Ebook 01
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Introdução
Olá, estudante! Nesta unidade, vamos falar sobre os fundamentos do Método dos Elementos Finitos
(MEF) e sobre o importante papel deste na resolução de problemas de Engenharia. Com este
material, você aprenderá acerca dos conceitos básicos e da história do MEF, bem como suas
aplicações e benefícios na Engenharia. Também vamos discutir sobre as diferenças entre
elementos bidimensionais (2D) e tridimensionais (3D), e sobre os tipos comuns de elementos
utilizados nessas análises.
Indo além, você se familiarizará com as definições de cálculos que envolvem matrizes de rigidez e
as técnicas de montagem do sistema global. A unidade aborda, ainda, exemplos práticos de
aplicação do MEF em problemas de Engenharia, incluindo a seleção e refinamento de malhas, o uso
de softwares comerciais e de código aberto, e as limitações e considerações ao aplicar elementos
2D e 3D.
Elementos Finitos —
Introdução
Prezado(a) estudante, o Método dos Elementos Finitos (MEF) é uma técnica numérica amplamente
utilizada para resolver problemas de Engenharia e Física que envolvem sistemas complexos e não
lineares. O MEF é especialmente útil na análise de problemas que apresentam geometrias
complicadas, condições de contorno e materiais com propriedades variáveis.
O conceito básico do MEF é dividir o domínio do problema, que geralmente é uma estrutura ou um
objeto, em pequenos elementos interconectados chamados de elementos finitos. Segundo Alves
Filho (2013), essa divisão cria uma malha ou discretização do domínio. Em seguida, as equações
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que regem o comportamento do sistema são aproximadas localmente dentro de cada elemento,
utilizando-se funções de interpolação conhecidas como funções de forma. Essas equações locais
são, então, combinadas e montadas em um sistema de equações algébricas que representa o
problema como um todo.
Sendo assim, o propósito do MEF é fornecer soluções aproximadas para problemas que não podem
ser resolvidos analiticamente, ou seja, por meio de equações fechadas. A técnica permite a
engenheiros e cientistas analisar e prever o comportamento de sistemas físicos, como estruturas
mecânicas, sistemas térmicos e campos eletromagnéticos, dentre outros, considerando-se as
interações entre os elementos e suas respostas a diferentes condições de contorno e
carregamento.
É possível traçarmos um breve histórico que retrata a evolução do MEF. O fato é que sua origem
remonta à década de 1940, mas seu desenvolvimento e consolidação ocorreram, principalmente,
nos anos 1950 e 1960. Inicialmente, o MEF foi aplicado para resolver problemas de estruturas
mecânicas, como vigas e placas, sob a liderança de pesquisadores como Richard Courant, Ray
Clough e Olgierd Zienkiewicz.
SAIBA MAIS
Richard Courant foi um matemático alemão nascido em 1888 e falecido em 1972. Ele é conhecido por
suas contribuições significativas no campo da matemática pura e aplicada, principalmente em análise
funcional, equações diferenciais parciais e mecânica dos fluidos. Entre outros legados, ele é conhecido
pelo Princípio de Courant-Friedrichs-Lewy, um critério de estabilidade numérica para resolver equações
diferenciais parciais, e pelo Elemento Finito de Courant, uma técnica usada na solução numérica de
equações diferenciais parciais.
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O avanço na tecnologia dos computadores nas décadas de 1960 e 1970 acabaria desempenhando
um papel crucial na evolução e na disseminação do MEF. Com o aumento da capacidade de
processamento e da disponibilidade de computadores, o método se tornou uma ferramenta viável
para a análise e solução de uma ampla variedade de problemas complexos nos campos das
Engenharias e Ciências.
Durante os anos 1980 e 1990, o MEF continuou a evoluir, incorporando novos conceitos
matemáticos e computacionais, como a formulação variacional e as técnicas de otimização de
malhas. Indo além, a abordagem foi estendida a outras áreas da Engenharia, como transferência de
calor, escoamento de fluidos, acústica e eletromagnetismo.
