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Direito Do Desporto

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Direito do Desporto 10/09/24

Existe uma grande separação entre o Direito do desporto da América latina (mundo
latino, incluindo Portugal) e Africano; e o Anglo saxónico. Isto é, a grande separação
acontece devido a participação do estado no Direito do desporto latino, ao contrário
do que se dá no outro.

A disciplina irá focar-se em saber o que é o direito do desporto; as suas fontes e o


direito do desporto público em Portugal.

Além da avaliação contínua, a avaliação dar-se-á através da entrega de um trabalho


individual (detalhes no documento sobre a avaliação), que deverá ser feita
obrigatoriamente até dia 30 de dezembro de 2024 às 18:00. Seguidamente, a
participação contínua será utilizada exclusivamente para limar arestas
relativamente à avaliação (o importante realmente é o trabalho).

A matéria irá assentar muito no Direito administrativo.

Cada aula irá começar com o esclarecimento de dúvidas relativamente a casos


concreto, sejam eles do desporto português ou internacional (finalmente vou poder
saber como é que se passa da série C para a série A diretamente).

O que é o direito do desporto?


Relativamente a esta questão, é importante a LBAFD 2007; importante definir que
isto é uma Lei de base.

Também nesta lei, no seu Capítulo IV; relativamente aos atletas de alto
rendimento, há duas definições: aquela em sentido lato, podendo ser o que está
nos artigos.44º; nº1 e 45º, ou em sentido restrito, sendo só o definido no
art.44º; nº1.

Então, porque que um atleta em representação nacional tem um regime diferente,


mesmo podendo não ser um atleta de alto rendimento em sentido restrito? Ora,
acontece devido à importância da performance dos atletas/equipas quanto à
imagem da nação.

Também acontece de modo a garantir a harmonia nacional, independentemente


de outros fatores (art.4º desta lei de base).

Todavia, relativamente a este âmbito, também são aplicadas normas internacionais,


como as normas oriundas da EU; das diferentes federações (que, apesar de
nacionais, seguem as normas/regras que lhe são dadas pela federação
desportiva internacional (que é separada por desportos), órgão responsável pela
organização; regulação e disciplina do desporto por ela regulado), também é
importante referir que quase todos estes órgãos têm sede na Suíça).

Os desportos têm sempre a sua génese nas pessoas privadas, sejam elas
pessoas singulares (atletas), ou pessoas coletivas, como federações e
clubes. Também poderá ser importante referir que as leis do jogo não são normas
jurídicas, são antes normas técnicas.

Assim, as modalidades são organizações privadas, organizadas a nível piramidal,


onde as diferentes entidades nacionais unem-se de modo a formar as federações;
sem participação do estado para a sua formação. Após esta formação
nacional, são formadas as federações internacionais.

Importante: Portugal é um país de grande intervenção pública no desporto


(que pode ser visto nos respetivos regulamentos; como aquilo definido no art.14º
da lei de base/2007, que define os pressupostos que uma entidade precisa de
seguir de modo a alcançar o estatuto de pessoa coletiva e ser uma
federação).

Cada capítulo define as bases relativas a cada tópico relevante ao bom


funcionamento do desporto, por exemplo, aquele que engloba o art.14º regula as
associações desportivas (tendo em consideração aquilo definido no Código Civil
relativamente às características obrigatórias de uma associação). Seguidamente,
uma associação desportiva/federação é uma pessoa coletiva privada de
caráter associativo que terá, obrigatoriamente, de seguir as alinhas a) e b) do
artigo.14º (que já cumprem alguns dos pressupostos necessários para a formação
de uma pessoa coletiva de caráter associativo; segundo o Código Civil (fins
(desportivos, alinha a)); meios (preâmbulo) e o facto de ser não lucrativa
(início do preâmbulo)).

Quem decide se uma federação está integrada a nível internacional (alinhada


com a federação internacional da respetiva modalidade) é a própria entidade
associativa, através dos meios próprios que lhe convêm, como associação,
tendo, obviamente, as suas consequências (como a não participação em certas
competições).

As federações internacionais reconhecem apenas uma federação nacional,


aquela definida pelo estado, mas reconhecendo outras federações (aquelas que
seguem os pressupostos definidos no art.14º da lei de base/2007, a nível mais
local, ou seja, reconhece várias federações), acedendo assim ao princípio
concorrencial. Por outro lado, uma federação nacional só reconhece uma
federação internacional, acedendo assim ao princípio da unidade. Também, se
uma federação decidir, de forma independente (como definido acima) não se
filiar à respetiva federação internacional, o estado não a reconhece como
federação desportiva (segundo aquilo definido art.14º; alinha.a); ponto III da
lei de base).

