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Documento Sem Nome

O livro 'Tudo por vingança' é voltado para leitores acima de dezesseis anos e apresenta uma narrativa repleta de mistério e intriga entre duas famílias ricas, os Collins e Campos Sales, cujos conflitos giram em torno de ganância e vingança. A história é centrada em James Collins, que busca se vingar após a perda de sua mãe, e Ayla Campos Sales, que retorna a Seattle após anos na Itália, enfrentando os segredos e tensões familiares. Com uma escrita envolvente, o livro promete prender a atenção dos leitores até a última página.
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Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
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O livro 'Tudo por vingança' é voltado para leitores acima de dezesseis anos e apresenta uma narrativa repleta de mistério e intriga entre duas famílias ricas, os Collins e Campos Sales, cujos conflitos giram em torno de ganância e vingança. A história é centrada em James Collins, que busca se vingar após a perda de sua mãe, e Ayla Campos Sales, que retorna a Seattle após anos na Itália, enfrentando os segredos e tensões familiares. Com uma escrita envolvente, o livro promete prender a atenção dos leitores até a última página.
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Guia 1

SINOPSE

Este livro é destinado a leitores maiores de dezesseis anos, que apreciam histórias
emocionantes com elementos de mistério e intriga. Com uma escrita envolvente e ritmo
acelerado, Tudo por vingança promete manter os leitores à beira de seus assentos até a
última página.

Collins e Campos Sales, são duas famílias extremamente ricas e muito diferentes pois
uma é movida pela ganância e a outra pela vingança. Jorge Campos Sales possui dois
herdeiros, dentre eles, Ayla Campos Sales a riquinha, mimadinha, o cristal da família que
estará prestes a se quebrar quando a empurrarem do seu pedestal arrastando-a para
escuridão de tal maneira que suas íris nunca mais brilhe como águas cristalinas.

Os herdeiro de Jacob Collins perderá aquela que lhe faz sentir-se vivos e cheio de sonhos,
mas não só isso, James Collins buscará a vingança que tanto anseia.

DEDICATÓRIA

Para todos aqueles que buscam nos livros uma válvula de escape, dedico a vocês!

" Nem tudo foi por vingança porque enquanto aqueles olhos brilhavam, eu trouxe à ela
os céus do inferno. "
James Collins

PRÓLOGO

JAMES COLLINS

Dezessete anos atrás…

Estamos caminhando a poucos minutos entre milhares de lápides, milhares de mortos dentre
eles inocentes e alguns nem tanto.

Se um dia me perguntarem o que seria um amontoado de pontos pretos, eu com certeza diria
um enterro. Era o enterro da minha mãe, da primeira mulher da minha vida, aquela que fazia
meus dias mais felizes, mais leves.

O luto é algo realmente muito sofrido, cada etapa é baseada numa nova dor. Eu James Collins
jamais pensei que aos meus sete anos sentiria tantas dores entre todas elas não sei dizer o
que mais dói, será a perda irreparável, a tristeza estampada no rostinho da minha irmã de cinco
anos, os olhos opacos e sem vida do meu pai? Eu não saberia dizer, ao certo a maior dor
estava por vir.

A dor de não poder dividir minhas tristezas e felicidades com ela, as minhas conquistas e
perdas, meus amores e desamores. A dor de não vê-la na minha formatura ou no meu
casamento. Com certeza a falta do que não se pode ter está ligada à maior dor já existente.

O padre deu início a uma oração onde ele pede pela alma de Laura Collins, em algum
momento minha mente se desconecta da realidade e em meios aos meus próprios fantasmas
eu revivo meus bons momentos ao lado da mulher que me deu a vida.

— Meus olhos lindos — mamãe sussurrou próximo ao meu rosto.

Ela constantemente me dizia isso “ olhos lindos “ e confesso ser o melhor elogio já existente.

Quando se afasta, o sol pega diretamente na minha retina fazendo com que minhas íris castanhas
ganhem um brilho especial como diria minha mãe.