Nos últimos anos, o MEF tem se beneficiado de avanços na modelagem de materiais, métodos de
solução numérica e técnicas de pós-processamento, que permitem a análise de problemas cada vez
mais complexos e realistas. A crescente integração do MEF com outras técnicas numéricas e
ferramentas de simulação, como o Método de Volumes Finitos e o Método das Diferenças Finitas,
ampliou, ainda mais, o escopo e as possibilidades de aplicação do método.
mecânicas, como vigas, colunas, pórticos e cascas, sob diversas condições de carga e
restrição. Além disso, permite avaliar a distribuição de tensões e deformações, identificar
pontos críticos e determinar a segurança e a vida útil dos componentes.
Transferência de calor: o método é utilizado para simular a propagação de calor em sólidos e
fluidos, possibilitando a análise de fenômenos como condução, convecção e radiação. O
MEF auxilia no projeto e na otimização de sistemas térmicos, como trocadores de calor,
isolantes térmicos e componentes eletrônicos.
Mecânica dos fluidos: por meio do MEF, é possível analisar o escoamento de fluidos em
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Sem surpresa, os benefícios do MEF na Engenharia são numerosos, dentre os quais destacam-se:
contorno variáveis;
A formulação geral do MEF envolve diversas etapas e procedimentos matemáticos que permitem,
em essência, transformar um problema de Engenharia complexo em um sistema de equações
algébricas solucionáveis.
Estudante, agora vamos conhecer quais são as principais etapas do processo, acompanhe a seguir.
1. Discretização do domínio: o domínio do problema, que pode ser uma estrutura, um campo
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interconectados. Essa divisão gera uma malha, composta por elementos finitos, que
aproxima a geometria e as propriedades do domínio.
2. Formulação local: dentro de cada elemento, as equações que regem o comportamento do
sistema são aproximadas por meio de funções de interpolação, também chamadas de
funções de forma. Essas funções permitem expressar as variáveis do problema
valores das variáveis nodais, que podem ser deslocamentos, temperaturas ou outras
respostas de interesse.
6. Pós-processamento e análise dos resultados: a partir dos valores nodais obtidos na solução
do sistema, é possível calcular quantidades de interesse, como tensões, deformações, fluxos
de calor, dentre outros, em qualquer ponto do domínio. Essas informações são utilizadas
para analisar o desempenho e a segurança do sistema, além de identificar áreas críticas e
orientar o processo de projeto e otimização.
Assim, a formulação geral do MEF e as etapas do processo descritas acima permitem a análise e
solução de problemas complexos de Engenharia, fornecendo informações valiosas sobre o
comportamento de sistemas e componentes sob diferentes condições de carga e restrição. A
aplicação adequada do MEF, considerando as características específicas de cada problema, é
fundamental para a obtenção de resultados precisos e confiáveis.
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Conhecimento
Teste seus Conhecimentos
(Atividade não pontuada)
A formulação geral do Método dos Elementos Finitos (MEF) consiste em várias etapas que
transformam um problema de Engenharia complexo em um sistema de equações algébricas
solucionáveis.
a) Discretização do domínio.
b) Formulação local.
c) Montagem do sistema global.
d) Utilização de algoritmos genéticos para otimização.
e) Aplicação de condições de contorno.
Elementos
bidimensionais e
tridimensionais —
Introdução
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Caro(a) estudante! Neste tópico, veremos que os elementos finitos são classificados em diferentes
categorias, com base na sua geometria e no seu número de dimensões que representam. Relata
Alves Filho (2013) que os elementos bidimensionais (2D) e tridimensionais (3D) são amplamente
utilizados na análise de problemas de Engenharia, cada um com suas características e aplicações
específicas.
Os elementos bidimensionais são usados para modelar problemas que ocorrem em duas
dimensões, como placas e membranas. Estes elementos são, geralmente, planos e têm uma
espessura constante ou desprezível em comparação com as outras duas dimensões. Os elementos
2D podem ter diferentes formas e números de nós, como triângulos (elementos triangulares) e
quadriláteros (elementos quadrangulares ou retangulares).