Todavia, no direito desportivo português, pode ser definida a responsabilidade


exclusiva do exercício uma modalidade a uma única federação (segundo as
normas definidas no art.19º da lei de base/2007), sendo reconhecidos como tal
pelo estado, mas, devido à natureza pública dos poderes definidos pelo nº2 deste
artigo, ela continua a ser regulada pela respetiva federação internacional.

Ou seja, a entidade mantém a sua natureza (privada), apesar deste novo


estatuto emanado pelo estado lhe colocar alguns poderes de natureza
pública.

Em suma, temos o ordenamento jurídico transnacional e o ordenamento


público, ordenamentos esses que definem categoricamente e expressamente que,
em caso de conflito, deverá sobressair aquilo que é emanado pela
entidade internacional da respetiva modalidade desportiva.

Então, o Direito do Desporto poderá ser


definido como:
O Conjunto de normas e princípios; públicos e privados; nacionais e internacionais
que regulam a participação democrática no desporto.

Ver para aula de dia 24/09 último acórdão de jurisprudência do


Tribunal Arbitral do Desporto (TAD).

17/09/24

Relativamente ao desporto, apesar deste ter entidades desportivas próprias que a


gerem e a regulam, este continua vinculado ao direito (à legislação) generalizado,
ou seja, o direito geral deve ser aplicado se assim se achar.

Dado que, relativamente às entidades participativas na prática desportiva, um


desportista, antes de o ser, é uma pessoa, da mesma maneira que um clube
desportivo é, antes de tudo, uma associação.

As autarquias locais também podem ser responsáveis por normas de regulamento


desportivo, assim se vê a força da participação pública no desporto nacional.

Todavia, há duas entidades privadas que emanam normas públicas, as ligas


profissionais e outra, que lançam essas normas através de decretos administrativos.

O estado abdica dos seus poderes relativamente às ligas profissionais, delegando os


seus poderes a outras entidades de cariz privado (enfase nas ligas estritamente
profissionais e nacionais, quanto às ligas federadas distritais e campeonato de
Portugal (acho eu) ainda são responsabilidade da federação).

Relativamente a entidades internacionais de caráter público que rege sobre o


desporto, temos organizações cujo foco principal não é jurídico/legislativo, como a
ONU e a UNESCO; e outras cuja responsabilidade principal quando a esta matéria é
a nível legislativo, como o Conselho da Europa ou a própria União Europeia.

24/09/24

Na altura do início do estado novo, o desporto é visto como algo negativo. Isto é, a
prática de certos desportos é proibida nas escolas e à um grande grau de repressão
relativamente às federações (como pode ser visto no decreto-lei 7 de maio de 1926.

Esta visão é continuada (e reforçada) no decreto de ginástica de 1932, onde


censura a prática desportiva coletiva, citando uma série de motivos (que podem ser
vistos no documento).

Todavia, dada à popularidade dos desportos, em 1942 o estado novo decide aplicar
uma série de medidas de controlo, ou seja, em vez de tentar apagar
completamente, eles decidem aplicar limitações às entidades desportivas
(aproximação fascista italiana).

É com o 25 de abril que finalmente passa a haver liberdades para as federações


desportivas (liberdade de associação). Todavia, entre 1974 e 1990 há uma grande
incerteza quanto à sua participação no desporto, não havendo uma jurisdição
concreta, havendo divergência doutrinal quanto ao facto de serem associações
públicas ou privadas.

Então, com o acórdão de 90, para alem de classificar o direito ao desporto como um
direito fundamental, ele incumbe ao estado uma série de deveres, um deles é que
não há cunho público relativamente às matérias de federações desportivas.
(consagrando, de vez, o princípio de liberdade de associação quanto às matérias
desportivas associativas).

O TAD define, no artigo 4º da lei que o cria, as matérias desportivas na qual ele é
apto a arbitrar (também pode ser levado ao TAD matérias referidas no art.6º e 7º,
mas não é a ele dada competência exclusiva).

Há uma ordenação jurídica pública (as que provêm do ordenamento nacional) e


uma de caráter privado (aquelas que vêm das organizações desportivas
internacionais), que precisam de existir entre elas. Logo, deve-se definir
diretamente no ordenamento quem é que se sobressai em caso de conflito.

Primeiramente, temos exemplos da integração entre normas (coexistem), como o


art.12º da lei de bases de 2007 (o comité olímpico rege os seus estatutos a partir
da lei e da carta olímpica internacional).

