Literatura
AULÃO - PROF.ª RAPHAELA NICÁCIO
PRÉ-MODERNISMO
- Alguns estudiosos não consideram que é uma escola literária e sim
uma preparação para o Modernismo.
- Caracteriza-se pelo início das produções da Semana de Arte
Moderna de 1922 (marco do Modernismo no Brasil).
- Sincretismo estético.
- Os escritores assumem uma posição mais crítica em relação à
sociedade e aos modelos literários anteriores.
- Muitos escritores rompem com a linguagem formal do Arcadismo e
exploram temas históricos, políticos e econômicos.
- No Brasil: República Café com Leite e inúmeras revoltas (Revolta da
Vacina, Revolta da Chibata, Revolta da Armada, Revolta de Canudos).
PRÉ-MODERNISMO
>> CARACTERÍSTICAS:
- Ruptura com o academicismo.
- Ruptura com o passado e a linguagem parnasiana.
- Linguagem coloquial, simples.
- Exposição da realidade social brasileira.
- Regionalismo e nacionalismo.
- Marginalidade dos personagens: o sertanejo, o caipira, o mulato.
- Temas: fatos históricos, políticos, econômicos e sociais.
- Principais autores: Euclides da Cunha, Graça Aranha, Lima
Barreto e Monteiro Lobato.
PRÉ-MODERNISMO
EUCLIDES DA CUNHA:
- Escritor, poeta, ensaísta, jornalista,
historiador, sociólogo, geógrafo e engenheiro
brasileiro, membro da Academia Brasileira
de Letras.
- Publicou “Os Sertões: Campanha de
Canudos”, em 1902: obra regionalista que
retrata a vida do sertanejo e é divida em três
partes: “A Terra”, “O Homem” e “A Luta”.
- Publicou também “Guerra de Canudos”:
histórias que se passa no interior da Bahia.
PRÉ-MODERNISMO
GRAÇA ARANHA:
- Escritor e diplomata maranhense.
- Fundador da Academia Brasileira de Letras
e um dos organizadores da Semana de Arte
de 1922.
- A obra “Canaã” de 1922: aborda a
migração alemã no Estado do Espírito
Santos.
- Outras obras que merecem destaque:
“Malazarte”, “A Estética da Vida” e “Espírito
Moderno”.
PRÉ-MODERNISMO
MONTEIRO LOBATO
- Escritor, editor, ensaísta e tradutor
brasileiro.
- Um dos mais influentes escritores do
século XX, ficou conhecido por suas obras
infantis de caráter educativo como “Sítio do
Picapau Amarelo”.
- Outras obras de destaque: “Urupês”
(coletânea regionalista de contos e crônicas)
e “Cidades Mortas” (livros de contos que
retrata a queda do Ciclo do Café)
PRÉ-MODERNISMO
LIMA BARRETO
- Escritor e jornalista brasileiro.
- Autor de uma obra crítica veiculada aos
temas sociais.
- Rompe com o nacionalismo ufanista e
faz críticas ao Positivismo.
- Sua obra que merece destaque é “Triste
Fim de Policarpo e Quaresma”: escrita
em linguagem coloquial, faz uma crítica à
sociedade urbana da época.
MODERNISMO – 1ª GERAÇÃO
- Fase Heroica (1922 – 1930): período de afirmação nacional.
- Os artistas brasileiros foram influenciados pelas vanguardas
europeias (futurismo, cubismo, dadaísmo, surrealismo e
expressionismo);
- Oposição ao Parnasianismo (corrente literária que valorizava a
forma e conteúdo) e ao Academicismo (valorizava nas artes
plásticas as cópias em vez das emoções);
- Valorizava a identidade e a cultura brasileira retratando o seu povo;
- Nacionalismo crítico e ufanista;
- Experimentações estéticas e renovações artísticas;
- Ironia, sarcasmo e irreverência;
- Uso de Versos livres (sem métrica) e Versos Brancos (sem rima);
- Arte Iconoclasta (quebrar imagens do passado);
- Instaurar uma Língua Brasileira (a poesia incorporando a linguagem
coloquial, do cotidiano, inclusive com os erros gramaticais).
Semana de
Arte Moderna
de 1922
- Marco oficial do início do Modernismo no Brasil.
- Manifestação artística, política e cultural que reuniu jovens
artistas irreverentes e contestadores.
SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922:
- Dias: 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922.
- Local: Theatro Municipal de São Paulo.
- Reuniu apresentações artísticas como música, exposições,
recitação de poesia, além de palestras.