Por sua vez, os elementos tridimensionais são utilizados para modelar problemas que ocorrem em
três dimensões, como sólidos e estruturas volumétricas. Esses elementos têm uma forma
tridimensional e um número de nós que variam de acordo com a geometria e o grau de precisão
desejado. Exemplos de elementos tridimensionais incluem instâncias como tetraedros, hexaedros,
prismas e pirâmides.
Sendo os elementos bidimensionais utilizados para modelar problemas que ocorrem em duas
dimensões, eles são amplamente empregados na análise de estruturas planas, como placas,
membranas e estruturas de espessura constante. Os tipos mais comuns de elementos
bidimensionais incluem os expedientes triangulares, quadriláteros, retangulares e mistos.
Quanto aos elementos triangulares, são constituídos por três nós e têm a forma de um triângulo.
Frequentemente, são usados para modelar geometrias irregulares e complexas, pois podem ser
facilmente adaptados a diferentes formas e tamanhos. Segundo Hughes (2000), os elementos
triangulares podem ser lineares (com funções de forma de primeiro grau) ou serendipity (com
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Modelagem de objeto em 3D
Os elementos tridimensionais são empregados para modelar problemas que ocorrem em três dimensões, como sólidos e
estruturas volumétricas — a exemplo do que alude a imagem. Eles são fundamentais para a análise de problemas com
geometrias complexas e variações significativas de espessura. Os tipos mais comuns de elementos tridimensionais incluem
elementos tetraédricos, hexaédricos, prismáticos e piramidais.
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Com isso, estudante, os elementos tetraédricos são aqueles que têm quatro nós e a forma de um
tetraedro. Eles são especialmente úteis para modelar geometrias irregulares e complexas, já que
podem ser facilmente adaptados a diferentes formas e tamanhos. Os elementos tetraédricos
podem ser lineares (com funções de forma de primeiro grau) ou quadráticos (com funções de forma
de segundo grau), dependendo do grau de precisão e complexidade do problema.
Quanto aos elementos hexaédricos, eles são constituídos por oito nós e têm a forma de um
hexaedro, como um cubo ou um paralelepípedo. Eles são adequados para modelar geometrias
regulares e podem proporcionar resultados mais precisos em comparação com os elementos
tetraédricos, especialmente em casos onde as tensões e deformações variam de maneira uniforme.
Assim como os elementos tetraédricos, os elementos hexaédricos podem ser lineares ou
quadráticos, dependendo das necessidades de análise.
No que se refere aos elementos prismáticos, eles têm seis nós e a forma de um prisma triangular.
Eles costumam ser utilizados para modelar geometrias com variações lineares de espessura ou
para criar camadas de elementos próximas a superfícies com variações de espessura importantes.
Os elementos prismáticos também podem ser lineares ou quadráticos, de acordo com a
complexidade e a precisão requerida pelo problema.
Finalmente, os elementos piramidais têm a forma de uma pirâmide e têm cinco nós, um destes é na
base quadrangular, e os outros quatro, nos vértices da pirâmide. Explicam Kim & Sankar (2011) que
eles são empregados para fazer a transição entre diferentes tipos de elementos tridimensionais,
como tetraedros e hexaedros, permitindo a geração de malhas de alta qualidade em geometrias
complexas.
É preciso ter em mente que a escolha do tipo de elemento tridimensional adequado depende da
geometria do problema, das condições de contorno e das propriedades do material. A utilização de
elementos apropriados é essencial para obter resultados precisos e confiáveis, garantindo a
eficiência e a qualidade da análise realizada pelo MEF.
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Que tal testar o conhecimento adquirido até aqui por meio da realização da atividade a seguir!
Vamos lá!
Conhecimento
Teste seus Conhecimentos
(Atividade não pontuada)
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a) Elementos hexaédricos.
b) Elementos esféricos.
c) Elementos tetraédricos.
d) Elementos piramidais.
e) Elementos prismáticos.
