Ebook Vinhos
Ebook Vinhos
Consumo responsável
SUMÁRIO
Um brinde à informação
Que tal aprender mais sobre vinhos? Isso pode ajudar você a comprar bons rótulos
sem gastar muito e vai deixá-lo mais confiante ao olhar a carta de vinhos na sua
próxima visita ao restaurante. Afinal, existem inúmeras opções diferentes para você
escolher. E as regiões vinícolas espalhadas pelos continentes também têm suas
particularidades. Isso sem falar que cada safra é única, resultando em centenas de
novos vinhos lançados no mercado em todo o mundo diariamente.
Neste Guia de Vinhos, você terá acesso a conhecimentos que o deixarão mais
seguro diante da escolha dessa bebida. Será ótimo ir ao supermercado ou a lojas
especializadas estando mais bem-informado e sair de lá com vinhos deliciosos
para degustar na companhia de seus amigos e familiares, celebrando momentos
inesquecíveis ao brindar com uma taça. E, principalmente, sabendo mais sobre o
assunto, você será capaz de viver toda essa experiência incrível sem estourar seu
orçamento. Então, aprecie as próximas páginas e “saúde”.
SUMÁRIO
Categorias de vinhos
Genericamente, vinho é a bebida alcoólica feita com suco de uvas prensadas (mosto)
e fermentadas. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa), esse produto é dividido em duas categorias:
Vinho de mesa
Possui teor alcoólico de 8,6°GL a 14°GL. Pode ser elaborado com uvas das variedades
Vitis vinifera (espécie de videira mais cultivada para a produção de vinho) ou com as
do grupo de uvas americanas e/ou híbridas. É classificado quanto à cor: tinto, rosado,
rosé (ou clarete) e branco.
Vinho fino
Apresenta o mesmo teor alcoólico do vinho de mesa, sendo elaborado em processos
tecnológicos adequados que assegurem a otimização das características sensoriais,
exclusivamente, de variedades nobres de Vitis vinifera. Também é classificado quanto
à cor, como tinto, rosado, rosé (ou clarete) e branco. De acordo com a legislação, é
permitido citar na sua rotulagem ou adicionar à sua denominação o nome de apenas
uma variedade de uva desde que ela represente, no mínimo, 75% das utilizadas em
sua elaboração. Quando o vinho for produzido com mais de uma variedade de uva da
mesma espécie, podem ser citados no rótulo os nomes dessas variedades, em ordem
decrescente das quantidades presentes na composição. Na rotulagem do vinho
engarrafado, é permitida a indicação da safra, desde que pelo menos 85% do produto
sejam obtidos de uvas da safra indicada.
SUMÁRIO
Os tipos de vinhos
Antes de você conhecer com detalhes os tipos de vinhos, é preciso entender um
pouco sobre o ciclo produtivo das videiras. No outono, quando são feitas as podas, a
videira perde suas folhas. Em regiões muito frias, permanece em “repouso hibernal”
durante o inverno e pode até parecer que a planta está seca e morta. Já no começo da
primavera, inicia-se o crescimento vegetativo, com a brotação, ramificação, floração e
frutificação. O verão é a fase em que as frutas amadurecem. A colheita, que se inicia
ainda na estação quente, dura de dois a três meses, dependendo de fatores diversos,
como clima, desenvolvimento das uvas e decisões estratégicas dos enólogos.
A colheita é uma das etapas do processo que é comum a todos os vinhos, e é um
momento crucial na produção, pois determina características importantes, como
acidez, teor de açúcares e taninos (veja o que são no capítulo Pequeno Glossário,
na pág. 41). Influenciada por fatores como a variedade da uva, condições climáticas,
disponibilidade de mão de obra e terroir, a colheita ocorre geralmente entre agosto e
outubro, no Hemisfério Norte, e entre fevereiro e abril, no Hemisfério Sul.
Existem diferentes métodos de colheita – isso pode estar descrito no rótulo, mas não
é obrigatório. A manual tende a ser mais cuidadosa e preservadora da integridade das
uvas, ideal para vinhos de alta qualidade. A mecanizada, que é mais rápida, costuma
ser mais eficiente e econômica, mais adequada para grandes volumes de produção. Já
a noturna, realizada à noite ou nas primeiras horas da manhã, é outra opção que traz
benefícios, como a preservação de aromas, menor oxidação, menor contaminação e
melhor controle de temperatura durante o processo.
