutância depende exclusivamente da geometria da linha e


do meio no qual se encontram os condutores. É, pode-se dizer, o parâmetro mais
importante da linha, uma vez que é sempre levada em consideração qualquer
que seja a análise que se proceda no estudo de linhas, obviamente na análise de
circuitos CA.

3 CAPACITÂNC
CAP ACITÂNCIA
IA DAS
D AS LT
LTss
Da mesma forma que a indutância de uma linha, a capacitância é medida
por unidade de comprimento da linha (F/km). As linhas apresentam o efeito
capacitivo devido à forma como os condutores estão dispostos ao longo
long o da linha,
se comportando como placas de capacitores, gerando uma capacitância entre os
condutores e entre os condutores e a terra (MONTICELLI, 2011). Para facilitar
vamos considerar as fases equilibradas, possibilitando que uma das fases possa
ser representativa em relação ao que ocorre com as demais.
A capacitância da linha de transmissão é, no geral, um resultado da
diferença de potencial elétrico dos condutores e depende das dimensões e da
distância entre estes. A fórmula da capacitância é:

(EQ. 2.24)

Para a indutância estudamos o campo magnético como a variável mais


importante. Já no estudo da capacitância o campo elétrico será essencial para a
determinação deste parâmetro. Relembrar os conhecimentos de eletromagnetismo
já estudados, da mesma forma que para a indutância, é importante para
entendimento das equações matemáticas. A lei de Gauss relata que o uxo do
campo elétrico E (V/m) em qualquer superfície fechada A (m2) é igual à razão entre
a carga total q (C) no seu interior e a permissividade do vácuo є = 8,85 x 10–12 F/m,
conforme mostrado na Equação 2.25.

121

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

(EQ. 2.25)

O campo elétrico considerando a carga por unidade de comprimento é:

3.1 CAPACITÂNCIA DE LINHA MONOFÁSICO (BIFILAR)

A capacitância por unidade de comprimento será:

(EQ. 2.26)

Onde λ é a densidade linear de carga. A Figura 18 ilustra dois cabos


condutores separados por certa distância, devemos calcular o potencial associado
ao condutor 1 (v1). Para o condutor 1, cuja densidade de carga é λ1, o potencial v1
terá duas componentes. A componente v12 é devido à própria densidade de carga
λ1 e a componente v12 é devido à própria densidade de carga λ1, ou seja, será a
soma das duas parcelas: v1 = v11 + v12. Temos que:

Para o potencial v12:

Como λ1 + λ2 = 0, λ2 = – λ1 , podemos simplicar as expressões e deixar a


equação em termos da densidade de carga λ 1:
122

TÓPICO 2 — PARÂMETROS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

FIGURA 18 – CÁLCULO DA CAPACITÂNCIA DE UMA LINHA MONOFÁSICA

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 80)

Lembrando que v1 = v11 + v12. Temos que para o potencial associado ao


condutor 1:

Quando P tende ao innito:

(EQ. 2.27)

Podemos agora, da mesma forma, calcular o potencial associado ao


própria 2 (v2). Analogamente
condutordensidade de carga λ1 eo vcondutor
devido 2àterá duas componentes:
densidade de carga λ ,
v22 devido à
ou seja, será
21 1
a soma das duas parcelas: v2 = v22 + v21. Temos que:

(EQ. 2.28)

Para o cálculo da capacitância, ao contrário da indutância, não se utiliza o


raio reduzido, pois a carga elétrica se concentra na superfície dos condutores, ou
seja, só existe campo elétrico fora dos condutores. Colocando em forma de matriz:
123

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

3.2 CAPACITÂNCIA DE LINHAS TRIFÁSICAS


Para se determinar a capacitância das linhas trifásicas, será utilizado o
modelo da linha da Figura 19, onde as distâncias entre os condutores não são
iguais. O ponto P foi escolhido ao acaso, fora do plano dos condutores. As relações
entre as densidades de carga (λ1, λ2, λ3) e potenciais dos três condutores (v1, v2, v3)
serão expressas, em forma matricial, por:

FIGURA 19 – LINHA COM ARRANJO EQUILÁTERO DE CONDUTORES

FONTE: Adaptado de Monticelli e Garcia (2011)

Inicialmente, se calcula a diferença de potencial elétrico entre o condutor 1


e o ponto P, composto de três
três parcelas: v1P = v11 + v12 + v13. Sendo vc11 a diferença de
potencial entre o condutor 1 e P devido à densidade de carga, λ1 , vc12 a diferença de
potencial entre o condutor 1 e P devido à densidade de carga, λ2 e vc13 a diferença
de potencial entre o condutor 1 e P devido à densidade de carga λ3:
124

TÓPICO 2 — PARÂMETROS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

Analogamente ao que foi feito para a indutância. Temos que λ 1 + λ2 + λ3


= 0,λ1 = –λ2 –λ3. Realizando simplicações matemáticas teremos como resultado
que:

Quando P tende ao innito:

(EQ. 2.30)

Da mesma forma, a diferença de potencial elétrico entre o condutor 2 e o


ponto P:

(EQ. 2.31)

E a diferença de potencial elétrico entre o condutor 3 e o ponto P:

(EQ. 2.32)

Colocando na forma matricial:

(EQ. 2.33)

A expressão matricial pode ser simplicada, da mesma forma que foi


utilizada para a indutância. Eliminando λ₃ da equação de v₁ e sabendo que λ₁ +
λ₂ + λ₃ = 0:

Eliminando λ₃ da equação de v2:


125

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Assim a expressão matricial simplicada é:

(EQ. 2.34)

Observa-se que essa matriz é assimétrica, característica da assimetria na


disposição dos condutores. Para uma linha trifásica equilátera, d12 = d13 = d23:

(EQ. 2.35)

Para o caso em que os condutores estejam dispostos de forma horizontal,


onde d12 = D, d13 = D, d23 = 2D, a equação matricial ca:

(EQ. 2.36)

A capacitância assume importância no estudo de desempenho de linhas


quando se vericam tensões superiores a 34,5 kV e comprimentos superiores a 80
km em tais
tensões linhas. Pode-se
e comprimentos desprezar
inferiores este parâmetro para linhas com níveis de
a estes.

4 RESISTÊNCIA
RES ISTÊNCIA DAS LTs
A resistência nas linhas de transmissão dependerá da resistividade de
corrente contínua do condutor, do comprimento do condutor e da área da seção
transversal do condutor, descrito pela Segunda Lei de Ohm (MOURA; MOURA;
ROCHA, 2019):

(EQ. 2.37)
126

TÓPICO 2 — PARÂMETROS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

Onde:
ρ é a resistividade do condutor a uma dada temperatura;
l é o comprimento do condutor;
A é a área da seção transversal.

São vários os fatores que inuenciam na resistência de um condutor, tais


como: encordoamento, temperatura, frequência e módulo da corrente. Para a
resistência da corrente alternada (CA
(CA)) temos:

(EQ. 2.38)

Segundo Moura (2019), as resistências elétricas para linhas CC e CA


diferem em alguns aspectos, já que para a corrente contínua, a distribuição da
corrente é uniforme ao longo da seção transversal do condutor. No entanto para a
corrente alternada, a distribuição da corrente não é uniforme no condutor, sendo
que conforme a frequência aumenta, a corrente no condutor cilíndrico tende a
aumentar
corrente noem direção
centro à superfície
do condutor do pelicular).
(efeito condutor com uma menor densidade de

Para os condutores magnéticos, como os condutores


condutores de aço utilizados para os
blinda
blindados
dos,, a res
resist
istênc
ência
ia dep
depend
endee do mód
módulo
ulo da cor
corren
rente.
te. Para
Para um con
condut
dutor
or múl
múltip
tiplo
lo
com “n” subcondutores, sua resistência deve ser calculada dividindo a resistência
de um subcondutor, que tem nos catálogos dos fabricantes, em uma temperatura e
frequência especicadas,
especicadas, por “n” (MOURA; MOURA; ROCHA, 2019).
A resistência das linhas é um fator que está inserido na impedância em
série da linha, mas a reatância indutiva é o parâmetro que predomina na hora
de realizar as avaliações técnicas e econômicas na construção das linhas de
transmissão.
utilizado na A resistência
linha, é um parâmetro
experimentando inerente
pequenas ao tipocom
variações e à bitola do condutor
a temperatura do
condutor e a frequência do sistema.

5 TRANSPOSIÇÃO DE UMA LINHA DE TRANSMISSÃO


Para eliminar, ou pelo menos minimizar, os efeitos das indutâncias mútuas
utiliza-se a transposição dos condutores, transformando a conguração da linha
original numa linha equilátera equivalente, resultando numa matriz admitância
simétrica. A transposição pode ser realizada em qualquer tipo de arranjo de linha.
Observando
direita, a cadaa 1/3
Figura 20, os condutores
do percurso (que podevariam nas posições
ser denido esquerda,
em postos centro e
de chaveamento
ou manobra). Como cada condutor ocupará três posições ao longo do percurso,
o uxo concatenado com cada um deles terá parcelas, uma para cada uma das
possíveis posições (MONTICELLI, 2011).
127

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

FIGURA 20 – TRANSPOSIÇÃO DE LINHA TRIFÁSICA

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 65)

Como exemplo, vamos calcular o uxo concatenado ϕC1 com a corrente


i1, que será determinado da seguinte forma, seguindo o ilustrado na Figura 20:
no primeiro trecho, a corrente i1 passa pelo condutor na posição um (esquerda).
No segundo trecho, a corrente i1 passa pelo condutor na posição dois (centro).
No terceiro trecho, a corrente i1 passa pelo condutor na posição três (direita).
Consideraremos que a disposição dos condutores se encontra na horizontal
conforme ilustrado na Figura 21.

FIGURA 21 – LINHA COM DISPOSIÇÃO LINEAR SIMÉTRICA

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 64)

Desse modo para a posição um teremos:


128

TÓPICO 2 — PARÂMETROS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

Para a posição dois:

Para a posição três:

Resumindo, o uxo concatenado com o condutor 1 será:

(EQ. 2.39)

Finalmente, a indutância associada à fase um (condutor 1) será:

A transposição transforma a linha original em uma linha equilátera


equivalente, como mostra a Figura 22. O lado do triângulo equilátero da linha
equivalente é determinado pela média geométrica dos espaçamentos entre os
condutores na linha original: . A expressão matricial para a
linha trifásica é:
129

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

FIGURA 22 – DISPOSIÇÃO EQUIVALENTE NA TRANSPOSIÇÃO DE LINHAS

FONTE: Monticelli e Garcia (2011, p. 66)

NTE
IMPORTA

“No Brasil, o ONS (Operador Nacional do Sistema), por meio do Submódu-


lo 2.4 – Requisitos mínimos para linhas de transmissão aéreas –, estabelece que linhas
superiores a 100 km devem ser transpostas com um ciclo completo de transposição – de
preferência, com trechos de 1/6, 1/3, 1/3 e 1/6 do comprimento total” (PINTO, 2014, p. 147).
130

RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• No estudo e aanálise
nálise de uma linha de transmissão, é im
importante
portante a determinação
da impedância série e da admitância shunt da linha de transmissão. A
impedância em série é composta pela resistência ôhmica e a reatância da linha,
sendo do tipo indutiva. Sendo que a reatância é o elemento predominante
no cálculo de sua impedância, buscando diminuir esse valor atendendo as
solicitações elétricas da linha. A corrente elétrica gera um campo magnético e
um uxo magnético a ele associado, a intensidade do uxo varia diretamente
com a magnitude da corrente e esta é afetada conforme forem dispostos os
condutores, ou seja, a geometria dos condutores.
• As lilinhas
nhas ssão
ão formada
formadass por dois ou mais ccondutores.
ondutores. Qua
Quando
ndo a terra é usada
para a corrente de retorno ela é considerada um segundo condutor, como no
sistemaserão
agora, MRTrealizados com
– monolar comosretorno
raios reduzidos
por terra.dos condutores,
Todos considerados
os estudos, a partir de
somente os uxos externos, para distâncias maiores que o raio do condutor.
• Da mesma forma que a indutân
indutância
cia de uma linha, a capacit
capacitância
ância é medida
por unidade de comprimento da linha (F/km). As linhas apresentam o efeito
capacitivo devido a forma como os condutores estão dispostos ao longo da
linha, se comportando como placas de capacitores, gerando uma capacitância
entre os condutores e entre os condutores e a terra. A capacitância da linha de
transmissão é, em geral, o resultado da diferença de potencial elétrico entre
os condutores e depende das dimensões e da distância entre os condutores.

• A
daresis
resistência
tência
linha, masdas llinhas
inhas é um
a reatância fator que
indutiva é oest
está
á inseridoque
parâmetro na im
impedância
pedância em
predomina série
na hora
de realizar as avaliações técnicas e econômicas na construção das linhas de
transmissão.
131

AUTOATIVIDADE

1 Uma linha de transmiss


transmissão
ão de energia elétrica possui quatro parâmetros
que impactam no transporte de energia elétrica, são: a resistência, a
indutância, a capacitância e a condutância. A condutância só merece
consideração
insignicantesquando os níveis
as perdas, de tensão
por ela são elevados,
provocadas, em virtude
nas linhas de serem
com baixo nível
de tensão. A respeito dos parâmetros das linhas de transmissão de energia
elétrica, analise as armativas:
armativas:
I- As indutâncias das linhas de transmissão (LT (LTs)
s) dependem de sua
conguração física e o meio no qual se encontram os condutores.
II- A impedância ssérie
érie de uma LLT
T é composta pela resistência ôhmica e a
reatância da linha, sendo do tipo capacitivo.
III- A distribuição do uxo magnético no condutor por uma corrente é
exercida como função da distância ao eixo do condutor. O uxo magnético
é mínimo no centro do condutor e máximo na superfície externa do
condutor, onde a corrente total é responsável pelo uxo.
Com base nas armativas, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Somente a armativa III está correta.
b) ( ) Somente as ar
armativas
mativas I e II estão corr
corretas.
etas.
c) ( ) As armativas I e III estão corretas.
d) ( ) As armativas I, II e III estão corretas.
e) ( ) Somente a armativa II está correta.
2 As linhas de transmissão (LTs) são elementos dos sistemas elétricos de
potência (SEPs) responsáveis por transportar a energia elétrica a grandes
distâncias, desde as subestações elevadoras próximas à geração até as
subestações abaixadoras que transformarão os níveis de tensão para
valores adequados e seguros para o consumo pelas mais variadas unidades
de distribuição. Esses sistemas transmitem tensão e corrente de uma
extremidade para outra, de modo que, em sua constituição, há condutores
com seção transversal uniforme ao longo de todo o comprimento da
linha. Com base em conhecimentos de linhas de transmissão, julguem as
armações que se seguem a respeito das LTs, seus parâmetros, efeitos e
formas de calcular indutâncias, capacitâncias, resistências e reatâncias:
FONTE: VASCONCELOS, F. M. Geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Lon-
drina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017.

I- A indutância
para o solo. própria de uma LT depende apenas da distância do condutor
II- A reatância indutiva para linhas monofásicas depende apenas do raio
médio geométrico do condutor, da frequência
f requência de operação e da distância
entre os condutores.

132

III- As linhas são formadas por dois ou mais condutores. Quando a terra é
usada para a corrente de retorno ela é considerada um segundo condutor,
como no sistema MRT – monolar com retorno por terra.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Somente a sentença I está correta.
b) ( ) As sentenças I e II estão correta
corretas.
s.
c) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
d) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
e) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
3 A transposição é uma rotaçã
rotaçãoo física dos condutores de modo que o condutor
é movido para ocupar a próxima posição física na sequência regular.
A transposição é feita principalmente na estação de comutação e nas
subestações. Levando em consideração o contexto da forma de transmissão
de energia elétrica, julgue as armativas a seguir:
I- A transposição pode ser utilizada em qualquer tipo de arranjo de linha.
II- Os condutores variam nas posições; esquerda, centr
centroo e d
direita,
ireita, a cada 1/3
do percurso (que pode ser denido em postos de chaveamento,
chaveamento, manobra).
III- A transposição equilibra a capacitância da linha devido à qual a tensão
também é balanceada. Apresenta como desvantagem a mudança
frequente da posição dos condutores enfraquece a estrutura de apoio, o
que aumenta o custo do sistema.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) A sentença I está correta.
b) ( ) A sentença II está correta.
c) ( ) Asentença III está correta.
d) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
e) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.
4 Determinar a reatância indut
indutiva
iva da linha tri
trifásica
fásica a seguir, composta por
condutores ACRS Pheasant. Informação do fabricante: raio reduzido do
condutor tipo Drake é R’ = 1,42. D = 8 m e d = 45 cm. Comprimento da linha
l = 160 km.
5 Determinar a rreatância
eatância indutiva
indutiva por fase, a 60 Hz, da linha trifásica a seguir,
composta por condutores ACRS Drake. Informação do fabricante: Raio
reduzido do condutor tipo Drake é R’ = 0,0373.
FONTE: O autor

133
134

UNIDADE 2 TÓPICO 3 —

MODELAGEM DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

1 INTRODUÇÃO
As linhas de transmissão em corrente alternada podem ter comprimento
que varia entre alguns metros até em torno de mil quilômetros. É interessante
neste ponto calcularmos o comprimento de onda de um sinal senoidal de 60 Hz.
As linhas mais longas em operação no Brasil têm aproximadamente 1000 km,
ou seja, são menores que um quarto do comprimento de onda. Para o cálculo
de tensões e correntes, no início e no nal das linhas de transmissão, em regime
permanente, é necessário o desenvolvimento de modelos que representem as
linhas de transmissão. Esses modelos são obtidos para linhas de transmissão
curtas, médias e longas.
Neste tópico realizaremos a análise do comportamento das linhas
de transmissão. A análise depende de modelos matemáticos denidos pelos
parâmetros eletromagnéticos das linhas de transmissão. Veremos que esses
parâmetros dependem da conguração geométrica da linha, do meio onde a
linha esteja inserida e dos efeitos dos campos elétrico e magnético associados à
corrente elétrica nos condutores.
O modelo π será utilizado no cálculo de uxo de potência, sendo
considerado o sistema operando em regime senoidal estacionário. Determinaremos
as expressões dos uxos de potências ativa e reativa na linha em função das
tensões dos terminais e barramentos.

2 MODELO DE LINHAS
Quando estudamos os modelos de linhas de transmissão, geralmente
dividimos as linhas em dois tipos de comprimentos: linhas curtas, para uma
extensão menor que 80 km, e linhas longas para uma extensão maior que 80
km. Para estudos mais especícos, as linhas podem ser modeladas para três
comprimentos: linhas curtas, para uma extensão menor que 80 km, linhas médias,
para um comprimento entre 80 e 240 km, e linhas longas para distâncias maiores
que 240 km (MONTICELLI; GARCIA, 2011).
135

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

2.1 LINHAS CURTAS


Utiliza-se o modelo π para linhas curtas. Os parâmetros série (a resistência
e a indutância) e a capacitância shunt são proporcionais ao comprimento da linha,
sendo representadas a impedância série, e a capacitância shunt concentrada nas
extremidades da linha. Nesse modelo as variáveis são denidas por:
• R – resistência por unidade de comprimento (Ω/km).
• L – indutância por unidade de comprimento (H/km).
• G – condutância por unidade de comprimento (Ω-1/km).
• C – capacitância por unidade de comprimento (F/km).
Todas essas variáveis foram vistas quando detalhamos a respeito
dos parâmetros das linhas. Outros dois dados que vamos considerar são o
comprimento da linha l0 e a frequência angular ω = 2πf da rede elétrica, temos que
os parâmetros concentrados, a impedância série (xse) e a admitância shunt (ysh) são
(MONTICELLI; GARCIA, 2011):

(EQ. 3.1)

(EQ. 3.2)

A Figura 23 apresenta os parâmetros para a representação da linha


levando em consideração o comprimento da linha.

FIGURA 23 – MODELO π PARA LINHAS CURTAS


FONTE: Adaptado de Monticelli e Garcia (2011)

136

TÓPICO 3 — MODELAGEM DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

2.2 LINHAS LONGAS


Para linhas longas, ao contrário do método utilizado para linhas curtas,
que considera os parâmetros proporcionais ao comprimento da linha, deve-se
considerar os parâmetros distribuídos ao longo da linha. Isso porque se for usado
o modelo de linhas curtas a precisão piora com o aumento do comprimento da
linha (MONTICELLI,
uma linha monofásica,2011).
onde zAe Figura 24 ilustra
y representam um trecho elementar
respectivamente, (Δx) dee
a impedância
admitância por unidade de comprimento obedecendo às relações das equações
z e y:

z = R + jωLy = G + jωC

FIGURA 24 – TRECHO ELEMENTAR DE UMA LINHA LONGA

FONTE: Adaptado de Monticelli e Garcia (2011)

Assim, para o trecho de linha representado na Figura 24:

No limite quando Δx → 0, as equações Δv e Δi assumem a forma diferencial:

Derivando novamente com relação a x as equações :


137

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Essas são as equações características que denem a propagação da tensão


e da corrente ao longo da linha:

(EQ. 3.3)

(EQ. 3.4)

Considerando uma linha de transmissão sem perdas, ou seja, resistência


R = 0 e condutância G = 0 resulta em:

(EQ. 3.5)
Para linhas sem perdas, ϒ – jβ, sendo β = ω(LC) a constante de fase da
linha. Utilizando as expressões denidas anteriormente, para a indutância e a
capacitância por unidade de comprimento, por fase:

(EQ. 3.5)

Exemplicando para uma linha equilátera com Deq = D = 1m, R = 1 cm, D s


= (Re–1/4) = e–1/4 e Dsc = R = 1 .

(EQ. 3.6)

Denindo ρ na expressão de LC como: .


Temos que:
(EQ. 3.7)
Como .
Concluindo, uma linha sem perdas tem impedância característica
aproximada, chamada de impedância de surto (MOURA; MOURA; ROCHA,
2019), denida por:
(EQ. 3.8)

138

TÓPICO 3 — MODELAGEM DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

(EQ. 3.9)

Podemos dividir a Equação 3.9 em duas variáveis de proporcionalidade


para simplicar a equação e chegar a um valor, para a linha equilátera já citada
nesse exemplo:

Então, a impedância característica para uma linha equilátera será:

A impedância de surto apresenta característica puramente real e a


constante de propagação é puramente imaginária. Segundo Moura (2019), a
impedância de surto é utilizada como parâmetro de carregamento das linhas de
transmissão. Isso pode nos dizer se a linha está gerando ou consumindo potência
reativa, já que uma linha carregada abaixo da impedância de surto gera potência
reativa e acima consome potência reativa.

