UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
CURSO SUPERIOR TECNOLOGIA EM GERONTOLOGIA
ALRIZETE DECOTHE THOMPSON
PROJETO INTEGRADO - CST
Cachoeiro de Itapemirim – ES
2023
Alrizete Decothé Thompson
PROJETO INTEGRADO - CST
Produção Textual Individual apresentada à Universidade
Anhanguera, como requisito parcial para aprovação do
semestre.
Tutora: Aline Ramos Patricio Ferreira
Cachoeiro de Itapemirim – ES
2023
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 04
1 FISIOPATOLOGIA DA DOENÇA DE ALZHEIMER EM RELAÇÃO À
REABILITAÇÃO GERIÁTRICA................................................................................05
2 A DOENÇA DE ALZHEIMER E SUA RELAÇÃO COM A SENILIDADE E/OU COM
A SENESCÊNCIA .................................................................................................... 08
3 O ESTRESSE X MEDICAMENTOS INDICADOS PARA A DOENÇA DE
ALZHEIMER..............................................................................................................10
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................... 13
REFERÊNCIAS.........................................................................................................14
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INTRODUÇÃO
A doença de Alzheimer é um tipo de neuropatologia que causa um declínio
gradual e irreversível da função das células cerebrais. Com o tempo, a doença
progride insidiosamente e leva a comprometimento cognitivo, demência e perda de
memória. Com as pessoas vivendo mais e tendo maior expectativa de vida, há uma
maior probabilidade de desenvolver doenças neurodegenerativas como o Alzheimer
à medida que envelhecem.
A relevância dessa pesquisa vai além do caráter revisório, portanto, a
importância do tratamento da doença de Alzheimer para o progresso acadêmico e
social não pode ser exagerada. Embora as abordagens atuais ainda não atendam às
expectativas para o futuro, elas ainda representam um grande avanço em
comparação com os métodos anteriores. Isso ressalta a importância de implementar
políticas de saúde ideais que beneficiem todas as partes interessadas envolvidas ou
interessadas em compreender e gerenciar essa aflição angustiante.
Nosso foco de pesquisa mudou para a doença de Alzheimer, com o objetivo
de explorar as opções de tratamento e estadiar a patologia para melhorar a
qualidade de vida dos pacientes afetados. Consequentemente, formulamos uma
questão de pesquisa: de que maneiras os profissionais de saúde podem intervir para
ajudar pacientes idosos com doença de Alzheimer?
O objetivo geral foi relatar sobre a intervenção profissional, mostrando como a
doença pode afetar o Sistema Nervoso Central em idosos, mostrando o impacto que
pode fazer em sua volta. Os objetivos específicos foram: descrever como se dá a
fisiopatologia da doença de Alzheimer em relação à reabilitação geriátrica; relacionar
a doença de Alzheimer com a senilidade e/ou com a senescência e; delinear sobre o
estresse, mencionando os medicamentos indicados para tratamento do Alzheimer.
A metodologia aplicada foi uma revisão de literatura, tendo por descritores as
palavras-chaves: Doença de Alzheimer, fisioterapia, biomedicina, tratamento e
aspectos fisiopatológicos. Foram usadas em bases nacionais e internacionais,
sugerindo suas respectivas traduções utilizando-se de bases de dados como Scielo,
LILACS e PubMed, publicadas nos últimos 10 anos.
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1 FISIOPATOLOGIA DA DOENÇA DE ALZHEIMER EM RELAÇÃO À
REABILITAÇÃO GERIÁTRICA
A DA, doença crônica e incurável, atinge principalmente os idosos,
prejudicando seu bem-estar cognitivo, físico e social, bem como suas habilidades
motoras. Também cria situações desconfortáveis para os familiares, que muitas
vezes são responsáveis por fornecer cuidados complexos e apoio em um ambiente
doméstico. Embora a DA afete tipicamente indivíduos com mais de 60 anos, ela
também pode afetar indivíduos mais jovens de forma prematura (CARDOSO et al.,
2015).
O Alzheimer é um tipo de demência que afeta os idosos, causando a morte
das células nervosas e declínio gradual. Os neurologistas realizam estudos sobre
esta doença neurodegenerativa há mais de uma década, identificando alguns de
seus principais sintomas. Isso inclui problemas comportamentais, paranoia, perda de
memória e dificuldades de comunicação oral, como esquecer o significado de
palavras ou objetos. Falco et al. (2016) relataram esses sintomas e a natureza
insidiosa da doença de Alzheimer.