Em termos práticos, o que define o momento da colheita? De forma geral, essa etapa
acontece quando a uva atinge os níveis dos açúcares e ácidos adequados para a
elaboração dos vinhos desejados e é uma decisão que cabe ao enólogo.
SUMÁRIO
Vinhos tintos
São produzidos a partir de uvas tintas, e sua cor é extraída das cascas durante
o processo de fermentação. Ainda quanto à cor e aparência, os vinhos tintos
apresentam tonalidades que vão do vermelho-rubi ao roxo escuro, e são menos
transparentes que os brancos. Variam de leves a encorpados, com maior potencial de
envelhecimento e evolução de sabores e aromas. Geralmente, possuem menor acidez
que os brancos, o que os torna mais robustos e encorpados do que estes últimos.
Quanto aos taninos (que conferem a secura na boa ao se degustar a bebida – saiba
mais na pág. 45), os vinhos tintos podem conter alto teor, já que o contato com as
cascas é mais prolongado durante a produção.
• Notas: Frutadas (frutas vermelhas, negras ou de bosque), especiarias, notas terrosas,
sabores de chocolate, couro, tabaco e, em alguns casos, baunilha e aromas e sabores
tostados (quando envelhecidos em carvalho).
• Com o que harmonizam: Carnes vermelhas, queijos mais fortes, massas com molhos
robustos e pratos mais condimentados.
SUMÁRIO
Vinhos brancos
Podem ser produzidos 100% a partir de uvas brancas, mas, acredite, também podem
ser feitos a partir de uvas tintas. Nesse caso, as cascas são removidas no início do
processo para evitar que os pigmentos sejam extraídos. Quanto à cor e aparência,
os vinhos brancos apresentam tonalidades que vão do amarelo-palha ao dourado e
são mais claros e transparentes que os tintos. Variam de secos a doces, espumantes
e fortificados, mas a maioria é consumida jovem (de preferência, até três anos, e,
raramente, com mais de cinco anos).
Normalmente, possuem maior acidez que os tintos, o que os torna refrescantes e mais
versáteis na harmonização, e costumam ter corpo leve a médio, enquanto os tintos
apresentam corpo médio a encorpado. Quanto aos taninos, os vinhos brancos, em geral,
oferecem baixo teor, pois têm pouco contato com as cascas durante a produção.
• Notas: Frutadas (frutas cítricas, tropicais ou frutas com caroço), florais, minerais,
sabores de flores, ervas, mel e, em alguns casos, baunilha e tostados (quando
envelhecidos em carvalho).
• Com o que harmonizam: Pratos leves, frutos do mar, aves, queijos suaves e saladas.
SUMÁRIO
Vinhos rosés
Podem ser produzidos a partir de uvas tintas, mas com um contato breve das suas
cascas durante o processo de fermentação, ou pelo método de corte, misturando
vinhos brancos e tintos. Nesse caso, as cascas são removidas após um curto período
de maceração para obter a cor desejada. Quanto à cor e aparência, os vinhos rosés
apresentam tonalidades que vão do rosa-pálido ao salmão, e são mais claros que os
tintos e menos transparentes que os brancos. Variam de secos a doces e espumantes,
mas a maioria é consumida jovem.
Normalmente, possuem acidez moderada, o que os torna refrescantes e versáteis na
harmonização, e costumam ter corpo leve a médio, sendo mais leves que os tintos e
mais encorpados que os brancos. Quanto aos taninos, em geral, os vinhos rosés têm
baixo teor, pois há contato reduzido com as cascas durante a produção.
• Notas: Frutadas (frutas vermelhas como morango e cereja), florais e, às vezes,
cítricas, sabores de flores e, em alguns casos, especiarias leves e ervas (quando
envelhecidos em carvalho).
• Com o que harmonizam: Pratos leves a médios, frutos do mar, aves, queijos,
saladas, massas com molhos leves e pratos da culinária asiática.
