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TJ-SP HC 22405364020208260000 52dff

O Tribunal de Justiça de São Paulo negou o Habeas Corpus Criminal nº 2240536-40.2020.8.26.0000, impetrado em favor de Sérgio Ricardo Ré da Mota e Simone Melo Koszegi, que alegavam constrangimento ilegal devido à manutenção de suas prisões preventivas por crimes graves, incluindo homicídio qualificado e estelionato. O relator destacou a presença de indícios suficientes de autoria e a necessidade da custódia cautelar para garantir a ordem pública e a instrução criminal. A decisão foi unânime entre os desembargadores presentes na sessão.

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O Tribunal de Justiça de São Paulo negou o Habeas Corpus Criminal nº 2240536-40.2020.8.26.0000, impetrado em favor de Sérgio Ricardo Ré da Mota e Simone Melo Koszegi, que alegavam constrangimento ilegal devido à manutenção de suas prisões preventivas por crimes graves, incluindo homicídio qualificado e estelionato. O relator destacou a presença de indícios suficientes de autoria e a necessidade da custódia cautelar para garantir a ordem pública e a instrução criminal. A decisão foi unânime entre os desembargadores presentes na sessão.

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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Registro: 2020.0000888502

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Habeas Corpus Criminal nº


2240536-40.2020.8.26.0000, da Comarca de Itanhaém, em que são pacientes
SÉRGIO RICARDO RÉ DA MOTA e SIMONE MELO KOSZEGI e Impetrante
MARCO ANTONIO DE ANDRADE ALMADA.

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 15ª Câmara de Direito


Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão:
denegaram a ordem. V.U., de conformidade com o voto do relator, que integra este
acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores RICARDO SALE


JÚNIOR (Presidente sem voto), POÇAS LEITÃO E WILLIAN CAMPOS.

São Paulo, 29 de outubro de 2020.

GILBERTO FERREIRA DA CRUZ


Relator
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Habeas corpus nº 2240536-40.2020.8.26.0000 – Processo digital


1ª Vara Judicial da Comarca de Itanhaém (Processo nº
1500394-72.2018.8.26.0366)
Impetrante: Marco Antonio de Andrade Almada (advogado)
Pacientes: Sérgio Ricardo Ré da Mota e Simone Melo Koszegi

Voto nº 12991

HABEAS CORPUS Homicídio qualificado, aborto


provocado por terceiro sem o consentimento da
gestante e estelionatos consumado e tentado (artigos
121, § 2º, I, III, IV e V; 125; 171, caput; 171, caput, c.c. 14,
II; c.c. 29, caput, do Código Penal) Pressupostos da
segregação cautelar presentes Inócuas outras
medidas do artigo 319 do CPP Decisão devidamente
fundamentada Inexistência de violação ao disposto no
parágrafo único do artigo 316 do CPP. Prisões
reanalisadas Constrangimento ilegal não
caracterizado Ordem denegada.

Trata-se de habeas corpus impetrado pelo advogado


Marco Antonio de Andrade Almada, com pedido de liminar, em favor de
Sérgio Ricardo Ré da Mota e Simone Melo Koszegi, sob a alegação de
que estes sofrem constrangimento ilegal por ato do MM. Juízo de Direito
da 1ª Vara Judicial da Comarca de Itanhaém, nos autos nº
1500394-72.2018.8.26.0366.

Aduz, em síntese, que os pacientes encontram-se


presos pela prática dos crimes previstos nos artigos 121, § 2º, I, III, IV e
V; 125; 171, caput; 171, caput, c.c. 14, II; c.c. 29, caput, do Código Penal,
e que tiveram seu pedido de revogação das prisões preventivas
indeferido por decisão carente de fundamentação idônea, vez que se
reportou 'genericamente aos motivos originários da decretação da prisão
preventiva', e não indicou 'onde consta nos autos a prova da existência
de crime' e 'em que ponto resta inegável que a soltura do acusado
prejudicará a instrução criminal'. Discorre sobre os fatos e aponta a
ausência dos requisitos ensejadores das prisões preventivas,

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notadamente em razão da ausência de revisão da necessidade da


custódia cautelar (CPP, artigo 316). Conclui pela 'necessidade de
relaxamento da prisão cautelar quando superado o prazo sem
manifestação de ofício do juízo'.

Requer a concessão da ordem para garantir aos


pacientes o direito de responderem ao processo em liberdade (fls. 01/04).

Indeferida a liminar, foram dispensadas informações,


nos termos do artigo 662 do Código de Processo Penal (fls. 14/15).

