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A1. Nossos Inimigos

O documento discute a ação do diabo e do pecado na vida humana, enfatizando a necessidade de reconhecimento da influência maligna e a importância da resistência espiritual. Através de exemplos bíblicos, ilustra como o diabo tenta neutralizar os desígnios de Deus e como os cristãos devem se manter alertas e ocupados com a presença de Deus para evitar a influência do mal. Além disso, aborda a condição do homem em relação ao pecado e a necessidade de arrependimento e compreensão da graça divina.

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Ricardo Carvalho
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A1. Nossos Inimigos

O documento discute a ação do diabo e do pecado na vida humana, enfatizando a necessidade de reconhecimento da influência maligna e a importância da resistência espiritual. Através de exemplos bíblicos, ilustra como o diabo tenta neutralizar os desígnios de Deus e como os cristãos devem se manter alertas e ocupados com a presença de Deus para evitar a influência do mal. Além disso, aborda a condição do homem em relação ao pecado e a necessidade de arrependimento e compreensão da graça divina.

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Antes de oferecer um remédio a um paciente, o médico identifica através de exames e diagnostica a

enfermidade. Antes de sair pra guerra, os generais avaliam como o inimigo age para ver como se posicionar para
que o exército seja eficaz em suas ações.
Antes da criação do mundo e do homem, temos a queda de um querubim que leva um terço dos anjos
juntamente com ele. Esse anjo, chamado diabo, engana o homem no Éden gerando o pecado no projeto original
de Deus. A queda afeta a terra, transformando no mundo dominado pelo diabo e afeta o homem através da
carne.
No treinamento de Moisés para sua missão, Deus mostra através de uma sarça ardente (Ex.3 e 4) como
lidar com esses inimigos:
• Ex. 4:3-5 - Cajado se torna serpente e Deus instrui a ter domínio sobre ela novamente - Serpente
simboliza o diabo e suas obras.
• Ex. 4:6-7 - Mão no peito leprosa - lepra representa o poder do pecado corrompendo o nosso interior,
simbolizando a carne.
• Ex. 4:9 - Água do Nilo jogada na terra virando sangue parado - Nilo é a fonte e lugar de suprimento do
Egito simbolizando que a essência do mundo gera morte.
Na explicação da parábola do semeador (Mc. 4:13-20) Jesus nos mostra esses inimigos, onde a semente
que frutifica é a semente que vence e permanece esses obstáculos e lutas.
• Beira do caminho - Satanás e rouba a Palavra lançada.
• Terreno pedregoso - aqueles que recebem com alegria e não criam raízes mediante as provas. A
carnalidade do ser humano impede o crescimento e maturidade.
• Espinhos sufocam a planta - preocupações da vida, engano das riquezas e demais ambições representa a
carga do mundo sobre os cristãos.
1. Diabo
Versículo para decorar: João 10:10

O diabo é o grande intermediador entre o pecado, nossa carne e o mundo caído! Em um livro de C.S. Lewis,
Cartas de um diabo a seu aprendiz, o diabo aconselha seu aprendiz: “Há dois erros semelhantes mas opostos que os
seres humanos podem cometer quanto aos demônios. Um é não acreditar em sua existência. O outro é acreditar que
eles existem e sentir um interesse excessivo e pouco saudável por eles.”
Em 2 Coríntios 2:10-11, Paulo traz alguns ensinamentos sobre o perdão com intuito e objetivo claro: “a fim de
que Satanás não tivesse vantagem sobre nós; pois não ignoramos as suas intenções”. Muitos vivem a vida ignorando a
ação maligna como se não existisse, mas devemos estar em alerta, pois o diabo é inteligente, traiçoeiro e enganador.
Outro extremo também é dar ênfase demasiada ao diabo. Nem tudo vem dele! Algumas situações que vivemos
são colocadas pelo próprio Deus para nos tratar e moldar ou podem algo que semeamos e hoje estamos colhendo.
Satanás tem poder, mas Deus nos deu autoridade para destruir toda investida maligna sem “retaliação” (Lc. 9:1; 10:9-
17-20).