- Ruptura com o tradicionalismo, o conservadorismo.
>> ESCRITORES PARTICIPANTES:
- Mário de Andrade (1ª geração modernista, irreverente, irônico, polêmico. Sua obra
apresenta uma nacionalismo que busca as origens sem perder a visão crítica da
realidade. Das obras: “Paulicéia Desvairada”, “Macunaíma”);
- Oswald de Andrade (1ª geração modernista. Estilo inovador, valorizava a
identidade e a cultura brasileira. Romances “Memórias Sentimentais de João
Miramar” e “Serafim Ponte Grande”);
- Menotti Del Picchia;
- Guilherme de Almeida;
- Ronald de Carvalho;
- Sérgio Millet;
- Graça Aranha.
- Foram criadas várias revistas, movimentos e manifestos artísticos: Revista
Klaxon (1922), Revista Estética (1924), Movimento Pau Brasil (1924),
Movimento Verde-Amarelo (1924), Movimento Antropofágico (1928)
Pronominais
Oswald de Andrade
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido Linguagem coloquial.
Mas o bom negro e o bom branco Valorização do cotidiano.
Humor, nacionalismo.
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
"A poesia está em tudo —
tanto nos amores quanto nos
chinelos, tanto nas coisas
lógicas como nas
disparatadas”, Manuel
Bandeira.
>> CONTEXTO HISTÓRICO:
- 1922: pós-primeira guerra mundial;
- 100 anos da Independência do Brasil: o país passava por modificações
políticas, econômicas e sociais;
- O país era dominado pelas oligarquias cafeeiras de São Paulo e Minas
Gerais (Política Café com Leite);
- Fábricas e indústrias já existiam em São Paulo e Rio de Janeiro;
- Migração do campo para a cidade;
- Imigrantes japoneses e chineses no país;
- Surge a necessidade de recorrer a uma nova estética para interpretar a
realidade: Semana de Arte Moderna.
>> NA PINTURA:
- Di Cavalcanti (desenhista, ilustrador, cartunista que assinou o desenho do
cartaz e do catálogo, organizou a Semana de Arte Moderna, expôs também
pinturas)
>> NA PINTURA:
- Anita Malfatti (uma das
mais importantes artistas
plásticas brasileiras);
- Vicente do Rego Monteiro
Vicente do Rego Monteiro
Anita Malfatti
>> NA PINTURA:
- Apesar de Tarsila do
Amaral não ter participado do
evento, demonstrava
interesse pela chamada “arte
moderna”. Casada com
Oswald de Andrade deu a ele
o quadro “Abaporou” que
inspirou o “Manifesto
Antropófago”).
Quadro “Abaporou” de Tarsila do Amaral
>> NA ESCULTURA:
- Victor Brecheret
>> COMO FOI A SEMANA DE ARTE MODERNA?
1º DIA – DIA 13
- Inauguração com a palestra de Graça Aranha: “A emoção estética da Arte
Moderna”;
- No saguão do teatro, era possível também admirar obras de Anita Malfatti e
Victor Brecheret;
- Plateia lotada.
2º DIA – DIA 15
- A pianista Guiomar Novaes interpretou compositores modernos;
- Palestra do escritor e artista plástico Menotti Del Picchia;
- O poeta Ronald de Carvalho declamou o poema “Os Sapos” de Manuel
Bandeira, uma crítica ao parnasianismo. Bandeira não estava presente por
causa da Tuberculose.
3º DIA – DIA 17
- O músico Villa-Lobos fez uma apresentação musical com um pé de sapato e
outro de chinelos sob as vaias do público, pois considerou uma atitude “futurista”,
desrespeitosa.
>> CONSEQUÊNCIAS DA SEMANA DE ARTE MODERNA:
- A crítica ao movimento foi severa;
- As pessoas não conseguiram compreender a nova proposta de arte;
- Os artistas chegaram a ser comparados a doentes mentais. Ex.: Monteiro Lobato
criticou severamente a “Semana de 22”;
- A influência foi também sentida em outras manifestações musicais como a Bossa
Nova, Tropicalismo, Geração da Lira Paulistana.
MODERNISMO – 1ª GERAÇÃO
MÁRIO DE ANDRADE
- Autor das obras: “Pauliceia Desvairada” (urbanização,
modernidade, crítica social) e “Macunaíma um herói sem
nenhum caráter” (surrealismo, diversidade cultural).