2.3 MATRIZ
MATRIZ ADMITÂNCIA DA REDE
Para obter a matriz admitância do modelo π, são consideradas positivas
as correntes que saem das barras e entram na linha. Utilizaremos a Figura 25 para
montar a matriz admitância:
139

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

FIGURA 25 – REPRESENTAÇÃO
REPRESENTAÇÃO DA MATRIZ ADMITÂNCIA DE UMA LINHA DE TRANSMISSÃO

FONTE: Adaptado de Monticelli e Garcia (2011)

Desenvolvendo as equações de acordo com o modelo temos:

Resultando na expressão matricial:

(EQ. 3.10)

A matriz dos coecientes é a matriz admitância. Assim podemos, agora,


obter a matriz das linhas de transmissão que serão estudas a seguir. Como, por
exemplo, a rede de transmissão ilustrada na Figura 26, sendo composta por várias
linhas de transmissão. Ao calcularmos a matriz admitância da linha 3 – 4 temos
que:

Para uma rede de transmissão, formada por várias linhas, a expressão


geral da matriz admitância entre duas linhas k e m interligadas é da forma:
140

TÓPICO 3 — MODELAGEM DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

FIGURA 26 – EXEMPLO DE REDE DE TRANSMISSÃO COM 4 LINHAS

FONTE: Adaptado de Monticelli e Garcia (2011)

Aplicando a lei dos nós a cada barra da rede da Figura 26:

Substituindo as correntes entre as barras pelas expressões denidas na


Equação 3.10, não se esquecendo de considerar os elementos shunt:

E para formação das equações das linhas temos:

Ao rearranjarmos os termos na forma matricial I = Y xV teremos:


141

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

(EQ. 3.11)
Na matriz admitância temos duas características evidentes: a primeira, nos
elementos da diagonal principal temos a soma das admitâncias ligadas às barras
correspondentes (barra k); a segunda, nos elementos fora da diagonal principal
temos as admitâncias das linhas correspondentes (linha k, m), com sinal trocado.

ATENCAO

Segundo Moura, Moura e Rocha (2019), a regulação de tensão (RT) de uma


LT é a mudança de tensão na barra receptora quando a carga varia de vazio até a plena
carga, com um fator de potência especificado, enquanto a tensão do receptor é mantida
constante. A regulação é expressa em percentual da tensão de plena carga
VR (%) = .

2.4 FLUXO DE POTÊNCIA NA LINHA


Para estudar uxo de potência ou uxo de carga, determina-se,
essencialmente: as tensões complexas das barras; as distribuições dos uxos de
potência que uem
no planejamento pelas
como nalinhas. O estudo
operação deelétricas.
de redes uxo de potência é utilizado tanto

Na operação das redes elétricas visando a análise de segurança, várias


contingências são simuladas e o estado de operação da rede após a contingência
é obtido. Eventuais violações dos limites de operação são detectadas e ações de
controle corretivo e/ou preventivo são determinadas. Para o planejamento de
expansão das redes elétricas, novas congurações da rede são determinadas para
atender ao aumento da demanda e o estado de operação da rede, para a nova
conguração,, deve ser obtido.
conguração
Na Unidade 1, vimos como se comporta o uxo de potência ativa e reativa
nas linhas
ilustra e barras
os uxos dede um sistema
potência ativaelétrico
e reativadeem
potência. Paraderelembrar,
uma linha a Figura 27
transmissão.
142

TÓPICO 3 — MODELAGEM DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

FIGURA 27 – FLUXO DE POTÊNCIA ATIVA E REATIVA NAS LINHAS

FONTE: Adaptado de Monticelli e Garcia (2011)

Utilizando ainda o modelo π como representado na Figura 28. Para se


determinar as potências ativas e reativas da linha em função das tensões das
barras terminais k e m, é necessário expressar os valores de impedâ
impedância
ncia série Ykm:

Relacionando resistência, reatância, condutância e susceptância:

(EQ. 3.12)

FIGURA 28 – MODELO π PARA MODELAGEM DE FLUXO DE POTÊNCIA


FONTE: Adaptado de Monticelli e Garcia (2011)

143

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Para estudarmos o uxo de potência vamos basear nossas equações nas


Figuras 27 e 28. As tensões complexas, nas barras terminais k e m, são expressas
como:

Sendo V e V as magnitudes das tensões terminais e 0 e 0 as fases


correspondentes.k A corrente
m
no lado da barra k é composta pelak corrente
m
que
passa pelo parâmetro shunt bkm e pela admitância série Ykm:

(EQ. 3.13)
O uxo de potência complexa saindo da barra k para a barra m é Skm = EkI*km,
onde I*km é o conjugado da corrente Ikm. Realizando as simplicações matemáticas:

Para identicar as componentes de potência ativa e reativa separam-se os


termos reais e imaginários da expressão da potência aparente:

(EQ. 3.14)
Os uxos de potência ativa e reativa k são:

(EQ. 3.15)
(EQ. 3.16)
Analogamente, os uxos de potência complexa saindo da barra m em
direção à barra k, Smk = EmI*mk, são:

Calculando as perdas ativas na linha temos que:


(EQ. 3.17)
144

TÓPICO 3 — MODELAGEM DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

Simplicando a Equação 3.17:

Pperdas = gkm|Ek – Em|2 (EQ. 3.18)

Calculando as perdas reativas na linha obtemos:

(EQ. 3.19)

Quando a impedância da carga for igual à impedância da linha


(comportamento que podemos chamar de linha casada), as perdas reativas na
linha são nulas, logo:

A potência reativa gerada na linha (lado esquerdo da equação Qperdas) é igual


à potência reativa consumida (lado direto da equação Qkm + Qmk). Observações são
necessárias em relação a esse assunto:
• |Ek – Em| é a magnitude da tensão sobre o parâmetro em série;
• gkm|Ek – Em|2 são as perdas ôhmicas;
• – bkm|Ek – Em|2 são as perdas reativas no elemento série ( bkm < 0; potência
positiva - consumida);
• é a potência reativa gerada nos elementos shunt ( ; potência
negativa - fornecida).

NTE
IMPORTA

As linhas de transmissão geram, em função do seu carregamento,


carregamento, situações
diferentes para o sistema de potência em termos de compensação reativa adicional.
Dois problemas comuns: 1) se na hora de carga pesada uma linha importante é retirada
de operação, haverá uma redistribuição de fluxo pelas demais. Dessa forma, aumenta o
carregamento
carregam ento e, consequentemente, o consumo reativo, não só devido ao maior consu-
mo nas reatâncias das demais linhas, como também devido à redução do reativo gerado
pelo carregamento das linhas, que será menor por causa da queda de tensão resultante
do aumento da carga que as linhas de transmissão em operação deverão atender. Assim,
um suporte de potência reativa é necessário. Esse suporte vem, normalmente, através
de compensadores síncronos
síncronos ou estáticos; 2) outro tipo de problema é a tendência a

145

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

retirar ou transformar em chaveáveis os reatores shunt planejados para os anos iniciais


de operação de sistemas de transmissão com linhas longas e seccionadas em pontos
intermediários.

FONTE: MOURA, A. P.; MOURA, A. A. F.; ROCHA, E. P. Transmissão de energia elétrica


em corrente alternada. Ceará: Edições UFC, 2019. p. 259-260. Disponível em: https://bit.
ly/3i4WeVq.
ly/3i4WeVq. Acesso em: 22 jun. 2021.

3 FLUXO DE POTÊNCIA NO POWERWORLD


Os casos de uxo de potência podem ser realizados em diversos
simuladores presentes no mercado, no entanto, em sua maior parte esses softwares
são pagos, sendo necessário realizar a compra de licenças para utilizá-los.
O simulador PowerWorld™ apresenta uma versão licenciada apenas para
uso educacional e ns de avaliação incluindo a maior parte das ferramentas para
realizar os estudos do uxo de potência de um sistema elétrico de potência com
até 13 barras. Com a versão completa do simulador podendo lidar com sistemas
com até 250.000 barras.
Neste subtópico iremos visualizar como se realiza uma simulação simples
de um uxo de potência no PowerWorld em sua versão educacional.

DICAS

O programa PowerWorld pode ser baixado gratuitamente (versão mostrada


na Figura 29). Acesse em: https://www.powerworld.com/
https://www.powerworld.com/..

FIGURA 29 – SOFWTARE DE SIMULAÇÃO DE FLUXO DE POTÊNCIA


FONTE: Adaptado de <https://www.powerw
<https://www.powerworld.com/>.
orld.com/>. Acesso: 6 jul.
j ul. 2021.
146

TÓPICO 3 — MODELAGEM DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

O software PowerWorld utiliza métodos matemáticos, como o de Newton-


Raphson, para soluções de uxo de carga. Para realizarmos um estudo completo
de análise de uxo de cargas devemos seguir quatro passo
passos,s, para que a simulação
possa reetir a realidade mais elmente possível são eles:
• O estudo de caso – é necessário ssaber
aber que tipo de situação você irá querer
testar em sua rede. Por exemplo: um problema na linha, na carga, na geração
ou nos transformadores.
• Levantamento de informações – são necessárias informações dos equipamentos
que compõem o seu sistema elétrico de potência, tais como, os valores de
reatância dos transformadores e geradores e das linhas.
• Simulação dos eventos – escolha de um sim simulador
ulador que consiga reproduzir
possíveis resultados dos estudos de casos em questão.
• Coleta e ananálise
álise de da
dados
dos – depois de realiz
realizadas
adas as simulações, serão
averiguados os resultados obtidos e deverá ser encontrada a melhor solução
para a contingência simulada.

DIC
CA
AS

Faça uma leitura complementar do método de Newton-Raphson, acessando:


http://www.dma.uem.br/kit/calculo-numerico-2/copy_of_kit-newtonraphson.pdf.

Como exemplo, realizaremos um estudo de uxo de carga para o sistema,


escolhendo como bases do sistema V = 138 kV e S = 100 MV
MVA.A. Devemos ajustar o
caso base para que todas as tensões não ultrapassem os limites de 0,95 p.u ≤ V ≤
1,05 p.u.
Seguindo os passos descritos anteriormente, como já temos o caso base,
realizaremos o levantamento de informações a respeito dos componentes (linhas,
geradores e transformadores). Utilizando os dados das Tabelas 1 e 2, conseguimos
montar o caso base inserindo no simulador.
147

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

TABELA 1 – DADOS DAS LINHAS E DOS TRANSFORMADORES DO SISTEMA ELÉTRICO

FONTE: O autor

TABELA 2 – DADOS DAS BARRAS DO SISTEMA (S


( Sbase = 100 MV A)
A)

FONTE: O autor

3.1 ANÁLISE DO CASO BASE


O uxo de carga do sistema, com todos os dados fornecidos pelas tabelas
foram simulados utilizando o software PowerWorld, cujo resultado está mostrado
na Figura 30. A Tabela
Tabela 3 mostra os níveis de tensão de todas as barras do sistema,
após o cálculo do uxo de potência. Os resultados obtidos mostram que os níveis
de tensão estão dentro dos limites exigidos e não há sobrecarga nas linhas de
transmissão. Assim, existe equilíbrio dos níveis de tensões e todas as linhas de
transmissão e transformadores estão operando dentro dos níveis de segurança,
havendo margem de segurança de capacidade tanto de transmissão quanto de
geração.

148

TÓPICO 3 — MODELAGEM DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

Na Figura 30 temos a imagem de símbolos já estudados anteriormente


neste livro. Os disjuntores, representados pelos quadrados vermelhos quando
estiverem fechados, estarão vermelhos permitindo o uxo de potência indicado
pelas setas verdes. Abrimos e fechamos os disjuntores nas simulações para
simulação de contingências.

FIGURA 30 – CASO BASE COM SISTEMA ELÉTRICO COM 11 BARRAS

FONTE: O autor

TABELA 3 – NÍVEIS DE TENSÃO DAS BARRAS DO SISTEMA (CASO BASE)

FONTE: O autor

3.2 CONTINGÊNCIA – DESLIGAMENTO SIMULTÂNEO DAS


LINHAS
Ao simularmos agora uma contingência em que as linhas 2-3 e 3-6 são
retiradas do sistema, o resultado do uxo de potência está mostrado na Figura 31.

149

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Os níveis de tensão em todas as barras do sistema, para essa contingência,


estão mostrados na Tabela 4. Esta contingência provocou sobrecarga nas linhas
3-4 e 2-6 e violação no limite inferior de tensão na barra 3. Dessa forma, deve ser
aplicada uma medida de controle para retomar o equilíbrio do sistema. Nesse
caso um corte de 50% na carga conectada à barra 3 resolve a situação, passando a
ter uma demanda de 75 MW e 60 MVAr.

O uxo de carga, depois de tomada a medida de controle citada


anteriormente, está mostrado na Figura 32. As tensões nas barras, depois de
realizada a ação de controle está mostrada
mo strada na T
Tabela
abela 5. Observamos que, conforme
os resultados da simulação, os carregamentos das linhas de transmissão caram
dentro dos limites de segurança e os níveis de tensão nas barras do sistema
retornaram aos valores de operação normais.

FIGURA 31 – CONTIGÊNCIA COM PERDAS DAS LINHAS 2-3 E 3-6

FONTE: O autor

TABELA 4 – NÍVEIS DE TENSÃO DA CONTINGÊNCIA COM PERDAS DAS LINHAS


FONTE: O autor

150

TÓPICO 3 — MODELAGEM DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

FIGURA 32 – CONTIGÊNCIA APÓS TOMADA AÇÃO DE CONTROLE

FONTE: O autor

TABELA 5 – NÍVEIS DE TENSÃO APÓS AÇÃO DE CONTROLE

FONTE: O autor

Realizamos uma aplicação do estudo do uxo de potência no simulador,


com um sistema de 11 barras com três geradores, 5 barras de carga e três
transformadores. Na análise do caso base foi possível vericarmos como o sistema
elétrico se comporta quando não há nenhum tipo de contingência.
Logo após, testamos uma possível falta na rede elétrica em duas linhas e
como é possível realizar a sua correção para que o sistema retorne ao equilíbrio
sem sobrecarregamento
transformadores das linhas,
podem causar pois,
grandes o sobrecarregamento
prejuízos, dasreal,
e em uma situação linhas
levare
semanas para restabelecimento da normalidade.

151

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

ATENCAO

Uma falta para um sistema elétrico de potência é quando existe a geração de


uma alta corrente devido à redução rápida de impedância entre dois pontos com diferença
de potencial, existindo cálculos específicos para correntes de falta (RUBACK, 2016).

Assim, o estudo do uxo de potência em sistemas de energia é muito


importante, permitindo conhecer o comportamento do sistema caso haja algum
tipo de contingência. Ao conhecer esse comportamento é possível estudar qual
medida é mais adequada para cada caso, permitindo manter o sistema operando
dentro dos níveis de segurança, mantendo-o estável.

DICAS

A fim de ampliar os conhecimentos
conhecimentos de fluxo de potência em software,
software, su-
gerimos que baixe o programa PowerWorld na sua versão educacional. Permitindo que
o aluno possa simular diversas situações de contingência não tratadas aqui. Acesse em:
https://www.powerworld.com/download-purchase/demo-software.

Além disso, o link https://www.youtube.com/watch?v=rE4STPqpOG0&t=16s contém um


vídeo de tutorial para montagem do sistema no PowerWorld e posterior simulação, assim
como interpretação dos resultados.
152

TÓPICO 3 — MODELAGEM DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

LEITURA COMPLEMENTAR

A MECÂNICA NEWTONIANA É INSUFICIENTE PARA


PARA CALCULAR E
PROJETAR
PROJETAR LINHAS AÉREAS DE TRANSMISSÃO

Geraldo Roberto de Almeida


1 INTRODUÇÃO
Os fundamentos da mecânica estão concentrados nas três leis de Newton,
formuladas a mais de 250 anos. Com toda ciência e tecnologia de hoje, essas
três leis parecem argumentos lúdicos e até óbvios, mas na época em que foram
formuladas geraram grande controvérsia. É preciso lembrar que se iniciava a
fase iluminista da humanidade. Isaac Newton é considerado no meio cientíco
a mente mais brilhante de todos os tempos. Com seu cálculo diferencial e
integral, desenvolveu uma ferramenta que validou as leis da gravitação universal
observadas por Kepler 100 anos antes. Agora, no entanto, arma-se no presente
texto que essa mecânica é insuciente para dimensionar mecanicamente linhas
de transmissão muito longas.
2 PROJETO CLÁSSICO DE UM VÃO DE TRANSMISSÃO
No projeto clássico [05] de uma linha aérea de transmissão de energia
elétrica, usando mecânica Newtoniana, modela-se a linha como um cabo suspenso
por duas estruturas. Pelo cálculo variacional quando o único sistema de força
atuando é o próprio peso do cabo, suspenso pelas extremidades, este se acomoda
numa linha elástica denominada catenária. A Figura 1 ilustra de modo singelo
como projetar um vão de transmissão com a mecânica Newtoniana.

FIGURA 1 – GRANDEZAS ENVOLVIDAS EM UM VÃO DE UMA LT

O vão de transmissão é calculado considerando dois estados extremos:


(1) Tracionado extremo, quando o cabo se encontra desligado, numa manhã
muito fria e com vento extremo (ao norte do trópico de câncer, os engenheiros
consideram também alguma camada de gelo sobre o cabo), e (2) Relaxado extremo,
quando o cabo está com corrente máxima, num dia de verão muito quente e sem

153

UNIDADE 2 — TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

vento. Na engenharia primitiva (há mais de 100 anos) estes estados poderiam ser
considerados, “do lado da segurança” trazendo relativo conforto ao investidor
ou construtor.
O estado mais tracionado é calculado com a echa do cabo, o esforço de
tração longitudinal, o peso linear do cabo e o vão entre as estruturas

O estado menos tracionado dos cabos (echa máxima) construído com


as hipóteses já citadas, requer para o cálculo algumas informações dos materiais
do cabo: tração no estado (1); tração no estado (2); peso linear no estado (1);
peso linear no estado (2); o comprimento do vão; coeciente de dilatação linear;
módulo de elasticidade linear; seção transversal

FIGURA 2 – GRÁFICO DA ALUMINU


ALUMINUM
M ASSOCIATION
ASSOCIATION OF AMÉRICA DE CABO CAA

A Figura 2 ilustra os resultados dos dois ensaios acoplados no mesmo


gráco. Esse gráco corresponde ao ensaio de um cabo ACSR (Aluminum
Conductor Steel Reinforced) de formação 26/7, vinte e seis os de alumínio em
duas camadas e uma corda de sete os de aço (zincado ou aluminizado). A maioria
dos engenheiros de linhas aéreas de transmissão já viram alguma vez essa gura.
Na manhã fria e sem carga, o máximo esforço permitido no cabo ACSR
poderia chegar ao “joelho” da curva nal do cabo completo e nal do aço. No dia
quente, o que limitava a echa era a distância de segurança entre os condutores
e a vegetação. Nas duas situações (em especial na primeira), a garantia que os
cabos suspensos funcionariam em equilíbrio autônomo era a existência da alma
de aço no núcleo do cabo ACSR.

5 ASSERTIVAS CIENTÍFICAS, TÉCNICAS E EM NEGÓCIOS


Existe um gap entre ambas, sendo que a primeira não consegue observar
a segunda e a segunda (cabos suspensos em funcionais estocásticos) está sem a
memória da primeira. O gap entre as duas abordagens tem sido enfrentado com
154

TÓPICO 3 — MODELAGEM DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

auxílio da mecânica Lagrangeana e a discretização do contínuo. Essa abordagem


amplamente desenvolvida impõem um funcional (Lagrangeano) para cada
elemento e o minimiza. Quando estes funcionais são minimizados, o equilíbrio
termodinâmico está garantido, mas ainda não se consegue manejar funcionais
com variações dimensionais, como acontece num cabo suspenso submetido à
uência e vibração eólica.
O aço é o melhor material estrutural descoberto pelo homem a mais de
3000 anos atrás, seja em módulo de elasticidade, seja em tensão de ruptura, seja em
uência e fadiga cíclica. Ainda não foi descoberto na natureza ou desenvolvido na
tecnologia (inclusive a nano tecnologia) algum material contra tipo que reunisse
em si, todos os predicados do aço. Há 100 anos, para viabilizar o alumínio como
condutor elétrico suspenso, os americanos colocaram um reforço de aço na alma
dos cabos. Este reforço garantia o desempenho mecânico do cabo suspenso e o
alumínio garantia a condução elétrica.
A retirada do aço da alma dos condutores de alumínio, deixa todo
desempenho elétrico e mecânico para o alumínio. O aço pode trabalhar com EDS
de até 33%
joelho (por tensão
da curva breve duração ou longa
deformação. – amesma
Nessa ser testado) conforme
condição, o açofoi
fotem
i mostrado no
sido usado
com EDS de até 25% (da carga de ruptura) porque nessa condição o stress está na
condição relaxada sob o domínio do aço.
FONTE: <https://www.osetor
<https://www.osetoreletrico.com.br
eletrico.com.br/a-mecanica-n
/a-mecanica-newtoniana-e
ewtoniana-e-insuficiente-para-ca
-insuficiente-para-calcu-
lcu-
lar-e-projetar-linhas-aereas
lar-e-projetar-linhas-aereas-de-transmissao/
-de-transmissao/>.
>. Acesso em: 11 abr. 2021.
155

RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:

• Modelos qque
ue represent
representam
am as linhas de transmissão possibilitam a análise do
comportamento das linhas de transmissão.
• Os modelos de linhas de transmissão, geralmente são divididos em dois tipos
de comprimentos: linhas curtas, para uma extensão menor que 80 km, e linhas
longas para uma extensão maior que 80 km. Para estu
estudos
dos mais especícos, as
linhas podem ser modeladas para três comprimentos: linhas curtas, para uma
extensão menor que 80 km, linhas médias, para um comprimento entre 80 e
240 km, e linhas longas para distâncias maiores que 240 km.
• Utiliza-se o modelo π para linhas curtas. Para linhas longas, ao contrário
do método utilizado para linhas curtas, que considera os parâmetros
proporcionais ao comprimento da linha, deve-se considerar os parâmetros
distribuídos ao longo da linha. Isso porque, se for usado o modelo de linhas
curtas a precisão piora com o aumento do comprimento da linha.
• A imp
impedância
edância de ssurto
urto apresenta característica puramente real e a constante
de propagação é puramente imaginária. A impedância de surto é utilizada
como parâmetro de carregamento das linhas de transmissão. Isso pode dizer
se a linha está gerando ou consumindo potência reativa, já que uma linha
carregada abaixo da impedância de surto gera potência reativa e acima
consome potência reativa.

