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Ebook Vinhos

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Guia de vinhos

Compre bons rótulos sem gastar muito


Sumário
Um brinde à informação
Diretor Executivo
Categorias de vinhos Fábio Zacharias

Variedade das castas de uvas Editora Responsável


Manuela Azevedo
Os tipos de vinhos MTb 002884/RJ

Principais regiões produtoras no mundo e no Brasil Multimídia


Priscilla Paradelo
Como escolher e comprar (coordenadora), Lívia
Bolognani, Manuela
Passo a passo para a degustação Azevedo e Juan Barbosa
(estagiário)
Harmonização é fundamental
Área Técnica
Alimentação e Saúde
Acessórios e utensílios
Rafael Moura de Barros
(coordenador), Adrielle
Embalagens e sistemas de fechamento Rodrigues, Fernanda Taveira
e Mylla Moura
Receitas com vinho
Edição e Arte
Pequeno glossário JMD Comunicação

Consumo responsável
SUMÁRIO

Um brinde à informação
Que tal aprender mais sobre vinhos? Isso pode ajudar você a comprar bons rótulos
sem gastar muito e vai deixá-lo mais confiante ao olhar a carta de vinhos na sua
próxima visita ao restaurante. Afinal, existem inúmeras opções diferentes para você
escolher. E as regiões vinícolas espalhadas pelos continentes também têm suas
particularidades. Isso sem falar que cada safra é única, resultando em centenas de
novos vinhos lançados no mercado em todo o mundo diariamente.
Neste Guia de Vinhos, você terá acesso a conhecimentos que o deixarão mais
seguro diante da escolha dessa bebida. Será ótimo ir ao supermercado ou a lojas
especializadas estando mais bem-informado e sair de lá com vinhos deliciosos
para degustar na companhia de seus amigos e familiares, celebrando momentos
inesquecíveis ao brindar com uma taça. E, principalmente, sabendo mais sobre o
assunto, você será capaz de viver toda essa experiência incrível sem estourar seu
orçamento. Então, aprecie as próximas páginas e “saúde”.
SUMÁRIO

Categorias de vinhos
Genericamente, vinho é a bebida alcoólica feita com suco de uvas prensadas (mosto)
e fermentadas. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa), esse produto é dividido em duas categorias:

Vinho de mesa
Possui teor alcoólico de 8,6°GL a 14°GL. Pode ser elaborado com uvas das variedades
Vitis vinifera (espécie de videira mais cultivada para a produção de vinho) ou com as
do grupo de uvas americanas e/ou híbridas. É classificado quanto à cor: tinto, rosado,
rosé (ou clarete) e branco.

Vinho fino
Apresenta o mesmo teor alcoólico do vinho de mesa, sendo elaborado em processos
tecnológicos adequados que assegurem a otimização das características sensoriais,
exclusivamente, de variedades nobres de Vitis vinifera. Também é classificado quanto
à cor, como tinto, rosado, rosé (ou clarete) e branco. De acordo com a legislação, é
permitido citar na sua rotulagem ou adicionar à sua denominação o nome de apenas
uma variedade de uva desde que ela represente, no mínimo, 75% das utilizadas em
sua elaboração. Quando o vinho for produzido com mais de uma variedade de uva da
mesma espécie, podem ser citados no rótulo os nomes dessas variedades, em ordem
decrescente das quantidades presentes na composição. Na rotulagem do vinho
engarrafado, é permitida a indicação da safra, desde que pelo menos 85% do produto
sejam obtidos de uvas da safra indicada.
SUMÁRIO

O vinho fino produzido em território nacional pode ser classificado como:

• Reservado: Vinho jovem pronto para o consumo, com graduação


alcoólica mínima de 10°GL.

• Reserva: Existem duas possibilidades nesse caso: quando o vinho tinto,


com graduação alcoólica mínima de 11°GL, passar por um período mínimo
de envelhecimento de 12 meses ou quando o vinho branco ou rosado, com
graduação alcoólica mínima de 11°GL, passar por um período mínimo de
envelhecimento de seis meses.

• Gran Reserva: Também existem duas possibilidades: quando o vinho tinto,


com graduação alcoólica mínima de 11°GL, passar por um período mínimo
de envelhecimento de 18 meses ou quando o vinho branco ou rosado, com
graduação alcoólica mínima de 11°GL, passar por um período mínimo de
envelhecimento de 12 meses.

Na rotulagem do vinho fino importado, poderão ser utilizados os termos


qualitativos citados, desde que atenda à legislação do país de origem,
podendo ser considerado, se mencionado, o termo qualitativo constante
do Certificado de Origem (veja o capítulo Pequeno Glossário, na pág. 41).
SUMÁRIO

Variedade das castas de uvas


Seria impossível, neste e-book, apresentar uma lista com todas as castas de uvas
viníferas existentes porque a diversidade no mundo é enorme. Além disso, os
descritores sensoriais (características ou atributos que estabelecem aparência,
aroma, consistência e sabor do vinho) também podem variar dependendo do terroir
(veja o capítulo Pequeno Glossário, na pág. 41), das condições climáticas em safras
específicas e das técnicas de vinificação utilizadas pelo enólogo responsável pela
vinícola. Ainda assim, neste capítulo, vamos listar algumas como referência, para
ajudar a entender as características gerais das mais relevantes no mercado do vinho.
Conheça-as a seguir:
SUMÁRIO

UVAS TINTAS Principais descritores sensoriais

Cassis, pimentão verde, cedro, couro, tabaco, grafite


Cabernet Sauvignon
e chocolate amargo.

Cereja, ameixa, pimentão verde, pimenta preta, tabaco


Carmenère
e chocolate.

Morango, framboesa, cereja, pimenta branca, alcaçuz


Grenache (Garnacha)
e especiarias.

Ameixa, cereja preta, framboesa, violeta, pimenta


Malbec
preta e chocolate.

Ameixa, cereja preta, framboesa, violeta, alcaçuz,


Merlot
baunilha e chocolate.

Cereja, framboesa, rosa, alcaçuz, alcatrão, couro,


Nebbiolo
tabaco e trufa.

Cereja, framboesa, morango, violeta, rosa, cogumelo,


Pinot Noir
terra úmida e especiarias.

Cereja, ameixa, tomate, violeta, couro, terra, tabaco


Sangiovese
e especiarias.

Amora, mirtilo, pimenta preta, azeitona, alcatrão,


Syrah (Shiraz)
tabaco e chocolate amargo.

Ameixa, cereja preta, violeta, pimenta preta, couro


Tannat
e chocolate amargo.

Cereja, ameixa, tomate, couro, tabaco, baunilha


Tempranillo
e especiarias.

Amora, framboesa, ameixa, pimenta branca, alcaçuz


Zinfandel (Primitivo)
e especiarias.
SUMÁRIO

UVAS BRANCAS Principais descritores sensoriais

Pêssego, abacaxi, limão, flor de laranjeira, mineral


Albariño
e salino.

Maçã, pera, abacaxi, limão, amêndoa, baunilha,


Chardonnay
manteiga e avelã.

Maçã verde, pera, melão, flor de acácia, mel, lanolina


Chenin Blanc
e mineral.

Lichia, rosa, flor de laranjeira, uva-passa, gengibre


Gewürztraminer
e especiarias.

Maçã verde, pêssego, limão, pimenta branca, ervas


Grüner Veltliner
e mineral.

Moscato (Muscat) Lichia, rosa, flor de laranjeira, uva, pêssego e mel.

Pinot Grigio (Pinot


Pêra, maçã, melão, limão, flor de acácia e amêndoa.
Gris)

Maçã verde, pêssego, damasco, limão, flor de


Riesling
laranjeira, petróleo e mineral.

Maracujá, limão, groselha, pimentão verde, erva-doce,


Sauvignon Blanc
grama e mineral.

Semillon Maçã, pera, figo, mel, cera de abelha e lanolina.

Pera, maçã verde, limão, flor de laranjeira, mineral


Vermentino
e amêndoa.

