INSTITUTO MEDIO MARIA MAE AFRICA
ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO
(CV5) - Contabilidade
Ficha número 2
1. Principais índices de rentabilidade
Os índices de rentabilidade ou também conhecidos como de lucratividade e retorno sobre o
investimento determinam a situação econômica da empresa concentrando a atenção na geração
de resultados.
O índice de rentabilidade refere-se ao lucro gerado pela empresa e é de interesse de seus sócios,
que por ele verificam a remuneração do capital aplicado, e de terceiros, como os Bancos e
Fornecedores, que medem a capacidade de pagamento das dívidas assumidas pela empresa. A
empresa que apresenta baixa rentabilidade compromete a sua capacidade de pagamento e a
tendência é de seu definhamento.
De uma maneira geral esses índices relatam a eficiência e rentabilidade da empresa, diante do
seu potencial de vendas, sua habilidade de gerar resultados e evolução das despesas.
1.1. Margem Bruta
O índice de margem bruta (IMB), representa em percentagem o quanto a empresa obteve lucro,
após ter pago todos os custos dos produtos ou mercadorias. Este índice pode ser encontrado
através da seguinte formula:
Resultado Bruto
MB =
Volume de Negocios
1.2 Margem Líquida
Este indicador mensura retorno sobre o investimento do proprietário da empresa, ou seja, qual o
retorno que os sócios estão obtendo em relação aos investimentos feitos na empresa. Indica-nos o
retorno do investimento que é dado aos detentores de capitais. É um rácio de bastante interesse
para actuais ou potenciais investidores. A RPL é calculada através da seguinte fórmula:
Resultado Liquido
ML =
Volume de Negocios
Quanto mais elevado este indicador melhor para os potenciais investidores, significa que os
sócios/accionistas detém mais retorno.
1.3 Retorno do Activo
Retorno sobre Activo, também conhecido como retorno de investimento, mensura a eficiência
global da empresa em gerar lucros com seus activos disponíveis. A RA é calculada a partir da
seguinte fórmula:
Lucro Liquido
RA =
Activo Total
Para Retorno do Activo quanto maior o índice encontrado, melhor, pois quanto maior for o lucro
maior poderá ser o investimento da empresa no Activo.
1.4 Rentabilidade do Capital
É um indicador económico, muito utilizado nas análises económicas e financeiras, que mede a
capacidade dos capitais próprios da empresa em gerar retorno financeiro. Dito de outra forma, a
RCP procura avaliar a eficiência e capacidade de gestão dos investimentos dos detentores do
capital da empresa em termos de produção de resultados financeiros. Assumindo que os capitais
próprios da empresa representam a sua situação patrimonial líquida, isto é, o seu valor
contabilístico, pode-se considerar a rendibilidade do capital próprio como sendo a rendibilidade
da própria empresa. Quanto maior o valor da RCP, melhor será a performance da empresa na
utilização dos investimentos dos seus proprietários. Se, por exemplo, o valor da RCP for igual a
0,1 (ou seja, 10%), tal significa que cada euro de investimento dos proprietários é convertido em
10 cêntimos de resultados líquidos. A RCP é, portanto, muito útil para efectuar comparações de
performance entre diversas empresas ou entre diversas aplicações de capital alternativas. A RCP
é calculada a partir da seguinte fórmula:
Resultado Liquido
RCP =
Capitais Proprios
2. Principais índices de actividade
Os rácios de funcionamento ou atividade indicam se a gestão de créditos comerciais e do fundo
de maneio da empresa é feita com eficiência. E incluem três indicadores importantes: Prazo
Médio de Recebimento (PMR), Prazo Médio de Pagamento (PMP), e Prazo Médio de Rotação
do Inventário (PMRI). Respeitam a aferição da eficiência com que a empresa está a gerir os
ativos que possui, quer sejam imobilizados, quer sejam circulantes.
