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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

APRESENTAÇÃO

Com alegria apresentamos aos metodistas da Sexta Região


este material que servirá de orientação para os novos
membros que o Pastor e Pastora deverão ministrar. Nosso
desejo é que haja certa uniformidade entre as nossas
igrejas onde todos(as) receberão as mesmas instruções.
O ministro(a) tem aqui subsídio para ministrar sobre
assuntos fundamentais da nossa fé. Pode ser usado de
acordo com a necessidade de cada igreja, desde que
essência seja mantida entre as igrejas da Região.

Bispo João Carlos Lopes e


Ministério de Ação Episcopal

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

ÍNDICE

Introdução 04
Conversão 06
Batismo 09
Dons e Ministérios 13
Dízimos e Ofertas 17
Discipulado 22
Igreja 27
Ser Membro – Um Privilégio 32

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

INTRODUÇÃO
A CAMINHO DA CONSOLIDAÇÃO

Este livro trata de assuntos essenciais da vida cristã. Uma pessoa minimamente
consolidada ou a caminho da consolidação na fé em Cristo aprende e desenvolve sua vida
a partir de algumas experiencias que procuramos esclarecer neste manual.
Toda grande obra prima nasce de elementos fundamentais sem os quais não se
pode continuar sua construção. Um grande prédio não é erguido sem as fundações; uma
pessoa madura e com sabedoria tem que passar pelos elementos primários do
conhecimento sem os quais não se pode adquirir o mestrado.
Você vai estudar alguns assuntos primordiais que geralmente dão inicio à nossa
caminhada com Jesus Cristo. Nessa trilha, existem algumas características que definem
uma pessoa consolidado/a ou em processo de consolidação. Isto nos dá condições de
fazermos uma avaliação pessoal da nossa maturidade como crentes.

Uma experiencia pessoal


Uma pessoa consolidada no evangelho é alguém que teve uma experiência pessoal
com Jesus. Uma experiência de novo nascimento. O próprio Jesus afirmou isso quando
conversava com Nicodemos, de acordo com o evangelista João: “Em verdade, em verdade
te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” João 3.
João Wesley considerou a doutrina do novo nascimento uma das duas doutrinas
fundamentais do cristianismo.

Ser batizada
Uma pessoa consolidada no evangelho é alguém que confessou publicamente essa
experiência de fé. Essa confissão se dá através do batismo. E aqueles/as que tiveram o
privilégio de nascer em uma família cristã e foram batizados/as na infância, devem fazê-lo
através da sua pública profissão de fé. O batismo é também uma ordem de Jesus que disse
para fazermos discípulos “batizando e ensinando”.

Exerce os Dons
Um/a discípulo/a consolidado/a é alguém que está usando os dons que recebeu
de Deus em ministérios dentro e fora da igreja local. Os dons são ferramentas para serem
usados no serviço a Deus e às pessoas. Uma leitura da primeira carta do apóstolo Paulo
aos Coríntios, no capítulo 12, nos ajuda a entender a importância de (como membros do
Corpo de Cristo) usarmos os dons que Deus nos deu. Esse é um chamado fundamental na
vida do/a cristão/ã visto que o nosso Senhor “não veio para ser servido, mas para servir”.

Exerce a mordomia
Um/a discípulo/a consolidado/a é alguém que está contribuindo para a missão da
Igreja através dos seus dízimos e ofertas. O sustento da missão da igreja é responsabilidade
de cada membro do corpo de Cristo.

Caminha no Discipulado
Um cristão(ã) consolidado(a) é alguém que continua sendo discipulada por alguém
e está fazendo novos discípulos. Esse processo de SER e FAZER discípulo nunca deixa de
existir na vida daquele/a que assumiu compromisso com Jesus.

É uma pedra de edificação na Igreja


Um cristão consolidado sabe da importância da Igreja como o corpo vivo de Cristo
e nela participa ativamente no seu programa missionário. Ele sabe que não existem pedras
soltas no edifício de Deus, por isso caminha em unidade

Então, vejamos:
✓ Uma experiência pessoal com Jesus Cristo;

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

✓ Batismo como confissão pública da fé;


✓ Uso dos dons nos ministérios;
✓ Contribuição regular;
✓ Um processo contínuo de discipulado
✓ A importância da Igreja.
Olhando para essas características, e olhando para a sua própria vida, você poderia
dizer que é um cristão(ã), um membro do Corpo de Cristo e da Igreja Metodista,
minimamente consolidado?
Com as lições a seguir, você terá subsídio para continuar a crescer na vida com
Jesus. Que você seja uma benção para a sua igreja local e para as pessoas com as quais
você convive.

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

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CONVERSÃO
Jesus respondeu: — Em verdade, em verdade lhe digo que, se alguém não nascer de
novo, não pode ver o Reino de Deus. João 3.3

Em Atos 2.37-38 vemos que após ouvirem a pregação de Pedro, e reconhecendo que
ele estava correto, os ouvintes foram exortados a arrependerem-se. Arrependimento é mais
do que um sentimento, é o reconhecimento de nosso erro e a decisão de mudar abandonando
o erro.

São sinais de arrependimento: convencimento do pecado ou o reconhecimento do erro


(João 16.8 e Atos 2.37-38) e quebrantamento profundo e tristeza pelo pecado (Isaías 6.1-6 e
2 Coríntios 7.9-10)

O que é necessário?

Em Lucas 15.11-32 temos a história do filho mais novo que foi pródigo em errar. É a
história de um rapaz que fez algumas escolhas erradas e como consequência sofreu. Em
determinado momento ele reconhece seu erro e decide voltar atrás, pedir perdão ao pai e
pagar o preço necessário. Ele arrepende-se. Para conseguir transformar a intenção em ação
foi necessário:
Humildade – É mais fácil arrumar desculpas ou justificativas para nossos erros do
que reconhecer o erro e assumir a responsabilidade. Mas Deus dá graça ao humilde (Tiago
4.6b)

Restituição – Isto é a disposição de voltar atrás quando percebe que tomou uma
decisão errada (Lucas 15.17-19)

Confissão – O filho pródigo não só volta a casa do pai como fala ao pai que pecou
contra o céu e diante dele (Lucas 15.20-21)

Firme propósito – O rapaz está disposto a ser tratado como empregado para acertar o
seu erro. Está disposto a fazer o que é preciso, pagar o preço necessário.

Frutos do arrependimento

Quando nos arrependemos de maneira sincera diante de Deus algumas coisas


acontecem: Somos perdoados por Deus (1 João 1.9) e Somos purificados (Isaías 6.6-7)
A passagem de João 16.8 nos mostra que o verdadeiro arrependimento é obra do
Espírito Santo, pois é Ele que nos convence do pecado. O arrependimento é o primeiro passo
em direção a salvação (vivificação), mas não o único. Com o arrependimento abre-se uma
porta para o Reino espiritual: o novo nascimento.

Novo Nascimento.

No texto de João 3.3 Jesus diz que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino
de Deus. Jesus respondeu: — Em verdade, em verdade lhe digo que, se alguém não nascer
de novo, não pode ver o Reino de Deus.

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

Quando nos arrependemos de nossos pecados e confessamos a Deus recebemos o Seu


perdão e Ele nos purifica de toda injustiça (1 João 1.9). Nesse momento, além de sermos
justificados, somos feitas novas criaturas (2 Coríntios 5.17).

Por quê precisamos nascer de novo?


Quando a raça humana desobedeceu a Deus (pecou) sua natureza foi corrompida. O
ser humano se tornou escravo dos desejos da sua carne. Antes inclinado a fazer a vontade
de Deus, após pecar, o ser humano se torna escravo da sua carne, inclinado a fazer a sua
vontade Desprezando a Palavra de Deus.
A velha natureza se torna escrava do pecado. Para se libertar deste jugo só há uma
solução: a morte. Por isso a velha natureza foi crucificada com Cristo, para destruir o corpo
do pecado de modo que não sirvamos mais a ele como escravos (Romanos. 6.6 e Gálatas
5.24).
E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus
desejos. (Gálatas 5.24)
Com a morte da velha natureza uma nova foi gerada, inclinada a fazer a vontade de
Deus (Romanos 6.4). Se queremos fazer a vontade de Deus precisamos ser revestidos dessa
nova natureza (Efésios 4.22-24).
Além disso a velha natureza está morta espiritualmente (Efésios 2.1). Se não
nascermos de novo permanecemos mortos. Somos vivificados espiritualmente pelo novo
nascimento (João 3.5-7). Precisamos nascer de novo para herdarmos a vida eterna.
Precisamos ser gerados do Espírito para vermos o reino de Deus.

Como podemos nascer de novo?


O texto de Efésios 1.13 fala que ouvindo o evangelho da salvação e nele crendo somos
selados com o Espírito Santo. Aí vemos que o novo nascimento é um ato de Deus através do
Espírito Santo, operado na vida de todo que crê. Quando recebemos o Espírito Santo, como
conseqüência de crer no evangelho da salvação, nascemos de novo.
Apesar de serem duas coisas distintas a justificação pela fé (redenção ou salvação) e
o novo nascimento (regeneração) acontecem no mesmo momento e como resultado de uma
mesma coisa: ouvir a Palavra de Deus e crer. A fé se torna elemento essencial tanto para um
quanto para o outro. Quando cremos nascemos de Deus e somos salvos.

A Salvação.

O texto de Efésios 2.1 nos mostra que estávamos mortos em nossos delitos e pecados.
Como vimos o pecado nos separou da comunhão com Deus gerando morte espiritual, mas o
resultado da desobediência do ser humano não foi só a morte espiritual. Mas fomos salvos,
de uma existência miserável à parte da comunhão com Deus.
Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de
Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Efésios 2.8-9

Tínhamos uma “dívida” com Deus que precisava ser quitada. Jesus pagou essa dívida
para nós.

Cancelando o escrito de dívida que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos
era prejudicial, removeu-o inteiramente, cravando-o na cruz. Colossenses 2.24

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

O preço pelo pecado (desobediência) precisava ser pago. Deus, que é amor, desejava
nos isentar da punição (juízo), mas por ser justo não podia desconsiderar nosso erro,
inocentando o culpado (Êxodo 34.7b).

Um justo pecou, maculando toda a criação de Deus; um outro justo precisava redimi-
la. Como todos pecaram (Romanos 3.23) ninguém podia trazer salvação a humanidade. Por
isso Cristo Jesus assumiu a forma humana (encarnou-se), viveu uma vida sem pecado
(Hebreus 4.15), pagou o preço pela nossa dívida morrendo na cruz (Colossenses 2.14 e João
19.30) e derramando o seu sangue para nos purificar (1 João 1.7). Esta é a graça imerecida
pela qual somos salvos.
A salvação foi um presente concedido por Deus através de Cristo Jesus. Mas isso tudo
de nada adianta se não crermos e aceitarmos o presente de Deus. Precisamos crer para
usufruir do presente.

Como podemos ter certeza da salvação?