SUMÁRIO
Vinhos fortificados
Podem ser produzidos a partir de uvas brancas, tintas ou da combinação de ambas
e têm álcool adicionado durante ou após a fermentação. Quando a adição de álcool
(geralmente, aguardente vínica) ocorre durante a fermentação, há a interrupção do
processo fermentativo e preserva-se o açúcar residual, resultando em vinhos mais
alcoólicos e, muitas vezes, mais doces. Quanto à cor e aparência, os vinhos fortificados
apresentam tonalidades que vão do âmbar ao rubi profundo e são mais opacos e
viscosos do que os vinhos não fortificados. Variam de secos a doces e incluem tipos
como Porto, Madeira, Jerez e Marsala, em diferentes estilos: Tawny, Ruby, Vintage
(para vinho do Porto) ou seco, meio-seco e doce (para vinho da Madeira).
Normalmente, possuem acidez moderada, o que os torna equilibrados e ricos, e
costumam ter corpo médio a encorpado, dependendo do estilo e da uva utilizada.
Quanto aos taninos, os vinhos fortificados, em geral, apresentam teor variável, sendo
mais pronunciados nos fortificados tintos, devido ao maior contato com as cascas
durante a produção.
• Notas: Frutadas (frutas secas, passas, ameixas), especiarias, caramelo, toffee, sabores
de nozes, chocolate, café e, em alguns casos, baunilha e tostados (quando envelhecidos
em carvalho).
• Com o que harmonizam: Pratos ricos, fortes e intensos, queijos azuis, frutas secas,
sobremesas e chocolates, além de serem apreciados como aperitivos ou digestivos.
SUMÁRIO
Vinhos de sobremesa
Podem ser produzidos a partir de uvas brancas, tintas ou da combinação de ambas,
e são caracterizados por seu alto teor de açúcar residual. Nesse caso, métodos
específicos de produção, como colheita tardia, botritização (influência do fungo
Botrytis cinerea) ou congelamento das uvas, são utilizados para concentrar os
açúcares. Quanto à cor e aparência, os vinhos de sobremesa apresentam tonalidades
que vão do dourado ao âmbar e ao rubi e têm uma textura mais viscosa (encorpada)
do que os vinhos secos. Variam de semidoce a intensamente doce.
Os tipos de vinho de sobremesa são de colheita tardia, botritizados, passificados
(produção de uvas desidratadas por exposição ao sol; uvas-passas) e fortificados
doces, em estilos como Eiswein, Sauternes, Tokaji e Vin Santo. Usam variedades
específicas de uvas com alta concentração de açúcar, como Sémillon e Moscatel.
Normalmente, possuem acidez moderada a alta, o que equilibra a doçura e evita que
sejam enjoativos, e costumam ter corpo médio a encorpado dependendo do estilo e
da uva utilizada. Quanto aos taninos, os vinhos de sobremesa, em geral, apresentam
baixo teor, especialmente nos vinhos brancos de sobremesa, devido ao pouco contato
com as cascas durante a produção.
• Notas: Frutadas (frutas maduras, frutas secas ou em compota), florais, mel,
caramelo, sabores de flores, mel, especiarias e, em alguns casos, baunilha e tostados
(quando envelhecidos em carvalho).
• Com o que harmonizam: Doces, frutas, queijos azuis e patê de foie gras, ou podem
ser apreciados sozinhos como digestivos.
SUMÁRIO
Vinhos espumantes
Podem ser produzidos a partir de uvas brancas, tintas ou uma combinação de
ambas, e são caracterizados pela presença de bolhas de gás carbônico dissolvidas
no líquido (perlage). Nesse caso, a segunda fermentação ocorre na garrafa ou em
tanques, gerando o gás carbônico final responsável pela efervescência. Quanto à cor e
aparência, vão do amarelo-palha ao rosado e são menos transparentes que os vinhos
brancos não espumantes. Variam de secos a doces e podem ser feitos em diferentes
estilos, como Brut, Extra Brut ou Demi-Sec, mas a maioria é consumida jovem,
embora existam exceções importantes no mercado.
