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Você será a parte mais triste de mim

Uma parte de mim que nunca será minha


É óbvio
Esta noite vai ser a mais solitária
Você ainda é o oxigênio que eu respiro
Eu vejo seu rosto quando fecho meus olhos
É torturante

Måneskin

28 de março 2023
Seattle

Dois dias atrás…

Às pressas saí de Olympia dirigindo como um louco até Seattle, retomar a essa cidade de
certo modo me causa um pavor do qual eu sei que não estou preparado mas mesmo assim
a inquietude de não tê-la aqui presente acaba comigo

— Encontrou sua mãe? – Philip pergunta assim que se aproximou dos portões da minha
casa

— Sim! Cadê ele?

— Quatro? – perguntou. Assenti vagamente esperando que entrasse em seu carro

— Morto

Philip declara sem o menor peso de culpa, seja nos ombros ou em sua face. Isso me prova
de que nunca estive errado quanto ao meu amigo, nunca em toda nossa bela convivência
ele me enganou sempre soube que ansiava por sangue ainda mais se tratando de alguém
como o Quatro

Me seguindo dirigimos e dominamos as ruas de Seattle éramos nós no comando, limpando


e causando um caos por onde os pneus dos nossos carros deslizam no asfalto

O galpão indicado por Laura era afastado mas não em outra cidade como onde minha mãe
se encontrava escondida e mesmo estando tarde não paramos continuamos a dirigir sob o
único objetivo encontrá-la e trazê-la de volta

***

Era cedo do dia seguinte e ainda dirigimos, agora passávamos por uma estrada vazia e
raramente se via um carro o único barulho era dos nossos motores preenchendo o
ambiente vazio
— James precisamos parar, nem que seja para abastecer – Philip grita entre os ventos

— Porra! Não dá, a cada uma pausa que fizermos sobre suas exigências ela estará
sofrendo, passando por sabe se lá o que nas mãos do Jacob

Eu sentia, sentia que ela estava em perigo, sentia que passava por momentos ruins, sentia
que se encontrava perdida e sem esperanças

— Devia ter pensado nisso antes – dispara

— … Eu sei porra EU SEI! E com sei…

— Tem um posto logo ali

Tomou a frente de minha direção parando para abastecer. Sim ele tinha razão eu deveria ter
pensado nisso antes e mesmo assim preferi fazer o que meu pai mandou mas tudo que eu
tinha agora era o tempo que não estava muito ao meu favor

Eu olhei para o céu e mentalmente me vi implorando para que Deus a salvasse, que tivesse
piedade ao menos dela, compaixão por alguém que no fim só é a vítima

Estaciono meu carro e me encarrego de abastecê-lo, Philip já havia terminado, agora


escorava sua bunda no capô enquanto fumava um cigarro e apesar de parecer calmo eu via
em seu rosto os lábios repuxarem e os olhos terem espasmos

— Pelo que consta aqui estamos quase chegando – ele diz

Hoje em dia o galpão já não consta mais no mapa assim como quaisquer outras coisas dos
Collins essa também está fora do alcance de todos exceto por mim. Laura sabia
exatamente onde ficava e confio que esteja certa o lugar é bem afastado da civilização de
Seattle mesmo assim ainda faz parte da cidade

Mesmo constando uma enorme área verde eu saberia que encontraria este lugar pois as
instruções eram claras e evidentes, o sinal do celular já não pegaria e ao passar por uma
casa já abandonada o galpão estaria logo ao lado

— Vamos!

Entrei em meu carro e dei partida pelo retrovisor pude vê o carro de Philip se aproximar
juntando o carro ao lado do meu. Faltava pouco menos de 100 km para chegarmos mas
quanto mais nos aproximamos menos eu me sentia preparado, mais ansiosa eu ficava e
mais forte batia meu coração

— James!! – ela gritava desesperadamente

Assim que terminei o meu cigarro sai da sacada, o correto seria ignorá-la para seu próprio
bem mas como algo ruim em mim grita para tê-la nem que seja para suprir o inferno que
carrego nos ombros, eu apenas ignoro e desço
— Oi olhos lindos…

— Você veio – seus pensamentos soou alto arrancando de mim um sorriso, aquele que
sabia que gostava

— Você chama eu venho, sou facinho, facinho! – digo enquanto meus dedos tocaram suas
bochechas ensopadas devido a chuva

— JAMES??? PORRA É UMA EMBOSCADA

Balanço minha cabeça continuamente para assim espantar as lembranças que tanto me
atormenta, aquelas que eu desejo intensamente que sejam verdadeiras. Através do
retrovisor vejo carros pretos que como sempre dirigiam em códigos dois tomam a nossa
frente fechando nossa passagem fazendo assim freamos instantaneamente

