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Resumo Teste 2

O documento aborda o processo de aquisição da linguagem, destacando as fases de desenvolvimento da criança e os níveis de representação da escrita. Também explora a relação entre linguagem e cultura, enfatizando como a estrutura da linguagem influencia a percepção do mundo. Além disso, menciona a importância da interação social na aprendizagem da linguagem e os desafios enfrentados por crianças privadas dessa interação.

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Resumo Teste 2

O documento aborda o processo de aquisição da linguagem, destacando as fases de desenvolvimento da criança e os níveis de representação da escrita. Também explora a relação entre linguagem e cultura, enfatizando como a estrutura da linguagem influencia a percepção do mundo. Além disso, menciona a importância da interação social na aprendizagem da linguagem e os desafios enfrentados por crianças privadas dessa interação.

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Karmiloff Smith

Processo de representação mediante o qual a informação que se encontra implícita na


mente chega a converter-se em conhecimento explicito para a mente.

Fase de recorrência
Primeira fase
- A criança centra-se nos dados externos para criar adições;
- Não alteram as representações estáveis já existentes nem se opõem em relação a elas.

Segunda fase
- A dinâmica interna do sistema passa a controlar a situação de maneira que as
representações internas convertem no centro da mudança.

Níveis de representação

 Nível explícito: A informação contida neste nível não se encontra à disposição de


outros operadores do sistema cognitivo. A conduta é relativamente inflexível.
São descrições reduzidas que perdem numerosos detalhes de informação codificada
procedimentalmente. A diferença das representações percetivas, as descrições conceptuais
são produtivas.

 Nível explicito 2: As representações tornam-se acessíveis à consciência, mas ainda


não podem expressar-se verbalmente.

Emília Ferreiro
“Um dos maiores danos que se pode causar a uma criança é levá-la a perder a confiança na
sua própria capacidade de pensar”

Psicogénese da leitura e da escrita


- Espécie humana demorou milhões de anos a desenvolver a habilidade para andar apoiado
em dois pés;
- Demorou um milhão de anos no desenvolvimento do uso e compreensão da linguagem oral;
- O uso da linguagem visual ou escrita é uma aquisição recente, pois começou apenas há
5000 anos;
- Há mil anos era raro haver pessoas capazes de ler;
- Atualmente, ainda existem muitas culturas nas quais a linguagem escrita é desconhecida;
- Com a escolaridade obrigatória, aproximadamente há cem anos, passou a ser uma
competência habitual nas sociedades ocidentais.

Nível 1
- Garatuja

Nível 2
- Pré silábico
Escrever e desenhar têm o mesmo significado
Não relaciona a escrita com a fala
Não diferencia letras de algarismos
Reproduzir traços típicos da escrita de forma desordenada
Acredita que coisas grandes têm nome grande e coisas pequenas têm nome pequeno
Usa as letras do nome para escrever tudo
Não aceita que seja possível escrever e ler com menos de três letras
Leitura global, lê a palavra como um todo

Nível 3
- Hipótese silábica
Para cada fonema, usa uma letra para representá-lo
Pode, ou não, atribuir valor sonoro à letra
Pode usar muitas letras para escrever e ao fazer a leitura, apontar uma letra para cada
fonema
Ao escrever frases, pode usar uma letra para cada palavra
Conflitos sentidos pela criança:
A escrita está vinculada à pronúncia das partes da palavra?
Como ajustar a escrita à fala?
Qual a quantidade mínima de letras necessárias para se escrever?

Avanços:
Atribuir valor sonoro às letras.
Aceitar que não são precisas muitas letras para escrever, apenas o necessário para
representar a fala.

Nível 4
- Silábico-alfabético
Compreende que a escrita representa os sons da fala
Percebe a necessidade de mais de uma letra para a maioria das sílabas
Reconhece o som das letras
Pode dar ênfase à escrita do som só das vogais ou só das consoantes (ex: BOLA – ao – bl)

Conflitos sentidos pela criança:


Como fazer para a escrita dela ser lida por outras pessoas
Como separar as palavras na escrita se isto não acontece na fala?
Como adequar a escrita à quantidade mínima de caracteres?

Avanços:
Usar mais de uma letra para representar o fonema quando necessário.
Atribuir o valor sonoro das letras.

Nível 5
- Alfabético
Compreende a função social da escrita: comunicação
Conhece o valor sonoro de todas as letras
Apresenta estabilidade na escrita das palavras
Compreende que cada letra corresponde aos menores valores sonoros da sílaba
Procura adequar a escrita à fala
Faz leitura com ou sem imagem
Separa as palavras quando escreve frases

Conflitos sentidos pela criança:


Por que escrevemos de uma forma e falamos de outras?
Como distinguir letras, sílabas e frases?
Como aprender as convenções da língua escrita?