A d. Procuradoria Geral de Justiça manifestou-se pela


denegação (fls. 19/25).

É o relatório.

A ordem deve ser denegada.

Os pacientes foram presos temporariamente, tiveram


a prisão convertida em preventiva por representação da autoridade
policial, e foram denunciados (fls. 179/181 e 230/231 processo nº
1500395-57.2018.8.26.0366; e fls. 283/285 e 01/05 processo nº
1500394-72.2018.8.26.0366) por infração aos artigos 121, § 2º, I, III, IV e
V; 125; 171, caput; 171, caput, c.c. 14, II; c.c. 29, caput, do Código Penal
porque no dia 02 de julho de 2018, na cidade e comarca de Itanhaém,
agindo em concurso entre si, com animus necandi, por motivo torpe, com
emprego de asfixia, mediante recurso que tornou impossível a defesa da
vítima, e para assegurar a execução e a vantagem de outro crime,
mataram, por afogamento, A.A.B..

Nas mesmas circunstâncias de tempo e lugar, Sérgio


e Simone, agindo em concurso entre si, provocaram aborto, sem o
consentimento da gestante A.A.B..

Consta também que, aproximadamente em julho de


2018, na cidade e comarca de Itanhaém, os pacientes, agindo em

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concurso, obtiveram, para si, vantagem ilícita consistente no valor de


indenização de seguro de vida, em prejuízo de 'Youse Caixa Seguradora',
induzindo funcionários desta pessoa jurídica em erro e mediante meio
fraudulento.

Por fim, consta que durante o primeiro semestre de


2018, no mesmo local, Sérgio e Simone, agindo em concurso, tentaram
obter, para si, vantagem ilícita consistente no valor de indenização de
seguro de vida, em prejuízo de 'Icatu Seguros', 'Itaú Seguros', 'Porto
Seguro e Mapfre', e 'Youse Caixa Seguradora', induzindo funcionários
destas pessoas jurídicas em erro e mediante meio fraudulento, somente
não consumando os crimes por circunstâncias alheias à sua vontade.

Segundo a acusação, os pacientes faziam parte de


uma seita satânica intitulada 'Filhos de Luciferianos', da qual os
denunciados se proclamavam 'sacerdotisa' (Simone) e 'mestre' (Sérgio).
A vítima A.A.B. se interessou pela seita, passando a se relacionar com os
pacientes via internet. A partir de janeiro de 2018, A. deixou a cidade em
que residia, Aparecida de Goiânia/GO, e passou a morar com Simone e
Sérgio, em Itanhaém, vindo a fazer parte dos 'pactos demoníacos' por
eles realizados. Após algum tempo, os pacientes decidiram colocar em
prática um plano criminoso, com vistas a obter vantagem econômica.
Assim, procuraram diversas seguradoras e contrataram seguros de vida
em nome da ofendida que se encontrava gestante de um feto do sexo
masculino, com cerca de 13 (treze) centímetros nas seguradoras 'Icatu
Seguros', 'Youse Caixa', 'Itaú Seguros' e 'Porto Seguro e Mapfre', todos
tendo Simone como beneficiária, a qual contratou e efetivou os seguros
por meios digitais, fazendo-se passar pela vítima. Posteriormente, os
pacientes decidiram matar A., dissimulando um afogamento acidental, a
fim de receberem as respectivas indenizações. Visando ao sucesso do
plano, Simone e Sérgio pesquisaram junto ao serviço de meteorologia se
no dia dos fatos ocorreria a chamada 'maré de retorno', para garantir que
o corpo da ofendida fosse efetivamente resgatado e que os valores da

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indenização dos seguros fossem recebidos. Na data apontada na


denúncia, os pacientes doparam A., fazendo-a ingerir os antidepressivos
paroxetina, clonazepan e antriptilina, previamente adquiridos por eles e
que foram misturados com bebida alcoólica. Ato contínuo, dirigiram-se à
praia, na altura da 4ª Agência, Balneário Jequitibá, em Itanhaém a qual
estava vazia, devido ao horário e ao clima ruim e jogaram A. nas águas
do mar, matando-a por asfixia por afogamento e, cientes de que a vítima
estava gestante, provocaram o aborto do feto. O corpo de A. foi
localizado no dia seguinte, na orla da praia localizada na avenida
Governador Mário Covas Júnior, Vila Anhanguera, na cidade de
Mongaguá. Após estes eventos, Simone e Sérgio acionaram as
seguradoras, noticiando-lhes o sinistro, e conseguiram receber somente o
valor da indenização contratado com 'Youse Caixa Seguradora', vez que
o plano criminoso dos pacientes fora descoberto pelas demais
seguradoras.

