CENTRO DE ENSINO SOLUTEC
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM NEURO PSICOPEDAGOGIA, EDUCAÇÃO,
ESPECIAL E INCLUSIVA
JOSILEIDE RODRIGUES BARBOSA
INCLUSÃO ESCOLAR, DIFICULDADES E TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM
PRÁTICA NEUROPSICOPEDAGÓGICA INSTITUCIONAL
Mirizal
2024
JOSILEIDE RODRIGUES BARBOSA
INCLUSÃO ESCOLAR, DIFICULDADES E TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM
PRÁTICA NEUROPSICOPEDAGÓGICA INSTITUCIONAL
Artigo apresentado ao Curso de
Especialização em Neuropsicopedagogia,
Educação Especial e Inclusiva do Centro de
Ensino Solutec, como requisito para a
obtenção do grau de Especialista.
Orientador (a): Prof.º Luís Eduardo Lima
Rêgo
Mirizal
2024
JOSILEIDE RODRIGUES BARBOSA
INCLUSÃO ESCOLAR, DIFICULDADES E TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM
PRÁTICA NEUROPSICOPEDAGÓGICA INSTITUCIONAL
Artigo apresentado ao Curso de
Especialização em Neuropsicopedagogia,
Educação Especial e Inclusiva do Centro
de Ensino Solutec, para a obtenção do
grau de Especialista.
Aprovado em: ____/___/____.
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Prof. Luís Eduardo Lima Rêgo
Titulação
________________________________________
1º Examinador
________________________________________
2º Examinador
INCLUSÃO ESCOLAR, DIFICULDADES E TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM
PRÁTICA NEUROPSICOPEDAGÓGICA INSTITUCIONAL
JOSILEIDE BARBOSA1
LUÍS EDUARDO RÊGO2
RESUMO
Este trabalho teve como temática Inclusão escolar, dificuldade e transtornos de
aprendizagem prática neuropsicopedagogica institucional, mostrando sua
importância e possibilidades. A abordagem neuropsicopedagógica considera as
relações entre o cérebro, a cognição e o comportamento, buscando compreender
como esses aspectos influenciam o processo de aprendizagem. Dessa forma, é
possível identificar as dificuldades específicas de cada aluno e desenvolver
estratégias e intervenções adequadas para auxiliá-lo em seu processo de
aprendizagem. A presente pesquisa terá um caráter bibliográfico onde foi possível
concluir que é necessário investir em capacitação e sensibilização, tanto para os
profissionais da área como para a sociedade em geral, a fim de promover uma
educação inclusiva e de qualidade para todos os alunos. Através da prática
neuropsicopedagógica institucional, podemos oferecer oportunidades igualitárias de
aprendizagem e contribuir para o desenvolvimento pleno e bem-sucedido de cada
indivíduo.
.
Palavras-chave: Inclusão. Educação. Aprendizagem.
ABSTRACT
This work had as its theme School inclusion, difficulties, and learning disorders
institutional neuropsychopedagogical practice, showing its importance and
possibilities. The neuropsychopedagogical approach considers the relationships
between the brain, cognition, and behavior, seeking to understand how these
aspects influence the learning process. This way, it is possible to identify the specific
difficulties of each student and develop appropriate strategies and interventions to
assist them in their learning process. This research will have a bibliographical
character where it was possible to conclude that it is necessary to invest in training
and awareness, both for professionals in the field and for society in general, to
promote inclusive and quality education for all students. Through institutional
neuropsychopedagogical practice, we can offer equal learning opportunities and
contribute to the full and successful development of everyone.
Keywords: Inclusion. Education. Learning
1
Aluna do curso de pós-graduação em Neuropsicopedagogia promovido pelo Centro de Ensino
Solutec.
2
Professor de pós-graduação do Centro de Ensino Solutec.
6
1. INTRODUÇÃO
A presente pesquisa segue dentro da área de Educação, realizando-se
uma análise específica sobre a Inclusão escolar, dificuldades e transtornos de
aprendizagem na prática neuropsicopedagogica institucional. A educação é um meio
de emancipação cultural e intelectual, os seres humanos se utilizam para sua
autonomia de aprendizagem para manutenção de sua vida acadêmica.
Pais e escola buscam o auxílio dos profissionais que trabalham com
essas sintomatologias dos problemas relacionados à aprendizagem humana, que
são os psicólogos, psicopedagogos, neuropsicólogos e os neuropsicopedagogos.