Avanços:
Preocupação com as questões ortográficas e textuais (pontuação e parágrafos).
Usar letra cursiva.
Sapir-Whorf

Whorf e Sapir afirmavam que a forma de pensar está condicionada com a estrutura da
linguagem que se fala.
Por exemplo: A perceção do tempo de uma pessoa depende do número de tempos verbais
que tenha a sua língua.

Existem cerca de sete mil


idiomas ouvidos em todo o Como se sabe, a linguagem
mundo – todos eles têm desempenha um papel
sons, vocabulários e significativo nas nossas
estruturas diferentes vidas

A realidade e a forma como


Mas uma questão alguém percebe o mundo é
integrante é – isso pode expressa em palavras
realmente afetar a forma faladas e são exatamente o
como pensamos? mesmo que a realidade

Ou seja,
A perceção é a expressão são entendidas como sinónimos, e assume-se que a fala é baseada
em pensamentos.
Essa ideia acredita que o que se diz depende de como o mundo é codificado e descodificado
na mente.

A linguagem de uma sociedade influencia a sua cultura?

A cultura é definida pelos valores, normas e crenças de uma sociedade.


A nossa cultura pode ser considerada uma “lente” através da qual vemos o mundo e
desenvolvemos um significado compartilhado do que ocorre ao nosso redor.
A linguagem que criamos e usamos é uma resposta às necessidades culturais e sociais que
surgiram.
- existe uma aparente relação entre a forma como falamos e como percebemos o mundo
Uma pergunta crucial que muitos intelectuais fizeram é “Como a linguagem da nossa
sociedade influencia sua cultura?”

A hipótese Sapir-Whorf de Edward Sapir e Benjamin Whorf, afirma que:


- Os nossos processos de pensamento determinam predominantemente como vemos o
mundo.

A linguagem restringe os nossos processos de pensamento:


... a nossa linguagem molda a nossa realidade
... a linguagem que usamos molda a maneira como pensamos e como vemos o mundo

O léxico, ou vocabulário, é o inventário sobre os quais uma cultura:


... fala e classifica para entender o mundo ao seu redor e lidar com ele de uma maneira
eficaz.

Os apetos mais influentes de cada cultura são igualmente refletidos no dicionário de sua
língua

Artigo 5 (grupo)

O artigo em análise tem o nome de “First Language Acquisition”, em português, “Aquisição


da Primeira Linguagem”, escrito por Brian Macwhinney e contém 22 (vinte e duas) páginas.
O artigo, como o nome indica, fala da aquisição da primeira linguagem e explica como esta é
desenvolvida a partir do momento em que nascemos. São referidos os desenvolvimentos
pelos quais a criança passa, desde a capacidade do bebé para captar e registar os sons das
palavras, até à capacidade que este desenvolve para manipular objetos, imitar, dar-lhes
significado, entre outros. Ficamos a saber, do artigo, que nascemos com uma capacidade de
armazenar e recordar sons da linguagem humana, extremamente importante para o
desenvolvimento da linguagem. No início, a criança divide-se muito com o significado das
palavras, ou as usa para se referir apenas a um objeto específico (usa palavra cão para se
referir apenas ao cão da família e não a outro), ou as usa na sobregeneralizando (chamar
“gatinho” a um tigre), com isto, a partir do momento em que a criança começa a aprender
mais palavras pode existir confusão não só nos seus significados, como também, no uso de
várias palavras para o mesmo objeto. Com o decorrer do desenvolvimento, as crianças vão
aprendendo a combinar palavras e a construir frases, começando a exprimir-se para os
outros e para o mundo.

O autor do artigo começa por explicar a ênfase que se dá à primeira palavra da criança,
salientando que esta é um marco importante no desenvolvimento da criança (“sinal claro da
sua entrada na sociedade humana”) e realmente é. Saber que a criança é capaz de
comunicar e de adquirir linguagem é de extrema importância, principalmente para se
expressar sobre o mundo que a rodeia.

Os linguistas têm a tendência a ver a aprendizagem de uma língua através de um núcleo


universal a partir do qual várias línguas escolhem várias configurações e parâmetros para
formar algo novo. Faz um certo sentido, se virmos este núcleo e parâmetros a partir da
perspetiva que todas as línguas têm sintaxe, semântica, entre outras características. Nesse
sentido, de facto, isso é algo em comum em todas as línguas e pode-se dizer ser a base, pois
sem isso a linguagem deixa de ter significado e, como consequência, deixa de ser entendida.
Em relação á perspetiva dos psicólogos, apresentada pelo autor também, de facto achamos
que observar e analisar a forma como uma criança aprende a linguagem acaba por ser uma
janela em relação ao funcionamento do seu cérebro. Compreender a forma como aprende
uma língua, ajuda-nos a perceber também o seu pensamento e a forma como o expressa,
dois conceitos que consideramos extremamente relevantes para a linguagem, já que é esta
que nos permite fazer isso mesmo.

