GRMPF 3a (Ud I e II)
GRMPF 3a (Ud I e II)
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1. GESTÃO DA QUALIDADE E SERVIÇO
1.1 CONCEITOS
Qualidade (qua·li·da·de); sf; 1 Atributo, condição natural, propriedade pela qual algo ou
alguém se individualiza; maneira de ser, essência, natureza: “Que qualidade de homem é
esse sobrinho?” (MA1). 2 Traço positivo inerente que faz alguém ou algo se sobressair
em relação aos demais; excelência, talento, virtude: “D. Fernanda possuía, em larga
escala, a qualidade da simpatia” (MA4). 3 Conjunto de características que fazem parte
da personalidade de um indivíduo e que o diferenciam de todos os outros; caráter, índole,
temperamento: Suas principais qualidades são a paciência e a generosidade. Faltam-lhe
as qualidades de um líder. 4 Grau de perfeição, de precisão ou de conformidade a certo
padrão: “Falta uma outra espécie de parâmetro que defina qualidade, no universo
musical. Uns fazem canções, outros fazem som, alguns fazem barulho” (Aan). 5 Um tipo
ou uma variedade particular; categoria, espécie, tipo: A fábrica produz apenas uma
qualidade deste artigo. 6 Cargo ou função que se ocupa na sociedade, na política, numa
empresa etc. de que resultam direitos e obrigações; posição: Ele não falou na qualidade
de ministro, mas na de cidadão comum. (MICHAELIS, 2021).
Alguns conceitos e termos que aparecerão nas definições de qualidade necessitam ser
bem definidos para que possamos entender efetivamente a qualidade. Segundo Caravantes, esses
conceitos/palavras são:
Produto: é a saída de qualquer processo. Consiste principalmente em bens, software e
serviços.
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Característica do produto: uma característica de produto é uma propriedade de um
produto que visa atender a certas necessidades dos clientes e, dessa maneira, prover satisfação ao
cliente.
Cliente: é qualquer um que recebe ou é afetado pelo produto ou processo. Os clientes
podem ser internos (são afetados pelo produto e são membros da empresa que o fabrica) ou
externos (são afetados pelo produto, mas não são membros da empresa que o produz).
Satisfação com o produto e satisfação do cliente: atinge-se a satisfação com o produto
quando as características do produto respondem às necessidades do cliente.
Deficiências: deficiência de um produto é a falta de um item ou aspecto que resulta na
insatisfação com o produto (CARAVANTES, 2005, p.238).
Na ciência da administração vários autores elaboraram conceitos tentando traduzir o
seu significado. Contudo, o conceito de qualidade para um profissional que trabalha em uma
empresa varia em relação àquele desejado por pessoas que compram o produto ou utilizam o
serviço. Chiavenato cita algumas dessas percepções:
Excelência: Qualidade como o melhor que se pode fazer; Valor: Qualidade como luxo,
depende da percepção do cliente, seu poder aquisitivo e sua disposição para gastar;
Regularidade: Qualidade como uniformidade, onde os produtos ou serviços são
idênticos; Adequação ao uso: une os conceitos de qualidade de projeto e ausência de
deficiências.
Existem dois tipos de conceito de qualidade: a qualidade interna, que constitui a maneira
pela qual uma organização administra a qualidade de seus processos, produtos e serviços
e a qualidade externa, que constitui a percepção que o cliente, consumidor ou usuário
tem a respeito do produto ou serviço que compra e utiliza. Não resta dúvida de que, sem
a qualidade interna, não se pode construir e manter a imagem da qualidade externa.
(CHIAVENATO, 2010, p. 545).
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cliente. Portanto, em outros termos, pode-se dizer: a. ... que atende perfeitamente... =
projeto perfeito; b. ... de forma confiável... = sem defeitos; c. ... de forma acessível ... =
baixo custo; d. ... de forma segura ... = segurança do cliente; e. ... no tempo certo... =
entrega no prazo certo, no local certo e na quantidade certa. (FALCONI, 2004, p.2).
Deming teve seu trabalho reconhecido nos Estados Unidos por suas contribuições
para o avanço dos processos produtivos durante a Segunda Guerra Mundial. Contudo, ficou mais
conhecido pelo seu trabalho no Japão, onde, após a Segunda Guerra Mundial, introduziu durante
quase duas décadas os modernos conceitos de qualidade e ensinou aos altos executivos formas
de:
• Melhorar projetos;
• Aumentar a qualidade de produtos;
• Realizar teste através de vários métodos;
• Aplicar métodos estatísticos, fazer análise de variáveis e levantamento de hipóteses.
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Deming foi discípulo de Walter A. Shewhart e ajudou a difundir os métodos
estatísticos e o PDCA. Estatístico, professor universitário e consultor, Deming elaborou uma lista
de 14 pontos que têm sido diretrizes de qualidade em todo o mundo até hoje. Esses pontos,
segundo Carvalho (2012, p.12), são:
1. Crie uma visão consistente para a melhoria de um produto ou serviço.
2. Adote a nova filosofia e assuma a sua liderança na empresa.
3. Termine com a dependência da inspeção como via para a qualidade.
4. Minimize os custos com a seleção de um fornecedor preferencial.
5. Melhore de uma forma constante e contínua cada processo.
6. Promova a aprendizagem no terreno (training on the job).
7. Encare a liderança como algo que todos podem aprender.
8. Não lidere com base no medo. Evite usar um estilo autoritário de gestão.
9. Destrua as barreiras entre os departamentos funcionais.
10. Elimine as campanhas ou slogans com base na imposição de metas.
11. Abandone a gestão por objetivos com base em indicadores quantitativos.
12. Não classifique o desempenho dos trabalhadores ordenando-os por ranking.
13. Crie um ambicioso programa de formação para todos os empregadores.
14. Imponha a mudança como sendo uma tarefa de todos os trabalhadores.
Como homenagem, os japoneses instituíram o prêmio Deming de qualidade “como a
mais importante premiação anual atribuída às empresas japonesas que se destacam pela qualidade
de seus produtos e serviços” (CHIAVENATO, 2010, p.546).
Foi o criador do conceito de qualidade total. Juran mostrou aos japoneses como fazer
a qualidade acontecer nas organizações, deixando de ser apenas uma preocupação com a
produção para tornar-se a principal prioridade em todos os níveis e áreas da administração das
organizações japonesas (CHIAVENATO, 2010).
Foi o primeiro a unir os conceitos de qualidade à estratégia empresarial e propôs a
conhecida trilogia da qualidade, descrita abaixo:
1. Planejamento: estabelece objetivos de desempenho e o plano de ação para atingi-
los.
2. Controle: avalia o desempenho operacional, comparando com os objetivos e
corrigindo o plano de ação quando necessário;
3. Melhoria: aperfeiçoamento do desempenho atual para atingimento de novos níveis,
tornando a empresa mais competitiva.
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1.2.4 ARMAND FEIGENBAUM
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9. Instaurar o dia do zero defeito.
10. Estabelecer os objetivos a serem alcançados.
11. Eliminar as causas dos erros.
12. Reconhecer publicamente os que atingem os objetivos e não realizar a premiação
financeira.
13. Instalar os círculos de qualidade para monitorar o processo.
14. Realizar repetidamente os itens listados anteriormente.
Ishikawa criou várias ferramentas de gestão e foi um dos japoneses que melhor
representou o movimento da qualidade. Contribuiu na formação do CWQC (Controle de
Qualidade por toda a empresa) e difundiu ferramentas e técnicas de análise e solução de
problemas e gerenciamento da rotina, em especial as sete ferramentas da qualidade, utilizadas
amplamente pelos CCQs (Círculos de Controle da Qualidade):
• Análise de Pareto;
• Diagrama de causa-efeito;
• Histograma;
• Folhas de controle;
• Diagramas de escada;
• Gráficos de controle;
• Fluxos de controle (CARVALHO, 2012).
O diagrama de causa-efeito (espinha de peixe ou diagrama de Ishikawa) foi adotado
em todo o Exército como ferramenta para a identificação das causas de um problema encontrado.
Gomes afirma que Kaoru Ishikawa: Era filho de um dos fundadores e primeiro
presidente da JUSE. O seu principal contributo reside no desenvolvimento de um conjunto de
ferramentas da qualidade, métodos de apoio à resolução de problemas de qualidade, entre as
quais o famoso diagrama de causa-efeito (GOMES, 2004, p.14).