1.1. Características do diabo:


Segue algumas características bíblicas sobre a ação do diabo:
• O maior objetivo dele é roubar, matar e destruir (Jo. 10:10). O principal alvo dele é destruir a criação de
Deus. Ele vive ao nosso derredor como um predador, um leão buscando uma presa (Tg. 5:8).
• Ele é considerado o pai da mentira (Jo. 8:44). Uma das maiores armas dele é a acusação (Ap. 12:10-11).
• O Diabo também não é um ser onisciente, ele não sabe todas as coisas (Pv. 21.30). Entretanto, trata-se de
um ser milenar, que conhece a Bíblia (Mt. 4.6) e acompanha a história da humanidade desde o início
(1 Jo. 3.8).
• O Diabo raciocina, pensa, age e aprende novas formas de deturpar a verdade (2Co. 11.3), a fim de
enganar e manipular o homem (1Tm. 3.7, Ef. 6.11). E, mesmo não tendo acesso aos nossos pensamentos
(1Co. 2.11), através do que fazemos e do que falamos (1Pe. 5.8-9), ele conhece nossas inclinações,
fraquezas e desejos.
• Apesar do Diabo ser muito poderoso (Jd. 1.9), ele também não é onipotente, existem coisas que ele não
pode fazer (Tg. 4.7). Aliás, ele só pode agir dentro do limite estabelecido por Deus (Lc. 22.31, Jó. 2.6).
Lúcifer –Satanás ou Satã, Diabo, Belzebú e Demônio são os mais frequentes nas Escrituras. Era um querubim,
segundo Ezequiel 28:14-16. Responsável pela música, pelos louvores (Is. 14; Ez. 28). Deus não criou Lúcifer para ser um
espírito maligno. O problema dele estava em querer ser igual a Deus e maior que Deus (Is. 14:12). Acabou se tornando
o ser maligno que é o diabo. A terça parte dos anjos do céu caiu com Lúcifer. Deus fez o inferno para satanás e seus
anjos. Os demônios ou os anjos caídos (2 Pe. 2:4), para manifestarem-se, ou usam uma forma que não é a deles (pois
são mentirosos).

1.2. Ação de demônios


Demônios são seres espirituais. O demônio que é citado em Mateus 17:18 é chamado de espírito imundo no
relato paralelo de Marcos 9:25. Eles conhecem a Jesus (Mc. 1:24), conhecem seu próprio destino final (Mt. 8:29), e
conhecem o plano da salvação. (Tg. 2: 19). Os demônios agem por territórios (Js. 1:3). Satanás se apodera dos
territórios ou por consagração ou pela legalidade do pecado.
A atuação dos demônios é a mais variada possível, podem tanto trabalhar na base da influência, através de
pequenas sugestões (1Cr. 21.1), como até mesmo possuir o corpo de uma pessoa (Lc. 22.3, Mc. 1.23-26, Lc. 9.38-42),
causar enfermidades (Lc. 13.11), curar enfermidades para produzir o engano (2 Ts. 2.9), induzir comportamentos (At.
5.3, Mt. 16.23), oprimir (At. 10.38), e até mesmo matar uma pessoa (Mt. 8.28). Tudo isso, preferencialmente de
maneira oculta, para que nem mesmo a pessoa afetada saiba que está agindo sob a influência de um ou mais
demônios.
Em Efésios 6:12 diz que nossa luta acontece nas regiões celestiais contra principados e potestades.
• Principados – No original Grego (Aeche) significa princípio e não príncipe como alguns falam. Ex: início
ou inauguração de uma cidade ou o primeiro fato que deu origem àquela cidade.
• Potestade – No original grego (exousia) significa “Poder da autoridade (influência) e do direito
(Privilégio)”.

1.3. Resistir o diabo


Jesus certa vez no capítulo 10 do evangelho de Lucas, enviou seus 70 discípulos separados de 2 em 2 com uma
missão simples, anunciar a chegada do reino de Deus. Entretanto no versículo 17 os discípulos voltaram possuídos de
alegria, simplesmente pelo fato dos demônios terem se submetido a eles. Veja que em momento algum Jesus dá
ênfase sobre eles expulsarem os demônios dos lugares. Por quê? Quando os discípulos retornaram, Jesus
imediatamente diz a eles que a motivação da alegria deles estava errada. Não fique feliz porque o diabo fugiu de você,
fique feliz porque a casa está limpa e ele não pode mais voltar!
Todo lugar infestado de demônios é também um lugar da ausência de Deus! Mário Quintana disse uma frase
interessante: ‘’ O segredo não é correr atrás das borboletas, é cuidar do jardim para que elas venham até você ‘’
Podemos concluir neste primeiro instante que o mais importante é remover as sujeiras do nosso ser e chamar a
presença do reino de Deus para nosso interior! Ocupe a casa! Mente vazia, é oficina do diabo! Ele só vai escancarar o
mundo pra você cair caso você esteja vazio! Quem está ocupado com o reino e com o Rei do reino, não dá espaço para
o diabo!
Todo lugar ocupado por Jesus, onde existe luz, não há trevas! Não tenha medo do diabo, resista a ele (Tg. 4:7).
Se ocupe com Jesus!