— James! — papai me chama. Seu tom é carregado por uma voz intensa e grossa não chega
ser um ato de repreensão, mas sim para voltar a minha triste e cruel realidade.
Com passos exitantes, mãos trêmulas e o corpo completamente rígido me aproximo da lápide
negra adornada por letras douradas em uma caligrafia elegante.

“ Em memória de Laura Collins e sua grande perda irreparável


1979–2006 “

CAPÍTULO 1.

A muito tempo atrás…

Era tarde de um dia qualquer em Seattle como de costume caía sobre a cidade uma
fina chuva. Hoje seria comemorado finalmente a posse definitiva de Jacob Collins o
mais novo dono majoritário da “ Collins Mode “.

Formam-se duas linhas paralelas onde uma é composta por mulheres e a outra por
homens, pessoas encarregadas de toda a funcionalidade da maior empresa de modas,
cada um ali estava à espera do novo dono que agora passará pelas grandes portas
recebendo assim suas saudações.

Gentilmente ele agradeceu e logo deu início ao seu discurso:

— É com muita honra que hoje eu assumo o lugar que foi de meu pai, e dos seus
antepassados! Confesso não ter me preparado para essa parte, mas seguindo o
conselho da minha bela amiga – Eliza – eu lhes digo como prova de um bom
merecimento trarei resultados e não belas e falsas promessas.

Dando fim ao seu discurso foi aplaudido de pé pelos familiares, amigos e integrantes
da empresa.

— Obrigado – ele agradeceu de forma gentil e com um meio sorriso adornando a bela
face.

Jacob possuía um belo porte físico, aquele sorriso encantador que poucas literalmente
pouquíssimas pessoas resistiria a um homem desse além do que seus cabelos pretos
e despenteados sempre trouxeram um ar encantador e irresistível traçando um
contraste realmente impressionante com o tom de sua pele.
— Ah, meu amor, você foi incrível – Laura proferiu seus elogios ao seu namorado.

Namorados esses que estão juntos desde a adolescência, em seu primeiro ano do
colegial Jacob avistara a moça que roubaria todo o seu tempo e seus olhos cor de café
só teria uma única coisa a contemplar desde então.

— Incrível é você senhora Collins… – baixinho sorriu e então depositou um dos mais
ternos beijos em sua têmpora.

— Senhora Collins? Até que soa bem, na verdade muito bem – Eliza comentou.

Eliza e Jacob são amigos desde antes dos seus respectivos nascimentos, nascidos em
berço de ouro a família Campos Sales e Collins já teriam escrito todas as suas
trajetórias, mas o destino é incerto e concebendo pedras em seus caminhos deram a
cada um deles novos direcionamentos.

— Já pode tá realizando sua primeira tarefa como o dono desta empresa? – Eliza
perguntou despreocupadamente.

Os dois sorriram para a amiga que continha olhos pedintes, com um breve aceno em
sinal de concordância sua amiga então fez o seu pedido.

— Podem me dizer quem é ele – o seu indicador se ergueu em direção a uma multidão
que preenchia o salão — Aquele vestido de social preto assim como alguns de seus
funcionários.

— Assim como não, ele é um dos meus funcionários – Jacob a garantiu.

— Mas porque liza? – Laura perguntou.

— Algo nele me intriga, a forma que me olhou desde o momento em que cheguei
quase me roubou o ar é algo fascinante! – ela garantiu.

Passando por ela o garoto de olhos claros e cabelos loiros deixou marcas registradas
em sua memória, algo como “ eu volto “...

CAPÍTULO 2.
AYLA CAMPOS SALES

Segunda chamada do vôo 07

Despedidas são realmente necessárias? Este é o mesmo questionamento que me faço


quando olho para meu passado e vejo uma criancinha agarrada às pernas do irmão
mais velho, olhos cheios de lágrimas e o rosto inteiramente vermelho e inchado. Se é
necessário ou não, eu não saberia dizer o que, eu sei é que se tornou algo comum
desde os meus sete anos de idade quando meu pai me mandou para Itália juntamente
de uma babá.