VESTIDA DE PRETO E OUTROS CONTOS DE MÁRIO DE
ANDRADE
- Coletânea (antologia) que reúne contos de Mário de Andrade. O
autor discorre sobre a infância, os primeiros contatos com a
sexualidade e com o amor, além de refletir sobre os abismos e os
conflitos sociais do Brasil.
- Juca é o narrador em 1ª pessoa: a partir dos 3 anos tem um amor.
Depois tem um amor verdadeiro pela prima depois dos 5 anos de
idade.
MODERNISMO – 1ª GERAÇÃO
MODERNISMO – 1ª GERAÇÃO
- Com passar dos anos, a prima Maria não tem mais interesse nele porque
se tornou um mal aluno “bombeado”
MODERNISMO – 1ª GERAÇÃO
MODERNISMO – 2ª GERAÇÃO (PROSA)
Regionalismo – Romance de 30
(Prosadores nordestinos ou Neorrealismo)
- Geração de 30 (1930).
- Consolidação dos ideias modernistas.
- Representou um período muito fértil e rico para
a literatura Brasileira.
- Fase de maturação, concretização e afirmação
dos novos valores modernos.
- Temas nacionais, sociais e históricos foram
os preferidos pelos escritores dessa fase.
MARCOS INICIAIS:
- Na poesia: publicação do livro “Alguma
Poesia” (1930) de Carlos Drummond de
Andrade.
- Na prosa: publicação do livro “A Bagaceira”
(1928) de José Américo de Almeida.
MODERNISMO – 2ª GERAÇÃO (PROSA)
CONTEXTO HISTÓRICO:
- Após a crise de 29, muitos países estavam mergulhados numa
crise econômica, social e política.
- Surgimento de governos totalitários e ditatoriais.
- Aumento de desemprego, falência de fábricas, fome e miséria.
- No Brasil, a Revolução de 30 representou um Golpe de
Estado.
- Deposição do presidente da República Washington Luís,
impedindo a posse do Presidente eleito Júlio Prestes.
- Início da Era Vargas e fim das Oligarquias de Minas Gerais e
São Paulo (Política Café com Leite).
MODERNISMO – 2ª GERAÇÃO (PROSA)
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
- Influência do Realismo e Romantismo.
- Nacionalismo, Universalismo e Regionalismo.
- Realidade social, cultural e econômica.
- Influência da Psicanálise de Freud.
- Temática cotidiana e linguagem coloquial.
- Uso de versos livres e brancos.
- Valorização da linguagem do dia a dia, rompendo com a
gramática.
- Foco na prosa de ficção: romances regionalistas e urbanos.
- Preocupada com os problemas sociais, aproximou-se da
linguagem coloquial e regional.
- Mostrou a realidade de diversos locais do país, tanto o campo,
quanto a cidade.
MODERNISMO – 2ª GERAÇÃO (PROSA)
PRINCIPAIS AUTORES:
- José Américo de Almeida.
- Graciliano Ramos.
- Rachel de Queiróz.
- Jorge Amado: escritor baiano, suas obras apresentam crítica
sociopolítica e elementos regionais. A obra: “Capitães de Areia”
(1937) é um romance que retrata a vida de um grupo de crianças
abandonadas. Elas lutam e roubam para sobreviver na cidade de
Salvador, na Bahia. Liderados por Pedro Bala, aquilo que os une é
um forte instinto de sobrevivência, assim como os laços de
camaradagem, amizade e partilha. Com personalidades
diferentes, eles vão crescendo e seguindo caminhos bastante
diversos. Alguns garotos têm finais trágicos, como a morte e a
cadeia, outros continuam no mundo do crime. Existem ainda
aqueles que conseguem mudar suas vidas, seguindo outros
ofícios como a política, a arte e até o sacerdócio.
MODERNISMO – 2ª GERAÇÃO (POESIA)
- Poesia da 30: fase mais madura, o ápice da poesia modernista
brasileira.
- Abrangência temática em virtude da racionalidade e
questionamentos que norteavam o espírito dessa geração.
PRINCIPAIS AUTORES:
- Carlos Drummond de Andrade: o precursor da Poesia de 30.
- Cecília Meireles: com forte influência da psicanálise e da temática
social. É considerada umas das maiores poetisas brasileiras.
- Mário Quintana: o “poeta das coisas simples”, possui uma vasta obra
poética. Ex.: o livro “A Rua dos Cataventos” (1940).
- Murilo Mendes: além da poesia, foi destaque na Prosa de 30 e
publicou textos na revista “Antropofagia”.