Damasco, pêssego, tangerina, flor de laranjeira, violeta


Viognier
e especiarias.
SUMÁRIO

Os tipos de vinhos
Antes de você conhecer com detalhes os tipos de vinhos, é preciso entender um
pouco sobre o ciclo produtivo das videiras. No outono, quando são feitas as podas, a
videira perde suas folhas. Em regiões muito frias, permanece em “repouso hibernal”
durante o inverno e pode até parecer que a planta está seca e morta. Já no começo da
primavera, inicia-se o crescimento vegetativo, com a brotação, ramificação, floração e
frutificação. O verão é a fase em que as frutas amadurecem. A colheita, que se inicia
ainda na estação quente, dura de dois a três meses, dependendo de fatores diversos,
como clima, desenvolvimento das uvas e decisões estratégicas dos enólogos.
A colheita é uma das etapas do processo que é comum a todos os vinhos, e é um
momento crucial na produção, pois determina características importantes, como
acidez, teor de açúcares e taninos (veja o que são no capítulo Pequeno Glossário,
na pág. 41). Influenciada por fatores como a variedade da uva, condições climáticas,
disponibilidade de mão de obra e terroir, a colheita ocorre geralmente entre agosto e
outubro, no Hemisfério Norte, e entre fevereiro e abril, no Hemisfério Sul.
Existem diferentes métodos de colheita – isso pode estar descrito no rótulo, mas não
é obrigatório. A manual tende a ser mais cuidadosa e preservadora da integridade das
uvas, ideal para vinhos de alta qualidade. A mecanizada, que é mais rápida, costuma
ser mais eficiente e econômica, mais adequada para grandes volumes de produção. Já
a noturna, realizada à noite ou nas primeiras horas da manhã, é outra opção que traz
benefícios, como a preservação de aromas, menor oxidação, menor contaminação e
melhor controle de temperatura durante o processo.
Em termos práticos, o que define o momento da colheita? De forma geral, essa etapa
acontece quando a uva atinge os níveis dos açúcares e ácidos adequados para a
elaboração dos vinhos desejados e é uma decisão que cabe ao enólogo.
SUMÁRIO

Vamos, agora, aos tipos de vinhos:

Vinhos tintos

São produzidos a partir de uvas tintas, e sua cor é extraída das cascas durante
o processo de fermentação. Ainda quanto à cor e aparência, os vinhos tintos
apresentam tonalidades que vão do vermelho-rubi ao roxo escuro, e são menos
transparentes que os brancos. Variam de leves a encorpados, com maior potencial de
envelhecimento e evolução de sabores e aromas. Geralmente, possuem menor acidez
que os brancos, o que os torna mais robustos e encorpados do que estes últimos.
Quanto aos taninos (que conferem a secura na boa ao se degustar a bebida – saiba
mais na pág. 45), os vinhos tintos podem conter alto teor, já que o contato com as
cascas é mais prolongado durante a produção.
• Notas: Frutadas (frutas vermelhas, negras ou de bosque), especiarias, notas terrosas,
sabores de chocolate, couro, tabaco e, em alguns casos, baunilha e aromas e sabores
tostados (quando envelhecidos em carvalho).
• Com o que harmonizam: Carnes vermelhas, queijos mais fortes, massas com molhos
robustos e pratos mais condimentados.
SUMÁRIO

Vinhos brancos
Podem ser produzidos 100% a partir de uvas brancas, mas, acredite, também podem
ser feitos a partir de uvas tintas. Nesse caso, as cascas são removidas no início do
processo para evitar que os pigmentos sejam extraídos. Quanto à cor e aparência,
os vinhos brancos apresentam tonalidades que vão do amarelo-palha ao dourado e
são mais claros e transparentes que os tintos. Variam de secos a doces, espumantes
e fortificados, mas a maioria é consumida jovem (de preferência, até três anos, e,
raramente, com mais de cinco anos).
Normalmente, possuem maior acidez que os tintos, o que os torna refrescantes e mais
versáteis na harmonização, e costumam ter corpo leve a médio, enquanto os tintos
apresentam corpo médio a encorpado. Quanto aos taninos, os vinhos brancos, em geral,
oferecem baixo teor, pois têm pouco contato com as cascas durante a produção.
• Notas: Frutadas (frutas cítricas, tropicais ou frutas com caroço), florais, minerais,
sabores de flores, ervas, mel e, em alguns casos, baunilha e tostados (quando
envelhecidos em carvalho).
• Com o que harmonizam: Pratos leves, frutos do mar, aves, queijos suaves e saladas.
SUMÁRIO

Vinhos rosés
Podem ser produzidos a partir de uvas tintas, mas com um contato breve das suas
cascas durante o processo de fermentação, ou pelo método de corte, misturando
vinhos brancos e tintos. Nesse caso, as cascas são removidas após um curto período
de maceração para obter a cor desejada. Quanto à cor e aparência, os vinhos rosés
apresentam tonalidades que vão do rosa-pálido ao salmão, e são mais claros que os
tintos e menos transparentes que os brancos. Variam de secos a doces e espumantes,
mas a maioria é consumida jovem.
Normalmente, possuem acidez moderada, o que os torna refrescantes e versáteis na
harmonização, e costumam ter corpo leve a médio, sendo mais leves que os tintos e
mais encorpados que os brancos. Quanto aos taninos, em geral, os vinhos rosés têm
baixo teor, pois há contato reduzido com as cascas durante a produção.
• Notas: Frutadas (frutas vermelhas como morango e cereja), florais e, às vezes,
cítricas, sabores de flores e, em alguns casos, especiarias leves e ervas (quando
envelhecidos em carvalho).
• Com o que harmonizam: Pratos leves a médios, frutos do mar, aves, queijos,
saladas, massas com molhos leves e pratos da culinária asiática.
SUMÁRIO

Vinhos fortificados
Podem ser produzidos a partir de uvas brancas, tintas ou da combinação de ambas
e têm álcool adicionado durante ou após a fermentação. Quando a adição de álcool
(geralmente, aguardente vínica) ocorre durante a fermentação, há a interrupção do
processo fermentativo e preserva-se o açúcar residual, resultando em vinhos mais
alcoólicos e, muitas vezes, mais doces. Quanto à cor e aparência, os vinhos fortificados
apresentam tonalidades que vão do âmbar ao rubi profundo e são mais opacos e
viscosos do que os vinhos não fortificados. Variam de secos a doces e incluem tipos
como Porto, Madeira, Jerez e Marsala, em diferentes estilos: Tawny, Ruby, Vintage
(para vinho do Porto) ou seco, meio-seco e doce (para vinho da Madeira).
Normalmente, possuem acidez moderada, o que os torna equilibrados e ricos, e
costumam ter corpo médio a encorpado, dependendo do estilo e da uva utilizada.
Quanto aos taninos, os vinhos fortificados, em geral, apresentam teor variável, sendo
mais pronunciados nos fortificados tintos, devido ao maior contato com as cascas
durante a produção.
• Notas: Frutadas (frutas secas, passas, ameixas), especiarias, caramelo, toffee, sabores
de nozes, chocolate, café e, em alguns casos, baunilha e tostados (quando envelhecidos
em carvalho).
• Com o que harmonizam: Pratos ricos, fortes e intensos, queijos azuis, frutas secas,
sobremesas e chocolates, além de serem apreciados como aperitivos ou digestivos.
SUMÁRIO

Vinhos de sobremesa
Podem ser produzidos a partir de uvas brancas, tintas ou da combinação de ambas,
e são caracterizados por seu alto teor de açúcar residual. Nesse caso, métodos
específicos de produção, como colheita tardia, botritização (influência do fungo
Botrytis cinerea) ou congelamento das uvas, são utilizados para concentrar os
açúcares. Quanto à cor e aparência, os vinhos de sobremesa apresentam tonalidades
que vão do dourado ao âmbar e ao rubi e têm uma textura mais viscosa (encorpada)
do que os vinhos secos. Variam de semidoce a intensamente doce.
Os tipos de vinho de sobremesa são de colheita tardia, botritizados, passificados
(produção de uvas desidratadas por exposição ao sol; uvas-passas) e fortificados
doces, em estilos como Eiswein, Sauternes, Tokaji e Vin Santo. Usam variedades
específicas de uvas com alta concentração de açúcar, como Sémillon e Moscatel.
Normalmente, possuem acidez moderada a alta, o que equilibra a doçura e evita que
sejam enjoativos, e costumam ter corpo médio a encorpado dependendo do estilo e
da uva utilizada. Quanto aos taninos, os vinhos de sobremesa, em geral, apresentam
baixo teor, especialmente nos vinhos brancos de sobremesa, devido ao pouco contato
com as cascas durante a produção.
• Notas: Frutadas (frutas maduras, frutas secas ou em compota), florais, mel,
caramelo, sabores de flores, mel, especiarias e, em alguns casos, baunilha e tostados
(quando envelhecidos em carvalho).
• Com o que harmonizam: Doces, frutas, queijos azuis e patê de foie gras, ou podem
ser apreciados sozinhos como digestivos.
SUMÁRIO

Vinhos espumantes
Podem ser produzidos a partir de uvas brancas, tintas ou uma combinação de
ambas, e são caracterizados pela presença de bolhas de gás carbônico dissolvidas
no líquido (perlage). Nesse caso, a segunda fermentação ocorre na garrafa ou em
tanques, gerando o gás carbônico final responsável pela efervescência. Quanto à cor e
aparência, vão do amarelo-palha ao rosado e são menos transparentes que os vinhos
brancos não espumantes. Variam de secos a doces e podem ser feitos em diferentes
estilos, como Brut, Extra Brut ou Demi-Sec, mas a maioria é consumida jovem,
embora existam exceções importantes no mercado.
Normalmente, possuem acidez elevada, o que os torna refrescantes e versáteis na
harmonização, e costumam ter corpo leve a médio, dependendo do estilo e da uva
utilizada. Quanto aos taninos, os vinhos espumantes, em geral, apresentam baixo
teor, principalmente nos espumantes brancos, pois têm pouco contato com as cascas
durante a produção.
• Notas: Frutadas (frutas cítricas, tropicais, vermelhas ou de caroço), florais, minerais,
brioche e, em alguns casos, baunilha e tostados (quando envelhecidos em carvalho ou
submetidos à autólise de leveduras).
• Com o que harmonizam: Pratos leves a médios, frutos do mar, aves, queijos,
saladas, massas com molhos leves, aperitivos e sobremesas não muito doces.
SUMÁRIO

ELES TAMBÉM SÃO VINHOS


• Champanhe
A denominação dessa bebida é exclusiva para os vinhos espumantes da
região francesa de Champagne, sempre seguindo um método tradicional
para a sua produção. Portanto, o nome champanhe não pode ser utilizado
para designar espumantes produzidos em outras regiões ou países, mesmo
que tenham seguido o método tradicional. Cuidado para não se equivocar na
hora de escolher. Geralmente, são usadas as uvas Chardonnay, Pinot Noir e
Pinot Meunier.

