Tema: Pare de humanizar a fé!
Texto: Tiago 4:4-10
4 - Gente infiel! Vocês não sabem que a amizade do mundo
é inimizade contra Deus? Aquele, pois, que quiser ser
amigo do mundo se torna inimigo de Deus.
5 - Ou vocês pensam que é em vão que a Escritura diz: "É
com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez
habitar em nós?"
6 - Mas ele nos dá cada vez mais graça. Por isso diz: "Deus
resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes."
7 - Portanto, sujeitem-se a Deus, mas resistam ao diabo,
e ele fugirá de vocês.
8 - Cheguem perto de Deus, e ele se chegará a vocês.
Limpem as mãos, pecadores! E vocês que são indecisos,
purifiquem o coração.
9 - Reconheçam a sua miséria, lamentem e chorem. Que
o riso de vocês se transforme em pranto, e que a alegria
de vocês se transforme em tristeza.
10 - Humilhem-se diante do Senhor, e ele os exaltará.
Esse trecho que lemos de Tiago, eu pude observar algumas
situações que retratam as situações vividas por aqueles que
se chamam por igreja nesses últimos tempos.
E o título da mensagem desta noite, nos sugere a pensar que
a fé pode sofrer alterações no decorrer da vida cristã. Como
poderia ser possível humanizar a fé que é essencialmente
espiritual?
Muitas vezes ela se contamina com toques, características
humanas e sempre sem a nossa percepção.
Por mais que nós, cristãos, adquirimos ao caminhar com
Cristo, experiências, e as nossas convicções se tornam cada
vez mais sólidas pela Palavra de Deus, queremos a todo
momento humanizar as coisas de Deus que é espiritual
quando menos esperamos e sem perceber.
Parece que ao lermos sobre os grandes nomes da Bíblia,
sobre os profetas e discípulos que viveram, enxergamos uma
espiritualidade tal que não percebemos em nós.
Lendo, parece que o relacionamento deles com Deus era
diferenciado por conseguir ter um relacionamento muito mais
estreito do que muitas pessoas conquistam hoje em dia.
Parece que o relacionamento com o Senhor que homens e
mulheres tiveram, hoje é inalcançável pela vida que vivemos.
Ao nos comparar com aqueles que tiveram histórias marcantes
com a presença e o agir de Deus em suas vidas, nós nos
inferiorizamos e pensamos que só antigamente existiam super
cristãos e não mais existem hoje.
Nós enxergamos somente evidências de uma guerra
constante entre carne e espírito onde a carne vence sempre e
a nós só resta recorrer à Deus pelo seu perdão e recomeçar
tudo de novo.
E até parece que Tiago está escrevendo para as igrejas deste
tempo presente, em que o que mais se evidencia, é uma
jornada de buscas incansáveis que se tornam inalcançáveis,
onde a inveja e o desejo de ter está tão presente que são elas
as causas das guerras.
No verso 1-3 do mesmo capítulo, Tiago diz: Tiago 4:1-3
1 - De onde vêm as guerras e contendas que há entre
vocês? Não vêm dos desejos que se conflitam dentro de
vocês?
2 - Vocês cobiçam coisas, e não as têm; matam e invejam,
mas não conseguem obter o que desejam. Vocês vivem a
lutar e a fazer guerras. Não têm, porque não pedem.
3 - Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos
errados, para gastar em seus prazeres.
E assim muitas pessoas vão vivendo num contexto de ciclos
de buscas, de desejos, e em sua maioria absoluta puramente
humana, onde termina um ciclo desses pedidos e
automaticamente inicia outro, sendo ou não atendido,
justamente porque não se sabe pedir.
A modernidade em que vivemos, as inversões de valores
sugerem que nossos desejos caminhem lado a lado com essa
evolução e pela vastidão que esse mesmo avanço tecnológico
oferece, dificilmente se pede a Deus com objetivos
essencialmente espirituais assim como os discípulos pediram
para aumentar a fé, Salomão pediu sabedoria, Davi para não
retirar da vida dele o Espírito Santo, por exemplo.
E onde está o problema?
Naturalmente que a resposta é que andamos e vivemos no
mundo, onde de plano exercitamos uma fé humana e
buscamos viver nos caminhos do Senhor por uma fé espiritual.
E nisso há um grande conflito porque sutilmente vamos
introduzindo as características do mundo na nossa fé
espiritual.