No âmbito dos avanços tecnológicos, a reabilitação física está se fundindo
com um novo conceito de intervenção. Isso pode ser atribuído à incorporação da
realidade virtual à prática, que permite uma experiência interativa que se aproxima
da realidade, ainda que por meios sintéticos (VIEIRA et al., 2014).
A fisioterapia desempenha um papel vital na manutenção da funcionalidade
dos pacientes com Alzheimer. Essa área da saúde está centrada nos
sintomas, sinais e limitações do paciente. O principal objetivo da terapia é
retardar a progressão da doença, prevenir deformidades e músculos
encurtados e aumentar a independência do indivíduo. Isso é alcançado por
meio de exercícios especializados, incluindo fortalecimento muscular,
equilíbrio e treinamento de marcha (MEDEIROS et al.,2015, p. 52).
Embora a fisiopatologia da DA permaneça incerta, os pesquisadores se
concentraram nas características histopatológicas que a distinguem. A deposição de
AB é de particular interesse, pois parece desencadear inflamação e estresse
oxidativo, culminando em neurodegeneração. Consequentemente, os estudos mais
recentes da DA têm se centrado na hipótese da cascata amiloide, que postula que a
deposição de AB é a principal força motriz por trás da patogênese da doença
(SOUSA; SANTANA; MAGALHÃES, 2020).
Segundo Caixeta et al. (2012), uma combinação de terapia medicamentosa
e tratamentos alternativos pode ser altamente eficaz no tratamento da DA,
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especialmente em seus estágios iniciais. A Reabilitação Neuropsicológica (RN) é
uma abordagem particularmente útil no tratamento da DA, pois pode levar a
melhorias na condição do paciente, ajudando-o a manter sua independência. O
sucesso dessa abordagem é atribuído ao seu foco em fornecer intervenções
voltadas para a melhoria da qualidade de vida do paciente.
O objetivo da reabilitação cognitiva (RC) é auxiliar aqueles com disfunções
cognitivas decorrentes de lesões cerebrais. Ao utilizar o treinamento cognitivo, a RC
visa preservar áreas do cérebro que não foram afetadas e compensar aquelas que
foram prejudicadas. O objetivo é não só restaurar os défices da função cerebral, mas
também criar recursos alternativos que promovam a aquisição de competências e
soluções, conduzindo a condições de independência em vários contextos de vida. A
RC abrange muitas áreas da cognição, incluindo memória, habilidades
visuoespaciais, linguagem e compreensão da escrita, funções executivas e
comportamento (CAMARGO, 2015).
Ao planejar a reabilitação da linguagem, é crucial primeiro identificar o
domínio específico da linguagem que requer atenção - compreensão, sintaxe,
fluência verbal, fala, leitura ou escrita. Para auxiliar na recuperação, várias
estratégias eficazes podem ser empregadas, como álbuns de fotos, música,
interpretação e produção textual e vários jogos (SOARES; SOARES; CAIXETA.,
2016).
Caixeta et al. (2012) relataram que as funções executivas englobam
resolução de problemas, automonitoramento, planejamento e flexibilidade cognitiva.
Pacientes com funções executivas prejudicadas geralmente lutam com pensamentos
abstratos e antecipam as consequências de suas ações. Para reabilitar esses
pacientes, é crucial identificar os elementos específicos do funcionamento executivo
que afetam sua vida diária. Posteriormente, o treinamento processual pode ser
implementado para ajudá-los nas atividades da vida diária.
Soares; Soares; Caixeta (2016) sugerem que a reabilitação comportamental
começa com a identificação do comportamento específico que precisa de atenção,
seguido pelo estabelecimento de objetivos e metas de curto prazo. A frequência do
comportamento é considerada, juntamente com a identificação de motivadores que
podem ajudar a sustentar o comportamento desejado. As técnicas comportamentais
são então analisadas e definidas, e o progresso é monitorado e avaliado. Por fim, a
generalização é implementada para garantir que o paciente possa aplicar o que
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aprendeu na terapia a outros aspectos de sua vida.
De acordo com Camargo (2015), a utilização de jogos pode ser benéfica,
pois, além de estimular o funcionamento neuronal e a organização das habilidades
cognitivas, eles tendem a ser prazerosos e agradáveis, o que torna a mais atrativa.
Cabe ao profissional escolher os jogos que mais se adequam à necessidade de seu
paciente e, caso necessário, adaptá-los à realidade do caso atendido.
Segundo Manzaro (2015), as vantagens de iniciar o processo
psicoterapêutico em portadores de DA podem ser vistas desde sua fase inicial até a
fase final da doença. Na fase inicial, a psicoterapia poderá auxiliar em questões
sobre ressignificação da história de vida do portador da DA e das perdas que a
própria doença causa, contribuindo com o gerenciamento da nova rotina do idoso.