1. Pesquise na Bíblia, 3 exemplos de situações bíblicas onde o diabo impediu, neutralizou ou atrapalhou os
desígnios de Deus. Veja como venceram ou foram derrotados. Anote os versículos.
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2. Leia os textos sobre a queda de Lúcifer e veja o que o fez cair, ou seja, quais pecados o levou a ser expulso da
presença de Deus.
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3. Quais mentiras, Satanás mais usa pra te paralisar? Se você fosse o diabo, quais os pontos fracos que você se
tentaria? Ore com ousadia declarando a Palavra sob os enganos e tentações do diabo.
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2. Pecado
Versículo para decorar: Romanos 6:23

A.W.Tozer nos diz algo interessante: ‘’ Os sermões que são pregados hoje em dia não geram
arrependimento por estarem focados apenas em mostrar ao homem o caminho da salvação e não mostram a ele
o quanto está perdido ‘’. É necessário que o homem descubra o quão miserável é, para que quando for exposto a
graça de Deus, ele muito ame (Lc. 7:47). Quanto maior a consciência de amor maior o entendimento da graça e
amor de Deus pela humanidade.
Ao criar o universo, Deus o fez debaixo de princípios espirituais eternos regidos por Ele mesmo. Estes
princípios são invioláveis, pois Ele é justo e bondoso. Deus colocou limites entre o céu e a terra, estrela e estrelas,
sol e lua, planetas e planetas, continentes e países, departamentos e estados. Existe uma fronteira entre o
homem e Deus: o nosso pecado fez separação entre Deus e o homem (Is. 59:2).
Tudo no mundo natural tem origem no mundo espiritual. Como entrou o pecado no mundo? Através da
quebra dos princípios divinos, da renúncia ao governo de Deus. Isto abriu brecha para que o pecado reinasse e
desse fruto. Este pecado se chama rebelião, insubmissão. É uma herança maligna de Satanás, que se insurgiu
contra Deus, usando um agente no plano físico (Adão) para quebrar um princípio espiritual. Assim sendo, a
recompensa do pecado é a morte eterna, separação total de Deus.
Adão e Eva pecaram uma única vez e foi suficiente para condenar toda a criação. Nós já nascemos no
pecado. Ninguém nos ensina a pecar ou a ser iníquos, nosso trabalho para o Senhor nunca será capaz de mudar
essa nossa condição, nascemos assim! Em Romanos 5:12 é muito interessante, pois ele nos traz um dado muito
importante acerca da nossa condição desastrosa. Paulo está argumentando que por Adão, o pecado entrou no
mundo e que pelo pecado, ou seja, através do pecado a morte passou a todos os homens.