Segundo Taguchi, a qualidade é medida pelo desvio que uma característica funcional
apresenta em relação ao valor esperado dela. Os fatores chamados “Ruído” (temperatura,
umidade, poeira, deterioração, etc.) causam tais desvios e resultam em perda de qualidade do
produto. Este “prejuízo” pode ser avaliado através de uma “função perda”.
A proposta do método Taguchi é determinar a função perda do produto e otimizá-la,
empregando técnicas estatísticas. Estas análises permitem identificar os parâmetros ótimos de
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projeto que minimizam ou mesmo eliminam as influências dos fatores ruído no desempenho do
produto. Assim, em lugar da tendência tradicional de isolar o produto dos fatores de ruí do − o
que pode ser de difícil execução e/ou encarecer o processo produtivo − o método de Taguchi
ambiciona realizar projetos que eliminem os efeitos dos fatores de ruído no produto.
Taguchi defendeu a ideia de que a qualidade deveria ser garantida através do design
dos produtos.
Gomes (2004) explica que Taguchi afirmava:
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Um serviço pode ser definido como uma ‘mudança’ na condição de uma pessoa ou de
um bem pertencente a um agente econômico, que vem à baila como resultado da atividade de
outro agente econômico, por acordo prévio, ou seja, solicitação da pessoa ou agente econômico
anterior.
Serviço é uma organização e uma mobilização, a mais eficiente possível, de recursos
para interpretar, compreender, e gerar a ‘mudança’ nas condições de atividades do destinatário do
serviço.
Os serviços se distinguem dos produtos também por algumas características
(adaptado de CARVALHO, 2012):
• Intangibilidade: são intangíveis.
• Heterogeneidade: as ações, reações, expectativas e as situações pessoais nos
serviços são heterogêneas e imprevisíveis.
• Estocabilidade: não há estoque, o serviço é realizado e entregue no mesmo
momento.
• Participação do cliente: é necessária, com alto nível de contato entre o consumidor
e a operação.
• Simultaneidade: a produção e o consumo são simultâneos na maioria das vezes.
• Qualidade: o consumidor não julga apenas o resultado, mas também os aspectos
envolvidos na produção, por participar de todo o processo.
A implantação da qualidade nos serviços pode nos propiciar uma série de benefícios,
tais como:
• Melhoria do ambiente de trabalho;
• Geração de resultados e ganhos;
• Desenvolvimento da autoestima.
Os trabalhadores, através da qualidade nos serviços, passam a se orgulhar daquilo que
fazem. O clima nas relações interpessoais torna-se muito mais saudável e os resultados obtidos
pelos trabalhos em equipe elevam a moral das pessoas.
A utilização do tempo é otimizada (o que torna possível aumentar o tempo destinado
ao lazer e ao convívio familiar) e, além disso, há a redução das perdas com acidentes no trabalho.
A empresa, com a redução do retrabalho, terá, consequentemente, um aumento
sensível na produtividade de suas tarefas com a melhoria da imagem da organização perante os
clientes. Haverá a racionalização na alocação de recursos humanos, físicos e financeiros e
redução dos custos dos serviços para os clientes. No que tange ao desenvolvimento das pessoas,
há a percepção da possibilidade de crescimento pessoal e profissional dos funcionários, a
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potencialização do trabalho em equipe, a redução dos acidentes de trabalho e a melhoria da
autoestima dos funcionários.
Uma organização pode e deve buscar a melhoria contínua na qualidade dos serviços
prestados. Identificar as oportunidades e agir corretivamente com o intuito de proporcionar a
melhoria do desempenho é uma responsabilidade total e que não deve ser delegada pela direção
da administração (quem ocupa cargos de chefia e direção).
Os erros nos exercícios e nas atividades militares podem tomar enormes proporções,
ocasionando até mesmo o custo de vidas. Surge, então, a necessidade de que todos os processos
dentro de uma Organização Militar sejam perfeitamente conhecidos, normatizados, padronizados
e divulgados para todos os seus integrantes de maneira que a realização dessas ações
sistematizadas garanta que os processos estabelecidos realmente sejam cumpridos.
Já faz um bom tempo que a gestão pela Qualidade Total é um dos focos de atenção e
de grandes preocupações para a maioria dos executivos. A responsabilidade para superar os
desafios e as turbulências do momento econômico obriga a escolha de metodologias ou linhas de
atuação. Para superar estes desafios, a Qualidade Total ou TQM (Total Quality Management) se
apresenta como uma ferramenta de fácil aplicação, que permite ao mesmo tempo garantia de
resultados financeiros e oportunidade de realização para todos os funcionários.
Antes de abordar o conceito de Total Quality Management e suas características, é
necessário apresentar as categorias ou dimensões da qualidade. Segundo Garvin (2002), as
dimensões da qualidade tornaram-se tão importantes que passaram a ser utilizadas como base
para a utilização da qualidade como arma de concorrência. Desta forma, a qualidade pode ser
desmembrada em oito dimensões ou categorias:
• Desempenho
• Características
• Confiabilidade
• Conformidade
• Durabilidade
• Atendimento
• Estética
• Qualidade percebida
Estas dimensões são distintas, porém podem estar inter-relacionadas. A seguir elas
serão apresentadas:
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a. Desempenho: É a categoria que aborda as características básicas de um produto ou
serviço e, consequentemente, a capacidade do produto de ser eficaz e eficiente, ou seja, efetivo.
Ex: As características operacionais básicas de um produto (a precisão de um relógio
na marcação das horas, minutos e segundos, a capacidade de carga de um caminhão de carga,
etc.).
b. Características: É a dimensão que abrange as especificações do produto ou
serviço conforme definido pelo cliente e/ou fornecedor (características primárias). Existem
também as características secundárias, que complementam o funcionamento do produto e,
embora não sejam sempre descritas, têm o poder de alterar as percepções do cliente com relação
ao produto ou serviço.
Ex.: Detalhamento de todas as funções existentes e exigidas em um produto (funções
de um smartphone).
c. Confiabilidade: aquilo que reflete à probabilidade de mau funcionamento do
produto, como tempo de falha, possibilidade de defeitos, entre outros. Assim, quanto maior for o
índice de confiabilidade de um produto ou serviço, menor a possibilidade de frustrar a
expectativa do cliente.
Ex: A expressão “preciso como um relógio suíço” reflete bem este conceito, pois é
usada para designar algo com alta confiabilidade.
d. Conformidade: é uma dimensão baseada na produção. Reflete o grau em que as
características de um produto ou serviço estão de acordo com padrões pré-estabelecidos, ou seja,
com sua especificação. Existem duas abordagens distintas de conformidade:
• Conformidade de acordo com o cumprimento de especificações. Está mais
relacionada com o pensamento norte-americano, no qual o problema é manter a produção dentro
dos limites da especificação.
• Conformidade de acordo com o grau de variabilidade. Está mais relacionada com os
fabricantes japoneses, em que a produção se preocupa também em atender as especificações
exatamente no ponto médio dos limites de tolerância.
Ex: Nível em que as características operacionais estão de acordo com os padrões
(instrumentos de precisão e musicais).
e. Durabilidade: Categoria que já foi uma das principais dimensões da qualidade,
expressa a vida útil de um produto. Tecnicamente, podemos definir durabilidade como o tempo
pelo qual um produto mantém suas características em perfeito funcionamento, em condições
normais de uso.
Ex: Alguns produtos antigos costumam ser mais duráveis do que os atuais (carros,
eletrodomésticos, etc.).
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f. Atendimento: É a categoria mais empírica da Qualidade e tem grande poder de
afetar a percepção do cliente. Rapidez no atendimento, cortesia e facilidade de ter um problema
solucionado encantam os clientes, pois eles não se preocupam somente com a possibilidade de ter
problemas com um produto ou serviço, mas também com a eficiência do fornecedor em sanar
esses eventuais problemas (estratégias de pós-vendas são formuladas pelas empresas para manter
a qualidade do serviço prestado após a compra do produto ou utilização do serviço).
Ex: Rapidez, cortesia e facilidade de substituição de um produto de acordo com uma
necessidade do cliente.
g. Estética: É outra categoria bastante empírica, está diretamente relacionada ao
ponto de vista do cliente ou do público-alvo. É a aparência de um produto, o sentimento ou
sensação que a imagem dele provoca.
Ex: Aparência de certos produtos que atendem a determinadas preferências pessoais.
h. Qualidade percebida: É a categoria ligada à “reputação” de um fornecedor.
Aquele que produz algo de qualidade reconhecida é capaz de manter esse nível em
outros produtos ou serviços pela qualidade. Está diretamente relacionada com a confiabilidade
que o produto projeta para o seu consumidor.