Elementos
bidimensionais e
tridimensionais —
Definição
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#PraCegoVer: para os elementos 2D, o quadro descreve o campo geometria com a informação
“Os elementos 2D são caracterizados por 2 dimensões — comprimento e largura — e são
planos, ou seja, não têm espessura. Eles são comumente usados para modelar estruturas
planas ou de espessura constante, como placas, membranas e revestimentos.” e o campo
topologia com a informação “A topologia dos elementos 2D descreve a conectividade entre os
nós e as arestas que formam o elemento. Em um elemento triangular, por exemplo, há 3 nós
conectados por 3 arestas. Já em um elemento quadrilátero, existem 4 nós conectados por 4
arestas.”, e para os elementos 3D, o campo geometria com a informação “Os elementos 3D são
caracterizados por três dimensões – comprimento, largura e altura – e possuem volume. Eles
são utilizados para modelar sólidos e estruturas volumétricas com variações de espessura e
geometrias complexas.” e o campo topologia com a informação “A topologia dos elementos 3D
descreve a conectividade entre os nós, arestas e faces que formam o elemento. Em um
elemento tetraédrico, por exemplo, há 4 nós conectados por 6 arestas e formando 4 faces
triangulares. Em um elemento hexaédrico, existem 8 nós conectados por 12 arestas e
formando 6 faces quadrilaterais.”
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Por sua vez, as funções de interpolação e aproximação são fundamentais no MEF, pois permitem
representar as variáveis (como deslocamentos, temperaturas ou pressões) dentro dos elementos
bidimensionais e tridimensionais.
Para elementos triangulares com funções de forma de primeiro grau, as funções de interpolação
são baseadas em funções lineares das coordenadas locais. Cada nó do elemento tem uma função
de interpolação associada, que é igual a 1 no nó e a 0 nos demais nós.
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Em elementos hexaédricos com funções de forma de primeiro grau, as funções de interpolação são
baseadas em funções trilineares das coordenadas locais. Semelhantemente ao caso dos elementos
tetraédricos, cada nó do elemento tem uma função de interpolação associada, que é igual a 1 no nó
e a 0 nos demais nós.
Na prática, a escolha das funções de interpolação e aproximação adequadas é crucial para garantir
a precisão e a convergência dos resultados obtidos pelo MEF. É preciso ter em mente que funções
de interpolação de ordem mais alta (como quadráticas ou cúbicas) podem ser usadas para
aumentar a precisão da solução, especialmente em casos de variações bruscas das variáveis, mas
também podem, em contrapartida, aumentar a complexidade computacional e a exigência de
recursos de memória.
REFLITA
Por definição, a matriz de rigidez de um elemento relaciona os deslocamentos nodais aos esforços
internos do elemento. Ela é obtida a partir das equações de equilíbrio local e das leis de
comportamento material (como a lei de Hooke para materiais elásticos lineares). A matriz de rigidez
global do sistema é formada pela montagem das matrizes de rigidez dos elementos individuais,
considerando as condições de contorno e as conectividades entre os elementos.
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Não de outra forma, a definição e o cálculo da matriz de rigidez revelam-se etapas cruciais na
análise de problemas de Engenharia pelo MEF. Afinal, a correta determinação da matriz de rigidez
permite calcular a resposta do sistema às condições de carga e restrição impostas, o que fornece
informações valiosas sobre a deformação, tensões e deslocamentos das estruturas e materiais
analisados.
A integração numérica é utilizada para calcular os termos das matrizes de rigidez e das forças
devido às cargas aplicadas, por meio das funções de interpolação e das equações de equilíbrio
local. Essa integração é necessária, pois as funções de interpolação geralmente são não lineares e
os domínios dos elementos podem ter geometrias complexas. Alguns dos métodos de integração
numérica mais comuns incluem a quadratura de Gauss e a integração por subdomínios. No que diz
respeito à quadratura de Gauss, este é um método de integração numérica que utiliza pontos e
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pesos específicos para aproximar o valor da integral. Segundo Chandrupatla & Belegundu (2014),
essa técnica é amplamente empregada no MEF devido à sua precisão e eficiência computacional,
especialmente para funções de interpolação polinomiais.