Um grande exemplo disso são nossas crianças, um bebê com 18 meses de nascido, vê um relógio bem
chamativo no braço do pai e o quer, mas o pai diz não a criança. Qual a reação do bebê? Ele aceita simplesmente?
Claro que não! Geralmente eles choram, se debatem e tentam alcançar o relógio que lhes é chamativo, se ele
tivesse a força de um homem de 18 anos certamente ele espancaria o pai e tomaria o relógio a força. Se você não
impõe limites a uma criança como essa, certamente quando ela fizer 10 anos estará se perdendo. Isso é a nossa
natureza caída, carente da glória do Senhor.
A Lei de Moisés e os profetas não vieram para que fôssemos salvos por intermédio deles. A Lei existe
simplesmente para nos mostrar o quão miseráveis somos diante de um Deus perfeito, Santo, Amoroso, Justo e
tantas outras adjetivações que poderíamos usar para descrevê-lo, ainda que nenhuma delas fosse capaz de
mensurar esse Deus! Se entendermos isso, nós muito amaremos ao Senhor porque saberemos de onde Ele nos
tirou!
Rm. 3:23 - A palavra pecado (harmatia) significa no original ‘’errar o alvo’’ e/ou “desviar ou violar a lei de
Deus”. Mas precisamos mergulhar um pouco mais profundo no significado do que é errar o alvo.
Todos nós nascemos no pecado (Sl. 51:5) e somos como o imundo, todas as nossas obras são como trapos
de imundícia diante da soberania e perfeição do nosso Senhor! (Is. 64:6)
Talvez você pense ser alguém de bom coração ou mesmo alguém que erre pouco, que peque pouco, mas
será que somos realmente assim? A resposta para tal é: Não! Definitivamente nós não somos assim tão bons, na
verdade somos miseráveis, dignos do fogo eterno do juízo de um Deus irado, entretanto alcançados pela
misericórdia desse Deus que triunfa sobre o juízo!
Sim, isso quer dizer que mesmo quando nos julgamos ‘’bonzinhos’’ ou ‘’justos’’ nós pecamos (1 Jo. 1:8)!
Mesmo que façamos boas coisas, sem entendermos que somos necessitados da misericórdia do Senhor, estamos
condenados!
Mas por que não nos damos conta disso? Um pastor americano, chamado Paul Washer em seus sermões e
um livro de sua autoria, diz algo incrível. Ele nos compara a peixes, pois ‘’ ... o peixe vive dentro da água sem se
dar conta que está molhado o tempo todo, ele só se dá conta da água quando está fora dela, por isso ele se
debate quando o tiramos da água’’. Nós somos exatamente assim irmãos, só nos damos conta do pecado a nossa
volta quando saímos do lamaçal e nos encontramos com a santidade do Senhor.
Em Romanos 6:23, a bíblia é muito enfática em nos dizer a consequência do pecado, Paulo nos diz no
capítulo 6 que a ‘’consequência’’ do pecado é a morte! Entretanto, note que a palavra no texto de Romanos 6:23
é ‘’salário’’. Isso significa que ainda que estejamos trabalhando como funcionários assalariados para o Senhor,
se não entendermos sobre a graça, receberemos a morte como salário!
Nós não erramos o alvo por pouco, na verdade nós erramos completamente o alvo e merecemos o inferno!

2.1. Pecado x Iniquidade


É interessante notarmos que existe uma diferença importante entre pecado e iniquidade. Quando
analisamos o relato bíblico de Abel e Caim (Gn. 4:1-16) percebemos com facilidade tal fato.
• O pecado é uma ação externa de errar o alvo, acontece de fora para dentro, é quando algo externo,
provoca o nosso corpo, através dos nossos sentidos (Visão, olfato, tato, audição e paladar) e nos
leva a queda.
• A iniquidade vai num lugar mais fundo do nosso ser. A iniquidade parte do coração para o nosso
corpo, é uma ação de dentro para fora, controlada pelos nossos sentimentos e nossa mente!
Dadas essas definições, perceberemos que é aí que mora o perigo, pois existem milhões de cristãos vivendo
uma verdadeira religião mesmo frequentando os cultos, cumprindo os rituais litúrgicos, participando dos eventos
e tudo mais, mas com o coração cheio de iniquidade.
Existem muitos evangélicos que mudaram suas práticas, mas não se converteram de coração a Jesus, e o maior
risco é que eles não se dão conta que estão desaprovados diante de Deus porque estão trabalhando na ‘’obra’’’ e
cumprindo vários rituais! Em contrapartida existem muitos outros que ‘’converteram’’ apenas o seu coração, por
isso não servem ninguém!
Vemos isso claramente na vida dos dois irmãos em Gênesis 4. Os dois serviram da mesma forma, os dois
levaram uma oferta ao Senhor, fruto do seu trabalho, mas um deles tinha um coração iníquo e por isso não foi
aprovado pelo Senhor. As pessoas que tem o coração na iniquidade geralmente se manifestam quando são
confrontadas a luz da palavra de Deus. Quando o Senhor questionou a Caim sobre seu irmão, ele agiu de forma
hostil contra o próprio Deus!
Mas o humilde que reconhece seu pecado e sua iniquidade, como foi por exemplo Davi, quando
confrontado, se arrepende profundamente, se humilha, mostra um coração quebrantado!
Talvez você esteja se perguntando, depois de tudo que foi exposto, se é possível para algum ser humano
alcançar tamanha perfeição e merecer o céu. A Resposta para essa pergunta é definitivamente NÃO! O Senhor,
veio em misericórdia, triunfou sobre o juízo para que fôssemos justificados pela graça, não mediante a obras, mas
mediante a fé na obra redentora de Cristo, mesmo não sendo merecedores, mas simplesmente porque Ele
escolheu nos amar primeiro!
A maior definição para a palavra graça é: Favor imerecido! Entenderemos mais a diante!

