Organização do Estado no Brasil
Organização do Estado no Brasil
2015)
4. DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
TÍTULO III
Da Organização do Estado
CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
§ 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou
formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através
de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do
período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às
populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e
publicados na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de 1996)
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles
ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse
público;
CAPÍTULO II
DA UNIÃO
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional
ou nele permaneçam temporariamente;
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VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente
as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de
15/08/95:)
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que
transponham os limites de Estado ou Território;
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a
Defensoria Pública dos Territórios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito)
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem
como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo
próprio; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão;
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as
inundações;
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de
seu uso; (Regulamento)
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes
urbanos;
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
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XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a
pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus
derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação
do Congresso Nacional;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e
usos médicos, agrícolas e industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de meia-
vida igual ou inferior a duas horas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 49, de 2006)
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa.
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
II - desapropriação;
V - serviço postal;
XI - trânsito e transporte;
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública
dos Territórios, bem como organização administrativa destes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de
2012) (Produção de efeito)
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XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização das polícias
militares e corpos de bombeiros militares;
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas
diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37,
XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das
matérias relacionadas neste artigo.
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as
paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico,
artístico ou cultural;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores
desfavorecidos;
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XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e
minerais em seus territórios;
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
II - orçamento;
V - produção e consumo;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do
meio ambiente e controle da poluição;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico;
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015);
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos
Estados.
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para
atender a suas peculiaridades.
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for
contrário.
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CAPÍTULO III
DOS ESTADOS FEDERADOS
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios
desta Constituição.
§ 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
§ 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na
forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 5, de 1995)
§ 3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e
microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e
a execução de funções públicas de interesse comum.
CAPÍTULO IV
Dos Municípios
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da
obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse
local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de
ensino fundamental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da
população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do
parcelamento e da ocupação do solo urbano;
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e
pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
§ 1º - O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados
ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
§ 2º - O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar,
só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.
§ 3º - As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer
contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á por lei orgânica, votada em dois turnos
com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos
os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º - Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
§ 4º - Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do
corpo de bombeiros militar.
Seção II
DOS TERRITÓRIOS
Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.
§ 1º - Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no
Capítulo IV deste Título.
§ 2º - As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do
Tribunal de Contas da União.
§ 3º - Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador nomeado na forma desta
Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e defensores
públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa.
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Informativos STF - 2014
ADI: lei estadual e regras para empresas de planos de saúde (Prazo máximo para autorização de exame
médico – plano de saúde)
Afronta a regra de competência privativa da União para legislar sobre direito civil e comercial, e sobre política de seguros
(CF, art. 22, I e VII, respectivamente), a norma estadual que determina prazos máximos para a autorização de exames,
que necessitem de análise prévia, a serem cumpridos por empresas de planos de saúde, de acordo com a faixa etária do
usuário. Com base nessa orientação, o Plenário julgou procedente pedido formulado em ação direta para declarar a
inconstitucionalidade da Lei pernambucana 14.464/2011. Preliminarmente, o Tribunal reconheceu a legitimidade ativa da Unidas
– União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde, porque teria como membros pessoas e entidades com um propósito
específico. No mérito, asseverou que a lei questionada disporia sobre matéria contratual, portanto, de direito civil e, na hipótese,
tema assimilável a seguros, da competência privativa da União.
ADI 4701/PE, rel. Min. Roberto Barroso, 13.8.2014. (ADI-4701)
(Informativo 754, Plenário)
Carteira de identidade: tipo sanguíneo e fator Rh - 1 (Conteúdo da cédula de identidade – registro público)
O Plenário, por maioria, julgou improcedentes pedidos formulados em ações diretas de inconstitucionalidade ajuizadas contra a
Lei 12.282/2006, do Estado de São Paulo, e a Lei 14.851/2009, do Estado de Santa Catarina, que dispõem sobre a inclusão dos
dados sanguíneos na carteira de identidade emitida pelo órgão de identificação do Estado-membro. O Tribunal observou que o
devido equacionamento da distribuição constitucional de competências legislativas entre a União, os Estados-membros, o
Distrito Federal e os Municípios levaria sempre em conta o princípio federativo. Sublinhou que a exigência de conformação
legislativa uniforme da matéria no território nacional emergiria da própria finalidade social da manutenção de registros. Constatou
que a natureza jurídica da cédula de identidade seria de registro público e sua disciplina legislativa competiria
privativamente à União (CF, art. 22, XXV). Salientou que, ao fixar a competência privativa da União no tocante à natureza, à
forma, à validade e aos efeitos dos registros públicos em geral e da carteira de identidade em particular, a Constituição imporia
aos Estados-membros, ao Distrito Federal e aos Municípios a observância do quanto disciplinado pela União sobre a matéria.