Por sua vez, a montagem do sistema global envolve a combinação das matrizes de rigidez e dos
vetores de força dos elementos individuais para formar a matriz de rigidez global e o vetor de força
global do sistema. Esse processo leva em consideração as condições de contorno e as
conectividades entre os elementos. Veja, em sequência, algumas técnicas de montagem do sistema
global.
Isto posto, fica evidente que a integração numérica e a montagem do sistema global são etapas
cruciais para o sucesso na aplicação do MEF na solução de problemas de Engenharia. O
entendimento desses processos e a escolha adequada das técnicas de integração e montagem
podem influenciar a precisão, a eficiência computacional e a convergência da análise, permitindo a
solução de problemas complexos de forma eficaz e precisa.
Caro(a) estudante, vamos praticar um pouco o que aprendemos neste tópico! Vamos lá!
praticar
Vamos Praticar
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Elementos
bidimensionais e
tridimensionais —
Aplicação
Estudante, agora vamos aprender sobre como aplicar na prática os elementos bidimensionais e
tridimensionais. Vamos lá!
O MEF com elementos bidimensionais (2D) e tridimensionais (3D) tem sido amplamente utilizado
na solução de diversos problemas de Engenharia. A seguir, apresentamos alguns exemplos práticos
de aplicação do MEF com elementos 2D e 3D em problemas de Engenharia.
Estudante, vamos começar pela análise de tensões e deformações em estruturas. O fato é que o
MEF é frequentemente empregado na análise de tensões e deformações em estruturas, como
pontes, edifícios, aeronaves e componentes mecânicos.
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Elementos 2D / 3D
Segundo Alves Filho (2013), os elementos 2D, como triângulos e quadriláteros, são geralmente usados para modelar
estruturas com espessura constante ou variação de espessura desprezível, enquanto os elementos 3D, como
tetraedros e hexaedros, são adequados para estruturas com geometrias complexas e variações significativas de
espessura.
Outra possibilidade é a análise de fluidos e interação fluido-estrutura. Ocorre que o MEF com
elementos 2D e 3D pode ser aplicado na análise de fluidos, como no estudo do escoamento em
dutos, turbinas e bombas, bem como na interação entre fluidos e estruturas, como em problemas de
aeroelasticidade e vibrações induzidas por escoamento. Para Chandrupatla & Belegundu (2014),
elementos bidimensionais podem ser utilizados para modelar escoamentos planos ou
axissimétricos, enquanto elementos tridimensionais são necessários para simular escoamentos
tridimensionais e geometrias complexas.
Estudante, pode-se avançar ainda à análise de impacto e colisão. O MEF com elementos 2D e 3D é
frequentemente aplicado na análise de impacto e colisão em sistemas de transporte, como
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Não obstante, o MEF com elementos bidimensionais e tridimensionais também pode ser aplicado
na análise de materiais compósitos e heterogêneos, como laminados de fibra de carbono,
concretos reforçados e materiais piezoelétricos. A modelagem de elementos finitos permite simular
o comportamento mecânico, térmico e elétrico desses materiais, considerando a interação entre as
diferentes fases e as condições de contorno. Essa abordagem é fundamental para a otimização e a
seleção de materiais em aplicações de Engenharia, como aeroespacial, automotiva e construção
civil.
Não menos importante, há, ainda, a análise de problemas de contato e atrito. Afinal, esse tipo de
análise é um dos desafios mais complexos na aplicação do MEF com elementos 2D e 3D. A
modelagem de elementos finitos permite simular a interação entre superfícies em contato,
considerando a deformação local, a distribuição de pressão, o atrito e a adesão. Essa abordagem é
amplamente utilizada na análise de sistemas mecânicos, como engrenagens, rolamentos e juntas,
bem como na investigação de problemas de desgaste e fadiga em componentes sujeitos a contato
e atrito.