1. Leia o texto de Genesis 3 e veja as principais consequências do pecado original sobre o homem, mulher e seu
relacionamento com Deus.
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3. Nossa carne
Versículo para decorar: Mateus 26:41

“O espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41). Essas palavras expressam uma luta interior
que é uma realidade para cada filho de Deus. O Novo Testamento fala de uma guerra entre a carne e o espírito. A carne
é parte da tríade de inimigos de Lutero: o mundo, a carne e o diabo. O que é, então, a “carne” da qual a Escritura fala?
O que ocorre com a carne que pode afastar um crente de uma vida centralizada em Deus e que agrada a Deus?

3.1. Nossa carne – física ou caída?


Em nosso dia a dia, quando usamos a palavra “carne”, geralmente estamos falando de nossa natureza física. A
palavra “carne” se refere à substância que compõe nosso corpo. Falamos de pessoas que são parecidas “na carne”, de
“carne e sangue” e de família, que é “minha própria carne”.
Como nossa carne humana é algo físico, somos tentados a ver a luta bíblica entre a carne e o espírito. Tanto o
que é físico ou material quanto o que é espiritual foi criado por Deus como sendo muito bom (Gn. 1.31). Com a Queda,
tanto a matéria quanto o espírito passaram a sofrer os efeitos do pecado e a precisar de redenção. Portanto, não há
nenhum fundamento bíblico para essa divisão entre o físico considerado como algo mal e o espiritual considerado
como algo bom.
No Novo Testamento encontramos duas palavras gregas que geralmente são traduzidas pela palavra “carne”. As
duas palavras gregas são soma e sarx.
• A palavra soma é normalmente usada para fazer referência ao corpo físico. Normalmente, a
palavra soma no Novo Testamento não tem um sentido de pecaminosidade. É simplesmente a palavra
usada para fazer referência ao corpo físico. Quando o Evangelho de João diz que “o Verbo se fez carne e
habitou entre nós” (Jo. 1.14), isso não significa que o Verbo (Jesus) assumiu a natureza humana caída. O
Verbo se encarnou.
• Com a palavra sarx, a coisa é diferente. A palavra se refere claramente a natureza humana caída, nossa
corrupção, que de maneira nenhuma está limitada ao nosso corpo. O ser humano inteiro está caído. O
pecado se alojou no coração humano: “O coração dos homens está cheio de maldade, nele há desvarios
enquanto vivem” (Ec 9.3). Jesus ensina que “do coração procedem maus desígnios, homicídios,
adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias” (Mt. 15.19).

3.2. A Mentalidade Carnal


A expressão “mente carnal” não se refere simplesmente aos “maus pensamentos sobre vícios físicos”, como
bebedeira, glutonaria e fornicação, por exemplo. A mente carnal envolve um propósito determinado contra Deus. Essa
é a mente de uma humanidade caída, que não quer Deus em seus pensamentos. É a mente de uma pessoa que não é
guiada pelo Espírito Santo.
Paulo fala sobre uma guerra contínua entre a carne e o Espírito.
Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. Porque a carne milita contra o
Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso
querer. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei. Ora, as obras da carne são conhecidas e são:
prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissenções, facções,
invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos
preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam. (Gl. 5.16-21)
O contraste aqui não é entre a carne e o espírito humano, mas entre a vida que serve à carne, isto é, à
natureza humana caída, e a vida guiada pelo Espírito.
Aqui vemos o nítido contraste entre a carne e Espírito. Não é um conflito entre o corpo e a alma, mas entre o
velho homem, que é guiado pela sua natureza humana degenerada, e o novo homem, cheio do Espírito de Deus. Carne
e Espírito estão em conflito irreconciliável. Nossa natureza caída resiste ao domínio do Espírito Santo e procura
dominá-lo. Da mesma maneira, o Espírito é inimigo da carne. Ele anseia pela glória de Deus, que a carne abomina, e
procura gerar seu fruto, que também é apresentado em uma lista em Gálatas 5.22-23: “Mas o fruto do Espírito é:
amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio”.
O contraste é visto claramente nas duas listas (Gl 5.20-21; 22-23). A segunda lista que apresenta o fruto do
Espírito, é bem conhecida pelos cristãos. Por enquanto, porém, vamos manter nossa atenção na primeira lista, que
apresenta as obras da carne.
Quando examinamos a lista das obras da carne, um elemento não deve passar despercebido. A lista inclui
pecados que envolvem nosso corpo e pecados que são de caráter não físico. Na lista encontramos prostituição e
bebedice. Esses são pecados que cometemos com nossos apetites físicos e funções corporais. Na mesma lista
encontramos referência a ciúme, inveja, idolatria e coisas semelhantes, que são pecados do coração.
Concluímos, então, que, quando o Novo Testamento fala da carne em contraste com o Espírito, a referência não
é ao nosso corpo físico, mas à nossa natureza pecaminosa, que inclui a pessoa toda. É o conflito entre dois estilos de
vida: a vida da carne, que é controlada pela tendência ao pecado; e a vida do Espírito, que nos leva à retidão, a agradar
a Deus.