A inclusão escolar refere-se ao direito de todos os alunos de
frequentarem a escola regular, independentemente de suas características
individuais. Isso inclui alunos com dificuldades de aprendizagem, como dislexia,
discalculia, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e transtorno do
espectro autista (TEA), entre outros. A presença de alunos com dificuldades e
transtornos de aprendizagem pode gerar desafios para os professores e para a
instituição como um todo.
Dessa maneira, a atuação do neuropsicopedagogo se pauta para além
das possibilidades do processo de aprendizagem, observando a relação dos sujeitos
com as demais nuances às quais estão implicadas suas vivências, como fatores
socioemocionais, familiares e afins. A delimitação desse estudo foca na inclusão
escolar, dificuldades e transtornos de aprendizagem prática neuropsicopedagógica
institucional. Na situação do problema da pesquisa foi compreendido que já existe
uma preocupação sobre a inclusão escolar: O professor hoje em dia está se
preparando para atender ou lidar com as dificuldades e transtorno? Qual o papel do
neuropsicopedagógo institucional nas escolas? Qual a importância da formação da
neuropsicopedagogia?
Assim tendo como objetivo geral da pesquisa é averiguar as possibilidades de
inclusão, as dificuldades de aprendizagem e quais as estratégias utilizadas pelos
profissionais da neuropsicopedagogia no ambiente escolar. Os objetivos específicos
são: levantar o referencial teórico sobre a neuropsicopedagogia; verificar
7
embasamentos sobre a inclusão escolar e por fim analisar os dados recorrentes da
pesquisa.
2. NEUROPSICOPEDAGOGIA: CONCEITO E ATUAÇÃO
A Neuropsicopedagogia é uma área de atuação nova, que visa trabalhar
problemas relacionada à aprendizagem humana a seu desenvolvimento cerebral. A
formação de sua palavra está relacionada à aglutinação de algumas áreas
fundamentais para atuação desse especialista. A Neuropsicopedagogia (NEURO +
PSICO + PEDAGOGIA), está fundamentada nos estudos das neurociências, da
psicologia e da pedagogia, centradas no aprendizado do ser humano. Dessa forma,
podemos dizer que a Neuropsicopedagogia é a ciência que busca relacionar os
estudos das neurociências com os conhecimentos da psicologia cognitiva e da
pedagogia. Resumindo, ela é uma ciência transdisciplinar que estuda a relação entre
o funcionamento do sistema nervoso e a aprendizagem.
A função do Neuropsicopedagogia está voltada para a compreensão das
dificuldades desenvolvidas pelo indivíduo e auxiliar na elaboração de conteúdos
pedagógicos relevantes aos alunos com necessidades especiais quer de forma
física ou cognitiva. Está interligada à neurociência, que faz a ligação entre educação
e saúde em sua definição.
O conhecimento da neurociência para a atuação do neuropsicopedagogo é
de fundamental importância, pois sua função está voltada para a compreensão das
dificuldades desenvolvidas pelo indivíduo e auxiliar na elaboração da intervenção
baseado em referenciais da neurociência com o olhar psicopedagógico. Assim, as
áreas de atuação do Neuropsicopedagogo seguem de acordo com o Art. 29 e 30,
que diz: Artigo 29:
Ao Neuropsicopedagogo com formação na área Institucional, conforme
descrito no Capítulo V, fica delimitada sua atuação com atendimentos
neuropsicopedagógicos exclusivamente em ambientes escolares e/ou
instituições de atendimento coletivo. §1º. Entende-se que sua atuação na
área de Institucional, ou de educação especial, de educação inclusiva
escolar deve contemplar: a) Observação, identificação e analise do
ambiente escolar nas questões relacionadas ao desenvolvimento humano
do aluno nas áreas motoras, cognitivas e comportamentais; b) Criação de
estratégias que viabilizem o desenvolvimento do processo ensino-
aprendizagem do aluno; c) Encaminhamento do aluno a outros profissionais
quando o caso for de outra área de atuação/especialização (SBNPp, 2016,
p. 5).
8
A atuação do Neuropsicopedagogo é multidisciplinar, podendo exercer suas
funções tanto institucional (escolas, hospitais, ONGs, terceiro setor como na
docência no ensino superior), como na clínica (equipe multiprofissional em
consultórios, clínicas, posto de saúde, terceiro setor e posto de saúde). Esse
profissional é formado através de uma pós-graduação em instituições habilitadas.