Talvez esse seja o maior questionamento das pessoas sobre a salvação, e muitos até
chegam a afirmar, erroneamente, que não se pode ter certeza da salvação. Os textos bíblicos
de João 5.24 e 1 João 5.11-13 nos mostram que se ouvimos as boas novas de salvação,
cremos e recebemos a Jesus Cristo como Senhor e Salvador de nossas vidas já passamos da
morte para a vida.

Em verdade, em verdade lhes digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me
enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida. (João 5.24)

E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está no seu Filho.
Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. Estas coisas
escrevi a vocês que creem no nome do Filho de Deus para que saibam que têm a vida eterna.
(1 João 5.11-13)
A nossa certeza se baseia na Bíblia que é a nossa segurança.

Conclusão
Como vemos a salvação é dom de Deus e não fruto de nossas obras. Isso não quer
dizer que as obras não são importantes, somente não são a causa, o motivo da nossa
salvação. A Bíblia nos ensina que devemos praticar obras dignas de arrependimento (Atos
26.20), que Deus nos redimiu (criou em Cristo Jesus) para praticarmos boas obras (Efésios
2.10).

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

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O Batismo.
Naquela mesma hora da noite, cuidando deles, lavou-lhes as feridas dos açoites.
Logo a seguir, ele e todos os membros da casa dele foram batizados. Atos 16.33

No livro de Atos dos Apóstolos, o batismo significa a incorporação à comunidade


dos redimidos por Cristo. Pelo rito batismal, Deus congrega as pessoas como irmãos(ãs)
em Cristo, convocando novos membros a comunidade da igreja, para fazer dela um novo
Israel herdeiro de todas as promessas divinas. (Atos 2.41-47/ 5.14/ 11.24).
O batismo é visto como uma ordenança do Senhor Jesus. É o sacramento da
acolhida por excelência. As pessoas que são batizadas passam a fazer parte da
comunidade da fé.

A prática do Batismo na Bíblia

É sabido que o uso da água coo ritual de purificação de pecado já era conhecido
na própria tradição da Torah, conforme pode-se encontrar em Levítico. Sobre o dia da
expiação fala-se que o sacerdote, após realizar a expiação por si mesmo, pelo altar pelo
povo, deveria despir-se banhar-se no lugar santo, só então oferecer o holocausto
perante Deus, pois ele e o povo já fizeram seu sacrifício pelo pecado, e ele, ao banhar-
se , estava simbolizando sua purificação e a do povo, podendo então oferecer holocausto
diante de Deus. (Levítico 16.15-28)

Mais tarde, durante o exílio babilônico, torna aparecer conceito de água e


purificação. O profeta Ezequiel recorda a origem de Jerusalém, cidade de origem
gentílica, e que ao nascer não foi lavada com água para a purificação (Ezequiel 16.4).
No capítulo 36.25, é usada então a aspersão com água para símbolo de restauração
diante do pecado, indicando como ritual de passagem da vida no pecado e a idolatria
para uma vida com Deus. Então aspergirei água pura sobre vocês, e vocês ficarão
purificados. Eu os purificarei de todas as suas impurezas e de todos os seus ídolos.
Neste quadro de Ezequiel é inclusivo o batismo de aspersão com água oferecido
a todos: homens, mulheres e crianças. Em nenhuma hipótese é excluído qualquer
membro da comunidade, e isto era absolutamente impossível já que numa família
restaurada, purificada, não se admitiria um membro impuro, pelo risco de contaminar
de novo a todos. As crianças passaram pelo ritual de consagração e purificação, a
começar pela circuncisão.
No Antigo Testamento, a ideia de purificação foi sempre marcado por um banho.
Assim não é absurdo que mais tarde, já no período pós exilio, quando se intensificou o
movimento de proselitismo entre os judeus, faziam-se 3 exigências ao iniciado na fé
judaica: a circuncisão, o banho ritual e a oferta de sacrifício. É interessante ver o que
diz o Talmude (explicação e regulamentação da Lei do Pentateuco): eles têm o costume
de batizar esse projeto na infância baseando na profissão de fé da casa de julgamento,
porque isso é para o seu bem. Adiante orienta sobre a idade da criança ser batizada:
qualquer filho de projeto que tiver menos de 12 anos e um dia de idade será batizado
com a autorização do pai ou sobre a autoridade da sinagoga.
No tempo das comunidades cristãs, vários textos mostram que os convertidos
levavam sua família para ingressarem juntos na fé em Cristo. Vejamos alguns exemplos:
em Atos 16.15, Lídia, ao se converter, foi batizada, ela e “toda a sua casa”; em Atos
16.33, o carcereiro se converte e o texto diz que foi batizado ele e “todos os seus”; na

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

igreja em Corinto (1 Coríntios 1.16) Estéfanes e sua casa foram batizadas por Paulo,
assim como Crispo, o chefe da Sinagoga de Corinto, foi batizado com toda a sua Família
(Atos 18.18)

O que é o Batismo Cristão

Cremos que no batismo o Espírito Santo age misteriosamente no coração do


cristão e na comunidade de fé, para trazer o benefício da nova vida em Cristo Jesus.
O batismo não é purificador de pecados, ele é um sinal visível daquilo que Deus
realizou por nós na Cruz, através de Jesus. O batismo é um sinal exterior daquilo que
já aconteceu em nossa vida interior. A Bíbia afirma que o fundamental é sermos
batizados em Cristo Jesus: Ou será que vocês ignoram que todos nós que fomos batizados
em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Romanos 6.3
O batismo é a nossa inserção no corpo de Cristo. Para o apóstolo Paulo o batismo
nos une ao Corpo de Cristo, formando uma só aliança com Ele e com os irmãos.
Entendemos que o batismo é um sinal visível da graça invisível de Deus, pelo qual nos
tornamos participantes da comunhão do Espírito Santo e herdeiros da vida eterna. É o
modo pelo qual a Igreja reconhece a profunda realidade da incorporação a Cristo e a
sua comunidade.

Importância e significado do Batismo.

O batismo, como ordenança tem os seguintes propósitos simbólicos:


a) Identificação com Cristo. Para os crentes, simboliza a identificação com Cristo.
No batismo, o recém convertido testifica que estava em Cristo, quando Cristo foi
condenado pelo pecado, que foi sepultado com Ele e que ressuscitou para a nova vida
nEle. Fomos sepultados com ele na morte pelo batismo, para que, como Cristo foi
ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também nós andemos em
novidade de vida. Romanos 6.4

b) Morte para a velha vida. O batismo indica que o crente morreu para o velho
modo de viver e entrou na novidade da vida, mediante a redenção em Cristo. O ato do
batismo não leva a efeito essa identificação com Cristo, mas a pressupõe e a simboliza.

c) Identificação com a Igreja. O batismo também significa que os crentes se


identificaram com o corpo de Cristo, a Igreja. Os crentes batizados são admitidos na
comunidade da fé e, com sua atitude, testificam publicamente diante do mundo sua
lealdade a Cristo, juntamente como povo de Deus.

Desse modo, o batismo não salva, mas confirma a fé. É sinal legítimo, exterior,
da obediência, da vida de quem já é salvo (Gálatas 3.27; 1 Coríntios 12.13). É um ato
de fé genuína, que precisa ser acompanhada de obras de salvação, indispensáveis ao
bom testemunho cristão ( Romanos 2.6; Tiago 2.14; Mateus 5.16; Efésios 2.10).
Não há motivos para alguém não ser batizado, a não ser que um impedimento
de ordem espiritual, moral ou legal subsista. Neste caso, a pessoa precisa de orientação
e ajuda na busca da solução de seu problema.

Batismo Infantil
Alguns afirmam que crianças não podem receber este sacramento porque não
creem. Mas, vemos inúmeras provas na Bíblia que lhes assegura o direito no Reino dos
Céus, que uma criancinha, ao morrer, não será lançada no inferno: “das tais é o Reino
dos Céus” (Mateus 19.14).

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

João Wesley afirmava que o batismo de criança está em perfeita concordância


com o novo testamento. Ele acreditava que a palavra neotestamentária "casa"
certamente incluía crianças pequenas. Wesley estava consciente de que é Deus quem
inicia a obra de regeneração em nosso coração, porém reconhecia que o seu propósito
se cumpria plenamente quando lhe respondemos positivamente.

Por isso a igreja Metodista ancorada nesta tradição, reconhece a prática do


batismo infantil com uma expressão de sua fidelidade à Bíblia o qual deseja que todos
sejam salvos e afirma isso categoricamente em seus documentos. Nenhum(a) Pastor(a)
metodista pode afirmar ser contrário(a) a esta forma de batismo ou se recusar a fazê-lo
ao membro que desejar batizar seu(sua) filho.

Como vimos no parágrafo sobre “Batismo na Bíblia”, muitos textos tambem


afirmam que quando um cristão era batizado(a), toda a sua casa também o eram (Atos
10.47-48; 16.15; 1 Coríntios 1.16). Certamente nessas casas haviam muitas crianças.

Nós cremos no batismo de adultos e crianças. Cremos que o batismo infantil é


possível pois cremos que os pais ao pedirem o batismo e se disporem a criar uma
atmosfera de fé, onde a criança aprenda que Jesus é o Senhor, possibilitam a criança
fazer a sua pública profissão de fé mais tarde.

Formas de Batismo.

A igreja Metodista reconhece como válidos três formas para o batismo: aspersão,
derramamento e imersão, conforme a sua tradição e leis canônicas.
Sendo o batismo um símbolo de purificação do pecado, pelo sangue de Cristo,
era muito simples para os judeus entenderem a prática da “aspersão no batismo”, pois
estavam acostumados à cerimonia de purificação pela aspersão de água (João 2.6).
Assim como no dia de Pentecostes quando foram batizados em Jerusalém 3 mil pessoas,
numa região onde a agua era escassa e proveniente de poços, com certeza estes foram
batizados por aspersão ou ablução (forma de banho) que era comum.
Para João Wesley o que importava não era a quantidade de água em si mesma.
Sendo que o batismo é um simbolismo, a quantidade de água ou a forma de utilizar não
era essencial na questão de fé. Vejamos como se dá o batismo na Igreja:
a) Aspersão. Nesta forma de batismo é posto um pouco de água sobre a cabeça
da pessoa que está sendo batizada.

b) Imersão. Nesta forma de batismo a pessoa a ser batizada é totalmente imersa


na água. Está forma é mais utilizada para o batismo de adultos(Mateus 3.6/ Atos 8.2-
40).

c) Derramamento. Esta forma de batismo consiste em derramar, de forma


abundante, água sobre a cabeça do batizando.

João Wesley afirmava a respeito do batismo: “O elemento deste sacramento é a


água que é o mais próprio para este uso simbólico, dado o seu poder natural de limpar.
O batismo é realizado pela lavagem(derramamento), pela imersão ou pela aspersão da
pessoa, em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo, e, por este meio, a pessoa é
entregue à Bendita Trindade. Digo pela lavagem (derramamento), imersão ou aspersão
porque a escritura não determina qual destes meios deve ser usado quer por preceito,
quer por um exemplo claro que prove, quer ainda pela força ou pelo significado da
palavra batizar”.
Nenhum ministro(a) metodista pode ser contrário(a) a essas práticas comuns da
Igreja Metodista.

