0% acharam este documento útil (0 voto)
16 visualizações10 páginas

Tradição Oral: Literatura Africana

Trabalho de Tradição Oral e Cultura Africana
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
16 visualizações10 páginas

Tradição Oral: Literatura Africana

Trabalho de Tradição Oral e Cultura Africana
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 10

- spectos negativos.

República de Angola
--- «» ---

Instituto Superior de Ciências da Educação


--ISCED--

LUANDA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

Tradição Oral Como Obras Literarias

Estudante: Fernando Paulo Dias Fernandes


Curso: Ensino de História
Período: Regular
Ano academico 4º
Cadeira: T.O.C.A

Professor:
Prof. Msc. Eduardo Peres Alberto

Luanda, 2024
ÍNDICE

INTRODUÇÃO…………………………………………………………………. 3

Capitulo I:Tradição Oral…………………………………………………….… 5

Capitulo II: Tradição Oral Como Obra Literaria………………………..……6

CONCLUSÃO.............................................................................................…..…9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS…...……………………….....…. …….10

2
Introdução

Neste trabalho, vamos abordar sobre a Tradição Oral como obra literaria, a
tradição oral uma das areas primordiais para o estudo da história das sociedades sem
escritas, cuja as fontes são humanas, conservadoras do saber, é a tradição uma herança
cultural transmitida verbalmente de uma geração para a outra, essa transmissão que
congrega um conjunto complexo de conhecimentos desde crenças, arte. Moral, leís,
costumes e várias outras aptidões e habitos proprios de um determinado povo. Tornando
assim a tradição oral em uma fonte primordial para o estudo da História de África.

Tendo em conta o cáracter cientifico do Trabalho coloca-se a seguinte


Problemática: Como é que as Tradições Orais podem ser consideradas Obras
Literarias?

A esta pergunta de partida, apresentamos as seguintes hipóteses:

Hipótese um: Nas sociedades orais as obras literarias são tradições, e todas as
tradições conscientes são elocuções orais como em todas elocuções a forma e os
critérios influênciam o conteúdo da mensagem.

Hipótese dois: As civilizações africanas, no Saara e ao sul do deserto, eram em


grande parte civilizações da palavra falada, mesmo onde existia a escrita; como na
África ocidental a partir do século XVI, pois muito poucas pessoas sabiam escrever,
ficando a escrita muitas vezes relegada a um plano secundário em relação às
preocupações essenciais da sociedade.

Objectivo geral:

 Compreender o papel da tradição oral como obra literaria para


preservação do passado nas sociedades africanas.

Objectivos específicos:

 Analisar Tradição Oral;


 Descrever a Tradição Oral como Obra Literaria

Metodologia

Para alcançarmos os objectivos e solucionar a problemática levantada,


utilizamos o método dedutivo, ou seja, partimos da análise geral sobre o nosso tema que

3
é Tradição Oral como Obra Literaria. Aliado ao método dedutivo, utilizamos o método
de pesquisa bibliográfica, pois foi com base na análise de outros trabalhos semelhantes
que construímos este trabalho. há vários livros e artigos que abordam sobre o tema e
fizemos uso de alguns desses trabalhos para construir o nosso.

Das obras utilizadas, a que mais se destacou foi “História Geral de Africa Vol 1
cordenado por Joseph Ki Zerbo”.

O trabalho apresenta a seguinte estrutura:

 Capítulo I: Tradição Oral – Neste capitulo procuramos espelhar os


conceitos de tradição Oral e suas caracteristicas trazenda ainda mais
subsidios sobra a tradição oral.
 Capítulo II: Tradição Oral como Obra Literaria – no segundo,
procuramos descrever a Tradição Oral como Obra Literaria. Trazendo a
tona o porque de considerarmos a tradição uma obra literaria, ainda no
tema apresentamos questões relacionadas a origem dos lema de diversos
clâs, trouxemos questões relacionadas ao caracter literario destas
narrativas.