Nessa área de atuação temos o neuropsicopedagogo institucional, esse
profissional pode atuar em instituições de ensino, sejam elas de ensino básico ou
superior. Nesse sentido, podemos dizer que a Neuropsicopedagogia se trata de uma
ciência que estuda o sistema nervoso focando no processo de aprendizado do
aluno. Seu objetivo é levar o aluno à reintegração pessoal, social e educacional com
a identificação, diagnóstico, reabilitação e prevenção das dificuldades e distúrbios da
aprendizagem.
Também é importante ressaltar que esse profissional é essencial dentro de
instituições de ensino pois utiliza da aplicação de testes que apontam para o
mapeamento das áreas do cérebro que estão ligadas à aprendizagem, tornando
esse processo mais eficiente para os alunos e diminuindo a evasão escolar.
2.1 A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO CONTÍNUA NA PRÁTICA
NEUROPSICOPEDAGÓGICA INSTITUCIONAL
A área da neuropsicopedagogia tem ganhado cada vez mais destaque na
educação, uma vez que compreender o funcionamento do cérebro e suas relações
com o aprendizado é essencial para promover uma educação inclusiva e de
qualidade. Nesse sentido, a formação contínua torna-se fundamental para os
profissionais que atuam nessa área, pois permite a atualização constante de
conhecimentos e habilidades necessárias para lidar com os desafios enfrentados no
dia a dia (DA SILVA LOUREIRO; DE SOUZA; CARDOSO, 2022).
A prática neuropsicopedagógica institucional envolve a atuação em escolas,
clínicas e outras instituições educacionais, com o objetivo de identificar e intervir em
dificuldades de aprendizagem, transtornos neuropsicológicos e questões
relacionadas ao desenvolvimento cognitivo. Uma das principais vantagens da
formação contínua na prática neuropsicopedagógica institucional é a possibilidade
de atualização dos conhecimentos teóricos e práticos.
9
Diante de todas essas vantagens, é fundamental que os profissionais que
atuam na prática neuropsicopedagógica institucional valorizem a formação
contínua e busquem constantemente atualização. Através da busca pelo
conhecimento e aprimoramento de habilidades, é possível oferecer um atendimento
de qualidade, promovendo o desenvolvimento pleno dos alunos e contribuindo para
uma educação inclusiva e eficaz.
2.2 A AVALIAÇÃO NEUROPSICOPEDAGÓGICA NA DE DIFICULDADES DE
APRENDIZAGEM
É muito comum associarmos a imagem da escola como um ambiente de
aprendizado de conteúdos pragmáticos específicos que contemplam as ementas
dos cursos. No entanto, o modo de ensino, as trocas entre as pessoas, o incentivo
de bons comportamentos também são fatores que devem ser desenvolvidos, pois a
escola é um espaço onde os sujeitos formam as suas convicções e seus valores
para vivenciarem experiências sociais de modo geral. Dessa forma, “a escola é o
lugar onde as adaptações curriculares devem ser feitas com muita responsabilidade,
pois dali sairá o aluno realmente inserido no contexto social” BRESCH (2018).
A avaliação desempenha um papel fundamental na identificação de
dificuldades de aprendizagem em crianças e adolescentes. Essa avaliação,
realizada por profissionais especializados, permite compreender as causas
subjacentes aos problemas de aprendizagem e oferecer intervenções adequadas
para superá-los.
As dificuldades de aprendizagem podem se manifestar de diversas formas,
como dificuldade de leitura, escrita, cálculos matemáticos, compreensão de textos,
entre outras. Esses problemas podem afetar significativamente o desempenho
escolar e a autoestima das crianças e adolescentes.
Dentre os tipos de dificuldades de aprendizagem que podem contribuir para o
déficit no desenvolvimento, para Ribeiro (2016), destacam-se:
• Dislexia: tem por característica dificuldades na aprendizagem da leitura;
• Disgrafia: tem por característica dificuldades na escrita (podendo ou não
se associar à dislexia);
• Disortografia: tem por característica a dificuldade de transcrever
corretamente a linguagem oral;
10
• Dislalia: tem por característica dificuldades na fala.