Vivemos muitas vezes persistindo no erro em servir dois
senhores, pensando estar no caminho certo, pensando que
não tem tanto problema assim. Tiago fala que é com ciúmes
que o Espírito Santo anseia e habita em nós.
Já notaram que durante a nossa vida, nos tornamos mais
espirituais justamente quando não se tem mais escolha, ou
melhor, nos tornamos mais espirituais onde todos os recursos
humanos se esgotaram aí recorremos ao Senhor.
Seja numa dificuldade maior que possamos suportar, seja
numa doença ou quaquer problema que fuja do nosso
controle, aí oramos mais, aí até jejuamos, e assim nos
tornamos mais espirituais.
E quando o Senhor nos abençoa, depois volta o ciclo
novamente.
E viver uma vida assim não é nada saudável espiritualmente
falando, não há uma constância, não há crecimento, pelo
contrário, parece que avançamos um passo e retrocedemos
dois.
Sob a perspectiva de que servimos a um Deus criador de todas
as coisas, um Deus todo-poderoso e um Pai que ama seus
filhos, é mais que natural que necessidades surjam no
caminhar desta vida. E sim, quando pedimos Ele dá, no seu
tempo, de acordo com sua vontade e principalmente se será
realmente necessário para nós.
No verso 6 e 7 que lemos,
6 - Mas ele nos dá cada vez mais graça. Por isso diz: "Deus
resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes."
7 - Portanto, sujeitem-se a Deus, mas resistam ao diabo,
e ele fugirá de vocês.
Em duas frases, ele usa algumas palavras como: resistência,
soberba, humildade e sujeição.
Muitos crentes vivem sob o escudo da soberba, em que a
Palavra de Deus ensina que nosso dever é justamente viver o
contrário.
Viver a humildade à luz da Palavra e se humilhar diante de
Deus no sentido de reconhecer o seu poder e grandeza e
acima de tudo na Salvação no nome de Jesus, me permite
resistir aos ataques do diabo e suas tentações.
Porém, cristãos se escondem diante da grandeza de Deus e
se apoiam numa inacessibilidade e indisponibilidade
imaginária produzida pelo próprio sentimento humano.
Ainda que assim fosse, o próprio Deus deixou a sua Palavra
como orientação, parábolas contadas para ensinar e exortar,
deixou instruções preciosas que promovem uma santificação
suficiente para a manutenção da salvação.
E ainda ele nos presenteia com pedidos atendidos através de
bençãos nessa vida. Basta para isso perseverar na
santificação e jamais perder a justificação pela fé verdadeira
em Jesus Cristo.
E não se pode jamais esquecer do grande amor dele que a
própria Palavra diz que ele é poderoso para fazer
infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou
pensamos, conforme o seu poder que opera em nós,
Efésios 3:20.
Porém a falta de paciência do ser humano, o faz pensar que
Deus não responde, que Deus não ouve, que Deus está
distante.
Muitas vezes ele já respondeu e não ouvindo vamos nos
tornando repetitivos em nossas petições, muitas vezes ele já
disse NÃO, não é a hora, não é o momento ou isso não vai te
edificar ou isso ou aquilo vai te prejudicar e ainda assim vamos
insistindo.
Muitas vezes ele já deu aquilo que pedimos e nem
percebemos.
Muitas pessoas oram a Deus pedindo mais tempo, pedem
perdão por não se dedicar tanto ao Senhor como deveriam ou
como gostariam, porém, quando são atendidos, elas mesmos
voltam a se encher de compromissos seculares e retrocedem
ao seu estado espiritual inicial, retornando as suas mazelas
humanas, vivendo o evangelho personalizado.
Nessas últimas pregações houve um questionamento no
sentido da nossa liberdade, o que estamos fazendo com ela?
Estamos usando 100% de nossa liberdade em prol do Reino
de Deus?
Ainda na liberdade que temos, usamos na prática toda a teoria
que aprendemos no caminhar da nossa vida em propagar o
Evangelho?
O que temos dado àqueles que nos estendem a mão?
Muitas vezes é conveniente para muito crente virar as costas
para tudo isso, e ficar estático com sua fé.
Só não se sabe se verdadeiramente é uma fé espiritual ou
simplesmente humana, ainda que pense ser ela verdadeira.