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

Conclusão
O Batismo marca o início da caminhada cristã e serve como o primeiro
testemunho público da fé em Cristo. É uma forma de se tornar membro do Corpo de
Cristo, a exemplo do que ocorria na Igreja Primitiva, orientada pelos primeiros apóstolos.
Uma vez batizado(a), o cristão deve buscar uma vida de comunhão com Deus,
entendendo que o perdão remove a barreira do pecado que o separa de seu Criador. Ao
se identificar com o sacrifício de Jesus, quem vivia como escravo do pecado é liberto
para viver em santidade, como filho(a) de Deus.

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

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DONS E MINISTÉRIOS
Entretanto, procurem, com zelo, os melhores dons.

1 Coríntios 12.31

Um dom é uma dádiva. A palavra “dádiva” ou dom vem do grego “Caris”, que
significa "graça", algo que é dado gratuitamente. É a palavra que aparece em Romanos
12.3,6; Efésios 4.7 e 1 Pedro 4.10.
Um dom espiritual é um presente divino. Do grego “Doma”, um dom (Efésios.
4.8). É uma capacitação espiritual gratuitamente concedida pelo Espírito Santo ao
cristão para expressar, de alguma maneira, um poder espiritual ou miraculoso, além da
capacidade humana de realizar. Dom é a capacidade sobrenatural para o serviço.
Sabemos que uma pessoa está consolidada na igreja quando está inserida em
um ministério e servindo. Para isto, vamos descobrir um pouco mais sobre essa
importante fase da vida do cristão.

A Igreja Metodista e a dinâmica dos Dons e Ministérios

Dons e Ministérios apresenta um “sopro” do Espírito junto ao povo metodista. É


uma nova dinâmica para a vida cristão e da igreja. Somos despertados a uma renovação
de fé e vida com Dons e Ministérios. O Senhor, pelo Espírito, tem concedido ao cristão
e à sua Igreja, Dons que objetivam o exercício de um Ministério. Os dons são conferidos
segundo o propósito de Deus, a realidade e as necessidades das pessoas, comunidade
de fé e do mundo. Existem como expressão de serviço, ministrado em nome de Cristo e
no poder do Espirito Santo.

A busca dos Dons


Muitos buscam dons e poderes nos dias de hoje. A vida de hoje é um convite
para buscar autoridade, poder, nome, posição, destaque e dons. Em grande parte, o seu
objetivo é a “auto- realização”, a vanglória e o engrandecimento pessoal. Para nós,
cristãos, dons significam “serviço”. O centro da vida cristã é Cristo. Tudo na expressão
da vida cristã deve visar à glória, ao louvor, ao Senhorio e à continuidade da Missão de
Cristo em servir as pessoas e o mundo. Tudo quanto recebemos de Deus não deve ser
motivo de orgulho, mas de louvor ao Senhor e Serviço ao Seu nome e ao próximo.

Os dons devem visar à edificação, “aperfeiçoamento” dos cristãos e de todo o


corpo de Cristo, objetivando o serviço de Cristo e a edificação do Seu Corpo no mundo.
O Espírito Santo confere dons às pessoas e à Igreja visando não à nossa glória, ao nosso
orgulho ou à nossa ação de dominação..., mas ao exercício do ministério.

Graça, Dons e Ministérios


O movimento Dons e Ministérios fundamenta-se no testemunho bíblico do povo
de Deus no Antigo Testamento e da Igreja Primitiva.

Graça

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

É essencial à vida cristã. O Salmo 63 nos diz que: “A tua graça é maior do que a
vida”. Efésios afirma: “Pela graça sois salvos... isto não vem de vós...é dom de
Deus...para que ninguém se glorie (2.1-10).Paulo fala que a “graça foi concedida a cada
um...segundo a proporção do dom de Cristo” (Efésios 4.7) e que temos diferentes dons
segundo a graça que nos foi dada...(Romanos 12.6).O texto em 1 Pedro afirma que
devemos servir uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como “bons
despenseiros da multiforme graça de Deus”(1 Pedro 4.10).

O primeiro fundamento da vida cristã é a graça. De nada vale Dons e Ministérios


sem a experiência da graça divina, manifesta em Cristo, testificada no Espírito e
presente na vida das pessoas e da Igreja. Wesley sempre perguntava: “Tens a graça?”
Para depois continuar: “Tens os dons? Tens os frutos?”

Dons
A Bíblia testifica a respeito dos dons. Primeiramente nos fala do “Dom” - que é o
próprio Deus, presente em Cristo e também no Espírito. Antes dos dons, temos que
possuir O dom – o próprio Deus. Dons sem o Dom não tem sentido. Muitos procuram
os “dons” sem antes terem a experiência com o “Dom de Deus”.

A todos/as quantos/as receberam o Dom-Cristo e o Espírito - lhes são


concedidos ´´dons``, conforme apraz ao Espírito. Todos/as são chamados/as a ter
consciência deste fato: a cada um são dados individualmente, na diversidade do
Espírito, “dons” (cf. 1 Coríntios 12).

Sob a graça e o Espírito do Senhor, somos chamados a desenvolver e a ministrar


os dons que o Senhor nos tem concedido.

Ministérios
Muitos perguntam: “Para que o dom?” ou “os dons”? Os dons edificam as
pessoas, a Igreja e toda a comunidade humana. Não visam à nossa glória, orgulho,
superioridade e nem nossa dominação sobre outras pessoas.

O objetivo dos Dons é o Ministério, ou seja, servir ao Corpo de Cristo, objetivando


ao aperfeiçoamento, equipamento, capacitação e instrumentação dos santos visando ao
desempenho do seu serviço para que o corpo de Cristo seja edificado no mundo.

Dons visam ao ministério de todo esse corpo, nos seus diferentes membros e
partes. Ministério significa serviço. Nosso guia é Cristo: que não veio para ser servido,
mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos (Mateus 20.28). Cristo usou o
dom de Deus para o serviço.

Somente há sentido para dons quando eles se expressam em serviço. Serviço


prestado a Deus, ao próximo e a toda a comunidade humana. Os dons devem capacitar-
nos para o serviço e a manifestação da glória divina em seu Senhorio no mundo.

Graça, Dons e Ministérios são aspectos fundamentais da vida do cristão e da


Igreja, que devem estar juntos e agir de formas independentes.

A Natureza dos Dons e Ministérios


O desejo de consagração e trabalho das pessoas é importante, mas por si só não
é suficiente para o exercício dos Dons e Ministérios. Efésios afirma que Cristo concedeu
os dons (Efésios 4.8). Paulo nos fala que o Espírito concede dons a cada um (cf. 1
Coríntios 12). Os dons e os ministérios são de natureza divina. Não são meras opções
humanas, mas concessões da graça divina.

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

Wesley, diante dos que se apresentavam para receber a titulação de pregadores


locais, lhes perguntava: 1) Tens a graça? (experiência viva com Cristo). 2) Tens os dons?
(reconhecimento do chamado do Espírito). 3) Tens os frutos? (comprovação na prática
da graça e dos dons).

Os dons sempre existem em função do exercício do ministério, visando à glória


de Deus, à edificação do Corpo de Cristo e seu serviço prestado a todas as pessoas. Não
são instrumentos de vanglória, dominação ou poder.

Na Bíblia, temos alguns critérios para avaliar e confirmar os dons:

a) Êxodo 18.21 - homens e mulheres capazes, tementes a Deus, pessoas de


verdade, que aborreçam a avareza, ambição ou glória.
b) Atos 6 - Pessoas de boa reputação, cheias do Espírito e da sabedoria, que se
encarregarão do ministério (serviço).
c) 1 Coríntios 12.4-11 – Dons concedidos a cada um visando a um fim proveitoso
(edificação, serviço e mútua cooperação). Têm sua realização comunitária: unidade de
todo o corpo, edificação, consolidação, mútua cooperação.
d) Filipenses 2.2-4 – É importante nas pessoas e na comunidade, objetivando
Dons e Ministérios, a unidade de pensamento, o amor uns para com os outros, a união
de alma e coração e o ter o mesmo sentimento. Não devem existir vanglória,
partidarismo, individualismo ou sentimento de superioridade.

Dons e Ministérios expressam-se à luz do Ministério de Cristo, devendo estar sob


o seu Senhorio. Jesus deve ser o Senhor das pessoas, dos dons e ministérios.
Os ministérios respondem aos imperativos do Reino de Deus, às necessidades
do corpo de Cristo e da comunidade. Desenvolvem-se no espírito do serviço e na
expressão da unidade da Igreja.

A origem dos dons

Os dons procedem da graça de Deus, portanto, é um presente imerecido que o


Pai nos concede tão somente porque Ele nos ama (Romanos.12.6). A Bíblia fala em 1
Coríntios 12.11 que o Espírito Santo é quem distribui os dons:
Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas essas coisas, distribuindo-as
a cada um, individualmente, conforme ele quer.

Ele concede dons a todos os membros do corpo, a cada um individualmente,


como Ele quer. Portanto, todos os membros do corpo de Cristo podem receber dons
espirituais. Ninguém escolhe os dons que deseja. É o Espírito quem concede a cada um
conforme Ele quer. No entanto, a exortação para buscarmos os melhores dons infere
que o Espírito está solícito a atender-nos na concessão daqueles dons que são mais
úteis para o Corpo numa dada situação. Pois o Espírito Santo concede dons àqueles
que desejam e buscam a edificação da igreja toda (1 Coríntios. 14.12).

Dons para edificar a Igreja

Deus nos concede dons para o proveito comum, ou seja, o bem de todos (1
Coríntios 12.7). O Pai ama a cada um de Seus filhos e nos abençoa com os dons para
que possamos servir para o bem dos outros.
Deus também nos concede dons para o aperfeiçoamento dos santos, para que a
igreja cresça em maturidade pelo auxílio de toda junta e pela justa cooperação de cada
parte (Efésios. 4.12-16). Nós precisamos dos dons para contribuir com a edificação da
igreja (1 Coríntios. 12.7, 11,12-27). Cada dom é importante para que a igreja cresça em
qualidade e quantidade.

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

Como já vimos o Espírito Santo distribui os dons a cada um, individualmente


como lhe apraz (1 Coríntios 12.11). Então, pode ser que haja fatores específicos em
cada um de nós para que o Espírito dê certos dons a uns e a outros não. Pelo fato de o
Espírito conhecer a mente e o plano de Deus para cada um de nós, Ele concede-nos os
dons de acordo com o serviço ao qual somos chamados.
Nem todos possuem os mesmos dons. A Bíblia ensina em 1 Coríntios. 12.28-31
que há diversidade dos dons para que o Corpo de Cristo seja servido em diversas áreas.
A uns Deus estabeleceu na igreja, primeiramente, apóstolos; em segundo lugar,
profetas; em terceiro lugar, mestres; depois, operadores de milagres; depois, os que têm
dons de curar, ou de ajudar, ou de administrar, ou de falar em variedade de línguas. Será
que são todos apóstolos? Será que são todos profetas? Será que são todos mestres? São
todos operadores de milagres? Todos têm dons de curar? Todos falam em línguas? Todos
têm o dom de interpretar essas línguas? Entretanto, procurem, com zelo, os melhores
dons.