Cada dificuldade de aprendizagem possui especificidades que devem ser
consideradas no processo educativo e para cada uma delas existe uma intervenção
psicopedagógica pode ser realizada. Quanto mais cedo esses problemas forem
detectados, maiores são as chances de um acompanhamento adequado e de
intervenções efetivas. Além disso, essa avaliação permite uma compreensão mais
aprofundada das necessidades individuais de cada estudante, possibilitando a
elaboração de estratégias personalizadas de ensino e aprendizagem. Outro aspecto
importante da avaliação neuropsicopedagógica é a sua abordagem multidisciplinar
(DA SILVA LOUREIRO; DE SOUZA; CARDOSO, 2022).
Portanto, investir na avaliação neuropsicopedagógica é fundamental para
garantir o sucesso acadêmico e emocional dos estudantes.
3. INCLUSÃO ESCOLAR
A inclusão escolar é um processo recente no contexto atual. O processo
inclusivo que envolve várias esferas institucionais e políticas, pois a inclusão só não
vem da escola e sim de todo um contexto social e familiar. A educação especial foi a
grande percursora da educação inclusiva em contexto geral, ela viveu profundas
transformações durante o século XX.
Impulsionada pelos movimentos sociais que reivindicavam mais igualdade
entre todos os cidadãos e a superação de qualquer tipo de discriminação,
incorporou-se, aos poucos, ao sistema educacional regular e buscou fórmulas que
facilitassem a integração dos alunos com alguma deficiência.
A escola inclusiva é uma realidade atual em nosso contexto educacional, a lei
é bem incisiva em seu cumprimento, no qual a instituição escolar e seus
colaboradores têm que nos processos pedagógicos de trabalho incluir aquele
estudante com alguma limitação, seja intelectual, sensorial ou física.
A Lei 13.146 de julho de 2015, chamada de Lei Brasileira de Inclusão,
consagrou a política de educação inclusiva no Brasil. Isso significa que todas as
escolas, sejam públicas ou particulares devem cumprir as determinações dessa lei
no sentido de aprimorar seus sistemas de ensino, visando garantir condições de
11
acesso, permanência, participação e aprendizagem a todas as pessoas com
deficiência.
De acordo com Pain (2015), este Estatuto amplia direitos nas mais diversas
áreas: saúde, educação, trabalho, habilitação e reabilitação, transporte, cultura,
turismo, lazer, acessibilidade em sua mais ampla especificidade.
A inclusão escolar, decorrente de uma educação acolhedora e para todos,
necessita adotar a autonomia social e intelectual como objetivos norteadores da
formação de educandos e de educadores, ao considerar que os caminhos pelos
quais o conhecimento se produz não obedecem a critérios rígidos estabelecidos e
limitados pelos componentes curriculares, mas, ao contrário, configuram redes
imprescindíveis de ideias que se cruzam, formando tecidos singulares, sentidos
originais. Felipe e Benevenutti (2015) ressaltam que o primeiro passo para definir as
estratégias pedagógicas de intervenção, é o conhecimento sobre a criança, suas
potencialidades e limitações, desenvolvendo um diagnóstico para atuar junto a
esses alunos.
Analisando o processo inclusivo e os desafios para efetivação de uma escola
realmente educativa, a pesquisa bibliográfica apontou para um cenário de mudanças
desde a consolidação das bases legais que apoiam a inclusão até a definição do
papel do educador no atendimento educacional especializado.
3.1 A NEUROPSICOPEDAGOGIA E SUA IMPORTÂNCIA NO PROCESSO DE
INCLUSÃO
A sociedade esclarece,que “a atuação do Neuropsicopedagogo tem o objetivo
de promover uma educação de qualidade, com foco no trabalho efetivo da Educação
Inclusiva, bem como o atendimento prioritário às crianças e jovens com dificuldades
de aprendizagem” (SBNPP, 2016, s/p).
Dentre os aspectos que o neuropsicopedagogo avalia, estão, “(...) áreas da
leitura, escrita, compreensão e intelecção de texto, aritmética, atenção e funções
executivas, observação psicomotora e instrumentos para investigar os pré-requisitos
envolvidos na alfabetização” (RUSSO, 2015 apud BRESCH, 2018). Além disso, a
função desse profissional diz respeito à mediação de situações intencionais, além de
analisar metodologias que precisam ser adotadas para que as dificuldades dos
alunos com NEE em sua aprendizagem sejam superadas (CASTRO, SILVA, 2020).