CHAMADA
Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem
pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

156

AUTOATIVIDADE

1 No estudo de sistema
sistemass de grande porte é necessário a adoção de modelos
que representem o comportamento real do sistema, tratando como um
circuito ideal e real com as perturbações que podem ocorrer na linha. A
modelagem é realizada conforme a extensão das linhas de transmissão.
A respeito da modelagem das linhas de transmissão de energia elétrica,
analise as armativas:
I- As linhas de transmissã
transmissãoo são modeladas, geralmente, para dois
comprimentos: Linhas curtas (< 80 km) e linhas longas (> 80 km).
II- No modelo π para linhas curtas, os parâmetros série e a capacitância shunt
são proporcionais ao comprimento da linha.
III- Para linhas longas o modelo π considera os parâmetros proporcionais
ao comprimento da linha, sem considerar os parâmetros distribuídos ao
longo da linha.
IV- A impedância de surto ocorre quando a resistência tende ao innito e a
condutância da linha vai a zero.
Com base nas armativas, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Somente a armativa III está correta.
b) ( ) Somente as a
armativas
rmativas I e II estão cor corretas.
retas.
c) ( ) Somente as armativ
armativas as I, II e IV estão corretas.
d) ( ) As armativas I, II, III e IV estão corretas.
e) ( ) Somente as armativa
armativass III e IV estão corretas.
2 O problema de uxo de popotência,
tência, ou uxo de ca
carga,
rga, tem co
como
mo função oobter-
bter-
se o estado operativo de uma rede elétrica em regime permanente senoidal,
sinalizando os caminhos percorridos pelas potências ativa e reativa em
todos os elementos da rede elétrica, além do fasor tensão em todas as barras.
A resolução e a análise do uxo de potência são de grande importância
para as operações em tempo real do sistema e também para o planejamento
de sua melhor operação e expansão. Com base em conhecimentos de uxo
de potência, julgue as armações que se seguem:
FONTE: <https://peteel.ufsc.br/2020/07/27/fluxo-d
<https://peteel.ufsc.br/2020/07/27/fluxo-de-potencia/>.
e-potencia/>. Acesso em: 6 jul.
j ul. 2021.

I- O est
estudo
udo d dee u
uxo
xo de potência é uutilizado
tilizado tanto no plan
planejamento
ejamento como
na operação de redes elétricas. Determina-se, essencialmente: as tensões
complexas das barras; as distribuições dos uxos de potência que uem
pelas linhas.
II- O sobrecar
sobrecarregamento
regamento de uma linha de transmi
transmissão
ssão não altera os nív
níveis
eis de
tensão das barras de um sistema de elétrico de potência.
III- Quando a impedância da carcarga
ga for igual à impedância da linha, situação
de linha casada, as perdas reativas na linha são nulas.

157

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) Somente a sentença I está correta.
b) ( ) As sentenças I e II estão cor
corretas.
retas.
c) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
d) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
e) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
3 Levando em consideração que uma linha de transmissão de energia
elétrica possui quatro parâmetros que impactam no transporte de energia
elétrica, que são: a resistência, a indutância, a capacitância e a condutância.
Baseado nos modelos de linha de transmissão de energia elétrica, julgue as
armativas a seguir:
I- A ca capacitância
pacitância em LT
LTs est
estáá presente soment
somentee em redes de tra
transmissão
nsmissão
CA.
II- A capacitânc
capacitância
ia em L
LT
Ts se torna mais relevante apenas em linhas superiores
a 80 km e com tensões a partir de 34,5 kV.
III- A indutância em LTs pode ser desconsiderada em linhas curtas,
considerando apenas a impedância série.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Somente a sentença I está correta.
b) ( ) Somente a sentença II está correta
correta..
c) ( ) Somente a sentença III está correta.
d) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
e) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
4 Seja uma linha monofásica, cujos condutores têm raio de 2 cm, espaçados
de 1 m.

a) Determinar
Resistência eascondutância
expressões da tensão e daFrequência:
desprezadas; corrente ao 60
longo
Hz; da linha.noDados:
Tensão início
da linha: V(0) = 130 < 0° kV; Corrente no início da linha: I(0) = 50 < –20° A.
5 Quando vamos realizar o estudo de caso em softwares devemos seguir uma
metodologia para escolher da melhor forma possível uma ação de controle
para evitar danos às redes de energia elétrica. Cite os possíveis passos
para realização de estudo do uxo de potência utilizando um software e
descreva o que será visto em cada passo.
158

REFERÊNCIAS
ANEEL – AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Plano de dados
abertos – 2016-2017. Brasília, DF: ANEEL, 24 abr. 2017. Disponível em: hps://
www.aneel.gov.br/do
www.aneel.gov.br/documents/656835
29-8570-682d-e06d337ae945.
29-8570-682d-e06d337ae945. 22 jun. 2021. G_2_1.pdf/b7e51d-0d--
cuments/656835/15191813/DD_I
/15191813/DD_IG_2_1.pdf/b7e51d-0d
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PUC, 2017. (Notas de aula).
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BENEDITO, R. A. S. Sistemas elétricos de potência. Curitiba: Universidade Tec-
nológica Federal do Paran
Paraná,
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DISRUPÇÃO. In: MICHAELIS. Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa.
Disponível em: hps://michaelis.uol.com.br/busca?id=vwW4.
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EPE – EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. BEN 2020 – balanço energético
nacional 2020: ano base 2019. Rio de Janeiro: EPE – Empresa de Pesquisa Ener-
gética, 2020.
FUCHS, R. D. Transmissão de energia elétrica: linhas aéreas, teoria das linhas
em regime permanente. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Cientícos, 1977.

2013. FILHO, J. Proteção de sistemas elétricos de potência. Rio de Janeiro:


MAMEDE
LTC,
MONTICELLI, A. G.; GARCIA, A. Introdução a sistemas de energia elétrica.
2. ed., São
S ão Paulo: UNICAMP, 2011. Disponível em: hps://www.academia.
edu/42296571/INTRODU%C3%87%C3
edu/42296571 /INTRODU%C3%87%C3%83O_A_SISTEMAS_
%83O_A_SISTEMAS_DE_ENERGIA_
DE_ENERGIA_
EL%C3%89TRICA_UNICAMP.
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MOURA, A. P.; MOURA, A. A. F.; ROCHA, E. P. Transmissão de energia elé-
trica em corrente alternada. Ceará: Edições UFC, 2019. Disponível em: hp://
www.editora.ufc.br/images/imagens/pdf/20
www.editora.ufc.br/im ages/imagens/pdf/2019-transmissao-de-ene rgia-eletrica--
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-em-corrente-alternada.pdf. Acesso em: 22 jun. 2021.
NELSON, N.; OLIVEIRA, C. C. B.; ROBBA, E.J. Introdução aos sistemas de dis-
tribuição de energia elétrica. 2. ed. São Paulo: Edgar Blucher, 2010.

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SINDAT – Sistema de Informações Geográcas Cadastrais do SIN. ONS – Ope-


rador Nacional do Sistema Elétrico, Rio de Janeiro, c2021. Disponível
Disponível em:
hp://www.ons.org.br/paginas/sobre-o-sin/ma
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pas. Acesso em: 24 mar. 2021.
PINTO, M.O. Energia elétrica: geração, transmissão e sistemas interligados. Rio
de Janeiro: Editora LTC, 2014.
RUBACK, R. O. Análise de faltas em sistemas elétricos de potência conside-
rando dados incertos. 2016, 161f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétri-
ca) – Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2016.
VASCONCELOS, F. M. Geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017.
160

UNIDADE 3 —

DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de
de::
• compreender o circuito equivalente de uma rede de distribuição;
• analisar o funcionamento das redes de distribuição dentro de um siste-
ma de potência;
• analisar os materiais e equipamentos que são utilizados nas redes de
distribuição;
• analisar como a ten
tensão,
são, potência e corrente na rede de distribuição vva-
a-
riam com a carga;
• modelar a rede de distribuição de energia elétrica;
• determinar os parâmetros das redes de distribuição;

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da
unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o
conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – ASPECTOS GERAIS DE DISTRIBUIÇÃO


TÓPICO 2 – SUBESTA
SUBESTAÇÃO
ÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO
TÓPICO 3 – CARACTERÍSTICAS E PREVISÃO DE CARGAS
TÓPICO 4 – QUEDA DE TENSÃO

CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assi
assimm absorverá
melhor as informações.

161
162

UNIDADE 3 TÓPICO 1 —

ASPECTOS GERAIS DE DISTRIBUIÇÃO

1 INTRODUÇÃO
O sistema de distribuição tem a responsabilidade na qualidade do serviço
prestado ao consumidor, por ter o contato entre distribuidora e cliente, tendo
uma importância fundamental no contexto do sistema elétrico exigindo grandes
investimentoss na rede elétrica.
investimento
A atividade de planejamento, que é essencial a qualquer sistema, torna-se
imprescindível à distribuição, de forma a se atender ao crescimento da carga em
níveis de qualidade de serviço compatíveis com suas características, procurando-
se otimizar a aplicação de recursos nanceiros disponíveis.
O planejamento de sistemas de distribuição de energia elétrica é uma
atividade na qual o principal objetivo é adequar, ao menor custo, o sistema
elétrico e o sistema-suporte de distribuição às futuras solicitações do mercado
consumidor, garantindo um suprimento de energia elétrica, com níveis de
qualidade compatíveis com o mercado de distribuição.
Neste tópico relembraremos alguns dos conceitos já falados na Unidade 1
deste livro, dando uma visão geral da constituição dos sistemas de potência, mas
agora com o sistema de distribuição com maior ênfase.

Serão apresentados de forma geral os principais tipos de congurações


ou arranjos e formas operativas das redes de subtransmissão
subtransmissão,, subestações, redes
primárias, transformadores de distribuição e redes secundárias.

2 SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO
Como já vimos nas unidades anteriores que os sistemas elétricos de
potência – SEP podem ser subdivididos em trê
trêss grandes blocos:
• Geração: converte alguma forma de energia em energia elétrica.
• Transmissão: transporta a ener
energia
gia elét
elétrica
rica dos centros de prod
produção
ução aaos
os de
consumo.
• Distribuição: distribui a ene
energia
rgia elétrica recebida do si
sistema
stema de tr
transmissão
ansmissão
aos grandes, médios e pequenos consumidores
consumidores..

163

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

FIGURA 1 – DIAGRAMA UNIFILAR DE UM SEP

FONTE: Kagan, Oliveira e Robba (2005, p. 3)

O SEP do diagrama unilar apresentado na Figura 1 é formado por três


usinas
de geradoras,primária
distribuição uma redee transmissão,
três redes deuma rede de subtransmissão,
distribuição uma rede
secundária. Geralmente,
a transmissão opera em malha, a subtransmissão e a distribuição operam
radialmente, e a distribuição secundária opera tanto em malha, como radialmente
(KAGAN; OLIVEIRA; ROBBA, 2005). Os valores ecazes das tensões, com
frequência de 60 Hz, utilizados no Brasil, são xados por decreto do Ministério
das Minas e Energia, discriminados na Tabela 1.

TABELA 1 – TENSÕES DE FORNECIMENTO DE ENERGIA

Tensão (kV) Campo de aplicação Área do SEP


0,220/0,127
0,380/0,220 Distribuição secundária (BT)
13,8 Distribuição primária (MT)
34,5 Distribuição
34,5
69,0 Subtransmissão (AT)
138,0
138,0
230,0 Transmissão Transmissão
345,0
500,0
FONTE: Os autores
O sistema de distribuição abrange o sistema de subtransmissão e os
sistemas de distribuição primária e secundária.

164

TÓPICO 1 — ASPECTOS GERAIS DE DISTRIBUIÇÃO

2.1 SISTEMA DE SUBSTRANSMISSÃO


O sistema de subtransmissão é formado por linhas trifásicas, recebe energia
do sistema de transmissão e transporta às Subestações (SEs) de distribuição e a
grandes consumidores, em tensão de subtransmissão, de 138 ou 69 kV ou, mais
raramente, em 34,5 kV, com capacidade de transmissão entre 20 a 150 MW.
São exemplos de consumidores em tensão de subtransmissão: grandes
instalações industriais, estações de tratamento e bombeamento de água. O
sistema de subtransmissão tem conguração em malha, para aumentar a
conabilidade do sistema, porém, exige cuidados especiais no que se refere à
proteção (MONTICELLI, 2011).
Na Figura 2 está ilustrado um trecho de uma rede de transmissão que,
operando em 345 kV, supre uma rede de subtransmissão em 138 kV, fechando
uma malha. Em condição normal, a distribuição do uxo de potência nessa rede
de subtransmissão ocorrerá atendendo às leis de Ohm e Kirchho (KAGAN;
OLIVEIRA; ROBBA, 2005).

FIGURA 2 – SISTEMA DE SUBTRANSMISSÃO EM CONDIÇÃO NORMAL

FONTE: Kagan, Oliveira e Robba (2005, p. 8)

De acordo com a análise realizada por Kagan, Oliveira e Robba (2005),


em condição de contingência, ocorrendo um defeito na rede de subtransmissão,
haveria a abertura dos dois disjuntores, nas extremidades do trecho defeituoso,
passando a carga à jusante do sistema de transmissão a ser suprida pela rede de
subtransmissão,
Assim, o sistemao que provocaria a inversão
de subtransmissão no sentido
deve contar comdodispositivos
uxo do transformador.
de proteção
que bloqueiem o uxo de potência em sentido inverso nos transformadores das
SEs de subtransmissão. A Figura 3 ilustra esse tipo de contingenciamento.

165

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

NOTA

Os transformadores e linhas quanto mais a montante possuem as


características
características de serem de maior porte. Segundo Vasconcelos
Vasconcelos (2017), isso é devido o fluxo
ser unidirecional, com parte da carga sendo drenada a partir das grandes cargas
cargas localizadas
na subtransmissão, e depois até a distribuição com as pequenas cargas.

FIGURA 3 – SISTEMA DE SUBTRANSMISSÃO EM CONDIÇÃO DE CONTINGÊNCIA

FONTE: Kagan, Oliveira e Robba (2005, p. 8)

Existem diversos tipos de arranjos dos sistemas de subtransmissão. O


arranjo mostrado na Figura 4 é o que apresenta o menor custo de instalação,
próprio para SE de distribuição que opere com transformador na faixa de 10 a 15
MVA.
MV A. É de baixa conabilidade, po
pois
is qualquer defeito na rede de subtransmissão
provoca a interrupção de fornecimento à SE. A proteção, visando unicamente o
transformador da SE, é feita por uma chave fusível. Pode ser utilizada uma chave
seccionadora, desde que o transformador seja protegido pela proteção do sistema
de subtransmissão (KAGAN; OLIVEIRA; ROBBA, 2005).
166

TÓPICO 1 — ASPECTOS GERAIS DE DISTRIBUIÇÃO

FIGURA 4 – ARRANJO TÍPICO DE REDE DE SUBTRANSMISSÃO

FONTE: Kagan, Oliveira e Robba (2005, p. 9)

O arranjo da Figura 5 é o que apresenta a maior continuidade do serviço


e exibilidade de operação. Se houver um defeito, a montante da barra um ou da
barra dois, ou num dos trechos da rede de subtransmissão, o suprimento da ccarga
arga
não será interrompido permanentemente. As duas chaves, NF (normalmente
fechado) e NA (normalmente aberto), trocarão de posição, garantindo o
suprimento. Esses dois conjuntos de chaves podem ser disjuntores ou chaves
fusíveis, dependendo da potência nominal do transformador da SE. Esse arranjo
também evita que defeitos na própria SE desliguem a rede de subtransmissão e
comprometa o suprimento de outras cargas (KAGAN; OLIVEIRA; ROBBA, 2005).

FIGURA 5 – ARRANJO TÍPICO DE REDE DE SUBTRANSMISSÃO

FONTE: Kagan, Oliveira e Robba (2005, p. 9)

O arranjo da Figura 6 é compatível com o anterior em relação à


continuidade do serviço, pois, a SE pode ser suprida tanto pela barra um como
pela barra dois. A particularidade desse arranjo é que o barramento de alta tensão
da SE faz parte da rede de subtransmissão, ou seja, um defeito nesse barramento
interrompe o suprimento no restante da rede. Para eliminar esse problema, uma
chave seccionadora é instalada à montante das duas chaves de entrada da SE,
operando normalmente aberta (KAGAN; OLIVEIRA; ROBBA, 2005).
167

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

FIGURA 6 – ARRANJO TÍPICO DE REDE DE SUBTRANSMISSÃO

FONTE: Kagan, Oliveira e Robba (2005, p. 9)

O arranjo da Figura 7 tem conabilidade e custo inferiores em relação aos


dois arranjos anteriores. É mais utilizado em regiões onde há vários centros de
carga, mas com baixa densidade de carga (KAGAN; OLIVEIRA; ROBBA, 2005).
Visando à proteção tanto da rede de subtransmissão quanto do transformador da
SE, são utilizadas chaves fusíveis ou disjuntores.

FIGURA 7 – ARRANJO TÍPICO DE REDE DE SUBTRANSMISSÃO

FONTE: Kagan, Oliveira e Robba (2005, p. 9)

3 SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO PRIMÁRIA – ALIMENTADOR


PRIMÁRIO
As redes de distribuição primária saem das SEs de distribuição e alimentam
(de onde vem o termo alimentador) as instalações dos consumidores. A maior
parte dasdistribuição
redes de concessionárias,
aéreasem suas normas
urbanas, dene, técnicas que envolvem
para as redes projetostrês
de média tensão, de
modalidades:

168

TÓPICO 1 — ASPECTOS GERAIS DE DISTRIBUIÇÃO

• Redes de Distribuição Protegidas (ELETROBRÁS, 2012a):


essa modalidade utiliza um cabo me
օ mensageiro
nsageiro de aço para sustenta
sustentação
ção dos
espaçadores poliméricos, instalados em intervalos regulares de sete a 12
metros;
os espaçadores ttêm
օ êm função de elemento de apo
apoio
io para os condutore
condutores,
s, em
arranjo losangular, de modo que o esforço mecânico que aplicado ao
mensageiro,
espaçadores deixando os condutores
são mostrados ligeiramente
em detalhes na Figuratracionados.
8, espaçadorExemplos de
losangular
e separador vertical.

FIGURA 8 – TIPOS DE ESPAÇADORES


Nota 2 Nota 2
Nota 3

4 Nota 3
a
ot Nota 1
N 4
Nota 4 ta
Nota 3 o
N

Nota 3 Nota 3 o
Nota 2
A 4 im
x
ta á
B Nota 3 o m
N 0
5
Nota 2 Nota 2 7

Nota 2
Nota 1 4
ta
Nota 3 o
+0,5 N
Furo φ -0 Nota 3

Nota 2

Nota 2

Espaçador losangular Separador vertical


+
Dimensão A: 300 – 4mm
Dimensão B: 500 mm (máx)

FONTE: Eletrobrás (2012a, p. 70)

օ esse tipo de rede possibilit


possibilitaa a construção de circu
circuitos
itos duplos, triplos ou
quádruplos, obedecidos os critérios estabelecidos nas normas de cada
concessionária de energia.
Os principais componentes da Rede de Distribuição Protegida são
(ELETROBRÁS, 2012a):

169

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

օ Condutores: cabos de alumínio cobertos com camada de polietileno


reticulado (XLPE), observando-se que essa capa protege a rede contra
contatos ocasionais de objetos, como ganhos de árvores, mas não isola
eletricamente os condutores.
օ Mensageiro: cabo de aç
aço,
o, 9,
9,55 m
mm,
m, de alta resistência.
օ Isoladores de pino e ancoragem: de material polimérico, isolam
օ eletricamente os condutores,
Braços Suportes: destinados àem conjunto com
sustentação os espaçadores.
da rede.
A rede protegida tem taxa de falhas sensivelmente reduzida em relação
à rede convencional. Outra vantagem é que, como o espaçamento entre os
condutores ca reduzido, torna possível a passagem da linha por regiões em que,
pela presença de barreiras, era impossível a utilização da rede convencional, com
cruzetas.
• Redes de Distribuição Isoladas de Média Tensão (ELETROBRÁS, 2012a):
essa mo
օ modalidade
dalidade utiliza ttrrês co
condutores
ndutores isolados, blindados e multi
multiplexados
plexados
em torno de um cabo mensageiro de sustentação;
օ

devido ao especiais
acessórios pleno iso
isolamento
lamento daentre
acopláveis rede,si,su
suas
as conexõesque
garantindo sãoo efetuadas por
sistema que
totalmente isolado.
• Os principais componentes da Rede de Distribuição Isolada de Média Tensão
são (ELETROBRÁS, 2012a):
օCondutores: cabos de alumínio
alumínio isolados, com uma camada isolante,
blindagens semicondutoras,
semicondutoras, blindagem
blindagem metálica e capa
capa..
օAcessórios desconectáveis: peças moldadas em borracha EPDM, utilizadas
em todas as conexões e derivações de rede, com formatos geométricos
especícos para cada aplicação.
Terminações: peças moldadas em bases poliméricas diversas, para
օ

promover a transição entre os condutores das redes nuas ou protegidas.


Os padrões de instalação básica referente a esse tipo de rede são
estabelecidos em manual de normatização especíco de cada concessionária.
• Redes de Distribuição Aéreas Convencionais (ELETROBRÁS, 2012a):
São utiliz
օ utilizados
ados cabos de alumínio nus sobre cruzetas (madeira, co
concreto
ncreto ou
bra), e isoladores de porcelana ou vidro.

3.1 ALIMENTADOR
ALIMENTADOR PRIMÁRIO RADIAL SIMPLES
Na Figura 9 estão apresentados dois alimentadores derivados de uma
mesma SE. Diversos ramais são derivados de cada alimentador, protegidos por
chaves fusíveis. Também são instaladas nos alimentadores chaves seccionadoras,
operando na condição normalmente fechadas – NF, para isolar blocos de carga,

170

TÓPICO 1 — ASPECTOS GERAIS DE DISTRIBUIÇÃO

permitindo sua manutenção preventiva ou corretiva. Além do mais, entre os


alimentadores, são instaladas chaves seccionadoras, operando na condição
normalmente abertas – NA, que podem ser ffechadas
echadas e manobras de transfer
transferência
ência
de carga (KAGAN; OLIVEIRA; ROBBA, 2005).

FIGURA 9 – DIAGRAMA UNIFILAR DE REDE PRIMÁRIA

FONTE: Kagan, Oliveira e Robba (2005, p. 14)

Ao analisarmos a Figura 9, caso haja um defeito entre as chaves um e


dois, do circuito um, inicialmente, o disjuntor na saída SE será desligado. Após
a equipe de manutenção identicar o trecho com defeito, esse será isolado com a
abertura das chaves um e dois. Com o trecho defeituoso isolado, o disjuntor da
SE será fechado,
f echado, sendo restabelecido o suprimento de energia aos consumidores
ligados até a chave um. Para que os consumidores instalados após a chave dois
não sofram com a descontinuidade do serviço, a chave NA três será fechada, e o
suprimento desses consumidores será feito através do circuito dois.

