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Relatório Lara

O relatório apresenta as atividades práticas do estágio em Parasitologia Médica da Universidade de Brasília, detalhando procedimentos e metodologias aplicadas. As práticas incluem pipetagem, preparo de soluções, diluição seriada e avaliação da precisão de pipetas, com foco na importância da técnica e cuidados necessários. Os resultados destacam a relevância do treinamento e calibração para garantir a confiabilidade nas análises laboratoriais.

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Relatório Lara

O relatório apresenta as atividades práticas do estágio em Parasitologia Médica da Universidade de Brasília, detalhando procedimentos e metodologias aplicadas. As práticas incluem pipetagem, preparo de soluções, diluição seriada e avaliação da precisão de pipetas, com foco na importância da técnica e cuidados necessários. Os resultados destacam a relevância do treinamento e calibração para garantir a confiabilidade nas análises laboratoriais.

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‭Universidade de Brasília‬

‭Faculdade de Medicina‬
‭Estágio em Parasitologia Médica ‬

‭Lara Caroline Oliveira da Silva - 202041204‬

‭RELATÓRIO DAS ATIVIDADES PRÁTICAS‬


‭2°/2024 ‬

‭Brasília - DF‬
‭2025‬
‭Universidade de Brasília‬
‭Faculdade de Medicina‬
‭Estágio em Parasitologia Médica ‬

‭Lara Caroline Oliveira da Silva - 202041204‬

‭RELATÓRIO DAS ATIVIDADES PRÁTICAS‬


‭2°/2024 ‬

‭Relatório‬ ‭apresentado‬ ‭à‬ ‭disciplina‬ ‭de‬‭Estágio‬‭em‬


‭Parasitologia‬ ‭Médica‬ ‭da‬ ‭Faculdade‬ ‭de‬ ‭Medicina,‬
‭como‬‭parte‬‭da‬‭avaliação‬‭das‬‭atividades‬‭práticas.‬‭O‬
‭presente‬ ‭documento‬ ‭detalha‬ ‭os‬ ‭procedimentos‬
‭executados,‬ ‭os‬ ‭princípios‬ ‭metodológicos‬
‭aplicados‬‭e‬‭as‬‭experiências‬‭adquiridas‬‭ao‬‭longo‬‭da‬
‭disciplina.‬
‭Docentes‬‭:‬‭Dra.‬‭Juliana‬‭Lott,‬‭Dra.‬‭Mariana‬‭Hecht,‬
‭Dra. Nadjar Nitz e Dr. Rodrigo Gurgel‬

‭Brasília - DF‬
‭2025‬
‭Sumário‬

‭ ipetagem‬‭e‬‭Preparo‬‭de‬‭soluções‬‭................................................................................................‬‭4‬
P
‭Lavagem‬‭e‬‭esterilização‬‭............................................................................................................‬‭1‬‭1‬
‭Visita‬‭ao‬‭insetário‬‭e‬‭captura‬‭de‬‭mosquitos‬‭................................................................................‬‭19‬
‭Processamento‬‭de‬‭amostras‬‭para‬‭investigação‬‭de‬‭parasitos‬‭com‬‭Observação‬‭de‬‭lâminas‬‭........‬‭27‬
‭Cultura‬‭de‬‭células‬‭......................................................................................................................‬‭3‬‭7‬
‭Coleta‬‭e‬‭armazenamento‬‭de‬‭sangue‬‭..........................................................................................‬‭38‬
‭Extração‬‭de‬‭DNA‬‭e‬ ‭Quantificação‬‭de‬‭DNA‬‭............................................................................‬‭4‬‭1‬
‭PCR‬‭beta-actina‬‭e‬‭Eletroforese‬‭.................................................................................................‬‭46‬
‭PCR‬‭quantitativa‬‭......................................................................................................................‬‭50‬
‭Introdução‬‭à‬‭Bioinformática‬‭-‬‭Bancos‬‭de‬‭dados‬‭e‬‭Blast‬‭...........................................................‬‭54‬
Pipetagem e Preparo de soluções
Aula ocorrida no dia 25 de outubro de 2024
Referencial teórico
A pipetagem é uma técnica fundamental em laboratórios e amplamente usada, seu
intuito é medir e transferir pequenos volumes de líquidos com precisão e exatidão. Existe uma
variedade de tipos de pipetas disponíveis, desde modelos simples, como as pipetas Pasteur, até
instrumentos mais sofisticados, como micropipetas e pipetas eletrônicas (BENTIVEGNA,
2021).
As pipetas podem ser classificadas de acordo com seu design e finalidade. Por exemplo,
pipetas volumétricas são reconhecidas como o padrão ouro de precisão, sendo ideais para
aplicações críticas, como titulações (WIDIANTO, 2024). Já no caso das pipetas graduadas e
sorológicas, elas vão oferecer uma maior flexibilidade para medidas variadas, mas com menor
precisão. Micropipetas são muito utilizadas para volumes em microlitros, sendo as pipetas
eletrônicas e multicanal as mais eficientes para repetição (BENTIVEGNA, 2021; WIDIANTO,
2024).
A precisão da pipetagem depende de uma combinação de fatores, incluindo a escolha
da pipeta, da ponteira e da técnica do operador. É importante entender que a pipetagem envolve
um sistema integrado, onde cada elemento influencia o resultado, uma técnica inadequada,
como a imersão excessiva ou insuficiente da ponteira, pode resultar em erros de aspiração ou
dispensação (METTLER TOLEDO, 2025). E existe até adaptações de técnicas, como no caso
de líquidos viscosos ou voláteis, em que a pipetagem reversar é recomendada, pois permite
compensar o líquido retido na ponteira (BENTIVEGNA, 2021).
Manter a pipeta em bom estado é essencial para garantir a reprodutibilidade dos dados,
e para isso são essenciais alguns cuidados como: calibração regular, limpeza adequada e o
armazenamento correto da pipeta em posição vertical e graduada na sua maior capacidade
(SHERIDAN, 2025). Todas essas precauções vão prolongar a vida útil desses equipamentos
tão importantes e ajudam na produção de resultados fidedignos.

A1 B1
Imagem A1: Imagens compartilhadas pelos alunos. Imagem B1: Livro Práticas de Laboratório de Bioquímica e
Biofísica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019

4
Outro mecanismo importante muito utilizado em laboratórios é o preparo de soluções
pois é uma etapa essencial em diversos processos laboratoriais, sendo determinante para o
sucesso dos experimentos. Essas soluções podem ser definidas como misturas homogêneas de
duas ou mais substâncias, sempre na presença de um soluto e solvete. O soluto é a substância
presente em menor quantidade, enquanto o solvente está em maior quantidade, formando um
sistema unifásico (CHANG, 2010; FREIRE et al., 2000).
As soluções podem ser classificadas como gasosas, sólidas ou líquidas, sendo estas
últimas as mais utilizadas em laboratórios devido à sua relevância em análises químicas e
bioquímicas. Soluções aquosas, nas quais o solvente é água, podem conter solutos classificados
como eletrólitos ou não eletrólitos. Eletrólitos conduzem eletricidade quando dissolvidos em
água, enquanto os não eletrólitos não possuem essa capacidade (CHANG; GOLDSBY, 2013).
Entre as soluções aquosas, destaca-se a solução tampão, que desempenha um papel
crucial na manutenção do pH em sistemas químicos e biológicos, e será o objeto da nossa
prática. Estas soluções resistem a grandes variações de pH mesmo após a adição de pequenas
quantidades de íons ácidos ou básicos (COMPRI-NARDY et al., 2019).
Relacionando a pipetagem com o preparo de soluções, entende-se que o preparo exige
atenção e precisão para garantir resultados confiáveis, reprodutíveis e seguros. Posrtanto, além
da pesagem de reagentes em balança analítica, o uso de pipetas automáticas ou mecânicas é
recomendado para manipular volumes líquidos com precisão devida (METTLER TOLEDO,
2025).
Ao relacionamos com a prática a seguir, é importante destacar a necessidade de diluir
ácidos, adicionando o ácido à água, nunca o contrário, para evitar reações violentas. Outros
cuidados importantes durante a preparação é que a pipetar se observe o volume correto
visualizando o menisco. Além disso, o uso de equipamentos de segurança, como luvas e óculos
de proteção, é essencial, especialmente ao manipular substâncias tóxicas ou voláteis (FREIRE
et al., 2000).
Exemplo de verificação do menisco:

C1 D1
C1: Imagens compartilhadas pelos alunos visualização de menisco. D1: Imagem aula teórica a juste de menisco

5
Prática
Na aula prática realizada no dia 25 de outubro de 2024, nós fizemos a aplicação das
técnicas de pipetagem no preparo da solução tampão TAE 10X, seguindo os protocolos
laboratoriais já existentes. O TAE (Tris-Acetato-EDTA) é um tampão comumente empregado
em biologia molecular, especialmente na eletroforese de DNA e RNA em géis de agarose, sua
principal função é estabilizar o pH ao longo do procedimento, assegurando a migração
adequada das moléculas pelo gel (NAUM, 2011). Além do preparo também tivemos a prática
de diluição seriada e a avaliação da precisão de pipetagem.
Observações importantes da pipetagem com pipetas automáticas:
− Selecionar uma pipeta e ponteira adequados
− Garantir que a pipeta esteja calibrada
− Certificar-se de que as pipetas estão limpas e secas antes do uso.
− Ajustar o volume a ser pipetado
− Pressionar o êmbolo da pipeta até a primeira trava e aspirar a amostra dentro da
ponteira
− Pressionando o botão, ele funcionará como um êmbolo. Pressione até o primeiro
estágio para sugar o líquido e até o segundo para dispensá-lo
− Para soluções viscosas, utilizar a técnica de pipetagem reversa.
− Manter a pipeta na vertical tanto ao aspirar quanto ao dispensar o líquido.
− Garantir que o fluxo do líquido seja contínuo durante a pipetagem.
− Adequar a profundidade de imersão para a coleta do líquido, evitando excesso ou
escassez de amostra.
− Levar a pipeta até o tubo de ensaio e apertar o êmbolo até o final para descartar o
líquido
− Descartar o líquido na extremidade da ponta contra a parede do recipiente para
minimizar o remanescente.
− Dispensar a ponteira utilizada em um recipiente
− Não submeter as pipetas a altas temperaturas (isco de descalibrar)
− Manter a pipeta na vertical para preservar o material.
(Conteúdo de aula e COMPRI-NARDY; STELLA; OLIVEIRA, 2019, p. 9)
Materiais
• Pipetas automáticas de diferentes volumes
• Ponteiras descartáveis
• Balança de precisão
• Recipientes para pesagem (béquer)
• Solução com azul de metileno
• TRIS-base
• EDTA
• Ácido acético glacial
• Água Milli-Ro
• Béquer
• Proveta
• Agitador magnético e barra magnética
• Tubos tipo Eppendorf
6
Diluição
No primeiro momento da prática fizemos diluição seriada, utilizando os tubos
Eppendorf na proporção de 1:100.000.

E1 F1 G1

H1 I1
E1: Solução no início com azul de metileno. F1: Momento da diluição. G1: Meio da diluição. H1: Diluições
I1: Resultado. Fonte: Imagens compartilhadas entre os alunos de estágio.
O preparo da solução tampão
Para a preparação da solução tampão TAE 10X (Tris-acetato 90 mM, pH 8.0, EDTA 25 mM),
foram utilizados os seguintes reagentes e quantidades:
• TRIS-base: 48,4 g → base tampão
• EDTA 0,5M, pH 8,0: 20 mL → quelante
• Ácido acético glacial: 11,4 mL → para ajuste de pH
• Água Milli-Q: QSP 1L → Água ultrapura
O preparo da solução tampão TAE 10X envolveu primeiro pesar o Tris-base, o que
resultou em um peso de 48,459, em seguida, foi adicionado os 20 mL de EDTA 0,5M (pH 8,0),
em seguida dissolvemos em cerca de 800 mL de água Milli-Q, e ajustamos o pH para 8,0 com
11,4 mL de ácido acético glacial. A solução foi novamente misturada com a ajuda de um
agitador magnético até obter uma mistura homogênea. E a solução tampão TAE 10X ficou
pronta, identificamos ela devidamente para uso nos próximos experimentos laboratoriais.
7
J1 K1 L1

M1 N1 O1
J1: Tris-base. K1: EDTA. L1: Ácido acético glacial M1: Mistura no Bequer N1: Mistura no agitador magnético
O1: Resultado. Fonte: Imagens compartilhadas entre os alunos de estágio.
Avaliação da precisão das pipetas
Nesse momento fizemos a avaliação da precisão das pipetas, comparando os valores de volume
pipetado com os valores medidos em uma balança de precisão. O procedimento seguiu os
seguintes passos:
1. Definição de um volume específico para pipetagem.
2. Pipetagem do líquido no recipiente de pesagem.
3. Pesagem do volume pipetado em uma balança de precisão.
4. Repetição do processo com duas pipetas diferentes para comparação dos resultados.