Ex: Produtos com “fama” de serem de excelente qualidade (Sony, Apple, Mercedes,
etc.).
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- EFICIÊNCIA
A eficiência está diretamente ligada à racionalidade e à produtividade, ou seja, é o
processo de executar exatamente o que foi planejado. Nesse sentido, ao conferir a característica
ou qualidade de “eficiente” para algo ou alguém, refere-se à produção de algo útil de acordo com
o que foi planejado, atendendo aos prazos, no menor tempo e gastando o mínimo de recursos
possíveis.
Assim, o significado de Eficiência tem a ver com fazer mais e melhor com o mínimo
possível. Por exemplo, na realização de um projeto de logística. Ser eficiente consiste em
executá-lo com o mínimo de recursos possíveis, no menor tempo.
Quando falamos em eficiência, nos referimos a produzir de maneira correta (sem
erros), utilizando os recursos disponíveis da melhor forma possível (sem perdas ou desperdícios)
e sem elevar os custos do objeto de interesse.
Por exemplo: a eficiência da coronavac (vacina contra covid-19), está relacionada
com o efeito da vacina, ou seja, a redução dos casos graves, o que gera um grande número de
hospitalizações e mortes perante aos que receberam o placebo (formulação sem efeito
farmacológico para estudo comparativo).
- EFICÁCIA
Por outro lado, conceito de eficácia diz respeito à qualidade ou característica daquilo
que alcança os resultados ou efeitos esperados. Assim, este conceito está diretamente relacionado
com o objetivo final. A partir disso, ou seja, quando se alcança o objetivo, temos o cumprimento
de metas, foco, prazos etc.
Logo, eficácia tem relação com as tomadas de decisão e com alcançar resultados,
independentemente dos custos e do tempo que isso acarreta. É, literalmente, saber o que deve ser
feito.
Uma equipe eficaz é aquela que, além de realizar seus processos de maneira correta,
também foca nos resultados e explora todo o potencial disponível. O grupo eficaz é aquele que
acredita e se esforça para entregar o melhor trabalho possível.
Pensando nisso, um trabalho feito com eficiência, mas sem eficácia para a conclusão
de determinado plano passa a ser inútil, pois não agrega em nada de substancial por melhor que
tenha sido sua execução.
Por exemplo: a eficácia geral da coronavac refere-se às causas e/ou resultados dentro
de um estudo clínico, ou seja, se a vacina de fato protegeu (gerou resposta imune) os voluntários,
ou seja, se ela cumpriu com o seu papel.
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Perceba que a eficiência se relaciona ao efeito de uma ação, enquanto que a eficácia
refere-se às causas, comprovando se de fato, que o objetivo de uma ação foi devidamente
cumprida.
Um homem, ao cavar um poço com perfeição, realiza um trabalho com eficiência;
Por outro lado, um homem que sabe o local correto para cavar o poço e achar água, executa um
trabalho com eficácia.
No entanto, quando falamos sobre eficiência e eficácia, entramos no conceito de
efetividade, que é um conceito que se refere à capacidade de ser eficiente e eficaz ao mesmo
tempo.
- EFETIVIDADE
Efetividade consiste em fazer algo o que deve ser feito, ou seja, atingir os objetivos
de acordo com o planejado e, ao mesmo tempo, utilizar os recursos da melhor forma possível.
Para que uma equipe seja efetiva, é necessário que ela possua algumas características.
São elas:
1. Proatividade: é o empenho em melhorar resultados mesmo sem solicitação ou até
de estudar para ajudar a solucionar problemas e prever problemas futuros.
2. Sinergia: em uma empresa, sinergia é quando os membros da equipe conhecem e
confiam no trabalho um do outro, cooperando para obter grandes resultados.
3. Busca pela melhoria contínua: o esforço diário leva ao progresso a curto, médio e
longo prazo. É essencial que a gestão e os líderes invistam no treinamento e desenvolvimento de
pessoas.
4. Senso de responsabilidade: toda empresa espera que os funcionários vistam a
camisa e se dediquem ao máximo para entregar os melhores resultados, afinal o sucesso da
empresa também é sucesso deles.
5. Alinhamento de ideias: é o processo principal ao se começar um projeto novo. É
importante escutar todos os envolvidos e que todos entendam o que deve ser feito. Quando a
atividade for entregue ou está em andamento, é necessário o alinhamento novamente, para que
todos compreendam a etapa em que a atividade está, discutam se é preciso mudar e trabalhem
juntos para realizar as melhorias e alterações.
6. Liderança: todas as características acima fazem parte de uma liderança de sucesso.
Além disso, um líder tem que ter empatia, inteligência emocional, criatividade e
autoconhecimento.
Uma área que é eficiente e eficaz ao mesmo tempo, já produz com efetividade. Seu
trabalho será resultado de muito esforço.
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1.4 CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS DO TQM
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terá um sentido mais amplo dentro do contexto do TQM, pois, segundo Folledo (2000, p.7),
“clientes são todas as pessoas, processos e organizações que podem ser afetadas por nossos
processos, serviços e produtos”. Esta definição permite incluir em uma mesma palavra tanto os
clientes internos como externos (usuários ou consumidores).
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Telephone Laboratories, que investigava problemas de qualidade) desenvolveu este novo tipo de
controle de qualidade. Nesta fase, iniciou-se um processo mais efetivo de inclusão da qualidade
em todos os estágios produtivos. Ocorreram melhoramentos nas descrições e na organização das
etapas que compõem um processo. Assim, foi possível identificar nos processos os pontos
críticos, as oportunidades de melhoria e as variações ou flutuações devido às causas normais
(internas do processo), além daquelas relacionadas com causas anormais ou específicas (externas
ao processo).
Algumas ferramentas foram introduzidas para melhorar estas ações, como a carta de
controle que é utilizada para documentar e analisar a ocorrência desses eventos e, a partir deste
momento, implementar melhorias e mudanças, visando os padrões de qualidade desejados.
As inspeções, com a redução dos prazos de entrega por aumento da demanda ou de
outro motivo técnico, começaram a se tornar inviáveis. Dessa forma, a amostragem passou a ser
feita com o uso de técnicas estatísticas, gerando mais confiabilidade.
- GARANTIA DA QUALIDADE - A importância da qualidade no ambiente
organizacional já era reconhecida após a Segunda Guerra Mundial, com o surgimento de um novo
departamento responsável por planejar e analisar a qualidade nas indústrias. Joseph M.Juran e
William Edwards Deming − os precursores da qualidade – ajudaram a indústria japonesa no pós-
guerra a desenvolver novos métodos que acabaram por provocar uma revolução naquele país.
Com o tempo, a importância da qualidade foi crescendo e ferramentas como o Total Quality
Control (TCQ) foram desenvolvidas e até hoje ainda são utilizadas.
Segundo Feigenbaum (1961):
O princípio em que se assenta esta visão da qualidade total (...) é que para se conseguir
uma verdadeira eficácia, o controle precisa começar pelo projeto do produto e só
terminar quando o produto tiver chegando às mãos de um freguês que fique satisfeito
(...) o primeiro princípio a ser reconhecido é o de que qualidade é um trabalho de todos.
Segundo Campos (1992, p.217), o Total Quality Control é regido pelos seguintes
princípios básicos:
1. Qualidade em primeiro lugar: não permitir a venda de produtos defeituosos.
2. Ação orientada por prioridades: identificar os problemas críticos e solucioná-los
prioritariamente.
3. Ação orientada por fatos e dados: tomar decisões somente com fatos e dados.
4. Controle de processos: reduzir dispersões através do isolamento de suas causas
fundamentais.
5. Controle de dispersão: Observar cuidadosamente a dispersão dos dados e isolar a
causa fundamental da dispersão
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6. Próximo processo é o seu cliente: O cliente é um “rei” ou uma “rainha” com quem
não se deve discutir, mas satisfazer os desejos, desde que razoáveis. Não deixe passar
produto/serviço defeituoso.
7. Controle a montante: a satisfação do cliente baseia-se exclusivamente em funções a
montante. As contribuições a jusantes são pequenas.
8. Ação de bloqueio: não permitir que o mesmo problema ocorra pela mesma causa.
9. Respeito pelo empregado como ser humano: respeitar os empregados como seres
humanos independentes.
10. Comprometimento da alta direção: definir e garantir a execução da visão e
estratégia da alta direção da empresa.
11. Orientação pelo cliente: produzir e fornecer produtos que atendam concretamente
as necessidades dos clientes.
O controle total da qualidade (TQC) busca atingir um nível superior de qualidade.