- Jorge de Lima: chamado de “príncipe dos poetas”. Foi escritor e
artista plástico.
- Vinícius de Moraes: outro grande destaque da Poesia de 30, foi
compositor, diplomata, dramaturgo e poeta. Publica em 1933 seu
primeiro livro de poemas “Caminho para a distância”.
MODERNISMO – 3ª GERAÇÃO (POESIA)
GERAÇÃO DE 45: busca de uma nova expressão literária por meio da
experimentação e de inovações estéticas, temáticas e linguísticas.
- Arte mais preocupada com a palavra e a forma: João Cabral de Melo Neto e
João Guimarães Rosa.
- Exploração de assuntos essencialmente humanos: Clarice Lispector
(poesia intimista).
RETOMADA DE CARACTERÍSTICAS DO PARNASIANISMO:
- Culto à forma.
- Busca da perfeição.
- Preocupação com a estética.
- Metrificação e versificação.
- Os poetas de 45 eram chamados de neoparnasianos.
PRINCIPAIS AUTORES:
- João Cabral de Melo Neto: “Morte e Vida Severina”
- Clarice Lispector
- João Guimarães Rosa
- Ariano Suassuna
- Lygia Fagundes Telles
MODERNISMO – 3ª GERAÇÃO (PROSA)
- Geração de 45: em relação à 1ª Geração, os autores de 45 foram menos
liberais e contestadores. Voltaram a ser mais conservadores.
CONTEXTO HISTÓRICO:
- Período menos conturbado em relação às gerações anteriores.
- Momento de redemocratização do Brasil devido o término do Estado Novo.
- Fim da Segunda Guerra Mundial.
- Início da Guerra Fria e da Corrida Armamentista.
PRINCIPAIS CARACTERÍTICAS:
- Academicismo, retorno ao passado.
- Oposição à liberdade formal.
- Experimentações artísticas (ficção experimental).
- Realismo fantástico (contos fantásticos).
- Retorno à forma poética (valorização da métrica e da rima).
- Influência do Parnasianismo e Simbolismo.
- Inovações linguísticas e metalinguagem.
- Regionalismo universal.
- Temática social e humana.
- Linguagem mais objetiva.
MODERNISMO – 3ª GERAÇÃO (PROSA)
PROSA DE 45:
- Urbana: ambientação nos espaços da cidade em detrimento do campo,
destaque para Lygia Fagundes Telles.
- Regionalista: foco nos aspectos do campo, da vida agrária, no uso da
linguagem coloquial e regionalista, destaque para João Guimarães Rosa.
- Intimista: exploração em temas humanos, é mais íntima, psicológica e
subjetiva, destaque para Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles.
CLARICE LISPECTOR
- Nasceu na Ucrânia, passou a infância no Recife.
- 1944, publica o seu primeiro romance “Perto do Coração Selvagem”.
- Outras obras: “A Paixão Segundo G.H” (1964) e “A hora da estrela”
(1977).
- Contos: “Laços de família” e “Felicidade Clandestina”.
- Prosa intimista, introspeção.
- Fluxo da consciência, monólogos interiores.
- Ambiente urbano
- Cotidiano doméstico
- Personagens femininas
MODERNISMO – 3ª GERAÇÃO (PROSA)
- Tempo psicológico: “em superfície de tempo fora um minuto apenas, mas em
profundidade eram velhos séculos...” (A Paixão Segundo G.H)
- Epifanias: grandes revelações, seres inferiores (ratos, baratas, etc.).
A PAIXÃO SEGUNDO G.H (1964):
- Romance introspectivo: inquietações e reflexões sobre a vida.
- Fluxo da consciência: a história é remoída e repensada através da
personagem.
- A personagem principal inicia uma análise existencial a partir de um encontro
inusitado que ela vai fazer reflexões através de suas angústias, de seus medos, de
seu estado emocional.
- Apesar da personagem ser bem sucedida profissionalmente, ela busca por uma
autoconhecimento. G.H não tem nem uma identidade começando pelo nome
- A narrativa não é linear (sequências de pensamentos que passam por várias
associações
“Não sou uma escritora, sou uma sentidora”.
“Meus livros felizmente não são superlotados
de fatos, e sim da repercussão dos fatos no
indivíduo”.
MODERNISMO – 3ª GERAÇÃO (PROSA)
- Dificuldade de expressar seus sentimentos.