Hoje após treze anos retorno a Seattle a pedido da mesma pessoa que me mandou
para um país cujo desconhecido por mim, a única diferença é que aqui construí novos
amigos, alguns amores, ótimas memórias e então novamente eu perco tudo.

Adormeço no instante em que me acomodei na poltrona.

Após exatas doze horas e quarenta e cinco minutos meu voo aterrissou, é estranho
estar novamente em minha cidade, mas este sentimento é algo passageiro quando
estou diante dos olhos azuis iguais aos meus – claro que sou muito mais bonita que o
meu irmão – com um sorriso gigantesco adornando meu rosto corro até seus braços
onde me jogo e me aconchego.

— Nem um “ oi “... É esse o tratamento de Milão? – Apollo diz com divertimento no


intuito de me irritar.

— Muito engraçado seu palhaço – sorrio para o mesmo assim que saio do seus braços.

— É bom te ter de volta… pirralha.

Pirralha.

Foi ali que eu percebi que as coisas continuavam as mesmas, que meu irmão era o
mesmo e que talvez fosse mais fácil e não seria tão ruim assim voltar para aquilo que
considerei um dia ser o meu “ lar “.
Caminhamos até o lado de fora do aeroporto e com sua ajuda coloquei minhas malas
dentro da BMW preta logo já estávamos infiltrados no tráfego de Seattle, conforme as
ruas íamos passando pequenas lembranças iam surgindo.

Meus pais optaram por morar em uma casa com condomínio e desde antes do
nascimento do meu irmão é que eles continuam nesta mesma casa e com os seus
mais fiéis funcionários, assim como na empresa de vinhos que Eliza – minha mãe –
herdou de sua família. Manter a discrição, olhos e bocas bem fechadas era o termo que
meu pai – Jorge – adotava como um modo de confiança nas demais pessoas ao seu
redor, era o que determinava sua credibilidade diante da visão do mesmo.

Minhas íris se concentram em analisar os enormes portões logo à frente, sinto um frio
se instalar na minha barriga assim que passamos por eles a ansiedade me toma por
completo, quando Apollo contorna a fonte já estacionando o carro em frente a porta de
entrada. Antes de descer noto alguns funcionários ao lado de fora Dora a governanta,
Joana e Cláudia que cuidam da limpeza e o Gusmão motorista da família.

— Seja bem-vinda Srta. Campos Sales – eles dizem em uníssono.

Em um movimento simples de cabeça e um pequeno sorriso lhes agradeço.

— Vamos eu tô morto de fome – Apollo diz enquanto empurra meus ombros.

Abro a porta de entrada e movo meus pés pelo local que continua exatamente igual,
mas de certa forma muito diferente para mim. Nenhum ruído, nem vozes ou confetes
voando por toda a sala – nada – talvez eu tivesse colocado expectativas demais em
cima da minha volta no caminho de casa, mas tudo bem pois o cheiro da comida que
vem da cozinha compensa a falta deles gritando algo como “ surpresa “.

Nos direcionamos até lá e a cada um passo mais se intensificava o cheiro da comida.


Por ser em conceito aberto conjugado com a sala de jantar logo avistamos nossos pais
ao som de uma música tranquila, mamãe colocava em prática tudo que cursou na
faculdade e meu pai, bom degustava cada maravilha feita por sua mulher.

— Ayla querida! – Jorge foi o primeiro a me notar já que estava encostado na bancada
de frente para a entrada da sala de jantar.
Rapidamente se livrou do avental e o pano de prato que mantinha em seu ombro, com
um grande sorriso me acolheu em seus braços Eliza também se juntou dando-me uma
espécie de abraço coletivo.

— É tão bom te ter de volta – mamãe plantou um beijo em meus cabelos.

— Tem certeza, mamãe? – questiono.

— Porque não teríamos? – Jorge é quem me pergunta.

Há grande preocupação no rosto da mamãe deixando evidente que de fato a nossa


conversa não tinha sido revelada, Jorge não contou. Não disse a ela sobre ser melhor
eu permanecer na Itália, sobre eu não me adaptar aqui novamente e o suborno feito
por ele.