3.2 INTERLIGAÇÃO DE
D E EMERGÊNCIA DO CIRCUITO
CIRCUITO
PRIMÁRIO
A eciência do dispositivo de seccionamento em reduzir a extensão
das consequências de uma falta permanente depende do ponto do sistema de
distribuição em que tal falta ocorre. Dependendo da localização do defeito, dois
ou mais trechos ou até mesmo o alimentador completo será desenergizado até o
defeito ser encontrado e eliminado.
Portanto, para
faltas permaneçam que os
o menor trechos
espaço que não
de tempo forem desenergizados,
possível afetados diretamente
desenergizado pelas
s, os sistemas
de distribuição são dotados de recursos que permitem o suprimento temporário
de tais trechos por outros alimentadores. Com a interligação de emergência, a
queda de tensão vericada é geralmente maior e pode provocar um desequilíbrio
de fases signicativo.
171

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Cada alimentador deve ter capacidade suciente para atender a sua carga
mais a carga adicional de emergência prevista para ele. Quanto mais interligações
houver, mais eciente será o suprimento e menor a folga que cada alimentador
deve ter em condições normais de operação, reduzindo os custos envolvidos. Ao
analisarmos como exemplo o circuito da Figura 9, veremos como deve ser feito o
cálculo de carregamento de um determinado sistema de distribuição.
Para que a manobra citada na rede de distribuição da Figura 9 possa
acontecer, o circuito dois deverá ter capacidade para transportar a sua própria
carga e a carga transferida do circuito um. Um critério utilizado para a xação
do carregamento de circuitos, em regime normal de operação, é o de se denir
o número de circuitos que irão receber a carga a ser transferida. Em geral, são
utilizados dois circuitos para auxiliar um terceiro, sendo que o carregamento dos
circuitos que receberão a carga transferida não deve exceder o seu limite térmico
(KAGAN; OLIVEIRA; ROBBA, 2005), ou seja:
n – número de circuitos que irão observar a carga do circuito em contingência;
Sterm – carregamento correspondente ao limite térmico do circuito.

Cada um dos circuitos que absorveriam a carga do circuito em contingência


terá um carregamento limitado por:

1.1

E o carregamento de regime será:

1.2

Por exemplo, no caso de dois circuitos auxiliando um terceiro, o


carregamento de regime de cada um dos circuitos corresponderá a 67% (2/3)
da capacidade de limite térmico. Se três circuitos auxiliarem um quarto, o
carregamento de regime de cada um dos circuitos corresponderá a 75% (3/4)
da capacidade de limite térmico. A automação permite que as chaves sejam
manobradas à distância, aumentando a exibilidade, ou seja, aumentando o valor
de n e, consequentemente, aumentando o carregamento dos alimentadores em
operação normal, Sreg (KAGAN; OLIVEIRA; ROBBA, 2005).
3.3 ALIMENTADOR PRIMÁRIO SELETIVO
Esse tipo de alimentador é utilizado em redes aéreas urbanas e
subterrâneas. A linha é construída em circuito duplo, assim, os consumidores são
ligados a ambos, através de chaves de transferência – ChT, isto é, chaves que na
172

TÓPICO 1 — ASPECTOS GERAIS DE DISTRIBUIÇÃO

condição de operação normal, conectam o consumidor a um dos circuitos e, na


condição de contingência, transferem-no para o outro. A Figura 10 apresenta um
diagrama contendo as chaves de transferência.

FIGURA 10 – DIAGRAMA BIFILAR – PRIMÁRIO SELETIVO

FONTE: Kagan, Oliveira e Robba (2005, p. 15)

Na análise realizada por Kagan, Oliveira e Robba (2005), essas chaves,


usualmente, são de transferência automática, contando com relés que detectam
anaexistência de tensão nula
rede do consumidor, e m seus terminais.
em
e comandam Vericam
o motor de operaçãoa inexistência de defeito
da chave, transferindo
automaticamente o consumidor para o outro circuito. A Figura 11 ilustra com
detalhe o funcionamento da chave de transferência.
FIGURA 11 – DETALHE DA CHAVE DE TRANSFERÊNCIA

FONTE: Kagan, Oliveira e Robba (2005, p. 15)

Evidentemente a tensão do outro circuito deve ser não nula. Nesse arranjo,
cada circuito deve ter capacidade para absorver toda a carga do outro. Assim, o
carregamento admissível,
admissível, em condições normais de operação deve ser limitado a
50% do limite térmico.

3.4 SISTEMA EM ANEL


Esse tipo de arranjo apresenta custo mais elevado que o anterior,
sendo aplicável apenas em regiões de alta densidade de carga, com grandes
consumidores. É mais utilizado em alimentadores subterrâneos. Os consumidores
são agrupados em barramentos, contando com dois disjuntores nas duas
173

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

extremidades. O alimentador, que deriva de duas SEs diferentes, ou de dois


disjuntores da mesma SE, é seccionado através de um disjuntor que opera em
aberto na condição normal – NA.
Na ocorrência de um defeito, em um trecho qualquer da rede, este será
isolado, com abertura dos dois disjuntores da extremidade do trecho, e os
barramentos
NA, que seráque caramatravés
acionado desenergizados,
de comandopassarão a ser supridos
automático (KAGAN; pelo disjuntor
OLIVEIRA;
ROBBA, 2005). Esse arranjo, de custo bastante elevado, exige um sosticado
sistema de proteção. E mais, o circuito agora, em condição normal, com 50%
de sua capacidade, devendo dispor de reserva para absorver, em condição de
contingência, a carga total.

FIGURA 12 – PRIMÁRIO EM ANEL

FONTE: Kagan, Oliveira e Robba (2005, p. 16)

3.5 REDES SUBTERRRÂNEAS – SPOT NETWORK


Nesse tipo de arranjo, cada transformador, de 0,5 a 2,0 MV
MVA,A, é suprido por
dois ou três circuitos. Os circuitos que o compõem podem derivar de uma única
SE ou de SEs distintas. Na Figura 13, no barramento paralelo dos dois circuitos,
foram instaladas chaves
chaves especiais – NP (network protector)
protector),, que impedem o uxo
de potência no sentido inverso.

FIGURA 13 – REDE SPOT NETWORK


FONTE: Kagan, Oliveira e Robba (2005 p. 17)

174

TÓPICO 1 — ASPECTOS GERAIS DE DISTRIBUIÇÃO

Na ocorrência de um curto-circuito, haverá a circulação de correntes


apresentada na Figura 14. Assim, todas as NP do circuito onde ocorreu o curto-
circuito serão percorridos por corrente em sentido inverso e, portanto, irão abrir,
isolando-se, após a abertura do disjuntor da SE, todo o circuito com defeito. As cargas
serão supridas pelo outro circuito. A conabilidade desse sistema é muito alta, como
também o custo desse tipo de rede. Sua utilização é justicada apenas em áreas de
grande densidade
Brasília, suprida dedeSEs
carga. Um exemplo
diferentes é a rede
(KAGAN; de distribuição
OLIVEIRA; ROBBA,do Pla
Plano
2005).no Piloto de

FIGURA 14 – CORRENTES DE DEFEITO EM REDE SPOT NETWORK

FONTE: Kagan, Oliveira e Robba (2005, p. 18)

4 ESTAÇÕES TRANSFORMADORAS
TRANSFOR MADORAS – ETs
ETs
As estações transformadoras – ETs, segundo Kagan, Oliveira e Robba
(2005), compreendem o transformador que reduz a tensão primária, ou média
tensão, para por
constituídas a tensão de distribuição
para-raios, secundária,
que protegem ou baixa tensão.
contra sobretensões, As ETs que
e elos fusíveis são
protegem contra sobrecorrentes. Essas duas proteções são instaladas no primário.
Nas redes aéreas, em geral, os transformadores são instalados diretamente nos
postes. As potências nominais dos transformadores são padronizadas: 10, 15, 30,
45, 75, 112,5 e 150 kVA. No Brasil, são padronizados dois valores de tensão de
distribuição secundária: 220/127 V e 380/220 V.
O transformador mais utilizado é o trifásico, com resfriamento a óleo,
enrolamentos do primário em triângulo e enrolamentos do secundário em estrela,
com centro aterrado. Também
Também são utilizados, em alguns sistemas, transformadores
transform adores
monofásicos e bancos de transformadores monofásicos. Os transformadores
devem ser instalados
secundária e também opróximo
mais próximo
a cargaspossível do centro
concentradas de carga
(KAGAN; da rede
OLIVEIRA;
ROBBA, 2005). A substituição dos transformadores deve ser indicada quando
seu carregamento, no horário de ponta de carga, ultrapassar 120% da potência
nominal. Em condições de emergência, a demanda máxima do transformador
pode atingir até 150% por um período de até duas horas.
175

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

FIGURA 15 – TRANSFORMADOR TRIFÁSICO COM CHAVE FUSÍVEL – ESTRUTURA CE2J2

FONTE: Roraima Energia (2020, p. 51)

5 SECCIONAMENTO DO ALIMENTADOR PRIMÁRIO


Uma signicativa maioria das faltas que ocorrem em sistemas de
distribuição aéreos, com condutores nus, são temporários ou não persistentes,
isto é, deixam de ocorrer quando o circuito é desenergizado. Um exemplo claro
é a falta decorrente do contato de galhos de árvores com a rede, provocado pela
ação do vento e mantido por atração eletrostática. Com a desenergização do
circuito, a força eletrostática desaparece e o galho volta a sua posição natural.

NOTA
No Brasil os projetos das redes de distribuição eram realizados de forma que
os cabos de maior seção na média tensão eram instalados nos trechos mais próximos da
subestação primária e os de menor seção nas seções mais distante. Isso se deve ao fato da
energia ser drenada ao longo do trecho do alimentador primário.

176

TÓPICO 1 — ASPECTOS GERAIS DE DISTRIBUIÇÃO

Para ocorrer a reenergização do sistema, o disjuntor do alimentador


é equipado com relé de religamento automático e que comanda dois ou três
fechamentos em intervalos de alguns segundos (KAGAN; OLIVEIRA; ROBBA,
2005):
• Se o defeito for pr
provocado
ovocado por evento temporário, após o úúltimo
ltimo fe
fechamento
chamento
programado,
• Se elede
o defeito for já foi eliminado,
natureza reestabelecen
reestabelecendo-se
permanente, apósdo-se o suprimento
os fecha
fechamentos de energia.
mentos programados
do relé, a abertura do sistema torna-se denitiva.
É de interesse das concessionárias reduzir o número de consumidores
afetados pela longa interrupção de uma falta permanente. Para
Para isso, são instaladas
chaves fusíveis ao longo dos alimentadores. As características dos fusíveis são
coordenadas com a do disjuntor, de modo que o disjuntor opere para faltas
temporárias e os fusíveis para faltas permanentes.
Algumas vezes é preferível usar religadores e seccionalizadoras
semiautomáticass do que chaves fusíveis.
semiautomática

FIGURA 16 – ALIMENTADOR
ALIMENTADOR PRIMÁRIO SECCIONADO

FONTE: Souza (1997, p. 4)

6 SISTEMA SECUNDÁRIO
O sistema
em arranjo deem
radial ou distribuição secundária pelo
malha. É responsável deriva da estaçãoaos
suprimento transformadora,
consumidores
de baixa tensão, como os consumidores residenciais, comércios e pequenas
indústrias. O grau de conabilidade exigido de cada segmento que compõe um
SEP é denido em função do montante da potência transportada.

177

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Assim, quem tem mais responsabilidade para garantir a conabilidade é


a SE de subtransmissão, responsável pela transfer
transferência
ência de potência da ordem de
centena de MVA,
MVA, e o último é a rede de baixa tensão, cuja potência transportada é da
ordem de dezenas de kVA.
kVA. Em outras palavras, a rede de distribuição
distr ibuição secund
secundária,
ária,
em geral, não é projetada para o atendimento em condição de contingência.

O sistema
distribuição, secundário
circuito secundárde
iodistribuição
secundário é formado
e ramais de serviço. pelos transformadores
Quando de
se projeta uma rede
de distribuição secundária, o traçado tem conguração em malha.

FIGURA 17 – REDE INICIAL (EM MALHA) E REDE SUBDIVIDIDA (RADIAL), RESPECTIVAMENTE

FONTE: Kagan, Oliveira e Robba (2005, p. 19)

Essa conguração proporciona que, ao aumentar a carga do sistema


inicial, possa haver divisão da área atendida por um transformador, instalando-
se um segundo transformador, e assim, a conguração passa a ser radial, com
consequente seccionamento da malha.

O sistema secundário reticulado é utilizado em áreas urbanas de grande


densidade de carga. As instalações são subterrâneas. Esse sistema é praticamente
imune a defeitos. É constituído por um conjunto de malhas, supridas por
transformadores trifásicos, tendo seus terminais de baixa tensão inseridos nos
nós do reticulado como mostrado na Figura 19. Esse tipo de rede secundária
tem custo extremamente elevado, e não está mais sendo construído. No Brasil,
existem apenas em áreas centrais de grandes metrópoles, construído
construídoss há mais de
trinta anos (KAGAN; OLIVEIRA; ROBBA, 2005).
178

TÓPICO 1 — ASPECTOS GERAIS DE DISTRIBUIÇÃO

FIGURA 18 – REDE SUBDIVIDIDA (RADIAL)

FONTE: Kagan, Oliveira e Robba (2005, p. 20)

A seguir, algumas considerações retiradas de algumas normas brasileiras


que envolvem procedimentos de redes de distribuição (ELETROBRÁS, 2012a):
• A rede de distribuição secundária pode ser monofásica a dois os, bifásica a
tr
três
ês os e trifásica a quatro os, sendo o neutro aterrado.
• A máxima queda de tensão permissível na rede de baixa tensão é de 3%
(entre a bucha de BT do transformador e última estrutura da rede de BT), em
condições normais de operação. Esse valor máximo é xado para vericação
da possibilidade de ligação de novos consumidores sem necessidade de
modicação de rede, dentro do horizonte de planejamento considerado.
• Visando reduzir gastos futuros com reform
reformaa e reforço de circuito
circuitoss de baixa
tensão, o raio
ultrapassar 320máximo
metros; entre o transformador e o último poste não poderá
• Os co
condutores
ndutores a sserem
erem utilizados, do ttipo
ipo is
isolados,
olados, multiplexados, com seções
padronizadas:
օ3x1x35mm²+70mm²;
օ3x1x70mm²+70mm²;
օ3x1x120mm²+70mm².
A Figura 19 mostra uma estrutura de conversão entre a rede convencional
e a isolada.
179

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

FIGURA 19 – CONVERSÃO REDE CONVENCIONAL/ISOLADA

Braçadeira
Braçadeira Plást
Plástica
ica

0
0
8

FONTE: Eletrobrás (2012b, p. 14)


180

RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:

• A tr
transmissão
ansmissãoe opera
radialmente, em malha
malha,,secundária
a distribuição a subtransmissão e a distribuição
opera tanto em malha,operam
como
radialmente. E os valores ecazes das tensões, com frequência de 60 Hz,
utilizados no Brasil, são xados por decreto do Ministério das Minas e Energia,
sendo regulados pela ANEEL através do PRODIST. O sistema de distribuição
abrange o sistema de subtransmissão e os sistemas de distribuição primária
e secundária.
• As redes de dist
distribuição
ribuição primária saem das SEs de distribuição e aalimentam
limentam
(de onde vem o termo alimentador) as instalações dos consumidores. A maior
parte das concessionárias, em suas normas técnicas que envolvem projetos de
redes de distribuição aéreas urbanas, dene, para as redes de média tensão,
três modalidades:
Isoladas Redes de
de Média Tensão Distribuição
e Redes Protegidas,
de Distribuição Redes
Aéreas de Distribuição
Convencionais.
• Tratando-se de int
interligação
erligação de em
emergência
ergência do ccircuito
ircuito primário, os sistemas
de distribuição são dotados de recursos que permitem o suprimento
temporário de tais trechos por outros alimentadores. E com a interligação
de emergência, a queda de tensão vericada é geralmente maior e pode
provocar um desequilíbrio de fases signicativo. Assim, cada alimentador
deve ter capacidade suciente para atender a sua carga mais a carga adicional
de emergência prevista para ele. Quanto mais interligações houver, mais
eciente será o suprimento e menor a folga que cada alimentador deve ter em
condições normais de operação, reduzindo os custos envolvidos.
• O sis
sistema
tema de di
distribuição
stribuição secundária deriva da eestação
stação transformadora, em
arranjo radial ou em malha. É responsável pelo suprimento aos consumidores
de baixa tensão, como os consumidores residenciais, comércios e pequenas
indústrias. O grau de conabilidade exigido de cada segmento que compõe
um SEP é denido em função do montante da potência transportada. O
sistema secundário de distribuição é formado pelos transformadores de
distribuição, circuito secundário e ramais de serviço.
181

AUTOATIVIDADE

1 A estrutura de um siste
sistema
ma elétrico de potência co
compreende
mpreende os sistemas
de geração, transmissão, distribuição e suas subestações de energia elétrica
(com transformadores, disjuntores e seccionadores das mais variadas
tensões e correntes), em geral, cobrindo uma grande área geográca
(GARCIA; DUZZI JR, 2012). Com base nesse contexto, assinale a alternativa
CORRETA:
FONTE: GARCIA D., DUZZI JUNIOR F. E. Aspectos de sistemas de geração, transmissão
e distribuição de energia elétrica. Distribuição de energia, 2012. p. 62-68. Disponível em:
https://bit.ly/2XkyyEV. Acesso em: 8 set. 2021.

a) ( ) As cargas, somente estão presentes no sistema de distribuição primária


e secundaria, as demais etapas do SEP não apresentam cargas.
b) ( ) As distribuidora
distribuidorass de energia elétrica denem as redes de média tensão
em três modalidades: Redes de Distribuição Protegidas, Redes de
Distribuição
c) ( ) As rredes Isoladas
edes de distrib e Redes
distribuição
uição de Distribuição
protegidas têm taxa Aéreas.
taxa A
deéreas.
falhas se
sensivelmente
nsivelmente
alta em relação à rede convencional, tendo como desvantagem o
espaçamento entre os condutores reduzidos.
d) ( ) A transmissão opera em radial, a subtransmissão e a distribuição
operam em malha, e a distribuição secundária opera tanto em malha,
como radialmente.
2 No Brasil os vvalores
alores ecazes de tensões de fornecimento de energia são
xados por decreto do Ministério de Minas e Energia, com regulamentação
da ANEEL. Com base nesse contexto, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) 69 kV e 138 kV são consideradas média tensão.


b) ( ) 230 kV é co
considerado
nsiderado o limiar eentre
ntre a média e aalta
lta tensão.
c) ( ) A distr
distribuição
ibuição pr
primária
imária apre
apresenta
senta ttensões
ensões de 13,8 kV e a distribu
distribuição
ição
secundária tensões de 0,220 kV.
d) ( ) A distr
distribuição
ibuição primária ap
apresenta
resenta tensões de 0,380 kV e a distribu
distribuição
ição
secundária tensões de 13,8 kV.
3 O sistema de distribuição de energia elétrica
elétrica para o consumidor re
residencial
sidencial
e comercial é constituído por redes de distribuição em média tensão. Nessas
redes são conectados transformadores que reduzem a tensão, alimentando
redes denominadas
denominadas de redes de baixa tensão. Com base nesse contexto,
assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) O uso da distribuiçã
distribuiçãoo em média
média tensão é inadequado para as zonas
rurais.
b) ( ) A distribuição de energia elétrica em baixa tensão é conveniente
somente nas cargas próximas à geração de energia.

182

c) ( ) O oobjetivo
bjetivo de realizar, inicialmente, a d
distribuição
istribuição em média tensão é a
diminuição das perdas.
d) ( ) As tensõ
tensões
es de fornecimento da baixa tensão es estão
tão restr
restritas
itas somente a
380 V e 127 V.
4 O uso de rede
redess subterrâneas
subterrâneas de distribuição não é tão com
comum
um quanto das
redes aéreas
uma rede de distribuição,
subterrânea issoum
apresenta se custo
deve bem
a fatores
mais econômicos. Já que
elevado. Entretanto
em quais situações devem ser construídas redes subterrâneas ao invés de
aéreas?
5 O sistema reticulado consiste de dois ou mais circuitos primários
radiais, partindo de uma mesma SE, que alimentam um certo número de
transformadores de distribuição, ligados alternadamente para evitar a
interrupção de dois transformadores adjacentes no caso de desligamento
de um dos primários. Descreva a operação desse sistema.
183
184

UNIDADE 3 TÓPICO 2 —

SUBESTAÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO

1 INTRODUÇÃO
A operação de um sistema de distribuição visa manter os consumidores
abastecidos de energia elétrica segundo padrões adequados, permitindo que
o serviço se mantenha contínuo, com qualidade e maior economia. Para isso,
a distribuidora deve ter uma estrutura que lhe permita operar o sistema de
distribuição, atuando em operações rotineiras de manobra e manutenção do SEP.
As falhas que chegarem a ocorrer no sistema devem ser detectadas e corrigidas
em tempo hábil. Os componentes da estrutura das subestações serão descritos a
seguir, bem como os critérios para sua análise.
Neste tópico será mostrado como as subestações de distribuição se
dividem, relacionando suas características que permitem serem aplicadas em
diferentes situações no SEP. Serão apresentados os principais componentes que
compõem uma subestação: equipamentos de proteção e manobra. Além disso, os
barramentos existentes nos SEPs serão apresentados com suas particularidades e
aplicações.

2 CLASSIFICAÇÃO DAS SUBESTAÇÕES


Os Procedimentos de Distribuição (PRODIST) são documentos elaborados
pela ANEEL e normatizam as atividades técnicas relacionadas ao funcionamento
e desempenho dos sistemas de distribuição de energia elétrica.
Em seu Módulo 1 as subestações em termos gerais são denidas como
um conjunto de instalações elétricas em média ou alta tensão que agrupa os
equipamentos, condutores
condutores e acessórios, destinados à proteção, medição, manobra
e transformação de grandezas elétricas (ANEEL, 2016).
Ainda conforme o Módulo 1 do Prodist (ANEEL,
( ANEEL, 2016), mais precisamente,
a subestação de distribuição (SED) é denida como um tipo de subestação
que conecta o Sistema de Distribuição de Alta Tensão (SDAT) ao Sistema de
Distribuição de Média Tensão (SDMT), contendo transformadores de força.

185

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

De acordo com Kagan, Oliveira e Robba (2005), a subestação é uma


instalação elétrica com função ou funções especícas, tais como: chaveamento
de circuitos, transformação, regulação de tensão, e suprimento de energia a
consumidores. As subestações podem ser classicadas de acordo com sua função
f unção
principal, nível de tensão, meio em que está instalada, entre outros.