- Não apresenta enredo: conta a história tde uma mulher identificada apenas
pelas iniciais G.H. que depois de demitir a empregada e tentar limpar seu
quarto, relata a perda da individualidade após ter esmagado uma barata na
porta de um guarda-roupas.
- Teoria existencialista.
- Linguagem formal.
- Estrutura curta.
- História em 1ª pessoa.
- Palavras que dão ideia de secura, esterilidade.
MODERNISMO – 3ª GERAÇÃO (PROSA)
JOÃO GUIMARÃES ROSA
- Foi médico, diplomata, novelista, contista e romancista.
- Uso refinado e muito elaborado da Língua Portuguesa
em diversos gêneros literários.
- Suas obras apresentam uma ampla diversidade estilística, rítmica,
sintática, vocabular com a presença de neologismo (criação de novas
palavras), expressões de outras línguas.
- Junção da cultura erudita e popular por meio de uma linguagem que
mistura prosa e poesia. (prosa poética)
- Reflexões filosóficas e profundas por meio de histórias em tom de fábula.
- Dualidade: Eu X Mundo. Divino x Demoníaco. Bem x Mal.
- Simbolismo diversos.
MODERNISMO – 3ª GERAÇÃO (PROSA)
- Amplia a abordagem regionalista da literatura brasileira pois trata de temas que
extrapolam o sertão de Minas Gerais como conflito entre o moderno e o arcaico,
a loucura, misticismo, a traição, a inveja, a morte, a amizade, a viagem e o amor.
- É recorrente a presença de personagens cangaceiros e trabalhadores rurais
em suas obras.
- Fascínio pelo alógico (não tem uma lógica racional).
- Longas descrições do sertão de Minas Gerais.
- Principais obras: Sagarama (1946), Corpo de Baile (1956) e Grande Sertão
Veredas (1956).
- Corpo de Baile é composta por 7 novelas.
A partir da terceira edição foi dividida pelo autor em
3 livros: “Manuelzão e Miguilim”; “No Urubuquaquá”,
“No Pinhém e Noites do Sertão”.
MODERNISMO – 3ª GERAÇÃO (PROSA)
RECADO DO MORRO DE JOÃO GUIMARÃES ROSA
- É uma novela pertencente à obra Corpo de Baile (1965) e foi incluída nos
livros “No Urubuquaquá”, “No Pinhém”.
- Uso bastante de neologismo e arcaísmos (palavras antigas, fora de uso).
- A escrita relaciona-se com a oralidade e com diversos sons.
- Longas descrições da paisagem.
- Vasto simbolismo com os nomes dos personagens como o personagem
Gorgulho, cujo verdadeiro nome é Malaquias (referência bíblica).
- Enredo: Gorgulho vai ouvir o recado do morro e vai transmitir.
- Dualidade/ Contrastes entre: letrado x iletrado/ racional x irracional
ALGUNS PERSONAGENS DO LIVRO (SIMBOLISMO):
MODERNISMO – 3ª GERAÇÃO (PROSA)
PERSONAGENS INICIAIS DO LIVRO:
MODERNISMO – 3ª GERAÇÃO (PROSA)
TRECHOS DO LIVRO RECADO DO MORRO DE JOÃO GUIMARÃES ROSA:
MODERNISMO – 3ª GERAÇÃO (PROSA)
RESUMO DO LIVRO RECADO DO MORRO DE JOÃO GUIMARÃES ROSA:
MODERNISMO – 3ª GERAÇÃO (PROSA)
TRECHOS DO LIVRO RECADO DO MORRO DE JOÃO GUIMARÃES ROSA:
MODERNISMO – 3ª GERAÇÃO (PROSA)
TRECHOS DO LIVRO RECADO DO MORRO DE JOÃO GUIMARÃES ROSA:
MODERNISMO EM PORTUGAL
FERNANDO PESSOA
- Principal autor do modernismo em Portugal. É autor
do livro: "Mensagem".
- Criou os heterônimos (pseudônimos): Alberto
Caeiro ("Pastor Amoroso", "Poemas Inconjuntos"),
Ricardo Reis ("Prefiro Rosas", "Breve o Dia") e Álvaro
de Campos ("Ode Marítima", "Tabacaria", “Poema em
Linha Reta”).
MENSAGEM DE FERNANDO PESSOA
- Foi publicado em 1934. Apesar de ser uma obra
modernista, contém poemas compostos por versos
regulares, isto é, com métrica e rimas.