ADI 4007/SP, rel. Min. Rosa Weber, 13.8.2014. (ADI-4007)
ADI 4343/SC, rel. Min. Rosa Weber, 13.8.2014. (ADI-4343)
(Informativo 754, Plenário)
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saber se o Estado-membro adentrara o campo reservado à União. Observou que, nos autos, se discutiria se a lei estadual
usurpara a competência da União para legislar sobre normas gerais de proteção e de defesa da saúde, além de violar o
direito à saúde (CF, artigos 6º, “caput”; 24, XII, §§ 1º e 2º; e 196). Reconheceu que o sistema de distribuição de competências
materiais e legislativas privativas, concorrentes e comuns entre os três entes da Federação, assim como estabelecido na
Constituição e tendo em vista a aplicação do princípio da predominância do interesse, seria marcado pela complexidade, e não
seria incomum acionar-se o STF para solucionar problemas de coordenação e sobreposição de atos legislativos, especialmente
federais e estaduais.
ADI 4954/AC, rel. Min. Marco Aurélio, 20.8.2014. (ADI-4954)
(Informativo 755, Plenário)
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ADI 4387/SP, rel. Min. Dias Toffoli, 4.9.2014. (ADI-4387)
(Informativo 757, Plenário)
Telefonia fixa e proibição de assinatura mensal (Proibição de cobrança de assinatura mensal por serviços de
telecomunicações).
Por reputar usurpada a competência privativa da União para legislar sobre telecomunicações (CF, art. 22, IV), o Plenário
confirmou medida acauteladora (noticiada no Informativo 592) para julgar procedente pedido formulado em ação direta ajuizada
em face da Lei 13.854/2009 do Estado de São Paulo. A norma proíbe a cobrança de assinatura mensal pelas concessionárias
de serviços de telecomunicações.
ADI 4369/SP, rel. Min. Marco Aurélio, 15.10.2014. (ADI-4369)
(Informativo 763, Plenário)
Por reputar usurpada a competência privativa da União para legislar sobre comércio exterior (CF, art. 22, VIII), o Plenário julgou
procedente pedido formulado em ação direita para declarar a inconstitucionalidade da Lei 12.427/2006 do Estado do Rio Grande
do Sul (“Art. 1º - Fica proibida a comercialização, a estocagem e o trânsito de arroz, trigo, feijão, cebola, cevada e aveia e seus
derivados importados de outros países, para consumo e comercialização no Estado do Rio Grande do Sul, que não tenham sido
submetidos à análise de resíduos químicos de agrotóxicos ou de princípios ativos usados, também, na industrialização dos
referidos produtos. § 1º - Compreende-se como agrotóxicos o definido conforme a legislação federal. § 2º - O certificado ou laudo
técnico será o documento hábil para atestar a realização da inspeção de que trata o ‘caput’, de forma a evitar a presença de toxinas
prejudiciais à saúde humana. Art. 2º - Fica obrigatória a pesagem de veículo que ingresse ou trafegue no âmbito do território do
Estado, transportando os produtos, aos quais se refere o art. 1º desta Lei, destinados à comercialização em estabelecimento ou ao
consumidor final, no Estado do Rio Grande do Sul. Parágrafo único. Quando da pesagem, será obrigatória a apresentação da
documentação fiscal exigida, bem como do documento de que trata o § 2º do art. 1º desta Lei”).