Outros três carros estavam atrás impossibilitando nosso retorno rapidamente, os dois que
estavam à nossa frente junto com os de trás fecharam totalmente quaisquer meios de fuga.
Em círculo criaram uma tração nas rodas traseiras subindo uma névoa branca dificultando
nossas vistas

Ah olhos lindos…

Fecho meus olhos com força depois solto uma longa e excruciante lufada de ar, abro os
olhos me concentrando em um ponto específico do volante mentalmente despejo todo o tipo
de xingamento e com ajuda dos dedos envolvo meus cabelos e os puxo

— James porque isso parece uma despedida? – perguntou assim que se afastou para me
olhar

Não será uma despedida, não se eu fizer algo, não se eu tomar as medidas devidas para
acabar de uma vez por todas com essas grandes tragédias do destino

Desço do carro e de imediato as janelas abaixam postando todo seu armamento para fora,
incontáveis pontos vermelhos se espalham pelo meu corpo, eu deveria me desesperar
talvez – pensei. Mas não o fiz porque independentemente da situação meu corpo, minha
mente e alma se encontravam totalmente entregues a ela

— Vão em frente… ATIREM!!! – grito, mas nada é feito

Espero mais alguns segundos e novamente nenhuma atitude é tomada, nenhum dos
homens de Jacob se atreveriam a tanto e posso dizer que o que se atreveu hoje está morto.
Ofereço a eles uma risada amarga e tenebrosa essa mesma que os fazem tremer
instantaneamente

— Atirem ou saem da minha frente!


Dou as costas ignorando todos aqueles que me apontam uma arma prontamente
engatilhada para matar, adentro a McLaren e o ronco do motor soou pelos ares apertei
firmemente o volante entre meus dedos notando assim os nós ficarem brancos

Os carros foram liberando passagem exceto o que se mantinha a minha frente, um homem
de estatura mediana desceu e não pude reconhecê lo devido a balaclava que usava, seu
braço direito se ergueu deixando evidente o calibre 44 em sua mão

O cano da arma que se mantinha apontado em minha direção fumegou cravando se uma
bala em um dos meus pneus, outros muitos disparos atingiram não só meu carro como o de
Philip também. Causando o que eles tanto queriam o meu atraso

Porra

Medo e relutância estavam estampados na minha face, embora eu tivesse plena


consciência de que provocar Jacob seria como assinar minha sentença de morte, eu
deveria continuar, por ela. Eu tinha muita raiva ardendo dentro de mim e quando me
concentrei em meu reflexo vi meus olhos ganhar um ar sombrio e cruel

Não estou muito longe…

Corri. Corri como ninguém havia corrido antes o tempo era meu inimigo, a mente me
torturava com possíveis cenários existentes mas a dor ela era dilacerante e angustiante era
algo que nunca me abandonou, era algo maior do que podia sustentar.

A todo momento meu coração doía, foi como sentir na alma, na carne e na mente tudo que
ela estava passando. Minha pele estava fria, meus lábios estavam secos, os pulmões
pareciam estar cheios de água e eu mal conseguia respirar mesmo assim eu corri.

Corri para ela, para os meus olhos lindos…

Quando avistei o galpão me aproximei desesperadamente do portão de entrada onde nele


continha um enorme cadeado sem tempo a perder contornei o lugar encontrando ali nos
fundo uma outra entrada que se mantinha com a porta escancarada

Jacob…

— AYLA!!! – grito pelo seu nome uma, duas, três até quatro vezes

— Achou ela? – ofegante Philip perguntou. Nego várias vezes

O pavor se instalou em meu corpo e diversas possibilidades se passavam agora em minha


mente. Corro até às escadas e subo de dois em dois, eram tantos os degraus que minhas
vistas começará a ficar embaraçadas acessei o corredor e havia total de três portas

Porra. Porra. Porra

Arrombei a primeira. Nada


Depois a segunda. Outra vez nada

A minha esperança se concentrou total na terceira porta mas quando a arrombei ela
também não se encontrava lá

— AYLAA!

Não pode ser… olhos lindos, cadê você?

Caminhei pelo vasto corredor sentindo o medo e a raiva tomarem conta do meu corpo,
aquilo entorpecia minhas veias entupindo as de ódio com um fundo amargo da dor

— Porque escolheu essa música?

— A melancolia combina com a gente, não acha?

Chacoalhei minha cabeça e com uma pausa recupero meu fôlego, cruzando a esquerda
encontrei-me com outra porta e em mim nasceu um resquícios de esperança, puxei
abruptamente a abrindo naquele instante o mundo desapareceu e tudo que senti foi uma
enorme felicidade se apossar de mim

A garota estava suja e mal cuidada ao meu ver parecia mais magra, as roupas que
antigamente eram brancas não passavam de farrapos e seu corpo é irreconhecível tantos e
tantos machucados, diversos sangramentos e a sua inconsciência a acompanhavam

— Ayla eu estou aqui! Abra os olhos… por favor – supliquei tocando suas bochechas já
sem cor

Nada acontecia

— PORRA… abra os olhos, eu estou aqui Ayla!

