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Modulação Comportamental: Cannabis

Tudo sobre a maconha

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CAMBURY

CURSO DE PSICOLOGIA

ANA CAROLINA DA CUNHA RIBEIRO


IVANI FERREIRA DE ARAÚJO AGUIAR
YASMIM CAROLINA DE SOUZA OLIVEIRA
UNICE RAMOS DE ANDRADE MOREIRA

TRABALO DE MODULAÇÃO DO COMPORTAMENTO:


CANNABIS

GOIÂNIA – GO
2024
ANA CAROLINA DA CUNHA RIBEIRO
ANA CAROLINA DA CUNHA RIBEIRO
IVANI FERREIRA DE ARAÚJO AGUIAR
YASMIM CAROLINA DE SOUZA OLIVEIRA
UNICE RAMOS DE ANDRADE MOREIRA

TRABALO DE MODULAÇÃO DO COMPORTAMENTO:


CANNABIS

Trabalho apresentado à apresentado à disciplina NEUROCIÊNCIA DO


COMPORTAMENTO do curso de Psicologia do Centro Universitário Cambury,
ministrada pela Prof(a). Me Leandro Vasconcelos Baptista para obtenção de
avaliação de AD1.

GOIÂNIA-GO
2024
SUMÁRIO
**Sumário**

1. Introdução
2. Objetivo
3. Neurotransmissores e sistemas superficiais
4. Efeitos a curto prazo no comportamento
5. Efeitos a longo prazo no comportamento
6. Mecanismos de dependência
7. Implicações para o tratamento
8. Relação com a Psicologia e a Neurociência
9. Propostas de intervenção
10. Conclusão
11. Referências

### 1. Introdução

O uso da Cannabis remonta a milênios e está documentado


em diversas culturas antigas para fins medicinais, religiosos e
recreativos. Na China, registros históricos indicam seu uso
terapêutico por volta de 2.700 a.C., como descrito por Li
(2021), sendo também mencionada na Índia como parte de
rituais espirituais. Ao longo do século XIX, a Cannabis foi
introduzida na medicina ocidental para tratar uma ampla
gama de condições, desde dores crônicas até convulsões
(CARLINI, 2006). Contudo, seu uso recreativo aumentou no
século XX, resultando na proibição e na criminalização em
muitos países. Recentemente, há uma crescente discussão
sobre sua legalização para fins medicinais, apoiada por
evidências científicas que mostram potenciais benefícios
terapêuticos e os efeitos psicotrópicos sobre o cérebro
humano (MALTA et al., 2020).

### 2. Objetivo
O presente trabalho tem como objetivo explorar, de maneira
detalhada, a modulação do comportamento humano pela
Cannabis, com base em descobertas neurobiológicas e
comportamentais. Serão analisadas as interações da
substância com o cérebro, os efeitos comportamentais tanto a
curto quanto a longo prazo, os mecanismos de dependência e
as abordagens terapêuticas para o tratamento do uso
problemático da substância. A proposta é integrar diferentes
perspectivas da psicologia e da neurociência para oferecer
uma visão abrangente dos impactos da Cannabis sobre a
saúde mental e comportamental.

### 3. Neurotransmissores e sistemas superficiais

A Cannabis exerce seus efeitos principalmente através do


sistema endocanabinoide, que desempenha um papel crucial
na regulação de processos fisiológicos e comportamentais,
como a dor, o humor e a memória (MOREIRA; GUIMARÃES,
2015). Os dois principais compostos psicoativos da planta, o
Δ9-tetraidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD), afetam o
cérebro de maneiras diferentes. O THC se liga aos receptores
canabinoides CB1, presentes em grande quantidade nas
regiões cerebrais responsáveis pelo controle motor, memória
e prazer, como o córtex pré-frontal, hipocampo, amígdala e
núcleo accumbens (SILVA et al., 2016). A ativação dos
receptores CB1 pelo THC resulta em alterações na liberação
de neurotransmissores como a dopamina, o ácido gama-
aminobutírico (GABA) e o glutamato, influenciando
diretamente o comportamento e as respostas emocionais
(ABREU et al., 2019).