No que diz respeito à seleção de malhas, a escolha dos elementos 2D ou 3D a serem utilizados na
análise depende da geometria do problema e das condições de contorno. Uma vez mais, reforce-se
que elementos bidimensionais, como triângulos e quadriláteros, são adequados para problemas
com variações de espessura desprezíveis ou geometrias planas, ao passo que elementos
tridimensionais, como tetraedros e hexaedros, são mais adequados para problemas com
geometrias complexas e variações significativas de espessura.
Já quanto ao refinamento da malha, este é um processo pelo qual a densidade dos elementos é
aumentada em áreas críticas do modelo, como regiões com altas variações de tensão, deformação
ou temperatura. O refinamento pode ser realizado manual ou automaticamente, utilizando-se
algoritmos de adaptação de malha baseados em critérios de erro ou indicadores de qualidade. Na
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Em termos de precisão da solução pelo MEF, isso depende de vários fatores, como a qualidade da
malha, o tipo de elemento, as funções de interpolação e a integração numérica. Portanto, a seleção
e o refinamento de malhas, assim como a avaliação da convergência e a compreensão das
limitações e suposições do MEF, são fundamentais para garantir a precisão e a confiabilidade dos
resultados.
Quanto ao uso de soluções informatizadas para análise de elementos finitos, reconheça-se que a
análise de elementos finitos, por seu caráter de ferramenta amplamente utilizada em Engenharia,
ensejou a criação dos mais diversos softwares, que foram desenvolvidos para facilitar a aplicação
do MEF com elementos 2D e 3D. Esses softwares variam desde soluções comerciais até programas
de código aberto, cada um com suas vantagens e desvantagens.
Algumas das soluções comerciais mais conhecidas para análise de elementos finitos incluem
marcas como ANSYS, ABAQUS, COMSOL Multiphysics, NASTRAN, e SolidWorks Simulation. Esses
programas geralmente oferecem interfaces gráficas amigáveis, recursos avançados de modelagem
e análise, além de amplo suporte técnico. No entanto, é preciso reconhecer que os softwares
comerciais podem ter custos elevados, sobretudo para licenças empresariais ou acadêmicas; e
algumas vezes eles apresentam limitações em termos de personalização e flexibilidade.
Estudante, em contrapartida, existem também várias opções de softwares de código aberto para
análise de elementos finitos, como o FEniCS, Elmer, Code_Aster e CalculiX. Tais programas
oferecem a apreciável vantagem de serem gratuitos e de código aberto, o que dá ao usuário a
oportunidade de modificá-los e personalizá-los de acordo com necessidades específicas; além
disso, geralmente existem comunidades ativas de usuários e desenvolvedores, que podem fornecer
suporte e contribuir para o desenvolvimento contínuo do software. No entanto, exemplos como
esses podem ter interfaces menos intuitivas e recursos mais limitados em comparação com as
soluções comerciais, e o suporte técnico pode ser menos abrangente.
Por isso, ao escolher um software adequado para análise de elementos finitos, é importante
considerar fatores como custo, recursos, flexibilidade e facilidade de uso. A seleção dependerá das
necessidades e preferências do usuário, bem como da natureza e da complexidade do problema de
Engenharia a ser analisado.
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limitações e considerações ao aplicá-lo. Nesse âmbito, algumas das principais questões a serem
observadas incluem as instâncias de aproximação e discretização, complexidade do problema, não
linearidades, tempo de computação e recursos.
Quanto à primeira dessas questões, o fato é que o MEF é uma técnica de aproximação e
discretização, o que significa que a solução exata do problema não é obtida; tem-se, na verdade,
uma solução aproximada baseada na malha e nas funções de interpolação utilizadas. Portanto, é
essencial garantir que a malha e as funções de interpolação sejam adequadas para o problema em
questão e que a solução tenha convergido para um resultado preciso e confiável.