8
P1 Q1
P1: Primeira pipetagem. Q1: Segunda pipetagem. Fonte: Imagens compartilhadas entre os alunos de estágio.

Resultados e Discussão
Diluição seriada
A diluição seriada foi bem-sucedida, evidenciada pela mudança gradual na coloração da
solução de azul de metileno. Porém podemos ver pela imagem D que os volumes não ficaram
corretos, acho que principalmente pela inexperiência com o equipamento. Este experimento
proporcionou uma visualização clara do efeito da diluição e reforçou a importância do
treinamento na pipetagem.
Preparo da solução tampão TAE 10X
O preparo da solução tampão foi realizado com sucesso, seguindo rigorosamente o
protocolo estabelecido. Todos os reagentes foram devidamente dissolvidos, resultando em uma
solução homogênea e estável e que futuramente será usado em outras práticas.
Avaliação da precisão de pipetagem
A análise da precisão revelou discrepâncias entre os valores esperados e os valores medidos,
atribuídas a dois fatores principais:
• Diferenças entre os equipamentos (necessidade de calibração).
• Variabilidade na técnica de pipetagem entre os integrantes do grupo, causada pela falta
de prática e diferenças individuais na execução do procedimento.
Esses resultados reforçam a necessidade de treinamento constante, bem como da manutenção e
calibração periódica das pipetas para garantir a confiabilidade das análises laboratoriais.

Conclusão
Essa aula nos permitiu entender como a pipetagem é uma técnica importante em
laboratório e fundamental para o preparo adequado e padronizado de soluções. Bem como

9
compreender a importância da aplicação adequada das técnicas, pois mesmo com o uso de um
equipamento de precisão a ação humana ainda tem importância significativa nos resultados. A
experiência foi muito interessante como um primeiro contato as técnicas laboratoriais.

Referências
BENTIVEGNA, Tom. Tudo o que você precisa saber sobre os diferentes tipos de pipetas. Integra
Biosciences, 16 abr. 2021. Blogue. Disponível em: https://www.integra -
biosciences.com/global/en/blog/article/different-types-pipettes. Acesso em: fev. 2025.

CHANG, Raymond. Química geral. 4. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2010. E-book. ISBN 9788563308177.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788563308177/. Acesso em: fev. 2025.

CHANG, Raymond; GOLDSBY, Kenneth A. Química. 11. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. E-book. ISBN
9788580552560. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788580552560/.
Acesso em: fev. 2025.

COMPRI-NARDY, Mariane B.; STELLA, Mércia B.; OLIVEIRA, Carolina de. Práticas de Laboratório de
Bioquímica e Biofísica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. E-book. p.9. ISBN 978-85-277-1963-6.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/978 -85-277-1963-6/. Acesso em: fev.
2025.

FREIRE, Rosa Maria Mendes; NÓBREGA, Márcia Barreto de Medeiros; SANTOS, Roseane Cavalcanti dos;
CARVALHO, Julita Maria Frota Chagas. Preparo de soluções. Circular Técnica – Embrapa Algodão, n. 42,
Campina Grande, PB, dez. 2000. Disponível em:
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/271786/1/CIRTEC42.pdf. Acesso em: fev. 2025.

METTLER TOLEDO. Guide to good pipetting: get better results, pipetting handbook. Disponível em:
https://www.mt.com/dam/non-indexed/po/pip/pipetting-
handbook/Rainin_Pipetting_Handbook_17701066_EN.pdf. Acesso em: fev. 2025.

NAOUM, Paulo C. Eletroforeses - Hemoglobinopatias, Proteínas Séricas, Lipoproteínas, Dna . Rio de


Janeiro: Santos, 2011. E-book. p.284. ISBN 978-85-412-0040-0. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/978 -85-412-0040-0/. Acesso em: fev. 2025.

SHERIDAN, Dan. Melhorando a reprodutibilidade dos dados: alcançando uma pipetagem mais confiável.
Informativo Técnico. Francis Crick Institute, Londres. Disponível em: https://www.mt.com/dam/non -
indexed/po/pip/white_papers/improving-data -
reproducibility/30841622A_Improving_Data_Reproducibility_White_Paper_PT -BR_web.pdf. Acesso em: fev.
2025.

WIDIANTO, Erwin. Quais são os diferentes tipos de pipetas? Lab Tool Talk, 22 out. 2024. Disponível em:
https://www.labtooltalk.com/2024/10/what-are-different-types-of-pipettes.html. Acesso em: fev. 2025.

10
Lavagem e esterilização
Aula ocorrida no dia 01 de novembro de 2024

Referencial teórico
A lavagem e esterilização de materiais em laboratórios representam procedimentos
indispensáveis para garantir a segurança dos profissionais e a integridade dos resultados das
análises realizadas. Esses processos desempenham papel crucial na prevenção da contaminação
cruzada e na manutenção da qualidade dos produtos, conforme destacado por Garógalo e
Carvalho (2019), que afirmam que a limpeza e manutenção têm como objetivo "evitar a
contaminação cruzada, o acúmulo de poeiras e sujeiras ou qualquer outro efeito adverso que
possa afetar a qualidade dos produtos" (p. 36). Além disso, a seleção criteriosa dos agentes de
limpeza e o registro sistemático dessas atividades são etapas fundamentais nesse contexto.
A limpeza, a desinfecção e a esterilização configuram as três etapas básicas da
descontaminação em laboratórios. A limpeza consiste na remoção de partículas visíveis e
matéria orgânica, enquanto a desinfecção elimina a maioria dos microrganismos patogênicos,
excetuando os esporos bacterianos, por meio de métodos químicos ou físicos. Já a esterilização
promove a eliminação completa de todas as formas de vida microbiana, incluindo esporos, o
que é essencial para materiais destinados a ambientes estéreis (OPAS, 2021). Essas etapas,
conforme regulamentado pela Resolução RDC nº 786/2023, são obrigatórias e devem ser
descritas em protocolos escritos aplicados em laboratórios clínicos.
O processo de lavagem dos materiais antecede a esterilização e inclui várias etapas bem
definidas: o pré-tratamento, onde os materiais são imersos em soluções de detergentes
enzimáticos para facilitar a remoção de resíduos; a lavagem com detergente, realizada
manualmente ou por lavadoras automáticas; o enxágue inicial com água corrente para remover
os resíduos visíveis de detergente; o enxágue com água destilada, que evita a deposição de sais
minerais; e, finalmente, a secagem em estufa, que assegura a ausência de contaminação
secundária (GARÓGALO; CARVALHO, 2015). Esses procedimentos garantem que o material
esteja adequadamente preparado para os processos subsequentes.
A desinfecção pode ser conduzida utilizando agentes químicos classificados por níveis
de eficácia. Os desinfetantes de alto nível incluem aldeídos, peróxido de hidrogênio e
compostos de cloro; os de nível intermediário abrangem álcoois, compostos fenólicos e iodo; e
os de baixo nível incluem compostos de amônio quaternário. Métodos físicos também são
amplamente empregados, como a exposição ao calor úmido ou seco. A autoclavagem, por
exemplo, é considerada o padrão-ouro para a esterilização, utilizando calor úmido sob pressão

11
para destruir todas as formas microbianas, incluindo esporos. O procedimento é realizado em
temperaturas de 121°C por 20 a 30 minutos ou a 134°C por 10 minutos, garantindo eficácia na
inativação de agentes biológicos (OPAS, 2021). Alternativamente, o calor seco, aplicado em
estufas a 170°C por 90 minutos, é indicado para materiais sensíveis à umidade, como metais
(HOSPITAL DAS CLÍNICAS, 2015). Outros métodos incluem radiação UVC para desinfecção
de superfícies e filtragem por membranas de 0,2 µm para líquid os sensíveis ao calor ou filtros
HEPA para o ar.
No âmbito das boas práticas laboratoriais, destacam-se os Equipamentos de Proteção
Coletiva (EPC), como as autoclaves, que promovem a contenção de agentes contaminantes, e
os Equipamentos de Proteção Individual (EPI), indispensáveis para a segurança dos
profissionais. Conforme enfatizado por Sangioni et al. (2013), a capacitação contínua em
biossegurança é imprescindível, já que "o maior esforço deve estar direcionado aos aspectos de
educação em biossegurança, que devem estar presentes no cotidiano das instituições de ensino".
Essa abordagem é fundamental para minimizar riscos associados ao fator humano, principal
causador de acidentes em laboratórios.
Em conclusão, a lavagem e esterilização são processos interdependentes que asseguram
a qualidade das atividades laboratoriais e a segurança biológica. A adesão rigorosa às normas
regulamentadoras, como a RDC nº 786/2023, aliada ao treinamento constante em
biossegurança, é essencial para garantir a excelência e a confiabilidade nas operações
laboratoriais.

Prática
Na aula prática do dia 01 de novembro de 2024, realizamos diversas etapas do processo
de lavagem e esterilização do laboratório.
Nos dividimos em pequenos grupos para rodarmos nas estações e meu grupo iniciou
com o processo de preparação de ponteiras para esterilização, seguindo as orientações
estabelecidas. Primeiramente, utilizando luvas para garantir a assepsia, preenchemos duas
caixas, uma contendo ponteiras p200 e outra com ponteiras p1000. Após o preenchimento
completo, fechamos as caixas e as vedamos totalmente com fita crepe. Em seguida, embalamos
ambas as caixas utilizando papel pardo e fita crepe, assegurando que ficassem protegidas para
o processo de esterilização. Para identificação adequada, utilizamos um marcador para nomear
cada embalagem, especificando o tipo de ponteira contida (p200 ou p1000), a data do dia e o
nome do responsável pela preparação. Por fim, finalizamos a atividade colando um pedaço de
fita de autoclave sobre cada embalagem, essa fita contém marcadores químicos térmicos que
mudam de cor quando expostos a altas temperaturas e vapor sob pressão, que são condições
12
típicas da autoclavagem e dessa forma ficam comprovado que o produto passou pelo processo,
trata-se, portanto, de um controle de qualidade (HIRATA, FILHO, HIRATA, 2024).

A2 B2 C2 A2:
Ponteiras B2: Ponteiras posicionadas na caixa e vedadas C: Caixa de ponteira embaladas com a fita de autoclave
(círculo vermelho) Fonte: Imagens compartilhadas entre os alunos de estágio.
Após essa etapa, fomos para a sala de esterelização, onde realizamos a lavagem e
preparação de pipetas de vidro e frascos Erlenmeyer. Com as simpáticas orientações do técnico
do laboratório, iniciamos o processo aplicando uma gota de detergente sobre as pipetas e
utilizando uma escova com detergente para limpar os Erlenmeyers, garantindo a remoção
eventuais resíduos. Em seguida, enxaguamos cada vidraria com água corrente da torneira por
oito vezes, assegurando a eliminação completa do detergente. Depois, passamos água destilada
em cada vidraria quatro vezes, garantindo um enxágue mais puro e livre de resíduos. Após o
processo de lavagem, colocamos os materiais para escorrer um pouco e posteriormente irem
para a estufa para secagem total. Enquanto aguardávamos, utilizamos outras pipetas, já secas,
para preparar tampões, para isso utilizamos algodão.

D2 E2

13
F2 G2 H2
D2: local para lavagem com os produtos (cloro e detergente) para remoção do material inicial. E2: Recipiente de
água destilada para o enxague final. F2: Interior da Estufa com algumas pipetas e Erlenmeyers. G2: Colocação
de algodão para tampão da pipeta . H2: Pipeteira cheia de pipetas com tampão pronto. Fonte: Imagens
compartilhadas entre os alunos de estágio.
As autoclaves são equipamentos que esterilizam materiais por calor úmido sob pressão,
eliminando microrganismos, esporos e vírus. Seu funcionamento envolve uma câmara de
esterilização, um gerador de vapor, um sistema de vácuo para remover o ar e controles de
temperatura e pressão (HIRATA, FILHO, HIRATA, 2024). No caso da autoclave vertical
manual, o processo inicia com a adição de água destilada na câmara para cobrir as resistências,
em seguida vem a organização nos cestos perfuradas. Após o fechamento hermético da tampa,
onde se deve ir apertando aos poucos e simetricamente cada parafuso até estar bem lacrada, a
resistência aquece a água, gerando vapor que pressuriza a câmara, atingindo a temperatura de
trabalho de 121°C a 134°C e 15 a 30 psi. A esterilização ocorre por 15 a 30 minutos, após se
atingir a temperatura de trabalho, e, ao final, o vapor é liberado lentamente pela válvula para
resfriamento seguro (HIRATA, FILHO, HIRATA, 2024).