O CBD, por outro lado, interage com os receptores de maneira


diferente, modulando os efeitos psicoativos do THC e
potencialmente apresentando propriedades ansiolíticas e
antipsicóticas, sem causar a euforia associada ao THC
(MOREIRA; GUIMARÃES, 2015).

### 4. Efeitos a curto prazo no comportamento


A intoxicação aguda pela Cannabis pode resultar em uma
variedade de efeitos comportamentais e emocionais. A
euforia, frequentemente associada ao uso recreativo, ocorre
devido à liberação aumentada de dopamina no núcleo
accumbens, uma área cerebral associada ao sistema de
recompensa (ABREU et al., 2019). Outros efeitos incluem
desinibição, aumento da percepção sensorial e alterações no
sentido de tempo. Em alguns indivíduos, especialmente em
doses elevadas de THC, pode-se observar efeitos adversos,
como paranoia, ansiedade, despersonalização e ataques de
pânico (SILVA et al., 2016).

Além disso, a Cannabis pode afetar temporariamente a


memória de curto prazo e a atenção, devido à interferência no
funcionamento do hipocampo. A coordenação motora também
é comprometida, aumentando os riscos de acidentes,
principalmente ao dirigir sob o efeito da substância (MALTA et
al., 2020).

### 5. Efeitos a longo prazo no comportamento

O uso prolongado e crônico de Cannabis está associado a


várias alterações cognitivas e comportamentais, que incluem
o desenvolvimento de dependência, síndrome de abstinência
e problemas de saúde mental (CARLINI, 2006). A tolerância ao
THC pode se desenvolver rapidamente, levando à necessidade
de doses cada vez maiores para alcançar os mesmos efeitos.
A dependência psicológica é caracterizada pelo desejo
compulsivo de usar a substância, enquanto a síndrome de
abstinência inclui sintomas como irritabilidade, insônia, perda
de apetite e ansiedade (SILVA et al., 2016).

O uso crônico também está relacionado a um aumento do


risco de desenvolver transtornos psiquiátricos, como
depressão, ansiedade e esquizofrenia, especialmente em
indivíduos predispostos geneticamente (MALTA et al., 2020). A
longo prazo, estudos indicam uma possível relação entre o
uso frequente de Cannabis e déficits de memória, atenção e
função executiva, impactando negativamente a vida social e
profissional do indivíduo (MOREIRA; GUIMARÃES, 2015).

### 6. Mecanismos de dependência

Os mecanismos neurobiológicos que levam à dependência de


Cannabis envolvem principalmente a sensibilização do
sistema de recompensa. O uso crônico da substância altera a
liberação de dopamina no núcleo accumbens, o que resulta
em uma diminuição da resposta aos estímulos naturais de
prazer, levando o indivíduo a buscar a substância com mais
frequência para sentir os mesmos efeitos (MOREIRA;
GUIMARÃES, 2015). Além disso, a modulação dos receptores
canabinoides no cérebro, em particular os receptores CB1,
afeta a plasticidade sináptica, contribuindo para a
dependência (SILVA et al., 2016).

Estudos mostram que, com o uso contínuo, a capacidade do


cérebro de regular o estresse, as emoções e os impulsos se
altera, o que dificulta a interrupção do uso da substância
(MALTA et al., 2020). Esses fatores contribuem para a
persistência do uso da Cannabis mesmo quando o indivíduo
reconhece os impactos negativos na sua vida.

### 7. Implicações para o tratamento

As abordagens terapêuticas para o tratamento da


dependência da Cannabis envolvem uma combinação de
intervenções psicossociais e, em alguns casos,
farmacológicas. A terapia cognitivo-comportamental (TCC)
tem se mostrado eficaz, ajudando os pacientes a identificar
padrões de pensamento e comportamentos que sustentam o
uso da substância, além de desenvolver estratégias de
enfrentamento para evitar recaídas (ABREU et al., 2019).