Caráter e dons
A velha natureza tem talentos. A nova hospeda dons. Os poderes da raça
adâmica estão contaminados pela presunção, mas os dons espirituais são
demonstrações da graça de Deus. Os talentos são artigos do homem natural, enquanto
os dons são propriedades do Espírito Santo na vida dos cristãos.

O amor é um tema fundamental quando se trata de dons espirituais. Sem amor


os dons não servem para a edificação do corpo, mas apenas atendem aos desejos
egoístas de quem os está usando (1 Coríntios.13.1-3).
Os dons não foram dados para proveito próprio, mas edificação de todos na Igreja
(1 Coríntios 14.12; 1 Pedro 4.10). Os dons foram dados para o bem coletivo da igreja,
não para o individualismo Os dons do Espírito não garantem nem determinam a
espiritualidade de ninguém. Um dom é um instrumento para edificação do corpo de
Cristo. Vale a pena enfatizar que o desejo de Deus é que tenhamos um caráter santo e
um ministério frutífero

Conclusão.
A Igreja Metodista está organizada em dons e ministérios. Entendemos que
assim a pessoa tem a oportunidade de servir ao corpo de Cristo na área que ela se sente
chamada e capacitada por Deus a servir. Como disse o apóstolo Paulo em 1 Coríntios
12.4-6, os dons são diversos, há diversidade nos serviços e nas realizações; mas o
Espírito é o mesmo, o Senhor é o mesmo e é Ele quem opera tudo em todos. Esperamos,
com o estudo, despertar o discípulo a servir ao Reino de Deus através de seus dons e
talentos, desempenhando com isso seu ministério.

Você pode ter o apoio do Curso de Despertamento Vocacional, disponibilizado


pela Sexta Região.

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

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DÍZIMOS E OFERTAS
E Deus, que dá semente ao que semeia e pão para alimento, também suprirá e
aumentará as sementes e multiplicará os frutos da justiça de vocês. 2 Coríntios 9.10

Sabemos quando uma pessoa está consolidada e atuante em uma igreja quando
contribui prazerosa e responsavelmente com a igreja.
Dízimo significa a décima parte. Deus o separou para que fosse a porção usada
para a edificação do Seu Reino. É o teto mínimo ordenado ao seu povo que, pela
obediência, fosse respeitado. Também é um princípio espiritual que garante o sustento
do seu povo através da confiança que depositam nEle.
Segundo a Bíblia, o dízimo, como tudo o que existe, já é de Deus. Ele lhe concede
o privilégio de devolvê-lo como prova de confiança. Muitos crentes jamais provarão de
uma bênção financeira que está ao seu alcance, porque têm roubado o santo dízimo e
guardado para eles mesmos. Semente não é para comer, mas para plantar.

Os tipos de ofertas que encontramos na Bíblia


As primícias - Levítico 23.9-14; Êxodo 23.16; 34.22,26; Deuteronômio 26.1-11;
- As primícias eram para o sustento do Sacerdote;
O Dízimo - Levítico 27.30-33; Números 18.21-32; Deuteronômio 14.22-29;
26.12-15; - Os dízimos eram para as despesas da Casa do Senhor e sustento dos levitas
que ali trabalhavam;
As ofertas - Números 15.1-21; Cap. 28; Êxodo 34.20c - As ofertas eram
ordenanças de Deus, onde todos compareciam diante dEle com “mãos cheias”.
A pessoa confiante e generosa sabe que o dízimo é o piso inicial a partir do qual
se começa a confiar plenamente nas promessas de Deus e se torna uma pessoa liberal.
Somente o confiante e comprometido com o Reino de Deus pode se desprender a ponto
de desfrutar da fé. O dízimo é um princípio espiritual encontrado em todos os tempos:
antes, durante e depois da Lei. É a porção santa do Senhor que ele usa para edificar a
Sua igreja e tratar a nossa vida. Ele nos concede o que é dele para que plantemos
novamente e recolhamos em abundância para suprir nossas necessidades. É uma via
de mão dupla, porém jamais uma troca.
Entregar o dízimo é a prática bíblica de devolver dez por cento de sua renda a
Deus depois que recebemos o nosso salário. A “casa” de Deus, a igreja, é a principal
responsável pela divulgação e manutenção da missão. Por isso cabe a ela ser a receptora
e distribuidora dos dízimos dos cristãos. É ali que se constroem prédios para sediar os
cultos, sustentar obreiros e pontos missionários para pregação do Evangelho.
Nenhum cristão tem direito de administrar seu próprio dízimo, mas deve
entregar à igreja onde recebe alimento espiritual. Não existem pedras soltas no edifício
de Deus. Faça a sua parte e Deus fará a dele na cobrança da aplicação honesta dos
recursos por parte dos seus líderes. A posição de uma pessoa que não devolve o dízimo
é semelhante à de um ateu. Observe aqueles que roubam a Deus no dízimo e nas ofertas:
suas vidas financeiras são uma vitrine de desorganização. Quem não consegue se
organizar com 90%, também não conseguirá com os 100%.
Encontramos em Gênesis 14.20: Seja louvado o Deus Altíssimo, que entregou
os inimigos de você nas suas mãos! Aí Abrão deu a Melquisedeque a décima parte
de tudo o que havia trazido de volta. Como sinal de bênção e reconhecimento de
tudo o que Deus representava na sua vida, Abrão devolveu o que era de Deus, marcando
o início dessa prática que se repetiria em Levítico 27.30: A décima parte das colheitas,

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

tanto dos cereais como das frutas, pertence a Deus, o SENHOR, e será dada a
ele.
Você pode perceber que a décima parte é requerida. Este ato de obediência é
recompensado pelo nosso Pai através do seu sustento sem limites para seus filhos e
filhas que observam Sua palavra. Os princípios que estão na Bíblia são
recompensadores até para quem não confia em Deus, pois seus conselhos e orientações
são carregados de sabedoria e há muitos livros de motivação e autoajuda inspirados na
Bíblia. Quanto mais aos que são discípulos de Jesus e obedecem por fé!

Não podemos ser desobedientes


No Antigo Testamento, o dízimo, o entregar, dar o dízimo estava ligada à vida do
camponês – homem do campo. Estava estreitamente conectado à produção da lavoura
ou a fertilidade do gado = (dizimava-se :grãos, frutos, animais, produtos da terra, da
lavoura). O Dízimo era uma expressão de gratidão a Deus pelo dom da terra, da chuva,
do ar, sol e do cuidado, e provisão de Deus.

Por isso, a Bíblia fala a respeito das primícias como a mais pura expressão da
espontaneidade e gratidão humana. Com o passar do tempo, pouco a pouco, o povo foi
deixando de entregar o dízimo como uma doação espontânea, então, no livro de
Deuteronômio se observa uma regulamentação para a prática de dar o dízimo. “Todos
os anos separarás o dízimo de todo o produto da tua semeadura que o campo produzir
(Deuteronômio 14.22).”

Aquilo que era espontâneo, agora se tornou regulamentado por Deus, por falta
da espontaneidade, generosidade, e expressão de gratidão do povo à Deus, pelas
bênçãos nas colheitas, fertilidade dos animais, benção da terra. Por esta falta, agora o
Senhor regulamenta o dízimo, condicionando assim também suas bênçãos. Tudo isso
porque o povo, que estava recebendo as bênçãos, provisão e cuidado de Deus, se
esquecem da fidelidade, honra e gratidão. A infidelidade, falta de honra e ingratidão,
trouxe para o povo algumas consequências:

Ageu 1.6, 10-11: “Semeais muito, e recolheis pouco; comeis, porém não vos fartais;
bebeis, porém não vos saciais; vestis-vos, porém ninguém se aquece; e o que recebe
salário, recebe-o num saco furado.”

“Por isso retém os céus sobre vós o orvalho, e a terra detém os seus frutos. E
mandei vir a seca sobre a terra, e sobre os montes, e sobre o trigo, e sobre o mosto, e
sobre o azeite, e sobre o que a terra produz; como também sobre os homens, e sobre o
gado, e sobre todo o trabalho das mãos.”

Em Malaquias 3.6-12 e 18, Deus chama a todos ao arrependimento. Será que


alguém pode roubar a Deus? Mas vocês estão me roubando e ainda perguntam: “Em que
te roubamos?” Nos dízimos e nas ofertas (verso 8). Tudo isso é Deus chamando o povo ao
arrependimento, e ao reconhecimento. Se estão sendo abençoados, também devem
reconhecer que tudo vem de Deus.

Devolvemos o dízimo sob 5 perspectivas


PERSPECTIVA BIBLICA
Instituído por Deus nas Sagradas Escrituras.

PERPECTIVA DA GRATIDÃO

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

Somos abençoados e por isso muito gratos a Deus pela provisão. Deus tem nos
abençoado com a terra, trabalho, colheita, família, suprido nossas necessidades.
Quando devolvemos o dizimo, estamos agradecendo.
Davi entendeu bem isso: 1 Crônicas 29
“Porque tenho afeto à casa de meu Deus, o ouro e prata particular que tenho eu
dou para a casa do meu Deus, afora tudo quanto tenho preparado para a casa do
santuário: Davi louvou ao Senhor na presença de toda a congregação; e disse : Bendito
és tu, Senhor Deus de Israel, nosso pai, de eternidade em eternidade. Tua é, Senhor, a
magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade; porque teu é tudo quanto
há nos céus e na terra; teu é, Senhor, o reino, e tu te exaltaste por cabeça sobre todos.
Riquezas e glória vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e
poder; e na tua mão está o engrandecer e o dar força a tudo. Agora, pois, ó Deus nosso,
graças te damos, e louvamos o nome da tua glória. Porque quem sou eu, para que pudesse
oferecer voluntariamente coisas semelhantes? Porque tudo vem de ti, e do que é teu te
damos.”

PERPECTIVA DA HONRA E DA FIDELIDADE


“Honra ao Senhor com os teus bens, e com as primícias de todos os teus ganhos;
E se encherão os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares”. Provérbios
3.9,10

PERSPECTIVA DE COMUNIDADE – FAMILIA


“ ... tudo na Igreja Metodista: recursos humanos, técnicos, financeiros,
materiais, patrimoniais, etc... tem que gerar missão.” O dinheiro (dízimo ou oferta)
dentro da perspectiva bíblica, é bênção quando utilizado para o serviço e promoção da
obra missionária.” (Carta Pastoral do Colégio Episcopal sobre DÍZIMOS, 1999)
Na Igreja somos, formamos uma comunidade, formamos uma família. Como
numa casa temos despesas à serem pagas, e investimentos à serem feitos : luz, agua,
manutenção, funcionários, se investe no cuidado de crianças, jovens, adultos,
equipamentos (som, microfone, instrumentos, materiais, ar condicionado, banco ou
cadeira que você senta, até o boletim que você recebe .....)
Então, na perspectiva de COMUNIDADE, de UMA FAMILIA, quando
contribuímos, ajudamos a pagar a conta daquilo que nós, meus filhos, minha família,
também estamos usufruindo.
Você acha justo, honesto, todo mundo usar, usufruir, desfrutar, e alguns apenas
pagar a conta? Quando nos tornamos membros da Igreja, assumimos o voto de
contribuir regularmente para o sustento da Igreja.

