Dr.
Bacamarte - Márcio
Porfírio - Alexandre
Evarista - Betina
Figurante 1 - Alice
Figurante 2 - Laura
Figurante 3 - Ramos
Figurante 4 - Jaime
Eli Fontes (1° paciente) - Ana Catarina
Crispim Soares - JF
Benedita - Julia
Narrador 1- Bryan
Narrador 2- Lívia
População -
Luz:
Figurino: Brenda e Alice
Palco:
Casa verde:
Objetos de cena: Mesa
Toalha de pano
Objeto para por em cima da mesa
Cartazes para o protesto
Casa Verde (papelâo)
Título: O Alienista
Cena 1: Introdução
Local: Praça principal de Itaguaí
● Narradora 1 - : Em uma cidade do interior, Itaguaí, onde todos levavam
uma vida tranquila e rotineira, surge um homem peculiar que irá abalar
as estruturas desse lugar.
● Narrador 2- : O povo de Itaguaí está na praça, comentando sobre o
novo projeto do Dr. Bacamarte, um hospício que ele está construindo
na cidade para estudar a mente humana. Há opiniões divididas entre
admiração pelo trabalho do médico e preocupação com quem poderá
ser internado.
Figurante 2 e 3 estão sentados na mesa jogando cartas e o figurante 1 chega
com o jornal e senta com eles na mesa.
Figurante 1:(Alice)
— Vocês ouviram falar que irá ter uma nova construção na cidade, dizem que será
como um hospital, sua única diferença, vão ser os seus hóspedes
Figurante 2: (Laura)
- Sim, sim, já tinha ouvido falar, é uma nova obra da câmara. Parece que quem
coordenará será o marido da Dona Evarista, Dr. Bacamarte, dizem ser um cientista
super renomado, além de nosso tempo.
Figurante 3: (Ramos)
- Sinceramente, eu não sei o que esperar dessa obra, a câmara tem errado bastante
com o povo ultimamente
( o narrador começa a falar)
Cena 2: A Chegada do Dr. Bacamarte
Local: Mansão do Dr. Bacamarte
● Personagens Da Cena: Dr. Simão Bacamarte, Dona Evarista.
● Narrador 1 : Dr. Bacamarte chega em sua casa após um longo
dia de trabalho no hospício em construção.
Dona Evarista: (Betina)
— Seja bem-vindo de volta, querido, como foi seu dia? Estão todos curiosos sobre a
sua nova construção na cidade.
Dr. Bacamarte: (Márcio)
— O dia foi muito bom realmente. A obra da casa verde está a todo vapor, se
continuar nesse ritmo conseguimos inaugurar este mês ainda.
Dona Evarista: (Betina)
— É mesmo, querido? Que ótima notícia! Mas gostaria de falar com você, algo que
vem preocupando a mim e a grande parte dos moradores de Itaguaí. Do que irá se
tratar essa clínica? Quais são seus motivos para construí-la? Sei que seus motivos
sempre serão os melhores, mas foi tão repentino que você resolveu construí-la que
não sei ao certo…
Dr. Bacamarte a interrompe:(Márcio)
Pare de falar besteira mulher, meus propósitos são de estudar a psicologia humana
com essa clínica. Essa área da ciência pode trazer diversos avanços para a compreensão
da loucura humana e ela irá me permitir curar os considerados loucos.
Dona Evarista:
— Que ótima notícia, meu amor, sempre soube que você era um homem de coração
bom, que sempre está ajudando as pessoas ao seu redor.
Cena 3: Inauguração do Hospício
Local: Hospício de Itaguaí
● Personagens Da Cena: Dr. Bacamarte, Habitantes de Itaguaí.
● Narrador 1- : Dr. Bacamarte inaugura o hospício com um discurso
sobre os propósitos nobres de seu trabalho. Os habitantntes de
Itaguaí observam com misto de curiosidade e medo.
Dr. Bacamarte:(Márcio)
- Então, aqui estamos nós depois de muitos meses de árduo trabalho para finalizar a
construção do meu novo projeto. Falarei sobre ele, prometo ser breve em minha
apresentação. (pausa longa) Bom, como todos sabem, eu sou um antigo morador de
Itaguaí, me chamo Simão Bacamarte, mas podem me chamar de Dr. Bacamarte, pois serei
alguém como um médico do futuro, tratarei doenças que envolvem seus psicológicos, como
a loucura. A loucura humana é algo que não leva sua devida atenção, mas é realmente
fascinante ao ser estudada devidamente. A minha missão aqui é curar todos os
considerados loucos com métodos futuristas da medicina neurológica. Então, apresento a
vocês… A Casa Verde!!!