No caso Sporting v. Bruma, dado que um lado utilizou o ordenamento nacional a seu
favor e o outro utilizou o internacional para reforçar o seu argumento, é possível
concluir-se qual é que se superioriza em caso de conflito. Assim, dada à decisão da
comissão arbitral favorável ao Sporting, decide-se que esta é hierarquicamente
superior. Deste modo, a decisão é favorável ao clube, uma vez que não se pode
aplicar uma lei de uma entidade que o estado não esteja vinculado (pois é uma lei
do estado português, e o estado português não está vinculado na FIFA, quem está é
a FPF).

Todavia, se o jogador se inscreve diretamente em um clube, a FIFA aceitaria a


inscrição, sendo responsabilidade do Sporting recorrer ao TAL, onde já havia
jurisprudência favorável ao jogador (dos 3 anos do contrato)

Logo, percebe-se que o “fator casa” relativamente a onde o caso é levantado é de


extrema importância quanto à decisão final, dada à jurisdição que será/pode ser
aplicada.

01/10/24

O desporto na europa é, principalmente, regulado por duas entidades estatais: o


conselho da europa e a União Europeia.

Também, dada à presença de várias sedes federativas internacionais na Suíça, é


evidente o papel que este estado europeu tem, visto que é ao seu direito que elas
se vinculam.

A primeira entidade que dedicou atenção ao desporto como uma mais-valia


relevante para a vivencia humana (seja a nível desportivo ou social) foi o conselho
da europa.
Como? Através de um documento chamado de carta europeia do desporto
(presente na plataforma sob o tema dos documentos internacionais).

É nesta carta que estão definidos uma série de conceitos relevantes, como a
definição do que é desporto, a classificação do desporto como um direito humano e
outros aspetos fundamentais do que deve ser o bom desporto pela Europa.

A partir de meados dos anos 90, ficou cimentada a participação da União Europeia
(e do tribunal de justiça da U) no desporto., através do caso Bozman. Isto é, ficou
cimentada a participação do tribunal de justiça em certos casos e o estudo ao
desporto e apoio ao desporto através de uma série de documentos.

A ideia de competição aberta (mudança entre divisões baseadas no mérito


desportivo) é um princípio fundamental do modelo europeu do desporto.

Na CRP as normas ligadas ao desporto podem ser divididas em 3 categorias: as


normas que se referem explicitamente o desporto (art.79º da CRP tem particular
importância); as normas que referem implicitamente o desporto e as normas que
não implicam o desporto.

O sistema português quanto ao desporto é misto, uma vez que há bastante


intervenção do estado, mas também há uma grande representação do privado (por
exemplo, os clubes).

08/10/24

O caso Diarra, que dá razão ao jogador quanto à questão do não pagamento de


uma indeminização no caso da quebra de um contrato sem justa causa. Deste
modo, o TJUE dá razão ao jogador, alegando que as regras da FIFA violam o
princípio do livre movimento dos jogadores de futebol. Logo, como a decisão do
TJUE não é vinculativa (mas leva a que as normas sejam ponderadas pelas
entidades competentes), o caso está agora sob a alçada do Tribunal Belga. Assim,
só quando o parecer for conhecido é que a FIFA poderá seguir à mudança das
normas.

Inicialmente, este caso poderá parecer grave, uma vez que parece indicar que a
rescisão sem justa causa é legítima, visto que considera ilegítima as sansões
desportivas aos clubes que contratarem estes jogadores e proíbe a sansão
indemnizatória. Todavia, não será o caso, dado que: primeiramente, após decisão
do tribunal belga, a FIFA irá alterar o regulamento, mantendo os princípios de “(…)
estabilidade contratual e desenvolvimento normal das competições” (parecer do
professor José Meirim); e seguidamente, pois "As regras de cálculo de indemnização
estão no regulamento da FIFA e não foram postas em causa", mas, de modo a
serem legítimas, devem é ser feitas “(…) de acordo com salário, tempo de contrato,
outra série de critérios.”, segundo o advogado Fernando Veiga Gomes (estes
pareceres foram retirados do seguinte artigo
(https://rr.sapo.pt/bola-branca/especial/futebol-internacional/2024/10/04/nao-e-
bosman-20-vai-implicar-novas-regras-entenda-o-caso-diarra-e-a-decisao-do-tribunal-
de-justica-da-ue/396263/), não sendo ainda pareceres oficiais).

Na sua primeira constituição democrática, mantem-se a presença pública nas


federações (ou seja, mantem-se o regime anterior quanto às federações).
22/10/24

Na lei de bases, a palavra estado (art.8º; nº4 da lei de bases) está a ser utilizada
em sentido restrito, exigindo um parecer vinculativo prévio para coparticipar nos
investimentos estruturais feitos pelas entidades governamentais autónomas
(autarquias locais/regiões autónomas). Enquanto ela estará a ser utilizada para
definir um conceito mais estrito, no nº1 do mesmo artigo (pois separa o estado
nacional central das autarquias locais/regiões autónomas.