I2 J2 K2
I2: Autoclave vertical, ela possui válvulas de segurança e uma torneira de descarga . J2: Cestos para a colocação
de materiais. K2: manômetro e a válvula com contrapeso. Fonte: Imagens compartilhadas entre os alunos de
estágio.
Depois da lavagem fomos ao preparo e ajuste de pH de uma solução tampão PBS (Phosphate-
Buffered Saline), que é uma solução tampão usada em bioquímica para manter o pH estável. É

14
composta por sais como cloreto de sódio e fosfato de sódio, podendo incluir cloreto e fosfato
de potássio. Além de estabilizar o pH, sua concentração salina é semelhante à do corpo humano,
tornando-a uma solução isotônica.
Iniciamos com o cálculo de massa necessária de pó para preparar 200 mL de PBS,
conforme as informações fornecidas pelo fabricante. Após o cálculo, pesamos a quantidade
correspondente e iniciamos a diluição dos sais em menos de 100 mL de água destilada dentro
de um béquer, garantindo a dissolução completa dos componentes. Em seguida, realizamos o
ajuste de pH da solução utilizando soluções de HCl 0,1 M, adicionando-a gradualmente
enquanto monitorávamos o pH com o pHâmetro. O objetivo foi atingir um pH de 7,2 ± 0,05,
garantindo a estabilidade da solução tampão. Após atingir o pH adequado, completamos o
volume da solução para 200 mL com água destilada, utilizando uma proveta para garantir a
precisão da medição. Posteriormente, transferimos a solução para uma garrafa de vidro,
posicionando a tampa sem fechá-la completamente para permitir a liberação de pressão durante
a autoclavagem. Finalizamos a atividade identificando a solução com uma fita colada à garrafa,
onde anotamos o tipo de solução, pH, data e grupo responsável. Para concluir, aplicamos uma
fita de autoclave sobre a tampa.

L2 M2 N2 O2

P2 Q2 R2 S2
L2: Pesagem do pó PBS, usamos 3,724g. M2: Mistura no agitador. N2: Uso do pHâmetro para o ajusto do pH.
O2: HCL usado para o ajuste de pH. P2: foram necessários 8 jatos feitos com a pipeta pauster. Q2: pH ajustado
para 7,22. R2: ultilização da proveta para ajuste do volume. S2: Soluções prontas para autoclavagem, com a fita
de controle e tampas frouxas para a saída de vapor. Fonte: Imagens compartilhadas entre os alunos de estágio.

15
Por fim, tivemos a oportunidade de preparar culturas em placas de petri, recebemos
placas que já haviam sido previamente preparadas com meio LB ágar. O ágar, é um
polissacarídeo derivado de algas marinhas, e solidifica o meio de cultura, permitindo o
crescimento das bactérias. Ele é usado porque não é degradado pela maioria dos
microrganismos e se mantém sólido, sendo ideal para cultivo (FUNKE et al.,2024). Recebemos
swabs para coletar material do local de nossa escolha, e o preparo deveria ocorrer dentro de
uma Cabine de Segurança Biológica (CSB), que é um equipamento que protege o operador, o
ambiente e as amostras de agentes biológicos de risco. Ela possui uma área de trabalho fechada,
ventilação com filtros HEPA e um sistema de fluxo laminar para garantir que o ar circule de
maneira controlada. Os swabs deveriam ser previamente embebidos em PBS, deveríamos
passar algumas vezes no local de coleta e depois esfregar suavemente na superfície da placa.
Após esse processo todas as placas foram lacradas. E depois de uma semana de incubação,
recebemos fotos das placas para analisar o crescimento de colônias bacterianas.

T2 U2

V2 W2
T2: Preparo de uma das placas na cabine U2: Placa de cultura da saída de água do filtro do laboratório (minha
escolha ) V2: Placa de cultura da sola de sapato W2: Placa de cultura do couro cabeludo. Fonte: Imagens
compartilhadas entre os alunos de estágio.

16
Resultados e Discussão
A aula prática demonstrou a importância dos procedimentos de lavagem e esterilização
para a segurança laboratorial. O preparo das ponteiras para esterilização evidenciou a
necessidade de organização e controle de qualidade, com destaque para a fita de autoclave como
indicador visual do processo.
A lavagem de pipetas e frascos Erlenmeyer seguiu protocolos rigorosos, garantindo a
remoção eficaz de resíduos. A esterilização na autoclave reforçou a importância do controle de
temperatura e pressão para a eliminação de microrganismos.
Na preparação da solução tampão PBS, o ajuste correto do pH demonstrou a necessidade
de precisão na medição e adição de reagentes. Por fim, a cultura bacteriana em placas de Petri
permitiu a observação da contaminação ambiental, reforçando a importância das medidas de
biossegurança.

Conclusão
A aula prática proporcionou um aprendizado significativo sobre os processos de
lavagem e esterilização, fundamentais para a segurança e a qualidade dos experimentos
laboratoriais. A execução correta de cada etapa, desde a lavagem até a autoclavagem,
demonstrou a necessidade de seguir protocolos rigorosos para evitar contaminações e garantir
a confiabilidade dos materiais utilizados.
Além disso, a atividade reforçou a importância dos EPIs e EPCs na proteção dos
profissionais, bem como a relevância da capacitação contínua em biossegurança. O
experimento com as culturas bacterianas demonstrou, na prática, a presença de microrganismos
no ambiente e a necessidade de medidas adequadas de assepsia. Dessa forma, a experiência
firmou os conhecimentos teóricos abordados e evidenciou a importância da adoção de boas
práticas laboratoriais.

Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 302, de 13 de outubro
de 2005. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2005/rdc0302_13_10_2005.html.
Acesso em: fev. 2025.

GARÓGALO, Denise de A.; CARVALHO, Cristianne Hecht Mendes de. Operações básicas de laboratório de
manipulação boas práticas. 1ª ed. Rio de Janeiro: Érica, 2019. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788536531069/. Acesso em: fev. 2025.

HIRATA, Mario H.; FILHO, Jorge M.; HIRATA, Rosario Dominguez C.; et al. Manual de biossegurança. 4.
ed. Barueri: Manole, 2024. E-book. p.46. ISBN 9788520450543. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788520450543/. Acesso em: fev. 2025.

17
HOSPITAL DAS CLÍNICAS – FMUSP. Guia de boas práticas laboratoriais. Gerência Técnica – LIM. São
Paulo, 2015. Disponível em: https://limhc.fm.usp.br/portal/wp -
content/uploads/2015/11/Manual_Guia_de_Boas_Praticas.pdf. Acesso em: fev. 2025.

OPAS – ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Manual de biossegurança laboratorial. 4. ed.


Brasília, DF: OPAS, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.37774/9789275724170. Acesso em: fev. 2025.

SANGIONI, Luis Antônio; PEREIRA, Daniela Isabel Brayer; VOGEL, Fernanda Silveira Flores; BOTTON,
Sônia de Avila. Princípios de biossegurança aplicados aos laboratórios de ensino universitário de
microbiologia e parasitologia. Ciência Rural, v. 43, n. 1, p. 170-176, jan. 2013. Disponível em:
https://doi.org/10.1590/S0103-84782012005000122. Acesso em: fev. 2025.

18
Visita ao insetário e captura de mosquitos
Aula ocorrida no dia 29 de novembro de 2024

Referencial teórico
A captura de insetos e a identificação entomológica são práticas fundamentais para o
controle e a vigilância de doenças transmitidas por vetores, como dengue, chikungunya, Zika e
doença de Chagas. Essas ações permitem compreender a dinâmica dessas enfermid ades, bem
como embasar estratégias para intervenções mais eficazes no controle e manejo integrado de
vetores. Conforme destacado por Gurgel-Gonçalves et al. (2021), a identificação correta de
vetores é essencial não apenas para o entendimento do ciclo de transmissão de patógenos, mas
também para a vigilância epidemiológica e ambiental, representando uma base sólida para
tomadas de decisão no âmbito da saúde pública.
A vigilância entomológica consiste em monitorar a presença, a distribuição geográfica
e a densidade de vetores em diferentes locais, permitindo calcular indicadores que estimam os
riscos de transmissão de patógenos. De acordo com o Ministério da Saúde (2022), essas
informações são cruciais para mapear áreas prioritárias e direcionar ações preventivas e
corretivas, especialmente em ambientes de transição entre áreas urbanas e silvestres. Nessas
regiões, a interação entre populações humanas e espécies de vetores pode favorecer surtos,
exigindo uma vigilância constante e integrada. Além disso, a vigilância entomológica fornece
subsídios para o planejamento de intervenções baseadas no manejo integrado de vetores, que
busca controlar os insetos de forma sustentável e com menor impacto ambiental.
No contexto atual, as tecnologias têm desempenhado um papel transformador na
identificação de vetores. Ferramentas como os aplicativos VetorDex e TriatoDex são exemplos
claros de inovação, facilitando a identificação morfológica de vetores de maneira prática e
precisa. O TriatoDex, por exemplo, é uma chave eletrônica politômica desenvolvida para
identificar triatomíneos, vetores da doença de Chagas. Com base em perguntas detalhadas e
imagens de alta qualidade, o aplicativo permite identificar 150 espécies d escritas até 2017,
sendo uma solução eficiente para superar limitações das chaves taxonômicas tradicionais, que
muitas vezes estão desatualizadas ou incompletas (GURGEL-GONÇALVES et al., 2021).
Essas ferramentas não apenas tornam o processo de identificação mais acessível, como também
permitem atualizações constantes e podem ser utilizadas diretamente em dispositivos móveis,
facilitando o trabalho de equipes de vigilância em campo.
Entre os vetores mais relevantes para a saúde pública, destacam-se os mosquitos do
gênero Aedes, como Aedes aegypti, e os triatomíneos. O Aedes aegypti é responsável pela

19
transmissão de arboviroses como dengue, chikungunya, Zika e febre amarela urbana, sendo
amplamente distribuído em regiões tropicais e subtropicais. Esse vetor está associado a
ambientes urbanos, mas também pode ocorrer em áreas de transição, onde fragmentos de mata
e áreas verdes favorecem sua permanência (BRASIL, 2022). Já os triatomíneos, que transmitem
o Trypanosoma cruzi, agente etiológico da doença de Chagas, continuam a representar um risco
significativo, especialmente em áreas onde há aproximação de populações humanas a
ambientes silvestres e a presença de focos residuais de vetores autóctones.
A captura e a identificação de vetores são ainda mais relevantes diante dos desafios
epidemiológicos atuais, como o aumento da resistência a inseticidas, mudanças ambientais e
urbanização desordenada. Esses fatores têm intensificado a transmissão de doenças por vetores
em diversos contextos. De acordo com Avendanho e Said (2019), a urbanização sem
planejamento e a movimentação global de pessoas e bens têm contribuído para a ampliação da
presença de vetores em áreas antes não afetadas, tornando a vigilância entomológica ainda mais
estratégica. Nesse cenário, a integração de dados epidemiológicos e entomológicos, aliada ao
uso de tecnologias modernas, é fundamental para identificar áreas de maior risco, planejar
intervenções e proteger populações vulneráveis.
Assim, a captura de insetos e a identificação entomológica, quando realizadas de forma
sistemática e apoiadas por ferramentas tecnológicas como aplicativos, tornam-se indispensáveis
para a vigilância e o controle de doenças transmitidas por vetores. Essas atividades permitem
não apenas o monitoramento eficaz, mas também a implementação de medidas preventivas e
corretivas mais assertivas. Diante da crescente ameaça representada por essas doenças, o
fortalecimento de sistemas de vigilância e a capacitação de equipes especializadas são passos
fundamentais para reduzir os impactos dessas enfermidades na saúde pública.

Prática
A atividade prática do dia 29 de novembro de 2024, iniciou-se com a captura de
mosquitos nas dependências da Faculdade de Medicina Tropical da Universidade de Brasília
(UnB). Para tal, utilizamos o aspirador de Nasci, um dispositivo desenvolvido para a captura
de insetos adultos, especialmente mosquitos, por meio de sucção. O equipamento é composto
por um cilindro de PVC revestido de alumínio, uma hélice motorizada alimentada por bateria
de 12 volts e um coletor em tecido de nylon (NUNES, 2013). Priorizamos locais escuros e
úmidos para a captura, mas também conseguimos coletar insetos em pleno voo em espaços
abertos. Os mosquitos capturados foram fechados no saco coletor (puça) e encaminhados ao
Laboratório de Parasitologia, onde foram submetidos ao congelamento para posterior análise
microscópica.
20
Captura dos mosquitos

A3 B3
A3: Esquema da arquitetura do aspirador Nasci. B3: Aspirador Nasci Fonte: Imagens compartilhadas entre os
alunos de estágio.

C3
C3: Resultado da captura com os mosquitos na puça. Fonte: Imagens compartilhadas entre os alunos de estágio.
Durante o tempo de inativação dos mosquitos, realizamos a identificação de
triatomíneos do acervo do laboratório de parasito, utilizamos para isso o aplicativo VetorDex.
Este aplicativo, desenvolvido com colaboração do Prof. Dr. Rodrigo Gurgel Gonçalves e do
estudante Douglas de Almeida Rocha, permite a classificação desses insetos com base em
características morfológicas como a forma da proboscite, a localização dos ocelos e a presença
de calosidades laterais pós-oculares.
Visualização dos triatomíneos

21
D3 E3
D3: triatomíneo do acervo do laboratório E3: triatomíneos em aumento no microscópio para avaliação das
características Fonte: Imagens compartilhadas entre os alunos de estágio.

F3
F3: Resultado da taxonomia pelo VetorDex Fonte: Imagens compartilhadas entre os alunos de estágio.
Visualização dos mosquitos capturados
Após a avaliação dos triatomíneos, procedemos com a observação microscópica dos
mosquitos capturados. Foram identificados exemplares dos gêneros Culex e Aedes,
diferenciados com base em características como formato das antenas, coloração do corpo e
presença de manchas brancas/prateadas no exoesqueleto. As fêmeas ingurgitadas apresentavam
abdômen expandido devido à recente alimentação hematofágica.