Além disso, este momento também é propício para estimular o convívio
social, buscando produzir melhorias na qualidade de vida do paciente. Na fase
moderada, em que os prejuízos acarretados pela doença estão mais evidentes, a
utilização da música como recurso terapêutico pode trazer vários benefícios, como:
estimular a memória, auxiliar no aumento da criatividade, propiciar desenvolvimento
cognitivo e motor, auxiliar na expressão de sentimentos, melhorar a qualidade de
vida (OLIVEIRA et al., 2012).
A manutenção dos domínios cognitivos pode postergar a evolução da doença,
já que, através da estimulação e exercícios, os pacientes tornam-se menos
vulneráveis ao lidar com os obstáculos da mesma. Cabe ressaltar que a RN não visa
reestabelecer as habilidades cognitivas e funcionais ao estágio anterior da DA, mas
fazer com que o idoso adquira novas habilidades para melhor adaptação e
enfrentamento da doença.
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2 A DOENÇA DE ALZHEIMER E SUA RELAÇÃO COM A SENILIDADE E/OU COM
A SENESCÊNCIA
O envelhecimento é um processo fisiológico do ser humano e universal, pois
atinge todos os indivíduos que vivem mais de 60 anos. Caracteriza-se por uma
perda gradual nas reservas do organismo, com aumento do risco de contrair
doenças e declínio na capacidade física e mental. Todos que chegam à velhice
experimentam as alterações fisiológicas desse processo, o que é denominado por
senescência.
Diferentemente da senescência, o termo senilidade abrange processos
patológicos (doenças) “típicos da velhice” que podem acometer alguns indivíduos,
como doença do coração, câncer, demências (por exemplo, a Doença de
Alzheimer), depressão. Se a pessoa se esqueceu de algum fato e consegue
lembrar-se de detalhes associados, significa que ela apenas está um pouco
esquecida, talvez em razão do estresse do dia a dia ou em decorrência de uma vida
com uma rotina agitada.
A senilidade é acompanhada de um enfraquecimento geral dos diversos
tipos de memória. Isso se deve à perda neuronal que [...] se manifesta
através de uma perda de função só quando ultrapassa certo limiar mínimo e
necessário para o desempenho (IZQUIERDO, 2011, p. 102).
Já os indivíduos acometidos com a Demência de Alzheimer esquecem não
somente esses pequenos detalhes, mas o contexto inteiro. Há uma distinção clara
entre o déficit associado ao envelhecimento normal, ou senescência, e aqueles
associados à manifestação de demências, mesmo que em fase inicial. A diferença
mais importante é que pessoas idosas saudáveis são capazes de reter novas
informações, embora possam apresentar dificuldade ou lentidão para memorizá-las.
Nos casos patológicos, em que ocorre perda substancial de neurônios, como no mal
de Alzheimer e em outras demências senis, há incapacidade progressiva e
irreversível de memorizar informações recém-adquiridas.
Entre as várias funções mentais diminuídas ou perdidas no processo de
envelhecimento, a memória acaba destacando-se, sendo que ela é uma função
fortemente estimulada pelo uso. Quando se perdem memórias que fazem com que
cada um de nós seja um indivíduo, encontram-se frente a um quadro desolador.
Alzheimer é uma doença que em geral se desenvolve nas pessoas mais velhas e
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começa com uma perda gradativa da memória. Com o passar do tempo, esse déficit
de memória vai se acentuando cada vez mais.
Cayton (2000) explica as diferenças entre senilidade e senescência
ressaltando que o termo demência senil era antigamente usado quando as pessoas
“perdiam sua memória” numa idade avançada. Esta perda de memória era tida como
parte integrante do processo de envelhecimento, no entanto, sabe-se agora que a
maioria das pessoas não desenvolve demência mesmo em idades muito avançadas.
Na maioria das vezes o que se chamava de demência senil era de fato doença de
Alzheimer.
A demência ou transtorno neurocognitivo maior é uma enfermidade que tem
aumentado exponencialmente com a idade, com prevalência global em pessoas
maior de 60 anos que varia entre 5% e 7% e em torno de 20% em maiores de 85.
Como doença crônica, é caracterizada por um alto grau de incapacidade nas suas
formas mais avançadas, sendo necessário, muitas vezes, cuidados paliativos
(PESSOA, 2019).