No caso são significativos e relevantes os indícios do


envolvimento dos pacientes nas ocorrências, porquanto tiveram a prisão
temporária decretada durante a investigação criminal e, com o término
desta, a autoridade policial requereu a sua conversão em prisão
preventiva pleito esse ratificado pelo Ministério Público.

Faz-se, portanto, necessária a cautelar extrema em


função de determinados objetivos que se relacionam à garantia da ordem
pública, à conveniência da instrução criminal e à efetiva aplicação da lei
penal (CPP, artigo 312), observado que a contemporaneidade a que
alude o § 2º do artigo 312 do CPP confunde-se, in casu, com as próprias
circunstâncias dos fatos narrados. Aliás, qualquer outra medida prevista
no artigo 319 do CPP, eventualmente concedida, não atenderia às
finalidades daqueles objetivos.

E, nesse passo, observados os postulados trazidos


pelas Leis nºs 12.403/2011 e 13.964/2019, vê-se que o caso também se

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mostra enquadrado nos artigos 282, § 6º, 283, caput, e 313, I, do CPP,
não estando incluído na descrição do artigo 321 do mesmo diploma.

É certo que a prisão antes da sentença definitiva é


medida de exceção, a ponto de impor ao Juiz fundamentar os motivos
que levaram à custódia do agente. In casu, as prisões decretadas não se
mostram ilegal ou arbitrárias para justificar a concessão da ordem. A
menção das favoráveis condições pessoais dos pacientes contrapõe-se
às condutas imputadas na denúncia, em trâmite no Juízo a quo: matar
alguém, por motivo torpe, com emprego de asfixia, mediante recurso que
tornou impossível a defesa da vítima, e para assegurar a execução e a
vantagem de outro crime; provocar aborto, sem o consentimento da
gestante; obter, para si, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo a
vítima em erro e mediante meio fraudulento; e tentar obter, para si,
vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo a vítima em erro e
mediante meio fraudulento, somente não consumando o crime por
circunstâncias alheias à sua vontade.

Não se olvide que a decretação das prisões


cautelares também não se mostra ilegal ou arbitrária para justificar a
concessão da ordem porque, não se inserindo nas hipóteses do artigo
315, § 2º do CPP, encontra-se suficientemente fundamentada, conforme
se observa na decisão que decretou as prisões temporárias, na que as
prorrogou, e na que as converteu em preventiva (fls. 179/181 e 230/231
processo nº 1500395-57.2018.8.26.0366; e fls. 283/285 processo nº
1500394-72.2018.8.26.0366), litteris:

'Consta dos autos indícios de autoria, uma vez que


consta que a vítima conformou que estava com os
averiguados momentos antes de sua morte, na praia,
na Comarca de Itanhaém e ainda, que um dos
averiguados era madrinha da vítima e esta ainda
indicou as condições em que se deu o

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desaparecimento da mesma nas dependências da


Delegacia de Polícia. É a síntese do necessário. O
caso comporta deferimento. Primeiramente saliente-
se que o delito apurado admite a referida medida,
conforme dispõe o art. 1º, III, “a”, da Lei nº 7.960/89.
Ademais, há de fato fundadas razões que indicam
autoria delitiva.Com efeito, emerge dos documentos
que instruem os autos de que os representados
podem vir a ser os autores do homicídio em questão.
Por fim, anote-se que a medida se mostra
imprescindível para as investigações, tal como
preceitua o artigo 1º, inciso I, da Lei nº 7.960/89,
porque se estiverem soltos, certamente poderá influir
no ânimo de testemunhas, impedindo a correta
apuração dos fatos. (...) Os indicativos de autoria, por
evidente, não são suficientes para a decretação da
prisão temporária, no entendo outros elementos
indicam que os averiguados possuíam dados e
contatos da vítima, pelo que há o risco do
desaparecimento de provas que podem solucionar
definitivamente a questão.'