• Prosecco
Existe bastante confusão envolvendo a denominação Prosecco. Os italianos
mudaram o nome da uva de Prosecco para Glera, em 2009, buscando
comunicar que apenas os vinhos espumantes produzidos nas regiões
italianas de Vêneto e Friuli Venezia Giulia poderiam usar o nome Prosecco,
num processo similar ao que fez a região de Champagne, na França. Essa
alteração ocorreu para diminuir a confusão entre a denominação de origem
do espumante e a uva com o qual ele é feito, já que a uva se espalhou
pelo mundo e muitas outras regiões começaram a produzir espumantes e
denominá-los Prosecco. Entretanto, alguns países, como Brasil e Austrália, não
reconhecem essa denominação e continuam usando o nome Prosecco em
seus produtos.
O processo de produção do Prosecco é sempre o método Charmat, que é
usado na produção de vinhos espumantes frescos e frutados, sendo mais
econômico e rápido em comparação ao método Champagne, resultando em
espumantes finos com preços mais acessíveis e sabores mais jovens, frescos
e vibrantes. Deve conter, no mínimo, 85% de uva Glera e os 15% restantes
podem ser provenientes de uvas Pinot Noir, Pinot Grigio, Pinot Bianco, Verdiso,
Chardonnay e outras.
SUMÁRIO

Vinhos safrados e não safrados


Os vinhos safrados, que apresentam o ano de colheita das uvas no rótulo,
representam uma parcela menor do mercado de vinhos. São conhecidos
por sua qualidade superior e capacidade de envelhecimento, características
resultantes das condições climáticas específicas do ano de colheita, tornando-
os mais exclusivos e, muitas vezes, mais caros.

Já os vinhos não safrados compõem a maior parte do mercado. Eles não


possuem um ano de colheita específico no rótulo, já que são elaborados
a partir da mistura de uvas de diferentes anos. O objetivo é manter uma
consistência no sabor e estilo da bebida. Geralmente, são destinados ao
consumo imediato ou em curto prazo e apresentam preços mais acessíveis.

A safra é um fator importante para compreender a qualidade e o potencial


de envelhecimento de um vinho. Alguns anos são considerados excepcionais
para determinadas regiões vitivinícolas, o que pode influenciar o preço e a
disponibilidade do vinho no mercado. Por isso, é essencial pesquisar sobre as
características das safras e das regiões produtoras antes de fazer uma escolha.
Existem guias e críticas especializadas que trazem essas informações.
SUMÁRIO

Principais regiões produtoras no mundo


e no Brasil
A maioria dos vinhos do mundo é produzida na faixa de latitude entre 30° e 50°,
tanto no Hemisfério Norte quanto no Sul, onde as condições climáticas e de solo são
geralmente ideais para a vitinicultura (preocupação tanto com a uva quanto com a
elaboração do vinho). No Hemisfério Norte, destacam-se países como França, Itália,
Espanha, Portugal e Alemanha, que abrigam regiões vinícolas mundialmente famosas,
como Bordeaux, Borgonha, Rioja e Chianti. Já no Hemisfério Sul, produtores como
Argentina, Chile, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia são responsáveis por vinhos
icônicos, como o Malbec argentino, o Carmenère chileno e o Shiraz australiano.
Apesar da predominância da vitinivicultura de qualidade nessas faixas de latitude,
algumas regiões fora dela também se destacam na produção de vinhos, como o
Vale do São Francisco, no Brasil, e áreas na Inglaterra, Índia e China. Embora esses
locais enfrentem desafios relacionados ao clima e solo, o uso de inovações e técnicas
agronômicas apropriadas tem permitido a produção de vinhos de qualidade e a
expansão do cenário vitivinícola global.
SUMÁRIO

A classificação dos vinhos em “Novo Mundo” e “Velho Mundo” tem suas raízes
na história e nas tradições vitivinícolas. Enquanto o Velho Mundo abrange países
europeus com séculos de experiência, tradição e práticas enraizadas, como França,
Itália e Espanha, o Novo Mundo engloba nações que emergiram mais recentemente
no cenário vinícola, como Estados Unidos, Austrália, Chile, Argentina e Brasil. Essa
distinção vai além da geografia, refletindo diferenças marcantes no estilo, nos sabores
e nas técnicas de produção, oferecendo uma rica diversidade para apreciadores de
vinho ao redor do mundo. Veja:

Vinhos do Velho Mundo


Países produtores tradicionais: França, Itália, Espanha, Portugal, Alemanha e alguns
outros países da Europa, em especial do Leste europeu.
Características: Tendem a ser mais terrosos, com menor intensidade de fruta e maior
acidez. A produção de vinhos do Velho Mundo é regida por tradições e legislações
rigorosas, como as denominações de origem, que estabelecem regras específicas para
a produção de vinhos em cada região.
Estilo: Geralmente, têm menor teor alcoólico, mais acidez, taninos mais suaves e
sabores mais sutis. São produzidos com foco no equilíbrio entre os componentes,
ressaltando a expressão do terroir e das características da uva.

Vinhos do Novo Mundo


Países produtores tradicionais: Estados Unidos (principalmente, Califórnia), Austrália,
Nova Zelândia, África do Sul, Argentina, Chile, Uruguai e Brasil.
Características:Tendem a ter perfil mais frutado, com maior presença de notas de
frutas maduras e, às vezes, notas de frutas exóticas. A produção é mais voltada para a
inovação e a experimentação, com menos restrições legais e menos tradições a serem
seguidas do que os países do Velho Mundo.
Estilo: Têm teor alcoólico mais elevado, menor acidez, taninos mais marcantes e
sabores mais intensos. São produzidos com foco na expressão da fruta e na criação
de vinhos modernos e acessíveis.
SUMÁRIO

É importante entender que, apesar dessas diferenças gerais, cada vinho é único
e pode apresentar características que fogem ao padrão esperado para produtos
do Novo ou Velho Mundo. A crescente globalização desse mercado também
tem influenciado a produção em ambos os lados, com vinhos do Novo Mundo
incorporando técnicas tradicionais e alguns do Velho Mundo buscando a inovação.

PRINCIPAIS REGIÕES PRODUTORAS NO BRASIL


Serra Gaúcha (RS)
Responsável por cerca de 90% do vinho produzido no Brasil, abriga o
município de Bento Gonçalves, principal destino do enoturismo brasileiro
com o Vale dos Vinhedos. Durante muito tempo, a Serra Gaúcha era o único
polo brasileiro de vinhos finos. Com solos areno-argilosos ácidos, altitudes
entre 400 e 600 metros e elevada pluviosidade, a região se destaca por seus
tintos e espumantes. .

Campanha Gaúcha (RS)


Na fronteira do Brasil com o Uruguai, é dominada pelo bioma pampa,
apresentando terrenos planos e altitudes baixas, entre 100 e 200 metros.
O clima é temperado, com verões quentes e secos, o que resulta em solos
medianamente férteis e vinhos menos estruturados. O principal polo da área
continua sendo Palomas, em Santana do Livramento, com extensos vinhedos
plantados nos anos 1960. Produzem uvas Tannat, Cabernet Sauvignon e
Merlot, entre as tintas, e Riesling, Chardonnay e Gewürztraminer, entre as
brancas. Nos municípios de Bagé e Candiota, foram aclimatadas as castas
portuguesas Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta Roriz.

Serra do Sudeste (RS)


Prolongamento da Campanha Gaúcha, essa região inclui as localidades de
Pinheiro Machado e Encruzilhada do Sul. Por seu clima temperado, ondulações
pronunciadas, altitude mediana (em torno de 600 m) e solos graníticos, a
serra é adequada para o cultivo de Cabernet Franc, Merlot, Sauvignon Blanc e
Malvasia.
SUMÁRIO

Campos de Cima da Serra (RS)


Localizada nas proximidades de Vacaria, no extremo norte do Rio Grande do Sul,
a 1.000 metros de altitude. O clima frio leva as uvas à maturação lentamente,
originando vinhos de alta qualidade das variedades Cabernet e Merlot. As
principais vinícolas instaladas na região são a Fazenda Santa Rita, Aracuri e
Vinícola Campestre.