22
G3 H3 I3
G3: Macho Culex (antenas plumosas e palpos longos). F3: Aedes identificada pela cor escura e a presença de
manchas brancas/prateadas. Trata -se de uma fêmea que está ingurgitada e grávida (abdômen mesclado). I3:
Aedes sp. Macho (antenas plumosas) Fonte: Imagens compartilhadas entre os alunos de estágio.
Visita ao insetário
Nossa prática terminou com a visita ao mosquitário da universidade, onde foram
apresentadas algumas fases de vida do Aedes aegypti. É dentro do mosquitário que se fazem os
testes de repelentes. A entrada no local exigiu o uso de capotes e a passagem por uma antessala
para evitar a fuga de insetos. No ambiente principal ocorrem os processos de preparo e
maturação dos ovos na incubadora, onde é feito um vácuo e aquecimento. Ao eclodirem as
larvas são levadas para um segundo ambiente aquecido, onde ficam em um recipiente com água
e ração para peixe, as larvas em suas diversas fases (L1, L2, L3, L4) maturam e quando chegam
a pulpas, essas são retiradas com o auxílio de uma pipeta Pauster para contagem e separação
dos machos e fêmeas para adequar a proporção 4♀ /1♂. Maturam apenas no terceiro ambiente,
na sala de criação, onde os mosquitos adultos ficam em mosquiteiros, são alimentados e fazem
o cruzamento, as fêmeas depositando mais ovos no recipiente com água e papel para coleta e
novamente o ciclo se reinicia.
Ambiente principal

23
J3 K3 L3
J3: ovos. K3: Incubadora com 0,050mg de ovos. L3: Interior da incubadora com algumas eclosões. Fonte:
Imagens compartilhadas entre os alunos de estágio.
Sala de larvas

M3 N3 O3
M3: Repositório com estágio larvais L1 e L3/L4, elas têm preferência em se agrupar nos cantos para se manter
aquecidas. N3: larvas na pipeta pauster, que é usada para coletar as pulpas, evitando que elas eclodam nessa sala.
O3: Pulpas (não se alimentam) (servem como boias para os mosquitos recém eclodidos) Fonte: Imagens
compartilhadas entre os alunos de estágio.

Sala de criação

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P3 Q3 R3
P3: Mosquitos de Aedes aegypti presos em mosquiteiros, acima uma membrana de alimentação com sangue de
cavalo fresco e aquecido para as fêmeas. Q3: Solução de água e açúcar para alimentação dos machos. R3:
recipiente para oviposição no interior do mosquiteiro, com água e o papel para coletar os ovos. Fonte: Imagens
compartilhadas entre os alunos de estágio.

Resultados
A captura de mosquitos foi interessante para observar as dificuldades dessa técnica e
conseguimos coletar as espécies que objetivamos ver, apesar de desafios relacionados a
escassez de mosquitos no momento da coleta bem como a falta de habilidade dos coletadores.
Identificamos exemplares de Culex e Aedes, sendo possível observar diferenças morfológicas
entre os gêneros, como a estrutura das antenas e a presença de outras características. Quanto a
observações de outros vetores, o uso do VetorDex facilitou a identificação de triatomíneos,
demonstrando a importância de ferramentas tecnológicas na entomologia.
A visita ao insetário permitiu a compreensão prática do ciclo de vida do Aedes aegypti,
um vetor de doenças como dengue, chikungunya e Zika (NEVES, 2016). A observação do
desenvolvimento larval e da alimentação dos adultos reforçou a importância do controle
populacional desses mosquitos para a saúde pública. E podemos entender um pouco dos
processos por trás das pesquisas que chegam a virar um produto, no caso do mosquitário, os
repelentes.

Conclusão
A prática possibilitou uma vivência enriquecedora sobre a captura, identificação e ciclo
de vida de insetos vetores de doenças. A utilização do aspirador de Nasci demonstrou-se
eficiente para a coleta de mosquitos, desde que aplicada com técnica adequada. O VetorDex se
mostrou uma ferramenta útil para a classificação de triatomíneos, contribuindo para a precisão
na identificação das espécies.
25
A visita ao insetário permitiu um entendimento aprofundado do ciclo biológico do
Aedes aegypti, reforçando a necessidade de medidas preventivas para a redução da proliferação
desse vetor. Dessa forma, a atividade consolidou conhecimentos teóricos das aulas de
parasitologia em uma abordagem prática.

Referências
BRASIL. Guia de Vigilância em Saúde. 5. ed. rev. e atual. Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_5ed_rev_atual.pdf. Acesso em: fev. 2025.

GURGEL-GONÇALVES, Rodrigo et al. TriatoDex, an electronic identification key to the Triatominae


(Hemiptera: Reduviidae), vectors of Chagas disease: Development, description, and performance. PLOS
ONE, v. 16, n. 4, e0248628, 22 abr. 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0248628. Acesso
em: fev. 2025.

NEVES, David Pereira. Parasitologia Humana. 13. ed. São Paulo: Atheneu, 2016.

NUNES, Vania do Nascimento. Avaliação da metodologia de aspiração de mosquitos adultos para


monitoramento da infestação por Aedes aegypti em área endêmica de dengue em Recife/PE . 2013. 65 f.
Dissertação (Mestrado Profissional em Saúde Pública) - Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Recife, 2013.

RIO GRANDE DO SUL. Secretaria Estadual da Saúde. Centro Estadual de Vigilância em Saúde. Vigilância
entomológica de mosquitos (Diptera, Culicidae). Porto Alegre: CEVS, 2009.

AVENDANHO, Fernando Campos; SAID, Rodrigo Fabiano do Carmo. Manejo integrado de vetores.
Consensus, v. 31, p. 34-37, maio/jun. 2019. Disponível em:
https://docs.bvsalud.org/biblioref/2020/11/1128001/manejo -integrado-de-vetores.pdf. Acesso em: fev. 2025.

26
Processamento de amostras para investigação de
parasitos com Observação de lâminas
Aula ocorrida no dia 06 de dezembro de 2024

Referencial teórico
O processamento de amostras é um elemento fundamental na investigação de parasitos,
tanto em alimentos quanto em amostras fecais, devido à sua relevância para a saúde pública. O
diagnóstico parasitológico inclui a identificação direta de parasitos em amostras biológicas ou
ambientais, com o auxílio de métodos de concentração, isolamento e cultivo. Apesar dos
avanços em métodos imunológicos e moleculares, a observação direta de parasitos por meio de
técnicas ópticas permanece essencial para diversas infecções parasitárias (FERREIRA, 2020).
No caso de alimentos, frutas e vegetais, especialmente quando consumidos crus, podem
atuar como veículos de patógenos humanos. Produtos frescos, como morangos, por exemplo,
são altamente perecíveis e vulneráveis à contaminação microbiana durante sua produção,
armazenamento e transporte. Por isso, a avaliação da carga de patógenos nesses alimentos é
crucial para assegurar práticas higiênicas em toda a cadeia de produção. A lavagem em água
corrente, apesar de reduzir a carga microbiana, não é suficiente para eliminar totalmente os
parasitos; desinfetantes convencionais também apresentam eficácia limitada na remoção desses
organismos (SILVA et al., 2014).
A segurança alimentar está diretamente relacionada à garantia de que os alimentos sejam
seguros e adequados para consumo, em quantidade suficiente e qualidade apropriada. Este
direito, conhecido como Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA), reforça a
importância da segurança microbiológica dos alimentos para a promoção da saúde e da
sustentabilidade social e ambiental (CERVATO-MANCUSO; FIORE; REDOLFI, 2015).
No diagnóstico parasitológico em fezes, o exame parasitológico de fezes (EPF) é o
método tradicional e amplamente utilizado. Ele envolve a realização de técnicas macroscópicas
e microscópicas após a preservação e concentração da amostra. A análise cuidadosa e completa
é essencial para assegurar resultados confiáveis (ZEIBIG, 2014). Ferramentas como
microscópios equipados com oculares micrométricas calibradas são indispensáveis para a
identificação precisa de estruturas parasitárias, já que o tamanho e a morfologia são fatores
diagnósticos críticos (ZEIBIG, 2014; FERREIRA, 2020).
Os avanços nas técnicas laboratoriais, como a reação em cadeia da polimerase (PCR),
ensaios imunológicos (ELISA) e métodos de imunofluorescência, permitem diagnósticos mais
sensíveis e específicos. Contudo, esses métodos exigem integração entre médicos e
27
laboratoristas para uma abordagem eficaz das enfermidades parasitárias. Assim, é essencial que
o processamento das amostras seja rigoroso desde a etapa pré-analítica, garantindo que as
amostras sejam coletadas e transportadas adequadamente, até as etapas analíticas e pós-
analíticas, com execução precisa e interpretação criteriosa dos resultados (ZEIBIG, 2014).
A segurança alimentar também inclui práticas de produção, transporte e armazenamento
adequadas para garantir alimentos seguros para consumo (SEBRAE, 2018). Essas práticas,
associadas a técnicas laboratoriais eficazes, são indispensáveis na mitigação de riscos
parasitológicos e na promoção da saúde pública. Portanto, a investigação de parasitos em
alimentos e fezes requer um enfoque multidisciplinar, que inclua práticas seguras de manuseio
de alimentos, técnicas laboratoriais rigorosas e cooperação entre profissionais de saúde para
garantir diagnósticos precisos e prevenção eficaz contra doenças parasitárias.

Prática
Na aula prática realizada no dia 01 de novembro de 2024, nos praticamos a investigação
parasitológica em amostras biológicas, utilizando métodos de preparação e análise
microscópica.
Investigação de parasitos intestinais na superfície de morangos
No primeiro momento fizemos a preparação do material para a Investigação de parasitos
intestinais na superfície de morangos, para isso, os morangos foram lavados em uma solução
de detergente neutro 10%, agitados suavemente e deixamos em repouso por uma hora,
realizando agitações a cada 20 minutos. Em seguida, foi demonstrado o método de
sedimentação espontânea de Hoffman, no qual o líquido coletado da superfície do morango foi
colocado em um cálice de sedimentação para aguardar a formação de sedimentos, o que, na
prática, seria feito por 24 horas, mas na aula foram só algumas poucas horas.
Após o repouso, realizamos a sedimentação por meio de centrifugação. As amostras
foram transferidas para tubos de centrifugação e centrifugadas a 2000 rpm por três minutos.
Após a centrifugação, coletamos com uma pipeta Pasteur o sedimento do fundo do tubo e
transferimos para lâminas de vidro. Uma gota de lugol foi adicionada, e a amostra foi observada
no microscópio nos aumentos de 10x, 20x e 100x, com o intuito de identificar possíveis
parasitas presentes na superfície dos morangos.

28
A4 B4 C4
A4: Preparo da solução para lavagem. B4: Fltração através de gaze cirúrgica. C4: Sedimentos concentrados após
algumas horas de repouso. Fonte: Imagens compartilhadas entre os alunos de estágio.

A4 B4 C4
A4: Tubo cônico para centrifugação B4: Centrifugação por 3 minutos, buscando uma distribuição que mantenha
o equilíbrio. C4:Coleção de sedimentos ao fundo pós centrifugação. Fonte: Imagens compartilhadas entre os
alunos de estágio.

D4
D4: pipeta Pasteur com a ponta adaptada pelos alunos para alcançar melhor os sedimentos do fundo do tubo.
Fonte: Imagens compartilhadas entre os alunos de estágio.

Visualizações na lâminas
29
H4 I4 J4
H4: Ácaro destruído. I4: Artefato (possível fibra vegetal). J4: Artefato (possível elemento fungico). Fonte:
Imagens compartilhadas entre os alunos de estágio.

Observação de amostra de fezes em conservante no microscópio


Enquanto a amostra de morangos estava em repouso, seguimos para a observação de
amostras de fezes que já estavam conservadas no laboratório. Para iniciar o procedimento,
utilizamos uma pipeta Pasteur para aspirar de 30 a 50 microlitros da amostra de fezes em
formalina, depositando cuidadosamente sobre uma lâmina de vidro. Em seguida, trocamos a
pipeta Pasteur para evitar contaminação e adicionamos o mesmo volume de lugol à amostra,
misturando bem os dois líquidos para facilitar a visualização das estruturas parasitárias.
Após essa preparação, colocamos uma lamínula sobre a amostra, garantindo que ficasse
bem distribuída na lâmina, e utilizamos papel absorvente para remover o excesso de líquido ao
redor. Com as lâminas prontas, seguimos para a observação microscópica, ajust ando as
objetivas para ampliações de 10x, 20x e 100x. Durante a análise, tentamos descrever as
estruturas encontradas e, sempre que possível, registramos imagens para posterior discussão.
Visualizações nas lâminas

K4
K4: Ovos de Ascaris lumbricoides. Fonte: Imagens compartilhadas entre os alunos de estágio.