Há também a questão das não linearidades. Ocorre que problemas não lineares, como aqueles que
envolvem materiais não lineares, grandes deformações ou contatos, podem apresentar desafios
adicionais na aplicação do MEF com elementos 2D e 3D. A solução de problemas não lineares
geralmente usualmente requer algoritmos de solução mais complexos e pode ser mais sensível à
qualidade da malha e às funções de interpolação utilizadas. É importante estar ciente dessas
questões ao analisar problemas não lineares e garantir que a solução seja precisa e confiável. Mais
informações a respeito das não linearidades são encontradas no infográfico a seguir.
Entendendo não
linearidades na análise de
elementos finitos
Validação e verificação
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Estudante, ainda existe uma relevante questão relacionada ao tempo de computação e recursos. O
fato é que a aplicação do MEF com elementos 2D e 3D pode ser computacionalmente intensiva,
especialmente para problemas com malhas refinadas ou geometrias complexas. Tanto o tempo de
computação quanto os recursos necessários para a análise podem ser bastante significativos, o
que implica que se torna importante equilibrar a precisão da solução com a eficiência
computacional. O uso de técnicas avançadas de modelagem, como adaptação de malha, e a
seleção de algoritmos de solução apropriados podem ajudar a otimizar o tempo de computação e
os recursos necessários.
Finalizamos mais um tópico. Vamos agora praticar e testar o conhecimento adquirido! Vamos lá?
praticar
Vamos Praticar
A seleção e o refinamento de malhas são etapas cruciais no processo de análise pelo Método dos
Elementos Finitos (MEF) com elementos 2D e 3D. A qualidade da malha e a precisão da solução
estão diretamente relacionadas, portanto um bom entendimento das técnicas de geração e
refinamento de malhas é essencial para obter resultados confiáveis.
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Material
Complementar
FILME
TRAILER
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LIVRO
Editora: Sagah
Capítulo: 4
Ano: 2019
ISBN: 978-85-9502-914-9
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Conclusão
Estudante, ao longo desta unidade, exploramos os fundamentos do Método dos Elementos Finitos (MEF) e
a grande importância deste na solução de problemas de Engenharia. Abordamos os conceitos básicos, a
história e as aplicações do MEF, bem como as diferenças e características dos elementos bidimensionais
e tridimensionais.
Com o conhecimento adquirido nesta unidade, espera-se que você esteja preparado para aplicar o MEF em
suas atividades profissionais de Engenharia, contribuindo para a análise precisa de estruturas e materiais.
Referências
ALVES FILHO, A. Elementos finitos: a base da
tecnologia CAE. 6. ed. São Paulo: Érica, 2013.
Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br. Acesso
em: 25 maio 2023.
A MATEMÁTICA transforma o futuro | CELSO COSTA | TEDxNiteroi. [S. l.: s. n.], 2020. 1 vídeo (16 min.).
Publicado pelo canal TEDxTalks. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=DoXcIiTPdo4&t=62s.
Acesso em: 25 maio 2023.
CHANDRUPATLA, T.; BELEGUNDU, A. Elementos finitos. 4. ed. São Paulo: Pearson, 2014. (Disponível na
Biblioteca Virtual Pearson).
HUGHES, T. The finite element method: linear static and dynamic finite element analysis. Englewood Cliffs:
Prentice Hall, 2000.
KIM, N.; SANKAR, B. Introdução à análise e ao projeto em elementos finitos. Rio de Janeiro: LTC, 2011.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br. Acesso em: 25 maio 2023.
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=BasEHGmcF8KH8uKmfN0T5g%3d%3d&l=VwYBEJff9Hh%2fqxUP3ubqqg%3d%3d&cd=S… 27/28
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LÜBECK, K. R. M. Um estudo do livro cálculo diferencial e integral de Richard Courant: reflexões para o
ensino de conteúdos de análise real. Revisem — Revista Sergipana de Matemática e Educação
Matemática, [s. l.], n. 2, p. 97-122, 2022. Disponível em:
https://seer.ufs.br/index.php/ReviSe/article/view/16530/13183. Acesso em: 25 maio 2023.
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=BasEHGmcF8KH8uKmfN0T5g%3d%3d&l=VwYBEJff9Hh%2fqxUP3ubqqg%3d%3d&cd=S… 28/28