4
Capitulo I. Tradição Oral

A tradição oral foi definida como um testemunho transmitido oralmente de uma


geração a outra. Suas características particulares são o verbalismo e sua maneira de
transmissão, na qual difere das fontes escritas. Devido à sua complexidade, não é fácil
encontrar uma definição para tradição oral que dê conta de todos os seus aspectos. Um
documento escrito é um objecto: um manuscrito. Mas um documento oral pode ser
definido de diversas maneiras, pois um indivíduo pode interromper seu testemunho,
corrigir -se, recomeçar, etc. Uma definição um pouco arbitrária de um testemunho
poderia, portanto, ser: todas as declarações feitas por uma pessoa sobre uma mesma
sequência de acontecimentos passados, contanto que a pessoa não tenha adquirido novas
informações entre as diversas declarações.

Porque, nesse último caso, a transmissão seria alterada e estaríamos diante de


uma nova tradição. Algumas pessoas, em particular especialistas como os griots,
conhecem tradições relativas a toda uma série de diferentes eventos. Houve casos de
uma pessoa recitar duas tradições diferentes para relatar o mesmo processo histórico.
Informantes de Ruanda “relataram duas versões de uma tradição sobre os Tutsi e os
Hutu: uma, segundo a qual, o primeiro Tutsi caiu do céu e encontrou o Hutu na terra; e
outra, segundo a qual Tutsi e Hutu eram irmãos. Duas tradições completamente
diferentes, um mesmo informante e um mesmo assunto! É por isso que se inclui “uma
mesma sequência de acontecimentos” na definição de um testemunho.

Uma tradição é uma mensagem transmitida de uma geração para a seguinte.


Mas nem toda informação verbal é uma tradição. Inicialmente, distinguimos o
testemunho ocular, que é de grande valor, por se tratar de uma “imediata”, não
transmitida, de modo que os riscos de distorção do conteúdo são mínimos. Aliás, toda
tradição oral legítima deveria, na realidade, fundar -se no relato de um testemunho
ocular. O boato deve ser excluído, pois, embora certamente transmita uma mensagem, é
resultado, por definição, do ouvir dizer. Ao fim, ele se torna tão distorcido que só pode
ter valor como expressão da reacção popular diante de um determinado acontecimento,
podendo, no entanto, também dar origem a uma tradição, quando é repetido por
gerações posteriores. Resta, por fim, a tradição propriamente dita, que transmite
evidências para as gerações futuras. A origem das tradições pode, portanto, repousar
num testemunho ocular, num boato ou numa nova criação baseada em diferentes textos

5
orais existentes, combinados e adaptados para criar uma nova mensagem. Mas somente
as tradições baseadas em narrativas de testemunhos oculares são realmente válidas, o
que os historiadores do Islã compreenderam muito bem. Desenvolveram uma
complicada técnica para determinar o valor dos diferentes Hadiths, ou tradições que se
pretendiam palavras do Profeta, recolhidas por seus companheiros.

As tradições são também obras literárias e deveriam ser estudadas como tal,
assim como é necessário estudar o meio social que as cria e transmite e a visão de
mundo que sustenta o conteúdo de qualquer expressão de uma determinada cultura. É
por isso que nas seções seguintes trataremos respectivamente da crítica literária e da
questão do ambiente social e cultural, antes de passarmos ao problema cronológico e à
avaliação geral das tradições.

Capitulo II. A tradição como obra literária

Numa sociedade oral, a maioria das obras literárias são tradições, e todas as
tradições conscientes são elocuções orais. Como em todas elocuções, a forma e os
critérios literários influenciam o conteúdo da mensagem. Essa é a principal razão das
tradições serem colocadas no quadro geral de um estudo de estruturas literárias e serem
avaliadas criticamente como tal. Um primeiro problema é o da forma da mensagem. Há
quatro formas básicas, resultantes de uma combinação prática de dois conjuntos de
princípios. Em alguns casos, as palavras são decoradas, em outros, a escolha é entregue
ao artista. Em alguns casos, uma série de regras formais especiais são sobrepostas à
gramática da língua comum, em outros, não existe tal sistema de convenções.

Por exemplo, quando se reconhece que o lema de um clã é o produto de uma


série de empréstimos de outros lemas, sem que se possa identificar aquilo que constituía
o enunciado original e específico. Pode -se muito bem compreender por que as fórmulas
se prestam tão facilmente à interpolação. Na realidade, não existe nenhuma regra formal
que impeça esse processo. As fontes fixas são, em princípio, as mais valiosas, pois sua
transmissão é mais precisa.