Importante referir que, de modo a justificar, o facto de a legislação definir que


(constituição + art.7º + art.8º + art.47º e seguintes da lei de base) o apoio
financeiro do governo central não viola o princípio da independência financeira das
entidades governamentais autónomas (pois o apoio não obriga a haver autorização
para a construção em si).

Como Portugal não tem uma carta/plano estratégico definitiva relativamente ao


desporto, a legitimidade de participação de certas entidades é extremamente
confusa/complexa (não se discute desporto, o que leva a um desconhecimento
generalizado quanto ao desporto).

Em suma, em Portugal, não à definição/estudos/cultura concreta quanto ao


desporto em Portugal (não são definidos os detalhes da prática desportiva em
Portugal, havendo desnorte generalizado), há sim uma quantidade opressiva de leis
encavalitadas, sem particular relação.

Então, o art.9º da lei de bases acaba por ser um artigo vazio (pois, ao legislar sob a
epígrafe da “carta desportiva nacional”, está, segundo o que foi definido
anteriormente, a legislar sobre um vazio jurídico).

O art.27º das leis de base define uma entidade desportiva que não é uma
associação, as sociedades desportivas, que existe de modo a regularizar o novo
modo de gestão, derivado dos clubes (as associações “passam” a pasta da gestão
do futebol às sociedades anonimas). Todavia, não esta no art.33º da lei de bases
(capítulo III; desporto federado), uma vez que podem apenas abordar o desporto
“de forma lúdica”, e não o desporto de alta competição (ou seja, podem existir, mas
não podem entrar no âmbito de competência do desporto federado (segundo a
seguinte redação textual, “(…) não compreendidas na área de atuação própria das
federações desportivas, cujo regime jurídico é definido na lei.”).

A partir do momento que um desporto seja considerado olímpico (esteja no


programa olímpico) a sua federação irá ter a definição de entidade pública
desportiva (por menos praticantes que tenha), segundo a lei nº 93/2014.

A entidade relativa ao para-olimpismo em Portugal é extremamente desvalorizada,


uma vez que a legislação que a ela deve ser aplicada (art.13º da lei de bases) é
altamente subjetiva/não é conclusiva de todo. Isto é, ao contrário do comité
olímpico (que tem uma regulação bem trabalhada e digna, no art.12º da lei de
bases), o comité paraolímpico não é tratado com dignidade (pois a lei apenas define
que esta deve ser regulada, segundo as normas aplicadas ao comité olímpico, mas
com as “necessárias adaptações”, o problema é que nunca define quais é que
devem ser essas adaptações, nem sob que regras é que ela deve ser feita).
Segundo o art.14º da lei de base, as federações só podem existir a nível nacional
(pois, segundo a alinha a); nº1, as federações existem para promover e dirigir as
modalidades “a nível nacional”).

A participação em seleções nacionais é considerada matéria de interesse público


devido à: internacionalização de Portugal (boas participações em competições
internacionais de seleções levam a um reconhecimento generalizado) e à motivação
dada à população jovem (boas participações levam a mais praticantes entre a
população mais jovem).

A decisão de se uma federação pode ser federação vem de ela própria, dado que
será ela (como federação, através dos seus membros) que irá decidir se se vincula
na federação desportiva internacional (pois uma federação só será reconhecida se o
fizer). Então, será correto afirmar que o estado delega a capacidade de reconhecer
uma associação como federação para a entidade internacional? Bem, o estado
define que só será federação alguma associação que siga tudo o que está definido
no art.14º da lei de base (entre ela, a obrigatoriedade de vinculação à federação
desportiva internacional da respetiva modalidade). Deste modo, poderá ser correto
afirmar-se que, em Portugal, será o próprio estado a definir o conceito de federação,
visto que, para alem dos outros pressupostos, ele tem prevista a ideia de vinculação
à entidade internacional. Assim, é o estado que regula os pressupostos necessários
para que alguma associação possa estar legitimada para se vincular à respetiva
federação internacional (é o estado que decide os passos a seguir para que possa
existir essa vinculação final).

Mas, isto é paradoxal, uma vez que também são necessários pressupostos para
ingressar na federação internacional. Assi, uma associação que cumpre os
pressupostos portugueses, mas não os internacionais, não pode ser federação, e
vice-versa. Logo, tanto pode-se dizer que é o estado que regula, como pode-se dizer
que é uma entidade internacional privada que acaba por regular (não oficialmente)
em Portugal, através da importação desses pressupostos para o regulamento
(sendo a segunda visão a mais corroborada).