É importante que o profissional conheça o processo de senescência e tome
consciência dos fatores determinantes desse processo, compreendendo sua
complexidade e magnitude para que o cuidado seja exercido com qualidade para
atender as necessidades biopsíquicas, socioculturais e espirituais, estimulando o
autocuidado para diminuição no nível de dependência de modo a manter sua
capacidade funcional e qualidade de vida (MARTINS et al. 2007).
Sayeg (2011) ressalta que “a impossibilidade de estabelecer um diagnóstico
de certeza é a grande responsável pela dificuldade encontrada pelos pesquisadores
na busca de um tratamento específico”. Partindo desse pressuposto, pode-se avaliar
a necessidade do conhecimento do cuidador em relação à saúde do idoso, sobre
senescência e senilidade.
10
3 O ESTRESSE X MEDICAMENTOS INDICADOS PARA A DOENÇA DE
ALZHEIMER
A doença de Alzheimer além do mais também compromete o desempenho de
atividades sociais, ocupacionais e funcionais. E a atividade de dupla tarefa é
comprometida, onde a pessoa caminha e fala ao mesmo tempo, podendo entender
duas coisas ao mesmo tempo, como escutar uma música e falar. A capacidade de
planejar vem das funções executivas, e logo a execução e sequenciamento de
atividades cognitivas. E para que dê certo precisa-se de um planejamento, 54
estratégia, organização, memória operativa, abstração e sequenciação. Desta
maneira a dupla tarefa é de extrema importância na intervenção fisioterapêutica e
também no questionamento avaliativo (RODRIGUES; PIRES; SANTOS, 2019).
Na DA muitos são os sinais bioquímicos que podemos observar, como, por
exemplo, estresse oxidativo difundido no cérebro, neuroinflamação, desregulação de
cálcio, deficiência e distribuição alterada das mitocôndrias, oligomerização do
peptídeo Aȕ, toxicidade sináptica e problemas na homeostase metálica. O
comprometimento da cadeia respiratória mitocondrial por conta do peptídeo Aȕ leva
ao estresse oxidativo, acumulando espécies reativas de oxigênio, elevando os níveis
de óxido nítrico e diminuindo a produção de ATP (SANTOS et al., 2017).
O cuidador se transforma e sente algo impotente, na vivência e realidade.
Digo isso, alguns sintomas depressivos podem haver nessa pessoa que está com o
nível de estresse elevado devido à sobrecarga de afazeres, chegando a 55% de
chances em desenvolver sintomas depressivos. Constantemente, os sintomas estão
interligados ao estresse agudo que o cuidador tem devido a ter muita
responsabilidade sendo acumulada para uma pessoa só. Comparado com o resto da
população o cuidador tem duas ou três vezes mais chances de desenvolver
doenças. Pois, o nível de estresse em cuidadores, tem efeitos importantes no
adiantamento de sintomas da demência. Onde esse estresse compromete muito a
qualidade de vida dessas pessoas (COSTA et al., 2021).
O avanço da doença leva à atrofia cerebral, com diminuição do peso e volume
cerebral com perda de prolongamentos neuronais, levando também um todo
comprometimento em sua volta. Alguns mecanismos e fatores evidenciam a
evolução dessa doença como altos níveis de estresse oxidativo, proteínas
plasmáticas e cerebrais, fatores genéticos pelo fato de alguém da família de
11
parentes próximos ter, com isso a pessoa tem mais possibilidade em adquirir a
doença, ainda assim, as reações inflamatórias (CAVALCANTI; ENGERLHAST,
2012).
O tratamento farmacológico utilizado para combater os sinais e sintomas de
DA são os inibidores da acetilcolinesterase, os quais são fármacos de primeira linha
representados por donepezila, galantamina, rivastigmina e tacrina. Os fármacos têm
como finalidade melhorar atenção, memória, como consequência redução dos
graves sintomas da doença (FERREIRA et al., 2016).
Além do tratamento com base em fármacos a prática em exercícios físicos
tem demostrado resultados positivos na qualidade de vida dos pacientes, auxiliando
na melhora cognitiva, física e funcional. Essas atividades ajudam a estimular a
neurogênese e reduzirem as placas amiloides (KAMADA et al., 2018).
O tratamento multidisciplinar para o Alzheimer, busca tratar os sinais e
sintomas da enfermidade com isto melhorar a vida dos pacientes. Seu resultado é a
melhora na qualidade de vida, comportamento e psicológico dos doentes. Os
medicamentos mais usados são os anticolinesterásicos, cuja escolha baseia-se na
hipótese colinérgica, os quais são antigos no mercado e suas patentes estão
vencidas ou perto de vencer, além desses também são utilizados outros fármacos
como a memantina (COSTA et al., 2015).