Recentemente, pesquisas exploram o uso de moduladores do


sistema endocanabinoide para tratar a dependência de
Cannabis, como o uso de agonistas parciais dos receptores
CB1 para reduzir os sintomas de abstinência e ajudar na
regulação do humor (MOREIRA; GUIMARÃES, 2015). A terapia
assistida com mindfulness, focada no manejo do estresse e
das emoções, também tem ganhado destaque como um
complemento às intervenções comportamentais tradicionais.

### 8. Relação com a Psicologia e a Neurociência

A interface entre a psicologia e a neurociência no estudo da


Cannabis permite uma compreensão mais profunda dos
impactos da substância sobre o comportamento e a saúde
mental. A neurociência oferece insights sobre os mecanismos
cerebrais que modulam o prazer, a memória e o controle
emocional, enquanto a psicologia analisa como fatores
ambientais, sociais e individuais influenciam o uso da
substância (MOREIRA; GUIMARÃES, 2015). A dependência da
Cannabis afeta a regulação emocional, o controle dos
impulsos e o processamento de recompensas, com
consequências para a saúde mental, como a depressão e a
ansiedade (SILVA et al., 2016).

### 9. Propostas de intervenção

As intervenções propostas devem integrar o conhecimento


neurobiológico e psicológico para fornecer um tratamento
holístico. Programas de reabilitação podem combinar TCC com
intervenções baseadas em neurociência, como o uso de
moduladores do sistema endocanabinoide. Além disso,
terapias focadas em reintegração social, suporte familiar e
manejo de emoções podem ajudar os pacientes a lidar com
fatores emocionais e sociais que contribuem para o uso da
substância (ABREU et al., 2019).

### 10. Conclusão

A modulação do comportamento pela Cannabis é complexa,


envolvendo múltiplos sistemas neurobiológicos e fatores
psicológicos. Enquanto a substância pode ter efeitos
terapêuticos, seu uso prolongado apresenta riscos
significativos à saúde mental e ao comportamento.
Compreender os mecanismos de dependência é fundamental
para desenvolver intervenções eficazes, que possam reduzir
os danos e promover a recuperação dos indivíduos
dependentes.

11. Referências

ABREU, C. M. et al. Efeitos da cannabis no sistema nervoso


central: revisão sistemática. *Revista Brasileira de
Psiquiatria*, v. 41, n. 4, p. 317-327, 2019. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/rbp/>. Acesso em: 16 set. 2024.

CARLINI, E. A. O uso da Cannabis ao longo dos tempos.


*Cadernos de Saúde Pública*, v. 22, n. 1, p. 186-196, 2006.
Disponível em: <https://www.scielosp.org/j/csp/>. Acesso em:
16 set. 2024.

LI, H. Cannabis: a história milenar da planta medicinal.


*Journal of Ethnopharmacology*, v. 279, p. 1-9, 2021.
Disponível em: <https://www.journals.elsevier.com/journal-of-
ethnopharmacology>. Acesso em: 16 set. 2024.

MALTA, M. et al. Impacto do uso crônico da Cannabis na saúde


mental. *Jornal Brasileiro de Psiquiatria*, v. 57, n. 4, p. 235-
244, 2020. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/jbp/>.
Acesso em: 16 set. 2024.

MOREIRA, F. A.; GUIMARÃES, F. S. Interação da Cannabis com


os sistemas dopaminérgico e gabaérgico: implicações para a
dependência. *Revista de Neurociências*, v. 23, n. 2, p. 123-
132, 2015. Disponível em:
<https://www.revistaneurociencias.com.br/>. Acesso em: 16
set. 2024.

SILVA, C. A. et al. Efeitos comportamentais agudos e crônicos


da Cannabis: uma revisão de literatura. *Arquivos de
Neuropsiquiatria*, v. 74, n. 5, p. 389-398, 2016. Disponível
em: <https://www.scielo.br/j/anp/>. Acesso em: 16 set. 202
L

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