PERSPECTIVA DAS BENÇÃOS E DAS PROMESSAS DE DEUS


No princípio da Honra, Obediência, Fidelidade, Gratidão e Ajuda mútua, há
promessas de Deus, há bençãos do Senhor para cada um de nós.

Malaquias 3.10 : “ Trazei todos os dízimos....”


Provérbios 3.10 “Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de todas
as suas rendas, e então se encheram os teus celeiros fartamente e transbordarão os teus
lagares ....”
Deuteronômio 28 “Se atentamente ouvir o Senhor ... essas bênçãos virão sobre ti
e te alcançaram .....”

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

2 Coríntios 9.6-11 “O que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia
em abundância, em abundância ceifará. Cada um contribua; não com tristeza, ou por
necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer
abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência,
abundeis em toda a boa obra; Aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê
pão para comer, multiplicará a vossa sementeira, e aumentará os frutos da vossa justiça;
Para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se deem
graças a Deus.”

O Plano de Deus.
É o reconhecimento e obediência à vontade de Deus, a aceitação da nossa
posição como mordomos e depositários da Sua graça com relação às posses,
administração de tudo quanto está às nossas mãos e que foram doadas por Ele.
Devemos utilizar os recursos que Deus nos concede para:
O suprimento de nossas necessidades básicas (Filipenses 4.19)
O suprimento da obra (casa) de Deus (Ageu 1.9 e Malaquias 3.10)
O suprimento dos irmãos (Igreja) (1 Pedro 4.10 e 1 João 3.17)
Auxílio à missão da Igreja.
Ajuda aos necessitados do mundo.

Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e
despenseiros dos mistérios de Deus. Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é
que cada um deles seja encontrado fiel. (1 Coríntios 4.1-2)
A palavra despenseiro significa mordomo. Somos desafiados a exercer com
sabedoria a administração que o Senhor nos concede. Sabendo que Ele continua sendo
dono de tudo.

Como sermos bons mordomos do Senhor?


Para sermos bons mordomos, se faz necessário uma vida de inteira consagração
ao Senhor. Tudo o que temos, tudo o que somos, tudo o que viermos a ter e tudo o que
viermos a ser, pertence ao Senhor. Portanto:
Reconheça que tudo é de Deus. (Tiago 1.17)
Utilize os recursos que possui conforme a Bíblia orienta e não segundo o seu
próprio desejo.
Não seja avarento e nem egoísta. Lembre-se que “o amor ao dinheiro é a raiz de
todos os males”. (1 Timóteo 6.10)
Contribua regularmente para o sustento da obra de Deus com seus talentos,
dons, tempo e recursos materiais.
Seja sensível as necessidades alheias, e quando for necessário e útil ajude.

Ato de Fé
Para o cristão autêntico o ato de doar não termina com o dízimo, mas todo o seu
dinheiro está cem por cento sob a orientação de Deus. Muitos entregam o dinheiro de
forma legalista e não estão vivendo na prática de confiar. Wesley dizia que o cristão não
deveria dar apenas a décima parte, mas doar toda renda extra, desde que a família
estivesse bem cuidada e os débitos devidamente quitados. Ele acreditava que o
crescimento de sua renda poderia não somente elevar o padrão de vida dos cristãos,
mas também elevar o conceito de “dar”. Uma vida sem fé jamais poderá entender isto.

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

Mas para os confiantes na provisão e na generosidade divina, é uma revolução no seu


estilo de vida.
Cada vez que devolvemos o dízimo, fazemos um ato de fé em Deus. A
contribuição é a maneira de Deus levar seus filhos e filhas para longe da avareza.
Quando devolvemos o que é de Deus, provamos que cremos na Sua Palavra viva.
Devolver o dízimo com constância e fidelidade, criará uma colheita espiritual e material
sólida.
Leia o que Provérbios 3.9-10 afirma sobre o dizimista: Honra ao Senhor com os
teus bens, e com a primeira parte de todos os teus ganhos; E se encherão os teus celeiros,
e transbordarão de vinho os teus lagares. Temos aqui um mandamento acompanhado de
promessa. Em Provérbios 11.24-25: Ao que distribui mais se lhe acrescenta, e ao que
retém mais do que é justo, é para a sua perda. A alma generosa prosperará e aquele que
atende, também será atendido.
A generosidade e o ato de dar são potentes remédios contra o medo mais
instintivo que temos: passar necessidade. Vejamos alguns frutos do ato da nossa
fidelidade:
Tratamento contra o medo - Aprendemos com a Palavra, que Deus estabeleceu
um modo que destruiria o medo da pobreza, medo do futuro e da tirania da posse.
Ganhando mais? Não, mas dando e devolvendo o dízimo. Muitos não têm fé e ousadia
para serem fiéis, mas o crente em Jesus não é escravo do dinheiro, e o modo de Deus
nos tratar é mexendo no nosso medo. Aquilo que vencemos, não nos domina mais. Só
os libertos dão. Os escravos retêm!
Tratamento contra a ganância - Deus se antecipou à corrupção humana, pois
sabia que nosso desejo por acumular posses seria usado por Satanás para nos
manipular e nos corromper, como vemos em muitas pessoas que caíram em desgraça
porque vivem tentando ter mais do que poderiam gastar. Muitos precisariam viver uns
trezentos anos para dar conta de gastar o que têm, mas continuam entregues à avareza
para acumular mais. Por isso Deus estabeleceu o sistema do dízimo. Ele colocou ali um
corretivo que curaria a doença da ganância. Toda pessoa que semeia sua semente com
fidelidade e constância, o dízimo, já venceu a ganância.
Um investimento eterno - Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a
ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam (Mateus 6.20). Vivemos
na era da descoberta dos investimentos em ações de empresas consolidadas. Todos
querem ser acionistas das grandes empresas! Mas ninguém comenta sobre a ansiedade
que acomete todos os dias a vida dos acionistas. “Valorizou? Caiu o preço? Vou vender?
Vou comprar?” Se parecem com ratos de laboratório correndo na gaiola do desespero.

Conclusão
Investir no Reino de Deus é muito mais lucrativo. Quando falamos que é um
investimento eterno, queremos enfatizar que tal pessoa fiel faz parte de um projeto de
vida muito superior, que confia e não tem dúvida da garantida morada que Jesus foi
preparar (João 14.2).
O tesouro no céu é eterno, ninguém rouba. Serão ricos na eternidade aqueles
que semearam de acordo com princípios bíblicos. Não se dedique somente à comida que
perece, mas à comida que dura para a vida eterna.

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

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DISCIPULADO E A HERANÇA METODISTA
Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a
guardar todas as coisas que tenho ordenado a vocês. E eis que estou com vocês todos os dias
até o fim dos tempos. Mateus 28.18-20

A Igreja e o Discipulado

A Igreja Metodista reconhece o valor e a importância do Discipulado Cristão. O


discipulado é um modo de ser e de viver. Cremos que, em Jesus Cristo, ao examinar o seu
ministério e a forma com que se relacionava com seus discípulos, temos a expressão mais
exata do discipulado.

Percebe-se, à primeira vista, que o discipulado, antes de ser um método, é um estilo de


vida, uma maneira de ser, no expressar evangélico de nossa fé. Não visa, de início, ser um
processo didático de aprendizagem. Nem mesmo uma forma pragmática de crescimento para
a Igreja. É algo bem mais relacional, que busca, à luz do próprio Cristo, fundamentar a
comunhão, a convivência, a comunicação e a formação do caráter das pessoas relacionadas
com o Senhor e com Sua comunidade – a Igreja, corpo vivo de Cristo. Essa foi a maneira de
ser do Senhor com a comunidade primitiva e da comunidade apostólica, bem como a
convivência inspiradora, fraternal e comunitária do povo metodista, a partir de sua grande
expressão – João Wesley.

O discipulado é um estilo de vida que caracteriza a vida daqueles que estão


comprometidos com o Reino de Deus, que fazem da Nova Justiça, ou seja, dos valores éticos
e da justiça do Reino uma prioridade na sua vida e que se dedicam integralmente ao serviço
cristão, ao evangelismo e ao testemunho, em cumprimento à vontade de Deus Pai. Esse
modo de vida é descrito, principalmente, no Sermão da Montanha. (cf. Mateus 5, 6 e 7).

Discipulado busca algo mais do que um mero processo educativo. Ele é um estilo de
vida, uma maneira de ser em que as pessoas se relacionam, entram em comunhão, acolhem
umas às outras, compartilham o que são, sentem e carecem; oram umas pelas outras,
louvam e adoram ao Senhor juntas, estudam a Palavra à luz da graça, da experiência e da
razão da comunidade da fé.

Os Objetivos do Discipulado

Nesse sentido, vivem e cumprem o que a Palavra nos diz:

- Levar os fardos uns dos outros – Gálatas 6.1-2;

- Acolher-se mutuamente conforme Cristo nos acolheu – Romanos 15.7;

- Apoiar, ser o suporte uns dos outros – Colossenses 3.13;

- Perdoar-se mutuamente – Efésios 4.32;

- Expressar o amor mutuamente – Efésios 5.1-2;

- O mais forte é convidado a suportar e ser o suporte mais frágil – Romanos 15.1

Cristo e sua comunidade apostólica experimentaram esse estilo de vida.

22
SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

Wesley vivenciou essa mesma realidade na dinâmica da vida cristã em suas


comunidades primitivas. Dessa forma, o processo de santificação tornou-se de alcance
pessoal e social. É na vivência da comunidade que a dinâmica do discipulado é desenvolvida.
Ele não é algo isolado, mas integrado aos propósitos básicos missionários da Igreja,
comunidade viva do corpo de Cristo. Nesse sentido, é um espaço aberto, transparente e de
diálogo.

O discipulado pode ser usado como método de pastoreio, no qual o pastor e a pastora
dedicam maior atenção aos grupos pequenos e promovem, dessa forma, relacionamentos
mais fraternos e pastoreio mútuo entre os membros da Igreja. Assim, a Igreja de Tessalônica
foi orientada a admoestar os “insubmissos”, a consolar os “desanimados”, a amparar os
“fracos” e agir com longanimidade para com todos (cf. 1 Tessalonicenses 5.14). Ao
desenvolver o pastoreio mútuo, a Igreja ensina sua membresia a valorizar os
relacionamentos e a praticar o respeito de uns para com os outros.

As bases da nossa história para o discipulado

O escritor quaker Elton Trueblod, falecido em 1994, fez a seguinte observação a respeito
da igreja cristã: “talvez a maior fraqueza da igreja cristã contemporânea é que milhões dos
seus supostos membros não estão de fato envolvidos. O que é pior, esses membros não
pensam que isso seja estranho.