30
Resultados
Investigação de parasitos intestinais na superfície de morangos
Durante a análise das amostras provenientes da lavagem dos morangos, foram observadas
diversas estruturas que poderiam ser confundidas com parasitos. No entanto, a maioria delas
foram identificadas como artefatos, como fibras vegetais e elementos fúngicos. Esses achados
reforçam a necessidade de um exame criterioso para evitar interpretações erradas.
• As fibras vegetais apresentaram morfologia que poderia ser confundida com larvas de
helmintos, mas a ausência de estruturas diagnósticas, como cavidade bucal e esôfago,
permitiu diferenciá-las de parasitos reais.
• Elementos fúngicos observados poderiam ser confundidos com cistos de protozoários,
como Trichuris trichiura, mas um exame detalhado mostrou características distintas.
• Nenhum parasito viável foi identificado nas amostras analisadas.
Observação de amostra de fezes em conservante no microscópio
Na análise de amostras fecais conservadas, foi possível identificar ovos de Ascaris
lumbricoides, os quais apresentaram as características esperadas para o diagnóstico:
• Ovos ovoides medindo aproximadamente 45 a 75 μm por 35 a 50 μm, com casca externa
albuminosa espessa.
• Revestimento triplo característico, tornando-os altamente resistentes no meio ambiente.
• Dificuldade inicial na diferenciação de estruturas microscópicas, destacando a
importância do treinamento técnico para uma identificação precisa.

Conclusão
A aula prática permitiu a aplicação de técnicas laboratoriais essenciais para a
investigação de parasitos em amostras biológicas. Os resultados demonstraram a relevância do
exame minucioso para evitar confusões entre estruturas parasitárias e artefatos microscópicos,
reforçando a importância da experiência prática na formação de profissionais capacitados.
A investigação de parasitos em alimentos é crucial para a segurança alimentar e a
prevenção de doenças. A identificação de artefatos nos morangos enfatiza a necessidade de
padrões rigorosos para evitar falsos diagnósticos. Já a observação de ovos de Ascaris
lumbricoides em fezes demonstra a relevância dos exames parasitológicos na saúde pública,
destacando a importância do saneamento e da higiene para a prevenção de infecções.

31
Referências
CERVATO-MANCUSO, Ana M.; FIORE, Elaine G.; REDOLFI, Solange Cavalcante da S. Guia de Segurança
Alimentar e Nutricional. Barueri: Manole, 2015. E-book. ISBN 9788520448816. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788520448816/. Acesso em: fev. 2025.

FERREIRA, Marcelo U. Parasitologia Contemporânea. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2020. E-
book. ISBN 9788527737166. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527737166/. Acesso em: fev. 2025.

SERVIÇO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DA BAHIA (SEBRAE/BA). Guia básico de


segurança alimentar: cuidados na produção de alimentos. 2018. Disponível em: <inserir link, se houver>.
Acesso em: fev. 2025.

SILVA, Sandra Regina Morais da et al. Detection of intestinal parasites on field-grown strawberries in the
Federal District of Brazil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Uberaba, v. 47, n. 6, p. 801 -
805, nov./dez. 2014. DOI: https://doi.org/10.1590/0037 -8682-0044-2014. Disponível em:
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037 -86822014000600801&lng=en&tlng=en. Acesso
em: jul. 2020.

ZEIBIG, Elizabeth. Parasitologia Clínica - Uma Abordagem Clínico-Laboratorial. 2. ed. Rio de Janeiro: GEN
Guanabara Koogan, 2014. E-book. ISBN 9788595151475. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788595151475/. Acesso em: fev. 2025.

32
Cultura de células
Aula ocorrida no dia13 de dezembro de 2024

Referencial teórico
A cultura de células, também denominada cultura in vitro, consiste na manutenção e
multiplicação de células fora de seus organismos originais em condições controladas. Essa
técnica, que se consolidou no início do século XX, é amplamente utilizada na pesquisa científica
e na biotecnologia, apresentando aplicações variadas, desde estudos moleculares até o
desenvolvimento de terapias celulares e produção de vacinas.
As culturas celulares podem ser classificadas em dois tipos principais: culturas primárias
e linhagens celulares. As culturas primárias referem-se às células retiradas diretamente de
tecidos vivos, que possuem vida limitada e, em geral, não ultrapassam 50 a 100 divisões
mitóticas (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2023). Já as linhagens celulares são populações de
células que foram transformadas para se dividirem indefinidamente, sendo amplamente
utilizadas em experimentos laboratoriais, devido à sua estabilidade e capacidade de reprodução
contínua (RESENDE, 2015).
O cultivo celular requer um meio nutritivo conhecido como meio de cultura, composto
por aminoácidos, glicídios, sais minerais, vitaminas e fatores de crescimento, que recriam
artificialmente o ambiente intracorpóreo das células (RESENDE, 2015). Além disso, o
ambiente de cultivo deve ser mantido livre de contaminações microbiológicas, com
procedimentos rigorosos de esterilização e desinfecção (DAGNINO et al., 2019).
Entre os avanços proporcionados pelo cultivo celular, destaca-se a produção de vacinas.
Culturas de células são uma alternativa eficiente ao uso de ovos embrionados na fabricação de
vacinas, como no caso da vacina recombinante contra influenza, que utiliza células de insetos
para a produção da proteína HA (FUNKE et al., 2024). Essa técnica oferece maior velocidade
de produção e elimina riscos para pessoas alérgicas a ovos, além de permitir que as células
sejam mantidas congeladas, facilitando a escalabilidade (FUNKE et al., 2024).
Outro marco significativo é a produção de anticorpos monoclonais por meio de
hibridomas, formados pela fusão de células B produtoras de anticorpos com células de mieloma
imortalizadas. Essa tecnologia possibilita a produção em larga escala de anticorpos id ênticos,
sendo essencial para diagnósticos, terapias e imunoensaios como ELISA (MOLINARO et al.,
2009).
Além disso, as culturas celulares são indispensáveis na virologia, permitindo o
isolamento e estudo de vírus, bem como na bioengenharia de tecidos. Essa última utiliza células

33
cultivadas para recriar tecidos em laboratório, contribuindo para avanços na medicina
regenerativa e na substituição de tecidos danificados (MOLINARO et al., 2009).
A cultura de células também desempenha um papel central no estudo do comportamento
celular. Por meio de técnicas como a cultura tridimensional, é possível mimetizar condições in
vivo, facilitando a análise de migração, diferenciação celular e comunicação entre células
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2023). Adicionalmente, estudos em cultura celular proporcionam
insights sobre regulação gênica e mecanismos moleculares associados a patologias, incluindo
o câncer (RESENDE, 2015).
Em suma, a cultura de células é uma ferramenta essencial em diversas áreas científicas
e médicas. Sua relevância se estende desde a produção de biofármacos e vacinas até a
engenharia de tecidos e estudos fundamentais sobre a biologia celular, consolidando-se como
uma técnica indispensável na pesquisa e na inovação tecnológica.

Prática
Na aula do dia 13 de dezembro de 2024, foi possível visualizar como é feito os processos de
manutenção de uma cultura de célula, principalmente pela troca de meio de células SK-MEL
(células imortais derivadas de um melanoma humano) e a passagem das células L6 (derivadas
de camundongos). No laboratório elas são usadas, uma para estudos de melanoma e pigmentos
e a outra para expandir parasitas respectivamente. Durante a atividade, foram abordados
aspectos práticos do cultivo celular, incluindo a escolha do meio de cultura, a prevenção de
contaminação e a avaliação da viabilidade celular, sendo muito importante a capacidade
observacional dos aspectos da amostra.
Para as culturas de células foi ultilizado o meio DMEM (Dulbecco’s Modified Eagle
Medium), amplamente empregado para o cultivo de células de mamíferos, especialmente as
aderentes. Esse meio foi selecionado devido à sua formulação enriquecida com aminoácidos e
vitaminas, essenciais para o crescimento celular. Também foi utilizado o soro fetal bovino
(FBS), um suplemento fundamental que fornece fatores de crescimento, hormônios e nutrientes
para a proliferação e manutenção das células in vitro. E em todos os procedimentos foram feitos
dentro do fluxo laminar para manter um ambiente controlado de contaminações.
Foi feita a troca de meio das SK-MEL, esse é um procedimento essencial para garantir
a nutrição e viabilidade das células em cultura. Para realizar a troca, primeiramente, o meio de
cultura fresco contendo DMEM + 10% de SFB deve ser retirado da geladeira e aquecido em
banho-maria a 37ºC. Em seguida, o meio antigo presente na garrafa de cultura é descartado,
removendo possíveis impurezas acumuladas. Após essa etapa, o meio novo é adicionado
cuidadosamente para evitar o desprendimento das células aderentes. Por fim, a cultura é
34
visualizada ao microscópio para verificar sua integridade e retornada à estufa a 37ºC e 5% de
CO₂, assegurando condições ideais para o crescimento celular.
Foi feita a passagem das células L6, que é necessário quando as células atingem a
confluência e precisam ser redistribuídas para novas garrafas para que elas continuem crescendo
com disponibilidade de nutrientes. O procedimento começa com o aquecimento da tripsina, que
é uma enzima usada para a dissociação de células aderentes da superfície de cultivo. O meio
antigo é removido, e a garrafa é lavada três vezes com PBS para eliminar resíduos. Em seguida,
adiciona-se tripsina para desprender as células aderentes, incubando por 3 a 5 minutos na estuf a.
Após a esse processo, a suspensão celular é transferida para um tubo Falcon, onde se adiciona
meio de cultura para inativar a tripsina. A solução é então centrifugada a 2000 rpm por 10
minutos, o sobrenadante descartado e as células ressuspensas em meio fresco. A suspensão é
redistribuída em novas garrafas com meio adequado, garantindo a continuidade do cultivo.
Durante a prática, também foi realizada a contagem celular, procedimento essencial para
monitorar o crescimento e a viabilidade das culturas. Foram seguidos protocolos de assepsia
rigorosos para evitar contaminação microbiológica, garantindo a viabilidade dos experimentos.

A5 B5 C5 A5:
Garrafa de cultura com plástico com tratamento levemente hidrofóbico para aderência celular. B5: Poços para
culturas menores. C5: Meio DMEM suplementado com 10% SFB. Fonte: Imagens compartilhadas entre os
alunos de estágio.

D5 E5
D5: Meio e soro bovino fetal (SFB) e a tripsina em banho maria, para manter a temperatura de cultivo
em 37ºC. E5: Estufa para cultivo células e cilindro de de CO² para manter a cultura, no momento estava a 36,8ºC
e 4,8%CO². Fonte: Imagens compartilhadas entre os alunos de estágio.

35
F5 G5
F5: Observação inicial de como se encontra o estado da cultura de L6. G5: Visualização da cultura de células, é
possível ver células mais redondas e outras mais esticadas, o que indica se as células estão soltas ou aderidas
respectivamente. Fonte: Imagens compartilhadas entre os alunos de estágio.

H5 I5
H5: Trocas sendo feitas no fluxo laminar. I5: Imagem microscópica com os quadrantes para contagem das
células. Fonte: Imagens compartilhadas entre os alunos de estágio.

Resultados
A aula prática de cultura de células realizada no dia 13 de dezembro de 2024 permitiu a
observação e execução de técnicas fundamentais para a manutenção de culturas celulares,
incluindo a troca de meio de células SK-MEL e a passagem das células L6. Durante a atividade,
foi possível verificar a adesão celular ao substrato, a morfologia celular e a necessidade de troca
de meio, além da contagem celular para avaliação da viabilidade das culturas.
A utilização do meio DMEM suplementado com 10% de SFB demonstrou ser eficaz na
manutenção das células, promovendo a adesão e proliferação celular. O controle rigoroso de
assepsia e o uso de fluxo laminar garantiram um ambiente estéril, evitando contaminação
microbiológica. Além disso, a incubação em estufa a 36,8ºC com 4,8% de CO² manteve
condições ideais para o crescimento celular.
A observação microscópica das culturas revelou diferenças morfológicas, com células
aderentes mais alongadas e células suspensas arredondadas, permitindo inferir o estado das
culturas. A contagem celular, realizada com o uso de quadrantes microscópicos, forneceu
36
informações quantitativas sobre a densidade celular, auxiliando na tomada de decisões sobre a
necessidade de passagem das culturas.

Conclusão
A prática reforçou a importância do conhecimento técnico e da atenção aos detalhes na
manipulação de culturas celulares. O entendimento das condições de cultivo, a escolha
adequada do meio de cultura e a manutenção de um ambiente controlado são aspectos essenciais
para o sucesso da técnica. Além disso, a análise microscópica e a contagem celular
proporcionaram dados relevantes sobre o crescimento e viabilidade celular, fundamentais para
experimentos futuros. A experiência também evidenciou a aplicabilidade da cultura de células
em diferentes áreas da pesquisa biomédica, como a investigação de doenças, a produção de
biofármacos e o desenvolvimento de terapias celulares.

Referências
FUNKE, Gerard J.; TORTORA, Christine L.; CASE, Warner B.; BAIR III, Derek; WEBER, Berdell R.
Microbiologia. 14. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2024. E-book. ISBN 9786558822585. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786558822585/. Acesso em: fev. 2025.

JUNQUEIRA, Luiz C.; CARNEIRO, José. Biologia Celular e Molecular. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2023. E-book. ISBN 9788527739344. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527739344/. Acesso em: fev. 2025.