12
Considerando que o público ao qual o neuropsicopedagogo é voltado possui
uma demanda maior do que as demais crianças, é importante que sejam elaboradas
estratégias diversas que consigam traçar soluções para as exigências existentes no
desenvolvimento, sobretudo da aprendizagem, dos alunos com NEE. Desse modo,
“um dos papéis fundamentais do neuropsicopedagogo é trabalhar com estratégias
de aprendizagem variadas, definindo atividades ou operações mentais que o sujeito
pode executar para facilitar e melhorar sua aprendizagem” (RUSSO, 2015, apud
BRESCH, 2018).
Um ponto imprescindível para ser destacado é a essencialidade do trabalho
em equipe para atuar no processo de aprendizagem dos alunos com NEE. Embora
nem todas as crianças apresentem as mesmas queixas, focar no desenvolvimento
delas de um modo geral pode ser positivo como um todo, uma vez que trabalhando
as demandas a nível macro, o nível micro pode ser, consequentemente, alcançado.
Diante desta educação inclusiva que vai atender a todos indivíduos com
diferentes necessidades especiais, vai neste contexto demandar uma exigência
maior ao neuropsicopedagogo, no que se refere ao ato de panejar as suas
intervenções pedagógicas, as suas avaliações, um olhar aguçado para perceber
qual a necessidade apresenta, seja no âmbito físico, sensorial, mental, em algum
transtorno comportamental, que estão impedindo o avanço em seu desenvolvimento
tanto a nível social, como escolar. ROSARIO (2018).
Portanto, nesta perspectiva se torna imprescindível o trabalho do
neuropsicopedagogo diante das dificuldades de aprendizagem, tentando preveni-las
para que não se tornem verdadeiramente um fracasso escolar.
3.2 ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS PARA PROMOVER INCLUSÃO NA ESCOLA
Nesse processo, em que as mudanças sociais acontecem constantemente e
são refletidas no espaço escolar, mudar estratégias é essencial para qualidade do
ensino. Compreender as diferenças e estar ciente das potencialidades é o passo
inicial para seguir com o processo de escolarização na perspectiva inclusiva. Adotar
metodologias variadas é o caminho ao desenvolvimento, o uso de ações didático-
pedagógicas inclusivas aumenta a possibilidade de progresso na aprendizagem,
constrói engajamento, desenvolvimento de autonomia discente, as instituições de
ensino funcionam como reflexo da transformação social e transformar
13
conjuntamente professores, discentes e ações pedagógicas promove
desenvolvimento (SOUSA, 2019).
Conceber uma educação voltada para todos, sem exceções ou distinções,
está a exigir a construção de nova lógica escolar, que reconheça e valorize as
diferenças, tirando partido destas em sala de aula. Nesse contexto, as escolas e
seus professores são convocados a buscar soluções para os impasses que surgem
no processo de ensino desse alunado, disponibilizando os recursos necessários
para que todos os alunos aprendam, além de estratégias que possibilitem a
interação e a colaboração entre os diferentes atores implicados no ato educativo.
(PELOSI, 2006).
Segundo os autores Papim, Araújo, Paixão e Silva (2018) destacam que:
O professor deve ter as estratégias para realizar uma metodologia
satisfatória que seja inclusiva. Para isso, a instituição educativa deve ser
ativamente participante da construção de um currículo flexível e adaptado à
realidade dos estudantes, com diferentes tipos de ensino e avaliação,
segundo suas competências (PAPIM; ARAÚJO; PAIXÃO E SILVA, 2018).
Ao construir estratégias pedagógicas para a inclusão escolar, a instituição de
ensino também está fomentando uma reflexão quanto à necessidade do respeito à
diversidade, algo que vai se refletir na construção de uma sociedade mais justa e
emocionalmente saudável.
Por isso, a escola precisa considerar as necessidades individuais e adaptar
sua estrutura, de acordo com as limitações motoras ou mentais de cada indivíduo,
respeitando seu ritmo de aprendizado, estado emocional e condições gerais para o
aprendizado.
4 METODOLOGIA DA PESQUISA
A metodologia da pesquisa foi classificada como qualitativa e de cunho
bibliográfico referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e
eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites, o levantamento
bibliográfico foi realizado por buscas em bancos de dados da área educacional como
artigos científicos na internet, acervo de bibliotecas da online, tendo como site de
busca o Google Acadêmico, assim buscando discutir sobre inclusão escolar,
14
dificuldades e transtornos de aprendizagem prática neuropsicopedagógica
institucional.