ADI 3813/RS, rel. Min. Dias Toffoli, 12.2.2015. (ADI-3813)
O Colegiado consignou que competiria à União a definição dos requisitos para o ingresso de produtos estrangeiros no País, visto
se tratar de típica questão de comércio exterior (CF, art. 22, VIII). Recordou que, de acordo com a exposição de motivos da
mencionada lei, a proibição em questão teria objetivo claro de evitar que a população gaúcha consumisse produtos contaminados
por agrotóxicos que, pela legislação federal, seriam de uso proibido no País, por serem nocivos à saúde, mas que teriam uso
regular na Argentina e no Uruguai. Entretanto, em que pese a relevância das preocupações do Poder Legislativo gaúcho, a lei não
esconderia o propósito de criar requisitos especiais ao ingresso naquele Estado-membro de produtos agrícolas provindos do
exterior. Ao fazê-lo, a lei, por consequência lógica, restringiria a entrada desses produtos não apenas no Rio Grande do Sul, mas
em todo o País. Frisou que não seria possível compreender a matéria como pertencente ao âmbito legislativo concorrente dos
Estados-membros, sob o argumento de tratar-se de legislação concernente à proteção da saúde dos consumidores (CF, art. 24, V e
XII, §§ 1º e 2º). Ainda que se tratasse de questão, sob certo ponto de vista, de competência concorrente (consumo e proteção à
saúde), predominariam, na hipótese, os limites da competência privativa da União para legislar sobre comércio exterior e
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interestadual. No caso, a norma impugnada, ao criar um certificado estadual para os produtos agrícolas, de modo a permitir que as
próprias autoridades estaduais fiscalizassem a existência de resíduos de agrotóxicos, teria invadido competência que seria própria
das autoridades federais.
ADI 3813/RS, rel. Min. Dias Toffoli, 12.2.2015. (ADI-3813)
(Informativo 774, Plenário)
As competências para legislar sobre energia elétrica e para definir os termos da exploração do serviço de seu fornecimento,
inclusive sob regime de concessão, cabem privativamente à União (CF, artigos 21, XII, b; 22, IV e 175). Com base nesse
entendimento, o Plenário julgou procedente pedido formulado em ação direta para declarar a inconstitucionalidade do art. 2º da
Lei 12.635/2005 do Estado de São Paulo (“Art. 2º Os postes de sustentação à rede elétrica, que estejam causando transtornos ou
impedimentos aos proprietários e aos compromissários compradores de terrenos, serão removidos, sem qualquer ônus para os
interessados, desde que não tenham sofrido remoção anterior”). A Corte, em questão de ordem, por entender não haver
necessidade de acréscimos instrutórios mais aprofundados, converteu o exame da cautelar em julgamento de mérito. Apontou que
a norma questionada, ao criar para as empresas obrigação significativamente onerosa, a ser prestada em hipóteses de conteúdo
vago (“que estejam causando transtornos ou impedimentos”), para o proveito de interesses individuais dos proprietários de
terrenos, teria se imiscuído nos termos da relação contratual estabelecida entre o poder federal e as concessionárias que exploram
o serviço de fornecimento de energia elétrica no Estado-membro.
ADI 4925/SP, rel. Min. Teori Zavascki, 12.2.2015. (ADI-4925)
(Informativo 774, Plenário)
SÚMULAS
Súmula Vinculante 2/STF É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas
de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.
Súmula 722/STF Competência Legislativa - Definição dos Crimes de Responsabilidade - Estabelecimento das Normas
de Processo e Julgamento. São da competência legislativa da União a definição dos crimes de responsabilidade e o
estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento.
Súmula 19/STJ Horário Bancário - Fixação – Competência. A fixação do horário bancário, para atendimento ao
público, é da competência da União.
QUESTÕES DE CONCURSOS
01 - (FCC_TRT-16_2014_TJAA) Nos termos preconizados pela Constituição Federal, é competência comum da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
(C) explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de transporte rodoviário
interestadual de passageiros.
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02 - (FCC_TRT-02_2014_OJAF) 23. Sobre as competências:
I. É inconstitucional lei estadual que estabelece regime especial de pagamento parcelado de multas de trânsito
aplicadas em rodovias estaduais, pois dispõe sobre matéria de competência legislativa privativa da União.
II. A autonomia política assegurada aos Estadosmembros alcança a competência legislativa para tornar obrigatório o
uso permanente de faróis baixos, inclusive durante o período diurno, aos veículos automotores que trafeguem nas
rodovias estaduais, de modo a elevar os níveis de proteção e segurança nas estradas.
III. É inconstitucional lei estadual que condiciona a obrigatoriedade da cobrança das multas aplicadas pelos órgãos
estaduais de trânsito ao recebimento da notificação via serviço postal, pois dispõe sobre matéria de competência
legislativa privativa da União.
I. É inconstitucional lei estadual que institui dever a supermercados e estabelecimentos assemelhados de expor, num
mesmo local ou gôndola, os produtos alimentícios especialmente elaborados sem o uso de glúten como medida
protetiva aos portadores de doença celíaca, pois trata-se de matéria sujeita à competência privativa dos Municípios
para legislar sobre assuntos de interesse local.
