0% acharam este documento útil (0 voto)
31 visualizações2 páginas

Análise - o Alienista

O Alienista, de Machado de Assis, é uma crítica à sociedade do século XIX, abordando temas como loucura e autoridade através da história do Dr. Simão Bacamarte, que funda um hospício e internar pessoas sob a crença de que estão 'loucas'. O clímax ocorre quando Bacamarte se interna no próprio hospício, questionando a definição de loucura e o controle social. O desfecho irônico deixa a questão da sanidade em aberto, refletindo sobre a fragilidade das ideias absolutas de poder e ciência.

Enviado por

Tatiana Sibovitz
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato DOCX, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
31 visualizações2 páginas

Análise - o Alienista

O Alienista, de Machado de Assis, é uma crítica à sociedade do século XIX, abordando temas como loucura e autoridade através da história do Dr. Simão Bacamarte, que funda um hospício e internar pessoas sob a crença de que estão 'loucas'. O clímax ocorre quando Bacamarte se interna no próprio hospício, questionando a definição de loucura e o controle social. O desfecho irônico deixa a questão da sanidade em aberto, refletindo sobre a fragilidade das ideias absolutas de poder e ciência.

Enviado por

Tatiana Sibovitz
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato DOCX, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 2

"O Alienista" é uma obra de Machado de Assis, publicada em 1882.

A história é uma crítica à


sociedade da época e explora temas como loucura, autoridade e ciência.

1. Tempo

O tempo da narrativa é ambíguo, pois a história não tem uma data específica, mas podemos situá-la
no século XIX, no Brasil imperial. A trama se passa durante o governo de Dom Pedro II, uma época
em que o país vivia transformações políticas e sociais. O ritmo da obra é fluido, com o tempo sendo
flexível, marcado por acontecimentos que se desenrolam lentamente e com reviravoltas inesperadas.

2. Espaço

A maior parte da história se passa na cidade de Itaguaí, uma pequena cidade fictícia do Rio de
Janeiro, onde se localiza o hospício dirigido pelo protagonista, o Dr. Simão Bacamarte. O espaço é
marcado pelo hospital psiquiátrico, um lugar que, em muitos momentos, se torna um microcosmo
da sociedade, com seus próprios conflitos e regras. O ambiente é opressor, refletindo o controle
rígido do personagem principal sobre os "loucos" e sua obsessão pela ciência.

3. Enredo

O enredo gira em torno de Dr. Simão Bacamarte, um médico brilhante e racional que decide fundar
um hospício para estudar a loucura e tentar encontrar uma cura para ela. No entanto, à medida que a
história se desenrola, Bacamarte começa a internar pessoas de sua cidade, convencido de que estão
"loucas". A situação se agrava quando ele começa a internar até mesmo pessoas que,
aparentemente, são normais, questionando o que é realmente a loucura e quem são os loucos na
sociedade.

O enredo é marcado pela crítica ao autoritarismo, à ciência e ao comportamento humano, com


Bacamarte sendo uma figura que, inicialmente, é vista como um homem de ciência e, depois, como
alguém obcecado por sua própria ideia de "normalidade".

4. Clímax

O clímax da história ocorre quando o próprio Dr. Simão Bacamarte, ao perceber que suas teorias e
ações não podem ser justificadas racionalmente, acaba se internando no próprio hospício que criou,
tornando-se ele mesmo um prisioneiro daquilo que antes julgava ser uma solução. Esse momento de
crise revela a fragilidade das ideias absolutas de poder e controle e culmina na reviravolta de que a
loucura pode ser relativa.

5. Desfecho

O desfecho é irônico e cômico. Depois que Bacamarte se interna, a cidade de Itaguaí parece retomar
a normalidade, mas com o tempo, a população começa a questionar quem está realmente são ou
louco. No final, a cidade decide, de maneira quase espontânea e desordenada, libertar os "loucos" e
dar ao hospício uma nova função. O médico que antes era visto como um exemplo de racionalidade
é retratado de forma trágica e irônica, e a história termina sem uma solução clara ou definitiva sobre
o que é a loucura, deixando essa questão aberta à reflexão do leitor.

Os principais personagens da obra são:


 Simão Bacamarte: médico renomado e protagonista da obra.
 D. Evarista: viúva e mulher de Simão.
 Galvão: vereador da cidade.
 Costa: homem considerado louco pelo alienista.
 Porfírio: barbeiro da cidade, interessado na carreira política.
 João Pina: outro barbeiro da cidade.
 Crispim Soares: amigo de Simão e boticário da cidade.
 Padre Lopes: Vigário da cidade.

Questão 3
Os personagens diagnosticados como "loucos" eram tratados de maneira bastante rígida e cruel,
refletindo as práticas da época em relação à saúde mental. A história se passa no século XIX,
período em que o entendimento sobre a loucura era primitivo e os tratamentos não tinham a base
científica que possuímos hoje.
O tratamento dessas pessoas envolvia um confinamento isolado, longe da sociedade, e a
imposição de um controle rigoroso, sem uma preocupação real com a recuperação ou o bem-estar
dos internados. A Casa Verde, na verdade, funciona como uma prisão para aqueles que eram
rotulados como insanos.
Questão 4
A proposta de Bacamarte aos vereadores é de que todos os cidadãos de Itaguaí sejam
avaliados por ele, e os que forem diagnosticados como loucos seriam internados na Casa Verde.
Ele justifica isso com base na ideia de que a verdadeira loucura não se manifesta de forma tão
clara e visível como as pessoas imaginam. Para Bacamarte, a loucura não é uma condição óbvia,
mas algo que pode estar presente em qualquer um, apenas esperando para ser identificado por
um olhar médico especializado.

Além disso, Bacamarte argumenta que, ao realizar essa avaliação geral, ele estaria
cumprindo uma missão científica e social importante, purificando a cidade de sua "loucura
latente" e, assim, promovendo o progresso e a melhoria da sociedade.

Essa proposta é inicialmente aceita pelos vereadores, que, sem saber como se opor à
autoridade científica do médico, acabam aceitando a ideia. Esse momento serve como
uma crítica de Machado de Assis à confiança excessiva na ciência da época e ao uso do
poder médico para justificar ações arbitrárias.

Você também pode gostar