3.3. Manifestação da carne


É essencial entendermos este ponto para não cairmos no erro mortal de pensar que a justiça consiste
principalmente em expressões físicas exteriores. O reino de Deus envolve muito mais do que comida e bebida.
Se dermos atenção somente às coisas exteriores, corremos o risco de cair na cilada do farisaísmo, que mede a
justiça pelas ações exteriores. Um sorriso doce pode ocultar um espírito invejoso. O Espírito Santo busca limpar toda a
nossa vida, tanto exterior como interiormente.
Ao mesmo tempo, devemos nos guardar do erro oposto, isto é, restringir a justiça à esfera interior. Podemos nos
enganar ao pensar que tudo o que importa é a atitude interior. Contanto que nosso espírito esteja correto, não
importa como agimos exteriormente. Esta é uma forma traiçoeira de autoengano. Por meio dela, as pessoas buscam
justificar todo tipo de pecado. Dizemos a nós mesmos que o “amor” justifica o adultério (repare o quanto esse
pensamento popular é explorado em filmes e novelas).

3.4. Domínio Próprio


Também é importante compreender que, embora a palavra “carne” não se refira exclusivamente às inclinações
ou aos pecados físicos, também os inclui. Nossos apetites e inclinações são forças poderosas em nossa vida,
corrompidos e influenciados por nossa natureza caída.
O Espírito busca nos ensinar o domínio próprio. Somos chamados por Deus para dominar nossos desejos e
mantê-los sob vigilância. O desejo de comer não é, em si mesmo, pecado, mas uma função normal do nosso corpo.
Contudo, quando esse desejo fica fora de controle, permitimos que a glutonaria entre em nossa vida.
O impulso sexual também é um apetite natural que, em si mesmo, não é pecado. Deus proporciona o casamento
como o contexto no qual a expressão do sexo é não somente permitida, mas ordenada. Temos direitos e
responsabilidades conjugais. Fora do casamento, porém, devemos nos abster das atividades sexuais. Deus criou o sexo.
Deus fez o corpo com inúmeras terminações nervosas que são altamente suscetíveis ao estímulo físico.
Quando Jesus disse que a carne é fraca demonstra que a carne não se converte, mas deve ser controlada com
vigilância. Não importa o nível espiritual em Deus que o cristão possa estar, a carne continua suscetível ao pecado.

1. Pesquise na Bíblia, 3 exemplos de situações bíblicas onde a carne impediu, neutralizou ou atrapalhou os
desígnios de Deus. Veja como venceram ou foram derrotados. Anote os versículos.
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2. Leia e explique cada fruto da carne com suas próprias palavras.
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3. Olhe para os frutos da carne e anote quais pontos você precisa vigiar mais pra viver em santidade. Ore e jejue
essa semana declarando vitória através do sangue de Jesus.
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4. Mundo
Versículo para decorar: 1 João 5:19

Vivemos neste mundo, somos parte dele. O mundo é nosso campo de batalha. Mas de qual “mundo” estamos
falando? Com o que temos de tomar cuidado? A Escritura, especialmente o Evangelho de João (74 vezes), usa a palavra
mundo (do grego “kosmos”) em vários sentidos. Veja quais são:

4.1. Universo (Jo. 1:9)


O mundo como criação de Deus. O cosmo pode ser entendido com tudo o que existe. Este é o mundo criado ou
a natureza ao nosso redor. Este é o sentido prático ou literal da expressão mundo, referindo-se ao planeta terra e tudo
que é visível.
Jesus Cristo veio ao mundo, universo criado por Ele mesmo (Cl. 1.16), para viver entre nós como “primogênito
de toda a criação” (Cl. 1.15). O cosmo físico é o ambiente em que vivemos. Contudo não podemos viver apenas num
mundo material. Existe muito mais que isso tudo o que é visível. Quem vive apenas materialmente, está no cosmo
físico apenas, sem perceber a realidade espiritual.
Jesus veio ao mundo terreno!