Normalmente, possuem acidez elevada, o que os torna refrescantes e versáteis na
harmonização, e costumam ter corpo leve a médio, dependendo do estilo e da uva
utilizada. Quanto aos taninos, os vinhos espumantes, em geral, apresentam baixo
teor, principalmente nos espumantes brancos, pois têm pouco contato com as cascas
durante a produção.
• Notas: Frutadas (frutas cítricas, tropicais, vermelhas ou de caroço), florais, minerais,
brioche e, em alguns casos, baunilha e tostados (quando envelhecidos em carvalho ou
submetidos à autólise de leveduras).
• Com o que harmonizam: Pratos leves a médios, frutos do mar, aves, queijos,
saladas, massas com molhos leves, aperitivos e sobremesas não muito doces.
SUMÁRIO
• Prosecco
Existe bastante confusão envolvendo a denominação Prosecco. Os italianos
mudaram o nome da uva de Prosecco para Glera, em 2009, buscando
comunicar que apenas os vinhos espumantes produzidos nas regiões
italianas de Vêneto e Friuli Venezia Giulia poderiam usar o nome Prosecco,
num processo similar ao que fez a região de Champagne, na França. Essa
alteração ocorreu para diminuir a confusão entre a denominação de origem
do espumante e a uva com o qual ele é feito, já que a uva se espalhou
pelo mundo e muitas outras regiões começaram a produzir espumantes e
denominá-los Prosecco. Entretanto, alguns países, como Brasil e Austrália, não
reconhecem essa denominação e continuam usando o nome Prosecco em
seus produtos.
O processo de produção do Prosecco é sempre o método Charmat, que é
usado na produção de vinhos espumantes frescos e frutados, sendo mais
econômico e rápido em comparação ao método Champagne, resultando em
espumantes finos com preços mais acessíveis e sabores mais jovens, frescos
e vibrantes. Deve conter, no mínimo, 85% de uva Glera e os 15% restantes
podem ser provenientes de uvas Pinot Noir, Pinot Grigio, Pinot Bianco, Verdiso,
Chardonnay e outras.
SUMÁRIO
A classificação dos vinhos em “Novo Mundo” e “Velho Mundo” tem suas raízes
na história e nas tradições vitivinícolas. Enquanto o Velho Mundo abrange países
europeus com séculos de experiência, tradição e práticas enraizadas, como França,
Itália e Espanha, o Novo Mundo engloba nações que emergiram mais recentemente
no cenário vinícola, como Estados Unidos, Austrália, Chile, Argentina e Brasil. Essa
distinção vai além da geografia, refletindo diferenças marcantes no estilo, nos sabores
e nas técnicas de produção, oferecendo uma rica diversidade para apreciadores de
vinho ao redor do mundo. Veja:
É importante entender que, apesar dessas diferenças gerais, cada vinho é único
e pode apresentar características que fogem ao padrão esperado para produtos
do Novo ou Velho Mundo. A crescente globalização desse mercado também
tem influenciado a produção em ambos os lados, com vinhos do Novo Mundo
incorporando técnicas tradicionais e alguns do Velho Mundo buscando a inovação.
• Escolha a uva – Esse é um dos principais fatores que afetam o sabor do vinho.
Algumas das uvas mais populares são Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinot Noir,
Chardonnay, Sauvignon Blanc e Riesling. Cada uma tem seu próprio perfil de sabor,
aroma e acidez, então é importante escolher uma uva que satisfaça suas preferências.
SUMÁRIO
• Escolha o país e a região de origem – O local em que o vinho foi produzido afeta o
sabor da bebida e a sua experiência de consumo. Por exemplo, os de regiões mais
frias tendem a ter um sabor mais ácido e menos doce, enquanto os de regiões mais
quentes costumam apresentar um sabor mais doce, frutado e menos ácido.
• Baixe e use um app sobre vinhos em seu celular – Existem vários disponíveis para
Android ou iOS que permitem ao usuário escanear e descomplicar as informações
contidas nos rótulos das garrafas, ler avaliações de outros consumidores, comentários,
recomendações e notas de degustação, compartilhar opiniões, pesquisar e comparar
preços e lojas ou mesmo comprar diretamente sua garrafa pelo e-commerce. Os mais
populares são Vivino, WineAdvisor e Wine-Searcher.
