Terapia Cognitivo
Comportamental e Hipnose
- Hipnoterapia Cognitiva
Prof. Dr. Eleonardo Rodrigues
Aula 05
Hipnoterapia 1
Tópicos
01. Princípios de Hipnoterapia.
02. Escala de sustibilidade hipnótica.
Objetivos
Compreender os principios da hipnoterapia.
Entender os estágio do transe.
Formação e Estilo Terapêutico
Ø Formação em Hipnose:
Capacitações de acordo com a filosofia pessoal do terapeuta.
Ø O modelo de hipnose usada nessa disciplina:
hipnose terapêutica clássica, hipnoterapia cognitiva.
Ø Arsenal de técnicas hipnóticas:
Usar de acordo com estilo pessoal do terapeuta e necessidade de adaptação ao cliente.
Processos para acessar o estado de transe hipnótico
Ø Entre as técnicas, para acessarmos o nosso interior iremos usar a hipnose.
Ø Em todas elas, é fundamental que a pessoa esteja relaxada física e psicologicamente.
Ø Existem várias maneiras para se induzir o indivíduo ao relaxamento.
Ø Entre elas iremos abordar e vivenciar a música, a palavra, toques em determinadas
áreas do corpo e ressonância psíquica ou campo eletromagnético entre paciente e
terapeuta, sobre tudo, quando em estados alterados/ampliados de consciência
(SILBERFARB, 2020; RODRIGUES, 2018).
A música
Ø A música tem ação principalmente, sobre o sistema nervoso central, sistema nervoso
autônomo, sistema de secreção interna, órgãos internos e suas funções, sensibilidade
emocional e disposição psíquica.
Ø As vibrações sonoras são convertidas no aparelho auditivo em impulsos nervosos que
são transmitidos ao cérebro, onde são interpretados como sons. Quando se escuta a
música, sobretudo a lenta, o corpo também escuta e tende a seguir o ritmo, ou seja,
relaxa.
Ø São sugeridas para estados de relaxamento: sons de piano, violino, sons da natureza,
músicas celtas de meditação (mindfulness) ou budistas rítmicas. Músicos: Corcioli,
Stephen Halpern (Ondas cerebrais), Deuter.
Processos Psicossensoriais
Ø Perceber se seu cliente tem um estilo predominantemente cenestésico,
visual ou auditivo.
Ø As sensações são provocadas por estímulos externo ou interno.
Ø A música como ouvimos é um estímulo externo, capaz de provocar sensações
relaxantes.
Ø Entre os estímulos internos capazes de provocar relaxamento tem-se a respiração lenta
e calma.
Ø Estímulos cenestésicos através do toque, de fragrâncias e paladar.
Ø As cognições (pensamentos e imagens) quando induzidos através de palavras ou sons,
ou pelo próprio ambiente (ACAMPORA; OLIVEIRA, 2018; BAUER, 2019).
A Palavra
Ø A palavra é um símbolo cultural que contém um código e este ao ser decodificado pelo
receptor produz os mais diversos efeitos.
Ø Por exemplo, quando o hipnotizador diz para o hipnotizando: vou contar de dez até o
número um, à medida que eu for me aproximando do número um, você vai entrando
num estado de relaxamento profundo e muito agradável.
Ø Essa mensagem é entendida pelo cérebro e enviada a todas partes do corpo que na
maioria das vezes, é atendida, principalmente, quando se prepara o ambiente para tal:
ausência de ruídos, acomodação confortável, e música adequada (RODRIGUES, 2018).
Setting Terapêutico
Ø Rapport (relação terapêutica);
Ø Ambiente adequado (Cadeira do papai, sofá, divã, iluminação, ar condicionado);
Ø Postura do paciente (confortável, nenhum objeto tensionado);
Ø Uso de manta;
Ø Explicação da técnica;
Ø Quebrando resistências para entrar em transe.
Suscetibilidade e sugestionabilidade hipnótica
Ø Suscetibilidade:
Capacidade do sujeito acreditar ou aceitar as sugestões, inibindo crítica ou juízo,
experenciando imagens mentais e respondendo ao processo terapêutico.
Ø Sugestionabilidade:
Capacidade do cliente em reduzir a sua crítica e avaliação das palavras ou frases
proferidas por outrem e acreditar no que ouve como um sistema de crença legítimo com
significativa carga emocional (SILBERFARB, 2020).