Dos artigos estudados da pesquisa foram selecionados 5, relacionados às
temáticas apresentadas nos títulos, resumos e leitura na íntegra dos estudos. No
Quadro 1 (Levantamento das Estratégias de Ensino Conforme Deficiências,
Transtornos e Síndromes) a seguir são apresentadas as estratégias que se
destacaram nos estudos e agrupadas por deficiência, transtorno ou síndromes.
Quadro 1. Levantamento das Estratégias de Ensino Conforme Deficiências, Transtornos e
Síndromes
Estratégias Deficiências/Transtornos/ Autores
Síndromes
Estímulo Visual (imagens, TEA Pelin, 2013; Khoury et al,
gravuras, figuras, fotos, 2014; Moraes et al, 2015;
mapas, gráficos, tabelas, Def. Auditiva Def. Auditiva Caetano;
desenhos) Ribeiro, 2014; Teixeira;
Baalbaki, 2014; Lobato,
2015;
Materiais Concretos Def. Auditiva Caetano; Caetano; Ribeiro, 2014;
(Maquetes, Sistema Braille, Ribeiro, 2014; Moraes et al, Moraes et al, 2015; Def.
Soroban, Ábaco, Jogos e 2015; Def. Visual Kaleff; Visual Kaleff; Rosa, 2015;
Materiais Manipuláveis, Rosa, 2015; Laguna, 2012; Laguna, 2012; Def.
Relevo) Def. Intelectual Intelectual Milli; Palmeira,
2014;
Tecnologia Assistiva (TA) Todas Costa, 2015; Mello, 2010;
Eidelwein, 2015;
Judô Deficiência Visual Batista et al, 2015;
Método TEACCH TEA Correia, 2015
Fonte: elaborada pela autora,2024.
Percebeu-se que os artigos se preocupam com a formação de professores,
como estratégia na preparação do profissional para lidar com as diferenças. A
prática do professor em sala de aula pode ser compartilhada na forma de bi
docência ou trabalho colaborativo com o professor do Atendimento Educacional
Especializado e Tecnologia Assistiva. Essa estratégia é um conjunto de recursos e
ferramentas que proporcionam às pessoas com deficiência ampliar suas habilidades
funcionais para promover a inclusão com autonomia.
15
O uso de recursos e estratégias envolvendo materiais concretos e de
desenho em alto relevo para facilitar a percepção e identificação das atividades
propostas. Essa é uma estratégia de fácil utilização e baixo custo com uma
vantagem muito expressiva para os alunos, já que os materiais manipulativos tornam
a aprendizagem mais significativa
Neste sentindo os artigos de Caetano; Ribeiro (2014); Lobato (2015); Pelin
(2013); Laguna (2012); Heidrich (2012) citam o uso de recursos tecnológicos e
pedagógicos que favoreçam o funcionamento visual e de acessibilidade como uma
ferramenta importante, pode-se citar: Sala de recursos, ações combinadas entre
salas de recursos e outros profissionais para atendimentos psicopedagógico e da
saúde, articulação de outras áreas como apoio na organização de práticas mais
individualizadas e o ensino colaborativo, onde um educador comum e um educador
especial dividem a responsabilidade pedagógica destes alunos.
Laguna (2012), justifica que a articulação desta equipe promove a inclusão
dos alunos com deficiência no ambiente escolar, preconizando o ingresso, a
permanência e o progresso escolar destes alunos. Pensar em uma equipe
interdisciplinar para atendimento dos alunos demonstra a importância de outros
profissionais na articulação e desenvolvimento de práticas pedagógicas
diferenciadas e que, a neuropsicopedagogia institucional tem um papel fundamental
para aprendizagem.
Nos artigos pesquisados e estudados, ressalta-se que a escola, para se
tornar inclusiva, deve acolher todos os seus alunos, independente de suas
condições sociais, emocionais, físicas, intelectuais, linguísticas, entre outras. Ela
deve ter como princípio básico desenvolver uma pedagogia capaz de educar e
incluir todos aqueles que apresentam dificuldades temporárias ou permanentes, pois
a inclusão não se aplica apenas aos alunos que apresentam algum tipo de
deficiência.