1 Escolha do ambiente
Para degustar um bom vinho, comece escolhendo um ambiente tranquilo,
iluminado, confortável e sem odores fortes.
2 Temperatura adequada
Sirva o vinho na temperatura adequada. Recomenda-se que tintos médios
sejam servidos ao redor de 16°C; tintos encorpados e/ou envelhecidos, entre
16°C a 18°C; vinhos brancos leves, entre 6°C a 8°C; rótulos envelhecidos em
carvalho, entre 10°C e 12°C; espumantes, entre 6°C e 8°C; Porto e fortificados
em geral, em torno de 14°C ou um pouco mais. Além disso, use taças com
formatos específicos para cada tipo de vinho.
3 Exame visual
Observe a cor, intensidade e limpidez da bebida.
SUMÁRIO
4 Análise olfativa
Cheire o vinho na taça para identificar aromas (primários, secundários,
terciários). Gire a taça para aumentar a superfície de contato, liberando mais
aromas e “abrindo” o buquê da bebida. Entenda que:
Aromas primários: São, geralmente, os primeiros a serem percebidos
ao provar um vinho e são mais evidentes em vinhos jovens. Vêm,
principalmente, das uvas e são influenciados pelas características da
variedade, do clima e do terroir. Exemplos de aroma primários são os frutados
(morango, abacaxi, pêssego), florais (rosa, violeta, jasmim) e herbáceos
(grama, folha de tomate, eucalipto).
Aromas secundários: Surgem após os primários e são resultantes dos
processos de fermentação e maturação do vinho. Alguns exemplos são
aromas de fermento (pão, brioche, bolos), lácteos (manteiga, creme, queijo) e
malolática (geleias, aroma de manteiga).
Aromas terciários: São desenvolvidos durante o envelhecimento e a
evolução do vinho, tanto em barricas quanto na garrafa. Os principais
exemplos são aromas amadeirados (baunilha, coco, cedro), oxidação (frutas
secas, mel, caramelo) e evolução (couro, tabaco, trufa). São mais complexos
e sutis, acrescentando profundidade, complexidade e sofisticação ao perfil
aromático do vinho.
6 Hora de harmonizar
Finalmente, harmonize adequadamente o vinho com os pratos e as receitas
de sua preferência, na companhia dos amigos e familiares, em ocasiões
descontraídas e alegres. Veja, no capítulo a seguir, as dicas de harmonização.
SUMÁRIO
Harmonização é fundamental
Harmonização é o processo racional (mas, muitas vezes, intuitivo e pessoal) de
combinar vinhos e pratos para realçar o sabor e a experiência de ambos. O objetivo da
harmonização é encontrar um equilíbrio entre os sabores e as texturas do vinho e do
alimento, criando uma experiência gastronômica a mais agradável e prazerosa possível.
Queijos frescos
Exemplos: Ricota, muçarela, minas frescal
Harmonização sugerida: Vinhos brancos leves, como
Sauvignon Blanc e Chardonnay
Queijos macios
Exemplos: Brie, camembert
Harmonização sugerida: Vinhos brancos encorpados,
como Chardonnay com passagem por barrica, ou tintos
leves como Pinot Noir
Queijos semimacios
Exemplos: Gouda, Emmental
Harmonização sugerida: Vinhos brancos frutados, como
Riesling, ou tintos médios, como Merlot
Queijos duros
Exemplos: Parmesão, Grana Padano, Gruyère
Harmonização sugerida: Vinhos tintos encorpados e
complexos, como Cabernet Sauvignon ou Malbec
Queijos azuis
Exemplos: Gorgonzola, Roquefort
Harmonização sugerida: Vinhos doces, como Sauternes
ou Porto, Zinfandel e o branco Gewürztraminer
SUMÁRIO
Acessórios e utensílios
Para a boa experiência com o vinho, não basta ter a taça correta. Outros acessórios
vão fazer a diferença. Conheça-os:
Decanter
É um utensílio essencial para os apreciadores de vinhos que
desejam desfrutar de uma experiência de consumo perfeita.
Ele permite que a bebida respire, evoluindo e desprendendo
seus aromas e sabores complexos, além de separar sedimentos
indesejados e que se formam naturalmente ao longo dos anos em vinhos de guarda.