Ø Contextualizar:
Ao contextualizar o processo facilitamos o acesso ao universo de crenças do cliente e o
traduzimos em linguagem cognitiva (BECK; ALFORD, 2000).
Avaliação de hipnotizabilidade
Ø A hipnotizabilidade pode ser avaliada usando o perfil de indução hipnótica (HIP) de Spigel
(2010).
Ø Hipnotizabildade baixa, média e alta: O HIP fornece uma pontuação de indução linear de
0 (mais baixa) a 10 pontos (mais alta) que pode ser usada para análise estatística.
Ø A avaliação da hipnotizabilidade através do perfil de indução hipnótica é feita pela
avaliação clínica do grau de responsividade dos participantes a seis fenômenos
hipnóticos: 1) resposta ideomotora (levitação do braço sinalizada), 2) sentido subjetivo
da levitação do braço, 3) dissociação relativa do braço, 4) não-escolha relativa do
braço, 5) a reversão dos fenômenos sugeridos e 6) amnésia pós-hipnótica.
Escala e Suscetibilidade Hipnótica de Torres Norry
Fonte: Rodrigues, 2018.
ETAPAS PASSOS ADVERTÊNCIAS FENÔMENOS PRESENTES OU OBTENÍVEIS
HIPNOIDAL 1 – Fenômenos oculares Calor local
2 – Fenômenos corporais
3 – Catalepsia palpebral Desafio Intensificação do “rapport”
PRIMEIRA OU LEVE 4 – Catalepsia dos membros em geral Apagamento
5 – Relaxamento completo e perda dos Recomendação
movimentos voluntários Sono
6 – Movimentos automáticos
7 – Perturbação da sensibilidade superficial Signo-sinal Pode reconhecer seu estado
SEGUNDA OU MÉDIA 8 – (Anestesia extensiva) Surdez verbal aos ruídos
9 – Sugerência hipnótica simples Anestesia pós-hipnótica leve
10 – Amnésia profunda
11 – Conversar sem despertar Escrita automática
TERCEIRA OU PROFUNDA 12 – Abrir os olhos sem despertar Hiperminésia
13 – (Anestesia profunda) Anestesia pós-hipnótica profunda
14 – Amnésia profunda
15 – Representação alucinatória Inibição cortical difusa com ponto vígil;
16 – Fenômeno alucinatório Diminuem os reflex inconds.
QUARTA OU 17 – Sugerência pós-hipnótica complicada Possível desaparecimento dos reflexos
SONAMBÚLICA 18 – (Amnésia absoluta) condicionados recentes
Refletividade condicionada aumentada
Alucinações positivas e negativas
Analgesia pós-hipnótica profunda
Escala e Suscetibilidade Hipnótica WSGC:C
Carvalho, Cláudia; Mazzoni, Giuliana; Kirsch, Irving; Leal, Isabel Apresentação da versão portuguesa de uma
escala de avaliação da susceptibilidade hipnótica. Psicologia, Saúde e Doenças, vol. 7, núm. 1, 2006, pp. 3-11.
Referências
Ø ACAMPORA, Beatriz; OLIVEIRA, João. Manual de hipnose neurossensorial: uso, aplicações, técnicas
e protocolos. Rio de Janeiro: Wak, 2018.
Ø BAUER, Sofia (Org.). Manual de hipnoterapia avançado e técnicas psicossensoriais. Rio de
Janeiro: Wak, 2019.
Ø BECK, A. T.; ALFORD, B. A. O poder integrador da terapia cognitiva. Trad. Maria Cristina Monteiro.
Porto Alegre: Artmed, 2000.
Ø KEUROGHLIAN, A. S., BUTLER, L. D., NERI, E., & SPIEGEL, D. (2010). Hypnotizability, posttraumatic
stress, and depressive symptoms in metastatic breast cancer. The International journal of clinical
and experimental hypnosis, 58(1), 39–52.
Ø RODIGUES, E. Hipnoterapia Cognitivo-Comportamental. In: RODRIGUES, Eleonardo. P
(organizador). Psicologia e psicoterapia cognitivo-comportamentais: filosofia, intervenção e história.
Curitiba: CRV, 2018.
Ø SILBERFARB, Benomy. Hipnoterapia Cognitiva: a importância da hipnose em psicoterapia. Novo
Hamburgo: Sinopsys, 2020.