Tão logo reconhecemos a intenção de Jesus de fazer de sua igreja uma companhia
militante, percebemos imediatamente que o que convencionalmente entendemos por igreja,
não é suficiente. Não existe chance real de vitória para uma companhia se noventa por cento
dos seus soldados estão sem treinamento e não querem se envolver. E essa é, de fato, a
nossa situação”.

João Wesley disse: “A igreja não transforma o mundo fazendo novos convertidos. Ela
transforma o mundo fazendo discípulos”. A ordem de Jesus foi “Ide e fazei discípulos de
todas as nações” Mateus 28. E o fundamento do discipulado é o fato de que “aquele que diz
estar nele, também deve andar como ele andou” 1 João 2.6.

Com base no ministério terreno de Jesus, João Wesley desenvolveu um plano simples
para amadurecer e equipar os metodistas do seu tempo. Esse plano refletia as seguintes
convicções básicas de João Wesley a respeito do discipulado:

João Wesley escreveu: “estou cada dia mais convencido de que o maior desejo do diabo
é que em todos os lugares as pessoas sejam apenas semi-despertas e que depois sejam
abandonadas e voltem a adormecer novamente”.

Wesley estava convencido de que as pessoas despertas pela pregação pública do


evangelho precisavam ser envolvidas num processo contínuo de confissão de pecados;
arrependimento; prestação de contas e santificação.

Na dinâmica do discipulado, pequenos grupos são necessários:

Em 1743 Wesley organizou a sociedade. “Tal sociedade é nada mais do que uma
companhia de homens tendo a forma e buscando o poder da piedade, unidos a fim de orar
juntos, receber a palavra de exortação e cuidar uns dos outros em amor, para que possam
se ajudar mutuamente no desenvolvimento da sua salvação”.

Discipulado era a chave para esse nível de vida em santidade. Assim Wesley criou seu
tripé para o desenvolvimento da dinâmica do discipulado: a) Sociedade; b) Classes e c)
Bands.

23
SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

a) Sociedade (as multidões): o propósito da sociedade era gerar mudança no nível do


conhecimento e reunia pessoas de uma área geográfica específica. Esse grupo maior de
pessoas se reunia uma vez por semana para orar, cantar, estudar a bíblia e cuidar uns dos
outros em amor. Havia pouca provisão para resposta pessoal e prestação de contas. Como
vimos acima, João Wesley descreveu a sociedade como “uma companhia de pessoas tendo
a forma e buscando o poder da piedade”. Era uma reunião muito parecida com os cultos
dominicais em nossas igrejas hoje.

b) Classes (os 12 discípulos de Jesus): O propósito das classes era gerar mudança de
comportamento. As classes refletiam a estrutura mais básica da sociedade. Cada classe era
composta de 12 a 20 membros, de ambos os sexos, com variedade de idade e classe social,
sob a direção de um líder treinado.

Não eram encontros para aprendizado acadêmico. Reuniam-se semanalmente, à noite,


para confissão mútua dos pecados e prestação de contas para crescimento em santidade.

As classes providenciavam a estrutura para a “inspeção das condições do rebanho”;


para ajudar as pessoas nas suas lutas e tentações e para ajudá-las a entender melhor, em
termos práticos, as mensagens que haviam ouvido nas reuniões da sociedade.

Para continuar na sociedade, era necessário pertencer a uma classe. Em 1742, numa
sociedade em Londres havia 426 membros, divididos em 65 classes. Dezoito meses mais
tarde, aquela mesma sociedade tinha 2.200 membros, todos envolvidos em uma classe. Toda
semana cada membro da classe tinha o dever de falar aberta e honestamente a respeito da
“situação da sua alma”.

c) “Bands” (semelhante aos três discípulos mais próximos de Jesus: Pedro, Tiago e João):

O propósito das “bands” era gerar mudança de direção, coração e posição. Uma “band”
era composta de 4 membros, do mesmo sexo, aproximadamente da mesma idade e estado
civil. Eram células voluntárias com pessoas que tinham um compromisso claro e que
desejavam crescer em amor; santidade e pureza de intenção. O ambiente nas “bands” era
de completa honestidade e franqueza.

Havia regras sobre pontualidade e ordem nos encontros. Perguntas específicas foram
introduzidas para que semanalmente cada membro respondesse aberta e honestamente:

Que pecado conhecido você cometeu desde a nossa última reunião? Que tentações você
encontrou? Como você foi liberto delas? Você pensou, disse ou fez qualquer coisa que tem
dúvida se é pecado ou não? Há qualquer coisa que você tem o desejo de manter em segredo?

Podemos notar que nas “bands” não havia espaço para fingimento. Ali havia
compromisso de confidencialidade e mútua submissão. Era um “centro de treinamento” para
futuros líderes.

Na dinâmica do discipulado, líderes são necessários:

Num modelo como esse, a necessidade de líderes é grande. João Wesley treinou e
mobilizou um grande número de líderes. Eram homens e mulheres, barbeiros, ferreiros,
padeiros, donas de casa. E a descrição da função daqueles que cuidavam das sociedades e
das classes era muito simples: “pregue; ensine; estude; viaje; reúna-se com as sociedades,
classes e bands, exercite-se diariamente e alimente-se moderadamente”.

O alvo a partir do qual todo o processo deveria ser constantemente avaliado era:
santidade e boa vontade – espiritualmente e serviço. Essa dinâmica produziu um novo tipo
de cidadão e cidadã, num período da história da Inglaterra em que a criminalidade e toda

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

forma de pecado público crescia vertiginosamente. Esses homens e mulheres foram


instrumentos de Deus na reforma tanto da igreja como da sociedade na qual viveram.

De acordo com a narrativa dos evangelhos, Jesus ministrou às multidões 17 vezes.


Entretanto, há aproximadamente 46 menções nos evangelhos de que ele gastou seu tempo
em particular com os seus discípulos. Naqueles grupos menores ele os treinou para o
ministério.

“Ide e fazer discípulos (...) Ensinando-os a guardar (obedecer)”. Não é possível fazer
discípulos e discípulas sem treinamento. E não pode haver treinamento sem prestação de
conta.

Como podemos praticar na vida da igreja

Reunir famílias e amigos/as da Igreja, que residam em um mesmo bairro, com o


propósito de “educar-nos e orientar-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões
mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente.” (Tito 2.12). E
assim, aprender a Palavra de Deus uns com os outros, servindo de apoio mútuo, em oração,
amor e esperança.

Reunir um grupo de novos convertidos, para que alcancem a maturidade em Cristo


Jesus e “apresentem-se a Deus aprovados, como obreiros e obreiras que não têm do que se
envergonhar e que manejam bem a palavra da verdade.” (2 Timóteo 2.15). Com isso,
aprendam a ser disponíveis para Deus, descubram seus talentos e dons espirituais e
desenvolvam seu ministério, amparados num caráter cristão justo, santo e irrepreensível.

Reunir irmãos e irmãs nos bairros estratégicos em grupos familiares, com o objetivo de
acolher vizinhos/as e amigos/as que não conheçam o Evangelho, e demonstrem interesse
em participar de um grupo de oração e estudo bíblico, ajudando-os a ter um encontro com
Cristo.

Reunir a liderança formal e informal da Igreja para momentos de pastoreio mútuo,


oração, comunhão e desenvolvimento do espírito de companheiros de jugo. Os membros de
um determinado ministério podem formar um grupo de discipulado.

Reunir grupos de casais com objetivo de partilhar experiências, estimular experiências,


estimular o convívio comum, estudar temas significativos que possam aperfeiçoar e
aprofundar o relacionamento e a vivência comuns, à luz da orientação bíblica.

Reunir pessoas e grupos com o objetivo de aprimorar a capacitação das pessoas visando
ao exercício de Dons e Ministérios, à intimidade no relacionamento com Deus e à convivência
entre as pessoas

Discipuladores Disponíveis
Atos dos Apóstolos 4.36 - José, a quem os apóstolos deram o sobrenome de Barnabé,
que quer dizer filho de exortação, levita, natural de Chipre,

A Bíblia fala de Barnabé, um filho de gente abastada que morava em Chipre, uma ilha-
país da época e importante região produtora de cobre. Seu nome significa “filho da profecia”
e foi dado pelos outros apóstolos com carinho, pois percebiam um dom especial na sua vida.
Acredita-se que ele tenha sido um dos 70 missionários enviados por Jesus em Lucas 10.
Barnabé era muito liberal e havia vendido sua parte da terra em Chipre e dado o dinheiro
para a Igreja.

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

Abnegação é a marca do ganhador de vidas

1 Coríntios 10.24 - Ninguém busque o seu próprio interesse, e sim o de outrem.

A pessoa que realmente ajuda os outros a se integrar na vida da igreja não é alguém
egoísta nem com seus bens financeiros, nem com o seu tempo, nem com a sua folga, com seu
final de semana ou com suas férias. Ela é uma pessoa desprendida, que abre mão do conforto
para ajudar os outros quantas vezes precisar. O ganhador de vidas é alguém que investe
pesado no Reino de Deus. Barnabé fez isto e não guardou para si o dinheiro, mas preferiu
morrer apedrejado porque sabia o que realmente tinha valor.

Quando alguém precisa de você, o que mais pesa, seus interesses e no que vai atrasar
seus planos ou você vai ao encontro daquele que precisa de você como obreiro de Deus?
Você é capaz de sacrificar um filme ou futebol para fazer uma visita e falar de Jesus Cristo?
Abe Huber sugere que nosso nome seja acrescido por “abnegado”: irmão tal abnegdo!

Acredite nas pessoas

Atos dos Apóstolos 9.27 - Mas Barnabé, tomando-o consigo, levou-o aos apóstolos; e
contou-lhes como ele vira o Senhor no caminho, e que este lhe falara, e como em Damasco
pregara ousadamente em nome de Jesus.

Ninguém queria acreditar em Paulo, um perseguidor feroz da igreja. Por nossos


conceitos pré-formados, também excluímos as pessoas difíceis da nossa célula. Mas
precisamos lembrar que pessoas são difíceis. Não estamos orando e convidando pessoas
para irem jogar boliche ou futebol, mas para que deixem suas vidas serem mudadas por
Deus. As pessoas estão querendo Jesus, mas ainda não conseguiram vencer certas barreiras
de pecados. Na verdade, querem ajuda. Devemos mostrar a elas que somos parceiros/as!

Ganhe primeiro para você

1 Coríntios 9.22 - Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-
me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns.

Como já vimos antes, primeiro você ganha a pessoa para você, depois ganha-a para
Jesus. Precisamos nos misturar com os não crentes, convidar os colegas de trabalho para
comerem em nossa casa, convidar aquelas pessoas que vemos sempre para ter um contato
mais pessoal. Não precisamos nos importar primeiramente em levar para a célula ou para a
igreja, mas importá-las para a nossa vida. O restante será consequência, pois não tem como
a luz não iluminar as trevas. Lembre-se que foi depois que Barnabé vivenciou na prática o
significado de seu nome que os apóstolos deram-lhe o apelido de filho da profecia, da
consolação.