O decanter é um recipiente de vidro, cristal ou outro material transparente com
formato geralmente ovalado, achatado e com uma abertura mais larga do que o
gargalo de uma garrafa tradicional de vinho. Pode ter alça ou não. Existem também
decanteres em formato de U e aeradores, que, além de separarem os sedimentos,
aeram o vinho e ajudam a “abrir” o buquê da bebida.
É recomendável usar um decanter para vinhos mais encorpados, com mais de cinco
anos de guarda, que possuem mais taninos e aromas complexos. Vinhos mais jovens,
leves e frescos normalmente não precisam ser decantados, pois podem perder
sua delicadeza e seu aroma, exceto se apresentarem depósitos que precisem ser
removidos pelo utensílio.
SUMÁRIO
E como escolher o decanter ideal? O seu formato pode variar bastante e chega a ser
considerado um objeto de design. Mas é importante escolher um modelo com uma
base larga o bastante para permitir a oxigenação do vinho, além de uma boca estreita
para concentrar os aromas. Também é importante optar por uma peça que seja fácil
de segurar e de limpar, com um tamanho compatível ao da garrafa que será aberta.
6 – Deixe o vinho respirar no utensílio por pelo menos 30 minutos antes de servir.
Saca-rolhas
A importância de um bom saca-rolhas está, principalmente, em evitar quebrar ou
danificar a rolha, garantindo uma experiência agradável, preservando a integridade do
vinho e impedindo que fragmentos de cortiça caiam na bebida.
Para escolher um saca-rolhas, considere a utilização que fará: para uso ocasional, um
saca-rolhas de asa pode ser suficiente; para uso frequente, o de alavanca dupla (tipo
garçom, que você verá adiante) é mais recomendado. Procure investir em materiais
de boa qualidade, que garantam a durabilidade e o melhor desempenho. E pense na
facilidade: escolha um modelo ergonômico e fácil de manusear.
Após cada uso, limpe-o bem, removendo resíduos de rolha e vinho para evitar
desgaste ou oxidação. Guarde em local adequado, onde não haja umidade e altas
temperaturas. Assim, prolongará a vida útil desse utensílio.
TIPOS DE SACA-ROLHAS
Alavanca dupla (double-hinged) – Também conhecido como saca-
rolhas garçom. Contém duas dobradiças que facilitam a extração da
rolha sem quebrá-la.
Saca-rolhas de asa (winged corkscrew) – Possui duas alavancas
laterais em forma de asas, que ajudam a extrair a rolha girando a hélice.
Saca-rolhas de rosca (screwpull) – Utiliza um mecanismo de rosca
contínua para extrair a rolha sem danificá-la.
Saca-rolhas de ar (air pressure) – Usa a pressão de um gás inerte
(e não de ar, como o nome sugere, porque oxidaria o vinho) para
remover a rolha, sem necessidade de força manual.
Saca-rolhas elétrico – Dispositivo motorizado que permite abrir
garrafas de vinho de forma rápida e fácil, utilizando um motor elétrico
para remover a rolha com o mínimo de esforço (basta pressionar um
botão) e muita rapidez e praticidade (abre a garrafa em segundos).
Existem dois tipos: básico – modelos simples, com a função apenas
de remover a rolha – e avançado, que traz recursos adicionais, como
cortador de lacre integrado e base de recarga da bateria.
Para escolher o saca-rolhas elétrico, opte por marcas confiáveis e
com boa reputação; verifique se o dispositivo funciona com pilhas
ou é recarregável; e escolha um modelo confortável de segurar e
utilizar. Limpe-o após cada uso, removendo eventuais resíduos de
rolha, e guarde em local seco e seguro, protegendo-o de danos.
SUMÁRIO
Sistemas de fechamento
As rolhas de cortiça e as cápsulas de alumínio – estas últimas conhecidas como ROPP
(roll-on pilfer proof) – são as opções de fechamento mais comuns no mercado de
vinhos. Enquanto a cortiça é um material tradicional, extraída da casca do sobreiro
(Quercus suber), as cápsulas de alumínio representam uma alternativa mais moderna
e prática. Ambas possuem vantagens e desvantagens, dependendo do tipo de vinho e
do tempo de armazenamento desejado.