Todavia, essa importação não será absoluta, ou seja, não se podem importar
normas que sejam contra a constituição, contra o bem-estar e contra os direitos
fundamentais presentes em território nacional.

Então, de modo a conciliar o direito proveniente da organização internacional


privada e do estado, é criada uma federação nacional (art.15º da lei de bases)

Caso seja alterada alguma coisa relativamente ao combate à violência no futebol,


ela será sempre uma atualização sob a lei nº39/2009.

05/11/24

Apenas as federações podem definir as competições profissionais desportivas


(art.22; nº2), ou seja, as federações delegam os seus poderes para as ligas
(resumindo, hierarquicamente, o estado delega para as federações, e as federações
delegam para as ligas).

Seguidamente, o nº3 do art.22º da lei de bases define que as ligas desportivas


apenas podem ser integradas pelos “pelos clubes e sociedades desportivas que
disputem as competições profissionais”. Contudo, o nº4 do mesmo artigo deixa a
porta aberta para outros agentes desportivos (ou seja, relega essa responsabilidade
para os estatutos dos clubes).

Importante, relativamente entre a relação entre os clubes e as ligas, fazer uma


remissão entre o art.23º da lei de bases para o art.28º (art.28º do regime legal, não
da lei de bases).

Seguindo, o art.23º; nº1 da lei de bases define que a


coexistência/cooperação/participação entre os clubes e a liga se dá por contrato
(celebrado entre as partes, segundo os termos legais). Depois, o nº2 do mesmo
artigo determina as matérias que devem ser acordadas entre as ligas e as
federações (ou seja, são matérias de responsabilidade conjunta entre a federação e
a liga).

Seguidamente, o art.23º; nº3 da lei de bases, define que as competições nacionais


(ligas) são abertas, ou seja, há transição entre divisões baseada no mérito
desportivo.

Finalmente, o art.23; nº4 da lei de bases determina o que deverá ocorrer em caso
de conflito entre a federação e a liga (se não for alcançado um acordo para um
contrato). Isto é, como esta é uma matéria que implica a delegação de poderes por
uma das partes, de modo que as competições nacionais não saiam prejudicadas (se
não houvesse regulamento em caso de conflito, a não delegação por parte das
federações iria paralisar as ligas de maneira indeterminada).

Efetivamente, ultrapassando esta questão da definição e da tipologia da delegação


de poderes, temos o art.24º da lei de bases, que define os 3 poderes de
responsabilidade da liga: o poder quanto às competições/poder desportivo
(segundo o art.24º; nº1 da lei de bases, que define a competência exclusiva da liga,
mas não ilimitada, segundo o art.22º; nº2 da lei de bases); quanto ao critério
disciplinar e a nível da arbitragem

desportiva/competições (art.24º; nº1, competência exclusiva da liga, mas não


ilimitada, segundo o art.22º; nº2 da lei de bases), disciplinar (art.24º; nº2 da lei de
bases) e arbitragem (art.24º; nº2 da lei de bases).

Contudo, apesar do art.24º; nº2 da lei de bases determinar a responsabilidade da


liga quanto á arbitragem e quanto à disciplina (as ligas são responsáveis por
criar e aplicar regulamentos quanto a estas matérias), o art.25º da lei de
bases defende o reintegramento destes poderes nas federações.

Agora, após falarmos das sociedades desportivas (pessoas coletivas), iremos agora
abordar o regulamento aplicado aos agentes desportivos (regime definido segundo
a secção II; art.34º e adiante da lei de bases).

O art.46º; nº2 da lei de bases apenas determina que o apoio financeiro será
proibido (salvo as exceções definidas por esse artigo) no âmbito da participação em
competições profissionais (em qualquer outro âmbito (por exemplo, escalões de
formação) será permitida, e, como não há fiscalização, será utilizada como um
“loophole” legal por parte de muitos clubes).

Todavia, de modo a evitar que estas situações de aproveitamento indevido do


financiamento público, o art.47º da lei de bases determina os critérios que devem
ser observados de modo que o contrato-programa possa ser celebrado.
12/11/24

Relacionada às consequências a ser aplicadas em caso de irregularidade de uma


federação (a suspensão, definida pelo art.21º do regime Jurídico das
Federações Desportivas e de Atribuição do Estatuto de Utilidade Pública
Desportiva), os ilícitos que acarretam essa consequência estão definidos nas
alinhas do nº1 e as suas consequências nas alinhas do nº2.

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