JUNQUEIRA, Luiz Carlos U.; CARNEIRO, José. Histologia Básica: Texto e Atlas. 14. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2023. E-book. ISBN 9788527739283. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527739283/. Acesso em: fev. 2025.

RESENDE, Rodrigo R. Biotecnologia aplicada à saúde. São Paulo: Editora Blucher, 2015. E-book. ISBN
9788521208976. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788521208976/.
Acesso em: fev. 2025.

DAGNINO, Ana P. A.; BATISTA, Bruna G.; CECHINEL, Laura R.; et al. Instrumentação biomédica. Porto
Alegre: SAGAH, 2019. E-book. ISBN 9788533500662. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788533500662/. Acesso em: fev. 2025.

MOLINARO, Etelcia Moraes; CAPUTO, Luzia Fátima Gonçalves; AMENDOEIRA, Maria Regina Reis (org.).
Conceitos e métodos para a formação de profissionais em laboratórios de saúde: volume 1. Rio de Janeiro:
EPSJV; IOC, 2009.

37
Coleta e armazenamento de sangue
Aula ocorrida no dia 20 de dezembro de 2024

Referencial teórico
A coleta e o armazenamento de sangue são etapas fundamentais no processo de análises
laboratoriais, exigindo cuidados rigorosos para garantir a qualidade das amostras e a segurança
do paciente. Seguindo padrões técnicos e normas regulamentadoras, essas atividades envolvem
desde a escolha dos materiais até o transporte e a conservação do sangue coletado, considerando
as especificidades de cada exame e as boas práticas laboratoriais.
A punção venosa, um dos procedimentos mais utilizados para coleta de sangue, consiste
na introdução de uma agulha em uma veia, geralmente localizada na fossa antecubital, na região
anterior do braço. Esse local é preferido devido à abundância de veias superficiais e de fácil
acesso (ANDRIOLO et al., 2010). Durante o procedimento, devem ser adotadas boas práticas,
como a higienização das mãos, o uso de luvas e a antissepsia do local de punção, para evitar
contaminações. Além disso, a escolha correta do material, como tubos de coleta e agulhas, é
imprescindível para a preservação da integridade das amostras (MARTY; MARTY, 2014).
Os erros pré-analíticos, como a identificação incorreta do paciente, ordem errada de
preenchimento dos tubos e falhas na rotulagem, podem comprometer a precisão dos resultados.
Para evitar esses problemas, é essencial seguir a ordem de coleta recomendada: tubos com
citrato, tubos para soro, tubos com heparina, tubos com EDTA e tubos com fluoreto de sódio
(FLEURY, 2019). A homogeneização das amostras também deve ser realizada de forma
cuidadosa, invertendo os tubos de 5 a 10 vezes sem agitá-los, a fim de evitar a formação de
espuma ou hemólise.
A escolha do anticoagulante depende do tipo de análise a ser realizada. O tubo com
EDTA, por exemplo, é utilizado para exames que requerem sangue total, enquanto o tubo com
citrato é indicado para obtenção de plasma citratado. Já os tubos sem anticoagulante, com ou
sem gel separador, são adequados para exames bioquímicos e imunológicos (ANDRIOLO et
al., 2010). A técnica de coleta de soro requer que o sangue seja mantido à temperatura ambiente
por 30 minutos antes de ser centrifugado, evitando hemólise e garantindo a separação adequada
do soro (MARTY; MARTY, 2014).
Outro aspecto crítico é o transporte das amostras, que deve ser realizado em recipientes
resistentes e selados, com controle rigoroso da temperatura. O Ministério da Saúde recomenda
que o sangue total coletado seja transportado a 22 ± 2°C, enquanto o transporte para produção
de concentrado de plaquetas deve ocorrer a temperaturas não inferiores a 20°C (BRASIL,

38
2016). Amostras mal conservadas ou transportadas inadequadamente podem ser inutilizadas,
comprometendo os resultados dos exames.
Adicionalmente, é necessário observar os cuidados específicos na coleta de sangue em
pacientes com condições particulares. Veias trombosadas, áreas com hematomas ou membros
com terapias intravenosas devem ser evitados, assim como áreas próximas a regiões de
mastectomia, devido ao risco de complicações como linfostase (FLEURY, 2019). Nos casos
em que a punção não for bem-sucedida após duas tentativas, recomenda-se que o profissional
busque auxílio de alguém mais experiente ou considere vias alternativas de coleta (POTTER et
al., 2024).
A biossegurança é outro aspecto indispensável. Todas as amostras devem ser tratadas
como potencialmente infectantes, e os recipientes devem estar devidamente identificados com
o selo de perigo biológico. Isso reduz os riscos de contaminação cruzada e protege os
profissionais envolvidos no manejo das amostras (POTTER et al., 2024).
Portanto, a coleta e o armazenamento de sangue exigem capacitação técnica,
planejamento e atenção às normas vigentes para assegurar a qualidade das análises laboratoriais
e a segurança de pacientes e profissionais. O cumprimento dessas diretrizes reflete d iretamente
na confiabilidade dos resultados e na eficácia dos diagnósticos médicos.

Prática
Na aula prática de coleta de sangue do dia 20 de dezembro de 2024, nos foi inicialmente
orientado sobre a importância da ordem correta de coleta dos tubos, pois essa sequência
minimiza a possibilidade de contaminação com aditivos de um tubo para outro. A sequência
seguiu a seguinte ordem: 1º tubo para soro (tampa vermelha) e 2ºtubos com EDTA (tampa
roxa). Também é importante a homogeneização dos tubos por inversão, garantindo a correta
mistura dos aditivos com o sangue. Iniciamos o procedimento de coleta com a organização do
ambiente e materiais, depois a higienização das mãos, colocamos as luvas e fizemos a
identificação dos tubos. Durante a punção venosa, foi feita a inserção da agulha com angulação
adequada, a troca sequencial dos tubos e o descarte seguro do material perfurocortante. Após a
coleta, foi feita a pressão no local da punção para evitar hematomas. Por fim, as amostras foram
armazenadas para uso posterior na aula de extração.

39
A6 B6 C6
A6: Materiais da coleta, tubos de vácuo, canhão, agulha, algodão e garrote. B6: Coleta em si, braço garroteado e
devidamente higienizado C6: Coleta finalizada e tubos identificados. Fonte: Imagens compartilhadas entre os
alunos de estágio.

Referências
ANDRIOLO, A. et al. Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial
para coleta de sangue venoso. 2. ed. São Paulo: Minha Editora, 2010.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 158, de 4 de fevereiro de 2016. Redefine o regulamento técnico de
procedimentos hemoterápicos. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, fev. 2016.

FLEURY, Marcos Kneip. Manual de coleta em laboratório clínico. 3. ed. Programa Nacional de Controle de
Qualidade, 2019. Disponível em: https://pncq.org.br/uploads/2019/PNCQ-Manual_de_Coleta_2019-Web-
24_04_19.pdf. Acesso em: fev. 2025.

MARTY, Elizângela; MARTY, Roseli M. Materiais, Equipamentos e Coleta - Procedimentos Básicos de


Análises Laboratoriais. Rio de Janeiro: Érica, 2014. E-book. ISBN 9788536521091. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788536521091/. Acesso em: fev. 2025.

POTTER, Patricia A.; PERRY, Anne Griffin; STOCKERT, Patricia A. Fundamentos de Enfermagem. 11. ed.
Rio de Janeiro: GEN Guanabara Koogan, 2024. E-book. ISBN 9788595159952. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788595159952/. Acesso em: fev. 2025.

40
Extração de DNA e Quantificação de DNA
Aula ocorrida no dia 10 de janeiro de 2024

Referencial teórico
Os ácidos nucleicos, como o DNA (ácido desoxirribonucleico) e o RNA (ácido
ribonucleico), são macromoléculas fundamentais para a transmissão da informação genética
nos organismos vivos. O DNA, em particular, é composto por duas cadeias polinucleotídicas
organizadas em uma dupla-hélice, cuja sequência de nucleotídeos (adenina, timina, guanina e
citosina) codifica informações essenciais para o funcionamento celular. Essa molécula
armazena as informações genéticas que controlam os processos biológicos e regulam a síntese
de proteínas, desempenhando papel central nos sistemas biológicos (WATSON et al., 2015;
ZAHA; FERREIRA; PASSAGLIA, 2014). Para acessar e estudar o material genético, é
necessário realizar sua extração das células, um processo que envolve várias etapas importantes
e metodologias específicas.
A extração de DNA é o primeiro passo para a realização de análises moleculares, como
sequenciamento, PCR (reação em cadeia da polimerase) e clonagem gênica. Esse procedimento
é baseado em etapas que garantem a integridade e a pureza do DNA obtido. Inicialmente,
realiza-se a lise celular, que consiste no rompimento da membrana celular e nuclear para liberar
o DNA. Essa etapa pode ser feita com o uso de detergentes como SDS (dodecilsulfato de sódio)
ou CTAB (brometo de cetiltrimetilamônio), que ajudam a emulsionar as gorduras das
membranas celulares (NICIURA, 2007). Após a lise, o DNA é purificado para remover
contaminantes como proteínas, RNA e restos de membranas celulares. Métodos comuns
incluem o uso de solventes orgânicos, como o fenol, que desnatura proteínas, ou técnicas de
alta concentração de sal (salting-out), que facilitam a separação do DNA das demais
macromoléculas (RODRIGUES et al., 2023). Para garantir a pureza do material, o DNA é
precipitado com álcoois, como etanol ou isopropanol, em presença de cátions monovalentes, o
que promove sua agregação e separação do meio aquoso (NICIURA, 2007; GUHA et al., 2018).
Esse processo de extração é fundamental para uma ampla gama de aplicações
científicas. Em estudos forenses, por exemplo, permite a identificação de indivíduos por meio
da análise de amostras biológicas. Na investigação de doenças genéticas, a extração do DNA é
necessária para detectar mutações que podem estar associadas a condições hereditárias. Além
disso, o material genético extraído é amplamente utilizado no desenvolvimento de organismos
geneticamente modificados, melhoramento genético e estudos de exclusão de paternidade
(RODRIGUES et al., 2023). A escolha do método de extração depende de fatores como o tipo

41
de tecido, o tempo disponível, o custo, o rendimento esperado e a aplicação desejada do DNA
extraído, o que torna essencial a adequação do protocolo às necessidades específicas de cada
estudo (NICIURA, 2007).
Após a extração, a quantificação do DNA é uma etapa crucial para determinar a
concentração e a qualidade do material obtido. Entre os métodos mais utilizados está a
espectrofotometria por Nanodrop, que mede a absorção de luz ultravioleta pelo DNA. Essa
técnica baseia-se na leitura da absorção em 260 nm, onde os ácidos nucleicos apresentam
máxima absorção, e em 280 nm, um comprimento de onda associado à presença de proteínas.
A relação entre essas leituras (A260/A280) é usada para avaliar a pureza do DNA, sendo valores
entre 1,8 e 2,0 indicativos de alta qualidade. O Nanodrop é amplamente utilizado por ser uma
técnica rápida, sensível e que requer apenas pequenas quantidades de amostra. No entanto, ele
apresenta limitações, como a incapacidade de diferenciar DNA de RNA, o que pode
comprometer os resultados caso a amostra esteja contaminada (ZAHA; FERREIRA;
PASSAGLIA, 2014; GUHA et al., 2018).
Portanto, os processos de extração e quantificação de DNA são indispensáveis para a
análise molecular. A realização cuidadosa de cada etapa, desde a lise celular até a purificação
e quantificação, assegura a obtenção de material genético de alta qualidade, fundamental para
o sucesso das técnicas subsequentes. Essas práticas têm impulsionado avanços significativos
em áreas como saúde, biotecnologia, ecologia e ciência forense, contribuindo para o
desenvolvimento de estudos e aplicações que impactam diretamente a sociedade.

Prática
Durante a aula prática dia 10 de janeiro de 2024, realizamos a extração de DNA a partir
de lisado sanguíneo. Iniciamos organizando os materiais e garantindo a esterilidade do ambiente
e dos equipamentos para evitar contaminações.
Adicionamos 20 µl de Proteinase K em eppendorfs estéreis e, em seguida, 200 µl de
sangue fresco e do congelado. Misturamos a amostra com RNase A e tampão de lise,
promovendo a homogeneização com auxílio do vórtex. Após a incubação no banho-maria por
10 minutos, adicionamos etanol gelado e transferimos o lisado para uma coluna com tubo
coletor.
Prosseguimos com a centrifugação das amostras a 10.000 × g, seguida de lavagens
sucessivas com os tampões Wash Buffer 1 e 2, sempre descartando os tubos coletores conforme
o protocolo. Após a última centrifugação a 14.000 × g, realizamos a eluição do DNA com
PureLink Elution Buffer, garantindo a obtenção do material purificado.

42
Por fim, quantificamos o DNA extraído utilizando o espectrofotômetro NanoDrop,
registramos a concentração e a razão 260/280 e armazenamos as amostras devidamente
identificadas a -20°C para uso futuro.