As rolhas de cortiça são conhecidas por sua elasticidade, inércia química e
impermeabilidade, permitindo uma micro-oxigenação controlada, que favorece o
envelhecimento e a evolução do vinho na garrafa. No entanto, seu uso também
apresenta riscos, como a contaminação por TCA (tricloroanisol), um composto
químico responsável pelo gosto de mofo em alguns vinhos (veja Bouchonné no
Pequeno Glossário, na pág. 41). Por isso, são mais adequadas para os que requerem
envelhecimento em garrafa. Além disso, a escassez de rolhas de cortiça no mercado e
o consequente aumento de preço têm levado à busca por alternativas, como as rolhas
de cortiça aglomerada e as rolhas sintéticas.
As rolhas de cortiça aglomerada são produzidas a partir de fragmentos de cortiça,
combinados com adesivos. Elas apresentam um custo mais baixo e menor risco
de contaminação por TCA. Porém, não são ideais para vinhos de longa guarda,
pois podem permitir maior oxidação. Já as rolhas sintéticas, feitas de materiais
termoplásticos inertes, são mais econômicas e não têm risco de contaminação por
TCA, mas também podem permitir oxidação se não foram bem ajustadas.
Já as cápsulas de alumínio (ROPP) oferecem uma vedação hermética e são
facilmente abertas, além de serem recicláveis. Essa opção de fechamento reduz
significativamente o risco de contaminação e é indicada para vinhos jovens
destinados ao consumo imediato ou em curto prazo. No entanto, não permitem a
micro-oxigenação, o que as torna inadequadas para vinhos de guarda.
Ao escolher entre vinhos fechados com rolhas de cortiça, rolhas aglomeradas, rolhas
sintéticas e cápsulas de alumínio, é importante considerar o tipo de vinho e o tempo
de armazenamento desejado, para garantir a qualidade e o sabor ideal para cada
rótulo. Porém, lembre-se de que existem vinhos incríveis engarrafados com ROPP ou
rolhas sintéticas e vinhos medíocres fechados com rolhas de cortiça. Portanto, na hora
de escolher seu vinho, não o julgue pela aparência da embalagem e muito menos
pelo sistema de fechamento. Você pode acabar abrindo mão de uma experiência
memorável apenas por um julgamento de aparência.
SUMÁRIO
Ingredientes:
• 1/2 xícara (chá) de vinho branco seco • 1/2 xícara (chá) de queijo prato picado
• 2 xícaras (chá) de arroz arbóreo • 1/2 xícara (chá) de queijo gorgonzola
• 1/4 de xícara (chá) de azeite picado
• 1/2 xícara (chá) de cebola ralada • 1/2 xícara (chá) de muçarela picada
• 3 dentes de alho • 1/2 xícara (chá) de queijo parmesão ralado
• 1 litro de caldo de carne quente • Sal e pimenta-do-reino a gosto
Modo de preparo
Aqueça o azeite e doure a cebola e o alho. Junte o arroz e refogue até começar
a grudar na panela. Tempere com o sal, adicione o vinho e, sem parar de mexer,
acrescente o caldo de carne em conchas. Mexa até praticamente todo o líquido ser
absorvido, para adicionar mais caldo. O arroz deve ficar macio, porém firme e com
aspecto cremoso. Junte os queijos em pedaços e mexa até eles derreterem. Polvilhe
com a pimenta e sirva.
SUMÁRIO
Ingredientes:
Modo de preparo
Ingredientes:
Modo de preparo
PERAS AO VINHO
Ingredientes:
Modo de preparo
Descasque as peras e corte um pouco da base para que elas possam ficar em pé.
Reserve. Em uma panela, coloque o vinho, o açúcar, a água, o pau de canela, os
cravos-da-índia, a fava de baunilha, a casca de laranja e a casca de limão. Leve ao
fogo baixo e deixe ferver por cerca de dez minutos. Adicione as peras na panela com
o molho de vinho e deixe cozinhar em fogo baixo por aproximadamente 40 minutos
ou até que elas estejam macias e cozidas. Retire as peras da panela e reserve em um
prato. Deixe o molho de vinho reduzir até ficar mais espesso. Sirva as peras quentes
com uma bola de sorvete de creme e regue com o molho de vinho reduzido.