Neste contexto, os funcionários tornaram-se mais responsáveis e conscientes pela
qualidade de toda a organização, e não somente ao seu setor, aumentando a integração na
organização.
Deve ser destacado também que, nesta fase, os problemas de qualidade começaram a
ser relacionados não apenas como questões tecnológicas, mas também como problemas de
gerenciamento e, portanto, parte do plano de negócios da empresa (Magalhães, 2009).
- GESTÃO ESTRATÉGICA DA QUALIDADE
Com o passar do tempo, a qualidade passou a ser percebida como uma disciplina
estratégica, com foco maior no cliente e nos concorrentes, sendo uma oportunidade de
diferenciação da concorrência. Dessa forma, a qualidade faz parte do planejamento estratégico.
Magalhães (2009) ensina que a satisfação do cliente passou a ser entendida como o objetivo
principal da organização. O tempo de vida útil do produto e as novidades que a concorrência
pode oferecer passaram a ser de suma relevância.
Segundo Campos (1992, p.2):
Satisfação do cliente passa a ser algo extremamente valorizado, não estando somente
relacionada com a entrega de um produto/serviço de baixo custo, no prazo, em quantidades
certas, mas algo que supere suas expectativas.
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Toda a empresa é responsável pela qualidade, com a alta administração exercendo
forte liderança. Há o estabelecimento de metas, educação e treinamento, consultoria a outros
departamentos e desenvolvimento de programas.
Fatores Críticos de Sucesso (FCS) são situações, pontos de inflexão ou variáveis que,
se coordenadas, gerenciadas ou mantidas de maneira correta, se transformam em elementos
facilitadores que causam reflexos significativos no sucesso de uma OM em determinada atividade
ou objetivo.
Sua finalidade é orientar a ação de planejamento na escolha das melhores estratégias
a serem aplicadas para a consecução dos objetivos.
A pergunta que identifica um FCS é: “Quais aspectos a OM deve se concentrar para
garantir a conquista de um objetivo estratégico?”
Importante é que para cada objetivo elaborado, devem ser elencados os FCS que
podem influenciar no seu resultado.
São exemplos de fatores críticos de sucesso:
1) Comprometimento dos comandantes, chefes e diretores em todos os níveis.
2) Gastos com concessionárias de serviços públicos.
3) Manutenção orgânica confiável.
4) Quadros permanentes capacitados.
5) Melhoria do ambiente de trabalho.
6) Melhoria da integração com a comunidade.
7) Permanente capacitação operacional para manter o poder dissuasório.
8) Material adequado à missão a ser executada.
9) Liberdade de criação e expressão, respeitados os valores institucionais.
1.6 O TAYLORISMO.
1.6.1. CARACTERÍSTICAS
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Portanto, é um sistema de racionalização do trabalho concebido em moldes
científicos. Desta maneira, cada aspecto do trabalho deve ser estudado e desenvolvido
cientificamente.
Assim, com a análise dos processos produtivos, foi possível aperfeiçoar a capacidade
de trabalho do operariado. O foco era economizar o máximo em termos de esforço produtivo.
Devemos salientar que o taylorismo não está preocupado com as inovações
tecnológicas, mas sim com as possibilidades de controlar a linha de produção.
Através de uma padronização continua pelo estabelecimento de um sistema de
supervisão e controle, o homem acabou por se transformar em uma peça da máquina. Entretanto
foi isto que fez surgir condições de trabalho capazes de aumentar a produtividade e o lucro.
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fracionamento do trabalho na linha de montagem para singularizar as funções
produtivas de cada trabalhador, diminuindo assim sua autonomia.
Além disso, atribui-se a Taylor:
o estudo de metodologias para evitar a fadiga do trabalhador,
o estímulo salarial proporcional à produtividade, com premiações por
desempenho,
a hierarquização da cadeia produtiva, a qual afasta o trabalho manual do trabalho
intelectual e garante à gerência, detentora do conhecimento geral da produção, o controle sobre os
trabalhadores.
As ideias de Taylor inspiraram empresários como Henry Ford para criar um método
de linha de montagem que seria denominado Fordismo.
1.7 O FORDISMO.
O Fordismo recebeu este nome em homenagem ao seu criador, Henry Ford. Este
instalou a primeira linha de produção semiautomatizada de automóveis no ano de 1914.
Este se tornaria o modelo de gestão da Segunda Revolução Industrial e perduraria até
meados da década de 1980.
Este sistema de produção em massa, denominado linha de produção, constituía-se em
linhas de montagem semiautomáticas, possibilitadas pelos pesados investimentos para o
desenvolvimento de maquinários e instalações industriais.
Por sua vez, o Fordismo tornou esses produtos acessíveis ao mercado consumidor em
massa, na medida em que reduziu o custo da produção e barateou os artigos produzidos.
Note que a diminuição dos preços veio acompanhada pela queda na qualidade dos
produtos fabricados.
Por conseguinte, este modelo se espalhou pelo mundo e se consolidou no pós-guerra
e garantindo os anos dourados de prosperidade aos países desenvolvidos.
Ademais, provocou um crescimento econômico sem precedentes e permitiu a criação
das sociedades de bem-estar social nestes países. O padrão produtivo alcançou outras linhas de
produção, principalmente nos setores siderúrgicos e têxteis.
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1.7.2 HENRY FORD E O FORDISMO
1.8 O TOYOTISMO.
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1.8.2 CARACTERÍSTICAS DO TOYOTISMO.
Taiichi Ohno percebeu que o melhor era esperar receber encomendas para começar a
produção de automóveis a fim de economizar em aluguéis de armazéns.
Ao poupar espaço na estocagem de matérias-primas e mercadorias, as fábricas
aumentavam a produtividade, uma vez que diminui o desperdício, o tempo de espera, a
superprodução e os gargalos de transporte.
Apesar das condições geográficas do país, com espaços e mercados consumidores
pequenos, a Toyota foi capaz de se tornar a maior montadora de veículos do mundo.
Isto só foi possível graças ao avanço tecnológico nos meios de transporte e
comunicação, os quais permitiram a rapidez e pontualidade do fluxo de mercadorias da produção
flexibilizada do sistema toyotista.
A sincronia entre os sistemas de fornecimento de matérias-primas, de produção e de
venda, foi o segredo do sucesso.
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Este método foi um dos marcos da Terceira Revolução Industrial.
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Elaboradas as estratégias, a etapa subsequente é a sua implementação, ou seja, o
desdobramento em Planos de Ação, cuja finalidade é estabelecer o conjunto de ações a serem
desenvolvidas num determinado período, com o detalhamento de metas físicas e orçamentárias de
modo a permitir o acompanhamento e, por conseguinte, garantir a execução do Plano de Gestão.
Os Planos de Ação são caracterizados por:
- Ações de Comando.
- Projetos, simples ou complexos: (Projetos de Inovação e Melhoria (PIM) e Projetos
Estratégicos).
- Planos Complementares.
O Plano de Ação define a tarefa a realizar, o responsável, o período, a área envolvida,
os custos e a estratégia adotada.
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(3) Padronização: padronizando procedimentos que devem ser seguidos como
modelo, para antecipar-se ao reaparecimento de problemas.
A técnica consiste em realizar, sistematicamente, as sete perguntas acerca do assunto
em estudo. A ordem das perguntas pode ser mudada de acordo com o tipo de análise que se está
fazendo. Além disso, pode-se acrescentar novos campos para melhorar a compreensão.
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Estratégicos e aos Fatores Críticos de Sucesso. São os utilizados nos Planos de Ação / PIM da
OM.
- Indicadores Operacionais (IO) – medem a evolução dos processos diários da OM
(resultantes da Auto-Avaliação).
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UD 2
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2. GESTÃO DE MATERIAL E DO PATRIMÔNIO
2.1 GENERALIDADES
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2.2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
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vinculada à lei. São, portanto, como o próprio nome demonstra, aqueles que o agente pratica
reproduzindo os elementos que a lei previamente estabelece.
Ao agente, nesses casos, não é dada liberdade de apreciação da conduta, porque se
limita, na verdade, a repassar para o ato o comando estatuído em lei. Isso indica que nesse tipo de
ato não há qualquer subjetivismo ou valoração, mas apenas a averiguação de conformidade entre
o ato e a lei.
Nos atos vinculados não há o mérito administrativo, isto é, o administrador não pode
decidir conforme a conveniência ou de acordo com a oportunidade, a fim de buscar a satisfação
do interesse público, ou seja, não pode escolher, respectivamente, como e quando realizar o ato
administrativo.