Tsc… era óbvio que não.

Nos entreolhamos e através disso ele me repreende deixando claras as consequências


caso eu me atreva a contar tanto para meu irmão, quanto para minha mãe o nosso
segredinho reprimo a vontade imensa de revirar os olhos e com uma desculpa qualquer
eu subo para meu quarto.

CAPÍTULO 3.

AYLA CAMPOS SALES

Era quase sete quando meu pai exigiu que eu estivesse de pé e prontamente arrumada
esperando pelo mesmo em seu escritório – ridículo – em uma de suas poltronas
permaneço largada enquanto brinco com a barra da minha saia branca, eu quase
durmo digo quase pois nesse exato momento Jorge adentra sua sala e a pobre da
porta que se é a última culpada de nossos problemas se bate me despertando de um
belo quase sono.

— Bom dia! – ele diz. Sua voz rouca atinge meus ouvidos e é como os sinos do inferno
me alertando que devo me sentar e prestar atenção no que quer, que ele me dirá.
— Só não é um bom dia para porta pelo visto – brinco.

Seu olhar frio recai sobre mim o que me faz repensar se é realmente um bom dia para
minhas brincadeiras, visto claro que não.

— Posso saber o por que de estar aqui e ainda tão cedo?

— Já que tomou a decisão de voltar saiba que irá se ocupar de alguma atividade – seu
cotovelo se apoia no braço da poltrona e sua mão direita descansa abaixo do queixo —
Poderá trabalhar na empresa ou entrar para alguma universidade – ele sugere.

— Porque a todo momento você deixa claro que não queria que eu voltasse? –
pergunto.

Ignorada.

— Porque me mandou pra Itália? – pergunto novamente.

E mais uma vez, ignorada.

— É sério que eu não mereço nem mesmo uma resposta? Depois de todo esse tempo,
depois de me mandar para longe contra a minha vontade, depois de passar
aniversários longe, momentos que pra mim eram importantes ter vocês comigo você
não terá nada a dizer? – meu olhar encontra ao chão e é ali que permanece.

Nunca fui boa com discussões, sempre tive péssimos argumentos de defesa, dito claro
em relação ao meu pai. Jorge sabe manipular quaisquer situações sempre soube sair
por cima, sempre um passo à frente.

— Já que não pode me fornecer resposta procurarei eu mesma – declaro.

Levanto sem ao menos cortar o contato visual que fazíamos, o seu olhar me apavora
de tal maneira que penso em me desculpar por esse ´´ show ´´, mas também me
encoraja a ir em frente, a procurar por resposta afinal o que há de tão ruim para meu
próprio pai não me querer por perto.

Quem sabe um dia eu descubra…

𓆸
— É um imenso prazer revê-la, Ayla – o Sr.Díaz, diz.

— Digo o mesmo tio!

Devido a briga de hoje cedo eu decidi que ficar trancada em meu quarto chorando por
possíveis cenários inexistentes estava fora de questão, por isso não neguei o convite
de Phillip me convidando para o que chamam de a melhor balada de Seattle ´´ Scorpions
Mode ´´. Adentro sua casa — casa seria muita generosidade da minha parte — e o
que me lembro dela permanece idêntica, seu pai Thomas me acompanha até a sala de
estar enquanto esperamos pelo seu filho.

— Como vai o trabalho do senhor? – pergunto.

Thomas era um agente especial e chefe da unidade do FBI, sua mulher — Rose —
também era da mesma companhia, mas sua área era voltada para analista técnica.
Pelo pouco que eu sei da história deles Rose hackeava dados importantes da polícia
entre outros tipos de arquivo, contudo ela quase foi presa e como pegaria muitos anos
de prisão e isso resultaria em um talento aprendido decidiram fazer um acordo, sua
liberdade em troca de seus serviços.

— Ó minha querida, acredite esses assuntos irão cansar sua beleza – minha tia diz.

Seu olhar para Thomas é terno e cheio de amor, assim como o de minha mãe. Sorrio
com este pensamento.