Conclusão

Diz-se que nada levaremos desta terra. Mas Jesus disse que existe uma coisa: os amigos
que fazemos aqui. Estes estarão conosco no céu, nos recebendo de braços abertos (Lucas
16.9). O que podemos fazer para ganhar mais um para Jesus? Uma multidão nos espera
para serem salvas deste mundo. Se você andar assim, sua recompensa será indescritível.

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

6
A IGREJA.
Também eu lhe digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a
minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Mateus 16.18

A origem da palavra igreja é do grego ek-klesia, que tem o significado


linguístico de “os chamados para fora”. Este termo é composto por duas
palavras: ek – uma preposição que significa: arrancados, extraídos, tirados para
fora de... (o mundo). Traz a ideia de: tirados à força, separados, santificados!

Kaleo – um verbo com o significado de: chamados, escolhidos,


congregados... (ao corpo de Cristo). Dá uma ideia de agrupados em um corpo,
de comunhão, de vida nova. Em Colossenses 1.13 os termos “resgatou” e o
“transportou” indicam o processo de como fomos tirados do mundo e incluídos
na ekklesia de Deus, ou seja, no “reino do seu filho amado”.

O termo ekklesia não era uma ideia nova no período do Novo Testamento.
Foi um conceito estabelecido no mundo grego bem antes de Cristo. Era um
termo genérico, usado para designar qualquer assembleia (ou reunião). Porém,
Jesus e em seguida os escritores bíblicos, tomaram esse conceito e o aplicaram
em um contexto espiritual, para que pudéssemos entender melhor a realidade
espiritual da Igreja. *(Definições de Josadak Lima na revista CDV)

A origem espiritual da igreja está no plano de Deus de criar um povo que


seria o Seu povo santo, que também seria o corpo místico de Cristo. Esta igreja
teve o seu início existencial histórico com o evento de pentecostes (Conforme
Atos 2). Os componentes desta igreja universal e local, chamados de discípulos,
têm o dever de crescer espiritualmente, amadurecer na fé e na esperança, e viver
de forma tal que o mundo possa ver o que é este Reino de Deus, através de
nossa conduta, postura, atos e unidade.

O que é a Igreja?

A Igreja é o Corpo Vivo de Cristo. A Igreja não é uma organização, é um


organismo. A diferença básica é que um organismo tem vida. Um organismo
tem organização, mas precisa de vida para funcionar (pessoas).
Uma organização não precisa de vida para funcionar (empresa,
computador). O apóstolo Paulo nos mostra a Igreja como sendo o Corpo de
Cristo, um organismo cheio de vida

Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos
os membros têm a mesma função, assim também nós, embora sejamos muitos,
somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros. Temos, porém, diferentes
dons segundo a graça que nos foi dada: se é profecia, seja segundo a proporção
da fé; se é ministério, dediquemo-nos ao ministério; o que ensina dedique-se ao
ensino. Romanos 12.4-7

Durante seu ministério, Jesus tinha um corpo, com o qual ele falava às
pessoas, impunha as mãos, curava, pregava, etc. Hoje ele se expressa através

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

da Igreja. Assim, ela deve continuar a testemunhar a vida e o poder de Cristo


na terra.
Sozinho ninguém é igreja, mas juntos formamos o Corpo de Cristo. Os
relacionamentos são os ligamentos do corpo, onde cada membro tem a sua
função. A Igreja é composta por pessoas que receberam Jesus como Senhor de
suas vidas.
Ao receber a Jesus somos inseridos no Corpo. Se alguém não tem Jesus
como Senhor de sua vida, não faz parte do corpo de Cristo. Mas se uma pessoa
recebe primeiramente a Cristo como Senhor de sua vida, ela entenderá a
importância da igreja como um importante fato para o crescimento dos cristãos.

A razão de ser Igreja

Relacionamento, aperfeiçoamento e serviço. Em 1 Coríntios temos uma


carta, constituída de uma discussão. Foi escrita, provavelmente, na primavera
de 57 (ou 56) d.c. Este grande documento arde de paixão e poder. É vital para
com as dificuldades reais com que se defrontava a Igreja em Corinto.
Aparentemente, é uma lista, indicando como enfrentar uma emergência,
em vez de um tratado formal teológico. Mas é exatamente nisto que tem o seu
tremendo valor para a vida moderna. Paulo teve que enfrentar os problemas
reais de uma Igreja nova numa cidade grande e má. O objetivo do apóstolo é
deixar bem claro a esta nova comunidade, a verdadeira motivação, para que
cada um possa servir ao Senhor na Igreja.
Ao falar no capítulo 13, Paulo cita três coisas que são importantes na
comunhão e no trabalho da comunidade. Fé, esperança e amor, dentre estes o
amor é o maior. O amor é que nos sustenta para vivermos a vida da Igreja. Este
mesmo amor nos leva a desfrutarmos a presença do Senhor Jesus. Este é o
caminho sobremodo excelente, o qual também nos ajudará a orarmos, para que
recebamos o dom, necessário não para nós mesmos, mas para a edificação da
Igreja.

Nosso conceito de edificação é uma pedra sobre a outra. Porém,


edificação é quando a vida de Deus cresce em nós, pela graça e juntos andamos
em amor, exalando sempre o bom perfume de Cristo, trazendo vida, para
aqueles que se encontram no deserto.
A base da edificação é Jesus, a “Pedra Angular”: edificados sobre o
fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra
angular. Nele, todo o edifício, bem-ajustado, cresce para ser um santuário
dedicado ao Senhor. Nele também vocês estão sendo edificados, junto com os
outros, para serem morada de Deus no Espírito. Efésios 2.20-22
A “Pedra Angular” tem por função unir as paredes. Ela é bem sólida.
Ninguém pode lançar outro fundamento, devemos edificar sobre Ele. (1Coríntios
3.11-15)

A Igreja metodista

John Wesley, nascido em 17 de junho de 1703 em Epworth (Inglaterra),


viveu até 2 de março de 1791. Seus pais foram Samuel e Suzana Wesley. Ele
viveu na Inglaterra do Século XVII, quando o cristianismo, em todas as suas
denominações, estava definhando. Ao invés de influenciar, o cristianismo estava
sendo influenciado, de maneira alarmante, pela apatia religiosa e pela
degeneração moral. Dentre aqueles que não se conformavam com esse estado
paralisante da religião cristã, sobressaiu-se John Wesley, filho de Samuel e

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

Suzana Wesley. Primeiro, durante o tempo de estudante na Universidade de


Oxford, depois como líder no meio do povo. John Wesley pertencia a uma família
pastoral, que vivia em Epworth, Inglaterra. Em seu lar viveu um cristianismo
genuíno.

Ao entrar para a universidade, Wesley não se deixou influenciar pelo


ceticismo cínico e nem pela libertinagem. Como reação a isso formou. junto com
outros poucos jovens, o chamado "CLUBE SANTO". Os adeptos dessa sociedade
tinham a obrigação de dar um testemunho fiel da sua fé cristã, conforme as
regras da Igreja Anglicana. Eram rígidos e regulares em suas expressões
religiosas, no exercício de ordem espiritual e no auxílio aos pobres, aos doentes
e aos presos. Por causa dessa regularidade, os demais companheiros da
universidade zombavam e ridicularizavam os membros do "CLUBE SANTO"
dando-lhes o apelido de "METODISTAS".

Embora cumprisse fielmente a disciplina do "clube", John Wesley não se


sentia satisfeito. Durante anos lutou com esse sentimento de insatisfação até
que em 24 de maio de 1738, na rua Aldersgate, em Londres, passou por uma
experiência espiritual extraordinária, que é assim narrada em seu diário:

"Por volta das vinte horas e quarenta e cinco minutos, enquanto ouvia a
descrição que Lutero fazia sobre a mudança que Deus opera no coração através
da fé em Cristo, senti que meu coração ardia de maneira estranha. Senti que,
em verdade, eu confiava somente em Cristo para a salvação e que uma certeza
me foi dada de que Ele havia tirado meus pecados, em verdade meus, e que me
havia salvo da lei do pecado e da morte. Comecei a orar com todo meu poder
por aqueles que, de uma maneira especial, me haviam perseguido e insultado.
Então testifiquei diante de todos os presentes o que, pela primeira vez, sentia
em meu coração".

Wesley estabeleceu alguns princípios de conduta que norteiam o povo


chamado Metodista. Estes princípios são conhecidos como Regras Gerais.
a) Não praticar o mal.

b) Zelosamente praticar o bem.

c) Atender as ordenanças de Deus.

A Igreja confia que os metodistas preservem a sua tradição e


continuem a ser reconhecidos como pessoas de vida consagrada; os metodistas
são:
a) Moderados no divertimento;
b) Modestos no trajar;
c) Abstêmios do álcool como bebida;
d) Empenhados em combater os vícios.
e) Observadores do dia do Senhor, especialmente dedicado ao
culto público, ao cultivo espiritual, pelo estudo da Bíblia e ao descanso físico.
f) Observadores dos preceitos da Igreja e dos meios de graça que ela
oferece, participando dos ofícios divinos e da Ceia do Senhor;
g) Praticantes do Jejum e da oração individual e em família;
h) Honestos nos negócios;
i) Fraternais nas relações de uns com os outros;
j) Tolerantes e respeitadores das ideias e opiniões dos outros;

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

k) Praticantes de boas obras;


l) Benfeitores dos necessitados;
m) Defensores dos oprimidos;
n) Promotores da instrução secular e religiosa;
o) Operosos na obra de evangelização.

Igreja no Brasil

Em 1835, o reverendo Foutain Elliot Pitts foi enviado pela Igreja


Metodista Episcopal, dos Estados Unidos, com a missão de avaliar as
possibilidades do estabelecimento de uma missão metodista nas terras
brasileiras. Chegando ao país com uma carta de recomendação do então
presidente americano Andrew Jackson, o reverendo Pitts desembarcou no Rio
de Janeiro. Mais tarde, em 1836 e 1837, foram enviados o reverendo Justin
Spaulding e reverendo Daniel Parish Kidder, com suas respectivas famílias, para
comporem a missão. Porém, essa missão foi encerrada em 1841 por falta de
recurso

O movimento pela autonomia começou por volta de 1910. Diversas


manifestações surgiram entre a liderança clerical e leiga, que buscavam um
episcopado mais próximo do país; anteriormente, os Bispos eram americanos e
residiam fora do Brasil, uma constituição própria, regularização dos salários,
anteriormente em dólares, e uma igreja mais nacional. [13] [14]
A Igreja Metodista tornou-se independente da Igreja Americana em 2 de
setembro de 1930, em São Paulo, na Igreja Metodista Central de São Paulo,
onde a Comissão Constituinte se encontrou em nove sessões e onde a
Constituição promulgada foi entregue às mãos de Guaracy Silveira. Elegeu-se o
primeiro bispo da Igreja, chamado Willian Tarboux, que era americano. O
primeiro bispo brasileiro metodista foi César Dacorso Filho, eleito em 1934.