Como exemplo, têm-se a instauração de Inquérito Policial Militar nos casos roubo,
furto, perda ou extravio de Material de Emprego Militar (MEM), habilitação em licitação, licença
para construir, matrícula em estabelecimento de ensino etc.
- Atos discricionários - Nestes é a própria lei que autoriza o agente a proceder a uma
avaliação de conduta, obviamente tomando em consideração a inafastável finalidade do ato. São
aqueles resultantes de alguma escolha efetuada pela autoridade administrativa. A prática deste ato
está condicionada à conveniência e oportunidade, ou seja, ao mérito administrativo.
O mérito administrativo não pode, em tese, ser avaliado pelo Poder Judiciário,
contudo, esta marca presente nos atos discricionários não estampa uma liberdade absoluta de agir
para o administrador.
A avaliação que se permite ao administrador fazer tem que estar em conformidade
com o fim legal, ou seja, aquele alvo que a lei, expressa ou implicitamente, busca alcançar. Não
havendo tal conformidade, o ato não é licitamente produzido, pois estará vulnerando o princípio
da legalidade, hoje erigido à categoria de princípio administrativo, conforme descrito no artigo 37
da Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988 (CRFB/88).
Para exemplificar pode-se citar a ordem do Agente Diretor para que se distribua
maior quantidade de material de limpeza a uma Seção da UA, tendo em vista a visita de uma
autoridade, a escolha dos integrantes de uma Comissão de Exame e Averiguação de Material
(CEAM) ou a implantação de um escritório de projetos na UA etc.
d) Critério da sua formação
- Ato simples - É o resultante da manifestação de vontade de um único órgão,
unipessoal ou colegiado. Não importa o número de pessoas que participam da formação do ato; o
que importa é a vontade unitária que expressam para dar origem, afinal, ao ato colimado pela
Administração.
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Por exemplo: despacho de um chefe de seção, decisão de uma Comissão de Licitação
etc.
- Ato complexo - Forma-se pela conjugação de vontades de mais de um órgão
administrativo. O essencial para considerar o ato complexo é a existência do concurso de
vontades de órgãos diferentes para a formação de um ato único. Por exemplo: a investidura de um
funcionário é um ato complexo consubstanciado na nomeação feita pelo Chefe do executivo e
complementado pela posse e exercício dados pelo chefe da repartição em que vai servir o
nomeado; a investidura do Ministro do Superior Tribunal Militar (STM) se inicia pela escolha do
Presidente da República; passa, após, pela aferição do Senado Federal e culmina com a
nomeação.
- Ato composto - É o resultante da vontade única de um órgão, mas que depende da
verificação por parte do outro para se tornar exequível. Ex.: homologação de processo de
descarga de material de uma UA pela RM.
e) Quanto ao seu alcance
- Atos internos - São os destinados a produzir efeitos dentro da Administração
Pública, incidindo, normalmente, sobre os órgãos e agentes da administração que os expediram.
Não produzem efeitos em relação a estranhos. Por exemplo: publicação em Boletim Interno (BI)
nomeando uma comissão para realizar exame e averiguação de material - CEAM.
- Atos externos - Nesta categoria encontram-se os atos administrativos que alcançam
os administrados, os contraentes e, em certos casos, os próprios servidores. Tais atos somente
entram em vigor depois de divulgados pelo órgão oficial, dado o interesse público no seu
conhecimento.
A publicidade é medida que se impõe tanto à administração direta quanto à indireta.
Por exemplo: publicação de um edital de licitação para [venda] de material inservível.
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• Resolução - Ato administrativo normativo expedido pelas altas autoridades do
Executivo, mas não pelo chefe do Poder Executivo, que só deve expedir decretos ou pelos
presidentes de tribunais, de órgãos legislativos e de colegiados administrativos, para disciplinar
matéria da respectiva competência.
b) Ordinatórios - São os atos administrativos que visam disciplinar o funcionamento
da administração pública e a conduta funcional de seus agentes. São os seguintes:
• Portaria - Ato Administrativo pelo qual as autoridades de qualquer nível da
Administração Pública, desde que inferior ao chefe do Executivo, expedem orientações aos
respectivos subordinados, designam servidores para o desempenho de certas funções ou, ainda,
determinam a abertura de sindicância, inquérito policial militar, Inquérito Técnico, Conselho de
Justificação e Conselho de Disciplina. Quando expedida por Ministro de Estado, é denominada
Portaria Ministerial.
• Alvará - Fórmula segundo a qual a administração pública expede autorização para a
prática de um ato ou licença para o exercício de certa atividade ou direito dependente de
policiamento administrativo.
• Aviso - Fórmula utilizada pelos Ministros, notadamente os Comandantes militares,
para prescreverem orientação aos respectivos subordinados sobre assuntos de seus Ministérios.
Não se confunde com a publicação resumida dos editais de licitação também normalmente
denominada aviso.
• Instrução - Fórmula mediante a qual os superiores expedem normas gerais de
caráter interno, que prescrevem o modo de atuação dos subordinados em relação a um serviço.
• Circular - Fórmula mediante a qual os superiores transmitem ordens aos seus
subordinados, com o caráter de uniformização do comportamento em casos concretos.
• Ordem de Serviço - Determinação dirigida pelos superiores aos seus subordinados,
responsáveis por determinados serviços públicos, orientando-os no que diz respeito à realização
dos mesmos.
• Ofício - Meio pelo qual os agentes públicos realizam comunicações escritas de
caráter administrativo ou social.
• Despacho - Meio pelo qual a autoridade administrativa manifesta suas decisões em
documentos de natureza administrativa, submetidos à sua apreciação, tais como requerimentos e
processos.
c) Enunciativos - São atos administrativos em que a administração pública enuncia
uma situação existente da qual tem conhecimento por meio dos seus agentes ou dos seus arquivos
sobre um determinado assunto. Podem ser os seguintes:
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• Certidão - Cópia de atos ou fatos constantes em documentos em poder da
Administração Pública. Segundo o Código Civil brasileiro, quando autenticada, tem o mesmo
valor do original. O fornecimento de certidões é obrigação constitucional das repartições
públicas, conforme o artigo 5º, XXXIV, b, da CRFB/88.
• Atestado - Ato Administrativo por meio do qual a administração pública afirma a
existência ou veracidade de um fato de que tenha conhecimento por seus órgãos. A certidão
comprova fatos permanentes; o atestado, situações transitórias, passíveis de alteração.
• Parecer - Manifestação opinativa pela qual os órgãos técnicos consultivos da
Administração ou pessoas especializadas expressam o seu entendimento sobre questões de cunho
técnico ou jurídico submetidas a sua apreciação. Por ter caráter opinativo não vincula a
administração pública ao seu conteúdo, salvo se for convertido em procedimento normativo
(Parecer Normativo), quando, ao ser aprovado pela autoridade competente, é convertido em
norma de procedimento interno, tornando-se obrigatório a todos os órgãos subordinados à
autoridade administrativa que lhe conferiu a normatividade. Ex: Parecer Técnico realizado em um
material avariado.
d) Negociais
São aqueles que encerram um conteúdo tipicamente negocial, do interesse da
administração pública e do administrado. Podem ser os seguintes:
• Licença - Ato administrativo vinculado, definitivo e de interesse do particular pelo
qual a Administração Pública, diante de todas as exigências da lei, faculta ao particular o
desempenho de uma atividade. Por exemplo: licença para construir uma casa.
• Autorização - Ato administrativo discricionário, precário, que pode ser cassado a
qualquer momento pela administração pública, e de interesse particular, em que a administração
pública faculta ao particular que tenha interesse a utilização de certos bens ou o exercício de uma
atividade. Por exemplo: porte de arma; pesquisa e exploração de minerais etc.
• Permissão - Ato administrativo discricionário, precário e de interesse público, pelo
qual a administração pública faculta ao particular, a título gratuito ou oneroso, a execução de
serviços do interesse da coletividade ou a utilização de um bem público nas condições por ela
estabelecidas. A administração pública defere a pretensão do interessado nesses atos
administrativos negociais através de um instrumento que é, na verdade, outro tipo de ato
administrativo denominado alvará, apresentado anteriormente nesta classificação, referente aos
atos ordinatórios, ou termo.
Convém salientar que nem todas as permissões podem ser outorgadas
discricionariamente. Há casos em que se é necessário a abertura de procedimento licitatório.
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Como exemplo de permissão, podemos citar a permissão de uso de um auditório de determinada
OM por uma empresa para realização de palestras para seus funcionários.
• Aprovação - Ato administrativo discricionário pelo qual a administração pública
faculta a prática de certo ato jurídico ou concorda com o já praticado para lhe dar eficácia, se
conveniente e oportuno. Por exemplo: pronunciamento do Conselho da República sobre a
intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio (CRFB/88).