- Sua principal característica é o nacionalismo, que
leva o eu lírico a ressaltar o heroísmo e a grandeza
de Portugal. Escrito no período entreguerras (período
do nazismo alemão, o fascismo italiano e o Estado
Novo em Portugal).
PÓS-MODERNISMO
LITERATURA CONTEMPORÂNEA
- É a literatura dos dias atuais, pós-modernismo.
- Período da diversidade: vários interesses e estilos convivendo juntos.
- Narrativa: diferentes linhas temáticas (causas sociais, ambientais,
indígena, literatura de autoria feminina, questões temáticas de caráter
racial, político-social, etc.).
AILTON KRENAK
- É um líder indígena, ativista, filósofo,
poeta, escritor brasileiro de etnia indígena,
jornalista de causas sociais e ambientais.
- Nasceu no território do povo Krenak, no
Vale do Rio Doce, região de Minas Gerais.
- Busca dar voz aos povos indígenas em
suas lutas por reconhecimento e
territorialidade frente às organizações
políticas do Brasil.
PÓS-MODERNISMO
- Organizou a “Aliança dos Povos da Floresta” que reúne diferentes
comunidades indígenas e ribeirinhas na Amazônia e conseguiu colocar
na Constituição de 1988 o “Capítulo dos Índios” que garante aos povos
indígenas o direito à sua cultura e terra.
- É membro da Academia Brasileira de Letras.
“FUTURO ANCESTRAL” DE AILTON KRENAK
- Todos os textos foram elaborados a partir de
entrevistas, aulas e participações do autor em
mesas de debates e eventos diversos.
- Uma viagem conceitual sobre os rios, as matas,
os costumes e a sabedoria existente nas
tradições dos povos originários do Brasil.
PÓS-MODERNISMO
- O autor traz uma reflexão sobre a importância da conexão, do resgate do
“olhar ancestral”, de nossa capacidade de ignorar limites em nome de
nossos objetivos capitalistas. Não podemos caminhar para a frente sem
recuperar saberes antigos que percebiam a Terra como um organismo vivo
e de interação.
- “Vamos escutar a voz dos rios, pois eles falam. Sejamos água, em
matéria e espírito, em nossa movência e capacidade de mudar de
rumo, ou estaremos perdidos.” (pág. 27)
- No primeiro capítulo, “Saudações aos rios”, o autor nos aponta o nosso
distanciamento daquilo que deveria ser natural:
“Sempre estivemos perto da água, mas parece que aprendemos muito
pouco a fala dos rios. Esse exercício de escuta do que os cursos d’água
comunicam foi produzindo em mim uma espécie de observação crítica das
cidades, principalmente das grandes, se espalhando por cima dos corpos
dos rios de maneira tão irreverente a ponto de não termos mais nenhum
respeito por eles” (pág. 13)
PÓS-MODERNISMO
- O autor também analisa e critica a nossa sociedade, o caos urbano, a
arquitetura que elimina a natureza e o sistema capitalista que não cria
indivíduos, mas consumidores dependentes, como ele mesmo fala da
“Polis”, tudo que as grandes cidades oferecem.
- Traçando paralelos entre as cidades e as florestas, ele critica o conceito
de cultura que exclui a natureza de tudo que é tido como “civilizado”
como se não fossem conceitos passíveis de convivência. E fala:
“Temos de reflorestar o nosso imaginário e, assim, quem sabe, a gente
consiga se reaproximar de uma poética de urbanidade que devolva a
potência da vida, em vez de ficarmos repetindo os gregos e os romanos.
Vamos erguer um bosque, jardins suspensos de urbanidade, onde possa
existir um pouco mais de alegria, vida e prazer, ao invés de lajotas tapando
córregos e ribeirões. Afinal, a vida é selvagem e também eclode nas
cidades”. (pág. 71)
PÓS-MODERNISMO
- Também analisa a educação oferecida às crianças e traça um paralelo
entre a educação indígena e a dos homens socializados em cidades,
dentro do sistema:
“As crianças indígenas não são educadas, mas orientadas. Não aprendem
a ser vencedoras, pois para uns vencerem outros precisam perder.
Aprendem a partilhar o lugar onde vivem e o que têm para comer. Têm o
exemplo de uma vida em que o indivíduo conta menos que o coletivo (...) o
que as crianças aprendem desde cedo é colocar o coração no ritmo da
terra” (pág. 118).
ITAMAR VIEIRA JÚNIOR
- Nasceu em Salvador.