Em relação a estudos futuros, propõe-se novas revisões e trabalhos
empíricos agrupados por deficiências, envolvendo as diferentes áreas de
estudo/conhecimento. Sugere-se que as escolas e os professores sistematizem e
publiquem suas práticas, realizadas com os alunos de diferentes deficiências, como
forma de contribuir no processo educacional.
16
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A inclusão educacional faz parte de um movimento maior, de repercussão
mundial, denominado Inclusão Social, e tem como finalidade máxima garantir a
equiparação de oportunidade para todos os indivíduos, inclusive para aqueles que,
devido às condições econômicas, culturais, raciais, físicas ou intelectuais, foram
excluídos ou colocados à margem da sociedade em geral.
A prática neuropsicopedagógica institucional desempenha um papel
fundamental na inclusão escolar de alunos com dificuldades e transtornos de
aprendizagem. Contribuindo junto à equipe multidisciplinar e familiar para superar os
desafios que emergem frente à efetivação dessas normativas.
O presente estudo contribuiu para colaborar com a afirmativa de que a
educação inclusiva possui múltiplos benefícios para o processo de ensino e
aprendizagem de alunos com deficiência. Nesse panorama, o neuropsicopedagogo
tem papel primordial para construir, coletivamente, um cenário promissor à
educação básica no Brasil.
Por tanto, é importante reconhecer que a inclusão escolar ainda enfrenta
desafios e obstáculos, como a falta de recursos e a resistência alguns profissionais.
Porém, é necessário investir em capacitação e sensibilização, tanto paramos
profissionais da área como para a sociedade em geral, a fim de promover uma
educação inclusiva e de qualidade para todos os alunos. Através da prática
neuropsicopedagógica institucional, podemos oferecer oportunidades igualitárias
de aprendizagem e contribuir para o desenvolvimento pleno e bem-sucedido de
cada indivíduo.
17
REFERÊNCIAS
BAPTISTA, Claudio Roberto. Escolarização e deficiência: configurações nas
políticas de inclusão escolar. São Carlos: ABPEE, 2015.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei
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BERSCH, Rita de Cássia Reckzigel; SARTORETTO, Maria Lúcia. A educação
especial na perspectiva escolar. Recursos pedagógicos acessíveis e
comunicação aumentativa e EDUCAÇÃO INCLUSIVA Cadernos da Fucamp, v.21,
n.50, p.78-88/2022 alternativa. Ministério da Educação – Secretaria de Educação
Especial – p. 110-115, Brasília, 2010. Disponível em >
http://www.assistiva.com.br/aee.html Acesso em: fev. 2024
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geografia para alunos surdos ou com deficiência auditiva do Instituto Federal
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CORREIA, Lisandra Cláudia Andrade. Percepções e conhecimentos dos
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COSTA, Gilvania Farias da. A Tecnologia Assistiva como recurso pedagógico de
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DA SILVA LOUREIRO, Vitor; DE SOUZA, Claudia Aparecida Mendonça;
CARDOSO, Fabrício Bruno. Modelo de intervenção multicamadas: uma proposta de
atuação neuropsicopedagógica institucional. Mundo Livre: Revista
Multidisciplinar, v. 8, n. 2, p.63-86, 2022.
LAGUNA, Jacqueline de Cássia. A utilização de diferentes recursos pedagógicos
como auxílio na aprendizagem de alunos com deficiência visual. Medianeira:
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2012.
PELIN, Leonice. Estratégias para a inclusão de alunos com – transtorno do
espectro autista. Monografia de Especialização. Universidade Tecnológica
Federal do Paraná. Medianeira, 2013
18
ROSARIO et al. A importância da atuação do neuropsicopedagogo para
minimizar o baixo rendimento escolar a partir dos casos de bullying. Cuadernos
de Educación y Desarrollo, Ser vicios Académicos Intercontinentales. 2018.
RIBEIRO, Pereira Damaris. Intervenção psicopedagógica nas dificuldades de
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RUSSO Rita Margarida Toler. Neuropsicopedagogia Clínica, Introdução,
Conceitos, Teoria e Prática. JURUÁ Psicologia, Curitiba, 2015.
SBNPp. Código de Ética Técnico Profissional da Neuropsicopedagogia. 2016
Disponível online em: www.sbnpp.com.br Acesso em: fev. 2024.