II. A autonomia política dos Estados-membros alcança a competência legislativa privativa para conferir ao Defensor
Público-Geral do Estado estatura administrativa de Secretário de Estado, submetendo sua nomeação à livre escolha
do Governador.
III. A autonomia política dos Estados-membros não alcança a competência legislativa para instituir comissão
estadual voltada a autorizar, monitorar e fiscalizar a pesquisa, e demais atividades relacionadas ao setor nuclear, de
modo a assegurar que suas aplicações garantam a saúde, o bem-estar e a segurança da população, bem como, a
preservação do meio ambiente.
(A) I.
(B) II.
(C) II e III.
(D) III.
(E) I e III.
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04 - (FCC_TRT-02_2014_TJAA) O Brasil assume a forma de Estado Federal na Constituição Federal. É correto afirmar
a respeito da forma federativa brasileira:
(A) Os municípios podem ser criados, fundidos ou desmembrados por lei complementar federal.
(B) Os Estados-membros possuem autonomia administrativa e política, sendo dado a eles o direito de secessão.
(C) Os municípios não são órgãos federativos, uma vez que não possuem representatividade no Senado Federal.
(D) Os Estados e municípios têm autonomia federativa, que se baseia na atribuição de competências próprias e na
existência de órgãos governamentais próprios.
(E) Os Estados e municípios não detêm personalidade jurídica no Direito Público Interno, mas somente a União.
06 - (FCC_TRT-05_2013_AJAJ) Certa lei estadual dispôs sobre contrato de trabalho firmado com empregados públicos
estaduais, contratados sob o regime celetista, tratando da jornada de trabalho, férias e rescisão do contrato de
trabalho, divergindo da legislação trabalhista aplicável aos empregados de modo geral. À luz da Constituição
Federal, a matéria objeto da referida lei insere-se no âmbito da competência legislativa
(A) dos Estados, uma vez que versa sobre contrato de trabalho firmado com servidores da Administração pública
estadual, mas a lei estadual não pode impor ao empregado público regime de trabalho menos favorecido do que
aquele previsto na legislação trabalhista.
(B) dos Estados, uma vez que versa sobre contrato de trabalho firmado com servidores da Administração pública
estadual, cabendo ao Estado dispor sobre o regime de trabalho do empregado público independentemente daquele
previsto na legislação trabalhista.
(C) da União, visto tratar sobre direito do trabalho, sendo vedada a delegação desta competência aos Estados, uma
vez que o direito do trabalho é objeto de pactos internacionais celebrados pela República Federativa do Brasil.
(D) da União, a quem cabe legislar privativamente sobre direito do trabalho, podendo delegar a competência aos
Estados para legislarem sobre questões específicas sobre a matéria.
(E) concorrente entre União e Estados, cabendo à União legislar sobre normas gerais e aos Estados exercer a
competência suplementar, inclusive no caso de inexistência de normas gerais da União.
07 - (FCC_TRT-18_2013_TJAA) Nos termos preconizados pela Constituição Federal de 1988, a competência para
legislar sobre desapropriação é :
(A) privativa da União, e Emenda Constitucional poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas
sobre desapropriação.
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(B) comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
(C) privativa da União, e Lei Complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas sobre
desapropriação.
(E) privativa da União, sendo vedada a edição de qualquer norma autorizando Estados, Distrito Federal e Municípios
a legislar sobre questões específicas sobre desapropriação
08 - (FCC_TRT-15_2013_TJAA) Lei federal que dispusesse sobre serviço postal, prevendo que sua manutenção
competiria à União, mas autorizasse os Estados a legislar sobre questões específicas da matéria,
II. seria compatível com a Constituição da República, no que se refere à manutenção do serviço postal.
III. somente poderia autorizar os Estados a legislar sobre a matéria, nesses termos, se fosse lei complementar.
(A) I, II e III.
(B) I, apenas.
09 - (FCC_TRT-15_2013_TJAA) Lei federal que autorizasse os Estados a legislarem sobre aspectos específicos de
procedimentos em matéria processual seria
(A) incompatível com a Constituição da República, por se tratar de matéria de competência legislativa concorrente,
podendo os Estados até mesmo exercer competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades, na
hipótese de inexistência de lei federal sobre normas gerais na matéria.
(B) compatível com a Constituição da República, por se tratar de matéria de competência legislativa privativa da
União, a quem compete delegá-la, nesses moldes, aos Estados.
(C) compatível com a Constituição da República, desde que a autorização se dê por lei complementar, espécie
normativa exigida para esse fim em relação às matérias de competência legislativa privativa da União.