A7 B7 C7

D7 E7 F7 G7
A7: Matériais para as múltiplas amostras. B7: RNase C7: homogeneização no vórtex D7: Incubação no banho-
maria. E7: Transferência do lisado para a coluna com tubo coletor. F7: Centrifugação com eppendorfs em
paralelo G7: Aplicação dos tampões de lavagem (Wash Buffer 1 e 2) para remoção de impurezas Fonte:
Imagens compartilhadas entre os alunos de estágio.

H7
H7: Resultado do espectrofotômetro obtivemos uma amostra com concentração de 71,5 ng/µL, quantificada pelo
espectrofotômetro. A razão A260/A280 de 1,61 indica uma leve contaminação por proteínas, enquanto a razão
43
A260/A230 de 1,54 sugere possível presença de sais ou outros contaminantes orgânicos. Fonte: Imagens
compartilhadas entre os alunos de estágio.
Quantificação das amostras do grupo
Nome da Amostra Concentração pH
LM 92 ng/µL 1.25
CA 30 ng/µL 1.76
DA 62 ng/µL 1.57
A 77 ng/µL 1.79
AN 45.5 mg/µL 1.75
AV 6.5 mg/µL 1.72

Resultados
Durante a aula prática de Extração e Quantificação de DNA realizada em 10 de janeiro
de 2024, realizamos a extração de DNA a partir de lisado sanguíneo, seguindo um protocolo
que incluiu lise celular, purificação e quantificação do material genético. Utilizamos reagentes
específicos, como Proteinase K, RNase A e tampões de lise, além de etapas de centrifugação e
eluição do DNA.
A quantificação do DNA foi realizada com o espectrofotômetro NanoDrop, permitindo
a análise da concentração e pureza das amostras. Os resultados indicaram uma concentração de
71,5 ng/µL para a amostra principal, com uma razão A260/A280 de 1,61, sugerindo uma leve
contaminação por proteínas, e uma razão A260/A230 de 1,54, indicando possíveis resquícios
de sais ou outros contaminantes orgânicos.
As quantificações das demais amostras do grupo variaram significativamente, com
concentrações entre 30 ng/µL e 6,5 mg/µL. Os valores de pH das amostras ficaram entre 1,25
e 1,79, demonstrando variações na qualidade do material obtido. Algumas amostras
apresentaram concentrações muito elevadas, o que pode indicar necessidade de diluição para
uso em aplicações futuras.

Conclusão
A prática permitiu uma compreensão aprofundada do processo de extração e
quantificação de DNA, demonstrando a importância de cada etapa na obtenção de material
genético de boa qualidade para estudos moleculares. Apesar da leve contaminação por proteínas
e sais observada em algumas amostras, a técnica utilizada foi eficaz na obtenção de DNA
utilizável para futuras análises. O aprimoramento de etapas de purificação pode ser necessário
para melhorar a qualidade do DNA extraído, garantindo maior precisão em aplicações como
PCR, sequenciamento e clonagem gênica. Esses conhecimentos são fundamentais para a
investigação de doenças genéticas, estudos forenses e aplicações biotecnológicas.
44
Referências
GRIFFITHS, Anthony J. F.; DOEBLEY, John; PEICHEL, Catherine; et al. Introdução à Genética. 12. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2022.
GUHA, Pokhraj et al. Um protocolo de extração de DNA rápido e eficiente de amostras de sangue humano
fresco e congelado. Jornal de Análise de Laboratório Clínico, v. 32, n. 1, 2018. Disponível em:
https://doi.org/10.1002/jcla.22181.
NICIURA, Simone Cristina Meo. Aplicação de ferramentas de biologia molecular em produção animal .
Semana do Estudante, 18., São Carlos, 2007. Disponível em:
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/40355/1/PROCISCM N2007.00241.pdf.
RODRIGUES, Helyandro Manoel; SILVA, Gabriely Rodrigues da; NEIVA, Karoline de Sousa; SANTOS,
Hudson Tiago Novais dos; LOBO, Jakeline Ferreira de Araújo. Técnicas de extração de DNA: revisão de
literatura. Revista Acadêmica, 2023. Disponível em: https://www.unifan.edu.br/unifan/aparecida/wp -
content/uploads/sites/2/2023/03/TECNICAS-DE-EXTRACAO-DE-DNA-revisao-de-literatura.pdf.
WATSON, James D.; BAKER, Tania A.; BELL, Stephen P.; et al. Biologia Molecular do Gene. 7. ed. Porto
Alegre: ArtMed, 2015.
ZAHA, Arnaldo; FERREIRA, Henrique B.; PASSAGLIA, Luciane M. P. Biologia molecular básica. 5. ed.
Porto Alegre: ArtMed, 2014

45
PCR beta-actina e Eletroforese
Aula ocorrida no dia 17 de janeiro de 2024

Referencial teórico
A Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) é uma técnica fundamental na biologia
molecular, desenvolvida por Kary Mullis na década de 1980, que revolucionou a amplificação
de segmentos específicos de DNA (MENCK; SLUYS, 2017; JUNQUEIRA; CARNEIRO,
2023). A PCR permite a amplificação exponencial de pequenas quantidades de DNA, tornando
viável a análise de sequências genéticas que, de outra forma, seriam difíceis de examinar devido
à quantidade limitada de material genético disponível. A técnica utiliza uma enzima polimerase
termoestável, como a Taq polimerase, extraída da bactéria Thermus aquaticus, que permite a
replicação do DNA em temperaturas elevadas (MENCK; SLUYS, 2017).
O processo da PCR ocorre em ciclos repetitivos, cada um composto por três etapas
principais: desnaturação, anelamento e extensão. Durante a desnaturação, as duas fitas de DNA
são separadas a temperaturas altas (94°C), permitindo que a sequência alvo se torne acessível.
Na etapa de anelamento, primers específicos para a sequência de interesse se ligam às fitas de
DNA a uma temperatura de aproximadamente 60°C. Finalmente, a extensão ocorre a 72°C,
onde a DNA polimerase sintetiza a nova fita de DNA a partir dos nucleotídeos presentes na
reação (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2023; MENCK; SLUYS, 2017). Esse ciclo de repetição
pode gerar bilhões de cópias do DNA alvo em algumas horas, dependendo do número de ciclos
realizados (LIPAY; BIANCO, 2015).
A PCR é amplamente aplicada em diversas áreas, incluindo diagnósticos clínicos, como
o teste de doenças genéticas e infecciosas, e também em investigações forenses, como a
identificação de indivíduos a partir de vestígios de DNA (BORGES-OSÓRIO; ROBINSON,
2013; FUNKE et al., 2024). Sua versatilidade e especificidade a tornam uma ferramenta
indispensável, capaz de amplificar sequências de DNA específicas em amostras mínimas, como
as que podem ser obtidas de um fio de cabelo ou pequenas amostras biológicas (BORGES-
OSÓRIO; ROBINSON, 2013). Além disso, a PCR é essencial para o sequenciamento de genes
e a clonagem de segmentos de DNA, possibilitando o avanço em pesquisas sobre genética e
biologia molecular (LIPAY; BIANCO, 2015).
Uma técnica que complementa a PCR é a eletroforese em gel, utilizada para separar e
visualizar os fragmentos de DNA amplificados. Após a amplificação, os produtos da PCR, que
podem variar em tamanho, são carregados em um gel de agarose ou poliacrilamida e submetidos
a um campo elétrico. As moléculas de DNA, que possuem carga negativa, migram em direção

46
ao polo positivo, sendo separadas com base no seu tamanho: fragmentos menores migram mais
rapidamente do que os maiores (LIPAY; BIANCO, 2015; FUNKE et al., 2024). A visualização
do DNA amplificado é geralmente feita após coloração com corantes como o brometo de etídeo,
que se intercalam entre as bases do DNA e emitem fluorescência quando expostos à luz
ultravioleta (LIPAY; BIANCO, 2015).
A eletroforese em gel é de grande importância porque permite a confirmação visual da
amplificação do DNA, verificando o tamanho dos fragmentos amplificados e ajudando a
identificar falhas na reação de PCR, como a presença de fragmentos indesejados ou a ausência
do produto esperado. Além disso, em experimentos de PCR quantitativa (qPCR), a eletroforese
pode ser complementada pela medição da fluorescência gerada pelo DNA amplificado,
permitindo a quantificação do material genético amplificado em tempo real (FUNKE et al.,
2024). Esse método tem sido amplamente utilizado na detecção de agentes patogênicos, como
vírus e bactérias, e em estudos de expressão gênica.
Em conjunto, a PCR e a eletroforese formam um poderoso sistema para a amplificação
e análise de DNA, com aplicações cruciais em medicina, biotecnologia, genética forense e
diversas outras áreas da biologia molecular. A precisão e a sensibilidade dessa combinação de
técnicas permitem uma análise detalhada de DNA a partir de amostras mínimas, possibilitando
diagnósticos precoces, investigações forenses detalhadas e avanços no entendimento de
doenças genéticas e infecciosas (BORGES-OSÓRIO; ROBINSON, 2013; MENCK; SLUYS,
2017).

Prática
A aula prática demonstrativa do dia 17 de janeiro de 2024, teve como objetivo a
realização da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) para amplificação do gene β-actina,
seguida da análise eletroforética dos produtos amplificados. Para garantir a confiabilidade dos
resultados, foi necessário um preparo prévio incluindo a higienização dos fluxos laminares,
cálculo preciso dos reagentes e exposição dos materiais à luz UV por 15-20 minutos para
descontaminação.
No experimento, todos os reagentes foram mantidos em gelo durante o preparo. O mix
de reação foi preparado em um tubo de 1,5 mL, contendo os primers específicos, master mix,
água milliQ e demais componentes necessários. Após sua distribuição nos tubos de 0,2 mL, o
DNA das amostras foi adicionado cuidadosamente. Os tubos foram então levados ao
termociclador, onde a reação de PCR foi realizada seguindo um protocolo com etapas de
desnaturação, anelamento e extensão, ajustadas conforme as características dos primers e do
fragmento a ser amplificado. .
47
Primers:
β-actina F: CACCATTGGCAATGAGCGGTTC;
β-actina R: AGGTCTTTGCGGATGTCCACGT;

A8 B8 C8 D8 A8:
gelo para preparação das amostras B8: Reagentes utilizados C8: Tubo estéril D8: Materiais pré-preparados no
fluxo laminar Fonte: Imagens compartilhadas entre os alunos de estágio.

E8 F8 G8
E8: Colocação do DNA no segundo fluxo F8: centrifugação para ida ao termociclador G8: Organização no
termociclador Fonte: Imagens compartilhadas entre os alunos de estágio.
Para a eletroforese em gel de agarose, foi preparado um gel com concentração ajustada
entre 1% e 1,5%, conforme a necessidade do ensaio. A agarose foi dissolvida em tampão TAE
e fundida no micro-ondas até a completa homogeneização. Após resfriamento, foi adicionado
brometo de etídio, corante fluorescente que permite a visualização do DNA sob luz UV. O gel
foi vertido na cuba, e após a polimerização, as amostras de PCR e o marcador de peso molecular
foram cuidadosamente aplicados nas cavidades do gel.
A corrida eletroforética foi realizada sob corrente elétrica, direcionando os fragmentos
de DNA para o polo positivo devido à sua carga negativa. A migração foi monitorada pelo
corante azul de bromofenol presente no tampão de amostra. Após o tempo adequado de corrida,
o gel foi retirado da cuba e colocado no transiluminador UV para a visualização das bandas de
DNA, permitindo a análise da amplificação dos fragmentos esperados.

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H8 I8 J8
H8: Preparação da eletroforese, momento da submersão em tampão I8: Preenchimento dos poços J8: Resultado
da eletroforese no transiluminador Fonte: Imagens compartilhadas entre os alunos de estágio.
A análise da eletroforese mostra que o marcador molecular (M.M.) apresenta bandas
que servem como referência para o tamanho dos fragmentos de DNA. O controle positivo (C⁺)
exibe bandas bem definidas, confirmando que a PCR funcionou corretamente, enquanto o
controle negativo (C⁻) não apresenta bandas, indicando ausência de contaminação. As amostras
amplificadas (LM, CA, DA, Lateral) apresentam bandas em diferentes intensidades, sugerindo
sucesso na amplificação, embora variações possam indicar diferenças na qualidade ou
quantidade de DNA.

Referências
BORGES-OSÓRIO, M. R. L.; ROBINSON, W. M. Genética humana. 3. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2013. E-
book. ISBN 9788565852906. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788565852906/. Acesso em: fev. 2025.

FUNKE, G. J. et al. Microbiologia. 14. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2024. E-book. ISBN 9786558822585.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786558822585/. Acesso em: fev. 2025.

JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Biologia celular e molecular. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2023. E-book. ISBN 9788527739344. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527739344/. Acesso em: fev. 2025.

LIPAY, M. V. N.; BIANCO, B. Biologia molecular: métodos e interpretação. Rio de Janeiro: Roca, 2015. E-
book. ISBN 9788527732208. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/978 -85-
277-2768-6/. Acesso em: fev. 2025.

MENCK, C. F. M.; SLUYS, M.-A. V. Genética molecular básica: dos genes aos genomas. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2017. E-book. ISBN 9788527732208. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527732208/. Acesso em: fev. 2025.