Livrei seus braços e pernas que até então estavam presos em meu colo eu a seguro
colocando sobre o concreto frio e duro, checo seus sinais vitais que agora estavam mais
fracos do que o soar de um sino também aplico as práticas de primeiros socorros

— Liga pra emergência. AGORA! – digo para Philip que se mantinha em pé próximo a porta
ainda em estado de choque

Minhas mãos quentes tocaram seu rosto congelante acariciando a pele já apagada,
analisando com total atenção sua feição que mesmo já sem vida ainda sim era muito bonita

— Não me deixe, não me deixe por favor… – outra súplica — Olhos lindos aguente firme,
vai ficar tudo bem eu te prometo – curvando meu corpo encostei minha testa a sua

— James?...
Eu estava alucinando? Ou eu realmente ouvi ela me chamar?

Me desencostei de sua testa para poder olhar lá e seria inevitável não sorrir eu, seria louco
se não me emocionasse com suas íris azuis totalmente vidradas em mim

— Você… veio – ela diz

Sim, eu vim e viria mil vezes se fosse preciso…

No entanto, eu não disse nada, apenas afaguei seus cabelos e juntei nossas testas ficando
ali imóvel lutando contra o vazio em meu estômago e percebendo que não tinha certeza se
essa sensação ainda era ódio… ou medo

Medo de que a garota que eu amo morresse, medo de que por ter simplesmente feito
escolhas erradas eu perdesse agora a única coisa que fazia sentido, a única quem fazia
meus dias brilharem

O problema do ódio era que, quando a emoção inicial se enfraquecia, as reações a ela
permaneciam. Os punhos cerrados e as veias quentes, a visão embaçada e o pulso
acelerado não saberei reagir sem ela

— Estão a caminho! – Philip disse

— Ouviu olhos lindos – acaricio seu rosto com as costas da mão — Estão vindo, vai ficar
bem!

Minha atenção se volta para mulher com os belos olhos azuis me observando e tentando de
todos os modos e maneiras me dizer algo

— Eu não sabia… não sabia que precisava estar morrendo para você dizer meu nome – ela
diz com dificuldade e o seu breve sorriso a faz tossir

Uma fraca risada me escapa e partir disso eu vi seus olhos brilharem

Ela amava isso…

— Não se esforce Ayla

Um suspiro e ela me entrega um bonito sorriso

— Fala de novo – pede

— Ayla, Ayla, Ayla…

Repito três vezes seu nome e a vejo sorri novamente, da mesma forma em que toquei no
seu rosto ela o faz agora aproximando nossos rostos meus lábios tocaram o seu de forma
suave e leve
— Um beijo com carinho – com o indicador contornei seus traços dando uma atenção a
mais aos lábios

Era linda, mesmo na sua atual condição se mantinha linda e com seus belos traços
delicados.

— James… eu não aguento mais – declarou

Seu peito explodiu em uma tosse horrível ocasionado a expulsão do sangue que sairá da
sua boca, meus olhos seguiram o rastro e algo dentro de mim também sangrou

Ofegante e com os olhos transbordando de água ela perguntou:

— Porquê não falou o que sentia?

— Nunca confessei abertamente o meu amor, mas, se é verdade que os olhos falam, até
um idiota teria percebido que eu estava completamente apaixonado

Rola uma lágrima por suas maçãs pálidas

— Talvez em outra… – ela tenta dizer mas as palavras se mantém presas na garganta
enquanto os olhos parecem rios se transbordando

— Shhhh… mantenha a calma a ambulância está vindo

Daqui de onde estávamos pude ouvir ao longe o soar da ambulância

— Talvez em outra vida eu consiga te mostrar o quanto gostei de você, o quanto eu gostei
de quando me arrancou daquele balcão

— Não precisará de outra olhos lindos, vai ficar tudo bem!

O barulho se fez cada vez mais presente, o ambiente logo se encheu de paramédicos e em
algum momento no qual eu não percebi me afastaram do corpo dela

Minhas vistas escureceram, minha pele congelou e o coração parou. Lágrimas caíram e eu
só percebi que estava chorando quando as gotículas d'água acertaram minha mão. Não
percebi que as lágrimas haviam começado a escorrer por meu rosto com mais velocidade
do que as batidas aceleradas de meu coração até que a postura rígida se suavizou e meus
olhos duros ficaram preocupados

— Não foi possível salvá la – um dos paramédicos disse para meu amigo

Não. Não. Não

Tudo ao meu redor gira e um vazio inigualável me alcança, eu aceitaria outra chance
tomaria esses dois tiros por você, eu precisava dela assim como nós precisávamos de um
coração batendo dentro peito, eu a amo como um fogo vermelho mas tudo está se tornando
azul e nossas memórias vão se congelando

É tarde demais para me arrepender?