Planalto Catarinense (SC)


As vinícolas mais recentes do país estão nessa região. Com uma vitinicultura
iniciada no ano 2000, o planalto catarinense abriga os municípios de Bom
Retiro e São Joaquim. As baixas temperaturas, a amplitude térmica de 15°C, a
altitude elevada e o solo pedregoso sem matéria orgânica refletem na qualidade
das uvas cultivadas, que resultam em vinhos Chardonnay e Cabernet Sauvignon
mais encorpados.

Vale do São Francisco (PE e BA)


Região produtora no Nordeste do Brasil, abrangendo Pernambuco e Bahia,
apresenta terrenos planos, na altitude de 400 metros, com paisagem típica da
caatinga. Composto por 503 municípios dispostos entre Bahia e Pernambuco,
o clima semiárido, o sol forte e as chuvas escassas da região só permitem
o cultivo de videiras graças à irrigação com a água do rio São Francisco.
Seus solos areno-argilosos permeáveis têm se mostrado adequados para a
aclimatação de videiras como Moscatel, Cabernet Sauvignon, Syrah, Tannat,
Petit Syrah e Ruby Cabernet.

Região Sudeste (RJ, SP e MG)


A colheita de inverno e a dupla poda na videira – a primeira, de formação,
ocorre nos meses de inverno, geralmente em setembro, e a segunda, no
verão – estão transformando o mapa da viticultura no Brasil. Por meio dessas
tecnologias, que permitem que a colheita das uvas seja realizada durante o
inverno em regiões mais quentes do país, como a Sudeste, diversas vinícolas
estão produzindo vinhos finos de qualidade a partir, por exemplo, de uvas
Syrah. Várias vinícolas estão despontando em regiões como sul de Minas,
cerrado mineiro e interior de São Paulo.
SUMÁRIO

Como escolher e comprar


Escolher um vinho pode se transformar em uma tarefa desafiadora, especialmente
se você não tem muita experiência e se perde entre centenas de garrafas, nomes
estrangeiros, siglas, anos de safras e rótulos sofisticados. Mas as seguintes dicas
podem ajudar bastante na hora de comprar um bom vinho para consumo próprio ou
para presentear alguém querido:

• Defina um orçamento – O preço dos vinhos varia significativamente tanto em função


de sua qualidade, da vinícola, da safra, da região, do país de origem (principalmente
devido ao câmbio) quanto em função do local em que é comprado ou consumido.
Por isso, é importante ter uma ideia do quanto você está disposto a gastar antes
de fazer suas escolhas. Lembre-se: no mundo do vinho, diferentemente do que a
maioria das pessoas pensa, preço não significa qualidade. Existem vinhos excelentes e
inesquecíveis em torno de R$ 50 e vinhos nem tão memoráveis por centenas (ou até
milhares) de reais.

• Escolha a uva – Esse é um dos principais fatores que afetam o sabor do vinho.
Algumas das uvas mais populares são Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinot Noir,
Chardonnay, Sauvignon Blanc e Riesling. Cada uma tem seu próprio perfil de sabor,
aroma e acidez, então é importante escolher uma uva que satisfaça suas preferências.
SUMÁRIO

• Escolha o país e a região de origem – O local em que o vinho foi produzido afeta o
sabor da bebida e a sua experiência de consumo. Por exemplo, os de regiões mais
frias tendem a ter um sabor mais ácido e menos doce, enquanto os de regiões mais
quentes costumam apresentar um sabor mais doce, frutado e menos ácido.

• Leia sempre os rótulos – Os rótulos das garrafas de vinho podem fornecer


informações importantes sobre o sabor, a uva, a região e o ano de produção. Alguns
também incluem notas de degustação e classificações de especialistas.

• Informe-se – Leia críticas e recomendações sobre vinhos em jornais, revistas, sites e


blogs. Assista a programas de TV ou a vídeos sobre vinhos, gastronomia e viagens.

• Peça recomendações sem receio – O mundo do vinho é muito vasto e ninguém


sabe tudo, nem conhece todos os rótulos. Se você não tem certeza de qual escolher,
não hesite em pedir recomendações a um sommelier, ao vendedor de sua confiança
da loja de vinhos ou a um amigo mais experiente. Essas pessoas podem o ajudar a
escolher um que atenda às suas preferências, à ocasião em que vai ser consumido e,
principalmente, ao seu orçamento.

• Baixe e use um app sobre vinhos em seu celular – Existem vários disponíveis para
Android ou iOS que permitem ao usuário escanear e descomplicar as informações
contidas nos rótulos das garrafas, ler avaliações de outros consumidores, comentários,
recomendações e notas de degustação, compartilhar opiniões, pesquisar e comparar
preços e lojas ou mesmo comprar diretamente sua garrafa pelo e-commerce. Os mais
populares são Vivino, WineAdvisor e Wine-Searcher.

• Contrate um serviço de assinatura – Há diversas opções de planos e assinaturas


com envio de caixas contendo diferentes vinhos selecionados mensalmente por
sommeliers diretamente para os assinantes, como Clube Wine, Grand Cru e Evino.

• Deguste sempre – A melhor maneira de descobrir o seu vinho favorito – ou os


favoritos – é experimentar sempre. Deguste diferentes tipos de uvas, regiões, vinícolas,
safras e rótulos. Com o tempo, você aprenderá mais sobre as suas preferências
e o que procurar em um vinho para receber de volta muito prazer e experiências
memoráveis. Mas beba com moderação e responsabilidade.
SUMÁRIO

Passo a passo para a degustação


Agora que você já compreendeu um pouco da teoria que envolve a produção de
vinhos, chegou a hora de saboreá-lo. Para isso, siga algumas dicas que vão tornar essa
experiência ainda mais especial:

1 Escolha do ambiente
Para degustar um bom vinho, comece escolhendo um ambiente tranquilo,
iluminado, confortável e sem odores fortes.

2 Temperatura adequada
Sirva o vinho na temperatura adequada. Recomenda-se que tintos médios
sejam servidos ao redor de 16°C; tintos encorpados e/ou envelhecidos, entre
16°C a 18°C; vinhos brancos leves, entre 6°C a 8°C; rótulos envelhecidos em
carvalho, entre 10°C e 12°C; espumantes, entre 6°C e 8°C; Porto e fortificados
em geral, em torno de 14°C ou um pouco mais. Além disso, use taças com
formatos específicos para cada tipo de vinho.

3 Exame visual
Observe a cor, intensidade e limpidez da bebida.
SUMÁRIO

4 Análise olfativa
Cheire o vinho na taça para identificar aromas (primários, secundários,
terciários). Gire a taça para aumentar a superfície de contato, liberando mais
aromas e “abrindo” o buquê da bebida. Entenda que:
Aromas primários: São, geralmente, os primeiros a serem percebidos
ao provar um vinho e são mais evidentes em vinhos jovens. Vêm,
principalmente, das uvas e são influenciados pelas características da
variedade, do clima e do terroir. Exemplos de aroma primários são os frutados
(morango, abacaxi, pêssego), florais (rosa, violeta, jasmim) e herbáceos
(grama, folha de tomate, eucalipto).
Aromas secundários: Surgem após os primários e são resultantes dos
processos de fermentação e maturação do vinho. Alguns exemplos são
aromas de fermento (pão, brioche, bolos), lácteos (manteiga, creme, queijo) e
malolática (geleias, aroma de manteiga).
Aromas terciários: São desenvolvidos durante o envelhecimento e a
evolução do vinho, tanto em barricas quanto na garrafa. Os principais
exemplos são aromas amadeirados (baunilha, coco, cedro), oxidação (frutas
secas, mel, caramelo) e evolução (couro, tabaco, trufa). São mais complexos
e sutis, acrescentando profundidade, complexidade e sofisticação ao perfil
aromático do vinho.

5 Degustação e registro das impressões


Prove o vinho, identificando sabores e sensações na boca (doçura, acidez,
taninos, corpo, persistência de sabores e sensações). Avalie o equilíbrio
entre os componentes (ácido, doce, amargo, álcool), para verificar se estão
em harmonia. Por fim, anote as características e impressões pessoais. Para
registrar suas impressões, saiba que os descritores sensoriais são:
Doçura: Percepção do açúcar residual no vinho.
Acidez: Sensação de frescor e vivacidade. Deve estar em equilíbrio com a doçura.
Taninos: Sensação de adstringência e “secura” na boca, presente principalmente
nos tintos. Os taninos costumam ter duas origens básicas: podem ter vindo das
sementes da uva e também da madeira na qual o vinho repousou.
SUMÁRIO

Corpo: Peso e densidade do vinho na boca, relacionado ao teor alcoólico e


extrato. Uma dica para ter uma noção se o vinho é mais encorpado ou menos
encorpado: lembre-se da diferença percebida na boca quando você toma leite
integral (mais encorpado) e leite desnatado (menos encorpado).
Álcool: Sensação de calor, ardência e plenitude na boca.
Sabor frutado: Presença de sabores de frutas no paladar, semelhantes aos
aromas primários.
Persistência: Duração do sabor e aroma após a ingestão do vinho.
Equilíbrio: Harmonia entre doçura, acidez, taninos e álcool.
Complexidade: Variedade e profundidade dos aromas e sabores percebidos.
Potencial de guarda: Capacidade do vinho de evoluir e melhorar com o tempo
de armazenamento na garrafa.