2.1 FUNÇÃO DAS SUBESTAÇÕES


As subestações (SE) são pontos de convergência, entrada e saída, de
linhas de transmissão ou distribuição, constituindo uma interface entre dois
subsistemas. Sendo classicadas por Kagan, Oliveira e Robba (2005) em:
• Subestações elevado
elevadoras:
ras: instala
instaladas
das anexas às usina
usinass gerado
geradoras,
ras, elev
elevam
am a
tensão do nível de geração (5 a 25 kV) ao nível adequado de transmissão (230
a 765 kV).
• Subestações de int
interligação:
erligação: compatibilizam as tensões
tensões na inte
interface
rface de do
dois
is
sistemas de
próxima deum.
potência distintos. Em geral, sua relação de transformação é
• Subestações conversora
conversoras/inversoras:
s/inversoras: para interligar as linhas de transmissão
em corrente contínua ao sistema de corrente alternada.
• Subestações de sub
subtransmissão
transmissão e de distribuição: abaixadoras, circuitos de
saída em maior número que os de entrada.

2.2 NÍVEL DE TENSÃO DAS SUBESTAÇÕES


O nível de tensão das subestações está relacionado aos centros de cargas.
Para evitar quedas de tensões altas nesses centros são construídas subestações.
Os níveis de tensão são divididos em:
• Subestaçõe
Subestaçõess extra alta tensão: operam acima de 345 kV, tendo como principa
principall
função o seccionamento de sistema de transmissão.
• Subestaçõe
Subestaçõess de alta tensão: tensão nominal entre 69 e 230 kV, servem para
seccionamento de circuitos de subtransmissão ou atendimento a cargas
localizadas. São também abaixadoras.
• Subestações de distribuiç
distribuição:
ão: tens
tensão
ão nominal entre 111,9
1,9 e 45 kV
kV,, recebe
recebem
ma
energia dos circuitos de subtransmissão e a distribuem pelos alimentadores
primários.
186

TÓPICO 2 — SUBESTAÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO

2.3 TIPO DE INSTALAÇÃO DAS SUBESTAÇÕES


• Subestações a céu aberto: ou desabrigadas, construídas ao ar livre;
• Subestações abrigadas.

2.4 OPERAÇÃO DAS SUBESTAÇÕES


• Subestações com ope
operador:
rador: eexigem
xigem alto nível de treinamento do pesso
pessoal
al
envolvido e são utilizados computadores na supervisão e operação local,
apenas em instalações de maior porte.
• Subestações semiautomátic
semiautomáticas:
as: equipadas com computa
computadores
dores locais, ou
intertravamento
intertravamento eletromecânicos, para impedir que o operador local provoque
operações indevidas.
• Subestações aautomatizadas:
utomatizadas: su supervisionadas
pervisionadas à distânc
distância
ia por meio de
computadores.

DICAS

Os Procedimentos de Distribuição (Prodist) são documentos elaborados pela


ANEEL para normatizar e padronizar as atividades técnicas relacionadas ao funcionamento
e ao desempenho dos sistemas de distribuição de energia elétrica. Eles são divididos em
dez módulos. Para conhecer mais, a ANEEL disponibiliza os documentos em:http://www.
aneel.gov.br/prodist.

3 EQUIPAMENTOS DAS SUBESTAÇÕES


Dentre os equipamentos existentes em uma subestação, segundo Mamede
Filho (2013a) estão:
• Equipamentos de disjunção: disjuntores, religadores, chaves.
• Equipamentos de transformação: transformadores de potência,
transformadores de instrumentos (TPs e TCs) e transformadores de serviço.
• Equipamentos de compensação: reatores, capacitores, compensadores
síncronos e compensadores estáticos.
• Barramentos.
• Linhas e alimentadores.
Conforme Leão (2009), cada um dos equipamentos da subestação é
identicado por um código, que informa o tipo de equipamento, faixa de tensão
e posição dentro da subestação. Em geral, as concessionárias utilizam um código
formado por quatro dígitos:
187

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

• O primeir
primeiroo díg
dígito
ito indic
indicaa o tipo de equipamento: transformador, disjuntor,
religador, chave etc.
• O se
segundo
gundo dígito indica a tensão de operação do equipamento.
• O tterceiro
erceiro dígito indica o equipamento em relação a sua função.
• O qu
quarto
arto dígito indica a sequência ou posição do equipamento.

TABELA 2 – TABELA DE CÓDIGOS – 1° DÍGITO – TIPO DE EQUIPAMENTO


Código Equipamento
0 Equipamento não interruptor (transformador,
gerador, reator, linha etc.)
1 Disjuntor
2 Religador
3 Chave seccionadora
4 Chave fusível
5 Chave a óleo
6 Chave de aterramento rápido
78 Paardao-rradioespotencial
Transform
9 Transformador de corrente
FONTE: Adaptada de Leão (2009)

TABELA 3 – TABELA DE CÓDIGOS – 2° DÍGITO – TENSÃO DE OPERAÇÃO DO EQUIPAMENTO


Código Faixa de tensão Cor
1 1 a 25 kV (13 kV) Laranja
2 54 a 75 kV (69 kV) Verde
3 76 a 150 kV (138 kV) Preto
4 151 a 250 kV (230 kV) Azul
5 251 a 550 kV (500 kV) Vermelho
FONTE: Adaptada de Leão (2009)

TABELA 4 – TABELA DE CÓDIGOS – 3° DÍGITO – FUNÇÃO OU NOME DO EQUIPAMENTO

Código Função ou Nome do Equipamento Sequência


A Transformador de aterramento A1 a A9
B Barramento B1 a B9
D Equipamento de transferência D1 a D9
E Reator E1 a E9
G Gerador G1 a G9
K Compensador síncrono K1 a K9
H Banco de capacitor H1 a H9
PO Para-raios PO-1 a PO-9
R Regulador de tensão R1 a R9
188

TÓPICO 2 — SUBESTAÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO

T Transformador de força T1 a T5
T Transformador de serviço auxiliar T6 a T9
X Conjunto de medição X1 a X9
U Transformador de potencial U1 a U9
Z Transformador de corrente Z1 a Z9
W Resistor de aterramento W1 a W9
FONTE: Adaptada de Leão (2009)

As subestações de distribuição, em geral, são compostas pelos seguintes


vãos (LEÃO, 2009):
• entrada de linha (EL);
• saída de linha (SL);
• barramentos de alta e média tensão (B1 e B2);
• vão de transformação (TR);
• vão de regulação (banco de capacitor – BC);
• saída de alimentad
alimentadoror (AL
(AL).).
Cada um desses vãos deve ser protegido por relés e conter equipamentos
de disjunção, para limitar os efeitos de ocorr
ocorrências
ências no sistema elétrico, tais como:
descargas atmosféricas, colisão, falhas de equipamentos, curtos-circuitos etc.
Ainda segundo LEÃO (2009), é importante lembrar que existem numa subestação:
• o circuito principal, que inclui os vãos citados anteriormente;
• o circu
circuito
ito au
auxiliar,
xiliar, que opera em baixa tensão e alimenta os eq
equipamentos
uipamentos de
proteção, medição, controle, sinalização e iluminação.

NOTA

É importante ter em mente como fica montada uma subestação de distribuição


com alguns dos componentes que a formam. A figura a seguir mostra a vista lateral desse
tipo de subestação e os principais componentes.
FONTE: Vasconcelos (2017, p. 35)

189

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

3.1 TRANSFORMADOR
Equipamento para elevar ou baixar as tensões entre os subsistemas de um
sistema elétrico. O transformador é o principal e mais caro equipamento em uma
subestação de transmissão ou de distribuição.

• Transformador de potência.
Equipamento utilizado em grandes potências, geralmente dezenas
de MVA, tensões nominais a partir de 69 kV, sendo utilizado basicamente por
empresas do SEP em subestações de transmissão e subtransmissão de energia.
Os dados da placa do transformador da Figura 20 indicam a potência de 25/31,5
MVA,
MV A, relação de tensões 69/13,8 kV (MAMEDE FILHO, 2013a).

FIGURA 20 – TRANSFORMADOR DE FORÇA

FONTE: <https://bit.ly/2V5CW9O>.
<https://bit.ly/2V5CW9O>. Acesso em: 30 ago. 2021.

• Transformador de distribuição
Equipamento utilizado pelas concessionárias de distribuição de energia e
por empresas em geral, instalados em subestações aéreas. Sua potência nominal
varia de 15 a 300 kVA para os transformadores trifásicos, e de 3 a 75 kVA para
os transformadores monofásicos. Para grandes indústrias, há os transformadores
com maior potência nominal variando de 500 kVA a 5 MV
MVA,A, não sendo instalados
em postes, mas em pátios ou subestações abrigadas (MAMEDE FILHO, 2013a).
190

TÓPICO 2 — SUBESTAÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO

FIGURA 21 – TRANSFORMADOR DE DISTRIBUIÇÃO

FONTE: <https://bit.ly/3zziE7t>.
<https://bit.ly/3zziE7t>. Acesso em: 30 ago. 2021.

3.2 DISJUNT
DISJUN TOR
De acordo com Mamede Filho (2013a), o disjuntor é um dispositivo de
manobra e proteção que permite a abertura ou fechamento de circuitos de potência
em quaisquer condições de operação, normal e anormal, manual ou automática.
Durante a abertura dos contatos principais do disjuntor há a formação do arco
elétrico, que deve ser rapidamente desionizado e resfriado. Os tipos mais comuns
de disjuntores, classicados segundo sua tecnologia para extinção do arco elétrico
são: disjuntor a óleo, disjuntor a vácuo, disjuntor a ar comprimido, disjuntor a
SF6, suas principais características estão descritas a seguir:
• Disjuntor a óleo (MAMEDE FILHO, 2013a):
օ
A grande volume de óleo (GVO): tensões até 230 kV. Nos disjuntores de
pequena capacidade, as fases cam imersas em um único recipiente de
óleo, com a nalidade de interromper a corrente e isolar as fases. Nos de
grande capacidade, o encapsulamento dos contatos é monofásico.
օA pequeno volume de óleo (PVO): todas as faixas de média tetensão;
nsão; contém
uma câmara de extinção com uxo de óleo forçado sobre o arco, aumentando
a eciência do processo de interrupção de corrente e diminuindo o volume
de óleo no disjuntor.
օO princípio de eextinção
xtinção do arco é baseado na decomposição das molécula
moléculass
de óleo pela elevada temperatura do arco, resultando na produção de
gases (principalmente hidrogênio). O gás liberado tem duas funções:
efeito refrigerante acentuado e aumento de pressão em torno do arco,
determinando uma elevação no gradiente de tensão necessário à sua
manutenção e, assim, eliminando-o.

191

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

FIGURA 22 – DISJUNTOR A ÓLEO GVO WESTINGHOUSE

FONTE: Abraman (2006, p. 20)

• Disjuntor a vácuo (MAMEDE FILHO, 2013a):


օ

օ
Ausência
A extinçãodedo
meio extintor,
arco é maisgasoso
rápidaoujálíquido.
que o vácuo apresenta excelentes
propriedades dielétricas.
օ Erosão de contato é mínima, pois o arco é ext
extinto
into rapidamente
rapidamente..
օ Suporta religamentos automáticos múltiplos.
օ Relação entre capa
capacidade
cidade de ruptura e volume é signicativ
signicativa,
a, o que torna o
disjuntor a vácuo próprio para ser usado em cubículos.

FIGURA 23 – DISJUNTOR A VÁCUO

FONTE: <https://bit.ly/2Z04gId>.
<https://bit.ly/2Z04gId>. Acesso em: 30 ago. 2021.
• Disjuntor a ar comprimido (MAMEDE FILHO, 2013a):
օRapidez na operação de abertu
abertura
ra e fechamento.
օO ar comprimido apresenta exce
excelentes
lentes propried
propriedades
ades extintoras e isolantes.

192

TÓPICO 2 — SUBESTAÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO

օ Maior segurança quando comparado ao disjuntor a óleo, pelo fato do meio


extintor não ser inamável.
օ Alto cust
custoo do siste
sistema
ma de gera
geração
ção de ar comprimido.
օ Necessidade de uutilização
tilização de silenciadores,
silenciadores, quando ins
instalado
talado próximo a
residências.

FIGURA 24 – DISJUNTOR A AR COMPRIMIDO

FONTE: Silva (2011, p. 37)

• Disjuntor a SF6 (MAMEDE FILHO, 2013a):


Meio extintor: gás SF6 (hexauoreto de enxofre).
օ

Gás não inamável, comporta-se com um gás nobre.


օ

Quando os cont
օ contatos
atos se separam
separam,, acionam o pistão que produz uum
m sopro
sobre o arco.

FIGURA 25 – DISJUNTOR A SF6


FONTE: <https://bit.ly/2XnXATE>.
<https://bit.ly/2XnXATE>. Acesso em: 22 jun. 2021.

193

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

3.3 RELIGADOR
Dispositivo interruptor, religa o sistema automaticamente, após a
abertura, quando da ocorrência de faltas temporárias, ou interrompe o circuito
quando houver falta permanente (MAMEDE FILHO, 2013a). T Tem
em como princípio
de funcionamento:
• Operar quando detecta correntes de cu curto-circuito,
rto-circuito, desligando e re
religando
ligando
automaticamente,
automaticament e, por um número pré-determinado de vezes.
• Durante o temp
tempoo de religamento, seus contatos são mantidos abertos, sendo
fechados após esse tempo, automaticamente, para o restabelecimento do
sistema.
• Se, apó
apóss o fechamento dos con
contatos,
tatos, a falta persistir, a sequ
sequência
ência abertura/
fechamento é repetida até três vezes consecutiv
consecutivas,
as, cando os contatos abertos
e bloqueados, após a quarta abertura. Após essa sequência, eliminada a falta,
o fechamento só poderá ser manual.
Segundo Mamede Filho (2013a), os religadores são muito utilizados pelas
concessionárias de distribuição, tanto nas suas subestações
subestações,, como no seu sistema
de distribuição, pois reduzem a duração das interrupções, (de aproximadamente
1 hora, para menos de 1 minuto), melhorando signicativamente seus indicadores
de continuidade.

3.4 CHAVE FUSÍVEL


Segundo Mamede Filho (2013a), a chave fusível é um dispositivo
muito utilizado nos sistemas de distribuição das concessionárias, instalado nas
derivações dos ramais e nas estruturas de transformadores de média para baixa
tensão.
Seu elemento básico é o fusível, que opera quando da ocorrência de falta
permanente, isola o trecho com defeito, deixando o trecho sem defeito com
suprimento garantido. É formado basicamente por um lamento, lâmina de metal
ou liga metálica, de baixo ponto de fusão, que se funde por efeito Joule. Após a
fusão do elo, o porta-fusível é levado, pela ação da gravidade, a uma posição
tal que assegura a distância de isolamento especicada e dá uma indicação
visível da sua atuação. Apresenta como princípio de funcionamento, duas opções
(MAMEDE FILHO, 2013a):
• Fusível de expulsão: o elo fusível é aquecido pela passagem de corrente,
sendo destruído quando essa corrente excede um valor pré-determinado;
pré-determinado; está
inserido dentro de um tubo preenchido
pree nchido com uma bra desionizante. Quando
ocorre uma falta, o elo fusível funde produzindo um arco elétrico e gases
desionizante, que ao serem expelidos, arrastam as partículas que mantém o
arco, extinguindo-o.

194

TÓPICO 2 — SUBESTAÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO

• Fusível limitador de corrente: a energia gerada pelo arco é dissipada em um


ambiente fechado, fundindo uma areia especial, dentro de um tubo isolante.
Nesse tipo de fusível, o arco é extinto mais rapidamente. De custo mais
elevado que o outro tipo, é mais utilizado em instalações em que a corrente
de curto-circuito é da faia de 2 a 3 kA.

3.5 CHA
C HAVE
VE SECCIONAD
SEC CIONADORA
ORA
Dispositivo que, em geral, não deve ser utilizado para interromper
corrente, ou seja, não deve ser aberta sob carga.
• Chave seccionadora monofásica
Utilizada pelas concessionárias de distribuição quando a potência
envolvida é da ordem de pouco MW.

FIGURA 26 – CHAVE SECCIONADORA MONOFÁSICA


MONOFÁSICA

FONTE: <https://bit.ly/3hstRQ3>.
<https://bit.ly/3hstRQ3>. Acesso em: 23 jun. 2021.

• Chave seccionadora trifásica


Utilizada em SE abrigada ou nas linhas de distribuição. Pode ser apenas
uma chave seccionadora ou pode vir equipada com mais elementos de proteção,
tais como (MAMEDE FILHO, 2013b):
• dispositivo corta arco;
lâminapara
• molas de aterramento;
abertura mais rápida;
• fusível integrado ou em série;
• monitoramento de estado (aberto/fechado).

195

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

FIGURA 27 – CHAVE SECCIONADORA TRIPOLAR MT

FONTE: <https://bit.ly/396J1pG>.
<https://bit.ly/396J1pG>. Acesso em: 23 jun. 2021.

3.6 CHAVE
CHAVE DE ATERRAMEN
TERR AMENTTO
Chave seccionadora tripolar, provida de sistema de aterramento,
utilizada para garantir que um circuito não seja energizado quando for necessário
realizar alguma manutenção. Sua utilização se dá apenas quando a linha está
desenergizada. Evita que haja alguma energização indesejada do bay-pass,
localizado no lado oposto do circuito.

FIGURA 28 – CHAVE DE ATERRAMENTO

FONTE: <https://bit.ly/3lkS4Jr>.
<https://bit.ly/3lkS4Jr>. Acesso em: 23 jun. 2021.

Também elimina indução causada pela proximidade das linhas, ou em


função de sobretensões de origem atmosférica. Necessita de dois acionamentos
mecânicos independentes, para garantir que não haja possibilidade de causar
curto-circuito fase terra, já que as lâminas de aterramento só podem ser fechadas
quando as lâminas principais estiverem totalmente abertas. É mais indicada para
instalações abrigadas.
196

TÓPICO 2 — SUBESTAÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO

3.7 PARA-RAIOS
Dispositivo utilizado para proteger os equipamentos elétricos contra so-
bretensões, principalmente de origem atmosférica, ou causadas por chaveamen-
to, fazendo com que a carga resultante da sobretensão desça para a terra, através
da malha de aterramento. São instalados nas entradas e saídas de linhas, nas ex-
tremidades de alguns barramentos de média tensão, e nas estruturas dos trans-
formadores de distribuição.

FIGURA 29 – PARA-RAIOS ÓXIDO DE ZINCO POLIMÉRICO

FONTE: <https://bit.ly/3kbsuHe>.
<https://bit.ly/3kbsuHe>. Acesso em: 23 jun. 2021.

4 CONFIGURAÇÕES DE BARRAMENTOS DE SUBESTAÇÕES


Os barramentos são condutores reforçados, na sua maioria barras de cobre
de impedância desprezível, que têm a função de receber e redistribuir a corrente
elétrica. O arranjo ou a topologia de um SE dene a forma como se conectam
entre si as linhas, transformadores e cargas. Os arranjos mais comuns para uma
SE são os apresentados a seguir.

4.1 BARRAMENTOS SIMPLES OU ÚNICO


É o tipo de barramento mais simples, mais econômico e menos seguro.
Apresentando com a característica de possuir somente uma barra de Alta
Tensão (A
(AT).
T). É mais utilizado em SEs de pequena potência com todo os circuitos
conectados a uma única barra, com um disjuntor para cada circuito.
Apresenta como vantagens: a instalação ser simples; a manobra é sim-
ples, sendo necessário somente ligar e desligar os circuitos alimentadores, isso
acaba reduzindo os custos na instalação, operação e manutenção nesse tipo de

197

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

barramento. Suas desvantagens são: a baixa conabilidade; caso ocorra alguma


falha no barramento, precise realizar alguma manutenção ou ampliação do bar-
ramento será necessário o desligamento completo da SE; da mesma forma a falha
ou manutenção em dispositivos do sistema, por exemplo, disjuntores de algum
alimentador, para sua manutenção é necessário interromper o fornecimento de
energia para seus consumidores. O uso desse barramento somente se justica
quando as cargas podem ter seu funcionamento interrompido.

FIGURA 30 – BARRAMENTO SIMPLES OU ÚNICO

FONTE: Kagan, Oliveira e Robba (2005, p. 10)

4.2 BARRAMENTOS SIMPLES – DOIS CIRCUITOS DE


SUPRIMENTO
É o tipo de barramento em que SE é suprida por dupla alimentação radial,
com seu alimentador de subtransmissão em circuito duplo, operando com uma
das duas chaves de entrada aberta. Havendo interrupção do alimentador em
serviço, a chave de entrada, NF, será aberta e a chave do alimentador reserva,
NA, será fechada.

FIGURA 31 – DOIS CIRCUITOS DE SUPRIMENTO


FONTE: Kagan, Oliveira e Robba (2005, p. 10)

198

TÓPICO 2 — SUBESTAÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO

Apresenta como vantagens: a instalação simples do barramento assim


como nos simples, permitindo manobras simples, sendo necessário apenas ligar e
desligar as chaves dos alimentadores de subtransmissão e, diferente do anterior,
barramento único, apresenta maior conabilidade do que o arranjo anterior.
Suas desvantagens são: para a manutenção no transformador ou no barramento
é necessário o desligamento da SE; para minimização do montante de cargas
interrompidas, instala-se
operando na posição NA,chaves de interconexão,
e quando na saída
for necessário dosmanutenção
realizar alimentadores,
em
algum disjuntor de saída, transfere-se, em hora de carga leve, toda a carga de um
alimentador para o outro, e isola-se o disjuntor.

FIGURA 32 – SAÍDA DOS ALIMENTADORES


ALIMENTADORES

FONTE: Kagan, Oliveira e Robba (2005, p. 11)

4.3 BARRAMENTOS DUPLOS


Esse barramento permite que a SE seja suprida por dupla alimentação
radial, dois transformadores, barramentos de alta tensão independentes e
barramento de média tensão seccionado. Sendo utilizado em regiões com
densidade de carga maior, que exigem maior conabilidade. Seu funcionamento
se dá da seguinte forma: na ocorrência de defeito, ou quando for realizada
manutenção, num dos transformadores, este será isolado, abrindo-se as chaves
a montante (mais perto da fonte) e a jusante (mais perto da carga). Em seguida,
fecha-se a chave NA de seccionamento do barramento, cando todos os circuitos
supridos pelo outro transformador.
199

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

FIGURA 33 – BARRAMENTO DUPLO

FONTE: Kagan, Oliveira e Robba (2005, p. 11)

Para esse arranjo, ca claro que cada um dos transformadores deve ter
capacidade, na condição de contingência, para suprir toda a demanda da SE.
Quando uma SE possui mais de um transformador, costuma-se denir:
• Potência instalada, Sinst, a soma das potências nominais de todos os
transformadores.
• Potência rme, Sfrme, a potência que a SE pode suprir quando da saída do
transformador de maior potência existente na SE.
Para uma SE com “n” transformadores, de potências nominais Ssnom(i),
com i = 1, 2, ... , n, admitindo-se que o transformador “k” é o de maior potência
nominal, e considerando-se que, na condição de contingência, os transformadores
podem operar com sobrecarga de, por exemplo, 40%, ou seja, fsob = 1,40 em pu, e
mais, que seja possível a transferência de potência, Strans, para outras SEs, o valor
da potência rme será dado por:
2.1

2.2

As Equações 2.1 e 2.2 foram generalizadas para “n” transformadores,


porém, na maioria das vezes, as subestações são equipadas com um, dois ou três
transformadores. Como exemplo, uma SE com dois transformadores de 10 MVA
e um de 15 MV
MVA,
A, com fator de sobrecarga de 20%, ou seja, fsob = 1,20, em condição
normal de operação, sem transferência
transferência de carga para outra SE, terá como potência
rme:
2.3

200

TÓPICO 2 — SUBESTAÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO

Calculada considerando a saída do transformador de maior potência.