(a multidão começa a murmurar sobre o que acabara de ser falado)
Cena 4: Internações Iniciais
Local: Consultório do Dr. Bacamarte
● Personagens: Dr. Bacamarte, José Dias, Primeiro Paciente (Eli Fontes).
● Narrador 2: Dr. Bacamarte inicia suas atividades no hospício,
internando os primeiros pacientes. Porfírio, seu fiel ajudante,
comenta sobre os critérios para o primeiro paciente ser internado.
Ação: duas pessoas levam o primeiro paciente com relutância a casa verde para
uma conversa com o Dr. Bacamarte
Primeiro paciente (Eli Fontes): (Ana Catarina)
Por que estão me levando? Não fiz nada de errado
(Eli Fontes é colocado em uma cadeira pelos figurantes 3 e 4, para uma conversa
com Porfírio)
Porfírio: (Alexandre)
Bom dia, Sr. Fontes, sou o Porfírio, representante do Dr. Bacamarte. Bom, lendo sua
ficha, vejo que o senhor tem tido algumas atitudes involuntárias que podem envolver
seu psicológico, como a agitação de seus braços e pernas constantes, fala
acelerada, sensação de tontura e desmaios, respiração ofegante, falta de ar e entre
outros demais sintomas. Todos esses foram confirmados por sua família e amigos
próximos. O senhor confirma esses sintomas?
Eli Fontes
Olhe, esses sintomas não passam de pura besteira, não significa que eu esteja
ficando louco, são somente demonstrações de fraqueza de meu corpo.
Porfírio:
Então a senhora está querendo dizer que sabe mais que o Dr. Bacamarte, o homem
que estudou por anos para ter seu diagnóstico? Tirem-na daqui e a internem por
favor.
(Eli Fontes sai lutando e resmungando.)
Cena 5: Reações na Cidade
Local: Praça principal de Itaguaí
● Personagens: Povo de Itaguaí, Rita Baiana, Crispim Soares.
● Narrador 2: O povo de Itaguaí começa a reagir às internações de
pessoas que consideravam normais. Benedita e Crispim Soares
lideram um movimento contra o hospício, questionando os
métodos e os critérios do Dr. Bacamarte. A tensão aumenta na
cidade.
(diálogo entre Benedita e Crispim Soares)
Crispim Soares:
Soube que a senhora gostaria de me ver, Dona Benedita
Benedita:
Sim, senhor Soares, pedi para o que lhe chamasse com urgência, pois gostaria de
tratar de um assunto muito delicado com o senhor e como sei sua posição política,
então sobre isso não hesitei.
Crispim Soares:
Ah, sim, imagino que a senhora esteja se referindo à Casa Verde. Bom, sobre isso
acho que posso lhe ajudar
Benedita:
Que bom, Sr. Soares, fico feliz que poderemos fazer essa união para um propósito
comum! Bom já venho pensando no que podemos fazer…
(Crispim Soares corta Benedita em sua fala)
Farei tudo que tiver que ser feito, sem exitar! Mas é claro, tudo tem um preço, o que
eu ganho com isso?
Benedita:
Certamente, todos temos um preço, não é mesmo? Mas imagino que o senhor não
esteja se referindo a dinheiro. Há outras coisas que têm seu interesse, como, por
exemplo, governar a câmara. Claro um exemplo bobo.
(Crispim Soares dá uma risada)
Benedita, Benedita, como pode ser tão esperta? Realmente, uma mulher de
diversos valores.