(D) incompatível com a Constituição da República, por se tratar de competência legislativa privativa da União, que
não admite delegação aos Estados.
(E) incompatível com a Constituição da República, por se tratar de matéria inserida na competência legislativa
residual dos Estados, não se confundindo com matéria processual, esta sim de competência legis- lativa privativa da
União.
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10 - (FCC_TRT-15_2013_AJAA) Lei estadual que versasse sobre proteção e integração social das pessoas portadoras
de deficiência:
(A) deveria limitar-se ao estabelecimento de normas gerais, cabendo aos Municípios legislar para atender a suas
peculiaridades.
(B) teria sua eficácia suspensa na hipótese de superveniência de lei federal sobre normas gerais, naquilo que lhe fosse
contrária, caso houvesse o Estado exercido competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades
(D) seria compatível com a Constituição, desde que houvesse lei complementar que autorizasse os Estados a legislar
sobre a matéria.
(E) deveria restringir-se a aspectos de interesse local, em suplementação à legislação federal eventualmente já
existente sobre a matéria.
11 - (FCC_TRT-12_2013_TJAA) Nos termos da Constituição Federal brasileira, a Lei Complementar poderá autorizar
os Estados a legislarem sobre questões específicas em matéria de:
(B) revogará a lei estadual apenas no que não lhe for contrário.
(D) suspenderá a eficácia da lei estadual apenas no que lhe for contrário.
(E) manterá a eficácia da lei estadual, ainda que esta contrarie dispositivos da lei federal, tendo em vista a
independência entre os entes federativos.
13 - (FCC_TRT-01_2013_AJAA) Suponha que, após a edição de lei federal dispondo sobre normas gerais em matéria
de previdência social, determinado Estado da Federação publicou lei dispondo sobre normas específicas nessa
matéria aplicável no âmbito estadual. Considerando essa situação, a lei
(A) federal é inconstitucional, já que a matéria foi reservada à competência legislativa privativa dos Estados e do
Distrito Federal.
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(B) federal é inconstitucional, já que a matéria foi reservada à competência legislativa concorrente somente dos
Estados e dos Municípios.
(C) estadual é inconstitucional, já que a matéria foi reservada à competência legislativa privativa da União.
(D) federal é constitucional, já que a matéria foi reservada à competência legislativa concorrente da União e dos
Estados e Distrito Federal, cabendo à União dispor sobre normas gerais.
(E) estadual é inconstitucional, já que o Estado somente poderia ter legislado sobre a matéria na ausência de normas
gerais da União.
(D) o desrespeito, por um Estado da Federação, à autonomia de Município situado em seu território.
15 - (FCC_TRT-18_2014_Juiz do Trabalho) Certo Município editou lei municipal que disciplinou o horário de
funcionamento de farmácias e drogarias. O sindicato dos empregados do comércio da região pretende impugnar
judicialmente a referida norma, sob o argumento de que o Município não teria competência para legislar sobre a
matéria, mesmo na ausência de lei federal e estadual sobre o tema. Considerando a Constituição Federal e a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a pretensão do sindicato
(A) não encontra fundamento constitucional, uma vez que cabe aos Municípios fixar o horário de funcionamento
desses estabelecimentos, inserindo-se a matéria na sua competência para legislar sobre assuntos de interesse local.
Súmula 645/STF.
(B) não encontra fundamento constitucional, uma vez que, apesar da matéria se inserir na competência residual dos
Estados, cabe aos Municípios suprir a ausência de lei estadual para atender as suas peculiaridades locais.
(C) encontra fundamento constitucional, uma vez que a ausência de norma federal disciplinando a matéria não
poderia ser suprida por lei estadual, nem por lei municipal.
(D) encontra fundamento constitucional, uma vez que, inexistindo lei federal a respeito, apenas os Estados poderiam
legislar sobre a matéria para atender as suas peculiaridades.
(E) encontra fundamento constitucional, uma vez que a matéria insere-se na competência residual dos Estados para
legislar sobre as competências que não lhes sejam vedadas pela Constituição.
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(A) compete privativamente à União legislar sobre licitação e contratação, em todas as modalidades, para as
administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
(B) somente o Presidente da República pode editar medidas provisórias, sendo vedado às Constituições estaduais
preverem a possibilidade de o Governador do Estado editá-las.
(C) a exploração do serviço de gás canalizado é matéria de competência legislativa do Município, por se tratar de
interesse local.