Assim, cada transformador operará 12 MVA, equivalendo a 68% da potência
nominal da SE (24 MVA/35 MVA). Em condição de contingência, considerando
que seja possível transferir, pela rede primária, Strans para outra SE, a potência
rme será:

2.4

2.5

Ou melhor, essa potência rme foi calculada como a potência que a SE


pode suprir quando da saída do transformador de maior potência (15 MVA). O
arranjo da Figura 34 apresenta uma maior distribuição dos circuitos de saída
e, vários barramentos, permitindo uma maior exibilidade na transferência de
blocos de carga entre os transformadore
transformadores.
s. Há várias possibilidades de se transferir
os blocos de carga, podendo-se optar por quais os trechos que terão suprimento
garantido.

FIGURA 34 – BARRAMENTOS
BARRAMENTOS DUPLICADOS
FONTE: Kagan, Oliveira e Robba (2005, p. 12)

201

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

4.4 BARRAMENTO EM ANEL


O arranjo em anel apresenta como características favoráveis: o baixo
custo; a facilidade de manutenção dos disjuntores, pois qualquer disjuntor pode
ser retirado de serviço sem que haja interrupção de fornecimento; apresentam
apenas um disjuntor por circuito; cada circuito é alimentado por dois caminhos;
não usa barramento principal.

FIGURA 35 – BARRAMENTO EM ANEL

FONTE: Kagan, Oliveira e Robba (2005, p. 12)

Uma desvantagem é que, se ocorrer um defeito no sistema, durante o


período de manutenção do disjuntor, o anel poderá ser separado em duas seções.
Outra desvantagem
desvantagem é que o religamento automático e a coordenação da proteção
são mais complexos. E, por outro lado, a falha de um disjuntor durante um defeito
num dos circuitos causa a perda de um circuito adicional.

DICAS

Para saber mais de outros componentes de uma rede de distribuição de


energia elétrica, tais como, os comprimentos típicos de postes, as seções nominais dos
cabos e os materiais condutores
condutores tipicamente utilizados tanto para as redes primárias como
secundárias e os objetivos dos equipamentos de proteção. Deve-se buscar as normas
empregadas
emprega das por cada distribuidora, estando disponíveis publicamente nos seus respectivos
respectivos
sites.
202

TÓPICO 2 — SUBESTAÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO

5 LOCALIZAÇÃO DA SUBESTAÇÃO
Devem ser considerados os seguintes critérios para a escolha do local de
instalação da subestação de distribuição (LEÃO, 2009):
• Localização – o mais próximo possível do centro de carga.
• Facilidade de acesso para as linhas de subtransmissão e para as linhas de
distribuição, existentes e futuras.
• Espaço para expansões futuras que sempre serão exigidas pelo crescimento
da carga.
• Regras de uso e ocupação do solo.
• Minimização do número de consumidores afetados quando da descontinuidade
do serviço.
• O loc
local
al de
deve
ve oferecer a ma
mais
is aampla
mpla fac
facilidade
ilidade a procedimentos de emergência,
emergência,
inclusive ao combate a incêndios.
203

RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:

• A subestação é uma instalação elétrica com função ou funções especícas,


tais como: chaveamento de circuitos, transformação, regulação de tensão,
e suprimento de energia a consumidores. As subestações podem ser
classicadas de acordo com sua função principal, nível de tensão, meio em
que está instalada, entre outros.
• Dentre ooss principais equipamentos existentes em uma subestação estão:
Equipamentos de disjunção: disjuntores, religadores, chaves; Equipamentos
de transformação: transformadores de potência, transformadores de
instrumentos (TPs e TCs) e transformadores de serviço; Equipamentos
de compensação: reatores, capacitores, compensadores síncronos e
compensadores estáticos; Barramentos; Linhas e alimentadores.
• Os barr
barramentos
amentos são condutores reforçados, na ssua
ua maioria barras de ccobre
obre de
impedância desprezível, que têm a função de receber e redistribuir a corrente
elétrica. O arranjo ou a topologia de um SE dene a forma como se conectam
entre si as linhas, transformadores e cargas.
• Na eescolha
scolha do local de ins
instalação
talação da ssubestação
ubestação de dist
distribuição
ribuição os principais
critérios que devem ser considerados são: Localização o mais próximo possível
do centro de carga; Facilidade de acesso para as linhas de subtransmissão e
para as linhas de distribuição, existentes e futuras; Espaço para expansões
futuras que sempre serão exigidas pelo crescimento da carga; Regras de uso e
ocupação do solo; Minimização do número de consumidores afetados quando
da descontinuidade do serviço; O local deve oferecer a mais ampla facilidade
a procedimentos de emergência, inclusive ao combate a incêndios.
204

AUTOATIVIDADE

1 O arranjo de uma subestação de distribuiçã


distribuiçãoo é a combinação adequada
do chaveamento de alta tensão, dos transformadores abaixadores e
chaveamento de tensão primária
a obter uma performance (chaves, disjuntores
pré-estabelecida. e religadores)
Com relação de modo
às características
da operação do arranjo de subestação denominado barramento principal e
de transferência, marque a alternativa CORRETA:
a) ( ) Esse tipo de arranjo diminui a conabilidade do ssistema
istema em rrelação
elação ao
barramento simples.
simples.
b) ( ) O barramento de transfer
transferência
ência opera normalmente energizado, ou
seja, esse barramento ca energizado mesmo quando não há situação
de contingência na subestação.
c) ( ) O encargo da proteção de um dos alimentadores não pode ser
transferido ao disjuntor de acoplamento de barras.
d) ( ) Esse tipo de alimentadores
dos circuitos ar
arranjo
ranjo permite
sema livre manobrado
desligamento decircuito
qu
qualquer
alquer disjuntor
alimentador
adjacente.
2 As subestações são arranjadas de diferentes formas, com o objetivo de
aumentar a conabilidade no fornecimento de energia elétrica. Considerando
o mesmo número de linhas de entrada e saída nas subestações, arma-se
que o(s):
a) ( ) Arranjo com barramento simples tem o mesmo custo que o aarranjo
rranjo em
anel, mas com maior conabilidade na continuidade do fornecimento
de energia.
b) ( ) Arranjo barramento
conabilidade duplo disjuntor
no fornecimento e meio tem
de energia que praticamente a mesma
o arranjo barramento
duplo disjuntor duplo, porém com um custo menor.
c) ( ) Custo po
porr entrad
entradaa e/ou saída do arranjo ba
barramento
rramento duplo dis
disjuntor
juntor
duplo é duas vezes maior que o custo do arranjo barramento duplo
disjuntor e meio.
d) ( ) Sistemas com alta prioridade de fornecimento devem ser ssupridos
upridos por
subestações arranjadas em anel, devido à exibilidade desse arranjo.
3 De acordo cocom
m Kagan, Olive
Oliveira
ira e Robba (20
(2005),
05), a subesta
subestação
ção é uma ins
instalação
talação
elétrica com função ou funções especícas, tais como: chaveamento de
circuitos, transformação, regulação de tensão, e suprimento de energia a
consumidores. Asnível
função principal, subestações podem
de tensão, meio ser
em classicadas de acordo
que está instalada, entrecom sua
outros.
FONTE: KAGAN, N.; OLIVEIRA, C. C. B.; ROBBA, E. J. Introdução aos sistemas de distribui-
ção de energia elétrica. 2. ed. São Paulo: Edgar Blucher, 2005.

205

A gura a seguir apresenta um exemplo de arranjo físico de subestação


denominado:

FONTE: A autora

a) ( ) Disjuntor e Meio.
b) ( ) Barra Simples.
c) ( ) Barra Dupla com Dois Disjuntores.
d) ( ) Barra Principal e de Transfer
Transferência.
ência.

4 O
doarranjo de uma de
chaveamento subestação de distribuição
alta tensão, é a combinação
combinaçã
dos transformadores o adequadae
abaixadores
chaveamento de tensão primária (chaves, disjuntores e religadores) de
modo a obter uma performance pré-estabelecida. Quais os aspectos que
devem ser analisados nos diagramas de subestações?
5 Cada equipamento de uma subest
subestação
ação apresenta sua função especíca não
podendo haver a transmissão e distribuição de energia em segurança se um
dos equipamentos estiver danicado ou em manutenção sendo necessário
sempre haver equipamentos reserva para eventuais situações. Descreva
brevemente os principais equipamentos relacionados à transformação de
tensão, proteção e manobra.
206

UNIDADE 3 TÓPICO 3 —

CARACTERÍSTICASS E PREVISÃO DE CARGA


CARACTERÍSTICA

1 INTRODUÇÃO
A previsão de carga é uma ferramenta de suporte essencial para a tomada
de decisões e funções de controle do SEP. As distribuidoras tentam prever as
cargas nas situações de curto, médio e longo prazo, com o intuito de enfrentar
questões de racionamento, para que não venham a acontecer. A previsão de carga
mais exata possível é uma das coisas mais buscadas pelas empresas brasileiras, já
que o setor elétrico necessita dessas informações para viabilizar o planejamento
na construção de usinas geradoras para suprir as necessidades do país a longo
prazo.
Para atender as necessidades do planejamento do sistema, torna-se
necessário também o conhecimento da distribuição de carga, ano a ano, por áreas
elementares, de forma a possibilitar o dimensionamento dos alimentadores,
subestações etc.
Neste tópico será apresentada a caracterização da carga e demanda,
uma descrição das principais classes de consumo e as principais variáveis que
inuenciam nessas classes, assim como o consumo global. Serão apresentados
exemplos práticos para a previsão de carga e demanda. Além de conceitos
teóricos descritos nas normas dos órgãos de regulação das distribuidoras de
energia elétrica.

2 CARACTERÍSTICAS DA CARGA
De acordo com Kagan, Oliveira e Robba (2005), as cargas supridas por um
SEP se caracterizam pelos seguintes pontos comuns, quais sejam:
• localização geográca;
• tipo de utilização da energia;
• dependência da energia elétrica;
perturbações causadas pela carga ao sistema;
• tarifação;
• tensão de fornecimento.

207

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

2.1 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA


O sistema de distribuição atende a consumidores situados nas zonas
urbana e rural. Conforme classicado por Kagan, Oliveira e Robba (2005), a
zona urbana apresenta bairros centrais com densidade de carga elevada, com
consumidores como escritórios e lojas comerciais, com horário de funcionamento
bem denido e hábitos de consumo comum a todos.
Na zona urbana o surgimento de novos consumidores é raro, por estar
a área já bastante edicada, havendo apenas o crescimento vegetativo da carga,
devido à aquisição de novos equipamentos elétricos pelos consumidores. Nos
bairros periféricos com menor densidade de carga, predominam os consumidores
residenciais. Na zona rural é vericada uma baixa densidade de carga, com
predomínio de consumidores residenciais, e consumidores agroindustriais,
agroindustriais, com
hábitos de consumo diferentes dos demais (KAGAN; OLIVEIRA; ROBBA, 2005).

2.2 TIPO DE ATUALIZAÇÃO DA ENERGIA


Para Kagan, Oliveira e Robba (2005), a nalidade para a qual o usuário
consome a energia elétrica pode servir de critério para a classicação das cargas,
são elas:
• cargas residenciais;
• cargas comerciais, principalmente iluminação e condicionamento de ar, eem
m
lojas, edifícios comerciais, escolas etc.;
• cargas industriais, trifásicas, predominando motores de indução;
• cargas rurais de agroindústrias, irrigação etc.;
• serviços e poderes públicos;
• carga de iluminação pública.

2.3 DEPENDÊNCIA DA ENERGIA ELÉTRICA


A concessionária distribuidora de energia elétrica tem que identicar, entre
seus consumidores, aqueles em que a interrupção no fornecimento de energia
elétrica pode causar maior prejuízo. Para tanto, as cargas podem ser classicadas
em sensíveis, semissensíveis e normais (KAGAN; OLIVEIRA; ROBBA, 2005):
• Cargas sensíveis: qualquer interrupção no fo
fornecimento
rnecimento de energia elétrica,
mesmo
à perdaque
de seja momentânea,
produção, acarreta
quer seja enormecausados
por danos prejuízo,àquer seja devido
instalação. Um
exemplo é o da produção de os para tecelagem, em que a interrupção do
fornecimento de energia provoca a ruptura do o e, assim, a produção que
estava em andamento é toda perdida. Outro exemplo, são os altos-fornos, com
sopradores acionados eletricamente, em que a interrupção do fornecimento
208

TÓPICO 3 — CARACTERÍSTICAS E PREVISÃO DE CARGA

provoca o escoamento da massa fundida, exigindo a parada das máquinas


por longo período (meses).
• Cargas semissensíveis: são menos sensíveis do que a anterior, para interrupções
de até 10 minutos, porém, interrupções de maior duração provocarão o
mesmo prejuízo. Como exemplo: microcomputador, com nobreak, suporta
aproximadamente 15 minutos, então, se a falta se prolonga, pode-se perder a
atividade
• Cargas já desenvolvida,
normais: caso esteja
uma interrupção no em
fo processo contínuo.
fornecimento
rnecimento de eenergia
nergia elétrica causa
prejuízo menores que os causados às cargas sensíveis e semissensíveis. Por
exemplo, residências que ao sofrerem interrupção do fornecimento de energia
têm seu conforto prejudicado, além dos prováveis prejuízos causados, como
nos alimentos conservados na geladeira. Outro exemplo, edifícios com
elevadores, em que não haja gerador, causa transtorno
trans torno para os usuários, como
pode prejudicar o bombeamento de água dos reservatórios para os andares
superiores.

NOTA

A carga de uma SE, será considerada como a potência absorvida por todos os
alimentadores que saem de seus barramentos de distribuição. O sistema de distribuição
deve estar preparado para atender esse valor, tendo o cuidado para não haver um
superdimensionamento
superdimensiona mento do sistema.

3 DEMANDA
Basicamente, demanda é denida como a média da carga solicitada
ao sistema elétrico durante um determinado intervalo de tempo. A Figura 36
apresenta a curva diária de demanda de uma determinada unidade consumidora.

FIGURA 36 – CURVA DIÁRIA DE DEMANDA


FONTE: Kagan, Oliveira e Robba (2005, p. 24)

209

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Por outro lado, consumo é denido como a energia consumida num


intervalo de tempo, ou seja, o produto da potência da carga (kW) pelo número
de horas (h) em que ela cou ligada, expresso em quilowa-hora (kWh)
(VASCONCELOS, 2017). Se a curva de demanda da Figura 36 representar
potência ativa, o consumo, ou energia consumida será equivalente à área sob a
respectiva curva.
De acordo com (VASCONCELOS, 2017), demanda máxima é a maior de
todas as demandas vericadas num período de tempo especicado, ou seja, pode
ser demanda máxima diária, mensal ou anual. Tomando como exemplo prático
citado por Kagan, Oliveira e Robba (2005), um consumidor industrial tem uma
carga cuja demanda instantânea se comporta como a curva ao lado. Podemos
determinar a demanda dessa carga, com intervalos de demanda de 10, sendo o
instante inicial os primeiros minutos com 20 kW.

FIGURA 37 – CURVA DE DEMANDA

FONTE: Kagan, Oliveira e Robba (2005, p. 25)

Calculando a demanda com intervalo de demanda de 10 minutos, como


temos a leitura a cada dois minutos da demanda, logo:
1º intervalo (0 – 10 min.):

3.3
3.2
2 intervalo (10 – 20 min.):
3.3
3.4

210

TÓPICO 3 — CARACTERÍSTICAS E PREVISÃO DE CARGA

3º intervalo (20 – 30 min.):


3.5
3.6

4º intervalo (30 – 40 min.):


3.7

3.8

5º intervalo (40 – 50 min.):


3.9
3.10

6º intervalo (50 – 60 min.):


3.11
3.12

Observar que o 7º intervalo terá demanda igual à do 1º intervalo, ou seja,


40 kW.

NOT
TA
A

Ao longo de uma linha de distribuição de energia elétrica, ficam instalados


diferentes tipos de consumidores, consequentemente com diferentes hábitos de
consumo. Isso acaba gerando curvas típicas de carga que são mostradas na figura a seguir
(VASCONCELOS, 2017).
211

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

FONTE: Vasconcelos (2017, p. 18)

4 CONCEITO DE DIVERSIDADE
É a demanda máxima quem vai denir o dimensionamento de um
alimentador, pois é a responsável pelas condições mais severas de queda de tensão
e aquecimento nos condutores. No entanto, deve-se observar que a demanda
máxima de um conjunto de consumidores não é igual à soma de suas demandas
máximas individuais (VASCONCELOS, 2017). Essa diferença é causada pela
diversidade existente entre os consumidores, pois cada consumidor tem um
perl de consumo próprio.
Assim, para Kagan, Oliveira e Robba (2005), a demanda diversicada de
um conjunto de cargas, num dado instante t, é a soma das demandas individuais
das cargas, naquele instante. Formalizando esse conceito, para um grupo de “n”
cargas, cada uma com demanda diária de Di(t), com i = 1, 2, ..., n, a demanda
diversicada do conjunto de cargas é:

3.13

Considerando Ta o instante em que ocorre a demanda máxima do conjunto


de cargas:
3.14

Demanda diversicada unitária do conjunto de n cargas de Ddiv unit (t) é:

3.15
212

TÓPICO 3 — CARACTERÍSTICAS E PREVISÃO DE CARGA

Fator de diversidade do conjunto de n cargas é a relação entre a soma das


demandas máximas das cargas e a demanda máxima do conjunto, é expresso por:

3.16

Claramente, verica-se que o fator de diversidade é quase sempre maior


que um; será igual a um quando todas as demandas máximas de todas as cargas
do conjunto ocorrerem no mesmo instante.
O Fator de coincidência é o inverso do fator de diversidade:

3.17

O Fator de contribuição de cada uma das cargas do conjunto é a relação,


em cada instante, entre a demanda da carga considerada e sua demanda máxima
será, no máximo, igual a um, quando a demanda da carga coincidir com a
demanda máxima. Como o fator de contribuição de uma carga é denido em
cada instante, ele terá maior importância quando for calculado para o instante da
demanda máxima do conjunto.

3.18

Conhecendo-se a demanda máxima de cada uma das n cargas, Dmáx,i, e seu


fator de contribuição para a demanda máxima, Fcont,i, pode-se obter a demanda
máxima do conjunto pela equação:

3.19

Das Equações 3.17, 3.18 e 3.19, é deduzida uma relação entre os fatores de
contribuição e de coincidência:

3.20

Podem ser analisados dois casos particulares:


a) Cargas com demandas máximas iguais, ou seja, Dmáx,i, e, portanto:

3.21

213

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

3.22

Isso signica, para cargas com demandas máximas iguais, o fator de


coincidência do conjunto é igual à média dos fatores de contribuição das cargas.
Cargas com fatores de contribuição iguais, ou seja, Fcont,i = Fcont e, portanto:

3.23

Assim dizendo, para cargas com fatores de contribuição iguais, o fator de


coincidência do conjunto é igual ao fator de contribuição, independentemente
das demandas máximas de cada carga.
Para uma análise prática do conceito aqui mostrado, tomamos como
exemplo a seguinte situação, demonstrada por Kagan, Oliveira e Robba (2005), em
que um SEP suprecargas
respectivamente,
respectivamente, uma pequena cid ade
cidade
industriais, que contae com
residenciais três circuitos
de iluminação que atendem,
pública. A curva
diária de demanda de cada um dos circuitos, em termos de potência ativa, kW,
está apresentada na Figura 38.

FIGURA 38 – CURVAS DE CARGA DE UM SEP

FONTE: Kagan, Oliveira e Robba (2005, p. 30)


214

TÓPICO 3 — CARACTERÍSTICAS E PREVISÃO DE CARGA

Podemos determinar os seguintes pontos:


• A curva de cada carga dos três tipos de consumid
consumidores
ores e a do conjunto;
observar que a curva de carga do circuito de iluminação pública é constante
e igual a 50kW, no período de 18 às 5 horas. As curvas de carga dos circuitos
residencial e industrial são traçadas de acordo com os valores indicados na
Figura 38.
• As demandas máximas individuais e do conjunto;
Dmáx,IP = 50kW
Dmáx,res =1450kW
=1450kW,das
,das 18 às 19 horas
Dmáx,ind =1100kW,d
=1100kW,dasas 13 às 15 horas
Dmáx,conj =1900kW
=1900kW,das
,das 18 às 19 horas

• A demanda diversicada máxima; a demanda diversicada máxima =


demanda máxima do conjunto.
Dmáx,conj =1900kW,das 18 às 19 horas

• O fator de contribui
contribuição
ção dos tr três
ês tipos de consu
consumidores
midores para a demanda
máxima do conjunto.A demanda máxima do conjunto ocorre no período das
18 às 19 horas, portanto, o fator de contribuição de cada tipo de consumidores,
denido como a relação, em cada instante, entre a demanda da carga
considerada e sua demanda máxima, calculado nesse mesmo período será:

5 FATORES UTILIZADOS NA DISTRIBUIÇÃO


Durante estimativas,
estimativas, etapas de planejamento e projeto, mesmo nas medições
do comportamento de fontes e cargas em instalações elétricas, são denidos
diversos fatores que constituem importantes variáveis do comportamento das
cargas nas instalações. Esses fatores possuem diversas aplicações e podem
ser úteis em aplicações em ações corretivas e modicações ou ainda servirem
de referência em situações semelhantes em outros locais. Além de possuírem
inuências no custo e na qualidade da energia, também provocam impactos nas
fontes de alimentação (STAROSTA, 2021). Neste subtópico, falaremos dos fatores
de demanda, utilização e carga.