(Benedita dá um sorriso de canto de rosto)
Então falaremos ao Povo, estão todos ansiosos por esse anúncio
(Os dois vão até a praça pública para anunciar a tão esperada revolta)
Benedita
Cidadãos de Itaguaí, peço um pouco da atenção de vocês, venho dar um recado o
qual todos esperavam. A partir de hoje não haverá mais injustiça, poderemos agir
como quisermos, poderemos falar o que quisermos, fazer tudo aquilo que temos
vontade, coisas que não fazemos porque temos medo. É isso mesmo que você está
pensando, vamos para cima de Simão, mais conhecido como Dr. Bacamarte, o
criador da Casa Verde. Mas para isso precisamos de melhores pessoas no controle,
pessoas que escutem a vontade do povo, que façam elas realidade, pessoas com
senso crítico, do que é errado e do que é certo, pessoas como Crispim Soares!!!
(palmas do público)
figurante 4: (Jaime)
E como vocês pretendem fazer isso? Acham que é só chegar e invadir? Vai haver
frotas nos esperando, pessoas com armas de fogo, que estão prontas para atacar.
Benedita:
Não se formos agora, quando eles menos esperam.
Cena 6: A Descoberta de Bacamarte
Local: Mansão do Dr. Bacamarte
● Personagens: Dr. Bacamarte, Dona Evarista.
● Narrador 1- : Dr. Bacamarte revela a sua esposa, Dona Evarista, que
seus estudos o levaram a descobrir que todos têm algum grau de
loucura. Ele começa a internar cada vez mais pessoas, incluindo
membros respeitados da comunidade, para ampliar suas pesquisas.
Dona Evarista:
Finalmente chegou, estava ficando preocupada já! Você tem chegado tarde essa
semana, aconteceu algo na clínica?
Dr. Bacamarte:
Não se preocupe, não há nada de errado, muito pelo contrário, estamos fazendo
diversas descobertas sobre a loucura! Inclusive descobrimos que todos contêm
algum grau de loucura, alguns mais fortes e outros tão fracos que é até difícil de
identificar, mas sempre está ali, na espreita de nossos cérebros e aflorando aos
poucos em nossas ações.
Dona Evarista:
Que ótimo! Quer dizer que poderá internar cada vez menos pessoas, ao ver que é
natural do ser humano esse tipo de comportamento. As pessoas irão ficar muito
felizes ao saber que serão liberadas.
Dr. Bacamarte:
É aí que você se engana, minha querida esposa, muito pelo contrário, na realidade,
internarei cada vez mais pessoas, irei curá-las dessa loucura dita “normal”, iremos
ser um povo são, não me importa a pessoa que for, pode ser até o padre, mas os
curarei. Serei lembrado por séculos por ter descoberto a cura da loucura humana,
meu nome estará em todos os livros de história do futuro, como o Doutor que
revolucionou a medicina neurológica.
Dona Evarista diz num tom triste:
Muito bem, querido
Cena 7: Conflito e Conclusão
Local: Praça principal de Itaguaí
● Personagens: Povo de Itaguaí, Dr. Bacamarte, Porfírio.
● Narrador 2 : A cidade está em caos. O povo se revolta contra Dr.
Bacamarte, que se mantém firme em suas convicções científicas.
Porfírio tenta mediar a situação, mas é confrontado por Crispim Soares
e outros líderes da comunidade.
Uma manifestação acontece na frente da casa verde
Dr. Bacamarte:
Quero deixar claro que esse protesto está sendo banal, pois não terá nenhum efeito
sobre mim e muito menos sobre meu projeto
(Dr. Bacamarte é vaiado pelo público e passa a fala para Porfírio)
Queridos cidadãos de Itaguaí, vocês estão fora de sanidade mental ao fazer essa
manifestação e…
(Porfírio é cortado por Crispim Soares)
Crispim Soares: Você não sabe de nada, não passa de capanga desse louco, não
sei como não enlouqueceu ainda. Darei a você duas opções, primeira e mais
sensata, junte-se a nós para acabar com esse maníaco e seja perdoado pelo povo,
ou continue ao lado dele e veja a morte diante de seus olhos. Você que escolhe
(Porfírio fica surpreso com a proposta que acabara de receber e fica imóvel,
momentos depois ele some e Crispim Soares diz para o povo)
Ele tomou sua decisão, vamos em diante, invadam a casa verde e destruam tudo
que podem
(Eles arrombam a porta e conseguem entrar na casa verde)
(o narrador 1 começa a falar)
Narrador 1: (em off) E assim, em Itaguaí, a linha entre sanidade e
loucura se tornou tão fina quanto as fronteiras da mente humana.
Fim.