4.2. Humanidade (Jo. 3:16)


Os habitantes do mundo, a humanidade (Jo. 16.21). A humanidade separada de Deus, mergulhada no pecado,
exposta ao juízo, precisando de salvação (Jo. 3.19). Nesse sentido não se faz distinção quanto a raça e nacionalidade;
portanto, homens e mulheres de todas as tribos, povos, raças e nações (Jo. 3.16-17; 4.42; 6.33,51; 8.12; 9.5; 12.46; 1
Jo. 2.2; 4.14-15).
Jesus veio para ser a “luz do mundo” (Jo. 9.5), ou seja, para iluminar a humanidade com a luz de Deus. Quem
conhece a Jesus recebe esta luz e se torna como Cristo quando disse: “vós sois a luz do mundo” (Mt. 5.14).
O cosmo social ou humano é a vida que temos com sentimentos, relacionamentos e vontades. Ser humano é
estar limitado, mas sempre querendo mais. Quem vive apenas no cosmo humano, muitas vezes sofre decepções (João
16.33). Precisamos despertar para entender que nosso mundo, ou vida terrena, foi redimida por Cristo na cruz.

Jesus salva o mundo humano!


4.3. Sistema (1 Jo. 2:15)
O domínio do mal com a ideia adicional de hostilidade aberta contra Deus, Cristo e seu povo (Jo. 7.7; 8.23; 12.31;
14.30; 15.18; 17.9, 14). O “mundo” nesse sentido é que é nosso inimigo: o reino do mal, o conjunto de valores
abertamente contrário e hostil a Deus e ao seu povo. É deste mundo que satanás é o príncipe.
O cosmo também pode ser interpretado no sentido ético, como um sistema do mundo, as influências que estão
ao nosso redor. Este é o sentido pejorativo dado à palavra mundo e muito enfatizado pelo apóstolo João. As palavras:
mundano e mundanismo vêm deste significado sobre o “mundo de iniquidade” (Tg. 3.6).
Em sua oração sacerdotal, Jesus orou ao Pai que “não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal”
(Jo. 17.15). A partir do momento que aceitamos a Cristo, não somos mais deste mundo de pecado (João 17.16),
embora tenhamos que conviver neste mundo temporal (Jo. 17.11).
Quem vive apenas no cosmo temporal, está influenciado pelos valores éticos deste mundo que não tem paz (Jo.
14.27), não tem amor (Jo. 15.18,19), mas há trevas (João 3.19). Quando somos salvos deste mundo de perdição, logo
somos enviados para pregar ao mundo a palavra de Salvação (Jo. 17.18).
Jesus transforma o mundo perdido! Jesus é o Salvador do mundo!

