Economia I
O objetivo de qualquer indivíduo é maximizar a sua utilidade. A utilidade máxima
depende de bens, designam-se bens, algo que satisfaça uma necessidade /desejo e estes
podem ser materiais ou imateriais. A utilidade máxima é atingida quando o custo
marginal = benefício marginal, assim é possível encontrar o ponto de equilíbrio.
Princípio da racionalidade: os indivíduos procuram maximizar a sua
utilidade/felicidade e em simultâneo minimizar os custos.
O salário reflete o preço da força de trabalho. Mais conhecimento = maior força de
trabalho = salário mais alto.
Valor fundamental para a economia: Equidade
Economia (Ciência das escolhas): Conjunto de atividades desenvolvidas pelo Homem
com o objetivo de produzir, distribuir e consumir bens e serviços necessários à
sobrevivência e à qualidade de vida.
Utilidade e Valor dos Bens
Um bem deve possuir valor de uso, que é o que determina o seu valor de troca.
Relação:
Bem → (necessita) Valor de uso → (determina) Valor de troca
Exemplo:
O que é mais valioso? Água ou diamante? Depende do contexto/sítio onde estamos.
Eficiência e Ineficiência:
Para determinar a quantidade eficiente de um bem ou atividade, compara-se o custo
marginal com o benefício marginal, e as situações são as seguintes:
1. Benefício marginal excede o custo marginal:
Deve-se aumentar a produção, utilizando mais recursos produtivos no
bem X, pois a produção cria mais valor, até que o benefício marginal se
iguale ao custo marginal.
2. Custo marginal é maior que o benefício marginal:
Representa uma situação ineficiente. Deve-se reduzir a produção do bem
X e aumentar a de outros bens até que o benefício marginal se iguale ao
custo marginal.
3. Custo marginal é igual ao benefício marginal:
A situação é de eficiência, pois não se pode aumentar o valor líquido
total ao alterar a produção sem comprometer a eficiência.
Eficiência e Eficácia:
Eficiência: Fazer as coisas da maneira mais eficaz possível, minimizando
desperdícios.
Eficácia: Atingir os resultados desejados, independentemente de como isso é
feito.
Na economia, a eficácia é priorizada, pois o foco está nos resultados.
Expropriações (decisões potencialmente eficientes):
Uma ação é potencialmente eficiente se os resultados compensarem aqueles que
ficaram lesados.
Pontos na curva: Alocação eficiente de recursos. Isso significa que todos os recursos
estão a ser usados da melhor forma possível, sem desperdício.
Pontos dentro da curva: Alocação ineficiente — é possível melhorar a utilização dos
recursos.
Conceito de marginalidade é central porque todas as análises económicas são feitas na
margem.
Definição e Funcionamento do Mercado
O mercado é uma instituição que facilita a troca entre compradores e vendedores,
podendo ser físico ou virtual, e é regido por princípios básicos como a oferta e a
procura, que preveem o comportamento dos indivíduos em resposta a mudanças no
ambiente econômico. A condição ceteris paribus permite isolar variáveis-chave para
estudar suas relações, como o preço de um bem e a quantidade procurada.
Procura
A procura traduz o que um indivíduo (ou grupo de indivíduos) deseja e é capaz de
obter no mercado, num determinado período de tempo, a um determinado preço,
considerando todos os outros fatores constantes além do preço desse bem (condição
ceteris paribus). O simples desejo para comprar não é por si próprio suficiente para
constituir a procura, sendo necessária a existência de suficiente poder de compra.
Determinantes da procura:
P(X) - O Preço Desse Bem X
P(S) - O Preço Dos Bens Substitutos
P(C) - O Preço Dos Bens Complementares
P(N) - O Preço Dos Outros Bens
Y – Rendimento
P(E) - Expetativas Dos Futuros Preços
D(Y) - Distribuição Do Rendimento
B – Efeito Bandwagon
W – Riqueza
N - Variação Da População
A procura e a lei da utilidade marginal decrescente
A lei da utilidade marginal decrescente diz-nos que, à medida que um indivíduo vai
consumindo quantidades adicionais de um dado bem, o nível de utilidade ou prazer que
se vai retirando dessas doses marginais, podendo crescer no início, acaba por
ir diminuindo até desaparecer quando o indivíduo atinge a saciedade, mantendo-se o
consumo dos outros bens constante. Desta forma, leva a uma diminuição da
procura desse bem por parte do consumidor, uma vez que já não é útil/não satisfaz uma
necessidade.