215

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

5.1 FATOR DE DEMANDA


O Módulo 1 do Prodist (ANEEL, 2016) dene, que o fator de demanda
é a razão entre a demanda máxima em um intervalo de tempo especicado e
a carga instalada na unidade consumidora. E que a demanda contratada é a
demanda de potência ativa a ser obrigatória e continuamente disponibilizada
pela distribuidora no ponto de conexão, conforme valor e período de vigência
xados no contrato e que deverá ser integralmente paga, seja ou não utilizada
durante o período de faturamento, expressa em quilowas (kW).
O cálculo do fator de demanda é de extrema importância, tanto para os
consumidores quanto para as distribuidoras, pois impactam diretamente nos seus
contratos, podendo, se mal calculado, causar prejuízos para os consumidores e
transtornos para as distribuidoras (VASCONCELOS,
(VASCONCELOS, 2017). O fator de demanda
pode ser calculado pela expressão:

3.24

Em que,
• Dmáx é a demanda máxima do conjunto das n cargas, no intervalo de tempo
considerado;
• Dmáx é a potência nominal da carga.
O fator de demanda, adimensional, é quase sempre menor que um.
Contudo, se houver algum equipamento operando em sobrecarga, seu fator de
demanda pode ultrapassar a unidade.

Ao considerarmos a situação presente na Figura 38, e considerando a


nível de exemplo prático, as potências instaladas, em kW, dos consumidores são:
• iluminação pública: 50 kW;
• consumidores residenciais: 2500 kW;
• consumidores industriais: 1600 kW.
Podemos calcular os fatores de demanda, diários, individuais, dos três
conjuntos de consumidores e total da cidade. Assim teremos que:
216

TÓPICO 3 — CARACTERÍSTICAS E PREVISÃO DE CARGA

5.2 FA
F ATOR DE UTILIZAÇÃO
UTILI ZAÇÃO
De acordo com o PRODIST (ANELL, 2016), o fator de utilização é denido
como a razão entre a demanda máxima do sistema, em um intervalo de tempo
especicado e sua capacidade.
O cálculo do fator de utilização também é de extrema importância, pois
expressa o quanto da capacidade do sistema está sendo utilizada, proporcionando
para as distribuidoras informações para analisar a situação do seu sistema como
um todo, assim como a situação de cada um dos seus alimentadores. O fator de
utilização pode ser calculado pela expressão:

3.25

Em que,
• Dmáx é a demanda máxima do sistema, no intervalo de tempo considerado;
• Csist é a capacidade do sistema.

Enm, o fator de demanda expressa a porcentagem da potência


instalada que está sendo utilizada, enquanto que o fator de utilização expressa a
porcentagem da capacidade do sistema que está sendo utilizada. Como exemplo,
proposto por Kagan, Oliveira e Robba (2005), supondo que um alimentador tenha
capacidade de transportar uma potência de 1,2 MV
MVA,A, e caso a demanda máxima
do sistema seja de 590 kVA. Teremos que seu fator de utilização será:

3.26

Logo, se o alimentador está operando com um carregamento de 49,16%,


signica que há uma reserva de transporte de energia de 50,84%, indicando que
esse sistema oferece possibilidade de crescimento da carga a ser atendida.
217

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

5.3 FATOR DE CARGA


O Módulo 1 do PRODIST (ANEEL, 2016), dene fator de carga como a
razão entre a demanda média e a demanda máxima da unidade consumidora
ocorridas no mesmo intervalo de tempo especicado. Com o fator de carga
denido para um sistema como:

3.27

Em que,
• Dmédia é a demanda média do sistema no período τ;
• Dmáx é a demanda máxima do sistema no período τ;
• D(t) é a demanda instantânea no instante t;
• Fcarga é o fator de carga do sistema no período τ.

É importante observar que Fcarga ≤ 1 . Quando Fcarga = 1, indica que o sistema


está operando, durante o período τ com demanda constante. A expressão ∫ d(t).dt
indica a energia consumida no intervalo de tempo considerado. Assim, Assim,

3.28
3.29

Em que, Heq (horas equivalentes), é o produto do fator de carga pela


duração do período τ, e representa o período durante o qual o sistema deveria
operar com sua demanda máxima para atingir a mesma energia consumida
apresentada em sua curva de carga.
A nível de exemplo prático, podemos utilizar os dados apresentados na
Figura 39 e montarmos a Tabela 5.
218

TÓPICO 3 — CARACTERÍSTICAS E PREVISÃO DE CARGA

FIGURA 39 – CURVAS DE CARGA PARA EXEMPLO PRÁTICO

)
W
k
(
a
d
n
a
m
e
D

Tempo (horas)
(ho ras)
FONTE: Kagan, Oliveira e Robba (2005, p. 30)

TABELA 5 – REPRESENTAÇÃO DAS CURVAS DE CARGAS


Hora do dia Iluminação pública Carga residencial Carga industrial
0–1 50 70 200
1–2 50 70 200
2–3 50 70 200
3–4 50 70 350
4–5 50 80 400
5–6 - 95 500
6–7 - 90 700
7–8 - 85 1000
8–9 - 85 1000
9 – 10 - 85 1000
10 – 11 - 95 900
11 – 12 - 100 600
12 – 13 - 130 900
13 – 14 - 90 1100
14 – 15 - 80 1100
15 – 16 - 80 1000
16 – 17 - 100 800
17 – 18 - 420 400
18 – 19 50 1450 400
1290 –– 2201 5500 11200000 335000
21 – 22 50 700 200
22 – 23 50 200 200
23 – 24 50 50 200
FONTE: Os autores

219

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Assim, podemos determinar os fatores de carga diários dos três tipos de


consumidores e do conjunto. Temos que encontrar o valor de ε para cada carga,
logo;

Como os valores de ε encontrados, podemos calcular o fator de carga


diário:
220

RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• As carg
cargas
as suprida
supridass por um SEP se carac
caracterizam
terizam pe
pelos
los segu
seguintes
intes ponto
pontoss
comuns, quais sejam: Localização geográca; Tipo de utilização da energia;
Dependência da energia elétrica; Perturbações causadas pela carga ao
sistema; Tarifação; Tensão de fornecimento. A concessionária distribuidora de
energia elétrica tem que identicar, entre seus consumidores, aqueles em que
a interrupção no fornecimento de energia elétrica pode causar maior prejuízo.
Para tanto, as cargas podem ser classicadas em sensíveis, semissensíveis e
normais.
• A demanda é denida como a média da carga solicitada ao sistema elétrico
durante um determinado intervalo de tempo. Já o consumo é denido como
adaenergia consumida
carga (kW) um intervalo
pelo número de tempo,
de horas (h) em ou
queseja,
ela ocou
produto da expresso
ligada, potência
em quilowa-hora (kWh). Se a curva de demanda da Figura 36 representar
potência ativa, o consumo, ou energia consumida será equivalente à área sob
a respectiva curva.
• A demanda máxima é quem vai denir o dimensionamento de um
alimentador, pois é a responsável pelas condições mais severas de queda de
tensão e aquecimento nos condutores. Devendo-se observar que a demanda
máxima de um conjunto de consumidores não é igual à soma de suas
demandas máximas individuais. Essa diferença é causada pela diversidade
existente entre os consumidores, pois cada consumidor tem um perl de
consumo próprio.
221

• Os fato
fatores
res de típicos utilizados na dis
distribuição
tribuição de eenergia
nergia elétrica são: o fa
fator
tor
de demanda é a razão entre a demanda máxima em um intervalo de tempo
especicado e a carga instalada na unidade consumidora; o fator de utilização
é denido como a razão entre a demanda máxima do sistema, em um intervalo
de tempo especicado e sua capacidade; O fator de carga como a razão entre a
demanda média e a demanda máxima da unidade consumidora ocorridas no
mesmo intervalo de tempo especicado.

CHAMADA
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pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao
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222

AUTOATIVIDADE

1 A distribuição urbana elétrica em baixa tensão em cidades de grande


porte é realizada de dois modos, conforme a zona atendida. O primeiro
sistema é o aéreo,
todo o trajeto. com todos
O segundo os componentes
é o reticulado (malha),sustentados por postes em
com seus componentes em
câmaras e eletrodutos subterrâneos. Com relação aos sistemas descritos, é
correto armar que:
a) ( ) No aéreo
aéreo,, os secundários
secundários de dois transforma
transformadores
dores vizinhos operam
permanentemente interligados.
b) ( ) No aéreo, em um poste, é obrigatório o uso de um único transformador
trifásico de capacidade dependente da demanda local.
c) ( ) No aére
aéreo,
o, o resfriamento dos transfo
transformadores
rmadores é feito por ventilação
forçada, com uso de ventiladores
ventiladores..
d) ( ) No reticula
reticulado,
do, os circ
circuitos
uitos secu
secundários
ndários de todos os transformadores
operam
e) ( ) O re permanentemente
reticulado
ticulado é utilizado eminterligados.
zonas de bbaixa
aixa d
densidade
ensidade de carga elétrica
residencial e/ou comercial.
2 O potencial de red
redução
ução de consumo
consumo de energia eelétrica
létrica em instalaç
instalações
ões dos
mais diversos tipos tem sido alvo de continuados estudos, particularmente
no Brasil, onde o uso eciente da eletricidade pode ser considerado um
dos fatores para o desenvolvimento industrial nacional. Nessa perspectiv
perspectiva,
a,
em relação a uma medida de baixo custo para a redução do consumo de
energia elétrica na área industrial, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Adequação do sistema de proteção.
b) ((
c) )) Substituição
Redução de linhas
de picos sobrecarre
sobrecarregadas.
de demanda. gadas.
d) ( ) Remanejamento de motores superdimensionado
superdimensionados. s.
e) ( ) Substituição de transformadores sobrecarregados.
sobrecarregados.
3 O fator de demanda é um parâmetro imp
importante
ortante para a prprevisão
evisão de carga
de uma subestação. Considere as armações a seguir, a respeito do fator de
demanda:
I- O fator de demanda para um consumidor é denido como sendo a relação
entre a demanda média e a demanda máxima em um dado período T.
II O fator de demanda para unida
unidades
des reside
residenciais,
nciais, co
considerando
nsiderando somente a
potência
III- Caso de ccalcular
queira iluminação e tomadas,
alcular o fato
fator independe
r de demanda par da potência
paraa aparelhos de arinstalada.
condicionado
tipo janela deve ser considerado o número de aparelhos instalados.

223

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) Apenas as armativas I e II estão corretas.
b) ( ) Apenas as armativ
armativas
as II e III estão corret
corretas.
as.
c) ( ) Apenas as armativas I e III estão corretas.
d) ( ) Todas as armativas estão corretas.
e) ( ) Apenas a armativa III está correta.
4 Um consumidor industr
industrial,
ial, com potência instalada de 1500 kW, apresenta
a seguinte curva de carga mensal:

FONTE: A autora

Considerando o período mensal de 720 horas. Encontre o fator de carga


mensal e o fator de demanda.
5 Os estudos de um Sistema de Distribuição e seu pla planejamento
nejamento permitem
aos engenheiros alguma liberdade na seleção de fatores correlacionados a
esse sistema distribuidor. O fator que mais inuencia nesse estudo são, sem
dúvida, os diferentes tipos de cargas a serem supridas pelo sistema.

FONTE:<https://www.f
FONTE:<https:/ /www.feis.unesp.br/Home/
eis.unesp.br/Home/departament
departamentos/engenha
os/engenhariaeletrica/apo
riaeletrica/apostila_
stila_
sdee_01.pdf>. Acesso em: 30 ago. 2021.

Nesse contexto, quais são os vários tipos de cargas? Faça a distinção entre
cada uma.
224

UNIDADE 3 TÓPICO 4 —

QUEDA DE TENSÃO

1 INTRODUÇÃO
Nas redes de distribuição as quedas de tensão nos alimentadores, ramais
ou transformadores são de interesse da concessionária, pois permitem estudos
relacionados às redes elétricas.
O controle da tensão nos pontos terminais dos alimentadores deve ser
mantido dentro dos limites previstos em normas regulamentadoras, através de
controle de transformadores em subestações, e também por outros dispositivos
ao
de longo da redeque
capacitores, e dos alimentadores,
seguem o perl detais como
carga os reguladores
ao qual de tensão e banco
estão alimentando.
Neste tópico será apresentado como é realizado o cálculo da queda de
tensão pelas distribuidoras de energia, quais os níveis de tensão em que os
alimentadores devem permanecer segundo as normas regulamentadoras da
ANEEL. Serão mostradas situações práticas em que é necessário o cálculo da
queda de tensão para ajuste dos níveis de tensão na rede e a melhor alocação das
cargas ao longo da rede elétrica de distribuição.

2 TENSÕES NOS ALIMENTADORES


O Módulo 8 do Prodist (ANELL, 2016) estabelece os procedimentos
relativos à qualidade da energia elétrica (QEE), abordando a qualidade do
produto e a qualidade do serviço prestado.
O módulo ainda dene a terminologia, caracteriza os fenômenos,
parâmetros e valores de referência relativos à conformidade de tensão em
regime permanente e às perturbações na forma de onda de tensão, estabelecendo
mecanismos que possibilitem à ANEEL xar padrões para os indicadores de QEE.
É cada vez mais necessário e imprescindível que as distribuidoras de
energia elétrica
qualidade. atendam
Para tanto,
Para a seus
a ANEEL consumidores
determina os níveiscom uma energia
de tensão que essaselétrica
empresasde
devem oferecer às unidades consumidoras.

225

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

De acordo com o Módulo 8 do Prodist (ANELL, 2016) em seu Anexo I,


estabelece as faixas de variação de tensão consideradas adequadas, precárias e
críticas. Os níveis de tensão estão mostrados na Tabela 6.

TABELA 6 – FAIXAS APLICADAS ÀS TENSÕES NOMINAIS INFERIORES A 1Kv

Tensão de Atendimento (TA) Faixa deRelação


Variação da Tensão de Leitura (TL) em
à Tensão Nominal (TN)
Adequada 0,92TN ≤ TL ≤ 1,05TN
Precária 0,87TN ≤ TL < 0,92TN ou 1,05TN < TL ≤ 1,06TN
Crítica TL < 0,87TN ou TL > 1,06TN
FONTE: Prodist (ANELL, 2016)

A denição de um alimentador, segundo o Prodist (ANELL, 2016), é a


linha elétrica destinada a transportar energia elétrica em média tensão que, por
sua função e utilização, tem comprimento que não ultrapassa a faixa de alguns
quilômetros. Portanto,
Portanto, é considerada linha curta, podendo ser modelada por um
circuito a parâmetros concentrados, RL série.
A Figura 40 apresenta um alimentador, que representa as características
reais dos alimentadores das redes de distribuição, de comprimento l, e impedância
por unidade de comprimento z = r + jx, atendendo a uma carga ST, de fator de
potência cosφ.

FIGURA 40 – ALIMENTADOR RL SÉRIE

FONTE: Moura (2018, p. 20)

Os parâmetros do alimentador podem ser expressos por:


4.1
Que equivale a: Z Z < θ
Em que,

226

TÓPICO 4 — QUEDA DE TENSÃO

O circuito da Figura 41 é representado fasorialmente por:


V0 = Z.I + V1 4.2

FIGURA 41 – REPRESENTAÇÃO
REPRESENTAÇÃO DO ALIMENTADOR
ALIMENTADOR

FONTE: Moura (2018, p. 20)

A Figura 42 representa o diagrama fasorial da expressão complexa V0 =


V + Z.I, considerando a carga
carga indutiv
indutivaa (mais comum). De
Desdobrando
sdobrando a expre
expressão
ssão
1
complexa em duas componentes reais:

4.3
δ é a abertura angular do alimentador.

FIGURA 42 – DIAGRAMA FASORIAL

FONTE: Moura (2018, p. 22)

Expressando a corrente em função da potência e tensão da carga:


Realizando análises matemáticas em que, eleva-se ao quadrado as duas
equações anteriores, e depois, somando-as teremos:

227

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

4.4

A equação 4.4 relaciona os módulos das tensões nos pontos extremos do


alimentador modelo, em função dos parâmetros do circuito (Z e θ) e da carga
atendida ( ST e φ). Como a tensão V0 na saída do alimentador é conhecida, a única
variável da equação 4.4 é a tensão na carga. A resolução da equação pode ser feita
de três maneiras: solução exata, solução iterativa e solução aproximada.
• Solução exata: podemos multiplicar todos ooss termo
termoss da equação 4.4 por
por V1.
Ao realizarmos uma simplificação matemática e resolvermos a equação de 2°
grau em termos de V2 :

4.5

A solução encontrada pela equação 4.5 é exata, porém não reete a


realidade, pois a maioria dos alimentadores possuem impedâncias diferentes e
atendem a diversas cargas.
• Solução iterativa: consiste em calcular V0 utilizando a equação 4.5, a partir
de uma estimativa inicial de V1. Ad diferença entre os valores calculados e
especicados (ou medidos) de V0 é usada para se corrigir sucessivamente o
valor de V1, até que a diferença se torna menor que uma determinada tolerância,
ou até quando atingir um número denido de iterações. Em outras palavras,
a tolerância e o número máximo de iterações são previamente denidos.
• Solução aproximada: analisando a equ
equação
ação 44.5
.5 vverifica-se
erifica-se qque
ue uuma
ma relaç
relação
ão
aproximadapor
substituído é Vobtida
, ou se,
seja, no denominador
desprezando-se as da referida
perdas no equação,
final do V1 for
alimentador:
0

4.6

Uma segunda relação aproximada é obtida a partir da expressão


, desprezando-se além das perdas, a abertura angular, pois
como δ é muito pequeno, pode-se considerar cosδ = 1.
4.7

Apresentados os métodos para se encontrar a relação entre as tensões


nos extremos de um alimentador, deve-se avaliar a praticidade de cada um. É
conveniente também se estimar que o erro resultante em cada critério.

228

TÓPICO 4 — QUEDA DE TENSÃO

NOTA

O uso de softwares no cálculo da queda de tensão, simplifica as cargas


distribuídas
distribuição para pontosno
e facilidade decálculo
concentração dede
da queda cargas.
tensãoPermitindo a redução do
com a concentração desistema de
cargas em
pontos específicos. A figura a seguir descreve um exemplo de redução do sistema.

FONTE: Oliveira (2016)

3 CÁLCULO DE QUEDA DE TENSÃO


Nos projetos de implantação, reforma e extensão dos sistemas de
distribuição de energia elétrica, é mais importante se conhecer a queda de tensão
no alimentador
entre dois pontosdo que
quaisquer
a própriadotensão.
alimentador,
Essa queda
numde determinado
tensão pode ser
instante
calculada
de
tempo, sendo que os extremos do alimentador são especialmente importantes
(MOURA, 2018). Como a equação 4.7 se mostrou viável para o cálculo de tensão
nos dois pontos extremos do alimentador, será utilizada para calcular a queda de
tensão entra tais pontos.
Lembrando que a queda de tensão é expressa por: ∆V = V0 – V1

4.8
equaçãoSubstituindo
4.8: o valor de Z = (r = jx) l, em que r.l = Zcos θ e x.l = Z sin θ, na

4.9

229

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

A equação 4.9 pode ser resumida em:


4.10
Em que,

STé a carga total do alimentador, concentrada no seu ponto extremo e G é


um parâmetro que depende da bitola e espaçamento dos condutores, da tensão
nominal do alimentador e fator de potência da carga.

4.11

Esse parâmetro representa a queda de tensão unitária, ou seja, a queda de


tensão por unidade de comprimento do alimentador e por unidade de potência
da carga. Expressando a queda de tensão em percentual da tensão do ponto inicial
do alimentador ou da sua tensão nominal:

4.12

3.1 QUEDAS DE TENSÃO PROVOCADAS POR CARGAS


CONTÍNUAS
Conforme MOURA (2018), a carga de uma rede de distribuição, em
geral, é complexa. Entretanto, como essa carga é formada por inúmeras cargas,
às vezes muito próximas umas das outras, para simplicar, tal carga pode ser
representada por uma função contínua no espaço. A Figura 43 representa a carga
de um alimentador de comprimento l.

FIGURA 43 – ALIMENTADOR
ALIMENTADOR COM CARGA CONTÍNUA
FONTE: Moura (2018, p. 24)

Considerando a carga uma função contínua no espaço, pode ser denotada


por S(y), sendo sua densidade
densidade linear:

230

TÓPICO 4 — QUEDA DE TENSÃO

4.13

Para se determinar a carga em determinado trecho do alimentador,


integra-se a equação 4.13:

4.14

Para calcular a queda de tensão entre dois pontos separados por uma
distância finita. Entre o ponto inicial e final de um alimentador,

4.15

A equação 4.15 é válida para qualquer distribuição de carga, sendo que é


mais comum a distribuição retangular, em que a densidade linear S(y) da carga
é constante.
Quando a função densidade de carga não for contínua em toda a extensão
do alimentador, as equações 4.14 e 4.15 deverão ser desdobradas em várias seções
nas quais seja contínua, ou seja, se o alimentador de comprimento l apresenta
descontínuaa em n pontos de coordenadas y1 < y2 < … <
função densidade de carga descontínu
yn < l, então a equação
equação 4.14 torna-se:
torna-se:

4.16

Sendo y < y , e a equação


equação X torna-se:
j

4.17

Uma situação prática para entendimento do assunto é a seguinte: um


alimentador, com 10km de comprimento, operando em 13,8kV, impedância de
0,4 + j0,5 Ω/km, tem carga uniformemente distribuída com a seguinte função
densidade descrita a seguir.
4.18

Podemos calcular a queda de tensão no alimentador, considerando que a


carga tenha fator de potência 0,8.

231

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Como o fator de potência da carga (cosφ) = 0,8 → sin φ = 0,6. A queda


de tensão unitária, ou seja, a queda de tensão por unidade de comprimento do
alimentador e por unidade de potência da carga, é expressa em kV/MVA/km:
kV/MVA/km:

No terceiro trecho, 7 < y < 10, a carga é definida por:

No segundo trecho, 3 < y < 7, a carga é definida pela função densidade de


carga do segundo trecho, mais a carga do terceiro trecho, pois essa soma é a carga
transportada pelo alimentador nesse segundo trecho:

No primeiro trecho, 0 < y < 3, a carga é definida pela função densidade de


carga do primeiro trecho, mais a carga do terceiro e segundo trechos, pois essa
soma é a carga transportada pelo alimentador nesse primeiro trecho:

Calculando a queda de tensão no alimentador:

3.2 RAIO DE AÇÃO DE UM ALIMENTADOR


O raio de ação de um alimentador aéreo é limitado pela queda de tensão
máxima admissível, denida na regulamentação da ANEEL (2017).
Depende da tensão nominal, das características do condutor (tipo,
diâmetro e espaçamento) e da carga suprida (quantidade, fator de potência e tipo
de distribuição).
A inuência do fator de potência da carga depende da relação r/x do
alimentador. O raio de ação cresce com o fator de potência para valores usuais
(acima de 0,8). A Figura 44 mostra a inuência.
232

TÓPICO 4 — QUEDA DE TENSÃO

FIGURA 44 – RAIO DE AÇÃO EM FUNÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA

FONTE: Moura (2018, p. 22)

Em outras palavras, se o fator de potência da carga de um alimentador se


aproxima de 1, seu raio de ação aumenta signicativamente quando comparado
a um alimentador que tenha carga com baixo fator de potência.
De acordo com VASCONCELOS (2017), outro parâmetro que inuencia
no raio de ação de um alimentador é sua tensão nominal, ou seja, o raio de ação
de um circuito é diretamente proporcional à tensão nominal. E também o raio de
ação é diretamente proporcional à queda de tensão permissível. Por esse motivo,
nas linhas rurais a queda de tensão permitida é maior que nas linhas urbanas,
para que os comprimentos das redes possam ser aumentados, diminuindo seus
custos. Para os casos em que não se possa aumentar o limite de queda de tensão,
pode-se adotar outras alternativ
alternativas,
as, como:
• correção do fator de potência da carga;
• aumento
instalaçãodo
denúmero
reguladore
reguladoress de tensão;
de fases do circuito;
• substituição dos condutores por outros de diâmetros maiores.