- Vencedor de vários prêmios: Prémio LeYa de
2018, Prêmio Jabuti de 2020, Prêmio Oceanos de
2020 e do Prêmio Montluc Rèsistance et Liberté de
2024.
PÓS-MODERNISMO
TORTO ARADO DE ITAMAR VIEIRA JÚNIOR
- Vencedor do Prêmio Jabuti de Melhor Romance de
2020.
- Narra a história de duas irmãs: Bibiana e Belonísia,
marcadas por um acidente de infância, e que vivem em
condições de trabalho escravo contemporâneo em uma
fazenda no sertão da Chapada Diamantina.
- As irmãs encontram uma velha e misteriosa faca na
mala guardada sob a cama da avó. Ocorre então o
acidente. E para sempre suas vidas estarão ligadas a
ponto de uma precisar ser a voz da outra:
“Quando retirei a faca da mala de roupas, embrulhada em um
pedaço de tecido antigo encardido com nódoas escuras e um nó no
meio, tinha pouco mais de sete anos. Minha irmã, Belonísia, que
estava comigo, era mais nova um ano”.
PÓS-MODERNISMO
- Obra polifônica (as vozes femininas das irmãs que expressam
memórias coletivas e atribuladas de desigualdades raciais, sociais e de
gênero e também evocam as resistências ancestrais dos povos
quilombolas, suas lutas e ligações com a terra).
“Todas nós, mulheres do campo, éramos maltratadas pelo sol e
pela seca. Pelo trabalho árduo, pelas necessidades que
passávamos, pelas crianças que paríamos muito cedo(..)”.
- O romance conta uma história de vida e morte, de combate e
redenção.
- O cenário da obra: Fazenda Água Negra (sertão brasileiro)
- Retrata as relações sociais, o latifúndio e o trabalho servil, a violência,
a seca, as crenças, lendas e religiosidades próprias da mestiçagem
cultural e da ancestralidade africana.
“Meu pai havia nascido quase trinta anos após declararem os
negros escravos livres, mas ainda cativo dos descendentes dos
senhores de seus avós”.
PÓS-MODERNISMO
- Torto Arado: representa um instrumento agrícola arcaico e obsoleto
que simboliza as permanências do passado colonial e as marcas
indeléveis e deletérias da escravidão, fundantes da formação da
sociedade e do Estado Brasileiro, de suas mazelas e desigualdades.
“Era um arado torto, deformado, que penetrava a terra de tal
forma a deixá-la infértil, destruída, dilacerada”.
LITERATURA DE AUTORIA FEMININA LOCAL E REGIONAL
CIDA PEDROSA: sertaneja do município de
Bodogó´PE, sertão do Araripe. É uma das
militantes do Movimento de Escritores
Independentes de Pernambuco, na década de
1980. Possui 10 livros de poemas publicados,
sendo os mais recentes: “Cris” (2018), “Claranã”
(2015) e “As filhas de Lilith” (2009), os dois
últimos selecionados pelo Prêmio Oceanos de
Literatura.
PÓS-MODERNISMO
- Em 2020, o livro foi premiado no 62º Prêmio
Jabuti nas categorias "Poesia" e "Livro do Ano".
- Trata-se de um poema nos moldes épico
(lirismo poético).
- A história é desenvolvida de forma fragmentada,
baseada nas memórias da autora.
- Faz referência à diáspora de negros, índios e
pessoas oprimidas que saíram do litoral de
Pernambuco em direção ao sertão, tendo como
foco principal Bodocó-PE, cidade natal de Cida.
- Há ainda uma associação entre a música
sertaneja e o blues, além de descrições de clima,
fauna, flora, geografia, cheiros, sabores e outras
referências pessoais.
- Musicalidade: relacionada ao blues ora ao jazz presente em versos que
usam a aliteração, a assonância e a repetição.
PÓS-MODERNISMO
- Mistura lembranças próprias da autora: Cida fez parte do
Movimento de Escritores Independentes em Pernambuco
(MEIPE) durante a década de 80. Era um grupo que realizava
reuniões entre poetas da época para recitar poemas, sempre em tons
de liberdade, em espaços abertos ao público, aproximando a poesia
do povo e propondo reflexões sobre liberdade nos mais diversos
campos sociais.
- Diversas referências estéticas que vão desde as mais clássicas até
as mais contemporâneas.
- Questões temáticas de caráter político-social.
- Na contracapa do livro afirma que é uma obra não panfletária.
Obra panfletária valoriza a ideologia, visão de mundo ou
posicionamento político. O que não acontece nesse livro: o teor
político não se sobrepõe aos aspectos poéticos.