— Meu filho à espera lá fora – ela diz então me despeço com um beijo no rosto e um
abraço.

— Quanta demora em loirinha – o meu amigo diz assim que cruzo a porta de entrada.

Mesmo com o tempo tenho notado que muitas coisas permaneceram iguais, dentre
elas a beleza de Phillip. O cabelo num tom loiro natural e levemente bagunçado é todo
o seu charme, juntamente dos seus olhos que são bastante expressivos e
desafiadores.

— Agora me dê as boas vindas que mereço.


CAPÍTULO 4

JAMES COLLINS

Dois dias atrás…

Meu corpo preenche um espaço na cama, a roupa social não me incomoda, talvez em
um outro momento, talvez se eu não tivesse tanta droga e tanto álcool no corpo.
Também não me importo com os tênis nos meus pés nem mesmo com o relógio
adornando meu pulso.

Os músculos tensionados relaxam na maneira que meu corpo se aconchega na cama


sobre o meu edredom. Não faço a mínima ideia de que horas seja, mas também não é
como se eu me importasse afinal eu era um Collins.

Passos…

Acho que ouço alguns vindos do corredor.

Passos…

Um click suave da porta sendo aberta e então mais passos…

Era dia, com certeza era. A claridade invadiu meu quarto preenchendo cada mínimo
espaço com os fracos raios de sol de um dia normal em Seattle.

Resmungo alguns palavras das quais nem mesmo o meu cérebro são capazes de se
recobrar, viro meu rosto e por entres as brechas de meus olhos avisto um ser prostrado
próximo a minha cama, postura impecável, roupas sociais devidamente passadas, um
relógio chique adornando seu pulso esquerdo e entre os dedos carregava um jornal.

— Percebo ter sido uma ótima noite – sua voz carregada de escárnio e sempre cheia
de grave aguçou meus ouvidos.

Realmente foi uma ótima noite, uma daquelas em que eu, Apollo e Philip aproveitamos
da melhor maneira possível e sempre no melhor lugar que já existiu em Seattle.

A Scorpions night club's. A minha boate.


— Levante se já passa das dez e se não me falha a memória agora você é o dono
majoritário da Scorpions mode.

Claro. Havia também a principal empresa que era a de modas, mas como eu não sou
meus antecessores decidi criar algo à parte e que foi uma ótima escolha eu diria.

— E se não me falha a minha memória, Sr. Collins agora eu sou mais do que uma
parte qualquer da família, sou um “ Collins e os Collins ditam as regras “ não é mesmo
papai – o tom sarcástico vem de brinde quando se é um membro desta família.

Noto nas feições de Jacob que ele odiou o fato de que eu usei suas palavras contra o
próprio.

Me sento na cama com os joelhos erguidos usando-os para apoiar a minha cabeça que
no atual momento se encontra pesada demais.

— Bom – pigarreia — Leia isso!

O jornal que até há pouco estava em sua mão agora se encontra jogado próximo aos
meus pés. O pequeno esforço em que faço para pegá-lo sinto minha cabeça doer e
revelo isso ao meu pai que não esconde a cara de contentamento e uma leve
decepção no seu rosto.

— O que, quer que eu leia? – pergunto já com o jornal em mãos.

— Página 107.

Aos poucos passo as páginas até chegar na qual foi me dita. Chegando nela analiso o
conteúdo era nada mais, nada menos do que uma entrevista onde aquela maldita
família posam para foto alegrementes logo abaixo continha um pequeno trecho de sua
exclusiva entrevista e nela eles revelaram que ela estava para retomar a sua cidade
natal.

— … em três dias o nosso cristal estará de volta – diz a mãe muito contente sobre o
retorno inesperado de sua filha.

Ergo meu rosto encontrando a face neutra de Jacob. Em algum momento da minha
vida ver seu rosto feito pedra e seus olhos completamente vazios me causavam raiva,
mas hoje eu já não sinto nada talvez porque eu esteja igual.
— Tem dois dias – ele diz, então se retira do quarto me deixando num silêncio
profundo, mas com uma orquestra sendo tocada em meus pensamentos.