SUMÁRIO
Pequeno glossário
Aeração: Processo de expor o vinho ao ar para realçar seus sabores e aromas,
geralmente realizado ao despejar o vinho em um decantador ou copo ou
mesmo deixando a garrafa aberta por alguns minutos antes de iniciar
o consumo.
Blanc de Blancs: Vinho branco produzido exclusivamente com uvas brancas.
Blanc de Noirs: Vinho branco produzido com uvas tintas, mas como um
vinho branco (sem deixar as cascas macerando no mosto), preservando
assim a cor clara do mosto e, portanto, da bebida.
Barrica: Também chamada de barril ou tonel. Recipiente de madeira,
geralmente de carvalho, utilizado para armazenar e envelhecer o vinho, o que
pode agregar aromas e sabores à bebida dependendo do seu grau de uso
(idade do barril), do tempo de contato entre o vinho e o barril e das condições
de temperatura e umidade da adega.
Borras: Sedimentos, como células de leveduras mortas, que se acumulam
no fundo do recipiente de fermentação. Podem ser removidas ou usadas
para enriquecer o vinho durante o processo de envelhecimento. No método
tradicional de produção de espumantes, os resíduos que se acumulam no
gargalo da garrafa também recebem esse nome.
Bouchonné: É o termo francês utilizado para descrever um vinho que
apresenta sabor e aroma de mofo ou papelão, causado pela contaminação
da rolha com um fungo. Razão pela qual sempre se deve cheirar uma rolha
de cortiça logo após a abertura da garrafa. Se o vinho ou a rolha estiverem
com esse defeito, pode devolver e pedir que seja trocado. Essa contaminação
não causa mal à saúde, mas é um defeito que compromete completamente
a experiência de degustação.
Casta: Variedade (cultivar) específica de uva utilizada na produção de vinho.
SUMÁRIO
Consumo responsável
Terminamos este Guia de Vinhos lembrando que, para uma degustação perfeita, é
preciso que aconteça o consumo responsável dessa bebida alcoólica. E isso se dá pelo
modo consciente e moderado, respeitando sua saúde e segurança pessoal, e também
garantindo a proteção de todos. Assim, vamos finalizar apontando alguns cuidados
relevantes e algumas práticas saudáveis que vão permitir que você desfrute dos
prazeres do vinho com todo o cuidado necessário:
Nunca beba e dirija – O álcool afeta a coordenação motora, a capacidade de julgamento
e seus reflexos, aumentando o risco de acidentes. Opte sempre por transporte público,
táxis, aplicativos de transporte ou um motorista amigo que esteja sóbrio.
Conheça seus limites – Cada pessoa possui um limite diferente de tolerância ao
álcool. O ideal é não ultrapassar uma quantidade moderada de vinho por dia (por
exemplo, duas taças para homens e uma taça para mulheres).
Hidrate-se – Beba água com ou sem gás entre cada taça de vinho para evitar a
desidratação e também reduzir os efeitos negativos do álcool.
Consuma alimentos – Comer enquanto se bebe vinho ajuda bastante a diminuir a
absorção do álcool, evitando intoxicação e desconfortos.
Evite o consumo excessivo em curtos períodos – É o chamado binge drinking. Ingerir
grandes quantidades de álcool em pouco tempo é prejudicial à sua saúde. Por isso,
cuide para espaçar as taças de vinho que você vai consumir ao longo do dia ou da
noite e alterne com água.
Conheça as contraindicações – Algumas condições de saúde e o uso de
medicamentos podem ser afetados pelo consumo de álcool. Consulte sempre um
médico antes de consumir vinho se estiver tomando medicamentos ou possuir
condições de saúde específicas.
Gravidez e amamentação – O consumo de álcool durante a gravidez e amamentação
é prejudicial ao bebê. Consulte um médico antes de consumir vinho nesses períodos.
Eduque-se sobre o consumo de álcool e seus efeitos – Conhecer os efeitos do
álcool no corpo e na mente é fundamental para um consumo responsável, tanto
individualmente quanto em sociedade.