• Homologação - Ato administrativo unilateral, vinculado e de controle, realizado a
posteriori, através do qual a administração pública concorda com o ato jurídico praticado, por
estar conforme os requisitos legais que legitimam a sua edição. Por exemplo: ato do Tribunal de
Contas que aprecia as concessões iniciais, outorgadas pelo Executivo, de aposentadorias,
reformas ou pensões, a homologação de um processo licitatório realizada pelo Ordenador de
Despesas, a homologação de uma descarga de material realizada pelo Cmt RM etc.
• Visto - Ato administrativo de mero expediente, vinculado e unilateral, pelo qual a
autoridade competente atesta a legitimidade formal de outro ato. No visto, não há exame de
mérito do seu conteúdo, o que o distingue da aprovação, da autorização e da homologação. Por
exemplo: a exigência do visto do chefe imediato para o encaminhamento de requerimento de
servidor subordinado seu à apreciação de autoridade de superior instância. O visto tem apenas a
finalidade de conhecimento e controle, não equivale à concordância ou deferimento do conteúdo
do requerimento.
e) Punitivos
Aqueles que objetivam materializar uma sanção imposta pela administração pública.
Podem ser, dentre outros, os seguintes:
• Multa - Toda imposição pecuniária a que se sujeita o administrado como meio de
compensar um dano presumido, decorrente da prática de uma infração administrativa.
• Interdição de atividade - Ato pelo qual a administração veda a alguém a prática de
atos sujeitos ao seu controle ou que incidam sobre seus bens. Deve ser precedida de processo
regular e do respectivo auto de interdição, que possibilite a defesa do interessado.
• Destruição de coisas - Ato pelo qual a administração pública inutiliza, de modo
sumário, alimentos, substâncias, objetos ou instrumentos imprestáveis, nocivos ao consumo ou de
uso proibido por lei.
Como ato típico de polícia administrativa, é, em regra, urgente, dispensando processo
prévio, embora exija sempre o auto de apreensão e de destruição, que esclarecerá os motivos da
medida drástica tomada e identificará as coisas destruídas, para oportuna apreciação da legalidade
dos atos.
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2.2.4 FATOS ADMINISTRATIVOS
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- Encarregado do Setor de Aprovisionamento (aprovisionador).
• Agentes executores indiretos:
- Comandante de subunidade;
- Chefe de serviços;
- Oficiais em geral;
- Oficial de dia;
- Subtenente;
- Encarregados de depósitos, de oficinas ou de material.
Qualquer pessoa física a que se tenha atribuído competência para exercer atividade
administrativa de acordo com a legislação em vigor.
Os agentes da Administração, para que possam realizar suas funções, poderão ter
auxiliares, designados pelo Agente Diretor, conforme previsão do Quadro de Cargos Previstos
(QCP) da UA, sendo considerados agentes executores indiretos.
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pública é a atividade em si mesma”, ou seja, função é sinônimo de atribuição e corresponde às
inúmeras tarefas que constituem o objeto dos serviços prestados pelos servidores públicos.
Atribuições dos agentes da administração
São atribuições dos agentes da administração referentes à administração de material e
patrimonial:
a) Agente diretor
O comandante, chefe ou diretor de OM, quando está exercendo, de uma maneira
geral, as atividades administrativas da UA, é denominado Agente Diretor (AD), sendo que, no
exercício específico da administração patrimonial denomina-se Ordenador de Despesas (OD).
O AD é o responsável por todos os atos e fatos administrativos da UA e desempenha
as suas funções através dos agentes executores diretos e indiretos, que o auxiliam na execução de
todas as atividades administrativas da unidade.
b) Agentes executores diretos
Os agentes executores diretos são os agentes da administração da UA que, auxiliados
por outros militares ou servidores civis, ou seja, adjuntos, auxiliares e outros agentes, são
responsáveis pela coordenação e controle das atividades administrativas e, também, pelo
assessoramento do agente diretor.
• Fiscal administrativo
Em relação à administração patrimonial e do material, o fiscal administrativo é
responsável pelo assessoramento do agente diretor e do ordenador de despesas
O fiscal administrativo é o principal assessor do Cmt OM no tocante aos cuidados
com o meio ambiente, cabendo-lhe, em relação à administração do material da UG o
gerenciamento de projetos que visem evitar danos ao meio ambiente, havendo a necessidade de
conferir especial atenção ao destino das sobras, dos resíduos e do material descarregado, cujo
destino seja o descarte, a não contaminação do lençol freático, do mar, dos rios e dos lagos, ao
corte de árvores e à preservação dos animais de todas as espécies.
• Encarregado do Setor de Contabilidade
O Setor de Contabilidade está previsto em algumas OM, como, por exemplo, na
AMAN, e o seu chefe é o agente responsável pelos registros contábeis referentes ao patrimônio.
• Encarregado do Setor de Finanças
O encarregado do Setor de Finanças tem a responsabilidade de informar ao fiscal
administrativo, conforme determinado pela ICFEx, uma relação de todo o material permanente e
de consumo pago pela UA.
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• Encarregado do Setor de Material
O encarregado do Setor de Material é o responsável, em regra, pela execução das
atividades de aquisição, alienação de material e de [contratação de serviços] de reparações do
material da UA, bem como pela administração do material, a seu cargo, segundo a legislação em
vigor.
• Encarregado do Setor de Aprovisionamento
O encarregado do Setor de Aprovisionamento é o responsável pela aquisição ,de
gêneros, alienação de material e contratação de serviços do setor, bem como pela administração
de todo o material sob sua responsabilidade, competindo-lhe o recebimento, estocagem e
distribuição de gêneros alimentícios, receber todo o material destinado ao setor e controlar os
gêneros existentes nos depósitos.
c) Agentes executores indiretos
Os agentes executores indiretos são agentes da Administração que, por força da
posição hierárquica, cargo ou função, são essenciais para a boa administração do material e
patrimonial da UA.
• Comandante de subunidade
O comandante de subunidade é o responsável pela execução de todas as atividades
administrativas desse setor, cabendo-lhe manter o arquivo da documentação, a escrituração e
todas as informações administrativas atualizadas, informar ao escalão superior todas as iniciativas
administrativas realizadas, proceder à fiscalização do material e da respectiva escrituração,
determinar o correto controle do material distribuído aos seus detentores diretos, a fim de que não
haja alterações por ocasião de sua passagem de cargo, coordenar os registros contábeis da SU,
não permitir que o material de carga da SU seja retirado do local, salvo se for para instrução,
informar ao Fiscal Administrativo o estado do material da SU, bem como apresentar ao
comandante substituto a relação referente à situação do material, por ocasião da transmissão do
comando da SU.
• Chefes de serviços
Os chefes de serviços são os responsáveis pela execução das atividades de saúde, de
veterinária e outras especiais, e pela administração dos respectivos setores.
• Oficiais em geral
Os oficiais em geral, quando integrantes de comissões, de grupos de trabalho, de
representação ou de outras missões relacionadas à administração, são responsáveis pela gestão
administrativa e patrimonial da UA, cumulativamente com seus encargos originais.
• Oficial de dia
O oficial de dia é responsável, em regra, fora do horário de expediente:
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- Pela segurança das dependências, nas quais possuam materiais, de acordo com as
NGA da UA;
- Pela comunicação ao subcomandante, através de parte especial, sobre ocorrências de
natureza administrativa, fazendo as ingerências imediatas, no caso de interesse da Fazenda
Nacional;
- Pela saída de animais e veículos que não possuam autorização do Fiscal
Administrativo;
- Pelo recebimento de materiais, se for o caso.
• Subtenente
O subtenente é o principal auxiliar do comandante de subunidade na administração de
material da SU, sendo o [detentor direto] do material incluído no patrimônio.
• Encarregados de depósitos, de oficinas ou de material
O encarregado de depósito, de oficina ou de material é auxiliar dos comandantes
de subunidade ou chefes de seção, de acordo com o organograma
da OM, e detentor direto da carga distribuída, cabendo-lhe:
- A execução de toda a escrituração de controle;
- A guarda dos materiais estocados;
- A manutenção dos equipamentos;
- A administração de todas as atividades de seu setor.
• Qualquer pessoa física - Sempre que uma pessoa física receber a incumbência de
realizar qualquer atividade inerente à administração de material ou patrimonial, conforme a
legislação vigente, será considerado um agente executor, passando a ser responsabilizado por
todos os atos e fatos referentes à sua função.