Retiro meu celular do bolso e leio a mensagem da Vênus.

VÊNUS ❤️
´´ se importa de fechar a área vip da scorpions??? ´´

EU
´´ ñ ´´

Atualmente…

Paro o carro próximo da entrada quando saio entrego as chaves para que Mike — meu
segurança — estacione. A fila para a entrada da boate chega a dobrar o quarteirão o
que me surpreende pois a Vênus tinha feito um pedido do qual não recusei então o
mais lógico é que muitos que costumam ficar na área vip não viessem, mas foi
totalmente ao contrário.

Adentro o local e é sempre uma explosão de sensações positivas ao pisar neste


ambiente, isto só comprova que o projeto arquitetônico atingiu seus objetivos. Todos os
elementos presentes da estrutura às cores e a iluminação, contribuem para que o
cliente se sinta pertencente àquele local. O espaço tem uma recepção principal
instagramável, com entrada individual para vips e personalidades convidadas, com
uma escadaria nas cores vermelha e preto e iluminação em led, sendo esse um dos
elementos mais marcantes.

Além disso, o projeto conta com uma ampla pista de dança, dois bares, três lounges
com visão panorâmica para toda a casa e um camarote com vista privilegiada para o
palco. Aliás, o palco se mantém visível em todos os cantos da casa, para que todos
possam acompanhar as atrações da noite.

— James podemos conversar? – minha irmã pergunta e eu nego.

Contorno seu corpo e caminho despreocupadamente até meu escritório, abro a porta e
passo rapidamente, mas isso não impede que minha irmã entre logo em seguida.
— Me deixe trabalhar ou eu conto para nosso pai que a filhinha dele estava quase
trepando com seu homem de ´´confiança´´ – faço aspas com as mãos e meu tom soa
muito ameaçador.

Encaro seus grandes olhos e vejo neles pavor ela sabia assim como eu que se por
caso transasse com Quatro e meu pai descobrisse iria deserdá la, o motivo para uma
ação tão drástica não foi nos dito, mas Jacob havia lhe avisado que a queria longe de
seus homens e principalmente dele — Quatro —.

— Sobre isso… por favor não diga nada – implora.

— Não direi. Agora saia, curte a noite – sorrio sem mostrar os dentes, a garota entende
isso como livre acesso para me abraçar e assim ela faz.

Agora só, posso analisar melhor os documentos que com muito custo o Phillip me
entregou tive de contar algumas mentiras, mas também ele poderia ter ajudado sem
fazer perguntas — conhecendo a peça eu garanto que seria impossível —. Abro a
primeira pasta e nela consta quando aquela empresa foi aberta, o que impressiona é
que foi exatamente no mesmo período da queda dos Collins noto que muitos dos
nossos investidores se debandaram para o outro lado, o que me surpreende em zero
por cento.

Na próxima pasta é um relatório completo da família deles e tenho que dizer que Phillip
se dedicou ao máximo e me entregou um ótimo trabalho, não esperava menos de um
filho de agentes do FBI.

Um toque suave ecoa por todos os cantos do meu escritório, após esfregar umas duas
vezes a minha têmpora eu permito que quem fosse entrasse dito isso meu olhos se
direcionam para porta onde por ela se passa a mulher de pele negra, cabelos box
braids com cachos, uma minissaia rosa e um corset da mesma cor — Aisha — era
inegável dizer que ela não era linda, mas com ela eu so queria sexo seus desejos
sobre mim também era apenas carnal visto claro que ela se agarrava com o ´´ homem
´´ de confiança do meu pai pelos cantos da boate.

— Não me diga que ficará aqui a noite toda? – a morena diz, enquanto desejo brilha
em suas íris.

— Talvez…– digo sem muito interesse.


— Quanto mau humor – comenta olhando para suas unhas.

Com passos lentos e sensuais caminha até minha mesa onde apoia as mãos de
maneira que seus peitos fiquem espremidos.