A Cruz e a Chama
Este símbolo foi criado nos Estados Unidos em 1968, ano do nascimento
da Igreja Metodista Unida. Nesse ano, um Concílio da nova Igreja (a Metodista
Unida) nomeou uma equipe liderada por Edward J. Mikula para criar uma
marca "oficial" para a nova denominação que surgiu a partir da fusão. Na equipe
de Mikula, trabalhava Edwin H. Maynard, que pesquisou os aspectos simbólicos
da marca "oficial". Tanto Mikula quanto Maynard decidiram que qualquer
símbolo que fosse criado deveria carregar alguma expressão de calor como
aquela que John Wesley sentiu em seu coração, na Rua Aldersgate, na
Inglaterra, quando da sua experiência religiosa, em 24 de maio de 1738.
Por isso é que a equipe liderada por Mikula assumiu o emblema que
contém a cruz vazia, lembrando o Cristo ressurreto, e a chama, lembrando
aquele calor estranho no coração de Wesley, naquela noite de primavera, na
Inglaterra do século 18. Além disso, o simbolismo do emblema nos relaciona
com Deus, o Pai, através da segunda e terceira pessoas da Trindade: o Cristo
(cruz) e o Espírito Santo (chama). A marca foi registrada em 1971 no
Departamento de Marcas e Patentes dos Estados Unidos. No Brasil, está
registrada no INPI - Instituto Nacional de Marcas e Patentes. Portanto, esta é
uma marca que pertence unicamente à Igreja Metodista. Qualquer pessoa ou
entidade que desejar utilizar este emblema em camisas, bottons e outros objetos
deverá solicitar autorização à Sede Nacional da Igreja Metodista.

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

Uma unidade

Alguém disse com muita precisão que “a igreja deve ser uma comunidade
de estímulo mútuo.” Consideremo-nos também uns aos outros, para nos
estimularmos ao amor e às boas obras. Hebreus 10:24. A palavra do Novo
Testamento para a igreja, ekklesia, significa "os chamados para fora". A igreja é
vista como uma assembleia, aqueles a quem Deus chama do mundo, longe do
pecado e em estado de graça para se estimularem.

Ninguém é obrigado a participar da igreja. Todos os filhos de Deus têm


prazer em participar da comunhão do corpo de Cristo. Se não houver esse
prazer, é um sinal de algum vazamento na experiência de conversão. Não é
possível ser cristão e não ter um contentamento interior em participar da vida
comunitária da igreja do Senhor. O escritor aos hebreus viu algo estranho
quando nos disse: Não deixemos de congregar-nos, como é costume de
alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o
Dia se aproxima. Hebreus 10:25.

A Igreja, embora precise de uma organização formal, é movida pela


oração e pelo Espírito Santo, senão, fica sem sentido. Foi John Stott quem
alertou: “Toda igreja deveria estar engajada em uma auto reforma contínua,” e
esta auto reforma só vem pelo quebrantamento operado através do Espírito
Santo, por meio de uma vida de oração. A igreja de Laodicéia não ora, ela tem
de tudo, mas Jesus está fora de suas cogitações, pois Ele encontra-se fora do
seu perímetro.

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

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SER MEMBRO – UM PRIVILÉGIO

A Igreja Metodista possui, dentre os seus vários documentos, os Cânones onde


são encontrados a legislação da Igreja que conduzem sua organização sendo um
norteador de suas ações. O texto a seguir é uma cópia desse documento. Os Cânones
podem ser baixado no site metodista.org.br.
Vamos compreender um pouquinho sobre ser um metodista.

Admissão do novo membro


A Igreja Metodista é regida por princípios coletados e reunidos em um documento
que recebeu a designação de Cânones. Esse volume é um compêndio onde estão
relacionadas às doutrinas e normas que a Igreja deve seguir para o seu bom
funcionamento. Dentre essas regras estabelecidas por Concílios Gerais, ao longo da
história da Igreja, estão alguns artigos que dizem respeito, especialmente, aos deveres
e direitos do membro da Igreja.
São eles:
Sessão I Da Admissão e Recepção
Art. 8° - Constituem requisitos para admissão de membro leigo:
1 – aceitar a Jesus Cristo pela fé, como Senhor e Salvador pessoal;
2 – arrepender-se de seus pecados e ter disposição de viver vida nova, de acordo
com os ensinos do Evangelho;
3 – aceitar os elementos básicos da Igreja Metodista;
4 – comprometer-se a viver a mordomia cristã;
5 – prometer observar os preceitos do Evangelho e sujeitar-se às leis da Igreja
Metodista;
6 – ser batizado/a, ou, se o foi na infância, confirmar o pacto batismal.
Parágrafo primeiro – a impossibilidade de regularização do estado civil não
impede a admissão de membro leigo.
Parágrafo segundo – pessoas vinculadas à Maçonaria e a sociedades secretas
devem renunciar a esse vínculo antes de professarem sua fé e serem batizados para
filiarem-se à Igreja Metodista
Existem três maneiras de se tornar membro da Igreja Metodista, conforme cada
realidade analisada abaixo:

Profissão de Fé e Batismo
A palavra profissão, neste caso, significa o ato ou efeito de professar, reconhecer
publicamente, abraçar a doutrina ou fé. Neste ato, diante da igreja, o/a candidato/a a
membro professa sua fé, declarando-a de viva voz. São feitas algumas perguntas que
abrangem a doutrina cristã para que sua fé possa ser testemunhada pelos/as presentes.
No ato da pública Profissão de Fé, realiza-se o batismo.

Confirmação do Pacto Batismal

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

A recepção de membros da Igreja Metodista, por confirmação será realizada nos


casos em que os candidatos e as candidatas tenham sido batizados/as na infância. A
confirmação será realizada quando os candidatos e as candidatas demonstrarem
consciência da dádiva da salvação e o desejo de confirmarem o seu pacto batismal e de
se tornarem membros da Igreja Metodista.
A maturidade e o fato de ser membro de um lar cristão deverão servir aos
pastores como critérios para decidir da conveniência ou não da recepção de crianças
com idade a partir de 8 (oito) anos. Os/as candidatos/as à confirmação receberão, do
pastor ou pastora local, orientação de acordo com a herança metodista, segundo
conteúdo doutrinário mínimo estabelecido pelo Colégio Episcopal.
Os/as candidatos/as serão confirmados segundo o Ritual estabelecido pela
Igreja. O ato litúrgico da confirmação expressará simbólica e significativamente a
experiência do novo nascimento e da inserção plena na comunidade de fé.

Assunção de Votos
Todas as pessoas que procedam de Igrejas Evangélicas cristãs nas quais estavam
integradas e demonstrem o desejo de se tornarem membros da Igreja Metodista, serão
recebidas por assunção de votos na forma do Ritual, quer apresentem ou não a certidão
ou carta de transferência, conforme as disposições canônicas. As pessoas a serem
recebidas como membros da Igreja Metodista por assunção devotos serão previamente
orientadas de acordo com a herança metodista, segundo conteúdo doutrinário mínimo
estabelecido pelo Colégio Episcopal, e instruídas quanto aos deveres e direitos de
membro.

Sessão II Dos Direitos e Deveres Art. 10


Deveres
Os deveres do membro leigo da Igreja Metodista são:
1 – testemunhar Jesus Cristo ao próximo com seus dons;
2 – participar dos Cultos Públicos, da Escola Dominical e demais serviços da
Igreja Metodista;
3 – contribuir regularmente com dízimos e ofertas para a manutenção da Missão
de Deus por meio dos ministérios da Igreja Metodista;
4 – pautar seus atos pelos princípios do Evangelho e pelas Doutrinas e Costumes
da Igreja Metodista;
5 – sujeitar-se às exortações pastorais;
6 – esforçar-se para iniciar trabalho metodista onde o mesmo não exista;
7 – reconhecer seu chamamento como ministro/a de Deus para as diversas áreas
da Missão;
8 – exercer seus dons, participando dos ministérios e serviços da Igreja Metodista
e da comunidade;
9 – submeter-se à disciplina eclesiástica da Igreja Metodista.

Os Direitos
Art. 11 - Os direitos do membro leigo da Igreja Metodista são:
1 – participar do sacramento da Ceia do Senhor e receber da Igreja os demais
meios da graça;

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SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

2 – pedir o sacramento do Batismo infantil para seus filhos, e ser instruído/a


sobre esse sacramento;
3 – receber a bênção sobre seu casamento, segundo o Ritual da Igreja Metodista,
depois de ser preparado/a;
4 – participar de cursos de formação cristã, segundo orientação da Igreja
Metodista;
5 – votar e ser votado/a para ocupar cargos eletivos na Igreja Metodista,
respeitando os dispositivos canônicos;
6 – receber assistência pastoral;
7 – transferir-se para outra Igreja Local;
8 – apresentar queixa, nos casos e na forma previstos nos Cânones;
9 – apelar para instância superior, em grau de recurso, respeitados os
dispositivos canônicos.

Sessão III Do Desligamento


Art. 12 - É desligado/a da Igreja Metodista e, por isso, perde seus direitos de
membro leigo:
1 – o que solicita, por escrito, seu desligamento;
2 – o que abdica dos votos feitos assumindo os de outra Igreja, sabida e
confirmadamente, sem prévio aviso de sua decisão à Igreja Local, tendo o seu nome
cancelado pela Coordenação Local de Ação Missionária (CLAM) ou pelo Concílio Local;
3 – o que se torna desconhecido/a ou de paradeiro ignorado, tendo o seu nome
cancelado pelo Concílio Local, por indicação da CLAM, após publicação de seu nome no
órgão Oficial Regional e no Expositor Cristão;
4 – o que, sem justificativa, deixa de comparecer pelo período superior a (um)
ano, e, após contato pastoral, não volte a frequentar as reuniões da Igreja, tendo seu
nome cancelado pelo Concílio Local, por indicação da CLAM;
5 – o que é excluído por julgamento;
6 – o que morre.

Sessão IV Da Readmissão
Art. 13 – É readmitido/a nos direitos e deveres de membro leigo da Igreja
Metodista:
1 – o que é readmitido/a por voto do Concílio Local;
2 – o que, julgando improcedente o ato do Concílio Local que ordenou o
cancelamento do seu nome do rol da Igreja Local, recorre à instância superior e obtém
decisão favorável; Parágrafo primeiro – A readmissão de ex-membro leigo por
determinação do Concílio Local é efetuada por votação da maioria dos membros
presentes, mediante solicitação da pessoa interessada e nos seguintes casos:
a) do/a que tiver solicitado, por escrito, seu desligamento;
b) do/a que tiver seu nome cancelado por falta de cumprimento de votos e der
prova de reabilitação; Parágrafo segundo – Nenhuma pessoa cujo nome foi cancelado do
rol de uma Igreja Local pode ser arrolada em outra sem que haja entendimento prévio
entre os respectivos pastores ou pastoras.
Como você pode observar, a pessoa que se torna membro tem deveres e direitos
que são um grande privilégio, pois a nossa igreja possui uma estrutura participativa,

34
SEXTA REGIÃO - LIÇÕES ESSENCIAS

nas leis elaboradas com sobriedade pelos Concílios, sejam regionais ou gerais para
tornar nossa vida em comunidade organizada.

Seja bem-vindo(a), e sigamos em frente testemunhando o evangelho do nosso


Senhor Jesus Cristo.

35

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