Atribuições dos auxiliares dos agentes da administração
As principais atribuições dos auxiliares dos agentes da administração são:
• Conhecer bem a legislação que prevê os encargos de seus chefes ou comandantes, a
fim de assessorá-los da melhor maneira possível;
• Cumprir as normas referentes à administração de material e patrimonial;
• Receber materiais e documentos, opondo sua assinatura, de acordo com autorização
recebida;
• Cumprir a determinação de seus comandantes ou chefes;
• Manter a escrituração e o arquivamento da documentação arrumados e atualizados.
Responsabilidades
Todos os integrantes das UA têm o dever de zelar pelos diversos materiais existentes,
desde o recruta, que deve tratar com cuidado o material individual que lhe é distribuído para uso
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ou com o material de uso coletivo que deverá realizar a manutenção, até o seu Agente Diretor,
principal responsável pela gestão dos respectivos bens.
Os agentes da administração, no exercício das atividades administrativas referentes à
gestão do material das UA, poderão ser responsabilizados nas esferas penal, administrativa e
civil, cumulativamente ou não, caso cometam irregularidades que causem prejuízos à Fazenda
Nacional.
2.4.1 CONFERÊNCIA
Os materiais que dão entrada nas UA têm características distintas e origens diversas e
também são destinados à consecução de inúmeros objetivos.
Podem ser de consumo ou permanente, podem advir de uma aquisição realizada pela
própria OM, diretamente ou através de uma licitação, para a sua própria utilização, para
manutenção do material de outras OM ou para distribuição;
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Podem ter sido distribuídos pelos órgãos provedores; podem ter sido recolhidos para
manutenção ou para alienação e podem ter sido transferidos, doados, cedidos ou permutados por
outros órgãos.
Em todos esses casos, a conferência dos materiais, por ocasião do recebimento, é
operação importantíssima para que seja realizada a aceitação, mediante a assinatura da nota
fiscal, guia de recebimento/recolhimento, guia de fornecimento ou outro documento hábil,
materializando-se a quitação.
Termo de Recebimento e Exame de Material (TREM)
O TREM é o documento elaborado pela comissão de recebimento e exame de
material, devidamente nomeada pelo agente diretor e publicada em BI da UA para a realização do
recebimento e exame dos materiais recebidos do escalão superior, diretamente dos órgãos
provedores ou através de empresas contratadas, ou adquiridos com recursos próprios, através do
qual são descritas todas as alterações encontradas referentes ao estado de conservação e
condições de funcionamento desses materiais.
A comissão deve descrever detalhadamente a identificação do material, suas avarias,
faltas, inclusive indícios de violação e os defeitos encontrados durante a realização dos testes, por
ocasião do recebimento dos materiais. No caso do material ter sido recebido do escalão superior,
a 1ª via do TREM deverá ser remetida para a DAbst, a 2ª via para a RM e a 3ª via deverá
permanecer arquivada na UA que expediu o documento. Se não houver alterações no material
recebido, este deverá ser incluído em carga por determinação do agente diretor.
Termo de Exame e Averiguação de Material (TEAM)
O TEAM é o documento confeccionado por uma comissão de exame e averiguação
do material, detentora de conhecimento técnico, cuja finalidade é a verificação precisa do estado
do material e se ele pode ser considerado definitivamente inservível para os fins a que se destina,
ocasionando a sua descarga, ou é passível de reparação ou recuperação.
O Termo deverá ser elaborado quando o material inservível não tiver atingido o
tempo mínimo de duração ou for de valor atual superior a cinco MVR, ou outro índice que venha
a substituí-lo ou for controlado.
A comissão, nomeada pelo agente diretor em BI da UA, deverá descrever, no
documento, a análise de custos do material examinado, fazendo constar o preço atual do material
novo, o valor de mercado do material usado e os custos de recuperação do material, o seu parecer,
através do qual, detalhadamente, informará sobre a conveniência da recuperação ou se a
recuperação é antieconômica e, de maneira conclusiva, indicará a conveniência da recuperação do
material e a sua destinação.
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É importante ressaltar que a comissão deverá descrever no TEAM informações sobre
o exame do material, ou seja, o estado geral do material, no tocante as suas avarias, bem como os
custos de recuperação, fundamentada em PT.
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2.5.2 SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO POR CATALOGAÇÃO
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• Recuperação;
• Excessos.
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• Ordem de recolhimento para manutenção de 3º ou 4º Esc.
2.7.1 DA INSERVIBILIDADE
Haverá descarga por perda ou extravio, quando se tratar de material que preencha
simultaneamente as condições a seguir:
• For de tempo de duração indeterminado ou tiver atingido o tempo mínimo de
duração previsto;
• For de valor atual inferior a cinco MVR (Maior Valor de Referência); ou outro
índice que venha a substituí-lo;
• Não for material controlado;
• For indicação do responsável pelo ressarcimento dos danos à União, através de parte
do detentor direto ou de causa que justifique a imputação do prejuízo à União.
Nos casos de roubo ou furto, ocorrerá a descarga, desde que, uma vez concluído o
IPM, seja publicada a sua solução em BI, com despacho sobre a necessidade de descarga do AD.
O processo de descarga de material não controlado deverá ser remetido à RM para
fins de homologação. Se o material for controlado, a autorização da descarga deverá ser realizada
pela DAbst, após o parecer da D Mat. Nesse caso, a UA deverá solicitar a descarga remetendo o
respectivo processo, acompanhado da solução do IPM à RM, que o enviará à D Mat.
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• Transferência para nivelamento de estoque;
• Alienação, de acordo com as regras vigentes.
2.7.5 SUBSTITUIÇÕES
O controle de todo o material no âmbito do EB, muito mais do que uma previsão
normativa, é uma atividade imprescindível para que todas as suas Unidades Administrativas (UA)
tenham as melhores condições de realizar suas missões com os suprimentos necessários, sob o
ponto de vista qualitativo e quantitativo. Sem um efetivo controle de material, é inevitável a
ocorrência de aplicação inadequada dos recursos, o que comprometerá o cumprimento da missão
constitucional da FT, devido a perdas, faltas ou desperdícios.
O controle do material deve ser realizado pelos Órgãos de Apoio Setorial (OAS),
pelos Cmdo RM, pelos OP e pelas OM, e consiste em ações e ferramentas que garantem, por
meio de registros e relatórios, a obtenção de informações precisas referentes à identificação,
existência, quantidade, localização, condições e histórico dos itens de suprimento, desde a sua
primeira inclusão no patrimônio, até a sua descarga ou desrelacionamento final, por quaisquer
motivos.
As ações de controle poderão ser diretas ou indiretas. As ações diretas são realizadas
por meio de:
a. Exames - são ações de controle destinadas a verificar se a qualidade do item de
suprimento está de acordo com as normas técnicas, podendo ser:
• Especializados - quando realizados por profissionais habilitados e auxiliados por
equipamentos;
• Sumários - quando realizados visualmente por profissionais com conhecimento
específico sobre o material a examinar.
b. Conferências - são ações de controle destinadas a verificar o aspecto quantitativo,
comprovando a existência física do material das UA. Normalmente são realizadas por meio de
inventário de estoques que podem ser periódicos (semanais, quinzenais, mensais etc.), ou
rotativos (feito permanentemente por meio de amostragens).
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c. Inspeções - são ações de controle periódicas destinadas a verificar o desempenho
do pessoal nos diversos níveis de atividade e/ou desempenho do material nas suas diversas
situações.
d. Visitas técnicas - têm como objetivo verificar in loco, periodicamente, a execução
da atividade logística de suprimento, coletando dados que possam servir como subsídios para a
melhoria dos processos relacionados à aquisição, estocagem e distribuição de suprimento aos OP
e às OM.
As ações indiretas de controle de material são realizadas por meio da análise de
documentos, que contém suas informações contábeis, estatísticas, inventários e normas
procedimentais.
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c) Estoque Regular (cíclico) - Os estoques regulares ou cíclicos são os materiais
armazenados nos armazéns dos OP e nos depósitos dos almoxarifados e aprovisionamentos das
OM, destinados ao atendimento das necessidades normais das UA durante o tempo previsto para
os sucessivos reabastecimentos.
d) Estoque de Segurança - O estoque de segurança é um acréscimo ao estoque normal
a fim de atender a uma situação emergencial que cause um médio aumento da demanda ou médio
atraso na reposição dos materiais.
e) Estoque Obsoleto (Morto ou Evaporado) - Estoque obsoleto é um conjunto de
materiais deteriorados (quebras) ou ultrapassados, devido a um armazenamento prolongado, que
deve ser guardado para que se tomem as medidas administrativas cabíveis.