DICAS

A fim de ampliar os conceitos aqui estudados, recomendamos a leitura do


Módulo 8 do Prodist que trata da Qualidade de Energia Elétrica, em que não é somente
tratada a queda de tensão, mas também outras variáveis que estão correlacionadas às
ondas de tensão e corrente. Este material pode ser encontrado no link: https://www.aneel.
gov.br/modulo-8.

233

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

4 SITUAÇÕES PRÁTICAS DE QUEDA DE TENSÃO


Foram estudados alimentadores com carga única, concentrada em seu nal
ou distribuída em toda a sua extensão e, assim, foi possível fazer a equivalência
entre as cargas concentradas e distribuídas. Via de regra, os alimentadores
atendem a muitas cargas, que se diferenciam em valor, tipo de distribuição e fator
de potência. Além do mais, o alimentador pode ser construído com condutores
que mudam de características ao longo do seu percurso.
A Figura 45 mostra uma conguração
congu ração típica de um alimentador radial, no
caso com um tronco, quatro ramais e um lateral.

FIGURA 45 – CONFIGURAÇÃO TÍPICA DE ALIMENTADOR RADIAL

FONTE: Moura (2018, p. 23)

Na queda de tensão em alimentadores não-radiais, para facilitar o


cálculo da queda de tensão de sistemas em anel, utiliza-se o artifício de convertê-
los em radiais,
abertura do anelfazendo-se uma
e a repartição das“abertura” noponto
cargas nesse anel. são
A escolha do ponto de
feitas empiricamente.
Consequentemente, haverá alguma diferença entre as quedas de tensão até esse
ponto, quando calculadas por um ou outro caminho. O procedimento utilizado
para calcular a queda de tensão do sistema em anel também é utilizado em
sistemas interligados.

FIGURA 46 – CONFIGURAÇÃO DE UM ALIMENTADOR


ALIMENTADOR EM ANEL
FONTE: Moura (2018, p. 25)

234

TÓPICO 4 — QUEDA DE TENSÃO

As redes de distribuição são compostas de vários tipos de circuito. A Assim


ssim
a queda de tensão unitária varia conforme o número de condutores e o número
de fases instaladas. Para esse estudo, os circuitos serão considerados equilibrados
e serão utilizados a tensão de linha e a potência total. Sendo divididos em circuito
trifásico, bifásico e monofásico, conforme colocado por MOURA (2018).

• Circuito trifásico: o circuito da Figura 47 é o circuito monofásico equivalente


de um circuito equilibrado a três ou quatro condutores. Assim, as equações
4.19 e 4.20 são aplicadas ao circuito trifásico.
4.19

4.20

FIGURA 47 – CIRCUITO MONOFÁSICO


MONOFÁSICO A TRÊS CONDUTORES
CONDUTORES EQUIVALENTE AO CIRCUITO
TRIFÁSICO

FONTE: Moura (2018, p. 33)

Circuito monofásico: os condutores fase e neutro do circuito da Figura


48 têm impedância. O circuito da Figura 48 é equivalente à representação do
alimentador, transferindo-se a impedância do neutro para o condutor fase, sendo
que a tensão e a impedância é (r + r') + j(x + x'). Se o neutro é isolado, a
corrente em ambos os condutores é a mesma. Assim, os condutores fase e neutro
devem ser do mesmo tipo, isto é, r = r' e x = x'. Logo, a equação 4.20 se transforma
em:
4.21

Realizando as simplicações matemáticas teremos:

235

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

4.22

Verica-se que: G1φ = 6G3φ

FIGURA 48 – CIRCUITO MONOFÁSICO A DOIS CONDUTORES

FONTE: Moura (2018, p. 32)

FIGURA 49 – CIRCUITO MONOFÁSICO A UM CONDUTOR

FONTE: Moura (2018, p. 32)

• Circuito bifásico: o circuito da Figura 50 é um circuito trifásico em que uma


das fases não foi instalada. Como se supõe que exista equilíbrio de fase, haverá
uma corrente no neutro simétrica à que existiria na fase que está faltando, ou
seja,
IA + IC = I'
236

TÓPICO 4 — QUEDA DE TENSÃO

FIGURA 50 – CIRCUITO BIFÁSICO

FONTE: Moura (2018, p. 34)

Tomando a corrente IA como referência de fase: I'A = IA < 60° conforme a


Figura 51:

FIGURA 51 – DIAGRAMA FASORIAL DE CORRENTE

FONTE: Moura (2018, p. 34)

A queda de tensão unitária ca assim denida:

4.24
Quando os condutores fase e neutro são do mesmo tipo, a equação X ca:

4.25

237

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Com relação aos limites de queda de tensão, apesar dos limites mínimos
de tensão impostos pelo Módulo 8 do Prodist.
As concessionárias adotam percentuais de queda de tensão mais rigorosos,
abaixo dos permitidos. Tais como os mostrados na Tabela 7, lembrando que cada
concessionária pode indicar um limite devendo somente respeitar o proposto
pela ANEEL.

TABELA 7 – LIMITES DE QUEDA DE TENSÃO EM REDES SECUNDÁRIAS

Circuito Limite
Trifásico 3,5%
Bifásico 5,0%
Monofásico 6,0%
Exclusivo 6,5%
FONTE: Adaptada de Eletrobrás (2012)

Em projetos de redes secundárias, as concessionárias instalam os


transformadores no centro da área atendida que, em muitos casos, não coincide
com o centro da carga. Assim, o cálculo de queda de tensão é fundamental para
o dimensionamento dos condutores. Para redes primárias, adota-se o limite de
queda de tensão inicial de 5%, para o horizonte de 10 ou 15 anos.
Geralmente se utilizam planilhas para o cálculo da queda de tensão,
através da equação 4.26, na qual se visualiza que a queda de tensão em cada
trecho equivale ao produto de: comprimento e queda de tensão unitária do trecho
e a soma de todas as cargas do m do trecho em diante (acumulada).

4.26

Observações:
• Numa so solução
lução mais rigo
rigorosa,
rosa, o cálcu
cálculo
lo da queda de tensão
tensão dev
devee ser ponto a
ponto. Contudo, para reduzir o trabalho se calcula utilizando trechos maiores,
sendo as cargas intermediárias consideradas uniformemente distribuídas no
trecho.
• Os circuitos em anel sãosão transforma
transformados
dos em radi
radiais,
ais, escolhendo-se
escolhendo-se um
ponto de abertura em que as quedas de tensão por ambos os lados sejam
aproximadamente iguais.

238

TÓPICO 4 — QUEDA DE TENSÃO

LEITURA COMPLEMENTAR

PARTE I

GD SOLAR FOTOVOLTAICA:
FOTOVOLTAICA: MUITO ALÉM DO SETOR ELÉTRICO
Rodrigo Sauaia
Ronaldo Koloszuk
Aldo Pereira
O papel estratégico da geração distribuída solar fotovoltaica (GDFV)
vai muito além dos notáveis ganhos elétricos que a modalidade proporciona
aos consumidores cativos. O avanço da GDFV traz liberdade de escolha,
previsibilidade de gastos e protagonismo aos consumidores. Ela representa,
na prática, uma potente locomotiva para o desenvolvimento econômico, social
e ambiental do Brasil, com geração de milhares de empregos e renda, atração
de bilhões em novos investimentos privados, diversicação da matriz elétrica
e agregando diversos benefícios sistêmicos para todos os consumidores e a
sociedade brasileira.
A partir dos dados de investimentos realizados no segmento desde 2012
e levando em consideração os incrementos de arrecadação proporcionados pela
GDFV aos governos federal, estaduais e municipais dos investimentos, novos
empregos e renda trazidos ao País, estima-se que, para cada R$1 investido em
sistemas solares fotovoltaicos de pequeno e médio portes, o setor devolve aos
brasileiros mais de R$3 em ganhos eelétricos,
létricos, econô
econômicos,
micos, sociais e ambientais.
A GDFV ajuda a aliviar a operação da matriz elétrica nacional,
economizando água dos reservatórios das hidrelétricas e reduzindo o uso de
termelétricas caras e poluentes. Tal cenário diminui a pressão pelo aumento de
bandeiras tarifárias na conta de luz de todos os brasileiros e, com isso, garante
economia mesmo aos cidadãos que nunca investiram em geração distribuída.
Adicionalmente, contribui para postergar investimentos em novos projetos de
geração, transmissão e distribuição de eletricidade, diminui perdas elétricas do
sistema, alivia as redes elétricas pelo “efeito vizinhança” e reduz as emissões de
poluentes atmosféricos e gases de efeito estufa, entre diversos outros relevantes
benefícios.
No início de 2020, a GDFV atingiu uma nova marca histórica de 2GW
de potência operacional, espalhada em residências, comércios, indústrias,
produtores rurais, prédios públicos e sistemas em pequenos terrenos. Com isso, a
fonte solar fotovoltaica passou a representar 99,8% de todos os sistemas e 92,7%
de toda a potência de geração distribuída do Pa
País,
ís, em um total de 191 mil sistemas
solares fotovoltaicos conectados à rede e mais de R$11,9 bilhões em investimentos
acumulados desde 2012, espalhados pelas cinco regiões nacionais.

239

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Em número de sistemas fotovoltaicos instalados no Brasil, os consumidores


residenciais estão no topo da lista, representando 72,61% do total. Em seguida,
aparecem as empresas dos setores de comércio e serviços (17,94%), consumidores
rurais (6,34%), indústrias (2,67%), poder público (0,40%) e outros tipos, como
serviços públicos (0,04%) e iluminação pública (0,01%).

Embora a tecnologia fotovoltaica continue avançando ano após ano, o


Brasil – detentor de um dos melhores recursos solares do planeta – permanece
atrasado e com um mercado muito pequeno. Está aquém de países líderes no
setor, como Austrália,
Austrália, China, EUA e Japão, que já ultrapassaram a marca de dois
milhões de sistemas, bem como da Alemanha, Índia, Reino Unido e outros, que já
superaram a marca de um milhão de conexões.
Todavia, há perspectiva de melhorar esse quadro no País, dado que o
Governo Federal e o Congresso Nacional sinalizaram que pretendem desenvolver
desenvo lver
com maior atenção a geração distribuída a partir do sol. As manifestações recentes
do Presidente da República e das principais lideranças da Câmara dos Deputados
e do Senado Federal, demonstram que há um consenso suprapartidário da
importância estratégica da energia solar fotovoltaica para o desenvolvimento
econômico, social e sustentável do Brasil.
Com isso, as perspectivas para o setor são brilhantes para 2020. As
projeções da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar)
apontam para o atingimento de um total acumulado de mais de 250 mil empregos
no Brasil desde 2012, distribuídos entre mais de 15 mil empresas de todos os
elos produtivos do setor. Desses empregos, mais de 120 mil são decorrentes das
atividades econômicas do setor apenas em 2020. A maior parcela desses postos de
trabalho deverá vir justamente das mais de 14 mil pequenas e médias empresas
do segmento de GDFV, segmento que será o destaque do ano.

Agora, o próximo passo é construir um marco legal transparente, estável,


previsível e justo, que desfaça a insegurança jurídica que paira sobre o mercado
e que reforce a conança da sociedade em um futuro com mais liberdade,
prosperidade e sustentabilidade para os consumidores e a população.
FONTE: <https://www.oseto
<https://www.osetoreletrico.co
reletrico.com.br/gd-solar-fo
m.br/gd-solar-fotovoltaica-muit
tovoltaica-muito-alem-do-setor-e
o-alem-do-setor-eletri-
letri-
co/>. Acesso em: 7 ago. 2021.
240

TÓPICO 4 — QUEDA DE TENSÃO

PARTE II
PERSPECTIVAS
PERSPECTIVAS PARA A GERAÇÃO CENTRALIZADA SOLAR
FOTOVOLTAICA NO BRASIL
Ricardo Barros
Rodrigo Sauaia
Ronaldo Koloszuk
A geração centralizada solar fotovoltaica, composta por projetos de
usinas de grande porte, assim como tantas outras aplicações da tecnologia
solar fotovoltaica no Brasil, tem se consolidado cada vez mais como uma fonte
renovável de geração de energia elétrica com alto valor agregado à sociedade
brasileira.
De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar
Fotovoltaica (Absolar) a partir de dados ociais, hoje, já são mais de 2.000
megawas (MW) em usinas de geração centralizada solar fotovoltaica em
operação no Brasil. O número representa mais de R$ 10 bilhões em investimento
investimentoss
privados atraídos ao País desde 2014, que viabilizaram a geração de mais de 50
mil novos empregos locais qualicados pelo setor nas regiões onde os projetos
foram implantados.
As usinas em operação geram energia elétrica limpa e renovável suciente
para suprir um consumo equivalente à necessidade de mais de três milhões de
brasileiros. Adicionalmente, há mais de 1.700 MW em novos projetos em fase de
desenvolvimento e construção, com início de operação prevista para até 2022.
Trata-se de energia elétrica não apenas limpa e renovável, mas também cada
vez mais competitiva, ampliando a diversicação do suprimento elétrico de nosso
País, hoje, demasiadamente dependente de hidrelétricas e termelétricas fósseis.
Isso contribui para o alívio de nossos reservatórios hídricos e reduz a pressão
para outros usos estratégicos, como suprimento humano, agricultura, irrigação
e processos industriais. Adicionalmente, garante a redução do acionamento de
termelétricas fósseis, mais caras e poluentes, ajudando na diminuição de custos
aos consumidores e na mitigação dos impactos do aquecimento global.
O mito de que a energia solar fotovoltaica era cara já caiu por terra.
Atualmente, a fonte já apresenta um dos preços mais competitivos para a geração
de energia limpa e renovável no mercado elétrico brasileiro, além de promover o
alívio nanceiro das famílias e o aumento da competitividade do setor produtivo
no País.
Os números já impressionam, mas ainda estão muito aquém do potencial
da tecnologia e das necessidades do Brasil. Entretanto, o Governo Federal acaba de
dar um sinal claro de isonomia e transparência,
transparência, que contribuirá para a ampliação
dos investimentos em geração centralizada solar fotovoltaica.

241

UNIDADE 3 — DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Pela primeira vez, a fonte solar fotovoltaica participará do Leilão de Energia


Nova A-6 (LEN A-6). Essa conquista foi fruto do intenso trabalho desenvolvido
pela Absolar junto aos seus associados em reuniões com o Ministério de Minas e
Energia (MME) e inserções na mídia defendendo a visão do setor.
A Portaria Nº 222, de 6/5/2019, publicada pelo Diário Ocial da União,
estabeleceu as Diretrizes para a realização do Leilão de Compra de Energia
Elétrica Proveniente de Novos Empreendimentos de Geração, denominado
“A-6”, de 2019, com a inclusão da fonte solar fotovoltaica na modalidade por
quantidade de energia elétrica, com prazo de suprimento de 20 anos, em linha
com a recomendação da associação. O LEN A-6 tem previsão de ser realizado no
dia 26/9/2019, com início do suprimento de energia elétrica em 1/1/2025.
A geração centralizada solar fotovoltaica é, e continuará sendo, um dos
principais pilares para o crescimento da fonte no País, com a participação do setor
em leilões de energia elétrica organizados pelo Governo Federal, por meio dos
quais já foram contratados os 2.000 MW que estão em operação no Brasil.

O setor solar fotovoltaico está preparado e a postos para participar de todos


os leilões A-4 e A-6, deste e dos próximos anos, contribuindo para a expansão
renovável da matriz elétrica brasileira a preços competitivos. Queremos ajudar o
País a crescer com competitividade e sustentabilidade
sustentabilidade..
FONTE: <https://osetoreletrico
<https://osetoreletrico.com.br/perspe
.com.br/perspectivas-para-a-g
ctivas-para-a-geracao-cen
eracao-centralizada-solar-f
tralizada-solar-fotovol-
otovol-
taica-no-brasil/>.
taica-no-brasil/>. Acesso em: 7 ago. 2021.
242

RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:

• àO qualidade
Módulo 8 do
daProdist
energia(ANEEL, 2016), estabelece
elétrica (QEE), abordandoosaprocedimentos
qualidade do relativos
produto
e a qualidade do serviço prestado. O módulo ainda dene a terminologia,
caracteriza os fenômenos, parâmetros e valores de referência relativos à
conformidade de tensão em regime permanente e às perturbações na forma
de onda de tensão, estabelecendo mecanismos que possibilitem à ANEEL
xar padrões para os indicadores de QEE.
• A denição de um alimentador, segundo o Prodist (ANEEL, 2016), é a linha
elétrica destinada a transportar energia elétrica em média tensão que, por sua
função e utilização, tem comprimento que não ultrapassa a faixa de alguns
quilômetros. Portanto,
Portanto, é considerada linha curta, podendo ser modelada por
um circuito a parâmetros concentrados, RL série.
• Nos projetos de implantação, reforma e extensão dos sistemas de distribuição
de energia elétrica, é mais importante se conhecer a queda de tensão no
alimentador do que a própria tensão. Essa queda de tensão pode ser calculada
entre dois pontos quaisquer do alimentador, num determinado instante de
tempo, sendo que os extremos do alimentador são especialmente importantes.
• O raio de ação de um alimentador aaéreo
éreo é limitado pela queda de tensão
máxima admissível, denida na regulamentação da ANEEL (2017).
Dependendo da tensão nominal, das características do condutor (tipo,
diâmetro e espaçamento) e da carga suprida (quantidade, fator de potência e
tipo de distribuição).
• Em projetos de redes secundárias, as concessionárias instalam os
transformadores no centro da área atendida que, em muitos casos, não coincide
com o centro da carga. Assim, o cálculo de queda de tensão é fundamental
para o dimensionamento dos condutores. Para redes primárias, adota-se o
limite de queda de tensão inicial de 5%, para o horizonte de 10 ou 15 anos.

ADA
CHAM

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pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

243

AUTOATIVIDADE

1 Nas redes de distribuição as quedas de tensão nos alimentador


alimentadores,
es, ramais oou
u
transformadores são de interesse da concessionária, pois permitem estudos
relacionados às redes
dos alimentadores deveelétricas. O controle
ser mantido da tensão
dentro dos limitesnos pontosem
previstos terminais
normas
regulamentadoras,
regulamentado ras, através de controle de transformadores em subestações,
e também por outros dispositivos ao longo da rede e dos alimentadores,
tais como os reguladores de tensão e banco de capacitores, que seguem o
perl de carga ao qual estão alimentando. A respeito da queda de tensão
nas redes de distribuição de energia elétrica, analise as armativas:
I- O MMódulo
ódulo 8 do Prodist (Procedimentos de Distribuição de Energia
Elétrica) estabelece os procedimentos relativos à qualidade da energia
elétrica, abordando a qualidade do produto e a qualidade do serviço
prestado.
II- oferecer
AAANEEL
NEEL determinaconsumidoras.
às unidades ooss níveis de tensão que aass distribuidoras devem
III- Na distribuição um alimentador é considerado uma linha longa, já que
tem comprimento que ultrapassa centenas de quilômetros.
Com base nas armativas, assinale a alternativa CORRET
CORRETA:
A:
a) ( ) Somente a armativa III está correta.
b) ( ) Somente as armativa
armativass I e II estão corretas.
c) ( ) Somente as armativas I, II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a armativa II está correta.
e) ( ) Somente as armativas I e III estão corretas.
2 O controle de tensão em siste
sistemas
mas de distribuição de energia
energia é de grande
importância, tendo em vista a crescente demanda por energia elétrica,
associada ao aumento da exigência por padrões mínimos de qualidade.
Sobre qual é considerada uma medida corretiva para adequação dos níveis
de tensão na rede primária, assinale a alternativ
alternativaa CORRETA:
a) ( ) Transfer
Transferência
ência de carga entre alimentadores.
b) ( ) Construção de novos alimentadores.
alimentadores.
c) ( ) Mudança de tensão primária de alimentação.
d) ( ) Construção de nova subestação.
e) ( ) Remoção de reguladores de tensão instalados na rede.

244

3 Segundo a ANEEL, em 2020 a qualidade dos serviços de distribuição


de energia elétrica alcançou o melhor resultado histórico após registrar
quedas consecutivas
consecutivas nos últimos anos (AID, 2021). Entre os itens utilizados
para avaliação da qualidade do fornecimento de energia elétrica aos
consumidores em um sistema de distribuição, analise as assertivas:

FONTE: AID. ANEEL, 2021. Qualidade no fornecimento de energia em 2020 alcança melhor
resultado. Disponível em: https://bit.ly/3l8BtZb.
https://bit.ly/3l8BtZb. Acesso em: 8 set. 2021.

I- Continuidade do forne
fornecimento,
cimento, com ba base
se em índices qque
ue avaliam
avaliam a
duração e a frequência das interrupções em um período denido.
II- Número de tra
transformadores
nsformadores de distribuição
distribuição instalados por alimentador.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As assertivas I e II estão corretas.
b) ( ) Apenas a asser
assertiva
tiva I est
estáá correta.
c) ( ) Apenas a assertiva II está correta.
d) ( ) As assertiv
assertivas
as I e II não são proposições corretas.
4 Um alimentador de 10 km de extensão,
extensão, atende, na sua extremidade
extremidade,, a uma
carga de 1,2 kVA,
kVA, fator de potência 0,9, atra
através
vés de condutores CA 1/0. Calc
Calcule
ule
a tensão na carga, considerando a tensão V0 no início do alimentador igual
a 13,8 kV. Adotar para o cabo: z = 0,607 + j0,451 Ω/km.
5 Determinar o raio de ação ddee um alimentador de 13,8 kV,
kV, com limite de
queda de tensão de 3% impedância de 0,35 + j0,40 Ω/km, que atende uma
área cuja carga é de 1,5 MVA/km,
MVA/km, com fator de potência 0,8:
245

REFERÊNCIAS
ABRAMAN – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MANUTENÇÃO E GESTÃO
Dispositivos de manobra
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