Vejo-a morder os lábios carnudos acompanhados apenas por um gloss transparente


quando sutilmente desço e toco seu mamilo rígido por cima ainda do tecido, meus
olhos sempre atentos a cada expressão me dada. Ergo meu corpo ficando a
centímetros de tocar sua boca com a minha, mas não o faço, agora lentamente minha
mão sobe para seu pescoço.

Sorrio com divertimento próximo ao seu ouvido plantando ali um beijo molhado a garota
eleva as unhas afiadas para meu pescoço, mas logo as retiro.

— É basicamente impossível ficar de bom humor quando se está trabalhando e alguém


vem te interromper – respondi sem olhá-la.

Aisha deu a volta na mesa e puxou minha cadeira abruptamente me mantendo de


frente para si. Suas pernas pararam cada uma de um lado do meu corpo onde a
mesma depositou seu peso em cima do meu colo — patético — as unhas grandes
passearam pelo meu maxilar e desceram de encontro com os botões da minha camisa.

— Deixa eu consertar meu pequeno erro, hum? – plantou alguns beijos em meu
pescoço esses mesmos que foram subindo para meu rosto e por fim meus lábios.

Aisha podia se considerar boa no que fazia, mas faltava algo.

Sempre lhe faltou algo.

Sua língua passeou vagarosamente pela minha mandíbula indo de encontro ao lóbulo
da minha orelha onde deixou uma mordida um tanto quanto forte, mas aliviou a dor
quando chupou o local.

— Oh nojeira… – ouvi a voz inconfundível de Phillip alcançar meus ouvidos.

As vezes eu penso em retirar a porta do meu escritório, afinal ninguém se dispõe a bater.

— Devo lembrar que meu escritório não é prostíbulo para saírem entrando quando
quiserem – ralhei.
Reviro fortemente meus olhos enquanto retiro Aisha de forma brusca do meu colo. De
certo modo meu amigo tinha razão era meu local de trabalho e não é porque eu sou o
dono que poderia transformar isso numa baderna, afinal que exemplo eu seria perante
aos olhos dos meus funcionários — ridículo eu nem mesmo me importava — a muito
contragosto Aisha se movimentou e andou até sofá de couro preto.

— O que devo a honra? – zombei enquanto brincava com uma caneta rodando a
mesma sobre alguns papéis.

Sua risadinha amarga foi proferida em minha direção logo seus olhos pararam na
mulher sentada no meu sofá de forma bem relaxada.

— Aisha… vaza! – indiquei com o queixo a porta a morena xingou um palavrão do qual
não alcançou meus ouvidos, mas não era como se eu fosse me importar.

— Sabe quem fechou sua área vip? – seu tom continha um divertimento que não me
passou despercebido — Bom, é a sua chance para negócios, afinal era o que você
queria, né? – continuou.

Apenas acenei em concordância. Após um breve silêncio nos levantamos e fomos em


direção a saída do meu escritório, passando pela área vip logo do alto da escada e
pude ouvir algumas pessoas gritarem.

Tira tira tira tira .

CAPÍTULO 5

AYLA CAMPOS SALES

Em frente ao espelho, analiso a saia pregueada e o corset de coração que adornam


perfeitamente meu corpo, junto deles está meu coturno e uma bolsa de ombro. Retoco
pela milésima vez meu gloss intercalando meu olhar entre meu reflexo e minha amiga
tirando milhares de fotos.

— Acha que já podemos ir? — pergunto entediada.


— Claro, senhorita paciente — Meredith rola suas órbitas me lançando um falso
sorriso.

Já no corredor após sete passos estou em frente a porta do Apollo — meu irmão —
meus dedos colidem com a madeira maciça ecoando um som seco, mas bastante
perceptível.

— Prontos? — pergunto tanto para o meu irmão, quanto para minha amiga que limpa o
canto dos lábios.

— Sim! — eles respondem em uníssono.

Scorpions mode.

A boate mais falada em toda Seattle. Sim, ela é realmente tudo isso e graças a nossas
grandes influências sobre esse lugar é que entramos e agora degusto meu quarto shot
de whisky.