Nas línguas bantu, seu significado pode ser descoberto, pois é grande a
probabilidade de uma língua vizinha ter conservado uma palavra com a mesma raiz que
o arcaísmo em questão. Em outros casos, devemos nos conformar com o comentário do

6
informante, que pode repetir um comentário tradicional ou… inventá-lo. Infelizmente,
esse tipo de Registro oral vem carregado de alusões poéticas, imagens ocultas, jogo de
palavras com múltiplos significados. Essa peculiaridade é bastante comum,
especialmente no que se refere aos poemas ou canções panegíricos da África meridional
(Tsuana, Sotho), oriental (a região lacustre), central (Luba, Congo) ou ocidental (Ijo).

Alguns desses versos provavelmente datam da criação da epopeia. Tais


“epopeias” existem na África? Acreditamos que sim e que algumas formas poéticas, de
Ruanda especialmente, assim como as canções -fábulas dos Fang (Camarões-Gabão),
pertencem a essa categoria. Devemos notar que não se pode reconstruir um verdadeiro
arquétipo para esses poemas épicos porque a escolha das palavras é deixada ao artista.
Todavia, é preciso salientar que os requisitos da forma são tais que, provavelmente,
todas as versões de uma “epopeia” baseiam-se num único original, o que
frequentemente é demonstrado pelo estudo das variantes.

Apesar dessas dificuldades, é possível descobrir a origem híbrida de uma


tradição, pela colecta de todas as suas variantes, inclusive das que não são consideradas
históricas, e recorrendo-se às variantes originárias dos povos vizinhos. Assim, pode -se,
por vezes, passar imperceptivelmente do mundo da história para o país das maravilhas;
por outro lado, eliminam-se as versões orais que não são baseadas em narrativas de
testemunho ocular. Essa abordagem crítica é essencial. Toda literatura oral tem sua
própria divisão em géneros literários. O historiador não só tentará apreender o
significado desses géneros para a cultura que está estudando, mas também colherá ao
menos uma amostra representativa de cada um, pois em todos eles pode-se esperar
encontrar informações históricas.

Socialmente, à concepção do mundo, é praticamente intraduzíveis, exigem que


se faça uma interpretação à luz do contexto literário no qual aparecem. É impossível
coligir tudo. O historiador vê -se obrigado, a levar em consideração requisitos práticos e
deverá se dar por satisfeito uma vez obtida uma amostra representativa de cada género
literário. Somente através da catalogação dos vários tipos de narrativa pertencentes ao
grupo étnico em estudo, ou a outros grupos, é possível discernir não só imagens ou
expressões favoritas, mas também os episódios estereotipados, como nas narrativas que
se poderia classificar como “lendas migratórias” (Wandersagen).

7
Por exemplo, uma narrativa Luba das margens do lago Tanganica conta como
um chefe livrou-se de outro, convidando-o a sentar-se num tapete sob o qual havia sido
cavado um poço contendo estacas com pontas afiadas. O chefe sentou-se e morreu. O
mesmo quadro pode ser encontrado dos grandes lagos até o oceano, e também entre os
Peul do Liptako (Alto Volta), os Haussa (Nigéria) e os Mossi de Yatenga (Alto Volta).
Devemos, sim, explicar por que o clichê foi utilizado. No caso mencionado, ele
simplesmente explica que um chefe elimina outro e acrescenta uma descrição de como
isso foi feito, que é fictícia mas agrada aos ouvintes.

8
Conclusão

Sendo a tradição oral uma das contradições mais discutidas no seio dos pesquisadores
históricos e não só, recomendamos ao leitor que não limite-se simplesmente neste conteúdo,
mas que procura aprofundar mais o seu estudo para o enriquecimento da ciência e da sociedade
em geral. Visto que a ciência é um paradigma aberto com lacunas que permitem a entrada de
novos conceitos.

9
Bibliografia
História geral da África, I: Metodologia e pré-história da África / editado por Joseph Ki
- Zerbo. – 2.ed. rev. – Brasília : UNESCO, 2010. 992 p.167-212.

10

Você também pode gostar