6 Hora de harmonizar
Finalmente, harmonize adequadamente o vinho com os pratos e as receitas
de sua preferência, na companhia dos amigos e familiares, em ocasiões
descontraídas e alegres. Veja, no capítulo a seguir, as dicas de harmonização.
SUMÁRIO

Harmonização é fundamental
Harmonização é o processo racional (mas, muitas vezes, intuitivo e pessoal) de
combinar vinhos e pratos para realçar o sabor e a experiência de ambos. O objetivo da
harmonização é encontrar um equilíbrio entre os sabores e as texturas do vinho e do
alimento, criando uma experiência gastronômica a mais agradável e prazerosa possível.

A harmonização pode ser feita com a ajuda de três técnicas:


• Contraste – Busca equilibrar sabores opostos, como doce e salgado ou ácido
e gorduroso. Por exemplo, um vinho doce pode harmonizar bem com uma
sobremesa ácida.
• Semelhança – Combina vinhos e alimentos com características similares para
realçar sabores. Por exemplo, um vinho encorpado harmoniza bem com um prato
rico em sabor.
• Complemento – Seleciona vinhos e alimentos que compartilham sabores, texturas
ou aromas complementares. Por exemplo, um vinho com notas de frutas vermelhas
pode combinar bem com um prato com molho de frutas vermelhas.
SUMÁRIO

ALÉM DESSAS TÉCNICAS, VOCÊ TAMBÉM PODE CONSIDERAR:

• A intensidade do prato e do vinho: Pratos leves harmonizam com vinhos


leves, enquanto pratos intensos harmonizam com vinhos mais encorpados.

• Observe a acidez: Vinhos com alta acidez cortam a gordura e limpam o


paladar (também chamado de palato).

• Considere o teor de taninos nos vinhos: Eles podem suavizar a textura de


pratos ricos em proteínas.

• Leve em conta a doçura: Vinhos doces equilibram com pratos picantes


ou salgados.

• Preste atenção nos sabores e aromas: Escolha vinhos que compartilhem


sabores e aromas com os ingredientes do prato.

• Observe a região de origem do vinho: Pratos tradicionais da culinária regional


e vinhos da mesma região tendem a harmonizar bem, devido às tradições e
aos ingredientes locais.
SUMÁRIO

PARA O SUCESSO D0 SEU “QUEIJOS E VINHOS”


A combinação entre queijos e vinhos pode realçar sabores e texturas. Lembre-se
de que as preferências individuais podem variar, e degustações experimentais
podem levar a novas combinações deliciosas, principalmente se você for uma
pessoa curiosa e disposta a sempre experimentar novas sensações. Mas, a
seguir, veja sugestões de combinações mais usuais para o sucesso de sua festa:

Queijos frescos
Exemplos: Ricota, muçarela, minas frescal
Harmonização sugerida: Vinhos brancos leves, como
Sauvignon Blanc e Chardonnay

Queijos macios
Exemplos: Brie, camembert
Harmonização sugerida: Vinhos brancos encorpados,
como Chardonnay com passagem por barrica, ou tintos
leves como Pinot Noir

Queijos semimacios
Exemplos: Gouda, Emmental
Harmonização sugerida: Vinhos brancos frutados, como
Riesling, ou tintos médios, como Merlot

Queijos duros
Exemplos: Parmesão, Grana Padano, Gruyère
Harmonização sugerida: Vinhos tintos encorpados e
complexos, como Cabernet Sauvignon ou Malbec

Queijos azuis
Exemplos: Gorgonzola, Roquefort
Harmonização sugerida: Vinhos doces, como Sauternes
ou Porto, Zinfandel e o branco Gewürztraminer
SUMÁRIO

Acessórios e utensílios
Para a boa experiência com o vinho, não basta ter a taça correta. Outros acessórios
vão fazer a diferença. Conheça-os:

Decanter
É um utensílio essencial para os apreciadores de vinhos que
desejam desfrutar de uma experiência de consumo perfeita.
Ele permite que a bebida respire, evoluindo e desprendendo
seus aromas e sabores complexos, além de separar sedimentos
indesejados e que se formam naturalmente ao longo dos anos em vinhos de guarda.
O decanter é um recipiente de vidro, cristal ou outro material transparente com
formato geralmente ovalado, achatado e com uma abertura mais larga do que o
gargalo de uma garrafa tradicional de vinho. Pode ter alça ou não. Existem também
decanteres em formato de U e aeradores, que, além de separarem os sedimentos,
aeram o vinho e ajudam a “abrir” o buquê da bebida.
É recomendável usar um decanter para vinhos mais encorpados, com mais de cinco
anos de guarda, que possuem mais taninos e aromas complexos. Vinhos mais jovens,
leves e frescos normalmente não precisam ser decantados, pois podem perder
sua delicadeza e seu aroma, exceto se apresentarem depósitos que precisem ser
removidos pelo utensílio.
SUMÁRIO

E como escolher o decanter ideal? O seu formato pode variar bastante e chega a ser
considerado um objeto de design. Mas é importante escolher um modelo com uma
base larga o bastante para permitir a oxigenação do vinho, além de uma boca estreita
para concentrar os aromas. Também é importante optar por uma peça que seja fácil
de segurar e de limpar, com um tamanho compatível ao da garrafa que será aberta.

PARA USAR UM DECANTER, SIGA ESSES PASSOS:

1 – Avalie se o decanter está limpo e seco.

2 – Deixe a garrafa em repouso, em pé, por no mínimo 30 minutos antes de


abrir para que os sedimentos se acumulem no fundo.

3 – Remova a rolha e posicione o decanter próximo ao gargalo da garrafa.

4 – Incline a garrafa lentamente e despeje o vinho no decanter.

5 – Pare de despejar quando o volume da garrafa estiver próximo do fundo,


para evitar que os sedimentos sejam todos transferidos para o decanter.

6 – Deixe o vinho respirar no utensílio por pelo menos 30 minutos antes de servir.

7 – Sirva o vinho nas taças diretamente do decanter, cuidando para não


transferir os sedimentos para as taças.

8 – O sedimento que fica no fundo do decanter deve ser descartado, já


que pode afetar o sabor e a textura do vinho e prejudicar a experiência de
degustação. É recomendado que seja jogado fora com cuidado, evitando agitar
o vinho e assim misturá-lo novamente com o sedimento. Uma dica é segurar o
decanter com uma mão e, com a outra, direcionar uma luz forte em direção ao
gargalo do utensílio, para poder enxergar onde está o sedimento. Descarte-o
diretamente no lixo doméstico ou utilize para compostagem e fertilização de
plantas, já que é composto por resíduos orgânicos e naturais.
SUMÁRIO

Saca-rolhas
A importância de um bom saca-rolhas está, principalmente, em evitar quebrar ou
danificar a rolha, garantindo uma experiência agradável, preservando a integridade do
vinho e impedindo que fragmentos de cortiça caiam na bebida.
Para escolher um saca-rolhas, considere a utilização que fará: para uso ocasional, um
saca-rolhas de asa pode ser suficiente; para uso frequente, o de alavanca dupla (tipo
garçom, que você verá adiante) é mais recomendado. Procure investir em materiais
de boa qualidade, que garantam a durabilidade e o melhor desempenho. E pense na
facilidade: escolha um modelo ergonômico e fácil de manusear.
Após cada uso, limpe-o bem, removendo resíduos de rolha e vinho para evitar
desgaste ou oxidação. Guarde em local adequado, onde não haja umidade e altas
temperaturas. Assim, prolongará a vida útil desse utensílio.