1…
2…
3…

Perdi as contas em quantos desses temos tomado desde que chegamos, agora as
luzes se embaraçam e o som corre de acordo com as batidas aceleradas do meu
coração. Uma hora estou com o corpo colado no das minhas amigas e em outro
momento estou fazendo um show particular para as pessoas aqui presentes e claro
para o barman que me desejou a noite inteira.

Meus dedos se enrolaram no tecido leve da minha saia, os movimentos de vaivém são
lentos e sensual. Toco todo meu corpo, afago meus cabelos e desço lentamente até ´´
o chão ´´ do balcão. Quando meus joelhos tocam a pedra fria deixo que eles
escorreguem me pondo de quatro dando ao barman a mais bela visão de sua noite.

Tira tira tira tira .


As pessoas gritavam incentivando esse meu show particular, meu corpo se aqueceu ao
mesmo tempo em que minha pele se arrepiou e senti um filete de suor descer pelas
minhas costas fazendo com que eu arqueei as costas. Alguns flashs foram apontados
na minha direção e eu sabia que estavam me gravando, mesmo tendo um nome a
zelar não me preocupei em parar.

Ergui meu corpo ficando sobre os joelhos no meio da multidão, minhas íris pousaram
sobre o homem que me observava atentamente seu olhar parecia me devorar a cada
instante, as mãos grossas com bastante veias saltadas apertava o parapeito com certa
força movo meu corpo em uma dança lenta e sensual.

Faço tudo isso mantendo fielmente o contato visual com um moreno, alto e
completamente tatuado, há algo maior em seus olhos — mortos — algo que me faz
ansiar por mais, a querer me entregar nesse fogo ardente. Eu não sei quem ele é, mas
sei que essa aura escura me enche de desejo, o perigo entope minhas veias e intoxica
meu sangue, minha boceta que agora esta enxarcada se dá conta do efeito traiçoeiro
que ele tem sobre mim e quando sua língua passeia pelos seus lábios não me sinto
capaz de parar, de imaginar ela pelo meu corpo.

A nossa atração é dissipada quando meu querido — não tão querido — irmão, assume
meu campo de vista cortando imediatamente todo tesão que pairava sobre o ar.

— Que porra você acha que ta fazendo? — suas mãos agarram meu braço e me tiram
do balcão.

— Me divertindo – sorri de forma exagerada.

— Será que vai achar tanta graça assim amanhã quando sair em todos os sites de
fofocas e em todos os jornais como a filha mais nova é a vergonha dos Campos Sales?
– disparou sem me poupar das suas palavras cruéis.

Mal percebi que a música havia parado e que agora o único som existente seria dos
gritos de Apollo ao nosso redor todos nos encaravam surpresos, mas me limitei a não
encará-los agora a vergonha entupia minhas veias e queimava meu rosto. Meus
ombros foram acolhidos pelas mãos quentes das minhas amigas enquanto permanecia
com o olhar fixo ao chão senti uma estranha sensação sobre minha pele, na verdade a
mesma de quando eu dançava e aquele homem me observava.

Elevei meu olhar, mas não o encontrei tudo que cheguei a ver era Phillip dizendo algo
ao meu irmão antes de me puxar em direção a saída.
CAPÍTULO 6

AYLA CAMPOS SALES

Uma semana depois…

É só de casa para empresa, da empresa para casa tem sido assim essa semana,
desde o vídeo que meu pai recebeu. Eu não entendo como que isso aconteceu, como
foi parar nas mãos do meu pai — justo na mão dele — me pergunto porque isso não tá
circulando nas redes sociais as mídias de fofoca veria isso como um prato cheio, mas o
que me parece é que o destino quis poupar a todos do meu ridículo exceto minha
família.

Soltei uma respiração exasperada e então voltei digitar no meu notebook há todo
momento eu verificava as horas faltava exatos quinze minutos para o fim do meu
expediente, mas as horas nesta semana decidiu se arrastarem numa lentidão
agonizante

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