Nome Formula Descrição Interpretação
É o rácio que mede a Quanto mais baixo o rácio, menor o prazo que, em
Prazo (Saldo médio de
celeridade com que os média, os clientes demoram a saldar as suas dívidas. O
Médio de clientes/ vendas e
clientes costumam pagar as PMR efetivo deve ser comparado com os prazos
Recebimen prestação Serviços x (1
duas dívidas. acordados com os clientes e, caso sejam detetadas
to + IVA)) x 365
diferenças significativas, deve averiguar-se as suas
causas e, se necessário,
proceder a ações corretivas.
(Saldo médio de É o rácio que mede a O PMP expressa em quantos dias, em média, a entidade
Prazo
fornecedores/ compras e celeridade com que a paga as suas dívidas comerciais (dívidas de
Médio de
fornecimento x (1+ empresa costuma pagar as fornecedores de matérias-primas, mercadorias e
Pagamento
IVA)) x 365 suas dívidas aos fornecimentos e serviços
fornecedores externos)
O PMRI é tempo médio, em Valores muito elevados de PMRI indicam uma gestão
Prazo Inventários e ativos
dias, de permanência dos pouco eficiente, sendo necessária uma correção na
Médio de biológicos consumíveis
inventários em armazém, ou tomada de decisões quanto a gestão de stocks.
Rotação do / compras x 365
seja, a rapidez com que os
Inventário
inventários são produzidos
e/ou vendidos, sendo
relevante a sua análise para
efeitos da gestão do ciclo
de
produção e
aprovisionamento.
3. Principais índices de liquidez
Os rácios de liquidez informam sobre a capacidade de uma empresa em cumprir com as suas
responsabilidades a curto prazo, como por exemplo os pagamentos a fornecedores, estado, entre
outros
Pressupõem a não continuidade da empresa e não tomam em consideração a capacidade da
empresa em gerar fluxos de caixa operacionais e a sua capacidade de endividamento em reserva.
A análise dos rácios de liquidez deve ter em conta o ciclo de exploração da empresa
(natureza/sazonalidade da actividade) e os prazos médios de recebimento e os pagamentos
comuns no sector. Também é relevante referenciar que não devem ser utilizados isoladamente
porque têm natureza estática tal como os indicadores baseados no balanço tornando-se necessário
fazer uma comparação com o sector e uma evolução temporal.
3.1 Liquidez Imediata
Este índice tem a sua função revelada em seu nome, pois demonstra a percentagem que a
empresa dispõe para saldar as suas dívidas a curto prazo imediatamente ou instantaneamente.
Este quociente é normalmente baixo pelo pouco interesse das empresas em manter recursos
monetários em caixa, activo operacionalmente de reduzida rentabilidade. Este índice poder
encontrado através da seguinte formula:
Disponivel
LI =
Passivo Corrente
Para LI quando maior for o índice encontrado, melhor para a situação financeira da empresa,
demonstrando sua capacidade de saldar dívidas a curto prazo.
3.2 Liquidez Corrente
Apresenta a relação mediante as disponibilidades e as contas conversíveis a curto prazo em
unidade de moeda corrente em contrapartida das suas dívidas a curto prazo, ou seja, quanto a
empresa possui no Ativo Circulante para cada unidade monetária do Passivo Circulante. A LC é
determinada a partir da seguinte fórmula:
Activo Corrente
LC =
Passivo Corrente
Para LC quanto maior o índice, melhor a situação financeira da empresa, pois os recursos a curto
prazo são capazes de saldar as dívidas de curto prazo.
3.3 Liquidez Seca
Verifica o quanto a empresa possui de disponibilidades (dinheiro, depósitos bancários a vista e
aplicações financeiras de liquidez imediata), aplicações financeiras a curto prazo e duplicatas a receber,
para cada unidade monetária no Passivo Circulante (dívidas a curto prazo). Este índice mede a
capacidade da empresa para pagar suas obrigações sem ser forçada a vender seu “Stock”. A LC é
determinada a partir da seguinte fórmula:
Activo Corrente−Stock
LS =
Passivo Corrente
Para o LS quanto maior o índice, melhor a situação financeira da empresa, pois significa que os
seus recursos a curto prazo são capazes de pagar suas dívidas a curto prazo, independente da
venda dos estoques.