49
PCR quantitativa
Aula ocorrida no dia 31 de janeiro de 2024

Referencial teórico
A qPCR (quantitative PCR), ou PCR em tempo real, é uma técnica amplamente utilizada
na biologia molecular para a amplificação e quantificação de DNA ou RNA. Ao contrário da
PCR convencional, que apenas amplifica o DNA e visualiza o resultado após o término da
reação, a qPCR permite monitorar a amplificação em tempo real, proporcionando dados
quantificáveis durante o processo (MATIAS, 2021). Essa inovação é baseada na detecção de
sinais fluorescentes emitidos durante a amplificação do DNA, utilizando corantes ou sondas
fluorescentes que emitem luz à medida que o produto amplificado é gerado (LIPAY; BIANCO,
2015).
Uma das grandes vantagens da qPCR sobre a PCR tradicional é a possibilidade de
quantificação exata das moléculas presentes na amostra. Isso ocorre porque a reação é
monitorada durante a fase exponencial da amplificação, onde a fluorescência gerada é
diretamente proporcional à quantidade de produto amplificado, permitindo uma medição mais
precisa e sensível (FUNKE et al., 2024). A técnica também oferece maior reprodutibilidade e
menor risco de contaminação, já que os dados são coletados em tempo real, sem a necessidade
de manipulação pós-reações, como na PCR convencional que depende de técnicas de
visualização, como a eletroforese em gel (MATIAS, 2021).
Além da quantificação de DNA, a qPCR é extremamente útil na detecção de RNA,
especialmente quando associada à técnica de RT-PCR (PCR com transcriptase reversa). Nessa
abordagem, o RNA é convertido em cDNA (DNA complementar) antes de ser amplificado,
permitindo estudar a expressão gênica de maneira quantitativa (RESENDE, 2016). A RT-
qPCR, portanto, é crucial em estudos de expressão de genes e no diagnóstico de diversas
condições, como doenças infecciosas (exemplo: Covid -19) e câncer, além de ser amplamente
aplicada no controle de qualidade e verificação da eficácia de tratamentos (LIPAY; BIANCO,
2015; BORGES-OSÓRIO; ROBINSON, 2013).
No entanto, apesar de suas muitas vantagens, a qPCR exige equipamentos
especializados e reagentes caros, o que torna a técnica mais onerosa em comparação com a PCR
convencional. Por outro lado, sua alta sensibilidade e precisão justificam seu custo em muit as
aplicações clínicas e de pesquisa (BORGES-OSÓRIO; ROBINSON, 2013). A capacidade de
monitorar a reação durante todo o processo e realizar quantificações com alta precisão faz da

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qPCR uma ferramenta indispensável para a detecção de patógenos e análise genética em tempo
real (FUNKE et al., 2024).
Dessa forma, a PCR em tempo real se consolidou como um método essencial, não
apenas pela sua capacidade de quantificação, mas também pela velocidade e eficiência na
obtenção de resultados, sendo indispensável em áreas como diagnóstico molecular, análise de
expressão gênica e pesquisa biomédica (MATIAS, 2021; LIPAY; BIANCO, 2015).

Prática
A aula prática do dia 31 de janeiro de 2024 envolveu a realização de uma reação de
qPCR utilizando primers específicos (GPO-3 e MGSO), Master Mix SYBR Green, água miliQ
e amostras a serem testadas. O experimento foi conduzido em uma placa de qPCR de 96 poços.
Durante o experimento, o Mix foi preparado no primeiro fluxo laminar e mantido no gelo. Após
uma leve centrifugação para homogeneização, foi transportado em gelo para a etapa de
pipetagem. O Mix foi distribuído nos poços da placa de qPCR, seguida pela adição do DNA
das amostras e controles (positivos, negativos e branco). A placa foi então selada, centrifugada
e colocada no termociclador para a realização da corrida.

A9 B9 C9
A9: Preparo dos poços com o Mix de reagentes B9: Primeira centrifugação do Mix para homogeneização. C9:
Adição das amostras de DNA nos poços. Fonte: Imagens compartilhadas entre os alunos de estágio.

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D9 E9
D9: Placa de qPCR selada e mantida no gelo E9: Inserção da placa no termociclador para a realização da corrida
de qPCR. Fonte: Imagens compartilhadas entre os alunos de estágio.

Resultados

F9 G9
F9: Gráfico de Melt Curve indicando a especificidade do produto amplificado. G9: Gráfico de Amplificação
mostrando a curva de fluorescência e o ponto Ct das amostras. Fonte: Imagens compartilhadas entre os alunos
de estágio.
Gráfico de Melt Curve: Mostra a curva de dissociação do produto amplificado. O pico principal
indica o ponto de melting (Tm) dos produtos de PCR, que corresponde à temperatura em que
as fitas duplas de DNA começam a se separar. A presença de um único pico bem definido
sugere a amplificação de um produto específico, enquanto múltiplos picos ou padrões
irregulares podem indicar amplificação não específica ou contaminantes.
Gráfico de Amplificação: Exibe o aumento da fluorescência durante os ciclos de PCR.
As curvas que ultrapassam o limiar (linha vermelha) indicam a amplificação de um alvo
presente na amostra. A partir do ciclo em que o sinal cruza o limiar (Ct), é possível estimar a
quantidade inicial do DNA-alvo.

Referências
BORGES-OSÓRIO, Maria R. L.; ROBINSON, Wanyce M. Genética humana. 3. ed. Porto Alegre: ArtMed,
2013. E-book. p.561. ISBN 9788565852906. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788565852906/. Acesso em: fev. 2025.

FUNKE, Gerard J.; TORTORA, Christine L.; CASE, Warner B.; BAIR III, Derek; WEBER, Berdell R.
Microbiologia. 14. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2024. E-book. p.708. ISBN 9786558822585. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786558822585/. Acesso em: fev. 2025.

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LIPAY, Monica V N.; BIANCO, Bianca. Biologia Molecular - Métodos e Interpretação. Rio de Janeiro: Roca,
2015. E-book. p.111. ISBN 978-85-277-2768-6. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/978 -85-277-2768-6/. Acesso em: fev. 2025.

MATIAS, Fernanda. Práticas e protocolos básicos de biologia molecular. São Paulo: Editora Blucher, 2021.
E-book. p.45. ISBN 9786555063172. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786555063172/. Acesso em: fev. 2025.

RESENDE, Rodrigo R. Biotecnologia aplicada à saúde: Fundamentos e Aplicações. São Paulo: Editora
Blucher, 2016. E-book. p.1024. ISBN 9788521209683. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788521209683/. Acesso em: fev. 2025.

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Introdução à Bioinformática - Bancos de dados e Blast
Aula ocorrida no dia 07 de fevereiro de 2024

Referencial teórico
A bioinformática é uma área interdisciplinar que combina conhecimentos de biologia,
ciência da computação, estatística e tecnologia da informação, com o objetivo de compreender
fenômenos biológicos por meio de métodos computacionais e análise de dados em larga escala
(SILVA; ALVES, 2024). Desde sua consolidação como disciplina na década de 1960 (ZHANG,
2024), a bioinformática tem desempenhado um papel crucial na transição da biologia de uma
ciência puramente laboratorial para uma ciência baseada em dados.
A bioinformática pode ser dividida em duas grandes vertentes: a bioinformática clássica,
que aborda principalmente problemas relacionados a sequências de nucleotídeos e aminoácidos,
e a bioinformática estrutural, que estuda questões biológicas do ponto de vista tridimensional,
abrangendo técnicas de química computacional e modelagem molecular (VERLI, 2014). Esses
avanços têm sido impulsionados pelo crescimento exponencial de dados biológicos, resultantes
de projetos como o Genoma Humano, que está relacionado com as áreas da genômica,
proteômica e sistemas biológicos (MORAES; CEZAR-DE-MELLO, 2021).
Entre os principais recursos da bioinformática estão os bancos de dados de DNA e
proteínas. Esses bancos, como o GenBank, permitem o acesso livre a sequências biológicas e
são atualizados regularmente para garantir sua utilidade à comunidade científica (BATISTA et
al., 2018). O GenBank, parte da plataforma NCBI, colabora com bancos de dados internacionais
para fornecer acesso global às informações genômicas e proteômicas. Essas plataformas são
fundamentais para o alinhamento, anotação e análise de sequências genéticas e proteicas, bem
como para a identificação de variações genéticas e domínios funcionais de proteínas (SILVA;
ALVES, 2023).
Nesse contexto, o BLAST (Basic Local Alignment Search Tool) surge como uma das
ferramentas mais utilizadas. Esse algoritimo permite o alinhamento local de sequências
biológicas, identificando regiões homólogas, auxiliando na análise da evolução de genes. O
BLAST é amplamente empregado em genômica, proteômica e diagnóstico clínico,
desempenhando um papel essencial na identificação de patógenos e na busca por similaridades
funcionais entre sequências (SILVA; ALVES, 2023). Essa ferramenta funciona por meio de um
alinhamento local, ou seja, ele encontra segmentos de alta similaridade dentro de sequências
longas, ao invés de comparar toda a sequência, o que torna o processo de identificação mais
eficiente.

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A evolução da bioinformática está intrinsecamente ligada à crescente demanda por
análise de dados biológicos heterogêneos e complexos. Essa necessidade exige o
desenvolvimento contínuo de algoritmos e ferramentas computacionais sofisticadas para lidar
com a vasta quantidade de dados gerados por tecnologias modernas, como o sequenciamento
de DNA de nova geração e a espectrometria de massas. Ademais, o avanço dessas tecnologias
tem ampliado o uso da bioinformática em áreas médicas, contribuindo para o diagnóstico
genético, a personalização de tratamentos e o estudo de doenças hereditárias (SILVA; ALVES,
2024).
A bioinformática é, portanto, uma disciplina essencial no século XXI, desempenhando
um papel central na interpretação de dados biológicos multidimensionais e na proposição de
novas hipóteses biológicas (ZHANG, 2024). E a integração entre banco de dados é fundamental
para os avanços que marcam essa tecnologia, e que impulsionarão a pesquisa biomédica e
biotecnológica, promovendo avanços tanto na ciência fundamental quanto em aplicações
práticas para a sociedade.

Aplicações da Bioinformática em Pesquisas Biológicas (SILVA; ALVES, 2024)

Prática
A aula prática do dia 07 de fevereiro de 2024, teve como objetivo familiarizar os alunos
com ferramentas de bioinformática para análise de sequências genômicas e proteicas, utilizando
o banco de dados do NCBI e o algoritmo BLAST. Foram exploradas questões relacionadas à
identificação de genes e à análise de similaridade de proteínas.

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Primeiro foi fornecido um par de primers, com as sequencias:
Forward primer: CGT CAT ACT CCT GCT TGC TGA TCC ACA TCT GC
Reverse primer: ATC TGG CAC CAC ACC TTC TAC AAT GAG CTG CG
Com essas sequências, acessamos a ferramenta BLAST disponível no site do NCBI,
selecionando a opção Nucleotide BLAST para análise. Os primers foram inseridos na interface
da ferramenta, e os resultados foram analisados com base na similaridade das sequências, por
meio de critérios como identidade e valores de e-value.

A10
A10: Página inicial do BLAST. Fonte: Print do site.

B10
B10: Página de pesquisa. Fonte: Print do site.

C10
C10: Resultados do Nucleotide BLAST mostrando alinhamentos com sequências similares. Fonte: Print do site.

Respostas da atividade prática


1A) Qual gene será amplificado por ele? O gene de beta actina
56
1B) Este par de primers é considerado espécie-específico? Não
2A) Quantas sequências similares foram encontradas com identidade de pelo menos 99%? 16
2B) Que dados estão disponíveis no gráfico de resultados? A porcentagem de identidade entre
as sequências. O valor de e-value, que indica a probabilidade de que a correspondência tenha
ocorrido por acaso. O número de correspondências com as sequências no banco de dados e a
extensão do alinhamento.

Referências
BATISTA, Bruna G.; FRANÇA, Fernanda S.; SUBTIL, Fernanda T.; et al. Biologia molecular e biotecnologia.
Porto Alegre: SAGAH, 2018.

MORAES, Isabelle de Oliveira; CEZAR-DE-MELLO, Paula Fernandes Tavares. O que pensam os docentes
sobre o uso da bioinformática no ensino de biologia. Revista Brasileira de Ensino de Ciência e Tecnologia,
Ponta Grossa, v. 14, n. 2, p. 75-94, maio/ago. 2021.

SILVA, Ruana Carolina Cabral da; ALVES, Maria Cidinaria Silva. Os avanços e desafios da bioinformática
aplicada à saúde: uma revisão. Diversitas Journal, v. 9, n. 3, p. 1357-1368, jul./set. 2024.

SILVA, Ruana Carolina Cabral da; ALVES, Maria Cidinaria Silva. O uso de ferramentas de bioinformática
para análise de dados genéticos: uma revisão. Scientific Electronic Archives, v. 17, n. 1, 2023.

VERLI, Hugo (org.). Bioinformática: da biologia à flexibilidade molecular. São Paulo: SBBq, 2014.

ZHANG, Zhang. Expanding bioinformatics: Toward a paradigm shift from data to theory. Fundamental
Research, 2024.

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