(D) é vedada a edição de medida provisória para a regulamentação da matéria, a despeito de esta ser da
competência do Estado, por expressa previsão constitucional.
(E) a matéria é de competência concorrente, cabendo à União editar normas gerais, tais como as de regulamentação
da exploração dos serviços.
(B) cabe à União editar normas gerais a respeito da instituição das regiões metropolitanas.
(C) poderão ser instituídas apenas por lei complementar estadual. Art. 25, §3º, CF/88.
(E) tem como objetivo a transferência de competências municipais para o âmbito exclusivo do Estado- membro.
18 - (CESPE_MDIC_2014_Analista) A União, entre cujos fundamentos se inclui a soberania, é formada pelos estados,
pelos municípios e pelo Distrito Federal. ERRADO
20 - (CESPE_Câmara dos Deputados_2014_Analista) Caso algum dos distritos de determinado município queira
emancipar-se, o que resultará na criação de um novo município, somente haverá consulta plebiscitária após a
divulgação dos estudos de viabilidade municipal apresentados e publicados na forma da lei. CERTO
22 - (CESPE_SUFRAMA_2014_Agente Administrativo) Considere que tenha sido aberta licitação para a compra de
cadeiras e mesas destinadas a mobiliar uma autarquia do estado do Amazonas e que uma lei estadual exija que os
móveis a serem adquiridos tenham sido fabricados na ZFM. Nessa situação, é correto afirmar que, de acordo com a
jurisprudência do STF, a lei estadual viola a CF, já que esta proíbe que os entes federativos criem distinções entre
brasileiros ou preferências entre si. CERTO
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23 - (CESPE_PC-BA_2013_Escrivão de Polícia) Recusar fé aos documentos públicos inclui-se entre as vedações
constitucionais de natureza federativa. CERTO
25 - (CESPE_AGU_2013_Procurador Federal) A União é pessoa jurídica de direito público interno à qual incumbe
exercer prerrogativas do Estado federal brasileiro, como, por exemplo, assegurar a defesa nacional e permitir, nos
casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
temporariamente. CERTO Art. 21, IV, CF/88.
28 - (CESPE_CNJ_2013_AJAJ) Defere-se competência concorrente aos entes federativos para explorar, diretamente
ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento
energético dos cursos de água. ERRADO Art. 21, XII, “b”, CF/88.
29 - (CESPE_TRT-17_2013_AJAA) A todos os entes federados compete zelar pela guarda da Constituição e das
instituições democráticas. CERTO
31 - (CESPE_ANATEL_2014_Conhecimentos Básicos) Considere que determinado estado tenha editado norma geral
sobre matéria de competência concorrente, ante a ausência de normas gerais editadas pela União. Nessa situação,
se a União, posteriormente, editar lei estabelecendo normas gerais sobre a mesma matéria, a referida lei estadual
será suspensa, no que for contrária à lei federal. CERTO
32 - (CESPE_TC-DF_2014_Técnico) Não ofenderia a CF lei distrital que versasse sobre a concessão, aos estudantes
regulares do DF, de 50% de desconto no valor cobrado em ingressos para eventos esportivos, culturais e de lazer, já
que é concorrente, entre a União, os estados e o DF, a competência para legislar sobre direito econômico. CERTO ADI
1950/SP
35 - (CESPE_Câmara dos Deputados_2014_Analista) De acordo com o STF, é inconstitucional lei estadual que
autorize a utilização, pela polícia militar, de veículos apreendidos e não identificados quanto à procedência e à
propriedade exclusivamente no trabalho de repressão penal, por infringir competência privativa da União para
legislar sobre trânsito e direito processual penal. ERRADO
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36 - (CESPE_Câmara dos Deputados_2014_Analista) Se um estado da Federação editar norma que proíba revista
íntima em empregados de estabelecimentos situados em seu território, tal norma, ainda que proteja a dignidade do
trabalhador, será inconstitucional, pois tratará de matéria de competência privativa da União. CERTO ADI 2947
37 - (CESPE_Câmara dos Deputados_2014_Analista) Será constitucional lei estadual que obrigue a instalação de
cinto de segurança em veículos de transporte coletivo. ERRADO ADI 874
42 - (CESPE_Câmara dos Deputados_2014_Analista) Será constitucional lei municipal que dispuser sobre a
organização dos serviços funerários locais, pois tais serviços constituem necessidades imediatas do município. CERTO
– serviço de interesse local – RE 387.990/SP
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