PÓS-MODERNISMO
- Simbolismos: questões relacionadas à desigualdade de gênero e
social, o livro traz à tona também símbolos relacionados à colonização,
ao racismo, ao preconceito e à questão indígena.
- Uso de metáforas, figuras de linguagem: como a aurora
significando começo, renascimento ou esperança.
- Influência de uma poesia concreta: a disposição das palavras e dos
versos acontecem de diversas formas, com destaque para momentos
em que a organização das palavras sugerem imagens, como ondas,
encruzilhada e espiral.
PÓS-MODERNISMO
- Temática racial como no trecho:
Ao falar que a
“três negros em sintonia cidade é surda para
africanidades não sabidas os mestres citados,
quilombos interiores destruídos Cida tece uma
relação do
girândolas dobrados e forrós preconceito do
tatuagens povo da cidade com
em uma cidade a incapacidade de
que chama o preto de azul ouvir e reconhecer
a maestria dos
retinto retinto retinto ouvi muito o povo dizer músicos negros.
aquele negro
A repetição em três
retinto vezes de um
retinto mesmo verso, para
além da
retinto musicalidade
ouvi muito a cidade dizer associada aos três
aqueles negros retintos acordes clássicos
manuel azul e mané prego maestros negros do blues, dá o
andamento do ritmo
da cidade surda” (PEDROSA, 2019, p.70). da leitura do poema
PÓS-MODERNISMO
CONCEIÇÃO EVARISTO
- Nasceu em Belo Horizonte, em 1946, numa favela no alto da Avenida
Afonso Pena. Dona Joana, sua mãe, teve nove filhos, era doméstica e
lavava roupas para fora, mesmo assim, encontrava tempo para lhes
contar histórias.
- Enquanto estudava, a autora trabalhou de doméstica na capital mineira.
Formou-se como professora.
- É uma das principais escritoras da literatura
.Brasileira e Afro-brasileira. Em sua literatura
traz importantes reflexões sobre as questões
de raça e de gênero, com o propósito de
revelar a desigualdade e de recuperar uma
memória sofrida da população afro-brasileira
em toda sua riqueza e potencialidade.
PÓS-MODERNISMO
LIVRO PONCIÁ VICÊNCIO DE CONCEIÇÃO
EVARISTO
-É o primeiro romance de Conceição Evaristo.
- São narrados problemas do cotidiano das
mulheres afrodescendentes sob um ponto de
vista claramente feminino e negro.
- Escrito em terceira pessoa, com flashbacks,
descreve a infância de Ponciá Vicêncio, na
Vila Vicêncio, no interior do Brasil, onde vive
numa população de descendentes de
escravos.
- Ponciá mora com a mãe, Maria Vicêncio. Seu
pai e seu irmão trabalham no cultivo da lavoura
da família Vicêncio, que é proprietária das terras
onde todos moram e trabalham, ademais são
donos do sobrenome dos habitantes da vila,
como a família de Ponciá.
PÓS-MODERNISMO
LITERATURA PORTUGUESA
DJAIMILIA PEREIRA DE ALMEIDA
- Escritora portuguesa, nasceu em Angola.
- É professora da New York University, NYU. Tem
mestrado e doutorado em Teoria da Literatura pela
Universidade de Lisboa.
- Considerada uma representante de uma literatura sobre raça, gênero e
identidade.
- É detentora de vários prêmios literários.
- “Esse Cabelo” primeiro livro, publicado em 2015, fala de uma garota de pele
.
negra e cabelo crespo, oriunda de Angola, na sociedade portuguesa de meados
dos anos 1980.
PÓS-MODERNISMO
A VISÃO DAS PLANTAS DJAIMILIA PEREIRA DE
ALMEIDA
- Segundo lugar no Prêmio Oceanos, perdendo para
“Torto Arado”.
- Narra a história de capitão Celestino, homem cujo
passado de brutalidade e violência assombrosas é
substituído, no crepúsculo da vida, por um amor
delicado e cuidadoso pelas plantas de seu jardim.
- De volta a Portugal e com a consciência pesada pelas monstruosidades que
cometeu, o capitão retorna à casa de sua infância. Na vizinhança, as pessoas
conhecem seus malfeitos, então poucos se atrevem a se aproximar. Somente o
padre Alfredo é um visitante regular: quer levar o homem para se confessar, mas
.
o único assunto que interessa a Celestino é mesmo o esplendor de seu roseiral.