TIPOS DE SACA-ROLHAS
Alavanca dupla (double-hinged) – Também conhecido como saca-
rolhas garçom. Contém duas dobradiças que facilitam a extração da
rolha sem quebrá-la.
Saca-rolhas de asa (winged corkscrew) – Possui duas alavancas
laterais em forma de asas, que ajudam a extrair a rolha girando a hélice.
Saca-rolhas de rosca (screwpull) – Utiliza um mecanismo de rosca
contínua para extrair a rolha sem danificá-la.
Saca-rolhas de ar (air pressure) – Usa a pressão de um gás inerte
(e não de ar, como o nome sugere, porque oxidaria o vinho) para
remover a rolha, sem necessidade de força manual.
Saca-rolhas elétrico – Dispositivo motorizado que permite abrir
garrafas de vinho de forma rápida e fácil, utilizando um motor elétrico
para remover a rolha com o mínimo de esforço (basta pressionar um
botão) e muita rapidez e praticidade (abre a garrafa em segundos).
Existem dois tipos: básico – modelos simples, com a função apenas
de remover a rolha – e avançado, que traz recursos adicionais, como
cortador de lacre integrado e base de recarga da bateria.
Para escolher o saca-rolhas elétrico, opte por marcas confiáveis e
com boa reputação; verifique se o dispositivo funciona com pilhas
ou é recarregável; e escolha um modelo confortável de segurar e
utilizar. Limpe-o após cada uso, removendo eventuais resíduos de
rolha, e guarde em local seco e seguro, protegendo-o de danos.
SUMÁRIO

Pingadeiras (Drip Rings)


É um dispositivo usado para evitar que gotas de vinho
escorram pela garrafa e manchem a mesa ou a toalha. Tem
formato geralmente circular, feito para se ajustar ao gargalo
da garrafa de vinho. Com apresentação elegante, melhora a
aparência da garrafa e a experiência de servir vinho. Costuma
ser de dois tipos: de feltro (possui uma camada interna de
feltro que absorve as gotas de vinho) e de metal (conta com
um revestimento interno de veludo ou outro material absorvente).
Ao escolher uma pingadeira, opte por materiais duráveis e de fácil limpeza, como
metal ou plástico resistente. Escolha um modelo com material absorvente eficiente,
como feltro ou veludo. E verifique se a pingadeira se ajusta bem a diferentes
tamanhos de garrafas de vinho. Uma vez comprado, limpe o utensílio após cada uso
para remover resíduos de vinho e evitar manchas. Guarde em local seco e arejado
para afastar odores e prolongar a vida útil do produto.

Tampas seladoras com bomba de vácuo (wine vacuum sealers)


Dispositivo usado para preservar a qualidade do vinho após a
abertura, retirando o ar do interior e selando a garrafa com uma
tampa, criando um vácuo que impede a oxidação enquanto
estiver guardado de um dia para o outro. Assim, mantém a
bebida fresca e saborosa por mais tempo, evitando o desperdício.
Essa tampa é simples de usar e não exige habilidades especiais.
Há de dois tipos: manuais (o usuário bombeia o ar manualmente,
utilizando um êmbolo ou outra ferramenta) e elétricas (removem
automaticamente o ar da garrafa, geralmente de forma mais
rápida e eficiente).
Para escolher uma tampa seladora com bomba de vácuo, opte por modelos que
efetivamente removam o ar e criem um bom vácuo. Verifique se o dispositivo é
compatível com diferentes tamanhos e tipos de garrafas de vinho. E escolha modelos
feitos de materiais de qualidade e resistentes à utilização frequente. Após cada uso,
limpe a tampa seladora e a bomba de vácuo para evitar contaminação e prolongar a
vida útil do produto. Guarde em local seco e arejado para evitar danos ao dispositivo.
SUMÁRIO

Adega doméstica climatizada


É um equipamento indispensável para os apreciadores de vinho
que buscam armazenar suas garrafas de forma adequada,
garantindo a preservação das características e a qualidade
do produto. Esse dispositivo controla a temperatura e a
umidade do ambiente, proporcionando condições ideais para
o envelhecimento e a conservação dos vinhos. Além disso,
protege as garrafas da luz e das vibrações que podem afetar
negativamente a qualidade da bebida. Ao escolher uma adega
climatizada, é importante levar em consideração o tamanho e
a capacidade do equipamento, que deve ser compatível com o
número de garrafas a serem armazenadas.
A temperatura ideal para a conservação dos vinhos varia conforme o tipo da bebida:
enquanto os tintos devem ser mantidos entre 12°C e 18°C, os brancos e espumantes
precisam de temperaturas mais baixas, entre 8°C e 12°C. Algumas adegas climatizadas
possuem áreas de temperatura diferenciadas, o que permite armazenar diferentes
tipos de vinho no mesmo equipamento. A umidade relativa do ar deve ser mantida
em torno de 60% a 70%, evitando o ressecamento das rolhas e a oxidação do vinho.
Outra dica importante é posicionar a adega climatizada em um local adequado, longe
de fontes de calor ou luz direta, como janelas e fogões. Também é necessário manter
a adega sempre limpa e realizar a manutenção periódica do equipamento, conforme
as orientações do fabricante. Com essas precauções, ela garantirá a conservação
adequada dos vinhos proporcionando uma experiência enogastronômica inesquecível
aos apreciadores da bebida.
Por fim, é fundamental considerar a eficiência energética e o nível de ruído do
equipamento ao escolher uma adega climatizada. Aquelas com maior eficiência
energética ajudam a reduzir o consumo de energia e o impacto ambiental, enquanto
modelos com menor ruído proporcionam mais conforto, principalmente se for
instalado em ambientes de convivência, como sala de estar ou cozinha. Pesquisar
e comparar as opções disponíveis no mercado, levando em conta os aspectos
mencionados, é essencial para garantir o melhor investimento e desfrutar ao máximo
de seus vinhos preferidos.
SUMÁRIO

Embalagens e sistemas de fechamento


As garrafas de vidro são a embalagem tradicional e amplamente utilizadas para
vinhos há séculos, protegendo a bebida da oxidação. O vidro âmbar ou verde bem
escuro oferece maior proteção contra a luz e pode ser reciclado, tornando-se uma
opção sustentável.
As latas de alumínio são mais recentes no mercado de vinhos e apresentam diversas
vantagens, como leveza, conveniência e reciclabilidade. Essa embalagem protege
o vinho contra a luz e a oxidação, sendo ideal para aqueles que não precisam
envelhecer, apresentando menor impacto ambiental.
Embalagens cartonadas, também conhecidas como “bag-in-box”, “tetra pak” ou
“caixinha”, são econômicas e ecológicas. Elas protegem o vinho contra a luz, mas não
são tão eficazes contra a oxidação, sendo indicadas para vinhos de consumo rápido. A
embalagem bag-in-box consiste em uma bolsa de plástico metalizado, equipada com
uma torneira, dentro de uma caixa de papelão, enquanto a tetra pak ou caixinha é
uma embalagem de papelão revestida com múltiplas camadas de plástico e alumínio.
A escolha da embalagem para o vinho depende do tipo da bebida e do propósito
de consumo. Garrafas de vidro são mais adequadas para vinhos que envelhecem,
enquanto latas de alumínio e embalagens cartonadas são ideais para os de consumo
rápido ou para uso culinário.
SUMÁRIO

Sistemas de fechamento
As rolhas de cortiça e as cápsulas de alumínio – estas últimas conhecidas como ROPP
(roll-on pilfer proof) – são as opções de fechamento mais comuns no mercado de
vinhos. Enquanto a cortiça é um material tradicional, extraída da casca do sobreiro
(Quercus suber), as cápsulas de alumínio representam uma alternativa mais moderna
e prática. Ambas possuem vantagens e desvantagens, dependendo do tipo de vinho e
do tempo de armazenamento desejado.
As rolhas de cortiça são conhecidas por sua elasticidade, inércia química e
impermeabilidade, permitindo uma micro-oxigenação controlada, que favorece o
envelhecimento e a evolução do vinho na garrafa. No entanto, seu uso também
apresenta riscos, como a contaminação por TCA (tricloroanisol), um composto
químico responsável pelo gosto de mofo em alguns vinhos (veja Bouchonné no
Pequeno Glossário, na pág. 41). Por isso, são mais adequadas para os que requerem
envelhecimento em garrafa. Além disso, a escassez de rolhas de cortiça no mercado e
o consequente aumento de preço têm levado à busca por alternativas, como as rolhas
de cortiça aglomerada e as rolhas sintéticas.
As rolhas de cortiça aglomerada são produzidas a partir de fragmentos de cortiça,
combinados com adesivos. Elas apresentam um custo mais baixo e menor risco
de contaminação por TCA. Porém, não são ideais para vinhos de longa guarda,
pois podem permitir maior oxidação. Já as rolhas sintéticas, feitas de materiais
termoplásticos inertes, são mais econômicas e não têm risco de contaminação por
TCA, mas também podem permitir oxidação se não foram bem ajustadas.
Já as cápsulas de alumínio (ROPP) oferecem uma vedação hermética e são
facilmente abertas, além de serem recicláveis. Essa opção de fechamento reduz
significativamente o risco de contaminação e é indicada para vinhos jovens
destinados ao consumo imediato ou em curto prazo. No entanto, não permitem a
micro-oxigenação, o que as torna inadequadas para vinhos de guarda.
Ao escolher entre vinhos fechados com rolhas de cortiça, rolhas aglomeradas, rolhas
sintéticas e cápsulas de alumínio, é importante considerar o tipo de vinho e o tempo
de armazenamento desejado, para garantir a qualidade e o sabor ideal para cada
rótulo. Porém, lembre-se de que existem vinhos incríveis engarrafados com ROPP ou
rolhas sintéticas e vinhos medíocres fechados com rolhas de cortiça. Portanto, na hora
de escolher seu vinho, não o julgue pela aparência da embalagem e muito menos
pelo sistema de fechamento. Você pode acabar abrindo mão de uma experiência
memorável apenas por um julgamento de aparência.
SUMÁRIO

Receitas com vinho


Que tal aproveitar essa bebida também no uso culinário? Você nem precisa utilizar
o conteúdo de uma garrafa inteira. Dependendo da receita, sobras de vinho serão
suficientes como ingrediente. Vamos lá?