A acetilcolinesterase, degrada o neurotransmisssor acetilcolina (ACh).
Portanto, os fármacos inibidores da acetilcolinesterase impedem que o
neutransmissor ACh se degrade e esteja presente nas sinapses colinérgicas. Então,
um fármaco anticolinesterásico retarda a degradação da ACh, assim o
neurotransmissor passa mais tempo na fenda sináptica, intensificando desta forma a
transmissão colinérgica (ARAÚJO; SANTOS; GONSALVES, 2016).
A tacrina, aprovada em 1993 (figura 5) é o primeiro fármaco destinado ao
tratamento de DA. Seu mecanismo de ação é baseado na inibição dupla da AChE e
butirilcolinesterase, indicado para pacientes com DA moderada e leve. Se faz
escolhas de novos inibidores de acetilcolinesterase (IAChEs), tacrina está em
desuso por conta da sua hepatotoxicidade e ações gastrointestinais (DIAS et al.,
2015).
Outra maneira de tratar os pacientes que sofrem com DA e com base na
hipótese amiloide, a qual têm como fundamentação de estudos a deposição de beta-
amiloide como princípio do início da DA, a pesquisa com ensaios com foco nesse
12
assunto é de suma importância, a fim de novos tratamentos (SANT’ANA et al.,
2018).
Está presente no mercado a Namenda® também muito utilizada para
combater DA (memantina) a qual não faz parte dos fármacos inibidores da
acetilcolinesterase. Porém, neurotransmissão glutamatérgica que, assim como a
colinérgica, encontra-se alterada nessa doença, é um fármaco eficaz e menos usado
que os demais já citados, a droga preserva os neurônios da superestimulação dos
receptores de NMDA e da neurotoxicidade mediada por glutamato e cálcio que
ocorre na doença de Alzheimer, agindo como antagonista não-competitivo e de
afinidade moderada do receptor de NMDA com cinética rápida de bloqueio-
desbloqueio. Os seus efeitos colaterais são tonturas frequentes, dores de cabeça,
sonolência e hipertensão.
Para Falco et al. (2016), os estudos atuais contam cada vez mais a
interdisciplinaridade, possibilitando estudos bioquímicos, químicos, biológicos e
toxicológicos, permitindo uma percepção, mais completa dos mecanismos
subjacentes e a formulação de terapias mais eficazes para compor o arsenal
químico contra a doença de Alzheimer, que instiga a sociedade científica há mais de
um século.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
De toda construção deste trabalho desde o começo para se concluir, foi
explicito sobre a intervenção da fisioterapia na doença de Alzheimer em pacientes
idosos, observando que para entender a doença é preciso ir a fundo, pois a mesma
envolve diversos aspectos da vida da vítima. Onde é uma doença neurológica que
não tem cura, mas tem como retardar o tempo de agressividade através de alguns
métodos, sendo um deles a fisioterapia que trata toda parte funcional do paciente
fazendo com que haja respostas, estímulos interligados na execução do exercício. É
também uma doença progressiva e se não tratada precocemente só dificulta mais
ainda o processo de prevenção e estabilização do quadro clínico.
Essa doença além de ser bastante comprometedora, a mesma tem um
declínio cognitivo muito severo, onde as vítimas passam por situações
constrangedoras no começo e geralmente percebem que algo não está certo com
sua memória já que esquece na maioria das vezes o se fez e como se deve fazer tal
função, especialmente as que foram aprendidas recentemente, são as primeiras a
desaparecer da memória, fazendo com que o mesmo passe a se comportar como se
tivesse vivendo o passado. No que se diz respeito aos cuidados que o paciente tem,
pode se dizer que é algo bastante desafiador para o cuidador que irá receber uma
carga alta de responsabilidade sendo colocada em suas costas, além de mexer com
toda parte mental e funcional, ficando mais difícil de lidar com a pessoa que está
doente, à medida que evolui e aquilo se torna mais constrangedor, onde o doente
está fazendo algo que não tem plena consciência, pois sua parte cerebral está muito
comprometida e sofre uma series de esquecimento.
Por fim, os estudos científicos exibidos ao percurso deste trabalho são
através de leituras e pesquisas em publicações como livros e artigos, podendo
esclarecer um bom acesso a encontrar artigos teóricos que se tratava da patologia
que já tinha sido descoberta há anos. Desta maneira, os objetivos foram
encontrados e alcançados, sendo suficientes, onde este estudo poderá ser
produzido para a sociedade interessada e principalmente para estudantes
acadêmicos, onde é um trabalho voltado para a área da saúde.
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