É tarde demais para me desculpar?

É tarde demais para me reparar?

— Eu deveria quebrar a sua cara – as mãos de Philip tocaram meus ombros trazendo
minha atenção para si — Mas perder ela já é o suficiente para você sofrer

Seu corpo foi levado e as pessoas foram sumindo incluindo Philip e naquele lugar
totalmente escuro e só, eu me sentia acolhido, sentia que ainda havia uma memória viva,
sentia ela ainda por perto mas a raiva explodiu em meu peito junto da mágoa e perda
significativa

***

Alguns dias depois…

Era uma manhã fria, nebulosa e cheias de folhas secas ao chão. Nenhum pássaro cantou,
nenhum ruído se fez presente tudo que pairava ao ar era o fafarlhas das árvores no fim de
outono, nas ruas quase não haviam movimentos e tudo parecia acontecer em câmera lenta

Seu corpo estava ali com flores de todos os tipos em volta e uma expressão neutra a
acompanhava, seus batimentos estavam pela primeira vez zerados e o que te trouxe um
alívio se tornou o pesadelo de quem ficou

Todos a sua volta usavam preto em luto pela vida que te matou, alguns choravam e outros
se perdiam ao olhar para o nada. Seu corpo ali presente dentro de um caixão estava
acompanhado da sua roupa preferida que sua mãe mesmo escolheu, ela também fez
questão de te maquiar para assim recordar de uma última lembrança sua

Ayla era uma perda significativa nos corações daqueles que restou e até mesmo o seu pai,
um homem totalmente ardiloso e sem escrúpulos permanecia destruído e com olheiras de
quem havia passado noites em claro

As horas voam e todos aqueles ali presente queiram se despedir de você, todos
acompanhavam seu funeral enquanto sua música preferida era tocada. Ao seu redor
continha incontáveis coroas de rosas brancas nenhum pingo sequer de vermelho se fez
presente

Mesmo longe pude ouvir os questionamentos dos parentes que ali se mantinham

“ Ela não estava bem ? O que será que aconteceu? “

E foram tantas as coisas que aconteceram que nunca ninguém terá dimensão disso
Um último aviso fora dito, todos teriam exatos 6 minutos para se despedir, para lhe dizer um
último adeus. Me aproximei do seu caixão e pela primeira vez desde a sua partida te olhei
sem exitar, afaguei seus cabelos e beijei sua testa em forma de proteção que não conseguir
dar a tempo

A ficha de quem te amou não havia caído, afinal não podia ser você ali, sem seus sorrisos
que se repararem bem veriam toda a sua dor que um dia esteve guardada

— Tirem ele daqui! Ele é o culpado, tirem!! – gritou Jorge

— O único culpado é você! – declarei em alto e bom som

— Por favor… já chega, a minha filha está morta e nada nem ninguém pode trazê-la de
volta

A voz de Eliza foi sumindo dando lugar às lágrimas que se mantém presa na garganta,
vendo agora o caixão de sua filha ser fechado era como se sentimento de perda batesse na
hora da partida segurando uma rosa caminharam para cova e assim ela foi levada durando
em média três minutos até o seu novo lar

A preparação foi feita e naquela vala o caixão começará a descer, sua mãe desesperada
gritou, os joelhos do seu pai cederam ao chão, amigos e amigas se afogavam em lágrimas
e muitos ainda não entendiam, muitos contestavam e muitos serviram de apoio um para o
outro

Balões foram soltos para que chegasse ao seu alcance, as rosas foram jogadas e
enterradas juntas a você e em sua lápide dizia:

“ Em memória de Ayla Campos Sales


11 de dezembro de 2004 – 28 de março de 2023
Será sempre muito amada e lembrada “

Conforme o tempo foi passando o cemitério ia ficando cada vez mais vazio restando apenas
eu e o lugar no qual te coloquei, a dor também se manteve presente afinal ela nunca nos
abandonou sempre seguiuse conosco até no dia que você partiu

— James… vamos? – as mãos suaves de Vênus tocaram os meus ombros

— Podem ir! Quero ficar só mais um pouco

— Deixe a rosa e venha você também precisa descansar e se cuidar – ela diz no intuito de
me convencer

— Não jogarei a rosa – sussurrei

— Como?
— Ayla não gostava de rosas e no entanto aqui eu jogo todo sentimento que cultivei por ela
e nunca fui capaz de dar a ela

— Muito bonito o que disse, mas pense que ela não morreu. Aqui do descansa mais um
espírito cujo o corpo adormeceu

Senti quando ela se afastou, senti também quando meus olhos arderam e ao olhar para o
céu nossos olhos derramaram uma lágrima

Acabou, e sua alma ainda busca por paz…

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