O seguinte tema que o autor explica é o “processamento auditivo e a memória”, onde desde
cedo nós somos expostos a sons da linguagem e temos uma enorme capacidade de os
armazenar. A aprendizagem através da memória auditiva não é algo que se aplica apenas à
linguagem, é algo que usamos a vida toda. Aliás, essa é uma grande parte do nosso sistema
de ensino; ter um professor a falar, e os alunos a ouvir. É muito mais fácil relembrar sons,
das explicações de um professor, do que tentar lembrar as palavras escritas num livro.
Nesse sentido, e tendo em conta que para sabermos falar uma língua também temos de
saber pronunciar as palavras (afinal se as pronunciarmos mal, podem não nos perceber e
deixa de ser uma linguagem), a aprendizagem de uma língua até acaba por ter como sua
base a aprendizagem por audição.

Numa breve apreciação sobre a “semântica precoce”, onde o autor diz: “If the child calls a
tiger a “kitty,” this is clear evidence for over generalization. Of course, it is always possible
that the child really meant to say something like, “That animal over there reminds me a lot
of my kitty.” However, if the child intended this, they would be operating with a rather
strange set of ideas about how words are used.”. Não achamos que seja um conjunto de
ideias estranhas em relação a como as palavras são usadas. A criança viu duas coisas que
são - sinceramente - parecidas em muitas das suas características e fez uma associação.
Também existem vários gatos que acabam por ter tamanhos, cor de pêlo, tamanho de pêlo e
estruturas variadas, mas nas quais o uso da palavra “gatinho” estaria perfeitamente correto.
Não pensamos que seja uma “overgeneralization” enorme como o autor diz, mas sim
simplesmente a falta da

distinção entre dois conceitos que estão extremamente relacionados. Mas é claro que ter
referência auditiva e visual para uma palavra acaba por ajudar só por ter dois pontos de
referência. Mesmo que uma criança não se lembre do que a palavra hipopótamo significa,
pode lembrar-se da memória visual do pai ao segurar o peluche e assim associar os dois
conceitos e vice-versa.

“Humpty-Dumpty and Whorf”, outro tema que o autor refere neste artigo dizendo que as
crianças têm tendência a usar as palavras no seu sentido mais literal, ou seja, o que elas
disseram é exatamente o que quiseram dizer. Mas existem linguagens onde isso não é assim
tão simples de explicar. Por exemplo, em Navajo “ahééníshtiih” significa “ter na mão
qualquer objeto longo e fino enquanto se anda num círculo”, portanto, dificilmente uma
criança é capaz de utilizar esta palavra para exprimir apenas uma ideia (já que o objeto
neste exemplo varia de acordo com o contexto). A criança dificilmente se aperceberá da
complexidade e variedade de situações em que a palavra pode ser usada. Apesar deste
facto, as crianças com linguagem com palavras complexas como esta, são capazes de
exprimir ideias básicas tão bem como qualquer outra criança que aprendeu uma linguagem
que não tenha tais palavras. O artigo acaba por dizer que a causa deste facto é
desconhecido. Contudo, por outro lado, a nosso ver, essa complexidade não é compreendida
pela criança. Simplesmente utilizaria a palavra nos contextos em que tem a certeza que
podem ser usados e talvez mais tarde se aperceba do denominador comum nesses contextos
e se aperceba do seu significado. Por outras palavras, a complexidade de tais palavras acaba
por não importar, já que a criança não se apercebe totalmente da sua complexidade. Utilizar
palavras destas mais complexas, na mente da criança não é diferente de utilizar palavras
mais simples que exprimem apenas uma ideia.

Quando o autor se refere às “primeiras combinações de palavras”, realmente essas


primeiras combinações parecem ser muito superficiais, mas, à medida em que vamos
enriquecendo o nosso vocabulário, torna-se mais fácil expressarmos o que sentimos e o que
queremos dizer, pois existe essa necessidade. O tema “Missing Glue” do artigo, onde as
frases da criança são incompletas e não gramaticais, também está bastante relacionado com
esta necessidade de a criança ser compreendida, se ela sente que essa necessidade já é
satisfeita, não irá fazer nenhum esforço para encontra a “missing glue” que vai servir para
atribuir significado frásico ao que ela diz.

Concluindo, algo que o artigo refere, mas um bocado superficialmente, é a importância da


componente social na aquisição da linguagem. Aprendemos por imitação sim, mas existe
uma grande absorção de informação do que nos rodeia, tanto em livros, como em televisões
e de pessoas que estão ao nosso redor. O artigo também não explica a dificuldade da
aquisição da linguagem em pessoas que, apesar de não terem nenhuma doença mental,
foram privadas da interação social durante muito tempo, assim, poderíamos entender como
funciona a aquisição da linguagem nessas pessoas e a dificuldade que existe de atribuir
significado e todas as características intrínsecas de uma linguagem às frases. Contudo,
apesar de o artigo estar bem estruturado e ser bastante claro, como pretendido, era
importante dar mais ênfase à importância da interação social como fator necessário para o
desenvolvimento da linguagem.

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