'Demonstrada a imprescindibilidade da manutenção


da custódia cautelar dos representados para o
deslinde das diligências, visando a devida conclusão
das investigações, prorrogo a prisão temporária de
SÉRGIO RICARDO RE DA MOTA, portador do R.G.
Nº 23.516.173, filho de Crescencio da Mota e Maria
Aparecida RE, natural de São Paulo/Sp, nascido aos
14/06/1975e SIMONE MELO KOSZEGI, portadora do
R.G. nº 29.877.412, filha de Jose Koszegi e Maria
Benedita de Melo Koszegi, natural de São Paulo/SP,

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nascida aos 20/09/1976, por 30 (trinta) dias, com


fulcro no artigo 2º,in fine, da Lei nº 7.960/89.'

'Pois bem, no caso dos autos, a materialidade dos


fatos e os indícios de autoria se encontram
indelevelmente demonstrados pelas provas coligidas
em solo policial, através do laudo de exame
necroscópico e depoimentos colhidos. De outra
banda, a gravidade do crime, as circunstâncias do
fato e as condições pessoais do(s) indiciado(s)
indica(m) pela necessidade de se decretar sua prisão
preventiva, como forma de se salvaguardar a ordem
pública. (...) Pois bem, a necessidade de se adotar a
medida mais drástica encontra-se evidencia dano
caso dos autos. E isso porque, consoante verificado,
se tem notícias de que os crimes foram cometidos por
motivo torpe, de forma premeditada e com o fim de
obter vantagem financeira, indicando assim a
periculosidade dos supostos agentes. Ademais, afora
a gravidade do crime de homicídio, que,
individualmente, já causa perplexidade no meio
social, válido anotar que a multiplicidade de condutas
indicadas na representação formulada causa espanto
a qualquer pessoa. Induvidoso, portanto, que a
manutenção do investigado em liberdade não se
verifica recomendável.'

Tampouco merecem reparo a sentença de pronúncia


que negou o pleito de liberdade provisória e o decisum que, de forma
fundamentada, reanalisou a conveniência da manutenção da custódia
cautelar em 05.10.2020 o que torna superada a alegação de ilegalidade
por descumprimento do prazo previsto no parágrafo único do artigo 316
do CPP (fls. 945/951 e 1609/1610 processo nº

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1500394-72.2018.8.26.0366), a saber:

'Não poderão recorrer em liberdade, eis que já se


encontram presos e ainda presentes os requisitos que
fundamentaram a prisão cautelar, em especial a
necessidade de manutenção da ordem pública.
Recomendem-se os réus na prisão em que se
encontram.'

'A visada liberdade provisória, por ora, não comporta


acolhimento, posto que não se vislumbra ilegalidade
na r. decisão de fls. 283/285, que decretou a prisão
preventiva dos peticionários. A prisão preventiva,
calha lembrar, restringe-se em um dos seguintes
pressupostos: garantia da ordem pública, da ordem
econômica, conveniência da instrução criminal, ou
para assegurar a aplicação da lei penal. Ao par
destes requisitos, alia-se igualmente o fundamento
(art. 312 do CPP) da "existência do crime e indício
suficiente de autoria. "Na espécie, trata-se de suposta
prática de crime gravíssimo e hediondo, a
recomendara manutenção da ordem de prisão. (...)
Como bem anotado pelo Promotor de Justiça, "a
questão acerca da efetiva e concreta necessidade da
prisão preventiva dos réus já foi confirmada pelo
Colendo Supremo Tribunal Federal, tendo em vista
que sua Primeira Turma indeferiu o habeas corpus
impetrado pelos acusados, revogando a liminar
anteriormente deferida (fls. 1065),entendendo que a
custódia preventiva dos réus deveria ser
restabelecida. "Anoto que os acusados foram presos
em 02 de junho do corrente ano, pois encontravam-se
foragidos após terem sido colocados em liberdade em

Habeas Corpus Criminal nº 2240536-40.2020.8.26.0000 -Voto nº 12991 9


PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

razão de liminar concedida pelo Colendo Superior


Tribunal Federal. A intimação quando da designação
de julgamento pelo E. Tribunal do Júri se deu por
edital, inclusive (vide fls. 1177 e 1178). Observa-se
que remanescem as circunstâncias em que se deram
os fatos e que desencadearam o decreto da prisão
provisória, não trazendo a Defesa qualquer fato novo
a demonstrar alterações importantes na situação
fática, restando inegável que a soltura do acusado
prejudicará a instrução criminal.'

Logo, nos limites da discussão autorizada no habeas


corpus, não há como reconhecer o constrangimento ilegal capaz de
justificar as solturas pretendidas.

Ex positis, denega-se a ordem.

GILBERTO FERREIRA DA CRUZ

Relator

Habeas Corpus Criminal nº 2240536-40.2020.8.26.0000 -Voto nº 12991 10

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