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A utilização de métodos de controle de estoque serve para que o gestor dos depósitos
possa planejar a melhor maneira de atender, tempestivamente, às demandas ilimitadas das UA,
face aos recursos limitados. O controle de estoques pode ser realizado, principalmente, através
de:
• Registro dos pedidos de fornecimento;
• Acompanhamento periódico das fichas de controle de estoques, por meio do Sistema
de Controle Físico (SICOFIS);
• Verificação do relatório mensal de estoques, por meio do SICOFIS; e
• Análise da solicitação de compras.
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• Princípio do tamanho da carga unitização - A economia em movimentação de
materiais é diretamente proporcional ao tamanho da carga movimentada.
• Princípio da segurança - A produtividade aumenta conforme as condições de
trabalho tornam-se mais seguras.
• Princípio da mecanização (automação) - Usar equipamento de movimentação
mecanizada, ou automatizada, sempre que possível e viável.
• Princípio da seleção de equipamento - Na seleção do equipamento de
movimentação, considerar todos os aspectos do material a ser movimentado, o movimento a ser
realizado e o(s) método(s) a ser (em) utilizado(s).
• Princípio da padronização - Padronizar métodos, bem como tipos e tamanhos dos
equipamentos de movimentação e das cargas utilizadas.
• Princípio da flexibilidade - Procurar sempre equipamentos versáteis, pois o seu
valor é diretamente proporcional a sua flexibilidade.
• Princípio do peso morto - Quanto menor for o peso próprio do equipamento móvel,
em relação a sua capacidade de carga, mais econômicas serão as condições operacionais.
• Princípio do tempo ocioso - Reduzir tempo ocioso ou improdutivo tanto do
equipamento, quanto da mão de obra empregada na movimentação de materiais.
• Princípio da movimentação - O equipamento projetado para movimentar materiais
deve ser mantido em movimento.
• Princípio da manutenção - Planejar a manutenção preventiva e corretiva de todos os
equipamentos de movimentação.
• Princípio da obsolescência - Substituir os métodos e equipamentos de
movimentação obsoletos quando métodos e equipamentos mais eficientes vierem a melhorar as
operações.
• Princípio do controle - Empregar o equipamento de movimentação de materiais para
melhorar o controle de produção, controle de estoques e preparação de pedidos.
• Principio da capacidade - Usar equipamentos de movimentação para auxiliar a
atingir a plena capacidade de produção.
• Princípio de desempenho - Determinar a eficiência do desempenho da
movimentação de materiais em termos de custo por unidade movimentada.
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Devem existir regras bem definidas e com ampla divulgação sobre as medidas de
segurança adotadas em todos os depósitos do EB para a realização da movimentação e manuseio
dos suprimentos, e uma fiscalização constante para verificação de seu cumprimento.
Jamais compensará conseguir o cumprimento de quaisquer missões se houver um
dano, por menor que seja, causado a um militar ou civil que trabalha nessa atividade ou a
terceiros.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) estabelece regras referentes às tarefas de
movimentação e manuseio dos materiais na atividade de estocagem, que devem ser seguidas pelo
EB devem nortear a elaboração de suas respectivas regras internas.
2.11 SISCOFIS
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• pelo Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI);
• pelo Sistema Patrimonial (SISPATR);
• pelo Sistema de Materiais do Exército (SIMATEX), que é composto por três
subsistemas:
- o Sistema de Dotação (SISDOT) gerenciado pelo EME e utilizado para definir a
dotação de material por Quadro de Organização Tipo (QO Tipo) e por Organização Militar (OM).
- o Sistema de Catalogação (SISCAT) gerenciado pelo Comando Logístico
(COLOG), servindo para a catalogação do material do EB, de acordo a metodologia do Sistema
Militar de Catalogação;
- o Sistema de Controle Físico (SISCOFIS) gerenciado pelo COLOG e é a principal
ferramenta disponível às unidades do EB para o controle físico dos suprimentos.
O SISCOFIS é uma ferramenta importantíssima que se utiliza de recursos da
Tecnologia da Informação (TI) para o gerenciamento patrimonial no âmbito do EB, que deve ser
muito bem utilizada, já que o seu banco de dados é imprescindível para manter todos os escalões
bem informados sobre a real situação da Força e, assim, poder planejar seu preparo e emprego da
melhor maneira possível.
Esse aplicativo permite a realização de consultas e propostas de itens de suprimento e
de empresas, a geração de relatórios sobre a situação dos materiais de consumo e permanente e os
trabalhos de inclusão e descarga do material permanente e de inclusão e desrelacionamento do
material de consumo.
Se não houver uma eficiente operação do sistema, as unidades poderão não receber os
suprimentos necessários para a realização de suas atividades, comprometendo o seu planejamento
e a sua operacionalidade.
Com isso, deve-se dispensar atenção à fiel execução dos registros no SISCOFIS,
formando operadores com elevado nível de capacitação técnico-profissional e comprometidos
com a Instituição, para que o EB continue cumprindo com eficiência a sua destinação
constitucional e correspondendo aos anseios da sociedade brasileira.
Todo histórico dos materiais de consumo e permanente utilizados pelas OM deve ser
registrado no SISCOFIS com muita atenção, inserindo os seus dados no momento do recebimento
pelos depósitos, realizando o controle por meio de suas respectivas fichas, geradas pelo próprio
sistema, onde são lançadas as suas características e as alterações necessárias, assim como as
saídas no momento de suas distribuições.
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• SISCOFIS Módulo OM - utilizado por todas as OM do EB;
• SISCOFIS Módulo OP - utilizado pelos Órgãos Provedores;
• SISCOFIS WEB - sistema para “Intranet”, que permite a consulta consolidada das
informações e a remessa de arquivos de estoques de todas as OM e OP.
A estrutura física do SISCOFIS OM é composta por um servidor central com o qual
se ligam os terminais de computadores das repartições da OM, sejam depósitos ou não.
O servidor central do SISCOFIS OM liga-se a um servidor localizado no Escalão
Logístico (Esc Log) da Região Militar (RM) e a um servidor do CITEx para o quais são
remetidos, através dos SISCOFIS WEB, os dados referentes aos arquivos dos estoques das OM.
A estrutura do SISCOFIS OP é desdobrada nos B Sup e D Sup, a fim de que haja o
gerenciamento dos materiais destinados à distribuição para as OM apoiadas, ou seja, visa o
controle físico dos estoques de distribuição dos OP.
2.11.2 CONEXÃO
2.11.3 SEGURANÇA
Não é qualquer pessoa que pode ter acesso ao SISCOFIS. Para que um agente da
administração da OM possa acessar o sistema e realizar operações, é necessário que possua uma
senha devidamente cadastrada e distribuída por um usuário com o perfil apropriado, a fim de
proporcionar segurança ao sistema.
Só um usuário com o perfil ADMINISTRADOR, geralmente, um integrante da
Fiscalização Administrativa, pode distribuir essa senha de acesso ao sistema. Esse controle
permite saber quem e quando foram realizadas as operações, para evitar irregularidades
administrativas e apurar responsabilidades.
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Os perfis de acesso também proporcionam segurança ao sistema, pois há usuários
com perfis voltados para a execução de operações e outros com perfis que permitem a
fiscalização desses registros.
2.11.4 ACESSO
O SISCOFIS não é um aplicativo para ser utilizado por um único usuário. Deve haver
o envolvimento de todos os agentes da administração da OM ou dos setores específicos dos OP,
cada um exercendo as suas atribuições, mesmo que a OM ou OP não possua uma rede de
computadores, disponibilizando-se um computador para os vários acessos.
Para que o agente da administração da OM possa ter acesso ao banco de dados do
SISCOFIS é necessário estar cadastrado e possuir uma senha.
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Deve-se ter muita atenção no preenchimento dos dados na hora de realizar o cadastro
inicial do material. É necessário ter muito critério e atenção no preenchimento, pois todo o
sistema de material é baseado nesse controle. Por exemplo, se uma letra de um chassi de uma
viatura for informada incorretamente, a viatura poderá não ser localizada.
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b. Selecionar a opção Cadastro Inicial, que aparece de acordo com o perfil de acesso
do usuário que efetuou o login; Após selecionar a opção Cadastro Inicial, o sistema exibe a janela
para cadastro inicial de material permanente ou de consumo.
c. Clicar em Incluir e preencher todos os campos obrigatórios em azul
d. Clicar no botão Confirmar para confirmar os lançamentos, após a inserção das
informações.
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3. BIBLIOGRAFIA
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