RISOTO DE QUATRO QUEIJOS

Ingredientes:

• 1/2 xícara (chá) de vinho branco seco • 1/2 xícara (chá) de queijo prato picado
• 2 xícaras (chá) de arroz arbóreo • 1/2 xícara (chá) de queijo gorgonzola
• 1/4 de xícara (chá) de azeite picado
• 1/2 xícara (chá) de cebola ralada • 1/2 xícara (chá) de muçarela picada
• 3 dentes de alho • 1/2 xícara (chá) de queijo parmesão ralado
• 1 litro de caldo de carne quente • Sal e pimenta-do-reino a gosto

Modo de preparo

Aqueça o azeite e doure a cebola e o alho. Junte o arroz e refogue até começar
a grudar na panela. Tempere com o sal, adicione o vinho e, sem parar de mexer,
acrescente o caldo de carne em conchas. Mexa até praticamente todo o líquido ser
absorvido, para adicionar mais caldo. O arroz deve ficar macio, porém firme e com
aspecto cremoso. Junte os queijos em pedaços e mexa até eles derreterem. Polvilhe
com a pimenta e sirva.
SUMÁRIO

PERNIL AO VINHO BRANCO

Ingredientes:

• 2 xícaras (chá) de vinho branco seco • Manga em fatias, abacaxi em fatias e


• 5 kg de pernil suíno ameixa para decorar
• 2 xícaras (chá) de água Para o molho:
• 1/2 xícara (chá) de azeite • 1 xícara (chá) de suco de maracujá
• 1/2 xícara (chá) de manjericão picado • 3 colheres (sopa) de mostarda
• 1 ramo de alecrim picado • 1 colher (sopa) de mel
• Sal e pimenta-do-reino a gosto • 1 colher (chá) de sal

Modo de preparo

Coloque o pernil em uma tigela grande, adicione o vinho, a água, o azeite, o


manjericão, o alecrim, o sal e a pimenta, cubra e deixe descansar por seis horas na
geladeira, virando algumas vezes ao longo desse período. Retire do tempero e coloque
em uma fôrma grande. Regue com a marinada, cubra com papel-alumínio e leve ao
forno médio, preaquecido, por quatro horas. Retire o papel e asse por mais uma hora
ou até assar e dourar.
Para o molho, coloque todos os ingredientes em uma panela e leve ao fogo baixo, até
reduzir e formar um molho. Coloque o pernil em uma travessa, regue com o molho e
decore com as frutas para servir.
SUMÁRIO

MOLHO DE VINHO TINTO

Ingredientes:

• 2 xícaras (chá) de vinho tinto seco • 2 colheres (sopa) de farinha de trigo


• 1 colher (sopa) de manteiga • 2 colheres (sopa) de açúcar mascavo
• 1 cebola média picada • 1 colher (sopa) de molho inglês
• 2 dentes de alho picados • Sal e pimenta-do-reino a gosto
• 2 xícaras (chá) de caldo de carne

Modo de preparo

Em uma panela, derreta a manteiga em fogo médio. Adicione a cebola e o alho,


cozinhando até ficarem macios e translúcidos, por cerca de cinco minutos. Adicione
o vinho tinto e deixe ferver por cerca de cinco minutos, até que o álcool evapore.
Adicione o caldo de carne e deixe ferver por mais cinco minutos. Em uma tigela
pequena, misture a farinha de trigo com um pouco de água até formar uma pasta
homogênea. Adicione a mistura de farinha de trigo ao molho e cozinhe em fogo baixo
por mais dez minutos, mexendo constantemente. Adicione o açúcar mascavo e o
molho inglês, e mexa bem. Tempere com sal e pimenta-do-reino a gosto. Cozinhe
em fogo baixo por mais alguns minutos até que o molho engrosse e esteja bem
incorporado. Sirva quente sobre carnes vermelhas, massas ou qualquer outro prato
que combine com um delicioso molho de vinho tinto.
SUMÁRIO

PERAS AO VINHO

Ingredientes:

• ½ a 1 garrafa de vinho tinto seco • 2 cravos-da-índia


• 4 peras firmes e maduras • 1 fava de baunilha
• 1 xícara (chá) de açúcar • Casca ou raspas de laranja
• 1/2 xícara (chá) de água • Casca ou raspas de limão
• 1 canela em pau • Sorvete de creme para acompanhar

Modo de preparo

Descasque as peras e corte um pouco da base para que elas possam ficar em pé.
Reserve. Em uma panela, coloque o vinho, o açúcar, a água, o pau de canela, os
cravos-da-índia, a fava de baunilha, a casca de laranja e a casca de limão. Leve ao
fogo baixo e deixe ferver por cerca de dez minutos. Adicione as peras na panela com
o molho de vinho e deixe cozinhar em fogo baixo por aproximadamente 40 minutos
ou até que elas estejam macias e cozidas. Retire as peras da panela e reserve em um
prato. Deixe o molho de vinho reduzir até ficar mais espesso. Sirva as peras quentes
com uma bola de sorvete de creme e regue com o molho de vinho reduzido.
SUMÁRIO

Pequeno glossário
Aeração: Processo de expor o vinho ao ar para realçar seus sabores e aromas,
geralmente realizado ao despejar o vinho em um decantador ou copo ou
mesmo deixando a garrafa aberta por alguns minutos antes de iniciar
o consumo.
Blanc de Blancs: Vinho branco produzido exclusivamente com uvas brancas.
Blanc de Noirs: Vinho branco produzido com uvas tintas, mas como um
vinho branco (sem deixar as cascas macerando no mosto), preservando
assim a cor clara do mosto e, portanto, da bebida.
Barrica: Também chamada de barril ou tonel. Recipiente de madeira,
geralmente de carvalho, utilizado para armazenar e envelhecer o vinho, o que
pode agregar aromas e sabores à bebida dependendo do seu grau de uso
(idade do barril), do tempo de contato entre o vinho e o barril e das condições
de temperatura e umidade da adega.
Borras: Sedimentos, como células de leveduras mortas, que se acumulam
no fundo do recipiente de fermentação. Podem ser removidas ou usadas
para enriquecer o vinho durante o processo de envelhecimento. No método
tradicional de produção de espumantes, os resíduos que se acumulam no
gargalo da garrafa também recebem esse nome.
Bouchonné: É o termo francês utilizado para descrever um vinho que
apresenta sabor e aroma de mofo ou papelão, causado pela contaminação
da rolha com um fungo. Razão pela qual sempre se deve cheirar uma rolha
de cortiça logo após a abertura da garrafa. Se o vinho ou a rolha estiverem
com esse defeito, pode devolver e pedir que seja trocado. Essa contaminação
não causa mal à saúde, mas é um defeito que compromete completamente
a experiência de degustação.
Casta: Variedade (cultivar) específica de uva utilizada na produção de vinho.
SUMÁRIO

Clima: Tem enorme influência sobre o cultivo, a produção e o rendimento das


videiras e, portanto, sobre o vinho. O clima temperado é, em geral, o melhor
para o cultivo das uvas viníferas – embora haja exceções. Normalmente,
as regiões com clima mais fresco ou frio produzem vinhos com sabor mais
ácido, enquanto as regiões com clima mais quente e ensolarados geram
vinhos com sabor de frutas maduras, lembrando geleias (mas nem sempre).
Cuvée: Termo francês que se refere a um lote específico de vinho, geralmente
uma mistura de vinhos de diferentes variedades e/ou vinhedos.
Denominação de Origem (DO): É uma subdivisão mais restritiva dentro da
Indicação Geográfica (IG), que é bem mais rigorosa. No Brasil, são regiões
onde os vinhos apresentam características especificas oriundas daquela área
de cultivo específica.
Denominação de Origem Protegida (DOP): Na União Europeia, é uma das
categorias da Indicação Geográfica (IG). Refere-se às áreas menores com
normas mais rigorosas.
Enófilo: Amante dos vinhos. Diz-se da pessoa que tem os vinhos como
bebida preferida, degusta muito, se informa bastante, compartilha
informações, coleciona e viaja com o propósito de conhecer vinhedos e
novos vinhos (enoturismo). Não confundir com sommelier e enólogo, que são
profissões remuneradas e tecnicamente especializadas.
Enólogo: É o profissional responsável pela produção de vinhos. Cuida de todo
o processo, desde a seleção das uvas até o engarrafamento.
Fermentação malolática (FML): Processo bioquímico em que bactérias
(principalmente Oenococcus oeni) convertem ácido málico em ácido lático,
resultando em uma redução da acidez na boca, já que o ácido lático é
percebido como sendo menos potente do que ácido málico, tornando
o vinho mais suave e “redondo” ao paladar do consumidor. Vinhos
que passam por FML geralmente têm textura mais encorpada e macia,
enquanto aqueles que não passam por esse processo tendem a ser mais
frescos, vibrantes e ácidos.
SUMÁRIO