A procura e a teoria da racionalidade
A teoria da racionalidade diz-nos que o indivíduo procura maximizar o seu prazer, a
sua utilidade, a sua satisfação, o seu interesse e, em simultâneo, minimizar os custos, a
desutilidade, o desprazer de qualquer natureza. A função utilidade de uma pessoa
depende de todos os bens que essa pessoa "consome" ou utiliza, de natureza material ou
imaterial.
Ocorre um aumento da procura do bem substituto e a diminuição da procura do bem
"original" por parte do consumidor, uma vez que procura satisfazer uma necessidade
e reduzir os custos dessa ação. Exemplo: O indivíduo quer beber um vinho e tem duas
opções: compra o vinho mais caro ou compra o vinho mais barato. O indivíduo optou
por comprar o vinho mais barato, pois satisfez a sua necessidade e minimizou os
custos.
A lei geral da procura
A inclinação negativa da curva da procura reflete
a lei geral da procura. A quantidade máxima
procurada de um bem, num determinado período
de tempo, normalmente, varia com a alteração do
preço - diminuirá quando o preço sobe e aumentará
se o preço baixar, ou seja, existe uma relação
inversa entre a quantidade procurada e o preço
do bem para a maioria dos bens, com exceção dos
bens de Giffen e dos bens de luxo.
Relação entre bem e o rendimento: curva de engel ou
procura rédito
Bens Normais:
Relação direta entre rendimento e procura.
Aumento do preço (ceteris paribus): Rendimento real diminui; Procura do bem
tende a diminuir.
Diminuição do preço (ceteris paribus): Rendimento real aumenta; Procura do
bem tende a aumentar.
Bens Inferiores:
A relação é inversa à dos bens normais.
Aumento do preço: Rendimento real diminui, mas a procura do bem pode
aumentar.
Diminuição do preço: Rendimento real aumenta, mas a procura do bem pode
diminuir.
Impacto do Preço na Procura:
A variação do preço altera o rendimento real do consumidor.
O impacto na procura depende de:
o Percentagem do rendimento real gasta no bem.
o Elasticidade da procura-rendimento em relação ao bem.
Deslocações da Curva da Procura Quando o Fator Determinante Não É o Preço do
Bem
1. Aumento da Procura
Condições: Quando um dos determinantes da
procura (além do preço) se altera para
aumentar a procura.
Exemplos: Aumento do rendimento
disponível dos consumidores;
Alteração dos gostos dos
consumidores; Melhoria das
expectativas dos consumidores.
Resultado: A curva da procura desloca-se
para a direita, significando que, para cada
preço, a quantidade procurada aumenta.
2. Diminuição da Procura
Condições: Quando um dos determinantes da procura (além do preço) se altera
para diminuir a procura.
Exemplos: Aumento dos impostos sobre o rendimento (IRS); Aumento dos
impostos indiretos (ex. IVA).
Resultado: A diminuição do rendimento disponível leva a uma diminuição da
procura pela generalidade dos bens, o que se traduz na deslocação da curva da
procura para a esquerda, resultando em menor quantidade comprada, mesmo
que os preços se mantenham ou até mesmo diminuam.
Tipos de Bens
1. Bens Normais
Definição: Bens cuja quantidade procurada
varia diretamente com o rendimento,
mantendo todos os outros fatores constantes
(ceteris paribus).
Comportamento:
A procura aumenta com o aumento do
rendimento.
A procura diminui com a diminuição
do rendimento.
2. Bens Inferiores
Definição: Bens cuja quantidade procurada
diminui com o aumento do rendimento,
mantendo todos os outros fatores constantes
(ceteris paribus).
Comportamento:
A procura diminui quando o
rendimento aumenta.
A procura aumenta quando o
rendimento diminui.
3. Bens Giffen
Definição: Bens básicos consumidos por
indivíduos de baixos rendimentos, cuja procura
aumenta mesmo com o aumento do preço.
Comportamento:
A curva da procura tem uma
inclinação positiva, indicando que a
procura aumenta com o aumento do
preço.