E ainda que assim fosse, espiritual, a própria Palavra diz que
uma fé sem obras é morta, ou seja, de nada vai adiantar viver
a vidinha sem por a mão no arado, nada vai adiantar somente
contemplar a seara e não fazer nada em prol do reino, nada
adianta pedir, pedir e não ter, porque se pede mal.
Viver assim é justamente fazer com que o evangelho
verdadeiro que é sólido, consistente, imoldável sem sombra de
variação se transforme em uma forma liquida em que ele pode
preencher e se moldar à todas as lacunas da minha vida, à
todas as minhas falhas, à todos os meus fracassos e aos
desejos da carne, que se molda à todos os erros constantes.
Conheço pessoas que são assíduos ao extremo aos cultos,
mas também nos bares da vida.
Conheço pessoas que vivem escandalizando o Evangelho por
essas práticas e não deixa de enviar a oração do dia, como se
já estivesse satisfeito suas obrigações cristãs.
Viver assim, prefere-se viver esse outro evangelho à
submeter-se ao verdadeiro que nos exorta a sair da minha
zona de conforto e proporcionar renovo e transformação de
vida.
Assim como a seara é grande, grande são os números
daqueles que somente apresentam suas críticas e nada
contribuem para o avanço do reino.
Esses são os indecisos de coração que Tiago fala no texto
inicial, ora vivem no mundo como se do mundo fossem, ora na
igreja vivendo com pensamentos e sentimentos mundanos e
muitas vezes quando estão na igreja só possuem trejeitos de
igreja, mas seus corações estão muito distantes.
Trejeitos são justamente gestos, movimentos de crente, mas
são apenas gestos, na vdd estão longe.
A sua fé é tão contaminada que quando um projeto de tentativa
de crescimento do reino, tentar realmente de forma efetiva
viver o evangelho que nos é apresentado pela Palavra de
Deus, todas as dificuldades ficam em evidência, e onde está a
fé verdadeira que me faz pensar que toda a dificuldade pode
ser reduzida a nada pelo Senhor.
A bem da verdade, esses são aqueles que preferem terceirizar
o ide, terceirizar o trabalho devido e que compete a todo
discipulo de Cristo e no final das contas, eles também
terceirizam a fé deles.
Será que Paulo e os demais apóstolos, se preocupavam com
os riscos de prisão, de serem torturados e até mortos, ao falar
a Palavra de Deus ou tinham uma fé suficiente e poderosa
para crer que o Senhor Jesus poderia livrá-los de qualquer
uma dessas situações?
Necessário é limparmos as mãos do pecado e purificarmos o
coração dessa indecisão que acaba com a fé.
Aflições todos nós temos e teremos, a própria Palavra 1
Coríntios 10:13.diz que: Não sobreveio a vocês nenhuma
tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não
permitirá que vocês sejam tentados além do que podem
suportar; pelo contrário, juntamente com a tentação
proverá livramento, para que vocês a possam suportar.
e sabemos que muitas vezes esse livramento até pode ser a
morte dessa vida, mas não importa, porque temos uma
definitiva nos esperando.
Cabe a nós viver essa que é mortal, que vai acabar, e vive-la
com uma fé essencialmente espiritual sujeitando à Deus e
resistindo ao diabo.
Será que quando Jesus voltar ele vai encontrar a verdadeira
fé na humanidade?
Ou ele vai encontrar aquela fé contaminada e morta que não
se permitiu que a Salvação fosse levada àqueles que não
sabiam dela por causa de sua covardia?
No domingo eu cheguei mais tarde um pouco e o pouco que
ouvi está em conformidade com a mensagem desta noite, que
muitos pensam ter o Espírito Santo e não os tem, muitos são
aqueles que até tem mas portam como covardes que não
cumprem com suas responsabilidades.
Que sejamos eu e você um canal de bençãos na vida daqueles
que não conhecem a Cristo ou que conhecem só de ouvir falar
e sejamos luz na vida deles porque a lâmpada para os pés nós
já temos.
O Pastor trouxe no último domingo o Salmos 115 que diz não
a nós Senhor, não a nós Senhor, no contexto de sermos
preservados, protegidos daquilo que pode vir, mas eu digo no
contexto desta noite, não sejamos nós Senhor os covardes
que terceirizam a fé e as obras, nem os soberbos que pensam
ter e estar salvo pelo Espírito Santo e não estão, nem os
impuros que são os indecisos de coração.