3.4 Liquidez Geral (LG)
Este indicador mede a capacidade de pagamento da empresa frente a totalidade de suas dividas,
neste caso é levado em consideração o activo corrente, realizável a longo prazo, passivo corrente
e exigível a longo prazo. Para Braga (2009, p.164): “Este quociente indica a capacidade
financeira da empresa para solver todos os compromissos para com seus credores de curto e
longo prazo (passivo)”. Pode ser obtido este indicador através da seguinte formula:
Activo Corrente+ Realizavel a Longo Prazo
LG =
Passivo Corrente + Exigivel a Longo Prazo
Sendo o activo circulante aquilo que a empresa transforma em dinheiro no prazo de um ano e o
passivo circulante aquilo que a empresa tem a pagar nesse período, o valor do indicador deve ser
superior a 1, para que a empresa se apresente equilibrada financeiramente.
4. Indicadores de Endividamento
Os indicadores de endividamento são considerados também como indicadores de estrutura de
capital. A estrutura de capital de uma organização abrange a procedência de seus financiamentos.
Todos os fundos aplicados em activos são decorrentes dos proprietários da organização ou de
terceiros.
Este grupo de indicadores mensuram em que medida os activos são financiados por capitais
próprios ou por capitais alheios, aprofundando a tipificação desses capitais alheios”. A posição
do endividamento de uma empresa indica o montante de recursos de terceiros sendo usado com
intuito de gerar lucros. Os indicadores de endividamento fazem parte dos indicadores financeiros
que subsidiam a análise dos seus financiamentos. Com base neles é possível: avaliar o grau de
endividamento de uma entidade económica, apurar o quanto da geração de dívidas o negócio
depende para se manter, e medir se uma organização está utilizando mais recursos de terceiros ou
proprietários.
4.1 Participação de Capital de Terceiros (PCT)
Demonstra qual o percentual dos recursos totais da empresa que são financiados por terceiros, ou
seja, para cada unidade monetária investida na empresa através de capital próprio, qual o valor
representado por captação de recursos de terceiros. O índice representa qual a percentagem do
activo total financiada com recursos de terceiros”. Para calcular este indicador obedece-se a
seguinte formula:
Exigivel Total
PCT =
Patrimonio Liquido
Para a Participação de Capitais de Terceiros quanto menor o índice encontrado, melhor perante a
situação financeira da empresa, ou seja, quanto menor a participação de terceiros na empresa,
menor será o endividamento e maior a sua liberdade para a tomada de decisões. Caso ocorra o
contrário, e o nível de endividamento da empresa esteja elevado, constata-se que a dependência
financeira perante terceiros restringirá a liberdade financeira da empresa.
4.2 Endividamento Geral (EG)
O indicador de endividamento geral mensura a proporção do total de activos financiados pelos
credores da empresa.
O enfoque do índice de endividamento geral é avaliar se a empresa está operando com dívidas de
terceiros em excesso, e o risco do negócio. Este indica a dependência dos recursos de terceiros
para financiamento do activo. O indicador é calculado como a seguir:
Total de Passivo
EG =
Total de Activo
Quanto maior for esse indicador, maior será o montante de dinheiro de outras pessoas sendo
usado em uma tentativa de gerar lucros, ou seja, quanto maior for este indicador maior será o
grau de endividamento da empresa.
4.3 Composição do Endividamento (CE)
Este indicador, também denominado de perfil da dívida, mostra a relação entre o passivo de
curto prazo da empresa e o passivo total, verificando a necessidade de se gerarem recursos em
curto prazo para que se possam pagar as obrigações dentro do prazo estabelecido. A fórmula para
o cálculo da composição de endividamento é seguinte:
Passivo Corrente
CE =
Total de Passivo
Quanto maior for esse indicador, “pior” para empresa, mostra que a empresa se encontra numa
situação extrema, de divida muito elevada que está concentrada no curto prazo, o que significa
que a empresa vai sofre uma pressão para liquidação dessas obrigações.