4.4. Por que o mundo representa um perigo?


O mundo é sedutor. Ele procura atrair nossa atenção e devoção. Ele obscurece nossa visão do céu. O mundo nos
agrada – pelo menos na maior parte do tempo – e frequentemente nos empenhamos em agradá-lo, o que é
lamentável. E é aqui que ocorre o conflito, pois agradar ao mundo não significa agradar a Deus (Tg. 4:4)
O chamado que recebemos da parte de Deus é este: “Não vos conformeis com este século [este mundo]” (Rm.
12.2). Mas o mundo quer que sejamos seus parceiros. Ele nos pressiona por meio de nossos amigos, por exemplo. Você
se lembra da ansiedade que sentíamos quando adolescentes? Nosso amor próprio e nossa autoestima eram medidos
por uma palavra mágica: popularidade. Esse tipo de coisa, porém, acaba quando saímos da adolescência. Ou será que
não? Na verdade, as situações são diferentes, mas ainda queremos ser populares, ser aceitos pela sociedade,
queremos “fazer parte”, ser “incluídos” (Sl. 1:1). Muitas vezes, para conseguir isso pagamos um preço alto demais,
abrindo mão de nossos valores cristãos e adotando os valores de um mundo hostil a Deus. Isso é o que significa
“conformar-se com este mundo”, ou “assumir a forma” deste mundo.
Em cada época da história humana há uma ênfase diferente, o “espírito da época”. A ênfase de nossa época é o
secularismo. Pouca atenção é dada às coisas que estão acima ou além deste mundo. A eternidade raramente é levada
em conta, a não ser por alguns instantes, ao lado de uma sepultura. O que realmente conta é o aqui e agora. O
importante é viver o momento, pois o prazer do presente é o espírito deste mundo.
O espírito secular deste mundo tem suas próprias tendências e ênfases modernas, mas, em sua essência, não é
novo. Cada geração tem sua própria forma de secularismo. O mesmo acontecia no tempo de Jesus. Ele repetidamente
chamou seus discípulos para olhar além do presente, para erguerem os olhos ao céu. Ele ensinou: “Ajuntai tesouros no
céu” (Mt. 6.19). Ele quer que examinemos nossa realidade à luz da eternidade, pois “que aproveitará ao homem se
ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mt. 16.26). O mundo ou a alma? Agradar ao mundo ou agradar a Deus?
Esta é a questão apresentada a cada geração. Conformar-se com este mundo é se arriscar a perder a vida eterna.
Segundo o espírito de nossa época, um corpo na mão vale mais do que duas almas no céu, mas Jesus não pensa assim.
Para o cristão, resistir a este mundo é remar contra a maré. Ele deve estar disposto a deixar de agradar ao
homem para agradar a Deus. Por isso Jesus disse: “Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem e
vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso
galardão nos céus” (Mt. 5.11-12).
As palavras mais importantes desta declaração são “por minha causa”. A não conformidade para a qual fomos
chamados não é simplesmente por amor à não conformidade. Qualquer pessoa pode chamar atenção para si mesma
ao fazer o tipo “diferente”. Não há virtude em ser “do contra” somente para ser diferente. Nossa não conformidade
deve ser por causa de Cristo.
É fácil transformar a não conformidade em uma coisa banal. Podemos reduzi-la a simples expressões exteriores,
como os fariseus fizeram. A autêntica não conformidade está na transformação. Paulo diz: “Não vos conformeis com
este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente” (Rm. 12.2).
O chamado para a transformação não significa a retirada do mundo. Não precisamos de um mosteiro. Também
não precisamos criar um gueto evangélico. Transformar o mundo significa ir além das formas deste mundo. Temos que
efetuar alterações no mundo. Não devemos nos submeter a ele, mas também não devemos fugir dele.

4.5. Lutando contra o mundo


O mundo traz muita ilusão e fantasia, mas no fim só resta desilusão. Uma das recompensas e atrações do mundo
está na Glória, fama, poder e riquezas. Salomão experimentou isso tudo de maneira intensa e chega a conclusão que
tudo não passa de vaidade (Pv. 11:7; 27:21; Ec. 5:10-15). A felicidade é outra grande propaganda do mundo (Venha ser
feliz a qualquer custo!!!). Porém, essa alegria é passageira, instantânea e insaciável (Jó. 20:5; Pv. 14:11-14; Ec. 8:10-14).
Só existe vida feliz quem vive uma verdadeira vida cristã. Ser feliz é ter o seu nome escrito no Livro da Vida, é ter o meu
passado esquecido, os nossos pecados perdoados. Ser feliz é ser filho de Deus!
O chamado para a transformação é um chamado para a renovação da mente. A mente renovada vem de um
estudo profundo do modo como Deus quer que vivamos. Exige domínio da Escritura. Não é possível ter uma mente
renovada sem conhecer a Escritura, porque é ela que revela a vontade de Deus.
Devemos aprender a reivindicar o mundo para Deus. Não pela conformidade, nem rendendo-nos à sua sedução,
mas testemunhando para ele e transformando-o. Isso pode ser feito com naturalidade, se enfrentarmos o mundo com
a mente renovada.
Uma mente renovada é essencial para agradar a Deus. O Deus que deseja nossa santificação também deseja que
brilhemos como estrelas em um mundo caído. Fazemos melhor isso quando entendemos este mundo e seus valores.
Quando isso acontece, quando começamos a ver o mundo como Deus o vê, então podemos agir com boa consciência
na renovação de uma criação deformada. E, nisso, agradamos ao Criador e Redentor.

1. Pesquise na Bíblia, 3 exemplos de situações bíblicas onde o mundo impediu, neutralizou ou atrapalhou os
desígnios de Deus. Veja como venceram ou foram derrotados. Anote os versículos.
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2. Leia o livro de Daniel e veja como Daniel e seus amigos permaneceram fiéis ao Senhor na Babilônia. Cite 3
práticas e atitudes com seus versículos.
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3. O que no mundo mais te atrai? Você tem alguma personalidade da mídia secular onde o estilo e padrão de
vida te vislumbra? Anote e ore pra que Jesus arranque esse desejo pela mentira do mundo.
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