Graus GL (°GL): Graus Gay-Lussac, em homenagem ao químico francês


Gay-Lussac, que desenvolveu essa escala de medida. °GL representa a
porcentagem em volume de álcool contido em uma solução alcoólica. Por
exemplo, se um vinho tiver 11°GL, significa que contém 11% de álcool em
volume, logo, 1 litro de vinho com 11°GL tem 110 ml de álcool etílico em
sua composição.
Guarda: Tempo que um vinho pode ser armazenado antes de ser
consumido. Alguns vinhos têm potencial de guarda longo, enquanto outros
são destinados a serem bebidos ainda jovens.
Horizontal: Técnica de degustação de vinhos de diferentes produtores ou
vinhedos, mas da mesma safra ou região.
Indicação de Procedência (IP): No Brasil, é uma das vertentes da Indicação
Geográfica (IG). São regiões reconhecidas pela produção de vinho.
Indicação Geográfica (IG): É um selo que reconhece uma área produtora,
delimitada, dentro de um país pela sua qualidade diferenciada. Esse
selo garante que os produtos daquela região apresentam características
específicas devido, principalmente, à sua origem.
Indicação Geográfica Protegida (IGP): Na União Europeia, é uma das
categorias da Indicação Geográfica (IG). Refere-se a áreas com delimitações
maiores e com menos regras.
Inox: Tanques construídos em aço inoxidável usados para fermentação e
armazenamento de vinhos e que, por serem inertes, não transferem sabores
ou aromas ao vinho.
Jovem: Vinho destinado a ser consumido pouco tempo após sua produção,
sem envelhecimento prolongado em barris ou garrafas.
Leveduras: Micro-organismos unicelulares que realizam a fermentação do
açúcar contido no mosto (suco) extraído das uvas em álcool e dióxido de
carbono, produzindo assim o vinho. Podem ser adicionadas intencionalmente
pelo enólogo ou podem estar presentes no ambiente da adega e fermentarem
naturalmente o mosto (fermentação natural ou espontânea).
SUMÁRIO

Maceração: Processo pelo qual os compostos presentes nas cascas das


uvas, como pigmentos, são extraídos para o mosto durante a fermentação,
adicionando cor, sabor e textura ao vinho.
Oxidação: Exposição do vinho ao oxigênio, o que pode levar a mudanças
na cor, no sabor e no aroma. A oxidação controlada pode ser benéfica no
processo de envelhecimento, mas a exposição excessiva ao oxigênio pode
causar a deterioração do vinho. Cabe ao enólogo definir o grau maior ou
menor de oxidação desejada. A oxidação descontrolada pode ocorrer caso
você deixe sua garrafa de vinho aberta na noite anterior, causando defeitos
sensoriais que podem arruinar a sua experiência de consumo. Nesse caso,
use esse vinho como ingrediente culinário para uma receita de molho, prato
principal ou mesmo sobremesa.
Perlage: Expressão usada para descrever as bolhas de dióxido de carbono
(CO2) presentes nos vinhos espumantes. As bolhas se formam naturalmente
durante a fermentação alcoólica ou podem ser incorporadas industrialmente
na produção de vinhos espumantes, dependendo do método de fabricação.
Bolhas menores e mais finas são geralmente consideradas de melhor
qualidade e indicam um vinho espumante de produção mais refinada.
A maior persistência das bolhas (quanto tempo duram) também é um
indicativo de qualidade. Bolhas que duram mais tempo são preferíveis.
Taças apropriadas para vinhos espumantes, como a flûte, ajudam a preservar
e realçar o perlage. Ao degustar um vinho espumante, preste atenção na
sensação das bolhas no paladar e na refrescância da efervescência.
Sommelier: Profissional especializado em vinhos e outras bebidas,
responsável pela seleção, pela compra, pelo armazenamento, pelo serviço
e pela harmonização de vinhos em restaurantes, hotéis, bares e eventos.
Originalmente, designava os carroceiros dos castelos e palácios franceses que
transportavam os barris e eram também incumbidos de provar os vinhos
antes que fossem servidos aos nobres da época.
Sulfitos: Compostos químicos que contêm enxofre, utilizados como
conservantes na produção de vinhos para prevenir a oxidação e o
crescimento de micro-organismos indesejados. No rótulo dos vinhos, pode
aparecer como INS 220.
SUMÁRIO

Taninos: São substâncias naturalmente presentes nas uvas, nos engaços


(partes que ficam das uvas espremidas) e nas madeiras dos tonéis, que
conferem ao vinho adstringência e sensação de secura na boca que alguns
podem causar na degustação. Também conhecidos como polifenóis, são
responsáveis pelo sabor e pela estrutura do vinho.
Terroir: Conjunto de fatores ambientais, como solo, clima e topografia.
Também inclui o manejo da parreira, as práticas agrícolas que influenciam
nas características das uvas utilizadas na produção de vinho e as leveduras
e bactérias do local que também podem participar na fermentação
e, consequentemente, no sabor e aroma da bebida produzida em
regiões específicas.
Vindima: É a colheita da uva. Pode também ter um sentido mais expandido e
considerar o período entre a colheita das uvas e o início da produção do vinho.
Vindima tardia: Colheita da uva mais tarde (colheita tardia), permitindo que o
fungo Botrytis cinerea se desenvolva sobre elas e confira ao vinho um sabor
mais doce e diferenciado.
Vinificação: Processo de transformação das uvas e de seu suco
fermentado em vinho, incluindo a fermentação, a maceração, a filtração e o
engarrafamento.
Vinho de guarda: Vinho que apresenta potencial de envelhecimento em
garrafa, ou seja, que pode ser armazenado por vários anos sem perder suas
qualidades ou até mesmo melhorando com o passar do tempo.
Vinho safrado: Também conhecidos por vintage, se refere ao ano em que as
uvas foram colhidas, ou seja, à safra das videiras. Um vinho não-safrado, que
nos rótulos importados aparecem com a sigla NV (non-vintage), é composto
por diferentes safras.
Vinho varietal: É um vinho produzido a partir de uma única variedade (ou
casta) de uva, enquanto um vinho blend é feito a partir da mistura de duas
ou mais variedades de uva.
SUMÁRIO

Consumo responsável
Terminamos este Guia de Vinhos lembrando que, para uma degustação perfeita, é
preciso que aconteça o consumo responsável dessa bebida alcoólica. E isso se dá pelo
modo consciente e moderado, respeitando sua saúde e segurança pessoal, e também
garantindo a proteção de todos. Assim, vamos finalizar apontando alguns cuidados
relevantes e algumas práticas saudáveis que vão permitir que você desfrute dos
prazeres do vinho com todo o cuidado necessário:
Nunca beba e dirija – O álcool afeta a coordenação motora, a capacidade de julgamento
e seus reflexos, aumentando o risco de acidentes. Opte sempre por transporte público,
táxis, aplicativos de transporte ou um motorista amigo que esteja sóbrio.
Conheça seus limites – Cada pessoa possui um limite diferente de tolerância ao
álcool. O ideal é não ultrapassar uma quantidade moderada de vinho por dia (por
exemplo, duas taças para homens e uma taça para mulheres).
Hidrate-se – Beba água com ou sem gás entre cada taça de vinho para evitar a
desidratação e também reduzir os efeitos negativos do álcool.
Consuma alimentos – Comer enquanto se bebe vinho ajuda bastante a diminuir a
absorção do álcool, evitando intoxicação e desconfortos.
Evite o consumo excessivo em curtos períodos – É o chamado binge drinking. Ingerir
grandes quantidades de álcool em pouco tempo é prejudicial à sua saúde. Por isso,
cuide para espaçar as taças de vinho que você vai consumir ao longo do dia ou da
noite e alterne com água.
Conheça as contraindicações – Algumas condições de saúde e o uso de
medicamentos podem ser afetados pelo consumo de álcool. Consulte sempre um
médico antes de consumir vinho se estiver tomando medicamentos ou possuir
condições de saúde específicas.
Gravidez e amamentação – O consumo de álcool durante a gravidez e amamentação
é prejudicial ao bebê. Consulte um médico antes de consumir vinho nesses períodos.
Eduque-se sobre o consumo de álcool e seus efeitos – Conhecer os efeitos do
álcool no corpo e na mente é fundamental para um consumo responsável, tanto
individualmente quanto em sociedade.

Coloque em prática essas dicas e aprecie um bom vinho com moderação, de


preferência ao lado de boas companhias. Tim-tim!
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